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INTRODUÇÃO À ECONOMIA POLÍTICA

(Evelyne Medeiros)

1. ROTEIRO DA ETAPA DO CURSO:

- Necessidade do exercício de síntese e de tentar sempre relacionar os conteúdos com a realidade em que
vivemos e com nossas resoluções. Parte-se do pressuposto que todas as pessoas presentes já passaram por
algum processo de formação anterior (CRB, EIV etc) e que já fizeram uma opção de classe.
- Organização do trabalho neste módulo: a) Introdução; b) Aspectos e concepções básicas da Economia
Política Marxista; c) A acumulação capitalista, o movimento do capital e a exploração do trabalho; c.1)
Mercadoria: valor de uso e valor de troca; c.2) A produção capitalista e o movimento do capital: produção e
circulação de mercadorias; c.3) Tendências do movimento de acumulação capitalista.

OBS. Estado capitalista, transição socialista, noção de forças sociais em Lênin, consciência/posição de classe
e relação com o programa nacional, democrático e popular será mais interessante ser feito no módulo sobre
Teoria da Organização Política.

1. INTRODUÇÃO: Para começo de conversa... Por que estudar os clássicos como Marx? Por que
estudar a (Crítica da) Economia Política? Qual a importância e atualidade desse estudo para nossa
militância?

a) Relação entre Existência e Consciência / Objetividade e Subjetividade / Economia e Política / Estrutura e


Superestrutura

- Nos ajuda a não cairmos nem no economicismo/pragmatismo, nem no politicismo/idealismo. Vejamos os


trechos abaixo:

“as idéias da classe dominante são, em todas as épocas, as idéias dominantes, ou seja, a classe que é o
poder material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante. A classe que
tem à sua disposição os meios para a produção material dispõe assim, ao mesmo tempo, dos meios para a
produção espiritual (...) na medida, portanto, em que dominam como classe e determinam todo o conteúdo
de uma época histórica, é evidente que o fazem em toda a sua extensão e, portanto, entre outras coisas,
dominam também como pensadores, como produtores de idéias, regulam a produção e a distribuição de
idéias do seu tempo; que, portanto, as suas idéias são as idéias dominantes da época” (MARX; ENGELS,
2009, p.67).

“Primeiramente o trabalho e, em seguida, em conseqüência dele, a palavra; eis aí os dois principais


estímulos sob cuja influência o cérebro do macaco foi, pouco a pouco, se transformando em cérebro
humano (...). A reação do desenvolvimento do cérebro e dos sentidos que servem, da consciência
progressivamente esclarecida, da capacidade de abstração e de raciocínio, sobre o trabalho e a linguagem,
deu a ambos em estímulo sempre renovado para que fosse possível prosseguir o seu desenvolvimento, não
tendo este terminado quando o homem se diferenciou definitivamente do macaco [...] novas necessidades:
habitação e vestuário para proteger-se do frio e da umidade, novos campos de trabalho e, com tudo isso,
novas atividades que iam afastando, cada vez mais, o homem do animal [...] a caça e a criação de gado,
segui-se a agricultura, a esta a fiação e a tecelagem, depois os utensílios de metal, a olaria, a navegação.
Ao lado do comércio e da indústria, surgiram, finalmente, a arte e a ciência; das tribos originaram-se e
formaram-se as nações e os Estados; desenvolveram o direito e a política; e, com tudo isso, verificou-se o
reflexo fantástico das coisas humanas nas cabeças humanas: a religião” (ENGELS, 1979, p.218-221)

É no trabalho que conformamos nossa subjetividade e desenvolvemos nossas capacidades que vão para além
do trabalho em si. Tudo isso nos ajuda a entender que as transformações sociais e, portanto, os processos
revolucionários não dependem apenas da nossa vontade e capacidade organizativa, mas de todo um conjunto
de circunstâncias objetivas contraditoriamente postas em uma dada realidade, construídas por diversas
gerações. Ex. O excedente, fruto do trabalho humano. Sem este não teria sido possível uma complexificação
das relações sociais, avanços frente aos determinantes naturais e, por outro lado, a constituição de sociedades
pautadas na exploração do homem pelo homem. Portanto, nessa concepção, entender a existência de
diferentes sociedades ao longo da história nos chama a romper com a ideia da história como uma sucessão de
fatos e de modos de vida predestinadamente estipulados. Daí a crítica ao etapismo. A ação do ser humano
sobre a história da humanidade é exatamente uma abertura de múltiplas possibilidades. Foi assim, mas
poderia ter sido de outra forma. É assim, mas poderá ser de outra forma. Isso, contudo, dependerá das
circunstâncias postas em um dado período histórico. Resta-nos saber se as relações sociais capitalistas
representam hoje um verdadeiro entrave com o desenvolvimento das forças produtivas ou não. Da mesma
forma, se há ou não condições subjetivas, potencial organizativos da classe trabalhadora para enfrentar essa
contradição em torno de um projeto alternativo de sociedade. Para nós, isso é fundamental porque diz
respeito ao Programa de Transição. Portanto, entender o modo de ser, a engrenagem do sistema capitalista
hoje é condição para elaborarmos nossa tática e estratégia. Estaria hoje o capital ameaçando a sua própria
existência? A democracia, mesmo burguesa, e todo um arcabouço ideológico, jurídico e político não
representaria hoje um entrave para os níveis de acumulação e especulação que demanda atualmente a
sociedade capitalista? Voltaremos a essas questões ao final do módulo. Por enquanto, elas nos servirão para
que a todo o momento possamos pensar o quanto o tema aqui exposto é fundamental para se pensar a
política.

b) Concepção de Totalidade, Particularidade e Contradição

Esse aspecto é fundamental para compreendermos a questão nacional a partir do Brasil como também das
relações internacionais. Temas importantes: Desenvolvimento desigual e combinado, Imperialismo,
formação social do Brasil etc.

