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Daniel RIBEIRO DE ANDRADE

danielicoense@gmail.com
609.749.013-50
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
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Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes
e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
PREÂMBULO Súmula nº 649, STF. É inconstitucional a criação, por
Constituição estadual, de órgão de controle administrativo
Nós, representantes do povo brasileiro, reuni- do Poder Judiciário do qual participem representantes de
outros Poderes ou entidades.
dos em Assembleia Nacional Constituinte para ins-
tituir um Estado Democrático, destinado a assegu- Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
rar o exercício dos direitos sociais e individuais, a República Federativa do Brasil:
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidá-
mento, a igualdade e a justiça como valores supre-
ria;
mos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e com- II - garantir o desenvolvimento nacional;
prometida, na ordem interna e internacional, com a III - erradicar a pobreza e a marginalização e
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, reduzir as desigualdades sociais e regionais;
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUI-
ÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. IV - promover o bem de todos, sem preconcei-
Daniel RIBEIRO DEtos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
ANDRADE
STF: O preâmbulo não possui força normativa, não pode outras formas de discriminação.
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servir de parâmetro para tornar normas inconstitucionais e
não é de reprodução obrigatória pelas Constituições 609.749.013-50Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-
Estaduais. Trata-se de uma síntese das intenções dos
constituintes e deve ser utilizado para fins interpretativos. se nas suas relações internacionais pelos seguin-
“O fato de usar no preâmbulo a expressão ‘sob a proteção tes princípios:
de Deus’ por si não faz o Estado brasileiro um Estado
religioso. O Brasil é um país ‘laico’ ou ‘leigo’, não possui I - independência nacional;
elos de relação com religiões, embora inclua entre suas
proteções o sentimento de liberdade religiosa e de crença”. II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;

TÍTULO I IV - não-intervenção;
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, for- VII - solução pacífica dos conflitos;
mada pela união indissolúvel dos Estados e Muni-
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
cípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos: IX - cooperação entre os povos para o pro-
gresso da humanidade;
I - a soberania;
X - concessão de asilo político.
II - a cidadania;
Parágrafo único. A República Federativa do
III - a dignidade da pessoa humana;
Brasil buscará a integração econômica, política, so-
IV - os valores sociais do trabalho e da livre ini- cial e cultural dos povos da América Latina, visando
ciativa; à formação de uma comunidade latino-americana
V - o pluralismo político. de nações.

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TÍTULO II IV - é livre a manifestação do pensamento,
DOS DIREITOS E sendo vedado o anonimato;
GARANTIAS FUNDAMENTAIS STF: A defesa da legalização de drogas em espaços públi-
cos constitui legítimo exercício do direito à livre manifesta-
ção do pensamento.
CAPÍTULO I V - é assegurado o direito de resposta, propor-
DOS DIREITOS E DEVERES cional ao agravo, além da indenização por dano
INDIVIDUAIS E COLETIVOS material, moral ou à imagem;
STJ: Súmula nº 37 - São cumuláveis as indenizações por
dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. o do
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem pensamento.
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos STJ: Súmula nº 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a moral.
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual- STJ: Súmula nº 387 - É lícita a cumulação das indeniza-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos se- ções de dano estético e dano moral.
guintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e
STF: O estrangeiro em trânsito também está resguardado de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
pelos direitos individuais, podendo, inclusive, utilizar-se de
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a pro-
remédios constitucionais. Contudo, ele não poderá fazer
uso de todos os direitos, a exemplo da ação popular, que é teção aos locais de culto e a suas liturgias;
privativa de brasileiro.
VII - é assegurada, nos termos da lei, a presta-
° Isonomia/igualdade material: tratar igualmente os ção de assistência religiosa nas entidades civis e
iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas
desigualdades. militares de internação coletiva;
Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em VIII - ninguém será privado de direitos por mo-
concurso público só se legitima em face doDaniel
art. 7º, XXX, da tivo de
RIBEIRO DE crença religiosa ou de convicção filosófica
ANDRADE
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
das atribuições do cargo a ser preenchido. danielicoense@gmail.com
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
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Súmula Vinculante nº 06. Não viola a Constituição o esta-
belecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
para as praças prestadoras de serviço militar inicial IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
I - homens e mulheres são iguais em direitos e artística, científica e de comunicação, independen-
obrigações, nos termos desta Constituição; temente de censura ou licença;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; a honra e a imagem das pessoas, assegurado o di-
reito a indenização pelo dano material ou moral de-
Súmula Vinculante nº 44. Só por lei se pode sujeitar a
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo pú- corrente de sua violação;
blico. STJ: Súmula 227 - Pessoa jurídica pode sofrer dano mo-
Súmula nº 636, STF. Não cabe recurso extraordinário por ral. STF: Admite as biografias não‐autorizadas, não exclu-
contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, indo a possibilidade de indenização por dano material ou
quando a sua verificação pressuponha rever a interpreta- moral
ção dada a normas infraconstitucionais pela decisão recor-
rida. XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
Súmula nº 686, STF. Só por lei se pode sujeitar a exame
guém nela podendo penetrar sem consentimento
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
III - ninguém será submetido a tortura nem a dia, por determinação judicial;
tratamento desumano ou degradante;
STF: Casa é um termo amplo, consagrando consultório,
Súmula Vinculante nº 11. Só é lícito o uso de algemas em escritório e qualquer lugar privado não aberto ao público.
casos de RESISTÊNCIA e de FUNDADO RECEIO DE Contudo, não é um direito absoluto.
FUGA ou de PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA
OU ALHEIA, por parte do preso ou de terceiros, justificada XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabili- das comunicações telegráficas, de dados e das co-
dade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, municações telefônicas, salvo, no último caso, por
sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei

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estabelecer para fins de investigação criminal ou Súmula nº 164, STF. No processo de desapropriação, são
instrução processual penal; devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão
de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
STF: É lícita a gravação de conversa telefônica realizada
por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ci- XXV - no caso de iminente perigo público, a
ência do outro, quando há investida criminosa deste último. autoridade competente poderá usar de propriedade
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, particular, assegurada ao proprietário indenização
ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro- ulterior, se houver dano;
fissionais que a lei estabelecer; XXVI - a pequena propriedade rural, assim de-
XIV - é assegurado a todos o acesso à infor- finida em lei, desde que trabalhada pela família,
mação e resguardado o sigilo da fonte, quando ne- não será objeto de penhora para pagamento de dé-
cessário ao exercício profissional; bitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu de-
XV - é livre a locomoção no território nacional senvolvimento;
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo
com seus bens; de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, a lei fixar;
sem armas, em locais abertos ao público, indepen-
Súmula nº 63, STJ. São devidos direitos autorais pela re-
dentemente de autorização, desde que não frus- transmissão radiofônica de músicas em estabelecimentos
trem outra reunião anteriormente convocada para o comerciais.
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
autoridade competente;
a) a proteção às participações individuais em
XVII - é plena a liberdade de associação para
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Daniel RIBEIRO DEhumanas,
ANDRADE inclusive nas atividades desportivas;
XVIII - a criação de associaçõesdanielicoense@gmail.com
e, na forma da
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
lei, a de cooperativas independem de autorização,
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econômico das obras que criarem ou de que parti-
sendo vedada a interferência estatal em seu funci-
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respec-
onamento;
tivas representações sindicais e associativas;
XIX - as associações só poderão ser compul-
XXIX - a lei assegurará aos autores de inven-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
tos industriais privilégio temporário para sua utiliza-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no pri-
ção, bem como proteção às criações industriais, à
meiro caso, o trânsito em julgado;
propriedade das marcas, aos nomes de empresas
XX - ninguém poderá ser compelido a asso- e a outros signos distintivos, tendo em vista o inte-
ciar-se ou a permanecer associado; resse social e o desenvolvimento tecnológico e
XXI - as entidades associativas, quando ex- econômico do País;
pressamente autorizadas, têm legitimidade para re- XXX - é garantido o direito de herança;
presentar seus filiados judicial ou extrajudicial-
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si-
mente;
tuados no País será regulada pela lei brasileira em
Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segu- benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
rança coletivo por entidade de classe em favor dos associ-
ados independe da autorização destes. pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do "de cujus";
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
XXIII - a propriedade atenderá a sua função defesa do consumidor;
social;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para públicos informações de seu interesse particular,
desapropriação por necessidade ou utilidade pú- ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
blica, ou por interesse social, mediante justa e pré- das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
via indenização em dinheiro, ressalvados os casos ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
previstos nesta Constituição;

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à segurança da sociedade e do Estado; (Regula- XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten-
mento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) tatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Súmula Vinculante nº 14. É direito do defensor, no inte- XLII - a prática do racismo constitui crime ina-
resse do representado, ter acesso amplo aos elementos de fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclu-
prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento inves-
tigatório realizado por órgão com competência de polícia são, nos termos da lei;
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
XXXIV - são a todos assegurados, indepen- insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
dentemente do pagamento de taxas: tura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos
diondos, por eles respondendo os mandantes, os
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
executores e os que, podendo evitá-los, se omiti-
abuso de poder;
rem; (Regulamento)
Súmula nº 373, STJ. É ilegítima a exigência de depósito
prévio para admissibilidade de recurso administrativo. XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri-
tível a ação de grupos armados, civis ou militares,
b) a obtenção de certidões em repartições pú- contra a ordem constitucional e o Estado Democrá-
blicas, para defesa de direitos e esclarecimento de tico;
situações de interesse pessoal;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po- condenado, podendo a obrigação de reparar o
der Judiciário lesão ou ameaça a direito; dano e a decretação do perdimento de bens ser,
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adqui- nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
rido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; contra eles executadas, até o limite do valor do pa-
STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei,
trimônio transferido;
prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República,XLVI - a lei regulará a individualização da pena
não é invocável pela entidade estatal que aDaniel RIBEIRO
DE ANDRADE
tenha editado
e adotará, entre outras, as seguintes:
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XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exce- a) privação ou restrição da liberdade;
ção; 609.749.013-50
b) perda de bens;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri,
com a organização que lhe der a lei, assegurados: c) multa;
a) a plenitude de defesa; d) prestação social alternativa;
b) o sigilo das votações; e) suspensão ou interdição de direitos;
c) a soberania dos veredictos; XLVII - não haverá penas:
d) a competência para o julgamento dos crimes a) de morte, salvo em caso de guerra decla-
dolosos contra a vida; rada, nos termos do art. 84, XIX;
STF: Súmula Vinculante 45 - A competência constitucio- b) de caráter perpétuo;
nal do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerroga-
Súmula nº 527, STJ. O tempo de duração da medida de
tiva de função estabelecido exclusivamente pela Constitui-
segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena
ção estadual
abstratamente cominada ao delito praticado.
STF: Súmula 603 - A competência para o processo e jul-
gamento de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal c) de trabalhos forçados;
do Júri.
d) de banimento;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o e) cruéis;
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci-
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para be- mentos distintos, de acordo com a natureza do de-
neficiar o réu; lito, a idade e o sexo do apenado;
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanên- integridade física e moral;
cia.

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L - às presidiárias serão asseguradas condi- LIX - será admitida ação privada nos crimes de
ções para que possam permanecer com seus filhos ação pública, se esta não for intentada no prazo le-
durante o período de amamentação; gal;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
naturalizado, em caso de crime comum, praticado atos processuais quando a defesa da intimidade ou
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi- o interesse social o exigirem;
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas LXI - ninguém será preso senão em flagrante
afins, na forma da lei; delito ou por ordem escrita e fundamentada de au-
LII - não será concedida extradição de estran- toridade judiciária competente, salvo nos casos de
geiro por crime político ou de opinião; transgressão militar ou crime propriamente militar,
LIII - ninguém será processado nem sentenci- definidos em lei;
ado senão pela autoridade competente; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local
Súmula nº 704, STF. Não viola as garantias do juiz natural, onde se encontre serão comunicados imediata-
da ampla defesa e do devido processo legal a atração por mente ao juiz competente e à família do preso ou à
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por pessoa por ele indicada;
prerrogativa de função de um dos denunciados.
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
seus bens sem o devido processo legal; assegurada a assistência da família e de advo-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou ad- gado;
ministrativo, e aos acusados em geral são assegu- LXIV - o preso tem direito à identificação dos
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios responsáveis por sua prisão ou por seu interroga-
e recursos a ela inerentes; tório policial;
STF: Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição. xada
danielicoense@gmail.compela autoridade judiciária;
STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, 609.749.013-50
no in- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
teresse do representado, ter acesso amplo aos elementos mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
de prova que, já documentados em procedimento investi-
gatório realizado por órgão com competência de polícia ju-
com ou sem fiança;
diciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
STF: Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigên- a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
cia de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens inescusável de obrigação alimentícia e a do depo-
para admissibilidade de recurso administrativo.
sitário infiel;
STF: Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigên-
cia de depósito prévio como requisito de admissibilidade de STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil do de-
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de positário infiel, qualquer que seja a modalidade de depó-
crédito tributário sito.

LVI - são inadmissíveis, no processo, as pro- STJ: Súmula 419 - Descabe a prisão civil do depositário
infiel.
vas obtidas por meios ilícitos;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre
STJ: Não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos Envene-
nados quando a prova considerada como ilícita é indepen- que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
dente dos demais elementos de convicção coligidos nos violência ou coação em sua liberdade de locomo-
autos, bastantes para fundamentar a condenação. ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LVII - ninguém será considerado culpado até o STF: Súmula nº 693. Não cabe habeas corpus contra de-
trânsito em julgado de sentença penal condenató- cisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo
ria; em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja
a única cominada.
LVIII - o civilmente identificado não será sub- STF: Súmula nº 694. Não cabe habeas corpus contra a
metido a identificação criminal, salvo nas hipóteses imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de
previstas em lei; (Regulamento) patente ou de função pública.
STF: Súmula nº 695. Não cabe habeas corpus quando já
extinta a pena privativa de liberdade.

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LXIX - conceder-se-á mandado de segurança autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas ju-
para proteger direito líquido e certo, não amparado diciais e do ônus da sucumbência;
por habeas corpus ou habeas data, quando o res- LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au- integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no cia de recursos;
exercício de atribuições do Poder Público;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por
STF: Súmula nº 268. Não cabe mandado de segurança
contra decisão judicial com trânsito em julgado.
erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
STF: Súmula nº 266. Não cabe mandado de segurança
contra lei em tese. LXXVI - são gratuitos para os reconhecida-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode mente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844,
ser impetrado por: de 1989)

a) partido político com representação no Con- a) o registro civil de nascimento;


gresso Nacional; b) a certidão de óbito;
b) organização sindical, entidade de classe ou LXXVII - são gratuitas as ações de habeas cor-
associação legalmente constituída e em funciona- pus e habeas data, e, na forma da lei, os atos ne-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte- cessários ao exercício da cidadania.(Regulamento)
resses de seus membros ou associados; LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e adminis-
Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segu- trativo, são assegurados a razoável duração do
rança coletivo por entidade de classe em favor dos associ- processo e os meios que garantam a celeridade de
ados independe da autorização destes. •
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucio-
Súmula nº 630, STF. A entidade de classe tem legitimação
nal nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva ca-
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o di-
tegoria. Daniel RIBEIRO
DE ANDRADE
reito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
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LXXI - conceder-se-á mandado de injunção meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucio-
609.749.013-50
sempre que a falta de norma regulamentadora nal nº 115, de 2022)
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades § 1º As normas definidoras dos direitos e ga-
constitucionais e das prerrogativas inerentes à na- rantias fundamentais têm aplicação imediata.
cionalidade, à soberania e à cidadania;
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta
LXXII - conceder-se-á habeas data: Constituição não excluem outros decorrentes do re-
a) para assegurar o conhecimento de informa- gime e dos princípios por ela adotados, ou dos tra-
ções relativas à pessoa do impetrante, constantes tados internacionais em que a República Federa-
de registros ou bancos de dados de entidades go- tiva do Brasil seja parte.
vernamentais ou de caráter público; § 3º Os tratados e convenções internacionais
STJ: Súmula 2 - Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, sobre direitos humanos que forem aprovados, em
LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
parte da autoridade administrativa.
por três quintos dos votos dos respectivos mem-
b) para a retificação de dados, quando não se bros, serão equivalentes às emendas constitucio-
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou ad- nais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
ministrativo; de 2004) (Atos aprovados na forma deste pará-
Súmula nº 02, STJ. Não cabe o habeas data (CF, art. 5, grafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009,
LXXII, letra "a") se não houve RECUSA de informações por DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018) (Vide
parte da autoridade administrativa. ADIN 3392)
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribu-
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao nal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
patrimônio público ou de entidade de que o Estado festado adesão.
participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o

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CAPÍTULO II VII - garantia de salário, nunca inferior ao mí-
DOS DIREITOS SOCIAIS nimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na re-
muneração integral ou no valor da aposentadoria;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a sa-
úde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans- IX – remuneração do trabalho noturno superior
porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a à do diurno;
proteção à maternidade e à infância, a assistência STF: Súmula 213 - É devido o adicional de serviço noturno,
aos desamparados, na forma desta Constituição. ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação X - proteção do salário na forma da lei, consti-
de vulnerabilidade social terá direito a uma renda tuindo crime sua retenção dolosa;
básica familiar, garantida pelo poder público em XI – participação nos lucros, ou resultados,
programa permanente de transferência de renda, desvinculada da remuneração, e, excepcional-
cujas normas e requisitos de acesso serão determi- mente, participação na gestão da empresa, con-
nados em lei, observada a legislação fiscal e orça- forme definido em lei;
mentária (Incluído pela Emenda Constitucional nº
114, de 2021) XII - salário-família pago em razão do depen-
dente do trabalhador de baixa renda nos termos da
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urba- lei;
nos e rurais, além de outros que visem à melhoria
XIII - duração do trabalho normal não superior
de sua condição social:
a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
I - relação de emprego protegida contra despe- facultada a compensação de horários e a redução
dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
lei complementar, que preverá indenização com- de trabalho;
pensatória, dentre outros direitos;Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
XIV - jornada de seis horas para o trabalho re-
II - seguro-desemprego, em caso danielicoense@gmail.com
de desem- alizado em turnos ininterruptos de revezamento,
prego involuntário; 609.749.013-50
salvo negociação coletiva;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; Súmula nº 675, STF. Os intervalos fixados para descanso
e alimentação durante a jornada de seis horas não desca-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacional- racterizam o sistema de turnos ininterruptos de reveza-
mente unificado, capaz de atender a suas necessi- mento para o efeito do art. 7º, XIV da Constituição.
dades vitais básicas e às de sua família com mora-
XV - repouso semanal remunerado, preferen-
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuá-
cialmente aos domingos;
rio, higiene, transporte e previdência social, com re-
ajustes periódicos que lhe preservem o poder aqui- XVI - remuneração do serviço extraordinário
sitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
fim; normal;
STF: Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o es- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com,
tabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo pelo menos, um terço a mais do que o salário nor-
para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
mal;
Súmula Vinculante nº 04. SALVO nos casos previsto na
Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do em-
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor pú- prego e do salário, com a duração de cento e vinte
blico ou de empregado, nem ser substituído por decisão dias;
judicial.
STF: Os prazos da licença-gestante não poderão ser supe-
Súmula Vinculante nº 15. O cálculo de gratificações e ou-
riores aos prazos da licença-adotante.
tras vantagens do servidor público não incide sobre o
abono utilizado para se atingir o salário-mínimo. XIX - licença-paternidade, nos termos fixados
V - piso salarial proporcional à extensão e à em lei;
complexidade do trabalho; XX - proteção do mercado de trabalho da mu-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto lher, mediante incentivos específicos, nos termos
em convenção ou acordo coletivo; da lei;

7
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha-
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos dor com vínculo empregatício permanente e o tra-
da lei; balhador avulso.
XXII - redução dos riscos inerentes ao traba- Parágrafo único. São assegurados à categoria
lho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
rança; nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
XXIII - adicional de remuneração para as ativi- XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
dades penosas, insalubres ou perigosas, na forma XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
da lei; lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, de-
XXIV - aposentadoria; correntes da relação de trabalho e suas peculiari-
XXV - assistência gratuita aos filhos e depen- dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
idade em creches e pré-escolas; social.
XXVI - reconhecimento das convenções e Art. 8º É livre a associação profissional ou
acordos coletivos de trabalho; sindical, observado o seguinte:
XXVII - proteção em face da automação, na Súmula nº 677, STF. Até que lei venha a dispor a respeito,
forma da lei; incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das
entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a unicidade.
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
culpa;
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes
Daniel RIBEIRO DE interferência
ANDRADE e a intervenção na organização sindi-
das relações de trabalho, com prazo prescricional cal;
danielicoense@gmail.com
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e ru-
II - é vedada a criação de mais de uma organi-
609.749.013-50
rais, até o limite de dois anos após a extinção do
zação sindical, em qualquer grau, representativa de
contrato de trabalho;
categoria profissional ou econômica, na mesma
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda base territorial, que será definida pelos trabalhado-
Constitucional nº 28, de 2000) res ou empregadores interessados, não podendo
b) (Revogada). ser inferior à área de um Município;

XXX - proibição de diferença de salários, de III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
exercício de funções e de critério de admissão por interesses coletivos ou individuais da categoria, in-
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; clusive em questões judiciais ou administrativas;
Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em STF: O sindicato atua como substituto processual, não ha-
concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da vendo necessidade de prévia autorização dos trabalhado-
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza res.
das atribuições do cargo a ser preenchido. IV - a assembleia geral fixará a contribuição
XXXI - proibição de qualquer discriminação no que, em se tratando de categoria profissional, será
tocante a salário e critérios de admissão do traba- descontada em folha, para custeio do sistema con-
lhador portador de deficiência; federativo da representação sindical respectiva, in-
dependentemente da contribuição prevista em lei;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho
manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- Súmula Vinculante nº 40. A contribuição confederativa de
que trata o art. 8º, IV da Constituição, só é exigível dos fili-
nais respectivos;
ados ao sindicato respectivo.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, peri-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-
goso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
ter-se filiado a sindicato;
quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos
nas negociações coletivas de trabalho;

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VII - o aposentado filiado tem direito a votar e a) os nascidos na República Federativa do
ser votado nas organizações sindicais; Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
VIII - é vedada a dispensa do empregado sin- estes não estejam a serviço de seu país;
dicalizado a partir do registro da candidatura a b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
cargo de direção ou representação sindical e, se ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final a serviço da República Federativa do Brasil;
do mandato, salvo se cometer falta grave nos ter- c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
mos da lei. ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
STF: A garantia constitucional assegurada ao empregado em repartição brasileira competente ou venham a
enquanto no cumprimento de mandato sindical não se des- residir na República Federativa do Brasil e optem,
tina a ele propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à
representação sindical de que se investe, que deixa de em qualquer tempo, depois de atingida a maiori-
existir, entretanto, se extinta a empresa empregadora. dade, pela nacionalidade brasileira;
Parágrafo único. As disposições deste artigo II - naturalizados:
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de a) os que, na forma da lei, adquiram a nacio-
colônias de pescadores, atendidas as condições nalidade brasileira, exigidas aos originários de paí-
que a lei estabelecer. ses de língua portuguesa apenas residência por um
Art. 9º É assegurado o direito de greve, com- ano ininterrupto e idoneidade moral;
petindo aos trabalhadores decidir sobre a oportuni- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
dade de exercê-lo e sobre os interesses que devam residentes na República Federativa do Brasil há
por meio dele defender. mais de quinze anos ininterruptos e sem condena-
STF: Não constitui falta grave a entrada do empregado em ção penal, desde que requeiram a nacionalidade
greve, desde que não se trate de movimento condenado brasileira.
pela Justiça do Trabalho e desde que o comportamento
seja pacífico no pertinente Daniel RIBEIRO § 1º Aos portugueses com residência perma-
DE ANDRADE
nente
danielicoense@gmail.com no País, se houver reciprocidade em favor de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades es- brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
senciais e disporá sobre o atendimento das609.749.013-50
neces- brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
sidades inadiáveis da comunidade. ção.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os respon- § 2º A lei não poderá estabelecer distinção en-
sáveis às penas da lei. tre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos ca-
Art. 10. É assegurada a participação dos tra- sos previstos nesta Constituição.
balhadores e empregadores nos colegiados dos ór- § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
gãos públicos em que seus interesses profissionais
I - de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
ou previdenciários sejam objeto de discussão e de-
blica;
liberação.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
empregados, é assegurada a eleição de um repre- III - de Presidente do Senado Federal;
sentante destes com a finalidade exclusiva de pro- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
mover-lhes o entendimento direto com os empre- V - da carreira diplomática;
gadores.
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
CAPÍTULO III
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade
DA NACIONALIDADE
do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sen-
Art. 12. São brasileiros:
tença judicial, em virtude de fraude relacionada ao
I - natos: processo de naturalização ou de atentado contra a
ordem constitucional e o Estado

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Democrático; (Redação dada pela Emenda Cons- § 3º São condições de elegibilidade, na forma
titucional nº 131, de 2023) da lei:
II - fizer pedido expresso de perda da naciona- I - a nacionalidade brasileira;
lidade brasileira perante autoridade brasileira com- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
petente, ressalvadas situações que acarretem apa-
tridia. (Redação dada pela Emenda Constitucional III - o alistamento eleitoral;
nº 131, de 2023) IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
a) revogada; (Redação dada pela Emenda V - a filiação partidária; Regulamento
Constitucional nº 131, de 2023) VI - a idade mínima de:
b) revogada. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 131, de 2023) a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador;
§ 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos
do inciso II do § 4º deste artigo, não impede o inte- b) trinta anos para Governador e Vice-Gover-
ressado de readquirir sua nacionalidade brasileira nador de Estado e do Distrito Federal;
originária, nos termos da lei. (Incluído pela c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
Emenda Constitucional nº 131, de 2023) putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma ofi- e juiz de paz;
cial da República Federativa do Brasil. d) dezoito anos para Vereador.
§ 1º São símbolos da República Federativa do § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfa-
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacio- betos.
nais.
§ 5º O Presidente da República, os Governa-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni- dores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
cípios poderão ter símbolos próprios.Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e quem os houver sucedido, ou substituído no
danielicoense@gmail.com
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.
609.749.013-50
CAPÍTULO IV
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Pre-
DOS DIREITOS POLÍTICOS
sidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renun-
Art. 14. A soberania popular será exercida ciar aos respectivos mandatos até seis meses an-
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, tes do pleito.
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição
mediante: do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
I - plebiscito; ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou
II - referendo;
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
III - iniciativa popular. quem os haja substituído dentro dos seis meses
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito
anos; STF: Súmula vinculante 18 - A dissolução da sociedade
ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
II - facultativos para: inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição
Federal
a) os analfabetos;
Súmula nº 06, TSE. São inelegíveis para o cargo de chefe
b) os maiores de setenta anos; do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no § 7º do
art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato,
c) os maiores de dezesseis e menores de de- SALVO se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou
zoito anos. se afastado definitivamente do cargo até seis meses antes
do pleito.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os A Súmula Vinculante nº 18 do STF não se aplica aos ca-
estrangeiros e, durante o período do serviço militar sos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos
obrigatório, os conscritos. cônjuges.

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§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as III - condenação criminal transitada em julgado,
seguintes condições: enquanto durarem seus efeitos;
I - se contar menos de dez anos de serviço, IV - recusa de cumprir obrigação a todos im-
deverá afastar-se da atividade; posta ou prestação alternativa, nos termos do art.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será 5º, VIII;
agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas- V - improbidade administrativa, nos termos do
sará automaticamente, no ato da diplomação, para art. 37, § 4º.
a inatividade.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros ca- entrará em vigor na data de sua publicação, não se
sos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
a fim de proteger a probidade administrativa, a mo- de sua vigência.
ralidade para exercício de mandato considerada
STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos po-
vida pregressa do candidato, e a normalidade e le- liciais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
gitimidade das eleições contra a influência do poder
STJ: Súmula 280 - O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de
econômico ou o abuso do exercício de função, 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado
cargo ou emprego na administração direta ou indi- pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal
reta. de 1988.
STJ: Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a inde-
Súmula nº 13, TSE. Não é autoaplicável o § 9º do art. 14
nização pela publicação não autorizada da imagem de pes-
da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional
soa com fins econômicos ou comerciais.
de Revisão nº 4/1994.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado


ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias CAPÍTULO V
contados da diplomação, instruída a ação com pro- DOS PARTIDOS POLÍTICOS
vas de abuso do poder econômico, Daniel RIBEIRO
corrupção ou DE ANDRADE
fraude. danielicoense@gmail.com
§ 11. A ação de impugnação de mandato 609.749.013-50
tra- Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação
mitará em segredo de justiça, respondendo o autor, e extinção de partidos políticos, resguardados a so-
na forma da lei, se temerária ou de manifesta má- berania nacional, o regime democrático, o pluripar-
fé. tidarismo, os direitos fundamentais da pessoa hu-
mana e observados os seguintes preceitos:
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às
eleições municipais as consultas populares sobre I - caráter nacional;
questões locais aprovadas pelas Câmaras Munici- II - proibição de recebimento de recursos finan-
pais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (no- ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
venta) dias antes da data das eleições, observados subordinação a estes;
os limites operacionais relativos ao número de que-
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
sitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111,
de 2021) IV - funcionamento parlamentar de acordo com
a lei.
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias
às questões submetidas às consultas populares § 1º É assegurada aos partidos políticos auto-
nos termos do § 12 ocorrerão durante as campa- nomia para definir sua estrutura interna e estabele-
nhas eleitorais, sem a utilização de propaganda cer regras sobre escolha, formação e duração de
gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
Emenda Constitucional nº 111, de 2021) organização e funcionamento e para adotar os cri-
térios de escolha e o regime de suas coligações
Art. 15. É vedada a cassação de direitos po- nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração
líticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca- nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade
sos de: de vinculação entre as candidaturas em âmbito na-
I - cancelamento da naturalização por sen- cional, estadual, distrital ou municipal, devendo
tença transitada em julgado; seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.
II - incapacidade civil absoluta;

11
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem per- candidatas, e a distribuição deverá ser realizada
sonalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão conforme critérios definidos pelos respectivos ór-
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. gãos de direção e pelas normas estatutárias, con-
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo siderados a autonomia e o interesse partidário. (In-
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, cluído pela Emenda Constitucional nº 117, de
na forma da lei, os partidos políticos que alternati- 2022)
vamente:
TÍTULO III
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos vo-
tos válidos, distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação, com um mínimo de CAPÍTULO I
2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma DA ORGANIZAÇÃO
delas; ou POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputa-
dos Federais distribuídos em pelo menos um terço Art. 18. A organização político-administrativa
das unidades da Federação. da República Federativa do Brasil compreende a
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políti- União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
cos de organização paramilitar. pios, todos autônomos, nos termos desta Constitui-
ção.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os
requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegu- § 1º Brasília é a Capital Federal.
rado o mandato e facultada a filiação, sem perda § 2º Os Territórios Federais integram a União,
do mandato, a outro partido que os tenha atingido, e sua criação, transformação em Estado ou reinte-
não sendo essa filiação considerada para fins de gração ao Estado de origem serão reguladas em lei
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
distribuição dos recursos do fundo partidário e de complementar.
acesso gratuito ao tempo de rádio e dedanielicoense@gmail.com
televisão.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si,
609.749.013-50
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Es- subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
taduais, os Deputados Distritais e os Vereadores a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
que se desligarem do partido pelo qual tenham sido Federais, mediante aprovação da população dire-
eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de tamente interessada, através de plebiscito, e do
anuência do partido ou de outras hipóteses de justa Congresso Nacional, por lei complementar.
causa estabelecidas em lei, não computada, em § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o des-
qualquer caso, a migração de partido para fins de membramento de Municípios, far-se-ão por lei es-
distribuição de recursos do fundo partidário ou de tadual, dentro do período determinado por Lei
outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rá- Complementar Federal, e dependerão de consulta
dio e à televisão. (Incluído pela Emenda Constituci- prévia, mediante plebiscito, às populações dos Mu-
onal nº 111, de 2021) nicípios envolvidos, após divulgação dos Estudos
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mí- de Viabilidade Municipal, apresentados e publica-
nimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo dos na forma da lei.
partidário na criação e na manutenção de progra- Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao
mas de promoção e difusão da participação política
Distrito Federal e aos Municípios:
das mulheres, de acordo com os interesses intra-
partidários. (Incluído pela Emenda Constitucional I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, sub-
nº 117, de 2022) vencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações
§ 8º O montante do Fundo Especial de Finan-
de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
ciamento de Campanha e da parcela do fundo par- da lei, a colaboração de interesse público;
tidário destinada a campanhas eleitorais, bem
como o tempo de propaganda gratuita no rádio e II - recusar fé aos documentos públicos;
na televisão a ser distribuído pelos partidos às res- III - criar distinções entre brasileiros ou prefe-
pectivas candidatas, deverão ser de no mínimo rências entre si.
30% (trinta por cento), proporcional ao número de

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CAPÍTULO II Art. 21. Compete à União:
DA UNIÃO I - manter relações com Estados estrangeiros
e participar de organizações internacionais;
Art. 20. São bens da União: II - declarar a guerra e celebrar a paz;
I - os que atualmente lhe pertencem e os que III - assegurar a defesa nacional;
lhe vierem a ser atribuídos; IV - permitir, nos casos previstos em lei com-
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa plementar, que forças estrangeiras transitem pelo
das fronteiras, das fortificações e construções mili- território nacional ou nele permaneçam temporaria-
tares, das vias federais de comunicação e à preser- mente;
vação ambiental, definidas em lei; STF: É inconstitucional lei estadual que autoriza a utiliza-
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de ção de armas de fogo apreendidas pelas polícias civil e mi-
litar, pois a competência exclusiva da União para legislar
água em terrenos de seu domínio, ou que banhem sobre material bélico, complementada pela competência
mais de um Estado, sirvam de limites com outros para autorizar e fiscalizar a produção de material bélico,
países, ou se estendam a território estrangeiro ou abrange a disciplina sobre a destinação de armas apreen-
dele provenham, bem como os terrenos marginais didas e em situação irregular.
e as praias fluviais; V - decretar o estado de sítio, o estado de de-
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limí- fesa e a intervenção federal;
trofes com outros países; as praias marítimas; as VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comér-
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, cio de material bélico;
as que contenham a sede de Municípios, exceto
VII - emitir moeda;
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a uni-
dade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; VIII - administrar as reservas cambiais do País
e fiscalizar as operações de natureza financeira,
V - os recursos naturais da Daniel
plataforma conti- DE ANDRADE
RIBEIRO especialmente as de crédito, câmbio e capitaliza-
nental e da zona econômica exclusiva;
danielicoense@gmail.com
ção, bem como as de seguros e de previdência pri-
VI - o mar territorial; 609.749.013-50
vada;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; STF: É inconstitucional lei estadual que estabeleça a
obrigatoriedade de utilização, pelas agências bancárias, de
VIII - os potenciais de energia hidráulica; equipamento que atesta a autenticidade de cédulas.
IX - os recursos minerais, inclusive os do sub-
IX - elaborar e executar planos nacionais e re-
solo;
gionais de ordenação do território e de desenvolvi-
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sí- mento econômico e social;
tios arqueológicos e pré-históricos;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos nacional;
índios.
XI - explorar, diretamente ou mediante autori-
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, zação, concessão ou permissão, os serviços de te-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a lecomunicações, nos termos da lei, que disporá so-
participação no resultado da exploração de petró- bre a organização dos serviços, a criação de um
leo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de órgão regulador e outros aspectos institucionais;
geração de energia elétrica e de outros recursos
STF: É inconstitucional lei estadual que obriga empresas
minerais no respectivo território, plataforma conti- de telefonia móvel a instalarem equipamentos de bloqueio
nental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, do serviço de celular em presídio.
ou compensação financeira por essa exploração. STF: É inconstitucional lei estadual ou distrital que proíba
as empresas de telecomunicações de cobrarem taxas para
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilôme-
a instalação do segundo ponto de acesso à internet.
tros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada XII - explorar, diretamente ou mediante autori-
fundamental para defesa do território nacional, e zação, concessão ou permissão:
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. a) os serviços de radiodifusão sonora, e de
sons e imagens;

13
b) os serviços e instalações de energia elétrica e reprocessamento, a industrialização e o comércio
e o aproveitamento energético dos cursos de água, de minérios nucleares e seus derivados, atendidos
em articulação com os Estados onde se situam os os seguintes princípios e condições:
potenciais hidroenergéticos; a) toda atividade nuclear em território nacional
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra- somente será admitida para fins pacíficos e medi-
estrutura aeroportuária; ante aprovação do Congresso Nacional;
d) os serviços de transporte ferroviário e aqua- b) sob regime de permissão, são autorizadas a
viário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, comercialização e a utilização de radioisótopos
ou que transponham os limites de Estado ou Terri- para pesquisa e uso agrícolas e industriais; (Reda-
tório; ção dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
e) os serviços de transporte rodoviário interes- 2022)
tadual e internacional de passageiros; c) sob regime de permissão, são autorizadas a
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; produção, a comercialização e a utilização de ra-
dioisótopos para pesquisa e uso médicos; (Reda-
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o ção dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
Ministério Público do Distrito Federal e dos Territó- 2022)
rios e a Defensoria Pública dos Territórios;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia independe da existência de culpa;
penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros mili-
tar do Distrito Federal, bem como prestar assistên- XXIV - organizar, manter e executar a inspeção
cia financeira ao Distrito Federal para a execução do trabalho;
de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XXV - estabelecer as áreas e as condições
STF: Súmula vinculante 39 – Compete privativamente à para o exercício da atividade de garimpagem, em
União legislar sobre vencimentos dos membros das polí- forma associativa.
Daniel
cias civil e militar e do corpo de bombeiros militar RIBEIRO DE ANDRADE
do Distrito
Federal. XXVI - organizar
danielicoense@gmail.com e fiscalizar a proteção e o tra-
tamento de dados pessoais, nos termos da lei. (In-
XV - organizar e manter os serviços oficiais609.749.013-50
de cluído pela Emenda Constitucional nº 115, de
estatística, geografia, geologia e cartografia de âm- 2022)
bito nacional;
Art. 22. Compete privativamente à União le-
XVI - exercer a classificação, para efeito indi-
gislar sobre:
cativo, de diversões públicas e de programas de rá-
dio e televisão; I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
XVII - conceder anistia;
do trabalho;
XVIII - planejar e promover a defesa perma-
STF: Súmula vinculante 46 - A definição dos crimes de
nente contra as calamidades públicas, especial- responsabilidade e o estabelecimento das respectivas nor-
mente as secas e as inundações; mas de processo e julgamento são da competência legis-
lativa privativa da união.
XIX - instituir sistema nacional de gerencia-
mento de recursos hídricos e definir critérios de ou- II - desapropriação;
torga de direitos de seu uso; III - requisições civis e militares, em caso de
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento iminente perigo e em tempo de guerra;
urbano, inclusive habitação, saneamento básico e IV - águas, energia, informática, telecomunica-
transportes urbanos; ções e radiodifusão;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o V - serviço postal;
sistema nacional de viação;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e
XXII - executar os serviços de polícia marítima, garantias dos metais;
aeroportuária e de fronteiras;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e
XXIII - explorar os serviços e instalações nu- transferência de valores;
cleares de qualquer natureza e exercer monopólio
VIII - comércio exterior e interestadual;
estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento

14
IX - diretrizes da política nacional de transpor- XXIX - propaganda comercial.
tes; XXX - proteção e tratamento de dados pesso-
X - regime dos portos, navegação lacustre, flu- ais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115,
vial, marítima, aérea e aeroespacial; de 2022)
XI - trânsito e transporte; STF: Súmula Vinculante 39 - Compete privativamente à
União legislar sobre vencimentos dos membros das polí-
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e cias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito
metalurgia; Federal.
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; STF: Súmula 647 - Compete privativamente à União legis-
lar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e mi-
XIV - populações indígenas; litar do Distrito Federal.
XV - emigração e imigração, entrada, extradi- STJ: Súmula 19 - A fixação do horário bancário, para
ção e expulsão de estrangeiros; atendimento ao público, é da competência da União.

XVI - organização do sistema nacional de em- Parágrafo único. Lei complementar poderá au-
prego e condições para o exercício de profissões; torizar os Estados a legislar sobre questões espe-
cíficas das matérias relacionadas neste artigo.
XVII - organização judiciária, do Ministério Pú-
blico do Distrito Federal e dos Territórios e da De- Art. 23. É competência comum da União, dos
fensoria Pública dos Territórios, bem como organi- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
zação administrativa destes; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico das instituições democráticas e conservar o patri-
e de geologia nacionais; mônio público;
XIX - sistemas de poupança, captação e ga- II - cuidar da saúde e assistência pública, da
rantia da poupança popular; proteção e garantia das pessoas portadoras de de-
XX - sistemas de consórcios Daniel RIBEIRO DEficiência;
e sorteios; ANDRADE
danielicoense@gmail.com
STF: Súmula Vinculante 2 - É inconstitucional a lei ou III - proteger os documentos, as obras e outros
609.749.013-50 de valor histórico, artístico e cultural, os mo-
ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sis-
temas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
bens
numentos, as paisagens naturais notáveis e os sí-
XXI - normas gerais de organização, efetivos, tios arqueológicos;
material bélico, garantias, convocação, mobiliza- IV - impedir a evasão, a destruição e a desca-
ção, inatividades e pensões das polícias militares e racterização de obras de arte e de outros bens de
dos corpos de bombeiros militares; valor histórico, artístico ou cultural;
XXII - competência da polícia federal e das po- V - proporcionar os meios de acesso à cultura,
lícias rodoviária e ferroviária federais; à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
XXIII - seguridade social; inovação;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacio- VI - proteger o meio ambiente e combater a po-
nal; luição em qualquer de suas formas;
XXV - registros públicos; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natu- VIII - fomentar a produção agropecuária e or-
reza; ganizar o abastecimento alimentar;
XXVII – normas gerais de licitação e contrata- IX - promover programas de construção de mo-
ção, em todas as modalidades, para as administra- radias e a melhoria das condições habitacionais e
ções públicas diretas, autárquicas e fundacionais de saneamento básico;
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, X - combater as causas da pobreza e os fato-
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as em- res de marginalização, promovendo a integração
presas públicas e sociedades de economia mista, social dos setores desfavorecidos;
nos termos do art. 173, § 1°, III;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as con-
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, cessões de direitos de pesquisa e exploração de
defesa marítima, defesa civil e mobilização nacio- recursos hídricos e minerais em seus territórios;
nal;

15
XII - estabelecer e implantar política de educa- § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais,
ção para a segurança do trânsito. os Estados exercerão a competência legislativa
Parágrafo único. Leis complementares fixarão plena, para atender a suas peculiaridades.
normas para a cooperação entre a União e os Es- § 4º A superveniência de lei federal sobre nor-
tados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em mas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es- que lhe for contrário.
tar em âmbito nacional.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
CAPÍTULO III
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
DOS ESTADOS FEDERADOS
I - direito tributário, financeiro, penitenciário,
econômico e urbanístico;
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-
II - orçamento; se pelas Constituições e leis que adotarem, obser-
III - juntas comerciais; vados os princípios desta Constituição.
IV - custas dos serviços forenses; § 1º São reservadas aos Estados as compe-
V - produção e consumo; tências que não lhes sejam vedadas por esta Cons-
tituição.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação
da natureza, defesa do solo e dos recursos natu- § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente,
rais, proteção do meio ambiente e controle da po- ou mediante concessão, os serviços locais de gás
luição; canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação.
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural,
artístico, turístico e paisagístico; § 3º Os Estados poderão, mediante lei comple-
mentar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
VIII - responsabilidade por danoDaniel
ao meio RIBEIRO
ambi- DE
çõesANDRADE
urbanas e microrregiões, constituídas por
ente, ao consumidor, a bens e direitos de valor ar-
agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
danielicoense@gmail.com
tístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
grar a organização, o planejamento e a execução
609.749.013-50
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciên- de funções públicas de interesse comum.
cia, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inova-
ção; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Esta-
dos:
X - criação, funcionamento e processo do jui-
zado de pequenas causas; I - as águas superficiais ou subterrâneas, flu-
entes, emergentes e em depósito, ressalvadas,
XI - procedimentos em matéria processual; neste caso, na forma da lei, as decorrentes de
XII - previdência social, proteção e defesa da obras da União;
saúde; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras,
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
XIV - proteção e integração social das pessoas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
portadoras de deficiência; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencen-
XV - proteção à infância e à juventude; tes à União;
XVI - organização, garantias, direitos e deve- IV - as terras devolutas não compreendidas en-
res das polícias civis. tre as da União.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a Art. 27. O número de Deputados à Assem-
competência da União limitar-se-á a estabelecer bleia Legislativa corresponderá ao triplo da repre-
normas gerais. sentação do Estado na Câmara dos Deputados e,
§ 2º A competência da União para legislar so- atingido o número de trinta e seis, será acrescido
bre normas gerais não exclui a competência suple- de tantos quantos forem os Deputados Federais
mentar dos Estados. acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos De-
putados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral,

16
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda mediante pleito direto e simultâneo realizado em
de mandato, licença, impedimentos e incorporação todo o País;
às Forças Armadas. II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito reali-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será zada no primeiro domingo de outubro do ano ante-
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legisla- rior ao término do mandato dos que devam suce-
tiva, na razão de, no máximo, setenta e cinco por der, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu-
cento daquele estabelecido, em espécie, para os nicípios com mais de duzentos mil eleitores;
Deputados Federais, observado o que dispõem os III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia
arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
I.
IV - para a composição das Câmaras Munici-
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dis- pais, será observado o limite máximo de:
por sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os res- a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até
pectivos cargos. 15.000 (quinze mil) habitantes;

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de


processo legislativo estadual. mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes;
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com
Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até
anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outu- 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
bro, em primeiro turno, e no último domingo de ou-
tubro, em segundo turno, se houver, do ano ante- d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de
rior ao do término do mandato de seus antecesso- mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até
res, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano sub- 80.000 (oitenta mil) habitantes;
sequente, observado, quanto aoDaniel
mais, o RIBEIRO
disposto DE ANDRADE
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios
no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até
danielicoense@gmail.com
Emenda Constitucional nº 111, de 2021) 609.749.013-50 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;
§ 1º Perderá o mandato o Governador que as- f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios
sumir outro cargo ou função na administração pú- de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e
blica direta ou indireta, ressalvada a posse em vir- de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
tude de concurso público e observado o disposto g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios
no art. 38, I, IV e V. de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitan-
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Go- tes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
vernador e dos Secretários de Estado serão fixados h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, ob- de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de
servado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitan-
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. tes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municí-
CAPÍTULO IV pios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta
DOS MUNICÍPIOS mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil)
habitantes;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgâ- j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios
nica, votada em dois turnos, com o interstício mí- de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e
nimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitan-
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, tes;
atendidos os princípios estabelecidos nesta Cons- k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municí-
tituição, na Constituição do respectivo Estado e os pios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta
seguintes preceitos: mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil)
habitantes;
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios
Vereadores, para mandato de quatro anos, de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e

17
de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habi- V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e
tantes; dos Secretários Municipais fixados por lei de inicia-
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municí- tiva da Câmara Municipal, observado o que dis-
pios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta põem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du- § 2º, I;
zentos mil) habitantes; VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pe-
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municí- las respectivas Câmaras Municipais em cada legis-
pios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos latura para a subsequente, observado o que dispõe
mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e tre- esta Constituição, observados os critérios estabe-
zentos e cinquenta mil) habitantes; lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes
limites máximos:
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municí-
pios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cin- a) em Municípios de até dez mil habitantes, o
quenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um mi- subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
lhão e quinhentos mil) habitantes; vinte por cento do subsídio dos Deputados Estadu-
ais;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municí-
pios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta
mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oi- mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
tocentos mil) habitantes; corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municí-
pios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem
mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
quatrocentos mil) habitantes; corresponderá a quarenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Muni-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
cípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e qua- d) em Municípios de cem mil e um a trezentos
danielicoense@gmail.com
trocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
milhões) de habitantes; corresponderá
609.749.013-50 a cinquenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Mu-
nicípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de ha- e) em Municípios de trezentos mil e um a qui-
bitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de ha- nhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Ve-
bitantes; readores corresponderá a sessenta por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de f) em Municípios de mais de quinhentos mil ha-
habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores cor-
habitantes; responderá a setenta e cinco por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de ha- VII - o total da despesa com a remuneração
bitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habi- dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante
tantes; de cinco por cento da receita do Município;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Muni- opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
cípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de ha- e na circunscrição do Município;
bitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habi- IX - proibições e incompatibilidades, no exercí-
tantes; cio da vereança, similares, no que couber, ao dis-
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Mu- posto nesta Constituição para os membros do Con-
nicípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de ha- gresso Nacional e na Constituição do respectivo
bitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habi- Estado para os membros da Assembleia Legisla-
tantes; e tiva;
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Mu- X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal
nicípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de ha- de Justiça;
bitantes;

18
XI - organização das funções legislativas e fis- § 3º Constitui crime de responsabilidade do
calizadoras da Câmara Municipal; Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao
XII - cooperação das associações representa- § 1o deste artigo.
tivas no planejamento municipal; Art. 30. Compete aos Municípios:
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de in- I - legislar sobre assuntos de interesse local;
teresse específico do Município, da cidade ou de
II - suplementar a legislação federal e a esta-
bairros, através de manifestação de, pelo menos,
dual no que couber;
cinco por cento do eleitorado;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua com-
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos ter-
petência, bem como aplicar suas rendas, sem pre-
mos do art. 28, parágrafo único.
juízo da obrigatoriedade de prestar contas e publi-
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Le- car balancetes nos prazos fixados em lei;
gislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Ve- IV - criar, organizar e suprimir distritos, obser-
readores e excluídos os gastos com inativos, não vada a legislação estadual;
poderá ultrapassar os seguintes percentuais, rela-
tivos ao somatório da receita tributária e das trans- V - organizar e prestar, diretamente ou sob re-
ferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. gime de concessão ou permissão, os serviços pú-
158 e 159, efetivamente realizado no exercício an- blicos de interesse local, incluído o de transporte
terior: coletivo, que tem caráter essencial;

I - 7% (sete por cento) para Municípios com po- VI - manter, com a cooperação técnica e finan-
pulação de até 100.000 (cem mil) habitantes; ceira da União e do Estado, programas de educa-
ção infantil e de ensino fundamental;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com
população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (tre- VII - prestar, com a cooperação técnica e finan-
zentos mil) habitantes; ceira da União e do Estado, serviços de atendi-
Daniel RIBEIRO DEmento
ANDRADE à saúde da população;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com
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população entre 300.001 (trezentos mil e609.749.013-50
um) e VIII - promover, no que couber, adequado or-
500.000 (quinhentos mil) habitantes; denamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por do solo urbano;
cento) para Municípios com população entre
500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três mi- IX - promover a proteção do patrimônio histó-
lhões) de habitantes; rico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com
STF: Súmula vinculante 49 - Ofende o princípio da
população entre 3.000.001 (três milhões e um) e livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área.
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por
cento) para Municípios com população acima de STF: Súmula 419 - Os municípios têm competência para
regular o horário do comércio local, desde que não infrin-
8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. jam leis estaduais ou federais válidas.
§ 1 º A Câmara Municipal não gastará mais de STF: Súmula 614 - Somente o Procurador-Geral da Justiça
setenta por cento de sua receita com folha de pa- tem legitimidade para propor ação direta interventiva por
gamento, incluído o gasto com o subsídio de seus inconstitucionalidade de Lei Municipal.
Vereadores. STF: Súmula 645 - É competente o Município para fixar o
horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
§ 2 º Constitui crime de responsabilidade do
STF: Súmula 646 - Ofende o princípio da livre concorrência
Prefeito Municipal: lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos
I - efetuar repasse que supere os limites defini- comerciais do mesmo ramo em determinada área.
dos neste artigo; STF: O município é competente para, dispondo sobre
segurança de sua população, impor a estabelecimentos
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada bancários a obrigação de instalarem portas eletrônicas,
mês; ou como detector de metais, travamento e retorno automático
e vidros à prova de balas.
III - enviá-lo a menor em relação à proporção
fixada na Lei Orçamentária.

19
Art. 31. A fiscalização do Município será exer- polícia penal, da polícia militar e do corpo de bom-
cida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante beiros militar.
controle externo, e pelos sistemas de controle in- STF: Súmula 642 – Não cabe ação direta de
terno do Poder Executivo Municipal, na forma da inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.
lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal
será exercido com o auxílio dos Tribunais de Con- SEÇÃO II
tas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos DOS TERRITÓRIOS
ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde hou-
ver. Art. 33. A lei disporá sobre a organização ad-
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão com- ministrativa e judiciária dos Territórios.
petente sobre as contas que o Prefeito deve anual- § 1º Os Territórios poderão ser divididos em
mente prestar, só deixará de prevalecer por deci- Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
são de dois terços dos membros da Câmara Muni- disposto no Capítulo IV deste Título.
cipal.
§ 2º As contas do Governo do Território serão
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
sessenta dias, anualmente, à disposição de qual- prévio do Tribunal de Contas da União.
quer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
mil habitantes, além do Governador nomeado na
da lei.
forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conse- de primeira e segunda instância, membros do Mi-
lhos ou órgãos de Contas Municipais. nistério Público e defensores públicos federais; a lei
disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial
Daniel RIBEIRO DE
e suaANDRADE
competência deliberativa.
CAPÍTULO V
danielicoense@gmail.com
DO DISTRITO FEDERAL E DOS
609.749.013-50
TERRITÓRIOS CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DO DISTRITO FEDERAL SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divi-
são em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, vo- Art. 37. A administração pública direta e indi-
tada em dois turnos com interstício mínimo de dez reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legis- dos, do Distrito Federal e dos Municípios obede-
lativa, que a promulgará, atendidos os princípios cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
estabelecidos nesta Constituição. moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as com- seguinte:
petências legislativas reservadas aos Estados e I - os cargos, empregos e funções públicas são
Municípios. acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Gover- sitos estabelecidos em lei, assim como aos estran-
nador, observadas as regras do art. 77, e dos De- geiros, na forma da lei;
putados Distritais coincidirá com a dos Governado- II - a investidura em cargo ou emprego público
res e Deputados Estaduais, para mandato de igual depende de aprovação prévia em concurso público
duração. de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Le- natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
gislativa aplica-se o disposto no art. 27. na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo ções para cargo em comissão declarado em lei de
Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da livre nomeação e exoneração;

20
STF: Súmula 683 - O limite de idade para a inscrição em IX - a lei estabelecerá os casos de contratação
concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da por tempo determinado para atender a necessi-
CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribui-
ções do cargo a ser preenchido. dade temporária de excepcional interesse público;
STF: Súmula 684 - É inconstitucional o veto não motivado X - a remuneração dos servidores públicos e o
à participação de candidato a concurso público. subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente po-
STF: Súmula 685 - É inconstitucional toda modalidade de derão ser fixados ou alterados por lei específica,
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia observada a iniciativa privativa em cada caso, as-
aprovação em concurso público destinado ao seu provi- segurada revisão geral anual, sempre na mesma
mento, em cargo que não integra a carreira na qual anteri- data e sem distinção de índices;
ormente investido.
STF: Súmula 679 - A fixação de vencimentos dos
STF: Súmula 686 - Só por lei se pode sujeitar a exame servidores públicos não pode ser objeto de convenção
psicotécnico a habilitação de candidato a concurso público. coletiva.
III - o prazo de validade do concurso público STF: Súmula 681 - É inconstitucional a vinculação de
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por vencimentos de servidores estaduais e municipais a
índices federais de correção monetária.
igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes
edital de convocação, aquele aprovado em con- de cargos, funções e empregos públicos da admi-
curso público de provas ou de provas e títulos será nistração direta, autárquica e fundacional, dos
convocado com prioridade sobre novos concursa- membros de qualquer dos Poderes da União, dos
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agen-
STF: Os candidatos aprovados em concurso público têm
direito subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser tes políticos e os proventos, pensões ou outra es-
dada nos cargos vagos existentes ou nos que vierem a va- pécie remuneratória, percebidos cumulativamente
gar no prazo de validade do concurso. A recusa da Admi- ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
nistração Pública em prover cargos vagos, quando existen-
Daniel RIBEIRO DEqualquer
tes candidatos aprovados em concurso público, deve ser
ANDRADE outra natureza, não poderão exceder o
subsídio
motivada, e esta motivação é suscetível dedanielicoense@gmail.com
apreciação pelo mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
Poder Judiciário. premo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
609.749.013-50
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
V - as funções de confiança, exercidas exclusi-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-
vamente por servidores ocupantes de cargo efe-
tivo, e os cargos em comissão, a serem preenchi- vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
dos por servidores de carreira nos casos, condi-
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargado-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, desti-
nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa intei-
assessoramento; ros e vinte e cinco centésimos por cento do subsí-
dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
STF: Súmula vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi-
nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nome- aplicável este limite aos membros do Ministério Pú-
ante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em blico, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exer-
cício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de XII - os vencimentos dos cargos do Poder Le-
função gratificada na administração pública direta e indireta gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser su-
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Dis- periores aos pagos pelo Poder Executivo;
trito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste me-
diante designações recíprocas, viola a Constituição XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
Federal. quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
VI - é garantido ao servidor público civil o di- remuneração de pessoal do serviço público;
reito à livre associação sindical; XIV - os acréscimos pecuniários percebidos
VII - o direito de greve será exercido nos ter- por servidor público não serão computados nem
mos e nos limites definidos em lei específica; acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
empregos públicos para as pessoas portadoras de XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupan-
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste

21
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
2º, I; serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
XVI - é vedada a acumulação remunerada de ter caráter educativo, informativo ou de orientação
cargos públicos, exceto, quando houver compatibi- social, dela não podendo constar nomes, símbolos
lidade de horários, observado em qualquer caso o ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
disposto no inciso XI: autoridades ou servidores públicos.
a) a de dois cargos de professor; § 2º A não observância do disposto nos incisos
II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
b) a de um cargo de professor com outro téc- autoridade responsável, nos termos da lei.
nico ou científico;
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação
c) a de dois cargos ou empregos privativos de do usuário na administração pública direta e indi-
profissionais de saúde, com profissões regulamen- reta, regulando especialmente:
tadas;
I - as reclamações relativas à prestação dos
XVII - a proibição de acumular estende-se a serviços públicos em geral, asseguradas a manu-
empregos e funções e abrange autarquias, funda- tenção de serviços de atendimento ao usuário e a
ções, empresas públicas, sociedades de economia avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, dos serviços;
direta ou indiretamente, pelo poder público;
II - o acesso dos usuários a registros adminis-
XVIII - a administração fazendária e seus ser- trativos e a informações sobre atos de governo, ob-
vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com- servado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
petência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei; III - a disciplina da representação contra o
exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
XIX – somente por lei específica poderá ser cri- ou função na administração pública.
ada autarquia e autorizada a instituição de empresa
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
pública, de sociedade de economia mista e de fun- § 4º - Os atos de improbidade administrativa
danielicoense@gmail.com
importarão a suspensão dos direitos políticos, a
dação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação;
609.749.013-50
perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra-
XX - depende de autorização legislativa, em dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cada caso, a criação de subsidiárias das entidades cabível.
mencionadas no inciso anterior, assim como a par-
ticipação de qualquer delas em empresa privada; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servi-
XXI - ressalvados os casos especificados na dor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressal-
legislação, as obras, serviços, compras e aliena- vadas as respectivas ações de ressarcimento.
ções serão contratados mediante processo de lici-
tação pública que assegure igualdade de condi- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
ções a todos os concorrentes, com cláusulas que as de direito privado prestadoras de serviços públi-
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas cos responderão pelos danos que seus agentes,
as condições efetivas da proposta, nos termos da nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
lei, o qual somente permitirá as exigências de qua- rado o direito de regresso contra o responsável nos
lificação técnica e econômica indispensáveis à ga- casos de dolo ou culpa.
rantia do cumprimento das obrigações. § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-
XXII - as administrações tributárias da União, trições ao ocupante de cargo ou emprego da admi-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nistração direta e indireta que possibilite o acesso
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, a informações privilegiadas.
exercidas por servidores de carreiras específicas, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e fi-
terão recursos prioritários para a realização de nanceira dos órgãos e entidades da administração
suas atividades e atuarão de forma integrada, in- direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
clusive com o compartilhamento de cadastros e de trato, a ser firmado entre seus administradores e o
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre:

22
I - o prazo de duração do contrato; morte a seus dependentes que não seja decorrente
II - os controles e critérios de avaliação de de- do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
sempenho, direitos, obrigações e responsabilidade seja prevista em lei que extinga regime próprio de
dos dirigentes; previdência social.
III - a remuneração do pessoal. § 16. Os órgãos e entidades da administração
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em- pública, individual ou conjuntamente, devem reali-
presas públicas e às sociedades de economia zar avaliação das políticas públicas, inclusive com
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos dos alcançados, na forma da lei. (Incluído pela
Municípios para pagamento de despesas de pes- Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
soal ou de custeio em geral. Art. 38. Ao servidor público da administração
§ 10. É vedada a percepção simultânea de pro- direta, autárquica e fundacional, no exercício de
ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposi-
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, ções:
emprego ou função pública, ressalvados os cargos
I - tratando-se de mandato eletivo federal, es-
acumuláveis na forma desta Constituição, os car-
tadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, em-
gos eletivos e os cargos em comissão declarados
prego ou função;
em lei de livre nomeação e exoneração.
II - investido no mandato de Prefeito, será afas-
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos
tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facul-
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
tado optar pela sua remuneração;
caput deste artigo, as parcelas de caráter indeniza-
tório previstas em lei. III - investido no mandato de Vereador, ha-
vendo compatibilidade de horários, perceberá as
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
caput deste artigo, fica facultado Daniel
aos Estados e ao DE ANDRADE
RIBEIRO prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
danielicoense@gmail.com
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
609.749.013-50
inciso anterior;
nica, como limite único, o subsídio mensal dos De-
sembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, IV - em qualquer caso que exija o afastamento
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési- para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
mos por cento do subsídio mensal dos Ministros do serviço será contado para todos os efeitos legais,
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o dis- exceto para promoção por merecimento;
posto neste parágrafo aos subsídios dos Deputa- V - na hipótese de ser segurado de regime pró-
dos Estaduais e Distritais e dos Vereadores. prio de previdência social, permanecerá filiado a
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo esse regime, no ente federativo de origem.
poderá ser readaptado para exercício de cargo cu-
jas atribuições e responsabilidades sejam compatí- SEÇÃO II
veis com a limitação que tenha sofrido em sua ca-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
pacidade física ou mental, enquanto permanecer
nesta condição, desde que possua a habilitação e
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Fede-
destino, mantida a remuneração do cargo de ori- ral e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
gem. competência, regime jurídico único e planos de car-
reira para os servidores da administração pública
§ 14. A aposentadoria concedida com a utiliza-
direta, das autarquias e das fundações públicas.
ção de tempo de contribuição decorrente de cargo,
emprego ou função pública, inclusive do Regime Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Fede-
Geral de Previdência Social, acarretará o rompi- ral e os Municípios instituirão conselho de política
mento do vínculo que gerou o referido tempo de de administração e remuneração de pessoal, inte-
contribuição. grado por servidores designados pelos respectivos
§ 15. É vedada a complementação de aposen- Poderes
tadorias de servidores públicos e de pensões por

23
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e § 9º É vedada a incorporação de vantagens de
dos demais componentes do sistema remunerató- caráter temporário ou vinculadas ao exercício de
rio observará: função de confiança ou de cargo em comissão à
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a remuneração do cargo efetivo.
complexidade dos cargos componentes de cada Art. 40. O regime próprio de previdência so-
carreira; cial dos servidores titulares de cargos efetivos terá
II - os requisitos para a investidura; caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
III - as peculiaridades dos cargos. ção do respectivo ente federativo, de servidores ati-
vos, de aposentados e de pensionistas, observa-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro
manterão escolas de governo para a formação e o e atuarial.
aperfeiçoamento dos servidores públicos, consti-
tuindo-se a participação nos cursos um dos requi- § 1º O servidor abrangido por regime próprio
sitos para a promoção na carreira, facultada, para de previdência social será aposentado:
isso, a celebração de convênios ou contratos entre I - por incapacidade permanente para o traba-
os entes federados. lho, no cargo em que estiver investido, quando in-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de suscetível de readaptação, hipótese em que será
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, obrigatória a realização de avaliações periódicas
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, para verificação da continuidade das condições
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados que ensejaram a concessão da aposentadoria, na
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. forma de lei do respectivo ente federativo;

§ 4º O membro de Poder, o detentor de man- II - compulsoriamente, com proventos propor-


dato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá- cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
rios Estaduais e Municipais serão remunerados ex- anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
Daniel RIBEIRO
clusivamente por subsídio fixado em parcela única,
DE ANDRADE
idade, na forma de lei complementar;
danielicoense@gmail.com
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e
cional, abono, prêmio, verba de representação 609.749.013-50
ou dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe- na idade mínima estabelecida mediante emenda às
deral e dos Municípios poderá estabelecer a rela- respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-
ção entre a maior e a menor remuneração dos ser- vados o tempo de contribuição e os demais requi-
vidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o sitos estabelecidos em lei complementar do res-
disposto no art. 37, XI. pectivo ente federativo.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judi- § 2º Os proventos de aposentadoria não pode-


ciário publicarão anualmente os valores do subsí- rão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o
dio e da remuneração dos cargos e empregos pú- § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo es-
blicos. tabelecido para o Regime Geral de Previdência So-
cial, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios disciplinará a aplicação de § 3º As regras para cálculo de proventos de
recursos orçamentários provenientes da economia aposentadoria serão disciplinadas em lei do res-
com despesas correntes em cada órgão, autarquia pectivo ente federativo.
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
programas de qualidade e produtividade, treina- rios diferenciados para concessão de benefícios
mento e desenvolvimento, modernização, reapare- em regime próprio de previdência social, ressal-
lhamento e racionalização do serviço público, inclu- vado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
sive sob a forma de adicional ou prêmio de produ- § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei com-
tividade. plementar do respectivo ente federativo idade e
§ 8º A remuneração dos servidores públicos or- tempo de contribuição diferenciados para aposen-
ganizados em carreira poderá ser fixada nos ter- tadoria de servidores com deficiência, previamente
mos do § 4º.

24
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada do art. 201, e o tempo de serviço correspondente
por equipe multiprofissional e interdisciplinar. será contado para fins de disponibilidade.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei com- § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer
plementar do respectivo ente federativo idade e forma de contagem de tempo de contribuição fictí-
tempo de contribuição diferenciados para aposen- cio.
tadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos soma total dos proventos de inatividade, inclusive
órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. quando decorrentes da acumulação de cargos ou
51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a empregos públicos, bem como de outras atividades
IV do caput do art. 144. sujeitas a contribuição para o regime geral de pre-
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei com- vidência social, e ao montante resultante da adição
plementar do respectivo ente federativo idade e de proventos de inatividade com remuneração de
tempo de contribuição diferenciados para aposen- cargo acumulável na forma desta Constituição,
tadoria de servidores cujas atividades sejam exer- cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
cidas com efetiva exposição a agentes químicos, ação e exoneração, e de cargo eletivo.
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associ- § 12. Além do disposto neste artigo, serão ob-
ação desses agentes, vedada a caracterização por servados, em regime próprio de previdência social,
categoria profissional ou ocupação. no que couber, os requisitos e critérios fixados para
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão o Regime Geral de Previdência Social.
idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em rela- § 13. Aplica-se ao agente público ocupante,
ção às idades decorrentes da aplicação do disposto exclusivamente, de cargo em comissão declarado
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo em lei de livre nomeação e exoneração, de outro
de efetivo exercício das funções de magistério na cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
educação infantil e no ensino fundamental e médio
Daniel RIBEIRO DEemprego
ANDRADE público, o Regime Geral de Previdência
fixado em lei complementar do respectivo ente fe- Social.
derativo. danielicoense@gmail.com
609.749.013-50§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorren- os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do res-
tes dos cargos acumuláveis na forma desta Cons- pectivo Poder Executivo, regime de previdência
tituição, é vedada a percepção de mais de uma complementar para servidores públicos ocupantes
aposentadoria à conta de regime próprio de previ- de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
dência social, aplicando-se outras vedações, re- benefícios do Regime Geral de Previdência Social
gras e condições para a acumulação de benefícios para o valor das aposentadorias e das pensões em
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de regime próprio de previdência social, ressalvado o
Previdência Social. disposto no § 16.
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, § 15. O regime de previdência complementar
quando se tratar da única fonte de renda formal au- de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios
ferida pelo dependente, o benefício de pensão por somente na modalidade contribuição definida, ob-
morte será concedido nos termos de lei do respec- servará o disposto no art. 202 e será efetivado por
tivo ente federativo, a qual tratará de forma diferen- intermédio de entidade fechada de previdência
ciada a hipótese de morte dos servidores de que complementar ou de entidade aberta de previdên-
trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no cia complementar.
exercício ou em razão da função.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e ex-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos bene- pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá
fícios para preservar-lhes, em caráter permanente, ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no
o valor real, conforme critérios estabelecidos em serviço público até a data da publicação do ato de
lei. instituição do correspondente regime de previdên-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, cia complementar.
distrital ou municipal será contado para fins de apo- § 17. Todos os valores de remuneração consi-
sentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A derados para o cálculo do benefício previsto no §
3° serão devidamente atualizados, na forma da lei.

25
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos VII - estruturação do órgão ou entidade gestora
de aposentadorias e pensões concedidas pelo re- do regime, observados os princípios relacionados
gime de que trata este artigo que superem o limite com governança, controle interno e transparência;
máximo estabelecido para os benefícios do regime VIII - condições e hipóteses para responsabili-
geral de previdência social de que trata o art. 201, zação daqueles que desempenhem atribuições re-
com percentual igual ao estabelecido para os ser- lacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão
vidores titulares de cargos efetivos. do regime;
§ 19. Observados critérios a serem estabeleci- IX - condições para adesão a consórcio pú-
dos em lei do respectivo ente federativo, o servidor blico;
titular de cargo efetivo que tenha completado as
exigências para a aposentadoria voluntária e que X - parâmetros para apuração da base de cál-
opte por permanecer em atividade poderá fazer jus culo e definição de alíquota de contribuições ordi-
a um abono de permanência equivalente, no má- nárias e extraordinárias.
ximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, Art. 41. São estáveis após três anos de efe-
até completar a idade para aposentadoria compul- tivo exercício os servidores nomeados para cargo
sória. de provimento efetivo em virtude de concurso pú-
§ 20. É vedada a existência de mais de um re- blico.
gime próprio de previdência social e de mais de um § 1º O servidor público estável só perderá o
órgão ou entidade gestora desse regime em cada cargo:
ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
I - em virtude de sentença judicial transitada
gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que
em julgado;
serão responsáveis pelo seu financiamento, obser-
vados os critérios, os parâmetros e a natureza jurí- II - mediante processo administrativo em que
dica definidos na lei complementar de que trata o § lhe seja assegurada ampla defesa;
22. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
III - mediante procedimento de avaliação perió-
§ 21. (Revogado). danielicoense@gmail.com
dica de desempenho, na forma de lei complemen-
609.749.013-50
tar, assegurada ampla defesa.
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes
próprios de previdência social, lei complementar fe- § 2º Invalidada por sentença judicial a demis-
deral estabelecerá, para os que já existam, normas são do servidor estável, será ele reintegrado, e o
gerais de organização, de funcionamento e de res- eventual ocupante da vaga, se estável, recondu-
ponsabilidade em sua gestão, dispondo, entre ou- zido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
tros aspectos, sobre: aproveitado em outro cargo ou posto em disponibi-
lidade com remuneração proporcional ao tempo de
I - requisitos para sua extinção e consequente
serviço.
migração para o Regime Geral de Previdência So-
cial; § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desne-
cessidade, o servidor estável ficará em disponibili-
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de
dade, com remuneração proporcional ao tempo de
utilização dos recursos;
serviço, até seu adequado aproveitamento em ou-
III - fiscalização pela União e controle externo tro cargo.
e social;
§ 4º Como condição para a aquisição da esta-
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; bilidade, é obrigatória a avaliação especial de de-
V - condições para instituição do fundo com fi- sempenho por comissão instituída para essa finali-
nalidade previdenciária de que trata o art. 249 e dade.
para vinculação a ele dos recursos provenientes de
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qual- CAPÍTULO IV
quer natureza;
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À
VI - mecanismos de equacionamento do déficit JUSTIÇA
atuarial;
SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

26
Art. 127. O Ministério Público é instituição a) o Ministério Público Federal;
permanente, essencial à função jurisdicional do Es- b) o Ministério Público do Trabalho;
tado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, c) o Ministério Público Militar;
do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis. d) o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios;
§ 1º São princípios institucionais do Ministério
Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen- II - os Ministérios Públicos dos Estados.
dência funcional. § 1º O Ministério Público da União tem por
De acordo com a doutrina e a jurisprudência, o princípio do chefe o Procurador-Geral da República, nomeado
promotor natural está implícito no nosso ordenamento jurí- pelo Presidente da República dentre integrantes da
dico, derivando do princípio do juiz natural. Para o STF, “o carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
postulado do promotor natural consagra uma garantia de
ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Mi-
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
nistério Público, na medida em que lhe assegura o exercí- membros do Senado Federal, para mandato de
cio pleno e independente do seu ofício, quanto a tutelar a dois anos, permitida a recondução.
própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver
atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja in- § 2º A destituição do Procurador-Geral da Re-
tervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pre- pública, por iniciativa do Presidente da República,
determinados, estabelecidos em lei”. deverá ser precedida de autorização da maioria ab-
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada auto- soluta do Senado Federal.
nomia funcional e administrativa, podendo, obser- § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o
vado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legis- do Distrito Federal e Territórios formarão lista trí-
lativo a criação e extinção de seus cargos e servi- plice dentre integrantes da carreira, na forma da lei
ços auxiliares, provendo-os por concurso público respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,
de provas ou de provas e títulos, a política remune- que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
ratória e os planos de carreira; aDaniel
lei disporá sobre
RIBEIRO DEpara mandato de dois anos, permitida uma recon-
ANDRADE
sua organização e funcionamento. dução.
danielicoense@gmail.com
§ 3º O Ministério Público elaborará sua pro-
609.749.013-50 § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no
posta orçamentária dentro dos limites estabeleci- Distrito Federal e Territórios poderão ser destituí-
dos na lei de diretrizes orçamentárias. dos por deliberação da maioria absoluta do Poder
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a Legislativo, na forma da lei complementar respec-
respectiva proposta orçamentária dentro do prazo tiva.
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o § 5º Leis complementares da União e dos Es-
Poder Executivo considerará, para fins de consoli- tados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
dação da proposta orçamentária anual, os valores Procuradores-Gerais, estabelecerão a organiza-
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados ção, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
de acordo com os limites estipulados na forma do § Público, observadas, relativamente a seus mem-
3º. bros:
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata I - as seguintes garantias:
este artigo for encaminhada em desacordo com os a) vitaliciedade, após dois anos de exercício,
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Exe- não podendo perder o cargo senão por sentença
cutivo procederá aos ajustes necessários para fins judicial transitada em julgado;
de consolidação da proposta orçamentária anual.
b) inamovibilidade, salvo por motivo de inte-
§ 6º Durante a execução orçamentária do exer- resse público, mediante decisão do órgão colegi-
cício, não poderá haver a realização de despesas ado competente do Ministério Público, pelo voto da
ou a assunção de obrigações que extrapolem os li- maioria absoluta de seus membros, assegurada
mites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- ampla defesa;
rias, exceto se previamente autorizadas, mediante
a abertura de créditos suplementares ou especiais. c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma
do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts.
Art. 128. O Ministério Público abrange: 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
I - o Ministério Público da União, que compre- II - as seguintes vedações:
ende:

27
a) receber, a qualquer título e sob qualquer VIII - requisitar diligências investigatórias e a
pretexto, honorários, percentagens ou custas pro- instauração de inquérito policial, indicados os fun-
cessuais; damentos jurídicos de suas manifestações proces-
b) exercer a advocacia; suais;
c) participar de sociedade comercial, na forma IX - exercer outras funções que lhe forem con-
da lei; feridas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qual- sultoria jurídica de entidades públicas.
quer outra função pública, salvo uma de magistério;
§ 1º A legitimação do Ministério Público para
e) exercer atividade político-partidária; as ações civis previstas neste artigo não impede a
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxí- de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
lios ou contribuições de pessoas físicas, entidades disposto nesta Constituição e na lei.
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre- § 2º As funções do Ministério Público só podem
vistas em lei. ser exercidas por integrantes da carreira, que de-
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Pú- verão residir na comarca da respectiva lotação,
blico o disposto no art. 95, parágrafo único, V. salvo autorização do chefe da instituição.
Art. 129. São funções institucionais do Minis- § 3º O ingresso na carreira do Ministério Pú-
tério Público: blico far-se-á mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
I - promover, privativamente, a ação penal pú-
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-
blica, na forma da lei;
se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
STF: Segundo a Teoria dos Poderes Implícitos, quando a atividade jurídica e observando-se, nas nomea-
Constituição outorga competência explícita a determinado
órgão estatal, também atribui implicitamente os meios ne- ções, a ordem de classificação.
cessários para realização de suas funções.Daniel
De acordoRIBEIRO
com DE
STF:ANDRADE
É constitucional resolução que determina que a ins-
esse entendimento, o poder de investigação criminal tam- crição do concurso público para a carreira do Ministério Pú-
danielicoense@gmail.com
bém é atribuição ao Ministério Público, não sendo exclusivo blico só pode ser feita por bacharel em Direito com, no mí-
da polícia. A denúncia poderia, então, ser fundamentada609.749.013-50
nimo, três anos de atividade jurídica, cuja comprovação se
em peças de informação obtidas pelo Ministério Público, dá no ato da posse.
não havendo necessidade de prévio inquérito policial.
STF: Os 3 anos de atividade jurídica somente podem ser
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pú- contados após a obtenção do título de bacharel em Direito.
blicos e dos serviços de relevância pública aos di- § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que
reitos assegurados nesta Constituição, promo- couber, o disposto no art. 93.
vendo as medidas necessárias a sua garantia;
§ 5º A distribuição de processos no Ministério
III - promover o inquérito civil e a ação civil pú- Público será imediata.
blica, para a proteção do patrimônio público e so-
cial, do meio ambiente e de outros interesses difu- Art. 130. Aos membros do Ministério Público
sos e coletivos; junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as dispo-
IV - promover a ação de inconstitucionalidade sições desta seção pertinentes a direitos, vedações
ou representação para fins de intervenção da União e forma de investidura.
e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitui- Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministé-
ção; rio Público compõe-se de quatorze membros no-
V - defender judicialmente os direitos e interes- meados pelo Presidente da República, depois de
ses das populações indígenas; aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se-
nado Federal, para um mandato de dois anos, ad-
VI - expedir notificações nos procedimentos
mitida uma recondução, sendo:
administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na I o Procurador-Geral da República, que o pre-
forma da lei complementar respectiva; side;
VII - exercer o controle externo da atividade po- II quatro membros do Ministério Público da
licial, na forma da lei complementar mencionada no União, assegurada a representação de cada uma
artigo anterior; de suas carreiras;

28
III três membros do Ministério Público dos Es- § 3º O Conselho escolherá, em votação se-
tados; creta, um Corregedor nacional, dentre os membros
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tri- do Ministério Público que o integram, vedada a re-
bunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de condução, competindo-lhe, além das atribuições
Justiça; que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
V dois advogados, indicados pelo Conselho I receber reclamações e denúncias, de qual-
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; quer interessado, relativas aos membros do Minis-
tério Público e dos seus serviços auxiliares;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e re-
putação ilibada, indicados um pela Câmara dos De- II exercer funções executivas do Conselho, de
putados e outro pelo Senado Federal. inspeção e correição geral;
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Mi- III requisitar e designar membros do Ministério
nistério Público serão indicados pelos respectivos Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar
Ministérios Públicos, na forma da lei. servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Minis- § 4º O Presidente do Conselho Federal da Or-
tério Público o controle da atuação administrativa e dem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Con-
financeira do Ministério Público e do cumprimento selho.
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvi-
lhe: dorias do Ministério Público, competentes para re-
I zelar pela autonomia funcional e administra- ceber reclamações e denúncias de qualquer inte-
tiva do Ministério Público, podendo expedir atos re- ressado contra membros ou órgãos do Ministério
gulamentares, no âmbito de sua competência, ou Público, inclusive contra seus serviços auxiliares,
recomendar providências; representando diretamente ao Conselho Nacional
do Ministério Público.
II zelar pela observância do art.
Daniel37 e RIBEIRO
apreciar, DE ANDRADE
STF: Súmula 643 - O Ministério Público tem legitimidade
de ofício ou mediante provocação, adanielicoense@gmail.com
legalidade dos
para promover ação civil pública cujo fundamento seja a
atos administrativos praticados por membros ou ór- ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
609.749.013-50
gãos do Ministério Público da União e dos Estados, STF: Súmula 701 - No mandado de segurança impetrado
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo pelo Ministério Público contra decisão proferida em pro-
para que se adotem as providências necessárias cesso penal, é obrigatória a citação do réu como litiscon-
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da com- sorte passivo.
petência dos Tribunais de Contas; STJ: Súmula 99 - O Ministério Público tem legitimidade
para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei,
STF: CNMP tem competência para apreciar ato de ainda que não haja recurso da parte.
vitaliciamento de membro do Ministério Público, que é uma
espécie de ato administrativo. STJ: Súmula 116 - A Fazenda Pública e o Ministério Pú-
blico têm prazo em dobro para interpor agravo regimental
III - receber e conhecer das reclamações con- no Superior Tribunal de Justiça.
tra membros ou órgãos do Ministério Público da STJ: Súmula 189 - É desnecessária a intervenção do Mi-
União ou dos Estados, inclusive contra seus servi- nistério Público nas execuções fiscais.
ços auxiliares, sem prejuízo da competência disci- STJ: Súmula 226 - O Ministério Público tem legitimidade
plinar e correicional da instituição, podendo avocar para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o
segurado esteja assistido por advogado
processos disciplinares em curso, determinar a re-
moção ou a disponibilidade e aplicar outras san- STJ: Súmula 234 - A participação de membro do Ministério
Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu
ções administrativas, assegurada ampla defesa; impedimento ou suspeição para o oferecimento da denún-
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os cia
processos disciplinares de membros do Ministério STJ: Súmula 329 - O Ministério Público tem legitimidade
Público da União ou dos Estados julgados há me- para propor ação civil pública em defesa do patrimônio pú-
blico.
nos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as provi-
dências que julgar necessárias sobre a situação do SEÇÃO II
Ministério Público no País e as atividades do Con- DA ADVOCACIA PÚBLICA
selho, o qual deve integrar a mensagem prevista no
art. 84, XI.

29
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a ins- humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
tituição que, diretamente ou através de órgão vin- extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
culado, representa a União, judicial e extrajudicial- forma integral e gratuita, aos necessitados, na
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complemen- forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição
tar que dispuser sobre sua organização e funciona- Federal.
mento, as atividades de consultoria e assessora- § 1º Lei complementar organizará a Defensoria
mento jurídico do Poder Executivo. Pública da União e do Distrito Federal e dos Terri-
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe tórios e prescreverá normas gerais para sua orga-
o Advogado-Geral da União, de livre nomeação nização nos Estados, em cargos de carreira, provi-
pelo Presidente da República dentre cidadãos mai- dos, na classe inicial, mediante concurso público de
ores de trinta e cinco anos, de notável saber jurí- provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
dico e reputação ilibada. garantia da inamovibilidade e vedado o exercício
da advocacia fora das atribuições institucionais.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carrei-
ras da instituição de que trata este artigo far-se-á § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são as-
mediante concurso público de provas e títulos. seguradas autonomia funcional e administrativa e a
iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
tributária, a representação da União cabe à Procu-
tárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
radoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o
disposto em lei. STF: É inconstitucional norma estadual que estabeleça a
vinculação da Defensoria Pública Estadual a alguma Se-
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do cretaria de Estado. A Defensoria Pública não pode estar
vinculada ao Poder Executivo.
Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defenso-
e títulos, com a participação da Ordem dos Advo- rias Públicas da União e do Distrito Federal.
Daniel
gados do Brasil em todas as suas fases, RIBEIRO DE ANDRADE
exercerão § 4º São princípios institucionais da Defensoria
a representação judicial e a consultoriadanielicoense@gmail.com
jurídica das Pública a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
respectivas unidades federadas. 609.749.013-50
dência funcional, aplicando-se também, no que
Parágrafo único. Aos procuradores referidos couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art.
neste artigo é assegurada estabilidade após três 96 desta Constituição Federal.
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de Art. 135. Os servidores integrantes das car-
desempenho perante os órgãos próprios, após re-
reiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capí-
latório circunstanciado das corregedorias.
tulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
STJ: Súmula 421 - Os honorários advocatícios não são de-
SEÇÃO III vidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pes-
soa jurídica de direito público à qual pertença
DA ADVOCACIA

Art. 133. O advogado é indispensável à ad- CAPÍTULO V


ministração da justiça, sendo inviolável por seus DA DEFESA DO ESTADO E DAS
atos e manifestações no exercício da profissão, nos
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
limites da lei.

CAPÍTULO I
SEÇÃO IV
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO
DA DEFENSORIA PÚBLICA
DE SÍTIO

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição


permanente, essencial à função jurisdicional do Es- SEÇÃO I
tado, incumbindo-lhe, como expressão e instru- DO ESTADO DE DEFESA
mento do regime democrático, fundamentalmente,
a orientação jurídica, a promoção dos direitos

30
Art. 136. O Presidente da República pode, § 5º Se o Congresso Nacional estiver em re-
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de cesso, será convocado, extraordinariamente, no
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para prazo de cinco dias.
preservar ou prontamente restabelecer, em locais § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz dentro de dez dias contados de seu recebimento,
social ameaçadas por grave e iminente instabili- devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
dade institucional ou atingidas por calamidades de estado de defesa.
grandes proporções na natureza.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa o estado de defesa.
determinará o tempo de sua duração, especificará
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, SEÇÃO II
dentre as seguintes: DO ESTADO DE SÍTIO
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das as- Art. 137. O Presidente da República pode,
sociações; ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional
b) sigilo de correspondência; autorização para decretar o estado de sítio nos ca-
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefô- sos de:
nica; I - comoção grave de repercussão nacional ou
II - ocupação e uso temporário de bens e ser- ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
viços públicos, na hipótese de calamidade pública, medida tomada durante o estado de defesa;
respondendo a União pelos danos e custos decor- II - declaração de estado de guerra ou resposta
rentes. Daniel RIBEIRO DEa ANDRADE
agressão armada estrangeira.
§ 2º O tempo de duração do estadodanielicoense@gmail.com
de defesa Parágrafo único. O Presidente da República,
não será superior a trinta dias, podendo ser609.749.013-50
prorro- ao solicitar autorização para decretar o estado de
gado uma vez, por igual período, se persistirem as sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos deter-
razões que justificaram a sua decretação. minantes do pedido, devendo o Congresso Nacio-
§ 3º Na vigência do estado de defesa: nal decidir por maioria absoluta.
I - a prisão por crime contra o Estado, determi- Art. 138. O decreto do estado de sítio indi-
nada pelo executor da medida, será por este comu- cará sua duração, as normas necessárias a sua
nicada imediatamente ao juiz competente, que a re- execução e as garantias constitucionais que ficarão
laxará, se não for legal, facultado ao preso requerer suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
exame de corpo de delito à autoridade policial; República designará o executor das medidas espe-
II - a comunicação será acompanhada de de- cíficas e as áreas abrangidas.
claração, pela autoridade, do estado físico e mental § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I,
do detido no momento de sua autuação; não poderá ser decretado por mais de trinta dias,
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior;
não poderá ser superior a dez dias, salvo quando no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
autorizada pelo Poder Judiciário; tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada
estrangeira.
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o es-
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua pror- tado de sítio durante o recesso parlamentar, o Pre-
rogação, o Presidente da República, dentro de sidente do Senado Federal, de imediato, convocará
vinte e quatro horas, submeterá o ato com a res- extraordinariamente o Congresso Nacional para se
pectiva justificação ao Congresso Nacional, que reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
decidirá por maioria absoluta.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em
funcionamento até o término das medidas coerciti-
vas.

31
Art. 139. Na vigência do estado de sítio de- Art. 144. A segurança pública, dever do Es-
cretado com fundamento no art. 137, I, só poderão tado, direito e responsabilidade de todos, é exer-
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medi- cida para a preservação da ordem pública e da in-
das: columidade das pessoas e do patrimônio, através
I - obrigação de permanência em localidade dos seguintes órgãos:
determinada; I - polícia federal;
II - detenção em edifício não destinado a acu- II - polícia rodoviária federal;
sados ou condenados por crimes comuns; III - polícia ferroviária federal;
III - restrições relativas à inviolabilidade da cor- IV - polícias civis;
respondência, ao sigilo das comunicações, à pres-
tação de informações e à liberdade de imprensa, V - polícias militares e corpos de bombeiros mi-
radiodifusão e televisão, na forma da lei; litares.
IV - suspensão da liberdade de reunião; VI - polícias penais federal, estaduais e distri-
tal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
V - busca e apreensão em domicílio; 104, de 2019)
VI - intervenção nas empresas de serviços pú- STF: A atividade de policiamento naval é uma atividade se-
blicos; cundária da Marinha de Guerra, possuindo caráter mera-
mente administrativo. Não se pode atribuir a essa função
VII - requisição de bens. natureza militar, apesar de ser desempenhada pela Mari-
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições nha de Guerra.
do inciso III a difusão de pronunciamentos de par- § 1º A polícia federal, instituída por lei como ór-
lamentares efetuados em suas Casas Legislativas, gão permanente, organizado e mantido pela União
desde que liberada pela respectiva Mesa. e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
Daniel RIBEIRO DE
dadaANDRADE
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
danielicoense@gmail.com
I - apurar infrações penais contra a ordem po-
CAPÍTULO III
609.749.013-50
lítica e social ou em detrimento de bens, serviços e
DISPOSIÇÕES GERAIS interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infra-
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ou- ções cuja prática tenha repercussão interestadual
vidos os líderes partidários, designará Comissão ou internacional e exija repressão uniforme, se-
composta de cinco de seus membros para acom- gundo se dispuser em lei;
panhar e fiscalizar a execução das medidas refe- II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entor-
rentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. pecentes e drogas afins, o contrabando e o desca-
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o minho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
estado de sítio, cessarão também seus efeitos, órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos co- tência;
metidos por seus executores ou agentes. III - exercer as funções de polícia marítima, ae-
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de roportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da IV - exercer, com exclusividade, as funções de
República, em mensagem ao Congresso Nacional, polícia judiciária da União.
com especificação e justificação das providências § 2º A polícia rodoviária federal, órgão perma-
adotadas, com relação nominal dos atingidos e in- nente, organizado e mantido pela União e estrutu-
dicação das restrições aplicadas. rado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao pa-
trulhamento ostensivo das rodovias federais. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
CAPÍTULO III
1998)
DA SEGURANÇA PÚBLICA
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão perma-
nente, organizado e mantido pela União e

32
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído
ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede- pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fe-
nº 19, de 1998) deral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados entidades executivos e seus agentes de trânsito,
de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a estruturados em Carreira, na forma da lei.
competência da União, as funções de polícia judi-
ciária e a apuração de infrações penais, exceto as TÍTULO VIII
militares. DA ORDEM SOCIAL
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia os-
tensiva e a preservação da ordem pública; aos cor- CAPÍTULO I
pos de bombeiros militares, além das atribuições DISPOSIÇÃO GERAL
definidas em lei, incumbe a execução de atividades
de defesa civil.
Art. 193. A ordem social tem como base o
STF: A polícia militar, embora não seja polícia judiciária, primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar
pode realizar flagrantes ou participar da busca e apreensão
determinada por ordem judicial e a justiça sociais.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão Parágrafo único. O Estado exercerá a função
administrador do sistema penal da unidade federa- de planejamento das políticas sociais, assegurada,
tiva a que pertencem, cabe a segurança dos esta- na forma da lei, a participação da sociedade nos
belecimentos penais. (Redação dada pela Emenda processos de formulação, de monitoramento, de
Constitucional nº 104, de 2019) controle e de avaliação dessas políticas.

§ 6º As polícias militares e os corpos de bom-


beiros militares, forças auxiliares eDaniel
reservaRIBEIRO
do Exér- DE ANDRADE CAPÍTULO II
cito subordinam-se, juntamente comdanielicoense@gmail.com
as polícias ci- DA SEGURIDADE SOCIAL
vis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
609.749.013-50
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e SEÇÃO I
dos Territórios. (Redação dada pela Emenda
DISPOSIÇÕES GERAIS
Constitucional nº 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcio-
Art. 194. A seguridade social compreende
namento dos órgãos responsáveis pela segurança
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a as-
atividades.
segurar os direitos relativos à saúde, à previdência
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas e à assistência social.
municipais destinadas à proteção de seus bens,
Parágrafo único. Compete ao Poder Público,
serviços e instalações, conforme dispuser a
nos termos da lei, organizar a seguridade social,
lei. (Vide Lei nº 13.022, de 2014)
com base nos seguintes objetivos:
STF: Guardas Municipais podem exercer poder de polícia
de trânsito, aplicando sanções administrativas - multas - I - universalidade da cobertura e do atendi-
aos infratores. mento;
§ 9º A remuneração dos servidores policiais in- II - uniformidade e equivalência dos benefícios
tegrantes dos órgãos relacionados neste artigo e serviços às populações urbanas e rurais;
será fixada na forma do § 4º do art. 39. III - seletividade e distributividade na prestação
§ 10. A segurança viária, exercida para a pre- dos benefícios e serviços;
servação da ordem pública e da incolumidade das IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: V - equidade na forma de participação no cus-
I - compreende a educação, engenharia e fis- teio;
calização de trânsito, além de outras atividades VI - diversidade da base de financiamento,
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o identificando-se, em rubricas contábeis específicas

33
para cada área, as receitas e as despesas vincula- § 4º A lei poderá instituir outras fontes destina-
das a ações de saúde, previdência e assistência das a garantir a manutenção ou expansão da segu-
social, preservado o caráter contributivo da previ- ridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
dência social; § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguri-
VII - caráter democrático e descentralizado da dade social poderá ser criado, majorado ou esten-
administração, mediante gestão quadripartite, com dido sem a correspondente fonte de custeio total.
participação dos trabalhadores, dos empregado- § 6º As contribuições sociais de que trata este
res, dos aposentados e do Governo nos órgãos co- artigo só poderão ser exigidas após decorridos no-
legiados. venta dias da data da publicação da lei que as hou-
Art. 195. A seguridade social será financiada ver instituído ou modificado, não se lhes aplicando
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, o disposto no art. 150, III, "b".
nos termos da lei, mediante recursos provenientes § 7º São isentas de contribuição para a seguri-
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito dade social as entidades beneficentes de assistên-
Federal e dos Municípios, e das seguintes contri- cia social que atendam às exigências estabelecidas
buições sociais: em lei.
I - do empregador, da empresa e da entidade § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arren-
a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: datário rurais e o pescador artesanal, bem como os
a) a folha de salários e demais rendimentos do respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à em regime de economia familiar, sem empregados
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem permanentes, contribuirão para a seguridade social
vínculo empregatício; mediante a aplicação de uma alíquota sobre o re-
sultado da comercialização da produção e farão jus
b) a receita ou o faturamento;
aos benefícios nos termos da lei.
c) o lucro; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 9º As contribuições sociais previstas no in-
II - do trabalhador e dos demais segurados da
danielicoense@gmail.com
ciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
previdência social, podendo ser adotadas alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da
609.749.013-50
progressivas de acordo com o valor do salário de utilização intensiva de mão de obra, do porte da
contribuição, não incidindo contribuição sobre apo- empresa ou da condição estrutural do mercado de
sentadoria e pensão concedidas pelo Regime Ge- trabalho, sendo também autorizada a adoção de
ral de Previdência Social; bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das
III - sobre a receita de concursos de prognósti- alíneas "b" e "c" do inciso I do caput.
cos. § 10. A lei definirá os critérios de transferência
IV - do importador de bens ou serviços do ex- de recursos para o sistema único de saúde e ações
terior, ou de quem a lei a ele equiparar. de assistência social da União para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Fe-
para os Municípios, observada a respectiva contra-
deral e dos Municípios destinadas à seguridade so-
partida de recursos.
cial constarão dos respectivos orçamentos, não in-
tegrando o orçamento da União. § 11. São vedados a moratória e o parcela-
mento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e,
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade
na forma de lei complementar, a remissão e a anis-
social será elaborada de forma integrada pelos ór-
tia das contribuições sociais de que tratam a alínea
gãos responsáveis pela saúde, previdência social e
"a" do inciso I e o inciso II do caput.
assistência social, tendo em vista as metas e prio-
ridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamen- § 12. A lei definirá os setores de atividade eco-
tárias, assegurada a cada área a gestão de seus nômica para os quais as contribuições incidentes
recursos. na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
cumulativas.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema
da seguridade social, como estabelecido em lei, § 13. (Revogado).
não poderá contratar com o Poder Público nem § 14. O segurado somente terá reconhecida
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre- como tempo de contribuição ao Regime Geral de
ditícios. Previdência Social a competência cuja contribuição

34
seja igual ou superior à contribuição mínima men- Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
sal exigida para sua categoria, assegurado o agru- fontes.
pamento de contribuições. § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
SEÇÃO II serviços públicos de saúde recursos mínimos deri-
vados da aplicação de percentuais calculados so-
DA SAÚDE
bre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever
do respectivo exercício financeiro, não podendo ser
do Estado, garantido mediante políticas sociais e inferior a 15% (quinze por cento);
econômicas que visem à redução do risco de do-
ença e de outros agravos e ao acesso universal e II – no caso dos Estados e do Distrito Federal,
igualitário às ações e serviços para sua promoção, o produto da arrecadação dos impostos a que se
proteção e recuperação. refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, dedu-
STF: O caráter programático da regra inscrita no art. 196
da Carta Política não pode se converter em promessa zidas as parcelas que forem transferidas aos res-
constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Pú- pectivos Municípios;
blico, fraudando justa expectativa nele depositada pela co-
letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento
III - no caso dos Municípios e do Distrito Fede-
de seu impostergável dever por um gesto irresponsável de ral, o produto da arrecadação dos impostos a que
infidelidade governamental. se referem os arts. 156 e 156-A e dos recursos de
STF: É constitucional a regra que veda, no âmbito do Sis- que tratam os arts. 158 e 159, I, "b", e § 3º. (Reda-
tema Único de Saúde, a internação em acomodações su- ção dada pela Emenda Constitucional nº 132, de
periores, bem como o atendimento diferenciado por médico
2023)
do próprio Sistema Único de Saúde (SUS) ou por conveni-
ado, mediante o pagamento da diferença dos valores cor- § 3º Lei complementar, que será reavaliada
respondentes. Daniel RIBEIRO
DEpelo
ANDRADE
menos a cada cinco anos, estabelecerá:
danielicoense@gmail.com
Art. 197. São de relevância pública as ações I - os percentuais de que tratam os incisos II e
609.749.013-50
e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dis- III do § 2º;
por, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, II – os critérios de rateio dos recursos da União
fiscalização e controle, devendo sua execução ser vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
feita diretamente ou através de terceiros e, tam- Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
bém, por pessoa física ou jurídica de direito pri- destinados a seus respectivos Municípios, objeti-
vado. vando a progressiva redução das disparidades re-
Art. 198. As ações e serviços públicos de sa- gionais;
úde integram uma rede regionalizada e hierarqui- III – as normas de fiscalização, avaliação e
zada e constituem um sistema único, organizado controle das despesas com saúde nas esferas fe-
de acordo com as seguintes diretrizes: deral, estadual, distrital e municipal;
I - descentralização, com direção única em IV - (revogado).
cada esfera de governo; § 4º Os gestores locais do sistema único de sa-
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, úde poderão admitir agentes comunitários de sa-
o produto da arrecadação dos impostos a que se úde e agentes de combate às endemias por meio
referem os arts. 155 e 156-A e dos recursos de que de processo seletivo público, de acordo com a na-
tratam os arts. 157 e 159, I, "a", e II, deduzidas as tureza e complexidade de suas atribuições e requi-
parcelas que forem transferidas aos respectivos sitos específicos para sua atuação.
Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitu- § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico,
cional nº 132, de 2023) o piso salarial profissional nacional, as diretrizes
III - participação da comunidade. para os Planos de Carreira e a regulamentação das
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, atividades de agente comunitário de saúde e
nos termos do art. 195, com recursos do orçamento agente de combate às endemias, competindo à
da seguridade social, da União, dos Estados, do União, nos termos da lei, prestar assistência finan-
ceira complementar aos Estados, ao Distrito

35
Federal e aos Municípios, para o cumprimento do direito público e de direito privado. (Incluído pela
referido piso salarial. Emenda Constitucional nº 124, de 2022)
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do § 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e
art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, os Municípios, até o final do exercício financeiro em
o servidor que exerça funções equivalentes às de que for publicada a lei de que trata o § 12 deste
agente comunitário de saúde ou de agente de com- artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou
bate às endemias poderá perder o cargo em caso dos respectivos planos de carreiras, quando hou-
de descumprimento dos requisitos específicos, fi- ver, de modo a atender aos pisos estabelecidos
xados em lei, para o seu exercício. para cada categoria profissional. (Incluído pela
§ 7º O vencimento dos agentes comunitários Emenda Constitucional nº 124, de 2022)
de saúde e dos agentes de combate às endemias § 14. Compete à União, nos termos da lei,
fica sob responsabilidade da União, e cabe aos Es- prestar assistência financeira complementar aos
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabe- Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e às
lecer, além de outros consectários e vantagens, in- entidades filantrópicas, bem como aos prestadores
centivos, auxílios, gratificações e indenizações, a de serviços contratualizados que atendam, no mí-
fim de valorizar o trabalho desses profissionais. nimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacientes
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de pelo sistema único de saúde, para o cumprimento
2022) dos pisos salariais de que trata o § 12 deste artigo.
§ 8º Os recursos destinados ao pagamento do (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de
vencimento dos agentes comunitários de saúde e 2022)
dos agentes de combate às endemias serão con- § 15. Os recursos federais destinados aos pa-
signados no orçamento geral da União com dota- gamentos da assistência financeira complementar
ção própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e
Constitucional nº 120, de 2022) às entidades filantrópicas, bem como aos prestado-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 9º O vencimento dos agentes comunitários res de serviços contratualizados que atendam, no
danielicoense@gmail.com
mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacien-
de saúde e dos agentes de combate às endemias
609.749.013-50
tes pelo sistema único de saúde, para o cumpri-
não será inferior a 2 (dois) salários mínimos, repas-
sados pela União aos Municípios, aos Estados e ao mento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constituci- artigo serão consignados no orçamento geral da
onal nº 120, de 2022) União com dotação própria e exclusiva. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022)
§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os
agentes de combate às endemias terão também, Art. 199. A assistência à saúde é livre à inici-
em razão dos riscos inerentes às funções desem- ativa privada.
penhadas, aposentadoria especial e, somado aos § 1º As instituições privadas poderão participar
seus vencimentos, adicional de insalubridade. (In- de forma complementar do sistema único de saúde,
cluído pela Emenda Constitucional nº 120, de segundo diretrizes deste, mediante contrato de di-
2022) reito público ou convênio, tendo preferência as en-
§ 11. Os recursos financeiros repassados pela tidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- § 2º É vedada a destinação de recursos públi-
cípios para pagamento do vencimento ou de qual- cos para auxílios ou subvenções às instituições pri-
quer outra vantagem dos agentes comunitários de vadas com fins lucrativos.
saúde e dos agentes de combate às endemias não
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta
serão objeto de inclusão no cálculo para fins do li-
de empresas ou capitais estrangeiros na assistên-
mite de despesa com pessoal. (Incluído pela
cia à saúde no País, salvo nos casos previstos em
Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
lei.
§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profis-
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os re-
sionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de
quisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos
enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a par-
e substâncias humanas para fins de transplante,
teira, a serem observados por pessoas jurídicas de
pesquisa e tratamento, bem como a coleta,

36
processamento e transfusão de sangue e seus de- I - preservar e restaurar os processos ecológi-
rivados, sendo vedado todo tipo de comercializa- cos essenciais e prover o manejo ecológico das es-
ção. pécies e ecossistemas;
Art. 200. Ao sistema único de saúde com- II - preservar a diversidade e a integridade do
pete, além de outras atribuições, nos termos da lei: patrimônio genético do País e fiscalizar as entida-
des dedicadas à pesquisa e manipulação de mate-
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produ-
rial genético;
tos e substâncias de interesse para a saúde e par-
ticipar da produção de medicamentos, equipamen- III - definir, em todas as unidades da Federa-
tos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insu- ção, espaços territoriais e seus componentes a se-
mos; rem especialmente protegidos, sendo a alteração e
a supressão permitidas somente através de lei, ve-
II - executar as ações de vigilância sanitária e
dada qualquer utilização que comprometa a integri-
epidemiológica, bem como as de saúde do traba-
dade dos atributos que justifiquem sua proteção;
lhador;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de
III - ordenar a formação de recursos humanos
obra ou atividade potencialmente causadora de sig-
na área de saúde;
nificativa degradação do meio ambiente, estudo
IV - participar da formulação da política e da prévio de impacto ambiental, a que se dará publici-
execução das ações de saneamento básico; dade;
V - incrementar, em sua área de atuação, o de- V - controlar a produção, a comercialização e
senvolvimento científico e tecnológico e a inova- o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
ção; comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compre- o meio ambiente;
endido o controle de seu teor nutricional, bem como VI - promover a educação ambiental em todos
bebidas e águas para consumo humano; Daniel RIBEIRO DEosANDRADEníveis de ensino e a conscientização pública
VII - participar do controle e danielicoense@gmail.com
fiscalização da para a preservação do meio ambiente;
produção, transporte, guarda e utilização de 609.749.013-50
subs- VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na
tâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioati- forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
vos; função ecológica, provoquem a extinção de espé-
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, cies ou submetam os animais a crueldade. (Regu-
nele compreendido o do trabalho. lamento)
VIII - manter regime fiscal favorecido para os
CAPÍTULO VI biocombustíveis e para o hidrogênio de baixa emis-
são de carbono, na forma de lei complementar, a
DO MEIO AMBIENTE
fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente
sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir di-
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ferencial competitivo em relação a estes, especial-
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do mente em relação às contribuições de que tratam o
povo e essencial à sadia qualidade de vida, im- art. 195, I, "b", IV e V, e o art. 239 e aos impostos a
pondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever que se referem os arts. 155, II, e 156-A. (Redação
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e fu- dada pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
turas gerações.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
STF: O direito à integridade do meio ambiente - típico di- obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
reito de terceira geração - constitui prerrogativa jurídica de
titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afir-
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
mação dos direitos humanos, a expressão significativa de público competente, na forma da lei.
um poder atribuído, não ao indivíduo identificado em sua
singularidade, mas, num sentido verdadeiramente mais
§ 3º As condutas e atividades consideradas le-
abrangente, à própria coletividade social. sivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, administrativas, independentemente da obrigação
incumbe ao Poder Público: de reparar os danos causados.

37
STF: É admissível a condenação de pessoa jurídica pela gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidên-
prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pes- cia, dentre outros, dos princípios constitucionais da igual-
soas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de dire- dade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e
ção do órgão responsável pela prática criminosa. do postulado constitucional implícito que consagra o direito
à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata dimensão que privilegia o sentido de inclusão decorrente
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Gros- da própria Constituição da República (art. 1º, III, e art. 3º,
IV), fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir
sense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre
sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero entidade
condições que assegurem a preservação do meio familiar.
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos na- § 4º Entende-se, também, como entidade fami-
turais. liar a comunidade formada por qualquer dos pais e
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou seus descendentes.
arrecadadas pelos Estados, por ações discrimina- § 5º Os direitos e deveres referentes à socie-
tórias, necessárias à proteção dos ecossistemas dade conjugal são exercidos igualmente pelo ho-
naturais. mem e pela mulher.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
deverão ter sua localização definida em lei federal, divórcio.
sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da
§ 7º Para fins do disposto na parte final do in- pessoa humana e da paternidade responsável, o
ciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram planejamento familiar é livre decisão do casal, com-
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, petindo ao Estado propiciar recursos educacionais
desde que sejam manifestações culturais, con- e científicos para o exercício desse direito, vedada
forme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, qualquer forma coercitiva por parte de instituições
registradas como bem de natureza imaterial inte- oficiais ou privadas. Regulamento
grante do patrimônio cultural brasileiro, Daniel RIBEIRO DE
devendo ANDRADE
ser regulamentadas por lei específica que assegure § 8º O Estado assegurará a assistência à famí-
danielicoense@gmail.com
o bem-estar dos animais envolvidos. lia na
609.749.013-50 pessoa de cada um dos que a integram, cri-
ando mecanismos para coibir a violência no âmbito
de suas relações.
CAPÍTULO VII
Art. 227. É dever da família, da sociedade e
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
Art. 226. A família, base da sociedade, tem profissionalização, à cultura, à dignidade, ao res-
especial proteção do Estado. peito, à liberdade e à convivência familiar e comu-
nitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebra-
negligência, discriminação, exploração, violência,
ção.
crueldade e opressão.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos
§ 1º O Estado promoverá programas de assis-
termos da lei.
tência integral à saúde da criança, do adolescente
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reco- e do jovem, admitida a participação de entidades
nhecida a união estável entre o homem e a mulher não governamentais, mediante políticas específi-
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua cas e obedecendo aos seguintes preceitos:
conversão em casamento.
I - aplicação de percentual dos recursos públi-
STF: A paternidade socioafetiva, declarada ou não em re- cos destinados à saúde na assistência materno-in-
gistro público, não impede o reconhecimento do vínculo de
filiação concomitante baseado na origem biológica, com os fantil;
efeitos jurídicos próprios. II - criação de programas de prevenção e aten-
STF: É inconstitucional a diferenciação de regimes suces- dimento especializado para as pessoas portadoras
sórios entre cônjuges e companheiros. de deficiência física, sensorial ou mental, bem
STF: A extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo re- como de integração social do adolescente e do jo-
gime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de vem portador de deficiência, mediante o

38
treinamento para o trabalho e a convivência, e a fa- § 8º A lei estabelecerá:
cilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, I - o estatuto da juventude, destinado a regular
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de os direitos dos jovens;
todas as formas de discriminação.
II - o plano nacional de juventude, de duração
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção decenal, visando à articulação das várias esferas
dos logradouros e dos edifícios de uso público e de do poder público para a execução de políticas pú-
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim blicas.
de garantir acesso adequado às pessoas portado-
ras de deficiência. Art. 228. São penalmente inimputáveis os
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da le-
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os
gislação especial.
seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admis- Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar
são ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm
XXXIII; o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, ca-
rência ou enfermidade.
II - garantia de direitos previdenciários e traba-
lhistas; Art. 230. A família, a sociedade e o Estado
III - garantia de acesso do trabalhador adoles- têm o dever de amparar as pessoas idosas, asse-
cente e jovem à escola; gurando sua participação na comunidade, defen-
dendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes
IV - garantia de pleno e formal conhecimento o direito à vida.
da atribuição de ato infracional, igualdade na rela-
ção processual e defesa técnica por profissional § 1º Os programas de amparo aos idosos se-
habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar rão executados preferencialmente em seus lares.
específica; § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é
Daniel RIBEIRO DEgarantida
ANDRADE
a gratuidade dos transportes coletivos ur-
V - obediência aos princípios dedanielicoense@gmail.com
brevidade, ex-
cepcionalidade e respeito à condição peculiar de banos.
609.749.013-50
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação
de qualquer medida privativa da liberdade; CAPÍTULO VIII
VI - estímulo do Poder Público, através de as- DOS ÍNDIOS
sistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos
termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
guarda, de criança ou adolescente órfão ou aban- organização social, costumes, línguas, crenças e
donado;
tradições, e os direitos originários sobre as terras
VII - programas de prevenção e atendimento que tradicionalmente ocupam, competindo à União
especializado à criança, ao adolescente e ao jovem demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
dependente de entorpecentes e drogas afins. seus bens.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a vio- § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pe-
lência e a exploração sexual da criança e do ado- los índios as por eles habitadas em caráter perma-
lescente. nente, as utilizadas para suas atividades produti-
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Pú- vas, as imprescindíveis à preservação dos recursos
blico, na forma da lei, que estabelecerá casos e ambientais necessários a seu bem-estar e as ne-
condições de sua efetivação por parte de estran- cessárias a sua reprodução física e cultural, se-
geiros. gundo seus usos, costumes e tradições.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direi- índios destinam-se a sua posse permanente, ca-
tos e qualificações, proibidas quaisquer designa- bendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do
ções discriminatórias relativas à filiação. solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos,
do adolescente levar-se- á em consideração o dis- incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a
posto no art. 204. lavra das riquezas minerais em terras indígenas só

39
podem ser efetivados com autorização do Con-
gresso Nacional, ouvidas as comunidades afeta-
das, ficando-lhes assegurada participação nos re-
sultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são ina-
lienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas
de suas terras, salvo, "ad referendum" do Con-
gresso Nacional, em caso de catástrofe ou epide-
mia que ponha em risco sua população, ou no inte-
resse da soberania do País, após deliberação do
Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipó-
tese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efei-
tos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocu-
pação, o domínio e a posse das terras a que se re-
fere este artigo, ou a exploração das riquezas na-
turais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes,
ressalvado relevante interesse público da União,
segundo o que dispuser lei complementar, não ge-
rando a nulidade e a extinção direito a indenização
ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei,
quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
boa fé.
danielicoense@gmail.com
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o dis-
609.749.013-50
posto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e or-
ganizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, inter-
vindo o Ministério Público em todos os atos do pro-
cesso.

