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Falar sobre a agênciamento estética em um mundo pós-pandêmico?

Article · February 2021

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Sebastian Galindo Calderon


Universidad Pedagogica Nacional (Colombia)
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Falar sobre a agênciamento estética em um mundo pós-pandêmico?
Sebastian Galindo C. Periódico SIGNIFICANTES. Argentina.2021.

Em direção a um novo paradigma estético e social

A maneira como o paradigma ecosófico (Guattari, 2009) é abordado nos coloca


diante de uma circunstância que merece ser equacionada com noções políticas,
sociais, estéticas e, é claro, analíticas diante de uma circunstância tão complexa
como um cenário de pandemia. O novo paradigma estético que Guattari (2019)
propõe molda várias funções na esfera da vida, do mundo, do molecular e, claro,
na forma da subjetividade. Em um dos textos mais trabalhados por ele, uma virada
ontológica é a Caosmose, uma proposta que visa desterritorializar a esfera do
desejo a partir de relações complexas que ajudam a transversalizar novas formas
de nos entendermos em um espaço pós-pandêmico. Como influenciar o molecular
a partir de um novo paradigma estético? O que Guattari nos convida a fazer é
encontrar novas maneiras de entender os outros e a nós mesmos, por meio de
relações afetivas e sentimentais profundas, a fim de reescrever diferentes maneiras
de constituir o rizoma (Deleuze & Guattari, 2017). Retomada de práticas sociais
fundamentais, múltiplos rizomas:

"Os estados-nação manipulam um capital multidimensional: massas monetárias,


índices econômicos; uma infinidade de fluxos de inibição para manter as pessoas
no lugar. Estamos testemunhando uma espécie de coletivização do capitalismo -
esteja ele circunscrito ou não a uma estrutura nacional, mas isso não significa de
forma alguma que ele esteja se degenerando!" (Guattari, 2019, p. 87).

O atual núcleo hipercomplexo, em uma perspectiva claramente baseada na


incerteza (Delgado, 2009), inevitavelmente nos coloca diante de cenários de
criação coletiva e, sem dúvida, de redes. Isso nos coloca diante de um cenário de
virtualidade, de novas formas de entender o corpo, o sentido perceptivo, as
sensações e os afetos. Diante dessa circunstância, vale a pena destacar os
esforços de vários grupos que resgataram uma forma diferente de entender o
social e a resistência do mundo capitalista integrado.
Este último visa modelar atitudes, gestos, modos de ser e de pensar, o que, sem
dúvida, nos mostra a emergência de um novo paradigma estético.
"Portanto, o paradigma da simplicidade é um paradigma que coloca ordem no
universo e persegue a desordem. A ordem é reduzida a uma lei, a um princípio. A
simplicidade vê o uno e vê o múltiplo, mas não consegue ver que o Uno pode, ao
mesmo tempo, ser Múltiplo. O princípio da simplicidade ou separa o que está
ligado (disjunção), ou unifica o que é diverso (redução)" (Morin, 1999. Pg. 65).
O modo como a subjetividade maquínica, sob um inconsciente múltiplo, coloca em
relação o modo como os objetos e os universos são feitos a partir do cotidiano,
esse novo cotidiano, que em si não é novo, é uma forma concreta de ordenação do
desejo, a partir de noções e paradigmas no campo da saúde, da educação, da
política e dos governos despóticos do Ocidente.
O paradigma estético como forma menor é assumir um advento de novos tipos de
expressão, em direção a uma nova arte que emerge de múltiplas relações entre
agenciamentos maquínicos e diante de noções coletivas de Saúde Mental próprias
de um esquecimento do exterior. O que melhor do que encerrar o exterior?
Somos o fora, o que nos determina como seres no mundo, ou o que Guattari
(2009) alude como formas personológicas, que emergem de subjetividades sociais
maquínicas, adjacentes a modelos totalitários, por meio dos quais se expressam
formas fascistas, militares, psicológicas, bem como dispositivos de morte. A morte
diante de um modelo como o capitalismo, ao assassinar a vida, não tem outro
caminho senão transgredir novos horizontes de subjetividade baseados em seus
próprios moldes de desejo.
"Por que insistimos tanto na impossibilidade de fundar uma traduzibilidade geral
dos diversos componentes da referência e da enunciação parcial da conformação?
Por que essa falta de reverência à concepção lacaniana do significante? Porque,
precisamente, essa teorização nascida do estruturalismo linguístico não nos tira da
estrutura e nos nega o acesso ao mundo real da máquina. O significante
estruturalista é sempre sinônimo de discursividade linear. De um símbolo a outro, o
efeito subjetivo surge sem qualquer outra garantia ontológica". (Guattari, 2010.
pág. 65)
O desejo deixa de ser um aparato fechado, como os psicanalistas lacanianos
argumentariam em algum momento, e se torna uma produção permanente na
ordem social. Se há algo a que podemos nos referir nessa circunstância tão
complexa da pandemia, são as novas relações de criatividade com o eu baseadas
em noções e afetos comuns, que também determinam novas moldagens na ordem
de uma metamodelagem esquizofrênica, que consegue tecer novas bordas diante
de formações significantes únicas com as quais podemos ver o mundo e uma
delas podemos chamar especificamente de desespero.
"Um devir criança (por exemplo, na música de Schumann) é extraído das
memórias da infância para encarnar um presente perpétuo que se estabelece
como uma encruzilhada, um jogo de bifurcações entre devir mulher, devir planta,
devir cosmos, devir melódico.... " (Guattari, 2010, pág. 115)