“Na realidade histórica fatual, o modo de produção capitalista em nenhuma parte se estabeleceu no vazio e
em estado puro, porém teve de se defrontar e coexistir com outros modos de produção. Alguns deles se lhe
tornaram subsidiários ou foram mesmo por ele recriados, enquanto não conseguiu reorganizar suas forças
produtivas à maneira capitalista” (GORENDER, 1980, p.60)

Já sobre a contradição, entender, por exemplo, o caráter ao mesmo tempo emancipatório e alienante do
desenvolvimento das forças produtivas é central. Ao mesmo tempo em que avançam as forças produtivas e,
com elas, o progresso da humanidade, esse mesmo progresso priva uma parte gigantesca da humanidade das
condições mais básicas de vida. Essa contradição é fundamental para produzir o novo, já que é ela que opõe
e organiza as diferentes classes em luta. Não somos, portanto, inimigos do progresso, do avanço das forças
produtivas, ao contrário, esse avanço é positivo justamente no que tem de contraditório possibilitando a ação
organizada da classe. Agora, até que ponto é desenvolvimento de força produtiva? Importância, para nós, de
um projeto de desenvolvimento que alie produtividade, sustentabilidade e soberania. Esse caráter
contraditório das relações sociais, a própria luta de classes projeta novos modelos societários. O socialismo
se insere como tarefa concreta e não como palavra de agitação. Ele necessita do entendimento da totalidade
das relações sociais. Sem isso, se transforma num valor, numa bandeira, em algo que não se projeta como
possibilidade concreta.

c) Teoria Revolucionária, Concepção de Luta de Classes e Crítica ao Conhecimento Neutro

- “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”.
Desvelar a realidade para atuar. “Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária” (Lênin). O legado
de Marx, portanto, está exatamente em apresentar uma forma absolutamente radical de pensar na realidade
sob a perspectiva da revolução/ruptura, da luta de classes, o que, para nós, é fundamental para se pensar a
centralidade da conquista revolucionária do poder. É impossível mudar a sociedade apenas ocupando
pequenas parcelas de poder, se essa ocupação não contesta o poder centralizado da classe dominante. É isso
também o que exclui do horizonte uma mudança gradual e pacífica em direção ao socialismo. Nosso
instrumento político foi criado e tem por vocação a tomada revolucionária do poder de Estado. Para tanto,
nosso estudo sobre economia política deve também nos ajudar a refletir sobre o tema do sujeito
revolucionário, dos desafios da própria luta e construção da organização. Esse sujeito segue sendo o
proletariado, porém, é importante o entendimento do que isso significa: não estamos falando nem apenas do
operariado fabril de antigamente, nem tampouco ampliando para uma noção vaga da classe que não nos
permita identificar suas diversas expressões na realidade concreta. Trata-se de entender a centralidade do
trabalho na produção da riqueza e portanto o potencial revolucionário da classe que vive de seu trabalho.

“Os homens que, nos séc. XVII e XVIII contribuíram para o advento da máquina a vapor, não suspeitavam
que, assim, estavam dando forma ao instrumento que, como nenhum outro, ia revolucionar as condições
sociais em todo o mundo (...) instrumento que iria proporcionar à burguesia o domínio político e social,
donde se originaria uma luta de classes entre aquela e o proletariado (...) a compreender claramente as
conseqüências sociais, indiretas e remotas, de nossa atividade produtiva, o que nos proporciona a
possibilidade de dominar e regular também essas conseqüências (...)”. Para isso, “não basta o simples
conhecimento. Será necessária uma completa revolução em nossa maneira de produzir e, ao mesmo tempo,
de toda a ordem social atualmente dominante.” (ENGELS, 1979, p.225).

“a história de todas as sociedades até agora tem sido a história da luta de classe. Homem livre e escravo,
patrício e plebeu, barão e servo, membro das corporações e aprendiz, em suma, opressores e oprimidos,
estiveram em contraposição uns aos outros e envolvidos em uma luta ininterrupta, ora disfarçada, ora
aberta, que terminou sempre com a transformação revolucionária da sociedade inteira ou com o declínio
conjunto das classes em conflito. Nas épocas anteriores da história, em quase todos os lugares, encontramos
sociedades estruturadas em vários segmentos, em uma hierarquia diferenciada das posições dos indivíduos.
Na Roma antiga, temos patrícios, guerreiros, plebeus e escravos; na Idade Média, senhores feudais,
vassalos, membros de corporações, artesãos e servos; além disso, em quase todas essas classes, novas
subdivisões. A moderna sociedade burguesa, que surgiu do declínio da sociedade feudal, não aboliu as
contradições de classe. Ela apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de
luta no lugar das antigas” (O Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels, 1848).