40
III - Eixo Orientador III: Universalizar di-
reitos em um contexto de desigualdades:
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de
forma universal, indivisível e interdependente, as-
segurando a cidadania plena;
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças
e adolescentes para o seu desenvolvimento inte-
gral, de forma não discriminatória, assegurando
seu direito de opinião e participação;
DECRETA: c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estru-
turais; e
Art. 1° Fica aprovado o Programa Nacional de
Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diver-
as diretrizes, objetivos estratégicos e ações progra- sidade;
máticas estabelecidos, na forma do Anexo deste IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pú-
Decreto.
blica, Acesso à Justiça e Combate à Violência:
Art. 2° O PNDH-3 será implementado de a) Diretriz 11: Democratização e modernização
acordo com os seguintes eixos orientadores e suas do sistema de segurança pública;
respectivas diretrizes:
b) Diretriz 12: Transparência e participação po-
Daniel democrá-
I - Eixo Orientador I: Interação RIBEIRO DEpular
ANDRADE
no sistema de segurança pública e justiça cri-
tica entre Estado e sociedade civil: danielicoense@gmail.com
minal;
609.749.013-50
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Es- c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da cri-
tado e sociedade civil como instrumento de fortale- minalidade e profissionalização da investigação de
cimento da democracia participativa; atos criminosos;
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Hu- d) Diretriz 14: Combate à violência institucio-
manos como instrumento transversal das políticas nal, com ênfase na erradicação da tortura e na re-
públicas e de interação democrática; e dução da letalidade policial e carcerária;
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos siste- e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas
mas de informações em Direitos Humanos e cons- de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;
trução de mecanismos de avaliação e monitora- f) Diretriz 16: Modernização da política de exe-
mento de sua efetivação; cução penal, priorizando a aplicação de penas e
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e medidas alternativas à privação de liberdade e me-
Direitos Humanos: lhoria do sistema penitenciário; e
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desen- g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça
volvimento sustentável, com inclusão social e eco- mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento,
nômica, ambientalmente equilibrado e tecnologica- a garantia e a defesa de direitos;
mente responsável, cultural e regionalmente di- V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura
verso, participativo e não discriminatório; em Direitos Humanos:
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos
como sujeito central do processo de desenvolvi- princípios da política nacional de educação em Di-
mento; e reitos Humanos para fortalecer uma cultura de di-
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos reitos;
ambientais como Direitos Humanos, incluindo as b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
gerações futuras como sujeitos de direitos; democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas

41
de educação básica, nas instituições de ensino su-
perior e nas instituições formadoras;
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação
não formal como espaço de defesa e promoção dos
Direitos Humanos;
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Di-
reitos Humanos no serviço público; e
PREÂMBULO
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunica- Considerando que o reconhecimento da digni-
ção democrática e ao acesso à informação para dade inerente a todos os membros da família hu-
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos; mana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
e fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo,
VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória
e à Verdade: Considerando que o desprezo e o desrespeito
pelos direitos humanos resultaram em atos bárba-
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e
ros que ultrajaram a consciência da humanidade e
da verdade como Direito Humano da cidadania e
que o advento de um mundo em que mulheres e
dever do Estado;
homens gozem de liberdade de palavra, de crença
b) Diretriz 24: Preservação da memória histó- e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
rica e construção pública da verdade; e necessidade foi proclamado como a mais alta aspi-
c) Diretriz 25: Modernização da legislação re- ração do ser humano comum,
lacionada com promoção do direito à memória e à Considerando ser essencial que os direitos hu-
verdade, fortalecendo a democracia. manos sejam protegidos pelo império da lei, para
Parágrafo único. A implementação do PNDH-
Daniel que o
RIBEIRO DE ser humano não seja compelido, como último
ANDRADE
3, além dos responsáveis nele indicados, envolve recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
danielicoense@gmail.com
parcerias com outros órgãos federais relacionados Considerando ser essencial promover o de-
609.749.013-50
com os temas tratados nos eixos orientadores e senvolvimento de relações amistosas entre as na-
suas diretrizes. ções,
Art. 3° As metas, prazos e recursos necessá- Considerando que os povos das Nações Uni-
rios para a implementação do PNDH-3 serão defi- das reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fun-
nidos e aprovados em Planos de Ação de Direitos damentais do ser humano, na dignidade e no valor
Humanos bianuais. da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o
Art. 4° (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de progresso social e melhores condições de vida em
2019) uma liberdade mais ampla,
Art. 5° Os Estados, o Distrito Federal, os Mu- Considerando que os Países-Membros se
nicípios e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder comprometeram a promover, em cooperação com
Judiciário e do Ministério Público, serão convidados as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos
a aderir ao PNDH-3. e liberdades fundamentais do ser humano e a ob-
servância desses direitos e liberdades,
Art. 6° Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação. Considerando que uma compreensão comum
desses direitos e liberdades é da mais alta impor-
Art. 7° Fica revogado o Decreto no 4.229, de tância para o pleno cumprimento desse compro-
13 de maio de 2002. misso,
Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188o da In- Agora portanto a Assembleia Geral proclama a
dependência e 121o da República. presente Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos como o ideal comum a ser atingido por todos
os povos e todas as nações, com o objetivo de que
cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo
sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por

42
meio do ensino e da educação, por promover o res- discriminação que viole a presente Declaração e
peito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção contra qualquer incitamento a tal discriminação.
de medidas progressivas de caráter nacional e in-
Artigo 8°
ternacional, por assegurar o seu reconhecimento e
a sua observância universais e efetivos, tanto entre Todo ser humano tem direito a receber dos tri-
os povos dos próprios Países-Membros quanto en- bunais nacionais competentes remédio efetivo para
tre os povos dos territórios sob sua jurisdição. os atos que violem os direitos fundamentais que lhe
sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 1°
Artigo 9°
Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e direitos. São dotados de ra- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
zão e consciência e devem agir em relação uns aos exilado.
outros com espírito de fraternidade.
Artigo 10
Artigo 2°
Todo ser humano tem direito, em plena igual-
1. Todo ser humano tem capacidade para go- dade, a uma justa e pública audiência por parte de
zar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta um tribunal independente e imparcial, para decidir
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião po- acusação criminal contra ele.
lítica ou de outra natureza, origem nacional ou so-
Artigo 11
cial, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condi-
ção. 1.Todo ser humano acusado de um ato delitu-
oso tem o direito de ser presumido inocente até que
2. Não será também feita nenhuma distinção
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
fundada na condição política, jurídica ou internaci-
Daniel uma
onal do país ou território a que pertença pes- DEcom
RIBEIRO a lei, em julgamento público no qual lhe te-
ANDRADE
nham
soa, quer se trate de um territóriodanielicoense@gmail.com
independente, sido asseguradas todas as garantias neces-
sárias à sua defesa.
sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
609.749.013-50
qualquer outra limitação de soberania. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
ação ou omissão que, no momento, não constitu-
Artigo 3°
íam delito perante o direito nacional ou internacio-
Todo ser humano tem direito à vida, à liber- nal. Também não será imposta pena mais forte de
dade e à segurança pessoal. que aquela que, no momento da prática, era apli-
cável ao ato delituoso.
Artigo 4°
Artigo 12
Ninguém será mantido em escravidão ou ser-
vidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão Ninguém será sujeito à interferência na sua
proibidos em todas as suas formas. vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e re-
Artigo 5°
putação. Todo ser humano tem direito à proteção
Ninguém será submetido à tortura, nem a tra- da lei contra tais interferências ou ataques.
tamento ou castigo cruel, desumano ou degra-
Artigo 13
dante.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
Artigo 6°
locomoção e residência dentro das fronteiras de
Todo ser humano tem o direito de ser, em to- cada Estado.
dos os lugares, reconhecido como pessoa perante 2. Todo ser humano tem o direito de deixar
a lei. qualquer país, inclusive o próprio e a esse regres-
Artigo 7° sar.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, Artigo 14
sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. To-
dos têm direito a igual proteção contra qualquer

43
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de
tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros uma associação.
países.
Artigo 21
2. Esse direito não pode ser invocado em caso
de perseguição legitimamente motivada por crimes 1. Todo ser humano tem o direito de tomar
de direito comum ou por atos contrários aos objeti- parte no governo de seu país diretamente ou por
vos e princípios das Nações Unidas. intermédio de representantes livremente escolhi-
dos.
Artigo 15
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso
1. Todo ser humano tem direito a uma nacio- ao serviço público do seu país.
nalidade. 3. A vontade do povo será a base da autori-
2. Ninguém será arbitrariamente privado de dade do governo; essa vontade será expressa em
sua nacionalidade, nem do direito de mudar de na- eleições periódicas e legítimas, por sufrágio univer-
cionalidade. sal, por voto secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Artigo 16
Artigo 22
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou reli- Todo ser humano, como membro da socie-
gião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar dade, tem direito à segurança social, à realização
uma família. Gozam de iguais direitos em relação pelo esforço nacional, pela cooperação internacio-
ao casamento, sua duração e sua dissolução. nal e de acordo com a organização e recursos de
2. O casamento não será válido senão com o cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e
livre e pleno consentimento dos nubentes. culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento da sua personalidade.
3. A família é o núcleo natural Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e fundamental
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade Artigo 23
danielicoense@gmail.com
e do Estado. 609.749.013-501. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à
Artigo 17 livre escolha de emprego, a condições justas e fa-
voráveis de trabalho e à proteção contra o desem-
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, prego.
só ou em sociedade com outros.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção,
2. Ninguém será arbitrariamente privado de tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
sua propriedade.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a
Artigo 18 uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse-
Todo ser humano tem direito à liberdade de gure, assim como à sua família, uma existência
pensamento, consciência e religião; esse direito in- compatível com a dignidade humana e a que se
clui a liberdade de mudar de religião ou crença e a acrescentarão, se necessário, outros meios de pro-
liberdade de manifestar essa religião ou crença teção social.
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou 4. Todo ser humano tem direito a organizar
em particular. sindicatos e a neles ingressar para proteção de
seus interesses.
Artigo 19
Artigo 24
Todo ser humano tem direito à liberdade de
opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade Todo ser humano tem direito a repouso e lazer,
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
receber e transmitir informações e ideias por quais- e a férias remuneradas periódicas.
quer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 25
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito a um padrão
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de de vida capaz de assegurar a si e à sua família sa-
reunião e associação pacífica. úde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,

44
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais limitações determinadas pela lei, exclusivamente
indispensáveis e direito à segurança em caso de com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou respeito dos direitos e liberdades de outrem e de
outros casos de perda dos meios de subsistência satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
em circunstâncias fora de seu controle. pública e do bem-estar de uma sociedade demo-
2. A maternidade e a infância têm direito a cui- crática.
dados e assistência especiais. Todas as crianças, 3. Esses direitos e liberdades não podem, em
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
mesma proteção social. objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 26 Artigo 30
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A Nenhuma disposição da presente Declaração
instrução será gratuita, pelo menos nos graus ele- pode ser interpretada como o reconhecimento a
mentares e fundamentais. A instrução elementar qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
será obrigatória. A instrução técnico-profissional exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
será acessível a todos, bem como a instrução su- destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
perior, esta baseada no mérito. liberdades aqui estabelecidos.
2. A instrução será orientada no sentido do
pleno desenvolvimento da personalidade humana
e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser
humano e pelas liberdades fundamentais. A instru-
ção promoverá a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
religiosos e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da Daniel
paz. RIBEIRO DE ANDRADE
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3. Os pais têm prioridade de direito na escolha
609.749.013-50
do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.
I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL
Artigo 27
Princípios básicos
1. Todo ser humano tem o direito de participar
Regra 1
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do progresso científico e de Todos os reclusos devem ser tratados com o
seus benefícios. respeito inerente ao valor e dignidade do ser hu-
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos mano. Nenhum recluso deverá ser submetido a tor-
interesses morais e materiais decorrentes de qual- tura ou outras penas ou a tratamentos cruéis, de-
quer produção científica literária ou artística da qual sumanos ou degradantes e deverá ser protegido de
seja autor. tais atos, não sendo estes justificáveis em qualquer
circunstância. A segurança dos reclusos, do pes-
Artigo 28 soal do sistema prisional, dos prestadores de ser-
Todo ser humano tem direito a uma ordem so- viço e dos visitantes deve ser sempre assegurada.
cial e internacional em que os direitos e liberdades Regra 2
estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados. 1. Estas Regras devem ser aplicadas com im-
parcialidade. Não deve haver nenhuma discrimina-
Artigo 29 ção em razão da raça, cor, sexo, língua, religião,
1. Todo ser humano tem deveres para com a opinião política ou outra, origem nacional ou social,
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvi- património, nascimento ou outra condição. É ne-
mento de sua personalidade é possível. cessário respeitar as crenças religiosas e os pre-
ceitos morais do grupo a que pertença o recluso.
2. No exercício de seus direitos e liberdades,
todo ser humano estará sujeito apenas às

45
2. Para que o princípio da não discriminação Regra 6
seja posto em prática, as administrações prisionais
devem ter em conta as necessidades individuais Em todos os locais em que haja pessoas deti-
dos reclusos, particularmente daqueles em situa- das, deve existir um sistema uniformizado de re-
ção de maior vulnerabilidade. As medidas tomadas gisto dos reclusos. Este sistema pode ser um
para proteger e promover os direitos dos reclusos banco de dados ou um livro de registo, com pági-
portadores de necessidades especiais não serão nas numeradas e assinadas. Devem existir proce-
consideradas discriminatórias. dimentos que garantam um sistema seguro de au-
ditoria e que impeçam o acesso não autorizado ou
Regra 3 a modificação de qualquer informação contida no
A detenção e quaisquer outras medidas que sistema.
excluam uma pessoa do contacto com o mundo ex- Regra 7
terior são penosas pelo facto de, ao ser privada da
sua liberdade, lhe ser retirado o direito à autodeter- Nenhuma pessoa deve ser admitida num esta-
minação. Assim, o sistema prisional não deve agra- belecimento prisional sem uma ordem de detenção
var o sofrimento inerente a esta situação, exceto válida. As seguintes informações devem ser adici-
em casos pontuais em que a separação seja justi- onadas ao sistema de registo do recluso, logo após
ficável ou nos casos em que seja necessário man- a sua admissão:
ter a disciplina. (a) Informações precisas que permitam deter-
minar a sua identidade, respeitando a auto atribui-
Regra 4
ção de género;
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de (b) Os motivos da detenção e a autoridade
qualquer outra medida restritiva da liberdade são, competente que a ordenou,
prioritariamente, proteger a sociedade contra a cri-
minalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos além da data, horário e local de prisão;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
só podem ser alcançados se o período de detenção (c) A data e o horário da sua entrada e saída,
danielicoense@gmail.com
for utilizado para assegurar, sempre que possível, bem como de qualquer transferência;
a reintegração destas pessoas na sociedade 609.749.013-50
após
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclama-
a sua libertação, para que possam levar uma vida
ções acerca de maus-tratos sofridos;
autossuficiente e de respeito para com as leis.
(e) Um inventário dos seus bens pessoais;
2. Para esse fim, as administrações prisionais
e demais autoridades competentes devem propor- (f) Os nomes dos seus familiares e, quando
cionar educação, formação profissional e trabalho, aplicável, dos seus filhos, incluindo a idade, o local
bem como outras formas de assistência apropria- de residência e sua custódia ou tutela;
das e disponíveis, incluindo aquelas de natureza (g) Contato de emergência e informações
reparadora, moral, espiritual, social, desportiva e acerca do parente mais próximo.
de saúde. Estes programas, atividades e serviços
devem ser facultados de acordo com as necessida- Regra 8
des individuais de tratamento dos reclusos. As seguintes informações devem ser adiciona-
Regra 5 das ao sistema de registo do recluso durante a sua
detenção, quando aplicáveis:
1. O regime prisional deve procurar minimizar
as diferenças entre a vida durante a detenção e (a) Informação relativa ao processo judicial, in-
aquela em liberdade que tendem a reduzir a res- cluindo datas de audiências e representação legal;
ponsabilidade dos reclusos ou o respeito à sua dig- (b) Avaliações iniciais e relatórios de classifica-
nidade como seres humanos. ção;
2. As administrações prisionais devem fazer to- (c) Informação relativa ao comportamento e à
dos os ajustes possíveis para garantir que os reclu- disciplina;
sos portadores de deficiências físicas, mentais ou (d) Pedidos e reclamações, inclusive alega-
qualquer outra incapacidade tenham acesso com- ções de tortura, sanções ou outros tratamentos
pleto e efetivo à vida prisional em base de igual-
dade. Registos

46
cruéis, desumanos ou degradantes, a menos que 1. As celas ou locais destinados ao descanso
sejam de natureza confidencial; noturno não devem ser ocupados por mais de um
(e) Informação sobre a imposição de sanções recluso. Se, por razões especiais, tais como ex-
disciplinares; cesso temporário de população prisional, for neces-
sário que a administração prisional central adote
(f) Informação sobre as circunstâncias e cau- exceções a esta regra deve evitar-se que dois re-
sas de quaisquer ferimentos ou de morte e, em clusos sejam alojados numa mesma cela ou local.
caso de falecimento, o destino do corpo.
2. Quando se recorra à utilização de dormitó-
Regra 9 rios, estes devem ser ocupados por reclusos cuida-
Todos os registos mencionados nas Regras 7 dosamente escolhidos e reconhecidos como sendo
e 8 serão mantidos confidenciais e só serão aces- capazes de serem alojados nestas condições. Du-
síveis aos que, por razões profissionais, solicitem o rante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilân-
seu acesso. Todos os reclusos devem ter acesso cia regular, adaptada ao tipo de estabelecimento
aos seus registos, nos termos previstos em legisla- prisional em causa.
ção interna, e direito a receber uma cópia oficial Regra 13
destes registos no momento da sua libertação.
Todos os locais destinados aos reclusos, es-
Regra 10 pecialmente os dormitórios, devem satisfazer todas
O sistema de registo dos reclusos deve tam- as exigências de higiene e saúde, tomando-se de-
bém ser utilizado para gerar dados fiáveis sobre vidamente em consideração as condições climaté-
tendências e características da população prisio- ricas e, especialmente, a cubicagem de ar disponí-
nal, incluindo taxas de ocupação, a fim de criar uma vel, o espaço mínimo, a iluminação, o aquecimento
base para a tomada de decisões fundamentadas e a ventilação.
em provas. Regra 14
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Separação de categorias Em todos os locais destinados aos reclusos,
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Regra 11 para viverem ou trabalharem:
609.749.013-50
As diferentes categorias de reclusos devem (a) As janelas devem ser suficientemente am-
ser mantidas em estabelecimentos prisionais sepa- plas de modo a que os reclusos possam ler ou tra-
rados ou em diferentes zonas de um mesmo esta- balhar com luz natural e devem ser construídas de
belecimento prisional, tendo em consideração o forma a permitir a entrada de ar fresco, haja ou não
respetivo sexo e idade, antecedentes criminais, ra- ventilação artificial;
zões da detenção e medidas necessárias a aplicar. (b) A luz artificial deve ser suficiente para per-
Assim: mitir aos reclusos ler ou trabalhar sem prejudicar a
(a) Homens e mulheres devem ficar detidos em vista.
estabelecimentos separados; nos estabelecimen- Regra 15
tos que recebam homens e mulheres, todos os lo-
cais destinados às mulheres devem ser completa- As instalações sanitárias devem ser adequa-
mente separados; das, de maneira a que os reclusos possam efetuar
as suas necessidades quando precisarem, de
(b) Presos preventivos devem ser mantidos se- modo limpo e decente.
parados dos condenados;
Regra 16
(c) Pessoas detidas por dívidas ou outros re-
clusos do foro civil devem ser mantidos separados As instalações de banho e duche devem ser
dos reclusos do foro criminal; suficientes para que todos os reclusos possam,
quando desejem ou lhes seja exigido, tomar banho
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos se-
ou duche a uma temperatura adequada ao clima,
parados dos adultos.
tão frequentemente quanto necessário à higiene
Alojamento geral, de acordo com a estação do ano e a região
Regra 12 geográfica, mas pelo menos uma vez por semana
num clima temperado.

47
Regra 17 Alimentação
Todas as zonas de um estabelecimento prisio- Regra 22
nal utilizadas regularmente pelos reclusos devem 1. A administração deve fornecer a cada re-
ser sempre mantidas e conservadas escrupulosa- cluso, a horas determinadas, alimentação de valor
mente limpas. nutritivo adequado à saúde e à robustez física, de
Higiene pessoal qualidade e bem preparada e servida.
Regra 18 2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade
de se prover com água potável sempre que neces-
1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se sário.
mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão for-
necidos água e os artigos de higiene necessários à Exercício e desporto
saúde e limpeza. Regra 23
2. A fim de permitir aos reclusos manter um as- 1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho
peto correto e preservar o respeito por si próprios, no exterior devem ter pelo menos uma hora diária
ser-lhes-ão garantidos os meios indispensáveis de exercício adequado ao ar livre quando o clima o
para cuidar do cabelo e da barba; os homens de- permita.
vem poder barbear-se regularmente.
2. Os jovens reclusos e outros de idade e con-
Vestuário e roupas de cama dição física compatíveis devem receber, durante o
Regra 19 período reservado ao exercício, educação física e
recreativa. Para este fim, serão colocados à dispo-
1. Deve ser garantido vestuário adaptado às sição dos reclusos o espaço, instalações e equipa-
condições climatéricas e de saúde a todos os reclu- mento adequados.
sos que não estejam autorizados a usar o seu pró-
Daniel
prio vestuário. Este vestuário não deve RIBEIRO
de forma al- DE ANDRADE
Serviços Médicos
guma ser degradante ou humilhante. danielicoense@gmail.com
Regra 24
609.749.013-50
2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser man- 1. A prestação de serviços médicos aos reclu-
tido em bom estado. As roupas interiores devem sos é da responsabilidade do Estado. Os reclusos
ser mudadas e lavadas tão frequentemente quanto devem poder usufruir dos mesmos padrões de ser-
seja necessário para a manutenção da higiene. viços de saúde disponíveis à comunidade e ter
3. Em circunstâncias excecionais, sempre que acesso gratuito aos serviços de saúde necessários,
um recluso obtenha licença para sair do estabele- sem discriminação em razão da sua situação jurí-
cimento, deve ser autorizado a vestir as suas pró- dica.
prias roupas ou roupas que não chamem a aten- 2. Os serviços médicos devem ser organizados
ção. em estreita ligação com a administração geral de
Regra 20 saúde pública de forma a garantir a continuidade
do tratamento e da assistência, incluindo os casos
Sempre que os reclusos sejam autorizados a de VIH, tuberculose e de outras doenças infeciosas
utilizar o seu próprio vestuário, devem ser tomadas e da toxicodependência.
disposições no momento de admissão no estabele-
cimento para assegurar que este seja limpo e ade- Regra 25
quado. 1. Todos os estabelecimentos prisionais de-
Regra 21 vem ter um serviço de saúde incumbido de avaliar,
promover, proteger e melhorar a saúde física e
A todos os reclusos, de acordo com padrões mental dos reclusos, prestando particular atenção
locais ou nacionais, deve ser fornecido um leito pró- aos reclusos com necessidades especiais ou pro-
prio e roupa de cama suficiente e própria, que es- blemas de saúde que dificultam sua reabilitação.
tará limpa quando lhes for entregue, mantida em
bom estado de conservação e mudada com a fre- 2. Os serviços de saúde devem ser compostos
quência suficiente para garantir a sua limpeza. por uma equipa interdisciplinar, com pessoal quali-
ficado e suficiente, capaz de exercer a sua

48
atividade com total independência clínica, devendo (a) Um infantário interno ou externo, dotado de
ter conhecimentos especializados de psicologia e pessoal qualificado, onde as crianças possam per-
psiquiatria. Todos os reclusos devem poder benefi- manecer quando não estejam ao cuidado dos pais;
ciar dos serviços de um dentista qualificado. (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo tri-
Regra 26 agem médica no ingresso e monitoração constante
de seu desenvolvimento por especialistas.
1. Os serviços de saúde devem elaborar regis-
tos médicos individuais, confidenciais, atualizados 2. As crianças que se encontrem nos estabele-
e precisos para cada um dos reclusos, que a eles cimentos prisionais com os pais nunca devem ser
devem ter acesso, sempre que solicitado. O recluso tratadas como prisioneiras.
pode também ter acesso ao seu registo médico Regra 30
através de uma terceira pessoa por si designada.
Um médico, ou qualquer outro profissional de
2. O registo médico deve ser encaminhado saúde qualificado, seja este subordinado ou não ao
para o serviço de saúde do estabelecimento prisio- médico, deve observar, conversar e examinar to-
nal para o qual o recluso é transferido, encon- dos os reclusos, o mais depressa possível após a
trando-se sujeito à confidencialidade médica. sua admissão no estabelecimento prisional e, em
Regra 27 seguida, sempre que necessário. Deve dar-se es-
pecial atenção a:
1. Todos os estabelecimentos prisionais de-
vem assegurar o pronto acesso a tratamentos mé- (a) Identificar as necessidades de cuidados
dicos em casos urgentes. Os reclusos que neces- médicos e adotar as medidas de tratamento neces-
sitem de cuidados especializados ou de cirurgia de- sárias;
vem ser transferidos para estabelecimentos espe- (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o
cializados ou para hospitais civis. Se os estabeleci- recluso recém-admitido tenha sido submetido an-
Danielhospitala-
mentos prisionais possuírem instalações RIBEIRO DEtes
ANDRADE
de sua entrada no estabelecimento prisional;
res próprias, estas devem dispor de danielicoense@gmail.com
pessoal e equi-
(c) Identificar qualquer sinal de stresse psico-
pamento apropriados que permitam prestar609.749.013-50
aos re-
lógico ou de qualquer outro tipo causado pela de-
clusos doentes os cuidados e o tratamento adequa-
tenção, incluindo, mas não só, o risco de suicídio
dos.
ou de lesões auto infligidas e sintomas de abstinên-
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas cia resultantes do uso de drogas, medicamentos ou
por profissionais de saúde responsáveis e não po- álcool; devem ser tomadas todas as medidas ou
dem ser modificadas ou ignoradas pela equipa pri- tratamentos individualizados apropriados;
sional não médica.
(d) Nos casos em que se suspeita que o re-
Regra 28 cluso é portador de uma doença infectocontagiosa,
deve providenciar-se o isolamento clínico e o trata-
Nos estabelecimentos prisionais para mulhe-
mento adequado durante todo o período de infe-
res devem existir instalações especiais para o tra-
ção;
tamento das reclusas grávidas, das que tenham
acabado de dar à luz e das convalescentes. Desde (e) Determinar a aptidão do recluso para traba-
que seja possível, devem ser tomadas medidas lhar, praticar exercícios e participar das demais ati-
para que o parto tenha lugar num hospital civil. Se vidades, conforme for o caso.
a criança nascer num estabelecimento prisional, tal
Regra 31
facto não deve constar do respetivo registo de nas-
cimento. O médico ou, quando aplicável, outros profissi-
onais de saúde qualificados devem visitar diaria-
Regra 29 mente todos os reclusos que se encontrem doen-
1. A decisão que permite à criança ficar com o tes, que se queixem de problemas físicos ou men-
seu pai ou com a sua mãe no estabelecimento pri- tais ou de ferimentos e todos aqueles para os quais
sional deve ser baseada no melhor interesse da cri- a sua atenção é especialmente necessária. Todos
ança. Nos estabelecimentos prisionais que aco- os exames médicos devem ser conduzidos em total
lhem os filhos de reclusos, devem ser tomadas pro- confidencialidade.
vidências para garantir:

49
Regra 32 Regra 35
1. A relação entre o médico ou outros profissi- 1. O médico ou o profissional de saúde pública
onais de saúde e o recluso deve ser regida pelos competente deve proceder a inspeções regulares e
mesmos padrões éticos e profissionais aplicados aconselhar o diretor sobre:
aos pacientes da comunidade, em particular: (a) A quantidade, qualidade, preparação e dis-
(a) O dever de proteger a saúde física e mental tribuição de alimentos;
do recluso e a prevenção e tratamento de doenças, (b) A higiene e asseio do estabelecimento pri-
baseados apenas em fundamentos clínicos; sional e dos reclusos;
(b) A adesão à autonomia do recluso no que (c) As instalações sanitárias, aquecimento, ilu-
concerne à sua própria saúde e ao consentimento minação e ventilação do estabelecimento;
informado na relação médico-paciente;
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da
(c) A confidencialidade da informação médica, roupa de cama dos reclusos;
a menos que manter tal confidencialidade resulte
numa ameaça real e iminente para o paciente ou (e) A observância das regras respeitantes à
para os outros; educação física e desportiva, nos casos em que
não haja pessoal especializado encarregado des-
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou tas atividades.
passivamente, em atos que possam consistir em
tortura ou sanções ou tratamentos cruéis, desuma- 2. O diretor deve tomar em consideração os re-
nos ou degradantes, incluindo experiências médi- latórios e os conselhos do médico referidos no pa-
cas ou científicas que possam ser prejudiciais à sa- rágrafo 1 desta Regra e na Regra 33 e tomar ime-
úde do recluso, tais como a remoção de células, diatamente as medidas sugeridas para que estas
tecidos ou órgãos. recomendações sejam seguidas; em caso de desa-
cordo ou se a matéria não for da sua competência,
2. Sem prejuízo do parágrafo 1Daniel RIBEIRO
(d) desta Re- DE ANDRADE
transmitirá imediatamente à autoridade superior a
gra, deve ser permitido ao recluso, comdanielicoense@gmail.com
base no sua opinião e o relatório médico.
seu livre e informado consentimento e de acordo609.749.013-50
com as leis aplicáveis, participar em ensaios clíni- Restrições, disciplina e sanções
cos e outras pesquisas de saúde acessíveis à co- Regra 36
munidade, se o resultado de tais pesquisas e expe-
riências forem capazes de produzir um benefício di- A ordem e a disciplina devem ser mantidas
reto e significativo à sua saúde; e doar células, te- com firmeza, mas sem impor mais restrições do
cidos ou órgãos a parentes. que as necessárias para a manutenção da segu-
rança e da boa organização da vida comunitária.
Regra 33
Regra 37
O médico deve comunicar ao diretor sempre
que julgue que a saúde física ou mental do recluso Os seguintes pontos devem ser determinados
foi ou será desfavoravelmente afetada pelo prolon- por lei ou por regulamentação emanada pela auto-
gamento ou pela aplicação de qualquer modalidade ridade administrativa competente:
do regime de detenção. (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
Regra 34 (b) O tipo e a duração das sanções disciplina-
res que podem ser aplicadas;
Se, durante o exame de admissão ou na pres-
tação posterior de cuidados médicos, o médico ou (c) Autoridade competente para pronunciar es-
profissional de saúde detetar qualquer sinal de tor- sas sanções;
tura, punição ou tratamentos cruéis, desumanos ou (d) Qualquer forma de separação involuntária
degradantes, deve registar e comunicar tais casos da população prisional geral, como o confinamento
à autoridade médica, administrativa ou judicial solitário, o isolamento, a segregação, as unidades
competente. Devem ser seguidos os procedimen- de cuidado especial ou alojamentos restritos, seja
tos de salvaguarda apropriados para garantir que o por razão de sanção disciplinar ou para a manuten-
recluso ou as pessoas a ele associados não sejam ção da ordem e segurança, incluindo políticas de
expostos a perigos previsíveis. promulgação e os procedimentos que

50
regulamentem o uso e a revisão da imposição e da Regra 41
saída de qualquer forma de separação involuntária.
1. Qualquer alegação de infração disciplinar
Regra 38 praticada por um recluso deve ser prontamente
1. As administrações prisionais são encoraja- transmitida à autoridade competente, que deve in-
das a fazer uso, sempre que possível, da preven- vestigá-la sem atrasos injustificados.
ção de conflitos, da mediação ou de qualquer outro 2. O recluso deve ser informado, sem demora
meio alternativo de resolução de litígios para pre- e numa língua que compreenda, da natureza das
venir infrações disciplinares e resolver conflitos. acusações apresentadas contra si, devendo-lhe
2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram ser garantido tempo e os meios adequados para
separados, a administração prisional deve tomar as preparar a sua defesa.
medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudi- 3. O recluso deve ter direito a defender-se pes-
ciais do confinamento neles provocados, bem soalmente ou através de advogado, quando os in-
como na comunidade que os recebe quando são teresses da justiça assim o requeiram, em particu-
libertados. lar nos casos que envolvam infrações disciplinares
graves. Se o recluso não entender ou não falar a
Regra 39
língua utilizada na audiência disciplinar, devem ser
1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com assistidos gratuitamente por um intérprete compe-
base nas disposições legais ou regulamentares re- tente.
feridas na Regra 37 e nos princípios de equidade e 4. O recluso deve ter a oportunidade de inter-
de processo legal; e nunca duas vezes pela mesma por recurso das sanções disciplinares impostas
infração. contra a sua pessoa.
2. As administrações prisionais devem assegu- 5. No caso da infração disciplinar ser julgada
rar a proporcionalidade entre a sanção disciplinar como crime, o recluso deve ter direito a todas as
aplicável e a infração cometida e Daniel RIBEIRO
devem manter re- DEgarantias
ANDRADE
inerentes ao processo legal, aplicáveis
danielicoense@gmail.com
gistos apropriados de todas as sanções disciplina- aos processos criminais, incluindo total acesso a
res aplicadas. 609.749.013-50
um advogado.
3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as
Regra 42
administrações prisionais devem ter em conta se, e
como, uma eventual doença mental ou incapaci- As condições gerais de vida expressas nestas
dade de desenvolvimento do recluso contribuiu Regras, incluindo as relacionadas com a ilumina-
para a sua conduta e para à prática da infração ou ção, a ventilação, a temperatura, as instalações sa-
ato que fundamentou a sanção disciplinar. As ad- nitárias, a nutrição, a água potável, a acessibilidade
ministrações prisionais não devem punir qualquer a ambientes ao ar livre e ao exercício físico, a higi-
conduta do recluso se esta for considerada como ene pessoal, os cuidados médicos e o espaço pes-
resultado direto da sua doença mental ou incapaci- soal adequado, devem ser aplicadas a todos os re-
dade intelectual. clusos, sem exceção.
Regra 40 Regra 43
1. Nenhum recluso pode ser colocado a traba- 1. Em nenhuma circunstância devem as restri-
lhar no estabelecimento prisional em cumprimento ções ou sanções disciplinares implicar tortura, pu-
de qualquer medida disciplinar. nições ou outra forma de tratamentos cruéis, desu-
2. Esta regra, contudo, não impede o funciona- manos ou degradantes. As seguintes práticas, em
mento adequado de sistemas baseados na autoad- particular, devem ser proibidas:
ministração, sob os quais atividades ou responsa- (a) Confinamento solitário indefinido;
bilidades sociais, educacionais ou desportivas são (b) Confinamento solitário prolongado;
confiadas, sob supervisão, aos reclusos, organiza-
dos em grupos, para fins de tratamento. (c) Detenção em cela escura ou constante-
mente iluminada;
(d) Castigos corporais ou redução da alimenta-
ção ou água potável do recluso;

51
(e) Castigos coletivos. medidas restritivas à saúde física ou mental do re-
2. Os instrumentos de imobilização jamais de- cluso submetido a tais sanções ou medidas e de-
vem ser utilizados como sanção por infrações dis- vem aconselhar o diretor se considerarem neces-
ciplinares. sário interrompê-las por razões físicas ou psicoló-
gicas.
3. As sanções disciplinares ou medidas restri-
tivas não devem incluir a proibição de contato com 3. Os profissionais de saúde devem ter autori-
a família. O contato familiar só pode ser restringido dade para rever e recomendar alterações na sepa-
durante um período limitado de tempo e enquanto ração involuntária de um preso, a fim de assegurar
for estritamente necessário para a manutenção da que tal separação não agrave as condições
segurança e da ordem. médicas ou a deficiência física ou mental do re-
cluso.
Regra 44
Instrumentos de coação
Para os efeitos tidos por convenientes, o con-
finamento solitário refere-se ao confinamento do re- Regra 47
cluso por 22 horas ou mais, por dia, sem contato 1. O uso de correntes, de imobilizadores de
humano significativo. O confinamento solitário pro- ferro ou de outros instrumentos de coação conside-
longado refere-se ao confinamento solitário por rados inerentemente degradantes ou penosos
mais de 15 dias consecutivos. deve ser proibido.
Regra 45 2. Outros instrumentos de coação só devem
1. O confinamento solitário deve ser somente ser utilizados quando previstos em lei e nas seguin-
utilizado em casos excecionais, como último re- tes circunstâncias:
curso e durante o menor tempo possível, e deve ser (a) Como medida de precaução contra uma
sujeito a uma revisão independente, sendo apli- evasão durante uma transferência, desde que se-
Daniel RIBEIRO
cado unicamente de acordo com a autorização da DE ANDRADE
jam retirados logo que o recluso compareça pe-
autoridade competente. Não deve ser danielicoense@gmail.com
imposto em rante uma autoridade judicial ou administrativa;
consequência da sentença do recluso. 609.749.013-50
(b) Por ordem do diretor, depois de se terem
2. A imposição do confinamento solitário deve esgotado todos os outros meios de dominar o re-
ser proibida no caso de o recluso ser portador de cluso, a fim de o impedir de causar prejuízo a si
uma deficiência mental ou física e sempre que es- próprio ou a outros ou de causar danos materiais;
sas condições possam ser agravadas por esta me- nestes casos o diretor deve consultar o médico com
dida. A proibição do uso do confinamento solitário urgência e apresentar um relatório à autoridade ad-
e de medidas similares nos casos que envolvem ministrativa superior.
mulheres e crianças, como referido nos padrões e
normas da Organização das Nações Unidas sobre Regra 48
prevenção do crime e justiça penal, continuam a 1. Quando a utilização de instrumentos de co-
ser aplicáveis. ação for autorizada, de acordo com o parágrafo 2
Regra 46 da regra 47, os seguintes princípios serão aplica-
dos:
1. Os profissionais de saúde não devem ter
(a) Os instrumentos de coação só devem ser
qualquer papel na imposição de sanções disciplina-
utilizados quando outras formas menos severas de
res ou de outras medidas restritivas. Devem, no en-
controlo não forem efetivas face aos riscos repre-
tanto, prestar especial atenção à saúde dos reclu-
sentados por uma ação não controlada;
sos mantidos sob qualquer forma de separação in-
voluntária, visitando-os diariamente e providenci- (b) O método de restrição será o menos inva-
ando o pronto atendimento e a assistência médica sivo possível, o necessário e razoável para contro-
quando solicitado pelo recluso ou pelos guardas lar a ação do recluso, em função do nível e da na-
prisionais. tureza do risco apresentado;
2. Os profissionais de saúde devem transmitir (c) Os instrumentos de coação só devem ser
ao diretor, sem demora, qualquer efeito colateral utilizados durante o período estritamente
causado pelas sanções disciplinares ou outras

52
necessário e devem ser retirados logo que deixe de 2. As revistas das partes íntimas devem ser
existir o risco que motivou a restrição. conduzidas apenas por profissionais de saúde qua-
2. Os instrumentos de coação não devem ser lificados, que não sejam os principais responsáveis
utilizados em mulheres em trabalho de parto, nem pelos cuidados de saúde do recluso, ou, no mí-
durante nem imediatamente após o parto. nimo, por pessoal adequadamente treinado por um
profissional de saúde em relação aos padrões de
Regra 49 higiene, saúde e segurança.
A administração prisional deve procurar obter Regra 53
e promover formação no uso de técnicas de con-
trolo que evitem a necessidade de utilizar instru- Os reclusos devem ter acesso aos documen-
mentos de coação ou que reduzam o seu caráter tos relacionados com os seus processos judiciais e
intrusivo. ser autorizados a mantê-los consigo, sem que a ad-
ministração prisional tenha acesso a estes.
Revistas aos reclusos e inspeção de celas
Informações e direito de reclamação dos re-
Regra 50 clusos
As leis e regulamentos sobre as revistas aos Regra 54
reclusos e inspeções de celas devem estar em con-
formidade com as obrigações do Direito Internacio- Todo o recluso, no momento da admissão,
nal e devem ter em conta os padrões e as normas deve receber informação escrita sobre:
internacionais, uma vez considerada a necessi- (a) A legislação e os regulamentos do estabe-
dade de garantir a segurança dos estabelecimen- lecimento prisional e do sistema prisional;
tos prisionais. As revistas aos reclusos e as inspe- (b) Os seus direitos, inclusive os meios autori-
ções devem ser conduzidas de forma a respeitar a zados para obter informações, acesso a assistên-
dignidade humana inerente e a privacidade do re-
Daniel
cluso sujeito à inspeção, assim como RIBEIRO DEcia
os princípios
jurídica, incluindo o apoio judiciário, e sobre pro-
ANDRADE
cedimentos para formular pedidos e reclamações;
danielicoense@gmail.com
da proporcionalidade, legalidade e necessidade.
609.749.013-50(c) As suas obrigações, incluindo as sanções
Regra 51 disciplinares aplicáveis; e
As revistas aos reclusos e as inspeções não (d) Todos os assuntos que podem ser neces-
serão utilizadas para assediar, intimidar ou invadir sários para se adaptar à vida no estabelecimento.
desnecessariamente a privacidade do recluso.
Para fins de responsabilização, a administração pri- Regra 55
sional deve manter registos apropriados das revis- 1. As informações mencionadas na regra 54
tas feitas aos reclusos e inspeções, em particular devem estar disponíveis nas línguas mais utiliza-
as que envolvem o ato de despir e de inspecionar das, de acordo com as necessidades da população
partes íntimas do corpo e inspeções nas celas, bem prisional. Se um recluso não compreender qualquer
como as razões das inspeções, a identidade da- uma destas línguas, deve ser providenciada a as-
queles que as conduziram e quaisquer outros re- sistência de um intérprete.
sultados decorrentes dessas inspeções.
2. Se o recluso for analfabeto, as informações
Regra 52 devem ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclu-
sos com deficiências sensoriais devem receber as
1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato
informações de forma apropriada às suas necessi-
de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo,
dades.
devem ser feitas apenas quando forem absoluta-
mente necessárias. As administrações prisionais 3. A administração prisional deve expor, com
devem ser encorajadas a desenvolver e a utilizar destaque, a informação nas áreas de trânsito co-
outras alternativas apropriadas em vez de revistas mum do estabelecimento prisional.
íntimas invasivas. As revistas íntimas invasivas de- Regra 56
vem ser conduzidas de forma privada e por pessoal
treinado do mesmo sexo que o recluso inspecio- 1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de,
nado. em qualquer dia, formular pedidos ou reclamações

53
ao diretor do estabelecimento prisional ou ao mem- 1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a
bro do pessoal prisional autorizado a representá-lo. necessária supervisão, a comunicar periodica-
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os mente com as suas famílias e com amigos:
reclusos formularem pedidos ou reclamações, du- (a) Por correspondência e utilizando, se possí-
rante as inspeções do estabelecimento prisional, vel, meios de telecomunicação, digitais, eletrônicos
ao inspetor prisional. O recluso deve ter a oportuni- e outros; e
dade de conversar com o inspetor ou com qualquer (b) Através de visitas.
outro oficial de inspeção, de forma livre e com total
confidencialidade, sem a presença do diretor ou de 2. Onde forem permitidas as visitais conjugais,
outros membros da equipa. este direito deve ser garantido sem discriminação e
as mulheres reclusas devem exercer este direito
3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um nas mesmas condições que os homens. Devem ser
pedido ou reclamação sobre seu tratamento, sem instaurados procedimentos e disponibilizados lo-
censura quanto ao conteúdo, à administração prisi- cais, de forma a garantir o justo e igualitário acesso,
onal central, à autoridade judicial ou a outras auto- respeitando-se a segurança e a dignidade.
ridades competentes, incluindo os que têm poderes
de revisão e de reparação. Regra 59
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 Os reclusos devem ser colocados, sempre que
desta Regra serão estendidos ao seu advogado. possível, em estabelecimentos prisionais próximos
Nos casos em que nem o recluso, nem o seu advo- das suas casas ou do local da sua reabilitação so-
gado tenham a possibilidade de exercer tais direi- cial.
tos, um membro da família do recluso ou qualquer
Regra 60
outra pessoa que tenha conhecimento do caso
deve poder exercê-los. 1. A entrada de visitantes nos estabelecimen-
tos prisionais
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE depende do consentimento do visi-
Regra 57
tante de submeter-se à revista. O visitante pode re-
danielicoense@gmail.com
1. Todo o pedido ou reclamação deve ser pron- tirar o seu consentimento a qualquer momento;
tamente apreciado e respondido sem demora. Se o
609.749.013-50
nestes casos, a administração prisional poderá re-
pedido ou a reclamação for rejeitado, ou no caso cusar o seu acesso.
de atraso indevido, o reclamante deve ter o direito 2. Os procedimentos de entrada e revista de
de apresentá-lo à autoridade judicial ou a outra au- visitantes não devem ser degradantes e devem ser
toridade. regidos por princípios tão protetivos como os deli-
2. Devem ser criados mecanismos de salva- neados nas Regras 50 a 52. As revistas feitas a
guarda para assegurar que os reclusos possam for- partes íntimas do corpo devem ser evitadas e não
mular pedidos e reclamações de forma segura e, devem ser aplicadas a crianças.
se solicitado pelo reclamante, de forma confiden-
Regra 61
cial. O recluso, ou qualquer outra pessoa mencio-
nada no parágrafo 4 da Regra 56, não deve ser ex- 1. Os reclusos devem ter a oportunidade,
posto a qualquer risco de retaliação, intimidação ou tempo e meios adequados para receberem visitas
outras consequências negativas como resultado de e de comunicar com um advogado escolhido por si
um pedido ou reclamação. ou com um defensor público, sem demora, interce-
tação ou censura, em total confidencialidade, sobre
3. Alegações de tortura ou outras penas ou tra-
qualquer assunto jurídico, em conformidade com a
tamentos cruéis, desumanos ou degradantes de-
legislação nacional aplicada. Estas consultas po-
vem ser imediatamente apreciadas e devem origi-
nar uma investigação rápida e imparcial, conduzida dem ocorrer à vista dos agentes prisionais, mas
não podem ser ouvidas por estes.
por uma autoridade nacional independente, de
acordo com os parágrafos 1 e 2 da Regra 71. 2. Nos casos em que os reclusos não falam a
Contatos com o mundo exterior língua local, a administração prisional deve facilitar
o acesso aos serviços de um intérprete competente
Regra 58 e independente.

54
3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio um recluso se opõe à visita de um representante de
judiciário efetivo. uma religião, a sua vontade deve ser plenamente
respeitada.
Regra 62
Regra 66
1. A reclusos de nacionalidade estrangeira de-
vem ser concedidas facilidades razoáveis para co- Tanto quanto possível, cada recluso deve ser
municarem com os representantes diplomáticos e autorizado a satisfazer as exigências da sua vida
consulares do Estado a que pertencem. religiosa, assistindo aos serviços ministrados no
2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem estabelecimento prisional e tendo na sua posse li-
representação diplomática ou consular no país, e a vros de rito e prática de ensino religioso da sua con-
refugiados ou apátridas, devem ser concedidas fa- fissão.
cilidades semelhantes para comunicarem com re- Depósito de objetos pertencentes aos
presentantes diplomáticos do Estado encarregado reclusos
de zelar pelos seus interesses ou com qualquer au-
Regra 67
toridade nacional ou internacional que tenha a seu
cargo a proteção dessas pessoas. 1. Quando o regulamento não autorizar aos re-
clusos a posse de dinheiro, objetos de valor, peças
Regra 63
de vestuário e outros objetos que lhes pertençam,
Os reclusos devem ser mantidos regularmente estes devem, no momento de admissão no estabe-
informados das notícias mais importantes através lecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve
da leitura de jornais, publicações periódicas ou ins- ser elaborado um inventário destes objetos, assi-
titucionais especiais, através de transmissões de nado pelo recluso. Devem ser tomadas medidas
rádio, conferências ou quaisquer outros meios se- para conservar estes objetos em bom estado.
melhantes, autorizados ou controlados pela admi- 2. Estes objetos e o dinheiro devem ser resti-
nistração prisional. Daniel RIBEIRO DEtuídos
ANDRADEao recluso no momento da sua libertação,
Biblioteca danielicoense@gmail.com
com exceção do dinheiro que tenha sido autorizado
609.749.013-50
a gastar, dos objetos que tenham sido enviados
Regra 64
pelo recluso para o exterior ou das peças de vestu-
Cada estabelecimento prisional deve ter uma ário que tenham sido destruídas por razões de hi-
biblioteca para o uso de todas as categorias de re- giene. O recluso deve assinar o recibo dos objetos
clusos, devidamente provida com livros recreativos e do dinheiro que lhe tenham sido restituídos.
e de instrução e os reclusos devem ser incentiva- 3. Os valores e objetos enviados do exterior
dos a utilizá-la plenamente. encontram-se submetidos a estas mesmas regras.
Religião 4. Se o recluso for portador de medicamentos
Regra 65 ou estupefacientes no momento da admissão, o
médico ou outro profissional de saúde qualificado
1. Se o estabelecimento prisional reunir um nú- decidirá sobre a sua utilização.
mero suficiente de reclusos da mesma religião,
deve ser nomeado ou autorizado um representante Notificações
qualificado dessa religião. Se o número de reclusos Regra 68
o justificar e as circunstâncias o permitirem, deve
ser encontrada uma solução permanente. Todo o recluso deve ter o direito de ter oportu-
nidade e os meios de informar imediatamente a sua
2. O representante qualificado, nomeado ou família ou qualquer outra pessoa designada por si
autorizado nos termos do parágrafo 1 desta Regra, sobre a sua detenção, transferência para outro es-
deve ser autorizado a organizar periodicamente tabelecimento prisional ou sobre qualquer doença
serviços religiosos e a fazer, sempre que for acon- ou ferimento graves. A divulgação de informações
selhável, visitas pastorais privadas, num horário pessoais dos reclusos deve ser regida por legisla-
apropriado, aos reclusos da sua religião. ção nacional.
3. O direito de entrar em contacto com um re-
presentante qualificado da sua religião nunca deve
ser negado a qualquer recluso. Por outro lado, se

55
Regra 69 Regra 72
No caso de morte de um recluso, o diretor do A administração prisional deve tratar o corpo
estabelecimento prisional deve informar imediata- de um recluso falecido com respeito e dignidade. O
mente o parente mais próximo ou a pessoa previa- corpo do recluso falecido deve ser devolvido ao seu
mente designada pelo recluso. As pessoas desig- parente mais próximo o mais rapidamente possível
nadas pelo recluso para receberem informações e, o mais tardar, quando concluída a investigação.
sobre a sua saúde devem ser notificadas pelo dire- A administração prisional deve providenciar um fu-
tor em caso de doença grave, ferimento ou transfe- neral culturalmente adequado, se não houver outra
rência para uma instituição médica. O pedido explí- parte disposta ou capaz de fazê-lo, e deve manter
cito de um recluso, de que seu cônjuge ou parente um registo completo do facto.
mais próximo não seja informado em caso de do- Transferência de reclusos
ença ou ferimento, deve ser respeitado.
Regra 73
Regra 70
1. Quando os reclusos são transferidos, de ou
Um recluso deve ser informado imediatamente para outro estabelecimento, devem ser vistos o me-
da morte ou doença grave de qualquer parente pró- nos possível pelo público e devem ser tomadas me-
ximo, cônjuge ou companheiro. No caso de doença didas apropriadas para os proteger de insultos, cu-
crítica de um parente próximo, cônjuge ou compa- riosidade e de qualquer tipo de publicidade.
nheiro, o recluso deve ser autorizado, quando as
circunstâncias o permitirem, a estar junto dele, quer 2. Deve ser proibido o transporte de reclusos
sob escolta quer só, ou a participar no seu funeral. em veículos com deficiente ventilação ou ilumina-
ção ou que, de qualquer outro modo, os possa su-
Investigações jeitar a sacrifícios físicos desnecessários.
Regra 71 3. O transporte de reclusos deve ser efetuado
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
a expensas da administração prisional em condi-
1. Não obstante uma investigação interna, o di-
danielicoense@gmail.com
retor do estabelecimento prisional deve comunicar, ções de igualdade para todos.
imediatamente, a morte, o desaparecimento 609.749.013-50
ou o Pessoal do estabelecimento prisional
ferimento grave à autoridade judicial ou a outra au-
toridade competente independente da administra- Regra 74
ção prisional e deve determinar uma investigação 1. A administração prisional deve selecionar
imediata, imparcial e efetiva às circunstâncias e às cuidadosamente o pessoal de todas as categorias,
causas destes casos. A administração prisional dado que é da sua integridade, humanidade, apti-
deve cooperar integralmente com a referida autori- dões pessoais e capacidades profissionais que de-
dade e assegurar que todas as provas são preser- pende a boa gestão dos estabelecimentos prisio-
vadas. nais.
2. A obrigação referida no parágrafo 1 desta 2. A administração prisional deve esforçar-se
Regra deve ser igualmente aplicada quando houver permanentemente por suscitar e manter no espírito
indícios razoáveis para se supor que um ato de tor- do pessoal e da opinião pública a convicção de que
tura ou outras penas ou tratamentos cruéis, desu- esta missão representa um serviço social de
manos ou degradantes tenham sido praticados no grande importância; para o efeito, devem ser utili-
estabelecimento prisional, mesmo que não tenha zados todos os meios adequados para esclarecer
sido recebida uma reclamação formal. o público.
3. Quando houver indícios razoáveis para se 3. Para a realização daqueles fins, os mem-
supor que os atos referidos no parágrafo 2 desta bros do pessoal devem desempenhar funções a
Regra tenham sido praticados, devem ser tomadas tempo inteiro na qualidade de profissionais do sis-
medidas imediatas para garantir que todas as pes- tema prisional, devem ter o estatuto de funcionários
soas potencialmente implicadas não tenham qual- do Estado e ser-lhes garantida, por conseguinte,
quer envolvimento na investigação ou contato com segurança no emprego dependente apenas de boa
as testemunhas, vítimas e seus familiares. conduta, eficácia no trabalho e aptidão física. A re-
muneração deve ser suficiente para permitir recru-
tar e manter ao serviço homens e mulheres

56
competentes; as regalias e as condições de em- quer pelo seu carácter, quer pelas suas competên-
prego devem ser determinadas tendo em conta a cias administrativas, formação e experiência.
natureza penosa do trabalho. 2. O diretor do estabelecimento prisional deve
Regra 75 exercer a sua função oficial a tempo inteiro e não
deve ser nomeado a tempo parcial. Deve residir no
1. Os funcionários devem possuir um nível de estabelecimento prisional ou nas imediações
educação adequado e deve ser-lhes proporciona- deste.
das condições e meios para poderem exercer as
suas funções de forma profissional. 3. Quando dois ou mais estabelecimentos pri-
sionais estejam sob a autoridade de um único dire-
2. Devem frequentar, antes de entrar em fun- tor, este deve visitar ambos com regularidade. Em
ções, um curso de formação geral e específico, que cada um dos estabelecimentos deve haver um fun-
deve refletir as melhores e mais modernas práticas, cionário responsável.
baseadas em dados empíricos, das ciências pe-
nais. Apenas os candidatos que ficarem aprovados Regra 80
nas provas teóricas e práticas devem ser admitidos 1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos ou-
no serviço prisional. tros membros do pessoal do estabelecimento prisi-
3. Após a entrada em funções e ao longo da onal devem falar a língua da maior parte dos reclu-
sua carreira, o pessoal deve conservar e melhorar sos ou uma língua entendida pela maioria deles.
os seus conhecimentos e competências profissio- 2. Deve recorrer-se aos serviços de um intér-
nais, seguindo cursos de aperfeiçoamento organi- prete sempre que seja necessário.
zados periodicamente.
Regra 81
Regra 76
1. Nos estabelecimentos prisionais destinados
1. A formação a que se refere o parágrafo 2 da a homens e mulheres, a secção das mulheres deve
Regra 75 deve incluir, no mínimo,Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
o seguinte: ser colocada sob a direção de um funcionário do
danielicoense@gmail.com
(a) Legislação, regulamentos e políticas nacio- sexo feminino responsável que terá à sua guarda
nais relevantes, bem como os instrumentos 609.749.013-50
inter- todas as chaves dessa secção.
nacionais e regionais aplicáveis que devem nortear 2. Nenhum funcionário do sexo masculino
o trabalho e as interações dos funcionários com os pode entrar na parte do estabelecimento destinada
reclusos; às mulheres sem ser acompanhado por um funcio-
Regra 77 nário do sexo feminino.
Todos os membros do pessoal devem, em to- 3. A vigilância das reclusas deve ser assegu-
das as circunstâncias, comportar-se e desempe- rada exclusivamente por funcionários do sexo femi-
nhar as suas funções de maneira a que o seu nino. Não obstante, isso não impede que funcioná-
exemplo tenha boa influência sobre os reclusos e rios do sexo masculino, especialmente médicos e
mereça o respeito destes. professores, desempenhem as suas funções pro-
fissionais em estabelecimentos prisionais ou sec-
Regra 78 ções do estabelecimento prisional destinados a
1. Na medida do possível, deve incluir-se no mulheres.
pessoal um número suficiente de especialistas, tais Regra 82
como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais,
professores e instrutores técnicos. 1. Os funcionários dos estabelecimentos prisi-
onais não devem, nas suas relações com os reclu-
2. Os assistentes sociais, professores e instru- sos, usar de força, exceto em legítima defesa ou
tores técnicos devem exercer as suas funções de em casos de tentativa de fuga ou de resistência fí-
forma permanente, mas poderá também recorrer- sica ativa ou passiva a uma ordem baseada na lei
se a auxiliares a tempo parcial ou a voluntários. ou nos regulamentos. Os funcionários que tenham
Regra 79 de recorrer à força não devem usar senão a estri-
tamente necessária e devem comunicar imediata-
1. O diretor do estabelecimento prisional deve
mente o incidente ao diretor do estabelecimento
ser adequadamente qualificado para a sua função, prisional.

57
2. Os membros do pessoal prisional devem re- procurar ter uma representação equilibrada de
ceber formação técnica especial que lhes permita género.
dominar os reclusos violentos.
Regra 85
3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes
que assegurem serviços que os ponham em con- 1. Depois de uma inspeção, deve ser subme-
tacto direto com os reclusos não devem estar ar- tido à autoridade competente um relatório escrito.
mados. Aliás, não deverá ser confiada uma arma a Esforços devem ser empreendidos para tornar pú-
um membro do pessoal sem que este seja treinado blico os relatórios das inspeções externas, exclu-
para o seu uso. indo-se qualquer dado pessoal dos reclusos, a me-
nos que estes tenham dado explicitamente o seu
Inspeções internas e externas acordo.
Regra 83 2. A administração prisional ou qualquer outra
1. Deve haver um sistema duplo de inspeções autoridade competente, conforme apropriado, deve
regulares nos estabelecimentos e serviços prisio- indicar, num prazo razoável, se as recomendações
nais: provindas das inspeções externas serão implemen-
tadas.
(a) Inspeções internas ou administrativas con-
duzidas pela administração prisional central;
II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS
(b) Inspeções externas conduzidas por um ór-
ESPECIAIS
gão independente da administração prisional, que
pode incluir órgãos internacionais ou regionais
competentes. A. Reclusos condenados
Princípios gerais
2. Em ambos os casos, o objetivo das inspe-
ções deve ser o de assegurar que os estabeleci- Regra 86
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
mentos prisionais sejam administrados de acordo
Os princípios gerais a seguir enunciados têm
danielicoense@gmail.com
com as leis, regulamentos, políticas e procedimen-
por finalidade a definição do espírito dentro do qual
tos vigentes, para prossecução dos objetivos609.749.013-50
dos
os sistemas prisionais devem ser administrados e
serviços prisionais e correcionais e para a proteção
os objetivos a que devem tender, de acordo com a
dos direitos dos reclusos.
declaração feita na observação preliminar 1 destas
Regra 84 Regras.
1. Os inspetores devem ter a autoridade para: Regra 87
(a) Aceder a todas as informações sobre o nú- Antes do termo da execução de uma pena ou
mero de reclusos e dos locais de detenção, bem de uma medida é desejável que sejam adotadas as
como a toda a informação relevante ao tratamento medidas necessárias para assegurar ao recluso um
dos reclusos, incluindo os seus registos e as condi- regresso progressivo à vida na sociedade. Este ob-
ções de detenção; jetivo poderá ser alcançado, consoante os casos,
(b) Escolher livremente qual o estabelecimento através de um regime preparatório da libertação,
prisional que querem inspecionar, inclusive fa- organizado no próprio estabelecimento ou em outro
zendo visitas por iniciativa própria sem aviso prévio estabelecimento adequado, ou mediante uma liber-
e quais os reclusos que pretendem entrevistar; tação condicional sujeita a controlo, que não deve
caber à polícia, mas que deve comportar uma as-
(c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com
sistência social eficaz.
os funcionários prisionais, em total privacidade e
confidencialidade, durante as suas visitas; Regra 88
(d) Fazer recomendações à administração pri- 1. O tratamento não deve acentuar a exclusão
sional e a outras autoridades competentes. dos reclusos da sociedade, mas sim fazê-los com-
2. As equipas de inspeção externa devem ser preender que continuam a fazer parte dela. Para
compostas por inspetores qualificados e experien- este fim, há que recorrer, sempre que possível, à
tes, indicados por uma autoridade competente, e cooperação de organismos da comunidade
devem contar com profissionais de saúde. Deve-se

58
destinados a auxiliar o pessoal do estabelecimento Tratamento
prisional na reabilitação social dos reclusos.
Regra 91
2. Assistentes sociais, colaborando com cada
estabelecimento, devem ter por missão a manuten- O tratamento das pessoas condenadas a uma
ção e a melhoria das relações do recluso com a sua pena ou medida privativa de liberdade deve ter por
família e com os organismos sociais que podem objetivo, na medida em que o permitir a duração da
ser-lhe úteis. Devem adotar-se medidas tendo em condenação, criar nelas a vontade e as aptidões
vista a salvaguarda, de acordo com a lei e a pena que as tornem capazes, após a sua libertação, de
imposta, dos direitos civis, dos direitos em matéria viver no respeito pela lei e de prover às suas ne-
de segurança social e de outros benefícios sociais cessidades. Este tratamento deve incentivar o res-
dos reclusos. peito por si próprias e desenvolver o seu sentido da
responsabilidade.
Regra 89
Regra 92
1. A realização destes princípios exige a indivi-
dualização do tratamento e, para este fim, um sis- 1. Para este fim, há que recorrer a todos os
tema flexível de classificação dos reclusos por gru- meios apropriados, nomeadamente à assistência
pos; é por isso desejável que esses grupos sejam religiosa nos países em que seja possível, à instru-
colocados em estabelecimentos prisionais separa- ção, à orientação e à formação profissionais, à as-
dos, adequados ao tratamento de cada um deles. sistência social direcionada, ao aconselhamento
profissional, ao desenvolvimento físico e à educa-
2. Estes estabelecimentos não devem possuir ção moral, de acordo com as necessidades de
o mesmo grau de segurança para cada grupo. É cada recluso. Há que ter em conta o passado social
desejável prever graus de segurança consoante as e criminal do condenado, as suas capacidades e
necessidades dos diferentes grupos. Os estabele- aptidões físicas e mentais, a sua personalidade, a
cimentos abertos, pelo próprio facto de não preve- duração da condenação e as perspectivas da sua
rem medidas de segurança física Daniel
contraRIBEIRO
as eva- DEreabilitação.
ANDRADE
sões, mas remeterem neste domínio danielicoense@gmail.com
à autodisci-
609.749.013-50
plina dos reclusos, proporcionam aos reclusos cui- 2. Para cada recluso condenado a uma pena
dadosamente escolhidos as condições mais favo- ou a uma medida de certa duração, o diretor do es-
ráveis à sua reabilitação. tabelecimento prisional deve receber, no mais
breve trecho após a admissão do recluso, relatórios
3. É desejável que nos estabelecimentos prisi- completos sobre os diferentes aspetos referidos no
onais fechados a individualização do tratamento parágrafo 1 desta Regra. Estes relatórios devem
não seja prejudicada por um número demasiado sempre compreender um relatório de um médico,
elevado de reclusos. Nalguns países entende-se se possível especializado em psiquiatria, sobre a
que a população destes estabelecimentos não condição física e mental do recluso.
deve ultrapassar os quinhentos. Nos estabeleci-
mentos abertos, a população deve ser tão reduzida 3. Os relatórios e outros elementos pertinentes
quanto possível. devem ser colocados num arquivo individual. Este
arquivo deve ser atualizado e classificado de modo
4. Por outro lado, não é recomendável manter a poder ser consultado pelo pessoal responsável
estabelecimentos demasiado pequenos que pos- sempre que necessário.
sam impedir que instalações adequadas sejam fa-
cultadas. Classificação e individualização

Regra 90 Regra 93

O dever da sociedade não cessa com a liber- 1. As finalidades da classificação devem ser:
tação de um recluso. Seria por isso necessário dis- (a) De separar os reclusos que, pelo seu pas-
por de organismos governamentais ou privados ca- sado criminal ou pela sua personalidade, possam
pazes de trazer ao recluso colocado em liberdade vir a exercer uma influência negativa sobre os ou-
um auxílio pós-penitenciário eficaz, tendente a di- tros reclusos;
minuir os preconceitos a seu respeito e a permitir- (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em
lhe a sua reinserção na sociedade. vista facilitar o seu tratamento para a sua reinser-
ção social.

59
2. Há que dispor, na medida do possível, de 2. Deve ser proporcionada formação profissio-
estabelecimentos separados ou de secções distin- nal, em profissões úteis, aos reclusos que dela ti-
tas dentro de um estabelecimento para o trata- rem proveito e especialmente a jovens reclusos.
mento das diferentes categorias de reclusos. 3. Dentro dos limites compatíveis com uma se-
Regra 94 leção profissional apropriada e com as exigências
da administração e disciplina prisional, os reclusos
Assim que possível após a admissão e depois devem poder escolher o tipo de trabalho que que-
de um estudo da personalidade de cada recluso rem fazer.
condenado a uma pena ou a uma medida de uma
certa duração deve ser preparado um programa de Regra 99
tratamento que lhe seja destinado, à luz dos dados 1. A organização e os métodos do trabalho nos
de que se dispõe sobre as suas necessidades indi- estabelecimentos prisionais devem aproximar-se
viduais, as suas capacidades e o seu estado de es- tanto quanto possível dos que regem um trabalho
pírito. semelhante fora do estabelecimento, de modo a
Privilégios preparar os reclusos para as condições de uma
vida profissional normal.
Regra 95
2. No entanto, o interesse dos reclusos e a sua
Há que instituir em cada estabelecimento um formação profissional não devem ser subordinados
sistema de privilégios adaptado às diferentes cate- ao desejo de realizar um benefício financeiro por
gorias de reclusos e aos diferentes métodos de tra- meio do trabalho prisional.
tamento, com o objetivo de encorajar o bom com-
portamento, de desenvolver o sentido da responsa- Regra 100
bilidade e de estimular o interesse e a cooperação 1. As indústrias e as explorações agrícolas de-
dos reclusos no seu próprio tratamento. vem, de preferência, ser dirigidas pela administra-
Trabalho Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ção prisional e não por empresários privados.
danielicoense@gmail.com
Regra 96 2. Quando os reclusos forem empregues para
609.749.013-50
trabalho não controlado pela administração prisio-
1. Todos os reclusos condenados devem ter a nal, devem ser sempre colocados sob vigilância do
oportunidade de trabalhar e/ou participar ativa- pessoal prisional. Salvo nos casos em que o traba-
mente na sua reabilitação, em conformidade com lho seja efetuado para outros departamentos do
as suas aptidões física e mental, de acordo com a Estado, as pessoas às quais esse trabalho seja
determinação do médico ou de outro profissional de prestado devem pagar à administração a remune-
saúde qualificado. ração normal exigível para esse trabalho, tendo, to-
2. Deve ser dado trabalho suficiente de natu- davia, em conta a produtividade dos reclusos.
reza útil aos reclusos, de modo a conservá-los ati-
Regra 101
vos durante um dia normal de trabalho.
1. Os cuidados prescritos destinados a prote-
Regra 97
ger a segurança e a saúde dos trabalhadores em
1. O trabalho na prisão não deve ser de natu- liberdade devem igualmente existir nos estabeleci-
reza penosa. mentos prisionais.
2. Os reclusos não devem ser mantidos em re- 2. Devem ser adotadas disposições para in-
gime de escravidão ou de servidão. demnizar os reclusos por acidentes de trabalho e
3. Nenhum recluso será chamado a trabalhar doenças profissionais, nas mesmas condições que
para beneficiar, a título pessoal ou privado, qual- a lei concede aos trabalhadores em liberdade.
quer membro da equipa prisional. Regra 102
Regra 98 1. As horas diárias e semanais máximas de tra-
1. Tanto quanto possível, o trabalho proporcio- balho dos reclusos devem ser fixadas por lei ou por
nado deve ser de natureza que mantenha ou au- regulamento administrativo, tendo em considera-
mente as capacidades dos reclusos para ganharem ção regras ou costumes locais respeitantes ao tra-
honestamente a vida depois de libertados. balho dos trabalhadores em liberdade.

60
2. As horas devem ser fixadas de modo a dei- Regra 107
xar um dia de descanso semanal e tempo suficiente
para a educação e para outras atividades necessá- Desde o início do cumprimento da pena de um
rias como parte do tratamento e reinserção dos re- recluso, deve ter-se em consideração o seu futuro
clusos. depois de libertado, devendo este ser estimulado e
ajudado a manter ou estabelecer relações com
Regra 103 pessoas ou organizações externas, aptas a promo-
1. O trabalho dos reclusos deve ser remune- ver os melhores interesses da sua família e da sua
rado de modo equitativo. própria reabilitação social.

2. O regulamento deve permitir aos reclusos a Regra 108


utilização de pelo menos uma parte da sua remu- 1. Os serviços ou organizações governamen-
neração para adquirir objetos autorizados, destina- tais ou outras, que prestam assistência a reclusos
dos ao seu uso pessoal, e para enviar outra parte colocados em liberdade para se reestabelecerem
à sua família. na sociedade, devem assegurar, na medida do
3. O regulamento deve prever igualmente que possível e do necessário, que sejam facultados aos
uma parte da remuneração seja reservada pela ad- reclusos libertados documentos de identificação
ministração prisional de modo a constituir uma pou- apropriados, que lhes sejam garantidas casas ade-
pança que será entregue ao recluso no momento quadas e trabalho, vestuário apropriado ao clima e
da sua libertação. à estação do ano e recursos suficientes para che-
garem ao seu destino e para subsistirem no perí-
Educação e lazer
odo imediatamente seguinte à sua libertação.
Regra 104 2. Os representantes oficiais dessas organiza-
1. Devem ser tomadas medidas no sentido de ções devem ter o acesso necessário ao estabeleci-
melhorar a educação de todos osDaniel que daí DEmento
reclusosRIBEIRO prisional e aos reclusos, sendo consultados
ANDRADE
tirem proveito, incluindo instrução religiosa nos pa- sobre o futuro do recluso desde o início do cumpri-
danielicoense@gmail.com
mento da pena.
íses em que tal for possível. A educação de analfa-
609.749.013-50
betos e jovens reclusos será obrigatória, pres- 3. É recomendável que as atividades destas
tando-lhe a administração prisional especial aten- organizações estejam centralizadas ou sejam coor-
ção. denadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a
2. Tanto quanto for possível, a educação dos melhor utilização dos seus esforços.
reclusos deve estar integrada no sistema educaci- B. Reclusos com transtornos mentais e/ou
onal do país, para que depois da sua libertação com problemas de saúde
possam continuar, sem dificuldades, os seus estu-
dos. Regra 109

Regra 105 1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a


quem, posteriormente, foi diagnosticado uma defi-
Devem ser proporcionadas atividades recreati- ciência mental e/ou um problema de saúde grave,
vas e culturais em todos os estabelecimentos prisi- em relação aos quais a detenção poderia agravar a
onais em benefício da saúde mental e física dos re- sua condição, não devem ser detidas em prisões.
clusos. Devem ser tomadas medidas para as transferir
Relações sociais e assistência pós-prisio- para um estabelecimento para doentes mentais o
nal mais depressa possível.
Regra 106 2. Se necessário, os demais reclusos que so-
frem de outras doenças ou anomalias mentais de-
Deve ser prestada atenção especial à manu- vem ser examinados e tratados em instituições es-
tenção e melhoramento das relações entre o re- pecializadas, sob vigilância médica.
cluso e a sua família que se mostrem de maior van-
tagem para ambos. 3. O serviço médico ou psiquiátrico dos esta-
belecimentos prisionais deve proporcionar trata-
mento psiquiátrico a todos os reclusos que o neces-
sitem.

61
Regra 110 e for adequada. Se usar roupa do estabelecimento
prisional, esta será diferente da fornecida aos con-
É desejável que sejam adotadas medidas, de denados.
acordo com os organismos competentes, para que
o tratamento psiquiátrico seja mantido, se necessá- Regra 116
rio, depois da colocação em liberdade e que uma Será sempre dada à pessoa detida preventiva-
assistência social pós-prisional de natureza psiqui- mente a oportunidade de trabalhar, mas esta não
átrica seja assegurada. será obrigada a fazê-lo. Se optar por trabalhar, será
C. Reclusos detidos ou a aguardar julga- remunerada.
mento
Regra 117
Regra 111
A pessoa detida preventivamente deve ser au-
1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser torizada a obter, a expensas próprias ou a expen-
imputada a prática de uma infração penal, quer es- sas de terceiros, livros, jornais, material para escre-
tejam detidos sob custódia da polícia, quer num es- ver e outros meios de ocupação compatíveis com
tabelecimento prisional, mas que ainda não foram os interesses da administração da justiça e com a
julgados e condenados, são doravante designados segurança e boa ordem do estabelecimento prisio-
nestas Regras por “detidos preventivamente”. nal.
2. As pessoas detidas preventivamente presu- Regra 118
mem-se inocentes e como tal devem ser tratadas.
A pessoa detida preventivamente deve ser au-
3. Estes detidos devem beneficiar de um re- torizada a ser visitada e a ser tratada pelo seu mé-
gime especial cujos elementos essenciais se discri- dico pessoal ou dentista se existir motivo razoável
minam nestas Regras, sem prejuízo das disposi- para o seu pedido e puder pagar quaisquer despe-
ções legais sobre a proteção da liberdade individual sas em que incorrer. Regra 119
ou que estabelecem os trâmites a ser Daniel RIBEIRO DE
observados ANDRADE
1. Todo o recluso tem o direito a ser imediata-
danielicoense@gmail.com
em relação a pessoas detidas preventivamente.
mente informado das razões de sua detenção e so-
609.749.013-50
Regra 112 bre quaisquer acusações apresentadas contra si.
1. As pessoas detidas preventivamente devem 2. Se uma pessoa detida preventivamente não
ser mantidas separadas dos reclusos condenados. tiver um advogado da sua escolha, ser-lhe-á desig-
2. Os jovens detidos preventivamente devem nado um defensor oficioso pela autoridade judicial,
ser mantidos separados dos adultos e ser, em prin- ou outra autoridade, em todos os casos em que os
cípio, detidos em estabelecimentos prisionais se- interesses da justiça o exigirem e sem custos para
parados. a pessoa detida preventivamente, caso está não
possua recursos suficientes para pagar. A possibi-
Regra 113 lidade de se recusar o acesso a um advogado deve
As pessoas detidas preventivamente devem ser sujeita a uma revisão independente, sem de-
dormir sozinhas em quartos separados, sob re- mora.
serva de diferente costume local relativo ao clima. Regra 120
Regra 114 1. Os direitos e as modalidades que regem o
Dentro dos limites compatíveis com a boa or- acesso de uma pessoa detida preventivamente ao
dem do estabelecimento prisional, as pessoas de- seu advogado ou defensor oficioso, com vista à sua
tidas preventivamente podem, se o desejarem, defesa, devem ser regulados pelos mesmos princí-
mandar vir alimentação do exterior a expensas pró- pios estabelecidos na Regra 61.
prias, quer através da administração, quer através 2. A pessoa detida preventivamente deve ter à
da sua família ou amigos. Caso contrário a admi- sua disposição, se assim o desejar, material de es-
nistração deve fornecer-lhes a alimentação. crita a fim de preparar os documentos relacionados
com a sua defesa e entregar instruções confidenci-
Regra 115
ais ao seu advogado ou defensor oficioso.
A pessoa detida preventivamente deve ser au-
torizada a usar a sua própria roupa se estiver limpa

62
D. Presos civis ou complementar da que oferece o direito interno
dos Estados americanos;
Regra 121
Considerando que esses princípios foram con-
Nos países cuja legislação prevê a prisão por sagrados na Carta da Organização dos Estados
dívidas ou outras formas de prisão proferidas por Americanos, na Declaração Americana dos Direi-
decisão judicial na sequência de processos que tos e Deveres do Homem e na Declaração Univer-
não tenham natureza penal, os reclusos não devem sal dos Direitos do Homem, e que foram reafirma-
ser submetidos a maiores restrições nem ser trata- dos e desenvolvidos em outros instrumentos inter-
dos com maior severidade do que for necessário nacionais, tanto de âmbito mundial como regional;
para manter a segurança e a ordem. O seu trata-
mento não deve ser menos favorável do que o dos Reiterando que, de acordo com a Declaração
detidos preventivamente, sob reserva, porém, da Universal dos Direitos Humanos, só pode ser reali-
eventual obrigação de trabalhar. zado o ideal do ser humano livre, isento do temor e
da miséria, se forem criadas condições que permi-
E. Pessoas presas ou detidas sem acusa- tam a cada pessoa gozar dos seus direitos econô-
ção micos, sociais e culturais, bem como dos seus di-
Regra 122 reitos civis e políticos; e
Sem prejuízo das disposições contidas no ar- Considerando que a Terceira Conferência In-
tigo 9.º do Pacto Internacional sobre os Direitos Ci- teramericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967)
vis e Políticos, deve ser concedida às pessoas pre- aprovou a incorporação à própria Carta da Organi-
sas ou detidas sem acusação a proteção conferida zação de normas mais amplas sobre os direitos
nos termos da secção C, Partes I e II desta Regra. econômicos, sociais e educacionais e resolveu que
As disposições relevantes da secção A da Parte II, uma Convenção Interamericana sobre Direitos Hu-
desta Regra, serão igualmente aplicáveis sempre manos determinasse a estrutura, competência e
Daniel
que a sua aplicação possa beneficiar RIBEIRO DEprocesso
esta categoria ANDRADEdos órgãos encarregados dessa matéria;
especial de reclusos, desde que não seja tomada
danielicoense@gmail.com
Convieram no seguinte:
nenhuma medida que implique a reeducação ou a
609.749.013-50
reabilitação de pessoas não condenadas por uma
infração penal. PARTE I
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS
PROTEGIDOS

CAPÍTULO I
ENUMERAÇÃO DOS DEVERES

Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos


1. Os Estados-partes nesta Convenção com-
prometem-se a respeitar os direitos e liberdades
PREÂMBULO nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
Os Estados Americanos signatários da pre- exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua ju-
sente Convenção, Reafirmando seu propósito de risdição, sem discriminação alguma, por motivo de
consolidar neste Continente, dentro do quadro das raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas
instituições democráticas, um regime de liberdade ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou
pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos social, posição econômica, nascimento ou qual-
direitos humanos essenciais; quer outra condição social.
Reconhecendo que os direitos essenciais da 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é
pessoa humana não derivam do fato de ser ela na- todo ser humano.
cional de determinado Estado, mas sim do fato de Artigo 2º - Dever de adotar disposições de
ter como fundamento os atributos da pessoa hu-
direito interno
mana, razão por que justificam uma proteção inter-
nacional, de natureza convencional, coadjuvante

63
Se o exercício dos direitos e liberdades menci- 2. Ninguém deve ser submetido a torturas,
onados no artigo 1 ainda não estiver garantido por nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou de-
disposições legislativas ou de outra natureza, os gradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve
Estados-partes comprometem-se a adotar, de ser tratada com o respeito devido à dignidade ine-
acordo com as suas normas constitucionais e com rente ao ser humano.
as disposições desta Convenção, as medidas legis- 3. A pena não pode passar da pessoa do de-
lativas ou de outra natureza que forem necessárias linquente.
para tornar efetivos tais direitos e liberdades.
4. Os processados devem ficar separados dos
condenados, salvo em circunstâncias excepcio-
CAPÍTULO II nais, e devem ser submetidos a tratamento ade-
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS quado à sua condição de pessoas não condena-
das.
Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da per- 5. Os menores, quando puderem ser proces-
sonalidade jurídica sados, devem ser separados dos adultos e condu-
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de zidos a tribunal especializado, com a maior rapidez
sua personalidade jurídica. possível, para seu tratamento.

Artigo 4º - Direito à vida 6. As penas privativas de liberdade devem ter


por finalidade essencial a reforma e a readaptação
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite social dos condenados.
sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e,
em geral, desde o momento da concepção. Nin- Artigo 6º - Proibição da escravidão e da ser-
guém pode ser privado da vida arbitrariamente. vidão
2. Nos países que não houverem abolido a 1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão
Daniel
pena de morte, esta só poderá ser imposta pelosRIBEIRO DE
ou ANDRADE
servidão e tanto estas como o tráfico de escra-
delitos mais graves, em cumprimento de danielicoense@gmail.com
sentença vos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas
final de tribunal competente e em conformidade as suas formas.
609.749.013-50
com a lei que estabeleça tal pena, promulgada an- 2. Ninguém deve ser constrangido a executar
tes de haver o delito sido cometido. Tampouco se trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se se prescreve, para certos delitos, pena privativa de
aplique atualmente. liberdade acompanhada de trabalhos forçados,
3. Não se pode restabelecer a pena de morte esta disposição não pode ser interpretada no sen-
nos Estados que a hajam abolido. tido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta
por um juiz ou tribunal competente. O trabalho for-
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser
çado não deve afetar a dignidade, nem a capaci-
aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns
dade física e intelectual do recluso.
conexos com delitos políticos.
3. Não constituem trabalhos forçados ou obri-
5. Não se deve impor a pena de morte a pes-
gatórios para os efeitos deste artigo:
soa que, no momento da perpetração do delito, for
menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem a) os trabalhos ou serviços normalmente exigi-
aplicá-la a mulher em estado de gravidez. dos de pessoa reclusa em cumprimento de sen-
tença ou resolução formal expedida pela autori-
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito
dade judiciária competente. Tais trabalhos ou ser-
a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os
viços devem ser executados sob a vigilância e con-
quais podem ser concedidos em todos os casos.
trole das autoridades públicas, e os indivíduos que
Não se pode executar a pena de morte enquanto o
os executarem não devem ser postos à disposição
pedido estiver pendente de decisão ante a autori-
de particulares, companhias ou pessoas jurídicas
dade competente.
de caráter privado;
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal b) serviço militar e, nos países em que se ad-
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite mite a isenção por motivo de consciência, qualquer
sua integridade física, psíquica e moral. serviço nacional que a lei estabelecer em lugar da-
quele;

64
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de por lei, na apuração de qualquer acusação penal
calamidade que ameacem a existência ou o bem- formulada contra ela, ou na determinação de seus
estar da comunidade; direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fis-
d) o trabalho ou serviço que faça parte das cal ou de qualquer outra natureza.
obrigações cívicas normais. 2. Toda pessoa acusada de um delito tem di-
reito a que se presuma sua inocência, enquanto
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à se- o processo, toda pessoa tem direito, em plena
gurança pessoais. igualdade, às seguintes garantias mínimas:
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade a) direito do acusado de ser assistido gratuita-
física, salvo pelas causas e nas condições previa- mente por um tradutor ou intérprete, caso não com-
mente fixadas pelas Constituições políticas dos Es- preenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
tados-partes ou pelas leis de acordo com elas pro- b) comunicação prévia e pormenorizada ao
mulgadas. acusado da acusação formulada;
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou c) concessão ao acusado do tempo e dos
encarceramento arbitrários. meios necessários à preparação de sua defesa;
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser infor- d) direito do acusado de defender-se pessoal-
mada das razões da detenção e notificada, sem de- mente ou de ser assistido por um defensor de sua
mora, da acusação ou das acusações formuladas escolha e de comunicar-se, livremente e em parti-
contra ela. cular, com seu defensor;
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve e) direito irrenunciável de ser assistido por um
ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz defensor proporcionado pelo Estado, remunerado
ou outra autoridade autorizada por lei a exercer fun-
Daniel RIBEIRO DEouANDRADE
não, segundo a legislação interna, se o acusado
ções judiciais e tem o direito de ser julgada em não se defender ele próprio, nem nomear defensor
prazo razoável ou de ser posta em danielicoense@gmail.com
liberdade, sem dentro do prazo estabelecido pela lei;
609.749.013-50
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade
pode ser condicionada a garantias que assegurem f) direito da defesa de inquirir as testemunhas
o seu comparecimento em juízo. presentes no Tribunal e de obter o compareci-
mento, como testemunhas ou peritos, de outras
6. Toda pessoa privada da liberdade tem di- pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
reito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a
fim de que este decida, sem demora, sobre a lega- g) direito de não ser obrigada a depor contra si
lidade de sua prisão ou detenção e ordene sua sol- mesma, nem a confessar-se culpada; e
tura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tri-
Estados-partes cujas leis preveem que toda pessoa bunal superior.
que se vir ameaçada de ser privada de sua liber-
3. A confissão do acusado só é válida se feita
dade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal
sem coação de nenhuma natureza.
competente, a fim de que este decida sobre a lega-
lidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser res- 4. O acusado absolvido por sentença transi-
tringido nem abolido. O recurso pode ser interposto tada em julgado não poderá ser submetido a novo
pela própria pessoa ou por outra pessoa. processo pelos mesmos fatos.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este 5. O processo penal deve ser público, salvo no
princípio não limita os mandados de autoridade ju- que for necessário para preservar os interesses da
diciária competente expedidos em virtude de ina- justiça.
dimplemento de obrigação alimentar.
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retro-
Artigo 8º - Garantias judiciais atividade
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, Ninguém poderá ser condenado por atos ou
com as devidas garantias e dentro de um prazo ra- omissões que, no momento em que foram cometi-
zoável, por um juiz ou Tribunal competente, inde- dos, não constituam delito, de acordo com o direito
pendente e imparcial, estabelecido anteriormente aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais

65
grave do que a aplicável no momento da ocorrência informações e ideias de qualquer natureza, sem
do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei considerações de fronteiras, verbalmente ou por
estipular a imposição de pena mais leve, o delin- escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por
quente deverá dela beneficiar-se. qualquer meio de sua escolha.
Artigo 10 - Direito à indenização 2. O exercício do direito previsto no inciso pre-
cedente não pode estar sujeito à censura prévia,
Toda pessoa tem direito de ser indenizada mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser
conforme a lei, no caso de haver sido condenada expressamente previstas em lei e que se façam ne-
em sentença transitada em julgado, por erro judici- cessárias para assegurar:
ário.
a) o respeito dos direitos e da reputação das
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade demais pessoas;
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua b) a proteção da segurança nacional, da ordem
honra e ao reconhecimento de sua dignidade. pública, ou da saúde ou da moral públicas.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências ar- 3. Não se pode restringir o direito de expressão
bitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua por vias e meios indiretos, tais como o abuso de
família, em seu domicílio ou em sua correspondên- controles oficiais ou particulares de papel de im-
cia, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputa- prensa, de frequências radioelétricas ou de equipa-
ção. mentos e aparelhos usados na difusão de informa-
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei ção, nem por quaisquer outros meios destinados a
contra tais ingerências ou tais ofensas. obstar a comunicação e a circulação de ideias e
opiniões.
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de re-
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos
ligião
a censura prévia, com o objetivo exclusivo de regu-
1. Toda pessoa tem direito àDaniel RIBEIRO
liberdade de DE ANDRADE
lar o acesso a eles, para proteção moral da infância
consciência e de religião. Esse direitodanielicoense@gmail.com
implica a li- e da adolescência, sem prejuízo do disposto no in-
609.749.013-50
berdade de conservar sua religião ou suas crenças, ciso 2.
ou de mudar de religião ou de crenças, bem como
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor
a liberdade de professar e divulgar sua religião ou
da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacio-
suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em
nal, racial ou religioso que constitua incitamento à
público como em privado.
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violên-
2. Ninguém pode ser submetido a medidas res- cia.
tritivas que possam limitar sua liberdade de conser-
var sua religião ou suas crenças, ou de mudar de Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
religião ou de crenças. 1. Toda pessoa, atingida por informações ine-
3. A liberdade de manifestar a própria religião xatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por
e as próprias crenças está sujeita apenas às limita- meios de difusão legalmente regulamentados e que
ções previstas em lei e que se façam necessárias se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer,
para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou
moral públicas ou os direitos e as liberdades das resposta, nas condições que estabeleça a lei.
demais pessoas. 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm eximirão das outras responsabilidades legais em
direito a que seus filhos e pupilos recebam a edu- que se houver incorrido.
cação religiosa e moral que esteja de acordo com 3. Para a efetiva proteção da honra e da repu-
suas próprias convicções. tação, toda publicação ou empresa jornalística, ci-
Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de nematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
pessoa responsável, que não seja protegida por
expressão
imunidades, nem goze de foro especial.
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de
pensamento e de expressão. Esse direito inclui a Artigo 15 - Direito de reunião
liberdade de procurar, receber e difundir

66
É reconhecido o direito de reunião pacífica e Artigo 18 - Direito ao nome
sem armas. O exercício desse direito só pode estar
sujeito às restrições previstas em lei e que se fa- Toda pessoa tem direito a um prenome e aos
çam necessárias, em uma sociedade democrática, nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve
ao interesse da segurança nacional, da segurança regular a forma de assegurar a todos esse direito,
ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a mediante nomes fictícios, se for necessário.
moral públicas ou os direitos e as liberdades das Artigo 19 - Direitos da criança
demais pessoas.
Toda criança terá direito às medidas de prote-
Artigo 16 - Liberdade de associação ção que a sua condição de menor requer, por parte
1. Todas as pessoas têm o direito de associar- da sua família, da sociedade e do Estado.
se livremente com fins ideológicos, religiosos, polí- Artigo 20 - Direito à nacionalidade
ticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais,
desportivos ou de qualquer outra natureza. 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionali-
dade.
2. O exercício desse direito só pode estar su-
jeito às restrições previstas em lei e que se façam 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do
necessárias, em uma sociedade democrática, ao Estado em cujo território houver nascido, se não ti-
ver direito a outra.
interesse da segurança nacional, da segurança e
da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de
moral públicas ou os direitos e as liberdades das sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
demais pessoas.
Artigo 21 - Direito à propriedade privada
3. O presente artigo não impede a imposição
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de
de restrições legais, e mesmo a privação do exer-
seus bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo
cício do direito de associação, aos membros das
forças armadas e da polícia. Daniel RIBEIRO DEaoANDRADE
interesse social.
danielicoense@gmail.com
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus
Artigo 17 - Proteção da família
609.749.013-50
bens, salvo mediante o pagamento de indenização
1. A família é o núcleo natural e fundamental justa, por motivo de utilidade pública ou de inte-
da sociedade e deve ser protegida pela sociedade resse social e nos casos e na forma estabelecidos
e pelo Estado. pela lei.
2. É reconhecido o direito do homem e da mu- 3. Tanto a usura, como qualquer outra forma
lher de contraírem casamento e de constituírem de exploração do homem pelo homem, devem ser
uma família, se tiverem a idade e as condições para reprimidas pela lei.
isso exigidas pelas leis internas, na medida em que
Artigo 22 - Direito de circulação e de residên-
não afetem estas o princípio da não-discriminação
cia
estabelecido nesta Convenção.
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no
3. O casamento não pode ser celebrado sem o
território de um Estado tem o direito de nele livre-
consentimento livre e pleno dos contraentes.
mente circular e de nele residir, em conformidade
4. Os Estados-partes devem adotar as medi- com as disposições legais.
das apropriadas para assegurar a igualdade de di-
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente
reitos e a adequada equivalência de responsabili-
de qualquer país, inclusive de seu próprio país.
dades dos cônjuges quanto ao casamento, durante
o mesmo e por ocasião de sua dissolução. Em caso 3. O exercício dos direitos supracitados não
de dissolução, serão adotadas as disposições que pode ser restringido, senão em virtude de lei, na
assegurem a proteção necessária aos filhos, com medida indispensável, em uma sociedade demo-
base unicamente no interesse e conveniência dos crática, para prevenir infrações penais ou para pro-
mesmos. teger a segurança nacional, a segurança ou a or-
dem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto
direitos e liberdades das demais pessoas.
aos filhos nascidos fora do casamento, como aos
nascidos dentro do casamento.

67
4. O exercício dos direitos reconhecidos no in- 1. Toda pessoa tem direito a um recurso sim-
ciso 1 pode também ser restringido pela lei, em zo- ples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo,
nas determinadas, por motivo de interesse público. perante os juízes ou tribunais competentes, que a
5. Ninguém pode ser expulso do território do proteja contra atos que violem seus direitos funda-
Estado do qual for nacional e nem ser privado do mentais reconhecidos pela Constituição, pela lei ou
direito de nele entrar. pela presente Convenção, mesmo quando tal vio-
lação seja cometida por pessoas que estejam atu-
6. O estrangeiro que se encontre legalmente ando no exercício de suas funções oficiais.
no território de um Estado-parte na presente Con-
venção só poderá dele ser expulso em decorrência 2. Os Estados-partes comprometem-se:
de decisão adotada em conformidade com a lei. a) a assegurar que a autoridade competente
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e rece- prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre
ber asilo em território estrangeiro, em caso de per- os direitos de toda pessoa que interpuser tal re-
seguição por delitos políticos ou comuns conexos curso;
com delitos políticos, de acordo com a legislação b) a desenvolver as possibilidades de recurso
de cada Estado e com as Convenções internacio- judicial; e
nais. c) a assegurar o cumprimento, pelas autorida-
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser ex- des competentes, de toda decisão em que se tenha
pulso ou entregue a outro país, seja ou não de ori- considerado procedente o recurso.
gem, onde seu direito à vida ou à liberdade pessoal
esteja em risco de violação em virtude de sua raça,
CAPÍTULO III
nacionalidade, religião, condição social ou de suas
opiniões políticas. DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E
CULTURAIS
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangei-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ros.
danielicoense@gmail.com
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo
Artigo 23 - Direitos políticos 609.749.013-50
Os Estados-partes comprometem-se a adotar
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguin- as providências, tanto no âmbito interno, como me-
tes direitos e oportunidades: diante cooperação internacional, especialmente
a) de participar da condução dos assuntos pú- econômica e técnica, a fim de conseguir progressi-
blicos, diretamente ou por meio de representantes vamente a plena efetividade dos direitos que decor-
livremente eleitos; rem das normas econômicas, sociais e sobre edu-
cação, ciência e cultura, constantes da Carta da Or-
b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, ganização dos Estados Americanos, reformada
autênticas, realizadas por sufrágio universal e igua- pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos re-
litário e por voto secreto, que garantam a livre ex- cursos disponíveis, por via legislativa ou por outros
pressão da vontade dos eleitores; e meios apropriados.
c) de ter acesso, em condições gerais de igual-
dade, às funções públicas de seu país.
CAPÍTULO IV
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e SUSPENSÃO DE GARANTIAS,
oportunidades, a que se refere o inciso anterior, ex-
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
clusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
residência, idioma, instrução, capacidade civil ou
mental, ou condenação, por juiz competente, em Artigo 27 - Suspensão de garantias
processo penal. 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de
Artigo 24 - Igualdade perante a lei outra emergência que ameace a independência ou
segurança do Estado-parte, este poderá adotar as
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por disposições que, na medida e pelo tempo estrita-
conseguinte, têm direito, sem discriminação al- mente limitados às exigências da situação, suspen-
guma, à igual proteção da lei. dam as obrigações contraídas em virtude desta
Artigo 25 - Proteção judicial Convenção, desde que tais disposições não sejam

68
incompatíveis com as demais obrigações que lhe a) permitir a qualquer dos Estados-partes,
impõe o Direito Internacional e não encerrem dis- grupo ou indivíduo, suprimir o gozo e o exercício
criminação alguma fundada em motivos de raça, dos direitos e liberdades reconhecidos na Conven-
cor, sexo, idioma, religião ou origem social. ção ou limitá-los em maior medida do que a nela
2. A disposição precedente não autoriza a sus- prevista;
pensão dos direitos determinados nos seguintes ar- b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito
tigos: 3 (direito ao reconhecimento da personali- ou liberdade que possam ser reconhecidos em vir-
dade jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integri- tude de leis de qualquer dos Estados-partes ou em
dade pessoal), 6 (proibição da escravidão e da ser- virtude de Convenções em que seja parte um dos
vidão), 9 (princípio da legalidade e da retroativi- referidos Estados;
dade), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 c) excluir outros direitos e garantias que são
(proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 (di- inerentes ao ser humano ou que decorrem da
reitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 forma democrática representativa de governo;
(direitos políticos), nem das garantias indispensá-
veis para a proteção de tais direitos. d) excluir ou limitar o efeito que possam produ-
zir a Declaração Americana dos Direitos e Deveres
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fi- do Homem e outros atos internacionais da mesma
zer uso do direito de suspensão deverá comunicar natureza.
imediatamente aos outros Estados-partes na pre-
sente Convenção, por intermédio do Secretário Ge- Artigo 30 - Alcance das restrições
ral da Organização dos Estados Americanos, as As restrições permitidas, de acordo com esta
disposições cuja aplicação haja suspendido, os Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e liber-
motivos determinantes da suspensão e a data em dades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas
que haja dado por terminada tal suspensão. senão de acordo com leis que forem promulgadas
Artigo 28 - Cláusula federalDaniel RIBEIRO DEpor motivo de interesse geral e com o propósito
ANDRADE
para o qual houverem sido estabelecidas.
danielicoense@gmail.com
1. Quando se tratar de um Estado-parte cons-
609.749.013-50
tituído como Estado federal, o governo nacional do Artigo 31 - Reconhecimento de outros direi-
aludido Estado-parte cumprirá todas as disposi- tos
ções da presente Convenção, relacionadas com as Poderão ser incluídos, no regime de proteção
matérias sobre as quais exerce competência legis- desta Convenção, outros direitos e liberdades que
lativa e judicial. forem reconhecidos de acordo com os processos
2. No tocante às disposições relativas às ma- estabelecidos nos artigo 69 e 70.
térias que correspondem à competência das enti-
dades componentes da federação, o governo naci-
CAPÍTULO V
onal deve tomar imediatamente as medidas perti-
nentes, em conformidade com sua Constituição e DEVERES DAS PESSOAS
com suas leis, a fim de que as autoridades compe-
tentes das referidas entidades possam adotar as Artigo 32 - Correlação entre deveres e direi-
disposições cabíveis para o cumprimento desta tos
Convenção. 1. Toda pessoa tem deveres para com a famí-
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidi- lia, a comunidade e a humanidade.
rem constituir entre eles uma federação ou outro 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pe-
tipo de associação, diligenciarão no sentido de que los direitos dos demais, pela segurança de todos e
o pacto comunitário respectivo contenha as dispo- pelas justas exigências do bem comum, em uma
sições necessárias para que continuem sendo efe- sociedade democrática.
tivas no novo Estado, assim organizado, as normas
da presente Convenção.
PARTE II
Artigo 29 - Normas de interpretação
MEIOS DE PROTEÇÃO
Nenhuma disposição da presente Convenção
pode ser interpretada no sentido de:

69
CAPÍTULO VI Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Co-
ÓRGÃOS COMPETENTES missão, que não se devam à expiração normal do
mandato, serão preenchidas pelo Conselho Per-
Artigo 33 - São competentes para conhecer manente da Organização, de acordo com o que dis-
de assuntos relacionados com o cumprimento dos puser o Estatuto da Comissão.
compromissos assumidos pelos Estados-partes Artigo 39 - A Comissão elaborará seu esta-
nesta Convenção: tuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia
a) a Comissão Interamericana de Direitos Hu- Geral e expedirá seu próprio Regulamento.
manos, doravante denominada a Comissão; e Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Co-
b) a Corte Interamericana de Direitos Huma- missão devem ser desempenhados pela unidade
nos, doravante denominada a Corte. funcional especializada que faz parte da Secretaria
Geral da Organização e deve dispor dos recursos
CAPÍTULO VII necessários para cumprir as tarefas que lhe forem
confiadas pela Comissão.
COMISSÃO INTERAMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS
SEÇÃO 2
SEÇÃO 1 FUNÇÕES
ORGANIZAÇÃO
Artigo 41 - A Comissão tem a função princi-
pal de promover a observância e a defesa dos di-
Artigo 34 - A Comissão Interamericana de
reitos humanos e, no exercício de seu mandato,
Direitos Humanos compor-se-á de sete membros,
tem as seguintes funções e atribuições:
que deverão ser pessoas de alta autoridade moral
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e de reconhecido saber em matéria de direitos hu- a) estimular a consciência dos direitos huma-
manos. danielicoense@gmail.com
nos nos povos da América;
609.749.013-50
b) formular recomendações aos governos dos
Artigo 35 - A Comissão representa todos os
Membros da Organização dos Estados America- Estados-membros, quando considerar conveni-
nos. ente, no sentido de que adotem medidas progres-
sivas em prol dos direitos humanos no âmbito de
Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão se- suas leis internas e seus preceitos constitucionais,
rão eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral bem como disposições apropriadas para promover
da Organização, a partir de uma lista de candidatos o devido respeito a esses direitos;
propostos pelos governos dos Estados-membros. c) preparar estudos ou relatórios que conside-
2. Cada um dos referidos governos pode pro- rar convenientes para o desempenho de suas fun-
por até três candidatos, nacionais do Estado que os ções;
propuser ou de qualquer outro Estado-membro da d) solicitar aos governos dos Estados-mem-
Organização dos Estados Americanos. Quando for bros que lhe proporcionem informações sobre as
proposta uma lista de três candidatos, pelo menos medidas que adotarem em matéria de direitos hu-
um deles deverá ser nacional de Estado diferente manos;
do proponente.
e) atender às consultas que, por meio da Se-
Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão se- cretaria Geral da Organização dos Estados Ameri-
rão eleitos por quatro anos e só poderão ser reelei- canos, lhe formularem os Estados-membros sobre
tos um vez, porém o mandato de três dos membros questões relacionadas com os direitos humanos e,
designados na primeira eleição expirará ao cabo de dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o as-
dois anos. Logo depois da referida eleição, serão sessoramento que lhes solicitarem;
determinados por sorteio, na Assembleia Geral, os
f) atuar com respeito às petições e outras co-
nomes desses três membros.
municações, no exercício de sua autoridade, de
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51
um nacional de um mesmo país. desta Convenção; e

70
g) apresentar um relatório anual à Assembleia 4. As declarações serão depositadas na Secre-
Geral da Organização dos Estados Americanos. taria Geral da Organização dos Estados America-
nos, a qual encaminhará cópia das mesmas aos
Artigo 42 - Os Estados-partes devem sub-
Estados-membros da referida Organização.
meter à Comissão cópia dos relatórios e estudos
que, em seus respectivos campos, submetem anu- Artigo 46 - Para que uma petição ou comu-
almente às Comissões Executivas do Conselho In- nicação apresentada de acordo com os artigos 44
teramericano Econômico e Social e do Conselho ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessá-
Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, a rio:
fim de que aquela zele para que se promovam os a) que hajam sido interpostos e esgotados os
direitos decorrentes das normas econômicas, soci- recursos da jurisdição interna, de acordo com os
ais e sobre educação, ciência e cultura, constantes princípios de Direito Internacional geralmente reco-
da Carta da Organização dos Estados Americanos, nhecidos;
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
b) que seja apresentada dentro do prazo de
Artigo 43 - Os Estados-partes obrigam-se a seis meses, a partir da data em que o presumido
proporcionar à Comissão as informações que esta prejudicado em seus direitos tenha sido notificado
lhes solicitar sobre a maneira pela qual seu direito da decisão definitiva;
interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer
c) que a matéria da petição ou comunicação
disposições desta Convenção.
não esteja pendente de outro processo de solução
internacional; e
SEÇÃO 3 d) que, no caso do artigo 44, a petição conte-
COMPETÊNCIA nha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domi-
cílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de
Daniel RIBEIRO DErepresentante
ANDRADElegal da entidade que submeter a pe-
pessoas, ou entidade não-governamental legal- tição.
danielicoense@gmail.com
mente reconhecida em um ou mais Estados-mem-
609.749.013-502. As disposições das alíneas "a" e "b" do in-
bros da Organização, pode apresentar à Comissão ciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
petições que contenham denúncias ou queixas de
violação desta Convenção por um Estado-parte. a) não existir, na legislação interna do Estado
de que se tratar, o devido processo legal para a
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no proteção do direito ou direitos que se alegue te-
momento do depósito do seu instrumento de ratifi- nham sido violados;
cação desta Convenção, ou de adesão a ela, ou em
b) não se houver permitido ao presumido pre-
qualquer momento posterior, declarar que reco-
judicado em seus direitos o acesso aos recursos da
nhece a competência da Comissão para receber e
jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de
examinar as comunicações em que um Estado-
esgotá-los; e
parte alegue haver outro Estado-parte incorrido em
violações dos direitos humanos estabelecidos c) houver demora injustificada na decisão so-
nesta Convenção. bre os mencionados recursos.
2. As comunicações feitas em virtude deste ar- Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissí-
tigo só podem ser admitidas e examinadas se fo- vel toda petição ou comunicação apresentada de
rem apresentadas por um Estado-parte que haja acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
feito uma declaração pela qual reconheça a refe-
a) não preencher algum dos requisitos estabe-
rida competência da Comissão. A Comissão não
lecidos no artigo 46;
admitirá nenhuma comunicação contra um Estado-
parte que não haja feito tal declaração. b) não expuser fatos que caracterizem violação
dos direitos garantidos por esta Convenção;
3. As declarações sobre reconhecimento de
competência podem ser feitas para que esta vigore c) pela exposição do próprio peticionário ou do
por tempo indefinido, por período determinado ou Estado, for manifestamente infundada a petição ou
para casos específicos. comunicação ou for evidente sua total improcedên-
cia; ou

71
d) for substancialmente reprodução de petição comunicação que reúna todos os requisitos formais
ou comunicação anterior, já examinada pela Co- de admissibilidade.
missão ou por outro organismo internacional.
Artigo 49 - Se se houver chegado a uma so-
lução amistosa de acordo com as disposições do
SEÇÃO 4 inciso 1, "f", do artigo 48, a Comissão redigirá um
PROCESSO relatório que será encaminhado ao peticionário e
aos Estados-partes nesta Convenção e posterior-
Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma mente transmitido, para sua publicação, ao Secre-
petição ou comunicação na qual se alegue a viola- tário Geral da Organização dos Estados America-
ção de qualquer dos direitos consagrados nesta nos. O referido relatório conterá uma breve exposi-
Convenção, procederá da seguinte maneira: ção dos fatos e da solução alcançada. Se qualquer
das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á proporcio-
a) se reconhecer a admissibilidade da petição nada a mais ampla informação possível.
ou comunicação, solicitará informações ao Go-
verno do Estado ao qual pertença a autoridade Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solu-
apontada como responsável pela violação alegada ção, e dentro do prazo que for fixado pelo Estatuto
e transcreverá as partes pertinentes da petição ou da Comissão, esta redigirá um relatório no qual ex-
comunicação. As referidas informações devem ser porá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não
enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela representar, no todo ou em parte, o acordo unâ-
Comissão ao considerar as circunstâncias de cada nime dos membros da Comissão, qualquer deles
caso; poderá agregar ao referido relatório seu voto em
separado. Também se agregarão ao relatório as
b) recebidas as informações, ou transcorrido o
exposições verbais ou escritas que houverem sido
prazo fixado sem que sejam elas recebidas, verifi-
feitas pelos interessados em virtude do inciso 1,
cará se existem ou subsistem os motivos da peti-
Daniel RIBEIRO "e", do
DE artigo 48.
ANDRADE
ção ou comunicação. No caso de não existirem ou
danielicoense@gmail.com
não subsistirem, mandará arquivar o expediente; 2. O relatório será encaminhado aos Estados
interessados,
609.749.013-50 aos quais não será facultado publicá-
c) poderá também declarar a inadmissibilidade
lo.
ou a improcedência da petição ou comunicação,
com base em informação ou prova supervenientes; 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode
formular as proposições e recomendações que jul-
d) se o expediente não houver sido arquivado,
gar adequadas.
e com o fim de comprovar os fatos, a Comissão
procederá, com conhecimento das partes, a um Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a
exame do assunto exposto na petição ou comuni- partir da remessa aos Estados interessados do re-
cação. Se for necessário e conveniente, a Comis- latório da Comissão, o assunto não houver sido so-
são procederá a uma investigação para cuja eficaz lucionado ou submetido à decisão da Corte pela
realização solicitará, e os Estados interessados lhe Comissão ou pelo Estado interessado, aceitando
proporcionarão, todas as facilidades necessárias; sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo
e) poderá pedir aos Estados interessados qual- voto da maioria absoluta dos seus membros, sua
quer informação pertinente e receberá, se isso for opinião e conclusões sobre a questão submetida à
solicitado, as exposições verbais ou escritas que sua consideração.
apresentarem os interessados; e 2. A Comissão fará as recomendações perti-
f) pôr-se-á à disposição das partes interessa- nentes e fixará um prazo dentro do qual o Estado
das, a fim de chegar a uma solução amistosa do deve tomar as medidas que lhe competir para re-
assunto, fundada no respeito aos direitos reconhe- mediar a situação examinada.
cidos nesta Convenção. 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão de-
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, cidirá, pelo voto da maioria absoluta dos seus
pode ser realizada uma investigação, mediante membros, se o Estado tomou ou não as medidas
prévio consentimento do Estado em cujo território adequadas e se pública ou não seu relatório.
se alegue houver sido cometida a violação, tão so-
mente com a apresentação de uma petição ou

72
CAPÍTULO VIII Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de al-
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS gum dos Estados-partes em caso submetido à
HUMANOS Corte, conservará o seu direito de conhecer do
mesmo.
SEÇÃO 1 2. Se um dos juízes chamados a conhecer do
ORGANIZAÇÃO caso for de nacionalidade de um dos Estados-par-
tes, outro Estado-parte no caso poderá designar
uma pessoa de sua escolha para integrar a Corte,
Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete na qualidade de juiz ad hoc.
juízes, nacionais dos Estados-membros da Organi- 3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer
zação, eleitos a título pessoal dentre juristas da do caso, nenhum for da nacionalidade dos Esta-
mais alta autoridade moral, de reconhecida compe- dos-partes, cada um destes poderá designar um
tência em matéria de direitos humanos, que reú- juiz ad hoc.
nam as condições requeridas para o exercício das
mais elevadas funções judiciais, de acordo com a 4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indi-
lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Es- cados no artigo 52.
tado que os propuser como candidatos. 5. Se vários Estados-partes na Convenção ti-
2. Não deve haver dois juízes da mesma naci- verem o mesmo interesse no caso, serão conside-
onalidade. rados como uma só parte, para os fins das disposi-
ções anteriores. Em caso de dúvida, a Corte deci-
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão elei- dirá.
tos, em votação secreta e pelo voto da maioria ab-
soluta dos Estados-partes na Convenção, na As- Artigo 56 - O quórum para as deliberações
sembleia Geral da Organização, a partir de uma da Corte é constituído por cinco juízes.
Daniel RIBEIRO
lista de candidatos propostos pelos mesmos Esta- DE ANDRADE
Artigo 57 - A Comissão comparecerá em to-
dos. danielicoense@gmail.com
dos os casos perante a Corte.
2. Cada um dos Estados-partes pode609.749.013-50
propor
Artigo 58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar
até três candidatos, nacionais do Estado que os
que for determinado, na Assembleia Geral da Or-
propuser ou de qualquer outro Estado-membro da
ganização, pelos Estados-partes na Convenção,
Organização dos Estados Americanos. Quando se
mas poderá realizar reuniões no território de qual-
propuser um lista de três candidatos, pelo menos
quer Estado-membro da Organização dos Estados
um deles deverá ser nacional do Estado diferente
Americanos em que considerar conveniente, pela
do proponente.
maioria dos seus membros e mediante prévia aqui-
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão elei- escência do Estado respectivo. Os Estados-partes
tos por um período de seis anos e só poderão ser na Convenção podem, na Assembleia Geral, por
reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes dois terços dos seus votos, mudar a sede da Corte.
designados na primeira eleição expirará ao cabo de 2. A Corte designará seu Secretário.
três anos. Imediatamente depois da referida elei-
ção, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia 3. O Secretário residirá na sede da Corte e de-
Geral, os nomes desse três juízes. verá assistir às reuniões que ela realizar fora da
mesma.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo man-
dato não haja expirado, completará o período Artigo 59 - A Secretaria da Corte será por
deste. esta estabelecida e funcionará sob a direção do Se-
cretário Geral da Organização em tudo o que não
3. Os juízes permanecerão em suas funções
for incompatível com a independência da Corte.
até o término dos seus mandatos. Entretanto, con-
Seus funcionários serão nomeados pelo Secretário
tinuarão funcionando nos casos de que já houve-
Geral da Organização, em consulta com o Secretá-
rem tomado conhecimento e que se encontrem em
rio da Corte.
fase de sentença e, para tais efeitos, não serão
substituídos pelos novos juízes eleitos.