Enclausuramento do exterior? Novas disposições do interior?

Michel Foucault (2007) coloca sobre a mesa, na fabulosa História da loucura na


Idade Clássica, uma borda dos mais importantes enclausuramentos, uma questão
que Deleuze (2019) mais tarde formula com a frase "enclausuramento do fora". O
fora está cheio do dentro, esse é o grande ensinamento de Foucault, no século
XVII na construção da noção de expulsão dos diferentes, novos andaimes ganham
livre curso em que as instituições como agentes de discussão davam e saudavam
regimes de disciplina, típicos do cauteloso sistema de asilo que se encontrava por
toda a Europa. Modelos que têm claras repercussões nas conformações também
dos Estados nacionais latino-americanos (Foucault, 2005) sob modelos puramente
utilitaristas que formularam as noções de disciplinamento dos corpos, e talvez haja
anedotas que não nos permitam realizar uma arqueologia própria. Lembremos, a
partir daí, que os estratos que a arqueologia nos mostra diferem profundamente da
cartografia do desejo (Deleuze, 2009), que possivelmente somos chamados a
reconstruir a partir de resistências menores.
Vale a pena esclarecer que o modelo cartográfico esquizo parte de uma premissa
fundamental que são os agenciamentos coletivos como rebanhos que, sob o modo
da pandemia, foram rompidos esses rizomas a partir da interferência política de
instituições públicas e privadas que permitem ter uma nova forma de constituição
da realidade a partir de abordagens sociais diferenciais por meio de governos de
esquerda ou de direita que conseguiram, de uma forma ou de outra, garantir a
quebra do que foi concebido em Deleuze e Guttari (2017) como o devir - rebanho,
o que impossibilita novas aproximações entre afetos passivos e reativos diante de
sociedades profundamente constituídas sob elementos grupais, sem dúvida essa
anterioridade afetando a subjetividade global dos envolvidos a partir de processos
claramente neofascistas, de controle a partir de instrumentalizações tecnológicas
(tomada de pressão, isolamentos numéricos, passagem seletiva de uma classe
social concreta. (...), um romance distópico no qual são retratados cenários pós-
apocalípticos (Fear for the Other, como o Dr. Bloodmoney de Philip K Dick),
simplesmente formulando um desprezo pela vida em detrimento dos interesses
econômicos de certos grupos e famílias ricas que pululam no território latino-
americano.
O exterior, nessa ordem de ideias, são aspectos puramente sociais que modelam
formas de estar no mundo e que, sem dúvida, a pandemia nos fez reconsiderar
diferentes formas de fazer rebanhos, o que significa que, em um terreno
micropolítico, a reconfiguração das subjetividades e das multiplicidades
maquínicas nos leva a pensar que é possível que o exterior da arte emerja de
modelos que fornecem diferentes tipificações em relação ao mundo e às novas
formas de nos entendermos como sujeitos - grupos. O ôntico, o pático, as
mutações e modulações (Guattari, 2000) que emergem de pequeníssimas
revoluções moleculares nos colocarão em um ciclo de disposições ou
agenciamentos linguísticos para a construção de outro mundo de possibilidades,
desde essas proto-enunciações como processos primários, além de duelos ou
castrações, nos colocam em espaços de possibilidades diante de referências pré-
verbais e diante de políticas de cruzamentos, a fim de fazer aberturas sinápticas
que nos permitam sonhar que esse mundo pós-pandêmico é simplesmente um
mundo a ser construído diante de territórios existenciais concretos.
Reconfigurar o exterior é o oposto do que os governos que fazem parte do
capitalismo mundial integrado nos fizeram entender durante a pandemia, que seria
exclusivamente uma produção capitalista que privilegia o hiperconsumo, e que
fortalece sobretudo o capitalismo de plataformas (Srnicek, 2018) que cada vez
mais finge que há uma mais-valia do código do desejo, e um lucro próprio tanto
dos afetos quanto dos agenciamentos sociais dos quais nos equipamos, sob uma
rubrica e uma crítica aberta às relações da força de trabalho clássica, onde a bolha
do capitalismo nos fez entender que o lar é mais um dispositivo de controle, pois
além da existência biológica e viral, foi o advento de uma soberania em casa.