“Nas teorias que se voltam para a vida social, muito mais que naquelas que têm por objetivo a análise das
realidades da natureza, as controvérsias extrapolam as diferenças relativas a métodos, hipóteses e
procedimentos de pesquisa; além de divergências nesses domínios, nas teorias e ciências sociais as
polêmicas e mesmo as oposições frontais devem-se ao fato de elas lidarem com interesses muito
determinados de classes e grupos sociais” (NETTO; BRAZ, 2007, p.15).

d) 3 Fontes – Capacidade de dialogar com o diferente e construir novas posições/reflexões a partir da


tradição cultural de uma época.

- Idealismo Alemão
- Socialismo Francês
- Economia Política Inglesa

A economia política clássica expressou o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na
vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o Antigo Regime (NETTO;
BRAZ, 2006, p.18).

Metodologia: Leitura do Prefácio 1859

2. ASPECTOS E CONCEPÇÕES BÁSICAS DA ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA

a) Trabalho e valor:

- Trabalho cria valor de uso, gera valor: “É [...] o quantum de trabalho socialmente necessário ou o tempo
de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso o que determina a grandeza do seu
valor” (MARX, p.49)

- O trabalho é a fonte de toda riqueza (...). E o é, de fato, ao lado da Natureza, que lhe fornece a matéria por
ele transformada em riqueza (...) o trabalho, por si mesmo, criou o homem” (ENGELS, 1979, p.215).
O trabalho é um processo (...) em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla
seu intercâmbio material com a natureza (...) a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-
lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modoficando-a, ao mesmo tempo
modifica sua própria natureza (...). Pressupomos o trabalho sob a forma exclusivamente humana (...) o que
distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la
em realidade (...). Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o
projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao
qual tem de subordinar sua vontade (MARX, 2008, p.212).

b) Forças produtivas:

“O surgimento do excedente econômico sinalizou historicamente um enorme desenvolvimento do processo


de trabalho, graças ao qual a produção de bens ultrapassou as necessidades imediatas da comunidade”
(NETTO, 2007, p. 58). E isso só foi possível pelo o desenvolvimento das forças produtivas, que corresponde
ao conjunto dos elementos constitutivos do processo de trabalho: os meios de trabalho (instrumentos,
ferramentas, terra etc), os objetos de trabalho (matérias-primas) e força de trabalho (energia humana que
transforma os objetos de trabalho em bens úteis à satisfação de necessidades). Na força de trabalho, o caráter
histórico das forças produtivas revela-se de maneira privilegiada: o crescimento da produtividade do
trabalho, ou seja, a obtenção de um produto maior com o emprego da mesma magnitude de trabalho. Essa
produtividade demanda a repartição do processo de trabalho. Daí a divisão social (e sexual) do trabalho.

c) Relações de Produção:

“[...] as forças produtivas operam dentro de relações determinadas entre os homens e a natureza e entre os
próprios homens. Realmente, as forças produtivas inserem-se em relações de caráter técnico e relações de
caráter social, estreitamente vinculadas e que constituem as relações de produção”. Estas [...] “são
determinadas pelo regime de propriedade dos meios de produção fundamentais. Se a propriedade dos meios
de produção fundamentais é coletiva [...], tais relações são de cooperação e ajuda mútua, porque os produtos
do trabalho são desfrutados coletivamente e nenhum membro do grupo humano se apropria do fruto do
trabalho alheio; se tal propriedade é privada, particular, as relações decorrentes são de antagonismo [...]”
(p.69-70). Aí está a raiz das classes sociais.

OBS. As relações de distribuição são determinadas pelas relações de produção.

d) Modo de produção:

- Categoria desenvolvida como elemento central de uma explicação sistemática da história enquanto
sucessão de diferentes modos de produção;

- Articulação entre forças produtivas e relações de produção, extremamente complexa, variando ao longo da
história.

“O sistema teórico marxiano distingue-se pela exposição das tendências dinâmicas inerentes MPC, as
quais, se lhe impulsionam o crescimento, ao mesmo tempo desenvolvem suas contradições internas e o
conduzem a decadência e a substituição por um novo modo de produção. O MPC não é visto, por
conseguinte, como encarnação da racionalidade supra-histórica, nem suas leis específicas assumem o
caráter de leis naturais, cuja suposta imanência à natureza humana imporia a adequação eterna das
instituições sociais às exigências de sua livre atuação. A concepção dialética marxista opôs-se à tradição
jusnaturalista da ideologia burguesa, que impregnou os clássicos da Economia Política. Por isso mesmo, o
modo de produção capitalista não é visto como aberração, nem tampouco o foram, antes dele, os modos de
produção asiático, escravista e feudal. Todos representam grandes momentos do desenvolvimento histórico,
cujo princípio explicativo reside na correspondência entre as relações de produção e o caráter das forças
produtivas. A cessação de tal correspondência torna os homens conscientes, cedo ou tarde, da necessidade
de substituir o modo de produção decadente por um novo modo de produção, ou seja, no essencial, da
necessidade de favorecer a implantação e expansão de novas relações de produção adequadas ao
desenvolvimento desobstruído das forças produtivas.” (GORENDER, 1996, p.51-52).