73
Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e de assuntos que ainda não estiverem submetidos
expedirá seu Regimento. ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da
Comissão.

SEÇÃO 2 Artigo 64 - 1. Os Estados-membros da Orga-


COMPETÊNCIA E FUNÇÕES nização poderão consultar a Corte sobre a interpre-
tação desta Convenção ou de outros tratados con-
cernentes à proteção dos direitos humanos nos Es-
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e
tados americanos. Também poderão consultá-la,
a Comissão têm direito de submeter um caso à de-
no que lhes compete, os órgãos enumerados no
cisão da Corte.
capítulo X da Carta da Organização dos Estados
2. Para que a Corte possa conhecer de qual- Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos
quer caso, é necessário que sejam esgotados os Aires.
processos previstos nos artigos 48 a 50.
2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da
Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no Organização, poderá emitir pareceres sobre a com-
momento do depósito do seu instrumento de ratifi- patibilidade entre qualquer de suas leis internas e
cação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em os mencionados instrumentos internacionais.
qualquer momento posterior, declarar que reco- Artigo 65 - A Corte submeterá à considera-
nhece como obrigatória, de pleno direito e sem con-
ção da Assembleia Geral da Organização, em cada
venção especial, a competência da Corte em todos
período ordinário de sessões, um relatório sobre as
os casos relativos à interpretação ou aplicação
suas atividades no ano anterior. De maneira espe-
desta Convenção.
cial, e com as recomendações pertinentes, indicará
2. A declaração pode ser feita incondicional- os casos em que um Estado não tenha dado cum-
Daniel
mente, ou sob condição de reciprocidade, por RIBEIRO DE ANDRADE
primento a suas sentenças.
danielicoense@gmail.com
prazo determinado ou para casos específicos. De-
verá ser apresentada ao Secretário Geral da Orga-
609.749.013-50 SEÇÃO 3
nização, que encaminhará cópias da mesma a ou-
tros Estados-membros da Organização e ao Secre- PROCESSO
tário da Corte.
Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser
3. A Corte tem competência para conhecer de
qualquer caso, relativo à interpretação e aplicação fundamentada.
das disposições desta Convenção, que lhe seja 2. Se a sentença não expressar no todo ou em
submetido, desde que os Estados-partes no caso parte a opinião unânime dos juízes, qualquer deles
tenham reconhecido ou reconheçam a referida terá direito a que se agregue à sentença o seu voto
competência, seja por declaração especial, como dissidente ou individual.
preveem os incisos anteriores, seja por convenção
Artigo 67 - A sentença da Corte será defini-
especial.
tiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o
Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve vio- sentido ou alcance da sentença, a Corte interpretá-
lação de um direito ou liberdade protegidos nesta la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o
Convenção, a Corte determinará que se assegure pedido seja apresentado dentro de noventa dias a
ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade partir da data da notificação da sentença.
violados. Determinará também, se isso for proce-
Artigo 68 - 1. Os Estados-partes na Conven-
dente, que sejam reparadas as consequências da
medida ou situação que haja configurado a viola- ção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte
ção desses direitos, bem como o pagamento de in- em todo caso em que forem partes.
denização justa à parte lesada. 2. A parte da sentença que determinar indeni-
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, zação compensatória poderá ser executada no
e quando se fizer necessário evitar danos irrepará- país respectivo pelo processo interno vigente para
veis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que es- a execução de sentenças contra o Estado.
tiver conhecendo, poderá tomar as medidas

74
Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser no- de dois terços dos votos dos Estados-partes na
tificada às partes no caso e transmitida aos Esta- Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
dos-partes na Convenção.
PARTE III
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES COMUNS
CAPÍTULO X
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA,
Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os mem-
EMENDA, PROTOCOLO E DENÚNCIA
bros da Comissão gozam, desde o momento da
eleição e enquanto durar o seu mandato, das imu-
nidades reconhecidas aos agentes diplomáticos Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à
pelo Direito Internacional. Durante o exercício dos assinatura e à ratificação de todos os Estados-
seus cargos gozam, além disso, dos privilégios di- membros da Organização dos Estados America-
plomáticos necessários para o desempenho de nos.
suas funções. 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão
2. Não se poderá exigir responsabilidade em a ela efetuar-se-á mediante depósito de um instru-
tempo algum dos juízes da Corte, nem dos mem- mento de ratificação ou adesão na Secretaria Geral
bros da Comissão, por votos e opiniões emitidos no da Organização dos Estados Americanos. Esta
exercício de suas funções. Convenção entrará em vigor logo que onze Esta-
dos houverem depositado os seus respectivos ins-
Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de trumentos de ratificação ou de adesão. Com refe-
membro da Comissão são incompatíveis com ou- rência a qualquer outro Estado que a ratificar ou
tras atividades que possam afetar sua independên-
Daniel RIBEIRO DEque a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará
ANDRADE
cia ou imparcialidade, conforme o que for determi- em vigor na data do depósito do seu instrumento
nado nos respectivos Estatutos. danielicoense@gmail.com
de ratificação ou adesão.
609.749.013-50
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros 3. O Secretário Geral comunicará todos os Es-
da Comissão perceberão honorários e despesas de tados-membros da Organização sobre a entrada
viagem na forma e nas condições que determina- em vigor da Convenção.
rem os seus Estatutos, levando em conta a impor- Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser ob-
tância e independência de suas funções. Tais ho-
jeto de reservas em conformidade com as disposi-
norários e despesas de viagem serão fixados no or-
ções da Convenção de Viena sobre o Direito dos
çamento-programa da Organização dos Estados
Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.
Americanos, no qual devem ser incluídas, além
disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria. Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte, direta-
Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio mente, e a Comissão e a Corte, por intermédio do
projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação Secretário Geral, podem submeter à Assembleia
da Assembleia Geral, por intermédio da Secretaria Geral, para o que julgarem conveniente, proposta
Geral. Esta última não poderá nele introduzir modi- de emendas a esta Convenção.
ficações.
2. Tais emendas entrarão em vigor para os Es-
Artigo 73 - Somente por solicitação da Co- tados que as ratificarem, na data em que houver
missão ou da Corte, conforme o caso, cabe à As- sido depositado o respectivo instrumento de ratifi-
sembleia Geral da Organização resolver sobre as cação, por dois terços dos Estados-partes nesta
sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou Convenção. Quanto aos outros Estados-partes, en-
aos juízes da Corte que incorrerem nos casos pre- trarão em vigor na data em que eles depositarem
vistos nos respectivos Estatutos. Para expedir uma os seus respectivos instrumentos de ratificação.
resolução, será necessária maioria de dois terços Artigo 77 - 1. De acordo com a faculdade es-
dos votos dos Estados-membros da Organização,
tabelecida no artigo 31, qualquer Estado-parte e a
no caso dos membros da Comissão; e, além disso,
Comissão podem submeter à consideração dos Es-
tados-partes reunidos por ocasião da Assembleia

75
Geral projetos de Protocolos adicionais a esta Con- Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Hu-
venção, com a finalidade de incluir progressiva- manos
mente, no regime de proteção da mesma, outros
Artigo 81 - Ao entrar em vigor esta Conven-
direitos e liberdades.
ção, o Secretário Geral pedirá a cada Estado-parte
2. Cada Protocolo deve estabelecer as moda- que apresente, dentro de um prazo de noventa
lidades de sua entrada em vigor e será aplicado so- dias, seus candidatos a juiz da Corte Interameri-
mente entre os Estados-partes no mesmo. cana de Direitos Humanos. O Secretário Geral pre-
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão de- parará uma lista por ordem alfabética dos candida-
nunciar esta Convenção depois de expirado o tos apresentados e a encaminhará aos Estados-
prazo de cinco anos, a partir da data em vigor da partes pelo menos trinta dias antes da Assembleia
mesma e mediante aviso prévio de um ano, notifi- Geral seguinte.
cando o Secretário Geral da Organização, o qual Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-
deve informar as outras partes. se-á dentre os candidatos que figurem na lista a
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o que se refere o artigo 81, por votação secreta dos
Estado-parte interessado das obrigações contidas Estados-partes, na Assembleia Geral, e serão de-
nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer clarados eleitos os candidatos que obtiverem o
ato que, podendo constituir violação dessas obriga- maior número de votos e a maioria absoluta dos
ções, houver sido cometido por ele anteriormente à votos dos representantes dos Estados-partes. Se,
data na qual a denúncia produzir efeito. para eleger todos os juízes da Corte, for necessário
realizar várias votações, serão eliminados sucessi-
vamente, na forma que for determinada pelos Es-
CAPÍTULO XI tados-partes, os candidatos que receberem menor
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS número de votos.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Adotada e aberta à assinatura na Conferência
SEÇÃO 1 danielicoense@gmail.com
Especializada Interamericana sobre Direitos Hu-
COMISSÃO INTERAMERICANA DE609.749.013-50
manos, em San José de Costa Rica, em
DIREITOS HUMANOS 22.11.1969 - ratificada pelo Brasil em 25.09.1992

Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Conven-


ção, o Secretário Geral pedirá por escrito a cada
Estado-membro da Organização que apresente,
dentro de um prazo de noventa dias, seus candida-
tos a membro da Comissão Interamericana de Di-
reitos Humanos. O Secretário Geral preparará uma
lista por ordem alfabética dos candidatos apresen-
tados e a encaminhará aos Estados-membros da
Organização, pelo menos trinta dias antes da As-
sembleia Geral seguinte.
Artigo 80 - A eleição dos membros da Co-
missão far-se-á dentre os candidatos que figurem Observações preliminares
na lista a que se refere o artigo 79, por votação se-
1. As Regras mínimas para o tratamento de re-
creta da Assembleia Geral, e serão declarados elei-
tos os candidatos que obtiverem maior número de clusos se aplicam a todos as pessoas sem discri-
votos e a maioria absoluta dos votos dos represen- minação; portanto, as necessidades e realidades
tantes dos Estados-membros. Se, para eleger to- específicas dessa população, incluindo mulheres
dos os membros da Comissão, for necessário rea- presas, devem ser tomadas em consideração na
lizar várias votações, serão eliminados sucessiva- sua aplicação. As Regras, adotadas há mais de 50
mente, na forma que for determinada pela Assem- anos, não projetavam, contudo, atenção suficiente
bleia Geral, os candidatos que receberem maior às necessidades específicas das mulheres. Com o
número de votos. aumento da população presa feminina ao redor do
mundo, a necessidade de trazer mais clareza às

76
considerações que devem ser aplicadas no trata- relacionadas com o tratamento dos infratores, se
mento de mulheres presas adquiriu importância e reconhecessem os problemas específicos das mu-
urgência. lheres presas e a necessidade de se propiciar
meios para sua solução; que, nos países onde isso
2. Reconhecendo a necessidade de estabele-
ainda não fora feito, os programas e serviços utili-
cer regras de alcance mundial em relação a consi- zados como medidas alternativas ao encarcera-
derações específicas que deveriam ser aplicadas a mento devem ser disponibilizados a mulheres infra-
mulheres presas e infratoras e levando em conta toras da mesma forma que aos homens infratores;
várias resoluções relevantes adotados por diferen- e que as Nações Unidas, as organizações gover-
tes órgãos das Nações Unidas, pelas quais os Es- namentais e não governamentais reconhecidas
tados membros foram convocados a responder como entidades consultivas pela Organização e to-
adequadamente às necessidades das mulheres das as outras organizações internacionais continu-
presas e infratoras, as presentes regras foram ela- assem envidando esforços para assegurar que a
boradas para complementar, conforme seja apro- mulher infratora fosse tratada justa e igualmente
priado, as Regras mínimas para o tratamento de re- durante prisão, processo, sentença e encarcera-
clusos e as Regras mínimas das Nações Unidas mento, com atenção especial dedicada aos proble-
sobre medidas não privativas de liberdade (Regras mas específicos enfrentados pelas mulheres infra-
de Tóquio), em conexão com o tratamento de mu- toras, tais como a gestação e cuidados com os/as
lheres presas e alternativas ao encarceramento filhos/as.
para mulheres infratoras;
6. O Sétimo, Oitavo e Nono Congressos tam-
3. As presentes regras não substituem de
bém fizeram recomendações específicas sobre
modo algum as Regras mínimas para o tratamento mulheres presas.
de reclusos e as Regras de Tóquio e, portanto, to-
das as provisões pertinentes contidas nesses dois 7. Na Declaração de Viena sobre crime e jus-
instrumentos continuam a ser aplicadas todos as DEtiça:
Daniela RIBEIRO enfrentando o desafio do século, 22 também
ANDRADE
pessoas e infratores sem discriminação. Enquanto adotada
danielicoense@gmail.com pelo Décimo Congresso, Estados mem-
algumas das presentes regras aclaram as provi- bros comprometeram-se a considerar e abordar,
609.749.013-50
sões existentes nas Regras mínimas para o trata- dentro do Programa das Nações Unidas de Preven-
mento de reclusos e nas Regras de Tóquio em sua ção ao Crime e Estratégias de Justiça Criminal, as-
aplicação a mulheres presas e infratoras, outras sim como nas estratégias nacionais de prevenção
compreendem novas áreas. ao crime e justiça criminal, qualquer impacto discre-
pante de programas e políticas sobre homens e
4. Essas regras são inspiradas por princípios
mulheres (parágrafo 11); e a formular recomenda-
contidos em várias convenções e declarações das ções de políticas orientadas para a ação baseadas
Nações Unidas e estão, portanto, de acordo com nas necessidades especiais de mulheres presas e
as provisões do direito internacional em vigor. Elas infratoras (parágrafo 12). Os planos de ação para a
são dirigidas às autoridades penitenciárias e agên- implementação da Declaração de Viena contêm
cias de justiça criminal (incluindo os responsáveis uma seção separada (seção XIII) dedicada às me-
por formular políticas públicas, legisladores, o mi- didas recomendadas específicas para dar prosse-
nistério público, o judiciário e os funcionários/as en- guimento aos compromissos assumidos nos pará-
carregados de fiscalizar a liberdade condicional) grafos 11 e 12 da Declaração, incluindo a de que
envolvidas na administração de penas não privati- os Estados revisem, avaliem e, se necessário, mo-
vas de liberdade e de medidas em meio aberto. difiquem sua legislação, políticas, procedimentos e
5. As Nações Unidas têm enfatizado em diver- práticas relacionadas a matérias penais, de modo
sos contextos as exigências específicas para abor- consistente com seus sistemas jurídicos, com o in-
dar a situação de mulheres infratoras. Por exemplo, tuito de assegurar que as mulheres sejam tratadas
em 1980, o Sexto Congresso das Nações Unidas imparcialmente pelo sistema de justiça criminal.
sobre Prevenção ao Crime e Tratamento do Delin- 8. A Assembleia Geral, em sua Resolução
quente adotou uma resolução sobre as necessida- 58/183, de 22 de dezembro de 2003, intitulada “Di-
des específicas das mulheres presas, na qual reco- reitos humanos na administração da justiça”, pediu
mendou que, na aplicação das resoluções aprova- por maior atenção à questão das mulheres na pri-
das pelo sexto Congresso, direta ou indiretamente são, incluindo os/as filhos/as de mulheres presas,

77
com a perspectiva de identificar os problemas e recomendaram que a Comissão sobre Prevenção
chave e modos de abordá-los. ao Crime e Justiça Criminal deveria considerar a
revisão da adequação dos padrões e normas em
9. Em sua Resolução 61/143, de 19 de dezem-
relação à gestão das prisões e das pessoas presas
bro de 2006, intitulada “Intensificação dos esforços (parágrafo 30).
para eliminar todas as formas de violência contra
as mulheres”, a Assembleia Geral destacou que 11. Como no caso das Regras mínimas para
por “violência contra mulheres” se entende todo ato o tratamento de reclusos, devido à grande varie-
de violência baseada em gênero que tenha ou dade de condições jurídicas, sociais, econômicas e
possa ter como resultado dano ou sofrimento físico, geográficas pelo mundo, é evidente que nem todas
sexual ou psicológico para mulheres, incluindo a as seguintes regras podem ser igualmente aplica-
privação arbitrária de liberdade, seja no âmbito pú- das em todos os locais e em todos os momentos.
blico ou privado da vida, e incentivou os Estados a Elas devem, no entanto, servir para estimular um
examinar e, quando for apropriado, revisar, emen- empenho constante para superar dificuldades prá-
dar ou abolir todas as leis, normas, políticas, práti- ticas na sua aplicação, no sentido de que represen-
cas e usos que discriminem mulheres ou que te- tam, em seu conjunto, as aspirações globais consi-
nham efeitos discriminatórios sobre elas, e garantir deradas pelas Nações Unidas como conducentes
que provisões de sistemas jurídicos múltiplos, ao objetivo comum de melhorar as condições das
quando existentes, cumpram obrigações, compro- mulheres nas prisões, de seus filhos/ as e de suas
missos e princípios internacionais de direitos huma- comunidades.
nos, incluindo o princípio de não discriminação; a
12. Algumas dessas regras abordam questões
tomar medidas positivas para abordar causas es-
truturais da violência contra as mulheres e para for- que concernem a homens e mulheres presos, in-
talecer esforços de prevenção contra práticas e cluindo aqueles referentes às responsabilidades
normas sociais discriminatórias, incluindo aquelas maternas e paternas, alguns serviços médicos, pro-
em relação a mulheres que necessitem Daniel cedimentos
RIBEIRO DE
de atenção ANDRADE de revista e assemelhados, apesar de
as regras
danielicoense@gmail.com
especial, tais como mulheres em instituições ou en- serem dirigidas principalmente às neces-
carceradas; e a providenciar treinamento e capaci- sidades das mulheres e seus filhos/as. Contudo,
609.749.013-50
tação em igualdade de gênero e direitos das mu- como o foco inclui os/as filhos/as de mulheres en-
lheres aos profissionais encarregados de zelar pelo carceradas, há necessidade de se reconhecer o
cumprimento da lei e ao judiciário. A resolução é papel central de ambos os pais na vida das crian-
um reconhecimento de que a violência contra a mu- ças. Dessa forma, algumas dessas regras se apli-
lher tem implicações específicas para aquelas mu- cariam igualmente aos homens presos e infratores
lheres em contato com o sistema de justiça crimi- que são pais.
nal, assim como para o seu direito de não sofrer Introdução
vitimização enquanto privada de liberdade. A segu-
13. As seguintes regras não substituem de
rança física e psicológica é decisiva para assegurar
modo algum as Regras mínimas para o tratamento
os direitos humanos e melhorar a situação das mu-
de reclusos e as Regras de Tóquio. Portanto, todas
lheres infratoras, o que se aborda nas presentes re-
gras. as provisões contidas nesses dois instrumentos
continuam a ser aplicadas a todos os presos e in-
10. Finalmente, na Declaração de Bangkok fratores sem discriminação.
sobre sinergias e respostas: alianças estratégicas
14. A Seção I das presentes regras, que com-
na prevenção ao crime e justiça criminal, adotada
preende a administração geral das instituições, é
pelo Décimo Primeiro Congresso das Nações Uni-
aplicável a todas as categorias de mulheres priva-
das sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal,
das de liberdade, incluindo casos penais e civis,
em 25 de abril de 2005, 60 Estados membros de-
mulheres presas provisoriamente ou condenadas,
clararam estar comprometidos com o desenvolvi-
assim como mulheres submetidas a medidas disci-
mento e manutenção de instituições criminais jus-
plinares ou medidas corretivas ordenadas por um
tas e eficientes, incluindo o tratamento humano a
juiz.
todos aqueles sob medidas cautelares e em esta-
belecimentos penitenciários, em conformidade com 15. A Seção II contém regras aplicáveis ape-
os padrões internacionais aplicáveis (parágrafo 8º); nas a categorias especiais tratadas em cada

78
subseção. Apesar disso, as regras da subseção A, 2) Por outro lado, é necessário respeitar as
que se aplicam a presas condenadas, aplicam-se crenças religiosas e os preceitos morais do grupo a
igualmente à categoria de presas relacionadas na que pertença o recluso.
subseção B sempre que não se contraponham às
Regra 1
normas relativas a essa categoria de mulheres e
que seja em seu benefício. A fim de que o princípio de não discriminação,
incorporado na regra 6 das Regras mínimas para o
16. As subseções A e B contêm regras adicio-
tratamento de reclusos, seja posto em prática,
nais para o tratamento de adolescentes privadas de deve-se ter em consideração as distintas necessi-
liberdade. É importante notar, porém, que polí- dades das mulheres presas na aplicação das Re-
ticas e estratégias distintas, em conformidade com gras. A atenção a essas necessidades para atingir
padrões internacionais, em particular as Regras mí- igualdade material entre os gêneros não deverá ser
nimas das Nações Unidas para a administração da considerada discriminatória.
justiça da infância e da juventude (Regras de Bei- 2. Ingresso
jing), as Diretrizes das Nações Unidas para a pre-
venção da delinquência juvenil (Diretrizes de Riad), Regra 2
as Regras das Nações Unidas para a proteção de 1. Atenção adequada deve ser dedicada aos
jovens privados de liberdade e as Diretrizes para a procedimentos de ingresso de mulheres e crianças,
ação sobre crianças no sistema de justiça criminal, devido à sua especial vulnerabilidade nesse mo-
precisam ser construídas para o tratamento e rea- mento. Recém ingressas deverão ser providas de
bilitação dessa categoria de pessoas presas, en- condições para contatar parentes; acesso a assis-
quanto a sua internação em instituições deve ser tência jurídica; informações sobre as regras e regu-
evitada ao máximo. lamentos das prisões, o regime prisional e onde
17. A Seção III contém regras que contem- buscar ajuda quando necessário e em um idioma
Daniel RIBEIRO
plam a aplicação de sanções não privativas de li- DE ANDRADE
que elas compreendam; e, em caso de estrangei-
ras,
berdade e medidas para mulheres danielicoense@gmail.com
adultas infrato- acesso aos seus representantes consulares.
ras e adolescentes em conflito com a lei, incluindo
609.749.013-502. Antes ou no momento de seu ingresso, de-
no momento da prisão e nos estágios de pré-julga- verá ser permitido às mulheres responsáveis pela
mento, sentença e após a sentença do processo guarda de crianças tomar as providências necessá-
criminal. rias em relação a elas, incluindo a possibilidade de
18. A Seção IV contém regras sobre pesquisa, suspender por um período razoável a medida pri-
vativa de liberdade, levando em consideração o
planejamento, avaliação, sensibilização pública e
melhor interesse das crianças.
compartilhamento de informações, e é aplicável a
todas as categorias de mulheres infratoras compre- 3. Registro
endidas nessas regras. [Complementa a regra 7 das Regras mínimas
para o tratamento de reclusos]
I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL 7.
1) Em todos os locais em que haja pessoas de-
1. Princípio básico tidas, haverá um livro oficial de registro, com pági-
[Complementa a regra 6 das Regras mínimas nas numeradas, no qual serão registrados, relativa-
para o tratamento de reclusos] mente a cada recluso:
6. a) A informação respeitante à sua identidade;
1) As regras que se seguem devem ser aplica- b) Os motivos da detenção e a autoridade com-
das imparcialmente. Não haverá discriminação al- petente que a ordenou;
guma com base em c) O dia e a hora da sua entrada e saída.
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política 2) Nenhuma pessoa deve ser admitida num es-
ou outra, origem nacional ou social, meios de for- tabelecimento penitenciário sem uma ordem de de-
tuna, nascimento ou outra condição tenção válida, cujos pormenores tenham sido pre-
viamente registrados no livro de registro.

79
Regra 3 22.
1. No momento do ingresso, deverão ser regis- 1) Cada estabelecimento penitenciário deve
trados o número e os dados pessoais dos/as fi- dispor dos serviços de pelo menos um médico qua-
lhos/as das mulheres que ingressam nas prisões. lificado, que deverá ter alguns conhecimentos de
Os registros deverão incluir, sem prejudicar os di- psiquiatria. Os serviços médicos devem ser organi-
reitos da mãe, ao menos os nomes das crianças, zados em estreita ligação com a administração ge-
suas idades e, quando não acompanharem a mãe, ral de saúde da comunidade ou da nação. Devem
sua localização e situação de custódia ou guarda. incluir um serviço de psiquiatria para o diagnóstico,
e em casos específicos, o tratamento de estados
2. Toda informação relativa à identidade das de perturbação mental.
crianças deverá ser confidencial e o uso de tais in-
formações deverá sempre obedecer à exigência de 2) Os reclusos doentes que necessitem de cui-
garantir o melhor interesse das crianças. dados especializados devem ser transferidos para
estabelecimentos especializados ou para hospitais
4. Alocação civis. Quando o tratamento hospitalar é organizado
Regra 4 no estabelecimento este deve dispor de instala-
ções, material e produtos farmacêuticos que permi-
Mulheres presas deverão permanecer, na me- tam prestar aos reclusos doentes os cuidados e o
dida do possível, em prisões próximas ao seu meio
tratamento adequados; o pessoal deve ter uma for-
familiar ou local de reabilitação social, conside- mação profissional suficiente.
rando suas responsabilidades como fonte de cui-
dado, assim como sua preferência pessoal e a dis- 3) Todos os reclusos devem poder beneficiar
ponibilidade de programas e serviços apropriados. dos serviços de um dentista qualificado.
5. Higiene pessoal 23.
[Complementa as regras 15 e 16 das Regras 1) Nos estabelecimentos penitenciários para
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
mínimas para o tratamento de reclusos] mulheres devem existir instalações especiais para
danielicoense@gmail.com
o tratamento das reclusas grávidas, das que te-
15. Deve ser exigido a todos os reclusos609.749.013-50
que nham acabado de dar à luz e das convalescentes.
se mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão
Desde que seja possível, devem ser tomadas me-
fornecidos água e os artigos de higiene necessá- didas para que o parto tenha lugar num hospital ci-
rios à saúde e limpeza. vil. Se a criança nascer num estabelecimento
16. A fim de permitir aos reclusos manter um penitenciário, tal fato não deve constar do res-
aspecto correto e preservar o respeito por si pró- pectivo registro de nascimento.
prios, ser-lhes-ão garantidos os meios indispensá-
veis para cuidar do cabelo e da barba; os homens 2) Quando for permitido às mães reclusas con-
devem poder barbear-se regularmente. servar os filhos consigo, devem ser tomadas medi-
das para organizar um inventário dotado de pes-
Regra 5 soal qualificado, onde as crianças possam perma-
A acomodação de mulheres presas deverá necer quando não estejam ao cuidado das mães.
conter instalações e materiais exigidos para satis- 24. O médico deve examinar cada recluso o
fazer as necessidades de higiene específicas das mais depressa possível após a sua admissão no
mulheres, incluindo absorventes higiênicos gratui- estabelecimento penitenciário e em seguida sem-
tos e um suprimento regular de água disponível pre que, necessário, com o objetivo de detectar do-
para cuidados pessoais das mulheres e crianças, enças físicas ou mentais e de tomar todas as me-
em particular mulheres que realizam tarefas na co- didas necessárias para o respectivo tratamento; de
zinha e mulheres gestantes, lactantes ou durante o separar reclusos suspeitos de serem portadores de
período da menstruação. doenças infecciosas ou contagiosas; de detectar as
6. Serviços de cuidados à saúde deficiências físicas ou mentais que possam consti-
tuir obstáculos a reinserção dos reclusos e de de-
[Complementa as regras 22 a 26 das Regras
terminar a capacidade física de trabalho de cada
mínimas para o tratamento de reclusos]
recluso.

80
25. poderão optar por realizar testes de HIV, com ori-
1) Ao médico compete vigiar a saúde física e entação antes e depois do teste;
mental dos reclusos. Deve visitar diariamente todos (b) Necessidades de cuidados com a saúde
os reclusos doentes, os que se queixem de doença mental, incluindo transtorno de estresse pós-trau-
e todos aqueles para os quais a sua atenção é es- mático e risco de suicídio e de lesões auto infligi-
pecialmente chamada. das;
2) O médico deve apresentar relatório ao dire- (c) O histórico de saúde reprodutiva da mulher
tor, sempre que julgue que a saúde física ou mental presa, incluindo gravidez atual ou recente, partos e
foi ou será desfavoravelmente afetada pelo prolon- qualquer questão relacionada à saúde reprodutiva;
gamento ou pela aplicação de qualquer modalidade (d) A existência de dependência de drogas;
de regime de reclusão.
(e) Abuso sexual ou outras formas de violência
26. que possa ter sofrido anteriormente ao ingresso.
1) O médico deve proceder a inspeções regu-
Regra 7
lares e aconselhar o diretor sobre:
a) A quantidade, qualidade, preparação e dis- 1. Se diagnosticada a existência de abuso se-
tribuição dos alimentos; xual ou outras formas de violência antes ou durante
o encarceramento, a mulher presa deverá ser infor-
b) A higiene e asseio do estabelecimento peni- mada de seu direito de recorrer às autoridades ju-
tenciário e dos reclusos; diciais. A mulher presa deverá ser plenamente in-
c) As instalações sanitárias, aquecimento, ilu- formada sobre os procedimentos e etapas envolvi-
minação e ventilação do estabelecimento; das. Se a mulher presa concordar em prosseguir
com ações judiciais, funcionários/as competentes
d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa
deverão ser avisados e imediatamente remeter o
de cama dos reclusos; Daniel RIBEIRO DEcasoANDRADE
à autoridade competente para a investigação.
e) A observância das regras danielicoense@gmail.com
respeitantes à As autoridades prisionais deverão ajudá-la a obter
educação física e desportiva, nos casos 609.749.013-50
em que assistência jurídica.
não haja pessoal especializado encarregado des-
2. Independentemente de a mulher optar pela
tas atividades.
ação judicial, as autoridades prisionais deverão
2) O diretor deve tomar em consideração os re- empenhar-se em garantir que ela tenha acesso
latórios e os conselhos do médico referidos nas re- imediato a aconselhamento ou apoio psicológico
gras 25(2) e 26 e, especializado.
se houver acordo, tomar imediatamente as me- 3. Medidas específicas deverão ser adotadas
didas sugeridas para que estas recomendações se- para evitar qualquer tipo de retaliação contra aque-
jam seguidas; em caso de desacordo ou se a ma- las mulheres que fizerem tais denúncias ou que re-
téria não for da sua competência, transmitirá imedi- correrem a ações judiciais.
atamente à autoridade superior a sua opinião e o
relatório médico. Regra 8

(a) Exame médico no ingresso O direito das mulheres presas à confidenciali-


dade médica, incluindo especificamente o direito de
[Complementa a regra 24 das Regras mínimas não compartilhar informações e não se submeter a
para o tratamento de reclusos] exames em relação a seu histórico de saúde repro-
Regra 6 dutiva, será respeitado em todos os momentos.

O exame médico de mulheres presas deverá Regra 9


incluir avaliação ampla para determinar a necessi- Se a mulher presa for acompanhada de cri-
dade de cuidados de saúde básicos e deverá tam- ança, está também deverá passar por exame mé-
bém determinar: dico, preferencialmente por um pediatra, para de-
(a) A presença de doenças sexualmente trans- terminar eventual tratamento ou necessidades mé-
missíveis ou de transmissão sanguínea; e, depen- dicas. Deverá ser oferecido atendimento médico
dendo dos fatores de risco, mulheres presas

81
adequado, no mínimo equivalentes ao disponível Regra 12
na comunidade.
Deverão ser disponibilizados às mulheres pre-
(b) Atendimento médico específico para sas com necessidades de atenção à saúde mental,
mulheres na prisão ou fora dela, programas de atenção à sa-
Regra 10 úde mental individualizados, abrangentes, sensí-
veis às questões de gênero e centrados na com-
1. Serão oferecidos às presas serviços de preensão dos traumas, assim como programas de
atendimento médico voltados especificamente para reabilitação.
mulheres, no mínimo equivalente àqueles disponí-
veis na comunidade. Regra 13
2. Se uma mulher presa solicitar ser exami- Funcionários/as da prisão deverão ser alerta-
nada ou tratada por uma médica ou enfermeira, o dos dos momentos em que as mulheres possam
pedido será atendido na medida do possível, ex- sentir especial angústia, para que sejam sensíveis
ceto em situações que exijam intervenção médica à situação dessas mulheres e assegurem que elas
urgente. Se um médico conduzir o exame, de forma recebam apoio adequado.
contrária à vontade da mulher presa, uma funcio- (d) Prevenção do HIV, tratamento, cuidado
nária deverá estar presente durante o exame. e apoio
Regra 11 Regra 14
1. Durante os exames deverá estar presente Ao se formular respostas ao HIV/AIDS nas ins-
apenas a equipe médica, a menos que o médico tituições penitenciárias, os programas e serviços
julgue que existam circunstâncias excepcionais ou deverão ser orientados às necessidades próprias
solicite a presença de um funcionário da prisão por das mulheres, incluindo a prevenção da transmis-
razões de segurança ou a mulher presa especifica- são de mãe para filho/a. Nesse contexto, as autori-
Daniel RIBEIRO
mente solicite a presença de um funcionário como DE ANDRADE
dades penitenciárias deverão incentivar e apoiar o
danielicoense@gmail.com
indicado no parágrafo 2º da regra 10 acima. desenvolvimento de iniciativas de prevenção, trata-
609.749.013-50
2. Se durante os exames houver necessidade mento e cuidado do HIV, como a educação entre
da presença de um funcionário que não seja da pares.
equipe médica, tal funcionário deverá ser mulher e (e) Programas de tratamento do consumo
os exames deverão ser conduzidos de modo a sal- de drogas
vaguardar a privacidade, dignidade e confidenciali-
dade. Regra 15

Regra 11 Os serviços de saúde da prisão deverão prover


ou facilitar programas de tratamento especializa-
1. Durante os exames deverá estar presente dos a mulheres usuárias de drogas, considerando
apenas a equipe médica, a menos que o médico anterior vitimização, as necessidades especiais
julgue que existam circunstâncias excepcionais ou das mulheres gestantes e mulheres com crianças,
solicite a presença de um funcionário da prisão por assim como a diversidade cultural de suas experi-
razões de segurança ou a mulher presa especifica- ências.
mente solicite a presença de um funcionário como
indicado no parágrafo 2º da regra 10 acima. (f) Prevenção ao suicídio e às lesões autoi-
nfligidas
2. Se durante os exames houver necessidade
da presença de um funcionário que não seja da Regra 16
equipe médica, tal funcionário deverá ser mulher e A elaboração e aplicação de estratégias, em
os exames deverão ser conduzidos de modo a sal- consulta com os serviços de atenção à saúde men-
vaguardar a privacidade, dignidade e confidenciali- tal e de assistência social, para prevenir o suicídio
dade. e as lesões auto infligidas entre as presas, e a pres-
(c) Cuidados com a saúde mental tação de apoio adequado, especializado e com
perspectiva de gênero para aquelas mulheres em
situação de risco, deverão ser parte de uma política

82
abrangente de atenção à saúde mental nas peni- 1) Um recluso só pode ser punido de acordo
tenciárias femininas. com as disposições legais ou regulamentares e
(g) Serviços preventivos de atenção à sa- nunca duas vezes pela mesma infração.
úde 2) Nenhum recluso pode ser punido sem ter
sido informado da infração de que é acusado e sem
Regra 17
que lhe seja dada uma oportunidade adequada
As mulheres presas receberão educação e in- para apresentar a sua defesa. A autoridade compe-
formação sobre medidas preventivas de atenção à tente examinará o caso exaustivamente.
saúde, incluindo em relação ao HIV, doenças sexu- 3) Quando necessário e possível, o recluso
almente transmissíveis e de transmissão sanguí- deve ser autorizado a defender-se por meio de um
nea, assim como sobre os problemas de saúde es- intérprete.
pecíficos das mulheres.
31. As penas corporais, a colocação em “se-
Regra 18 gredo escuro” bem como todas as punições cruéis,
Mulheres presas devem ter o mesmo acesso desumanas ou degradantes devem ser completa-
que mulheres não privadas de liberdade da mesma mente proibidas como sanções disciplinares.
faixa etária a medidas preventivas de atenção à sa- 32.
úde de particular relevância para mulheres, tais
1) As penas de isolamento e de redução de ali-
como o teste de Papanicolau e exames de câncer
mentação não devem nunca ser aplicadas, a me-
de mama e ginecológico.
nos que o médico tenha examinado o recluso e cer-
7. Segurança e vigilância tificado, por escrito, que ele está apto para as su-
[Complementa as regras 27 a 36 das Regras portar.
mínimas para o tratamento de reclusos] 2) O mesmo se aplicará a outra qualquer san-
Daniel
27. A ordem e a disciplina devem RIBEIRO DEção
ser mantidas que possa ser prejudicial à saúde física ou
ANDRADE
mental
com firmeza, mas sem impor maisdanielicoense@gmail.com
restrições do do recluso. Em nenhum caso devem tais
que as necessárias para a manutenção da segu- sanções contrariar ou divergir do princípio estabe-
609.749.013-50
rança e da boa organização da vida comunitária. lecido na regra 31.
28. 3) O médico deve visitar diariamente os reclu-
sos submetidos a tais sanções e deve apresentar
1) Nenhum recluso poderá desempenhar nos
relatório ao diretor, se considerar necessário pôr
serviços do estabelecimento qualquer atividade
fim ou modificar a sanção por razões de saúde fí-
que comporte poder disciplinar.
sica ou mental.
2) Esta regra, contudo, não deve impedir o Instrumentos de coação
bom funcionamento de sistemas baseados na au-
togestão, nos quais certas atividades ou responsa- 33. A sujeição a instrumentos tais como alge-
bilidades sociais, educativas ou desportivas podem mas, correntes, ferros e coletes de força nunca
ser confiadas, sob controlo, a grupos de reclusos deve ser aplicada como sanção. Mais ainda, cor-
tendo em vista o seu tratamento. rentes e ferros não devem ser usados como instru-
mentos de coação. Quaisquer outros instrumentos
29. Os seguintes pontos devem ser determina- de coação só podem ser utilizados nas seguintes
dos por lei ou regulamentação emanada da autori- circunstâncias:
dade administrativa competente:
a) Como medida de precaução contra uma
a) A conduta que constitua infração disciplinar;
evasão durante uma transferência, desde que se-
b) O tipo e a duração das sanções disciplinares jam retirados logo que o recluso compareça pe-
que podem ser aplicadas; rante uma autoridade judicial ou administrativa;
c) A autoridade competente para pronunciar b) Por razões médicas sob indicação do mé-
essas sanções. dico;
30. c) Por ordem do diretor, depois de se terem es-
gotado todos os outros meios de dominar o recluso,
a fim de o impedir de causar prejuízo a si próprio

83
ou a outros ou de causar estragos materiais; nestes deverão ser conduzidas apenas por funcionárias
casos o diretor deve consultar o médico com urgên- que tenham sido devidamente treinadas em méto-
cia e apresentar relatório à autoridade administra- dos adequados e em conformidade com procedi-
tiva superior. mentos estabelecidos.
34. O modelo e o modo de utilização dos ins- Regra 20
trumentos de coação devem ser decididos pela ad-
ministração penitenciária central. A sua aplicação Deverão ser desenvolvidos outros métodos de
não deve ser prolongada para além do tempo estri- inspeção, tais como escâneres, para substituir re-
tamente necessário. Informação e direito de queixa vistas íntimas e revistas corporais invasivas, de
dos reclusos modo a evitar os danos psicológicos e possíveis im-
pactos físicos dessas inspeções corporais invasi-
35. vas.
1) No momento da admissão, cada recluso Regra 21
deve receber informação escrita sobre o regime
aplicável aos reclusos da sua categoria, sobre as Funcionários/as da prisão deverão demonstrar
regras disciplinares do estabelecimento e sobre os competência, profissionalismo e sensibilidade e de-
meios autorizados para obter informações e formu- verão preservar o respeito e a dignidade ao revis-
lar queixas; e sobre todos os outros pontos que po- tarem crianças na prisão com a mãe ou crianças
dem ser necessários para lhe permitir conhecer os visitando presas.
seus direitos e obrigações, e para se adaptar à vida (b) Disciplina e sanções
do estabelecimento.
[Complementa as regras 27 a 32 das Regras
2) Se o recluso for analfabeto estas informa- mínimas para o tratamento de reclusos]
ções devem ser-lhe comunicadas oralmente.
Regra 22
36.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Não se aplicarão sanções de isolamento ou se-
1) Todo o recluso deve ter, em qualquer dia útil,
danielicoense@gmail.com
gregação disciplinar a mulheres gestantes, nem a
a oportunidade de apresentar requerimentos ou
609.749.013-50
mulheres com filhos/as ou em período de amamen-
queixas ao diretor do estabelecimento ou ao funci- tação.
onário autorizado a representá-lo.
Regra 23
2) Qualquer recluso deve poder apresentar re-
querimentos ou queixas ao inspetor das prisões no Sanções disciplinares para mulheres presas
decurso da sua visita. O recluso pode dirigir-se ao não devem incluir proibição de contato com a famí-
inspetor ou a qualquer outro funcionário incumbido lia, especialmente com crianças.
da inspeção fora da presença do diretor ou de ou- (c) Instrumentos de contenção
tros membros do pessoal do estabelecimento.
[Complementa as regras 33 e 34 das Regras
3) Qualquer recluso deve ser autorizado a diri- mínimas para o tratamento de reclusos]
gir, pela via prescrita, sem censura quanto ao
fundo, mas em devida forma, requerimentos ou Regra 24
queixas à administração penitenciária central, à au- Instrumentos de contenção jamais deverão ser
toridade judiciária ou a qualquer outra autoridade usados em mulheres em trabalho de parto, durante
competente. o parto e nem no período imediatamente posterior.
4) O requerimento ou queixa deve ser estu- (d) Informações para as presas e queixas
dado sem demora e merecer uma resposta em recebidas delas; vistorias
tempo útil, salvo se for manifestamente inconsis-
tente ou desprovido de fundamento. [Complementa as regras 35 e 36 e, em relação
à vistoria, regra 55 das Regras mínimas para o tra-
(a) Revistas tamento de reclusos]
Regra 19 55. Haverá uma inspeção regular dos estabe-
Medidas efetivas deverão ser tomadas para lecimentos e serviços penitenciários, por inspeto-
assegurar a dignidade e o respeito às mulheres res qualificados e experientes, nomeados por uma
presas durante as revistas pessoais, as quais autoridade competente. É seu dever assegurar que

84
estes estabelecimentos sejam administrados de publicações penitenciárias especiais através de
acordo com as leis e regulamentos vigentes, para transmissões de rádio, conferências ou quaisquer
prossecção dos objetivos dos serviços penitenciá- outros meios semelhantes, autorizados ou contro-
rios e correcionais. lados pela administração.
Regra 25 Regra 26
1. Mulheres presas que relatarem abusos de- Será incentivado e facilitado por todos os
verão receber imediatamente proteção, apoio e meios razoáveis o contato das mulheres presas
aconselhamento, e suas alegações deverão ser in- com seus familiares, incluindo seus filhos/as, quem
vestigadas por autoridades competentes e inde- detêm a guarda de seus filhos/as e seus represen-
pendentes, com pleno respeito ao princípio de con- tantes legais. Quando possível, serão adotadas
fidencialidade. Medidas de proteção deverão con- medidas para amenizar os problemas das mulhe-
siderar especificamente os riscos de retaliações. res presas em instituições distantes de seus locais
2. Mulheres presas que tenham sido submeti- de residência.
das a abuso sexual, especialmente aquelas que Regra 27
engravidaram em decorrência desse abuso, deve-
rão receber orientações e aconselhamento médi- Onde visitas íntimas forem permitidas, mulhe-
cos apropriados e deverão contar com os atendi- res presas terão acesso a este direito do mesmo
mentos médicos e psicológicos adequados, apoio modo que os homens.
e assistência jurídica. Regra 28
3. Com o intuito de monitorar as condições de Visitas que envolvam crianças devem ser rea-
prisão e de tratamento das mulheres presas, os lizadas em um ambiente propício a uma experiên-
mecanismos de inspeção, grupos visitantes ou de cia positiva, incluindo no que se refere ao compor-
monitoramento ou os órgãos supervisores deverão
ter mulheres entre seus membros. Daniel RIBEIRO DEtamento
ANDRADE dos funcionários/as, e deverá permitir o
contato direto entre mães e filhos/as. Onde possí-
danielicoense@gmail.com
vel, deverão ser incentivadas visitas que permitam
8. Contato com o mundo exterior
609.749.013-50
uma permanência prolongada dos/as filhos/as.
[Complementa as regras 37 a 39 das Regras
mínimas para o tratamento de reclusos] 9. Funcionários/as penitenciários e sua ca-
pacitação
37. Os reclusos devem ser autorizados, sob a
necessária supervisão, a comunicar periodica- [Complementa as regras 46 a 55 das Regras
mente com as suas famílias e com amigos de boa mínimas para o tratamento de reclusos]
reputação, quer por correspondência quer através 46.
de visitas.
1) A administração penitenciária deve selecio-
38. nar cuidadosamente o pessoal de todas as catego-
1) A reclusos de nacionalidade estrangeira de- rias, dado que é da sua integridade, humanidade,
vem ser concedidas facilidades razoáveis para co- aptidões pessoais e capacidades profissionais que
municarem com os representantes diplomáticos e depende uma boa gestão dos estabelecimentos
consulares do Estado a que pertencem. penitenciários.
2) A reclusos de nacionalidade de Estados 2) A administração penitenciária deve esforçar-
sem representação diplomática ou consular no se permanentemente para suscitar e manter no es-
país, e a refugiados ou apátridas, devem ser con- pírito do pessoal e da opinião pública a convicção
cedidas facilidades semelhantes para comunica- de que esta missão representa um serviço social
rem com representantes diplomáticos do Estado de grande importância; para o efeito, devem ser uti-
encarregado de zelar pelos seus interesses ou com lizados todos os meios adequados para esclarecer
qualquer autoridade nacional ou internacional que o público.
tenha a seu cargo a proteção dessas pessoas. 3) Para a realização daqueles fins, os mem-
39. Os reclusos devem ser mantidos regular- bros do pessoal devem desempenhar funções a
mente informados das notícias mais importantes tempo inteiro na qualidade de funcionários/as peni-
através da leitura de jornais, periódicos ou tenciários profissionais, devem ter o estatuto de

85
funcionários/as do Estado e ser-lhes garantida, por dos estabelecimentos deve haver um funcionário
conseguinte, segurança no emprego dependente responsável.
apenas de boa conduta, eficácia no trabalho e ap- 51.
tidão física. A remuneração deve ser suficiente
para permitir recrutar e manter ao serviço homens 1) O diretor, o seu adjunto e a maioria dos ou-
e mulheres competentes; as vantagens da carreira tros membros do pessoal do estabelecimento de-
e as condições de emprego devem ser determina- vem falar a língua da maior parte dos reclusos ou
das tendo em conta a natureza penosa do trabalho. uma língua entendida pela maioria deles.
47. 2) Deve recorrer-se aos serviços de um intér-
prete sempre que seja necessário.
1) O pessoal deve possuir um nível intelectual
adequado. 52.
2) Deve frequentar, antes de entrar em fun- 1) Nos estabelecimentos cuja dimensão exija
ções, um curso de formação geral e especial e os serviços de um ou mais de um médico a tempo
prestar provas teóricas e práticas. inteiro, um deles pelo menos deve residir no esta-
belecimento ou nas suas imediações.
3) Após a entrada em funções e ao longo da
sua carreira, o pessoal deve conservar e melhorar 2) Nos outros estabelecimentos, o médico
os seus conhecimentos e competências profissio- deve visitar diariamente os reclusos e residir sufici-
nais, seguindo cursos de aperfeiçoamento organi- entemente perto para acudir a casos de urgência.
zados periodicamente. 53.
48. 1) Nos estabelecimentos destinados a homens
Todos os membros do pessoal devem, em to- e mulheres, a secção das mulheres deve ser colo-
das as circunstâncias, comportar-se e desempe- cada sob a direção de um funcionário do sexo fe-
nhar as suas funções de maneira que o seu exem-
Daniel minino
RIBEIRO DE responsável que terá à sua guarda todas as
ANDRADE
plo tenha boa influência sobre os reclusos e me- chaves dessa secção.
danielicoense@gmail.com
reça o respeito destes. 2) Nenhum funcionário do sexo masculino
609.749.013-50
49. pode entrar na parte do estabelecimento destinada
às mulheres sem ser acompanhado por um funcio-
1) Na medida do possível, deve incluir-se no nário do sexo feminino.
pessoal um número suficiente de especialistas, tais
como psiquiatras, psicólogos, trabalhadores soci- 3) A vigilância das reclusas deve ser assegu-
ais, professores e instrutores técnicos. rada exclusivamente por funcionários/as do sexo
feminino. Não obstante, isso não impede que fun-
2) Os trabalhadores sociais, professores e ins- cionários/as do sexo masculino, especialmente
trutores técnicos devem exercer as suas funções médicos e professores, desempenhem as suas fun-
de forma permanente, mas poderá também se re- ções profissionais em estabelecimentos ou sec-
correr a auxiliares em tempo parcial ou a voluntá- ções de estabelecimentos destinados a mulheres.
rios.
54.
50.
1) Os funcionários/as dos estabelecimentos
1) O diretor do estabelecimento deve ser bem penitenciários não devem usar, nas suas relações
qualificado para a sua função, quer pelo seu cará- com os reclusos, de força, exceto em legítima de-
ter, quer pelas suas competências administrativas, fesa ou em casos de tentativa de fuga, ou de resis-
formação e experiência. tência física ativa ou passiva a uma ordem baseada
2) Deve exercer a sua função oficial a tempo na lei ou nos regulamentos. Os funcionários/as que
inteiro. tenham de recorrer à força não devem usar senão
3) Deve residir no estabelecimento ou nas ime- a estritamente necessária, e devem informar imedi-
diações deste. atamente o diretor do estabelecimento penitenciá-
rio quanto ao incidente.
4) Quando dois ou mais estabelecimentos es-
tejam sob a autoridade de um único diretor, este 2) Os membros do pessoal penitenciário de-
deve visitar ambos com frequência. Em cada um vem receber se necessário uma formação técnica

86
especial que lhes permita dominar os reclusos vio- gênero e a proibição da discriminação e o assédio
lentos. sexual.
3) Salvo circunstâncias especiais, os agentes Regra 33
que assegurem serviços que os ponham em con-
tacto direto com os reclusos não devem estar ar- 1. Todo funcionário/a designado para trabalhar
mados. Aliás, não deverá ser confiada uma arma a com mulheres presas deverá receber treinamento
um membro do pessoal sem que ele seja treinado sobre as necessidades específicas das mulheres e
para o seu uso. os direitos humanos das presas.

Inspeção 2. Deverá ser oferecido treinamento básico


aos/as funcionários/as das prisões sobre as princi-
55. Haverá uma inspeção regular dos estabe- pais questões relacionadas à saúde da mulher,
lecimentos e serviços penitenciários, por inspeto- além de medicina básica e primeiros-socorros.
res qualificados e experientes, nomeados por uma
autoridade competente. É seu dever assegurar que 3. Onde crianças puderem acompanhar suas
estes estabelecimentos sejam administrados de mães na prisão, os/as funcionários/as também se-
acordo com as leis e regulamentos vigentes, para rão sensibilizados sobre as necessidades de de-
prossecção dos objetivos dos serviços penitenciá- senvolvimento das crianças e será oferecido treina-
rios e correcionais. mento básico sobre atenção à saúde da criança
para que respondam com prontidão a emergências.
Regra 29
Regra 34
A capacitação dos/as funcionários/as de peni-
tenciárias femininas deverá colocá-los em condi- Programas de capacitação sobre HIV deverão
ção de atender às necessidades especiais das pre- ser incluídos como parte do treinamento regular
sas para sua reinserção social, assim como a ope- dos/ os funcionários/os do sistema penitenciário.
ração de serviços e equipamentos seguros
Daniel e com DEAlém
RIBEIRO
da prevenção, tratamento, cuidado e apoio
ANDRADE
relativos
foco na reabilitação. As medidas de danielicoense@gmail.com
capacitação de a HIV/AIDS, temas como gênero e direitos
funcionárias deverão incluir também a possibili- humanos, com particular ênfase em sua relação
609.749.013-50
dade de acesso a postos superiores com respon- com o HIV, a estigmatização e a discriminação,
sabilidades determinantes para o desenvolvimento também deverão fazer parte do currículo.
de políticas e estratégias em relação ao tratamento Regra 35
e cuidados com as presas.
Os funcionários/as da prisão deverão ser trei-
Regra 30 nados para detectar a necessidade de cuidados
Deverá haver um comprometimento claro e com a saúde mental e o risco de lesões auto infligi-
permanente em nível de gestão da administração das e suicídio entre as mulheres presas, além de
penitenciária para evitar e abordar discriminações prestar assistência, apoio e encaminhar tais casos
de gênero contra funcionárias. a especialistas.
10. Unidades de internação para adolescentes
Regra 31
do sexo feminino em conflito com a lei
Deverão ser elaborados e aplicados regula-
Regra 36
mentos e políticas claras sobre a conduta de funci-
onários/ as, com o intuito de prover a máxima pro- Autoridades prisionais deverão colocar em prá-
teção às mulheres presas contra todo tipo de vio- tica medidas para atender às necessidades de pro-
lência física ou verbal motivada por razões de gê- teção das adolescentes privadas de liberdade.
nero, assim como abuso e assédio sexual.
Regra 37
Regra 32
As adolescentes privadas de liberdade deve-
As servidoras mulheres do sistema penitenciá- rão ter acesso a educação e a orientação vocacio-
rio feminino deverão ter o mesmo acesso à capaci- nal equivalente ao disponível aos adolescentes in-
tação que os servidores homens e todos os/as fun- ternados.
cionários/as da administração de penitenciárias fe-
mininas receberão capacitação sobre questões de

87
Regra 38 programas apropriados e individualizados para a
reabilitação, o tratamento e a reintegração das pre-
As adolescentes em conflito com a lei interna- sas na sociedade.
das deverão ter acesso a programas e serviços cor-
respondentes à sua idade e gênero, como aconse- Regra 41
lhamento sobre abuso ou violência sexual. Elas de- A avaliação de risco e a classificação de pre-
verão receber educação sobre atenção à saúde da sas que tomem em conta a dimensão de gênero
mulher e ter acesso regular a ginecologistas, de deverão:
modo similar às presas adultas. Regra 39
(a) Considerar que as mulheres presas apre-
As adolescentes gestantes deverão receber sentam, de um modo geral, menores riscos para os
suporte e cuidados médicos equivalentes ao forne- demais, assim como os efeitos particularmente no-
cido às presas adultas. Sua saúde deverá ser mo- civos que podem ter para as presas medidas disci-
nitorada por médico especializado, tendo em conta plinares rigorosas e altos graus de isolamento;
que devido à sua idade pode haver maiores riscos
de complicações durante a gestação. (b) Possibilitar que informações essenciais so-
bre seus antecedentes, como situações de violên-
cia que tenham sofrido, histórico de transtorno
II. REGRAS APLICÁVEIS A mental e consumo de drogas, assim como respon-
CATEGORIAS ESPECIAIS sabilidades maternas e de cuidados, sejam levadas
em consideração na distribuição das presas e na
A. Presas condenadas individualização da pena;

1. Classificação e individualização (c) Assegurar que o regime de pena das mu-


lheres inclua serviços e programas de reabilitação
[Complementa as regras 67 a 69 das Regras condizentes com as necessidades específicas de
mínimas para o tratamento de reclusos] gênero;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
67. As finalidades da classificaçãodanielicoense@gmail.com
devem ser: (d) Assegurar que as reclusas que necessitam
de atenção à saúde mental sejam acomodadas em
a) De afastar os reclusos que pelo seu 609.749.013-50
pas-
sado criminal ou pelas suas tendências exerceriam locais não restritivos e cujo nível de segurança seja
uma influência negativa sobre os outros reclusos; o menor possível, e que recebam tratamento ade-
quado ao invés de serem colocadas em unidades
b) De repartir os reclusos por grupos tendo em
com elevados níveis de segurança apenas devido
vista facilitar o seu tratamento para a sua reinser-
a seus problemas de saúde mental.
ção social.
2. Regime prisional
68. Há que dispor, na medida do possível, de
estabelecimentos separados ou de secções distin- [Complementa as regras 65, 66 e de 70 a 81
tas dentro de um estabelecimento para o trata- das Regras mínimas para o tratamento de reclusos]
mento das diferentes categorias de reclusos. 65. O tratamento das pessoas condenadas a
69. Assim que possível depois da admissão e uma pena ou medida privativa de liberdade deve ter
depois de um estudo da personalidade de cada re- por objetivo, na medida em que o permitir a dura-
cluso condenado a uma pena ou a uma medida de ção da condenação, criar nelas à vontade e as ap-
uma certa duração deve ser preparado um pro- tidões que as tornem capazes, após a sua liberta-
grama de tratamento que lhe seja destinado, à luz ção, de viver no respeito da lei e de prover às suas
dos dados de que se dispõe sobre as suas neces- necessidades. Este tratamento deve incentivar o
sidades individuais, as suas capacidades e o seu respeito por si próprias e desenvolver o seu sentido
estado de espírito. da responsabilidade.
Regra 40 66.

Administradores de prisões deverão desenvol- 1) Para este fim, há que recorrer nomeada-
ver e implementar métodos de classificação que mente à assistência religiosa nos países em que
contemplem as necessidades específicas de gê- seja possível, à instrução, à orientação e à forma-
nero e a situação das mulheres presas, com o in- ção profissionais, aos métodos de assistência so-
tuito de assegurar o planejamento e a execução de cial individual, ao aconselhamento relativo ao

88
emprego, ao desenvolvimento físico e à educação possível dos que regem um trabalho semelhante
moral, de acordo com as necessidades de cada re- fora do estabelecimento, de modo a preparar os re-
cluso. Há que ter em conta o passado social e cri- clusos para as condições normais do trabalho em
minal do condenado, as suas capacidades e apti- liberdade.
dões físicas e mentais, as suas disposições pesso- 2) No entanto o interesse dos reclusos e da sua
ais, a duração da condenação e as perspectivas da formação profissional não deve ser subordinado ao
sua reabilitação. desejo de realizar um benefício por meio do traba-
2) Para cada recluso condenado a uma pena lho penitenciário.
ou a uma medida de certa duração, o diretor do es- 73.
tabelecimento deve receber, no mais breve trecho
após a admissão do recluso, relatórios completos 1) As indústrias e explorações agrícolas devem
sobre os diferentes aspectos referidos no número de preferência ser dirigidas pela administração e
anterior. Estes relatórios devem sempre compreen- não por empresários privados.
der um relatório de um médico, se possível especi- 2) Quando os reclusos forem empregues para
alizado em psiquiatria, sobre a condição física e trabalho não controlado pela administração, devem
mental do recluso. 70. Há que instituir em cada es- ser sempre colocados sob vigilância do pessoal pe-
tabelecimento um sistema de privilégios adaptado nitenciário. Salvo nos casos em que o trabalho seja
às diferentes categorias de reclusos e aos diferen- efetuado por outros departamentos do Estado, as
tes métodos de tratamento, com o objetivo de en- pessoas às quais esse trabalho seja prestado de-
corajar o bom comportamento, de desenvolver o vem pagar à administração a remuneração normal
sentido da responsabilidade e de estimular o inte- exigível para esse trabalho, tendo, todavia em
resse e a cooperação dos reclusos no seu próprio conta a remuneração auferida pelos reclusos.
tratamento.
74.
Trabalho
1) Os cuidados prescritos destinados a prote-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
71. ger a
danielicoense@gmail.com segurança e a saúde dos trabalhadores em
1) O trabalho na prisão não deve ser penoso. liberdade devem igualmente existir nos estabeleci-
609.749.013-50
mentos penitenciários.
2) Todos os reclusos condenados devem tra-
balhar, em conformidade com as suas aptidões fí- 2) Devem ser adotadas disposições para inde-
sica e mental, de acordo com determinação do mé- nizar os reclusos dos acidentes de trabalho e doen-
dico. ças profissionais, nas mesmas condições que a lei
concede aos trabalhadores em liberdade.
3) Deve ser dado trabalho suficiente de natu-
reza útil aos reclusos de modo a conservá-los ati- 75.
vos durante o dia normal de trabalho. 1) As horas diárias e semanais máximas de
4) Tanto quanto possível, o trabalho proporcio- trabalho dos reclusos devem ser fixadas por lei ou
nado deve ser de natureza que mantenha ou au- por regulamento administrativo, tendo em conside-
mente as capacidades dos reclusos para ganharem ração regras ou costumes locais respeitantes ao
honestamente a vida depois de libertados. trabalho dos trabalhadores em liberdade.
5) Deve ser proporcionado treino profissional 2) As horas devem ser fixadas de modo a dei-
em profissões úteis aos reclusos que dele tirem xar um dia de descanso semanal e tempo suficiente
proveito, e especialmente a jovens reclusos. para educação e para outras atividades necessá-
rias como parte do tratamento e reinserção dos re-
6) Dentro dos limites compatíveis com uma se- clusos.
leção profissional apropriada e com as exigências
da administração e disciplina penitenciária, os re- 76.
clusos devem poder escolher o tipo de trabalho que 1) O tratamento dos reclusos deve ser remu-
querem fazer. nerado de modo equitativo.
72. 2) O regulamento deve permitir aos reclusos a
1) A organização e os métodos do trabalho pe- utilização de pelo menos uma parte da sua remu-
nitenciário devem aproximar-se tanto quanto neração para adquirir objetos autorizados

89
destinados ao seu uso pessoal e para enviar outra chegarem ao seu destino e para subsistirem no pe-
parte à sua família. ríodo imediatamente seguinte à sua libertação.
3) O regulamento deve prever igualmente que 2) Os representantes oficiais dessas organiza-
uma parte da remuneração seja reservada pela ad- ções terão o acesso necessário ao estabeleci-
ministração de modo a constituir uma poupança mento penitenciário e aos reclusos, sendo consul-
que será entregue ao recluso no momento da sua tados sobre o futuro do recluso desde o início do
colocação em liberdade. cumprimento da pena.
Educação e recreio 3) É recomendável que as atividades destas
77. organizações estejam centralizadas ou sejam coor-
denadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a
1) Devem ser tomadas medidas no sentido de melhor utilização dos seus esforços.
melhorar a educação de todos os reclusos que daí
tirem proveito, incluindo instrução religiosa nos pa- Regra 42
íses em que tal for possível. A educação de analfa- 1. Mulheres presas deverão ter acesso a um
betos e jovens reclusos será obrigatória, pres- programa amplo e equilibrado de atividades que
tando-lhe a administração especial atenção. considerem as necessidades específicas de gê-
2) Tanto quanto for possível, a educação dos nero.
reclusos deve estar integrada no sistema educaci- 2. O regime prisional deverá ser flexível o sufi-
onal do país, para que depois da sua libertação ciente para atender às necessidades de mulheres
possam continuar, sem dificuldades, a sua educa- gestantes, lactantes e mulheres com filhos/as. Nas
ção. prisões serão oferecidos serviços e instalações
78. Devem ser proporcionadas atividades de para o cuidado das crianças a fim de possibilitar às
recreio e culturais em todos os estabelecimentos presas a participação em atividades prisionais.
penitenciários em benefício da saúde mentalRIBEIRO
Daniel e fí- DE ANDRADE
3. Haverá especial empenho na elaboração de
sica dos reclusos. danielicoense@gmail.com
programas apropriados para mulheres gestantes,
lactantes e com filhos/as na prisão.
609.749.013-50
A. Relações sociais e assistência pós-prisi-
onal 4. Haverá especial empenho na prestação de
79. Deve ser prestada atenção especial à ma- serviços adequados para presas que necessitem
nutenção e melhoramento das relações entre o re- de apoio psicológico, especialmente aquelas que
cluso e a sua família, que se mostrem de maior van- tenham sido submetidas a abusos físicos, mentais
tagem para ambos. ou sexuais.
80. Desde o início do cumprimento da pena de Relações sociais e assistência posterior ao
um recluso deve ter-se em consideração o seu fu- encarceramento
turo depois de libertado, sendo estimulado e aju- [Complementa as regras 79 a 81 das Regras
dado a manter ou estabelecer as relações com pes- mínimas para o tratamento de reclusos]
soas ou organizações externas, aptas a promover
os melhores interesses da sua família e da sua pró- Regra 43
pria reinserção social. Autoridades prisionais deverão incentivar e,
81. onde possível, também facilitar visitas às mulheres
presas como um importante pré-requisito para as-
1) Serviços ou organizações governamentais
segurar seu bem-estar mental e sua reintegração
ou outras, que prestam assistência a reclusos colo-
social.
cados em liberdade para se reestabelecerem na
sociedade, devem assegurar, na medida do possí- Regra 44
vel e do necessário, que sejam fornecidos aos re-
Tendo em vista a probabilidade desproporcio-
clusos libertados documentos de identificação
nal de mulheres presas terem sofrido violência do-
apropriados, garantidas casas adequadas e traba-
méstica, elas deverão ser devidamente consulta-
lho, adequado vestuário, tendo em conta o clima e
das a respeito de quem, incluindo seus familiares,
a estação do ano e recursos suficientes para
pode visitá-las.

90
Regra 45 programa a ser elaborado e supervisionado
por um profissional da saúde qualificado. Deverão
As autoridades penitenciárias concederão às ser oferecidos gratuitamente alimentação ade-
presas, da forma mais abrangente possível, opções quada e pontual, um ambiente saudável e oportu-
como saídas temporárias, regime prisional aberto, nidades regulares de exercícios físicos para ges-
albergues de transição e programas e serviços co- tantes, lactantes, bebês e crianças.
munitários, com o intuito de facilitar sua transição
da prisão para a liberdade, reduzir o estigma e res- 2. Mulheres presas não deverão ser desesti-
tabelecer contato com seus familiares o mais cedo muladas a amamentar seus filhos/as, salvo se hou-
possível. ver razões de saúde específicas para tal.

Regra 46 3. As necessidades médicas e nutricionais das


mulheres presas que tenham recentemente dado à
Autoridades prisionais, em cooperação com os luz, mas cujos/as filhos/as não se encontram com
serviços de sursis, liberdade condicional e/ou de elas na prisão, deverão ser incluídas em programas
assistência social, grupos comunitários locais e or- de tratamento.
ganizações não governamentais, deverão formular
e implementar programas amplos de reinserção Regra 49
para o período anterior e posterior à saída da pri- Decisões para autorizar os/as filhos/as a per-
são, que incluam as necessidades específicas das manecerem com suas mães na prisão deverão ser
mulheres. fundamentadas no melhor interesse da criança.
Regra 47 Crianças na prisão com suas mães jamais serão
tratadas como presas.
Após sua saída da prisão, deverá ser oferecido
às mulheres egressas apoio psicológico, médico, Regra 50
jurídico e ajuda prática para assegurar sua reinte- Mulheres presas cujos/as filhos/as estejam na
Daniel
gração social exitosa, em cooperação comRIBEIRO
serviços DEprisão
ANDRADE
deverão ter o máximo possível de oportuni-
da comunidade. danielicoense@gmail.com
dades de passar tempo com eles.
3. Mulheres gestantes, com filhos/as609.749.013-50
e lac- Regra 51
tantes na prisão
1. Crianças vivendo com as mães na prisão de-
[Complementa a regra 23 das Regras mínimas verão ter acesso a serviços permanentes de saúde
para o tratamento de reclusos] e seu desenvolvimento será supervisionado por es-
23. pecialistas, em colaboração com serviços de saúde
1) Nos estabelecimentos penitenciários para comunitários.
mulheres devem existir instalações especiais para 2. O ambiente oferecido para a educação des-
o tratamento das reclusas grávidas, das que te- sas crianças deverá ser o mais próximo possível
nham acabado de dar à luz e das convalescentes. àquele de crianças fora da prisão.
Desde que seja possível, devem ser tomadas me-
Regra 52
didas para que o parto tenha lugar num hospital ci-
vil. Se a criança nascer num estabelecimento peni- 1. A decisão do momento de separação da
tenciário, tal fato não deve constar do respectivo re- mãe de seu filho deverá ser feita caso a caso e fun-
gistro de nascimento. dada no melhor interesse da criança, no âmbito da
2) Quando for permitido às mães reclusas con- legislação nacional pertinente.
servar os filhos consigo, devem ser tomadas medi- 2. A remoção da criança da prisão deverá ser
das para organizar um inventário dotado de pes- conduzida com delicadeza, e apenas quando alter-
soal qualificado, onde as crianças possam perma- nativas de cuidado da criança tenham sido identifi-
necer quando não estejam ao cuidado das mães. cadas e, no caso de presas estrangeiras, com con-
sulta aos funcionários/as consulares.
Regra 48
3. Uma vez separadas as crianças de suas
1. Mulheres gestantes ou lactantes deverão re- mães e colocadas com familiares ou parentes, ou
ceber orientação sobre dieta e saúde dentro de um sob outras formas de cuidado, serão oferecidas às
mulheres presas o máximo de oportunidades e

91
condições para encontrar-se com seus filhos e fi- Regra 55
lhas, quando estiver sendo atendido o melhor inte-
resse das crianças e a segurança pública não for Serão revisados os serviços de atenção ante-
comprometida. riores e posteriores à soltura para assegurar que
sejam adequados e acessíveis às presas de origem
4. Estrangeiras indígena e de grupos étnicos e raciais minoritários,
[Complementa a regra 38 das Regras mínimas em consulta com os grupos correspondentes.
para o tratamento de reclusos] B. Presas cautelarmente ou esperando jul-
38. gamento
1) A reclusos de nacionalidade estrangeira de- [Complementa as regras 84 a 93 das Regras
vem ser concedidas facilidades razoáveis para co- mínimas para o tratamento de reclusos]
municarem com os representantes diplomáticos e Regra 56
consulares do Estado a que pertencem.
As autoridades competentes reconhecerão o
2) A reclusos de nacionalidade de Estados
risco específico de abuso que enfrentam as mulhe-
sem representação diplomática ou consular no
res em prisão cautelar e adotarão medidas adequa-
país, e a refugiados ou apátridas, devem ser con-
das, de caráter normativo e prático, para garantir
cedidas facilidades semelhantes para comunica-
sua segurança nessa situação (veja também regra
rem com representantes diplomáticos do Estado
58 abaixo, em relação às medidas cautelares alter-
encarregado de zelar pelos seus interesses ou com
nativas).
qualquer autoridade nacional ou internacional que
tenha a seu cargo a proteção dessas pessoas.
III. MEDIDAS NÃO RESTRITIVAS DE
Regra 53
LIBERDADE
1. Quando houver tratados bilaterais ou multi-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
laterais pertinentes em vigência, a transferência
das presas estrangeiras não residentesdanielicoense@gmail.com
ao seu país Regra 57
609.749.013-50
de origem, especialmente se nele tiverem filhos/as, As provisões das Regras de Tóquio deverão
deverá ser considerada o mais cedo possível du- orientar o desenvolvimento e a implementação de
rante o seu encarceramento, após prévia requisi- respostas adequadas às mulheres infratoras. De-
ção ou o consentimento informado da mulher em verão ser desenvolvidas, dentro do sistema jurídico
questão. do Estado membro, opções específicas para mu-
2. Em caso de se retirar da prisão uma criança lheres de medidas despenalizadoras e alternativas
que viva com uma presa estrangeira não residente, à prisão e à prisão cautelar, considerando o histó-
será considerado o envio da criança a seu país de rico de vitimização de diversas mulheres infratoras
origem, considerando o seu melhor interesse e e suas responsabilidades de cuidado.
após consulta à mãe. Regra 58
5. Minorias e povos indígenas Considerando as provisões da regra 2.3 das
Regra 54 Regras de Tóquio, mulheres infratoras não deverão
ser separadas de suas famílias e comunidades
Autoridades prisionais deverão reconhecer sem que se considere devidamente a sua história e
que mulheres presas de diferentes tradições religi- laços familiares. Formas alternativas de lidar com
osas e culturais possuem necessidades distintas e mulheres infratoras, tais como medidas despenali-
podem enfrentar múltiplas formas de discriminação zadoras e alternativas à prisão, inclusive à prisão
para obter acesso a programas e serviços cuja im- cautelar, deverão ser empregadas sempre que
plementação seja ligada a fatores de gênero e cul- apropriado e possível.
turais. Desta forma, autoridades prisionais deverão
oferecer programas e serviços abrangentes que in- Regra 59
cluam essas necessidades, em consulta com as Em geral, serão utilizadas medidas protetivas
próprias presas e os grupos pertinentes. não privativas de liberdade, como albergues admi-
nistrados por órgãos independentes, organizações
não governamentais ou outros serviços

92
comunitários, para assegurar proteção às mulheres como suas necessidades específicas de reintegra-
que necessitem. Serão aplicadas medidas tempo- ção social.
rárias de privação da liberdade para proteger uma 2. Mulheres gestantes e com filhos/as de-
mulher unicamente quando seja necessário e ex- pendentes
pressamente solicitado pela mulher interessada,
sempre sob controle judicial ou de outras autorida- Regra 64
des competentes. Tais medidas de proteção não Penas não privativas de liberdade para as mu-
deverão persistir contra a vontade da mulher inte- lheres gestantes e mulheres com filhos/as depen-
ressada. dentes serão preferidas sempre que for possível e
Regra 60 apropriado, sendo a pena de prisão considerada
apenas quando o crime for grave ou violento ou a
Serão disponibilizados recursos suficientes mulher representar ameaça contínua, sempre ve-
para elaborar opções satisfatórias às mulheres in- lando pelo melhor interesse do/a filho/a ou filhos/as
fratoras com o intuito de combinar medidas não pri- e assegurando as diligências adequadas para seu
vativas de liberdade com intervenções que visem cuidado.
responder aos problemas mais comuns que levam
as mulheres ao contato com o sistema de justiça 3. Adolescentes do sexo feminino em con-
criminal. Essas intervenções podem incluir cursos flito com a lei
terapêuticos e orientação para vítimas de violência Regra 65
doméstica e abuso sexual; tratamento adequado
para aquelas com transtorno mental; e programas A institucionalização de adolescentes em con-
educacionais e de capacitação para melhorar pos- flito com a lei deverá ser evitada tanto quanto pos-
sibilidades de emprego. Tais programas considera- sível. A vulnerabilidade de gênero das adolescen-
rão a necessidade de prover atenção para as crian- tes do sexo feminino será tomada em consideração
ças e de criação de serviços exclusivos
Danielpara as mu- DEnas
RIBEIRO
decisões.
ANDRADE
lheres. 4. Estrangeiras
danielicoense@gmail.com
Regra 61 609.749.013-50Regra 66
Ao condenar mulheres infratoras, os juízes te- Será empregado máximo empenho para ratifi-
rão a discricionariedade de considerar fatores ate- car a Convenção das Nações Unidas contra o
nuantes, tais como ausência de antecedentes cri- crime organizado transnacional29 e o Protocolo
minais, a natureza e a não gravidade relativa da para a prevenção, repressão e punição do tráfico
conduta criminal, considerando as responsabilida- de pessoas, em especial mulheres e crianças, su-
des de cuidado das mulheres e o contexto caracte- plementar à Convenção30para implementar inte-
rístico. gralmente suas provisões com o intuito de oferecer
Regra 62 máxima proteção às vítimas de tráfico e evitar a re-
vitimização de mulheres estrangeiras.
Deverá ser aprimorada a prestação de servi-
ços comunitários para o tratamento do consumo de
drogas, os quais sejam sensíveis às questões de IV. PESQUISA, PLANEJAMENTO,
gênero, centrados na compreensão dos traumas e AVALIAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO
destinados exclusivamente às mulheres, assim PÚBLICA
como o acesso a estes tratamentos, para a preven-
ção de crimes e a adoção de medidas despenaliza- 1. Pesquisa, planejamento e avaliação
doras e alternativas penais.
Regra 67
1. Disposições pós-condenação
Serão envidados esforços para organizar e
Regra 63
promover pesquisa ampla e orientada a resultados
Decisões acerca do livramento condicional de- sobre delitos cometidos por mulheres, as razões
verão considerar favoravelmente as responsabili- que as levam a entrar em conflito com o sistema de
dades de cuidado das mulheres presas, assim justiça criminal, o impacto da criminalização secun-
dária e o encarceramento de mulheres, as

93
características das mulheres infratoras, assim contemplados nestas regras e sobre sua imple-
como os programas estruturados para reduzir a mentação.
reincidência criminal feminina, como uma base 4. Programas de capacitação sobre as presen-
para planejamento efetivo, desenvolvimento de tes regras e os resultados de pesquisas serão de-
programas e formulação de políticas para atender senvolvidos e implementados para funcionários/as
às necessidades de reintegração social das mulhe- competentes da justiça criminal com o intuito de
res infratoras. elevar sua consciência e sensibilidade sobre as dis-
Regra 68 posições contidas nessas regras.
Serão envidados esforços para organizar e 45ª Sessão Plenária
promover pesquisa sobre o número de crianças 22 de julho de 2010
afetadas pelo conflito de suas mães com o sistema
de justiça criminal, e o encarceramento em particu-
lar, e o impacto disso nas crianças, com o intuito de
contribuir para a formulação de políticas e a elabo-
ração de programas, considerando o melhor inte-
resse das crianças.
Regra 69
Serão envidados esforços para revisar, avaliar
e tornar públicas periodicamente as tendências, os
problemas e os fatores associados ao comporta-
mento infrator em mulheres e a efetividade das res-
postas às necessidades de reintegração social das
mulheres infratoras, assim como de Daniel
seus filhos/as,
RIBEIRO DE ANDRADE
com o intuito de reduzir a estigmatização e o im-
danielicoense@gmail.com
pacto negativo do conflito das mulheres com o sis-
tema de justiça criminal nas mulheres e em 609.749.013-50
seus
filhos/as.
2. Sensibilização pública, troca de informa-
ções e capacitação
Regra 70
1. Os meios de comunicação e o público serão
informados sobre as razões pelas quais as mulhe-
res entram em conflito com o sistema de justiça cri-
minal e as maneiras mais eficazes de lidar com es-
sas situações, com o intuito de permitir a reintegra-
ção social das mulheres, considerando o melhor in-
teresse de seus filhos/as.
2. Publicação e disseminação da pesquisa e
exemplos de boas práticas deverão formar elemen-
tos amplos de políticas que visem melhorar os re-
sultados e a igualdade das respostas do sistema de
justiça criminal para mulheres infratoras e seus fi-
lhos/as.
3. Os meios de comunicação, o público e aque-
les com responsabilidade profissional no que se re-
fere às mulheres presas e infratoras terão regular
acesso a informações factuais acerca dos temas

94
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se
como extensão do território nacional as embarca-
ções e aeronaves brasileiras, de natureza pública
ou a serviço do governo brasileiro onde quer que
se encontrem, bem como as aeronaves e as em-
barcações brasileiras, mercantes ou de proprie-
PARTE GERAL dade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
TÍTULO I § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL crimes praticados a bordo de aeronaves ou embar-
cações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacio-
Anterioridade da Lei
nal ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o estas em porto ou mar territorial do Brasil.
defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Lugar do crime
Lei penal no tempo
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lu-
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato gar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
que lei posterior deixa de considerar crime, ces- em parte, bem como onde se produziu ou deveria
sando em virtude dela a execução e os efeitos pe- produzir-se o resultado.
nais da sentença condenatória. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Extraterritorialidade
danielicoense@gmail.com
Parágrafo único - A lei posterior, que de qual- Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
quer modo favorecer o agente, aplica-se aos609.749.013-50
fatos
cometidos no estrangeiro:
anteriores, ainda que decididos por sentença con-
denatória transitada em julgado. I - os crimes:
STF: Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da República;
de lei mais benigna.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
Lei excepcional ou temporária do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Mu-
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, em- nicípio, de empresa pública, sociedade de econo-
bora decorrido o período de sua duração ou cessa- mia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
das as circunstâncias que a determinaram, aplica- Poder Público;
se ao fato praticado durante sua vigência. c) contra a administração pública, por quem
Tempo do crime está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no
ou domiciliado no Brasil;
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado. II - os crimes:
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên- obrigou a reprimir;
cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanên-
cia. b) praticados por brasileiro;
Territorialidade c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo quando em território estrangeiro e aí não sejam jul-
de convenções, tratados e regras de direito interna- gados.
cional, ao crime cometido no território nacional.

95
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido Contagem de prazo
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no côm-
condenado no estrangeiro.
puto do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei anos pelo calendário comum.
brasileira depende do concurso das seguintes con-
dições: Frações não computáveis da pena

a) entrar o agente no território nacional; Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas


de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações
b) ser o fato punível também no país em que
de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
foi praticado;
Legislação especial
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição; Art. 12 - As regras gerais deste Código apli-
d) não ter sido o agente absolvido no estran- cam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
geiro ou não ter aí cumprido a pena; esta não dispuser de modo diverso.

e) não ter sido o agente perdoado no estran-


geiro ou, por outro motivo, não estar extinta a puni- TÍTULO II
bilidade, segundo a lei mais favorável. DO CRIME
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Relação de causalidade
Brasil, se, reunidas as condições previstas no pa-
Art. 13 - O resultado, de que depende a exis-
rágrafo anterior:
tência do crime, somente é imputável a quem lhe
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
b) houve requisição do Ministro Daniel sem ANDRADE
RIBEIRO DE
da Justiça. a qual o resultado não teria ocorrido.
Pena cumprida no estrangeiro danielicoense@gmail.com Superveniência de causa independente
609.749.013-50
§ 1º - A superveniência de causa relativamente
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro ate-
nua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, independente exclui a imputação quando, por si só,
quando diversas, ou nela é computada, quando produziu o resultado; os fatos anteriores, entre-
idênticas. tanto, imputam-se a quem os praticou.

Eficácia de sentença estrangeira Relevância da omissão


§ 2º - A omissão é penalmente relevante
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a
quando o omitente devia e podia agir para evitar o
aplicação da lei brasileira produz na espécie as resultado. O dever de agir incumbe a quem
mesmas consequências, pode ser homologada no
Brasil para: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância;
I - obrigar o condenado à reparação do dano,
a restituições e a outros efeitos civis; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
de impedir o resultado;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
c) com seu comportamento anterior, criou o
Parágrafo único - A homologação depende: risco da ocorrência do resultado.
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pe-
Art. 14 - Diz-se o crime:
dido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tra- Crime consumado
tado de extradição com o país de cuja autoridade I - consumado, quando nele se reúnem todos
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tra- os elementos de sua definição legal;
tado, de requisição do Ministro da Justiça. Súmula Vinculante nº 24. Não se tipifica crime material
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a ho- contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
mologação de sentenças estrangeiras e a concessão de da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tri-
exequatur às cartas rogatórias. buto.

96
Súmula nº 610, STF. Há crime de latrocínio, quando o ho- Crime culposo
micídio se consuma, ainda que não realize o agente a sub-
tração de bens da vítima. II - culposo, quando o agente deu causa ao re-
Súmula nº 96, STJ. O crime de extorsão consuma-se in- sultado por imprudência, negligência ou imperícia.
dependentemente da obtenção da vantagem indevida.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos
Tentativa em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
II - tentado, quando, iniciada a execução, não como crime, senão quando o pratica dolosamente.
se consuma por circunstâncias alheias à vontade Agravação pelo resultado
do agente.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especial-
Súmula nº 567, STJ. Sistema de vigilância realizado por mente a pena, só responde o agente que o houver
monitoramento eletrônico ou por existência de segurança
no interior de estabelecimento comercial, por si só, não causado ao menos culposamente.
torna impossível a configuração do crime de furto. Erro sobre elementos do tipo
Pena de tentativa Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo
Parágrafo único - Salvo disposição em contrá- do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente punição por crime culposo, se previsto em lei.
ao crime consumado, diminuída de um a dois ter-
Descriminantes putativas
ços.
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plena-
Desistência voluntária e arrependimento
mente justificado pelas circunstâncias, supõe situ-
eficaz
ação de fato que, se existisse, tornaria a ação legí-
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, de- tima. Não há isenção de pena quando o erro deriva
siste de prosseguir na execução ou impede que o de culpa e o fato é punível como crime culposo.
resultado se produza, só responde pelos atos já Erro determinado por terceiro
praticados. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que de-
danielicoense@gmail.com
Arrependimento posterior termina o erro.
609.749.013-50
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência Erro sobre a pessoa
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia crime é praticado não isenta de pena. Não se con-
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena sideram, neste caso, as condições ou qualidades
será reduzida de um a dois terços. da vítima, senão as da pessoa contra quem o
Súmula nº 554, STF. O pagamento de cheque emitido sem agente queria praticar o crime.
provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não
obsta ao prosseguimento da ação penal. Erro sobre a ilicitude do fato
Crime impossível Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescu-
sável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
um sexto a um terço.
priedade do objeto, é impossível consumar-se o
crime. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro
se o agente atua ou se omite sem a consciência da
STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas cir-
cunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo-
nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no Coação irresistível e obediência hierár-
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
impossível a configuração do crime de furto
quica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação ir-
Art. 18 - Diz-se o crime:
resistível ou em estrita obediência a ordem, não
Crime doloso manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou é punível o autor da coação ou da ordem.
assumiu o risco de produzi-lo;

97
Exclusão de ilicitude Redução de pena
Art. 23 - Não há crime quando o agente pra- Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de
tica o fato: um a dois terços, se o agente, em virtude de per-
turbação de saúde mental ou por desenvolvimento
I - em estado de necessidade; mental incompleto ou retardado não era inteira-
II - em legítima defesa; mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou
III - em estrito cumprimento de dever legal ou de determinar-se de acordo com esse entendi-
no exercício regular de direito. mento.

Excesso punível Menores de dezoito anos

Parágrafo único - O agente, em qualquer das Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos


hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
doloso ou culposo. normas estabelecidas na legislação especial.
Estado de necessidade Emoção e paixão
Art. 24 - Considera-se em estado de necessi- Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
dade quem pratica o fato para salvar de perigo I - a emoção ou a paixão;
atual, que não provocou por sua vontade, nem po-
dia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, Embriaguez
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
exigir-se. álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade § 1º - É isento de pena o agente que, por em-
quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. briaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifí- força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
cio do direito ameaçado, a pena poderá ser redu- inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
danielicoense@gmail.com
fato ou de determinar-se de acordo com esse en-
zida de um a dois terços.
609.749.013-50
tendimento.
Legítima defesa
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
quem, usando moderadamente dos meios neces- de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
sários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
direito seu ou de outrem. de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
Parágrafo único. Observados os requisitos pre- nar-se de acordo com esse entendimento.
vistos no caput deste artigo, considera-se também
em legítima defesa o agente de segurança pública TÍTULO IV
que repele agressão ou risco de agressão a vítima
DO CONCURSO DE PESSOAS
mantida refém durante a prática de crimes.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre


TÍTULO III para o crime incide nas penas a este cominadas,
DA IMPUTABILIDADE PENAL na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importân-
Inimputáveis
cia, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por terço.
doença mental ou desenvolvimento mental incom- § 2º - Se algum dos concorrentes quis partici-
pleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da par de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
omissão, inteiramente incapaz de entender o cará- pena deste; essa pena será aumentada até me-
ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo tade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
com esse entendimento. mais grave.

98
Circunstâncias incomunicáveis Feminicídio
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias VI - contra a mulher por razões da condição de
e as condições de caráter pessoal, salvo quando sexo feminino:
elementares do crime. VII – contra autoridade ou agente descrito nos
Casos de impunibilidade arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instiga- rança Pública, no exercício da função ou em decor-
ção e o auxílio, salvo disposição expressa em con- rência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
trário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
menos, a ser tentado. dessa condição:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido:
Homicídio contra menor de 14 (quatorze)
anos. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (In-
TITULO I cluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condi-
CAPITULO I ção de sexo feminino quando o crime envolve:
DOS CRIMES CONTRA A VIDA I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição
Homicídio simples Daniel RIBEIRO DEdeANDRADE
mulher.
danielicoense@gmail.com
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
Art. 121. Matar alguém:
609.749.013-50
14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Lei nº 14.344, de 2022)
Caso de diminuição de pena I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por pessoa com deficiência ou com doença que impli-
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o que o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído
domínio de violenta emoção, logo em seguida a in- pela Lei nº 14.344, de 2022)
justa provocação da vítima, o juiz pode reduzir a II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente,
pena de um sexto a um terço. padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, compa-
Homicídio qualificado nheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade
§ 2° Se o homicídio é cometido:
sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
I - mediante paga ou promessa de recom-
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado
pensa, ou por outro motivo torpe;
em instituição de educação básica pública ou pri-
II - por motivo fútil; vada. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, Homicídio culposo
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
§ 3º Se o homicídio é culposo:
de que possa resultar perigo comum;
Pena - detenção, de um a três anos.
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dis-
simulação ou outro recurso que dificulte ou torne Aumento de pena
impossível a defesa do ofendido; § 4o No homicídio culposo, a pena é aumen-
V - para assegurar a execução, a ocultação, a tada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inob-
impunidade ou vantagem de outro crime: servância de regra técnica de profissão, arte ou ofí-
cio, ou se o agente deixa de prestar imediato so-
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
corro à vítima, não procura diminuir as

99
consequências do seu ato, ou foge para evitar pri- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (In-
são em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é § 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou 13.968, de 2019)
maior de 60 (sessenta) anos.
I - se o crime é praticado por motivo egoístico,
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz torpe ou fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
poderá deixar de aplicar a pena, se as consequên-
cias da infração atingirem o próprio agente de II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
forma tão grave que a sanção penal se torne des- qualquer causa, a capacidade de resistência. (In-
necessária. cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
STJ: Súmula 18 - A sentença concessiva do perdão judi- § 4º A pena é aumentada até o dobro se a con-
cial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsis- duta é realizada por meio da rede de computado-
tindo qualquer efeito condenatório. res, de rede social ou transmitida em tempo
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
a metade se o crime for praticado por milícia pri- § 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é
vada, sob o pretexto de prestação de serviço de se- líder, coordenador ou administrador de grupo, de
gurança, ou por grupo de extermínio. comunidade ou de rede virtual, ou por estes é res-
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 ponsável. (Redação dada pela Lei nº 14.811, de
(um terço) até a metade se o crime for praticado: 2024)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo
posteriores ao parto; resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos,
contra quem, por enfermidade ou deficiência men-
com deficiência ou com doenças degenerativas
Daniel RIBEIRO DEtal, não tem o necessário discernimento para a prá-
ANDRADE
que acarretem condição limitante ou de vulnerabili-
tica do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
dade física ou mental; (Redação dadadanielicoense@gmail.com
pela Lei nº
pode oferecer resistência, responde o agente pelo
14.344, de 2022) 609.749.013-50
crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (In-
III - na presença física ou virtual de descen- cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
dente ou de ascendente da vítima; (Redação dada
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo
pela Lei nº 13.771, de 2018)
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
IV - em descumprimento das medidas proteti- contra quem não tem o necessário discernimento
vas de urgência previstas nos incisos I, II e III do para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto causa, não pode oferecer resistência, responde o
de 2006. agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicí- 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de
dio ou a automutilação 2019)
Infanticídio
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suici-
dar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
auxílio material para que o faça: puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) após:
anos. Pena - detenção, de dois a seis anos.
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de Aborto provocado pela gestante ou com
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou seu consentimento
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou
deste Código:
consentir que outrem lho provoque:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da auto-
mutilação resulta morte:

100
Aborto provocado por terceiro III - debilidade permanente de membro, sentido
ou função;
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consenti-
mento da gestante: IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de três a dez anos. Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consenti- § 2° Se resulta:


mento da gestante: I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Pena - reclusão, de um a quatro anos. II - enfermidade incurável;
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo an- III perda ou inutilização do membro, sentido ou
terior, se a gestante não é maior de quatorze anos, função;
ou é alienada ou débil mental, ou se o consenti- IV - deformidade permanente;
mento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência V - aborto:

Forma qualificada Pena - reclusão, de dois a oito anos.


Lesão corporal seguida de morte
Art. 127 - As penas cominadas nos dois arti-
gos anteriores são aumentadas de um terço, se, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evi-
em consequência do aborto ou dos meios empre- denciam que o agente não quis o resultado, nem
gados para provocá-lo, a gestante sofre lesão cor- assumiu o risco de produzi-lo:
poral de natureza grave; e são duplicadas, se, por Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Diminuição de pena
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por
médico:
Daniel RIBEIRO DEmotivo de relevante valor social ou moral ou sob o
ANDRADE
Aborto necessário domínio
danielicoense@gmail.com de violenta emoção, logo em seguida a in-
justa
I - se não há outro meio de salvar a 609.749.013-50
vida da provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
gestante; pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
Aborto no caso de gravidez resultante de
estupro § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto ainda substituir a pena de detenção pela de multa,
é precedido de consentimento da gestante ou, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
quando incapaz, de seu representante legal. I - se ocorre qualquer das hipóteses do pará-
grafo anterior;

CAPÍTULO II II - se as lesões são recíprocas.


DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Lesão corporal Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a Aumento de pena
saúde de outrem: § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
Pena - detenção, de três meses a um ano. ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do
art. 121 deste Código.
Lesão corporal de natureza grave
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no
§ 1º Se resulta:
§ 5º do art. 121.
I - Incapacidade para as ocupações habituais,
Violência Doméstica
por mais de trinta dias;
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascen-
II - perigo de vida;
dente, descendente, irmão, cônjuge ou compa-
nheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,

101
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações Perigo de contágio de moléstia grave
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) outrem moléstia grave de que está contaminado,
anos. ato capaz de produzir o contágio:
STJ: Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher
é pública incondicionada. Perigo para a vida ou saúde de outrem
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § a perigo direto e iminente:
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço). Pena - detenção, de três meses a um ano, se
o fato não constitui crime mais grave.
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena
será aumentada de um terço se o crime for come- Parágrafo único. A pena é aumentada de um
tido contra pessoa portadora de deficiência. sexto a um terço se a exposição da vida ou da sa-
úde de outrem a perigo decorre do transporte de
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade pessoas para a prestação de serviços em estabe-
ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti- lecimentos de qualquer natureza, em desacordo
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e com as normas legais.
da Força Nacional de Segurança Pública, no exer-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra Abandono de incapaz
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguí- Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob
neo até terceiro grau, em razão dessa condição, a seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e,
pena é aumentada de um a dois terços. por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, riscos resultantes do abandono:
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
por razões da condição do sexo feminino, nos ter- Pena - detenção, de seis meses a três anos.
mos do § 2º-A do art. 121 deste Código: danielicoense@gmail.com
(Incluído
pela Lei nº 14.188, de 2021) § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal
609.749.013-50
de natureza grave:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumen-
tam-se de um terço:
Perigo de contágio venéreo
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
Art. 130 - Expor alguém, por meio de rela-
ções sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio II - se o agente é ascendente ou descendente,
de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
que está contaminado: III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou Exposição ou abandono de recém-nascido
multa.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nas-
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a mo- cido, para ocultar desonra própria:
léstia:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de na-
§ 2º - Somente se procede mediante represen- tureza grave:
tação.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:

102
Pena - detenção, de dois a seis anos. CAPÍTULO IV
Omissão de socorro DA RIXA
Rixa
Art. 135 - Deixar de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à cri- Art. 137 - Participar de rixa, salvo para sepa-
ança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invá- rar os contendores:
lida ou ferida, ao desamparo ou em grave e imi-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
nente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
ou multa.
da autoridade pública:
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
multa.
participação na rixa, a pena de detenção, de seis
Parágrafo único - A pena é aumentada de me- meses a dois anos.
tade, se da omissão resulta lesão corporal de natu-
reza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento médico- CAPÍTULO V
hospitalar emergencial DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota pro-


missória ou qualquer garantia, bem como o preen- Calúnia
chimento prévio de formulários administrativos, Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe
como condição para o atendimento médico-hospi- falsamente fato definido como crime:
talar emergencial:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) multa.
ano, e multa. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo
danielicoense@gmail.com
Parágrafo único. A pena é aumentada até o falsa a imputação, a propala ou divulga.
dobro se da negativa de atendimento resulta lesão
609.749.013-50
corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
a morte. Exceção da verdade
Maus-tratos § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde I - se, constituindo o fato imputado crime de
de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilân- ação privada, o ofendido não foi condenado por
cia, para fim de educação, ensino, tratamento ou sentença irrecorrível;
custódia, quer privando-a de alimentação ou cuida- II - se o fato é imputado a qualquer das pes-
dos indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho soas indicadas no nº I do art. 141;
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
III - se do crime imputado, embora de ação pú-
de correção ou disciplina:
blica, o ofendido foi absolvido por sentença irrecor-
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou rível.
multa.
Difamação
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de na-
tureza grave: Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe
fato ofensivo à sua reputação:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
§ 2º - Se resulta a morte: multa.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Exceção da verdade
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o
Parágrafo único - A exceção da verdade so-
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (ca-
mente se admite se o ofendido é funcionário pú-
torze) anos.
blico e a ofensa é relativa ao exercício de suas fun-
ções.

103
Injúria pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
cia)
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro: Exclusão do crime
Pena - detenção, de um a seis meses, ou Art. 142 - Não constituem injúria ou difama-
multa. ção punível:
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da
I - quando o ofendido, de forma reprovável, causa, pela parte ou por seu procurador;
provocou diretamente a injúria; II - a opinião desfavorável da crítica literária,
II - no caso de retorsão imediata, que consista artística ou científica, salvo quando inequívoca a in-
em outra injúria. tenção de injuriar ou difamar;

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias III - o conceito desfavorável emitido por funcio-
de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empre- nário público, em apreciação ou informação que
gado, se considerem aviltantes: preste no cumprimento de dever do ofício.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, res-
multa, além da pena correspondente à violência. ponde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
publicidade.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de ele-
mentos referentes a religião ou à condição de pes- Retratação
soa idosa ou com deficiência: (Redação dada pela Art. 143 - O querelado que, antes da sen-
Lei nº 14.532, de 2023) tença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difa-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e mação, fica isento de pena.
multa. (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023) Parágrafo único. Nos casos em que o quere-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Disposições comuns lado tenha praticado a calúnia ou a difamação utili-
danielicoense@gmail.com
zando-se de meios de comunicação, a retratação
Art. 141 - As penas cominadas neste Capí-
609.749.013-50
dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mes-
tulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos cri- mos meios em que se praticou a ofensa.
mes é cometido:
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou fra-
I - contra o Presidente da República, ou contra
ses, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem
chefe de governo estrangeiro;
se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
II - contra funcionário público, em razão de Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz,
suas funções, ou contra os Presidentes do Senado não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo
Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capí-
14.197, de 2021) tulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência re-
III - na presença de várias pessoas, ou por sulta lesão corporal.
meio que facilite a divulgação da calúnia, da difa-
mação ou da injúria. Parágrafo único. Procede-se mediante requi-
sição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do
IV - contra criança, adolescente, pessoa maior caput do art. 141 deste Código, e mediante repre-
de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência, sentação do ofendido, no caso do inciso II do
exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art.
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, 140 deste Código.
de 2022) Vigência
Súmula nº 714, STF. É concorrente a legitimidade do ofen-
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou dido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicio-
promessa de recompensa, aplica-se a pena em do- nada à representação do ofendido, para a ação penal por
crime contra a honra de servidor público em razão do exer-
bro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) cício de suas funções.
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em
quaisquer modalidades das redes sociais da rede
mundial de computadores, aplica-se em triplo a

104
CAPÍTULO VI meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE real: (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
INDIVIDUAL Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro)
anos, e multa, se a conduta não constituir crime
mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE Ameaça
PESSOAL Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, es-
crito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
Constrangimento ilegal causar-lhe mal injusto e grave:
Art. 146 - Constranger alguém, mediante vi- Pena - detenção, de um a seis meses, ou
olência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver multa.
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de Parágrafo único - Somente se procede medi-
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a ante representação.
fazer o que ela não manda:
Perseguição
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
multa. Art. 147-A. Perseguir alguém, reiterada-
mente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a inte-
Aumento de pena gridade física ou psicológica, restringindo-lhe a ca-
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e pacidade de locomoção ou, de qualquer forma, in-
em dobro, quando, para a execução do crime, se vadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
armas. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Danielaplicam-se
§ 2º - Além das penas cominadas, RIBEIRO DEanos,
ANDRADE
e multa. (Incluído pela Lei nº 14.132, de
as correspondentes à violência. danielicoense@gmail.com
2021)
609.749.013-50§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime
§ 3º - Não se compreendem na disposição
deste artigo: é cometido: (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o I – contra criança, adolescente ou idoso; (Inclu-
consentimento do paciente ou de seu represen- ído pela Lei nº 14.132, de 2021)
tante legal, se justificada por iminente perigo de II – contra mulher por razões da condição de
vida; sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121
II - a coação exercida para impedir suicídio. deste Código; (Incluído pela Lei nº 14.132, de
2021)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, indi-
vidualmente ou em grupo, mediante violência física III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais
ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo in- pessoas ou com o emprego de arma. (Incluído pela
tencional e repetitivo, sem motivação evidente, por Lei nº 14.132, de 2021)
meio de atos de intimidação, de humilhação ou de § 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem
discriminação ou de ações verbais, morais, sexu- prejuízo das correspondentes à violência. (Incluído
ais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtu- pela Lei nº 14.132, de 2021)
ais: (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
§ 3º Somente se procede mediante represen-
Pena - multa, se a conduta não constituir crime tação. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
Violência psicológica contra a mulher (Incluído
Intimidação sistemática virtual (cyberbullying) pela Lei nº 14.188, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvi-
meio da rede de computadores, de rede social, de mento ou que vise a degradar ou a controlar suas
aplicativos, de jogos on-line ou por qualquer outro ações, comportamentos, crenças e decisões, me-
diante ameaça, constrangimento, humilhação,

105
manipulação, isolamento, chantagem, ridiculariza- § 2o A pena é aumentada de metade, se o
ção, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro crime é cometido:
meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e I – contra criança ou adolescente;
autodeterminação: (Incluído pela Lei nº 14.188, de
2021) II – por motivo de preconceito de raça, cor, et-
nia, religião ou origem.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa, se a conduta não constitui crime STF: É da Justiça Federal a competência para processar e
julgar o crime de redução a condição análoga à de escravo.
mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Tráfico de Pessoas
Sequestro e cárcere privado
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, trans-
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade,
portar, transferir, comprar, alojar ou acolher pes-
mediante sequestro ou cárcere privado:
soa, mediante grave ameaça, violência, coação,
Pena - reclusão, de um a três anos. fraude ou abuso, com a finalidade de:
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do
anos: corpo;
I – se a vítima é ascendente, descendente, II - submetê-la a trabalho em condições análo-
cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 gas à de escravo;
(sessenta) anos;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
II - se o crime é praticado mediante internação
IV - adoção ilegal; ou
da vítima em casa de saúde ou hospital;
V - exploração sexual.
III - se a privação da liberdade dura mais de
quinze dias. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
Daniel e multa.
IV – se o crime é praticado contra menor RIBEIRO
de 18 DE ANDRADE
(dezoito) anos; danielicoense@gmail.com
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a
metade se:
609.749.013-50
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
I - o crime for cometido por funcionário público
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-
no exercício de suas funções ou a pretexto de
tratos ou da natureza da detenção, grave sofri-
exercê-las;
mento físico ou moral:
II - o crime for cometido contra criança, adoles-
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
cente ou pessoa idosa ou com deficiência;
Redução a condição análoga à de escravo
III - o agente se prevalecer de relações de pa-
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga rentesco, domésticas, de coabitação, de hospitali-
à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos for- dade, de dependência econômica, de autoridade
çados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a ou de superioridade hierárquica inerente ao exercí-
condições degradantes de trabalho, quer restrin- cio de emprego, cargo ou função; ou
gindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada
de dívida contraída com o empregador ou preposto: do território nacional.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, § 2o A pena é reduzida de um a dois terços se
além da pena correspondente à violência. o agente for primário e não integrar organização cri-
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: minosa.
I – cerceia o uso de qualquer meio de trans-
porte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo
no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de tra-
balho ou se apodera de documentos ou objetos
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no lo-
cal de trabalho.

106
SEÇÃO II SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO INVIOLABILIDADE DE
CORRESPONDÊNCIA
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina Violação de correspondência
ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa Art. 151 - Devassar indevidamente o conte-
ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em údo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
suas dependências:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
multa.
Sonegação ou destruição de correspon-
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, dência
ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência
§ 1º - Na mesma pena incorre:
ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
I - quem se apossa indevidamente de corres-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
pondência alheia, embora não fechada e, no todo
além da pena correspondente à violência.
ou em parte, a sonega ou destrói;
§ 2º -
Violação de comunicação telegráfica, radi-
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou perma- oelétrica ou telefônica
nência em casa alheia ou em suas dependências:
II - quem indevidamente divulga, transmite a
I - durante o dia, com observância das formali- outrem ou utiliza abusivamente comunicação tele-
dades legais, para efetuar prisão ou outra diligên- gráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou con-
cia; Daniel RIBEIRO DEversação
ANDRADE telefônica entre outras pessoas;
danielicoense@gmail.com
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando III - quem impede a comunicação ou a conver-
algum crime está sendo ali praticado ou na 609.749.013-50
iminên- sação referidas no número anterior;
cia de o ser.
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho
§ 4º - A expressão "casa" compreende: radioelétrico, sem observância de disposição legal.
I - qualquer compartimento habitado; § 2º - As penas aumentam-se de metade, se
II - aposento ocupado de habitação coletiva; há dano para outrem.
III - compartimento não aberto ao público, onde § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso
alguém exerce profissão ou atividade. de função em serviço postal, telegráfico, radioelé-
trico ou telefônico:
§ 5º - Não se compreendem na expressão
"casa": Pena - detenção, de um a três anos.
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra § 4º - Somente se procede mediante represen-
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restri- tação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
ção do n.º II do parágrafo anterior; Correspondência comercial
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou
gênero. empregado de estabelecimento comercial ou in-
dustrial para, no todo ou em parte, desviar, sone-
gar, subtrair ou suprimir correspondência, ou reve-
lar a estranho seu conteúdo:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único - Somente se procede medi-
ante representação.

107
SEÇÃO IV § 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3
DOS CRIMES CONTRA A (dois terços) se da invasão resulta prejuízo econô-
mico. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de con-
Divulgação de segredo teúdo de comunicações eletrônicas privadas, se-
gredos comerciais ou industriais, informações sigi-
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, losas, assim definidas em lei, ou o controle remoto
conteúdo de documento particular ou de correspon- não autorizado do dispositivo invadido:
dência confidencial, de que é destinatário ou deten-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
tor, e cuja divulgação possa produzir dano a ou-
e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
trem:
2021)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena
multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
de um a dois terços se houver divulgação, comer-
§ 1º Somente se procede mediante represen- cialização ou transmissão a terceiro, a qualquer tí-
tação. tulo, dos dados ou informações obtidos.
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade
sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, se o crime for praticado contra:
contidas ou não nos sistemas de informações ou
I - Presidente da República, governadores e
banco de dados da Administração Pública:
prefeitos;
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;
e multa.
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Adminis-
Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Es-
tração Pública, a ação penal será incondicionada.
Daniel RIBEIRO DE
tado,ANDRADE
da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou
Violação do segredo profissional danielicoense@gmail.com
de Câmara Municipal; ou
609.749.013-50
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, IV - dirigente máximo da administração direta
segredo, de que tem ciência em razão de função, e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação Federal.
possa produzir dano a outrem: Ação penal
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-
multa de um conto a dez contos de réis.
A, somente se procede mediante representação,
Parágrafo único - Somente se procede medi- salvo se o crime é cometido contra a administração
ante representação. pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes
Invasão de dispositivo informático da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios
ou contra empresas concessionárias de serviços
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de públicos.
uso alheio, conectado ou não à rede de computa-
dores, com o fim de obter, adulterar ou destruir da-
dos ou informações sem autorização expressa ou TÍTULO II
tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vul- DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
nerabilidades para obter vantagem ilícita: (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
CAPÍTULO I
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, DO FURTO
e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
2021)
Furto
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz,
oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
programa de computador com o intuito de permitir coisa alheia móvel:
a prática da conduta definida no caput. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

108
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo- por qualquer outro meio fraudulento análogo. (In-
nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
impossível a configuração do crime de furto. § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o considerada a relevância do resultado gravoso: (In-
crime é praticado durante o repouso noturno. cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

STJ: A causa especial de aumento de pena do furto come- I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
tido durante o repouso noturno pode se configurar mesmo terços), se o crime é praticado mediante a utiliza-
quando o crime é cometido em estabelecimento comercial ção de servidor mantido fora do território nacio-
ou residência desabitada, sendo indiferente o fato de a ví-
nal; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
tima estar, ou não, efetivamente repousando
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pe-
o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (In-
queno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos,
multa. se a subtração for de veículo automotor que venha
a ser transportado para outro Estado ou para o ex-
Súmula nº 511, STJ. É possível o reconhecimento do pri-
vilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de terior.
crime de furto qualificado, se estiverem presentes a prima-
riedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualifica-
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
dora for de ordem objetiva. anos se a subtração for de semovente domesticá-
vel de produção, ainda que abatido ou dividido em
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elé- partes no local da subtração.
trica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
Furto qualificado (dez) anos e multa, se a subtração for de substân-
§ 4º - A pena é de reclusão deDaniel anos, DEcias
RIBEIRO
dois a oito explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
ANDRADE
e multa, se o crime é cometido: danielicoense@gmail.com possibilitem sua fabricação, monta-
isoladamente,
gem ou emprego.
609.749.013-50
I - com destruição ou rompimento de obstáculo
à subtração da coisa; Furto de coisa comum
II - com abuso de confiança, ou mediante Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro
fraude, escalada ou destreza; ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitima-
III - com emprego de chave falsa; mente a detém, a coisa comum:
IV - mediante concurso de duas ou mais pes- Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
soas. ou multa.
STJ: Súmula 442 - É inadmissível aplicar, no furto qualifi- § 1º - Somente se procede mediante represen-
cado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. tação.
STJ: Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privi- § 2º - Não é punível a subtração de coisa co-
légio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime
de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade mum fungível, cujo valor não excede a quota a que
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for tem direito o agente.
de ordem objetiva.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10


(dez) anos e multa, se houver emprego de explo- CAPÍTULO II
sivo ou de artefato análogo que cause perigo co- DO ROUBO E DA EXTORÇÃO
mum.
Roubo
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou in- ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên-
formático, conectado ou não à rede de computado- cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
res, com ou sem a violação de mecanismo de se- meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
gurança ou a utilização de programa malicioso, ou

109
STJ: Súmula 582 - Consuma-se o crime de roubo com a I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
inversão da posse do bem mediante emprego de violência de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida
à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou 30 (trinta) anos, e multa.
desvigiada.
Roubo
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
STF: Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o homi-
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo de- cídio se consuma, ainda que não se realize o agente a sub-
pois de subtraída a coisa, emprega violência contra tração de bens da vítima.
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im- STJ: Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplica-
punidade do crime ou a detenção da coisa para si ção da pena no crime de roubo circunstanciado exige fun-
damentação concreta, não sendo suficiente para a sua
ou para terceiro. exasperação a mera indicação do número de majorantes.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até Extorsão
metade:
Art. 158 - Constranger alguém, mediante vi-
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº
olência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
13.654, de 2018)
para si ou para outrem indevida vantagem econô-
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; mica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
III - se a vítima está em serviço de transporte alguma coisa:
de valores e o agente conhece tal circunstância. Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
IV - se a subtração for de veículo automotor § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
que venha a ser transportado para outro Estado ou pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
para o exterior; pena de um terço até metade.
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
restringindo sua liberdade. violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
danielicoense@gmail.com
VI – se a subtração for de substâncias explosi- § 3o Se o crime é cometido mediante a restri-
609.749.013-50
vas ou de acessórios que, conjunta ou isolada- ção da liberdade da vítima, e essa condição é ne-
mente, possibilitem sua fabricação, montagem ou cessária para a obtenção da vantagem econômica,
emprego. a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida além da multa; se resulta lesão corporal grave ou
com emprego de arma branca; morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159,
§§ 2o e 3o, respectivamente.
Súmula nº 442, STJ. É inadmissível aplicar, no furto quali-
ficado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. STJ: Súmula 96 - O crime de extorsão consuma-se inde-
pendentemente da obtenção da vantagem indevida.
Súmula nº 443, STJ. O aumento na terceira fase de apli-
cação da pena no crime de roubo circunstanciado exige Extorsão mediante sequestro
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua
exasperação a mera indicação do número de majorantes. Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate:
I – se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma de fogo; Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
II – se há destruição ou rompimento de obstá- § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e
culo mediante o emprego de explosivo ou de arte- quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (de-
fato análogo que cause perigo comum. zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
crime é cometido por bando ou quadrilha.
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exer-
cida com emprego de arma de fogo de uso restrito Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de na-
caput deste artigo. tureza grave:
§ 3º Se da violência resulta: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
anos.