"As manifestações, não do Ser, mas de multidões de componentes ontológicos,


são da ordem da máquina. E isso sem mediação semiológica, sem codificação
transcendente, diretamente como "dar para ser", como dar. Ter acesso a essa
"doação" já é participar ontologicamente dela em seu próprio direito. O termo
"direito" não surge aqui por acaso, tão certo é que nesse nível protoontológico uma
dimensão proto-ética já precisa ser afirmada. O jogo de intensidade da constelação
ontológica é, de certa forma, uma escolha de ser, não apenas para si mesmo, mas
para toda a alteridade do cosmos e para a infinidade do tempo. "(Guattari, 2010,
pág. 71).
A complexidade dessas relações é abertamente plausível diante de uma leitura
unívoca e única da circunstância, trata-se de um vírus complexo, entendendo por
complexo a leitura estratégica que o próprio capitalismo realizou e que os
governos de todos os países diagramam como outras distribuições tanto de corpos
quanto de espaços.
Em direção a uma seleção de mundos possíveis a partir de um cenário de
catástrofe
A esquizoanálise nos leva a reformular territórios existenciais (Guattari, 2000) por
meio de noções como o liso e o estriado, que significam espaços nos quais
regimes criativos de expressão podem ou não emergir, e a arte é um deles. O exo-
referencial, assim como o endo-referencial, situa o que Guattari chama de terreno
do possível, como uma co-ordenação. Vivemos sob uma transordenação que já
ocorreu, onde os rizomas estão em sérios apuros se não forem prontamente
equipados, sendo um deles, sem dúvida, o teatro. Uma peneiração do que torna
possível fazer rizoma.

"São as máquinas estéticas que, em nosso tempo, nos oferecem os modelos


relativamente mais bem realizados desses blocos de sensação capazes de extrair
o significado completo de todos esses sinais vazios que nos invadem por toda
parte. É no maquis da arte que encontramos os núcleos mais consistentes de
resistência ao rolo compressor da subjetividade capitalista, o da
unidimensionalidade, da equivalência generalizada, da segregação, da surdez à
verdadeira alteridade. Não se trata de considerar os artistas como os novos heróis
da revolução, as novas alavancas da história! A arte aqui não é apenas o trabalho
de artistas patenteados, mas também de toda uma criatividade subjetiva que
atravessa gerações e povos oprimidos, guetos, minorias... " (Guattari, 2010, pg.
112).