“Quando estudamos a história da sociedade, as diferentes formas que a humanidade encontrou para se
organizar, temos a tentação de colocar as diferentes experiências numa ‘linha do tempo’, (...) num processo
de evolução linear (...). A história da sociedade se desenvolve de uma forma bem mais complexa, é um
processo em que há saltos de qualidade, grandes transformações que nos trazem momentos novos, mas que
são precedidos por incontáveis pequenos acontecimentos que em sua época não pareciam ter tanta
importância. Cada forma de organização que a humanidade adotou foi o resultado de um verdadeiro parto,
uma sempre gerou a outra após muitas idas e vindas, avanços e recuos, até que uma classe, representada
por um projeto de sociedade, consiga vingar e se sobrepor a outra” (CEPIS, 2004, p.07).

OBS. Um modo de produção dominante pode coexistir com formas precedentes ou mesmo com formas que
prenunciam elementos a se desenvolverem. Daí o emprego da expressão “formação social”.

e) Acumulação primitiva ou originária do capital: a constituição das classes fundamentais do MPC

- Generalização do dinheiro como meio de troca: processo histórico que se operou do final do século XV até
meados do século XVIII: Inglaterra, cercamentos de terras;

- Transformação do produtor direto em trabalhador assalariado, que não pertencem diretamente aos meios de
produção (como escravos e servos), nem os meios de produção lhe pertencem (camponeses), estando,
portanto, expropriados das suas condições de reprodução, tendo apenas a força de trabalho e a prole. Trata-
se, assim, do processo de separação do trabalhador da propriedade das condições de seu trabalho,
transformando os meios sociais de subsistência e de produção em capital, em valor que se valoriza através de
uma força social que priva o trabalhador do acesso ao que produz. Portanto, o Capital só existirá como
relação social, ou seja, como fruto e impulsionador da exploração da força de trabalho “livre”.

- Função do processo de colonização: “A descoberta de terras do ouro e da prata, na América, o extermínio,


a escravização e o enfurnamento da população nativa nas minas, o começo da conquista e pilhagem das
Índias Orientais, a transformação da África em um cercado para caça comercial às peles negras marcam a
aurora da era de produção capitalista” (MARX, 1984, p.97).

OBS. Acumulação originária como processo permanente, especialmente nos países dependentes. Portanto,
repete-se continuamente em escala ampliada.

Metodologia: Dinâmica

3. A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA, O MOVIMENTO DO CAPITAL E A EXPLORAÇÃO DO


TRABALHO

a. Mercadoria: valor de uso e valor (de troca)

Produção Mercantil Simples Produção Mercantil Ampliada/Capitalista:


M-D-M / D-M-D+ D-M-D’
- Forma simples do valor = x de trigo = y de Uma mercadoria como padrão de medida de
tecido → valor das demais, um EQUIVALENTE
- Crescimento do comércio e do excedente GERAL ou UNIVERSAL (mercadoria dotada
(Produção Mercantil): trocas mais regulares de propriedades especiais – durabilidade,
Determinada mercadoria seria a medida de valor divisibilidade, facilidade de transporte etc) –
de todas as outras: mercadoria dotada de de propriedades especiais
Ex. 01 boi = x trigo = y tecido = z metal (formas – metais preciosos convertidos em dinheiro.
de expressão do valor) – o que torna tudo isso
igual não tem nada a ver com a qualidade de cada
produto, mas o fato comum de que todas são
mercadorias e portam valor
- Forma particular de expressar o valor

- Mercadoria: unidade, célula, do MPC. Do simples para o complexo.

- Quanto vale uma mercadoria? “O valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho média, em
condições históricas dadas, exigida para a sua produção (trabalho socialmente necessário); tal valor só
pode manifestar-se quando as mercadorias diferentes são comparadas no processo de troca – isto é, através
do valor de troca: é na troca que o valor das mercadorias se expressa” (NETTO; BRAZ, 2006, p.88).

- As mercadorias são trocadas conforme a quantidade de trabalho socialmente necessário nelas investido.
Este é estabelecido pela concorrência em um dado período histórico.

VALOR DE USO VALOR DE TROCA

Subjetividade, singularidade, necessidades Representado pelo dinheiro, forma universal em que


individuais. Utilidade. Criado pelo Trabalho o valor de todas as mercadorias se apresenta. É o
Concreto, forma particular de trabalho. preço da mercadoria, não o seu valor. Criado pelo
Trabalho Abstrato como Trabalho em Geral que
demanda necessariamente o Trabalho Concreto. Eis
a oposição dialética contida na mercadoria.

- Mercadoria especial: Força de Trabalho – produz mais-valor.