110
§ 3º - Se resulta a morte: CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. DO DANO
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
concorrente que o denunciar à autoridade, facili- Dano
tando a libertação do sequestrado, terá sua pena Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar
reduzida de um a dois terços. coisa alheia:
Extorsão indireta Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de multa.
dívida, abusando da situação de alguém, docu- Dano qualificado
mento que pode dar causa a procedimento criminal
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
contra a vítima ou contra terceiro:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
II - com emprego de substância inflamável ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
CAPÍTULO III III - contra o patrimônio da União, de Estado,
DA USURPAÇÃO do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de
Alteração de limites economia mista ou empresa concessionária de ser-
viços públicos;
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume,
marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha IV - por motivo egoístico ou com prejuízo con-
divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, siderável para a vítima:
de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. multa, além da pena correspondente à violência.
danielicoense@gmail.com
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: 609.749.013-50Introdução ou abandono de animais em
propriedade alheia
Usurpação de águas
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de
outrem, águas alheias; propriedade alheia, sem consentimento de quem
de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Esbulho possessório
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses,
II - invade, com violência a pessoa ou grave ou multa.
ameaça, ou mediante concurso de mais de duas
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de Dano em coisa de valor artístico, arqueoló-
esbulho possessório. gico ou histórico

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar


também na pena a esta cominada. coisa tombada pela autoridade competente em vir-
tude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há
emprego de violência, somente se procede medi- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
ante queixa. multa.
Supressão ou alteração de marca em ani- Alteração de local especialmente protegido
mais Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, competente, o aspecto de local especialmente pro-
em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indica- tegido por lei:
tivo de propriedade: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
multa.

111
Ação penal na forma definida em lei ou regulamento, antes do
início da ação fiscal.
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV
do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede STF / STJ: A quitação do débito decorrente de apropriação
indébita previdenciária enseja a extinção da punibilidade,
mediante queixa. desde que realizada antes do trânsito em julgado da sen-
tença condenatória.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
CAPÍTULO V
ou aplicar somente a de multa se o agente for pri-
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA mário e de bons antecedentes, desde que:
STF / STJ: Atualmente, entende-se que deve haver a apli-
Apropriação indébita cação do princípio da insignificância quando o valor do dé-
bito seja igual ou inferior ao estabelecido pela previdência
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, como sendo o mínimo para ajuizamento das ações fiscais.
de que tem a posse ou a detenção: O valor atual é de R$ 20.000,00.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. I – tenha promovido, após o início da ação fis-
cal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
Aumento de pena da contribuição social previdenciária, inclusive
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, acessórios; ou
quando o agente recebeu a coisa: II – o valor das contribuições devidas, inclusive
I - em depósito necessário; acessórios, seja igual ou inferior àquele estabele-
cido pela previdência social, administrativamente,
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, li-
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
quidatário, inventariante, testamenteiro ou deposi-
execuções fiscais.
tário judicial;
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo
III - em razão de ofício, empregoDaniel
ou profissão.
RIBEIRO DEnão ANDRADE
se aplica aos casos de parcelamento de con-
Apropriação indébita previdenciária danielicoense@gmail.com
tribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência superior àquele estabelecido, administrativamente,
609.749.013-50
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
social as contribuições recolhidas dos contribuin-
execuções fiscais.
tes, no prazo e forma legal ou convencional:
Apropriação de coisa havida por erro, caso
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
fortuito ou força da natureza
e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa
de: alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou ou-
tra importância destinada à previdência social que Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
tenha sido descontada de pagamento efetuado a multa.
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
II – recolher contribuições devidas à previdên- Apropriação de tesouro
cia social que tenham integrado despesas contá-
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se
beis ou custos relativos à venda de produtos ou à
apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
prestação de serviços;
direito o proprietário do prédio;
III - pagar benefício devido a segurado, quando
Apropriação de coisa achada
as respectivas cotas ou valores já tiverem sido re-
embolsados à empresa pela previdência social. II - quem acha coisa alheia perdida e dela se
apropria, total ou parcialmente, deixando de resti-
STF / STJ: Não se exige dolo específico.
tuí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, es- la à autoridade competente, dentro no prazo de
pontaneamente, declara, confessa e efetua o paga- quinze dias.
mento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social,

112
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capí- Fraude no pagamento por meio de cheque
tulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. VI - emite cheque, sem suficiente provisão de
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o paga-
mento.
CAPÍTULO VI
Súmula nº 246, STF. Comprovado não ter havido fraude,
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES não se configura o crime de emissão de cheque sem fun-
dos.
Súmula nº 554, STF. O pagamento de cheque emitido sem
Estelionato provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, van- obsta ao prosseguimento da ação penal.

tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou man- Fraude eletrônica


tendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
qualquer outro meio fraudulento: (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, utilização de informações fornecidas pela vítima ou
de quinhentos mil réis a dez contos de réis. por terceiro induzido a erro por meio de redes soci-
ais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrô-
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pe-
nico fraudulento, ou por qualquer outro meio frau-
queno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena
dulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
conforme o disposto no art. 155, § 2º.
2021)
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo,
Disposição de coisa alheia como própria considerada a relevância do resultado gravoso, au-
I - vende, permuta, dá em pagamento, em lo- menta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
cação ou em garantia coisa alheia como própria; crime é praticado mediante a utilização de servidor
Daniel RIBEIRO mantido fora do território nacional. (Incluído pela
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa DELei
ANDRADE
nº 14.155, de 2021)
própria danielicoense@gmail.com
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o
II - vende, permuta, dá em pagamento609.749.013-50
ou em crime é cometido em detrimento de entidade de di-
garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus reito público ou de instituto de economia popular,
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a ter- assistência social ou beneficência.
ceiro, mediante pagamento em prestações, silenci-
ando sobre qualquer dessas circunstâncias; Estelionato contra idoso ou vulnerável (Re-
dação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
Defraudação de penhor
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao
III - defrauda, mediante alienação não consen-
dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vul-
tida pelo credor ou por outro modo, a garantia pig- nerável, considerada a relevância do resultado gra-
noratícia, quando tem a posse do objeto empe- voso. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
nhado;
§ 5º Somente se procede mediante represen-
Fraude na entrega de coisa tação, salvo se a vítima for:
IV - defrauda substância, qualidade ou quanti- I - a Administração Pública, direta ou indireta;
dade de coisa que deve entregar a alguém;
II - criança ou adolescente;
Fraude para recebimento de indenização ou
valor de seguro III - pessoa com deficiência mental; ou
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou in-
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, capaz.
ou agrava as consequências da lesão ou doença, Estelionato
com o intuito de haver indenização ou valor de se- STF: Súmula 246 - Comprovado não ter havido fraude,
guro; não se configura o crime de emissão de cheque sem fun-
dos.
STF: Súmula 521 - O foro competente para o processo e
julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da

113
emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do I - vendendo, como verdadeira ou perfeita,
local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
mercadoria falsificada ou deteriorada;
STF: Súmula 554 - O pagamento de cheque emitido sem
provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não II - entregando uma mercadoria por outra:
obsta ao prosseguimento da ação penal.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
STJ: Súmula 17 - Quando o falso se exaure no estelionato, ou multa.
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
STJ: Súmula 24 - Aplica-se ao crime de estelionato, em § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada
que figure como vítima entidade autárquica da previdência a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no
social, a qualificadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal. mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por ou-
STJ: Súmula 48 - Compete ao juízo do local da obtenção
da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato
tra de menor valor; vender pedra falsa por verda-
cometido mediante falsificação de cheque. deira; vender, como precioso, metal de ou outra
STJ: Súmula 73 - A utilização de papel moeda grosseira-
qualidade:
mente falsificado configura, em tese, o crime de estelio- Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
nato, da competência da Justiça Estadual.
STJ: Súmula 244 - Compete ao foro do local da recusa § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque Outras fraudes
sem provisão de fundos.
Duplicata simulada Art. 176 - Tomar refeição em restaurante,
alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de trans-
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de porte sem dispor de recursos para efetuar o paga-
venda que não corresponda à mercadoria vendida, mento:
em quantidade ou qualidade, ou ao serviço pres-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
tado.
ou multa.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
Parágrafo único - Somente se procede medi-
e multa. Daniel RIBEIRO DE anteANDRADE
representação, e o juiz pode, conforme as cir-
Parágrafo único. Nas mesmas penas danielicoense@gmail.com
incorrerá cunstâncias, deixar de aplicar a pena.
aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do
609.749.013-50
Fraudes e abusos na fundação ou adminis-
Livro de Registro de Duplicatas.
tração de sociedade por ações
Abuso de incapazes
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou por ações, fazendo, em prospecto ou em comuni-
alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de cação ao público ou à assembléia, afirmação falsa
menor, ou da alienação ou debilidade mental de ou- sobre a constituição da sociedade, ou ocultando
trem, induzindo qualquer deles à prática de ato sus- fraudulentamente fato a ela relativo:
cetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo pró-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa,
prio ou de terceiro:
se o fato não constitui crime contra a economia po-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. pular.
Induzimento à especulação § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou constitui crime contra a economia popular:
alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou infe- I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade
rioridade mental de outrem, induzindo-o à prática por ações, que, em prospecto, relatório, parecer,
de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou balanço ou comunicação ao público ou à assem-
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a bleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco-
operação é ruinosa: nômicas da sociedade, ou oculta fraudulenta-
mente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove,
Fraude no comércio
por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade de outros títulos da sociedade;
comercial, o adquirente ou consumidor: III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo
à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de

114
terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para
autorização da assembleia geral; que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
IV - o diretor ou o gerente que compra ou Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
vende, por conta da sociedade, ações por ela emi- Receptação qualificada
tidas, salvo quando a lei o permite;
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
V - o diretor ou o gerente que, como garantia ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, re-
de crédito social, aceita em penhor ou em caução montar, vender, expor à venda, ou de qualquer
ações da própria sociedade; forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de ba- exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
lanço, em desacordo com este, ou mediante ba- que deve saber ser produto de crime:
lanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para
interposta pessoa, ou conluiado com acionista, efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de co-
consegue a aprovação de conta ou parecer; mércio irregular ou clandestino, inclusive o exercí-
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, cio em residência.
V e VII; § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
IX - o representante da sociedade anônima es- natureza ou pela desproporção entre o valor e o
trangeira, autorizada a funcionar no País, que pra- preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
tica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa presumir-se obtida por meio criminoso:
informação ao Governo. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis me- multa, ou ambas as penas.
ses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de § 4º - A receptação é punível, ainda que des-
Danielnegocia
obter vantagem para si ou para outrem, RIBEIRO o DEconhecido
ANDRADE
ou isento de pena o autor do crime de
voto nas deliberações de assembleia danielicoense@gmail.com
geral. que proveio a coisa.
Emissão irregular de conhecimento609.749.013-50
de de- § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é
pósito ou "warrant" primário, pode o juiz, tendo em consideração as cir-
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito cunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na recepta-
ou warrant, em desacordo com disposição legal: ção dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da
União, de Estado, do Distrito Federal, de Município
Fraude à execução ou de autarquia, fundação pública, empresa pú-
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, des- blica, sociedade de economia mista ou empresa
viando, destruindo ou danificando bens, ou simu- concessionária de serviços públicos, aplica-se em
lando dívidas: dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, Receptação de animal
ou multa. Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar,
Parágrafo único - Somente se procede medi- conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a
ante queixa. finalidade de produção ou de comercialização, se-
movente domesticável de produção, ainda que
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
CAPÍTULO VII
produto de crime:
DA RECEPÇÃO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, con-
duzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

115
Art. 181 - É isento de pena quem comete § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de
qualquer dos crimes previstos neste título, em pre- natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (de-
juízo: zoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
I - do cônjuge, na constância da sociedade Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze)
conjugal; anos.
II - de ascendente ou descendente, seja o pa- § 2o Se da conduta resulta morte:
rentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
Art. 182 - Somente se procede mediante re- anos
presentação, se o crime previsto neste título é co- Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de
metido em prejuízo: 2009)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente se- Violação sexual mediante fraude
parado;
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente co- ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
abita. festação de vontade da vítima:
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
artigos anteriores: Parágrafo único. Se o crime é cometido com o
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, fim de obter vantagem econômica, aplica-se tam-
em geral, quando haja emprego de grave ameaça bém multa.
ou violência à pessoa; Importunação sexual
II - ao estranho que participa doDaniel
crime. RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a
III – se o crime é praticado contra danielicoense@gmail.com
pessoa com sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satis-
fazer a própria lascívia ou a de terceiro:
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 609.749.013-50
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se
o ato não constitui crime mais grave.
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de
SEXUAL 2009)
Assédio sexual
CAPÍTULO I Art. 216-A. Constranger alguém com o in-
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE tuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
SEXUAL prevalecendo-se o agente da sua condição de su-
perior hierárquico ou ascendência inerentes ao
Estupro exercício de emprego, cargo ou função.

Art. 213. Constranger alguém, mediante vio- Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
lência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou Parágrafo único. (VETADO)
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro § 2o A pena é aumentada em até um terço se
ato libidinoso: a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
STJ: Como a Lei 12.015/2009 unificou os crimes de estu-
pro e atentado violento ao pudor em um mesmo tipo penal,
deve ser reconhecida a existência de crime único de estu- CAPÍTULO I-A
pro, caso as condutas tenham sido praticadas contra a
mesma vítima e no mesmo contexto fático.
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Registro não autorizado da intimidade se-
xual

116
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou re- do consentimento da vítima ou do fato de ela ter
gistrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo STJ: Súmula 593 - O crime de estupro de vulnerável
e privado sem autorização dos participantes: se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libi-
dinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) consentimento da vítima para a prática do ato, sua experi-
ano, e multa. ência sexual anterior ou existência de relacionamento amo-
roso com o agente.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre
quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio Corrupção de menores
ou qualquer outro registro com o fim de incluir pes- Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (ca-
soa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso torze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
de caráter íntimo.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos.
CAPÍTULO II Parágrafo único. (VETADO).
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA
Satisfação de lascívia mediante presença
VULNERÁVEL de criança ou adolescente
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém
Sedução
menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presen-
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de ciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim
2005) de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Estupro de vulnerável Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos.
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Favorecimento da prostituição ou de outra
outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
danielicoense@gmail.com
forma de exploração sexual de criança ou ado-
609.749.013-50
lescente ou de vulnerável.
STJ: Presunção Absoluta. Não há possibilidade de prova
em contrário, não podendo o infrator alegar que a vítima já Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à
possuía discernimento, ou que já praticava relações sexu-
ais com outras pessoas. prostituição ou outra forma de exploração sexual al-
guém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por en-
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) fermidade ou deficiência mental, não tem o neces-
anos. sário discernimento para a prática do ato, facilitá-la,
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as impedir ou dificultar que a abandone:
ações descritas no caput com alguém que, por en- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
fermidade ou deficiência mental, não tem o neces- anos.
sário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer resis- § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter
tência. vantagem econômica, aplica-se também multa.

§ 2o (VETADO) § 2o Incorre nas mesmas penas:

§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato
natureza grave: libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) caput deste artigo;
anos.
II - o proprietário, o gerente ou o responsável
§ 4o Se da conduta resulta morte: pelo local em que se verifiquem as práticas referi-
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) das no caput deste artigo.
anos. § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, efeito obrigatório da condenação a cassação da li-
3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente cença de localização e de funcionamento do esta-
belecimento.

117
Divulgação de cena de estupro ou de cena CAPÍTULO IV
de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de DISPOSIÇÕES GERAIS
pornografia
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de
transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, pu- 2009)
blicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por
meio de comunicação de massa ou sistema de in- Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de
formática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro 2009)
registro audiovisual que contenha cena de estupro Ação penal
ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia
ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos
da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: I e II deste Título, procede-se mediante ação penal
pública incondicionada.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se
o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. (Revogado).
Aumento de pena Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a Art. 226. A pena é aumentada:


2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente I – de quarta parte, se o crime é cometido com
que mantém ou tenha mantido relação íntima de o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação. II - de metade, se o agente é ascendente, pa-
drasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, compa-
Exclusão de ilicitude nheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade
Daniel
condutas descritas no caput deste artigo emRIBEIRO
publi- DE
sobreANDRADE
ela;
danielicoense@gmail.com
cação de natureza jornalística, científica, cultural ou III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
acadêmica com a adoção de recurso que impossi- 609.749.013-50
bilite a identificação da vítima, ressalvada sua pré- IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
via autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) crime é praticado
anos. Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais
agentes;
CAPÍTULO III
DO RAPTO Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou
Rapto violento ou mediante fraude sexual da vítima.
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de
2005) CAPÍTULO V
Rapto consensual DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE
PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de
OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO
2005)
SEXUAL
Diminuição de pena
Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de Mediação para servir a lascívia de outrem
2005)
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascí-
Concurso de rapto e outro crime via de outrem:
Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de Pena - reclusão, de um a três anos.
2005) § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e me-
nor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu

118
ascendente, descendente, cônjuge ou compa- § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e
nheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é come-
esteja confiada para fins de educação, de trata- tido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
mento ou de guarda: enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. preceptor ou empregador da vítima, ou por quem
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cui-
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de dado, proteção ou vigilância:
violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da multa.
pena correspondente à violência.
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência,
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou
aplica-se também multa. dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
Favorecimento da prostituição ou outra Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos,
forma de exploração sexual sem prejuízo da pena correspondente à violência.
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostitui- Tráfico internacional de pessoa para fim de
ção ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, exploração sexual
impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e 2016) (Vigência)
multa.
Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, ma-
2016) (Vigência)
drasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tu-
tor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de
ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação
Daniel de DE2009)
RIBEIRO ANDRADE
cuidado, proteção ou vigilância: danielicoense@gmail.com Promoção de migração ilegal
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos
609.749.013-50
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio,
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de com o fim de obter vantagem econômica, a entrada
violência, grave ameaça ou fraude: ilegal de estrangeiro em território nacional ou de
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da brasileiro em país estrangeiro:
pena correspondente à violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, multa.
aplica-se também multa. § 1º Na mesma pena incorre quem promover,
Casa de prostituição por qualquer meio, com o fim de obter vantagem
econômica, a saída de estrangeiro do território na-
Art. 229. Manter, por conta própria ou de ter- cional para ingressar ilegalmente em país estran-
ceiro, estabelecimento em que ocorra exploração geiro.
sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação § 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a
direta do proprietário ou gerente: 1/3 (um terço) se:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. I - o crime é cometido com violência; ou
Rufianismo II - a vítima é submetida a condição desumana
ou degradante.
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição
alheia, participando diretamente de seus lucros ou § 3º A pena prevista para o crime será aplicada
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por sem prejuízo das correspondentes às infrações co-
quem a exerça: nexas.
STJ: O crime de rufianismo não absorve o crime de casa
de prostituição, havendo concurso material. CAPÍTULO VI
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

119
Ato obsceno TÍTULO VIII
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar pú- DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE
blico, ou aberto ou exposto ao público: PÚBLICA
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
multa. CAPÍTULO I
Escrito ou objeto obsceno DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir Incêndio


ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de
distribuição ou de exposição pública, escrito, dese- Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo
nho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: a vida, a integridade física ou o patrimônio de ou-
trem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa. STJ: O crime de incêndio é de perigo concreto, bastando,
para sua configuração, que o fogo tenha a potencialidade
Parágrafo único - Incorre na mesma pena de colocar em risco os bens jurídicos tutelados: a incolumi-
quem: dade pública, a vida, a integridade física e o patrimônio de
terceiros.
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao pú-
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
blico qualquer dos objetos referidos neste artigo;
Aumento de pena
II - realiza, em lugar público ou acessível ao
público, representação teatral, ou exibição cinema- § 1º - As penas aumentam-se de um terço:
tográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro es- I - se o crime é cometido com intuito de obter
petáculo, que tenha o mesmo caráter; vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao II - se o incêndio é:
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
público, ou pelo rádio, audição ou recitação de ca-
ráter obsceno. danielicoense@gmail.com
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
609.749.013-50
b) em edifício público ou destinado a uso pú-
blico ou a obra de assistência social ou de cultura;
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS c) em embarcação, aeronave, comboio ou veí-
culo de transporte coletivo;
Aumento de pena d) em estação ferroviária ou aeródromo;

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Tí- e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
tulo a pena é aumentada: f) em depósito de explosivo, combustível ou in-
flamável;
I – (VETADO);
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
II – (VETADO);
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime
resulta gravidez; Incêndio culposo
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de deten-
agente transmite à vítima doença sexualmente ção, de seis meses a dois anos.
transmissível de que sabe ou deveria saber ser por- Explosão
tador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com defici-
ência. Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem, mediante explo-
Art. 234-B. Os processos em que se apuram são, arremesso ou simples colocação de engenho
crimes definidos neste Título correrão em segredo de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
de justiça.
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Art. 234-C. (VETADO).
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite
ou explosivo de efeitos análogos:

120
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Desabamento ou desmoronamento
Aumento de pena Art. 256 - Causar desabamento ou desmoro-
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se namento, expondo a perigo a vida, a integridade fí-
ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, sica ou o patrimônio de outrem:
do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
das coisas enumeradas no nº II do mesmo pará-
grafo. Modalidade culposa

Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo:

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de Pena - detenção, de seis meses a um ano.


dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena Subtração, ocultação ou inutilização de ma-
é de detenção, de seis meses a dois anos; nos de- terial de salvamento
mais casos, é de detenção, de três meses a um
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por
ano.
ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou ou-
Uso de gás tóxico ou asfixiante tro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade qualquer meio destinado a serviço de combate ao
física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tó- perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou di-
xico ou asfixiante: ficultar serviço de tal natureza:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade Culposa Formas qualificadas de crime de perigo co-


mum
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo co-
Pena - detenção, de três meses a umRIBEIRO
Daniel ano. DEmum
ANDRADE
resulta lesão corporal de natureza grave, a
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou pena privativa de liberdade é aumentada de me-
danielicoense@gmail.com
transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfi- tade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No
609.749.013-50
xiante caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a
pena aumenta-se de metade; se resulta morte,
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir
aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
ou transportar, sem licença da autoridade, substân-
aumentada de um terço.
cia ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante,
ou material destinado à sua fabricação: Difusão de doença ou praga
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e Art. 259 - Difundir doença ou praga que
multa. possa causar dano a floresta, plantação ou animais
Inundação de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 254 - Causar inundação, expondo a pe-
rigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de Modalidade culposa
outrem: Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, de detenção, de um a seis meses, ou multa.
no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
CAPÍTULO II
Perigo de inundação DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS
integridade física ou o patrimônio de outrem, obs- PÚBLICOS
táculo natural ou obra destinada a impedir inunda-
ção:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

121
Perigo de desastre ferroviário Atentado contra a segurança de outro meio
de transporte
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de es-
trada de ferro: Art. 262 - Expor a perigo outro meio de trans-
I - destruindo, danificando ou desarranjando, porte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcio-
total ou parcialmente, linha férrea, material rodante namento:
ou de tração, obra-de-arte ou instalação; Pena - detenção, de um a dois anos.
II - colocando obstáculo na linha; § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de
III - transmitindo falso aviso acerca do movi- reclusão, de dois a cinco anos.
mento dos veículos ou interrompendo ou embara-
çando o funcionamento de telégrafo, telefone ou ra- § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
diotelegrafia; Pena - detenção, de três meses a um ano.
IV - praticando outro ato de que possa resultar
Forma qualificada
desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previs-
Desastre ferroviário tos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou si-
nistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o
§ 1º - Se do fato resulta desastre: disposto no art. 258.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e
multa. Arremesso de projétil
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. em movimento, destinado ao transporte público por
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se terra, por água ou pelo ar:
por estrada de ferro qualquer via de comunicação Pena - detenção, de um a seis meses.
em que circulem veículos de traçãoDanielmecânica, em
RIBEIRO DE ANDRADE
trilhos ou por meio de cabo aéreo. Parágrafo único - Se do fato resulta lesão cor-
danielicoense@gmail.com
poral, a pena é de detenção, de seis meses a dois
Atentado contra a segurança de transporte 609.749.013-50
anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
marítimo, fluvial ou aéreo aumentada de um terço.
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou ae- Atentado contra a segurança de serviço de
ronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato utilidade pública
tendente a impedir ou dificultar navegação marí-
tima, fluvial ou aérea: Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o
funcionamento de serviço de água, luz, força ou ca-
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. lor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
aéreo
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em vir-
ou encalhe de embarcação ou a queda ou destrui- tude de subtração de material essencial ao funcio-
ção de aeronave: namento dos serviços.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Interrupção ou perturbação de serviço tele-
Prática do crime com o fim de lucro gráfico, telefônico, informático, telemático ou
de informação de utilidade pública
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se
o agente pratica o crime com intuito de obter van- Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço te-
tagem econômica, para si ou para outrem. legráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou
Modalidade culposa dificultar-lhe o restabelecimento:
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1o Incorre na mesma pena quem interrompe
serviço telemático ou de informação de utilidade

122
pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabeleci- Modalidade culposa
mento. § 2º - Se o crime é culposo:
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
é cometido por ocasião de calamidade pública.
Corrupção ou poluição de água potável

CAPÍTULO III Art. 271 - Corromper ou poluir água potável,


de uso comum ou particular, tornando-a imprópria
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE
para consumo ou nociva à saúde:
PÚBLICA
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Epidemia Modalidade culposa
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a pro- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
pagação de germes patogênicos: Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. Falsificação, corrupção, adulteração ou al-
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é apli- teração de substância ou produtos alimentícios
cada em dobro. Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, alterar substância ou produto alimentício destinado
de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a a consumo, tornando-o nociva à saúde ou redu-
quatro anos. zindo-lhe o valor nutritivo:
Infração de medida sanitária preventiva Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
e multa.
Art. 268 - Infringir determinação do poder pú-
Daniel
blico, destinada a impedir introdução § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem
RIBEIRO DE ANDRADE
ou propaga-
ção de doença contagiosa: fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em de-
danielicoense@gmail.com
pósito para vender ou, de qualquer forma, distribui
Pena - detenção, de um mês a um 609.749.013-50
ano, e ou entrega a consumo a substância alimentícia ou
multa. o produto falsificado, corrompido ou adulterado.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pra-
terço, se o agente é funcionário da saúde pública tica as ações previstas neste artigo em relação a
ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, bebidas, com ou sem teor alcoólico.
dentista ou enfermeiro.
Modalidade culposa
Omissão de notificação de doença
§ 2º - Se o crime é culposo:
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à au-
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e
toridade pública doença cuja notificação é compul-
multa.
sória:
Falsificação, corrupção, adulteração ou al-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
teração de produto destinado a fins terapêuti-
multa.
cos ou medicinais
Envenenamento de água potável ou de
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou
substância alimentícia ou medicinal
alterar produto destinado a fins terapêuticos ou me-
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso dicinais:
comum ou particular, ou substância alimentícia ou
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze)
medicinal destinada a consumo:
anos, e multa.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem im-
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega porta, vende, expõe à venda, tem em depósito para
a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega
distribuída, a água ou a substância envenenada. a consumo o produto falsificado, corrompido, adul-
terado ou alterado.

123
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
refere este artigo os medicamentos, as matérias- multa.
primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, Substância destinada à falsificação
os saneantes e os de uso em diagnóstico.
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em de-
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo
quem pratica as ações previstas no § 1º em relação pósito ou ceder substância destinada à falsificação
a produtos em qualquer das seguintes condições: de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:
I - sem registro, quando exigível, no órgão de
vigilância sanitária competente; Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa.
II - em desacordo com a fórmula constante do
registro previsto no inciso anterior; Outras substâncias nocivas à saúde pú-
blica
III - sem as características de identidade e qua-
lidade admitidas para a sua comercialização; Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter
em depósito para vender ou, de qualquer forma,
IV - com redução de seu valor terapêutico ou
entregar a consumo coisa ou substância nociva à
de sua atividade;
saúde, ainda que não destinada à alimentação ou
V - de procedência ignorada; a fim medicinal:
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
da autoridade sanitária competente.
Modalidade culposa
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
Substância avariada
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
multa.
danielicoense@gmail.com
Art. 279 -
Emprego de processo proibido ou de subs-
tância não permitida
609.749.013-50
Medicamento em desacordo com receita
médica
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto
destinado a consumo, revestimento, gaseificação Art. 280 - Fornecer substância medicinal em
artificial, matéria corante, substância aromática, desacordo com receita médica:
anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
expressamente permitida pela legislação sanitária:
Modalidade culposa
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa. Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Invólucro ou recipiente com falsa indicação Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPE-


de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici- CENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DE-
PENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA.
nais, a existência de substância que não se encon-
tra em seu conteúdo ou que nele existe em quanti- Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
dade menor que a mencionada:
Exercício ilegal da medicina, arte dentária
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e ou farmacêutica
multa.
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito,
Produto ou substância nas condições dos a profissão de médico, dentista ou farmacêutico,
dois artigos anteriores sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em de- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
pósito para vender ou, de qualquer forma, entregar
Parágrafo único - Se o crime é praticado com
a consumo produto nas condições dos arts. 274 e
o fim de lucro, aplica-se também multa.
275.

124
Charlatanismo específica, inclusive através de manifestações e eventos
públicos.
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio
Pena - detenção, de três a seis meses, ou
secreto ou infalível:
multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
Associação Criminosa
multa.
Curandeirismo Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais
pessoas, para o fim específico de cometer cri-
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: mes:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, ha- STJ: Para a caracterização do crime previsto no art. 288
bitualmente, qualquer substância; do Código Penal, é necessário, entre outros, o elemento
subjetivo do tipo, consistente no ânimo de associação de
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro caráter estável e permanente. Do contrário, seria um mero
meio; concurso de agentes para a prática de crimes.

III - fazendo diagnósticos: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.


Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a
metade se a associação é armada ou se houver a
Parágrafo único - Se o crime é praticado medi-
participação de criança ou adolescente.
ante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa. Constituição de milícia privada
Forma qualificada Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar,
manter ou custear organização paramilitar, milícia
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de
crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao
praticar qualquer dos crimes previstos neste Có-
definido no art. 267.
Daniel RIBEIRO DEdigo:
ANDRADE
danielicoense@gmail.com
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.
TÍTULO IX 609.749.013-50
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Incitação ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de CAPÍTULO I
crime: DA MOEDA FALSA
Pena - detenção, de três a seis meses, ou
multa. Moeda Falsa
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alte-
incita, publicamente, animosidade entre as Forças rando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso
Armadas, ou delas contra os poderes constitucio- legal no país ou no estrangeiro:
nais, as instituições civis ou a sociedade.
STJ: Súmula 73 – A utilização de papel moeda grosseira-
Apologia de crime ou criminoso mente falsificado configura, em tese, o crime de estelio-
nato, da competência da Justiça Estadual.
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
fato criminoso ou de autor de crime:
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por
STF: Por entender que o exercício dos direitos fundamen-
tais de reunião e de livre manifestação do pensamento de- conta própria ou alheia, importa ou exporta, ad-
vem ser garantidos a todas as pessoas, o Plenário julgou quire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou in-
procedente pedido formulado em ADPF para dar, ao art. troduz na circulação moeda falsa.
287 do CP, com efeito vinculante, interpretação conforme
a Constituição, de forma a excluir qualquer exegese que § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
possa ensejar a criminalização da defesa da legalização verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à cir-
das drogas, ou de qualquer substância entorpecente
culação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

125
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze CAPÍTULO II
anos, e multa, o funcionário público ou diretor, ge- DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS
rente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica,
PAPÉIS PÚBLICOS
emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao de- Falsificação de papéis públicos
terminado em lei;
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alte-
II - de papel-moeda em quantidade superior à
rando-os:
autorizada.
I – selo destinado a controle tributário, papel
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia
selado ou qualquer papel de emissão legal desti-
e faz circular moeda, cuja circulação não estava
nado à arrecadação de tributo;
ainda autorizada.
II - papel de crédito público que não seja mo-
Crimes assimilados ao de moeda falsa
eda de curso legal;
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete re- III - vale postal;
presentativo de moeda com fragmentos de cédu-
las, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em IV - cautela de penhor, caderneta de depósito
nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de de caixa econômica ou de outro estabelecimento
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inu- mantido por entidade de direito público;
tilização; restituir à circulação cédula, nota ou bi- V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
lhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim documento relativo a arrecadação de rendas públi-
de inutilização: cas ou a depósito ou caução por que o poder pú-
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. blico seja responsável;

Parágrafo único - O máximo da reclusão é ele- VI - bilhete, passe ou conhecimento de em-


Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
presa de transporte administrada pela União, por
vado a doze anos e multa, se o crime é cometido
danielicoense@gmail.com
por funcionário que trabalha na repartição onde o Estado ou por Município:
dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil 609.749.013-50
in- Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
gresso, em razão do cargo.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
Petrechos para falsificação de moeda
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título papéis falsificados a que se refere este artigo;
oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maqui- II – importa, exporta, adquire, vende, troca,
nismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circu-
especialmente destinado à falsificação de moeda: lação selo falsificado destinado a controle tributário;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à
Emissão de título ao portador sem permis- venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
são legal empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, uti-
liza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, atividade comercial ou industrial, produto ou mer-
bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa cadoria:
de pagamento em dinheiro ao portador ou a que
falte indicação do nome da pessoa a quem deva a) em que tenha sido aplicado selo que se des-
ser pago: tine a controle tributário, falsificado;

Pena - detenção, de um a seis meses, ou b) sem selo oficial, nos casos em que a legis-
multa. lação tributária determina a obrigatoriedade de sua
aplicação.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como
dinheiro qualquer dos documentos referidos neste § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis,
artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias quando legítimos, com o fim de torná-los nova-
a três meses, ou multa. mente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua
inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

126
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, de- § 2º - Se o agente é funcionário público, e co-
pois de alterado, qualquer dos papéis a que se re- mete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-
fere o parágrafo anterior. se a pena de sexta parte.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, em- Falsificação de documento público
bora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsi-
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, do-
ficados ou alterados, a que se referem este artigo e
o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alte- cumento público, ou alterar documento público ver-
ração, incorre na pena de detenção, de seis meses dadeiro:
a dois anos, ou multa. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os § 1º - Se o agente é funcionário público, e co-
fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comér- mete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-
cio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em se a pena de sexta parte.
vias, praças ou outros logradouros públicos e em § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
residências. documento público o emanado de entidade paraes-
Petrechos de falsificação tatal, o título ao portador ou transmissível por en-
dosso, as ações de sociedade comercial, os livros
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir
mercantis e o testamento particular.
ou guardar objeto especialmente destinado à falsi-
ficação de qualquer dos papéis referidos no artigo § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere
anterior: ou faz inserir:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. I – na folha de pagamento ou em documento
de informações que seja destinado a fazer prova
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, perante a previdência social, pessoa que não pos-
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, au- sua a qualidade de segurado obrigatório;
menta-se a pena de sexta parte. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.comII – na Carteira de Trabalho e Previdência So-
cial do empregado ou em documento que deva pro-
609.749.013-50
CAPÍTULO III duzir efeito perante a previdência social, declara-
DA FALSIDADE DOCUMENTAL ção falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer
Falsificação do selo ou sinal público outro documento relacionado com as obrigações
da empresa perante a previdência social, declara-
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alte-
ção falsa ou diversa da que deveria ter constado.
rando-os:
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite,
I - selo público destinado a autenticar atos ofi-
nos documentos mencionados no § 3o, nome do se-
ciais da União, de Estado ou de Município;
gurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de vigência do contrato de trabalho ou de prestação
direito público, ou a autoridade, ou sinal público de de serviços.
tabelião:
Falsificação de documento particular
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, do-
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: cumento particular ou alterar documento particular
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; verdadeiro:
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito Falsificação de cartão
próprio ou alheio.
Parágrafo único. Para fins do disposto no ca-
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido put, equipara-se a documento particular o cartão
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros de crédito ou débito.
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou
entidades da Administração Pública.

127
Falsidade ideológica Parágrafo único - Se o crime é cometido com o
fim de lucro, aplica-se também multa.
Art. 299 - Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou Reprodução ou adulteração de selo ou peça
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou di- filatélica
versa da que devia ser escrita, com o fim de preju- Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça
dicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade filatélica que tenha valor para coleção, salvo
sobre fato juridicamente relevante: quando a reprodução ou a alteração está visivel-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, mente anotada na face ou no verso do selo ou
se o documento é público, e reclusão de um a três peça:
anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
de réis, se o documento é particular.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre
Parágrafo único - Se o agente é funcionário pú- quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou
blico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, peça filatélica.
ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Uso de documento falso
Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no
297 a 302:
exercício de função pública, firma ou letra que o
não seja: Pena - a cominada à falsificação ou à altera-
ção.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa,
se o documento é público; e de um a três anos, e STJ: O crime descrito no art. 304 do CP consuma-se com
a apresentação do documento falso, sendo irrelevante se
multa, se o documento é particular. a exibição ocorreu mediante exigência do policial ou por
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
iniciativa do próprio agente.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
danielicoense@gmail.com
STJ: Súmula 104 - Compete à Justiça Estadual o processo
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em
609.749.013-50
e julgamento dos crimes de falsificação e uso de docu-
razão de função pública, fato ou circunstância que mento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
habilite alguém a obter cargo público, isenção de STJ: Súmula 200 - O Juízo Federal competente para pro-
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer cessar e julgar acusado de crime de uso de passaporte
falso é o do lugar onde o delito se consumou.
outra vantagem:
STJ: Súmula 546 - A competência para processar e julgar
Pena - detenção, de dois meses a um ano. o crime de uso de documento falso é firmada em razão da
entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento
Falsidade material de atestado ou certidão público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado Supressão de documento
ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de ates-
tado verdadeiro, para prova de fato ou circunstân- Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em be-
cia que habilite alguém a obter cargo público, isen- nefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
ção de ônus ou de serviço de caráter público, ou documento público ou particular verdadeiro, de que
qualquer outra vantagem: não podia dispor:
Pena - detenção, de três meses a dois anos. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa,
se o documento é público, e reclusão, de um a
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
cinco anos, e multa, se o documento é particular.
aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de
multa.
Falsidade de atestado médico CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua
profissão, atestado falso:
Falsificação do sinal empregado no con-
Pena - detenção, de um mês a um ano. traste de metal precioso ou na fiscalização al-
fandegária, ou para outros fins

128
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alte- Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir nú-
rando-o, marca ou sinal empregado pelo poder pú- mero de chassi, monobloco, motor, placa de identi-
blico no contraste de metal precioso ou na fiscali- ficação, ou qualquer sinal identificador de veículo
zação alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa automotor, elétrico, híbrido, de reboque, de semir-
natureza, falsificado por outrem: reboque ou de suas combinações, bem como de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. seus componentes ou equipamentos, sem autori-
zação do órgão competente: (Redação dada pela
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsifi- Lei nº 14.562, de 2023)
cado é o que usa a autoridade pública para o fim
de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou en- Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
cerrar determinados objetos, ou comprovar o cum- § 1º - Se o agente comete o crime no exercício
primento de formalidade legal: da função pública ou em razão dela, a pena é au-
Pena - reclusão ou detenção, de um a três mentada de um terço.
anos, e multa. § 2º Incorrem nas mesmas penas do caput
Falsa identidade deste artigo: (Redação dada pela Lei nº 14.562, de
2023)
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro
I – o funcionário público que contribui para o
falsa identidade para obter vantagem, em proveito licenciamento ou registro do veículo remarcado ou
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: adulterado, fornecendo indevidamente material ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou informação oficial; (Incluído pela Lei nº 14.562, de
multa, se o fato não constitui elemento de crime 2023)
mais grave. II – aquele que adquire, recebe, transporta,
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, tí- oculta, mantém em depósito, fabrica, fornece, a tí-
Daniel
tulo de eleitor, caderneta de reservista qualquer DEtulo
ou RIBEIRO oneroso ou gratuito, possui ou guarda maqui-
ANDRADE
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, nismo, aparelho, instrumento ou objeto especial-
danielicoense@gmail.com
para que dele se utilize, documento dessa natu- mente destinado à falsificação e/ou adulteração de
609.749.013-50
que trata o caput deste artigo; ou (Incluído pela Lei
reza, próprio ou de terceiro:
nº 14.562, de 2023)
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos,
e multa, se o fato não constitui elemento de crime III – aquele que adquire, recebe, transporta,
mais grave. conduz, oculta, mantém em depósito, desmonta,
monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de qual-
Fraude de lei sobre estrangeiro
quer forma utiliza, em proveito próprio ou alheio,
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, se-
permanecer no território nacional, nome que não é mirreboque ou suas combinações ou partes, com
o seu: número de chassi ou monobloco, placa de identifi-
cação ou qualquer sinal identificador veicular que
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
devesse saber estar adulterado ou remarcado. (In-
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa cluído pela Lei nº 14.562, de 2023)
qualidade para promover-lhe a entrada em território
§ 3º Praticar as condutas de que tratam os in-
nacional:
cisos II ou III do § 2º deste artigo no exercício de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. atividade comercial ou industrial: (Incluído pela Lei
nº 14.562, de 2023)
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprie-
tário ou possuidor de ação, título ou valor perten- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
cente a estrangeiro, nos casos em que a este é ve- e multa. (Incluído pela Lei nº 14.562, de 2023)
dada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: § 4º Equipara-se a atividade comercial, para
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e efeito do disposto no § 3º deste artigo, qualquer
multa. forma de comércio irregular ou clandestino, inclu-
sive aquele exercido em residência. (Incluído pela
Adulteração de sinal identificador de veí-
Lei nº 14.562, de 2023)
culo (Redação dada pela Lei nº 14.562, de 2023)

129
CAPÍTULO V Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcioná-
INTERESSE PÚBLICO rio público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
Fraudes em certames de interesse público subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevida- funcionário.
mente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou
Peculato culposo
de comprometer a credibilidade do certame, conte-
údo sigiloso de: § 2º - Se o funcionário concorre culposamente
para o crime de outrem:
I - concurso público;
Pena - detenção, de três meses a um ano.
II - avaliação ou exame públicos;
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a repara-
III - processo seletivo para ingresso no ensino
ção do dano, se precede à sentença irrecorrível,
superior; ou
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
IV - exame ou processo seletivo previstos em metade a pena imposta.
lei:
Peculato mediante erro de outrem
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qual-
quer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite por erro de outrem:
ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas
não autorizadas às informações mencionadas no Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
caput. Inserção de dados falsos em sistema de in-
o
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
formações
§ 2 Se da ação ou omissão resulta dano à ad-
ministração pública: danielicoense@gmail.com
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
609.749.013-50
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
multa. excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administra-
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o
ção Pública com o fim de obter vantagem indevida
fato é cometido por funcionário público.
para si ou para outrem ou para causar dano:)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
TÍTULO XI e multa.
DOS CRIMES CONTRA A Modificação ou alteração não autorizada de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sistema de informações
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcioná-
CAPÍTULO I rio, sistema de informações ou programa de infor-
DOS CRIMES PRATICADOS POR mática sem autorização ou solicitação de autori-
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A dade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
STJ: Súmula 599 - O princípio da insignificância é inapli- anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
cável aos crimes contra a administração pública.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de
Peculato um terço até a metade se da modificação ou altera-
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público ção resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, pú-
2000)
blico ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Extravio, sonegação ou inutilização de livro
ou documento

130
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
documento, de que tem a guarda em razão do multa.
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial- Facilitação de contrabando ou descaminho
mente:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever fun-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato cional, a prática de contrabando ou descaminho
não constitui crime mais grave. (art. 334):
Emprego irregular de verbas ou rendas pú- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
blicas multa.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas Súmula nº 151, STJ. A competência para o processo e jul-
aplicação diversa da estabelecida em lei: gamento por crime de contrabando ou descaminho define-
se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão
Pena - detenção, de um a três meses, ou dos bens.
multa. Prevaricação
Concussão
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, in-
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, di- devidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
reta ou indiretamente, ainda que fora da função ou posição expressa de lei, para satisfazer interesse
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem ou sentimento pessoal:
indevida:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, multa.
e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
Excesso de exação e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
§ 1º - Se o funcionário exigeDaniel
tributo ou contri- DEaoANDRADE
RIBEIRO preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
buição social que sabe ou deveria saber indevido, ou similar, que permita a comunicação com outros
danielicoense@gmail.com
presos ou com o ambiente externo:
ou, quando devido, emprega na cobrança meio ve-
xatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 609.749.013-50
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e ano.
multa. Condescendência criminosa
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito pró- Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgên-
prio ou de outrem, o que recebeu indevidamente
cia, de responsabilizar subordinado que cometeu
para recolher aos cofres públicos:
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. competência, não levar o fato ao conhecimento da
Corrupção passiva autoridade competente:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa.
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, Advocacia administrativa
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal van- Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
tagem:
interesse privado perante a administração pública,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, valendo-se da qualidade de funcionário:
e multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em multa.
consequência da vantagem ou promessa, o funcio-
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
nário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Pena - detenção, de três meses a um ano,
além da multa.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar
ou retarda ato de ofício, com infração de dever fun- Violência arbitrária
cional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

131
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de Violação do sigilo de proposta de concor-
função ou a pretexto de exercê-la: rência
Pena - detenção, de seis meses a três anos, Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
além da pena correspondente à violência. concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
Abandono de função ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos
multa.
casos permitidos em lei:
Funcionário público
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa. Art. 327 - Considera-se funcionário público,
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: para os efeitos penais, quem, embora transitoria-
mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e prego ou função pública.
multa.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido exerce cargo, emprego ou função em entidade pa-
na faixa de fronteira: raestatal, e quem trabalha para empresa presta-
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. dora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pú-
Exercício funcional ilegalmente antecipado
blica.
ou prolongado
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte
Art. 324 - Entrar no exercício de função pú- quando os autores dos crimes previstos neste Ca-
blica antes de satisfeitas as exigências legais, ou pítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de de função de direção ou assessoramento de órgão
Daniel
saber oficialmente que foi exonerado, RIBEIRO DE
removido, ANDRADE direta, sociedade de economia
da administração
substituído ou suspenso: danielicoense@gmail.com
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
609.749.013-50
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou poder público.
multa. STJ: Súmula 147 - Compete à Justiça Federal processar
e julgar os crimes praticados contra funcionário público fe-
Violação de sigilo funcional deral, quando relacionados com o exercício da função.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em ⇾ São considerados funcionários públicos p/ fins pe-
razão do cargo e que deva permanecer em se- nais:
gredo, ou facilitar-lhe a revelação: • Diretor de organização social.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 11/9/2018 (Info 915).
ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
• Administrador de Loteria.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Pa-
quem: ciornik, julgado em 11/09/2018.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, for- • Advogados dativos.
necimento e empréstimo de senha ou qualquer ou- STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soa-
tra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a res da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
sistemas de informações ou banco de dados da Ad- • Médico de hospital particular credenciado/conveniado ao
ministração Pública; SUS (após a Lei 9.983/2000).
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso res- Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
trito.
• Estagiário de órgão ou entidade públicos.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Ad- STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião
ministração Pública ou a outrem: Reis Júnior, julgado em 25/06/2012.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código
multa. Penal não pode ser aplicada aos dirigentes de autarquias
(ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo

132
menciona apenas órgãos, sociedades de economia mista,
empresas públicas e fundações.

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE


danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

133
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

134
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.
Esse é um efeito extrapenal administrativo da condenação,
que, segundo o STF e o STJ, decore automaticamente da
condenação
Art. 1º Constitui crime de tortura:
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insus-
I - constranger alguém com emprego de violên- cetível de graça ou anistia.
cia ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento fí- O crime de tortura não é imprescritível, e, para o STF, o
sico ou mental: condenado também não poderá ser beneficiado com in-
dulto.
a) com o fim de obter informação, declaração
ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
b) para provocar ação ou omissão de natureza salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado.
criminosa;
Cumpre salientar que o STJ, em julgado recente, afirmou
c) em razão de discriminação racial ou religi- não ser obrigatório que o condenado por crime de tortura
osa; inicie o cumprimento da pena em regime fechado.
II - submeter alguém, sob sua guarda,
Daniel poder DE REsp
RIBEIRO 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC
ANDRADE
ou autoridade, com emprego de violência ou grave 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
danielicoense@gmail.com
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
como forma de aplicar castigo pessoal ou 609.749.013-50
medida quando o crime não tenha sido cometido em terri-
de caráter preventivo. tório nacional, sendo a vítima brasileira ou encon-
Pena - reclusão, de dois a oito anos. trando-se o agente em local sob jurisdição brasi-
leira.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prá- publicação.
tica de ato não previsto em lei ou não resultante de
medida legal. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069,
de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
§ 2º Aquele que se omite em face dessas con- Adolescente.
dutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro
anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de qua-
tro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
terço:
I - se o crime é cometido por agente público; CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
II – se o crime é cometido contra criança, ges-
tante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Si-
Lei nº 10.741, de 2003) narm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito

135
da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o ter- CAPÍTULO II
ritório nacional. DO REGISTRO
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade Art. 3º É obrigatório o registro de arma de
de armas de fogo, mediante cadastro; fogo no órgão competente.
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, im- Parágrafo único. As armas de fogo de uso res-
portadas e vendidas no País; trito serão registradas no Comando do Exército, na
III – cadastrar as autorizações de porte de forma do regulamento desta Lei.
arma de fogo e as renovações expedidas pela Po-
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso per-
lícia Federal;
mitido o interessado deverá, além de declarar a
IV – cadastrar as transferências de proprie- efetiva necessidade, atender aos seguintes requi-
dade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências sitos:
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclu-
I - comprovação de idoneidade, com a apre-
sive as decorrentes de fechamento de empresas de
sentação de certidões negativas de antecedentes
segurança privada e de transporte de valores;
criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual,
V – identificar as modificações que alterem as Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a in-
características ou o funcionamento de arma de quérito policial ou a processo criminal, que poderão
fogo; ser fornecidas por meios eletrônicos;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já II – apresentação de documento comprobató-
existentes; rio de ocupação lícita e de residência certa;
VII – cadastrar as apreensões de armas de III – comprovação de capacidade técnica e de
fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos poli-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
aptidão psicológica para o manuseio de arma de
ciais e judiciais; danielicoense@gmail.com na forma disposta no regulamento
fogo, atestadas
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no desta Lei.
609.749.013-50
País, bem como conceder licença para exercer a § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra
atividade; de arma de fogo após atendidos os requisitos ante-
IX – cadastrar mediante registro os produtores, riormente estabelecidos, em nome do requerente e
atacadistas, varejistas, exportadores e importado- para a arma indicada, sendo intransferível esta au-
res autorizados de armas de fogo, acessórios e mu- torização.
nições; § 2o A aquisição de munição somente poderá
X – cadastrar a identificação do cano da arma, ser feita no calibre correspondente à arma regis-
as características das impressões de raiamento e trada e na quantidade estabelecida no regulamento
de microestriamento de projétil disparado, con- desta Lei.
forme marcação e testes obrigatoriamente realiza- § 3o A empresa que comercializar arma de
dos pelo fabricante; fogo em território nacional é obrigada a comunicar
XI – informar às Secretarias de Segurança Pú- a venda à autoridade competente, como também a
blica dos Estados e do Distrito Federal os registros manter banco de dados com todas as característi-
e autorizações de porte de armas de fogo nos res- cas da arma e cópia dos documentos previstos
pectivos territórios, bem como manter o cadastro neste artigo.
atualizado para consulta. § 4o A empresa que comercializa armas de
Parágrafo único. As disposições deste artigo fogo, acessórios e munições responde legalmente
não alcançam as armas de fogo das Forças Arma- por essas mercadorias, ficando registradas como
das e Auxiliares, bem como as demais que cons- de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
tem dos seus registros próprios. § 5o A comercialização de armas de fogo,
acessórios e munições entre pessoas físicas so-
mente será efetivada mediante autorização do Si-
narm.

136
§ 6o A expedição da autorização a que se re- I - emissão de certificado de registro provisório
fere o § 1o será concedida, ou recusada com a de- pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
vida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias dias; e
úteis, a contar da data do requerimento do interes- II - revalidação pela unidade do Departamento
sado. de Polícia Federal do certificado de registro provi-
§ 7o O registro precário a que se refere o § sório pelo prazo que estimar como necessário para
o
4 prescinde do cumprimento dos requisitos dos in- a emissão definitiva do certificado de registro de
cisos I, II e III deste artigo. propriedade.
§ 8o Estará dispensado das exigências cons- § 5º Aos residentes em área rural, para os fins
tantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do disposto no caput deste artigo, considera-se re-
do regulamento, o interessado em adquirir arma de sidência ou domicílio toda a extensão do respectivo
fogo de uso permitido que comprove estar autori- imóvel rural.
zado a portar arma com as mesmas características
daquela a ser adquirida.
CAPÍTULO III
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de
DO PORTE
Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou do- Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em
micílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu todo o território nacional, salvo para os casos pre-
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o vistos em legislação própria e para:
responsável legal pelo estabelecimento ou em- I – os integrantes das Forças Armadas;
presa.
II - os integrantes de órgãos referidos nos inci-
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Consti-
será expedido pela Polícia FederalDaniel RIBEIRO
e será prece- DEtuição
ANDRADE
Federal e os da Força Nacional de Segu-
dido de autorização do Sinarm. danielicoense@gmail.com
rança Pública (FNSP);
609.749.013-50
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II III – os integrantes das guardas municipais das
e III do art. 4o deverão ser comprovados periodica- capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
mente, em período não inferior a 3 (três) anos, na 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
conformidade do estabelecido no regulamento estabelecidas no regulamento desta Lei;
desta Lei, para a renovação do Certificado de Re-
gistro de Arma de Fogo. IV - os integrantes das guardas municipais dos
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certi- menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
ficados de registro de propriedade expedido por ór- quando em serviço;
gão estadual ou do Distrito Federal até a data da
publicação desta Lei que não optar pela entrega es- V – os agentes operacionais da Agência Brasi-
pontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá re- leira de Inteligência e os agentes do Departamento
nová-lo mediante o pertinente registro federal, até de Segurança do Gabinete de Segurança Instituci-
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresenta- onal da Presidência da República;
ção de documento de identificação pessoal e com- VI – os integrantes dos órgãos policiais referi-
provante de residência fixa, ficando dispensado do dos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
pagamento de taxas e do cumprimento das demais Federal;
exigências constantes dos incisos I a III do ca- VII – os integrantes do quadro efetivo dos
put do art. 4o desta Lei.
agentes e guardas prisionais, os integrantes das
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no escoltas de presos e as guardas portuárias;
§ 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo po-
VIII – as empresas de segurança privada e de
derá obter, no Departamento de Polícia Federal, transporte de valores constituídas, nos termos
certificado de registro provisório, expedido na rede desta Lei;
mundial de computadores - internet, na forma do
regulamento e obedecidos os procedimentos a se- IX – para os integrantes das entidades de des-
guir: porto legalmente constituídas, cujas atividades

137
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na regulamento desta Lei, observada a supervisão do
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no Ministério da Justiça.
que couber, a legislação ambiental. § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do bem como os militares dos Estados e do Distrito
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tribu- Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
tário. ficam dispensados do cumprimento do disposto
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios regulamento desta Lei.
Públicos da União e dos Estados, para uso exclu- § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores
sivo de servidores de seus quadros pessoais que de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depen-
efetivamente estejam no exercício de funções de der do emprego de arma de fogo para prover sua
segurança, na forma de regulamento a ser emitido subsistência alimentar familiar será concedido pela
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Polícia Federal o porte de arma de fogo, na catego-
Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP. ria caçador para subsistência, de uma arma de uso
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
V e VI do caput deste artigo terão direito de portar canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
arma de fogo de propriedade particular ou forne- 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
cida pela respectiva corporação ou instituição, a efetiva necessidade em requerimento ao qual de-
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento verão ser anexados os seguintes documentos:
desta Lei, com validade em âmbito nacional para I - documento de identificação pessoal;
aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. II - comprovante de residência em área rural;
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) e
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de III - atestado de bons antecedentes.
agentes e guardas prisionais poderão danielicoense@gmail.com
portar arma § 6o O caçador para subsistência que der outro
de fogo de propriedade particular ou fornecida609.749.013-50
pela uso à sua arma de fogo, independentemente de ou-
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora tras tipificações penais, responderá, conforme o
de serviço, desde que estejam: caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
I - submetidos a regime de dedicação exclu- fogo de uso permitido.
siva; § 7o Aos integrantes das guardas municipais
II - sujeitos à formação funcional, nos termos dos Municípios que integram regiões metropolita-
do regulamento; e nas será autorizado porte de arma de fogo, quando
III - subordinados a mecanismos de fiscaliza- em serviço.
ção e de controle interno. Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos em-
§ 1º-C. (VETADO). pregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei,
§ 2o A autorização para o porte de arma de
serão de propriedade, responsabilidade e guarda
fogo aos integrantes das instituições descritas nos
das respectivas empresas, somente podendo ser
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está con-
utilizadas quando em serviço, devendo essas ob-
dicionada à comprovação do requisito a que se re-
servar as condições de uso e de armazenagem es-
fere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas
tabelecidas pelo órgão competente, sendo o certifi-
condições estabelecidas no regulamento desta
cado de registro e a autorização de porte expedidos
Lei. (
pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 3o A autorização para o porte de arma de
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de
fogo das guardas municipais está condicionada à
empresa de segurança privada e de transporte de
formação funcional de seus integrantes em estabe-
valores responderá pelo crime previsto no pará-
lecimentos de ensino de atividade policial, à exis-
grafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
tência de mecanismos de fiscalização e de controle
demais sanções administrativas e civis, se deixar
interno, nas condições estabelecidas no
de registrar ocorrência policial e de comunicar à

138
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas de-
de extravio de armas de fogo, acessórios e muni- pois de ocorrido o fato.
ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em enti-
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
dades desportivas legalmente constituídas devem
§ 2o A empresa de segurança e de transporte obedecer às condições de uso e de armazenagem
de valores deverá apresentar documentação com- estabelecidas pelo órgão competente, respon-
probatória do preenchimento dos requisitos cons- dendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma
tantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados pela sua guarda na forma do regulamento desta
que portarão arma de fogo. Lei.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a au-
referidas neste artigo deverá ser atualizada semes-
torização do porte de arma para os responsáveis
tralmente junto ao Sinarm.
pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
servidores das instituições descritas no inciso XI do nos termos do regulamento desta Lei, o registro e
art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
guarda das respectivas instituições, somente po- para colecionadores, atiradores e caçadores e de
dendo ser utilizadas quando em serviço, devendo representantes estrangeiros em competição inter-
estas observar as condições de uso e de armaze- nacional oficial de tiro realizada no território nacio-
nagem estabelecidas pelo órgão competente, nal.
sendo o certificado de registro e a autorização de Art. 10. A autorização para o porte de arma
porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
de fogo de uso permitido, em todo o território naci-
instituição.
onal, é de competência da Polícia Federal e so-
§ 1o A autorização para o porte de arma de mente será concedida após autorização do Sinarm.
Daniel do
fogo de que trata este artigo independe RIBEIRO
paga- DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com § 1o A autorização prevista neste artigo poderá
mento de taxa.
ser concedida com eficácia temporária e territorial
609.749.013-50
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Mi- limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
nistério Público designará os servidores de seus penderá de o requerente:
quadros pessoais no exercício de funções de segu-
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
rança que poderão portar arma de fogo, respeitado
exercício de atividade profissional de risco ou de
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do
ameaça à sua integridade física;
número de servidores que exerçam funções de se-
gurança. II – atender às exigências previstas no art.
o
4 desta Lei;
§ 3o O porte de arma pelos servidores das ins-
tituições de que trata este artigo fica condicionado III – apresentar documentação de propriedade
à apresentação de documentação comprobatória de arma de fogo, bem como o seu devido registro
do preenchimento dos requisitos constantes do art. no órgão competente.
o
4 desta Lei, bem como à formação funcional em § 2o A autorização de porte de arma de fogo,
estabelecimentos de ensino de atividade policial e prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
à existência de mecanismos de fiscalização e de eficácia caso o portador dela seja detido ou abor-
controle interno, nas condições estabelecidas no dado em estado de embriaguez ou sob efeito de
regulamento desta Lei. substâncias químicas ou alucinógenas.
o
§ 4 A listagem dos servidores das instituições Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas,
de que trata este artigo deverá ser atualizada se-
nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
mestralmente no Sinarm.
prestação de serviços relativos:
§ 5o As instituições de que trata este artigo são
I – ao registro de arma de fogo;
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comu-
nicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo II – à renovação de registro de arma de fogo;
ou outras formas de extravio de armas de fogo, III – à expedição de segunda via de registro de
acessórios e munições que estejam sob sua arma de fogo;

139
IV – à expedição de porte federal de arma de Omissão de cautela
fogo;
Art. 13. Deixar de observar as cautelas ne-
V – à renovação de porte de arma de fogo; cessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
VI – à expedição de segunda via de porte fe- anos ou pessoa portadora de deficiência mental se
deral de arma de fogo. apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao
custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e
da Polícia Federal e do Comando do Exército, no multa.
âmbito de suas respectivas responsabilidades. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem
o
§ 2 São isentas do pagamento das taxas pre- o proprietário ou diretor responsável de empresa de
vistas neste artigo as pessoas e as instituições a segurança e transporte de valores que deixarem de
que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. registrar ocorrência policial e de comunicar à Polí-
6o desta Lei. cia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de arma de fogo, acessório ou munição
Art. 11-A. O Ministério da Justiça discipli- que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
nará a forma e as condições do credenciamento de (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
profissionais pela Polícia Federal para comprova-
ção da aptidão psicológica e da capacidade técnica Porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
para o manuseio de arma de fogo. tido

§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, rece-
o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
ao valor médio dos honorários profissionais para gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
realização de avaliação psicológica constante do manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, aces-
Daniel
item 1.16 da tabela do Conselho Federal RIBEIRO DE
de Psico- sórioANDRADE
ou munição, de uso permitido, sem autoriza-
logia. ção e
danielicoense@gmail.comem desacordo com determinação legal ou re-
gulamentar:
609.749.013-50
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica,
o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro Para os Tribunais Superiores, o crime de porte de arma de
fogo consuma-se independentemente de estar a arma mu-
não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acres- niciada. Porém, segundo o STJ, se o laudo pericial reco-
cido do custo da munição. nhecer a ineficácia total da arma de fogo e das munições,
a conduta será atípica.
§ 3o A cobrança de valores superiores aos pre-
vistos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o des- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
credenciamento do profissional pela Polícia Fede- e multa.
ral. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo
é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
CAPÍTULO IV registrada em nome do agente, (Vide Adin 3.112-1)
DOS CRIMES E DAS PENAS - Declarado INCOSTITUCIONAL.
ADI 3112 – Informativo 465 do STF Relativamente aos
Posse irregular de arma de fogo de uso per- parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/2003,
que proíbem o estabelecimento de fiança, respectiva-
mitido mente, para os crimes de porte ilegal de arma de fogo de
uso permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-se
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda desarrazoada a vedação, ao fundamento de que tais deli-
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi- tos não poderiam ser equiparados a terrorismo, prática de
tido, em desacordo com determinação legal ou re- tortura, tráfico ilícito de entorpecentes ou crimes hediondos
(CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na
gulamentar, no interior de sua residência ou depen-
verdade, de crimes de mera conduta que, embora impli-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, quem redução no nível de segurança coletiva, não podem
desde que seja o titular ou o responsável legal do ser igualados aos crimes que acarretam lesão ou ameaça
estabelecimento ou empresa: de lesão à vida ou à propriedade.

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e


multa.

140
Disparo de arma de fogo proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
(doze) anos.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar mu-
nição em lugar habitado ou em suas adjacências, Comércio ilegal de arma de fogo
em via pública ou em direção a ela, desde que essa Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
conduta não tenha como finalidade a prática de ou- conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-
tro crime: tar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
e multa. alheio, no exercício de atividade comercial ou in-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo dustrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
é inafiançável. autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso restrito Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
e multa.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, forne-
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou in-
cer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, dustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, em- prestação de serviços, fabricação ou comércio irre-
pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de gular ou clandestino, inclusive o exercido em resi-
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem au- dência.
torização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar: § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e autorização ou em desacordo com a determinação
multa. legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Daniel RIBEIRO DEquando presentes elementos probatórios razoáveis
ANDRADE
de conduta criminal preexistente.
I – suprimir ou alterar marca, danielicoense@gmail.com
numeração ou
qualquer sinal de identificação de arma de 609.749.013-50
fogo ou Tráfico internacional de arma de fogo
artefato;
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a en-
II – modificar as características de arma de trada ou saída do território nacional, a qualquer tí-
fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de tulo, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de difi- autorização da autoridade competente:
cultar ou de qualquer modo induzir a erro autori-
dade policial, perito ou juiz; Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)
anos, e multa.
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar ar-
tefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
em desacordo com determinação legal ou regula- vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
mentar; nição, em operação de importação, sem autoriza-
ção da autoridade competente, a agente policial
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou for- disfarçado, quando presentes elementos probató-
necer arma de fogo com numeração, marca ou rios razoáveis de conduta criminal preexistente.
qualquer outro sinal de identificação raspado, su-
primido ou adulterado; Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e
18, a pena é aumentada da metade se a arma de
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
ou restrito.
ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem auto- Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
rização legal, ou adulterar, de qualquer forma, mu- 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
nição ou explosivo. I - forem praticados por integrante dos órgãos
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso ou (

141
II - o agente for reincidente específico em cri- exportação, importação, desembaraço alfandegá-
mes dessa natureza. ( rio e o comércio de armas de fogo e demais produ-
tos controlados, inclusive o registro e o porte de
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atira-
e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. dores e caçadores.
(Vide Adin 3.112-1)
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após
- Declarado INCOSTITUCIONAL. ADI 3112-1 STF
a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecu-
CAPÍTULO V ção penal serão encaminhadas pelo juiz compe-
tente ao Comando do Exército, no prazo de até 48
DISPOSIÇÕES GERAIS
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação
aos órgãos de segurança pública ou às Forças Ar-
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá cele- madas, na forma do regulamento desta Lei.
brar convênios com os Estados e o Distrito Federal § 1o As armas de fogo encaminhadas ao Co-
para o cumprimento do disposto nesta Lei. mando do Exército que receberem parecer favorá-
vel à doação, obedecidos o padrão e a dotação de
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral
cada Força Armada ou órgão de segurança pú-
bem como a definição das armas de fogo e demais blica, atendidos os critérios de prioridade estabele-
produtos controlados, de usos proibidos, restritos, cidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Co-
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão mando do Exército, serão arroladas em relatório re-
disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo servado trimestral a ser encaminhado àquelas ins-
Federal, mediante proposta do Comando do Exér- tituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação
cito. de interesse.
§ 1o Todas as munições comercializadas no
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreen-
País deverão estar acondicionadas em embala- didas em decorrência do tráfico de drogas de
danielicoense@gmail.com
gens com sistema de código de barras, gravado na abuso, ou de qualquer forma utilizadas em ativida-
609.749.013-50
caixa, visando possibilitar a identificação do fabri- des ilícitas de produção ou comercialização de dro-
cante e do adquirente, entre outras informações de- gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiri-
finidas pelo regulamento desta Lei. das com recursos provenientes do tráfico de drogas
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, so- de abuso, perdidas em favor da União e encami-
mente serão expedidas autorizações de compra de nhadas para o Comando do Exército, devem ser,
munição com identificação do lote e do adquirente após perícia ou vistoria que atestem seu bom es-
no culote dos projéteis, na forma do regulamento tado, destinadas com prioridade para os órgãos de
desta Lei. segurança pública e do sistema penitenciário da
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 unidade da federação responsável pela apreen-
(um) ano da data de publicação desta Lei conterão são.
dispositivo intrínseco de segurança e de identifica- § 2o O Comando do Exército encaminhará a
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regu- relação das armas a serem doadas ao juiz compe-
lamento desta Lei, exclusive para os órgãos previs- tente, que determinará o seu perdimento em favor
tos no art. 6o. da instituição beneficiada.
§ 4o As instituições de ensino policial e as § 3o O transporte das armas de fogo doadas
guardas municipais referidas nos incisos III e IV será de responsabilidade da instituição benefici-
do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão ada, que procederá ao seu cadastramento no Si-
adquirir insumos e máquinas de recarga de muni- narm ou no Sigma.
ção para o fim exclusivo de suprimento de suas ati- § 4o (VETADO)
vidades, mediante autorização concedida nos ter-
mos definidos em regulamento. § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos
para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se conforme se trate de arma de uso permitido ou de
refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do uso restrito, semestralmente, da relação de armas
Exército autorizar e fiscalizar a produção,

142
acauteladas em juízo, mencionando suas caracte- Art. 31. Os possuidores e proprietários de ar-
rísticas e o local onde se encontram. mas de fogo adquiridas regularmente poderão, a
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, me-
a comercialização e a importação de brinquedos, diante recibo e indenização, nos termos do regula-
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com mento desta Lei.
estas se possam confundir. Art. 32. Os possuidores e proprietários de
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as arma de fogo poderão entregá-la, espontanea-
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao mente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-
nas condições fixadas pelo Comando do Exército. cando extinta a punibilidade de eventual posse ir-
regular da referida arma.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército au-
torizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de Art. 33. Será aplicada multa de R$
fogo de uso restrito. 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (tre-
zentos mil reais), conforme especificar o regula-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
mento desta Lei:
se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que delibe-
cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os radamente, por qualquer meio, faça, promova, faci-
integrantes das entidades constantes dos incisos I, lite ou permita o transporte de arma ou munição
II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. sem a devida autorização ou com inobservância
Art. 29. As autorizações de porte de armas das normas de segurança;
de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) II – à empresa de produção ou comércio de ar-
dias após a publicação desta Lei.Daniel RIBEIRO DEmamentos
ANDRADE que realize publicidade para venda, es-
Parágrafo único. O detentor de autorização timulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
danielicoense@gmail.com
com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias exceto nas publicações especializadas.
609.749.013-50
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas Art. 34. Os promotores de eventos em locais
condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo fechados, com aglomeração superior a 1000 (um
de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabili-
ônus para o requerente. dade, as providências necessárias para evitar o in-
Art. 30. Os possuidores e proprietários de gresso de pessoas armadas, ressalvados os even-
arma de fogo de uso permitido ainda não registrada tos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constitui-
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de de- ção Federal.
zembro de 2008, mediante apresentação de docu- Parágrafo único. As empresas responsáveis
mento de identificação pessoal e comprovante de pela prestação dos serviços de transporte interna-
residência fixa, acompanhados de nota fiscal de cional e interestadual de passageiros adotarão as
compra ou comprovação da origem lícita da posse, providências necessárias para evitar o embarque
pelos meios de prova admitidos em direito, ou de- de passageiros armados.
claração firmada na qual constem as característi-
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
cas da arma e a sua condição de proprietário, fi-
cando este dispensado do pagamento de taxas e registros balísticos serão armazenados no Banco
do cumprimento das demais exigências constantes Nacional de Perfis Balísticos.
dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do como objetivo cadastrar armas de fogo e armaze-
disposto no caput deste artigo, o proprietário de nar características de classe e individualizadoras
arma de fogo poderá obter, no Departamento de de projéteis e de estojos de munição deflagrados
Polícia Federal, certificado de registro provisório, por arma de fogo.
expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
constituído pelos registros de elementos de muni-
ção deflagrados por armas de fogo relacionados a

143
crimes, para subsidiar ações destinadas às apura- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabili-
ções criminais federais, estaduais e distritais. zação objetiva administrativa e civil de pessoas ju-
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será rídicas pela prática de atos contra a administração
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. pública, nacional ou estrangeira.
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei
de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele às sociedades empresárias e às sociedades sim-
que permitir ou promover sua utilização para fins ples, personificadas ou não, independentemente
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão ju- da forma de organização ou modelo societário ado-
dicial responderá civil, penal e administrativa- tado, bem como a quaisquer fundações, associa-
mente. ções de entidades ou pessoas, ou sociedades es-
trangeiras, que tenham sede, filial ou representa-
§ 5º É vedada a comercialização, total ou par-
ção no território brasileiro, constituídas de fato ou
cial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis
de direito, ainda que temporariamente.
Balísticos.
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsa-
Nacional de Perfis Balísticos serão regulamenta- bilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo
dos em ato do Poder Executivo federal. e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei prati-
cados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
CAPÍTULO VI Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica
DISPOSIÇÕES FINAIS não exclui a responsabilidade individual de seus di-
rigentes ou administradores ou de qualquer pessoa
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
Art. 35. É proibida a comercialização de arma
de fogo e munição em todo o territórioDaniel § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada
RIBEIRO DE ANDRADE
nacional,
independentemente da responsabilização indivi-
salvo para as entidades previstas no danielicoense@gmail.com
art. 6o desta
Lei. dual das pessoas naturais referidas no caput .
609.749.013-50
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, de- § 2º Os dirigentes ou administradores somente
penderá de aprovação mediante referendo popular, serão responsabilizados por atos ilícitos na medida
a ser realizado em outubro de 2005. da sua culpabilidade.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo po- Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pes-


pular, o disposto neste artigo entrará em vigor na soa jurídica na hipótese de alteração contratual,
data de publicação de seu resultado pelo Tribunal transformação, incorporação, fusão ou cisão socie-
Superior Eleitoral. tária.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a
fevereiro de 1997. responsabilidade da sucessora será restrita à obri-
gação de pagamento de multa e reparação integral
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de do dano causado, até o limite do patrimônio trans-
sua publicação. ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções
previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos
ocorridos antes da data da fusão ou incorporação,
exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas,
coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis
pela prática dos atos previstos nesta Lei, restrin-
CAPÍTULO I gindo-se tal responsabilidade à obrigação de paga-
DISPOSIÇÕES GERAIS mento de multa e reparação integral do dano cau-
sado.

144
CAPÍTULO II ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.
PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA
§ 1º Considera-se administração pública es-
trangeira os órgãos e entidades estatais ou repre-
Art. 5º Constituem atos lesivos à administra- sentações diplomáticas de país estrangeiro, de
ção pública, nacional ou estrangeira, para os fins qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta-
jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º mente, pelo poder público de país estrangeiro.
, que atentem contra o patrimônio público nacional
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à
ou estrangeiro, contra princípios da administração
administração pública estrangeira as organizações
pública ou contra os compromissos internacionais
públicas internacionais.
assumidos pelo Brasil, assim definidos:
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro,
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indireta-
para os fins desta Lei, quem, ainda que transitoria-
mente, vantagem indevida a agente público, ou a
mente ou sem remuneração, exerça cargo, em-
terceira pessoa a ele relacionada;
prego ou função pública em órgãos, entidades es-
II - comprovadamente, financiar, custear, pa- tatais ou em representações diplomáticas de país
trocinar ou de qualquer modo subvencionar a prá- estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas con-
tica dos atos ilícitos previstos nesta Lei; troladas, direta ou indiretamente, pelo poder pú-
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta blico de país estrangeiro ou em organizações pú-
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular blicas internacionais.
seus reais interesses ou a identidade dos benefici-
ários dos atos praticados;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE CAPÍTULO III
IV - no tocante a licitações e contratos:
DA RESPONSABILIZAÇÃO
danielicoense@gmail.com
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combi- ADMINISTRATIVA
609.749.013-50
nação ou qualquer outro expediente, o caráter com-
petitivo de procedimento licitatório público;
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplica-
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de
qualquer ato de procedimento licitatório público; das às pessoas jurídicas consideradas responsá-
veis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as se-
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio guintes sanções:
de fraude ou oferecimento de vantagem de qual-
quer tipo; I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por
cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto
d) fraudar licitação pública ou contrato dela de- do último exercício anterior ao da instauração do
corrente; processo administrativo, excluídos os tributos, a
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pes- qual nunca será inferior à vantagem auferida,
soa jurídica para participar de licitação pública ou quando for possível sua estimação; e
celebrar contrato administrativo; II - publicação extraordinária da decisão con-
f) obter vantagem ou benefício indevido, de denatória.
modo fraudulento, de modificações ou prorroga- § 1º As sanções serão aplicadas fundamenta-
ções de contratos celebrados com a administração damente, isolada ou cumulativamente, de acordo
pública, sem autorização em lei, no ato convocató- com as peculiaridades do caso concreto e com a
rio da licitação pública ou nos respectivos instru- gravidade e natureza das infrações.
mentos contratuais; ou
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico- artigo será precedida da manifestação jurídica ela-
financeiro dos contratos celebrados com a adminis- borada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de
tração pública; assistência jurídica, ou equivalente, do ente pú-
V - dificultar atividade de investigação ou fisca- blico.
lização de órgãos, entidades ou agentes públicos,

145
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste CAPÍTULO IV
artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obriga- DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE
ção da reparação integral do dano causado.
RESPONSABILIZAÇÃO
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não
seja possível utilizar o critério do valor do fatura-
mento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ Art. 8º A instauração e o julgamento de pro-
6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses- cesso administrativo para apuração da responsabi-
senta milhões de reais). lidade de pessoa jurídica cabem à autoridade má-
xima de cada órgão ou entidade dos Poderes Exe-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão
cutivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício
condenatória ocorrerá na forma de extrato de sen-
ou mediante provocação, observados o contraditó-
tença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de
rio e a ampla defesa.
comunicação de grande circulação na área da prá-
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, § 1º A competência para a instauração e o jul-
na sua falta, em publicação de circulação nacional, gamento do processo administrativo de apuração
bem como por meio de afixação de edital, pelo de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe- delegada, vedada a subdelegação.
lecimento ou no local de exercício da atividade, de § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a
modo visível ao público, e no sítio eletrônico na Controladoria-Geral da União - CGU terá compe-
rede mundial de computadores. tência concorrente para instaurar processos admi-
§ 6º (VETADO). nistrativos de responsabilização de pessoas jurídi-
cas ou para avocar os processos instaurados com
Art. 7º Serão levados em consideração na fundamento nesta Lei, para exame de sua regulari-
aplicação das sanções: dade ou para corrigir-lhes o andamento.
I - a gravidade da infração; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da
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II - a vantagem auferida ou pretendida pelo in- União - CGU a apuração, o processo e o julga-
frator; 609.749.013-50
mento dos atos ilícitos previstos nesta Lei, pratica-
III - a consumação ou não da infração; dos contra a administração pública estrangeira, ob-
servado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos
V - o efeito negativo produzido pela infração; Estrangeiros em Transações Comerciais Internaci-
VI - a situação econômica do infrator; onais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de 30 de
novembro de 2000.
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a
apuração das infrações; Art. 10. O processo administrativo para apu-
ração da responsabilidade de pessoa jurídica será
VIII - a existência de mecanismos e procedi-
conduzido por comissão designada pela autoridade
mentos internos de integridade, auditoria e incen-
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
tivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
vidores estáveis.
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
da pessoa jurídica; § 1º O ente público, por meio do seu órgão de
representação judicial, ou equivalente, a pedido da
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa
comissão a que se refere o caput, poderá requerer
jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e
as medidas judiciais necessárias para a investiga-
X - (VETADO). ção e o processamento das infrações, inclusive de
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação busca e apreensão.
de mecanismos e procedimentos previstos no in- § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor
ciso VIII do caput serão estabelecidos em regula- à autoridade instauradora que suspenda os efeitos
mento do Poder Executivo federal. do ato ou processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
data da publicação do ato que a instituir e, ao final,

146
apresentar relatórios sobre os fatos apurados e I - a identificação dos demais envolvidos na in-
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, su- fração, quando couber; e
gerindo de forma motivada as sanções a serem II - a obtenção célere de informações e docu-
aplicadas. mentos que comprovem o ilícito sob apuração.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser pror- § 1º O acordo de que trata o caput somente
rogado, mediante ato fundamentado da autoridade poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativa-
instauradora. mente, os seguintes requisitos:
Art. 11. No processo administrativo para apu- I - a pessoa jurídica seja a primeira a se mani-
ração de responsabilidade, será concedido à pes- festar sobre seu interesse em cooperar para a apu-
soa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, ração do ato ilícito;
contados a partir da intimação.
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu
Art. 12. O processo administrativo, com o re- envolvimento na infração investigada a partir da
latório da comissão, será remetido à autoridade ins- data de propositura do acordo;
tauradora, na forma do art. 10, para julgamento. III - a pessoa jurídica admita sua participação
Art. 13. A instauração de processo adminis- no ilícito e coopere plena e permanentemente com
trativo específico de reparação integral do dano as investigações e o processo administrativo, com-
não prejudica a aplicação imediata das sanções es- parecendo, sob suas expensas, sempre que solici-
tabelecidas nesta Lei. tada, a todos os atos processuais, até seu encerra-
mento.
Parágrafo único. Concluído o processo e não
havendo pagamento, o crédito apurado será ins- §2º A celebração do acordo de leniência isen-
crito em dívida ativa da fazenda pública. tará a pessoa jurídica das sanções previstas no in-
ciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser
Daniel RIBEIRO DEem até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
ANDRADE
desconsiderada sempre que utilizada com abuso
danielicoense@gmail.com
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa
do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prá-
609.749.013-50
tica dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para pro-
jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
vocar confusão patrimonial, sendo estendidos to-
dos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa ju- § 4º O acordo de leniência estipulará as condi-
rídica aos seus administradores e sócios com po- ções necessárias para assegurar a efetividade da
deres de administração, observados o contraditório colaboração e o resultado útil do processo.
e a ampla defesa. § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão
Art. 15. A comissão designada para apura- estendidos às pessoas jurídicas que integram o
ção da responsabilidade de pessoa jurídica, após a mesmo grupo econômico, de fato e de direito,
conclusão do procedimento administrativo, dará desde que firmem o acordo em conjunto, respeita-
conhecimento ao Ministério Público de sua existên- das as condições nele estabelecidas.
cia, para apuração de eventuais delitos. § 6º A proposta de acordo de leniência so-
mente se tornará pública após a efetivação do res-
pectivo acordo, salvo no interesse das investiga-
CAPÍTULO V ções e do processo administrativo.
DO ACORDO DE LENIÊNCIA § 7º Não importará em reconhecimento da prá-
tica do ato ilícito investigado a proposta de acordo
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão de leniência rejeitada.
ou entidade pública poderá celebrar acordo de le- § 8º Em caso de descumprimento do acordo de
niência com as pessoas jurídicas responsáveis leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de ce-
pela prática dos atos previstos nesta Lei que cola- lebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos con-
borem efetivamente com as investigações e o pro- tados do conhecimento pela administração pública
cesso administrativo, sendo que dessa colabora- do referido descumprimento.
ção resulte:

147
§ 9º A celebração do acordo de leniência inter- II - ter sido constituída para ocultar ou dissimu-
rompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previs- lar interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiá-
tos nesta Lei. rios dos atos praticados.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é § 2º (VETADO).
o órgão competente para celebrar os acordos de § 3º As sanções poderão ser aplicadas de
leniência no âmbito do Poder Executivo federal, forma isolada ou cumulativa.
bem como no caso de atos lesivos praticados con-
tra a administração pública estrangeira. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pú-
blica ou órgão de representação judicial, ou equi-
Art. 17. A administração pública poderá tam- valente, do ente público poderá requerer a indispo-
bém celebrar acordo de leniência com a pessoa ju- nibilidade de bens, direitos ou valores necessários
rídica responsável pela prática de ilícitos previstos à garantia do pagamento da multa ou da reparação
na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas integral do dano causado, conforme previsto no art.
à isenção ou atenuação das sanções administrati- 7º , ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
vas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério
Público, poderão ser aplicadas as sanções previs-
CAPÍTULO VI tas no art. 6º , sem prejuízo daquelas previstas
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL neste Capítulo, desde que constatada a omissão
das autoridades competentes para promover a res-
ponsabilização administrativa.
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsa-
Art. 21. Nas ações de responsabilização judi-
bilidade da pessoa jurídica não afasta a possibili-
cial, será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347, de
dade de sua responsabilização na esfera judicial.
24 de julho de 1985.
Art. 19. Em razão da prática deDaniel RIBEIRO DE ANDRADE
atos previstos Parágrafo único. A condenação torna certa a
no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
danielicoense@gmail.com
obrigação de reparar, integralmente, o dano cau-
Federal e os Municípios, por meio das respectivas609.749.013-50
sado pelo ilícito, cujo valor será apurado em poste-
Advocacias Públicas ou órgãos de representação rior liquidação, se não constar expressamente da
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, po- sentença.
derão ajuizar ação com vistas à aplicação das se-
guintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que CAPÍTULO VII
representem vantagem ou proveito direta ou indire- DISPOSIÇÕES FINAIS
tamente obtidos da infração, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé;
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Exe-
II - suspensão ou interdição parcial de suas ati- cutivo federal o Cadastro Nacional de Empresas
vidades; Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de to-
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos das as esferas de governo com base nesta Lei.
ou entidades públicas e de instituições financeiras § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput
públicas ou controladas pelo poder público, pelo deverão informar e manter atualizados, no Cnep,
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) os dados relativos às sanções por eles aplicadas.
anos. § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurí- informações acerca das sanções aplicadas:
dica será determinada quando comprovado: I - razão social e número de inscrição da pes-
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de soa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da
forma habitual para facilitar ou promover a prática Pessoa Jurídica - CNPJ;
de atos ilícitos; ou II - tipo de sanção; e

148
III - data de aplicação e data final da vigência § 1º As sociedades sem personalidade jurídica
do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando serão representadas pela pessoa a quem couber a
for o caso. administração de seus bens.
§ 3º As autoridades competentes, para cele- § 2º A pessoa jurídica estrangeira será repre-
brarem acordos de leniência previstos nesta Lei, sentada pelo gerente, representante ou administra-
também deverão prestar e manter atualizadas no dor de sua filial, agência ou sucursal aberta ou ins-
Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as talada no Brasil.
informações acerca do acordo de leniência cele-
Art. 27. A autoridade competente que, tendo
brado, salvo se esse procedimento vier a causar
prejuízo às investigações e ao processo adminis- conhecimento das infrações previstas nesta Lei,
trativo. não adotar providências para a apuração dos fatos
será responsabilizada penal, civil e administrativa-
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os ter- mente nos termos da legislação específica aplicá-
mos do acordo de leniência, além das informações vel.
previstas no § 3º , deverá ser incluída no Cnep re-
ferência ao respectivo descumprimento. Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos
praticados por pessoa jurídica brasileira contra a
§ 5º Os registros das sanções e acordos de le-
administração pública estrangeira, ainda que co-
niência serão excluídos depois de decorrido o
metidos no exterior.
prazo previamente estabelecido no ato sanciona-
dor ou do cumprimento integral do acordo de leni- Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as
ência e da reparação do eventual dano causado, competências do Conselho Administrativo de De-
mediante solicitação do órgão ou entidade sancio- fesa Econômica, do Ministério da Justiça e do Mi-
nadora. nistério da Fazenda para processar e julgar fato
que constitua infração à ordem econômica.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e JudiciárioDaniel RIBEIRO
de todas as es- DE ANDRADE
Art. 30. A aplicação das sanções previstas
danielicoense@gmail.com
feras de governo deverão informar e manter atuali- nesta Lei não afeta os processos de responsabili-
609.749.013-50
zados, para fins de publicidade, no Cadastro Naci- zação e aplicação de penalidades decorrentes de:
onal de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS,
I - ato de improbidade administrativa nos ter-
de caráter público, instituído no âmbito do Poder
mos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; e
Executivo federal, os dados relativos às sanções
por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666,
87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. de 21 de junho de 1993, ou outras normas de lici-
tações e contratos da administração pública, inclu-
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, di- sive no tocante ao Regime Diferenciado de Contra-
reitos ou valores aplicados com fundamento nesta tações Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462,
Lei serão destinados preferencialmente aos órgãos de 4 de agosto de 2011.
ou entidades públicas lesadas.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as in- oitenta) dias após a data de sua publicação.
frações previstas nesta Lei, contados da data da ci-
ência da infração ou, no caso de infração perma-
nente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou
judicial, a prescrição será interrompida com a ins-
tauração de processo que tenha por objeto a apu-
ração da infração.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada CAPÍTULO I
no processo administrativo na forma do seu esta-
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
tuto ou contrato social.

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa


e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de

149
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o III - se o produto ou proveito da infração penal
procedimento criminal a ser aplicado. destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;
§ 1º Considera-se organização criminosa a as- IV - se a organização criminosa mantém cone-
sociação de 4 (quatro) ou mais pessoas estrutural- xão com outras organizações criminosas indepen-
mente ordenada e caracterizada pela divisão de ta- dentes;
refas, ainda que informalmente, com objetivo de V - se as circunstâncias do fato evidenciarem
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qual- a transnacionalidade da organização.
quer natureza, mediante a prática de infrações pe- § 5º Se houver indícios suficientes de que o
nais cujas penas máximas sejam superiores a 4 funcionário público integra organização criminosa,
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacio- poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar
nal. do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da re-
muneração, quando a medida se fizer necessária à
§ 2º Esta Lei se aplica também: investigação ou instrução processual.
I - às infrações penais previstas em tratado ou § 6º A condenação com trânsito em julgado
convenção internacional quando, iniciada a execu- acarretará ao funcionário público a perda do cargo,
ção no País, o resultado tenha ou devesse ter ocor- função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
rido no estrangeiro, ou reciprocamente; para o exercício de função ou cargo público pelo
II - às organizações terroristas internacionais, prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumpri-
reconhecidas segundo as normas de direito inter- mento da pena.
nacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos § 7º Se houver indícios de participação de po-
atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos licial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedo-
preparatórios ou de execução de atos terroristas, ria de Polícia instaurará inquérito policial e comuni-
ocorram ou possam ocorrer em território nacional. cará ao Ministério Público, que designará membro
II - às organizações terroristas, entendidas para acompanhar o feito até a sua conclusão.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
como aquelas voltadas para a prática dos atos de § 8º As lideranças de organizações criminosas
terrorismo legalmente definidos. danielicoense@gmail.com
armadas ou que tenham armas à disposição deve-
609.749.013-50
rão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou inte-
grar, pessoalmente ou por interposta pessoa, orga- mentos penais de segurança máxima
nização criminosa: § 9º O condenado expressamente em sen-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e tença por integrar organização criminosa ou por
multa, sem prejuízo das penas correspondentes às crime praticado por meio de organização criminosa
demais infrações penais praticadas. não poderá progredir de regime de cumprimento de
pena ou obter livramento condicional ou outros be-
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede nefícios prisionais se houver elementos probatórios
ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de que indiquem a manutenção do vínculo associa-
infração penal que envolva organização criminosa. tivo.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se
na atuação da organização criminosa houver em- CAPÍTULO II
prego de arma de fogo. DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o OBTENÇÃO DA PROVA
comando, individual ou coletivo, da organização cri-
minosa, ainda que não pratique pessoalmente atos
Art. 3º Em qualquer fase da persecução pe-
de execução.
nal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a previstos em lei, os seguintes meios de obtenção
2/3 (dois terços): da prova:
I - se há participação de criança ou adoles- I - colaboração premiada;
cente; II - captação ambiental de sinais eletromagné-
II - se há concurso de funcionário público, va- ticos, ópticos ou acústicos;
lendo-se a organização criminosa dessa condição III - ação controlada;
para a prática de infração penal;

150
IV - acesso a registros de ligações telefônicas § 2º Caso não haja indeferimento sumário, as
e telemáticas, a dados cadastrais constantes de partes deverão firmar Termo de Confidencialidade
bancos de dados públicos ou privados e a informa- para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
ções eleitorais ou comerciais; os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
V - interceptação de comunicações telefônicas indeferimento posterior sem justa causa.
e telemáticas, nos termos da legislação específica; § 3º O recebimento de proposta de colabora-
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancá- ção para análise ou o Termo de Confidencialidade
rio e fiscal, nos termos da legislação específica; não implica, por si só, a suspensão da investiga-
VII - infiltração, por policiais, em atividade de ção, ressalvado acordo em contrário quanto à pro-
investigação, na forma do art. 11; positura de medidas processuais penais cautelares
VIII - cooperação entre instituições e órgãos fe- e assecuratórias, bem como medidas processuais
derais, distritais, estaduais e municipais na busca cíveis admitidas pela legislação processual civil em
de provas e informações de interesse da investiga- vigor.
ção ou da instrução criminal.
§ 1º Havendo necessidade justificada de man- § 4º O acordo de colaboração premiada po-
ter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá derá ser precedido de instrução, quando houver ne-
ser dispensada licitação para contratação de servi- cessidade de identificação ou complementação de
ços técnicos especializados, aquisição ou locação seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurí-
de equipamentos destinados à polícia judiciária dica, relevância, utilidade e interesse público.
para o rastreamento e obtenção de provas previs- § 5º Os termos de recebimento de proposta de
tas nos incisos II e V. colaboração e de confidencialidade serão elabora-
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publi- dos pelo celebrante e assinados por ele, pelo cola-
cação de que trata o parágrafo único do art. 61 da borador e pelo advogado ou defensor público com
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser poderes específicos.
DanieldaRIBEIRO
comunicado o órgão de controle interno realiza- DE ANDRADE
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo
ção da contratação. danielicoense@gmail.com
por iniciativa do celebrante, esse não poderá se va-
ler de nenhuma das informações ou provas apre-
609.749.013-50
SEÇÃO I sentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qual-
quer outra finalidade.
DA COLABORAÇÃO PREMIADA
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premi-
SEÇÃO I ada deve estar instruída com procuração do inte-
ressado com poderes específicos para iniciar o pro-
DA COLABORAÇÃO PREMIADA
cedimento de colaboração e suas tratativas, ou fir-
mada pessoalmente pela parte que pretende a co-
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada laboração e seu advogado ou defensor público.
é negócio jurídico processual e meio de obtenção
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração pre-
de prova, que pressupõe utilidade e interesse pú-
miada deve ser realizada sem a presença de advo-
blicos.
gado constituído ou defensor público.
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para § 2º Em caso de eventual conflito de interes-
formalização de acordo de colaboração demarca o ses, ou de colaborador hipossuficiente, o cele-
início das negociações e constitui também marco brante deverá solicitar a presença de outro advo-
de confidencialidade, configurando violação de si- gado ou a participação de defensor público.
gilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação
de tais tratativas iniciais ou de documento que as § 3º No acordo de colaboração premiada, o co-
formalize, até o levantamento de sigilo por decisão laborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os
judicial. quais concorreu e que tenham relação direta com
os fatos investigados.
§ 1º A proposta de acordo de colaboração pre-
miada poderá ser sumariamente indeferida, com a § 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
devida justificativa, cientificando-se o interes- colaboração e os anexos com os fatos adequada-
sado. mente descritos, com todas as suas circunstâncias,

151
indicando as provas e os elementos de corrobora- II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração
ção. nos termos deste artigo.
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das par- § 4º-A. Considera-se existente o conhecimento
tes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 prévio da infração quando o Ministério Público ou a
(dois terços) a pena privativa de liberdade ou subs- autoridade policial competente tenha instaurado in-
tituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha quérito ou procedimento investigatório para apura-
colaborado efetiva e voluntariamente com a inves- ção dos fatos apresentados pelo colaborador.
tigação e com o processo criminal, desde que § 5º Se a colaboração for posterior à sentença,
dessa colaboração advenha um ou mais dos se- a pena poderá ser reduzida até a metade ou será
guintes resultados: admitida a progressão de regime ainda que ausen-
I - a identificação dos demais coautores e par- tes os requisitos objetivos.
tícipes da organização criminosa e das infrações § 6º O juiz não participará das negociações re-
penais por eles praticadas; alizadas entre as partes para a formalização do
II - a revelação da estrutura hierárquica e da acordo de colaboração, que ocorrerá entre o dele-
divisão de tarefas da organização criminosa; gado de polícia, o investigado e o defensor, com a
III - a prevenção de infrações penais decorren- manifestação do Ministério Público, ou, conforme o
tes das atividades da organização criminosa; caso, entre o Ministério Público e o investigado ou
IV - a recuperação total ou parcial do produto acusado e seu defensor.
ou do proveito das infrações penais praticadas pela
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
organização criminosa;
artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o res-
V - a localização de eventual vítima com a sua
pectivo termo, as declarações do colaborador e có-
integridade física preservada.
pia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosa-
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do bene-
mente o colaborador, acompanhado de seu defen-
fício levará em conta a personalidade do colabora-
Daniel RIBEIRO DE
sor, ANDRADE
oportunidade em que analisará os seguintes
dor, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
danielicoense@gmail.com
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da
aspectos na homologação:
colaboração. 609.749.013-50I - regularidade e legalidade;
II - adequação dos benefícios pactuados àque-
§ 2º Considerando a relevância da colabora-
les previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo,
ção prestada, o Ministério Público, a qualquer
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de
tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inqué-
definição do regime inicial de cumprimento de pena
rito policial, com a manifestação do Ministério Pú-
do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem-
blico, poderão requerer ou representar ao juiz pela
bro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um
concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº
que esse benefício não tenha sido previsto na pro-
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Pe-
posta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28
nal) e os requisitos de progressão de regime não
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
abrangidos pelo § 5º deste artigo
(Código de Processo Penal).
III - adequação dos resultados da colaboração
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II,
o processo, relativos ao colaborador, poderá ser III, IV e V do caput deste artigo;
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
IV - voluntariedade da manifestação de von-
igual período, até que sejam cumpridas as medidas
tade, especialmente nos casos em que o colabora-
de colaboração, suspendendo-se o respectivo
dor está ou esteve sob efeito de medidas cautela-
prazo prescricional.
res.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste ar-
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à aná-
tigo, o Ministério Público poderá deixar de oferecer
lise fundamentada do mérito da denúncia, do per-
denúncia se a proposta de acordo de colaboração
dão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
referir-se a infração de cuja existência não tenha
pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
prévio conhecimento e o colaborador:
dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei
I - não for o líder da organização criminosa; nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro-
cesso Penal), antes de conceder os benefícios

152
pactuados, exceto quando o acordo prever o não II - recebimento de denúncia ou queixa-
oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º- crime;
A deste artigo ou já tiver sido proferida sen- III - sentença condenatória.
tença. § 17. O acordo homologado poderá ser rescin-
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões dido em caso de omissão dolosa sobre os fatos ob-
de renúncia ao direito de impugnar a decisão ho- jeto da colaboração.
mologatória. § 18. O acordo de colaboração premiada pres-
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da supõe que o colaborador cesse o envolvimento em
proposta que não atender aos requisitos legais, de- conduta ilícita relacionada ao objeto da colabora-
volvendo-a às partes para as adequações neces- ção, sob pena de rescisão.
sárias. Art. 5º São direitos do colaborador:
§ 9º Depois de homologado o acordo, o cola- I - usufruir das medidas de proteção previstas
borador poderá, sempre acompanhado pelo seu na legislação específica;
defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Pú- II - ter nome, qualificação, imagem e demais
blico ou pelo delegado de polícia responsável pelas informações pessoais preservados;
investigações. III - ser conduzido, em juízo, separadamente
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, dos demais coautores e partícipes;
caso em que as provas autoincriminatórias produ- IV - participar das audiências sem contato vi-
zidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas sual com os outros acusados;
exclusivamente em seu desfavor. V - não ter sua identidade revelada pelos
meios de comunicação, nem ser fotografado ou fil-
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-
mado, sem sua prévia autorização por escrito;
se garantir ao réu delatado a oportunidade de ma-
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em esta-
nifestar-se após o decurso do prazo concedido ao
Daniel RIBEIRO DEbelecimento
ANDRADE penal diverso dos demais corréus ou
réu que o delatou.
condenados.
danielicoense@gmail.com
§ 11. A sentença apreciará os termos do
609.749.013-50Art. 6º O termo de acordo da colaboração
acordo homologado e sua eficácia. premiada deverá ser feito por escrito e conter:
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial I - o relato da colaboração e seus possíveis re-
ou não denunciado, o colaborador poderá ser ou- sultados;
vido em juízo a requerimento das partes ou por ini- II - as condições da proposta do Ministério Pú-
ciativa da autoridade judicial. blico ou do delegado de polícia;
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de III - a declaração de aceitação do colaborador
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recur- e de seu defensor;
sos de gravação magnética, estenotipia, digital ou IV - as assinaturas do representante do Minis-
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a tério Público ou do delegado de polícia, do colabo-
obter maior fidelidade das informações, garantindo- rador e de seu defensor;
se a disponibilização de cópia do material ao cola- V - a especificação das medidas de proteção
borador. ao colaborador e à sua família, quando necessário.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colabo- Art. 7º O pedido de homologação do acordo
rador renunciará, na presença de seu defensor, ao será sigilosamente distribuído, contendo apenas in-
direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso formações que não possam identificar o colabora-
legal de dizer a verdade. dor e o seu objeto.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confir- § 1º As informações pormenorizadas da cola-
mação e execução da colaboração, o colaborador boração serão dirigidas diretamente ao juiz a que
deverá estar assistido por defensor. recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será
decretada ou proferida com fundamento apenas § 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz,
nas declarações do colaborador: ao Ministério Público e ao delegado de polícia,
como forma de garantir o êxito das investigações,
I - medidas cautelares reais ou pessoais; assegurando-se ao defensor, no interesse do

153
representado, amplo acesso aos elementos de delegado de polícia ou requerida pelo Ministério
prova que digam respeito ao exercício do direito de Público, após manifestação técnica do delegado de
defesa, devidamente precedido de autorização ju- polícia quando solicitada no curso de inquérito po-
dicial, ressalvados os referentes às diligências em licial, será precedida de circunstanciada, motivada
andamento. e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os seus limites.
depoimentos do colaborador serão mantidos em si- § 1º Na hipótese de representação do dele-
gilo até o recebimento da denúncia ou da queixa- gado de polícia, o juiz competente, antes de decidir,
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua ouvirá o Ministério Público.
publicidade em qualquer hipótese. § 2º Será admitida a infiltração se houver indí-
cios de infração penal de que trata o art. 1º e se a
SEÇÃO II prova não puder ser produzida por outros meios
DA AÇÃO CONTROLADA disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de
Art. 8º Consiste a ação controlada em retar- até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais re-
dar a intervenção policial ou administrativa relativa novações, desde que comprovada sua necessi-
à ação praticada por organização criminosa ou a dade.
ela vinculada, desde que mantida sob observação § 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório
e acompanhamento para que a medida legal se circunstanciado será apresentado ao juiz compe-
concretize no momento mais eficaz à formação de tente, que imediatamente cientificará o Ministério
provas e obtenção de informações. Público.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou § 5º No curso do inquérito policial, o delegado
administrativa será previamente comunicado ao de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
seus limites e comunicará ao Ministériodanielicoense@gmail.com
Público. tempo, relatório da atividade de infiltração.
609.749.013-50
§ 2º A comunicação será sigilosamente distri- Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes
buída de forma a não conter informações que pos- de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requi-
sam indicar a operação a ser efetuada. sitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de
§ 3º Até o encerramento da diligência, o investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles co-
acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério nexos, praticados por organizações criminosas,
Público e ao delegado de polícia, como forma de desde que demonstrada sua necessidade e indica-
garantir o êxito das investigações. dos o alcance das tarefas dos policiais, os nomes
ou apelidos das pessoas investigadas e, quando
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á
possível, os dados de conexão ou cadastrais que
auto circunstanciado acerca da ação controlada.
permitam a identificação dessas pessoas.
Art. 9º Se a ação controlada envolver trans- § 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consi-
posição de fronteiras, o retardamento da interven- deram-se:
ção policial ou administrativa somente poderá ocor-
rer com a cooperação das autoridades dos países I - dados de conexão: informações referentes
que figurem como provável itinerário ou destino do a hora, data, início, término, duração, endereço de
investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de ori-
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito gem da conexão;
do crime. II - dados cadastrais: informações referentes a
nome e endereço de assinante ou de usuário regis-
SEÇÃO III trado ou autenticado para a conexão a quem ende-
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES reço de IP, identificação de usuário ou código de
acesso tenha sido atribuído no momento da cone-
xão.
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em
tarefas de investigação, representada pelo

154
§ 2º Na hipótese de representação do dele- Parágrafo único. Os atos eletrônicos registra-
gado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, dos citados no caput deste artigo serão reunidos
ouvirá o Ministério Público. em autos apartados e apensados ao processo cri-
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indí- minal juntamente com o inquérito policial, assegu-
cios de infração penal de que trata o art. 1º desta rando-se a preservação da identidade do agente
Lei e se as provas não puderem ser produzidas por policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos.
outros meios disponíveis. Art. 11. O requerimento do Ministério Público
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de ou a representação do delegado de polícia para a
até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais re- infiltração de agentes conterão a demonstração da
novações, mediante ordem judicial fundamentada necessidade da medida, o alcance das tarefas dos
e desde que o total não exceda a 720 (setecentos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos
e vinte) dias e seja comprovada sua necessi- das pessoas investigadas e o local da infiltração.
dade. Parágrafo único. Os órgãos de registro e ca-
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, dastro público poderão incluir nos bancos de dados
o relatório circunstanciado, juntamente com todos próprios, mediante procedimento sigiloso e requisi-
os atos eletrônicos praticados durante a operação, ção da autoridade judicial, as informações neces-
deverão ser registrados, gravados, armazenados e sárias à efetividade da identidade fictícia criada,
apresentados ao juiz competente, que imediata- nos casos de infiltração de agentes na internet.
mente cientificará o Ministério Público. Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosa-
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado mente distribuído, de forma a não conter informa-
de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o ções que possam indicar a operação a ser efeti-
Ministério Público e o juiz competente poderão re- vada ou identificar o agente que será infiltrado.
quisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE § 1º As informações quanto à necessidade da
infiltração.
operação de infiltração serão dirigidas diretamente
§ 7º É nula a prova obtida semdanielicoense@gmail.com
a observância ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24
do disposto neste artigo. 609.749.013-50
(vinte e quatro) horas, após manifestação do Minis-
tério Público na hipótese de representação do de-
Art. 10-B. As informações da operação de in-
legado de polícia, devendo-se adotar as medidas
filtração serão encaminhadas diretamente ao juiz
necessárias para o êxito das investigações e a se-
responsável pela autorização da medida, que ze-
gurança do agente infiltrado.
lará por seu sigilo.
§ 2º Os autos contendo as informações da ope-
Parágrafo único. Antes da conclusão da opera-
ração de infiltração acompanharão a denúncia do
ção, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao
Ministério Público, quando serão disponibilizados à
Ministério Público e ao delegado de polícia respon-
defesa, assegurando-se a preservação da identi-
sável pela operação, com o objetivo de garantir o
dade do agente.
sigilo das investigações.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
Art. 10-C. Não comete crime o policial que infiltrado sofre risco iminente, a operação será sus-
oculta a sua identidade para, por meio da internet, tada mediante requisição do Ministério Público ou
colher indícios de autoria e materialidade dos cri- pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciên-
mes previstos no art. 1º desta Lei. cia ao Ministério Público e à autoridade judicial.
Parágrafo único. O agente policial infiltrado Art. 13. O agente que não guardar, em sua
que deixar de observar a estrita finalidade da inves-
atuação, a devida proporcionalidade com a finali-
tigação responderá pelos excessos praticados.
dade da investigação, responderá pelos excessos
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os praticados.
atos eletrônicos praticados durante a operação de- Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da
verão ser registrados, gravados, armazenados e infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun- no curso da investigação, quando inexigível con-
tamente com relatório circunstanciado. duta diversa.

155
Art. 14. São direitos do agente: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa.
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
no que couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, colaboração com a Justiça, a prática de infração
de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das me- penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar
didas de proteção a testemunhas; informações sobre a estrutura de organização cri-
III - ter seu nome, sua qualificação, sua ima- minosa que sabe inverídicas:
gem, sua voz e demais informações pessoais pre- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
servadas durante a investigação e o processo cri- multa.
minal, salvo se houver decisão judicial em contrá-
rio; Art. 20. Descumprir determinação de sigilo
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser das investigações que envolvam a ação controlada
fotografado ou filmado pelos meios de comunica- e a infiltração de agentes:
ção, sem sua prévia autorização por escrito. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
SEÇÃO IV
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,
DO ACESSO A REGISTROS, DADOS
registros, documentos e informações requisitadas
CADASTRAIS, DOCUMENTOS E pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia,
INFORMAÇÕES no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério anos, e multa.
Público terão acesso, independentemente de auto-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre
rização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
quem, de forma indevida, se apossa, propala, di-
vestigado que informem exclusivamente a qualifi-
vulga ou
danielicoense@gmail.com faz uso dos dados cadastrais de que trata
cação pessoal, a filiação e o endereço mantidos
esta Lei.
pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, 609.749.013-50
insti-
tuições financeiras, provedores de internet e admi-
nistradoras de cartão de crédito. CAPÍTULO III
Art. 16. As empresas de transporte possibili- DISPOSIÇÕES FINAIS
tarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e
permanente do juiz, do Ministério Público ou do de- Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as
legado de polícia aos bancos de dados de reservas infrações penais conexas serão apurados medi-
e registro de viagens. ante procedimento ordinário previsto no Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa
Processo Penal), observado o disposto no pará-
ou móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à grafo único deste artigo.
disposição das autoridades mencionadas no art.
15, registros de identificação dos números dos ter- Parágrafo único. A instrução criminal deverá
minais de origem e de destino das ligações telefô- ser encerrada em prazo razoável, o qual não po-
nicas internacionais, interurbanas e locais. derá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o
réu estiver preso, prorrogáveis em até igual perí-
odo, por decisão fundamentada, devidamente mo-
SEÇÃO V tivada pela complexidade da causa ou por fato pro-
DOS CRIMES OCORRIDOS NA crastinatório atribuível ao réu.
INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DA Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
PROVA decretado pela autoridade judicial competente,
para garantia da celeridade e da eficácia das dili-
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou fil- gências investigatórias, assegurando-se ao defen-
mar o colaborador, sem sua prévia autorização por sor, no interesse do representado, amplo acesso
escrito: aos elementos de prova que digam respeito ao

156
exercício do direito de defesa, devidamente prece- “Art. 25. Parágrafo único. Observados os requi-
dido de autorização judicial, ressalvados os refe- sitos previstos no caput deste artigo, considera-se
rentes às diligências em andamento. também em legítima defesa o agente de segurança
Parágrafo único. Determinado o depoimento pública que repele agressão ou risco de agressão
do investigado, seu defensor terá assegurada a a vítima mantida refém durante a prática de cri-
prévia vista dos autos, ainda que classificados mes.” (NR)
como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias “Art. 51. Transitada em julgado a sentença
que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a condenatória, a multa será executada perante o juiz
critério da autoridade responsável pela investiga- da execução penal e será considerada dívida de
ção. valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa
da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848,
causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa (NR)
a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 75. O tempo de cumprimento das penas
“ Associação Criminosa privativas de liberdade não pode ser superior a 40
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pes- (quarenta) anos.
soas, para o fim específico de cometer crimes: § 1º Quando o agente for condenado a penas
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. privativas de liberdade cuja soma seja superior a
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a me- 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
tade se a associação é armada ou se houver a par- atender ao limite máximo deste artigo. (NR)
ticipação de criança ou adolescente.” (NR) “Art. 83.
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, III - comprovado:
de 7 de dezembro de 1940 (Código DanielPenal), passa DE ANDRADE
RIBEIRO a) bom comportamento durante a execução da
a vigorar com a seguinte redação: pena;
danielicoense@gmail.com
“Art.342. 609.749.013-50b) não cometimento de falta grave nos últimos
................................................................................. 12 (doze) meses;
..
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
atribuído; e
e multa.
d) aptidão para prover a própria subsistência
Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de mediante trabalho honesto; (NR)
maio de 1995.
“Art. 91-A. Na hipótese de condenação por in-
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorri- frações às quais a lei comine pena máxima superior
dos 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada
oficial. a perda, como produto ou proveito do crime, dos
bens correspondentes à diferença entre o valor do
patrimônio do condenado e aquele que seja com-
patível com o seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput
deste artigo, entende-se por patrimônio do conde-
nado todos os bens:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais
Art. 1º Esta Lei aperfeiçoa a legislação penal ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto,
e processual penal. na data da infração penal ou recebidos posterior-
Art. 2º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de- mente; e
zembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar II - transferidos a terceiros a título gratuito ou
com as seguintes alterações: mediante contraprestação irrisória, a partir do início
da atividade criminal.