Há rupturas e bifurcações, mas sempre haverá capitais de potencialidade em


direção a uma sensibilidade coletiva, contra um modelo capitalista, capitalista,
como mencionado acima. Tanto os fluxos materiais que atravessam o
incomensurável quanto a pandemia nos colocam diante de um destino, de um filum
maquínico onde iremos além das palavras que agora viralizamos e que se tornaram
uma gramática da morte, diante de uma torrente de informações que, como
qualquer objeto no mundo, pode ser consumido e jogado fora quando quisermos,
enquanto o polo ecológico, especialmente nos países latino-americanos, é
devastado por universos fascistas de enunciação que privilegiam um espaço suave
de falta versus um espaço estriado de docas e arranha-céus. Veja todos os
ecocídios (Vega, 2019) em todas as partes do mundo.
Os universos incorpóreos, os gestos, as formas de sinais, as sensações; são
fundamentais diante dos saltos kierkegaardianos aos quais nos vemos lançados em
nosso cotidiano na pandemia, universos incorpóreos onde há, sem dúvida,
universos enunciativos conscienciais diante das emergências próprias de nossos
contextos, onde essa relação entre o real e o virtual são necessários diante de
novas pragmáticas ontológicas que conseguem nos situar em continuidades de
afetos, onde o real deixa de ser aquele impossível de ser tomado, e passa a ser,
sem dúvida, aquela coisa atuante que nos faz viver a vida.
Remédios da vida
As crianças são capturadas pela semiótica dominante semiótica dominante -
televisão, rádio, internet - por meio de linguagens que estruturam o inconsciente -
maquínico - de um grupo, dissipações maquínicas que são engendradas por
formulações protofascistas (Guattari, 1988). formulações protofascistas (Guattari,
1988). Embora a sociedade não tenha adotado uma Apesar de a sociedade não ter
adotado uma posição clara de resistência a essas semióticas dominantes (Guattari,
1992), ela também não adotou uma estruturação da libido que não fosse a mesma.
Tampouco adotou uma estruturação da libido social dentro das instituições e da
sociedade. Para Guattari, a infância é uma época em que a criança sai do estágio
de desmame para se ancorar em um modelo mais complexo de sociedade, em que
a lei e a liberdade são as principais características. modelo mais complexo de
sociedade, em que a lei o prende - desterritorializa - a formas hegemônicas e
patológicas de socialização:
"A iniciação das crianças ocorre no sistema de representação e nos valores do
capitalismo que não O sistema de representação e os valores do capitalismo que
não envolve apenas indivíduos, mas também, e cada vez mais, a mídia audiovisual.
Cada vez mais, por meio da mídia audiovisual, a criança é modelada em códigos
perceptivos, em códigos de linguagem, na maneira como ela se relaciona com os
outros. códigos de linguagem, relações interpessoais, autoridade, hierarquia, toda
a tecnologia capitalista. A mídia audiovisual modela a criança em códigos
perceptivos, em códigos de linguagem, na maneira como ela codifica a linguagem,
nas relações interpessoais, na autoridade, na hierarquia, em toda a tecnologia
capitalista das relações sociais dominantes". (Guattari, 1996, p. 174).
Isso, sem dúvida, propõe um novo tipo de visão elementar do funcionamento da
máquina social. A máquina, em um sentido guattariano, seria o momento em que
todo ser humano tem de se ver com um poder. A máquina, em um sentido
guattariano, seriam os momentos em que todo ser humano tem de se ver com um
poder. Assim, transformando sua percepção por meio da intervenção de modelos
dominantes e da transformando sua percepção por meio da intervenção de
modelos dominantes e da resposta que se constitui a partir da liberdade de
expressão do sujeito.Para Guattari, a criança é uma máquina desejante que
territorializa seu desejo com base na demanda.O que o capitalismo propõe é
simplesmente modelar, mobilizar, movimentar esse centro, esse centro que ele
chama de prazer. As crianças, para obterem algo para si mesmas elas precisam
trabalhar (Guattari, 1996). Sem dúvida, essa atividade é exercida a partir da escola,
as crianças não estudam mais, elas fazem - elas maquinam as crianças não
estudam mais, elas fazem - elas maquinam - elas constroem enredos semióticos a
partir da imagem, da fotografia, do cinema - dos enredos semióticos.
A fotografia, o cinema - a semiótica dominante - os professores não têm mais
impacto sobre o início da lei ou da norma. Se os professores não têm mais impacto