- Fetichismo da mercadoria:

- Consequência da subsunção real do trabalho ao capital (Separação entre concepção e execução do


trabalho/complexificação do processo de trabalho/trabalhador coletivo).
- Ocultamento da característica elementar do trabalho na produção mercantil: a sua condição social
- Ampla divisão do trabalho: cooperação
- O trabalho social aparece como essencialmente privado: as relações sociais dos produtores aparecem como
se fossem relações entre as mercadorias, como se fossem relações entre coisas. A mercadoria passa a ser,
então, a portadora e a expressão das relações entre os homens.

“Na medida em que a troca mercantil é regulada por uma lei que não resulta do controle consciente dos
homens sobre a produção (a lei do valor), na medida em que o movimento das mercadorias se apresenta
independentemente da vontade de cada produtor, opera-se uma inversão: a mercadoria, criada pelos
homens, aparece como algo que lhes é alheio e os domina; a criatura (mercadoria) revela um poder que
passa a subordinar o criador (homens)” (p.92)

- Inversão: as relações sociais, relações entre os homens, aparecem como relações entre mercadorias (ex.
dinheiro). O ter subordina o ser.

A essa forma fantasmagórica, a esse poder autônomo que as mercadorias parecem ter e efetivamente
exercem em face dos seus produtores, Marx chamou de fetichismo da mercadoria (reificação/coisificação) –
forma típica de alienação.
b. A Produção Capitalista e o Movimento do Capital: produção e circulação de mercadorias

Mp (c)

D→ M ..... P → M’→ D’

Ft (v)

D Capital sob a fórmula inicial de dinheiro. Relação social de compra da força de trabalho. O dinheiro
em si mesmo não é capital. O capital só existe na medida em que subordina a força de trabalho.
Assim, o capital, mesmo que se expresso através de coisas, é sempre uma relação social.
M Produção de Mercadorias
Mp Aquisição de Meios de Produção (instalações, máquinas, matéria-prima, insumos, etc). Capital
Constante (c), trabalho morto, que não tem variação de valor ao longo do processo produtivo, pois
não cria valor, apenas transfere seu valor para a mercadoria, o que perde no desgaste reaparece na
mercadoria produzida.
Ft Força de trabalho. Capital variável (v) que produz valor ao longo do processo produtivo. Produz
valor de uso, apropriado pelo capitalista, mas é uma mercadoria adquirida pelo seu valor de troca
que corresponde ao salário pago. Este corresponde a cesta de bens necessária para a reprodução
básica da Ft. Trabalho concreto e abstrato.
P Esfera da Produção
M’ Novas mercadorias com trabalho incorporado, acrescidas de mais-valor/mais-valia.
D’ A circulação e realização da mercadoria resultam em dinheiro acrescido de valor, de mais-valia.
Assim, o lucro capitalista provém de processos da esfera da produção, do acréscimo de valor
cristalizado em M’ e realizado quando o capitalista obtém D’. A mais-valia criada na produção
geralmente se divide em três partes: lucro industrial, juro dos banqueiros e lucro comercial.

OBS.

● Lucro # Mais-valia
● Taxa de Lucro (m/c+v) # Taxa de Mais-valia (m/v): relação entre trabalho necessário e trabalho
excedente fornece a magnitude da taxa de mais-valia (m’) = taxa de exploração do trabalho pelo capital
● O movimento do capital (produção + circulação) envolve capital produtivo, comercial e bancário
● Salário # Valor do trabalho ou quantidade de trabalho, o que descredencia a Lei da Troca de
Equivalente dos economistas clássicos. O salário depende diretamente do nível de desemprego, de conflitos
sociais (antagonismo entre os interesses do capitalista e dos trabalhadores) e organização classista e política.
● Composição orgânica do capital: “Diz-se que é alta a composição orgânica do capital quando é
maior a proporção do capital constante e baixa quando é maior a do capital variável” (p.102)

Pára por aí? Não!

O movimento do capital não é linear, mas em espiral. O valor precisa continuamente se valorizar para que
continue havendo acumulação. Os capitalistas têm a necessidade de diminuir custos na produção,
principalmente da mão-de-obra, em função da concorrência, pois são obrigados a aumentar a margem de
lucro. Por isso, devemos levar em consideração as seguintes questões:

● A concorrência tende a equalizar os lucros, pressiona os capitalistas a terem uma margem de lucro
própria, a aumentar a produtividade do trabalho, a diminuir a quantidade de valor das mercadorias com a
redução do tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-las. Isto reflete na redução do preço da
força de trabalho (salário), no barateamento dos bens necessários para sua reprodução, no aumento da
composição orgânica do capital e, portanto, na desvalorização do valor. Ou seja, um necessário tiro no pé do
capitalista.
● O Estado passa a ser acionado como um verdadeiro agente econômico para salvar as empresas com
isenção de impostos, subsidiando a garantia da reprodução da força de trabalho como também a existência do
exército industrial de reserva, necessário para pressionar os salários para baixo. Por outro lado, é
fundamental entender que o papel do Estado também se faz mediante pressão da classe trabalhadora,
reconhecendo algumas necessidades de natureza histórico-social através de políticas e direitos sociais.
Contudo, em um momento de crise estes são retirados, adensando a expropriação e exploração da força de
trabalho. Na fase imperialista, o Estado torna-se o principal responsável pela divisão da renda nacional por
meio do orçamento público/fundos públicos. Estes são geralmente utilizados como um instrumento que
repassa renda dos trabalhadores aos capitalistas e aos segmentos improdutivos.
● As mudanças na jornada de trabalho, na extração de mais-valia (absoluta e relativa), na
organização, no ritmo e na intensificação do trabalho são demandadas, elevando o tempo de trabalho
excedente e aprimorando a divisão social (e sexual) do trabalho, diminuindo o valor de troca da FT, sua
capacidade de consumo como também o desemprego. Aqui também conta a capacidade de pressão política
por parte da classe trabalhadora.