157
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexis- “Art. 171. § 5º Somente se procede mediante
tência da incompatibilidade ou a procedência lícita representação, salvo se a vítima for:
do patrimônio. I - a Administração Pública, direta ou indireta;
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser II - criança ou adolescente;
requerida expressamente pelo Ministério Público,
por ocasião do oferecimento da denúncia, com in- III - pessoa com deficiência mental; ou
dicação da diferença apurada. IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou in-
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve de- capaz.” (NR)
clarar o valor da diferença apurada e especificar os “Art. 316. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12
bens cuja perda for decretada. (doze) anos, e multa.” (NR)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática Art. 3º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outu-
de crimes por organizações criminosas e milícias bro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a
deverão ser declarados perdidos em favor da União vigorar com as seguintes alterações.
ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita
a ação penal, ainda que não ponham em perigo a “Juiz das Garantias
segurança das pessoas, a moral ou a ordem pú- ‘Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acu-
blica, nem ofereçam sério risco de ser utilizados satória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de in-
para o cometimento de novos crimes.” vestigação e a substituição da atuação probatória
“ Art. 116. ......................................................... do órgão de acusação.’
II - enquanto o agente cumpre pena no exte- ‘Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável
rior; pelo controle da legalidade da investigação criminal
e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja
III - na pendência de embargos de declaração franquia tenha sido reservada à autorização prévia
ou de recursos aos Tribunais Superiores,
Danielquando
RIBEIRO DE
do ANDRADE
Poder Judiciário, competindo-lhe especial-
inadmissíveis; e danielicoense@gmail.com
mente:
609.749.013-50
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido I - receber a comunicação imediata da prisão,
o acordo de não persecução penal. ” (NR) nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da
“Art.121.§2º....................................................... Constituição Federal;
VIII - (VETADO): II - receber o auto da prisão em flagrante para
VIII - com emprego de arma de fogo de uso o controle da legalidade da prisão, observado o dis-
restrito ou proibido: (Promulgação partes vetadas) posto no art. 310 deste Código;
” (NR) III - zelar pela observância dos direitos do
“Art.141.§1º preso, podendo determinar que este seja condu-
zido à sua presença, a qualquer tempo;
§ 2º (VETADO).” (NR)
IV - ser informado sobre a instauração de qual-
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quer investigação criminal;
quaisquer modalidades das redes sociais da rede
mundial de computadores, aplica-se em triplo a V - decidir sobre o requerimento de prisão pro-
pena.’ (NR)” (Promulgação partes vetadas) visória ou outra medida cautelar, observado o dis-
posto no § 1º deste artigo;
“Art.157.§2º. .....................................................
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra me-
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida dida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-
com emprego de arma branca; las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exer- contraditório em audiência pública e oral, na forma
cida com emprego de arma de fogo de uso restrito do disposto neste Código ou em legislação especial
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no pertinente;
caput deste artigo. ”(NR) VII - decidir sobre o requerimento de produção
antecipada de provas consideradas urgentes e não

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repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla quatro) horas, momento em que se realizará audi-
defesa em audiência pública e oral; ência com a presença do Ministério Público e da
VIII - prorrogar o prazo de duração do inqué- Defensoria Pública ou de advogado constituído, ve-
rito, estando o investigado preso, em vista das ra- dado o emprego de videoconferência. (Promulga-
zões apresentadas pela autoridade policial e obser- ção partes vetadas)
vado o disposto no § 2º deste artigo; § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das
IX - determinar o trancamento do inquérito po- garantias poderá, mediante representação da auto-
licial quando não houver fundamento razoável para ridade policial e ouvido o Ministério Público, prorro-
sua instauração ou prosseguimento; gar, uma única vez, a duração do inquérito por até
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a in-
X - requisitar documentos, laudos e informa- vestigação não for concluída, a prisão será imedia-
ções ao delegado de polícia sobre o andamento da tamente relaxada.’
investigação;
‘Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias
XI - decidir sobre os requerimentos de: abrange todas as infrações penais, exceto as de
a) interceptação telefônica, do fluxo de comu- menor potencial ofensivo, e cessa com o recebi-
nicações em sistemas de informática e telemática mento da denúncia ou queixa na forma do art. 399
ou de outras formas de comunicação; deste Código.
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as ques-
dados e telefônico; tões pendentes serão decididas pelo juiz da instru-
ção e julgamento.
c) busca e apreensão domiciliar;
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das ga-
d) acesso a informações sigilosas;
rantias não vinculam o juiz da instrução e julga-
e) outros meios de obtenção da prova que res- mento, que, após o recebimento da denúncia ou
Daniel RIBEIRO DEqueixa,
trinjam direitos fundamentais do investigado; ANDRADE
deverá reexaminar a necessidade das me-
danielicoense@gmail.com
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do didas cautelares em curso, no prazo máximo de 10
oferecimento da denúncia; (dez)
609.749.013-50 dias.
XIII - determinar a instauração de incidente de § 3º Os autos que compõem as matérias de
insanidade mental; competência do juiz das garantias ficarão acautela-
dos na secretaria desse juízo, à disposição do Mi-
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia nistério Público e da defesa, e não serão apensa-
ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; dos aos autos do processo enviados ao juiz da ins-
XV - assegurar prontamente, quando se fizer trução e julgamento, ressalvados os documentos
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao relativos às provas irrepetíveis, medidas de obten-
seu defensor de acesso a todos os elementos in- ção de provas ou de antecipação de provas, que
formativos e provas produzidos no âmbito da inves- deverão ser remetidos para apensamento em apar-
tigação criminal, salvo no que concerne, estrita- tado.
mente, às diligências em andamento; § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso
XVI - deferir pedido de admissão de assistente aos autos acautelados na secretaria do juízo das
técnico para acompanhar a produção da perícia; garantias.’
XVII - decidir sobre a homologação de acordo ‘Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
de não persecução penal ou os de colaboração praticar qualquer ato incluído nas competências
premiada, quando formalizados durante a investi- dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
gação; funcionar no processo.
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições Parágrafo único. Nas comarcas em que funci-
definidas no caput deste artigo. onar apenas um juiz, os tribunais criarão um sis-
§ 1º (VETADO). tema de rodízio de magistrados, a fim de atender
às disposições deste Capítulo.’
§ 1º O preso em flagrante ou por força de man-
dado de prisão provisória será encaminhado à pre- ‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
sença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e conforme as normas de organização judiciária da

159
União, dos Estados e do Distrito Federal, obser- nos locais em que ela não estiver instalada, a União
vando critérios objetivos a serem periodicamente ou a Unidade da Federação correspondente à res-
divulgados pelo respectivo tribunal.’ pectiva competência territorial do procedimento
‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegu- instaurado deverá disponibilizar profissional para
rar o cumprimento das regras para o tratamento acompanhamento e realização de todos os atos re-
dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qual- lacionados à defesa administrativa do investigado.
quer autoridade com órgãos da imprensa para ex- (Promulgação partes vetadas)
plorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob § 4º A indicação do profissional a que se refere
pena de responsabilidade civil, administrativa e pe- o § 3º deste artigo deverá ser precedida de mani-
nal. festação de que não existe defensor público lotado
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as na área territorial onde tramita o inquérito e com
autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oi- atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá
tenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre ser indicado profissional que não integre os qua-
a realização da prisão e a identidade do preso se- dros próprios da Administração. (Promulgação par-
rão, de modo padronizado e respeitada a progra- tes vetadas)
mação normativa aludida no caput deste artigo, § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria
transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade Pública, os custos com o patrocínio dos interesses
da persecução penal, o direito à informação e a dig- dos investigados nos procedimentos de que trata
nidade da pessoa submetida à prisão.’” este artigo correrão por conta do orçamento próprio
“Art. 14-A. Nos casos em que servidores vincu- da instituição a que este esteja vinculado à época
lados às instituições dispostas no art. 144 da Cons- da ocorrência dos fatos investigados. (Promulga-
tituição Federal figurarem como investigados em in- ção partes vetadas)
quéritos policiais, inquéritos policiais militares e de- § 6º As disposições constantes deste artigo se
mais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a aplicam
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE aos servidores militares vinculados às ins-
investigação de fatos relacionados ao uso da força tituições dispostas no art. 142 da Constituição Fe-
danielicoense@gmail.com
letal praticados no exercício profissional, de forma deral, desde que os fatos investigados digam res-
consumada ou tentada, incluindo as situações dis-
609.749.013-50
peito a missões para a Garantia da Lei e da Or-
postas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dem.”
dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado po- “Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito
derá constituir defensor. policial ou de quaisquer elementos informativos da
§ 1º Para os casos previstos no caput deste ar- mesma natureza, o órgão do Ministério Público co-
tigo, o investigado deverá ser citado da instauração municará à vítima, ao investigado e à autoridade
do procedimento investigatório, podendo constituir policial e encaminhará os autos para a instância de
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas revisão ministerial para fins de homologação, na
a contar do recebimento da citação. forma da lei.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste § 1º Se a vítima, ou seu representante legal,
artigo com ausência de nomeação de defensor pelo não concordar com o arquivamento do inquérito po-
investigado, a autoridade responsável pela investi- licial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do rece-
gação deverá intimar a instituição a que estava vin- bimento da comunicação, submeter a matéria à re-
culado o investigado à época da ocorrência dos fa- visão da instância competente do órgão ministerial,
tos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
horas, indique defensor para a representação do in- § 2º Nas ações penais relativas a crimes prati-
vestigado. cados em detrimento da União, Estados e Municí-
§ 3º (VETADO). pios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
§ 4º (VETADO). poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem
couber a sua representação judicial.” (NR)
§ 5º (VETADO).
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e
§ 3º Havendo necessidade de indicação de de- tendo o investigado confessado formal e circuns-
fensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa tancialmente a prática de infração penal sem vio-
caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, lência ou grave ameaça e com pena mínima inferior

160
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá pro- mulher por razões da condição de sexo feminino,
por acordo de não persecução penal, desde que em favor do agressor.
necessário e suficiente para reprovação e preven- § 3º O acordo de não persecução penal será
ção do crime, mediante as seguintes condições formalizado por escrito e será firmado pelo membro
ajustadas cumulativa e alternativamente: do Ministério Público, pelo investigado e por seu
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, defensor.
exceto na impossibilidade de fazê-lo; § 4º Para a homologação do acordo de não
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos persecução penal, será realizada audiência na qual
indicados pelo Ministério Público como instrumen- o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por
tos, produto ou proveito do crime; meio da oitiva do investigado na presença do seu
III - prestar serviço à comunidade ou a entida- defensor, e sua legalidade.
des públicas por período correspondente à pena § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insufici-
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois entes ou abusivas as condições dispostas no
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execu- acordo de não persecução penal, devolverá os au-
ção, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, tos ao Ministério Público para que seja reformulada
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a proposta de acordo, com concordância do inves-
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipu- tigado e seu defensor.
lada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, § 6º Homologado judicialmente o acordo de
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti- não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao
dade pública ou de interesse social, a ser indicada Ministério Público para que inicie sua execução pe-
pelo juízo da execução, que tenha, preferencial- rante o juízo de execução penal.
mente, como função proteger bens jurídicos iguais § 7º O juiz poderá recusar homologação à pro-
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo posta que não atender aos requisitos legais ou
delito; ou Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
quando não for realizada a adequação a que se re-
danielicoense@gmail.com
V - cumprir, por prazo determinado, outra con- fere o § 5º deste artigo.
609.749.013-50
dição indicada pelo Ministério Público, desde que § 8º Recusada a homologação, o juiz devol-
proporcional e compatível com a infração penal im- verá os autos ao Ministério Público para a análise
putada. da necessidade de complementação das investiga-
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ções ou o oferecimento da denúncia.
ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão § 9º A vítima será intimada da homologação do
consideradas as causas de aumento e diminuição acordo de não persecução penal e de seu descum-
aplicáveis ao caso concreto. primento.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se § 10. Descumpridas quaisquer das condições
aplica nas seguintes hipóteses: estipuladas no acordo de não persecução penal, o
I - se for cabível transação penal de competên- Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para
cia dos Juizados Especiais Criminais, nos termos fins de sua rescisão e posterior oferecimento de de-
da lei; núncia.
II - se o investigado for reincidente ou se hou- § 11. O descumprimento do acordo de não per-
ver elementos probatórios que indiquem conduta secução penal pelo investigado também poderá ser
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto utilizado pelo Ministério Público como justificativa
se insignificantes as infrações penais pretéritas; para o eventual não oferecimento de suspensão
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) condicional do processo.
anos anteriores ao cometimento da infração, em § 12. A celebração e o cumprimento do acordo
acordo de não persecução penal, transação penal de não persecução penal não constarão de certi-
ou suspensão condicional do processo; e dão de antecedentes criminais, exceto para os fins
IV - nos crimes praticados no âmbito de violên- previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
cia doméstica ou familiar, ou praticados contra a

161
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não provisório de registro e licenciamento em favor do
persecução penal, o juízo competente decretará a órgão público beneficiário, o qual estará isento do
extinção de punibilidade. pagamento de multas, encargos e tributos anterio-
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministé- res à disponibilização do bem para a sua utilização,
rio Público, em propor o acordo de não persecução que deverão ser cobrados de seu responsável.
penal, o investigado poderá requerer a remessa § 4º Transitada em julgado a sentença penal
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 condenatória com a decretação de perdimento dos
deste Código.” bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de
“Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência de-
as coisas apreendidas serão alienadas nos termos finitiva da propriedade ao órgão público beneficiário
do disposto no art. 133 deste Código. ao qual foi custodiado o bem.”

Parágrafo único. (Revogado).” (NR) “Art. 157............................................................

“Art. 124-A. Na hipótese de decretação de per- § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova
dimento de obras de arte ou de outros bens de re- declarada inadmissível não poderá proferir a sen-
levante valor cultural ou artístico, se o crime não ti- tença ou acórdão.” (NR)
ver vítima determinada, poderá haver destinação
dos bens a museus públicos.” “‘CAPÍTULO II
“Art. 133. Transitada em julgado a sentença DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CA-
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do DEIA DE
interessado ou do Ministério Público, determinará a
avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL’
perdimento tenha sido decretado. ..........................................................................
§ 1º Do dinheiro apurado, seráDaniel
recolhido aos
RIBEIRO ‘Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o
DE ANDRADE
cofres públicos o que não couber ao danielicoense@gmail.com
lesado ou a conjunto de todos os procedimentos utilizados para
terceiro de boa-fé. manter e documentar a história cronológica do ves-
609.749.013-50
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao tígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
previsão diversa em lei especial.” (NR) reconhecimento até o descarte.
“Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com
o interesse público, a utilização de bem seques- a preservação do local de crime ou com procedi-
trado, apreendido ou sujeito a qualquer medida as- mentos policiais ou periciais nos quais seja detec-
securatória pelos órgãos de segurança pública pre- tada a existência de vestígio.
vistos no art. 144 da Constituição Federal, do sis- § 2º O agente público que reconhecer um ele-
tema prisional, do sistema socioeducativo, da mento como de potencial interesse para a produ-
Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto ção da prova pericial fica responsável por sua pre-
Geral de Perícia, para o desempenho de suas ati- servação.
vidades.
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto,
§ 1º O órgão de segurança pública participante visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
das ações de investigação ou repressão da infra- relaciona à infração penal.’
ção penal que ensejou a constrição do bem terá pri-
‘Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende
oridade na sua utilização.
o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demons-
I - reconhecimento: ato de distinguir um ele-
trado o interesse público, o juiz poderá autorizar o
mento como de potencial interesse para a produ-
uso do bem pelos demais órgãos públicos.
ção da prova pericial;
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste
II - isolamento: ato de evitar que se altere o es-
artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz
tado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de
biente imediato, mediato e relacionado aos vestí-
registro e controle a expedição de certificado
gios e local de crime;

162
III - fixação: descrição detalhada do vestígio § 1º Todos vestígios coletados no decurso do
conforme se encontra no local de crime ou no corpo inquérito ou processo devem ser tratados como
de delito, e a sua posição na área de exames, po- descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia
dendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou oficial de natureza criminal responsável por deta-
croqui, sendo indispensável a sua descrição no lhar a forma do seu cumprimento.
laudo pericial produzido pelo perito responsável § 2º É proibida a entrada em locais isolados
pelo atendimento; bem como a remoção de quaisquer vestígios de lo-
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será cais de crime antes da liberação por parte do perito
submetido à análise pericial, respeitando suas ca- responsável, sendo tipificada como fraude proces-
racterísticas e natureza; sual a sua realização.’
V - acondicionamento: procedimento por meio ‘Art. 158-D. O recipiente para acondiciona-
do qual cada vestígio coletado é embalado de mento do vestígio será determinado pela natureza
forma individualizada, de acordo com suas carac- do material.
terísticas físicas, químicas e biológicas, para pos- § 1º Todos os recipientes deverão ser selados
terior análise, com anotação da data, hora e nome com lacres, com numeração individualizada, de
de quem realizou a coleta e o acondicionamento; forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de vestígio durante o transporte.
um local para o outro, utilizando as condições ade- § 2º O recipiente deverá individualizar o vestí-
quadas (embalagens, veículos, temperatura, entre gio, preservar suas características, impedir conta-
outras), de modo a garantir a manutenção de suas minação e vazamento, ter grau de resistência ade-
características originais, bem como o controle de quado e espaço para registro de informações sobre
sua posse; seu conteúdo.
VII - recebimento: ato formal de transferência § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo pe-
da posse do vestígio, que deve Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ser documentado rito que vai proceder à análise e, motivadamente,
danielicoense@gmail.com
com, no mínimo, informações referentes ao número por pessoa autorizada.
de procedimento e unidade de polícia judiciária re-
609.749.013-50
lacionada, local de origem, nome de quem trans- § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se
portou o vestígio, código de rastreamento, natureza fazer constar na ficha de acompanhamento de ves-
do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e tígio o nome e a matrícula do responsável, a data,
identificação de quem o recebeu; o local, a finalidade, bem como as informações re-
ferentes ao novo lacre utilizado.
VIII - processamento: exame pericial em si,
manipulação do vestígio de acordo com a metodo- § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado
logia adequada às suas características biológicas, no interior do novo recipiente.’
físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de- ‘Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalís-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo pro- tica deverão ter uma central de custódia destinada
duzido por perito; à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão
IX - armazenamento: procedimento referente à deve ser vinculada diretamente ao órgão central de
guarda, em condições adequadas, do material a perícia oficial de natureza criminal.
ser processado, guardado para realização de con- § 1º Toda central de custódia deve possuir os
traperícia, descartado ou transportado, com vincu- serviços de protocolo, com local para conferência,
lação ao número do laudo correspondente; recepção, devolução de materiais e documentos,
X - descarte: procedimento referente à libera- possibilitando a seleção, a classificação e a distri-
ção do vestígio, respeitando a legislação vigente e, buição de materiais, devendo ser um espaço se-
quando pertinente, mediante autorização judicial.’ guro e apresentar condições ambientais que não
interfiram nas características do vestígio.
‘Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser
realizada preferencialmente por perito oficial, que § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída
dará o encaminhamento necessário para a central de vestígio deverão ser protocoladas, consig-
de custódia, mesmo quando for necessária a reali- nando-se informações sobre a ocorrência no inqué-
zação de exames complementares. rito que a eles se relacionam.

163
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao Código, e o não cabimento da substituição por ou-
vestígio armazenado deverão ser identificadas e tra medida cautelar deverá ser justificado de forma
deverão ser registradas a data e a hora do acesso. fundamentada nos elementos presentes do caso
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio ar- concreto, de forma individualizada.” (NR)
mazenado, todas as ações deverão ser registra- “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
das, consignando-se a identificação do responsá- flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
vel pela tramitação, a destinação, a data e horário tada da autoridade judiciária competente, em de-
da ação.’ corrência de prisão cautelar ou em virtude de con-
‘Art. 158-F. Após a realização da perícia, o ma- denação criminal transitada em julgado.
terial deverá ser devolvido à central de custódia, ..........................................................................
devendo nela permanecer. .............................. ”(NR)
Parágrafo único. Caso a central de custódia “Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta
não possua espaço ou condições de armazenar de- de exibição do mandado não obstará a prisão, e o
terminado material, deverá a autoridade policial ou preso, em tal caso, será imediatamente apresen-
judiciária determinar as condições de depósito do tado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a
referido material em local diverso, mediante reque- realização de audiência de custódia.” (NR)
rimento do diretor do órgão central de perícia oficial “Art. 310. Após receber o auto de prisão em fla-
de natureza criminal.’ grante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
“Art. 282............................................................ horas após a realização da prisão, o juiz deverá
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas promover audiência de custódia com a presença do
pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no acusado, seu advogado constituído ou membro da
curso da investigação criminal, por representação Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú-
da autoridade policial ou mediante requerimento do blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamen-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
tadamente:
Ministério Público.
danielicoense@gmail.com
.................................................................................
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de
609.749.013-50
perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
pedido de medida cautelar, determinará a intima- flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
ção da parte contrária, para se manifestar no prazo das condições constantes dos incisos I, II ou III do
de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do reque- caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
rimento e das peças necessárias, permanecendo dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, funda-
os autos em juízo, e os casos de urgência ou de mentadamente, conceder ao acusado liberdade
perigo deverão ser justificados e fundamentados provisória, mediante termo de comparecimento
em decisão que contenha elementos do caso con- obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
creto que justifiquem essa medida excepcional. de revogação.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer § 2º Se o juiz verificar que o agente é reinci-
das obrigações impostas, o juiz, mediante requeri- dente ou que integra organização criminosa ar-
mento do Ministério Público, de seu assistente ou mada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso
do querelante, poderá substituir a medida, impor restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com
outra em cumulação, ou, em último caso, decretar ou sem medidas cautelares.
a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único § 3º A autoridade que deu causa, sem motiva-
do art. 312 deste Código. ção idônea, à não realização da audiência de cus-
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das tódia no prazo estabelecido no caput deste artigo
partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la responderá administrativa, civil e penalmente pela
quando verificar a falta de motivo para que sub- omissão.
sista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas
razões que a justifiquem. após o decurso do prazo estabelecido no caput
§ 6º A prisão preventiva somente será determi- deste artigo, a não realização de audiência de cus-
nada quando não for cabível a sua substituição por tódia sem motivação idônea ensejará também a ile-
outra medida cautelar, observado o art. 319 deste galidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade

164
competente, sem prejuízo da possibilidade de ime- IV - não enfrentar todos os argumentos dedu-
diata decretação de prisão preventiva.” (NR) zidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação conclusão adotada pelo julgador;
policial ou do processo penal, caberá a prisão pre- V - limitar-se a invocar precedente ou enunci-
ventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Mi- ado de súmula, sem identificar seus fundamentos
nistério Público, do querelante ou do assistente, ou determinantes nem demonstrar que o caso sob jul-
por representação da autoridade policial.” (NR) gamento se ajusta àqueles fundamentos;
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser de- VI - deixar de seguir enunciado de súmula, ju-
cretada como garantia da ordem pública, da ordem risprudência ou precedente invocado pela parte,
econômica, por conveniência da instrução criminal sem demonstrar a existência de distinção no caso
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando em julgamento ou a superação do entendimento.”
houver prova da existência do crime e indício sufi- (NR)
ciente de autoria e de perigo gerado pelo estado de “Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido
liberdade do imputado. das partes, revogar a prisão preventiva se, no cor-
§ 1º ................................................................... rer da investigação ou do processo, verificar a falta
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva de motivo para que ela subsista, bem como nova-
deve ser motivada e fundamentada em receio de mente decretá-la, se sobrevierem razões que a jus-
perigo e existência concreta de fatos novos ou con- tifiquem.
temporâneos que justifiquem a aplicação da me- Parágrafo único. Decretada a prisão preven-
dida adotada.” (NR) tiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
“Art. 313. ......................................................... necessidade de sua manutenção a cada 90 (no-
venta) dias, mediante decisão fundamentada, de
§ 1º .................................................................. ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.” (NR)
Daniel da
§ 2º Não será admitida a decretação RIBEIRO
prisão DE ANDRADE
“Art. 492............................................................
danielicoense@gmail.com
preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência609.749.013-50
imedi- I-
ata de investigação criminal ou da apresentação ou e) mandará o acusado recolher-se ou reco-
recebimento de denúncia.” (NR) mendá-lo-á à prisão em que se encontra, se pre-
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou sentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no
denegar a prisão preventiva será sempre motivada caso de condenação a uma pena igual ou superior
e fundamentada. a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a exe-
cução provisória das penas, com expedição do
§ 1º Na motivação da decretação da prisão mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz de- conhecimento de recursos que vierem a ser inter-
verá indicar concretamente a existência de fatos postos;
novos ou contemporâneos que justifiquem a aplica-
ção da medida adotada. .................................................................................

§ 2º Não se considera fundamentada qualquer § 3º O presidente poderá, excepcionalmente,


decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou deixar de autorizar a execução provisória das pe-
acórdão, que: nas de que trata a alínea e do inciso I do caput
deste artigo, se houver questão substancial cuja re-
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à pa- solução pelo tribunal ao qual competir o julgamento
ráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação possa plausivelmente levar à revisão da condena-
com a causa ou a questão decidida; ção.
II - empregar conceitos jurídicos indetermina- § 4º A apelação interposta contra decisão con-
dos, sem explicar o motivo concreto de sua incidên- denatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou
cia no caso; superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá
III - invocar motivos que se prestariam a justifi- efeito suspensivo.
car qualquer outra decisão; § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atri-
buir efeito suspensivo à apelação de que trata o §

165
4º deste artigo, quando verificado cumulativamente § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados
que o recurso: genéticos o acesso aos seus dados constantes nos
I - não tem propósito meramente protelatório; e bancos de perfis genéticos, bem como a todos os
documentos da cadeia de custódia que gerou esse
II - levanta questão substancial e que pode re- dado, de maneira que possa ser contraditado pela
sultar em absolvição, anulação da sentença, novo defesa.
julgamento ou redução da pena para patamar infe-
rior a 15 (quinze) anos de reclusão. § 4º O condenado pelos crimes previstos no
caput deste artigo que não tiver sido submetido à
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspen- identificação do perfil genético por ocasião do in-
sivo poderá ser feito incidentemente na apelação gresso no estabelecimento prisional deverá ser
ou por meio de petição em separado dirigida dire- submetido ao procedimento durante o cumpri-
tamente ao relator, instruída com cópias da sen- mento da pena.
tença condenatória, das razões da apelação e de
prova da tempestividade, das contrarrazões e das § 5º (VETADO).
demais peças necessárias à compreensão da con- § 6º (VETADO).
trovérsia.” (NR) § 7º (VETADO).
“Art. 564............................................................ § 5º A amostra biológica coletada só poderá
V - em decorrência de decisão carente de fun- ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir
damentação. ” (NR) a identificação pelo perfil genético, não estando au-
“Art. 581............................................................ torizadas as práticas de fenotipagem genética ou
de busca familiar. (Promulgação partes vetadas)
XXV - que recusar homologação à proposta de
acordo de não persecução penal, previsto no art. § 6º Uma vez identificado o perfil genético, a
28-A desta Lei.” (NR) amostra biológica recolhida nos termos do caput
Daniel RIBEIRO DE deste artigo deverá ser correta e imediatamente
ANDRADE
“Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso descartada, de maneira a impedir a sua utilização
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especial serão processados e julgados no Supremo para qualquer outro fim. (Promulgação partes
609.749.013-50
Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça vetadas)
na forma estabelecida por leis especiais, pela lei
processual civil e pelos respectivos regimentos in- § 7º A coleta da amostra biológica e a elabora-
ternos.” (NR) ção do respectivo laudo serão realizadas por perito
oficial. (Promulgação partes vetadas)
Art. 4º A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
§ 8º Constitui falta grave a recusa do conde-
(Lei de Execução Penal), passa a vigorar com as nado em submeter-se ao procedimento de identifi-
seguintes alterações: cação do perfil genético.” (NR)
“Art. 9º-A. (VETADO). “Art. 50..............................................................
‘Art. 9º-A. O condenado por crime doloso prati- VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
cado com violência grave contra a pessoa, bem identificação do perfil genético. ” (NR)
como por crime contra a vida, contra a liberdade
sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será “Art. 52. A prática de fato previsto como crime
submetido, obrigatoriamente, à identificação do doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
perfil genético, mediante extração de DNA (ácido subversão da ordem ou disciplina internas, sujei-
desoxirribonucleico), por técnica adequada e indo- tará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
lor, por ocasião do ingresso no estabelecimento pri- estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao re-
sional. (Promulgação partes vetadas) gime disciplinar diferenciado, com as seguintes ca-
racterísticas:
.................................................................................
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar prejuízo de repetição da sanção por nova falta
garantias mínimas de proteção de dados genéticos, grave de mesma espécie;
observando as melhores práticas da genética fo-
rense. II - recolhimento em cela individual;

166
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por II - mantém os vínculos com organização crimi-
vez, a serem realizadas em instalações equipadas nosa, associação criminosa ou milícia privada, con-
para impedir o contato físico e a passagem de ob- siderados também o perfil criminal e a função de-
jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, sempenhada por ele no grupo criminoso, a opera-
autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) ção duradoura do grupo, a superveniência de no-
horas; vos processos criminais e os resultados do trata-
IV - direito do preso à saída da cela por 2 mento penitenciário.
(duas) horas diárias para banho de sol, em grupos § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo,
de até 4 (quatro) presos, desde que não haja con- o regime disciplinar diferenciado deverá contar com
tato com presos do mesmo grupo criminoso; alta segurança interna e externa, principalmente no
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto que diz respeito à necessidade de se evitar contato
aquelas com seu defensor, em instalações equipa- do preso com membros de sua organização crimi-
das para impedir o contato físico e a passagem de nosa, associação criminosa ou milícia privada, ou
objetos, salvo expressa autorização judicial em de grupos rivais.
contrário; § 6º A visita de que trata o inciso III do caput
VI - fiscalização do conteúdo da correspondên- deste artigo será gravada em sistema de áudio ou
cia; de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fisca-
lizada por agente penitenciário.
VII - participação em audiências judiciais pre-
ferencialmente por videoconferência, garantindo- § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de re-
se a participação do defensor no mesmo ambiente gime disciplinar diferenciado, o preso que não re-
do preso. ceber a visita de que trata o inciso III do caput deste
artigo poderá, após prévio agendamento, ter con-
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também tato telefônico, que será gravado, com uma pessoa
será aplicado aos presos provisórios ou condena-
Daniel RIBEIRO DEdaANDRADE
família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
dos, nacionais ou estrangeiros: minutos.” (NR)
danielicoense@gmail.com
I - que apresentem alto risco para a ordem e a
609.749.013-50“Art. 112. A pena privativa de liberdade será
segurança do estabelecimento penal ou da socie- executada em forma progressiva com a transferên-
dade; cia para regime menos rigoroso, a ser determinada
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
de envolvimento ou participação, a qualquer título, I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o
em organização criminosa, associação criminosa apenado for primário e o crime tiver sido cometido
ou milícia privada, independentemente da prática sem violência à pessoa ou grave ameaça;
de falta grave.
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o ape-
§ 2º (Revogado). nado for reincidente em crime cometido sem violên-
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce cia à pessoa ou grave ameaça;
liderança em organização criminosa, associação III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federa- com violência à pessoa ou grave ameaça;
ção, o regime disciplinar diferenciado será obriga-
toriamente cumprido em estabelecimento prisional IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o ape-
federal. nado for reincidente em crime cometido com violên-
cia à pessoa ou grave ameaça;
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o
regime disciplinar diferenciado poderá ser prorro- V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o
gado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, apenado for condenado pela prática de crime hedi-
existindo indícios de que o preso: ondo ou equiparado, se for primário;

I - continua apresentando alto risco para a or- VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o
dem e a segurança do estabelecimento penal de apenado for:
origem ou da sociedade;

167
a) condenado pela prática de crime hediondo §1º....................................................................
ou equiparado, com resultado morte, se for primá- § 2º Não terá direito à saída temporária a que
rio, vedado o livramento condicional; se refere o caput deste artigo o condenado que
b) condenado por exercer o comando, indivi- cumpre pena por praticar crime hediondo com re-
dual ou coletivo, de organização criminosa estrutu- sultado morte.” (NR)
rada para a prática de crime hediondo ou equipa-
Art. 5º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho
rado; ou
de 1990, passa a vigorar com as seguintes altera-
c) condenado pela prática do crime de consti- ções:
tuição de milícia privada;
“Art. 1º ..............................................................
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o
apenado for reincidente na prática de crime hedi- I - homicídio (art. 121), quando praticado em
ondo ou equiparado; atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);
apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livra- .................................................................................
mento condicional. II - roubo:
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá di- a) circunstanciado pela restrição de liberdade
reito à progressão de regime se ostentar boa con- da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
duta carcerária, comprovada pelo diretor do esta- b) circunstanciado pelo emprego de arma de
belecimento, respeitadas as normas que vedam a fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
progressão. arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
§ 2º A decisão do juiz que determinar a pro- 2º-B);
gressão de regime será sempre motivada Daniel e prece-
RIBEIRO DE ANDRADEc) qualificado pelo resultado lesão corporal
dida de manifestação do Ministério Público e do de-
danielicoense@gmail.com
grave ou morte (art. 157, § 3º);
fensor, procedimento que também será adotado na
609.749.013-50 III - extorsão qualificada pela restrição da liber-
concessão de livramento condicional, indulto e co-
mutação de penas, respeitados os prazos previstos dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
nas normas vigentes. morte (art. 158, § 3º);
................................................................................. .................................................................................
§ 5º Não se considera hediondo ou equipa- IX - furto qualificado pelo emprego de explo-
rado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de sivo ou de artefato análogo que cause perigo co-
drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, mum (art. 155, § 4º-A).
de 23 de agosto de 2006. Parágrafo único. Consideram-se também hedi-
§ 6º O cometimento de falta grave durante a ondos, tentados ou consumados:
execução da pena privativa de liberdade inter- I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º,
rompe o prazo para a obtenção da progressão no 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá
como base a pena remanescente. II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº
§ 7º (VETADO).” (NR)
10.826, de 22 de dezembro de 2003;
§ 7º O bom comportamento é readquirido após
III - o crime de comércio ilegal de armas de
1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
cumprimento do requisito temporal exigível para a
dezembro de 2003;
obtenção do direito.’ (NR)” (Promulgação partes
vetadas) IV - o crime de tráfico internacional de arma de
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
“Art. 122............................................................

168
V - o crime de organização criminosa, quando necessária, por meio de operação policial disfar-
direcionado à prática de crime hediondo ou equipa- çada ou no período noturno, exceto na casa, nos
rado.” (NR) termos do inciso XI do caput do art. 5º da Constitui-
ção Federal. (Promulgação partes vetadas)
Art. 6º A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
passa a vigorar com as seguintes alterações: § 3º A captação ambiental não poderá exceder
o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão
“Art. 17.............................................................. judicial por iguais períodos, se comprovada a indis-
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem pensabilidade do meio de prova e quando presente
a celebração de acordo de não persecução cível, atividade criminal permanente, habitual ou continu-
nos termos desta Lei. ada.
................................................................................. § 4º (VETADO).
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução § 4º A captação ambiental feita por um dos in-
consensual, poderão as partes requerer ao juiz a terlocutores sem o prévio conhecimento da autori-
interrupção do prazo para a contestação, por prazo dade policial ou do Ministério Público poderá ser
não superior a 90 (noventa) dias. utilizada, em matéria de defesa, quando demons-
.......................................................................” (NR) trada a integridade da gravação. (Promulgação
partes vetadas)
“Art. 17-A. (VETADO):
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação
I - (VETADO); ambiental as regras previstas na legislação especí-
II - (VETADO); fica para a interceptação telefônica e telemática.”
III - (VETADO). “Art. 10-A. Realizar captação ambiental de si-
nais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para in-
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO). Daniel RIBEIRO DEvestigação
ANDRADE ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida:
danielicoense@gmail.com
§ 3º (VETADO).
609.749.013-50Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
§ 4º (VETADO). e multa.
§ 5º (VETADO).” § 1º Não há crime se a captação é realizada
por um dos interlocutores.
Art. 7º A Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996,
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcio-
passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 8º-A
nário público que descumprir determinação de si-
e 10-A:
gilo das investigações que envolvam a captação
“Art. 8º-A. Para investigação ou instrução cri- ambiental ou revelar o conteúdo das gravações en-
minal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requeri- quanto mantido o sigilo judicial.”
mento da autoridade policial ou do Ministério Pú-
blico, a captação ambiental de sinais eletromagné- Art. 8º O art. 1º da Lei nº 9.613, de 3 de março
ticos, ópticos ou acústicos, quando: de 1998, passa a vigorar acrescido do seguinte §
6º:
I - a prova não puder ser feita por outros meios
disponíveis e igualmente eficazes; e “Art. 1º ..............................................................
II - houver elementos probatórios razoáveis de § 6º Para a apuração do crime de que trata
autoria e participação em infrações criminais cujas este artigo, admite-se a utilização da ação contro-
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos lada e da infiltração de agentes.” (NR)
ou em infrações penais conexas. Art. 9º A Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
§ 1º O requerimento deverá descrever circuns- 2003, passa a vigorar com as seguintes alterações:
tanciadamente o local e a forma de instalação do “Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, forne-
dispositivo de captação ambiental. cer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
§ 2º (VETADO). ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, em-
§ 2º A instalação do dispositivo de captação pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
ambiental poderá ser realizada, quando fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem

169
autorização e em desacordo com determinação le- crimes, para subsidiar ações destinadas às apura-
gal ou regulamentar: ções criminais federais, estaduais e distritais.
................................................................................. § 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
§ 1º ................................................................... gerido pela unidade oficial de perícia criminal.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § § 4º Os dados constantes do Banco Nacional


1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 que permitir ou promover sua utilização para fins
(doze) anos.” (NR) diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão ju-
dicial responderá civil, penal e administrativa-
“Art. 17. ........................................................... mente.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, § 5º É vedada a comercialização, total ou par-
e multa. cial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis
§ 1º ................................................................... Balísticos.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem Nacional de Perfis Balísticos serão regulamenta-
autorização ou em desacordo com a determinação dos em ato do Poder Executivo federal.”
legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, Art. 10. O § 1º do art. 33 da Lei nº 11.343, de
quando presentes elementos probatórios razoáveis
23 de agosto de 2006, passa a vigorar acrescido do
de conduta criminal preexistente.” (NR)
seguinte inciso IV:
“Art. 18. ............................................................
“Art. 33. ............................................................
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)
§ 1º ...................................................................
anos, e multa.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
insumo
danielicoense@gmail.com ou produto químico destinado à preparação
vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
de drogas, sem autorização ou em desacordo com
nição, em operação de importação, sem autoriza- 609.749.013-50
a determinação legal ou regulamentar, a agente po-
ção da autoridade competente, a agente policial
licial disfarçado, quando presentes elementos pro-
disfarçado, quando presentes elementos probató-
batórios razoáveis de conduta criminal preexis-
rios razoáveis de conduta criminal preexistente.”
tente.
(NR)
.......................................................................” (NR)
“Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se: Art. 11. A Lei nº 11.671, de 8 de maio de
I - forem praticados por integrante dos órgãos 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:
e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; “Art. 2º ..............................................................
ou
Parágrafo único. O juízo federal de execução
II - o agente for reincidente específico em cri- penal será competente para as ações de natureza
mes dessa natureza.” (NR) penal que tenham por objeto fatos ou incidentes re-
“Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de lacionados à execução da pena ou infrações penais
registros balísticos serão armazenados no Banco ocorridas no estabelecimento penal federal.” (NR)
Nacional de Perfis Balísticos. “Art. 3º Serão incluídos em estabelecimentos
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem penais federais de segurança máxima aqueles para
como objetivo cadastrar armas de fogo e armaze- quem a medida se justifique no interesse da segu-
nar características de classe e individualizadoras rança pública ou do próprio preso, condenado ou
de projéteis e de estojos de munição deflagrados provisório.
por arma de fogo. § 1º A inclusão em estabelecimento penal fe-
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será deral de segurança máxima, no atendimento do in-
constituído pelos registros de elementos de muni- teresse da segurança pública, será em regime fe-
ção deflagrados por armas de fogo relacionados a chado de segurança máxima, com as seguintes ca-
racterísticas:

170
I - recolhimento em cela individual; segurança máxima, ou adaptar os já existentes,
II - visita do cônjuge, do companheiro, de pa- aos quais será aplicável, no que couber, o disposto
rentes e de amigos somente em dias determinados, nesta Lei.”
por meio virtual ou no parlatório, com o máximo de Art. 12. A Lei nº 12.037, de 1º de outubro de
2 (duas) pessoas por vez, além de eventuais crian- 2009, passa a vigorar com as seguintes alterações:
ças, separados por vidro e comunicação por meio
de interfone, com filmagem e gravações; “Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos
bancos de dados ocorrerá:
III - banho de sol de até 2 (duas) horas diárias;
e I - no caso de absolvição do acusado; ou

IV - monitoramento de todos os meios de co- II - no caso de condenação do acusado, medi-


municação, inclusive de correspondência escrita. ante requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos
do cumprimento da pena.” (NR)
§ 2º Os estabelecimentos penais federais de
segurança máxima deverão dispor de monitora- “Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Minis-
mento de áudio e vídeo no parlatório e nas áreas tério da Justiça e Segurança Pública, do Banco Na-
comuns, para fins de preservação da ordem interna cional Multibiométrico e de Impressões Digitais.
e da segurança pública, vedado seu uso nas celas § 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
e no atendimento advocatício, salvo expressa au- Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais
torização judicial em contrário. serão regulamentados em ato do Poder Executivo
§ 3º As gravações das visitas não poderão ser federal.
utilizadas como meio de prova de infrações penais § 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Im-
pretéritas ao ingresso do preso no estabeleci- pressões Digitais tem como objetivo armazenar da-
mento. dos de registros biométricos, de impressões digitais
§ 4º Os diretores dos estabelecimentos penais DEe,ANDRADE
Daniel RIBEIRO quando possível, de íris, face e voz, para subsi-
diar investigações criminais federais, estaduais ou
federais de segurança máxima ou odanielicoense@gmail.com
Diretor do Sis-
tema Penitenciário Federal poderão suspender e distritais.
609.749.013-50
restringir o direito de visitas previsto no inciso II do § 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Im-
§ 1º deste artigo por meio de ato fundamentado. pressões Digitais será integrado pelos registros bi-
§ 5º Configura o crime do art. 325 do Decreto- ométricos, de impressões digitais, de íris, face e
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código voz colhidos em investigações criminais ou por
Penal), a violação ao disposto no § 2º deste artigo.” ocasião da identificação criminal.
(NR) § 4º Poderão ser colhidos os registros biomé-
“Art. 10. ........................................................... tricos, de impressões digitais, de íris, face e voz dos
presos provisórios ou definitivos quando não tive-
§ 1º O período de permanência será de até 3 rem sido extraídos por ocasião da identificação cri-
(três) anos, renovável por iguais períodos, quando minal.
solicitado motivadamente pelo juízo de origem, ob-
servados os requisitos da transferência, e se per- § 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multi-
sistirem os motivos que a determinaram. biométrico e de Impressões Digitais, ou com ele in-
teroperar, os dados de registros constantes em
......................................................................” (NR) quaisquer bancos de dados geridos por órgãos dos
“Art. 11-A. As decisões relativas à transferên- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das es-
cia ou à prorrogação da permanência do preso em feras federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tri-
estabelecimento penal federal de segurança má- bunal Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identi-
xima, à concessão ou à denegação de benefícios ficação Civil.
prisionais ou à imposição de sanções ao preso fe- § 6º No caso de bancos de dados de identifica-
deral poderão ser tomadas por órgão colegiado de ção de natureza civil, administrativa ou eleitoral, a
juízes, na forma das normas de organização in- integração ou o compartilhamento dos registros do
terna dos tribunais.” Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
“Art. 11-B. Os Estados e o Distrito Federal po- Digitais será limitado às impressões digitais e às
derão construir estabelecimentos penais de

171
informações necessárias para identificação do seu estabelecimento prisional de segurança máxima ou
titular. para regime disciplinar diferenciado.
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados § 2º Ao receber, segundo as regras normais de
de registros multibiométricos constantes de outros distribuição, processos ou procedimentos que te-
bancos de dados com o Banco Nacional Multibio- nham por objeto os crimes mencionados no caput
métrico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio deste artigo, o juiz deverá declinar da competência
de acordo ou convênio com a unidade gestora. e remeter os autos, em qualquer fase em que se
§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional encontrem, à Vara Criminal Colegiada de sua Cir-
Multibiométrico e de Impressões Digitais terão ca- cunscrição ou Seção Judiciária.
ráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover § 3º Feita a remessa mencionada no § 2º deste
sua utilização para fins diversos dos previstos artigo, a Vara Criminal Colegiada terá competência
nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, para todos os atos processuais posteriores, inclu-
penal e administrativamente. indo os da fase de execução.”
§ 9º As informações obtidas a partir da coinci- Art. 14. A Lei nº 12.850, de 2 de agosto de
dência de registros biométricos relacionados a cri- 2013, passa a vigorar com as seguintes alterações:
mes deverão ser consignadas em laudo pericial fir-
mado por perito oficial habilitado. “Art.2º ...............................................................

§ 10. É vedada a comercialização, total ou par- § 8º As lideranças de organizações criminosas


cial, da base de dados do Banco Nacional Multibi- armadas ou que tenham armas à disposição deve-
ométrico e de Impressões Digitais. rão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima.
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Pú-
blico poderão requerer ao juiz competente, no caso § 9º O condenado expressamente em sen-
de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso tença por integrar organização criminosa ou por
Daniel RIBEIRO DE crimeANDRADE
praticado por meio de organização criminosa
ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-
sões Digitais.” danielicoense@gmail.com
não poderá progredir de regime de cumprimento de
pena ou obter livramento condicional ou outros be-
609.749.013-50
Art. 13. A Lei nº 12.694, de 24 de julho de nefícios prisionais se houver elementos probatórios
2012, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 1º- que indiquem a manutenção do vínculo associa-
A: tivo.” (NR)
“Art. 1º-A. Os Tribunais de Justiça e os Tribu- “‘Seção I
nais Regionais Federais poderão instalar, nas co- Da Colaboração Premiada’
marcas sedes de Circunscrição ou Seção Judiciá-
ria, mediante resolução, Varas Criminais Colegia- ‘Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada
das com competência para o processo e julga- é negócio jurídico processual e meio de obtenção
mento: de prova, que pressupõe utilidade e interesse pú-
blicos.’
I - de crimes de pertinência a organizações cri-
minosas armadas ou que tenham armas à disposi- ‘Art. 3º-B. O recebimento da proposta para for-
ção; malização de acordo de colaboração demarca o iní-
cio das negociações e constitui também marco de
II - do crime do art. 288-A do Decreto-Lei nº confidencialidade, configurando violação de sigilo e
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de
e tais tratativas iniciais ou de documento que as for-
III - das infrações penais conexas aos crimes a malize, até o levantamento de sigilo por decisão ju-
que se referem os incisos I e II do caput deste ar- dicial.
tigo. § 1º A proposta de acordo de colaboração pre-
§ 1º As Varas Criminais Colegiadas terão com- miada poderá ser sumariamente indeferida, com a
petência para todos os atos jurisdicionais no decor- devida justificativa, cientificando-se o interessado.
rer da investigação, da ação penal e da execução § 2º Caso não haja indeferimento sumário, as
da pena, inclusive a transferência do preso para partes deverão firmar Termo de Confidencialidade
para prosseguimento das tratativas, o que vinculará

172
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o § 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste ar-
indeferimento posterior sem justa causa. tigo, o Ministério Público poderá deixar de oferecer
§ 3º O recebimento de proposta de colabora- denúncia se a proposta de acordo de colaboração
ção para análise ou o Termo de Confidencialidade referir-se a infração de cuja existência não tenha
não implica, por si só, a suspensão da investiga- prévio conhecimento e o colaborador:
ção, ressalvado acordo em contrário quanto à pro- .................................................................................
positura de medidas processuais penais cautelares § 4º-A. Considera-se existente o conhecimento
e assecuratórias, bem como medidas processuais prévio da infração quando o Ministério Público ou a
cíveis admitidas pela legislação processual civil em autoridade policial competente tenha instaurado in-
vigor. quérito ou procedimento investigatório para apura-
§ 4º O acordo de colaboração premiada po- ção dos fatos apresentados pelo colaborador.
derá ser precedido de instrução, quando houver ne- .................................................................................
cessidade de identificação ou complementação de
seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurí- § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
dica, relevância, utilidade e interesse público. artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o res-
pectivo termo, as declarações do colaborador e có-
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de pia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosa-
colaboração e de confidencialidade serão elabora- mente o colaborador, acompanhado de seu defen-
dos pelo celebrante e assinados por ele, pelo cola- sor, oportunidade em que analisará os seguintes
borador e pelo advogado ou defensor público com aspectos na homologação:
poderes específicos.
I - regularidade e legalidade;
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo
por iniciativa do celebrante, esse não poderá se va- II - adequação dos benefícios pactuados àque-
ler de nenhuma das informações ou provas apre- les previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo,
Danielpara
sentadas pelo colaborador, de boa-fé, qual- DEsendo
RIBEIRO ANDRADE nulas as cláusulas que violem o critério de
quer outra finalidade.’ definição
danielicoense@gmail.com do regime inicial de cumprimento de pena
do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem-
609.749.013-50
‘Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada bro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um
deve estar instruída com procuração do interes- dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº
sado com poderes específicos para iniciar o proce- 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Pe-
dimento de colaboração e suas tratativas, ou fir- nal) e os requisitos de progressão de regime não
mada pessoalmente pela parte que pretende a co- abrangidos pelo § 5º deste artigo;
laboração e seu advogado ou defensor público.
III - adequação dos resultados da colaboração
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração pre- aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II,
miada deve ser realizada sem a presença de advo- III, IV e V do caput deste artigo;
gado constituído ou defensor público.
IV - voluntariedade da manifestação de von-
§ 2º Em caso de eventual conflito de interes- tade, especialmente nos casos em que o colabora-
ses, ou de colaborador hipossuficiente, o cele- dor está ou esteve sob efeito de medidas cautela-
brante deverá solicitar a presença de outro advo- res.
gado ou a participação de defensor público.
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à aná-
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o co- lise fundamentada do mérito da denúncia, do per-
laborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os dão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
quais concorreu e que tenham relação direta com pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
os fatos investigados. dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro-
colaboração e os anexos com os fatos adequada- cesso Penal), antes de conceder os benefícios pac-
mente descritos, com todas as suas circunstâncias, tuados, exceto quando o acordo prever o não ofe-
indicando as provas e os elementos de corrobora- recimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
ção.’ deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
‘Art.4º................................................................

173
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões do caput do art. 10, na internet, com o fim de inves-
de renúncia ao direito de impugnar a decisão ho- tigar os crimes previstos nesta Lei e a eles cone-
mologatória. xos, praticados por organizações criminosas,
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da desde que demonstrada sua necessidade e indica-
proposta que não atender aos requisitos legais, de- dos o alcance das tarefas dos policiais, os nomes
volvendo-a às partes para as adequações neces- ou apelidos das pessoas investigadas e, quando
sárias. possível, os dados de conexão ou cadastrais que
permitam a identificação dessas pessoas.
.................................................................................
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consi-
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve- deram-se:
se garantir ao réu delatado a oportunidade de ma-
nifestar-se após o decurso do prazo concedido ao I - dados de conexão: informações referentes
réu que o delatou. a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de ori-
................................................................................. gem da conexão;
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de II - dados cadastrais: informações referentes a
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recur- nome e endereço de assinante ou de usuário regis-
sos de gravação magnética, estenotipia, digital ou trado ou autenticado para a conexão a quem ende-
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a reço de IP, identificação de usuário ou código de
obter maior fidelidade das informações, garantindo- acesso tenha sido atribuído no momento da cone-
se a disponibilização de cópia do material ao cola- xão.
borador.
§ 2º Na hipótese de representação do dele-
................................................................................. gado de polícia, o juiz competente, antes de decidir,
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será ouvirá o Ministério Público.
Danielapenas
decretada ou proferida com fundamento RIBEIRO DE ANDRADE
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indí-
nas declarações do colaborador: danielicoense@gmail.com
cios de infração penal de que trata o art. 1º desta
I - medidas cautelares reais ou pessoais; 609.749.013-50
Lei e se as provas não puderem ser produzidas por
outros meios disponíveis.
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de
III - sentença condenatória.
até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais re-
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescin- novações, mediante ordem judicial fundamentada
dido em caso de omissão dolosa sobre os fatos ob- e desde que o total não exceda a 720 (setecentos
jeto da colaboração. e vinte) dias e seja comprovada sua necessidade.
§ 18. O acordo de colaboração premiada pres- § 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo,
supõe que o colaborador cesse o envolvimento em o relatório circunstanciado, juntamente com todos
conduta ilícita relacionada ao objeto da colabora- os atos eletrônicos praticados durante a operação,
ção, sob pena de rescisão.’ (NR) deverão ser registrados, gravados, armazenados e
‘Art.5º................................................................ apresentados ao juiz competente, que imediata-
mente cientificará o Ministério Público.
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em esta-
belecimento penal diverso dos demais corréus ou § 6º No curso do inquérito policial, o delegado
condenados.’ (NR) de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o
Ministério Público e o juiz competente poderão re-
‘Art.7º................................................................ quisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os infiltração.
depoimentos do colaborador serão mantidos em si- § 7º É nula a prova obtida sem a observância
gilo até o recebimento da denúncia ou da queixa- do disposto neste artigo.”
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua
publicidade em qualquer hipótese.’ (NR)” “Art. 10-B. As informações da operação de in-
filtração serão encaminhadas diretamente ao juiz
“Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de responsável pela autorização da medida, que ze-
polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos lará por seu sigilo.

174
Parágrafo único. Antes da conclusão da opera- “Art. 4º-B. O informante terá direito à preserva-
ção, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao ção de sua identidade, a qual apenas será revelada
Ministério Público e ao delegado de polícia respon- em caso de relevante interesse público ou inte-
sável pela operação, com o objetivo de garantir o resse concreto para a apuração dos fatos.
sigilo das investigações.” Parágrafo único. A revelação da identidade so-
“Art. 10-C. Não comete crime o policial que mente será efetivada mediante comunicação pré-
oculta a sua identidade para, por meio da internet, via ao informante e com sua concordância formal.”
colher indícios de autoria e materialidade dos cri- “Art. 4º-C. Além das medidas de proteção pre-
mes previstos no art. 1º desta Lei. vistas na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, será
Parágrafo único. O agente policial infiltrado assegurada ao informante proteção contra ações
que deixar de observar a estrita finalidade da inves- ou omissões praticadas em retaliação ao exercício
tigação responderá pelos excessos praticados.” do direito de relatar, tais como demissão arbitrária,
“Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os alteração injustificada de funções ou atribuições,
atos eletrônicos praticados durante a operação de- imposição de sanções, de prejuízos remunerató-
verão ser registrados, gravados, armazenados e rios ou materiais de qualquer espécie, retirada de
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun- benefícios, diretos ou indiretos, ou negativa de for-
tamente com relatório circunstanciado. necimento de referências profissionais positivas.

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registra- § 1º A prática de ações ou omissões de retali-


dos citados no caput deste artigo serão reunidos ação ao informante configurará falta disciplinar
em autos apartados e apensados ao processo cri- grave e sujeitará o agente à demissão a bem do
minal juntamente com o inquérito policial, assegu- serviço público.
rando-se a preservação da identidade do agente § 2º O informante será ressarcido em dobro por
policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos.” eventuais danos materiais causados por ações ou
Daniel RIBEIRO DEomissões ANDRADE praticadas em retaliação, sem prejuízo
“Art.11...............................................................
danielicoense@gmail.com de danos morais.
Parágrafo único. Os órgãos de registro e ca-
609.749.013-50§ 3º Quando as informações disponibilizadas
dastro público poderão incluir nos bancos de dados
próprios, mediante procedimento sigiloso e requisi- resultarem em recuperação de produto de crime
ção da autoridade judicial, as informações neces- contra a administração pública, poderá ser fixada
sárias à efetividade da identidade fictícia criada, recompensa em favor do informante em até 5%
nos casos de infiltração de agentes na internet.” (cinco por cento) do valor recuperado.”
(NR) Art. 16. O art. 1º da Lei nº 8.038, de 28 de
Art. 15. A Lei nº 13.608, de 10 de janeiro de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do se-
2018, passa a vigorar com as seguintes alterações: guinte § 3º:

“Art. 4º-A. A União, os Estados, o Distrito Fe- “Art.1º................................................................


deral e os Municípios e suas autarquias e funda- § 3º Não sendo o caso de arquivamento e
ções, empresas públicas e sociedades de econo- tendo o investigado confessado formal e circuns-
mia mista manterão unidade de ouvidoria ou correi- tanciadamente a prática de infração penal sem vio-
ção, para assegurar a qualquer pessoa o direito de lência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
relatar informações sobre crimes contra a adminis- a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá pro-
tração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer por acordo de não persecução penal, desde que
ações ou omissões lesivas ao interesse público. necessário e suficiente para a reprovação e pre-
Parágrafo único. Considerado razoável o relato venção do crime, nos termos do art. 28-A do De-
pela unidade de ouvidoria ou correição e procedido creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
o encaminhamento para apuração, ao informante de Processo Penal).” (NR)
serão asseguradas proteção integral contra retalia- Art. 17. O art. 3º da Lei nº 13.756, de 12 de
ções e isenção de responsabilização civil ou penal dezembro de 2018, passa a vigorar com as seguin-
em relação ao relato, exceto se o informante tiver tes alterações:
apresentado, de modo consciente, informações ou
provas falsas.” “Art.3º................................................................

175
V - os recursos provenientes de convênios, acompanhamento e realização de todos os atos re-
contratos ou acordos firmados com entidades pú- lacionados à defesa administrativa do investigado.
blicas ou privadas, nacionais, internacionais ou es- (Promulgação partes vetadas)
trangeiras; § 4º A indicação do profissional a que se refere
VI - os recursos confiscados ou provenientes o § 3º deste artigo deverá ser precedida de mani-
da alienação dos bens perdidos em favor da União festação de que não existe defensor público lotado
Federal, nos termos da legislação penal ou proces- na área territorial onde tramita o inquérito e com
sual penal; atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá
VII - as fianças quebradas ou perdidas, em ser indicado profissional que não integre os qua-
conformidade com o disposto na lei processual pe- dros próprios da Administração. (
nal; § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria
VIII - os rendimentos de qualquer natureza, au- Pública, os custos com o patrocínio dos interesses
feridos como remuneração, decorrentes de aplica- do investigado nos procedimentos de que trata
ção do patrimônio do esse artigo correrão por conta do orçamento pró-
FNSP..............................................................”(NR) prio da instituição a que este esteja vinculado à
época da ocorrência dos fatos investigados.
Art. 18. O Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de ou- (Promulgação partes vetadas)
tubro de 1969 (Código de Processo Penal Militar), § 6º As disposições constantes deste artigo
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 16-A: aplicam-se aos servidores militares vinculados às
“Art. 16-A. Nos casos em que servidores das instituições dispostas no art. 142 da Constituição
polícias militares e dos corpos de bombeiros milita- Federal, desde que os fatos investigados digam
res figurarem como investigados em inquéritos po- respeito a missões para a Garantia da Lei e da Or-
liciais militares e demais procedimentos extrajudici- dem.”
ais, cujo objeto for a investigação deDaniel
fatos relacio-
RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 19. Fica revogado o § 2º do art. 2º da Lei
nados ao uso da força letal praticados danielicoense@gmail.com
no exercício
profissional, de forma consumada ou tentada, inclu- nº 8.072, de 25 de julho de 1990.
indo as situações dispostas nos arts. 42 a 47 do
609.749.013-50
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorri-
Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 dos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial.
(Código Penal Militar), o indiciado poderá constituir
defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste ar-
tigo, o investigado deverá ser citado da instauração
do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas
a contar do recebimento da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º com TÍTULO I
ausência de nomeação de defensor pelo investi-
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE
gado, a autoridade responsável pela investigação
deverá intimar a instituição a que estava vinculado EXECUÇÃO PENAL
o investigado à época da ocorrência dos fatos, para
que esta, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, Art. 1º A execução penal tem por objetivo efe-
indique defensor para a representação do investi- tivar as disposições de sentença ou decisão crimi-
gado. nal e proporcionar condições para a harmônica in-
§ 3º Havendo necessidade de indicação de de- tegração social do condenado e do internado.
fensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribu-
caberá preferencialmente à Defensoria Pública e, nais da Justiça ordinária, em todo o Território Naci-
nos locais em que ela não estiver instalada, a União onal, será exercida, no processo de execução, na
ou a Unidade da Federação correspondente à res- conformidade desta Lei e do Código de Processo
pectiva competência territorial do procedimento Penal.
instaurado deverá disponibilizar profissional para

176
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igual- Art. 9º A Comissão, no exame para a obten-
mente ao preso provisório e ao condenado pela ção de dados reveladores da personalidade, obser-
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a es- vando a ética profissional e tendo sempre presen-
tabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. tes peças ou informações do processo, poderá:
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão I - entrevistar pessoas;
assegurados todos os direitos não atingidos pela II - requisitar, de repartições ou estabelecimen-
sentença ou pela lei. tos privados, dados e informações a respeito do
Parágrafo único. Não haverá qualquer distin- condenado;
ção de natureza racial, social, religiosa ou política. III - realizar outras diligências e exames neces-
Art. 4º O Estado deverá recorrer à coopera- sários.
ção da comunidade nas atividades de execução da Art. 9º-A. O condenado por crime doloso pra-
pena e da medida de segurança. ticado com violência grave contra a pessoa, bem
como por crime contra a vida, contra a liberdade
TÍTULO II sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será
DO CONDENADO E DO INTERNADO submetido, obrigatoriamente, à identificação do
perfil genético, mediante extração de DNA (ácido
desoxirribonucleico), por técnica adequada e indo-
CAPÍTULO I lor, por ocasião do ingresso no estabelecimento pri-
DA CLASSIFICAÇÃO sional.
§ 1° A identificação do perfil genético será ar-
Art. 5º Os condenados serão classificados, mazenada em banco de dados sigiloso, conforme
segundo os seus antecedentes e personalidade, regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
para orientar a individualização daDaniel
execução penal. DE ANDRADE
RIBEIRO § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar
danielicoense@gmail.com
Art. 6° A classificação será feita por Comis- garantias mínimas de proteção de dados genéticos,
são Técnica de Classificação que elaborará 609.749.013-50
o pro- observando as melhores práticas da genética fo-
grama individualizador da pena privativa de liber- rense.
dade adequada ao condenado ou preso provisório.
§ 2° A autoridade policial, federal ou estadual,
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, poderá requerer ao juiz competente, no caso de in-
existente em cada estabelecimento, será presidida quérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) identificação de perfil genético.
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicó- § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados
logo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de genéticos o acesso aos seus dados constantes nos
condenado à pena privativa de liberdade. bancos de perfis genéticos, bem como a todos os
Parágrafo único. Nos demais casos a Comis- documentos da cadeia de custódia que gerou esse
são atuará junto ao Juízo da Execução e será inte- dado, de maneira que possa ser contraditado pela
grada por fiscais do serviço social. defesa.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena § 4º O condenado pelos crimes previstos no


privativa de liberdade, em regime fechado, será caput deste artigo que não tiver sido submetido à
submetido a exame criminológico para a obtenção identificação do perfil genético por ocasião do in-
dos elementos necessários a uma adequada clas- gresso no estabelecimento prisional deverá ser
sificação e com vistas à individualização da execu- submetido ao procedimento durante o cumpri-
ção. mento da pena.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este § 5º A amostra biológica coletada só poderá
artigo poderá ser submetido o condenado ao cum- ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir
primento da pena privativa de liberdade em regime a identificação pelo perfil genético, não estando au-
semi-aberto. torizadas as práticas de fenotipagem genética ou
de busca familiar.

177
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a SEÇÃO III
amostra biológica recolhida nos termos do caput DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
deste artigo deverá ser correta e imediatamente
descartada, de maneira a impedir a sua utilização
para qualquer outro fim. Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
internado de caráter preventivo e curativo, compre-
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elabora-
enderá atendimento médico, farmacêutico e odon-
ção do respectivo laudo serão realizadas por perito
tológico.
oficial.
§ 1º (Vetado).
§ 8º Constitui falta grave a recusa do conde-
nado em submeter-se ao procedimento de identifi- § 2º Quando o estabelecimento penal não es-
cação do perfil genético. tiver aparelhado para prover a assistência médica
necessária, esta será prestada em outro local, me-
diante autorização da direção do estabelecimento.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA § 3° Será assegurado acompanhamento mé-
dico à mulher, principalmente no pré-natal e no
pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
SEÇÃO I
§ 4º Será assegurado tratamento humanitário
DISPOSIÇÕES GERAIS
à mulher grávida durante os atos médico-hospitala-
res preparatórios para a realização do parto e du-
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado rante o trabalho de parto, bem como à mulher no
é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e período de puerpério, cabendo ao poder público
orientar o retorno à convivência em sociedade. promover a assistência integral à sua saúde e à do
(Regulamento) recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 14.326, de
Daniel RIBEIRO
Parágrafo único. A assistência estende-se ao DE ANDRADE
2022)
egresso. danielicoense@gmail.com
609.749.013-50 SEÇÃO IV
Art. 11. A assistência será:
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
I - material;
II - à saúde; Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos
III -jurídica; presos e aos internados sem recursos financeiros
para constituir advogado.
IV - educacional;
Art. 16. As Unidades da Federação deverão
V - social;
ter serviços de assistência jurídica, integral e gra-
VI - religiosa. tuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos es-
tabelecimentos penais.
SEÇÃO II § 1° As Unidades da Federação deverão pres-
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL tar auxílio estrutural, pessoal e material à Defenso-
ria Pública, no exercício de suas funções, dentro e
Art. 12. A assistência material ao preso e ao fora dos estabelecimentos penais.
internado consistirá no fornecimento de alimenta- § 2° Em todos os estabelecimentos penais, ha-
ção, vestuário e instalações higiênicas. verá local apropriado destinado ao atendimento
pelo Defensor Público.
Art. 13. O estabelecimento disporá de insta-
lações e serviços que atendam aos presos nas § 3° Fora dos estabelecimentos penais, serão
suas necessidades pessoais, além de locais desti- implementados Núcleos Especializados da Defen-
nados à venda de produtos e objetos permitidos e soria Pública para a prestação de assistência jurí-
não fornecidos pela Administração. dica integral e gratuita aos réus, sentenciados em
liberdade, egressos e seus familiares, sem recur-
sos financeiros para constituir advogado.

178
SEÇÃO V II - a existência de cursos nos níveis funda-
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL mental e médio e o número de presos e presas
atendidos;
III - a implementação de cursos profissionais
Art. 17. A assistência educacional compreen-
em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e
derá a instrução escolar e a formação profissional
o número de presos e presas atendidos;
do preso e do internado.
IV - a existência de bibliotecas e as condições
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, de seu acervo;
integrando-se no sistema escolar da Unidade Fe-
derativa. V - outros dados relevantes para o aprimora-
mento educacional de presos e presas.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou suple-
tivo, com formação geral ou educação profissional
SEÇÃO VI
de nível médio, será implantado nos presídios, em
obediência ao preceito constitucional de sua uni- DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
versalização.
Art. 22. A assistência social tem por finali-
§ 1° O ensino ministrado aos presos e presas
dade amparar o preso e o internado e prepará-los
integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
para o retorno à liberdade.
ensino e será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recur- Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência
sos destinados à educação, mas pelo sistema es- social:
tadual de justiça ou administração penitenciária.
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou
§ 2° Os sistemas de ensino oferecerão aos exames;
presos e às presas cursos supletivos de educação
Daniel RIBEIRO DE ANDRADEII - relatar, por escrito, ao Diretor do estabele-
de jovens e adultos.
cimento, os problemas e as dificuldades enfrenta-
danielicoense@gmail.com
§ 3° A União, os Estados, os Municípios e o das pelo assistido;
609.749.013-50
Distrito Federal incluirão em seus programas de
III - acompanhar o resultado das permissões
educação à distância e de utilização de novas tec-
de saídas e das saídas temporárias;
nologias de ensino, o atendimento aos presos e às
presas. 7.627 IV - promover, no estabelecimento, pelos
meios disponíveis, a recreação;
Art. 19. O ensino profissional será ministrado
em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento téc- V - promover a orientação do assistido, na fase
nico. final do cumprimento da pena, e do liberando, de
modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
Parágrafo único. A mulher condenada terá en-
sino profissional adequado à sua condição. VI - providenciar a obtenção de documentos,
dos benefícios da Previdência Social e do seguro
Art. 20. As atividades educacionais podem por acidente no trabalho;
ser objeto de convênio com entidades públicas ou
VII - orientar e amparar, quando necessário, a
particulares, que instalem escolas ou ofereçam cur-
família do preso, do internado e da vítima.
sos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais,
dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblio- SEÇÃO VII
teca, para uso de todas as categorias de reclusos, DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apu- Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade
rar: de culto, será prestada aos presos e aos interna-
dos, permitindo-se-lhes a participação nos serviços
I - o nível de escolaridade dos presos e das
organizados no estabelecimento penal, bem como
presas;
a posse de livros de instrução religiosa.

179
§ 1º No estabelecimento haverá local apropri- § 1° O produto da remuneração pelo trabalho
ado para os cultos religiosos. deverá atender:
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser a) à indenização dos danos causados pelo
obrigado a participar de atividade religiosa. crime, desde que determinados judicialmente e não
reparados por outros meios;
SEÇÃO VIII b) à assistência à família;
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: realizadas com a manutenção do condenado, em
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à proporção a ser fixada e sem prejuízo da destina-
vida em liberdade; ção prevista nas letras anteriores.
II - na concessão, se necessário, de aloja- § 2º Ressalvadas outras aplicações legais,
mento e alimentação, em estabelecimento ade- será depositada a parte restante para constituição
quado, pelo prazo de 2 (dois) meses. do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será
entregue ao condenado quando posto em liber-
Parágrafo único. O prazo estabelecido no in-
dade.
ciso II poderá ser prorrogado uma única vez, com-
provado, por declaração do assistente social, o em- Art. 30. As tarefas executadas como presta-
penho na obtenção de emprego. ção de serviço à comunidade não serão remunera-
das.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos
desta Lei:
SEÇÃO II
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um)
DO TRABALHO INTERNO
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ano a contar da saída do estabelecimento;
danielicoense@gmail.com
II - o liberado condicional, durante o período de
Art. 31. O condenado à pena privativa de li-
609.749.013-50
prova.
berdade está obrigado ao trabalho na medida de
Art. 27.O serviço de assistência social cola- suas aptidões e capacidade.
borará com o egresso para a obtenção de trabalho. Parágrafo único. Para o preso provisório, o tra-
(Regulamento) balho não é obrigatório e só poderá ser executado
no interior do estabelecimento.
CAPÍTULO III Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser
DO TRABALHO levadas em conta a habilitação, a condição pessoal
e as necessidades futuras do preso, bem como as
SEÇÃO I oportunidades oferecidas pelo mercado.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível,
o artesanato sem expressão econômica, salvo nas
Art. 28. O trabalho do condenado, como de- regiões de turismo.
ver social e condição de dignidade humana, terá fi- § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos pode-
nalidade educativa e produtiva. rão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
de trabalho as precauções relativas à segurança e exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
à higiene.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao
será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas,
regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
com descanso nos domingos e feriados.
Art. 29. O trabalho do preso será remune- Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário
rado, mediante prévia tabela, não podendo ser in- especial de trabalho aos presos designados para
ferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

180
os serviços de conservação e manutenção do es- responsabilidade, além do cumprimento mínimo de
tabelecimento penal. 1/6 (um sexto) da pena.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização
fundação, ou empresa pública, com autonomia ad- de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
ministrativa, e terá por objetivo a formação profissi- definido como crime, for punido por falta grave, ou
onal do condenado. tiver comportamento contrário aos requisitos esta-
belecidos neste artigo.
§ 1°. Nessa hipótese, incumbirá à entidade ge-
renciadora promover e supervisionar a produção,
com critérios e métodos empresariais, encarregar- CAPÍTULO IV
se de sua comercialização, bem como suportar DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA
despesas, inclusive pagamento de remuneração DISCIPLINA
adequada.
§ 2° Os governos federal, estadual e municipal SEÇÃO I
poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, DOS DEVERES
para implantação de oficinas de trabalho referentes
a setores de apoio dos presídios.
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta obrigações legais inerentes ao seu estado, subme-
ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito ter-se às normas de execução da pena.
Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
de concorrência pública, os bens ou produtos do
trabalho prisional, sempre que não for possível ou I - comportamento disciplinado e cumprimento
recomendável realizar-se a venda a particulares. fiel da sentença;
Daniel RIBEIRO
Parágrafo único. Todas as importâncias arre- DE ANDRADE
II - obediência ao servidor e respeito a qual-
cadadas com as vendas reverterão em favor da quer
danielicoense@gmail.compessoa com quem deva relacionar-se;
fundação ou empresa pública a que alude 609.749.013-50
o artigo III - urbanidade e respeito no trato com os de-
anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. mais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individu-
SEÇÃO III ais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem
DO TRABALHO EXTERNO ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das or-
Art. 36. O trabalho externo será admissível dens recebidas;
para os presos em regime fechado somente em
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou entidades pri- VII - indenização à vitima ou aos seus suces-
vadas, desde que tomadas as cautelas contra a sores;
fuga e em favor da disciplina. VIII - indenização ao Estado, quando possível,
§ 1º O limite máximo do número de presos será das despesas realizadas com a sua manutenção,
de 10% (dez por cento) do total de empregados na mediante desconto proporcional da remuneração
obra. do trabalho;
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à enti- IX - higiene pessoal e asseio da cela ou aloja-
dade ou à empresa empreiteira a remuneração mento;
desse trabalho. X - conservação dos objetos de uso pessoal.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório,
depende do consentimento expresso do preso. no que couber, o disposto neste artigo.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a
ser autorizada pela direção do estabelecimento,
dependerá de aptidão, disciplina e

181
SEÇÃO II Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao
DOS DIREITOS submetido à medida de segurança, no que couber,
o disposto nesta Seção.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar
respeito à integridade física e moral dos condena- médico de confiança pessoal do internado ou do
dos e dos presos provisórios. submetido a tratamento ambulatorial, por seus fa-
miliares ou dependentes, a fim de orientar e acom-
Art. 41 - Constituem direitos do preso: panhar o tratamento.
I - alimentação suficiente e vestuário; Parágrafo único. As divergências entre o mé-
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; dico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz
da execução.
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
SEÇÃO III
V - proporcionalidade na distribuição do tempo
DA DISCIPLINA
para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, inte-
SUBSEÇÃO I
lectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde
que compatíveis com a execução da pena; DISPOSIÇÕES GERAIS

VII - assistência material, à saúde, jurídica, Art. 44. A disciplina consiste na colaboração
educacional, social e religiosa;
com a ordem, na obediência às determinações das
VIII - proteção contra qualquer forma de sen- autoridades e seus agentes e no desempenho do
sacionalismo; trabalho.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
IX - entrevista pessoal e reservada com o ad- Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o
vogado;
danielicoense@gmail.com
condenado à pena privativa de liberdade ou restri-
609.749.013-50
tiva de direitos e o preso provisório.
X - visita do cônjuge, da companheira, de pa-
rentes e amigos em dias determinados; Art. 45. Não haverá falta nem sanção disci-
XI - chamamento nominal; plinar sem expressa e anterior previsão legal ou re-
gulamentar.
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às
exigências da individualização da pena; § 1º As sanções não poderão colocar em pe-
rigo a integridade física e moral do condenado.
XIII - audiência especial com o diretor do esta-
belecimento; § 2º É vedado o emprego de cela escura.
XIV - representação e petição a qualquer auto- § 3º São vedadas as sanções coletivas.
ridade, em defesa de direito;
Art. 46. O condenado ou denunciado, no iní-
XV - contato com o mundo exterior por meio de cio da execução da pena ou da prisão, será cienti-
correspondência escrita, da leitura e de outros ficado das normas disciplinares.
meios de informação que não comprometam a mo-
ral e os bons costumes. Art. 47. O poder disciplinar, na execução da
pena privativa de liberdade, será exercido pela au-
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anu- toridade administrativa conforme as disposições re-
almente, sob pena da responsabilidade da autori- gulamentares.
dade judiciária competente.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de
Parágrafo único. Os direitos previstos nos inci-
sos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringi- direitos, o poder disciplinar será exercido pela au-
dos mediante ato motivado do diretor do estabele- toridade administrativa a que estiver sujeito o con-
cimento. denado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autori-
dade representará ao Juiz da execução para os fins

182
dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
d, e 2º desta Lei. características:
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem
SUBSEÇÃO II prejuízo de repetição da sanção por nova falta
DAS FALTAS DISCIPLINARES grave de mesma espécie;
II - recolhimento em cela individual;
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por
em leves, médias e graves. A legislação local es- vez, a serem realizadas em instalações equipadas
pecificará as leves e médias, bem assim as respec- para impedir o contato físico e a passagem de ob-
tivas sanções. jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas)
sanção correspondente à falta consumada. horas;

Art. 50. Comete falta grave o condenado à IV - direito do preso à saída da cela por 2
pena privativa de liberdade que: (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos
de até 4 (quatro) presos, desde que não haja con-
I - incitar ou participar de movimento para sub- tato com presos do mesmo grupo criminoso;
verter a ordem ou a disciplina;
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto
II - fugir; aquelas com seu defensor, em instalações equipa-
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz das para impedir o contato físico e a passagem de
de ofender a integridade física de outrem; objetos, salvo expressa autorização judicial em
contrário;
IV - provocar acidente de trabalho;
VI - fiscalização do conteúdo da correspondên-
V - descumprir, no regime aberto, as condições
impostas;
Daniel RIBEIRO DEcia; ANDRADE
danielicoense@gmail.com
VII - participação em audiências judiciais pre-
VI - inobservar os deveres previstos nos inci-
609.749.013-50
ferencialmente por videoconferência, garantindo-
sos II e V, do artigo 39, desta Lei.
se a participação do defensor no mesmo ambiente
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer do preso.
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também
a comunicação com outros presos ou com o ambi-
será aplicado aos presos provisórios ou condena-
ente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
dos, nacionais ou estrangeiros:
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
I - que apresentem alto risco para a ordem e a
identificação do perfil genético.
segurança do estabelecimento penal ou da socie-
Parágrafo único. O disposto neste artigo dade;
aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas
Art. 51. Comete falta grave o condenado à de envolvimento ou participação, a qualquer título,
pena restritiva de direitos que: em organização criminosa, associação criminosa
ou milícia privada, independentemente da prática
I - descumprir, injustificadamente, a restrição
de falta grave.
imposta;
§ 2º (Revogado).
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento
da obrigação imposta; § 3º Existindo indícios de que o preso exerce
liderança em organização criminosa, associação
III - inobservar os deveres previstos nos incisos
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
II e V, do artigo 39, desta Lei.
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federa-
Art. 52. A prática de fato previsto como crime ção, o regime disciplinar diferenciado será obriga-
doloso constitui falta grave e, quando ocasionar toriamente cumprido em estabelecimento prisional
subversão da ordem ou disciplina internas, sujei- federal.
tará o preso provisório, ou condenado, nacional ou § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado poderá ser

183
prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fun-
(um) ano, existindo indícios de que o preso: damentado despacho do juiz competente.
I - continua apresentando alto risco para a or- § 1° A autorização para a inclusão do preso em
dem e a segurança do estabelecimento penal de regime disciplinar dependerá de requerimento cir-
origem ou da sociedade; cunstanciado elaborado pelo diretor do estabeleci-
II - mantém os vínculos com organização crimi- mento ou outra autoridade administrativa.
nosa, associação criminosa ou milícia privada, con- § 2° A decisão judicial sobre inclusão de preso
siderados também o perfil criminal e a função de- em regime disciplinar será precedida de manifesta-
sempenhada por ele no grupo criminoso, a opera- ção do Ministério Público e da defesa e prolatada
ção duradoura do grupo, a superveniência de no- no prazo máximo de quinze dias.
vos processos criminais e os resultados do trata-
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
mento penitenciário.
comportamento reconhecido em favor do conde-
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, nado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
o regime disciplinar diferenciado deverá contar com dedicação ao trabalho.
alta segurança interna e externa, principalmente no
que diz respeito à necessidade de se evitar contato Art. 56. São recompensas:
do preso com membros de sua organização crimi- I - o elogio;
nosa, associação criminosa ou milícia privada, ou
de grupos rivais. II - a concessão de regalias.

§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput Parágrafo único. A legislação local e os regu-
deste artigo será gravada em sistema de áudio ou lamentos estabelecerão a natureza e a forma de
concessão de regalias.
de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fisca-
lizada por agente penitenciário.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADESUBSEÇÃO IV
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de re-
gime disciplinar diferenciado, o preso danielicoense@gmail.com
que não re- DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
609.749.013-50
ceber a visita de que trata o inciso III do caput deste
artigo poderá, após prévio agendamento, ter con- Art. 57. Na aplicação das sanções disciplina-
tato telefônico, que será gravado, com uma pessoa res, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos,
da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem
minutos. como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se
SUBSEÇÃO III as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53
DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS desta Lei.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a res-
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: trição de direitos não poderão exceder a trinta dias,
I - advertência verbal; ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferen-
ciado.
II - repreensão;
Parágrafo único. O isolamento será sempre co-
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo
municado ao Juiz da execução.
41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local
adequado, nos estabelecimentos que possuam SUBSEÇÃO V
alojamento coletivo, observado o disposto no artigo DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. ser instaurado o procedimento para sua apuração,
conforme regulamento, assegurado o direito de de-
53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
fesa.

184
Parágrafo único. A decisão será motivada. Parágrafo único. O mandato dos membros do
Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado
Art. 60. A autoridade administrativa poderá
1/3 (um terço) em cada ano.
decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo
prazo de até dez dias. A inclusão do preso no re- Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Cri-
gime disciplinar diferenciado, no interesse da disci- minal e Penitenciária, no exercício de suas ativida-
plina e da averiguação do fato, dependerá de des- des, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
pacho do juiz competente. I - propor diretrizes da política criminal quanto
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou in- à prevenção do delito, administração da Justiça Cri-
clusão preventiva no regime disciplinar diferenci- minal e execução das penas e das medidas de se-
ado será computado no período de cumprimento da gurança;
sanção disciplinar. II - contribuir na elaboração de planos nacio-
nais de desenvolvimento, sugerindo as metas e pri-
oridades da política criminal e penitenciária;
TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL III - promover a avaliação periódica do sistema
criminal para a sua adequação às necessidades do
País;
CAPÍTULO I
IV - estimular e promover a pesquisa crimino-
DISPOSIÇÕES GERAIS
lógica;
V - elaborar programa nacional penitenciário
Art. 61. São órgãos da execução penal: de formação e aperfeiçoamento do servidor;
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e
Penitenciária; construção de estabelecimentos penais e casas de
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
II - o Juízo da Execução; albergados;
danielicoense@gmail.com
III - o Ministério Público; 609.749.013-50VII - estabelecer os critérios para a elaboração
da estatística criminal;
IV - o Conselho Penitenciário;
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimen-
V - os Departamentos Penitenciários;
tos penais, bem assim informar-se, mediante rela-
VI - o Patronato; tórios do Conselho Penitenciário, requisições, visi-
VII - o Conselho da Comunidade. tas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da
execução penal nos Estados, Territórios e Distrito
VIII - a Defensoria Pública.
Federal, propondo às autoridades dela incumbida
as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
CAPÍTULO II IX - representar ao Juiz da execução ou à au-
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA toridade administrativa para instauração de sindi-
CRIMINAL E PENITENCIÁRIA cância ou procedimento administrativo, em caso de
violação das normas referentes à execução penal;
X - representar à autoridade competente para
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Cri- a interdição, no todo ou em parte, de estabeleci-
minal e Penitenciária, com sede na Capital da Re- mento penal.
pública, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Cri- CAPÍTULO III
minal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) DO JUÍZO DA EXECUÇÃO
membros designados através de ato do Ministério
da Justiça, dentre professores e profissionais da
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz
área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenci-
ário e ciências correlatas, bem como por represen- indicado na lei local de organização judiciária e, na
tantes da comunidade e dos Ministérios da área so- sua ausência, ao da sentença.
cial. Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

185
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que CAPÍTULO IV
de qualquer modo favorecer o condenado; DO MINISTÉRIO PÚBLICO
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre: Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a exe-
a) soma ou unificação de penas; cução da pena e da medida de segurança, ofici-
ando no processo executivo e nos incidentes da
b) progressão ou regressão nos regimes;
execução.
c) detração e remição da pena;
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Pú-
d) suspensão condicional da pena; blico:
e) livramento condicional; I - fiscalizar a regularidade formal das guias de
f) incidentes da execução. recolhimento e de internamento;
IV - autorizar saídas temporárias; II - requerer:
V - determinar: a) todas as providências necessárias ao de-
senvolvimento do processo executivo;
a) a forma de cumprimento da pena restritiva
de direitos e fiscalizar sua execução; b) a instauração dos incidentes de excesso ou
desvio de execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e
de multa em privativa de liberdade; c) a aplicação de medida de segurança, bem
como a substituição da pena por medida de segu-
c) a conversão da pena privativa de liberdade
rança;
em restritiva de direitos;
d) a revogação da medida de segurança;
d) a aplicação da medida de segurança, bem
como a substituição da pena por medida de RIBEIRO
Daniel segu- e) a conversão de penas, a progressão ou re-
DE ANDRADE
rança; gressão nos regimes e a revogação da suspensão
danielicoense@gmail.com
condicional da pena e do livramento condicional;
e) a revogação da medida de segurança; 609.749.013-50
f) a internação, a desinternação e o restabele-
f) a desinternação e o restabelecimento da si-
cimento da situação anterior.
tuação anterior;
III - interpor recursos de decisões proferidas
g) o cumprimento de pena ou medida de segu-
pela autoridade judiciária, durante a execução.
rança em outra comarca;
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público
h) a remoção do condenado na hipótese pre-
visitará mensalmente os estabelecimentos penais,
vista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
registrando a sua presença em livro próprio.
i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e
da medida de segurança; CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO
VII - inspecionar, mensalmente, os estabeleci-
mentos penais, tomando providências para o ade-
quado funcionamento e promovendo, quando for o Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão
caso, a apuração de responsabilidade; consultivo e fiscalizador da execução da pena.
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabele- § 1º O Conselho será integrado por membros
cimento penal que estiver funcionando em condi- nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito
ções inadequadas ou com infringência aos disposi- Federal e dos Territórios, dentre professores e pro-
tivos desta Lei; fissionais da área do Direito Penal, Processual Pe-
IX - compor e instalar o Conselho da Comuni- nal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como
dade. por representantes da comunidade. A legislação fe-
deral e estadual regulará o seu funcionamento.
X – emitir anualmente atestado de pena a cum-
prir. § 2º O mandato dos membros do Conselho Pe-
nitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

186
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade
federativa, em especial para presos sujeitos a re-
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de gime disciplinar.
pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto
com base no estado de saúde do preso; VII - acompanhar a execução da pena das mu-
lheres beneficiadas pela progressão especial de
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando
penais; sua integração social e a ocorrência de reincidên-
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cia, específica ou não, mediante a realização de
cada ano, ao Conselho Nacional de Política Crimi- avaliações periódicas e de estatísticas criminais.
nal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetua- § 1º Incumbem também ao Departamento a
dos no exercício anterior; coordenação e supervisão dos estabelecimentos
IV - supervisionar os patronatos, bem como a penais e de internamento federais.
assistência aos egressos. § 2º Os resultados obtidos por meio do moni-
toramento e das avaliações periódicas previstas no
inciso VII do caput deste artigo serão utilizados
CAPÍTULO VI
para, em função da efetividade da progressão es-
DOS DEPARTAMENTOS pecial para a ressocialização das mulheres de que
PENITENCIÁRIOS trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual
desnecessidade do regime fechado de cumpri-
SEÇÃO I mento de pena para essas mulheres nos casos de
DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.
NACIONAL

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE SEÇÃO II


Art. 71. O Departamento Penitenciário Naci- DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO
danielicoense@gmail.com
onal, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão LOCAL
executivo da Política Penitenciária Nacional 609.749.013-50
e de
apoio administrativo e financeiro do Conselho Na-
cional de Política Criminal e Penitenciária. Art. 73. A legislação local poderá criar Depar-
tamento Penitenciário ou órgão similar, com as atri-
Art. 72. São atribuições do Departamento Pe- buições que estabelecer.
nitenciário Nacional:
Art. 74. O Departamento Penitenciário local,
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de
ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
execução penal em todo o Território Nacional;
coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os da Federação a que pertencer.
estabelecimentos e serviços penais;
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput
III - assistir tecnicamente as Unidades Federa- deste artigo realizarão o acompanhamento de que
tivas na implementação dos princípios e regras es- trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e en-
tabelecidos nesta Lei; caminharão ao Departamento Penitenciário Nacio-
IV - colaborar com as Unidades Federativas nal os resultados obtidos.
mediante convênios, na implantação de estabeleci-
mentos e serviços penais;
SEÇÃO III
V - colaborar com as Unidades Federativas
DA DIREÇÃO E DO PESSOAL DOS
para a realização de cursos de formação de pes-
soal penitenciário e de ensino profissionalizante do ESTABELECIMENTOS PENAIS
condenado e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
unidades federativas, o cadastro nacional das va- estabelecimento deverá satisfazer os seguintes re-
gas existentes em estabelecimentos locais destina- quisitos:
das ao cumprimento de penas privativas de

187
I - ser portador de diploma de nível superior de CAPÍTULO VIII
Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pe- DO CONSELHO DA COMUNIDADE
dagogia, ou Serviços Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Con-
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão selho da Comunidade composto, no mínimo, por 1
para o desempenho da função. (um) representante de associação comercial ou in-
Parágrafo único. O diretor deverá residir no es- dustrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da
tabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor
tempo integral à sua função. Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1
(um) assistente social escolhido pela Delegacia
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário Seccional do Conselho Nacional de Assistentes
será organizado em diferentes categorias funcio- Sociais.
nais, segundo as necessidades do serviço, com es-
Parágrafo único. Na falta da representação
pecificação de atribuições relativas às funções de
direção, chefia e assessoramento do estabeleci- prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da
mento e às demais funções. execução a escolha dos integrantes do Conselho.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comuni-
dade:
especializado, de instrução técnica e de vigilância
atenderá a vocação, preparação profissional e an- I - visitar, pelo menos mensalmente, os esta-
tecedentes pessoais do candidato. belecimentos penais existentes na comarca;
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem II - entrevistar presos;
como a progressão ou a ascensão funcional depen- III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da
derão de cursos específicos de formação, proce- execução e ao Conselho Penitenciário;
dendo-se à reciclagem periódica dosDaniel RIBEIRO
servidores em DE ANDRADE
exercício. IV - diligenciar a obtenção de recursos materi-
danielicoense@gmail.com
ais e humanos para melhor assistência ao preso ou
§ 2º No estabelecimento para mulheres609.749.013-50
so- internado, em harmonia com a direção do estabe-
mente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo lecimento.
feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico
especializado.
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO VII DA DEFENSORIA PÚBLICA
DO PATRONATO
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela
Art. 78. O Patronato público ou particular regular execução da pena e da medida de segu-
destina-se a prestar assistência aos albergados e rança, oficiando, no processo executivo e nos inci-
aos egressos (artigo 26). dentes da execução, para a defesa dos necessita-
dos em todos os graus e instâncias, de forma indi-
Art. 79. Incumbe também ao Patronato: vidual e coletiva.
I - orientar os condenados à pena restritiva de Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pú-
direitos; blica:
II - fiscalizar o cumprimento das penas de pres- I - requerer:
tação de serviço à comunidade e de limitação de
fim de semana; a) todas as providências necessárias ao de-
senvolvimento do processo executivo;
III - colaborar na fiscalização do cumprimento
das condições da suspensão e do livramento con- b) a aplicação aos casos julgados de lei poste-
dicional. rior que de qualquer modo favorecer o condenado;
c) a declaração de extinção da punibilidade;
d) a unificação de penas;

188
e) a detração e remição da pena; Art. 82. Os estabelecimentos penais desti-
f) a instauração dos incidentes de excesso ou nam-se ao condenado, ao submetido à medida de
desvio de execução; segurança, ao preso provisório e ao egresso.
g) a aplicação de medida de segurança e sua § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, se-
revogação, bem como a substituição da pena por paradamente, serão recolhidos a estabelecimento
medida de segurança; próprio e adequado à sua condição pessoal.
h) a conversão de penas, a progressão nos re- § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá
gimes, a suspensão condicional da pena, o livra- abrigar estabelecimentos de destinação diversa
mento condicional, a comutação de pena e o in- desde que devidamente isolados.
dulto; Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a
i) a autorização de saídas temporárias; sua natureza, deverá contar em suas dependên-
j) a internação, a desinternação e o restabele- cias com áreas e serviços destinados a dar assis-
cimento da situação anterior; tência, educação, trabalho, recreação e prática es-
portiva.
k) o cumprimento de pena ou medida de segu-
rança em outra comarca; § 1º Haverá instalação destinada a estágio de
estudantes universitários.
l) a remoção do condenado na hipótese pre-
vista no § 1° do art. 86 desta Lei; § 2° Os estabelecimentos penais destinados a
mulheres serão dotados de berçário, onde as con-
II - requerer a emissão anual do atestado de denadas possam cuidar de seus filhos, inclusive
pena a cumprir; amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de
III - interpor recursos de decisões proferidas idade.
pela autoridade judiciária ou administrativa durante § 3° Os estabelecimentos de que trata o § 2°
a execução; Daniel RIBEIRO DEdesteANDRADE
artigo deverão possuir, exclusivamente,
danielicoense@gmail.com
IV - representar ao Juiz da execução ou à au- agentes do sexo feminino na segurança de suas
toridade administrativa para instauração de 609.749.013-50
sindi- dependências internas.
cância ou procedimento administrativo em caso de § 4° Serão instaladas salas de aulas destina-
violação das normas referentes à execução penal; das a cursos do ensino básico e profissionalizante.
V - visitar os estabelecimentos penais, to- § 5° Haverá instalação destinada à Defensoria
mando providências para o adequado funciona- Pública.
mento, e requerer, quando for o caso, a apuração
de responsabilidade; Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução
indireta as atividades materiais acessórias, instru-
VI - requerer à autoridade competente a inter-
mentais ou complementares desenvolvidas em es-
dição, no todo ou em parte, de estabelecimento pe-
tabelecimentos penais, e notadamente:
nal.
I - serviços de conservação, limpeza, informá-
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pú-
tica, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
blica visitará periodicamente os estabelecimentos
telecomunicações, lavanderia e manutenção de
penais, registrando a sua presença em livro pró-
prédios, instalações e equipamentos internos e ex-
prio.
ternos;
II - serviços relacionados à execução de traba-
TÍTULO IV lho pelo preso.
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS § 1° A execução indireta será realizada sob su-
pervisão e fiscalização do poder público.
CAPÍTULO I § 2° Os serviços relacionados neste artigo po-
DISPOSIÇÕES GERAIS derão compreender o fornecimento de materiais,
equipamentos, máquinas e profissionais.

189
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de Parágrafo único. O Conselho Nacional de Po-
direção, chefia e coordenação no âmbito do sis- lítica Criminal e Penitenciária determinará o limite
tema penal, bem como todas as atividades que exi- máximo de capacidade do estabelecimento, aten-
jam o exercício do poder de polícia, e notadamente: dendo a sua natureza e peculiaridades.
I - classificação de condenados; Art. 86. As penas privativas de liberdade apli-
II - aplicação de sanções disciplinares; cadas pela Justiça de uma Unidade Federativa po-
dem ser executadas em outra unidade, em esta-
III - controle de rebeliões; belecimento local ou da União.
IV - transporte de presos para órgãos do Poder § 1° A União Federal poderá construir estabe-
Judiciário, hospitais e outros locais externos aos lecimento penal em local distante da condenação
estabelecimentos penais. para recolher os condenados, quando a medida se
Art. 84. O preso provisório ficará separado do justifique no interesse da segurança pública ou do
condenado por sentença transitada em julgado. próprio condenado.

§ 1° Os presos provisórios ficarão separados § 2° Conforme a natureza do estabelecimento,


de acordo com os seguintes critérios: nele poderão trabalhar os liberados ou egressos
que se dediquem a obras públicas ou ao aproveita-
I - acusados pela prática de crimes hediondos mento de terras ociosas.
ou equiparados;
§ 3° Caberá ao juiz competente, a requeri-
II - acusados pela prática de crimes cometidos mento da autoridade administrativa definir o esta-
com violência ou grave ameaça à pessoa; belecimento prisional adequado para abrigar o
III - acusados pela prática de outros crimes ou preso provisório ou condenado, em atenção ao re-
contravenções diversos dos apontados nos incisos gime e aos requisitos estabelecidos.
I e II.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funci-
danielicoense@gmail.com CAPÍTULO II
onário da Administração da Justiça Criminal ficará
609.749.013-50 DA PENITENCIÁRIA
em dependência separada.
§ 3° Os presos condenados ficarão separados
de acordo com os seguintes critérios: Art. 87. A penitenciária destina-se ao conde-
nado à pena de reclusão, em regime fechado.
I - condenados pela prática de crimes hedion-
dos ou equiparados; Parágrafo único. A União Federal, os Estados,
o Distrito Federal e os Territórios poderão construir
II - reincidentes condenados pela prática de cri-
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos
mes cometidos com violência ou grave ameaça à
presos provisórios e condenados que estejam em
pessoa;
regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar dife-
III - primários condenados pela prática de cri- renciado, nos termos do art. 52 desta Lei.
mes cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa; Art. 88. O condenado será alojado em cela
individual que conterá dormitório, aparelho sanitá-
IV - demais condenados pela prática de outros rio e lavatório.
crimes ou contravenções em situação diversa das
previstas nos incisos I, II e III. Parágrafo único. São requisitos básicos da uni-
dade celular:
§ 4° O preso que tiver sua integridade física,
moral ou psicológica ameaçada pela convivência a) salubridade do ambiente pela concorrência
com os demais presos ficará segregado em local dos fatores de aeração, insolação e condiciona-
próprio. mento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros qua-
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter
drados).
lotação compatível com a sua estrutura e finali-
dade. Art. 89. Além dos requisitos referidos no art.
88, a penitenciária de mulheres será dotada de

190
seção para gestante e parturiente e de creche para Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos,
abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e me- uma Casa do Albergado, a qual deverá conter,
nores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir além dos aposentos para acomodar os presos, lo-
a criança desamparada cuja responsável estiver cal adequado para cursos e palestras.
presa.
Parágrafo único. O estabelecimento terá insta-
Parágrafo único. São requisitos básicos da se- lações para os serviços de fiscalização e orienta-
ção e da creche referidas neste artigo: ção dos condenados.
I – atendimento por pessoal qualificado, de
acordo com as diretrizes adotadas pela legislação
educacional e em unidades autônomas; e CAPÍTULO V
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO
II – horário de funcionamento que garanta a
melhor assistência à criança e à sua responsável.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-
Art. 90. A penitenciária de homens será cons-
se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos re-
truída, em local afastado do centro urbano, à dis-
sultados serão encaminhados à Comissão Técnica
tância que não restrinja a visitação.
de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser reali-
CAPÍTULO III zadas pesquisas criminológicas.
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL Art. 97. O Centro de Observação será insta-
OU SIMILAR lado em unidade autônoma ou em anexo a estabe-
lecimento penal.
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Si- Art. 98. Os exames poderão ser realizados
milar destina-se ao cumprimentoDaniel
da penaRIBEIRO
em re- DEpela
ANDRADE
Comissão Técnica de Classificação, na falta
gime semi-aberto. danielicoense@gmail.com
do Centro de Observação.
609.749.013-50
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em
compartimento coletivo, observados os requisitos CAPÍTULO VI
da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E
Lei.
TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
Parágrafo único. São também requisitos bási-
cos das dependências coletivas: Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
a) a seleção adequada dos presos; Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-im-
b) o limite de capacidade máxima que atenda putáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo
os objetivos de individualização da pena. único do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que
couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88,
CAPÍTULO IV desta Lei.
DA CASA DO ALBERGADO
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais
exames necessários ao tratamento são obrigató-
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao rios para todos os internados.
cumprimento de pena privativa de liberdade, em re-
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto
gime aberto, e da pena de limitação de fim de se-
no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
mana.
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro Psiquiátrico ou em outro local com dependência
urbano, separado dos demais estabelecimentos, e médica adequada.
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.

191
CAPÍTULO VII § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da
DA CADEIA PÚBLICA guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada
sempre que sobrevier modificação quanto ao início
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao re-
da execução ou ao tempo de duração da pena.
colhimento de presos provisórios.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 funcionário da Administração da Justiça Criminal,
(uma) cadeia pública a fim de resguardar o inte- far-se-á, na guia, menção dessa circunstância,
resse da Administração da Justiça Criminal e a per- para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta
manência do preso em local próximo ao seu meio Lei.
social e familiar.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cum-
Art. 104. O estabelecimento de que trata este primento de pena privativa de liberdade, sem a guia
Capítulo será instalado próximo de centro urbano, expedida pela autoridade judiciária.
observando-se na construção as exigências míni-
mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único § 1° A autoridade administrativa incumbida da
desta Lei. execução passará recibo da guia de recolhimento
para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência
dos seus termos ao condenado.
TÍTULO V
§ 2º As guias de recolhimento serão registra-
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE das em livro especial, segundo a ordem cronoló-
gica do recebimento, e anexadas ao prontuário do
CAPÍTULO I condenado, aditando-se, no curso da execução, o
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE cálculo das remições e de outras retificações pos-
teriores.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
SEÇÃO I danielicoense@gmail.com
Art. 108. O condenado a quem sobrevier do-
DISPOSIÇÕES GERAIS 609.749.013-50
ença mental será internado em Hospital de Custó-
dia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 105. Transitando em julgado a sentença Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o con-
que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu es- denado será posto em liberdade, mediante alvará
tiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedi- do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.
ção de guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída
SEÇÃO II
pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e
a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade DOS REGIMES
administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado; Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o
regime no qual o condenado iniciará o cumprimento
II - a sua qualificação civil e o número do regis-
da pena privativa de liberdade, observado o dis-
tro geral no órgão oficial de identificação;
posto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Pe-
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença nal.
condenatória, bem como certidão do trânsito em
julgado; Art. 111. Quando houver condenação por
mais de um crime, no mesmo processo ou em pro-
IV - a informação sobre os antecedentes e o
cessos distintos, a determinação do regime de
grau de instrução;
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou
V - a data da terminação da pena; unificação das penas, observada, quando for o
VI - outras peças do processo reputadas indis- caso, a detração ou remição.
pensáveis ao adequado tratamento penitenciário. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no
curso da execução, somar-se-á a pena ao restante

192
da que está sendo cumprida, para determinação do defensor, procedimento que também será adotado
regime. na concessão de livramento condicional, indulto e
comutação de penas, respeitados os prazos previs-
Art. 112. A pena privativa de liberdade será
tos nas normas vigentes.
executada em forma progressiva com a transferên-
cia para regime menos rigoroso, a ser determinada § 3º No caso de mulher gestante ou que for
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, os requisitos para progressão de re-
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o gime são, cumulativamente:
apenado for primário e o crime tiver sido cometido
sem violência à pessoa ou grave ameaça; I - não ter cometido crime com violência ou
grave ameaça a pessoa;
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o ape-
nado for reincidente em crime cometido sem violên- II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
cia à pessoa ou grave ameaça; dependente;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da
o apenado for primário e o crime tiver sido cometido pena no regime anterior;
com violência à pessoa ou grave ameaça; IV - ser primária e ter bom comportamento car-
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o ape- cerário, comprovado pelo diretor do estabeleci-
nado for reincidente em crime cometido com violên- mento;
cia à pessoa ou grave ameaça; V - não ter integrado organização criminosa.
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o § 4º O cometimento de novo crime doloso ou
apenado for condenado pela prática de crime hedi- falta grave implicará a revogação do benefício pre-
ondo ou equiparado, se for primário; visto no § 3º deste artigo.
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o § 5º Não se considera hediondo ou equipa-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
apenado for: rado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de
danielicoense@gmail.com
a) condenado pela prática de crime hediondo drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343,
609.749.013-50
de 23 de agosto de 2006.
ou equiparado, com resultado morte, se for primá-
rio, vedado o livramento condicional; § 6º O cometimento de falta grave durante a
b) condenado por exercer o comando, indivi- execução da pena privativa de liberdade inter-
dual ou coletivo, de organização criminosa estrutu- rompe o prazo para a obtenção da progressão no
rada para a prática de crime hediondo ou equipa- regime de cumprimento da pena, caso em que o
rado; ou reinício da contagem do requisito objetivo terá
como base a pena remanescente.
c) condenado pela prática do crime de consti-
tuição de milícia privada; § 7º O bom comportamento é readquirido após
1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o cumprimento do requisito temporal exigível para a
apenado for reincidente na prática de crime hedi- obtenção do direito.
ondo ou equiparado;
Art. 113. O ingresso do condenado em re-
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o
apenado for reincidente em crime hediondo ou gime aberto supõe a aceitação de seu programa e
equiparado com resultado morte, vedado o livra- das condições impostas pelo Juiz.
mento condicional. Art. 114. Somente poderá ingressar no re-
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá di- gime aberto o condenado que:
reito à progressão de regime se ostentar boa con- I - estiver trabalhando ou comprovar a possibi-
duta carcerária, comprovada pelo diretor do esta- lidade de fazê-lo imediatamente;
belecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão. II - apresentar, pelos seus antecedentes ou
pelo resultado dos exames a que foi submetido,
§ 2º A decisão do juiz que determinar a pro- fundados indícios de que irá ajustar-se, com auto-
gressão de regime será sempre motivada e prece- disciplina e senso de responsabilidade, ao novo re-
dida de manifestação do Ministério Público e do gime.

193
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do Art. 119. A legislação local poderá estabele-
trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta cer normas complementares para o cumprimento
Lei. da pena privativa de liberdade em regime aberto
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condi- (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
ções especiais para a concessão de regime aberto,
sem prejuízo das seguintes condições gerais e
SEÇÃO III
obrigatórias:
DAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
I - permanecer no local que for designado, du-
rante o repouso e nos dias de folga;
SUBSEÇÃO I
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários
DA PERMISSÃO DE SAÍDA
fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside,
sem autorização judicial; Art. 120. Os condenados que cumprem pena
em regime fechado ou semi-aberto e os presos pro-
IV - comparecer a Juízo, para informar e justi- visórios poderão obter permissão para sair do es-
ficar as suas atividades, quando for determinado. tabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condi- um dos seguintes fatos:
ções estabelecidas, de ofício, a requerimento do I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
Ministério Público, da autoridade administrativa ou companheira, ascendente, descendente ou irmão;
do condenado, desde que as circunstâncias assim
II - necessidade de tratamento médico (pará-
o recomendem.
grafo único do artigo 14).
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento Parágrafo único. A permissão de saída será
do beneficiário de regime aberto em Daniel RIBEIRO
residência par- DE ANDRADE
concedida pelo diretor do estabelecimento onde se
ticular quando se tratar de: danielicoense@gmail.com
encontra o preso.
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;609.749.013-50
Art. 121. A permanência do preso fora do es-
II - condenado acometido de doença grave; tabelecimento terá a duração necessária à finali-
III - condenada com filho menor ou deficiente dade da saída.
físico ou mental;
IV - condenada gestante. SUBSEÇÃO II
Art. 118. A execução da pena privativa de li- DA SAÍDA TEMPORÁRIA
berdade ficará sujeita à forma regressiva, com a
transferência para qualquer dos regimes mais rigo- Art. 122. Os condenados que cumprem pena
rosos, quando o condenado:
em regime semi-aberto poderão obter autorização
I - praticar fato definido como crime doloso ou para saída temporária do estabelecimento, sem vi-
falta grave; gilância direta, nos seguintes casos:
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja I - visita à família;
pena, somada ao restante da pena em execução,
II - freqüência a curso supletivo profissionali-
torne incabível o regime (artigo 111).
zante, bem como de instrução do 2º grau ou supe-
§ 1° O condenado será transferido do regime rior, na Comarca do Juízo da Execução;
aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos
III - participação em atividades que concorram
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pa-
para o retorno ao convívio social.
gar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 1º A ausência de vigilância direta não im-
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo
pede a utilização de equipamento de monitoração
anterior, deverá ser ouvido previamente o conde-
eletrônica pelo condenado, quando assim determi-
nado.
nar o juiz da execução.

194
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que SEÇÃO IV
se refere o caput deste artigo o condenado que DA REMIÇÃO
cumpre pena por praticar crime hediondo com re-
sultado morte.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena
Art. 123. A autorização será concedida por em regime fechado ou semiaberto poderá remir,
ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Minis- por trabalho ou por estudo, parte do tempo de exe-
tério Público e a administração penitenciária e de- cução da pena.
penderá da satisfação dos seguintes requisitos:
§ 1° A contagem de tempo referida no caput
I - comportamento adequado; será feita à razão de:
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas
pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um de frequência escolar - atividade de ensino funda-
quarto), se reincidente; mental, médio, inclusive profissionalizante, ou su-
III - compatibilidade do benefício com os obje- perior, ou ainda de requalificação profissional - di-
tivos da pena. vididas, no mínimo, em 3 (três) dias;

Art. 124. A autorização será concedida por II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
trabalho.
prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser re-
novada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. § 2° As atividades de estudo a que se refere o
§ 1° deste artigo poderão ser desenvolvidas de
§ 1° Ao conceder a saída temporária, o juiz
forma presencial ou por metodologia de ensino a
imporá ao beneficiário as seguintes condições, en-
distância e deverão ser certificadas pelas autorida-
tre outras que entender compatíveis com as cir-
des educacionais competentes dos cursos frequen-
cunstâncias do caso e a situação pessoal do con-
tados.
denado:
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE§ 3° Para fins de cumulação dos casos de re-
I - fornecimento do endereço onde reside a fa-
danielicoense@gmail.com
mição, as horas diárias de trabalho e de estudo se-
mília a ser visitada ou onde poderá ser encontrado
rão definidas de forma a se compatibilizarem.
609.749.013-50
durante o gozo do benefício;
§ 4° O preso impossibilitado, por acidente, de
II - recolhimento à residência visitada, no perí-
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
odo noturno;
beneficiar-se com a remição
III - proibição de frequentar bares, casas notur-
§ 5° O tempo a remir em função das horas de
nas e estabelecimentos congêneres.
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de
§ 2° Quando se tratar de frequência a curso conclusão do ensino fundamental, médio ou supe-
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou rior durante o cumprimento da pena, desde que
superior, o tempo de saída será o necessário para certificada pelo órgão competente do sistema de
o cumprimento das atividades discentes. educação.
§ 3° Nos demais casos, as autorizações de sa- § 6° O condenado que cumpre pena em regime
ída somente poderão ser concedidas com prazo aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade con-
mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo dicional poderão remir, pela frequência a curso de
entre uma e outra. ensino regular ou de educação profissional, parte
Art. 125. O benefício será automaticamente do tempo de execução da pena ou do período de
prova, observado o disposto no inciso I do § 1°
revogado quando o condenado praticar fato defi-
deste artigo.
nido como crime doloso, for punido por falta grave,
desatender as condições impostas na autorização § 7° O disposto neste artigo aplica-se às hipó-
ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. teses de prisão cautelar.
Parágrafo único. A recuperação do direito à sa- § 8° A remição será declarada pelo juiz da exe-
ída temporária dependerá da absolvição no pro- cução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
cesso penal, do cancelamento da punição discipli-
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz po-
nar ou da demonstração do merecimento do con-
derá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
denado.