sobre a iniciação da lei ou da norma, eles se deparam com outro tipo de
semiotização do desejo das crianças. Dentro dessas iniciações e multiplicidades,
resta concretizar o papel do um – a criança - dentro das maneiras pelas quais a
semiótica dominante exerce o capital cognitivo.
"O capital é a própria matriz da traduzibilidade dos valores de troca e de todas as
formas de trabalho. A iniciação do capital implica, em primeiro lugar, essa iniciação
emiótica dos diferentes modos de traduzibilidade e dos sistemas de invariantes que
lhe correspondem". (Guattari, 1996, p. 175).
A partir daí, as crianças para a esquizoanálise são introjetadas em dinâmicas
sociais concretas, nas quais a televisão se tornou a ama-de-leite e a enfermeira. A
partir daí, as crianças para a esquizoanálise são introjetadas em dinâmicas sociais
concretas em que a televisão se tornou a ama de leite e a educação de seu
imaginário e de sua linguagem. A televisão se tornou a enfermeira e a educação de
seu imaginário e de sua linguagem. Essas - territorializações - são dadas pela
marca da economia como modelo fundador da cultura. como o modelo fundador
da cultura. Devemos resgatar a noção de Botero Uribe (2001) em que o centro da
atividade mundana não é a economia, mas a cultura. Infelizmente, as crianças
Infelizmente, as crianças são imersas na semiótica dominante desde cedo, a
palavra perde seu campo. O que o professor de hoje deve procurar fazer é
reterritorializar o discurso da utopia e da esperança como noções éticas e
estéticas. esperança como noções ético-estéticas. Guattari (1996) aborda essa
noção como uma forma de fundação para um exercício micropolítico.
de um exercício micropolítico, mais comprometido com as crianças, onde a livre
expressão não é coesa pelo mestre. A livre expressão não é coesa pelo professor -
significante mestre - mas pela marginalidade,e a originalidade que é revelada a
partir daí.
"Ela é a ama de leite, ela substitui um certo tipo de relação que foi estabelecida no
passado nas semiologias da palavra. Toda a linguagem - a linguagem da televisão -
produzida ali produzida ali está a serviço de um certo tipo de formação, de
iniciação das diferentes engrenagens de produção e das engrenagens da
produção e do campo social". (Guattari, 1996, p. 176).
Essa noção de linguagem como uma forma de legitimação própria do capitalismo é
vista como sendo formulada a partir do aspecto fantasmático da televisão. As
histórias infantis não mais instruem, o que realmente molda o inconsciente da
criança é a televisão, e as máquinas que capturam o desejo e a demanda - internet,
publicidade, quadrinhos, séries animadas - do mercado. séries animadas - do
mercado.
A desterritorialização é indubitavelmente necessária diante de noções molares
onde não há transversalidade nessa ordem de ideias, é fundamental que haja
heterogeneidade, em grupos, camadas, estados e políticas para uma cidade que
permita encontros spinozistas ativos e que consiga compor relações a partir das
profundezas do sujeito estético e sua complexidade, aqui a complexidade deixa de
ser difícil e passa a ser ao mesmo tempo uma estratégia (Morin, 2008) que
consegue nos situar em novas abordagens epistemológicas, para compreender um
cenário de multiplicidades.
"As conformações do desejo estético e os operadores da ecologia do virtual não
são entidades que possam ser facilmente circunscritas na lógica dos conjuntos
discursivos. Eles não têm nem dentro nem fora. São interfaces fora dos limites que
segregam a interioridade e a exterioridade e constituem a raiz de todo sistema de
discursividade. São devires, entendidos como focos de diferenciação ancorados no
coração de cada domínio, mas também entre domínios diferentes para acentuar
sua heterogeneidade." (Guattari, 2010, pág. 114)

O que está em evidência é, sem dúvida, uma formulação que vai além da ordem
estruturante, que nos confrontará com uma nova poética do simples, lembremos a
essência da complexidade, que nos leva a entender que não apenas o
fragmentário está divorciado do todo, mas também, como propôs Guattari (2009)
quando propôs seu modelo ecosófico, é que a evolução das artes, das ciências, da
filosofia e da esquizoanálise, sem dúvida, re-expressa uma nova sensibilidade, que
estamos, sem dúvida, constituindo além da modelagem fascista. É hora, na
caosmose, de propor novos territórios e enunciações de possibilidades onde o
devir-criança deixa de ser apenas mais um instrumento do capitalismo mundial
integrado.
Referencias

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