● Sobre isso, vejamos o seguinte:

Produção do valor correspondente a reprodução do trabalhador = Salário


Jornada de Trabalho (Tempo de trabalho necessário)

Produção do valor excedente (mais-valia) = trabalho não pago


(Tempo de trabalho excedente)

Extensão da Jornada de trabalho sem alterações no salário →


Conservação do tempo de trabalho necessário → Produção de mais-valia
Tendência = absoluta→ Pauperização absoluta dos trabalhadores → Limites de
Aumentar a exploração natureza fisiológica e política (Estado interfere nas relações
do trabalho = trabalho/capital.
Ampliação do tempo de
trabalho excedente =
Aumentar a acumulação
Intensificação do ritmo de trabalho, não implicando formalmente na
ampliação da jornada de trabalho → maior controle → Introdução de
inovações tecnológicas → Maior produtividade → Redução do tempo de
trabalho necessário → Redução salarial → Produção da mais-valia
relativa → Pauperização relativa dos trabalhadores (apesar da
exploração, não têm os seus padrões de vida rebaixados/aviltados).
Fordismo/Taylorismo.

c. Tendências do Movimento de Acumulação Capitalista:

● Crises Econômicas: o simples romper do “aqui e agora” da troca das mercadorias através do
dinheiro já abre margem para crise... A crise é um momento em que acontece uma desvalorização do valor.
Negação do capital por si mesmo. Ocorre pelo próprio modo de funcionamento do capitalismo, portanto, não
se trata de uma disfunção. Quanto mais o trabalhador produz, mas exclusão. A mais-valia dá-se através de
um constante jogo de inclusão e exclusão da força de trabalho, ou seja, na valorização e desvalorização do
valor.
● Lei Geral da Acumulação Capitalista: aprofundamento da contradição fundamental do MPC entre
a produção socializada e a apropriação privada. Concomitante a geração de riqueza, há o crescimento
intermitente de uma superpopulação relativa 1 (ou exército industrial de reserva) junto ao pauperismo dos
trabalhadores, uma população cada vez maior. O processo contínuo de superacumulação (superprodução), de
um lado, e crescente do pauperismo, de outro, inerente ao capitalismo, vai desembocar em constantes crises
do sistema. A produção e reprodução ampliada de mercadoria e mais-valia está associada à produção e
reprodução ampliada de relações sociais de classe: cada vez mais uma quantidade enorme de riquezas nas
mãos de poucos capitalistas e cada vez mais uma quantidade enorme de trabalhadores vivendo no
pauperismo.
● Movimento de concentração e centralização: formação de monopólios com uma alteração na
qualidade da concorrência. Com a concorrência inerente ao processo de (re)produção capitalista, há uma
tendência constante de concentração e centralização do capital expressa na formação monopólios, ou seja,
“há uma concentração crescente dos meios sociais de produção nas mãos de capitalistas individuais”
(MARX, 2006, p.728). Trata-se, portanto, da “expropriação do capitalista pelo capitalista” (idem, p.729) com
o desenvolvimento da produção em grande escala, com o aumento da produtividade do trabalho cooperado e
com a consequente redução dos preços.
● Tendência à queda da taxa de lucro: trata-se de uma produção que não dispõe de mecanismos de
regulação e de planejamento capazes de permitir aos homens um controle consciente seja daquilo que deve
ser produzido, seja do modo como seu trabalho deve ser repartido.

Lógica tendencial do MPC:

Expansão do capital → meios de produção cada vez mais privados com o desenvolvimento dos monopólios
que injetam tecnologias (capital constante) para aumentar a produtividade do trabalho em um tempo de
rotação de capital cada vez menor → elevação do número de pessoas desprovidas (constante expropriação)

1 Formas variadas da superpopulação relativa, segundo Marx em O Capital: Flutuante: constituída pelos trabalhadores
que, nos grandes centros industriais e mineiros, ora estão empregados, ora estão desempregados; Latente: aquela
população que existe nas áreas rurais quando nelas se desenvolvem relações capitalistas e que, surgindo a oportunidade,
acaba por migrar para as zonas industriais; Estagnada: composta por trabalhadores que jamais conseguem um emprego
fixo e oscilam entre uma ocupação e outra. *Lumpemproletariado: (palavra vem de lumpen em alemão que significa
“trapo” ou “farrapo”). Trata-se da parcela populacional degradada, degenerada, desmoralizada, tidos como incapazes de
trabalhar, que vegetam no pauperismo. Por isso, “em condições extremas de crise e de desintegração social em uma
sociedade capitalista, grande número de pessoas podem separar-se de sua classe e vir a formar uma massa
‘desgovernada’, particularmente vulnerável às ideologias e aos movimentos reacionários” (BOTTOMORE, 2001,
p.223).
dos meios de realização do trabalho → aumento da quantidade disponível de força de trabalho → maior
exploração da mão-de-obra empregada → menores salários → maior desemprego e informalidade que
pressionam aqueles que estão empregados = geração de riqueza e pobreza em proporção crescente.