195
observado o disposto no art. 57, recomeçando a a) não mudar de residência sem comunicação
contagem a partir da data da infração disciplinar. ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
Art. 128. O tempo remido será computado
como pena cumprida, para todos os efeitos. b) recolher-se à habitação em hora fixada;

Art. 129. A autoridade administrativa enca- c) não frequentar determinados lugares.


minhará mensalmente ao juízo da execução cópia d) (VETADO)
do registro de todos os condenados que estejam
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir
trabalhando ou estudando, com informação dos
fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-
dias de trabalho ou das horas de frequência escolar
á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lu-
ou de atividades de ensino de cada um deles.
gar para onde ele se houver transferido e à autori-
§ 1° O condenado autorizado a estudar fora do dade incumbida da observação cautelar e de pro-
estabelecimento penal deverá comprovar mensal- teção.
mente, por meio de declaração da respectiva uni-
dade de ensino, a frequência e o aproveitamento Art. 134. O liberado será advertido da obriga-
escolar. ção de apresentar-se imediatamente às autorida-
des referidas no artigo anterior.
§ 2° Ao condenado dar-se-á a relação de seus
dias remidos. Art. 135. Reformada a sentença denegatória
do livramento, os autos baixarão ao Juízo da exe-
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do
cução, para as providências cabíveis.
Código Penal declarar ou atestar falsamente pres-
tação de serviço para fim de instruir pedido de re- Art. 136. Concedido o benefício, será expe-
mição. dida a carta de livramento com a cópia integral da
sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
autoridade administrativa incumbida da execução e
SEÇÃO V danielicoense@gmail.com
outra ao Conselho Penitenciário.
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 609.749.013-50
Art. 137. A cerimônia do livramento condicio-
nal será realizada solenemente no dia marcado
Art. 131. O livramento condicional poderá ser pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no es-
concedido pelo Juiz da execução, presentes os re- tabelecimento onde está sendo cumprida a pena,
quisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do observando-se o seguinte:
Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Con- I - a sentença será lida ao liberando, na pre-
selho Penitenciário. sença dos demais condenados, pelo Presidente do
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especifi- Conselho Penitenciário ou membro por ele desig-
cará as condições a que fica subordinado o livra- nado, ou, na falta, pelo Juiz;
mento. II - a autoridade administrativa chamará a aten-
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condi- ção do liberando para as condições impostas na
cional as obrigações seguintes: sentença de livramento;

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razo- III - o liberando declarará se aceita as condi-
ável se for apto para o trabalho; ções.

b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocu- § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado
pação; termo subscrito por quem presidir a cerimônia e
pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não sou-
c) não mudar do território da comarca do Juízo ber ou não puder escrever.
da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado Juiz da execução.
condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
Art. 138. Ao sair o liberado do estabeleci-
mento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de
seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta,

196
que exibirá à autoridade judiciária ou administra- Art. 143. A revogação será decretada a re-
tiva, sempre que lhe for exigida. querimento do Ministério Público, mediante repre-
§ 1º A caderneta conterá: sentação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício,
pelo Juiz, ouvido o liberado.
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo; Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público, da Defensoria Pública ou medi-
c) as condições impostas. ante representação do Conselho Penitenciário, e
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao ouvido o liberado, poderá modificar as condições
liberado um salvo-conduto, em que constem as especificadas na sentença, devendo o respectivo
condições do livramento, podendo substituir-se a fi- ato decisório ser lido ao liberado por uma das auto-
cha de identificação ou o seu retrato pela descrição ridades ou funcionários indicados no inciso I do ca-
dos sinais que possam identificá-lo. put do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
incisos II e III e §§ 1° e 2° do mesmo artigo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá
haver espaço para consignar-se o cumprimento Art. 145. Praticada pelo liberado outra infra-
das condições referidas no artigo 132 desta Lei. ção penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ou-
Art. 139. A observação cautelar e a proteção vidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Pú-
blico, suspendendo o curso do livramento condicio-
realizadas por serviço social penitenciário, Patro-
nal, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo
nato ou Conselho da Comunidade terão a finali-
da decisão final.
dade de:
I - fazer observar o cumprimento das condi- Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
ções especificadas na sentença concessiva do be- interessado, do Ministério Público ou mediante re-
nefício; presentação do Conselho Penitenciário, julgará ex-
tinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
II - proteger o beneficiário,Daniel RIBEIRO
orientando-o na DEprazo
ANDRADE
do livramento sem revogação.
danielicoense@gmail.com
execução de suas obrigações e auxiliando-o na ob-
tenção de atividade laborativa. 609.749.013-50
Parágrafo único. A entidade encarregada da SEÇÃO VI
observação cautelar e da proteção do liberado DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
apresentará relatório ao Conselho Penitenciário,
para efeito da representação prevista nos artigos
143 e 144 desta Lei. Art. 146-A. (VETADO).

Art. 140. A revogação do livramento condici- Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscaliza-
onal dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos ção por meio da monitoração eletrônica quando:
86 e 87 do Código Penal. I - (VETADO);
Parágrafo único. Mantido o livramento condici- II - autorizar a saída temporária no regime se-
onal, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz miaberto;
deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
III - (VETADO);
Art. 141. Se a revogação for motivada por in- IV - determinar a prisão domiciliar;
fração penal anterior à vigência do livramento, com-
putar-se-á como tempo de cumprimento da pena o V - (VETADO);
período de prova, sendo permitida, para a conces- Parágrafo único. (VETADO).
são de novo livramento, a soma do tempo das 2
Art. 146-C. O condenado será instruído
(duas) penas.
acerca dos cuidados que deverá adotar com o equi-
Art. 142. No caso de revogação por outro pamento eletrônico e dos seguintes deveres:
motivo, não se computará na pena o tempo em que I - receber visitas do servidor responsável pela
esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, monitoração eletrônica, responder aos seus conta-
em relação à mesma pena, novo livramento. tos e cumprir suas orientações;

197
II - abster-se de remover, de violar, de modifi- e às características do estabelecimento, da enti-
car, de danificar de qualquer forma o dispositivo de dade ou do programa comunitário ou estatal.
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça;
SEÇÃO II
III - (VETADO);
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
Parágrafo único. A violação comprovada dos
COMUNIDADE
deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a
critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa: Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - a regressão do regime; I - designar a entidade ou programa comunitá-
II - a revogação da autorização de saída tem- rio ou estatal, devidamente credenciado ou conven-
porária; cionado, junto ao qual o condenado deverá traba-
lhar gratuitamente, de acordo com as suas apti-
III - (VETADO); dões;
IV - (VETADO); II - determinar a intimação do condenado, cien-
V - (VETADO); tificando-o da entidade, dias e horário em que de-
VI - a revogação da prisão domiciliar; verá cumprir a pena;

VII - advertência, por escrito, para todos os ca- III - alterar a forma de execução, a fim de
sos em que o juiz da execução decida não aplicar ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de
alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI trabalho.
deste parágrafo. § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas
semanais e será realizado aos sábados, domingos
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e feriados, ou em dias úteis, de modo a não preju-
ser revogada:
danielicoense@gmail.comnormal de trabalho, nos horários es-
dicar a jornada
I - quando se tornar desnecessária ou inade- tabelecidos pelo Juiz.
609.749.013-50
quada; § 2º A execução terá início a partir da data do
II - se o acusado ou condenado violar os deve- primeiro comparecimento.
res a que estiver sujeito durante a sua vigência ou
Art. 150. A entidade beneficiada com a pres-
cometer falta grave.
tação de serviços encaminhará mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório circunstanciado das ati-
CAPÍTULO II vidades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disci-
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
plinar.

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO III
DA LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Art. 147. Transitada em julgado a sentença
que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da Art. 151. Caberá ao Juiz da execução deter-
execução, de ofício ou a requerimento do Ministério minar a intimação do condenado, cientificando-o do
Público, promoverá a execução, podendo, para local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.
tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração
Parágrafo único. A execução terá início a partir
de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
da data do primeiro comparecimento.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, po-
Art. 152. Poderão ser ministrados ao conde-
derá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de
nado, durante o tempo de permanência, cursos e
cumprimento das penas de prestação de serviços
palestras, ou atribuídas atividades educativas.
à comunidade e de limitação de fim de semana,
ajustando-as às condições pessoais do condenado

198
Parágrafo único. Nos casos de violência do- motivadamente, sobre a suspensão condicional,
méstica e familiar contra a criança, o adolescente e quer a conceda, quer a denegue.
a mulher e de tratamento cruel ou degradante, ou
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz es-
de uso de formas violentas de educação, correção
ou disciplina contra a criança e o adolescente, o juiz pecificará as condições a que fica sujeito o conde-
poderá determinar o comparecimento obrigatório nado, pelo prazo fixado, começando este a correr
do agressor a programas de recuperação e reedu- da audiência prevista no artigo 160 desta Lei.
cação. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) § 1° As condições serão adequadas ao fato e
à situação pessoal do condenado, devendo ser in-
Art. 153. O estabelecimento designado enca-
cluída entre as mesmas a de prestar serviços à co-
minhará, mensalmente, ao Juiz da execução, rela- munidade, ou limitação de fim de semana, salvo hi-
tório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a pótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal.
ausência ou falta disciplinar do condenado.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício,
a requerimento do Ministério Público ou mediante
SEÇÃO IV proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
DA INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE condições e regras estabelecidas na sentença, ou-
vido o condenado.
DIREITOS
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condi-
ções, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comu- Federal por normas supletivas, será atribuída a ser-
nicar à autoridade competente a pena aplicada, de- viço social penitenciário, Patronato, Conselho da
terminada a intimação do condenado. Comunidade ou instituição beneficiada com a pres-
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do ar- tação de serviços, inspecionados pelo Conselho
tigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade de- Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos,
Daniel RIBEIRO DEdevendo
ANDRADEo Juiz da execução suprir, por ato, a falta
verá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do re-
danielicoense@gmail.com
cebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a das normas supletivas.
execução terá seu início. 609.749.013-50§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodica-
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, mente à entidade fiscalizadora, para comprovar a
do Código Penal, o Juízo da execução determinará observância das condições a que está sujeito, co-
a apreensão dos documentos, que autorizam o municará, também, a sua ocupação e os salários
exercício do direito interditado. ou proventos de que vive.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
imediatamente ao Juiz da execução o descumpri- imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins
mento da pena. legais, qualquer fato capaz de acarretar a revoga-
ção do benefício, a prorrogação do prazo ou a mo-
Parágrafo único. A comunicação prevista neste dificação das condições.
artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se,
será feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscali-
CAPÍTULO III zadora do local da nova residência, aos quais o pri-
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL meiro deverá apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo pe- da pena for concedida por Tribunal, a este caberá
estabelecer as condições do benefício.
ríodo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da
pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) § 1º De igual modo proceder-se-á quando o
anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Có- Tribunal modificar as condições estabelecidas na
digo Penal. sentença recorrida.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão con-
aplicar pena privativa de liberdade, na situação de- dicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo
terminada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, da execução a incumbência de estabelecer as

199
condições do benefício, e, em qualquer caso, a de Art. 166. Recaindo a penhora em outros
realizar a audiência admonitória. bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º
Art. 160. Transitada em julgado a sentença do artigo 164, desta Lei.
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audi- Art. 167. A execução da pena de multa será
ência, advertindo-o das consequências de nova in- suspensa quando sobrevier ao condenado doença
fração penal e do descumprimento das condições mental (artigo 52 do Código Penal).
impostas.
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a co-
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por brança da multa se efetue mediante desconto no
edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não com- vencimento ou salário do condenado, nas hipóte-
parecer injustificadamente à audiência admonitó- ses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, obser-
ria, a suspensão ficará sem efeito e será executada vando-se o seguinte:
imediatamente a pena.
I - o limite máximo do desconto mensal será o
Art. 162. A revogação da suspensão condici- da quarta parte da remuneração e o mínimo o de
onal da pena e a prorrogação do período de prova um décimo;
dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos pará- II - o desconto será feito mediante ordem do
grafos do Código Penal. Juiz a quem de direito;
Art. 163. A sentença condenatória será regis- III - o responsável pelo desconto será intimado
trada, com a nota de suspensão em livro especial a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz,
do Juízo a que couber a execução da pena. a importância determinada.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, Art. 169. Até o término do prazo a que se re-
será o fato averbado à margem do registro. fere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado re-
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos,
Daniel RIBEIRO DE querer ao Juiz o pagamento da multa em presta-
ANDRADE
salvo para efeito de informações requisitadas por ções mensais, iguais e sucessivas.
danielicoense@gmail.com
órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para ins- § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determi-
truir processo penal.
609.749.013-50
nar diligências para verificar a real situação econô-
mica do condenado e, ouvido o Ministério Público,
fixará o número de prestações.
CAPÍTULO IV
DA PENA DE MULTA § 2º Se o condenado for impontual ou se me-
lhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, revogará o be-
Art. 164. Extraída certidão da sentença con- nefício executando-se a multa, na forma prevista
denatória com trânsito em julgado, que valerá como neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
título executivo judicial, o Ministério Público reque- iniciada.
rerá, em autos apartados, a citação do condenado
Art. 170. Quando a pena de multa for apli-
para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da
multa ou nomear bens à penhora. cada cumulativamente com pena privativa da liber-
dade, enquanto esta estiver sendo executada, po-
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da derá aquela ser cobrada mediante desconto na re-
multa, ou o depósito da respectiva importância, pro- muneração do condenado (artigo 168).
ceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bas-
tem para garantir a execução. § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa
de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a pos- haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
terior execução seguirão o que dispuser a lei pro- termos deste Capítulo.
cessual civil.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo ante-
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, rior aos casos em que for concedida a suspensão
os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível condicional da pena.
para prosseguimento.

200
TÍTULO VI I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE antes de expirar o prazo de duração mínima da me-
dida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o ha-
SEGURANÇA
bilite a resolver sobre a revogação ou permanência
da medida;
CAPÍTULO I
II - o relatório será instruído com o laudo psi-
DISPOSIÇÕES GERAIS quiátrico;
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas
Art. 171. Transitada em julgado a sentença as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
que aplicar medida de segurança, será ordenada a Ministério Público e o curador ou defensor, no
expedição de guia para a execução. prazo de 3 (três) dias para cada um;
Art. 172. Ninguém será internado em Hospi- IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para
tal de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou sub- o agente que não o tiver;
metido a tratamento ambulatorial, para cumpri- V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qual-
mento de medida de segurança, sem a guia expe- quer das partes, poderá determinar novas diligên-
dida pela autoridade judiciária. cias, ainda que expirado o prazo de duração mí-
Art. 173. A guia de internamento ou de trata- nima da medida de segurança;
mento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligên-
rubricará em todas as folhas e a subscreverá com cias a que se refere o inciso anterior, o Juiz profe-
o Juiz, será remetida à autoridade administrativa in- rirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
cumbida da execução e conterá:
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no de-
I - a qualificação do agente e o número do re- correr do prazo mínimo de duração da medida de
gistro geral do órgão oficial de identificação;
Daniel RIBEIRO DEsegurança,
ANDRADE poderá o Juiz da execução, diante de
danielicoense@gmail.com
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que requerimento fundamentado do Ministério Público
tiver aplicado a medida de segurança, bem609.749.013-50
como a ou do interessado, seu procurador ou defensor, or-
certidão do trânsito em julgado; denar o exame para que se verifique a cessação da
periculosidade, procedendo-se nos termos do ar-
III - a data em que terminará o prazo mínimo
tigo anterior.
de internação, ou do tratamento ambulatorial;
IV - outras peças do processo reputadas indis- Art. 177. Nos exames sucessivos para verifi-
pensáveis ao adequado tratamento ou interna- car-se a cessação da periculosidade, observar-se-
mento. á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo an-
terior.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da
guia de recolhimento e de sujeição a tratamento. Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou
§ 2° A guia será retificada sempre que sobre- de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), apli-
vier modificações quanto ao prazo de execução. car-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.

Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da me- Art. 179. Transitada em julgado a sentença,
dida de segurança, naquilo que couber, o disposto o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a
nos artigos 8° e 9° desta Lei. liberação.

TÍTULO VII
CAPÍTULO II DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE
CAPÍTULO I
Art. 175. A cessação da periculosidade será DAS CONVERSÕES
averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
medida de segurança, pelo exame das condições
pessoais do agente, observando-se o seguinte:

201
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá
superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em ser convertido em internação se o agente revelar
restritiva de direitos, desde que: incompatibilidade com a medida.
I - o condenado a esteja cumprindo em regime Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mí-
aberto; nimo de internação será de 1 (um) ano.
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um
quarto) da pena;
CAPÍTULO II
III - os antecedentes e a personalidade do con- DO EXCESSO OU DESVIO
denado indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será Art. 185. Haverá excesso ou desvio de exe-
convertida em privativa de liberdade nas hipóteses cução sempre que algum ato for praticado além dos
e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código limites fixados na sentença, em normas legais ou
Penal. regulamentares.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comu-
Art. 186. Podem suscitar o incidente de ex-
nidade será convertida quando o condenado:
cesso ou desvio de execução:
a) não for encontrado por estar em lugar in-
I - o Ministério Público;
certo e não sabido, ou desatender a intimação por
edital; II - o Conselho Penitenciário;
b) não comparecer, injustificadamente, à enti- III - o sentenciado;
dade ou programa em que deva prestar serviço; IV - qualquer dos demais órgãos da execução
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o penal.
serviço que lhe foi imposto; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
d) praticar falta grave; danielicoense@gmail.com CAPÍTULO III
609.749.013-50 DA ANISTIA E DO INDULTO
e) sofrer condenação por outro crime à pena
privativa de liberdade, cuja execução não tenha
sido suspensa. Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofí-
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será cio, a requerimento do interessado ou do Ministério
convertida quando o condenado não comparecer Público, por proposta da autoridade administrativa
ao estabelecimento designado para o cumprimento ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a
da pena, recusar-se a exercer a atividade determi- punibilidade.
nada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóte- Art. 188. O indulto individual poderá ser pro-
ses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. vocado por petição do condenado, por iniciativa do
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou
será convertida quando o condenado exercer, in- da autoridade administrativa.
justificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada
qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º,
dos documentos que a instruírem, será entregue ao
deste artigo.
Conselho Penitenciário, para a elaboração de pa-
Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de recer e posterior encaminhamento ao Ministério da
1996) Justiça.
Art. 183. Quando, no curso da execução da Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista
pena privativa de liberdade, sobrevier doença men- dos autos do processo e do prontuário, promoverá
tal ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofí- as diligências que entender necessárias e fará, em
cio, a requerimento do Ministério Público, da Defen- relatório, a narração do ilícito penal e dos funda-
soria Pública ou da autoridade administrativa, po- mentos da sentença condenatória, a exposição dos
derá determinar a substituição da pena por medida antecedentes do condenado e do procedimento
de segurança. deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre

202
o mérito do pedido e esclarecendo qualquer forma- TÍTULO IX
lidade ou circunstâncias omitidas na petição. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça TRANSITÓRIAS
com documentos e o relatório do Conselho Peni-
tenciário, a petição será submetida a despacho do
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos
Presidente da República, a quem serão presentes
da execução penal, e ao servidor, a divulgação de
os autos do processo ou a certidão de qualquer de
ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina
suas peças, se ele o determinar.
dos estabelecimentos, bem como exponha o preso
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos à inconveniente notoriedade, durante o cumpri-
autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a mento da pena.
pena ou ajustará a execução aos termos do de-
Art. 199. O emprego de algemas será disci-
creto, no caso de comutação.
plinado por decreto federal.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado
Art. 200. O condenado por crime político não
por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requeri-
está obrigado ao trabalho.
mento do interessado, do Ministério Público, ou por
iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autori- Art. 201. Na falta de estabelecimento ade-
dade administrativa, providenciará de acordo com quado, o cumprimento da prisão civil e da prisão
o disposto no artigo anterior. administrativa se efetivará em seção especial da
Cadeia Pública.

TÍTULO VIII Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não


DO PROCEDIMENTO JUDICIAL constarão da folha corrida, atestados ou certidões
fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares
Daniel RIBEIRO DEdaANDRADE Justiça, qualquer notícia ou referência à conde-
Art. 194. O procedimento correspondente às
danielicoense@gmail.com
nação, salvo para instruir processo pela prática de
situações previstas nesta Lei será judicial,609.749.013-50
desen- nova infração penal ou outros casos expressos em
volvendo-se perante o Juízo da execução. lei.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a con-
de ofício, a requerimento do Ministério Público, do tar da publicação desta Lei, serão editadas as nor-
interessado, de quem o represente, de seu côn- mas complementares ou regulamentares, necessá-
juge, parente ou descendente, mediante proposta rias à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autori- § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Uni-
dade administrativa. dades Federativas, em convênio com o Ministério
Art. 196. A portaria ou petição será autuada da Justiça, projetar a adaptação, construção e equi-
ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Mi- pamento de estabelecimentos e serviços penais
nistério Público, quando não figurem como reque- previstos nesta Lei.
rentes da medida. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
§ 1º Sendo desnecessária a produção de providenciada a aquisição ou desapropriação de
prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo. prédios para instalação de casas de albergados.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de § 3º O prazo a que se refere o caput deste ar-
prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo tigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Na-
após a produção daquela ou na audiência desig- cional de Política Criminal e Penitenciária, medi-
nada. ante justificada solicitação, instruída com os proje-
tos de reforma ou de construção de estabelecimen-
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz tos.
caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deve-
res estabelecidos para as Unidades Federativas
implicará na suspensão de qualquer ajuda finan-
ceira a elas destinada pela União, para atender às

203
despesas de execução das penas e medidas de se- V - membros do Ministério Público;
gurança. VI - membros dos tribunais ou conselhos de
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitan- contas.
temente com a lei de reforma da Parte Geral do Có- Parágrafo único. Reputa-se agente público,
digo Penal, revogadas as disposições em contrário, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,
especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
1957. por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou
entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3. Os crimes previstos nesta Lei são de


CAPÍTULO I
ação penal pública incondicionada.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º Será admitida ação privada se a ação pe-
nal pública não for intentada no prazo legal, ca-
Art. 1. Esta Lei define os crimes de abuso de bendo ao Ministério Público aditar a queixa, repu-
autoridade, cometidos por agente público, servidor diá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em
ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre- todos os termos do processo, fornecer elementos
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
sido atribuído. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
de negligência do querelante, retomar a ação como
parte
§ 1º As condutas descritas nestadanielicoense@gmail.com
Lei consti- principal.
tuem crime de abuso de autoridade quando prati- 609.749.013-50
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida
cadas pelo agente com a finalidade específica de no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a que se esgotar o prazo para oferecimento da de-
terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação núncia.
pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na
avaliação de fatos e provas não configura abuso de CAPÍTULO IV
autoridade. DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

CAPÍTULO II
SEÇÃO I
DOS SUJEITOS DO CRIME
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 2. É sujeito ativo do crime de abuso de


Art. 4. São efeitos da condenação:
autoridade qualquer agente público, servidor ou
não, da administração direta, indireta ou fundacio- I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
nal de qualquer dos Poderes da União, dos Esta- causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e de Terri- do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para
tório, compreendendo, mas não se limitando a: reparação dos danos causados pela infração, con-
siderando os prejuízos por ele sofridos;
I - servidores públicos e militares ou pessoas a
eles equiparadas; II - a inabilitação para o exercício de cargo,
mandato ou função pública, pelo período de 1 (um)
II - membros do Poder Legislativo;
a 5 (cinco) anos;
III - membros do Poder Executivo;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função
IV - membros do Poder Judiciário; pública.

204
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos inci- CAPÍTULO VI
sos II e III do caput deste artigo são condicionados DOS CRIMES E DAS PENAS
à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser de-
clarados motivadamente na sentença. Art. 9. Decretar medida de privação da liber-
dade em manifesta desconformidade com as hipó-
teses legais:
SEÇÃO II
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a au-
Art. 5. As penas restritivas de direitos substi- toridade judiciária que, dentro de prazo razoável,
tutivas das privativas de liberdade previstas nesta deixar de:
Lei são:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
I - prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas; II - substituir a prisão preventiva por medida
cautelar diversa ou de conceder liberdade provisó-
II - suspensão do exercício do cargo, da função ria, quando manifestamente cabível;
ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) me-
ses, com a perda dos vencimentos e das vanta- III - deferir liminar ou ordem de habeas cor-
gens; pus, quando manifestamente cabível.’

Parágrafo único. As penas restritivas de direi- Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
tos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativa- testemunha ou investigado manifestamente desca-
mente. bida ou sem prévia intimação de comparecimento
ao juízo:
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
CAPÍTULO V
danielicoense@gmail.com
e multa.
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E
609.749.013-50Art. 11. (VETADO).
ADMINISTRATIVA
Art. 12. Deixar injustificadamente de comu-
Art. 6. As penas previstas nesta Lei serão nicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no
aplicadas independentemente das sanções de na- prazo legal:
tureza civil ou administrativa cabíveis. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Parágrafo único. As notícias de crimes previs- anos, e multa.
tos nesta Lei que descreverem falta funcional serão Parágrafo único. Incorre na mesma pena
informadas à autoridade competente com vistas à quem:
apuração.
I - deixa de comunicar, imediatamente, a exe-
Art. 7. As responsabilidades civil e adminis- cução de prisão temporária ou preventiva à autori-
trativa são independentes da criminal, não se po- dade judiciária que a decretou;
dendo mais questionar sobre a existência ou a au-
II - deixa de comunicar, imediatamente, a pri-
toria do fato quando essas questões tenham sido
são de qualquer pessoa e o local onde se encontra
decididas no juízo criminal.
à sua família ou à pessoa por ela indicada;
Art. 8. Faz coisa julgada em âmbito cível, as- III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24
sim como no administrativo-disciplinar, a sentença (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em pela autoridade, com o motivo da prisão e os no-
estado de necessidade, em legítima defesa, em es- mes do condutor e das testemunhas;
trito cumprimento de dever legal ou no exercício re-
gular de direito. IV - prolonga a execução de pena privativa de
liberdade, de prisão temporária, de prisão preven-
tiva, de medida de segurança ou de internação, dei-
xando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de

205
executar o alvará de soltura imediatamente após indevida revitimização, aplica-se a pena aumen-
recebido ou de promover a soltura do preso quando tada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº
esgotado o prazo judicial ou legal. 14.321, de 2022)
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, § 2º Se o agente público intimidar a vítima de
mediante violência, grave ameaça ou redução de crimes violentos, gerando indevida revitimização,
sua capacidade de resistência, a: aplica-se a pena em dobro. (Incluído pela Lei nº
14.321, de 2022)
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exi-
bido à curiosidade pública; Art. 16. Deixar de identificar-se ou identifi-
II - submeter-se a situação vexatória ou a cons- car-se falsamente ao preso por ocasião de sua cap-
trangimento não autorizado em lei; tura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção
ou prisão:
III - produzir prova contra si mesmo ou contra
terceiro: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa, sem prejuízo da pena cominada à violên- Parágrafo único. Incorre na mesma pena
cia. quem, como responsável por interrogatório em
sede de procedimento investigatório de infração
Art. 14. (VETADO). penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a
si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça
de prisão, pessoa que, em razão de função, minis- Art. 17. (VETADO).
tério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório
resguardar sigilo:
policial durante o período de repouso noturno,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, salvoANDRADE
se capturado em flagrante delito ou se ele,
e multa. Daniel RIBEIRO DE
devidamente assistido, consentir em prestar decla-
danielicoense@gmail.com
rações:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem prossegue com o interrogatório: 609.749.013-50
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
I - de pessoa que tenha decidido exercer o di- anos, e multa.
reito ao silêncio; ou Art. 19. Impedir ou retardar, injustificada-
II - de pessoa que tenha optado por ser assis- mente, o envio de pleito de preso à autoridade judi-
tida por advogado ou defensor público, sem a pre- ciária competente para a apreciação da legalidade
sença de seu patrono. de sua prisão ou das circunstâncias de sua custó-
Violência Institucional (Incluído pela Lei nº dia:
14.321, de 2022) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração pe-
nal ou a testemunha de crimes violentos a procedi- Parágrafo único. Incorre na mesma pena o ma-
mentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, gistrado que, ciente do impedimento ou da demora,
que a leve a reviver, sem estrita necessidade:(In- deixa de tomar as providências tendentes a saná-
cluído pela Lei nº 14.321, de 2022) lo ou, não sendo competente para decidir sobre a
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judi-
I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei
ciária que o seja.
nº 14.321, de 2022)
II - outras situações potencialmente geradoras Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entre-
de sofrimento ou estigmatização: (Incluído pela Lei vista pessoal e reservada do preso com seu advo-
nº 14.321, de 2022) gado:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) anos, e multa.

§ 1º Se o agente público permitir que terceiro Parágrafo único. Incorre na mesma pena
intimide a vítima de crimes violentos, gerando quem impede o preso, o réu solto ou o investigado
de entrevistar-se pessoal e reservadamente com

206
seu advogado ou defensor, por prazo razoável, an- I - eximir-se de responsabilidade civil ou admi-
tes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado nistrativa por excesso praticado no curso de dili-
e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo gência;
no curso de interrogatório ou no caso de audiência II - omitir dados ou informações ou divulgar da-
realizada por videoconferência. dos ou informações incompletos para desviar o
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos curso da investigação, da diligência ou do pro-
na mesma cela ou espaço de confinamento: cesso.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
e multa. ameaça, funcionário ou empregado de instituição
Parágrafo único. Incorre na mesma pena hospitalar pública ou privada a admitir para trata-
quem mantém, na mesma cela, criança ou adoles- mento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o
cente na companhia de maior de idade ou em am- fim de alterar local ou momento de crime, prejudi-
biente inadequado, observado o disposto na Lei nº cando sua apuração:
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e do Adolescente). e multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocu- procedimento de investigação ou fiscalização, por
pante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele meio manifestamente ilícito:
permanecer nas mesmas condições, sem determi- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
nação judicial ou fora das condições estabelecidas e multa.
em lei:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, quem faz uso de prova, em desfavor do investigado
e multa. Daniel RIBEIRO DEouANDRADE
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ili-
danielicoense@gmail.com
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista citude.
no caput deste artigo, quem: 609.749.013-50
Art. 26. (VETADO).
I - coage alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
dependências; procedimento investigatório de infração penal ou
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
II – (VETADO)
qualquer indício da prática de crime, de ilícito funci-
III - cumpre mandado de busca e apreensão onal ou de infração administrativa:
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
das 5h (cinco horas).
anos, e multa.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para
Parágrafo único. Não há crime quando se tra-
prestar socorro, ou quando houver fundados indí-
tar de sindicância ou investigação preliminar sumá-
cios que indiquem a necessidade do ingresso em
ria, devidamente justificada.
razão de situação de flagrante delito ou de desas-
tre. Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gra-
vação sem relação com a prova que se pretenda
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
diligência, de investigação ou de processo, o es-
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acu-
tado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
sado:
eximir-se de responsabilidade ou de responsabili-
zar criminalmente alguém ou agravar-lhe a respon- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
sabilidade: e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, Art. 29. Prestar informação falsa sobre pro-
e multa. cedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
Parágrafo único. Incorre na mesma pena com o fim de prejudicar interesse de investigado:
quem pratica a conduta com o intuito de:

207
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
anos, e multa. e multa.
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução Art. 37. Demorar demasiada e injustificada-
penal, civil ou administrativa sem justa causa fun- mente no exame de processo de que tenha reque-
damentada ou contra quem sabe inocente: rido vista em órgão colegiado, com o intuito de pro-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, crastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a inves-
tigação, procrastinando-a em prejuízo do investi- Art. 38. Antecipar o responsável pelas inves-
gado ou fiscalizado: tigações, por meio de comunicação, inclusive rede
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
anos, e multa. apurações e formalizada a acusação:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
quem, inexistindo prazo para execução ou conclu- anos, e multa.
são de procedimento, o estende de forma imoti-
vada, procrastinando-o em prejuízo do investigado CAPÍTULO VII
ou do fiscalizado.
DO PROCEDIMENTO
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor
ou advogado acesso aos autos de investigação Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julga-
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito mento dos delitos previstos nesta Lei, no que cou-
ou a qualquer outro procedimento investigatório de ber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
infração penal, civil ou administrativa, assim como
Daniel RIBEIRO DEde outubro
ANDRADEde 1941 (Código de Processo Penal), e
impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso
danielicoense@gmail.com de 26 de setembro de 1995.
a peças relativas a diligências em curso, ou que in-
da Lei nº 9.099,
609.749.013-50
diquem a realização de diligências futuras, cujo si- Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de
gilo seja imprescindível: dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350,
ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
de 1940 (Código Penal).
anos, e multa.
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decor-
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento
ridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação ofi-
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não
cial.
fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem se utiliza de cargo ou função pública ou in-
voca a condição de agente público para se eximir
de obrigação legal ou para obter vantagem ou pri-
vilégio indevido. Art. 1° São considerados hediondos os se-
Art. 34. (VETADO). guintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
Art. 35. (VETADO). consumados ou tentados:
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a in- I - homicídio (art. 121), quando praticado em
disponibilidade de ativos financeiros em quantia atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
que extrapole exacerbadamente o valor estimado cometido por um só agente, e homicídio qualificado
para a satisfação da dívida da parte e, ante a de- (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e
monstração, pela parte, da excessividade da me- IX);
dida, deixar de corrigi-la:

208
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravís- XI - sequestro e cárcere privado cometido con-
sima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de tra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, § 1º, inciso
morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra au- IV); (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)
toridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da XII - tráfico de pessoas cometido contra cri-
Constituição Federal, integrantes do sistema prisi- ança ou adolescente (art. 149-A, caput, incisos I a
onal e da Força Nacional de Segurança Pública, no V, e § 1º, inciso II). (Incluído pela Lei 14.811, de
exercício da função ou em decorrência dela, ou 2024)
contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con- Parágrafo único. Consideram-se também hedi-
dição; ondos, tentados ou consumados:
II - roubo: I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º,
2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
a) circunstanciado pela restrição de liberdade
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § III - o crime de comércio ilegal de armas de
2º-B); fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
c) qualificado pelo resultado lesão corporal
grave ou morte (art. 157, § 3º); IV - o crime de tráfico internacional de arma de
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
III - extorsão qualificada pela restrição da liber- Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
morte (art. 158, § 3º); V - o crime de organização criminosa, quando
direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
IV - extorsão mediante seqüestroDaniele na forma DErado.
RIBEIRO ANDRADE
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, danielicoense@gmail.com
2o e 3o);
VI – os crimes previstos no Decreto-Lei nº
609.749.013-50
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Mi-
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e litar), que apresentem identidade com os crimes
§§ 1o, 2o, 3o e 4o); previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 14.688, de 2023)
1o). VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e
VII-A – (VETADO) no art. 241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). (In-
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou cluído pela Lei 14.811, de 2024)
alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o- Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tor-
B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
julho de 1998). e o terrorismo são insuscetíveis de:
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra I - anistia, graça e indulto;
forma de exploração sexual de criança ou adoles- II - fiança.
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). § 1° A pena por crime previsto neste artigo será
cumprida inicialmente em regime fechado.
IX - furto qualificado pelo emprego de explo-
STF: Súmula vinculante 26 - Para efeito de progressão
sivo ou de artefato análogo que cause perigo co- de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
mum (art. 155, § 4º-A). equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucio-
nalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990,
X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não,
ou a automutilação realizados por meio da rede de os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
computadores, de rede social ou transmitidos em determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realiza-
ção de exame criminológico.
tempo real (art. 122, caput e § 4º); (Incluído pela Lei
14.811, de 2024) § 2º REVOGADO.

209
§ 3° Em caso de sentença condenatória, o juiz Pena - reclusão, de seis a dez anos.
decidirá fundamentadamente se o réu poderá ape- Art. 223.
lar em liberdade.
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
§ 4° A prisão temporária, sobre a qual dispõe a
Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos cri- Parágrafo único.
mes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
Art. 267.
de extrema e comprovada necessidade.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 3º A União manterá estabelecimentos pe-
nais, de segurança máxima, destinados ao cumpri- Art. 270.
mento de penas impostas a condenados de alta pe- Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
riculosidade, cuja permanência em presídios esta-
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acres-
duais ponha em risco a ordem ou incolumidade pú-
blica. cido o seguinte parágrafo:
"Art. 159.
Art. 4º (Vetado).
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, fa-
o seguinte inciso: cilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena
"Art. 83. reduzida de um a dois terços."
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a
casos de condenação por crime hediondo, prática pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando
da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
afins, e terrorismo, se o apenado Daniel
não for reinci-
RIBEIRO tráfico
DE ilícito de entorpecentes e drogas afins ou ter-
ANDRADE
dente específico em crimes dessa natureza." rorismo.
danielicoense@gmail.com
Parágrafo único. O participante e o associado
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e 609.749.013-50
seus
§§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Pe- possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
nal, passam a vigorar com a seguinte redação: reduzida de um a dois terços.
"Art. 157. Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os cri-
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,
grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é binação com o art. 223, caput e parágrafo único,
de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e pa-
rágrafo único, todos do Código Penal, são acresci-
Art. 159. das de metade, respeitado o limite superior de trinta
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. anos de reclusão, estando a vítima em qualquer
das hipóteses referidas no art. 224 também do Có-
§ 1º .................................................................
digo Penal.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de
§ 2º ................................................................. outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de pa-
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro rágrafo único, com a seguinte redação:
anos. "Art. 35.
§ 3º ................................................................. Parágrafo único. Os prazos procedimentais
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. deste capítulo serão contados em dobro quando se
Art. 213. tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Pena - reclusão, de seis a dez anos. Art. 11. (Vetado).


Art. 214.

210
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular,
publicação. integrar, organizar e coordenar as atividades rela-
cionadas com:
Art. 13. Revogam-se as disposições em con-
trário. I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a
reinserção social de usuários e dependentes de
drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e
do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto orde-
nado de princípios, regras, critérios e recursos ma-
teriais e humanos que envolvem as políticas, pla-
TÍTULO I nos, programas, ações e projetos sobre drogas, in-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políti-
cas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; pres- § 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sis-
creve medidas para prevenção do uso indevido, tema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema
atenção e reinserção social de usuários e depen- Único de Assistência Social - SUAS.
dentes de drogas; estabelece normas para repres-
são à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
CAPÍTULO I
drogas e define crimes.
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
Parágrafo único. Para fins desta Lei, conside-
Daniel
ram-se como drogas as substâncias produtos DE DO
ou os RIBEIRO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
ANDRADE
capazes de causar dependência, assim especifica-
danielicoense@gmail.com PÚBLICAS SOBRE DROGAS
dos em lei ou relacionados em listas atualizadas
609.749.013-50
periodicamente pelo Poder Executivo da União. Art. 4º São princípios do Sisnad:
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território I - o respeito aos direitos fundamentais da pes-
nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, soa humana, especialmente quanto à sua autono-
a colheita e a exploração de vegetais e substratos mia e à sua liberdade;
dos quais possam ser extraídas ou produzidas dro- II - o respeito à diversidade e às especificida-
gas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou des populacionais existentes;
regulamentar, bem como o que estabelece a Con-
venção de Viena, das Nações Unidas, sobre Subs- III - a promoção dos valores éticos, culturais e
tâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plan- de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os
tas de uso estritamente ritualístico-religioso. como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;
Parágrafo único. Pode a União autorizar o
plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos IV - a promoção de consensos nacionais, de
no caput deste artigo, exclusivamente para fins me- ampla participação social, para o estabelecimento
dicinais ou científicos, em local e prazo predetermi- dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
nados, mediante fiscalização, respeitadas as res- V - a promoção da responsabilidade comparti-
salvas supramencionadas. lhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a
importância da participação social nas atividades
do Sisnad;
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos
fatores correlacionados com o uso indevido de dro-
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
gas, com a sua produção não autorizada e o seu
tráfico ilícito;

211
VII - a integração das estratégias nacionais e SEÇÃO I
internacionais de prevenção do uso indevido, aten- DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA
ção e reinserção social de usuários e dependentes
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
de drogas e de repressão à sua produção não au-
torizada e ao seu tráfico ilícito; SOBRE DROGAS
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério
Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário vi- Art. 6º (VETADO)
sando à cooperação mútua nas atividades do Sis-
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a
nad;
orientação central e a execução descentralizada
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar das atividades realizadas em seu âmbito, nas esfe-
que reconheça a interdependência e a natureza ras federal, distrital, estadual e municipal e se cons-
complementar das atividades de prevenção do uso titui matéria definida no regulamento desta Lei.
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas, repressão da produção Art. 7º-A. (VETADO).
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; Art. 8º (VETADO)
X - a observância do equilíbrio entre as ativida-
des de prevenção do uso indevido, atenção e rein-
SEÇÃO II
serção social de usuários e dependentes de drogas
e de repressão à sua produção não autorizada e ao DAS COMPETÊNCIAS
seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade
e o bem-estar social; Art. 8º-A. Compete à União:
XI - a observância às orientações e normas I - formular e coordenar a execução da Política
emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Co- Nacional sobre Drogas;
nad. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas so-
danielicoense@gmail.com
bre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Fe-
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
609.749.013-50
deral, Municípios e a sociedade;
I - contribuir para a inclusão social do cidadão,
visando a torná-lo menos vulnerável a assumir III - coordenar o Sisnad;
comportamentos de risco para o uso indevido de IV - estabelecer diretrizes sobre a organização
drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos e funcionamento do Sisnad e suas normas de refe-
correlacionados; rência;
II - promover a construção e a socialização do V - elaborar objetivos, ações estratégicas, me-
conhecimento sobre drogas no país; tas, prioridades, indicadores e definir formas de fi-
III - promover a integração entre as políticas de nanciamento e gestão das políticas sobre drogas;
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção VI – (VETADO);
social de usuários e dependentes de drogas e de
repressão à sua produção não autorizada e ao trá- VII – (VETADO);
fico ilícito e as políticas públicas setoriais dos ór- VIII - promover a integração das políticas sobre
gãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, drogas com os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Estados e Municípios; nicípios;
IV - assegurar as condições para a coordena- IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e
ção, a integração e a articulação das atividades de Municípios, a execução das políticas sobre drogas,
que trata o art. 3º desta Lei. observadas as obrigações dos integrantes do Sis-
nad;

CAPÍTULO II X - estabelecer formas de colaboração com


Estados, Distrito Federal e Municípios para a exe-
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS cução das políticas sobre drogas;
PÚBLICAS SOBRE DROGAS

212
XI - garantir publicidade de dados e informa- VI - estabelecer diretrizes para garantir a efeti-
ções sobre repasses de recursos para financia- vidade dos programas, ações e projetos das políti-
mento das políticas sobre drogas; cas sobre drogas;
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísti- VII - fomentar a criação de serviço de atendi-
cos nacionais de prevenção, tratamento, acolhi- mento telefônico com orientações e informações
mento, reinserção social e econômica e repressão para apoio aos usuários ou dependentes de dro-
ao tráfico ilícito de drogas; gas;
XIII - adotar medidas de enfretamento aos cri- VIII - articular programas, ações e projetos de
mes transfronteiriços; e incentivo ao emprego, renda e capacitação para o
XIV - estabelecer uma política nacional de con- trabalho, com objetivo de promover a inserção pro-
trole de fronteiras, visando a coibir o ingresso de fissional da pessoa que haja cumprido o plano indi-
drogas no País. vidual de atendimento nas fases de tratamento ou
acolhimento;
Art. 8º-B. (VETADO).
IX - promover formas coletivas de organização
Art. 8º-C. (VETADO). para o trabalho, redes de economia solidária e o
cooperativismo, como forma de promover autono-
mia ao usuário ou dependente de drogas egresso
CAPÍTULO II-A de tratamento ou acolhimento, observando-se as
DA FORMULAÇÃO DAS especificidades regionais;
POLÍTICAS SOBRE DROGAS X - propor a formulação de políticas públicas
que conduzam à efetivação das diretrizes e princí-
SEÇÃO I pios previstos no art. 22;
DO PLANO NACIONAL DEDaniel
POLÍTICAS XI - articular as instâncias de saúde, assistên-
RIBEIRO DE ANDRADE
cia social e de justiça no enfrentamento ao abuso
SOBRE DROGAS danielicoense@gmail.com
de drogas; e
609.749.013-50
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional XII - promover estudos e avaliação dos resul-
de Políticas sobre Drogas, dentre outros: tados das políticas sobre drogas.
I - promover a interdisciplinaridade e integra- § 1º O plano de que trata o caput terá duração
ção dos programas, ações, atividades e projetos de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.
dos órgãos e entidades públicas e privadas nas § 2º O poder público deverá dar a mais ampla
áreas de saúde, educação, trabalho, assistência divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Polí-
social, previdência social, habitação, cultura, des- ticas sobre Drogas.
porto e lazer, visando à prevenção do uso de dro-
gas, atenção e reinserção social dos usuários ou
dependentes de drogas; SEÇÃO II
DOS CONSELHOS DE POLÍTICAS
II - viabilizar a ampla participação social na for-
mulação, implementação e avaliação das políticas SOBRE DROGAS
sobre drogas;
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre
III - priorizar programas, ações, atividades e
projetos articulados com os estabelecimentos de drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e
ensino, com a sociedade e com a família para a Municípios, terão os seguintes objetivos:
prevenção do uso de drogas; I - auxiliar na elaboração de políticas sobre dro-
IV - ampliar as alternativas de inserção social gas;
e econômica do usuário ou dependente de drogas, II - colaborar com os órgãos governamentais
promovendo programas que priorizem a melhoria no planejamento e na execução das políticas sobre
de sua escolarização e a qualificação profissional; drogas, visando à efetividade das políticas sobre
V - promover o acesso do usuário ou depen- drogas;
dente de drogas a todos os serviços públicos;

213
III - propor a celebração de instrumentos de co- e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das
operação, visando à elaboração de programas, pessoas, conforme orientações emanadas da
ações, atividades e projetos voltados à prevenção, União.
tratamento, acolhimento, reinserção social e eco-
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de
nômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;
repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sis-
IV - promover a realização de estudos, com o tema de informações do Poder Executivo.
objetivo de subsidiar o planejamento das políticas
sobre drogas;
V - propor políticas públicas que permitam a in- TÍTULO III
tegração e a participação do usuário ou depen- DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO
dente de drogas no processo social, econômico, USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
político e cultural no respectivo ente federado; e
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E
VI - desenvolver outras atividades relaciona- DEPENDENTES DE DROGAS
das às políticas sobre drogas em consonância com
o Sisnad e com os respectivos planos.
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
SEÇÃO III
DOS MEMBROS DOS CONSELHOS SEÇÃO I
DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS DAS DIRETRIZES

Art. 8º-F. (VETADO). Art. 18. Constituem atividades de prevenção


do uso
Daniel RIBEIRO DE indevido de drogas, para efeito desta Lei,
ANDRADE
CAPÍTULO III aquelas direcionadas para a redução dos fatores
danielicoense@gmail.com
(VETADO) de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o
609.749.013-50
fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 9º (VETADO) Art. 19. As atividades de prevenção do uso
indevido de drogas devem observar os seguintes
Art. 10. (VETADO)
princípios e diretrizes:
Art. 11. (VETADO) I - o reconhecimento do uso indevido de drogas
Art. 12. (VETADO) como fator de interferência na qualidade de vida do
indivíduo e na sua relação com a comunidade à
Art. 13. (VETADO) qual pertence;
Art. 14. (VETADO) II - a adoção de conceitos objetivos e de fun-
damentação científica como forma de orientar as
ações dos serviços públicos comunitários e priva-
CAPÍTULO IV dos e de evitar preconceitos e estigmatização das
DO ACOMPANHAMENTO E DA pessoas e dos serviços que as atendam;
AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE III - o fortalecimento da autonomia e da respon-
DROGAS sabilidade individual em relação ao uso indevido de
drogas;
Art. 15. (VETADO) IV - o compartilhamento de responsabilidades
e a colaboração mútua com as instituições do setor
Art. 16. As instituições com atuação nas privado e com os diversos segmentos sociais, in-
áreas da atenção à saúde e da assistência social cluindo usuários e dependentes de drogas e res-
que atendam usuários ou dependentes de drogas pectivos familiares, por meio do estabelecimento
devem comunicar ao órgão competente do respec- de parcerias;
tivo sistema municipal de saúde os casos atendidos

214
V - a adoção de estratégias preventivas dife- § 1º No período de que trata o caput , serão
renciadas e adequadas às especificidades socio- intensificadas as ações de:
culturais das diversas populações, bem como das I - difusão de informações sobre os problemas
diferentes drogas utilizadas; decorrentes do uso de drogas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retar- II - promoção de eventos para o debate público
damento do uso” e da redução de riscos como re- sobre as políticas sobre drogas;
sultados desejáveis das atividades de natureza
preventiva, quando da definição dos objetivos a se- III - difusão de boas práticas de prevenção, tra-
rem alcançados; tamento, acolhimento e reinserção social e econô-
mica de usuários de drogas;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas
mais vulneráveis da população, levando em consi- IV - divulgação de iniciativas, ações e campa-
deração as suas necessidades específicas; nhas de prevenção do uso indevido de drogas;
VIII - a articulação entre os serviços e organi- V - mobilização da comunidade para a partici-
zações que atuam em atividades de prevenção do pação nas ações de prevenção e enfrentamento às
uso indevido de drogas e a rede de atenção a usu- drogas;
ários e dependentes de drogas e respectivos fami- VI - mobilização dos sistemas de ensino pre-
liares; vistos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
IX - o investimento em alternativas esportivas, - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ,
culturais, artísticas, profissionais, entre outras, na realização de atividades de prevenção ao uso
como forma de inclusão social e de melhoria da de drogas.
qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação CAPÍTULO II
continuada na área da prevenção do uso indevido
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE
de drogas para profissionais de educação nos 3
(três) níveis de ensino; danielicoense@gmail.com
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU
609.749.013-50 DEPENDENTES DE DROGAS
XI - a implantação de projetos pedagógicos de
prevenção do uso indevido de drogas, nas institui-
ções de ensino público e privado, alinhados às Di- CAPÍTULO II
retrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimen- DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO,
tos relacionados a drogas;
TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE
XII - a observância das orientações e normas EINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE
emanadas do Conad;
USUÁRIOS OU DEPENDENTES
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de DE DROGAS
controle social de políticas setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção
SEÇÃO I
do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao
adolescente deverão estar em consonância com as DISPOSIÇÕES GERAIS
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. Art. 20. Constituem atividades de atenção ao
usuário e dependente de drogas e respectivos fa-
miliares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
SEÇÃO II
melhoria da qualidade de vida e à redução dos ris-
DA SEMANA NACIONAL cos e dos danos associados ao uso de drogas.
DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Art. 21. Constituem atividades de reinserção
social do usuário ou do dependente de drogas e
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional
respectivos familiares, para efeito desta Lei, aque-
de Políticas sobre Drogas, comemorada anual- las direcionadas para sua integração ou reintegra-
mente, na quarta semana de junho. ção em redes sociais.

215
Art. 22. As atividades de atenção e as de SEÇÃO III
reinserção social do usuário e do dependente de DO TRABALHO NA REINSERÇÃO
drogas e respectivos familiares devem observar os SOCIAL E ECONÔMICA
seguintes princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de dro- Art. 22-B. (VETADO).
gas, independentemente de quaisquer condições,
observados os direitos fundamentais da pessoa hu-
mana, os princípios e diretrizes do Sistema Único SEÇÃO IV
de Saúde e da Política Nacional de Assistência So- DO TRATAMENTO DO USUÁRIO OU
cial; DEPENDENTE DE DROGAS
II - a adoção de estratégias diferenciadas de
atenção e reinserção social do usuário e do depen- Art. 23. As redes dos serviços de saúde da
dente de drogas e respectivos familiares que con- União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Muni-
siderem as suas peculiaridades socioculturais; cípios desenvolverão programas de atenção ao
usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as
III - definição de projeto terapêutico individuali-
diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios ex-
zado, orientado para a inclusão social e para a re-
plicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previ-
dução de riscos e de danos sociais e à saúde;
são orçamentária adequada.
IV - atenção ao usuário ou dependente de dro-
gas e aos respectivos familiares, sempre que pos- Art. 23-A. O tratamento do usuário ou de-
sível, de forma multidisciplinar e por equipes multi- pendente de drogas deverá ser ordenado em uma
profissionais; rede de atenção à saúde, com prioridade para as
modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo
V - observância das orientações e normas excepcionalmente formas de internação em unida-
emanadas do Conad; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
des de saúde e hospitais gerais nos termos de nor-
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de mas dispostas pela União e articuladas com os ser-
danielicoense@gmail.com
controle social de políticas setoriais específicas. viços de assistência social e em etapas que permi-
609.749.013-50
tam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
VII - estímulo à capacitação técnica e profissi-
onal; I - articular a atenção com ações preventivas
VIII - efetivação de políticas de reinserção so- que atinjam toda a população; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
cial voltadas à educação continuada e ao trabalho;
IX - observância do plano individual de atendi- II - orientar-se por protocolos técnicos predefi-
mento na forma do art. 23-B desta Lei; nidos, baseados em evidências científicas, ofere-
cendo atendimento individualizado ao usuário ou
X - orientação adequada ao usuário ou depen- dependente de drogas com abordagem preventiva
dente de drogas quanto às consequências lesivas e, sempre que indicado, ambulatorial; (Incluído pela
do uso de drogas, ainda que ocasional. Lei nº 13.840, de 2019)
III - preparar para a reinserção social e econô-
SEÇÃO II mica, respeitando as habilidades e projetos indivi-
duais por meio de programas que articulem educa-
DA EDUCAÇÃO NA REINSERÇÃO SOCIAL
ção, capacitação para o trabalho, esporte, cultura e
E ECONÔMICA acompanhamento individualizado; e
IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos
e Sisnad, de forma articulada.
integrantes do Sisnad terão atendimento nos pro-
gramas de educação profissional e tecnológica, § 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos
educação de jovens e adultos e alfabetização. (In- técnicos de tratamento, em âmbito nacional.
cluído pela Lei nº 13.840, de 2019) § 2º A internação de dependentes de drogas
somente será realizada em unidades de saúde ou
hospitais gerais, dotados de equipes multidiscipli-
nares e deverá ser obrigatoriamente autorizada por

216
médico devidamente registrado no Conselho Regi- § 8º É garantido o sigilo das informações dis-
onal de Medicina - CRM do Estado onde se localize poníveis no sistema referido no § 7º e o acesso
o estabelecimento no qual se dará a internação. será permitido apenas às pessoas autorizadas a
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de inter- conhecê-las, sob pena de responsabilidade.
nação: § 9º É vedada a realização de qualquer moda-
I - internação voluntária: aquela que se dá com lidade de internação nas comunidades terapêuticas
o consentimento do dependente de drogas; acolhedoras.

II - internação involuntária: aquela que se dá, § 10. O planejamento e a execução do projeto


sem o consentimento do dependente, a pedido de terapêutico individual deverão observar, no que
familiar ou do responsável legal ou, na absoluta couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de
falta deste, de servidor público da área de saúde, 2001 , que dispõe sobre a proteção e os direitos
da assistência social ou dos órgãos públicos inte- das pessoas portadoras de transtornos mentais e
grantes do Sisnad, com exceção de servidores da redireciona o modelo assistencial em saúde men-
área de segurança pública, que constate a existên- tal.
cia de motivos que justifiquem a medida.
§ 4º A internação voluntária: SEÇÃO V
DO PLANO INDIVIDUAL DE
I - deverá ser precedida de declaração escrita
da pessoa solicitante de que optou por este regime ATENDIMENTO
de tratamento;
Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou de-
II - seu término dar-se-á por determinação do
médico responsável ou por solicitação escrita da pendente de drogas na rede de atenção à saúde
pessoa que deseja interromper o tratamento. dependerá de:
I - avaliação prévia por equipe técnica multidis-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 5º A internação involuntária:
ciplinar
danielicoense@gmail.com e multissetorial; e
I - deve ser realizada após a formalização da
decisão por médico responsável; 609.749.013-50II - elaboração de um Plano Individual de Aten-
dimento – PIA.
II - será indicada depois da avaliação sobre o
tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipó- § 1º A avaliação prévia da equipe técnica sub-
tese comprovada da impossibilidade de utilização sidiará a elaboração e execução do projeto tera-
de outras alternativas terapêuticas previstas na pêutico individual a ser adotado, levantando no mí-
rede de atenção à saúde; nimo:

III - perdurará apenas pelo tempo necessário à I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e
desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) II - o risco à saúde física e mental do usuário
dias, tendo seu término determinado pelo médico ou dependente de drogas ou das pessoas com as
responsável; quais convive.
IV - a família ou o representante legal poderá, § 2º (VETADO).
a qualquer tempo, requerer ao médico a interrup- § 3º O PIA deverá contemplar a participação
ção do tratamento. dos familiares ou responsáveis, os quais têm o de-
§ 6º A internação, em qualquer de suas moda- ver de contribuir com o processo, sendo esses, no
lidades, só será indicada quando os recursos extra- caso de crianças e adolescentes, passíveis de res-
hospitalares se mostrarem insuficientes. ponsabilização civil, administrativa e criminal, nos
§ 7º Todas as internações e altas de que trata termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -
esta Lei deverão ser informadas, em, no máximo, Estatuto da Criança e do Adolescente .
de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, § 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a
à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscaliza- responsabilidade da equipe técnica do primeiro
ção, por meio de sistema informatizado único, na projeto terapêutico que atender o usuário ou de-
forma do regulamento desta Lei. pendente de drogas e será atualizado ao longo das
diversas fases do atendimento.

217
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: II - adesão e permanência voluntária, formali-
I - os resultados da avaliação multidisciplinar; zadas por escrito, entendida como uma etapa tran-
sitória para a reinserção social e econômica do
II - os objetivos declarados pelo atendido; usuário ou dependente de drogas;
III - a previsão de suas atividades de integra- III - ambiente residencial, propício à formação
ção social ou capacitação profissional; de vínculos, com a convivência entre os pares, ati-
IV - atividades de integração e apoio à família; vidades práticas de valor educativo e a promoção
do desenvolvimento pessoal, vocacionada para
V - formas de participação da família para efe-
acolhimento ao usuário ou dependente de drogas
tivo cumprimento do plano individual;
em vulnerabilidade social;
VI - designação do projeto terapêutico mais
IV - avaliação médica prévia;
adequado para o cumprimento do previsto no
plano; e V - elaboração de plano individual de atendi-
mento na forma do art. 23-B desta Lei; e
VII - as medidas específicas de atenção à sa-
úde do atendido. VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
dependente de drogas.
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30
(trinta) dias da data do ingresso no atendimento. § 1º Não são elegíveis para o acolhimento as
pessoas com comprometimentos biológicos e psi-
§ 7º As informações produzidas na avaliação e
cológicos de natureza grave que mereçam atenção
as registradas no plano individual de atendimento
médico-hospitalar contínua ou de emergência,
são consideradas sigilosas.
caso em que deverão ser encaminhadas à rede de
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Fede- saúde.
ral e os Municípios poderão conceder benefícios às § 2º (VETADO).
instituições privadas que desenvolverem progra-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
mas de reinserção no mercado de trabalho, do usu- § 3º (VETADO).
danielicoense@gmail.com
ário e do dependente de drogas encaminhados por § 4º (VETADO).
órgão oficial. 609.749.013-50
§ 5º (VETADO).
Art. 25. As instituições da sociedade civil,
sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da CAPÍTULO III
atenção à saúde e da assistência social, que aten-
DOS CRIMES E DAS PENAS
dam usuários ou dependentes de drogas poderão
receber recursos do Funad, condicionados à sua
disponibilidade orçamentária e financeira. Art. 27. As penas previstas neste Capítulo
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos
que, em razão da prática de infração penal, estive- o Ministério Público e o defensor.
rem cumprindo pena privativa de liberdade ou sub-
metidos a medida de segurança, têm garantidos os Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em de-
serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo pósito, transportar ou trouxer consigo, para con-
respectivo sistema penitenciário. sumo pessoal, drogas sem autorização ou em de-
sacordo com determinação legal ou regulamentar
será submetido às seguintes penas:
SEÇÃO VI
Para o STF, o art. 28 da Lei de Drogas despenalizou a
DO ACOLHIMENTO EM COMUNIDADE posse de drogas para uso pessoal, mas as condutas pre-
TERAPÊUTICA ACOLHEDORA vistas nesse dispositivo não deixaram de ser tipificadas
como crime. Cumpre observar que também não há cabi-
mento de penas privativas de liberdade aos usuários que
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou de- utilizam drogas apenas para consumo pessoal.
pendente de drogas na comunidade terapêutica I - advertência sobre os efeitos das drogas;
acolhedora caracteriza-se por:
II - prestação de serviços à comunidade;
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou
dependente de drogas que visam à abstinência;

218
III - medida educativa de comparecimento a serão creditados à conta do Fundo Nacional Anti-
programa ou curso educativo. drogas.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a impo-
para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou co- sição e a execução das penas, observado, no to-
lhe plantas destinadas à preparação de pequena cante à interrupção do prazo, o disposto nos arts.
quantidade de substância ou produto capaz de cau- 107 e seguintes do Código Penal.
sar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se TÍTULO IV
a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO
condições em que se desenvolveu a ação, às cir- NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO
cunstâncias sociais e pessoais, bem como à con- ILÍCITO DE DROGAS
duta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do CAPÍTULO I
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo má- DISPOSIÇÕES GERAIS
ximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previs- Art. 31. É indispensável a licença prévia da
tas nos incisos II e III do caput deste artigo serãoautoridade competente para produzir, extrair, fabri-
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. car, transformar, preparar, possuir, manter em de-
§ 5º A prestação de serviços à comunidade pósito, importar, exportar, reexportar, remeter,
será cumprida em programas comunitários, entida- transportar, expor, oferecer, vender, comprar, tro-
des educacionais ou assistenciais, hospitais, esta- car, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou
belecimentos congêneres, públicos ou privados matéria-prima destinada à sua preparação, obser-
Daniel RIBEIRO DEvadas
ANDRADE
as demais exigências legais.
sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencial-
danielicoense@gmail.com
mente, da prevenção do consumo ou da recupera-
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediata-
ção de usuários e dependentes de drogas. 609.749.013-50
mente destruídas pelo delegado de polícia na
§ 6º Para garantia do cumprimento das medi- forma do art. 50-A, que recolherá quantidade sufi-
das educativas a que se refere o caput, nos incisos ciente para exame pericial, de tudo lavrando auto
I, II e III, a que injustificadamente se recuse o de levantamento das condições encontradas, com
agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a delimitação do local, asseguradas as medidas ne-
a: cessárias para a preservação da prova.
I - admoestação verbal; § 1º (Revogado).
II - multa. § 2º (Revogado).
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para
coloque à disposição do infrator, gratuitamente, es- destruir a plantação, observar-se-á, além das cau-
tabelecimento de saúde, preferencialmente ambu- telas necessárias à proteção ao meio ambiente, o
latorial, para tratamento especializado. disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de
Art. 29. Na imposição da medida educativa a 1998, no que couber, dispensada a autorização
prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do
que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,
Meio Ambiente - Sisnama.
atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
número de dias-multa, em quantidade nunca infe- § 4º As glebas cultivadas com plantações ilíci-
rior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atri- tas serão expropriadas, conforme o disposto no art.
buindo depois a cada um, segundo a capacidade 243 da Constituição Federal, de acordo com a le-
econômica do agente, o valor de um trinta avos até gislação em vigor.
3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da im-
posição da multa a que se refere o § 6º do art. 28

219
CAPÍTULO II e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
DOS CRIMES previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, um sexto a dois terços, vedada a conversão em pe-
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer con- nas restritivas de direitos , desde que o agente seja
sigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a con- primário, de bons antecedentes, não se dedique às
sumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, atividades criminosas nem integre organização cri-
sem autorização ou em desacordo com determina- minosa.
ção legal ou regulamentar: O STF declarou inconstitucional a vedação da conversão
da pena privativa de liberdade em penas restritivas de di-
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos reitos por ofensa ao princípio da individualização da pena.
e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e Habeas Corpus nº 97.256/RS
quinhentos) dias-multa. ------------------------------------------------------------------------------
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. ART. 33, § 4o, DA LEI
11.343/06. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA.
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,
UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS E/OU AÇÕES PENAIS.
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, POSSIBILIDADE.
tem em depósito, transporta, traz consigo ou
É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização penais em curso para formação da convicção de que o réu
ou em desacordo com determinação legal ou regu- se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o be-
lamentar, matéria-prima, insumo ou produto quí- nefício legal previsto no artigo 33, § 4o, da Lei 11.343/06.
EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por maioria,
mico destinado à preparação de drogas; julgado em 14/12/2016, DJe 1/2/2017. Informativo STJ 596.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem auto- ------------------------------------------------------------------------------
rização ou em desacordo com determinação legal
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA
ou regulamentar, de plantas que se constituam em
danielicoense@gmail.com DO ART. 33, § 4°, DA LEI N.
DE DIMINUIÇÃO
matéria-prima para a preparação de drogas; 11.343/2006. AGENTE NA CONDIÇ̃ O DE “MULA”. AU-
609.749.013-50
SÊNCIA DE PROVA DE QUE INTEGRA ORGANIZAÇÃO
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza CRIMINOSA.
de que tem a propriedade, posse, administração, É́ possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele agente transportador de drogas, na qualidade de "mula",
se utilize, ainda que gratuitamente, sem autoriza- uma vez que a simples atuação nessa condição não induz,
automaticamente, ̀ conclusão de que ele seja integrante de
ção ou em desacordo com determinação legal ou organização criminosa. HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. Dantas, por unanimidade, julgado em 6/4/2017, DJe
17/4/2017. Informativo STJ 602.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
de drogas, sem autorização ou em desacordo com oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer tí-
a determinação legal ou regulamentar, a agente po- tulo, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratui-
licial disfarçado, quando presentes elementos pro- tamente, maquinário, aparelho, instrumento ou
batórios razoáveis de conduta criminal preexis- qualquer objeto destinado à fabricação, prepara-
tente. ção, produção ou transformação de drogas, sem
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso autorização ou em desacordo com determinação
indevido de droga: legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
mil) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem ob-
jetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, Art. 35. Associarem-se duas ou mais pes-
para juntos a consumirem: soas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um)
§ 1º, e 34 desta Lei:
ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil

220
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e I - a natureza, a procedência da substância ou
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e du- do produto apreendido e as circunstâncias do fato
zentos) dias-multa. evidenciarem a transnacionalidade do delito;
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput II - o agente praticar o crime prevalecendo-se
deste artigo incorre quem se associa para a prática de função pública ou no desempenho de missão de
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
Art. 36. Financiar ou custear a prática de III - a infração tiver sido cometida nas depen-
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e dências ou imediações de estabelecimentos prisio-
§ 1º, e 34 desta Lei: nais, de ensino ou hospitalares, de sedes de enti-
dades estudantis, sociais, culturais, recreativas, es-
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e portivas, ou beneficentes, de locais de trabalho co-
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 letivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
(quatro mil) dias-multa. diversões de qualquer natureza, de serviços de tra-
Art. 37. Colaborar, como informante, com tamento de dependentes de drogas ou de reinser-
grupo, organização ou associação destinados à ção social, de unidades militares ou policiais ou em
prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. transportes públicos;
33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: IV - o crime tiver sido praticado com violência,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qual-
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) quer processo de intimidação difusa ou coletiva;
dias-multa. V - caracterizado o tráfico entre Estados da Fe-
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposa- deração ou entre estes e o Distrito Federal;
mente, drogas, sem que delas necessite o paci- VI - sua prática envolver ou visar a atingir cri-
ente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em ança ou adolescente ou a quem tenha, por qual-
desa- DE ANDRADE
Daniel RIBEIRO
cordo com determinação legal ou regulamentar: quer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade
danielicoense@gmail.com
de entendimento e determinação;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 609.749.013-50
2 (dois)
anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzen- VII - o agente financiar ou custear a prática do
tos) dias-multa. crime.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condena- STJ: Súmula 607 - A majorante do tráfico transnacional de
ção ao Conselho Federal da categoria profissional drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a
prova da destinação internacional das drogas, ainda que
a que pertença o agente. não consumada a transposição de fronteiras.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave STJ: Súmula 587 - Para a incidência da majorante prevista
no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva
após o consumo de drogas, expondo a dano poten- transposição de fronteiras entre estados da federação,
cial a incolumidade de outrem: sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção
de realizar o tráfico interestadual.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)
anos, além da apreensão do veículo, cassação da Art. 41. O indiciado ou acusado que colabo-
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo rar voluntariamente com a investigação policial e o
mesmo prazo da pena privativa de liberdade apli- processo criminal na identificação dos demais co-
cada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (qua- autores ou partícipes do crime e na recuperação to-
trocentos) dias-multa. tal ou parcial do produto do crime, no caso de con-
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, denação, terá pena reduzida de um terço a dois ter-
aplicadas cumulativamente com as demais, serão ços.
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocen- Art. 42. O juiz, na fixação das penas, consi-
tos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo re- derará, com preponderância sobre o previsto no
ferido no caput deste artigo for de transporte cole- art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade
tivo de passageiros. da substância ou do produto, a personalidade e a
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 conduta social do agente.
desta Lei são aumentadas de um sexto a dois ter- Art. 43. Na fixação da multa a que se referem
ços, se: os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que

221
dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de CAPÍTULO III
dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as con- DO PROCEDIMENTO PENAL
dições econômicas dos acusados, valor não inferior
a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o
maior salário-mínimo. Art. 48. O procedimento relativo aos proces-
sos por crimes definidos neste Título rege-se pelo
Parágrafo único. As multas, que em caso de disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiaria-
concurso de crimes serão impostas sempre cumu- mente, as disposições do Código de Processo Pe-
lativamente, podem ser aumentadas até o décuplo nal e da Lei de Execução Penal.
se, em virtude da situação econômica do acusado,
considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas § 1º O agente de qualquer das condutas pre-
no máximo. vistas no art. 28 desta Lei, salvo se houver con-
curso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, ca- desta Lei, será processado e julgado na forma
put e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e li- setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados
berdade provisória, vedada a conversão de suas Especiais Criminais.
penas em restritivas de direitos.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28
O STF atestou a inconstitucionalidade da proibição da con- desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, de-
cessão de liberdade provisória ao acusado de crimes rela-
vendo o autor do fato ser imediatamente encami-
cionados ao tráfico de drogas (Informativo nº 665).
nhado ao juízo competente ou, na falta deste, as-
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput sumir o compromisso de a ele comparecer, la-
deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após vrando-se termo circunstanciado e providenciando-
o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua se as requisições dos exames e perícias necessá-
concessão ao reincidente específico. rios.
Daniel
Art. 45. É isento de pena o agente RIBEIRO
que, em DE ANDRADE
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as provi-
razão da dependência, ou sob o efeito,danielicoense@gmail.com
proveniente dências previstas no § 2º deste artigo serão toma-
609.749.013-50
de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao das de imediato pela autoridade policial, no local
tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha em que se encontrar, vedada a detenção do
sido a infração penal praticada, inteiramente inca- agente. (Vide ADIN 3807)
paz de entender o caráter ilícito do fato ou de de- § 4º Concluídos os procedimentos de que trata
terminar-se de acordo com esse entendimento. o § 2º deste artigo, o agente será submetido a
Parágrafo único. Quando absolver o agente, exame de corpo de delito, se o requerer ou se a
reconhecendo, por força pericial, que este apresen- autoridade de polícia judiciária entender conveni-
tava, à época do fato previsto neste artigo, as con- ente, e em seguida liberado.
dições referidas no caput deste artigo, poderá de- § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei
terminar o juiz, na sentença, o seu encaminha- nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados
mento para tratamento médico adequado. Especiais Criminais, o Ministério Público poderá
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um propor a aplicação imediata de pena prevista no art.
terço a dois terços se, por força das circunstâncias 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
previstas no art. 45 desta Lei, o agente não pos- Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas
suía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena ca- nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o
pacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem,
determinar-se de acordo com esse entendimento. empregará os instrumentos protetivos de colabora-
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, dores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de
com base em avaliação que ateste a necessidade 13 de julho de 1999.
de encaminhamento do agente para tratamento, re-
alizada por profissional de saúde com competência
específica na forma da lei, determinará que a tal se SEÇÃO I
proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. DA INVESTIGAÇÃO

222
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a au- natureza da substância ou do produto apreendido,
toridade de polícia judiciária fará, imediatamente, o local e as condições em que se desenvolveu a
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a con-
cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao duta, a qualificação e os antecedentes do agente;
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) ou
horas. II - requererá sua devolução para a realização
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão de diligências necessárias.
em flagrante e estabelecimento da materialidade Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á
do delito, é suficiente o laudo de constatação da sem prejuízo de diligências complementares:
natureza e quantidade da droga, firmado por perito
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao ju-
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se ízo competente até 3 (três) dias antes da audiência
refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de de instrução e julgamento;
participar da elaboração do laudo definitivo.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens,
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em fla- direitos e valores de que seja titular o agente, ou
grante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
a regularidade formal do laudo de constatação e ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três)
determinará a destruição das drogas apreendidas, dias antes da audiência de instrução e julgamento.
guardando-se amostra necessária à realização do
laudo definitivo. Art. 53. Em qualquer fase da persecução cri-
minal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são
§ 4º A destruição das drogas será executada permitidos, além dos previstos em lei, mediante au-
pelo delegado de polícia competente no prazo de torização judicial e ouvido o Ministério Público, os
15 (quinze) dias na presença do Ministério Público
e da autoridade sanitária. Daniel RIBEIRO DEseguintes
ANDRADE procedimentos investigatórios:
danielicoense@gmail.com
I - a infiltração por agentes de polícia, em tare-
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de
609.749.013-50 investigação, constituída pelos órgãos espe-
efetivada a destruição das drogas referida no § 3º ,
fas de
cializados pertinentes;
sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total II - a não-atuação policial sobre os portadores
delas. de drogas, seus precursores químicos ou outros
produtos utilizados em sua produção, que se en-
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendi- contrem no território brasileiro, com a finalidade de
das sem a ocorrência de prisão em flagrante será identificar e responsabilizar maior número de inte-
feita por incineração, no prazo máximo de 30 grantes de operações de tráfico e distribuição, sem
(trinta) dias contados da data da apreensão, guar- prejuízo da ação penal cabível.
dando-se amostra necessária à realização do laudo
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste
definitivo.
artigo, a autorização será concedida desde que se-
Art. 51. O inquérito policial será concluído no jam conhecidos o itinerário provável e a identifica-
prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver ção dos agentes do delito ou de colaboradores.
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere SEÇÃO II
este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do in-
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o quérito policial, de Comissão Parlamentar de In-
art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, quérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao
remetendo os autos do inquérito ao juízo: Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias,
I - relatará sumariamente as circunstâncias do adotar uma das seguintes providências:
fato, justificando as razões que a levaram à classi- I - requerer o arquivamento;
ficação do delito, indicando a quantidade e

223
II - requisitar as diligências que entender ne- sucessivamente, ao representante do Ministério
cessárias; Público e ao defensor do acusado, para sustenta-
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) tes- ção oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada
temunhas e requerer as demais provas que enten- um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.
der pertinentes. Parágrafo único. Após proceder ao interroga-
tório, o juiz indagará das partes se restou algum
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará
fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
a notificação do acusado para oferecer defesa pré- correspondentes se o entender pertinente e rele-
via, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. vante.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preli-
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o
minar e exceções, o acusado poderá argüir prelimi-
nares e invocar todas as razões de defesa, oferecer juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez)
documentos e justificações, especificar as provas dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam
que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), conclusos.
arrolar testemunhas. Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, ca-
§ 2º As exceções serão processadas em apar- put e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá
tado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primá-
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Pro- rio e de bons antecedentes, assim reconhecido na
cesso Penal. sentença condenatória.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no O STF considerada inconstitucional esse dispositivo, pois
restringe o direito do réu de ter revista a decisão que o con-
prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em denou.
10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no
ato de nomeação.
Daniel
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz RIBEIRO
decidirá em DE ANDRADECAPÍTULO IV
5 (cinco) dias. DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO
danielicoense@gmail.com
E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
609.749.013-50
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no
prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apre-
sentação do preso, realização de diligências, exa- Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério
mes e perícias. Público ou do assistente de acusação, ou mediante
representação da autoridade de polícia judiciária,
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz desig- poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação
nará dia e hora para a audiência de instrução e jul- penal, a apreensão e outras medidas assecurató-
gamento, ordenará a citação pessoal do acusado, rias nos casos em que haja suspeita de que os
a intimação do Ministério Público, do assistente, se bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou
for o caso, e requisitará os laudos periciais. constituam proveito dos crimes previstos nesta Lei,
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes
infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 -
34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, Código de Processo Penal .
poderá decretar o afastamento cautelar do denun- § 1º (Revogado).
ciado de suas atividades, se for funcionário público,
comunicando ao órgão respectivo. § 2º (Revogado).

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste § 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº


artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias se- 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Pro-
guintes ao recebimento da denúncia, salvo se de- cesso Penal , o juiz poderá determinar a prática de
terminada a realização de avaliação para atestar atos necessários à conservação dos bens, direitos
dependência de drogas, quando se realizará em 90 ou valores.
(noventa) dias. § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de
bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo
Art. 57. Na audiência de instrução e julga-
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua
mento, após o interrogatório do acusado e a inqui-
rição das testemunhas, será dada a palavra,

224
execução imediata puder comprometer as investi- definidos nesta Lei será imediatamente comuni-
gações. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de cada pela autoridade de polícia judiciária responsá-
2019) vel pela investigação ao juízo competente. (Reda-
§ 5º Decretadas quaisquer das medidas pre- ção dada pela Lei nº 14.322, de 2022)
vistas no caput deste artigo, o juiz facultará ao acu- § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado
sado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente da comunicação de que trata o caput , determinará
provas, ou requeira a produção delas, acerca da a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
origem lícita do bem ou do valor objeto da decisão, armas, que serão recolhidas na forma da legislação
exceto no caso de veículo apreendido em trans- específica.
porte de droga ilícita. (Incluído pela Lei nº 14.322, § 2º A alienação será realizada em autos apar-
de 2022) tados, dos quais constará a exposição sucinta do
§ 6º Provada a origem lícita do bem ou do va- nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
lor, o juiz decidirá por sua liberação, exceto no caso apreendidos, a descrição e especificação dos obje-
de veículo apreendido em transporte de droga ilí- tos, as informações sobre quem os tiver sob custó-
cita, cuja destinação observará o disposto nos arts. dia e o local em que se encontrem.
61 e 62 desta Lei, ressalvado o direito de terceiro § 3º O juiz determinará a avaliação dos bens
de boa-fé. (Incluído pela Lei nº 14.322, de 2022) apreendidos, que será realizada por oficial de jus-
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de tiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autua-
que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda ção, ou, caso sejam necessários conhecimentos
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques especializados, por avaliador nomeado pelo juiz,
emitidos como ordem de pagamento, será determi- em prazo não superior a 10 (dez) dias.
nada, imediatamente, a sua conversão em moeda § 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão
nacional. gestor do Funad, o Ministério Público e o interes-
Daniel RIBEIRO
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em es- DEsado
ANDRADE
para se manifestarem no prazo de 5 (cinco)
danielicoense@gmail.com
pécie deve ser encaminhada a instituição finan- dias e, dirimidas eventuais divergências, homolo-
ceira, ou equiparada, para alienação na forma gará
609.749.013-50
pre- o valor atribuído aos bens.
vista pelo Conselho Monetário Nacional. § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840,
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da aliena- de 2019)
ção a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda § 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
estrangeira será custodiada pela instituição finan- 13.886, de 2019)
ceira até decisão sobre o seu destino.
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda 13.886, de 2019)
estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
seja verificada a inexistência de valor de mercado,
13.886, de 2019)
seus espécimes poderão ser destruídos ou doados
à representação diplomática do país de origem. § 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cum-
primento da regra estipulada no § 1º deste artigo.
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas
antes da data de entrada em vigor da Medida Pro- § 10. Aplica-se a todos os tipos de bens con-
visória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que este- fiscados a regra estabelecida no § 1º deste artigo.
jam custodiados nas dependências do Banco Cen- § 11. Os bens móveis e imóveis devem ser
tral do Brasil devem ser transferidos à Caixa Eco- vendidos por meio de hasta pública, preferencial-
nômica Federal, no prazo de 360 (trezentos e ses- mente por meio eletrônico, assegurada a venda
senta) dias, para que se proceda à alienação ou pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cin-
custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. quenta por cento) do valor da avaliação judicial.
Art. 61. A apreensão de veículos, embarca- § 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda
ções, aeronaves e quaisquer outros meios de e aos órgãos de registro e controle que efetuem as
transporte e dos maquinários, utensílios, instru- averbações necessárias, tão logo tenha conheci-
mentos e objetos de qualquer natureza utilizados mento da apreensão.
para a prática, habitual ou não, dos crimes

225
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações decisão de utilização do bem até o trânsito em jul-
ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão gado da decisão que decretar o seu perdimento em
congênere competente para o registro, bem como favor da União.
as secretarias de fazenda, devem proceder à regu- § 5º Na hipótese de levantamento, se houver
larização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, fi- indicação de que os bens utilizados na forma deste
cando o arrematante isento do pagamento de mul- artigo sofreram depreciação superior àquela espe-
tas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de rada em razão do transcurso do tempo e do uso,
execução fiscal em relação ao antigo proprietário. poderá o interessado requerer nova avaliação judi-
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos cial.
pendentes de pagamento não podem ser cobrados § 6º Constatada a depreciação de que trata o
do arrematante ou do órgão público alienante como § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o
condição para regularização dos bens. bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste ar- § 7º (Revogado).
tigo, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere
competente para o registro poderá emitir novos § 8º (Revogado).
identificadores dos bens. § 9º (Revogado).
Art. 62. Comprovado o interesse público na § 10. (Revogado).
utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. § 11. (Revogado).
61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodovi-
ária poderão deles fazer uso, sob sua responsabili- Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valo-
dade e com o objetivo de sua conservação, medi- res referentes ao produto da alienação ou a nume-
ante autorização judicial, ouvido o Ministério Pú- rários apreendidos ou que tenham sido convertidos
blico e garantida a prévia avaliação dos respectivos deve ser efetuado na Caixa Econômica Federal,
bens. Daniel RIBEIRO por meio
DE de documento de arrecadação destinado
ANDRADE
a essa finalidade.
danielicoense@gmail.com
§ 1º (Revogado).
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste
609.749.013-50
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor
artigo devem ser transferidos, pela Caixa Econô-
do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a exis-
mica Federal, para a conta única do Tesouro Naci-
tência do interesse público mencionado no ca-
onal, independentemente de qualquer formalidade,
put deste artigo e indique o órgão que deve receber
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do
o bem.
momento da realização do depósito, onde ficarão à
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A disposição do Funad.
deste artigo, os órgãos de segurança pública que
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em
participaram das ações de investigação ou repres-
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido
são ao crime que deu causa à medida.
a ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de
§ 2º A autorização judicial de uso de bens de- até 3 (três) dias úteis, acrescido de juros, na forma
verá conter a descrição do bem e a respectiva ava- estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de
liação e indicar o órgão responsável por sua utiliza- 26 de dezembro de 1995.
ção.
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdi-
§ 3º O órgão responsável pela utilização do mento em favor da União, o valor do depósito será
bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a transformado em pagamento definitivo, respeitados
qualquer momento quando por este solicitado, in- os direitos de eventuais lesados e de terceiros de
formações sobre seu estado de conservação. boa-fé.
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre § 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econô-
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz orde- mica Federal, por decisão judicial, devem ser efe-
nará à autoridade ou ao órgão de registro e controle tuados como anulação de receita do Funad no
a expedição de certificado provisório de registro e exercício em que ocorrer a devolução.
licenciamento em favor do órgão ao qual tenha de-
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter
ferido o uso ou custódia, ficando este livre do paga-
o controle dos valores depositados ou devolvidos.
mento de multas, encargos e tributos anteriores à

226
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá § 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorri-
sobre: dos 360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito em
julgado e do conhecimento da sentença pelo inte-
I - o perdimento do produto, bem, direito ou va- ressado, os bens apreendidos, os que tenham sido
lor apreendido ou objeto de medidas assecurató- objeto de medidas assecuratórias ou os valores de-
rias; e positados que não forem reclamados serão reverti-
II - o levantamento dos valores depositados em dos ao Funad.
conta remunerada e a liberação dos bens utilizados
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição
nos termos do art. 62.
será conhecido sem o comparecimento pessoal do
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos acusado, podendo o juiz determinar a prática de
em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou atos necessários à conservação de bens, direitos
objeto de medidas assecuratórias, após decretado ou valores.
seu perdimento em favor da União, serão reverti-
dos diretamente ao Funad. Art. 63-B. O juiz determinará a liberação to-
tal ou parcial dos bens, direitos e objeto de medidas
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad
assecuratórias quando comprovada a licitude de
relação dos bens, direitos e valores declarados per-
sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, di-
didos, indicando o local em que se encontram e a
reitos e valores necessários e suficientes à repara-
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para
ção dos danos e ao pagamento de prestações pe-
os fins de sua destinação nos termos da legislação
cuniárias, multas e custas decorrentes da infração
vigente.
penal.
§ 3º (Revogado).
Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da
§ 4º Transitada em julgado a sentença conde- Justiça e Segurança Pública, proceder à destina-
natória, o juiz do processo, de ofício ou a requeri- ção dos bens apreendidos e não leiloados em ca-
Daniel
mento do Ministério Público, remeterá RIBEIRO
à Senad re- DEráter
ANDRADE
cautelar, cujo perdimento seja decretado em
danielicoense@gmail.com
lação dos bens, direitos e valores declarados per- favor da União, por meio das seguintes modalida-
didos em favor da União, indicando, quanto aos
609.749.013-50
des:
bens, o local em que se encontram e a entidade ou
o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua I – alienação, mediante:
destinação nos termos da legislação vigente. a) licitação;
§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão b) doação com encargo a entidades ou órgãos
gestor do Funad, o juíz deve: públicos, bem como a comunidades terapêuticas
I – ordenar às secretarias de fazenda e aos ór- acolhedoras que contribuam para o alcance das fi-
gãos de registro e controle que efetuem as averba- nalidades do Funad; ou
ções necessárias, caso não tenham sido realizadas c) venda direta, observado o disposto no inciso
quando da apreensão; e II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de ju-
II – determinar, no caso de imóveis, o registro nho de 1993;
de propriedade em favor da União no cartório de II – incorporação ao patrimônio de órgão da ad-
registro de imóveis competente, nos termos do ca- ministração pública, observadas as finalidades do
put e do parágrafo único do art. 243 da Constituição Funad;
Federal, afastada a responsabilidade de terceiros
III – destruição; ou
prevista no inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário IV – inutilização.
Nacional), bem como determinar à Secretaria de § 1º A alienação por meio de licitação deve ser
Coordenação e Governança do Patrimônio da realizada na modalidade leilão, para bens móveis e
União a incorporação e entrega do imóvel, tor- imóveis, independentemente do valor de avaliação,
nando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada
para sua destinação. a venda pelo maior lance, por preço não inferior a
§ 5º (VETADO). 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação.

227
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º Art. 63-F. Na hipótese de condenação por in-
deste artigo será amplamente divulgado em jornais frações às quais esta Lei comine pena máxima su-
de grande circulação e em sítios eletrônicos ofici- perior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser de-
ais, principalmente no Município em que será reali- cretada a perda, como produto ou proveito do
zado, dispensada a publicação em diário oficial. crime, dos bens correspondentes à diferença entre
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sis- o valor do patrimônio do condenado e aquele com-
tema eletrônico da administração pública, a publici- patível com o seu rendimento lícito.
dade dada pelo sistema substituirá a publicação em § 1º A decretação da perda prevista no ca-
diário oficial e em jornais de grande circulação. put deste artigo fica condicionada à existência de
§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante elementos probatórios que indiquem conduta crimi-
fica livre do pagamento de encargos e tributos an- nosa habitual, reiterada ou profissional do conde-
teriores, sem prejuízo de execução fiscal em rela- nado ou sua vinculação a organização criminosa.
ção ao antigo proprietário. § 2º Para efeito da perda prevista no ca-
§ 5º Na alienação de veículos, embarcações put deste artigo, entende-se por patrimônio do con-
ou aeronaves deverão ser observadas as disposi- denado todos os bens:
ções dos §§ 13 e 15 do art. 61 desta Lei. I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha
§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este domínio e benefício direto ou indireto, na data da
artigo a proibição relativa à cobrança de multas, en- infração penal, ou recebidos posteriormente; e
cargos ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta II – transferidos a terceiros a título gratuito ou
Lei. mediante contraprestação irrisória, a partir do início
§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segu- da atividade criminal.
rança Pública, pode celebrar convênios ou instru- § 3º O condenado poderá demonstrar a inexis-
mentos congêneres com órgãos e entidades da tência da incompatibilidade ou a procedência lícita
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu- do patrimônio.
nicípios, bem como com comunidades danielicoense@gmail.com
terapêuticas
acolhedoras, a fim de dar imediato cumprimento 609.749.013-50
ao Art. 64. A União, por intermédio da Senad,
estabelecido neste artigo. poderá firmar convênio com os Estados, com o Dis-
trito Federal e com organismos orientados para a
§ 8º Observados os procedimentos licitatórios
prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e
previstos em lei, fica autorizada a contratação da
a reinserção social de usuários ou dependentes e
iniciativa privada para a execução das ações de
a atuação na repressão à produção não autorizada
avaliação, de administração e de alienação dos
e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na libera-
bens a que se refere esta Lei.
ção de equipamentos e de recursos por ela arreca-
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça dados, para a implantação e execução de progra-
e Segurança Pública regulamentar os procedimen- mas relacionados à questão das drogas.
tos relativos à administração, à preservação e à
destinação dos recursos provenientes de delitos e TÍTULO V
atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
quais se deve proceder à sua destruição ou inutili-
zação.
Art. 65. De conformidade com os princípios
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens da não-intervenção em assuntos internos, da igual-
apreendidos ou confiscados será revertido integral- dade jurídica e do respeito à integridade territorial
mente ao Funad, nos termos do parágrafo único do dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais
art. 243 da Constituição Federal, vedada a sub-ro- em vigor, e observado o espírito das Convenções
gação sobre o valor da arrematação para saldar das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
eventuais multas, encargos ou tributos pendentes internacionais relacionados à questão das drogas,
de pagamento. de que o Brasil é parte, o governo brasileiro pres-
Parágrafo único. O disposto no caput deste ar- tará, quando solicitado, cooperação a outros países
tigo não prejudica o ajuizamento de execução fiscal e organismos internacionais e, quando necessário,
em relação aos antigos devedores. deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

228
I - intercâmbio de informações sobre legisla- drogas, atenção e reinserção social de usuários e
ções, experiências, projetos e programas voltados dependentes e na repressão da produção não au-
para atividades de prevenção do uso indevido, de torizada e do tráfico ilícito de drogas.
atenção e de reinserção social de usuários e de-
Art. 69. No caso de falência ou liquidação ex-
pendentes de drogas;
trajudicial de empresas ou estabelecimentos hospi-
II - intercâmbio de inteligência policial sobre talares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, as-
produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em sim como nos serviços de saúde que produzirem,
especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem
e o desvio de precursores químicos; ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que
III - intercâmbio de informações policiais e judi- existam essas substâncias ou produtos, incumbe
ciais sobre produtores e traficantes de drogas e ao juízo perante o qual tramite o feito:
seus precursores químicos. I - determinar, imediatamente à ciência da fa-
lência ou liquidação, sejam lacradas suas instala-
TÍTULO V-A ções;
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS II - ordenar à autoridade sanitária competente
SOBRE DROGAS a urgente adoção das medidas necessárias ao re-
cebimento e guarda, em depósito, das drogas arre-
cadadas;
Art. 65-A. (VETADO).
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público,
para acompanhar o feito.
TÍTULO VI § 1º Da licitação para alienação de substâncias
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ou produtos não proscritos referidos no inciso II do
Daniel RIBEIRO DEcaput deste artigo, só podem participar pessoas ju-
ANDRADE
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo rídicas regularmente habilitadas na área de saúde
danielicoense@gmail.com
único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a ou de pesquisa científica que comprovem a desti-
609.749.013-50
nação lícita a ser dada ao produto a ser arrema-
terminologia da lista mencionada no preceito, de-
nominam-se drogas substâncias entorpecentes, tado.
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle es- § 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º
pecial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio deste artigo, o produto não arrematado será, ato
de 1998. contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade
Art. 67. A liberação dos recursos previstos sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais
sobre Drogas e do Ministério Público.
na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em
favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá § 3º Figurando entre o praceado e não arrema-
de sua adesão e respeito às diretrizes básicas con- tadas especialidades farmacêuticas em condições
tidas nos convênios firmados e do fornecimento de de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas
dados necessários à atualização do sistema pre- sob a guarda do Ministério da Saúde, que as desti-
visto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias nará à rede pública de saúde.
judiciárias. Art. 70. O processo e o julgamento dos cri-
Art. 67-A. Os gestores e entidades que rece- mes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se carac-
bam recursos públicos para execução das políticas terizado ilícito transnacional, são da competência
sobre drogas deverão garantir o acesso às suas da Justiça Federal.
instalações, à documentação e a todos os elemen- Parágrafo único. Os crimes praticados nos Mu-
tos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos nicípios que não sejam sede de vara federal serão
competentes. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) processados e julgados na vara federal da circuns-
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Fede- crição respectiva.
ral e os Municípios poderão criar estímulos fiscais Art. 71. (VETADO)
e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas
que colaborem na prevenção do uso indevido de

229
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou ar- arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a volunta-
quivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, medi- riedade do agente.
ante representação da autoridade de polícia judici- § 3º O mero exercício da função ou desempe-
ária, ou a requerimento do Ministério Público, de- nho de competências públicas, sem comprovação
terminará a destruição das amostras guardadas de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabili-
para contraprova, certificando nos autos. dade por ato de improbidade administrativa.
Art. 73. A União poderá estabelecer convê- § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade
nios com os Estados e o com o Distrito Federal, vi- disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais
sando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do direito administrativo sancionador.
do uso indevido de drogas, e com os Municípios, § 5º Os atos de improbidade violam a probi-
com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e dade na organização do Estado e no exercício de
de possibilitar a atenção e reinserção social de usu- suas funções e a integridade do patrimônio público
ários e dependentes de drogas. e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judi-
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta ciário, bem como da administração direta e indireta,
e cinco) dias após a sua publicação. no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal.
Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os
outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro
atos de improbidade praticados contra o patrimônio
de 2002.
de entidade privada que receba subvenção, bene-
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste
artigo.
§ 7º Independentemente de integrar a adminis-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
tração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei
danielicoense@gmail.com
os atos de improbidade praticados contra o patri-
609.749.013-50
mônio de entidade privada para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci-
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
da prática de atos de improbidade administrativa, ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Fede-
ral; e dá outras providências. § 8º Não configura improbidade a ação ou
omissão decorrente de divergência interpretativa
da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não
CAPÍTULO pacificada, mesmo que não venha a ser posterior-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS mente prevalecente nas decisões dos órgãos de
controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.
Art. 1º O sistema de responsabilização por Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-
atos de improbidade administrativa tutelará a probi- se agente público o agente político, o servidor pú-
dade na organização do Estado e no exercício de blico e todo aquele que exerce, ainda que transito-
suas funções, como forma de assegurar a integri- riamente ou sem remuneração, por eleição, nome-
dade do patrimônio público e social, nos termos ação, designação, contratação ou qualquer outra
desta Lei. forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
Parágrafo único. (Revogado). emprego ou função nas entidades referidas no art.
1º desta Lei.
§ 1º Consideram-se atos de improbidade admi-
nistrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. Parágrafo único. No que se refere a recursos
9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas
em leis especiais. nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que
celebra com a administração pública convênio,
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e cons-
contrato de repasse, contrato de gestão, termo de
ciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos

230
parceria, termo de cooperação ou ajuste adminis- incorporação, exceto no caso de simulação ou de
trativo equivalente. evidente intuito de fraude, devidamente comprova-
dos.
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicá-
veis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente CAPÍTULO II
para a prática do ato de improbidade. DOS ATOS DE IMPROBIDADE
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os ADMINISTRATIVA
colaboradores de pessoa jurídica de direito privado
não respondem pelo ato de improbidade que venha SEÇÃO I
a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, compro-
DOS ATOS DE IMPROBIDADE
vadamente, houver participação e benefícios dire-
tos, caso em que responderão nos limites da sua ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM
participação. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à
pessoa jurídica, caso o ato de improbidade admi- Art. 9º Constitui ato de improbidade adminis-
nistrativa seja também sancionado como ato lesivo trativa importando em enriquecimento ilícito auferir,
à administração pública de que trata a Lei nº mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de
12.846, de 1º de agosto de 2013. vantagem patrimonial indevida em razão do exercí-
cio de cargo, de mandato, de função, de emprego
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de
ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º
2021) desta Lei, e notadamente:
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de I - receber, para si ou para outrem, dinheiro,
2021) bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
Daniel RIBEIRO DEeconômica,
ANDRADE direta ou indireta, a título de comissão,
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de
danielicoense@gmail.com
percentagem, gratificação ou presente de quem te-
2021)
609.749.013-50
nha interesse, direto ou indireto, que possa ser atin-
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbi- gido ou amparado por ação ou omissão decorrente
dade, a autoridade que conhecer dos fatos repre- das atribuições do agente público;
sentará ao Ministério Público competente, para as II - perceber vantagem econômica, direta ou in-
providências necessárias. direta, para facilitar a aquisição, permuta ou loca-
Parágrafo único. (Revogado). ção de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que preço superior ao valor de mercado;
causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicita-
mente estão sujeitos apenas à obrigação de re- III - perceber vantagem econômica, direta ou
pará-lo até o limite do valor da herança ou do patri- indireta, para facilitar a alienação, permuta ou loca-
mônio transferido. ção de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mer-
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de cado;
que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qual-
hipótese de alteração contratual, de transformação,
quer bem móvel, de propriedade ou à disposição
de incorporação, de fusão ou de cisão societá-
de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
ria.
Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de gados ou de terceiros contratados por essas enti-
incorporação, a responsabilidade da sucessora dades;
será restrita à obrigação de reparação integral do
V - receber vantagem econômica de qualquer
dano causado, até o limite do patrimônio transfe-
natureza, direta ou indireta, para tolerar a explora-
rido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções
ção ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de
ocorridos antes da data da fusão ou da

231
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e nota-
de tal vantagem; damente:
VI - receber vantagem econômica de qualquer I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração para a indevida incorporação ao patrimônio particu-
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva lar, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren-
obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre das, de verbas ou de valores integrantes do acervo
quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterís- patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta
tica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer Lei;
das entidades referidas no art. 1º desta Lei; II - permitir ou concorrer para que pessoa física
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exer- ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
cício de mandato, de cargo, de emprego ou de fun- valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
ção pública, e em razão deles, bens de qualquer dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a ob-
natureza, decorrentes dos atos descritos no caput servância das formalidades legais ou regulamenta-
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evo- res aplicáveis à espécie;
lução do patrimônio ou à renda do agente público, III - doar à pessoa física ou jurídica bem como
assegurada a demonstração pelo agente da licitude ao ente despersonalizado, ainda que de fins edu-
da origem dessa evolução; cativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ati- valores do patrimônio de qualquer das entidades
vidade de consultoria ou assessoramento para pes- mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância
soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível das formalidades legais e regulamentares aplicá-
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão veis à espécie;
decorrente das atribuições do agente público, du- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
rante a atividade; locação de bem integrante do patrimônio de qual-
Daniel
IX - perceber vantagem econômica paraRIBEIRO
inter- DE
querANDRADE
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
danielicoense@gmail.com
mediar a liberação ou aplicação de verba pública ainda a prestação de serviço por parte delas, por
de qualquer natureza; preço inferior ao de mercado;
609.749.013-50
X - receber vantagem econômica de qualquer V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de locação de bem ou serviço por preço superior ao
ofício, providência ou declaração a que esteja obri- de mercado;
gado; VI - realizar operação financeira sem obser-
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu pa- vância das normas legais e regulamentares ou
trimônio bens, rendas, verbas ou valores integran- aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
tes do acervo patrimonial das entidades menciona- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
das no art. 1° desta lei; sem a observância das formalidades legais ou re-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, gulamentares aplicáveis à espécie;
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial VIII - frustrar a licitude de processo licitatório
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. ou de processo seletivo para celebração de parce-
rias com entidades sem fins lucrativos, ou dis-
SEÇÃO II pensá-los indevidamente, acarretando perda patri-
DOS ATOS DE IMPROBIDADE monial efetiva;
ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM IX - ordenar ou permitir a realização de despe-
PREJUÍZO AO ERÁRIO sas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo
Art. 10. Constitui ato de improbidade adminis- ou de renda, bem como no que diz respeito à con-
trativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou servação do patrimônio público;
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovada- XI - liberar verba pública sem a estrita obser-
mente, perda patrimonial, desvio, apropriação, mal- vância das normas pertinentes ou influir de qual-
baratamento ou dilapidação dos bens ou haveres quer forma para a sua aplicação irregular;

232
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que ter- caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
ceiro se enriqueça ilicitamente; 116, de 31 de julho de 2003.
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço § 1º Nos casos em que a inobservância de for-
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou malidades legais ou regulamentares não implicar
material de qualquer natureza, de propriedade ou à perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição
disposição de qualquer das entidades menciona- de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem
das no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de causa das entidades referidas no art. 1º desta
servidor público, empregados ou terceiros contra- Lei.
tados por essas entidades. § 2º A mera perda patrimonial decorrente da
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento atividade econômica não acarretará improbidade
que tenha por objeto a prestação de serviços públi- administrativa, salvo se comprovado ato doloso
cos por meio da gestão associada sem observar as praticado com essa finalidade.
formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio SEÇÃO II-A
público sem suficiente e prévia dotação orçamen-
tária, ou sem observar as formalidades previstas na Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de
lei. 2021)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas SEÇÃO III
ou valores públicos transferidos pela administração DOS ATOS DE IMPROBIDADE
pública a entidades privadas mediante celebração ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM
de parcerias, sem a observância das formalidades CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
legais ou regulamentares aplicáveis Daniel RIBEIRO
à espé- DE ANDRADE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
cie; danielicoense@gmail.com
XVII - permitir ou concorrer para que 609.749.013-50
pessoa
Art. 11. Constitui ato de improbidade adminis-
física ou jurídica privada utilize bens, rendas, ver-
bas ou valores públicos transferidos pela adminis- trativa que atenta contra os princípios da adminis-
tração pública a ação ou omissão dolosa que viole
tração pública a entidade privada mediante cele-
os deveres de honestidade, de imparcialidade e de
bração de parcerias, sem a observância das forma-
lidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
pécie;
I - (revogado);
XVIII - celebrar parcerias da administração pú-
blica com entidades privadas sem a observância II - (revogado);
das formalidades legais ou regulamentares aplicá- III - revelar fato ou circunstância de que tem ci-
veis à espécie; ência em razão das atribuições e que deva perma-
XIX - agir para a configuração de ilícito na ce- necer em segredo, propiciando beneficiamento por
lebração, na fiscalização e na análise das presta- informação privilegiada ou colocando em risco a
ções de contas de parcerias firmadas pela adminis- segurança da sociedade e do Estado;
tração pública com entidades privadas; IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto
XX - liberar recursos de parcerias firmadas em razão de sua imprescindibilidade para a segu-
pela administração pública com entidades privadas rança da sociedade e do Estado ou de outras hipó-
sem a estrita observância das normas pertinentes teses instituídas em lei;
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o ca-
irregular. ráter concorrencial de concurso público, de chama-
XXI - (revogado); mento ou de procedimento licitatório, com vistas à
obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício fi-
de terceiros;
nanceiro ou tributário contrário ao que dispõem o

233
VI - deixar de prestar contas quando esteja normas constitucionais, legais ou infralegais viola-
obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condi- das.
ções para isso, com vistas a ocultar irregularida- § 4º Os atos de improbidade de que trata este
des; artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe- tutelado para serem passíveis de sancionamento e
cimento de terceiro, antes da respectiva divulgação independem do reconhecimento da produção de
oficial, teor de medida política ou econômica capaz danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. agentes públicos.
VIII - descumprir as normas relativas à celebra- § 5º Não se configurará improbidade a mera
ção, fiscalização e aprovação de contas de parce- nomeação ou indicação política por parte dos de-
rias firmadas pela administração pública com enti- tentores de mandatos eletivos, sendo necessária a
dades privadas. aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
IX - (revogado); agente.

X - (revogado);
CAPÍTULO III
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente
DAS PENAS
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o ter-
ceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em Art. 12. Independentemente do ressarci-
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para mento integral do dano patrimonial, se efetivo, e
o exercício de cargo em comissão ou de confiança das sanções penais comuns e de responsabilidade,
ou, ainda, de função gratificada na administração civis e administrativas previstas na legislação espe-
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes cífica, está o responsável pelo ato de improbidade
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos sujeito às seguintes cominações, que podem ser
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Municípios, compreendido o ajuste mediante desig- aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
nações recíprocas; danielicoense@gmail.com
com a gravidade do fato:
609.749.013-50
XII - praticar, no âmbito da administração pú- I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos
blica e com recursos do erário, ato de publicidade bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Cons- nio, perda da função pública, suspensão dos direi-
tituição Federal, de forma a promover inequívoco tos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
enaltecimento do agente público e personalização multa civil equivalente ao valor do acréscimo patri-
de atos, de programas, de obras, de serviços ou de monial e proibição de contratar com o poder público
campanhas dos órgãos públicos. ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo De- intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
creto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze)
haverá improbidade administrativa, na aplicação anos;
deste artigo, quando for comprovado na conduta II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos
funcional do agente público o fim de obter proveito bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
ou benefício indevido para si ou para outra pessoa nio, se concorrer esta circunstância, perda da fun-
ou entidade. ção pública, suspensão dos direitos políticos até 12
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente
quaisquer atos de improbidade administrativa tipifi- ao valor do dano e proibição de contratar com o po-
cados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer der público ou de receber benefícios ou incentivos
outros tipos especiais de improbidade administra- fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
tiva instituídos por lei. que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na (doze) anos;
categoria de que trata este artigo pressupõe a de-
monstração objetiva da prática de ilegalidade no III - na hipótese do art. 11 desta Lei, paga-
exercício da função pública, com a indicação das mento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e

234
proibição de contratar com o poder público ou de agosto de 2013, deverão observar o princípio cons-
receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití- titucional do non bis in idem.
cios, direta ou indiretamente, ainda que por inter- § 8º A sanção de proibição de contratação com
médio de pessoa jurídica da qual seja sócio majori- o poder público deverá constar do Cadastro Nacio-
tário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) nal de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de
anos; que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
IV - (revogado). observadas as limitações territoriais contidas em
Parágrafo único. (Revogado). decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste
artigo.
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas
hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, § 9º As sanções previstas neste artigo somente
atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e na- poderão ser executadas após o trânsito em julgado
tureza que o agente público ou político detinha com da sentença condenatória.
o poder público na época do cometimento da infra- § 10. Para efeitos de contagem do prazo da
ção, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I sanção de suspensão dos direitos políticos, com-
do caput deste artigo, e em caráter excepcional, putar-se-á retroativamente o intervalo de tempo en-
estendê-la aos demais vínculos, consideradas as tre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
circunstâncias do caso e a gravidade da infra- sentença condenatória.
ção.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, CAPÍTULO IV
se o juiz considerar que, em virtude da situação
DA DECLARAÇÃO DE BENS
econômica do réu, o valor calculado na forma dos
incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
reprovação e prevenção do ato de improbi- Art. 13. A posse e o exercício de agente pú-
dade. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
blico ficam condicionados à apresentação de decla-
ração de imposto de renda e proventos de qualquer
danielicoense@gmail.com
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica,
natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
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deverão ser considerados os efeitos econômicos e
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser
sociais das sanções, de modo a viabilizar a manu-
arquivada no serviço de pessoal competente.
tenção de suas atividades.
§ 1º (Revogado).
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos re-
levantes devidamente justificados, a sanção de § 2º A declaração de bens a que se refere o
proibição de contratação com o poder público pode caput deste artigo será atualizada anualmente e na
extrapolar o ente público lesado pelo ato de impro- data em que o agente público deixar o exercício do
bidade, observados os impactos econômicos e so- mandato, do cargo, do emprego ou da função.
ciais das sanções, de forma a preservar a função § 3º Será apenado com a pena de demissão,
social da pessoa jurídica, conforme disposto no § sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
3º deste artigo. público que se recusar a prestar a declaração dos
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limi- prazo determinado ou que prestar declaração
tar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do res- falsa.
sarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, § 4º (Revogado).
quando for o caso, nos termos do caput deste ar-
tigo.
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a CAPÍTULO V
reparação do dano a que se refere esta Lei deverá DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E
deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias cri- DO PROCESSO JUDICIAL
minal, civil e administrativa que tiver por objeto os
mesmos fatos.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas à autoridade administrativa competente para que
com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de

235
seja instaurada investigação destinada a apurar a resultado útil do processo, desde que o juiz se con-
prática de ato de improbidade. vença da probabilidade da ocorrência dos atos des-
§ 1º A representação, que será escrita ou re- critos na petição inicial com fundamento nos res-
duzida a termo e assinada, conterá a qualificação pectivos elementos de instrução, após a oitiva do
do representante, as informações sobre o fato e réu em 5 (cinco) dias.
sua autoria e a indicação das provas de que tenha § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser de-
conhecimento. cretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a re- contraditório prévio puder comprovadamente frus-
presentação, em despacho fundamentado, se esta trar a efetividade da medida ou houver outras cir-
não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º cunstâncias que recomendem a proteção liminar,
deste artigo. A rejeição não impede a representa- não podendo a urgência ser presumida.
ção ao Ministério Público, nos termos do art. 22 § 5º Se houver mais de um réu na ação, a so-
desta lei. matória dos valores declarados indisponíveis não
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, poderá superar o montante indicado na petição ini-
a autoridade determinará a imediata apuração dos cial como dano ao erário ou como enriquecimento
fatos, observada a legislação que regula o pro- ilícito.
cesso administrativo disciplinar aplicável ao § 6º O valor da indisponibilidade considerará a
agente. estimativa de dano indicada na petição inicial, per-
mitida a sua substituição por caução idônea, por fi-
Art. 15. A comissão processante dará conhe-
ança bancária ou por seguro-garantia judicial, a re-
cimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Con- querimento do réu, bem como a sua readequação
selho de Contas da existência de procedimento ad- durante a instrução do processo.
ministrativo para apurar a prática de ato de impro-
bidade. § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro de-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
penderá da demonstração da sua efetiva concor-
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribu-
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rência para os atos ilícitos apurados ou, quando se
nal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, tratar de pessoa jurídica, da instauração de inci-
designar representante para acompanhar o proce-
609.749.013-50
dente de desconsideração da personalidade jurí-
dimento administrativo. dica, a ser processado na forma da lei proces-
Art. 16. Na ação por improbidade administra- sual.
tiva poderá ser formulado, em caráter antecedente § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens re-
ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens gida por esta Lei, no que for cabível, o regime da
dos réus, a fim de garantir a integral recomposição tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de
do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de 16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
enriquecimento ilícito. vil).
§ 1º (Revogado). § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a me-
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a dida relativa à indisponibilidade de bens caberá
que se refere o caput deste artigo poderá ser for- agravo de instrumento, nos termos da Lei nº
mulado independentemente da representação de 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
que trata o art. 7º desta Lei. cesso Civil).
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponi- § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens
bilidade de bens a que se refere o caput deste ar- que assegurem exclusivamente o integral ressarci-
tigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio mento do dano ao erário, sem incidir sobre os valo-
de bens, contas bancárias e aplicações financeiras res a serem eventualmente aplicados a título de
mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decor-
lei e dos tratados internacionais. rente de atividade lícita.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a § 11. A ordem de indisponibilidade de bens de-
que se refere o caput deste artigo apenas será de- verá priorizar veículos de via terrestre, bens imó-
ferido mediante a demonstração no caso concreto veis, bens móveis em geral, semoventes, navios e
de perigo de dano irreparável ou de risco ao aeronaves, ações e quotas de sociedades simples
e empresárias, pedras e metais preciosos e,

236
apenas na inexistência desses, o bloqueio de con- fundamentadas da impossibilidade de apresenta-
tas bancárias, de forma a garantir a subsistência do ção de qualquer dessas provas, observada a legis-
acusado e a manutenção da atividade empresária lação vigente, inclusive as disposições constantes
ao longo do processo. dos arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponi- de 2015 (Código de Processo Civil).
bilidade de bens do réu a que se refere o caput § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as
deste artigo, observará os efeitos práticos da deci- tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos
são, vedada a adoção de medida capaz de acarre- termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. de março de 2015 (Código de Processo Civil
§ 13. É vedada a decretação de indisponibili- § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos
dade da quantia de até 40 (quarenta) salários míni- do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
mos depositados em caderneta de poupança, em 2015 (Código de Processo Civil), bem como
outras aplicações financeiras ou em conta-cor- quando não preenchidos os requisitos a que se re-
rente. ferem os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda
§ 14. É vedada a decretação de indisponibili- quando manifestamente inexistente o ato de impro-
dade do bem de família do réu, salvo se compro- bidade imputado.
vado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimo- § 7º Se a petição inicial estiver em devida
nial indevida, conforme descrito no art. 9º desta forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação
Lei. dos requeridos para que a contestem no prazo co-
mum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções
do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério 2015 (Código de Processo Civil).
Público e seguirá o procedimento comum previsto
na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código § 8º (Revogado).
Daniel RIBEIRO
de Processo Civil), salvo o disposto nesta DE ANDRADE
§ 9º (Revogado).
Lei. danielicoense@gmail.com
§ 1º (Revogado).
609.749.013-50§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli-
minares suscitadas pelo réu em sua contestação
§ 2º (Revogado). caberá agravo de instrumento.
§ 3º (Revogado). § 10. (Revogado).
§ 4º (Revogado). § 10-A. Havendo a possibilidade de solução
consensual, poderão as partes requerer ao juiz a
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste interrupção do prazo para a contestação, por prazo
artigo deverá ser proposta perante o foro do local não superior a 90 (noventa) dias.
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudi-
cada. § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o
caso, ouvido o autor, o juiz:
§ 5º A propositura da ação a que se refere o
caput deste artigo prevenirá a competência do ju- I - procederá ao julgamento conforme o estado
ízo para todas as ações posteriormente intentadas do processo, observada a eventual inexistência
que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo manifesta do ato de improbidade;
objeto. II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: vistas a otimizar a instrução processual.
I - deverá individualizar a conduta do réu e § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o
apontar os elementos probatórios mínimos que de- juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão
monstrem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, a tipificação do ato de improbidade administrativa
10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibi- imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato
lidade devidamente fundamentada; principal e a capitulação legal apresentada pelo au-
tor.
II - será instruída com documentos ou justifica-
ção que contenham indícios suficientes da veraci- § 10-D. Para cada ato de improbidade adminis-
dade dos fatos e do dolo imputado ou com razões trativa, deverá necessariamente ser indicado

237
apenas um tipo dentre aqueles previstos nos arts. de 16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
9º, 10 e 11 desta Lei. vil);
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C III - o ajuizamento de mais de uma ação de im-
deste artigo, as partes serão intimadas a especifi- probidade administrativa pelo mesmo fato, compe-
car as provas que pretendem produzir. tindo ao Conselho Nacional do Ministério Público
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou dirimir conflitos de atribuições entre membros de
parcial da ação de improbidade administrativa Ministérios Públicos distintos;
que: IV - o reexame obrigatório da sentença de im-
I - condenar o requerido por tipo diverso da- procedência ou de extinção sem resolução de mé-
quele definido na petição inicial; rito.

II - condenar o requerido sem a produção das § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer
provas por ele tempestivamente especificadas. atestando a legalidade prévia dos atos administra-
tivos praticados pelo administrador público ficará
§ 11. Em qualquer momento do processo, ve- obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este ve-
rificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz nha a responder ação por improbidade administra-
julgará a demanda improcedente. tiva, até que a decisão transite em julgado.
§ 12. (Revogado). § 21. Das decisões interlocutórias caberá
§ 13. (Revogado). agravo de instrumento, inclusive da decisão que re-
jeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pes-
sua contestação.
soa jurídica interessada será intimada para, caso
queira, intervir no processo. Art. 17-A. (VETADO):
§ 15. Se a imputação envolver a desconsidera- I - (VETADO);
Daniel
ção de pessoa jurídica, serão observadas RIBEIRO DE ANDRADE
as regras
II - (VETADO);
previstas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei
danielicoense@gmail.com
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de609.749.013-50
Pro- III - (VETADO).
cesso Civil). § 1º (VETADO).
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado § 2º (VETADO).
identificar a existência de ilegalidades ou de irregu-
laridades administrativas a serem sanadas sem § 3º (VETADO).
que estejam presentes todos os requisitos para a § 4º (VETADO).
imposição das sanções aos agentes incluídos no § 5º (VETADO).
polo passivo da demanda, poderá, em decisão mo-
tivada, converter a ação de improbidade adminis- Art. 17-B. O Ministério Público poderá, con-
trativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº forme as circunstâncias do caso concreto, celebrar
7.347, de 24 de julho de 1985. acordo de não persecução civil, desde que dele ad-
venham, ao menos, os seguintes resultados:
§ 17. Da decisão que converter a ação de im-
probidade em ação civil pública caberá agravo de I - o integral ressarcimento do dano;
instrumento. II - a reversão à pessoa jurídica lesada da van-
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser tagem indevida obtida, ainda que oriunda de agen-
interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a tes privados.
sua recusa ou o seu silêncio não implicarão confis- § 1º A celebração do acordo a que se refere o
são. caput deste artigo dependerá, cumulativa-
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade mente:
administrativa: I - da oitiva do ente federativo lesado, em mo-
I - a presunção de veracidade dos fatos alega- mento anterior ou posterior à propositura da
dos pelo autor em caso de revelia; ação;
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na II - de aprovação, no prazo de até 60 (ses-
forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, senta) dias, pelo órgão do Ministério Público

238
competente para apreciar as promoções de arqui- arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que não podem ser pre-
vamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuiza- sumidos;
mento da ação; II - considerar as consequências práticas da
III - de homologação judicial, independente- decisão, sempre que decidir com base em valores
mente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajui- jurídicos abstratos;
zamento da ação de improbidade administra- III - considerar os obstáculos e as dificuldades
tiva. reais do gestor e as exigências das políticas públi-
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo cas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos ad-
a que se refere o caput deste artigo considerará a ministrados e das circunstâncias práticas que hou-
personalidade do agente, a natureza, as circuns- verem imposto, limitado ou condicionado a ação do
tâncias, a gravidade e a repercussão social do ato agente;
de improbidade, bem como as vantagens, para o IV - considerar, para a aplicação das sanções,
interesse público, da rápida solução do caso. de forma isolada ou cumulativa:
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a a) os princípios da proporcionalidade e da ra-
ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tri- zoabilidade;
bunal de Contas competente, que se manifestará,
com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo b) a natureza, a gravidade e o impacto da in-
de 90 (noventa) dias. fração cometida;
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste c) a extensão do dano causado;
artigo poderá ser celebrado no curso da investiga- d) o proveito patrimonial obtido pelo
ção de apuração do ilícito, no curso da ação de im- agente;
probidade ou no momento da execução da sen-
e) as circunstâncias agravantes ou atenuan-
tença condenatória.
tes;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 5º As negociações para a celebração do
danielicoense@gmail.com f) a atuação do agente em minorar os prejuízos
acordo a que se refere o caput deste artigo ocorre-
e as consequências advindas de sua conduta omis-
rão entre o Ministério Público, de um lado, e,609.749.013-50
de ou-
siva ou comissiva;
tro, o investigado ou demandado e o seu defen-
sor. g) os antecedentes do agente;
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste V - considerar na aplicação das sanções a do-
artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos simetria das sanções relativas ao mesmo fato já
e procedimentos internos de integridade, de audi- aplicadas ao agente;
toria e de incentivo à denúncia de irregularidades e VI - considerar, na fixação das penas relativa-
a aplicação efetiva de códigos de ética e de con- mente ao terceiro, quando for o caso, a sua atua-
duta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, ção específica, não admitida a sua responsabiliza-
bem como de outras medidas em favor do interesse ção por ações ou omissões para as quais não tiver
público e de boas práticas administrativas. concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a patrimoniais indevidas;
que se refere o caput deste artigo, o investigado ou VII - indicar, na apuração da ofensa a princí-
o demandado ficará impedido de celebrar novo pios, critérios objetivos que justifiquem a imposição
acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do da sanção.
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo
descumprimento. § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que
a qualifique não configura ato de improbidade.
Art. 17-C. A sentença proferida nos proces-
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a
sos a que se refere esta Lei deverá, além de obser- condenação ocorrerá no limite da participação e
var o disposto no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 dos benefícios diretos, vedada qualquer solidarie-
de março de 2015 (Código de Processo Civil): dade.
I - indicar de modo preciso os fundamentos que § 3º Não haverá remessa necessária nas sen-
demonstram os elementos a que se referem os tenças de que trata esta Lei.

239
Art. 17-D. A ação por improbidade adminis- administrativa se o réu demonstrar incapacidade fi-
trativa é repressiva, de caráter sancionatório, des- nanceira de saldá-lo de imediato.
tinada à aplicação de sanções de caráter pessoal Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de
previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, ve- cumprimento da sentença, o juiz unificará eventu-
dado seu ajuizamento para o controle de legalidade ais sanções aplicadas com outras já impostas em
de políticas públicas e para a proteção do patrimô- outros processos, tendo em vista a eventual conti-
nio público e social, do meio ambiente e de outros nuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes,
interesses difusos, coletivos e individuais homogê- observado o seguinte:
neos.
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz pro-
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta moverá a maior sanção aplicada, aumentada de
Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e 1/3 (um terço), ou a soma das penas, o que for mais
a responsabilidade de agentes públicos, inclusive benéfico ao réu;
políticos, entes públicos e governamentais, por da-
nos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e di- II - no caso de prática de novos atos ilícitos
reitos de valor artístico, estético, histórico, turístico pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou Parágrafo único. As sanções de suspensão de
coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, direitos políticos e de proibição de contratar ou de
à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou receber incentivos fiscais ou creditícios do poder
religiosos e ao patrimônio público e social subme- público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
tem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho anos.
de 1985.
Art. 18. A sentença que julgar procedente a CAPÍTULO VI
ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
ao ressarcimento dos danos e à perda ou à RIBEIRO
Daniel rever- DE ANDRADE
são dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
danielicoense@gmail.com
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudi- Art. 19. Constitui crime a representação por
609.749.013-50
ato de improbidade contra agente público ou ter-
cada pelo ilícito.
ceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do sabe inocente.
dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a
essa determinação e ao ulterior procedimento para Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
cumprimento da sentença referente ao ressarci- Parágrafo único. Além da sanção penal, o de-
mento do patrimônio público ou à perda ou à rever- nunciante está sujeito a indenizar o denunciado pe-
são dos bens. los danos materiais, morais ou à imagem que hou-
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não ver provocado.
adote as providências a que se refere o § 1º deste Art. 20. A perda da função pública e a sus-
artigo no prazo de 6 (seis) meses, contado do trân- pensão dos direitos políticos só se efetivam com o
sito em julgado da sentença de procedência da trânsito em julgado da sentença condenatória.
ação, caberá ao Ministério Público proceder à res-
pectiva liquidação do dano e ao cumprimento da § 1º A autoridade judicial competente poderá
sentença referente ao ressarcimento do patrimônio determinar o afastamento do agente público do
público ou à perda ou à reversão dos bens, sem exercício do cargo, do emprego ou da função, sem
prejuízo de eventual responsabilização pela omis- prejuízo da remuneração, quando a medida for ne-
são verificada. cessária à instrução processual ou para evitar a
iminente prática de novos ilícitos.
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressar-
cimento, deverão ser descontados os serviços efe- § 2º O afastamento previsto no § 1º deste ar-
tivamente prestados. tigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis
uma única vez por igual prazo, mediante decisão
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, motivada.
em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corri-
gidas monetariamente, do débito resultante de con- Art. 21. A aplicação das sanções previstas
denação pela prática de improbidade nesta lei independe:

240
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio infrações permanentes, do dia em que cessou a
público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às permanência.
condutas previstas no art. 10 desta Lei; I - (revogado);
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo II - (revogado);
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Con-
selho de Contas. III - (revogado).
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou § 1º A instauração de inquérito civil ou de pro-
externo serão considerados pelo juiz quando tive- cesso administrativo para apuração dos ilícitos re-
rem servido de fundamento para a conduta do feridos nesta Lei suspende o curso do prazo pres-
agente público. cricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
corridos, recomeçando a correr após a sua conclu-
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos são ou, caso não concluído o processo, esgotado o
de controle e as correspondentes decisões deverão prazo de suspensão.
ser consideradas na formação da convicção do juiz,
sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta § 2º O inquérito civil para apuração do ato de
do agente. improbidade será concluído no prazo de 365 (tre-
zentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogá-
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão vel uma única vez por igual período, mediante ato
efeitos em relação à ação de improbidade quando fundamentado submetido à revisão da instância
concluírem pela inexistência da conduta ou pela competente do órgão ministerial, conforme dispu-
negativa da autoria. ser a respectiva lei orgânica.
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste
os mesmos fatos, confirmada por decisão colegi- artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30
ada, impede o trâmite da ação da qual trata esta (trinta) dias, se não for caso de arquivamento do
Lei, havendo comunicação com todos os funda-
Daniel RIBEIRO DEinquérito
ANDRADE civil.
mentos de absolvição previstos no art. 386 do De-
danielicoense@gmail.com
creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código § 4º O prazo da prescrição referido no caput
de Processo Penal). 609.749.013-50
deste artigo interrompe-se:
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em ou- I - pelo ajuizamento da ação de improbidade
tras esferas deverão ser compensadas com as san- administrativa;
ções aplicadas nos termos desta Lei. II - pela publicação da sentença condenató-
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto ria;
nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requeri- III - pela publicação de decisão ou acórdão de
mento de autoridade administrativa ou mediante re- Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal
presentação formulada de acordo com o disposto que confirma sentença condenatória ou que re-
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil forma sentença de improcedência;
ou procedimento investigativo assemelhado e re- IV - pela publicação de decisão ou acórdão do
quisitar a instauração de inquérito policial. Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos pre- condenatório ou que reforma acórdão de improce-
vistos nesta Lei, será garantido ao investigado a dência;
oportunidade de manifestação por escrito e de jun- V - pela publicação de decisão ou acórdão do
tada de documentos que comprovem suas alega- Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão
ções e auxiliem na elucidação dos fatos. condenatório ou que reforma acórdão de improce-
dência.
CAPÍTULO VII § 5º Interrompida a prescrição, o prazo reco-
DA PRESCRIÇÃO meça a correr do dia da interrupção, pela metade
do prazo previsto no caput deste artigo.
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição
previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, con- produzem efeitos relativamente a todos os que con-
tados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de correram para a prática do ato de improbidade.

241
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que se-
jam objeto do mesmo processo, a suspensão e a
interrupção relativas a qualquer deles estendem-se
aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o
Ministério Público, deverá, de ofício ou a requeri-
mento da parte interessada, reconhecer a prescri-
ção intercorrente da pretensão sancionadora e de-
cretá-la de imediato, caso, entre os marcos inter-
ruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo pre-
Disciplina a organização e o funcionamento
visto no § 5º deste artigo.
dos órgãos responsáveis pela segurança pública,
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Fe-
contínua capacitação aos agentes públicos e políti- deral; cria a Política Nacional de Segurança Pública
cos que atuem com prevenção ou repressão de e Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único
atos de improbidade administrativa. de Segurança Pública (Susp); altera a Lei Comple-
mentar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº
por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga dispo-
de preparo, de emolumentos, de honorários perici- sitivos da Lei nº 12.681, de 4 de julho de 2012.
ais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as cus- CAPÍTULO I
tas e as demais despesas processuais serão pagas
ao final. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Daniel RIBEIRO
§ 2º Haverá condenação em honorários su- DE ANDRADE
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Se-
cumbenciais em caso de improcedênciadanielicoense@gmail.com
da ação de
gurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional
improbidade se comprovada má-fé. 609.749.013-50
de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS),
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento com a finalidade de preservação da ordem pública
ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, mal- e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
baratamento ou dilapidação de recursos públicos por meio de atuação conjunta, coordenada, sistê-
dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão mica e integrada dos órgãos de segurança pública
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de e defesa social da União, dos Estados, do Distrito
19 de setembro de 1995. Federal e dos Municípios, em articulação com a so-
ciedade.

CAPÍTULO VIII Art. 2º A segurança pública é dever do Estado


e responsabilidade de todos, compreendendo a
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
União, os Estados, o Distrito Federal e os Muníci-
pios, no âmbito das competências e atribuições le-
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua gais de cada um.
publicação.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de
CAPÍTULO II
1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro
de 1958 e demais disposições em contrário. DA POLÍTICA NACIONAL DE
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA
SOCIAL (PNSPDS)

242
SEÇÃO I XIII - otimização dos recursos materiais, huma-
DA COMPETÊNCIA PARA ESTABELECI- nos e financeiros das instituições;
MENTO DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA XIV - simplicidade, informalidade, economia
procedimental e celeridade no serviço prestado à
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
sociedade;
XV - relação harmônica e colaborativa entre os
Art. 3º Compete à União estabelecer a Polí- Poderes;
tica Nacional de Segurança Pública e Defesa So-
cial (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito Federal e XVI - transparência, responsabilização e pres-
aos Municípios estabelecer suas respectivas políti- tação de contas.
cas, observadas as diretrizes da política nacional, Art. 4º-A. A lei do ente federado deverá con-
especialmente para análise e enfrentamento dos ter como critério para ingresso na instituição ser
riscos à harmonia da convivência social, com des- aprovado em exame de saúde e exame toxicoló-
taque às situações de emergência e aos crimes in- gico com larga janela de detecção. (Incluído pela
terestaduais e transnacionais. Lei nº 14.751, de 2023)
Parágrafo único. Além dos exames do caput
SEÇÃO II deste artigo, o regulamento desta Lei estabelecerá
as regras do exame toxicológico aleatório. (Incluído
DOS PRINCÍPIOS
pela Lei nº 14.751, de 2023)

Art. 4º São princípios da PNSPDS: SEÇÃO III


I - respeito ao ordenamento jurídico e aos di- DAS DIRETRIZES
reitos e garantias individuais e coletivos;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
II - proteção, valorização e reconhecimento Art. 5º São diretrizes da PNSPDS:
danielicoense@gmail.com
dos profissionais de segurança pública;
609.749.013-50I - atendimento imediato ao cidadão;
III - proteção dos direitos humanos, respeito
II - planejamento estratégico e sistêmico;
aos direitos fundamentais e promoção da cidadania
e da dignidade da pessoa humana; III - fortalecimento das ações de prevenção e
resolução pacífica de conflitos, priorizando políticas
IV - eficiência na prevenção e no controle das
de redução da letalidade violenta, com ênfase para
infrações penais;
os grupos vulneráveis;
V - eficiência na repressão e na apuração das
IV - atuação integrada entre a União, os Esta-
infrações penais;
dos, o Distrito Federal e os Municípios em ações de
VI - eficiência na prevenção e na redução de segurança pública e políticas transversais para a
riscos em situações de emergência e desastres preservação da vida, do meio ambiente e da digni-
que afetam a vida, o patrimônio e o meio ambiente; dade da pessoa humana;
VII - participação e controle social; V - coordenação, cooperação e colaboração
VIII - resolução pacífica de conflitos; dos órgãos e instituições de segurança pública nas
fases de planejamento, execução, monitoramento
IX - uso comedido e proporcional da força pe- e avaliação das ações, respeitando-se as respecti-
los agentes da segurança pública, pautado nos do- vas atribuições legais e promovendo-se a raciona-
cumentos internacionais de proteção aos direitos lização de meios com base nas melhores práticas;
humanos de que o Brasil seja signatário; (Redação
dada pela Lei nº 14.751, de 2023) VI - formação e capacitação continuada e qua-
lificada dos profissionais de segurança pública, em
X - proteção da vida, do patrimônio e do meio consonância com a matriz curricular nacional;
ambiente;
VII - fortalecimento das instituições de segu-
XI - publicidade das informações não sigilosas; rança pública por meio de investimentos e do de-
XII - promoção da produção de conhecimento senvolvimento de projetos estruturantes e de ino-
sobre segurança pública; vação tecnológica;

243
VIII - sistematização e compartilhamento das consideração a graduação, a capacitação, o mérito
informações de segurança pública, prisionais e so- e a experiência do servidor na atividade policial es-
bre drogas, em âmbito nacional; pecífica;
IX - atuação com base em pesquisas, estudos XXVI - celebração de termo de parceria e pro-
e diagnósticos em áreas de interesse da segurança tocolos com agências de vigilância privada, respei-
pública; tada a lei de licitações.
X - atendimento prioritário, qualificado e huma-
nizado às pessoas em situação de vulnerabilidade; SEÇÃO IV
XI - padronização de estruturas, de capacita- DOS OBJETIVOS
ção, de tecnologia e de equipamentos de interesse
da segurança pública; Art. 6º São objetivos da PNSPDS:
XII - ênfase nas ações de policiamento de pro- I - fomentar a integração em ações estratégi-
ximidade, com foco na resolução de problemas; cas e operacionais, em atividades de inteligência
XIII - modernização do sistema e da legislação de segurança pública e em gerenciamento de cri-
de acordo com a evolução social; ses e incidentes;
XIV - participação social nas questões de se- II - apoiar as ações de manutenção da ordem
gurança pública; pública e da incolumidade das pessoas, do patri-
mônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
XV - integração entre os Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário no aprimoramento e na apli- III - incentivar medidas para a modernização
cação da legislação penal; de equipamentos, da investigação e da perícia e
para a padronização de tecnologia dos órgãos e
XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Mi-
das instituições de segurança pública;
nistério Público e da Defensoria Pública
Danielna elabo-
RIBEIRO DE ANDRADE
ração de estratégias e metas para alcançar os ob- IV - estimular e apoiar a realização de ações
danielicoense@gmail.com
de prevenção à violência e à criminalidade, com pri-
jetivos desta Política;
609.749.013-50
oridade para aquelas relacionadas à letalidade da
XVII - fomento de políticas públicas voltadas à
população jovem negra, das mulheres e de outros
reinserção social dos egressos do sistema prisio-
grupos vulneráveis;
nal;
V - promover a participação social nos Conse-
XVIII - (VETADO);
lhos de segurança pública;
XIX - incentivo ao desenvolvimento de progra-
VI - estimular a produção e a publicação de es-
mas e projetos com foco na promoção da cultura
tudos e diagnósticos para a formulação e a avalia-
de paz, na segurança comunitária e na integração
ção de políticas públicas;
das políticas de segurança com as políticas sociais
existentes em outros órgãos e entidades não per- VII - promover a interoperabilidade dos siste-
tencentes ao sistema de segurança pública; mas de segurança pública;
XX - distribuição do efetivo de acordo com cri- VIII - incentivar e ampliar as ações de preven-
térios técnicos; ção, controle e fiscalização para a repressão aos
crimes transfronteiriços;
XXI - deontologia policial e de bombeiro militar
comuns, respeitados os regimes jurídicos e as pe- IX - estimular o intercâmbio de informações de
culiaridades de cada instituição; inteligência de segurança pública com instituições
estrangeiras congêneres;
XXII - unidade de registro de ocorrência poli-
cial; X - integrar e compartilhar as informações de
segurança pública, prisionais e sobre drogas;
XXIII - uso de sistema integrado de informa-
ções e dados eletrônicos; XI - estimular a padronização da formação, da
capacitação e da qualificação dos profissionais de
XXIV – (VETADO);
segurança pública, respeitadas as especificidades
XXV - incentivo à designação de servidores da e as diversidades regionais, em consonância com
carreira para os cargos de chefia, levando em

244
esta Política, nos âmbitos federal, estadual, distrital Segurança Pública e Defesa Social, documento
e municipal; que estabelecerá as estratégias, as metas, os indi-
XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação cadores e as ações para o alcance desses objeti-
e do cumprimento de medidas restritivas de direito vos.
e de penas alternativas à prisão;
XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes SEÇÃO V
de cumprimento de pena restritiva de liberdade em DAS ESTRATÉGIAS
relação à gravidade dos crimes cometidos;
XIV - (VETADO); Art. 7º A PNSPDS será implementada por es-
XV - racionalizar e humanizar o sistema peni- tratégias que garantam integração, coordenação e
tenciário e outros ambientes de encarceramento; cooperação federativa, interoperabilidade, lide-
rança situacional, modernização da gestão das ins-
XVI - fomentar estudos, pesquisas e publica- tituições de segurança pública, valorização e prote-
ções sobre a política de enfrentamento às drogas e ção dos profissionais, complementaridade, dotação
de redução de danos relacionados aos seus usuá- de recursos humanos, diagnóstico dos problemas
rios e aos grupos sociais com os quais convivem; a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação
XVII - fomentar ações permanentes para o continuada dos resultados e garantia da regulari-
combate ao crime organizado e à corrupção; dade orçamentária para execução de planos e pro-
XVIII - estabelecer mecanismos de monitora- gramas de segurança pública.
mento e de avaliação das ações implementadas;
XIX - promover uma relação colaborativa entre SEÇÃO VI
os órgãos de segurança pública e os integrantes do DOS MEIOS E INSTRUMENTOS
sistema judiciário para a construção
DanieldasRIBEIRO
estraté- DE ANDRADE
gias e o desenvolvimento das ações necessárias
danielicoense@gmail.comArt. 8º São meios e instrumentos para a im-
ao alcance das metas estabelecidas;
609.749.013-50
plementação da PNSPDS:
XX - estimular a concessão de medidas prote-
tivas em favor de pessoas em situação de vulnera- I - os planos de segurança pública e defesa so-
bilidade; cial;
XXI - estimular a criação de mecanismos de II - o Sistema Nacional de Informações e de
proteção dos agentes públicos que compõem o sis- Gestão de Segurança Pública e Defesa Social, que
tema nacional de segurança pública e de seus fa- inclui:
miliares;
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e
XXII - estimular e incentivar a elaboração, a Avaliação das Políticas de Segurança Pública e
execução e o monitoramento de ações nas áreas Defesa Social (Sinaped);
de valorização profissional, de saúde, de qualidade
b) o Sistema Nacional de Informações de Se-
de vida e de segurança dos servidores que com-
gurança Pública, Prisionais e de Rastreabilidade de
põem o sistema nacional de segurança pública;
Armas e Munições, e sobre Material Genético, Di-
XXIII - priorizar políticas de redução da letali- gitais e Drogas (Sinesp);
dade violenta;
b) o Sistema Nacional de Informações de Se-
XXIV - fortalecer os mecanismos de investiga- gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
ção de crimes hediondos e de homicídios; Armas e Munições, de Material Genético, de Digi-
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de ar- tais e de Drogas (Sinesp);
mas de fogo e munições, com vistas à redução da c) o Sistema Integrado de Educação e Valori-
violência armada; zação Profissional (Sievap);
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e re- d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segu-
pressão aos crimes cibernéticos. rança Pública (Renaesp);
Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos di-
recionarão a formulação do Plano Nacional de

245
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida IV - polícias civis;
para Profissionais de Segurança Pública (Pró- V - polícias militares;
Vida);
VI - corpos de bombeiros militares;
III - (VETADO);
VII - guardas municipais;
IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Ho-
micídios de Jovens; VIII - órgãos do sistema penitenciário;
V - os mecanismos formados por órgãos de IX - (VETADO);
prevenção e controle de atos ilícitos contra a Admi- X - institutos oficiais de criminalística, medicina
nistração Pública e referentes a ocultação ou dissi- legal e identificação;
mulação de bens, direitos e valores.
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública
VI – o Plano Nacional de Prevenção e Enfren- (Senasp);
tamento à Violência contra a Mulher, nas ações
XII - secretarias estaduais de segurança pú-
pertinentes às políticas de segurança, implementa-
blica ou congêneres;
das em conjunto com os órgãos e instâncias esta-
duais, municipais e do Distrito Federal responsá- XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa
veis pela rede de prevenção e de atendimento das Civil (Sedec);
mulheres em situação de violência. (Incluído pela XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre
Lei nº 14.330, de 2022) Drogas (Senad);
XV - agentes de trânsito;
CAPÍTULO III XVI - guarda portuária.
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA XVII - polícia legislativa, prevista no § 3º do art.
PÚBLICA 27, no inciso IV do caput do art. 51 e no inciso XIII
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
do caput do art. 52 da Constituição Federal. (Inclu-
danielicoense@gmail.com
ído pela Lei nº 14.531, de 2023)
SEÇÃO I 609.749.013-50
DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA § 3º (VETADO).
§ 4º Os sistemas estaduais, distrital e munici-
pais serão responsáveis pela implementação dos
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segu-
respectivos programas, ações e projetos de segu-
rança Pública (Susp), que tem como órgão central
rança pública, com liberdade de organização e fun-
o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e
cionamento, respeitado o disposto nesta Lei.
é integrado pelos órgãos de que trata o art. 144 da
Constituição Federal , pelos agentes penitenciá-
rios, pelas guardas municipais e pelos demais inte- SEÇÃO II
grantes estratégicos e operacionais, que atuarão
DO FUNCIONAMENTO
nos limites de suas competências, de forma coope-
rativa, sistêmica e harmônica.
§ 1º São integrantes estratégicos do Susp: Art. 10. A integração e a coordenação dos ór-
gãos integrantes do Susp dar-se-ão nos limites das
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
respectivas competências, por meio de:
Municípios, por intermédio dos respectivos Pode-
res Executivos; I - operações com planejamento e execução in-
tegrados;
II - os Conselhos de Segurança Pública e De-
fesa Social dos três entes federados. II - estratégias comuns para atuação na pre-
venção e no controle qualificado de infrações pe-
§ 2º São integrantes operacionais do Susp:
nais;
I - polícia federal;
III - aceitação mútua de registro de ocorrência
II - polícia rodoviária federal; policial;
III – (VETADO);

246
IV - compartilhamento de informações, inclu- delitos, a partir dos registros de ocorrências polici-
sive com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sis- ais, especialmente os de crimes dolosos com resul-
bin); tado em morte e de roubo, pela identificação, prisão
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e dos autores e cumprimento de mandados de prisão
científicos; de condenados a crimes com penas de reclusão, e
pela recuperação do produto de crime em determi-
VI - integração das informações e dos dados nada circunscrição;
de segurança pública por meio do Sinesp.
II - as atividades periciais serão aferidas medi-
§ 1º O Susp será coordenado pelo Ministério ante critérios técnicos emitidos pelo órgão respon-
Extraordinário da Segurança Pública. sável pela coordenação das perícias oficiais, consi-
§ 2º As operações combinadas, planejadas e derando os laudos periciais e o resultado na produ-
desencadeadas em equipe poderão ser ostensi- ção qualificada das provas relevantes à instrução
vas, investigativas, de inteligência ou mistas, e con- criminal;
tar com a participação de órgãos integrantes do III - as atividades de polícia ostensiva e de pre-
Susp e, nos limites de suas competências, com o servação da ordem pública serão aferidas, entre
Sisbin e outros órgãos dos sistemas federal, esta- outros fatores, pela maior ou menor incidência de
dual, distrital ou municipal, não necessariamente infrações penais e administrativas em determinada
vinculados diretamente aos órgãos de segurança área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
pública e defesa social, especialmente quando se
tratar de enfrentamento a organizações criminosas. IV - as atividades dos corpos de bombeiros mi-
litares serão aferidas, entre outros fatores, pelas
§ 3º O planejamento e a coordenação das ope- ações de prevenção, preparação para emergên-
rações referidas no § 2º deste artigo serão exerci- cias e desastres, índices de tempo de resposta aos
dos conjuntamente pelos participantes. desastres e de recuperação de locais atingidos,
§ 4º O compartilhamento de Daniel
informações será DEconsiderando-se
RIBEIRO ANDRADE áreas determinadas;
feito preferencialmente por meio eletrônico, com
danielicoense@gmail.com V - a eficiência do sistema prisional será afe-
acesso recíproco aos bancos de dados, nos termos
609.749.013-50com base nos seguintes fatores, entre outros:
rida
estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da Se-
gurança Pública. a) o número de vagas ofertadas no sistema;

§ 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos b) a relação existente entre o número de pre-


e científicos para qualificação dos profissionais de sos e a quantidade de vagas ofertadas;
segurança pública e defesa social dar-se-á, entre c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
outras formas, pela reciprocidade na abertura de d) a quantidade de presos condenados atendi-
vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoa- dos de acordo com os parâmetros estabelecidos
mento e estudos estratégicos, respeitadas as pecu- pelos incisos do caput deste artigo, com observân-
liaridades e o regime jurídico de cada instituição, e cia de critérios objetivos e transparentes.
observada, sempre que possível, a matriz curricular
nacional. § 1º A aferição considerará aspectos relativos
à estrutura de trabalho físico e de equipamentos,
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segu- bem como de efetivo.
rança Pública fixará, anualmente, metas de exce-
§ 2º A aferição de que trata o inciso I do caput
lência no âmbito das respectivas competências, vi-
deste artigo deverá distinguir as autorias definidas
sando à prevenção e à repressão das infrações pe-
em razão de prisão em flagrante das autorias resul-
nais e administrativas e à prevenção dos desastres,
tantes de diligências investigatórias.
e utilizará indicadores públicos que demonstrem de
forma objetiva os resultados pretendidos. Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segu-
Art. 12. A aferição anual de metas deverá ob- rança Pública, responsável pela gestão do Susp,
deverá orientar e acompanhar as atividades dos ór-
servar os seguintes parâmetros:
gãos integrados ao Sistema, além de promover as
I - as atividades de polícia judiciária e de apu- seguintes ações:
ração das infrações penais serão aferidas, entre
outros fatores, pelos índices de elucidação dos

247
I - apoiar os programas de aparelhamento e sob sua circunscrição, ressalvado o sigilo das in-
modernização dos órgãos de segurança pública e vestigações policiais.
defesa social do País;
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios
II - implementar, manter e expandir, observa- de aplicação de recursos do Fundo Nacional de Se-
das as restrições previstas em lei quanto a sigilo, o gurança Pública (FNSP) e do Fundo Penitenciário
Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição
Segurança Pública e Defesa Social; constitucional dos órgãos que integram o Susp, os
III - efetivar o intercâmbio de experiências téc- aspectos geográficos, populacionais e socioeconô-
nicas e operacionais entre os órgãos policiais fede- micos dos entes federados, bem como o estabele-
rais, estaduais, distrital e as guardas municipais; cimento de metas e resultados a serem alcança-
dos.
IV - valorizar a autonomia técnica, científica e
funcional dos institutos oficiais de criminalística, Parágrafo único. Entre os critérios de aplicação
medicina legal e identificação, garantindo-lhes con- dos recursos do FNSP serão incluídos metas e re-
dições plenas para o exercício de suas funções; sultados relativos à prevenção e ao combate à vio-
lência contra a mulher. (Incluído pela Lei nº 14.316,
V - promover a qualificação profissional dos in-
de 2022)
tegrantes da segurança pública e defesa social, es-
pecialmente nas dimensões operacional, ética e Art. 18. As aquisições de bens e serviços
técnico-científica; para os órgãos integrantes do Susp terão por obje-
VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e tivo a eficácia de suas atividades e obedecerão a
consolidar dados e informações estatísticas sobre critérios técnicos de qualidade, modernidade, efici-
criminalidade e vitimização; ência e resistência, observadas as normas de lici-
tação e contratos.
VII - coordenar as atividades de inteligência da
segurança pública e defesa social Daniel
integradas ao
RIBEIRO Parágrafo único. (VETADO).
DE ANDRADE
Sisbin; danielicoense@gmail.com
609.749.013-50
VIII - desenvolver a doutrina de inteligência po- CAPÍTULO IV
licial.
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA
Art. 14. É de responsabilidade do Ministério PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Extraordinário da Segurança Pública:
I - disponibilizar sistema padronizado, inf-or- SEÇÃO I
matizado e seguro que permita o intercâmbio de in- DA COMPOSIÇÃO
formações entre os integrantes do Susp;
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraes-
trutura tecnológica e a segurança dos processos, Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á
das redes e dos sistemas; pela formação de Conselhos permanentes a serem
criados na forma do art. 21 desta Lei.
III - estabelecer cronograma para adequação
dos integrantes do Susp às normas e aos procedi- Art. 20. Serão criados Conselhos de Segu-
mentos de funcionamento do Sistema. rança Pública e Defesa Social, no âmbito da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o mediante proposta dos chefes dos Poderes Execu-
Distrito Federal e os Municípios, quando não dispu- tivos, encaminhadas aos respectivos Poderes Le-
serem de condições técnicas e operacionais neces- gislativos.
sárias à implementação do Susp.
§ 1º O Conselho Nacional de Segurança Pú-
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp pode- blica e Defesa Social, com atribuições, funciona-
rão atuar em vias urbanas, rodovias, terminais ro- mento e composição estabelecidos em regula-
doviários, ferrovias e hidrovias federais, estaduais, mento, terá a participação de representantes da
distrital ou municipais, portos e aeroportos, no âm- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
bito das respectivas competências, em efetiva inte- nicípios.
gração com o órgão cujo local de atuação esteja

248
§ 2º Os Conselhos de Segurança Pública e De- II - representante do Poder Judiciário;
fesa Social congregarão representantes com poder III - representante do Ministério Público;
de decisão dentro de suas estruturas governamen-
tais e terão natureza de colegiado, com competên- IV - representante da Ordem dos Advogados
cia consultiva, sugestiva e de acompanhamento so- do Brasil (OAB);
cial das atividades de segurança pública e defesa V - representante da Defensoria Pública;
social, respeitadas as instâncias decisórias e as
VI - representantes de entidades e organiza-
normas de organização da Administração Pública.
ções da sociedade cuja finalidade esteja relacio-
§ 3º Os Conselhos de Segurança Pública e De- nada com políticas de segurança pública e defesa
fesa Social exercerão o acompanhamento das ins- social;
tituições referidas no § 2º do art. 9º desta Lei e po-
VII - representantes de entidades de profissio-
derão recomendar providências legais às autorida-
nais de segurança pública.
des competentes.
§ 1º Os representantes das entidades e orga-
§ 4º O acompanhamento de que trata o § 3º
nizações referidas nos incisos VI e VII do caput
deste artigo considerará, entre outros, os seguintes
deste artigo serão eleitos por meio de processo
aspectos:
aberto a todas as entidades e organizações cuja fi-
I - as condições de trabalho, a valorização e o nalidade seja relacionada com as políticas de se-
respeito pela integridade física e moral dos seus in- gurança pública, conforme convocação pública e
tegrantes; critérios objetivos previamente definidos pelos
II - o atingimento das metas previstas nesta Conselhos.
Lei; § 2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente,
III - o resultado célere na apuração das denún- que substituirá o titular em sua ausência.
cias em tramitação nas respectivas corregedorias; § 3º Os mandatos eletivos dos membros refe-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do ridos nos incisos VI e VII do caput deste artigo e a
danielicoense@gmail.com
órgão pela população por ele atendida. designação dos demais membros terão a duração
609.749.013-50
de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondu-
§ 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes ção ou reeleição.
para as políticas públicas de segurança pública e
defesa social, com vistas à prevenção e à repres- § 4º Na ausência de representantes dos ór-
são da violência e da criminalidade. gãos ou entidades referidos no caput deste artigo,
aplica-se o disposto no § 7º do art. 20 desta Lei.
§ 6º A organização, o funcionamento e as de-
mais competências dos Conselhos serão regula-
mentados por ato do Poder Executivo, nos limites CAPÍTULO V
estabelecidos por esta Lei.
DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE
§ 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Muni- SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA
cipais de Segurança Pública e Defesa Social, que
SOCIAL
contarão também com representantes da socie-
dade civil organizada e de representantes dos tra-
balhadores, poderão ser descentralizados ou con- SEÇÃO I
gregados por região para melhor atuação e inter- DOS PLANOS
câmbio comunitário.

Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de


SEÇÃO II
Segurança Pública e Defesa Social, destinado a ar-
DOS CONSELHEIROS ticular as ações do poder público, com a finalidade
de:
Art. 21. Os Conselhos serão compostos por: I - promover a melhora da qualidade da gestão
I - representantes de cada órgão ou entidade das políticas sobre segurança pública e defesa so-
integrante do Susp; cial;

249
II - contribuir para a organização dos Conse- cabendo ao Poder Legislativo Federal acompanhá-
lhos de Segurança Pública e Defesa Social; la.
III - assegurar a produção de conhecimento no
tema, a definição de metas e a avaliação dos resul- SEÇÃO II
tados das políticas de segurança pública e defesa DAS DIRETRIZES GERAIS
social;
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias
de segurança interna nas divisas, fronteiras, portos Art. 24. Os agentes públicos deverão obser-
e aeroportos. var as seguintes diretrizes na elaboração e na exe-
cução dos planos:
§ 1º As políticas públicas de segurança não se
restringem aos integrantes do Susp, pois devem I - adotar estratégias de articulação entre ór-
considerar um contexto social amplo, com abran- gãos públicos, entidades privadas, corporações po-
gência de outras áreas do serviço público, como liciais e organismos internacionais, a fim de implan-
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as tar parcerias para a execução de políticas de segu-
atribuições e as finalidades de cada área do serviço rança pública e defesa social;
público. II - realizar a integração de programas, ações,
§ 2º O Plano de que trata o caput deste artigo atividades e projetos dos órgãos e entidades públi-
terá duração de 10 (dez) anos a contar de sua pu- cas e privadas nas áreas de saúde, planejamento
blicação. familiar, educação, trabalho, assistência social,
previdência social, cultura, desporto e lazer, vi-
§ 3º As ações de prevenção à criminalidade sando à prevenção da criminalidade e à prevenção
devem ser consideradas prioritárias na elaboração de desastres;
do Plano de que trata o caput deste artigo.
III - viabilizar ampla participação social na for-
§ 4º A União, por intermédio doDaniel
Ministério Ex-
RIBEIRO DE ANDRADE
mulação, na implementação e na avaliação das po-
traordinário da Segurança Pública, deverá elaborar
danielicoense@gmail.com
líticas de segurança pública e defesa social;
os objetivos, as ações estratégicas, as metas, as
609.749.013-50IV - desenvolver programas, ações, atividades
prioridades, os indicadores e as formas de financi-
amento e gestão das Políticas de Segurança Pú- e projetos articulados com os estabelecimentos de
blica e Defesa Social. ensino, com a sociedade e com a família para a
prevenção da criminalidade e a prevenção de de-
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni- sastres;
cípios deverão, com base no Plano Nacional de Se-
gurança Pública e Defesa Social, elaborar e im- V - incentivar a inclusão das disciplinas de pre-
plantar seus planos correspondentes em até 2 venção da violência e de prevenção de desastres
(dois) anos a partir da publicação do documento nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de
nacional, sob pena de não poderem receber recur- ensino;
sos da União para a execução de programas ou VI - ampliar as alternativas de inserção econô-
ações de segurança pública e defesa social. mica e social dos egressos do sistema prisional,
§ 6º O poder público deverá dar ampla divulga- promovendo programas que priorizem a melhoria
ção ao conteúdo das Políticas e dos Planos de se- de sua escolarização e a qualificação profissional;
gurança pública e defesa social. VII - garantir a efetividade dos programas,
ações, atividades e projetos das políticas de segu-
Art. 23. A União, em articulação com os Es-
rança pública e defesa social;
tados, o Distrito Federal e os Municípios, realizará
avaliações anuais sobre a implementação do Plano VIII - promover o monitoramento e a avaliação
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, das políticas de segurança pública e defesa social;
com o objetivo de verificar o cumprimento das me- IX - fomentar a criação de grupos de estudos
tas estabelecidas e elaborar recomendações aos formados por agentes públicos dos órgãos inte-
gestores e operadores das políticas públicas. grantes do Susp, professores e pesquisadores,
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano para produção de conhecimento e reflexão sobre o
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social re- fenômeno da criminalidade, com o apoio e a
alizar-se-á no segundo ano de vigência desta Lei,

250
coordenação dos órgãos públicos de cada unidade SEÇÃO IV
da Federação; DA COOPERAÇÃO, DA INTEGRAÇÃO E
X - fomentar a harmonização e o trabalho con- DO FUNCIONAMENTO HARMÔNICO DOS
junto dos integrantes do Susp;
MEMBROS DO SUSP
XI - garantir o planejamento e a execução de
políticas de segurança pública e defesa social; Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sis-
XII - fomentar estudos de planejamento urbano tema Nacional de Acompanhamento e Avaliação
para que medidas de prevenção da criminalidade das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social
façam parte do plano diretor das cidades, de forma (Sinaped), com os seguintes objetivos:
a estimular, entre outras ações, o reforço na ilumi- I - contribuir para organização e integração dos
nação pública e a verificação de pessoas e de fa- membros do Susp, dos projetos das políticas de se-
mílias em situação de risco social e criminal. gurança pública e defesa social e dos respectivos
diagnósticos, planos de ação, resultados e avalia-
SEÇÃO III ções;
DAS METAS PARA ACOMPANHAMENTO II - assegurar o conhecimento sobre os progra-
E AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS DE mas, ações e atividades e promover a melhora da
qualidade da gestão dos programas, ações, ativi-
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA
dades e projetos de segurança pública e defesa so-
SOCIAL cial;
III - garantir que as políticas de segurança pú-
Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anu- blica e defesa social abranjam, no mínimo, o ade-
almente, metas de excelência no âmbito das res- quado diagnóstico, a gestão e os resultados das
pectivas competências, visando Daniel
à prevenção
RIBEIROe à DEpolíticas
ANDRADE e dos programas de prevenção e de con-
repressão de infrações penais e administrativas e à trole
danielicoense@gmail.com da violência, com o objetivo de verificar:
prevenção de desastres, que tenham como finali-
609.749.013-50a) a compatibilidade da forma de processa-
dade: mento do planejamento orçamentário e de sua exe-
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e cução com as necessidades do respectivo sistema
supervisionar as atividades de educação gerencial, de segurança pública e defesa social;
técnica e operacional, em cooperação com as uni- b) a eficácia da utilização dos recursos públi-
dades da Federação; cos;
II - apoiar e promover educação qualificada, c) a manutenção do fluxo financeiro, conside-
continuada e integrada; radas as necessidades operacionais dos progra-
III - identificar e propor novas metodologias e mas, as normas de referência e as condições pre-
técnicas de educação voltadas ao aprimoramento vistas nos instrumentos jurídicos celebrados entre
de suas atividades; os entes federados, os órgãos gestores e os inte-
IV - identificar e propor mecanismos de valori- grantes do Susp;
zação profissional; d) a implementação dos demais compromissos
V - apoiar e promover o sistema de saúde para assumidos por ocasião da celebração dos instru-
os profissionais de segurança pública e defesa so- mentos jurídicos relativos à efetivação das políticas
cial; de segurança pública e defesa social;

VI - apoiar e promover o sistema habitacional e) a articulação interinstitucional e intersetorial


para os profissionais de segurança pública e de- das políticas.
fesa social. Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Naci-
onal de Segurança Pública e Defesa Social, será
elaborado relatório com o histórico e a caracteriza-
ção do trabalho, as recomendações e os prazos
para que elas sejam cumpridas, além de outros ele-
mentos a serem definidos em regulamento.

251
§ 1º Os resultados da avaliação das políticas IV - o caráter público de todos os procedimen-
serão utilizados para: tos, dados e resultados dos processos de avalia-
I - planejar as metas e eleger as prioridades ção.
para execução e financiamento; Art. 32. A avaliação dos objetivos e das me-
II - reestruturar ou ampliar os programas de tas do Plano Nacional de Segurança Pública e De-
prevenção e controle; fesa Social será coordenada por comissão perma-
nente e realizada por comissões temporárias, es-
III - adequar os objetivos e a natureza dos pro-
sas compostas, no mínimo, por 3 (três) membros,
gramas, ações e projetos;
na forma do regulamento próprio.
IV - celebrar instrumentos de cooperação com
Parágrafo único. É vedado à comissão perma-
vistas à correção de problemas constatados na
nente designar avaliadores que sejam titulares ou
avaliação;
servidores dos órgãos gestores avaliados, caso:
V - aumentar o financiamento para fortalecer o
I - tenham relação de parentesco até terceiro
sistema de segurança pública e defesa social;
grau com titulares ou servidores dos órgãos gesto-
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos ope- res avaliados;
radores do Susp.
II - estejam respondendo a processo criminal
§ 2º O relatório da avaliação deverá ser enca- ou administrativo.
minhado aos respectivos Conselhos de Segurança
Pública e Defesa Social.
CAPÍTULO VI
Art. 28. As autoridades, os gestores, as enti-
dades e os órgãos envolvidos com a segurança pú- DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
blica e defesa social têm o dever de colaborar com
o processo de avaliação, facilitandoDaniel
o acesso às
RIBEIRO DE ANDRADE SEÇÃO I
suas instalações, à documentação e a todos os ele-
danielicoense@gmail.com
DO CONTROLE INTERNO
mentos necessários ao seu efetivo cumprimento.
609.749.013-50
Art. 29. O processo de avaliação das políti- Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de
cas de segurança pública e defesa social deverá autonomia no exercício de suas competências, ca-
contar com a participação de representantes dos berá o gerenciamento e a realização dos processos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Mi- e procedimentos de apuração de responsabilidade
nistério Público, da Defensoria Pública e dos Con- funcional, por meio de sindicância e processo ad-
selhos de Segurança Pública e Defesa Social, ob- ministrativo disciplinar, e a proposição de subsídios
servados os parâmetros estabelecidos nesta Lei. para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos
Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompa- de segurança pública e defesa social.
nhar as avaliações do respectivo ente federado.
Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodolo- SEÇÃO II
gia a ser empregada: DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA
I - a realização da autoavaliação dos gestores ATIVIDADE POLICIAL
e das corporações;
II - a avaliação institucional externa, contem- Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Fede-
plando a análise global e integrada das instalações ral e os Municípios deverão instituir órgãos de ou-
físicas, relações institucionais, compromisso social, vidoria dotados de autonomia e independência no
atividades e finalidades das corporações; exercício de suas atribuições.
III - a análise global e integrada dos diagnósti- Parágrafo único. À ouvidoria competirá o rece-
cos, estruturas, compromissos, finalidades e resul- bimento e tratamento de representações, elogios e
tados das políticas de segurança pública e defesa sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e
social; atividades dos profissionais e membros integrantes
do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com

252
atribuição para as providências legais e a resposta VII - produzir dados sobre os profissionais de
ao requerente. segurança pública e defesa social com deficiência
em decorrência de vitimização na atividade; (Inclu-
ído pela Lei nº 14.531, de 2023)
SEÇÃO III
VIII - produzir dados sobre os profissionais de
DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO segurança pública e defesa social que sejam de-
DE DADOS E INFORMAÇÕES pendentes químicos em decorrência da atividade;
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de In- IX - produzir dados sobre transtornos mentais
formações de Segurança Pública, Prisionais, de e comportamento suicida dos profissionais de se-
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material gurança pública e defesa social. (Incluído pela Lei
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a nº 14.531, de 2023)
finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões
informações para auxiliar na formulação, imple- de integridade, disponibilidade, confidencialidade,
mentação, execução, acompanhamento e avalia- confiabilidade e tempestividade dos sistemas infor-
ção das políticas relacionadas com: matizados do governo federal.
I - segurança pública e defesa social; Art. 37. Integram o Sinesp todos os entes fe-
II - sistema prisional e execução penal; derados, por intermédio de órgãos criados ou de-
signados para esse fim.
III - rastreabilidade de armas e munições;
§ 1º Os dados e as informações de que trata
IV - banco de dados de perfil genético e digi-
esta Lei deverão ser padronizados e categorizados
tais;
e serão fornecidos e atualizados pelos integrantes
V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
Daniel RIBEIRO DEdoANDRADE
Sinesp.
Art. 36. O Sinesp tem por objetivos:
danielicoense@gmail.com§ 2º O integrante que deixar de fornecer ou atu-
alizar
609.749.013-50 seus dados e informações no Sinesp poderá
I - proceder à coleta, análise, atualização, sis-
tematização, integração e interpretação de dados e não receber recursos nem celebrar parcerias com
informações relativos às políticas de segurança pú- a União para financiamento de programas, projetos
blica e defesa social; ou ações de segurança pública e defesa social e do
sistema prisional, na forma do regulamento.
II - disponibilizar estudos, estatísticas, indica-
§ 3º O Ministério Extraordinário da Segurança
dores e outras informações para auxiliar na formu-
lação, implementação, execução, monitoramento e Pública é autorizado a celebrar convênios com ór-
avaliação de políticas públicas; gãos do Poder Executivo que não integrem o Susp,
com o Poder Judiciário e com o Ministério Público,
III - promover a integração das redes e siste- para compatibilização de sistemas de informação e
mas de dados e informações de segurança pública integração de dados, ressalvadas as vedações
e defesa social, criminais, do sistema prisional e so- constitucionais de sigilo e desde que o objeto fun-
bre drogas; damental dos acordos seja a prevenção e a repres-
IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas são da violência.
de dados e informações, conforme os padrões de- § 4º A omissão no fornecimento das informa-
finidos pelo conselho gestor. ções legais implica responsabilidade administrativa
V - produzir dados sobre a qualidade de vida e do agente público.
a saúde dos profissionais de segurança pública e
defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
CAPÍTULO VII
VI - produzir dados sobre a vitimização dos
DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO
profissionais de segurança pública e defesa social,
inclusive fora do horário de trabalho; (Incluído pela DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA
Lei nº 14.531, de 2023) PÚBLICA E DEFESA SOCIAL

253
SEÇÃO I § 2º Os programas de educação deverão estar
DO SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO em consonância com os princípios da matriz curri-
cular nacional.
E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
(SIEVAP) Art. 40. A Renaesp, integrada por instituições
de ensino superior, observadas as normas de lici-
tação e contratos, tem como objetivo:
Art. 38. É instituído o Sistema Integrado de
I - promover cursos de graduação, extensão e
Educação e Valorização Profissional (Sievap), com
pós-graduação em segurança pública e defesa so-
a finalidade de:
cial;
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e
II - fomentar a integração entre as ações dos
supervisionar as atividades de educação gerencial,
profissionais, em conformidade com as políticas
técnica e operacional, em cooperação com as uni-
nacionais de segurança pública e defesa social;
dades da Federação;
III - promover a compreensão do fenômeno da
II - identificar e propor novas metodologias e
violência;
técnicas de educação voltadas ao aprimoramento
de suas atividades; IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e
a educação para a paz;
III - apoiar e promover educação qualificada,
continuada e integrada; V - articular o conhecimento prático dos profis-
sionais de segurança pública e defesa social com
IV - identificar e propor mecanismos de valori-
os conhecimentos acadêmicos;
zação profissional.
VI - difundir e reforçar a construção de cultura
§ 1º O Sievap é constituído, entre outros, pelos
de segurança pública e defesa social fundada nos
seguintes programas:
paradigmas da contemporaneidade, da inteligên-
I - matriz curricular nacional;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
cia, da informação e do exercício de atribuições es-
danielicoense@gmail.com
tratégicas, técnicas e científicas;
II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segu-
rança Pública (Renaesp);
609.749.013-50
VII - incentivar produção técnico-científica que
III - Rede Nacional de Educação a Distância contribua para as atividades desenvolvidas pelo
em Segurança Pública (Rede EaD-Senasp); Susp.
IV - programa nacional de qualidade de vida Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual
para segurança pública e defesa social. destinada aos profissionais de segurança pública e
defesa social e tem como objetivo viabilizar o
§ 2º Os órgãos integrantes do Susp terão
acesso aos processos de aprendizagem, indepen-
acesso às ações de educação do Sievap, conforme
dentemente das limitações geográficas e sociais
política definida pelo Ministério Extraordinário da
Segurança Pública. existentes, com o propósito de democratizar a edu-
cação em segurança pública e defesa social.
Art. 39. A matriz curricular nacional constitui-
se em referencial teórico, metodológico e avaliativo
para as ações de educação aos profissionais de se- SEÇÃO II
gurança pública e defesa social e deverá ser obser- DO PROGRAMA NACIONAL DE
vada nas atividades formativas de ingresso, aper- QUALIDADE DE VIDA PARA
feiçoamento, atualização, capacitação e especiali-
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA
zação na área de segurança pública e defesa so-
cial, nas modalidades presencial e a distância, res- PÚBLICA (PRÓ-VIDA)
peitados o regime jurídico e as peculiaridades de
cada instituição. Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade
§ 1º A matriz curricular é pautada nos direitos de Vida para Profissionais de Segurança Pública
humanos, nos princípios da andragogia e nas teo- (Pró-Vida) tem por objetivo elaborar, implementar,
rias que enfocam o processo de construção do co- apoiar, monitorar e avaliar, entre outros, os projetos
nhecimento. de programas de atenção psicossocial e de saúde

254
no trabalho dos profissionais de segurança pública § 2º As políticas e as ações de prevenção da
e defesa social, bem como a integração sistêmica violência autoprovocada e do comportamento sui-
das unidades de saúde dos órgãos que compõem cida dos profissionais de segurança pública e de-
o Susp. fesa social desenvolvidas pelas instituições de se-
§ 1º O Pró-Vida desenvolverá durante todo o gurança pública e defesa social deverão observar,
ano ações direcionadas à saúde biopsicossocial, à no momento da pactuação de que trata o § 4º do
saúde ocupacional e à segurança do trabalho e me- art. 42 desta Lei, as seguintes diretrizes: (Incluído
canismos de proteção e de valorização dos profis- pela Lei nº 14.531, de 2023)
sionais de segurança pública e defesa social. (In- I - perspectiva multiprofissional na abordagem;
cluído pela Lei nº 14.531, de 2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§ 2º O Pró-Vida publicará, anualmente, as in- II - atendimento e escuta multidisciplinar e de
formações de que tratam os incisos V, VI, VII, VIII proximidade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
e IX do caput do art. 36 desta Lei, de todo o territó- III - discrição e respeito à intimidade nos aten-
rio nacional, conforme regulamentação a ser edi- dimentos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
tada pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei nº 14.531, de 2023) IV - integração e intersetorialidade das ações;
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§ 3º O Pró-Vida também deverá desenvolver
ações de prevenção e de enfrentamento a todas as V - ações baseadas em evidências científicas;
formas de violência sofrida pelos profissionais de (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
segurança pública e defesa social, a fim de promo- VI - atendimento não compulsório; (Incluído
ver uma cultura de respeito aos seus direitos huma- pela Lei nº 14.531, de 2023)
nos. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
VII - respeito à dignidade humana; (Incluído
§ 4º A implementação das ações de que trata pela Lei nº 14.531, de 2023)
o § 1º deste artigo será pactuada, Daniel RIBEIRO
nos termos dos DE ANDRADE
VIII - ações de sensibilização dos agentes;
respectivos planos de segurança danielicoense@gmail.com
pública, entre:
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 609.749.013-50
IX - articulação com a rede de saúde pública e
I - a União; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
outros parceiros; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
2023)
2023)
II - os Estados; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
X - realização de ações diversificadas ou cum-
2023)
primento de disciplinas curriculares específicas du-
III - o Distrito Federal; e (Incluído pela Lei nº rante os cursos de formação; (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
IV - os Municípios. (Incluído pela Lei nº 14.531, XI - desenvolvimento de ações integradas de
de 2023) assistência social e promoção da saúde mental de
Art. 42-A. O Pró-Vida produzirá diretrizes di- forma preventiva e inclusiva para a família; (Inclu-
ído pela Lei nº 14.531, de 2023)
recionadas à prevenção da violência autoprovo-
cada e do suicídio. (Incluído pela Lei nº 14.531, de XII - melhoria da infraestrutura das unidades;
2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
§ 1º O Ministério da Justiça e Segurança Pú- XIII - incentivo ao estabelecimento de carga
blica divulgará, no âmbito do Pró-Vida, em conjunto horária de trabalho humanizada; (Incluído pela Lei
com a Rede Nacional de Qualidade de Vida para nº 14.531, de 2023)
os Profissionais de Segurança Pública (Rede Pró- XIV - incentivo ao estabelecimento de política
Vida), diretrizes de prevenção e de atendimento remuneratória condizente com a responsabilidade
dos casos de emergência psiquiátrica que envol- do trabalho policial; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
vam violência autoprovocada e comportamento 2023)
suicida dos profissionais de segurança pública e
defesa social, a ser adaptadas aos contextos e às XV - incentivo à gestão administrativa humani-
competências de cada órgão. (Incluído pela Lei nº zada. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
14.531, de 2023)

255
§ 3º As políticas e as ações de prevenção ins- profissionais de segurança pública e defesa social
titucional da violência autoprovocada, nos termos em situação de risco, com o envolvimento de todo
dos §§ 1º e 2º deste artigo, serão executadas por o corpo da instituição, de modo a sinalizar a mu-
meio de estratégias de prevenção primária, secun- dança de comportamento ou a preocupação com o
dária e terciária.(Incluído pela Lei nº 14.531, de colega de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
2023) 2023)
§ 4º A prevenção primária referida no § 3º III - incorporação da notificação dos casos de
deste artigo destina-se a todos os profissionais da ideação e de tentativa de suicídio no Sistema Naci-
segurança pública e defesa social e deve ser exe- onal de Vigilância Epidemiológica, resguardada a
cutada por meio de estratégias como: (Incluído pela identidade do profissional; (Incluído pela Lei nº
Lei nº 14.531, de 2023) 14.531, de 2023)
I - estímulo ao convívio social, proporcionando IV - acompanhamento psicológico regular;
a aproximação da família de seu local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) V - acompanhamento psicológico para profissi-
II - promoção da qualidade de vida do profissi- onais de segurança pública e defesa social que te-
onal de segurança pública e defesa social; (Inclu- nham se envolvido em ocorrência de risco e em ex-
ído pela Lei nº 14.531, de 2023) periências traumáticas; (Incluído pela Lei nº
III - elaboração e/ou divulgação de programas 14.531, de 2023)
de conscientização, de informação e de sensibiliza- VI - acompanhamento psicológico para profis-
ção sobre o suicídio; (Incluído pela Lei nº 14.531, sionais de segurança pública e defesa social que
de 2023) estejam presos ou respondendo a processos admi-
IV - realização de ciclos de palestras e de cam- nistrativos ou judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.531,
panhas que sensibilizem e relacionem qualidade de de 2023)
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
vida e ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº § 6º A prevenção terciária referida no § 3º
14.531, de 2023) danielicoense@gmail.com
deste artigo destina-se aos cuidados dos profissio-
609.749.013-50
nais de segurança pública e defesa social que te-
V - abordagem do tema referente a saúde
mental em todos os níveis de formação e de quali- nham comunicado ideação suicida ou que tenham
ficação profissional; (Incluído pela Lei nº 14.531, de histórico de violência autoprovocada, por meio de
2023) estratégias como: (Incluído pela Lei nº 14.531, de
2023)
VI - capacitação dos profissionais de segu-
rança pública e defesa social no que se refere à I - aproximação da família para envolvimento e
identificação e ao encaminhamento dos casos de acompanhamento no processo de tratamento;
risco; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)

VII - criação de espaços de escuta destinados II - enfrentamento a toda forma de isolamento


a ouvir o profissional de segurança pública e defesa ou de desqualificação ou a qualquer forma de vio-
social, para que ele se sinta seguro a expor suas lência eventualmente sofrida pelo profissional em
questões. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) seu ambiente de trabalho; (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023)
§ 5º A prevenção secundária referida no § 3º
deste artigo destina-se aos profissionais de segu- III - restrição do porte e uso de arma de fogo;
rança pública e defesa social que já se encontram (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
em situação de risco de prática de violência auto- IV - acompanhamento psicológico e, sempre
provocada, por meio de estratégias como: (Incluído que for o caso, médico, regular; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 14.531, de 2023) nº 14.531, de 2023)
I - criação de programas de atenção para o uso V - outras ações de apoio institucional ao pro-
e abuso de álcool e outras drogas; (Incluído pela fissional. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Lei nº 14.531, de 2023) § 7º O disposto neste artigo aplica-se aos inte-
II - organização de rede de cuidado como fluxo grantes das carreiras policiais previstas no § 3º do
assistencial que permita o diagnóstico precoce dos art. 27, no inciso IV do caput do art. 51 e no inciso

256
XIII do caput do art. 52 da Constituição Federal, específicos sempre que necessário; (Incluído pela
conforme regulamentação das respectivas Casas Lei nº 14.531, de 2023)
Legislativas. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) VIII - estímulo e valorização do conhecimento
Art. 42-B. Os mecanismos de proteção de e da vivência dos profissionais de segurança pú-
que trata o § 1º do art. 42 desta Lei quanto à prote- blica e defesa social idosos, impulsionando a cria-
ção, à promoção e à defesa dos direitos humanos ção de espaços institucionais para transmissão de
dos profissionais de segurança pública e defesa so- experiências, bem como a formação de equipes de
cial observarão: (Incluído pela Lei nº 14.531, de trabalho compostas de profissionais de diferentes
2023) faixas etárias para exercitar a integração intergera-
cional; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
I - adequação das leis e dos regulamentos dis-
ciplinares que versam sobre direitos e deveres dos IX - estabelecimento de rotinas e de serviços
profissionais de segurança pública e defesa social internos que contemplem a preparação para o pe-
à Constituição Federal e aos instrumentos interna- ríodo de aposentadoria dos profissionais de segu-
cionais de direitos humanos; (Incluído pela Lei nº rança pública e defesa social, de forma a estimular
14.531, de 2023) o prosseguimento em atividades de participação ci-
dadã após a fase de serviço ativo; (Incluído pela Lei
II - valorização da participação dos profissio- nº 14.531, de 2023)
nais de segurança pública e defesa social nos pro-
cessos de formulação das políticas públicas relaci- X - incentivo à acessibilidade e à empregabili-
onadas com a área; (Incluído pela Lei nº 14.531, de dade das pessoas com deficiência em instalações
2023) e equipamentos do sistema de segurança pública,
assegurada a reserva constitucional de vagas nos
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.531, concursos públicos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
de 2023) 2023)
IV - acesso a equipamentos de proteção
Daniel indivi- DE ANDRADE
RIBEIRO XI - promoção do aperfeiçoamento profissional
dual e coletiva, em quantidade e qualidade adequa-
danielicoense@gmail.com
e da formação continuada como direitos do profis-
das, garantindo a instrução e o treinamento conti- sional de segurança pública e defesa social, esta-
nuado quanto ao uso correto dos equipamentos e
609.749.013-50
belecendo como objetivo a universalização da gra-
a sua reposição permanente, considerados o des- duação universitária; (Incluído pela Lei nº 14.531,
gaste e os prazos de validade; (Incluído pela Lei nº de 2023)
14.531, de 2023)
XII - utilização dos dados sobre os processos
V - zelo pela adequação, pela manutenção e disciplinares e administrativos movidos contra pro-
pela permanente renovação de todos os veículos fissionais de segurança pública e defesa social
utilizados no exercício profissional, bem como ga- para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e
rantia de instalações dignas em todas as institui- inadequações na gestão de recursos humanos;
ções, com ênfase nas condições de segurança, de (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
higiene, de saúde e de ambiente de trabalho; (In-
cluído pela Lei nº 14.531, de 2023) XIII - garantia a assistência jurídica para fins de
recebimento de seguro, de pensão, de auxílio ou
VI - adoção de orientações, de medidas e de de outro direito de familiares, em caso de morte do
práticas concretas direcionadas à prevenção, à profissional de segurança pública e defesa social;
identificação e ao enfrentamento de qualquer mo- (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
dalidade de discriminação; (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023) XIV - amparo aos profissionais de segurança
pública e defesa social que tenham sido vitimados
VII - salvaguarda do respeito integral aos direi- ou que tenham ficado com deficiência ou sequela;
tos constitucionais das profissionais de segurança (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
pública, consideradas as especificidades relativas
à gestação e à amamentação, bem como as exi- XV - critérios de promoção estabelecidos na le-
gências permanentes de cuidado com os filhos que gislação do respectivo ente federado, sendo a pro-
sejam crianças e adolescentes, assegurando a elas moção por merecimento com critérios objetivos
instalações físicas e equipamentos individuais previamente definidos, de acesso universal e em
percentual da antiguidade. (Incluído pela Lei nº
14.531, de 2023)

257
Art. 42-C. As ações de saúde ocupacional e acidente de trabalho e de ferimento ou sequela;
de segurança no trabalho de que trata o § 1º do art. (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
42 desta Lei observarão: (Incluído pela Lei nº X - a garantia aos profissionais de segurança
14.531, de 2023) pública e defesa social de acesso ágil e perma-
I - a atuação preventiva em relação aos aciden- nente a toda informação necessária para o correto
tes ou doenças relacionados aos processos labo- desempenho de suas funções, especialmente
rais por meio de mapeamento de riscos inerentes à quanto à legislação a ser observada; (Incluído pela
atividade; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) Lei nº 14.531, de 2023)
II - o aprofundamento e a sistematização dos XI - a erradicação de todas as formas de puni-
conhecimentos epidemiológicos de doenças ocu- ção que envolvam maus-tratos ou tratamento cruel,
pacionais entre profissionais de segurança pública desumano ou degradante contra os profissionais
e defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de de segurança pública e defesa social tanto no coti-
2023) diano funcional quanto em atividades de formação
e treinamento; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
III - a mitigação dos riscos e dos danos à saúde 2023)
e à segurança; (Incluído pela Lei nº 14.531, de
2023) XII - o combate ao assédio sexual e moral nas
instituições, por meio de veiculação de campanhas
IV - a melhoria das condições de trabalho dos internas de educação e de garantia de canais para
profissionais de segurança pública e defesa social, o recebimento e a apuração de denúncias; (Inclu-
para prevenir ou evitar a morte prematura do pro- ído pela Lei nº 14.531, de 2023)
fissional ou a incapacidade total ou parcial para o
trabalho; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) XIII - a garantia de que todos os atos decisórios
de superiores hierárquicos que disponham sobre
V - a criação de dispositivos de transmissão e punições, escalas, lotação e transferências sejam
de formação em temas referentes aDaniel segurança, a
RIBEIRO DE ANDRADE
devidamente motivados, fundamentados e publica-
saúde e a higiene, com periodicidade danielicoense@gmail.com
regular, por dos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
meio de eventos de sensibilização, de palestras e
609.749.013-50
de inclusão de disciplinas nos cursos regulares das XIV - a regulamentação da jornada de trabalho
instituições; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) dos profissionais de segurança pública e defesa so-
cial, de forma a garantir o exercício do direito à con-
VI - a adoção de orientações, de medidas e de vivência familiar e comunitária; e (Incluído pela Lei
práticas concretas direcionadas à prevenção, à nº 14.531, de 2023)
identificação e ao enfrentamento de qualquer dis-
criminação nas instituições de segurança pública e XV - a adoção de Comissão Interna de Preven-
defesa social; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) ção de Acidentes e de Assédio (Cipa) com compo-
sição paritária de representação dos profissionais e
VII - a implementação de paradigmas de aces- da direção das instituições. (Incluído pela Lei nº
sibilidade e de empregabilidade das pessoas com 14.531, de 2023)
deficiência em instalações e equipamentos do sis-
tema de segurança pública e defesa social, asse- Art. 42-D. São objeto da atenção especial
gurada a reserva constitucional de vagas nos con- das diretrizes de saúde ocupacional e de segu-
cursos públicos; (Incluído pela Lei nº 14.531, de rança no trabalho dos profissionais de segurança
2023) pública e defesa social: (Incluído pela Lei nº 14.531,
VIII - a promoção de reabilitação e a reintegra- de 2023)
ção dos profissionais ao trabalho, em casos de le- I - as jornadas de trabalho; (Incluído pela Lei nº
sões, de traumas, de deficiências ou de doenças 14.531, de 2023)
ocupacionais, em decorrência do exercício de suas II - a proteção à maternidade; (Incluído pela Lei
atividades; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) nº 14.531, de 2023)
IX - a viabilidade de mecanismos de readapta- III - o trabalho noturno; (Incluído pela Lei nº
ção dos profissionais de segurança pública e de- 14.531, de 2023)
fesa social e de deslocamento para novas funções
ou postos de trabalho como alternativa ao afasta- IV - os equipamentos de proteção individual;
mento definitivo e à inatividade em decorrência de (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)

258
V - o trabalho em ambiente de risco e/ou insa- judicial ou policial em decorrência da atividade; e
lubre; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
VI - a higiene de alojamentos, de banheiros e VIII - a elaboração de cartilhas direcionadas à
de unidades de conforto e descanso para os profis- reeducação alimentar como forma de diminuição
sionais; (Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) de condições de risco à saúde e como fator de
VII - a política remuneratória com negociação bem-estar profissional e de autoestima. (Incluído
coletiva para recomposição do poder aquisitivo da pela Lei nº 14.531, de 2023)
remuneração, com a participação de entidades re-
presentativas; e (Incluído pela Lei nº 14.531, de
CAPÍTULO VIII
2023)
DISPOSIÇÕES FINAIS
VIII - segurança no processo de trabalho. (In-
cluído pela Lei nº 14.531, de 2023)
Art. 43. Os documentos de identificação fun-
Art. 42-E. As ações de saúde biopsicossocial
cional dos profissionais da área de segurança pú-
de que trata o § 1º do art. 42 desta Lei observarão
blica e defesa social serão padronizados mediante
as seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 14.531,
ato do Ministro de Estado Extraordinário da Segu-
de 2023)
rança Pública e terão fé pública e validade em todo
I - a realização de avaliação em saúde multi- o território nacional.
disciplinar periódica, consideradas as especificida-
des das atividades realizadas por cada profissional, Art. 44. (VETADO).
incluídos exames clínicos e laboratoriais; (Incluído Art. 45. Deverão ser realizadas conferências
pela Lei nº 14.531, de 2023) a cada 5 (cinco) anos para debater as diretrizes dos
II - o acesso ao atendimento em saúde mental, planos nacional, estaduais e municipais de segu-
Daniel
de forma a viabilizar o enfrentamento daRIBEIRO
depres- DErança
ANDRADE
pública e defesa social.
danielicoense@gmail.com
são, do estresse e de outras alterações psíquicas;
Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79,
(Incluído pela Lei nº 14.531, de 2023) 609.749.013-50
de 7 de janeiro de 1994 , passa a vigorar com as
III - o desenvolvimento de programas de acom- seguintes alterações:
panhamento e de tratamento dos profissionais en-
“Art.3º................................................................
volvidos em ações com resultado letal ou com alto
nível de estresse; (Incluído pela Lei nº 14.531, de §1º(VETADO)..........................................................
2023) § 4º Os entes federados integrantes do Sis-
IV - a implementação de políticas de preven- tema Nacional de Informações de Segurança Pú-
ção, de apoio e de tratamento do alcoolismo, do ta- blica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
bagismo ou de outras formas de drogadição e de Munições, de Material Genético, de Digitais e de
dependência química; (Incluído pela Lei nº 14.531, Drogas (Sinesp) que deixarem de fornecer ou atu-
de 2023) alizar seus dados no Sistema não poderão receber
recursos do Funpen.
V - o desenvolvimento de programas de pre-
venção do suicídio, por meio de atendimento psi- .......................................................................”(NR)
quiátrico, de núcleos terapêuticos de apoio e de di- Art. 47. O inciso II do § 3º e o § 5º do art. 4º
vulgação de informações sobre o assunto; (Incluído
da Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001 , pas-
pela Lei nº 14.531, de 2023)
sam a vigorar com a seguinte redação:
VI - o estímulo à prática regular de exercícios
“Art.4º................................................................
físicos, garantindo a adoção de mecanismos que
permitam o cômputo de horas de atividade física §3º....................................................................
como parte da jornada semanal de trabalho; (Inclu- II - os integrantes do Sistema Nacional de In-
ído pela Lei nº 14.531, de 2023) formações de Segurança Pública, Prisionais, de
VII - a implementação de política que permita Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
o cômputo das horas presenciais em audiência Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que
cumprirem os prazos estabelecidos pelo órgão

259
competente para o fornecimento de dados e infor- Art. 2º A Política Nacional de Segurança Pú-
mações ao Sistema; blica e Defesa Social será implementada por estra-
................................................................................. tégias que garantam integração, coordenação e co-
operação federativa, interoperabilidade, liderança
§5º(VETADO............................................”(NR)
situacional, modernização da gestão das institui-
Art. 48. O § 2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de ções de segurança pública, valorização e proteção
24 de outubro de 2007 , passa a vigorar com a se- dos profissionais, complementaridade, dotação de
guinte redação: recursos humanos, diagnóstico dos problemas a
serem enfrentados, excelência técnica, avaliação
“Art.9º................................................................
continuada dos resultados e garantia da regulari-
§ 2º Os entes federados integrantes do Sis- dade orçamentária para execução de planos e pro-
tema Nacional de Informações de Segurança Pú- gramas de segurança pública.
blica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
Parágrafo único. Configuram meios e instru-
Munições, de Material Genético, de Digitais e de
mentos essenciais da Política Nacional de Segu-
Drogas (Sinesp) que deixarem de fornecer ou de
rança Pública e Defesa Social:
atualizar seus dados e informações no Sistema não
poderão receber recursos do Pronasci.” (NR) I - o Plano Nacional de Segurança Pública e
Defesa Social - PNSP, que compreenderá o Plano
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jo-
12.681, de 4 de julho de 2012. vens;
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorri- II - o Sistema Nacional de Informações e Ges-
dos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial. tão de Segurança Pública e Defesa Social; e
III - a atuação integrada dos mecanismos for-
mados pelos órgãos federais de prevenção e con-
Daniel RIBEIRO DE
troleANDRADE
de atos ilícitos contra a administração pública
danielicoense@gmail.com
e referentes à ocultação ou à dissimulação de
609.749.013-50
bens, direitos e valores.
Art. 3º O Ministério da Justiça e Segurança
Pública, responsável pela gestão, pela coordena-
ção e pelo acompanhamento do Susp, orientará e
acompanhará as atividades dos órgãos integrados
ao Sistema, além de promover as seguintes ações:
(Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019)
I - apoiar os programas de aparelhamento e
Regulamenta, no âmbito da União, a Lei nº
modernização dos órgãos de segurança pública e
13.675, de 11 de junho de 2018, para estabelecer
defesa social do País;
normas, estrutura e procedimentos para a execu-
ção da Política Nacional de Segurança Pública e II - implementar, manter e expandir, observa-
Defesa Social. das as restrições previstas em lei quanto ao sigilo,
o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de
Segurança Pública e Defesa Social;
CAPÍTULO I
III - efetivar o intercâmbio de experiências téc-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES nicas e operacionais entre os órgãos policiais fede-
rais, estaduais, distrital e as guardas municipais;
Art. 1º Este Decreto estabelece normas, es- IV - valorizar a autonomia técnica, científica e
trutura e procedimentos para a execução da Polí- funcional dos institutos oficiais de criminalística,
tica Nacional de Segurança Pública e Defesa So- medicina legal e identificação, de modo a lhes ga-
cial, de que trata a Lei n.º 13.675, de 11 de junho rantir condições plenas para o exercício de suas
de 2018 , que institui o Sistema Único de Segu- competências;
rança Pública - Susp.

260
V - promover a qualificação profissional dos in- Art. 4º Caberá ao Ministério da Justiça e Se-
tegrantes da segurança pública e defesa social, es- gurança Pública elaborar o PNSP, que deverá in-
pecialmente nos âmbitos operacional, ético e téc- cluir o Plano de Nacional de Enfrentamento de Ho-
nico-científico; micídios de Jovens, além de estabelecer suas es-
VI - elaborar estudos e pesquisas nacionais e tratégias, suas metas, suas ações e seus indicado-
consolidar dados e informações estatísticas sobre res, direcionados ao cumprimento dos objetivos e
criminalidade e vitimização; das finalidades estabelecidos nos art. 6º e art. 22
da Lei nº 13.675, de 2018.
VII - coordenar as atividades de inteligência de
segurança pública e defesa social integradas ao § 1º A elaboração do PNSP observará as di-
Sistema Brasileiro de Inteligência; e retrizes estabelecidas no art. 24 da Lei nº 13.675,
de 2018, e no art. 3º da Lei nº 11.530, de 24 de
VIII - desenvolver a doutrina de inteligência po-
outubro de 2007, no que couber, e será feita com a
licial.
cooperação dos demais órgãos e entidades com
§ 1º A autonomia dos institutos oficiais de cri- competências complementares. (Redação dada
minalística, medicina legal e identificação de que pelo Decreto nº 11.436, de 2023)
trata o inciso IV do caput refere-se, exclusivamente,
§ 2º O PNSP terá duração de dez anos, con-
à liberdade técnico-científica para a realização e a
tado da data de sua publicação e deverá ser estru-
conclusão de procedimentos e exames inerentes
turado em ciclos de implementação de dois anos.
ao exercício de suas competências.
§ 3º Sem prejuízo do pressuposto de que as
§ 2º No desempenho das competências de
ações de prevenção à criminalidade devem ser
que tratam os incisos VII e VIII do caput, o Ministé-
consideradas prioritárias na elaboração do PNSP,
rio da Justiça e Segurança Pública manterá siste-
o primeiro ciclo do PNSP editado após a data de
mas destinados à coordenação, ao planejamento e
entrada em vigor deste Decreto deverá priorizar
à integração das atividades de inteligência de se-
Daniel RIBEIRO DEações
ANDRADE destinadas a viabilizar a coleta, a análise, a
gurança pública e defesa social e de inteligência
atualização, a sistematização, a interoperabilidade
penitenciária no território nacional edanielicoense@gmail.com
ao assessora-
de sistemas, a integração e a interpretação de da-
mento estratégico dos Governos federal, 609.749.013-50
estadu-
dos:
ais, distrital e municipais, com informações e co-
nhecimentos que subsidiem a tomada de decisões I - de segurança pública e defesa social;
nesse âmbito. II - prisionais;
§ 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pú- III - de rastreabilidade de armas e munições;
blica poderá firmar instrumentos de cooperação,
para integrar aos sistemas de que trata o § 2º, ou- IV - relacionados com perfil genético e digitais;
tros órgãos ou entidades federais, estaduais, distri- e
tal e municipais cujas atividades sejam compatíveis V - sobre drogas.
com os interesses das atividades de inteligência.
Art. 5º A elaboração do Plano Nacional de
§ 4º Ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública e Defesa Social terá fase de
Segurança Pública disporá sobre os procedimen- consulta pública, efetuada por meio eletrônico, sob
tos necessários ao cumprimento das ações de que a coordenação do Ministério da Justiça e Segu-
trata o caput no âmbito do Ministério da Justiça e rança Pública.
Segurança Pública.

SEÇÃO II
CAPÍTULO II
DAS METAS PARA O
DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA
ACOMPANHAMENTO E A AVALIAÇÃO
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
SEÇÃO I
DO REGIME DE FORMULAÇÃO

261
Art. 6º Os integrantes do Susp, a que se re- responsabilidade funcional, por meio de sindicân-
fere o art. 9º da Lei nº 13.675, de 2018 , elaborarão, cia e processo administrativo disciplinar, e a propo-
estabelecerão e divulgarão, anualmente, progra- sição de subsídios para o aperfeiçoamento das ati-
mas de ação baseados em parâmetros de avalia- vidades dos órgãos de segurança pública e defesa
ção e metas de excelência com vistas à prevenção social.
e à repressão, no âmbito de suas competências, de § 1º Caberá ao Ministério da Justiça e Segu-
infrações penais e administrativas e à prevenção rança Pública instituir mecanismos de registro,
de desastres, que tenham como finalidade: acompanhamento e avaliação, em âmbito nacional,
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e dos órgãos de correição, e poderá, para tanto, soli-
supervisionar as atividades de educação gerencial, citar aos órgãos de correição a que se refere o ca-
técnica e operacional, em cooperação com os en- put o fornecimento de dados e informações que en-
tes federativos; tender necessários, respeitadas as atribuições le-
gais e de modo a promover a racionalização de
II - apoiar e promover educação qualificada, meios com base nas melhores práticas.
continuada e integrada;
§ 2º Os titulares dos órgãos de correição a que
III - identificar e propor novas metodologias e se refere o caput , que exercerão as suas atribui-
técnicas de educação destinadas ao aprimora- ções preferencialmente por meio de mandato, de-
mento de suas atividades; verão colaborar com o processo de avaliação refe-
IV - identificar e propor mecanismos de valori- rido no § 1º, de modo a facilitar o acesso à docu-
zação profissional; mentação e aos elementos necessários ao seu
V - apoiar e promover o sistema de saúde para cumprimento efetivo.
os profissionais de segurança pública e defesa so- § 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pú-
cial; e blica considerará, entre os critérios e as condições
VI - apoiar e promover o sistemaDaniel paraANDRADE
RIBEIRO DE
habitacional prestar apoio à implementação dos planos de
para os profissionais de segurança pública e de- segurança pública e de defesa social dos Estados,
danielicoense@gmail.com
fesa social. do Distrito Federal e dos Municípios, os indicadores
609.749.013-50
de eficiência apurados no processo de avaliação de
Art. 7º Até o dia 30 de abril de cada ano-ca- que trata o § 1º. (Redação dada pelo Decreto
lendário, o Ministério da Justiça e Segurança Pú- nº 9.876, de 2019)
blica, em articulação com os órgãos competentes
Art. 9º Aos órgãos de ouvidoria da União, dos
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
avaliará a implementação do Plano Nacional de Se- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cabe-
gurança Pública e Defesa Social, com o objetivo de rão, nos termos do disposto no art. 34 da Lei nº
verificar o cumprimento das metas estabelecidas e 13.675, de 2018 , o recebimento e o tratamento de
elaborar recomendações aos gestores e aos ope- representações, elogios e sugestões de qualquer
radores de políticas públicas relacionadas com se- pessoa sobre as ações e as atividades dos profis-
gurança pública e defesa social. sionais e dos membros integrantes do Susp, e o
encaminhamento ao órgão competente para tomar
as providências legais e fornecer a resposta ao re-
SEÇÃO III querente.
DOS MECANISMOS DE TRANSPARÊNCIA
E AVALIAÇÃO E DE CONTROLE E CAPÍTULO III
CORREIÇÃO DE ATOS DOS ÓRGÃOS DO DO SISTEMA NACIONAL DE
SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA INFORMAÇÕES E GESTÃO DE
PÚBLICA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA
SOCIAL
Art. 8º Aos órgãos de correição dos integran-
tes operacionais do Susp, no exercício de suas SEÇÃO I
competências, caberão o gerenciamento e a reali- DA COMPOSIÇÃO
zação dos procedimentos de apuração de

262
Art. 10. O Sistema Nacional de Informações indicados e designados pelo Ministro de Estado da
e Gestão de Segurança Pública e Defesa Social Justiça e Segurança Pública.
disporá, para a consecução de seus objetivos, dos § 2º Caberá ao Ministro de Estado da Justiça
seguintes sistemas e programas, que atuarão de e Segurança Pública, dentre os membros por ele
forma integrada: indicados, designar o Presidente da Comissão Per-
I - Sistema Nacional de Acompanhamento e manente.
Avaliação das Políticas de Segurança Pública e § 3º O mandato dos representantes da Comis-
Defesa Social; são Permanente será de dois anos, admitida uma
II - Sistema Nacional de Informações de Segu- recondução.
rança Pública, Prisionais e de Rastreabilidade de § 4º A Comissão Permanente poderá criar, por
Armas e Munições, de Material Genético, de Digi- meio de portaria, até dez comissões temporárias de
tais e de Drogas; avaliação com duração não superior a um ano, que
III - Sistema Integrado de Educação e Valori- serão constituídas por, no máximo, sete membros,
zação Profissional; observado o disposto em seu regimento interno e
no art. 32 da Lei nº 13.675, de 2018.
IV - Rede Nacional de Altos Estudos em Segu-
rança Pública; e § 5º A Comissão Permanente se reunirá, em
caráter ordinário, trimestralmente e, em caráter ex-
V - Programa Nacional de Qualidade de Vida traordinário, sempre que convocado por seu Presi-
para Profissionais de Segurança. dente ou pelo Ministro de Estado da Justiça e Se-
gurança Pública.
SEÇÃO II § 6º A Comissão Permanente deliberará por
DO SISTEMA NACIONAL DE maioria simples, com a presença da maioria de
seus representantes.
Daniel RIBEIRO
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS DE ANDRADE
§ 7º É vedado à Comissão Permanente desig-
POLÍTICAS DE SEGURANÇA danielicoense@gmail.com
PÚBLICA E
nar para as comissões temporárias avaliadores que
DEFESA SOCIAL 609.749.013-50
sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
avaliados, caso:
Art. 11. A implementação do Sistema Nacio- I - tenham relação de parentesco até terceiro
nal de Acompanhamento e Avaliação das Políticas grau com titulares ou servidores dos órgãos gesto-
de Segurança Pública e Defesa Social observará o res avaliados; ou
disposto no art. 26 ao art. 32 da Lei nº 13.675, de II - estejam respondendo a processo criminal
2018 . ou administrativo.

SUBSEÇÃO ÚNICA § 8º As comissões temporárias, sempre que


possível, deverão ter um representante da Contro-
DA COMISSÃO PERMANENTE DO
ladoria-Geral da União ou do Instituto de Pesquisa
SISTEMA NACIONAL DE Econômica Aplicada ou do Ministério da Cidadania,
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS observado o disposto no art. 32 da Lei nº 13.675,
POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E de 2018.
DEFESA SOCIAL § 9º As reuniões serão realizadas, preferenci-
almente, por videoconferência.
Art. 12. Fica criada a Comissão Permanente Art. 13. Caberá à Comissão Permanente do
do Sistema Nacional de Acompanhamento e Avali- Sistema Nacional de Acompanhamento e Avalia-
ação das Políticas de Segurança Pública e Defesa ção das Políticas de Segurança Pública e Defesa
Social, com a função de coordenar a avaliação dos Social, com o apoio técnico e administrativo do Mi-
objetivos e das metas do PNSP. nistério da Justiça e Segurança Pública, por inter-
§ 1º A Comissão Permanente será composta médio do Gabinete da Secretaria Nacional de Se-
por cinco representantes, titulares e suplentes, gurança Pública, coordenar o processo de

263
acompanhamento e avaliação de que tratam os § Munições, de Material Genético, de Digitais e de
1º e § 2º do art. 8º. Drogas com sistemas de informação de outros pa-
§ 1º A Comissão Permanente adotará as pro- íses, de modo a conferir prioridade aos países que
vidências necessárias ao cumprimento do disposto fazem fronteira com a República Federativa do Bra-
no art. 31 da Lei nº 13.675, de 2018 . sil. (Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019)

§ 2º Os órgãos integrantes do Susp assegura- Art. 18. Constarão do Sistema Nacional de


rão à Comissão Permanente e às comissões tem- Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
porárias de avaliação o acesso às instalações, à Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
documentação e aos elementos necessários ao Genético, de Digitais e de Drogas, sem prejuízo de
exercício de suas competências. outros definidos por seu Conselho Gestor, dados e
informações relativos a:
§ 3º A Comissão Permanente adotará as pro-
vidências necessárias ao cumprimento do disposto I - ocorrências criminais registradas e comuni-
no art. 27 da Lei nº 13.675, de 2018. cações legais;

Art. 14. A Comissão Permanente do Sistema II - registro e rastreabilidade de armas de fogo


Nacional de Acompanhamento e Avaliação das Po- e munições;
líticas de Segurança Pública e Defesa Social asse- III - entrada e saída de estrangeiros;
gurará a participação, no processo de avaliação do IV - pessoas desaparecidas;
PNSP, de representantes dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, do Ministério Público, da De- V - execução penal e sistema prisional;
fensoria Pública e dos conselhos estaduais, distrital VI - recursos humanos e materiais dos órgãos
e municipais de segurança pública e defesa social, e das entidades de segurança pública e defesa so-
observados os parâmetros estabelecidos na Lei nº cial;
13.675, de 2018 .
VII - condenações, penas, mandados de prisão
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e contramandados de prisão;
Art. 15. (Revogado pelo Decreto danielicoense@gmail.com
nº 9.876, de
2019) 609.749.013-50VIII - repressão à produção, à fabricação e ao
Art. 16. (Revogado pelo Decreto nº 9.876, de tráfico de drogas ilícitas e a crimes correlacionados,
2019) além da apreensão de drogas ilícitas;
IX - índices de elucidação de crimes;
SEÇÃO III X - veículos e condutores; e
DO SISTEMA NACIONAL DE XI - banco de dados de perfil genético e digi-
INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA tais.
PÚBLICA, PRISIONAIS, DE § 1º Os dados e as informações, a serem for-
RASTREABILIDADE DE ARMAS E necidos de forma atualizada pelos integrantes do
Sistema Nacional de Informações de Segurança
MUNIÇÕES, DE MATERIAL GENÉTICO,
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
DE DIGITAIS E DE DROGAS Munições, de Material Genético, de Digitais e de
Drogas, deverão ser padronizados e categorizados
Art. 17. O Sistema Nacional de Informações com o fim de assegurar padrões de integridade,
de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabili- disponibilidade, confidencialidade, confiabilidade e
dade de Armas e Munições, de Material Genético, tempestividade dos sistemas informatizados do
de Digitais e de Drogas, instituído pelo art. 35 da Governo federal.
Lei nº 13.675, de 2018 , será integrado por órgãos § 2º Na divulgação dos dados e das informa-
criados ou designados para esse fim por todos os ções, a identificação pessoal dos envolvidos de-
entes federativos. verá ser preservada.
Parágrafo único. O Ministério da Justiça e Se- § 3º Os dados e as informações referentes à
gurança Pública buscará a integração do Sistema prevenção, ao tratamento e à reinserção social de
Nacional de Informações de Segurança Pública, usuários e dependentes de drogas ilícitas serão for-
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e necidos, armazenados e tratados de forma

264
agregada, de modo a preservar o sigilo, a confiden- c) padrões de interoperabilidade dos sistemas
cialidade e a identidade de usuários e dependen- de dados e informações que integrarão o Sistema
tes, observada a natureza multidisciplinar e interse- Nacional de Informações de Segurança Pública,
torial prevista na legislação. Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni-
§ 4º O fornecimento de dados dos usuários, de ções, de Material Genético, de Digitais e de Dro-
acessos e consultas do Sistema Nacional de Infor- gas;
mações de Segurança Pública, Prisionais, de Ras- d) critérios para integração e gestão centrali-
treabilidade de Armas e Munições, de Material Ge- zada dos sistemas de dados e informações a que
nético, de Digitais e de Drogas ficará condicionado se refere o art. 18;
à instauração e à instrução de processos adminis- e) rol de crimes de comunicação imediata; e
trativos ou judiciais, observados, nos casos concre-
tos, os procedimentos de segurança da informação f) forma e condições para adesão dos Municí-
e de seus usuários. pios, do Poder Judiciário, da Defensoria Pública, do
Ministério Público, e dos demais entes públicos que
§ 5º O usuário que utilizar indevidamente as in- considerar pertinentes;
formações obtidas por meio do Sistema Nacional
de Informações de Segurança Pública, Prisionais, III - propor normas, critérios e padrões para
de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Mate- disponibilização de estudos, estatísticas, indicado-
rial Genético, de Digitais e de Drogas ficará sujeito res e outras informações para auxiliar na formula-
à responsabilidade administrativa, civil e criminal. ção, na implementação, na execução, no monitora-
mento e na avaliação das políticas públicas relaci-
Art. 19. Compete ao Conselho Gestor do Sis- onadas com segurança pública e defesa social, sis-
tema Nacional de Informações de Segurança Pú- tema prisional e de execução penal, rastreabilidade
blica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e de armas e munições, banco de dados de perfil ge-
Munições, de Material Genético, de Digitais e de nético e digitais, e enfrentamento do tráfico de dro-
Daniel
Drogas, órgão consultivo do Ministério da RIBEIRO
Justiça e DEgas
ANDRADE
ilícitas;
Segurança Pública, por meio de resolução:
danielicoense@gmail.com IV - sugerir procedimentos para implementa-
I - propor procedimentos sobre coleta, 609.749.013-50
análise, ção, operacionalização, aprimoramento e fiscaliza-
sistematização, integração, atualização, interpreta- ção do Sistema Nacional de Informações de Segu-
ção de dados e informações referentes às políticas rança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Ar-
relacionadas com: mas e Munições, de Material Genético, de Digitais
a) segurança pública e defesa social; e de Drogas;
b) sistema prisional e execução penal; V - instituir grupos de trabalho relacionados
com segurança pública e defesa social, sistema pri-
c) rastreabilidade de armas e munições; sional e execução penal, enfrentamento do tráfico
d) banco de dados de perfil genético e digitais; ilícito de drogas e prevenção, tratamento e reinser-
e ção social de usuários e dependentes de drogas;
e) enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas; VI - promover a elaboração de estudos com
II - propor: vistas à integração das redes e dos sistemas de da-
dos e informações relacionados com segurança pú-
a) metodologia, padronização, categorias e re- blica e defesa social, sistema prisional e execução
gras para tratamento dos dados e das informações penal, e enfrentamento do tráfico ilícito de drogas;
a serem fornecidos ao Sistema Nacional de Infor-
mações de Segurança Pública, Prisionais, de Ras- VII - propor condições, parâmetros, níveis e
treabilidade de Armas e Munições, de Material Ge- formas de acesso aos dados e às informações do
nético, de Digitais e de Drogas; Sistema Nacional de Informações de Segurança
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
b) dados e informações a serem integrados ao Munições, de Material Genético, de Digitais e de
Sistema Nacional de Informações de Segurança Drogas, assegurada a preservação do sigilo;
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
Munições, de Material Genético, de Digitais e de VIII - controlar e dar publicidade a situações
Drogas, observado o disposto no art. 18; de inadimplemento dos integrantes do Sistema Na-
cional de Informações de Segurança Pública,

265
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni- § 2º Os representantes titulares e suplentes do
ções, de Material Genético, de Digitais e de Dro- Conselho Gestor serão indicados pelos titulares
gas, em relação ao fornecimento de informações dos órgãos que representam e designados pelo Mi-
obrigatórias, ao Ministro de Estado da Justiça e Se- nistro de Estado da Justiça e Segurança Pública.
gurança Pública, para aplicação do disposto no § § 3º O mandato dos representantes do Conse-
2º do art. 37 da Lei nº 13.675, de 2018; e lho Gestor será de dois anos, admitida uma recon-
IX - publicar relatórios anuais que contemplem dução.
estatísticas, indicadores e análises relacionadas § 4º A recondução dos representantes a que
com segurança pública e defesa social, sistema pri- se refere o inciso III do caput será realizada por
sional e de execução penal, rastreabilidade de ar- meio de nova consulta aos entes federativos inte-
mas e munições, banco de dados de perfil genético grantes da região geográfica correspondente.
e digitais, e enfrentamento do tráfico de drogas ilí- (Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019)
citas.
§ 5º O Presidente do Conselho Gestor será o
Parágrafo único. As Resoluções do Conselho Diretor da Diretoria de Gestão e Integração de In-
Gestor serão submetidas à aprovação do Ministro formações da Secretaria Nacional de Segurança
de Estado da Justiça e Segurança Pública, que, na Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pú-
qualidade de responsável pela administração, pela blica.
coordenação e pela formulação de diretrizes do
Sistema Nacional de Informações de Segurança § 6º Em suas ausências e seus impedimentos,
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e o Presidente do Conselho Gestor, será substituído
Munições, de Material Genético, de Digitais e de pelo Coordenador-Geral do Sistema Nacional de
Drogas, editará as normas complementares neces- Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
sárias à implementação das medidas aprovadas. Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
(Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019) Genético, de Digitais e de Drogas.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 20. O Conselho Gestor do Sistema Naci- § 7º O Conselho Gestor se reunirá, em caráter
danielicoense@gmail.com
ordinário, trimestralmente e, em caráter extraordi-
onal de Informações de Segurança Pública, Prisio-
609.749.013-50
nário, sempre que convocado por seu Presidente.
nais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Material Genético, de Digitais e de Drogas será Art. 21. O Conselho Gestor do Sistema Naci-
composto pelos seguintes representantes, titulares onal de Informações de Segurança Pública, Prisio-
e suplentes: nais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
I - quatro representantes do Ministério da Jus- Material Genético, de Digitais e de Drogas delibe-
tiça e Segurança Pública, sendo: rará por maioria simples, com a presença da maio-
ria de seus representantes e caberá ao seu Presi-
a) um da Diretoria de Gestão e Integração e dente o voto de qualidade para desempate.
Informações da Secretaria Nacional de Segurança
Pública; Art. 22. A estrutura administrativa do Conse-
b) um do Departamento Penitenciário Nacio- lho Gestor do Sistema Nacional de Informações de
nal; Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade
de Armas e Munições, de Material Genético, de Di-
c) um da Polícia Federal; e gitais e de Drogas é composta por:
d) um da Polícia Rodoviária Federal; I - uma Secretaria-Executiva;
II - um representante do Ministério da Mulher, II - três câmaras técnicas;
da Família e dos Direitos Humanos; e
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.876, de 2019)
III - cinco representantes dos Estados ou do
Distrito Federal, sendo um de cada região geográ- IV - gestores dos entes federativos.
fica. Art. 23. A Secretaria-Executiva do Conselho
§ 1º Os representantes a que se refere o inciso será exercida pela Diretoria de Gestão e Integração
III do caput serão escolhidos por meio de eleição de Informações da Secretaria Nacional de Segu-
direta pelos gestores dos entes federativos de sua rança Pública do Ministério da Justiça e Segurança
região. Pública e terá competência para:

266
I - organizar as reuniões do Conselho Gestor, II - acompanhar a qualidade e a frequência do
das câmaras técnicas e as eleições dos represen- fornecimento e da atualização de dados e informa-
tantes do referido Conselho; ções do Sistema Nacional de Informações de Se-
II - prestar apoio técnico-administrativo, logís- gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
tico e financeiro ao Conselho Gestor; e Armas e Munições, de Material Genético, de Digi-
tais e de Drogas e comunicar ao ente federativo
III - promover a articulação entre os integrantes correspondente a respeito do fornecimento de da-
do Sistema Nacional de Informações de Segurança dos e informações obrigatórios;
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
Munições, de Material Genético, de Digitais e de III - auxiliar na execução das atividades de co-
Drogas. leta, tratamento, fornecimento e atualização de da-
dos e de informações de cada área de atuação; e
Art. 24. As câmaras técnicas, de caráter tem-
IV - gerir as rotinas e as atividades referentes
porário, com duração não superior a um ano, têm ao Sistema Nacional de Informações de Segurança
por objetivo oferecer sugestões e embasamento Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
técnico para subsidiar as decisões do Conselho Munições, de Material Genético, de Digitais e de
Gestor, as quais poderão operar simultaneamente. Drogas.
(Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019)
Art. 27. (Revogado pelo Decreto nº 9.876, de
§ 1º Cada câmara técnica atuará em uma das
seguintes áreas: 2019)

I - estatística e análise; Art. 28. (Revogado pelo Decreto nº 9.876, de


2019)
II - inteligência; e
III - tecnologia da informação. Art. 29. Caberá ao Conselho Gestor do Sis-
tema Nacional de Informações de Segurança Pú-
§ 2º Cada câmara técnica será composta
Daniel pelos DEblica,
RIBEIRO ANDRADE
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
seguintes representantes, titulares edanielicoense@gmail.com
suplentes: Munições, de Material Genético, de Digitais e de
I - um representante do Ministério da Justiça e Drogas propor alterações quanto às suas áreas de
609.749.013-50
Segurança Pública; atuação, a que se referem o § 1º do art. 24 e o ca-
put do art. 26.
II - cinco representantes dos Estados ou do
Distrito Federal, dos quais serão designados um Art. 30. As reuniões das câmaras técnicas
para cada região geográfica. do Conselho Gestor serão realizadas por videocon-
§ 3º A coordenação das câmaras técnicas ferência.
será definida em regimento interno. Parágrafo único. O Conselho Gestor poderá,
§ 4º Os representantes das câmaras técnicas em caráter excepcional, convocar os seus repre-
serão designados pelo Ministro da Justiça e Segu- sentantes para reuniões presenciais.
rança Pública. Art. 31. O Conselho Gestor poderá convidar
Art. 26. Cada ente federativo indicará um representantes de outros órgãos e entidades, pú-
gestor titular e um suplente para atuar em cada blicos ou privados, para participar de suas reuni-
uma das seguintes áreas: ões, sem direito a voto.
I - estatística e análise;
SEÇÃO IV
II - inteligência; e
DO SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO
III - tecnologia da informação.
E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
Parágrafo único. Caberá aos gestores dos en-
tes federativos, sem prejuízo de outras competên-
cias conferidas pelo Conselho Gestor: Art. 32. A implementação do Sistema Inte-
grado de Educação e Valorização Profissional ob-
I - repassar dados e informações sobre as suas
servará o disposto no art. 38 ao art. 41 da Lei nº
áreas de atuação sempre que solicitado pelo Con-
13.675, de 2018 .
selho Gestor;

267
Parágrafo único. Compete à Secretaria Nacio- II - saúde ocupacional e segurança no trabalho
nal de Segurança Pública do Ministério da Justiça - compreende ações de promoção da saúde e de
e Segurança Pública, em coordenação com os de- proteção dos profissionais da segurança pública e
mais órgãos e entidades federais com competên- o desenvolvimento geral dos aspectos estruturais e
cias concorrentes, executar os programas de que gerenciais do meio ambiente do trabalho; (Incluído
tratam o inciso I ao inciso IV do § 1º do art. 38 da pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
Lei nº 13.675, de 2018, com o fim de assegurar, no III - mecanismos de proteção - mecanismos
âmbito do Susp, o acesso às ações de educação, instituídos com vistas à garantia da dignidade e à
presenciais ou a distância, aos profissionais de se- proteção dos profissionais de segurança pública e
gurança pública e defesa social. defesa social contra aquilo que possa limitar a sua
capacidade de atender às suas necessidades fun-
SEÇÃO V damentais, em situações de vulnerabilidade e de
DO PROGRAMA NACIONAL DE violação de direitos; e (Incluído pelo Decreto nº
11.107, de 2022)
QUALIDADE DE VIDA PARA
IV - valorização dos profissionais de segurança
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA
pública e defesa social - compreende ações com
PÚBLICA impacto na cultura e no clima organizacional, orien-
tadas para a promoção da dignidade, da realização
SUBSEÇÃO I e do reconhecimento profissional. (Incluído pelo
DO ESCOPO Decreto nº 11.107, de 2022)
§ 3º As ações de direitos humanos dos profis-
sionais de segurança pública e defesa social, rela-
Art. 33. Fica instituído o Programa Nacional
cionadas aos mecanismos de proteção, serão de-
de Qualidade de Vida para Profissionais de Segu- senvolvidas no âmbito do Programa Pró-Vida, em
Daniel RIBEIRO DE
rança Pública - Programa Pró-Vida, conforme o dis-
ANDRADE
cooperação com os demais órgãos e entidades
danielicoense@gmail.com
posto no art. 42 da Lei nº 13.675, de 2018. (Reda- com competências complementares. (Incluído pelo
ção dada pelo Decreto nº 11.107, de 2022) 609.749.013-50
Decreto nº 11.107, de 2022)
§ 1º O Programa Pró-Vida: (Incluído pelo De- § 4º Compete à Secretaria Nacional de Segu-
creto nº 11.107, de 2022) rança Pública do Ministério da Justiça e Segurança
I - atenderá aos objetivos de elaboração, de Pública coordenar o Programa Pró-Vida, em coo-
implementação, de apoio, de monitoramento e de peração com os demais órgãos e entidades com
avaliação de iniciativas de saúde biopsicossocial, competências complementares. (Incluído pelo De-
saúde ocupacional e segurança no trabalho, meca- creto nº 11.107, de 2022)
nismos de proteção e valorização dos profissionais § 5º Os mecanismos de proteção a que se re-
de segurança pública e defesa social; e (Incluído ferem o inciso I do § 1º e o § 3º serão instituídos em
pelo Decreto nº 11.107, de 2022) consonância com o Programa Nacional de Promo-
II - estimulará a integração, a colaboração e a ção, Proteção e Defesa dos Direitos Humanos dos
articulação das instituições de segurança pública e Profissionais de Segurança Pública e Defesa So-
defesa social no âmbito dos eixos de que trata o § cial e dos Profissionais do Sistema Socioeducativo
2º. (Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022) - Programa PraViver, instituído pelo Decreto nº
11.106, de 29 de junho de 2022. (Incluído pelo
§ 2º São eixos de implementação do Pro-
Decreto nº 11.107, de 2022)
grama Pró-Vida: (Incluído pelo Decreto nº 11.107,
de 2022)
I - saúde biopsicossocial - compreende ações SUBSEÇÃO II
de atenção à saúde, à luz das interações entre as DA REDE NACIONAL DE QUALIDADE DE
dimensões biológica, psicológica e social, com vis-
VIDA PARA OS PROFISSIONAIS DE
tas a integrar de forma sistêmica as diferentes
abordagens terapêuticas; (Incluído pelo Decreto nº SEGURANÇA PÚBLICA
11.107, de 2022)

268
Art. 33-A. Fica instituída, no âmbito do Pro- II - do Ministério da Mulher, da Família e dos
grama Pró-Vida, a Rede Nacional de Qualidade de Direitos Humanos; (Incluído pelo Decreto nº
Vida para os Profissionais de Segurança Pública - 11.107, de 2022)
Rede Pró-Vida, com a finalidade de: (Incluído pelo III - das instituições estaduais ou distritais de
Decreto nº 11.107, de 2022) segurança pública, quando manifestado o inte-
I - colaborar com a articulação das instituições resse em participar da Rede Pró-Vida, representa-
de segurança pública e defesa social no âmbito dos das por um profissional pertencente: (Incluído pelo
eixos de que trata o § 2º do art. 33; (Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
Decreto nº 11.107, de 2022) a) às Polícias Militares; (Incluído pelo Decreto
II - estimular a produção de conhecimentos nº 11.107, de 2022)
técnico-científicos relativos aos eixos de que trata b) aos Corpos de Bombeiros Militares; (Inclu-
o § 2º do art. 33; (Incluído pelo Decreto nº 11.107, ído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
de 2022)
c) às Polícias Civis; (Incluído pelo Decreto nº
III - contribuir para o compartilhamento e a mul- 11.107, de 2022)
tiplicação do conhecimento de que trata o inciso II;
d) às Polícias Penais Estaduais e Distrital; e
(Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
(Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
IV - difundir as ações executadas no âmbito do
e) aos Institutos Oficiais de Criminalística, de
Programa Pró-Vida; e (Incluído pelo Decreto nº
Medicina legal e de Identificação, quando couber.
11.107, de 2022)
(Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
V - coletar contribuições dos órgãos e das en-
§ 1º Cada membro da Rede Pró-Vida terá um
tidades a que se refere o art. 33-B para o aperfei-
suplente, que o substituirá em suas ausências e
çoamento do Programa Pró-Vida. (Incluído pelo
seus impedimentos. (Incluído pelo Decreto nº
Decreto nº 11.107, de 2022) Daniel RIBEIRO DE11.107,
ANDRADEde 2022)
danielicoense@gmail.com
Art. 33-B. A Rede Pró-Vida é composta por re-
§ 2º A participação na Rede Pró-Vida será con-
presentantes dos seguintes órgãos e entidades:
609.749.013-50
siderada prestação de serviço público relevante,
(Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
não remunerada. (Incluído pelo Decreto nº 11.107,
I - do Ministério da Justiça e Segurança Pú- de 2022)
blica, dos quais: (Incluído pelo Decreto nº 11.107,
§ 3º A Rede Pró-Vida se reunirá, em caráter
de 2022)
ordinário, semestralmente e, em caráter extraordi-
a) um da Secretaria Nacional de Segurança nário, mediante convocação de seu Coordenador.
Pública, que a coordenará; (Incluído pelo Decreto (Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022)
nº 11.107, de 2022)
§ 4º Os membros da Rede Pró-Vida que se en-
b) um da Secretaria de Gestão e Ensino em contrarem no Distrito Federal se reunirão presenci-
Segurança Pública; (Incluído pelo Decreto nº almente ou por videoconferência, nos termos do
11.107, de 2022) disposto no Decreto nº 10.416, de 7 de julho de
c) um da Secretaria de Operações Integradas; 2020, e os membros que se encontrarem em outros
(Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022) entes federativos participarão da reunião por meio
de videoconferência. (Incluído pelo Decreto nº
d) um da Secretaria Nacional de Política Sobre 11.107, de 2022)
Drogas e Gestão de Ativos; (Incluído pelo Decreto
nº 11.107, de 2022) § 5º O quórum de aprovação da Rede Pró-Vida
é de maioria simples. (Incluído pelo Decreto nº
e) um da Polícia Federal; (Incluído pelo De- 11.107, de 2022)
creto nº 11.107, de 2022)
§ 6º Na hipótese de empate, além do voto or-
f) um da Polícia Rodoviária Federal; (Incluído dinário, o Coordenador da Rede Pró-Vida terá o
pelo Decreto nº 11.107, de 2022) voto de qualidade. (Incluído pelo Decreto nº
g) um do Departamento Penitenciário Nacio- 11.107, de 2022)
nal; e (Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022) § 7º O Coordenador da Rede Pró-Vida poderá
convidar representantes de outros órgãos e