- “Quanto maiores a riqueza social, o capital em função, a dimensão e energia de seu crescimento de seu
crescimento e, conseqüentemente, a magnitude absoluta do proletariado e da força produtiva de seu trabalho,
tanto maior o exército industrial de reserva. A força de trabalho disponível é ampliada pelas mesmas causas
que aumentam a força expansiva do capital. A magnitude relativa do exército industrial de reserva cresce,
portanto, com as potências da riqueza, mas, quanto maior esse exército de reserva em relação ao exército
ativo, tanto maior a massa da superpopulação consolidada, cuja miséria está na razão inversa do suplício de
seu trabalho. E, ainda, quanto maiores essa camada de lázaros da classe trabalhadora e o exército industrial
de reserva, tanto maior, usando-se a terminologia oficial, o pauperismo. Esta é a lei geral, absoluta, da
acumulação capitalista” (MARX, 2006, p.748).

Metodologia: Filme
O capitalismo, suas
transformações e expressões na
contemporaneidade
Com o desenvolvimento do capitalismo e das forças
produtivas (movimento de concentração e centralização),
houve a passagem do capitalismo concorrencial ao
monopolista.

O surgimento dos monopólios industriais ocorreu mais ou


menos simultaneamente à mudança do papel dos
bancos. Esses inicialmente funcionavam como
intermediários de pagamentos; com o desenvolvimento
do capitalismo, tornaram-se as peças básicas do sistema
de crédito associado ao capital industrial. O
entreleçamento entre monopólios industriais e monopólios
bancários deu origem a uma nova forma do capital,
diferente as até então conhecidas (capital comercial,
capital industrial e capital bancário): o capital financeiro,
que ganha centralidade no capitalismo contemporâneo.
IMPERIALISMO:

“Se fosse necessário definir o imperialismo da forma mais breve possível, dever-se-
ia dizer que ele é o estágio monopolista do capitalismo. Essa definição
compreenderia o principal, pois, por um lado, o capital financeiro é o capital bancário
de alguns grandes bancos monopolistas fundido com o capital de grupos
monopolistas de industriais, e, por outro, a partilha do mundo é a transição da
política colonial, que se estende sem obstáculos às regiões ainda não apropriadas
por nenhuma potência capitalista, para a política colonial de dominação monopolista
dos territórios de um mundo já inteiramente repartido. […] convém dar uma definição
do imperialismo que inclua as seguintes cinco características fundamentais: 1) a
concentração da produção e do capital alcançou um grau tão elevado de
desenvolvimento que criou os monopólios, os quais desempenham um papel
decisivo na vida econômica; 2) a fusão do capital bancário com o capital industrial e
a criação, baseada nesse ‘capital financeiro’, da oligarquia financeira; 3) a
exportação de capitais, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma
importância particularmente grande; 4) a formação de associações internacionais
monopolistas de capitalistas, que partilham o mundo entre si; 5) conclusão da
partilha territorial do mundo entre as potências capitalistas mais importantes. O
imperialismo é o capitalismo no estágio de desenvolvimento em que ganhou corpo a
dominação dos monopólios e do capital financeiro; em que a exportação de capitais
adquiriu marcada importância; em que a partilha do mundo pelos trustes
internacionais começou; em que a partilha de toda a terra entre os países
capitalistas mais importantes terminou”. (LÊNIN, 2012, p.124-125).
DEPENDÊNCIA:

“O que determinou o “subdesenvolvimento” unilateral do chamado


“Terceiro Mundo” não foi a má-vontade dos imperialistas, nem qualquer
incapacidade social – e muito menos “racial” - de suas classes
dominantes nativas; foi um complexo de condições sociais e
econômicas que, enquanto promovia a acumulação primitiva de capital
monetário, tornou a acumulação de capital industrial menos lucrativa
[…]. Na era clássica do imperialismo [...] passou a existir uma aliança
social e política a longo prazo entre o imperialismo e as oligarquias
locais […]. Esse fato limitou de forma decisiva a extensão do ‘mercado
interno’ […]. A dominação do capital estrangeiro sobre os processos de
acumulação de capital nos países subdesenvolvidos resultou num
desenvolvimento econômico que […] tornou esses países
complementares ao desenvolvimento da economia dos países
metropolitanos imperialistas […] isso significou que eles deveriam
concentrar-se na produção de matérias-primas vegetais e minerais. […]
Assim, o crescimento de um relativo excedente de capital nos países
metropolitanos e a procura de mais elevadas taxas de lucro e matérias-
primas mais baratas formam um complexo integrado […]”. (MANDEL,
1982, p.37-39)
Que crise estamos vivendo?
• Não é apenas financeira, mas social;
• Exacerbado poder do mercado;
• Esgotamento do modelo de acumulação
capitalista, o que não impede sua “reciclagem”;
• Desregulamentação do mercado financeiro
(derivativos sem lastro e ativos “tóxicos”);
• Endividamento dos Estados Nacionais (crise da
dívida).
Rotação de capital
Dinheiro/
Capital
Capital
Financeiro
Produtivo

ESTADO
Mercadoria
Capital
Produção de
Comercial
mais valor

Dinheiro
acrescido
de valor
Mundialização do capital e a
complexificação das relações sociais:
em busca dos superlucros
• Valorização do valor
• Intensificação da concorrência
• Domínio do capital portador de juros (capital fictício - bancário,
dívida pública e acionário)
• Imperialismo e Dependência
• Dolarização da economia
• Monopólio
• Financeirização
• Crise de superprodução
Um pouco de história
Crise de 1929:
- Constituição de várias normas para regular o funcionamento do mercado financeiro
(Acordo de Bretton Woods, em 1944). Necessidade de comprovação de empresas e
do montante de capitais em caso de ações e títulos circulem na bolsa de valores
(conversibilidade direta do dólar em ouro);
- Relação direta entre o capital real, produtivo, e monetário, financeiro (capital em
potencial)
-
• Década de 1990:
- Começa a ser lançado um tipo de papel chamado de derivativo (hedge e swap), ou
seja, títulos derivados de outros títulos, ativos, que são cotidianamente multiplicados.
Trata-se, portanto, de uma aposta sem lastro real que funciona para resguardar os
negócios futuros;
- Desregulamentação do mercado, mudanças nas leis (cancelamento em 1971 do
Acordo de Bretton Woods) ;
- Liberdade total para fluxos de capitais (paraísos fiscais);
- Privatizações dos setores estratégicos da economia;
- Controle da grande mídia pelos setor financeiro e grandes corporações.
A financeirização e a especulação financeira
como “motor” da economia
Exemplos:

Venda de uma colheita de café prevista para os próximos 6 meses. Aquele que vende a
colheita futura se protege de uma possível queda de preço. Para tanto, deve encontrar um
especulador que aposte no aumento de preço.

Um importador brasileiro tem uma dívida de US$ 1 milhão a pagar ao seu fornecedor nos
EUA, no prazo de seis meses, e um importador norte-americano tem uma dívida de R$ 2
milhões a pagar ao seu fornecedor brasileiro. Supondo uma taxa de câmbio de dois reais
por dólar, eles podem trocar a dívida entre si, onde o importador brasileiro paga a dívida do
norte-americano em reais e vice-versa, sem nenhum custo adicional. Surge, de novo, a
ilusão da supressão dos riscos futuros. Como a variação da taxa de câmbio não desaparece,
uma mudança dos dois reais por dólar para dois reais e vinte, implica que o brasileiro
deixou de perder, mas o americano deixou de ganhar. Alguém poderia entrar no meio da
operação (um especulador) para obter para si essa diferença cambial. Um apostador
poderia comprar as duas dívidas à taxa de dois reais por dólar e efetuar os pagamentos
devidos nos prazos e embolsar dez por cento brutos.
Quem vai dizer o que vale a pena investir ou
vender de imediato? Os especuladores.

“dos negócios nos quais eram entregues efetivamente a


mercadoria, o mercado de derivativos evoluiu para a pura
especulação financeira (...) A maior parte dos negócios com
derivativos é efetuada entre vendedores de café que não
produzem café e compradores de café que nem querem saber de
café (...) Todos querem apenas apostar na variação futura dos
preços dessas commodities e tanto os vendedores como os
compradores são especuladores” (NAKATANI, p.19)
Dívida “Pública” Alavancagem dos
e criação dos derivativos
“bad banks” (+ PIB Mundial)

Ilusão de que
com a diluição e
transferência dos
riscos, eles
Risco de quebra desaparecem
nos bancos Bolha Financeira
Crise Financeira

Contabilização
nos bancos dos
derivativos
usando ativos
para fazer
empréstimos
E o Brasil? A radicalização do desenvolvimento
desigual e combinado
Salvamento
Alianças
dos bancos
políticas e
europeus,
financiament
elevação do
o de
juros e da
campanhas
dívida pública

Alterações de
normas que
passam a Crise
permitir os Capitalista
derivativos no
Brasil Transferência
de “papéis
podres” via
Banco Central
a juros quase
zero. Troca
por títulos da
Exemplo de apenas algumas conexões financeiras internacionais. Em
vermelho, grupos europeus, em azul norte-americanos, outros países em
verde. A dominância dos dois primeiros é evidente, e muito ligada à crise
financeira atual.
Medidas “Anti-crise”
• Medidas de austeridade para destinar recursos
para o pagamento da dívida: superávit
primário;
- Corte de “gastos sociais”;
- Congelamento e redução de salários;
- Demissões;
- Reformas trabalhista e previdenciária;
- Comprometimento dos fundos de pensão;
- Dívida pública e Estado brasileiro hoje: o que o
Golpe representa?
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