269
entidades, públicos ou privados, para participar de III - o Diretor-Geral da Polícia Federal;
suas reuniões, sem direito a voto. (Incluído pelo IV - o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Fe-
Decreto nº 11.107, de 2022) deral;
§ 8º A Secretaria-Executiva da Rede Pró-Vida V - o Diretor-Geral do Departamento Peniten-
será exercida pela Secretaria Nacional de Segu- ciário Nacional;
rança Pública do Ministério da Justiça e Segurança
Pública. (Incluído pelo Decreto nº 11.107, de 2022) VI - o Secretário Nacional de Segurança Pú-
blica;

CAPÍTULO IV VII - o Secretário Nacional de Proteção e De-


fesa Civil;
DA INTEGRAÇÃO DOS MECANISMOS DE
VIII - o Secretário Nacional de Políticas sobre
PREVENÇÃO E CONTROLE DE ATOS
Drogas;
ILÍCITOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
IX - os seguintes representantes da adminis-
PÚBLICA
tração pública federal, indicados pelo Ministro de
Estado correspondente:
Art. 34. Sem prejuízo das competências atri-
a) um representante da Casa Civil da Presi-
buídas à Controladoria-Geral da União pela Lei nº
dência da República;
12.846, de 1º de agosto de 2013, caberá ao Minis-
tério da Justiça e Segurança Pública praticar os b) um representante do Ministério da Defesa;
atos necessários para integrar e coordenar as c) um representante do Ministério da Mulher,
ações dos órgãos e das entidades federais de pre- da Família e dos Direitos Humanos;
venção e controle de atos ilícitos contra a adminis-
tração pública e referentes à ocultação ou à dissi- d) um representante do Gabinete de Segu-
mulação de bens, direitos e valores,Daniel
definidos em rança Institucional da Presidência da República;
RIBEIRO DE ANDRADE
plano estratégico anual, aprovado de danielicoense@gmail.com
acordo com e) (Revogado pelo Decreto nº 9.876, de 2019)
os critérios e os procedimentos estabelecidos em X - os seguintes representantes estaduais e
609.749.013-50
ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança distrital:
Pública.
a) um representante das polícias civis, indi-
cado pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia
CAPÍTULO V Civil;
DO CONSELHO NACIONAL DE
b) um representante das polícias militares, in-
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA dicado pelo Conselho Nacional de Comandantes
SOCIAL Gerais;
c) um representante dos corpos de bombeiros
SEÇÃO I militares, indicado pelo Conselho Nacional dos Cor-
DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO pos de Bombeiros Militares do Brasil;
NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E d) um representante das secretarias de segu-
DEFESA SOCIAL rança pública ou de órgãos congêneres, indicado
pelo Colégio Nacional dos Secretários de Segu-
rança Pública;
Art. 35. O Conselho Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social - CNSP terá a seguinte e) um representante dos institutos oficiais de
composição: criminalística, medicina legal e identificação, indi-
cado pelo Conselho Nacional de Perícia Criminal; e
I - o Ministro de Estado da Justiça e Segurança
Pública, que o presidirá; f) um representante dos agentes penitenciá-
rios, indicado por conselho nacional devidamente
II - o Secretário-Executivo do Ministério da Jus- constituído;
tiça e Segurança Pública, que exercerá a vice-pre-
sidência e substituirá o Presidente em suas ausên-
cias e seus impedimentos;

270
XI - um representante dos agentes de trânsito, civil organizada cuja finalidade esteja relacionada
indicado por conselho nacional devidamente cons- com políticas de segurança pública e entidades de
tituído; profissionais de segurança pública que manifestem
XII - um representante das guardas municipais, interesse em participar do CNSP.
indicado por conselho nacional devidamente cons- § 4º O processo a que se refere o § 3º será
tituído; precedido de convocação pública, cujos termos se-
XIII - um representante da Guarda Portuária, rão aprovados na primeira reunião deliberativa do
indicado por conselho nacional devidamente cons- CNSP, observados o requisito de representativi-
tituído; dade e os critérios objetivos definidos também na
primeira reunião.
XIV - um representante do Poder Judiciário, in-
dicado pelo Conselho Nacional de Justiça; § 5º O mandato dos representantes a que se
referem o inciso IX ao inciso XX do caput será de
XV - um representante do Ministério Público, dois anos, admitida uma recondução.
indicado pelo Conselho Nacional do Ministério Pú-
blico; § 6º A participação no CNSP será considerada
prestação de serviço público relevante, não remu-
XVI - um representante da Defensoria Pública, nerada.
indicado pelo Colégio Nacional de Defensores Pú-
blicos Gerais;
SEÇÃO II
XVII - um representante da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, indicado pelo Conselho Federal da DO FUNCIONAMENTO DO CONSELHO
Ordem dos Advogados do Brasil; NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
XVIII - dois representantes de entidades da so- DEFESA SOCIAL
ciedade civil organizada cuja finalidade esteja rela-
cionada com políticas de segurançaDaniel RIBEIRO
pública e de- DE ANDRADE
Art. 37. O CNSP se reunirá, em caráter ordi-
danielicoense@gmail.com
fesa social, eleitos nos termos do disposto no § 3º; nário, semestralmente, e, em caráter extraordiná-
XIX - dois representantes de entidades609.749.013-50
de pro- rio, sempre que convocado por seu Presidente.
fissionais de segurança pública, eleitos nos termos § 1º As reuniões ordinárias e extraordinárias do
do disposto no § 3º; e CNSP serão realizadas com a presença da maioria
XX - os seguintes indicados, de livre escolha e simples de seus representantes.
designação pelo Ministro de Estado da Justiça e § 2º As reuniões do CNSP deverão ocorrer,
Segurança Pública: preferencialmente, de forma remota.
a) um representante do Poder Judiciário; § 2º As reuniões do CNSP ocorrerão, prefe-
b) um representante do Ministério Público; e rencialmente, por videoconferência.
c) até oito representantes com notórios conhe- § 3º As recomendações do CNSP serão apro-
cimentos na área de políticas de segurança pública vadas pela maioria simples de seus representantes
e defesa social e com reputação ilibada. e caberá ao seu Presidente, além do voto ordinário,
XXI - o Secretário de Operações Integradas do o voto de qualidade para desempate.
Ministério da Justiça e Segurança Pública. § 4º O CNSP poderá convidar representantes
§ 1º O Ministro de Estado da Justiça e Segu- de outros órgãos e entidades, públicos ou privados,
rança Pública designará os representantes a que para participar de suas reuniões, sem direito a voto.
se referem o inciso IX ao inciso XVII do caput. Art.38. O CNSP poderá criar até dez câma-
(Redação dada pelo Decreto nº 9.876, de 2019) ras técnicas com exercício simultâneo.
§ 2º Cada representante titular terá um repre- Parágrafo único. As câmaras técnicas terão
sentante suplente para substituí-lo em suas ausên- caráter temporário, com duração não superior a um
cias e seus impedimentos. ano, e serão constituídas por, no máximo, sete
§ 3º Os representantes a que se referem os in- membros.
cisos XVIII e XIX do caput serão escolhidos por
meio de processo aberto a entidades da sociedade

271
Art. 39. Caberá ao Ministério da Justiça e II - apreciar o Plano Nacional de Segurança
Segurança Pública a edição dos demais atos admi- Pública e Defesa Social e, quando necessário, fa-
nistrativos necessários à consecução das ativida- zer recomendações relativamente aos objetivos, às
des do CNSP, por intermédio de sua Secretaria- ações estratégicas, às metas, às prioridades, aos
Executiva ou de unidade que venha a ser instituída indicadores e às formas de financiamento e gestão
para esse fim em regimento interno, que prestará das políticas de segurança pública e defesa social
apoio técnico e administrativo ao CNSP e às suas nele estabelecidos;
câmaras técnicas. III - propor ao Ministério da Justiça e Segu-
rança Pública e aos integrantes do Susp a definição
anual de metas de excelência com vistas à preven-
SEÇÃO III ção e à repressão das infrações penais e adminis-
DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO trativas e à prevenção de desastres, por meio de
NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E indicadores públicos que demonstrem, de forma
objetiva, os resultados pretendidos;
DEFESA SOCIAL
IV - contribuir para a integração e a interopera-
bilidade de informações e dados eletrônicos sobre
Art. 40. O CNSP, órgão colegiado perma- segurança pública e defesa social, prisionais e so-
nente, integrante estratégico do Susp, tem compe- bre drogas, e para a unidade de registro das ocor-
tência consultiva, sugestiva e de acompanhamento rências policiais;
social das atividades de segurança pública e de-
fesa social, respeitadas as instâncias decisórias e V - propor a criação de grupos de trabalho com
as normas de organização da administração pú- o objetivo de produzir e publicar estudos e diagnós-
blica. ticos para a formulação e a avaliação de políticas
públicas relacionadas com segurança pública e de-
Parágrafo único. O CNSP exercerá o acompa- fesa ANDRADE
social;
Daniel RIBEIRO DE
nhamento dos integrantes operacionais do Susp, a
que se refere o § 2º do art. 9º da Lei nºdanielicoense@gmail.com
13.675, de VI - prestar apoio e articular-se, sistematica-
2018 , e poderá recomendar providências legais mente,
609.749.013-50
às com os conselhos estaduais, distrital e mu-
autoridades competentes, de modo a considerar, nicipais de segurança pública e defesa social, com
entre outros definidos em regimento interno ou em vistas à formulação de diretrizes básicas comuns e
norma específica, os seguintes aspectos: à potencialização do exercício de suas atribuições
legais e regulamentares;
I - as condições de trabalho, a valorização e o
respeito pela integridade física e moral de seus in- VII - estudar, analisar e sugerir alterações na
tegrantes; legislação pertinente; e

II - o cumprimento das metas definidas de VIII - promover a articulação entre os órgãos


acordo com o disposto na Lei nº 13.675, de 2018 , que integram o Susp e a sociedade civil.
para a consecução dos objetivos do órgão; Parágrafo único. O CNSP divulgará anual-
III - o resultado célere na apuração das denún- mente e, de forma extraordinária, quando necessá-
cias em tramitação nas corregedorias; e rio, as avaliações e as recomendações que emitir a
respeito das matérias de sua competência.
IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do
órgão pela população por ele atendida. Art. 41-A. As convocações para as reuniões
do CNSP, do Conselho Gestor do Sinesp e da Co-
Art. 41. Compete, ainda, ao CNSP: missão Permanente do Sinaped especificarão o ho-
I - propor diretrizes para políticas públicas rela- rário de início das atividades e previsão para seu
cionadas com segurança pública e defesa social, término.
com vistas à prevenção e à repressão da violência § 1º Na hipótese de reunião ordinária com du-
e da criminalidade e à satisfação de princípios, di- ração superior a duas horas, deverá ser especifi-
retrizes, objetivos, estratégias, meios e instrumen- cado período para votação, que não poderá ser su-
tos da Política Nacional de Segurança Pública e perior a duas horas.
Defesa Social, estabelecidos no art. 4º ao art. 8º da
Lei nº 13.675, de 2018 ;

272
§ 2º É vedada a divulgação de discussões em Art. 2º Entende-se por pessoas privadas de
curso nos colegiados sem a prévia anuência do Mi- liberdade no sistema prisional aquelas com idade
nistro de Estado da Justiça e Segurança Pública. superior a 18 (dezoito) anos e que estejam sob a
Art. 41-B. A participação nos colegiados e custódia do Estado em caráter provisório ou sen-
nos subcolegiados de que trata este Decreto será tenciados para cumprimento de pena privativa de
considerada prestação de serviços públicos rele- liberdade ou medida de segurança, conforme pre-
vante, não remunerada. visto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código Penal) e na Lei nº 7.210, de 11 de
Art. 41-C. Os regimentos internos dos cole- julho de 1984 (Lei de Execução Penal).
giados serão elaborados no prazo de noventa dias,
Art. 3º A PNAISP será regida pelos seguintes
contado da data de publicação deste Decreto.
princípios:
Parágrafo único. Os regimentos internos de
que trata o caput serão aprovados por maioria sim- I - respeito aos direitos humanos e à justiça so-
ples. cial;
II - integralidade da atenção à saúde da popu-
lação privada de liberdade no conjunto de ações de
CAPÍTULO VI
promoção, proteção, prevenção, assistência, recu-
DISPOSIÇÕES FINAIS peração e vigilância em saúde, executadas nos di-
ferentes níveis de atenção;
Art. 42. Ficam revogados:
III - equidade, em virtude de reconhecer as di-
I - o Decreto nº 6.138, de 28 de junho de 2007 ferenças e singularidades dos sujeitos de direitos;
; IV - promoção de iniciativas de ambiência hu-
II - o Decreto nº 7.413, de 30 de dezembro de manizada e saudável com vistas à garantia da pro-
2010 ; e Daniel RIBEIRO DEteção
ANDRADE
dos direitos dessas pessoas;
III - o Decreto nº 8.075, de 14danielicoense@gmail.com
de agosto de V - corresponsabilidade interfederativa quanto
2013 . 609.749.013-50
à organização dos serviços segundo a complexi-
dade das ações desenvolvidas, assegurada por
Art. 43. Este Decreto entra em vigor na data
meio da Rede Atenção à Saúde no território; e
de sua publicação.
VI - valorização de mecanismos de participa-
ção popular e controle social nos processos de for-
mulação e gestão de políticas para atenção à sa-
úde das pessoas privadas de liberdade.
Art. 4º Constituem-se diretrizes da PNAISP:
I - promoção da cidadania e inclusão das pes-
soas privadas de liberdade por meio da articulação
com os diversos setores de desenvolvimento so-
cial, como educação, trabalho e segurança;
II - atenção integral resolutiva, contínua e de
qualidade às necessidades de saúde da população
Institui a Política Nacional de Atenção Integra- privada de liberdade no sistema prisional, com ên-
la Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no fase em atividades preventivas, sem prejuízo dos
Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema serviços assistenciais;
Único de Saúde (SUS). III - controle e/ou redução dos agravos mais
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de frequentes que acometem a população privada de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de liberdade no sistema prisional;
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âm- IV - respeito à diversidade étnico-racial, às li-
bito do Sistema Único de Saúde (SUS). mitações e às necessidades físicas e mentais es-
peciais, às condições econômicosociais, às

273
práticas e concepções culturais e religiosas, ao gê- Equipes de Saúde no Sistema Prisional (ESP), ob-
nero, à orientação sexual e à identidade de gênero; servada a pactuação estabelecida; e
e II - a oferta das demais ações e serviços de sa-
V - intersetorialidade para a gestão integrada e úde será prevista e pactuada na Rede de Atenção
racional e para a garantia do direito à saúde. à Saúde.
Art. 5º É objetivo geral da PNAISP garantir o Parágrafo único. A oferta de ações de saúde
acesso das pessoas privadas de liberdade no sis- especializada em serviços de saúde localizados em
tema prisional ao cuidado integral no SUS. complexos penitenciários e/ou unidades prisionais
com população superior a 1.000 (mil) pessoas pri-
Art. 6º São objetivos específicos da PNAISP: vadas de liberdade será regulamentada por ato es-
I - promover o acesso das pessoas privadas de pecífico do Ministro de Estado da Saúde.
liberdade à Rede de Atenção à Saúde, visando ao Art. 10. Os serviços de saúde nas unidades
cuidado integral; prisionais serão estruturados como pontos de aten-
II - garantir a autonomia dos profissionais de ção da Rede de Atenção à Saúde e cadastrados no
saúde para a realização do cuidado integral das Sistema Cadastro Nacional de Estabelecimentos
pessoas privadas de liberdade; de Saúde (SCNES).
III - qualificar e humanizar a atenção à saúde Art. 11. A assistência farmacêutica no âmbito
no sistema prisional por meio de ações conjuntas desta Política será disciplinada em ato específico
das áreas da saúde e da justiça; do Ministro de Estado da Saúde.
IV - promover as relações intersetoriais com as Art. 12. A estratégia e os serviços para avali-
políticas de direitos humanos, afirmativas e sociais
ação psicossocial e monitoramento das medidas
básicas, bem como com as da Justiça Criminal; e
terapêuticas aplicáveis às pessoas com transtorno
Daniele oRIBEIRO
V - fomentar e fortalecer a participação con- DE
mentalANDRADE
em conflito com a lei, instituídos no âmbito
trole social. danielicoense@gmail.com
desta Política, serão regulamentados em ato espe-
cífico do Ministro de Estado da Saúde.
609.749.013-50
Art. 7º Os beneficiários da PNAISP são as
pessoas que se encontram sob custódia do Estado Art. 13. A adesão à PNAISP ocorrerá por
inseridas no sistema prisional ou em cumprimento meio da pactuação do Estado e do Distrito Federal
de medida de segurança. com a União, sendo observados os seguintes crité-
§ 1º As pessoas custodiadas nos regimes se- rios:
miaberto e aberto serão preferencialmente assis- I - assinatura de Termo de Adesão, conforme
tida nos serviços da rede de atenção à saúde. modelo constante no anexo I a esta Portaria;
§ 2º As pessoas submetidas à medida de se- II - elaboração de Plano de Ação Estadual para
gurança, na modalidade tratamento ambulatorial, Atenção à Saúde da Pessoa Privada de Liberdade,
serão assistidas nos serviços da rede de atenção à de acordo com o modelo constante no anexo III a
saúde. esta Portaria; e
Art. 8º Os trabalhadores em serviços penais, III - encaminhamento da respectiva documen-
os familiares e demais pessoas que se relacionam tação ao Ministério da Saúde para aprovação.
com as pessoas privadas de liberdade serão envol- § 1º A adesão estadual, uma vez aprovada
vidos em ações de promoção da saúde e de pre- pelo Ministério da Saúde, será publicada no Diário
venção de agravos no âmbito da PNAISP. Oficial da União por ato específico do Ministro de
Art. 9º As ações de saúde serão ofertadas por Estado da Saúde.
serviços e equipes interdisciplinares, assim defini- § 2º Ao Estado e ao Distrito Federal que aderir
das: à PNAISP será garantida a aplicação de um índice
I - a atenção básica será ofertada por meio das para complementação dos valores a serem repas-
equipes de atenção básica das Unidades Básicas sados pela União a título de incentivo, que será ob-
de Saúde definidas no território ou por meio das jeto de ato específico do Ministro de Estado da Sa-
úde.

274
Art. 14. A adesão municipal à PNAISP será e) avaliar e monitorar as metas nacionais de
facultativa, devendo observar os seguintes crité- acordo com a situação epidemiológica e as especi-
rios: ficidades regionais, utilizando os indicadores e ins-
trumentos que sejam mais adequados;
I - adesão estadual à PNAISP;
f) prestar assessoria técnica e apoio institucio-
II - existência de população privada de liber- nal no processo de gestão, planejamento, execu-
dade em seu território; ção, monitoramento e avaliação de programas e
III - assinatura do Termo de Adesão Municipal, ações da PNAISP na rede de atenção à saúde;
conforme modelo constante no anexo II a esta Por- g) apoiar a articulação de instituições, em par-
taria; ceria com as Secretarias de Saúde dos Estados, do
IV - elaboração de Plano de Ação Municipal Distrito Federal e dos Municípios, para capacitação
para Atenção à Saúde da Pessoa Privada de Liber- e educação permanente dos profissionais de saúde
dade, de acordo com o modelo constante no anexo para a gestão, planejamento, execução, monitora-
III; e mento e avaliação de programas e ações da
V - encaminhamento da respectiva documen- PNAISP no SUS;
tação ao Ministério da Saúde para aprovação. h) prestar assessoria técnica aos Estados, Dis-
§ 1º A adesão municipal, uma vez aprovada trito Federal e Municípios na implantação dos sis-
pelo Ministério da Saúde, será publicada no Diário temas de informação em saúde que contenham in-
Oficial da União por ato específico do Ministro de dicadores específicos da PNAISP;
Estado da Saúde. i) apoiar e fomentar a realização de pesquisas
§ 2º Ao Município que aderir a PNAISP será consideradas estratégicas no contexto desta Polí-
garantida a aplicação de um índice para comple- tica, mantendo atualizada uma agenda de priorida-
mentação dos valores a serem repassados pela des de pesquisa para o SUS;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
União a título de incentivo financeiro, que será ob- j) promover, no âmbito de sua competência, a
jeto de ato específico do Ministro dedanielicoense@gmail.com
Estado da Sa- articulação intersetorial e interinstitucional neces-
úde. 609.749.013-50
sária à implementação das diretrizes da PNAISP;
Art. 15. Compete à União: k) promover ações de informação, educação e
comunicação em saúde, visando difundir a
I - por intermédio do Ministério da Saúde:
PNAISP;
a) elaborar planejamento estratégico para im-
l) propor estratégias para o desenvolvimento
plementação da PNAISP, em cooperação técnica
de habilidades necessárias dos gestores e profissi-
com Estados, Distrito Federal e Municípios, consi-
onais atuantes no âmbito da PNAISP, por meio dos
derando as questões prioritárias e as especificida-
processos de educação permanente em saúde, em
des regionais, de forma contínua e articulada com
consonância com as diretrizes nacionais e realida-
o Plano Nacional de Saúde e instrumentos de pla- des locorregionais;
nejamento e pactuação do SUS;
m) estimular e apoiar o processo de discussão
b) garantir a continuidade da PNAISP por meio
sobre as ações e programas em saúde prisional,
da inclusão de seus componentes nos Planos Plu-
com participação dos setores organizados da soci-
rianuais e nos Planos Nacionais de Saúde;
edade nas instâncias colegiadas e de controle so-
c) garantir fontes de recursos federais para cial, em especial no Conselho Nacional de Saúde
compor o financiamento de programas e ações na (CNS), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no
rede de atenção à saúde nos Estados, Distrito Fe- Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten-
deral e Municípios, transferindo de forma regular e ciária (CNPCP); e
automática, os recursos do Fundo Nacional de Sa-
n) apoiar, técnica e financeiramente, a constru-
úde;
ção, a ampliação, a adaptação e o aparelhamento
d) definir estratégias para incluir de maneira fi- das unidades básicas de saúde em estabelecimen-
dedigna as informações epidemiológicas das popu- tos prisionais; e
lações prisionais nos sistemas de informação do II - por intermédio do Ministério da Justiça:
Ministério da Saúde;

275
a) executar as ações de promoção, proteção e I - por intermédio da Secretaria Estadual de
recuperação da saúde, no âmbito da atenção bá- Saúde:
sica, em todas as unidades prisionais sob sua ges- a) executar, no âmbito da atenção básica, as
tão; ações de promoção, proteção e recuperação da sa-
b) elaborar o plano de acompanhamento em úde da população privada de liberdade, referenci-
saúde dentro dos instrumentos de planejamento e ada em sua pactuação;
gestão para garantir a continuidade da PNAISP, b) coordenar e implementar a PNAISP, no âm-
considerando as questões prioritárias e as especi- bito do seu território, respeitando suas diretrizes e
ficidades regionais de forma contínua e articulada promovendo as adequações necessárias, de
com o SUS; acordo com o perfil epidemiológico e as especifici-
c) repassar informações atualizadas ao Minis- dades regionais e locais;
tério da Saúde acerca da estrutura, classificação c) elaborar o plano de ação para implementa-
dos estabelecimentos prisionais, número de traba- ção da PNAISP junto com a Secretaria de Justiça e
lhadores do sistema prisional e de pessoas priva- a Administração Penitenciária ou congêneres, con-
das de liberdade, dentre outras informações perti- siderando as questões prioritárias e as especifici-
nentes à gestão; dades regionais, de forma contínua e articulada
d) disponibilizar o acesso às informações do com o Plano de Saúde do Estado ou do Distrito Fe-
Sistema de Informação Penitenciária para as ges- deral e instrumentos de planejamento e pactuação
tões federais, estaduais, distritais e municipais da do SUS;
área prisional e da saúde com o objetivo de subsi- d) implantar e implementar protocolos de
diar o planejamento das ações de saúde; acesso e acolhimento como instrumento de detec-
e) apoiar a organização e a implantação dos ção precoce e seguimento de agravos, viabilizando
sistemas de informação em saúde a serem utiliza- a resolutividade no acompanhamento dos agravos
Daniel RIBEIRO
dos pelas gestões federais, estaduais, distritais e DE ANDRADE
diagnosticados;
danielicoense@gmail.com
municipais da área prisional e da saúde; e) participar do financiamento para o desenvol-
609.749.013-50
f) assistir técnica e financeiramente, no âmbito vimento das ações e serviços em saúde de que tra-
da sua atribuição, na construção, na reforma e no tam esta Portaria;
aparelhamento do espaço físico necessário à uni- f) prestar assessoria técnica e apoio institucio-
dade de saúde dentro dos estabelecimentos pe- nal aos Municípios e às regiões de saúde no pro-
nais; cesso de gestão, planejamento, execução, monito-
g) acompanhar a fiel aplicação das normas sa- ramento e avaliação da PNAISP;
nitárias nacionais e internacionais, visando garantir g) desenvolver mecanismos técnicos e estra-
as condições de habitabilidade, higiene e humani- tégias organizacionais de capacitação e educação
zação das ambiências prisionais; permanente dos trabalhadores da saúde para a
h) elaborar e divulgar normas técnicas sobre gestão, planejamento, execução, monitoramento e
segurança para os profissionais de saúde dentro avaliação de programas e ações no âmbito esta-
dos estabelecimentos penais; dual ou distrital, consoantes a PNAISP, respeitando
i) incentivar a inclusão dos agentes penitenciá- as diversidades locais; e
rios nos programas de capacitação/sensibilização h) promover, no âmbito de sua competência,
em saúde para a população privada de liberdade; e as articulações intersetorial e interinstitucional ne-
j) colaborar com os demais entes federativos cessárias à implementação das diretrizes da
para a inserção do tema "Saúde da Pessoa Privada PNAISP, bem como a articulação do SUS na esfera
de Liberdade" nos espaços de participação e con- estadual ou distrital; e
trole social da justiça, nas escolas penitenciárias e II - por intermédio da Secretaria Estadual de
entre os custodiados. Justiça, da Administração Penitenciária ou congê-
nere:
Art. 16. Compete ao Estado e ao Distrito Fe-
deral: a) executar, no âmbito da atenção básica, as
ações de promoção, proteção e recuperação da

276
saúde em todas as unidades prisionais sob sua Art. 17. Compete ao Distrito Federal e aos
gestão; Municípios, por meio da respectiva Secretaria de
b) assessorar os Municípios, de forma técnica, Saúde, quando aderir à PNAISP:
junto à Secretaria Estadual de Saúde, no processo I - executar, no âmbito da atenção básica, as
de discussão e implantação da PNAISP; ações de promoção, proteção e recuperação da sa-
c) considerar estratégias de humanização que úde da população privada de liberdade referenci-
atendam aos determinantes da saúde na constru- ada em sua pactuação;
ção e na adequação dos espaços das unidades pri- II - coordenar e implementar a PNAISP, no âm-
sionais; bito do seu território, respeitando suas diretrizes e
d) garantir espaços adequados nas unidades promovendo as adequações necessárias, de
prisionais a fim de viabilizar a implantação e imple- acordo com o perfil epidemiológico e as especifici-
mentação da PNAISP e a salubridade dos ambien- dades locais;
tes onde estão as pessoas privadas de liberdade; III - elaborar o plano de ação para implementa-
e) adaptar as unidades prisionais para atender ção da PNAISP junto com a Secretaria Estadual de
às pessoas com deficiência, idosas e com doenças Saúde e a Secretaria de Justiça, Administração Pe-
crônicas; nitenciária ou congêneres, considerando as ques-
tões prioritárias e as especificidades regionais de
f) apoiar, técnica e financeiramente, a aquisi-
forma contínua e articulada com os Planos Esta-
ção de equipamentos e a adequação do espaço fí-
dual e Regionais de Saúde e os instrumentos de
sico para implantar a ambiência necessária ao fun-
planejamento e pactuação do SUS;
cionamento dos serviços de saúde no sistema pri-
sional, seguindo as normas, regulamentos e reco- IV - cadastrar, por meio dos programas dispo-
mendações do SUS e do CNPCP; níveis, as pessoas privadas de liberdade no seu
território, assegurando a sua identificação no Car-
g) atualizar e compartilhar os dadosRIBEIRO
Daniel sobre a DE ANDRADE
tão Nacional de Saúde;
população privada de liberdade com a Secretaria
danielicoense@gmail.com
Municipal de Saúde; V - elaborar e executar as ações de vigilância
609.749.013-50
sanitária e epidemiológica;
h) participar do financiamento das ações e ser-
viços previstos na Política; VI - implantar e implementar protocolos de
acesso e acolhimento como instrumento de detec-
i) garantir o acesso, a segurança e a conduta
ção precoce e seguimento de agravos, viabilizando
ética das equipes de saúde nos serviços de saúde
a resolutividade no acompanhamento dos agravos
do sistema prisional;
diagnosticados;
j) apoiar intersetorialmente a realização das
VII - monitorar e avaliar, de forma contínua, os
ações de saúde desenvolvidas pelas equipes de
indicadores específicos e os sistemas de informa-
saúde no sistema prisional;
ção da saúde, com dados produzidos no sistema
k) garantir o transporte sanitário e a escolta local de saúde;
para que o acesso dos presos aos serviços de sa-
VIII - desenvolver mecanismos técnicos e es-
úde internos e externos se realize em tempo opor-
tratégias organizacionais de capacitação e educa-
tuno, conforme a gravidade;
ção permanente dos trabalhadores da saúde para
l) participar do planejamento e da realização a gestão, planejamento, execução, monitoramento
das ações de capacitação de profissionais que e avaliação de programas e ações na esfera muni-
atuam no sistema prisional; e cipal e/ou das regionais de saúde, com especial
m) viabilizar o acesso de profissionais e agen- atenção na qualificação e estímulo à alimentação
tes públicos responsáveis pela realização de audi- dos sistemas de informação do SUS;
torias, pesquisas e outras formas de verificação às IX - promover, junto à população do Distrito Fe-
unidades prisionais, bem como aos ambientes de deral ou do Município, ações de informação, edu-
saúde prisional, especialmente os que tratam da cação e comunicação em saúde, visando difundir a
PNAISP. PNAISP;
X - fortalecer a participação e o controle social
no planejamento, na execução, no monitoramento

277
e na avaliação de programas e ações no âmbito do SUS e nos programas de apoio aos serviços de sa-
Conselho de Saúde do Distrito Federal ou do Muni- úde.
cípio e nas demais instâncias de controle social
Art. 21. Os entes federativos terão prazo até
existentes no município; e
31 de dezembro de 2016 para efetuar as medidas
XI - promover, no âmbito de sua competência, necessárias de adequação de suas ações e seus
a articulação intersetorial e interinstitucional neces- serviços para que seja implementada a PNAISP
sária à implementação das diretrizes da PNAISP e conforme as regras previstas nesta Portaria.
a articulação do SUS na esfera municipal.
Parágrafo único. Enquanto não efetivada a im-
Art. 18. O monitoramento e a avaliação da plementação da PNAISP conforme as regras pre-
PNAISP, dos serviços, das equipes e das ações de vistas nesta Portaria, os entes federativos mante-
saúde serão realizados pelo Ministério da Saúde e rão o cumprimento das regras previstas na Portaria
pelo Ministério da Justiça por meio da inserção de Interministerial nº 1.777/MS/MJ, de 9 de setembro
dados, informações e documentos nos sistemas de de 2003.
informação da atenção à saúde.
Art. 22. Esta Portaria entra em vigor na data
Art. 19. Será instituído Grupo Condutor da de sua publicação.
PNAISP no âmbito de cada Estado e do Distrito Fe-
Art. 23. Ficam revogadas:
deral, formado pela respectiva Secretaria de Sa-
úde, pela respectiva Secretaria de Justiça ou con- I - a Portaria Interministerial nº 1.777/MS/MJ,
gênere, pela Administração Prisional ou congê- de 9 de setembro de 2003, publicada no Diário Ofi-
nere, pelo Conselho de Secretários Municipais de cial da União nº 176, Seção 1, do dia 11 de setem-
Saúde (COSEMS) do respectivo Estado e pelo bro de 2003, p. 39; e
apoio institucional do Ministério da Saúde, que terá II - a Portaria nº 240/GM/MS, de 31 de janeiro
como atribuições: de 2007, publicada no Diário Oficial da União nº 23,
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
I - mobilizar os dirigentes do SUS e dos siste- Seção 1, do dia 1º de fevereiro de 2007, p. 65.
danielicoense@gmail.com
mas prisionais em cada fase de implantação e im-
plementação da PNAISP; 609.749.013-50
II - apoiar a organização dos processos de tra-
balho voltados para a implantação e implementa-
ção da PNAISP no Estado e no Distrito Federal;
III - identificar e apoiar a solução de possíveis
pontos críticos em cada fase de implantação e im-
plementação da PNAISP; e
IV - monitorar e avaliar o processo de implan-
tação e implementação da PNAISP. Art. 1º - Estabelecer as Diretrizes Nacionais
Art. 20. As pessoas privadas de liberdade po- para a Oferta de Educação nos estabelecimentos
derão trabalhar nos serviços de saúde implantados penais.
dentro das unidades prisionais, nos programas de Art. 2º - As ações de educação no contexto
educação e promoção da saúde e nos programas prisional devem estar calcadas na legislação edu-
de apoio aos serviços de saúde. cacional vigente no país e na Lei de Execução Pe-
§ 1º A decisão de trabalhar nos programas de nal, devendo atender as especificidades dos dife-
educação e promoção da saúde do SUS e nos pro- rentes níveis e modalidades de educação e ensino.
gramas de apoio aos serviços de saúde será da Art. 3º - A oferta de educação no contexto pri-
pessoa sob custódia, com anuência e supervisão
sional deve:
do serviço de saúde no sistema prisional.
I – atender aos eixos pactuados quando da re-
§ 2º Será proposta ao Juízo da Execução Pe-
alização do Seminário Nacional pela Educação nas
nal a concessão do benefício da remição de pena
Prisões (2006), quais sejam: a) gestão, articulação
para as pessoas custodiadas que trabalharem nos
e mobilização; b) formação e valorização dos
programas de educação e promoção da saúde do

278
profissionais envolvidos na oferta de educação na Art. 8º - O trabalho prisional, também enten-
prisão; e c) aspectos pedagógicos; dido como elemento de formação integrado à edu-
II – resultar do processo de mobilização, arti- cação, devendo ser ofertado em horário e condi-
culação e gestão dos Ministérios da Educação e ções compatíveis com as atividades educacionais.
Justiça, dos gestores estaduais e distritais da Edu- Art. 9º - Educadores, gestores, técnicos e
cação e da Administração Penitenciária, dos Muni-
agentes penitenciários dos estabelecimentos pe-
cípios e da sociedade civil;
nais devem ter acesso a programas de formação
III – ser contemplada com as devidas oportuni- integrada e continuada que auxiliem na compreen-
dades de financiamento junto aos órgãos estaduais são das especificidades e relevância das ações de
e federais; educação nos estabelecimentos penais, bem como
IV – estar associada às ações de fomento à lei- da dimensão educativa do trabalho.
tura e a implementação ou recuperação de biblio- § 1º Recomenda-se que os educadores per-
tecas para atender à população carcerária e aos tençam, preferencialmente, aos quadros da Secre-
profissionais que trabalham nos estabelecimentos taria de Educação, sejam selecionados por concur-
penais; e sos públicos e percebam remuneração acrescida
V – promover, sempre que possível, o envolvi- de vantagens pecuniárias condizentes com as es-
mento da comunidade e dos familiares do(a)s pecificidades do cargo.
preso(a)s e internado(a)s e prever atendimento di- § 2º A pessoa presa ou internada, com perfil e
ferenciado para contemplar as especificidades de formação adequados, poderá atuar como monitor
cada regime, atentando-se para as questões de in- no processo educativo, recebendo formação conti-
clusão, acessibilidade, gênero, etnia, credo, idade nuada condizente com suas práticas pedagógicas,
e outras correlatas. devendo este trabalho ser remunerado.
Art. 4º - A gestão da educação
Daniel no RIBEIRO Art. 10 – O planejamento das ações de edu-
contexto DE ANDRADE
prisional deve permitir parcerias com outras áreas cação nas prisões poderá contemplar além das ati-
danielicoense@gmail.com
de governo, universidades e organizações da soci- vidades de educação formal, propostas de educa-
609.749.013-50
edade civil, com vistas à formulação, execução, ção não-formal e formação profissional, bem como
monitoramento e avaliação de políticas públicas de a inclusão da modalidade de educação à distância.
estímulo à educação nas prisões.
Parágrafo único – Recomenda-se, a cada uni-
Art. 5º - As autoridades responsáveis pelos dade da federação, que as ações de educação for-
estabelecimentos penais devem propiciar espaços mal sigam um calendário comum aos estabeleci-
físicos adequados às atividades educacionais (sa- mentos penais onde houver oferta.
las de aula, bibliotecas, laboratórios, etc), integrar Art. 11 – O capítulo “Seminário Nacional pela
as práticas educativas às rotinas da unidade prisio-
Educação nas Prisões: Significados e Proposi-
nal e difundir informações incentivando a participa-
ções”, do Projeto “Educando para a Liberdade”,
ção do(a)s preso(a)s e internado(a)s.
constitui o Anexo I da presente Resolução.
Art. 6º - A Direção dos estabelecimentos pe- Parágrafo único – O texto integral do projeto
nais deve permitir que os documentos e materiais “Educando para a Liberdade”, pode ser encontrado
produzidos pelos Ministérios da Educação e da no seguinte endereço eletrônico
Justiça, Secretarias Estaduais de Educação e ór- www.mj.gov.br/cnpcp.
gãos responsáveis pela Administração Penitenciá-
ria, que possam interessar aos educadores e edu- Art. 12 - Esta Resolução entrará em vigor na
candos, sejam disponibilizados e socializados. data de sua publicação.

Art. 7º - Devem ser elaboradas e priorizadas


estratégias que possibilitem a continuidade de es-
tudos para os egressos, articulando-as com entida-
des que atuam no apoio dos mesmos – tais como
patronatos, conselhos e fundações de apoio ao
egresso e organizações da sociedade civil.

279
especificamente elaborados para alicerçar a me-
dida de segurança e o processo terapêutico.
Artigo 3º Para o efetivo cumprimento desta
Resolução, deverão ser observados os seguintes
atos normativos:
Art. 1º O acesso ao programa de atendimento I - Resolução CNAS nº 145, de 15 de outubro
específico apresentado pelos Arts 2º e 3º da Reso- de 2004 que aprova a Política Nacional de Assis-
lução CNPCP 4/2010, dar-seá por meio do serviço tência Social;
de avaliação e acompanhamento às medidas tera- II - Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 de dezem-
pêuticas aplicáveis à pessoa com transtorno mental bro de 2010, que estabelece diretrizes para a orga-
em conflito com a Lei, consignado na Portaria nização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do
MS/GM Nº 94, de 14 de janeiro de 2014. Sistema Único de Saúde;
§ 1º. O serviço referido no caput é composto III - Recomendação do Conselho Nacional de
pela equipe de avaliação e acompanhamento das Justiça nº - 35, de 12 de Julho de 2011, que reco-
medidas terapêuticas aplicáveis à pessoa com menda que na execução da Medida de Segurança,
transtorno mental em conflito com a lei (EAP), que sejam adotadas políticas antimanicomiais;
tem o objetivo de apoiar ações e serviços para
atenção à pessoa com transtorno mental em con- IV - Portaria MS/GM nº 3.088, de 23 de dezem-
flito com a Lei na Rede de Atenção à Saúde (RAS), bro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psi-
além de poder contribuir para que o Sistema Único cossocial (RAPS) para pessoas com sofrimento ou
de Assistência Social (SUAS) e o Sistema de Jus- transtorno mental e com necessidades decorrentes
tiça Criminal atuem no sentido de redirecionar as do uso de crack, álcool e outras drogas e as estra-
medidas de segurança às disposições da Lei nº tégias de desinstitucionalização, no âmbito do
10.216/2001. Daniel RIBEIRO SUS;ANDRADE
DE
§ 2º. O Grupo Condutor Estadualdanielicoense@gmail.com
da Política V - Diretrizes do Plano Nacional de Política Cri-
Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas minal
609.749.013-50 e Penitenciária aprovadas na 372ª reunião
Privadas de Liberdade no Sistema Prisional - ordinária do Conselho Nacional de Política Criminal
PNAISP - deverá elaborar uma estratégia estadual e Penitenciária (CNPCP), em 2 6 / 0 4 / 2 0 11 ;
para atenção à pessoa com transtorno mental em VI - Política Nacional de Humanização (PNH),
conflito com a Lei e contribuir para a sua implemen- do SUS;
tação.
VII - Portaria Interministerial MS/MJ nº 1.777,
Art 2º O serviço de avaliação e acompanha- de 09 de setembro de 2003, que publica o Plano
mento de medidas terapêuticas aplicáveis à pessoa Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário
com transtorno mental em conflito com a Lei obser- (PNSSP);
vará as exigências do SUS que garantem o acesso VIII - Portaria Interministerial nº 1/ MS/MJ , de
à RAS, para acompanhamento psicossocial inte- 02 de janeiro de 2014, que institui a Política Nacio-
gral, resolutivo e contínuo, e contará com a justiça nal de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Privada
criminal, nas seguintes condições: de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP);
I - garantia de transporte sanitário e escolta IX - Portaria MS/MJ nº 94, de 14 de janeiro de
para atendimento; 2014, que institui o serviço de avaliação e acompa-
II - garantia de acesso às unidades prisionais e nhamento às medidas terapêuticas aplicáveis à
estabelecimentos de custodia e tratamento psiqui- pessoa com transtorno mental em conflito com a
átrico; Lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
III - garantia do acesso às informações referen- Artigo 4º Esta Resolução entra em vigor na
tes à pessoa com transtorno mental em conflito data de sua publicação, revogadas as disposições
com a Lei; em contrário.
IV - garantia do cuidado adequado de acordo
com os Projetos Terapêuticos Singulares (PTS)

280
2.4. As administrações prisionais deverão
manter a ambiência prisional em seus módulos de
vivência, administração e assistência, adequados
às diretrizes para a arquitetura penal vigente e às
normas e recomendações da Vigilância Sanitária.
2.5. As equipes de saúde no sistema prisional
(ESP) deverão receber educação permanente para
Art. 1º. Aprovar as Diretrizes Básicas para a execução das ações de Atenção Básica, de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de acordo com as orientações do SUS.
Liberdade no Sistema Prisional, que integram o
2.6. Deverá ser emitido o Cartão Nacional de
anexo a esta Resolução.
Saúde para todas as pessoas privadas de liber-
Art. 2º Fica revogada a Resolução nº. 7, de dade no sistema prisional que não o possuam,
14 de abril de 2003. 2.7.As ações das equipes de saúde no sistema
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data prisional deverão ser registradas eletronicamente
de sua publicação. nos sistemas de informação do SUS.
2.8. No momento do ingresso em qualquer uni-
dade prisional, toda pessoa privada de liberdade
ANEXO deverá receber adequado atendimento para avali-
ação da sua condição geral de saúde, quando de-
Diretrizes Básicas para Atenção Integral à Sa- verá ser aberto um prontuário clínico onde serão
úde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sis- registrados os resultados do exame físico com-
tema Prisional pleto, dos exames básicos, o estabelecimento de
1.Estas diretrizes básicas se aplicam a quais- possíveis diagnósticos e seu tratamento, o registro
Daniel
quer estabelecimentos que mantenham pessoasRIBEIRO DEdeANDRADE
doenças e agravos de notificação compulsória e
danielicoense@gmail.com
privadas de liberdade, em caráter provisório ou de- de ocorrência de violência cometida por agente do
finitivo. 609.749.013-50 ou outros, assim como ações de imuniza-
estado
ção, conforme o calendário de vacinação de adul-
2.As ações de saúde às pessoas privadas de tos, de acordo com as normas e recomendações
liberdade no sistema prisional devem estar emba- do SUS.
sadas nos princípios e nas diretrizes do Sistema
Único da Saúde (SUS) e atender às peculiaridades 2.9. O registro das condições clínicas e de sa-
dessas pessoas e ao perfil epidemiológico da uni- úde das pessoas privadas de liberdade deverá ser
dade prisional e da região onde estes se encon- feito sistematicamente, utilizando-se, preferencial-
tram, atendendo às seguintes orientações: mente, os prontuários clínicos disponibilizados ele-
tronicamente pelo SUS. Esta documentação de-
2.1. Devem ser contempladas ações de pre- verá ser mantida sob a responsabilidade do SUS, e
venção, promoção e cuidado em saúde, preconiza- o seu sigilo, acesso e traslado a outras unidades de
das na Política Nacional de Atenção Básica saúde deverão ser garantidos, conforme a legisla-
(PNAB), constantes na Relação Nacional de Ações ção, normas e recomendações vigentes.
e Serviços de Saúde (RENASES), no âmbito do
SUS. 2.10. A atenção à saúde da mulher deverá ser
prestada desde o seu ingresso no sistema peniten-
2.2. Para a execução das ações de saúde in- ciário, quando será realizada, além da consulta clí-
tegral, os sistemas prisionais deverão atuar em co- nica mencionada, também a consulta ginecológica,
operação com os serviços e equipes do SUS, orga- incluindo as ações programáticas de planejamento
nizados de acordo com o consignado na norma de familiar e prevenção das infecções de transmissão
operacionalização da PNAISP e na PNAB. sexual, prevenção do câncer cérvico-uterino e de
2.3. As administrações prisionais deverão faci- mama, obedecendo, posteriormente, à periodici-
litar a implantação das equipes de saúde vincula- dade determinada pelo SUS.
das ao SUS, garantindo-lhes as infraestruturas 2.11. Os casos que exijam complementação
adequadas e segurança suficiente. diagnóstica e/ou assistência de média e alta

281
complexidade deverão ser referenciados na Rede Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, definidos pelo
de Atenção à Saúde do território. SUS.
2.12. A atenção à saúde das gestantes, partu- 2.19. Os agentes penitenciários são cobertos
rientes, nutrizes e dos seus filhos é garantida pelo pelas ações de prevenção de doenças e promoção
SUS, segundo as diretrizes e os protocolos da Po- da saúde da PNAISP. Para melhor desenvolvi-
lítica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mu- mento destas ações, a equipe de saúde prisional
lher, à Política Nacional de Atenção Integral à Sa- deverá solicitar apoio das Equipes Técnicas e dos
úde da Criança e da Rede Cegonha. Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
2.13. Será garantida ambiência adequada e (CEREST), no âmbito da Rede Nacional de Aten-
salubre ao binômio mãe-filho segundo as normas e ção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST).
recomendações da Vigilância Sanitária.
2.14. A gestão estadual do sistema prisional e
a direção dos estabelecimentos penais deverão
cumprir os regulamentos sanitários local, nacional
e internacional, cabendo ao gestor do SUS a vigi-
lância epidemiológica e sanitária e a colaboração
para alcançar este objetivo.
2.15. A atenção em saúde bucal deve contem-
plar, além das ações da atenção básica, a inclusão
de procedimentos mais complexos, o aumento da
resolutividade no pronto-atendimento, e a preven-
ção e diagnóstico do câncer bucal, segundo as di- Dispõe sobre padrões mínimos para a assis-
retrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. tência material do Estado à pessoa privada de li-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
2.16. As ações de saúde mental deverão con- berdade.
siderar as necessidades da populaçãodanielicoense@gmail.com
privada de
609.749.013-50Art. 1º Estabelecer parâmetro mínimos de
liberdade para prevenção, promoção e tratamento
de agravos psicossociais, decorrentes ou não do lista de produtos de higiene, de artigos de asseio e
confinamento e do uso abusivo de álcool e outras roupas limpas às pessoas privadas de liberdade,
drogas. Para as pessoas com qualquer transtorno considerando as suas especificidades, além de col-
mental suspeito ou já diagnosticado, que se encon- chão e roupas de cama e banho, de preferência de
trem em conflito com a Lei, a atenção deverá ser material ignífugo, conforme o Anexo I desta Reso-
orientada de acordo com a Lei 10.216/2001 e as lução, visando melhor qualidade no tratamento pe-
Portarias nº 3.088/2011 e 94/2014, mediante a ado- nal ofertado às pessoas privadas de liberdade no
ção de projeto terapêutico singular e na rede de sistema prisional.
atenção psicossocial. Art. 2º O vestuário e as roupas de cama de-
2.17. A aquisição e a dispensação de medica- verão estar em bom estado de conservação e se-
mentos às pessoas privadas de liberdade serão ge- rão substituídos, no máximo, a cada quinze dias,
ridas pelo SUS em cada território de localização para fins de higienização, salvo os cobertores e os
das unidades penais, respeitando-se as normas agasalhos de moletom, o casaco de lã e as luvas
consignadas pelo SUS. cuja substituição ocorrerá quando necessário.
2.18. A Relação Nacional de Medicamentos Art. 3º Quando a pessoa presa apresentar
Essenciais – RENAME - deverá constituir a base patologias, inclusive mentais, que necessitem
de referência para a definição dos medicamentos substituições diferenciadas dos itens de asseio, en-
utilizados pelo sistema penitenciário de cada es- xoval e uniforme, estas ocorrerão conforme a situ-
tado. ação o exigir.
Os medicamentos especializados e estratégi- Art. 4º Em respeito às diferenças de gênero e
cos devem seguir o que está pactuado no SUS. A demais especificidades, o fornecimento dos itens
aquisição destes medicamentos deverá ser reali- de asseio, enxoval e uniforme devem ocorrer de
zada de acordo com a padronização de tratamento
para as doenças prevalentes conforme Protocolos

282
forma diferenciada e em quantidade adequada,
conforme a situação o exigir.
Art. 5º Em unidades prisionais que abriguem
mulheres e, transitoriamente, mulheres gestantes,
nutrizes, bebês e crianças, o fornecimento de itens
de asseio, enxoval e uniforme deve respeitar a ne-
cessidade e a regularidade que a situação o exigir,
incluindo kits com itens mínimos para a materni-
dade.
Regulamenta a implementação, acompanha-
Art. 6º Sugerir o fornecimento de kits míni- mento, fiscalização e encerramento das medidas
mos, e custeio de passagem ou meio de retorno ao de monitoração eletrônica, decorrentes de ordens
domicílio, para a pessoa egressa do sistema prisi- judiciais; estabelece providências em caso de des-
onal no momento de sua dispensa da unidade, con- cumprimento das condições impostas; e revoga a
forme a situação o exigir. Resolução nº 5, de 10 de novembro de 2017.
Art. 7º O par de tênis e o par de sandálias Art. 1° - A presente Resolução regulamenta a
serão repostos quando o seu estado de conserva- implementação, acompanhamento, fiscalização e
ção recomendar. encerramento das medidas de monitoração eletrô-
Art. 8º O colchão, lençóis, toalha de banho e nica, decorrentes de ordens judiciais, realizadas
pelas Centrais de Monitoração, geridas pelo Depar-
cobertor serão mantidos em bom estado de higi-
tamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e pelas
ene, sendo substituídos quando o seu estado de
administrações penitenciárias das unidades fede-
conservação o exigir.
radas.
Art. 9º O quantitativo dos itens do enxoval
Daniel RIBEIROe DE ANDRADE
Art. 2º - Compete ao Poder Executivo, por
do uniforme, bem como suas características pode-
danielicoense@gmail.com
meio da Secretaria responsável pela administração
rão ser alterados de acordo com as condições cli-
penitenciária ou polícia penal, implementar os ser-
609.749.013-50
máticas da região geográfica onde se encontra a
viços destinados à execução da monitoração, que
Unidade Prisional e de acordo com as condições
deverão se estruturar na forma de Centrais de Mo-
de gênero, patologias e especialmente existência
nitoração Eletrônica para atendimento ao disposto
transitória de mulheres gestantes, nutrizes, bebês
na presente Resolução.
e crianças.
§ 1º As Centrais de Monitoração Eletrônica são
Art. 10 A escolha dos materiais dos itens a
responsáveis pela gestão do serviço de monitora-
serem entregues à pessoa privada de liberdade na ção eletrônica, o que inclui a administração, execu-
admissão prisional, e dos itens com reposição pe- ção e controle das medidas, conforme estabelecido
riódica, deve observar a segurança da pessoa pri- no art. 4° do Decreto nº 7.627/2011.
vada de liberdade e dos profissionais que atuam na
unidade prisional. § 2º Para atender à demanda de cada unidade
federativa, especialmente a interiorização dos ser-
Art. 11 A reposição dos materiais deve ser re- viços de monitoração, poderão ser criados núcleos
alizada em razão de desgaste natural ou por repo- regionais vinculados às Centrais de Monitoração.
sição periódica, sendo dever da pessoa privada de
§ 3º Referidos núcleos regionais, indepen-
liberdade a conservação dos objetos de uso pes-
dente de realizar apenas parte das atividades de
soal, nos termos do art. 39, X, da Lei de Execução
acompanhamento e fiscalização das medidas de
Penal.
monitoramento, deverão atender integralmente aos
Art. 12 Esta Resolução não se aplica a assis- preceitos da presente Resolução.
tência material prestada pelo Conselho da Comuni- § 4º Os serviços de monitoração eletrônica de-
dade, cuja colaboração não exime os deveres do verão ser instalados em locais adequados, de
Estado. modo a favorecer as atividades de atendimento e
Art. 14 Esta Resolução entra em vigor na acompanhamento das pessoas monitoradas.
data de sua publicação.

283
§ 5º As atribuições para exercício da atividade doméstica e familiar, quando optarem pela utiliza-
de monitoração eletrônica, especialmente as ativi- ção de Unidade Portátil de Rastreamento (UPR);
dades-fim de acompanhamento e fiscalização, são II - orientar a pessoa monitorada quanto aos
exclusivas de servidores públicos do sistema peni- seus direitos e deveres, enquanto submetida à me-
tenciário. dida de monitoração, além de encaminhá-la aos
Art. 3º - Toda regulamentação administrativa serviços de proteção social, quando necessário;
deve buscar a padronização da execução da me- III - advertir a pessoa monitorada, no ato da
dida de monitoração eletrônica em todo o território instalação do equipamento, das consequências do
nacional, sem prejuízo de condições específicas descumprimento das condições estabelecidas,
determinadas por via judicial. bem ainda, dos danos ao dispositivo de monitora-
Art. 4° - Considera-se monitoração eletrônica ção que deverá ser devolvido ao final de cumpri-
mento da medida;
a vigilância telemática posicional de pessoas atra-
vés do uso de dispositivo e tecnologias que permi- IV - orientar as mulheres em situação de vio-
tam indicar sua localização em tempo real. lência doméstica e familiar que não utilizarem a
Unidade Portátil de Rastreamento (UPR) apropria-
§ 1º O dispositivo e tecnologias utilizadas de-
damente, a fazer bom uso do dispositivo, sendo ve-
verão possuir mecanismos de detecção de rompi-
dada qualquer intervenção que gere revitimização;
mento, descarregamento, violação de área de in-
clusão ou exclusão, além de quaisquer outras con- V - disponibilizar serviço de suporte técnico a
dutas que visem impedir ou fraudar as informações pessoa monitorada por meio de contato telefônico
fornecidas quanto ao paradeiro da pessoa monito- ou atendimento presencial, de forma ininterrupta,
rada ou o status do dispositivo. capaz de esclarecer dúvidas, resolver eventuais in-
cidentes com vistas à adequada manutenção da
§ 2º Para os fins da presente resolução, áreas
medida;
de inclusão ou exclusão são os perímetros
Daniel delimi-
RIBEIRO DE ANDRADE
tados no software de monitoração que indicam os VI - acompanhar o efetivo cumprimento da me-
danielicoense@gmail.com
locais onde a pessoa monitorada terá sua locomo- dida específica, podendo marcar, quando necessá-
609.749.013-50
ção autorizada ou restrita, em determinados horá- rio, atendimento pessoal da pessoa monitorada no
rios, de acordo com as condições estabelecidas na respectivo núcleo ou realizar o acompanhamento in
decisão judicial. loco para fiscalização das condições impostas na
decisão judicial;
Art. 5º - A monitoração eletrônica, realizada
pelas Centrais de Monitoração ou núcleos regio- VII - informar, mensalmente, o quantitativo de
nais vinculados àquelas, visa a promover: dispositivos de monitoração eletrônica existentes,
instalados e disponíveis ao Grupo de Monitora-
I - a efetividade das medidas protetivas de ur- mento e Fiscalização (GMF) do tribunal de sua uni-
gência; dade federativa;
II - a garantia de efetividade de medida caute- VIII - encaminhar relatório circunstanciado so-
lar diversa da prisão; bre a pessoa monitorada ao juízo competente,
III - a garantia de efetividade de cumprimento quando por este determinado ou quando as cir-
de decisão judicial que tenha determinado a moni- cunstâncias assim o exigirem;
toração eletrônica para cumprimento de acórdão ou IX - comunicar ao juízo competente, em até 48
sentença penal condenatória; (quarenta e oito) horas, sobre fato que possa dar
IV - a reinserção social das pessoas monitora- causa à revogação da medida ou modificação de
das. suas condições, através de canais existentes ou
que venham a ser criados nos sistemas Banco Na-
Art. 6º - Compete às Centrais de Monitora-
cional de Medidas Penais (BNMP) e Sistema de
ção: Execução Eletrônico Unificado (SEEU) ou, residu-
I - assegurar tratamento digno e não discrimi- almente, através de sistemas de malote digital;
natório às pessoas monitoradas eletronicamente, X - criar, adequar e manter programas e equi-
bem como das mulheres em situação de violência pes multidisciplinares de acompanhamento e apoio
à pessoa monitorada;

284
XI - elaborar, através de sua equipe técnica necessário, por nova ordem da autoridade judicial
multidisciplinar, programas de conscientização ou pela própria Central de Monitoração, na forma
para as vítimas de violência doméstica, inclusive do art. 12 desta Resolução.
sobre a importância do uso da UPR com o escopo Parágrafo único. No caso de alterações das
de reduzir o risco de nova agressão; condições estabelecidas, estas passarão a vigorar
XII - promover, através de sua equipe técnica somente após a pessoa monitorada ser pessoal-
multidisciplinar, o encaminhamento das pessoas mente comunicada.
vítimas de violência doméstica às Redes de apoio
Art. 9º - Visando a coibir e prevenir a violência
e assistência, além do encaminhamento dos auto-
res de tais delitos para programas de grupos refle- doméstica e familiar contra a mulher, para a efetiva
xivos e acompanhamento psicossocial; fiscalização do cumprimento das medidas proteti-
vas de urgência, a vítima, desde que manifeste
XIII - apresentar relatórios técnicos para as anuência, também receberá dispositivo não osten-
empresas fornecedoras do serviço de monitoração sivo de monitoração eletrônica, Unidade Portátil de
a fim de evitar inconsistências na monitoração, pro- Rastreamento (UPR), que deverá ser portada ex-
mover a melhoria dos mecanismos de segurança, clusivamente por ela junto ao corpo, de modo a de-
aprimorar as funcionalidades do software de acom- tectar eventual descumprimento das medidas de
panhamento e a qualidade dos dispositivos e suas proibição de aproximação e de frequência a deter-
características. minados lugares.
Art. 7º - A monitoração eletrônica será inici- Art. 10 - O servidor da Central de Monitora-
ada após o recebimento da ordem judicial, a insta- ção, ao receber a pessoa a ser monitorada, verifi-
lação do dispositivo, sua configuração e o cadastro cará se a decisão judicial contém todas as informa-
das condições impostas na decisão no sistema de ções necessárias à monitoração, verificando se as
acompanhamento. condições pessoais da pessoa monitorada e seu lo-
Daniel RIBEIRO
§ 1º A monitoração de que trata a presente Re- DE ANDRADE
cal de residência possuem algum empecilho ao iní-
danielicoense@gmail.com
solução dar-se-á pela afixação ao corpo da pessoa cio da monitoração.
monitorada de dispositivo não ostensivo de 609.749.013-50
monito- § 1º Eventuais óbices à monitoração estabele-
ração eletrônica, indicando a localização da pessoa cida, a exemplo de inexistência de cobertura tele-
monitorada em determinados intervalos de tempo, fônica ou de sinal de GPS no local de residência da
o horário respectivo e dados de status do disposi- pessoa monitorada ou da vítima quando estiver uti-
tivo, além de outras informações úteis à fiscaliza- lizando a Unidade Portátil de Rastreamento (UPR),
ção do cumprimento de suas condições. inexistência de fornecimento de energia elétrica ou
§ 2º Os intervalos de tempo de coleta e envio qualquer outro motivo que inviabilize a medida, de-
da localização da pessoa monitorada não poderão verão ser comunicados pela Central em até 48
ser superiores a 30 (trinta) segundos, de modo a (quarenta e oito horas) após a identificação da situ-
alcançar a melhor performance de rastreamento ação, acompanhada de manifestação demons-
em tempo real. trando a inviabilidade técnica, ao juízo prolator da
decisão ou responsável pelo acompanhamento da
§ 3º O dispositivo individual de monitoração
medida.
deve possuir especificações técnicas que potenci-
alizem a duração da bateria que deverá ter capaci- § 2º Da mesma forma, a existência de áreas de
dade mínima de 24 (vinte e quatro) horas de dura- inclusão ou exclusão sobrepostas, distanciamento
ção e recarga facilitada, preferencialmente por imposto incompatível com a distância entre as resi-
meio de carregador que não limite o deslocamento. dências da pessoa monitorada e vítima ou qualquer
outra dificuldade para o início da execução da me-
Art. 8º - A Central de Monitoração deverá ba- dida, deverá ser comunicada nos termos do pará-
lizar-se pelas condições especificadas na decisão grafo anterior, acompanhada de manifestação indi-
judicial quanto aos locais de acesso permitido e cando a possível adequação a cada caso.
proibido, as rotas permitidas e proibidas entre os
locais autorizados, os horários e dias de recolhi- § 3º Na oportunidade do comparecimento, em
mento se houver, assim como o prazo de duração havendo condições técnicas, será efetuada a co-
da medida, que poderão ser modificadas, quando leta de biometria para atualização da identificação
civil, bem como de material genético, nas hipóteses

285
previstas no art. 9º-A da Lei nº 7.210/1984 - Lei de II - em caso de flexibilização para orientação
Execução Penal. religiosa, apresentar declaração da instituição reli-
giosa, contendo endereço, telefone, nome com-
Art. 11 - Ao ensejo da instalação do disposi-
pleto da autoridade religiosa, datas e horários de
tivo, a pessoa monitorada será instruída, pessoal- frequência;
mente e por escrito, quanto ao funcionamento do
sistema de monitoração eletrônica, de suas obriga- III - em caso de flexibilização para trabalho,
ções e das consequências do descumprimento. apresentar Carteira de Trabalho ou Contrato de
Trabalho devidamente assinado, cópia do contrato
Parágrafo único. Enquanto durar a monitora- social e última alteração contratual da empresa, ho-
ção, sem prejuízo das demais condições fixadas na rário/escala, endereço, nome completo e telefone
decisão que a determinar, são deveres da pessoa de contato do responsável pela contratação ou, no
monitorada: caso de declaração de trabalho, esta deverá estar
I - receber visitas de membro da equipe da devidamente assinada pelo empregador e terá va-
Central de Monitoração, responder aos seus conta- lidade máxima de 30 (trinta) dias;
tos telefônicos e cumprir suas orientações; IV - em caso de tratamento médico-hospitalar
II - abster-se de qualquer comportamento que ou ambulatorial frequente, comprovado por docu-
possa afetar o normal funcionamento da monitora- mento hábil assinado pelo médico, indicando a
ção eletrônica, especialmente atos tendentes a im- CID, natureza, duração do tratamento e declaração
pedi-la ou dificultá-la, a eximir-se dela, a ludibriar o do estabelecimento de tratamento com dados ca-
servidor que a acompanha, a causar dano ao equi- dastrais (endereço, CNPJ, telefone de contato);
pamento utilizado para a atividade ou permitir que V - em caso de mudança de endereço, o com-
outrem o faça; provante de endereço, contrato de aluguel ou de-
III - informar à Central de Monitoração se de- claração do proprietário do imóvel, desde que não
tectar falhas no respectivo equipamento, no prazo afeteANDRADE
Daniel RIBEIRO DE as condições impostas de distanciamento da
de 1 (uma) hora; vítima.
danielicoense@gmail.com
IV - recarregar o equipamento, regularmente, § 1º Caberá à Central de Monitoração a análise
609.749.013-50
de forma correta; da documentação e o deferimento ou indeferimento
V - manter atualizada a informação de seus en- da solicitação, motivando o ato.
dereços residencial, de estudo e trabalho, bem § 2º As flexibilizações de horário concedidas
como os respectivos contatos telefônicos; serão válidas pelo período de 90(noventa) dias, re-
VI - comparecer, quando convocada, à Central nováveis e condicionadas à comprovação do exer-
de Monitoração. cício da atividade que fundamentou a flexibilização.

Art. 12 - Caberá ao juízo responsável pela Art. 13 - São considerados descumprimen-


determinação da monitoração, expressamente em tos, observado o previsto especificamente em cada
sua ordem judicial, permitir flexibilizações de horá- medida:
rios previamente definidos para atividades exter- I - violação de área de inclusão;
nas, estudo, orientação religiosa, trabalho, trata- II - violação de área de exclusão;
mento médico hospitalar ou ambulatorial frequente,
mudança de endereço, devendo a Central de Mo- III - violação de horários estabelecidos;
nitoração, ao receber a decisão, proceder ao ajuste III - perda de sinal de comunicação com o nú-
do sistema de monitoração eletrônica e exigir a se- cleo de monitoração;
guinte documentação da pessoa monitorada:
IV - descarregamento completo da bateria do
I - em caso de flexibilização para estudo, apre- dispositivo;
sentar declaração de matrícula escolar, declaração
IV - violação do dispositivo;
de frequência e grade de horário, devendo as de-
clarações escolares conter nome completo e iden- VI - danificação do dispositivo.
tificação do responsável e dados cadastrais da es- Art. 14 - Em caso de descumprimento, a Cen-
cola (endereço, CNPJ, telefone de contato);
tral de Monitoração deverá adotar o seguinte fluxo:

286
I - registro do incidente no sistema de monito- das informações da pessoa monitorada, na forma
ração eletrônica com data e horário; da lei.
II - envio de sinal luminoso, sonoro ou vibrató- Art. 17 - O Departamento Penitenciário Naci-
rio ao dispositivo de monitoração eletrônica; onal (DEPEN), com base na presente resolução,
III - contato telefônico com a pessoa monito- estabelecerá diretrizes nacionais para a gestão dos
rada ou pessoa de contato cadastrada, caso aquela serviços de monitoração eletrônica e protocolo com
não resolva o incidente de pronto ou deixe de con- fluxos de atendimento das Centrais de Monitoração
tatar a Central de Monitoração; Eletrônica.
IV - convocação da pessoa monitorada à Cen- Art. 18 - As Centrais de Monitoração, existen-
tral, nos casos pertinentes, para manutenção ou tes na data da publicação desta Resolução ou em
outra solução técnica em até 24 (vinte e quatro) ho- vias de instalação nos próximos 6 (seis) meses, es-
ras, podendo a Central, mediante agendamento, truturadas em desconformidade com o § 5º do art.
readequar o prazo que não poderá ultrapassar 48 2º deverão ser regularizadas no prazo de 1 (um)
(quarenta e oito) horas sem solução; ano, prorrogável pelo mesmo período, com justifi-
V - convocação da pessoa monitorada à Cen- cativa ao Departamento Penitenciário Nacional
tral para, nos casos pertinentes, promover atendi- (DEPEN).
mento através da equipe multidisciplinar; Art. 19 - Fica revogada a Resolução nº 5, de
VI - encaminhamento de ofício ao juízo infor- 10 de novembro de 2017.
mando o descumprimento através de canais exis-
Art. 20 - Esta Resolução entra em vigor na
tentes ou que venham a ser criados nos sistemas
data de sua publicação.
Banco Nacional de Medidas Penais (BNMP) e Sis-
tema de Execução Eletrônico Unificado (SEEU) e,
residualmente, através de sistemas de malote digi-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
tal;
danielicoense@gmail.com
VII - após esgotado o fluxo, a Central poderá
609.749.013-50
realizar a fiscalização in loco pelos policiais penais,
assim como solicitar apoio às demais forças polici-
ais no caso de perigo à incolumidade dos agentes,
devendo o juízo responsável pela medida ser co-
municado na sequência.
Parágrafo único. O fluxo previsto neste artigo
não afasta a possibilidade de o responsável pelo
Institui a Política Nacional de Atenção às Mu-
monitoramento de solicitar apoio de outras forças
lheres em Situação de Privação de Liberdade e
policiais, no caso de descumprimento em medida
Egressas do Sistema Prisional, e dá outras provi-
de monitoração, quando se vislumbre potencial pe-
dências.
rigo à incolumidade de qualquer pessoa, especial-
mente em se tratando de medida em que haja mu- Art. 1º - Fica instituída a Política Nacional de
lher vítima de violência doméstica ou familiar, com Atenção às Mulheres em Situação de Privação de
imediata comunicação ao juízo responsável pela Liberdade e Egressas do Sistema Prisional -
medida. PNAMPE, com o objetivo de reformular as práticas
do sistema prisional brasileiro, contribuindo para a
Art. 15 - Diante do caráter substitutivo e tem-
garantia dos direitos das mulheres, nacionais e es-
porário da medida de monitoração quando aplicada
trangeiras, previstos nos arts. 10, 14, § 3º, 19, pa-
como medida cautelar, deverá a Central de Monito-
rágrafo único, 77, § 2º, 82, § 1º, 83, § § 2º e 3º, e
ração encaminhar ao juízo responsável, a cada 90
89 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984.
(noventa) dias, relatório condensando as informa-
ções do acompanhamento feito, solicitando avalia- Art. 2º - São diretrizes da PNAMPE:
ção quanto à sua manutenção ou revogação.
I - prevenção de todos os tipos de violência
Art. 16 - O sistema de monitoração será es- contra mulheres em situação de privação de liber-
truturado de modo a preservar o sigilo dos dados e dade, em cumprimento aos instrumentos nacionais

287
e internacionais ratificados pelo Estado Brasileiro Parágrafo único - Nos termos do inciso VIII, en-
relativos ao tema; tende-se por regionalização a distribuição de uni-
II - fortalecimento da atuação conjunta e articu- dades prisionais no interior dos estados, visando o
lada de todas as esferas de governo na implemen- fortalecimento dos vínculos familiares e comunitá-
tação da Política Nacional de Atenção às Mulheres rios.
em Situação de Privação de Liberdade e Egressas Art. 3º - São objetivos da PNAMPE:
do Sistema Prisional;
I - fomentar a elaboração das políticas estadu-
III - fomento à participação das organizações ais de atenção às mulheres privadas de liberdade
da sociedade civil no controle social desta Política, e egressas do sistema prisional, com base nesta
bem como nos diversos planos, programas, proje- Portaria;
tos e atividades dela decorrentes;
II - induzir para o aperfeiçoamento e humani-
IV - humanização das condições do cumpri- zação do sistema prisional feminino, especialmente
mento da pena, garantindo o direito à saúde, edu- no que concerne à arquitetura prisional e execução
cação, alimentação, trabalho, segurança, proteção de atividades e rotinas carcerárias, com atenção às
à maternidade e à infância, lazer, esportes, assis- diversidades e capacitação periódica de servido-
tência jurídica, atendimento psicossocial e demais res;
direitos humanos;
III - promover, pactuar e incentivar ações inte-
V - fomento à adoção de normas e procedi- gradas e intersetoriais, visando à complementação
mentos adequados às especificidades das mulhe- e ao acesso aos direitos fundamentais, previstos na
res no que tange a gênero, idade, etnia, cor ou Constituição Federal e Lei de Execução Penal, vol-
raça, sexualidade, orientação sexual, nacionali- tadas às mulheres privadas de liberdade e seus nú-
dade, escolaridade, maternidade, religiosidade, de- cleos familiares; e
ficiências física e mental e outros aspectos relevan-
tes; Daniel RIBEIRO IV - aprimorar a qualidade dos dados constan-
DE ANDRADE
tes nos bancos de dados do sistema prisional bra-
danielicoense@gmail.com
VI - fomento à elaboração de estudos, organi- sileiro, contemplando a perspectiva de gênero; e
609.749.013-50
zação e divulgação de dados, visando à consolida-
ção de informações penitenciárias sob a perspec- V - fomentar e desenvolver pesquisas e estu-
tiva de gênero; dos relativos ao encarceramento feminino.

VII - incentivo à formação e capacitação de Art. 4º - São metas da PNAMPE:


profissionais vinculados à justiça criminal e ao sis- I - criação e reformulação de bancos de dados
tema prisional, por meio da inclusão da temática de em âmbito estadual e nacional sobre o sistema pri-
gênero e encarceramento feminino na matriz curri- sional, que contemplem:
cular e cursos periódicos;
a) quantidade de estabelecimentos femininos
VIII - incentivo à construção e adaptação de e mistos que custodiam mulheres, indicando nú-
unidades prisionais para o público feminino, exclu- mero de mulheres por estabelecimento, regime e
sivas, regionalizadas e que observem o disposto na quantidade de vagas;
Resolução nº 9, de 18 de novembro de 2011, do
b) existência de local adequado para visitação,
Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten-
ciária - CNPCP; frequência e procedimentos necessários para in-
gresso do visitante social e íntimo;
IX - fomento à identificação e monitoramento
c) quantidade de profissionais inseridos no sis-
da condição de presas provisórias, com a imple-
tema prisional feminino, por estabelecimento e área
mentação de medidas que priorizem seu atendi-
de atuação;
mento jurídico e tramitação processual;
d) quantidade de mulheres gestantes, lactan-
X - fomento ao desenvolvimento de ações que
tes e parturientes;
visem à assistência às pré-egressas e egressas do
sistema prisional, por meio da divulgação, orienta- e) quantidade e idade dos filhos em ambiente
ção ao acesso às políticas públicas de proteção so- intra e extramuros, bem como pessoas ou órgãos
cial, trabalho e renda; responsáveis pelos seus cuidados;

288
f) indicação do perfil da mulher privada de li- 2. vestuário: enxoval básico composto por, no
berdade, considerando estado civil, faixa etária, cor mínimo, uniforme específico, agasalho, roupa ín-
ou etnia, deficiência, nacionalidade, religião, grau tima, meias, chinelos, itens de cama e banho, ob-
de instrução, profissão, rendas mensais da família servadas as condições climáticas locais e em quan-
anterior ao aprisionamento e atual, documentação tidade suficiente; e 3. itens de higiene pessoal: kit
civil, tempo total das penas, tipos de crimes, proce- básico composto por, no mínimo, papel higiênico,
dência de área rural ou urbana, regime prisional e sabonete, creme e escova dental, xampu, condici-
reiteração criminal; onador, desodorante e absorvente, em quantidade
g) quantidade de mulheres inseridas em ativi- suficiente;
dades laborais internas e externas e educacionais, b) acesso à saúde em consonância com a Po-
formais e profissionalizantes; lítica Nacional de Atenção Integral à Saúde das
h) quantidade de mulheres que recebem assis- Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisio-
tência jurídica regular, da Defensoria Pública, outro nal, a Política Nacional de Atenção Integral à Sa-
órgão ou advogado particular, e frequência desses úde da Mulher e as políticas de atenção à saúde da
procedimentos na unidade prisional; criança, observados os princípios e as diretrizes do
Sistema Único de Saúde - SUS, bem como o fo-
i) quantidade e motivo de óbitos relacionados mento ao desenvolvimento de ações articuladas
à mulher e à criança, no âmbito do sistema prisio- com as secretarias estaduais e municipais de sa-
nal; úde, visando o diagnóstico precoce e tratamento
j) dados relativos à incidência de hipertensão, adequado, com implantação de núcleos de referên-
diabetes, tuberculose, hanseníase, Doenças Sexu- cia para triagem, avaliação inicial e encaminha-
almente Transmissíveis - DST, Síndrome da Imu- mentos terapêuticos, voltados às mulheres com
nodeficiência Adquirida - AIDS-HIV e outras doen- transtorno mental.
ças; c) acesso à educação em consonância com o
Daniel RIBEIRO DEPlanoANDRADE
Estratégico de Educação no âmbito do Sis-
k) quantidade de mulheres inseridas em pro-
danielicoense@gmail.com
gramas de atenção à saúde mental e dependência tema Prisional e as Diretrizes Nacionais para a
química; 609.749.013-50
Oferta de Educação para Jovens e Adultos em Si-
tuação de Privação de Liberdade nos Estabeleci-
l) quantidade e local de permanência das mu-
mentos Penais, associada a ações complementa-
lheres internadas em cumprimento de medidas de
res de cultura, esporte, inclusão digital, educação
segurança e total de vagas; e
profissional, fomento à leitura e a programas de im-
m) quantidade de mulheres que deixaram o plantação, recuperação e manutenção de bibliote-
sistema prisional por motivos de alvará de soltura, cas;
indulto, fuga, progressão de regime ou aplicação de
d) acesso à assistência jurídica integral para
medidas cautelares diversas da prisão.
garantir a ampla defesa e o contraditório nos pro-
II - incentivo aos órgãos estaduais de adminis- cessos judiciais e administrativos relativos à execu-
tração prisional para que promovam a efetivação ção penal, viabilizando o atendimento pessoal por
dos direitos fundamentais no âmbito dos estabele- intermédio da Defensoria Pública, outro órgão, ad-
cimentos prisionais, levando em conta as peculiari- vogado particular ou pela realização de parcerias;
dades relacionadas a gênero, cor ou etnia, orienta-
e) acesso a atendimento psicossocial desen-
ção sexual, idade, maternidade, nacionalidade, re-
volvido no interior das unidades prisionais, por meio
ligiosidade e deficiências física e mental, bem como
de práticas interdisciplinares nas áreas de depen-
aos filhos inseridos no contexto prisional, que con-
dência química, convivência familiar e comunitária,
templem:
saúde mental, violência contra a mulher e outras,
a) assistência material: alimentação, vestuário as quais devem ser articuladas com programas e
e instalações higiênicas, incluindo itens básicos, políticas governamentais;
tais como:
f) assistência religiosa com respeito à liber-
1. alimentação: respeito aos critérios nutricio- dade de culto e de crença; e
nais básicos e casos de restrição alimentar;
g) acesso à atividade laboral com desenvolvi-
mento de ações que incluam, entre outras, a

289
formação de redes cooperativas e a economia soli- ambientes intra e extramuros à rede pública de
dária, observando: educação infantil; e 10. disponibilização de dias de
1. compatibilidade das horas diárias de traba- visitação especial, diferentes dos dias de visita so-
lho e estudo que possibilitem a remição; e 2. com- cial, para os filhos e dependentes, crianças e ado-
patibilidade da atividade laboral com a condição de lescentes, sem limites de quantidade, com defini-
gestante e mãe, garantida a remuneração, a remi- ção das atividades e do papel da equipe multidisci-
ção e a licença maternidade para as mulheres que plinar;
se encontravam trabalhando. i) respeito à dignidade no ato de revista às pes-
h) atenção específica à maternidade e à cri- soas que ingressam na unidade prisional, inclusive
ança intramuros, observando: crianças e adolescentes;

1. identificação da mulher quanto à situação de j) implementação de ações voltadas ao trata-


gestação ou maternidade, quantidade e idade dos mento adequado à mulher estrangeira, obser-
filhos e das pessoas responsáveis pelos seus cui- vando:
dados e demais informações, por meio de preen- 1. realização de parcerias voltadas à regulari-
chimento de formulário próprio; zação da sua permanência em solo brasileiro, du-
2. inserção da mulher grávida, lactante e mãe rante o período de cumprimento da pena;
com filho em local específico e adequado com dis- 2. articulação de gestões entre as unidades pri-
ponibilização de atividades condizentes à sua situ- sionais e as embaixadas e consulados visando à
ação, contemplado atividades lúdicas e pedagógi- efetivação dos direitos da estrangeira em privação
cas, coordenadas por equipe multidisciplinar; de liberdade;
3. autorização da presença de acompanhante 3. instituição de parcerias voltadas à emissão
da parturiente, devidamente cadastrada/o junto ao de Cadastro de Pessoa Física - CPF provisório,
estabelecimento prisional, durante todo o período com vistas à abertura de conta bancária e ao
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, acesso a programas de reintegração social e assis-
conforme disposto no art. 19-J da Lei danielicoense@gmail.com
nº 8.080, de tência à mulher presa;
19 de setembro de 1990; 609.749.013-50
4. garantia de acesso à informação sobre direi-
4. proibição do uso de algemas ou outros tos, procedimentos de execução penal no território
meios de contenção em mulheres em trabalho de nacional, questões migratórias, bem como telefo-
parto e parturientes, observada a Resolução nº 3, nes de contato de órgãos brasileiros, embaixadas
de 1º de junho de 2012, do CNPCP; e consulados estrangeiros, preferencialmente no
5. inserção da gestante na Rede Cegonha, idioma materno;
junto ao SUS, desde a confirmação da gestação 5. instituição de procedimentos que permitam
até os dois primeiros anos de vida do bebê; a manutenção dos vínculos familiares, por meio de
6. desenvolvimento de ações de preparação contato telefônico, videoconferência, cartas, entre
da saída da criança do estabelecimento prisional e outros;
sensibilização dos responsáveis ou órgãos por seu 6. incentivo do acesso à educação à distância,
acompanhamento social e familiar; quando disponibilizado pelo respectivo consulado,
7. respeito ao período mínimo de amamenta- sem prejuízo da participação nas atividades educa-
ção e de convivência da mulher com seu filho, con- tivas existentes na unidade prisional; e 7. fomento
forme disposto na Resolução nº 3 de 15 de julho de à viabilização de transferência das presas estran-
2009, do CNPCP, sem prejuízo do disposto no art. geiras não residentes ao seu país de origem, espe-
89 da Lei 7.210 de 11 de julho de 1984; cialmente se nele tiverem filhos, caso haja tratados
ou acordos internacionais em vigência, após prévia
8. desenvolvimento de práticas que assegurem requisição e o consentimento da presa.
a efetivação do direito à convivência familiar, na
forma prevista na Lei nº 8.069, de 13 de julho de l) promoção de ações voltadas à presa provi-
1990; sória, observando:

9. desenvolvimento de ações que permitam 1. adoção de medidas adequadas, de caráter


acesso e permanência das crianças que estão em normativo ou prático, para garantir sua segurança
e integridade física;

290
2. garantia da custódia da presa provisória em l) direitos e políticas sociais.
local adequado, sendo vedada sua manutenção em VI - promoção de ações voltadas às pré-egres-
distritos policiais; e 3. adoção de medidas necessá- sas e egressas do sistema prisional, por meio de
rias para viabilização do exercício do direito a voto. setor interdisciplinar específico, observando:
III - garantia de estrutura física de unidades pri- a) disponibilização, no momento da saída da
sionais adequada à dignidade da mulher em situa- egressa do estabelecimento prisional, de seus do-
ção de prisão, de acordo com a Resolução nº 9, de cumentos pessoais, inclusive relativos à sua saúde,
18 de novembro de 2011, do Conselho Nacional de e outros pertences;
Política Criminal e Penitenciária - CNPCP, com a
implementação de espaços adequados à efetiva- b) articulação da secretaria estadual de admi-
ção dos direitos das mulheres em situação de pri- nistração prisional com os órgãos responsáveis,
são, tais como saúde, educação, trabalho, lazer, com vistas à retirada de documentos; e
estudo, maternidade, visita íntima, dentre outros; c) viabilização, por meio de parcerias firmadas
IV - promoção de ações voltadas à segurança pelo órgão estadual de administração prisional, de
e gestão prisional, que garantam: tratamento de dependência química, inclusão em
programas sociais, em cursos profissionalizantes,
a) procedimentos de segurança, regras disci- geração de renda, de acordo com os interesses da
plinares e escolta diferenciados para as mulheres egressa.
idosas, com deficiência, gestantes, lactantes e
mães com filhos, inclusive de colo; Art. 5º - Para a efetivação dos direitos de que
b) desenvolvimento de práticas alternativas à trata esta Portaria deverão ser assegurados recur-
revista íntima nas pessoas que ingressam na uni- sos humanos e espaços físicos adequados às di-
dade prisional, especialmente crianças e adoles- versas atividades para a integração da mulher e de
centes; e seus filhos.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADEArt. 6º - As unidades prisionais deverão pro-
c) oferecimento de transporte diferenciado
danielicoense@gmail.com
para mulheres idosas, com deficiência, gestantes, videnciar a documentação civil básica que permita
609.749.013-50
lactantes e mães com filhos, sem utilização de al- acesso das mulheres, inclusive das estrangeiras, à
gemas. educação e ao trabalho.
V - capacitação permanente de profissionais Art. 7º - O Departamento Penitenciário Naci-
que atuam em estabelecimentos prisionais de cus- onal - DEPEN deverá se articular com os órgãos
tódia de mulheres, com implementação de matriz estaduais de administração prisional para que se-
curricular que contemple temas específicos, tais jam constituídas comissões intersetoriais específi-
como: cas para tratar dos assuntos relacionados às mu-
a) identidade de gênero; lheres em situação de privação de liberdade e
egressas do sistema prisional.
b) especificidades da presa estrangeira;
Art. 8º - O DEPEN deverá se articular com os
c) orientação sexual, direitos sexuais e repro-
órgãos estaduais de administração prisional para
dutivos;
que seja elaborado um planejamento institucional
d) abordagem étnico-racial; para o cumprimento gradual das estratégias esta-
e) prevenção da violência contra a mulher; belecidas nesta Política e nas políticas estaduais,
com vistas à melhoria de práticas voltadas às mu-
f) saúde da mulher, inclusive mental, e dos fi- lheres em situação de privação de liberdade e
lhos inseridos no contexto prisional; egressas do sistema prisional.
g) acessibilidade; Parágrafo único - No âmbito do DEPEN, o pla-
h) dependência química; nejamento institucional será coordenado pela Co-
i) maternidade; missão Especial do Projeto Efetivação dos Direitos
das Mulheres no Sistema Penal.
j) desenvolvimento infantil e convivência fami-
liar; Art. 9º - O DEPEN prestará apoio técnico e
financeiro aos órgãos estaduais de administração
k) arquitetura prisional; e
prisional, com ênfase nas seguintes áreas:

291
I - educação e capacitação profissional de ser- I - Secretaria de Direitos Humanos da Presi-
vidores, priorizando os projetos em estabelecimen- dência da República;
tos prisionais que custodiam mulheres; II - Secretaria de Políticas de Promoção da
II - trabalho, disponibilizando maquinários para Igualdade Racial da Presidência da República;
oficinas laborais; III - Secretaria Nacional de Juventude da Se-
III - saúde, priorizando o aparelhamento de cretaria-Geral da Presidência da República;
centros de referência à saúde materno-infantil, bem IV - Ministério da Saúde;
como articulações voltadas à garantia da saúde da
mulher presa; V - Ministério da Educação;
IV - aparelhamento, incentivando o desenvolvi- VI - Ministério do Trabalho e Emprego;
mento de novas tecnologias que possam ser adap- VII - Ministério da Cultura;
tadas ao ambiente prisional, voltadas às especifici-
VIII - Ministério do Desenvolvimento Social e
dades da mulher; e
Combate à Fome;
V - engenharia, elaborando projetos referência
IX - Ministério do Esporte;
para a construção de unidades prisionais específi-
cas femininas. § 3º - Poderão ser convidados a participar das
reuniões do Comitê Gestor especialistas e repre-
Art. 10 - Fica instituído, no âmbito do Minis- sentantes de outros órgãos ou entidades públicas
tério da Justiça, o Comitê Gestor da PNAMPE, para e privadas, federais e estaduais, com atribuições
fins de monitoramento e avaliação de seu cumpri- relacionadas à PNAMPE.
mento.
§ 4º - Os representantes titulares e seus su-
§ 1º - O Comitê Gestor de que trata o caput plentes de que tratam os § § 1º e 2º serão designa-
será composto por representantes, titulares e su- dos por ato do Diretor-Geral do DEPEN, após indi-
plentes, dos seguintes órgãos: Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
cação dos órgãos que representam
danielicoense@gmail.com
I - Departamento Penitenciário Nacional: § 5º - A participação no Comitê Gestor é con-
609.749.013-50
siderada prestação de serviço público relevante,
a) Coordenação do Projeto Efetivação dos Di-
reitos das Mulheres no Sistema Penal; não remunerada.
b) Ouvidoria do Departamento Penitenciário Art. 11 - A coordenação do Comitê Gestor
Nacional; será exercida por um representante da Comissão
c) Coordenação-Geral de Reintegração Social Especial do Projeto Efetivação dos Direitos das Mu-
e Ensino; lheres no Sistema Penal indicado pelo DEPEN, e
um representante da Secretaria de Enfrentamento
d) Coordenação-Geral do Fundo Penitenciário à Violência contra as Mulheres, indicado pela SPM.
Nacional;
Art. 12 - O Comitê Gestor realizará reuniões
e) Coordenação-Geral de Penas e Medidas Al-
ternativas; trimestrais, podendo ser convocada reunião extra-
ordinária pela coordenação, e deverá apresentar:
f) Coordenação-Geral de Pesquisas e Análise
da Informação; I - no prazo de noventa dias, a contar da publi-
cação desta Portaria, plano de trabalho de suas ati-
g) Coordenação de Saúde; e vidades com metas e prazos; e
h) Coordenação de Educação; II - relatórios anuais de avaliação de cumpri-
II - Secretaria de Políticas para as Mulheres da mento da PNAMPE, com sugestões de aperfeiçoa-
Presidência da República: mento de sua implementação.
a) Coordenação de Acesso à Justiça, da Se- Art. 13 - O DEPEN e a Secretaria de Políticas
cretaria de Enfrentamento à Violência contra as para as Mulheres observarão a PNAMPE na cele-
Mulheres. bração de convênios e nos repasses de recursos
§ 2º - Serão convidados permanentes a inte- aos órgãos e entidades federais e estaduais do sis-
grar o Comitê Gestor um representante de cada um tema prisional brasileiro.
dos seguintes órgãos:

292
Art. 14 - Esta Portaria entra em vigor na data
de sua publicação.

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE


danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

293
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

294
não previdenciários, dos ocupantes de cargos ou
funções integrantes de seu quadro, será conside-
rada parte integrante da estrutura organizacional
da Polícia Civil do Estado, sendo dirigida pelo Pe-
rito-Geral da Perícia Forense, de livre nomeação e
exoneração do Governador do Estado, e garantida
a sua autonomia administrativa e financeira, inclu-
sive mediante dotação orçamentária própria”. (NR)
Art. 179. A atividade policial é submetida ao
TÍTULO VI controle externo do Ministério Público, deste de-
vendo atender às notificações, requisições de dili-
gências investigatórias e instauração de inquéritos,
CAPÍTULO V
em estrita observância dos disciplinamentos cons-
DA SEGURANÇA PÚBLICA, titucionais e processuais.
PENITENCIÁRIA E DEFESA CIVIL
Art. 180. O Conselho de Segurança Pública
é órgão com funções consultivas e fiscalizadoras
SEÇÃO I
da política de segurança pública.
DISPOSIÇÕES GERAIS
*§ 1.º A lei disporá sobre a estrutura, composi-
ção e competência do Conselho, garantida a repre-
Daniel
Art. 178. A segurança pública, RIBEIRO DEsentação
penitenciária ANDRADE de membros indicados pela Polícia Civil,
e a defesa civil são cumpridas pelodanielicoense@gmail.com
Estado do Ce- pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Penal, pelo
ará para proveito geral, com a responsabilidade cí- Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
609.749.013-50
vica de todos na preservação da ordem coletiva, e Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Ce-
com direito que a cada pessoa assiste receber le- ará e pelas entidades representativas da sociedade
gítima proteção para sua incolumidade e socorro, civil, dedicadas à preservação da dignidade da pes-
em caso de infortúnio e calamidade, e garantia ao soa humana.” (NR)
patrimônio público ou privado e à tranquilidade ge- §2º O Conselho gozará de autonomia adminis-
ral da sociedade, mediante sistema assim constitu- trativa e financeira, com quadro próprio de pessoal
ído: e dotações orçamentárias que lhe sejam direta-
I – Polícia Civil; mente vinculadas.
II – Organizações Militares: Art. 180-A. O Poder Executivo instituirá, na
a) Polícia Militar; forma da lei, a Controladoria Geral de Disciplina
dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Peni-
b) Corpo de Bombeiros;
tenciário, de controle externo disciplinar, com auto-
III – Polícia Penal. nomia administrativa e financeira, com objetivo ex-
§ 1.º Todos os órgãos que integram o sistema clusivo de apurar a responsabilidade disciplinar e
de segurança pública, penitenciária e a defesa civil aplicar as sanções cabíveis, aos militares da Polí-
estão identificados pelo comum objetivo de prote- cia Militar, militares do Corpo de Bombeiro Militar,
ger a pessoa humana, e combater os atos atenta- membros das carreiras de Polícia Judiciária, e
tórios aos seus direitos, adotando as medidas le- membros da carreira de Segurança Penitenciária.
gais adequadas à contenção de danos físicos e pa- Parágrafo único. O titular do Órgão previsto no
trimoniais, velando pela paz social, prestando recí- caput deste artigo é considerado Secretário de Es-
proca colaboração à salvaguarda dos postulados tado.
do Estado Democrático de Direito.” (NR)
Art. 181. Fica criado o Conselho Estadual de
§ 2.º A Perícia Forense do Estado do Ceará – Defesa da Pessoa Humana, constituído
Pefoce, exclusivamente para efeitos funcionais,

295
exclusivamente por representantes da comuni- Art. 184. Compete à Polícia Civil exercer com
dade, com a incumbência de apurar violação a di- exclusividade as funções de polícia judiciária e a
reitos humanos em todo o território cearense para apuração de infrações penais, exceto militares, re-
posterior encaminha mento ao Ministério Público, a alizando as investigações por sua própria iniciativa,
fim de que seja promovida a responsabilidade dos ou mediante requisições emanadas das autorida-
infratores. des judiciárias ou do Ministério Público.
§1º O Conselho gozará de autonomia adminis- *§1º Os delegados de polícia de classe inicial
trativa e financeira, com quadro próprio de pessoal percebem idêntica remuneração aos promotores
e dotações orçamentárias que lhe sejam direta- de primeira entrância, prosseguindo na equivalên-
mente vinculadas. cia entre as demais classes pelo escalonamento
*§2º A lei poderá conferir a órgãos da socie- das entrâncias judiciárias.
dade civil e das comunidades interessadas atribui- *§2º Os integrantes das carreiras policiais civis
ções consultivas na elaboração da política de se- são mantidos em regime de uniformidade de remu-
gurança pública do Estado, com especificações re- neração para os cargos de equivalentes níveis nos
gionais. cursos especializados das diferentes carreiras das
Art. 182. A legislação estadual sobre Polícia áreas profissionais que as integram.
Militar e Corpo de Bombeiros sujeitar- -se-á às nor- *§3º Os vencimentos dos integrantes das car-
mas gerais de organização, efetivo, material bélico, reiras policiais civis serão fixados com diferença
garantias, convocação, mobilização, nas latitudes não superior a dez por cento de uma para outra das
fixadas em lei complementar federal. classes da carreira.
Art. 185.Para garantia do direito constitucio-
SEÇÃO II nal de atendimento a mulher, vítima de qualquer
DA POLÍCIA CIVILDaniel RIBEIRO DE forma de violência, deve o Estado instituir delega-
ANDRADE
cias especializadas de atendimento à mulher em
danielicoense@gmail.com
todos os municípios com mais de sessenta mil ha-
Art. 183. A Polícia Civil, instituição perma-
609.749.013-50
bitantes.
nente orientada com base na hierarquia e disci-
plina, subordinada ao Governador do Estado do Parágrafo único. O corpo funcional das delega-
Ceará, é organizada em carreira, sendo os órgãos cias especializadas de atendimento à mulher será
de sua atividade-fim dirigidos por delegados, cujo composto, preferencialmente, por servidores do
cargo integra, para todos os fins, inclusive de limi- sexo feminino.
tes remuneratórios, as carreiras jurídicas do Es-
Art. 186. O delegado titular residirá na res-
tado. (NR)
pectiva circunscrição policial.
*§1º A Chefia da Polícia Civil é privativa de de-
legado de carreira, de livre escolha do Governador
do Estado. SEÇÃO III
DA POLÍCIA MILITAR
*§2º Os Delegados de carreira da Polícia Civil
deverão enviar anualmente declaração de seus
bens, dos bens de seus cônjuges e dos descenden- Art. 187. A Polícia Militar do Ceará é institui-
tes até o primeiro grau ou por adoção, à Superin- ção permanente, orientada com base nos princí-
tendência de Polícia Civil e à Corregedoria Geral pios da legalidade, da probidade administrativa, da
dos Órgãos de Segurança Pública, que adotarão as hierarquia e da disciplina, constituindo-se força au-
providências cabíveis em caso de suspeita de enri- xiliar e reserva do Exército, subordinada ao Gover-
quecimento ilícito ou outras irregularidades. nador do Estado, tendo por missão fundamental
exercer a polícia ostensiva, preservar a ordem pú-
*§3º As declarações de bens a que se refere o
blica e garantir os poderes constituídos no regular
parágrafo anterior deverão ser publicadas no Diário
desempenho de suas competências, cumprindo as
Oficial do Estado e postas à disposição de qualquer
requisições emanadas de qualquer destes.
interessado, mediante requerimento devidamente
justificado.

296
§1º Os títulos, postos, graduações, uniformes, cumprimento às requisições emanadas dos Pode-
símbolos e distintivos são privativos dos integran- res Estaduais.
tes da corporação. §1º Os títulos, postos, graduações, uniformes,
*§2º O Comando da Polícia Militar é privativo símbolos e distintivos são privativos dos integran-
de coronel da corporação, em serviço ativo, obser- tes da corporação.
vadas as condições indicadas em Lei, de livre es- *§2º O Comando do Corpo de Bombeiros Mili-
colha do Governador do Estado. tar é privativo de coronel da corporação, em serviço
Art. 188. Incumbe à Polícia Militar a atividade ativo, observadas as condições indicadas em Lei,
da preservação da ordem pública em todas as suas de livre escolha do Governador do Estado.
modalidades e proteção individual, com desempe- Art. 190. Incumbe ao Corpo de Bombeiros,
nhos ostensivos para inibir os atos atentatórios a no âmbito estadual, a coordenação da defesa civil
pessoas e bens. e o cumprimento entre outras das atividades se-
Parágrafo único. A lei disciplinará o efetivo da guintes:
Polícia Militar, dispondo sobre sua organização, I – prevenção e combate a incêndio;
funcionamento e medidas aplicáveis, para garantir
a sua eficiência operacional, distribuindo as res- II – proteção, busca e salvamento;
ponsabilidades em consonância com os graus hie- III – socorro médico de emergência pré-hospi-
rárquicos. talar;
IV – proteção e salvamento aquáticos;
SEÇÃO IV
V – pesquisas científicas em seu campo de
DA POLÍCIA PENAL
atuação funcional;
Art. 188-A. A Polícia Penal de natureza per- VI – controle da observância dos requisitos téc-
Daniel RIBEIRO DEnicos ANDRADE
contra incêndios de projetos de edificações,
manente, com função indelegável de Estado, vin-
danielicoense@gmail.com
culada ao órgão administrador do sistema penal da antes de sua liberação ao uso; e
unidade federativa a que pertencem, cabe 609.749.013-50
a segu- *VII – atividades educativas de prevenção de
rança dos estabelecimentos penais. incêndio, pânico coletivo, proteção ao meio ambi-
ente e atividades socioculturais.
Art. 188-B. O preenchimento do quadro de
servidores das polícias penais será feito, exclusiva- Parágrafo único. A lei disciplinará o efetivo do
mente, por meio de concurso público e por meio da Corpo de Bombeiros, dispondo sobre sua organi-
transformação dos cargos isolados, dos cargos de zação, funcionamento e medidas aplicáveis, para
carreira dos atuais agentes penitenciários e dos garantir a sua eficiência operacional, distribuindo
cargos públicos equivalentes. as responsabilidades em consonância com os
graus hierárquicos.
Parágrafo único. Lei disporá sobre a regula-
mentação da Polícia Penal.”

SEÇÃO V
DO CORPO DE BOMBEIROS

Art. 189. O Corpo de Bombeiros Militar é ins-


tituição permanente orientada com base nos princí-
pios da legalidade da probidade administrativa, da
hierarquia e da disciplina, constituindo-se força au-
xiliar e reserva do Exército, subordinada ao Gover-
nador do Estado, sendo organizado em carreira, TÍTULO I
tendo por missão fundamental a proteção da pes- DO REGIME JURÍDICO DO FUNCIONÁRIO
soa, visando sua incolumidade em situações de
risco, infortúnio ou de calamidade, devendo

297
CAPÍTULO ÚNICO Art. 7º - De acordo com a natureza dos car-
DOS PRINCÍPIOS GERAIS gos, o seu provimento pode ser em caráter efetivo
ou em comissão.
Art. 1º - Regime Jurídico do Funcionário Civil Art. 8º - Os cargos em comissão serão provi-
é o conjunto de normas e princípios, estabelecidos dos, por livre nomeação da autoridade competente,
por este Estatuto e legislação complementar, re- dentre pessoas que possuam aptidão profissional e
gula- dores das relações entre o Estado e o ocu- reúnam as condições necessárias à sua investi-
pante de cargo público. dura, conforme se dispuser em regulamento.
Art. 2º - Aplica-se o regime jurídico de que § 1º - A escolha dos ocupantes de cargos em
trata esta lei: comissão poderá recair, ou não, em funcionário do
Estado, na forma do regulamento.
I - aos funcionários do Poder Executivo;
§ 2º - No caso de recair a escolha em servidor
II - aos funcionários autárquicos do Estado;
de entidade da Administração Indireta, ou em fun-
III - aos funcionários administrativos do Poder cionário não subordinado à autoridade competente
Legislativo; para nomear, o ato de nomeação será precedido
IV - aos funcionários administrativos do Tribu- da necessária requisição.
nal de Contas do Estado e do Conselho de Contas § 3º - A posse em cargo em comissão deter-
dos Municípios. mina o concomitante afastamento do funcionário do
cargo efetivo de que for titular, ressalvados os ca-
Art. 3º - Funcionário Público Civil é o ocu-
sos de comprovada acumulação legal.
pante de cargo público, ou o que, extinto ou decla-
rado desnecessário o cargo, é posto em disponibi- Art. 9º - Os cargos públicos são providos por:
lidade.
I - nomeação;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 4º - Cargo público é o lugar inserido no II - promoção;
danielicoense@gmail.com
Sistema Administrativo Civil do Estado, caracteri-
zando-se, cada um, por determinado conjunto de
609.749.013-50
V - reintegração;
atribuições e responsabilidades de natureza per- VI - aproveitamento;
manente. VII - reversão;
Parágrafo único - Exclui-se da regra conceitual VIII - transposição;
deste artigo o conjunto de empregos que, inserido
no Sistema Administrativo Civil do Estado, se su- IX - transformação.
bordina à legislação trabalhista. Art. 10º - O ato de provimento deverá indicar
Art. 5º - Para os efeitos deste Estatuto, consi- a existência de vaga, com os elementos capazes
dera-se Sistema Administrativo o complexo de ór- de identificá-la.
gãos dos Poderes Legislativo e Executivo e suas Art. 11 - O disciplinamento normativo das for-
entidades autárquicas. mas de provimento dos cargos públicos referidos
nos itens VIII e IX do art. 9º é objeto de legislação
TÍTULO II específica.
DO PROVIMENTO DOS CARGOS

CAPÍTULO II
CAPÍTULO I
DO CONCURSO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 6º - Os cargos públicos do Estado do Ce- Art. 12 - Compete a cada Poder e a cada Au-
ará são acessíveis a todos brasileiros, observadas tarquia ou órgão auxiliar, autônomo, a iniciativa dos
as condições prescritas concursos para provimento dos cargos vagos.
em lei e regulamento. Art. 13 - A realização dos concursos para
provi- mento dos cargos da Administração Direta

298
do Poder Executivo competirá ao Órgão Central do quando referentes a cargo do Magistério e de ativi-
Sistema de Pessoal. dades de nível superior ou outros de denominação
§ 1º - A execução dos concursos para pro- genérica;
vimento dos cargos da lotação do Tribunal de Con- IV - o prazo de validade do concurso, de dois
tas do Estado, do Conselho de Contas dos Muni- (2) anos, prorrogável a juízo da autoridade que o
cípios e das Autarquias receberá a orientação nor- abriu ou o iniciou;
mativa e supervisão técnica do órgão central refe- V - descrição sintética do cargo, incluindo
rido neste artigo. exemplificação de tarefas típicas, horário, condi-
§ 2º - O Órgão Central do Sistema de Pessoal ções de trabalho e retribuição;
poderá delegar a realização dos concursos aos ór- VI - tipos e Programa das Provas;
gãos setoriais e seccionais de pessoal das diversas
repartições e entidades, desde que estes apresen- VII - exigências outras, de acordo com as espe-
tem condições técnicas para efetivação das ativi- cificações do cargo.
dades de recrutamento e seleção, permanecendo, § 2º - Independerá de idade, a inscrição do
sempre, o órgão delegante, com a responsabili- candidato que seja servidor de Órgãos da Adminis-
dade pela perfeita execução da atividade delegada. tração Estadual Direta ou Indireta.
Art. 14 - É fixada em cinquenta (50) anos a § 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, a ha-
idade máxima para inscrição em concurso público bilitação no concurso somente produzirá efeito se,
destina- do a ingresso nas categorias funcionais no momento da posse ou exercício no novo cargo
instituídas de acordo com a Lei Estadual nº. 9.634, ou emprego, o candidato ainda possuir a qualidade
de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as exce- de servidor ativo, vedada a aposentadoria conco-
ções a seguir indicadas: mitante para elidir a acumulação do cargo.
I - para a inscrição em concurso para o Grupo Art. 15 - Encerradas as inscrições, legal-
de Tributação e Arrecadação a Daniel RIBEIRO
idade limite é de DEmente
ANDRADE
pro- cessadas, para concurso destinado ao
trinta e cinco (35) anos. danielicoense@gmail.com
provimento de qualquer cargo, não se abrirão no-
609.749.013-50
II - e para inscrição em concurso destinado ao vas inscrições antes da realização do concurso.
ingresso nas categorias funcionais do Grupo Segu- Art. 16 - Ressalvado o caso de expressa con-
rança Pública, são fixados os seguintes limites má- dição básica para provimento de cargo prevista em
ximos de idade: regulamento, independerá de limite de idade a ins-
a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar crição, em concurso, de ocupante em cargo público
de ingresso em categoria funcional que importe em
exigência de curso de nível médio; e
CAPÍTULO III
b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar DA NOEMAÇÃO
de ingresso nas demais categorias;
c) independerá dos limites previstos nas alí- Art. 17 - A nomeação será feita:
neas anteriores a inscrição do candidato que já
I - em caráter vitalício, nos casos expressa-
ocupe cargo integrante do Grupo Segurança Pú-
mente previstos na Constituição;
blica.
II - em caráter efetivo, quando se tratar de no-
§ 1º - Das inscrições para o concurso consta-
meação para cargo da classe inicial ou singular de
rão, obrigatoriamente:
determinada categoria funcional;
I - o limite de idade dos candidatos, que poderá
III - em comissão, quando se tratar de cargo
variar de dezoito (18) anos completos até cinquenta
que assim deve ser provido.
(50) anos incompletos, na forma estabelecida no
caput deste artigo; Parágrafo único - Em caso de impedimento
temporário do titular do cargo em comissão, a au-
II - o grau de instrução exigível, mediante
toridade competente nomeará o substituto, exone-
apresentação do respectivo certificado;
rando-o, findo o período da substituição.
III - a quantidade de vagas a serem preenchi-
das, distribuídas por especialização da disciplina,

299
Art. 18 - Será tornada sem efeito a nomeação I - o Governador do Estado, às autoridades
quando, por ato ou omissão do nomeado, a posse que lhe são diretamente subordinadas;
não se verificar no prazo para esse fim estabele- II - os Secretários de Estado, aos dirigentes
cido. de repartições que lhes são diretamente subordina-
das;
CAPÍTULO IV III - os dirigentes das Secretarias Administrati-
DA POSSE vas, ou unidades de administração geral equiva-
lente, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de
Art. 19 - Posse é o fato que completa a inves- Contas do Estado, e do Conselho de Contas dos
tidura em cargo público. Municípios, aos seus funcionários, se de outra ma-
neira não estabelecerem as respectivas leis orgâ-
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos nicas e regi- mentos internos;
de promoção, acesso e reintegração.
IV - o Diretor-Geral do órgão central do sis-
Art. 20 - Só poderá ser empossado em cargo tema de pessoal, aos demais funcionários da Ad-
público quem satisfizer os seguintes requisitos: ministração Direta;
I - ser brasileiro; V - os dirigentes das Autarquias, aos funcio-
II - ter completado 18 anos de idade; nários dessas entidades.

III - estar no gozo dos direitos políticos; Art. 22 - No ato da posse será apresentada
declaração, pelo funcionário empossado, dos bens
IV - estar quite com as obrigações militares e
e valores que constituem o seu patrimônio, nos ter-
eleitorais;
mos da regulamentação própria.
V - ter boa conduta;
Art. 23 - Poderá haver posse por procuração,
VI - gozar saúde, comprovadaDaniel RIBEIRO DE
em inspeção ANDRADE
quando se tratar de funcionário ausente do País ou
médica, na forma legal e regulamentar;danielicoense@gmail.com
do Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo
VII - possuir aptidão para o cargo; 609.749.013-50
da autoridade competente.
VIII - ter-se habilitado previamente em con- Art. 24 - A autoridade de que der posse veri-
curso, exceto nos casos de nomeação para cargo ficará, sob pena de responsabilidade:
em comissão ou outra forma de provimento para a
I - se foram satisfeitas as condições legais para
qual não se exija o concurso;
a posse;
IX - ter atendido às condições especiais, pres-
II - se do ato de provimento consta a existência
critas em lei ou regulamento para determinados
de vaga, com os elementos capazes de identificá-
cargos ou categorias funcionais.
la;
§ 1º - A prova das condições a que se refere
III - em caso de acumulação, se pelo órgão
os itens I e II deste artigo não será exigida nos ca-
competente foi declarada lícita.
sos de transferência, aproveitamento e reversão.
§ 2º - Ninguém poderá ser empossado em Art. 25 - A posse ocorrerá no prazo de 30
cargo efetivo sem declarar, previamente, que não (trinta) dias da publicação do ato de provimento no
ocupa outro cargo ou exerce função ou emprego órgão oficial.
público da União, dos Estados, dos Municípios, do Parágrafo único - A requerimento do funcioná-
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquias, em- rio ou de seu representante legal, a autoridade
presas públicas e sociedades de economia mista, competente para dar posse poderá prorrogar o
ou apresentar comprovante de exoneração ou dis- prazo previsto neste artigo, até o máximo de 60
pensa do outro cargo que ocupava, ou da função (sessenta) dias contados do seu término.
ou emprego que exerce, ou, ainda, nos casos de
acumulação legal, comprovante de ter sido a
mesma julgada lícita pelo órgão competente. CAPÍTULO V
DA FIANÇA
Art. 21 - São competentes para dar posse:

300
Art. 26 - O funcionário nomeado para cargo devendo ser obrigatoriamente supervisionado pela
cujo provimento dependa de prestação de fiança autoridade a que estiver sujeito hierarquicamente o
não poderá entrar em exercício sem a prévia satis- funcionário, ou nos termos do Regulamento.
fação dessa exigência. § 3º - Além de outros específicos indicados em
§ 1º - A fiança poderá ser prestada em: lei ou regulamento, os requisitos de que trata este
artigo são os seguintes:
I - dinheiro;
I - adaptação do servidor ao trabalho, verifi-
II - título da dívida pública da União ou do Es- cada por meio de avaliação da capacidade e quali-
tado, ações de sociedade de economia mista que o dade no desempenho das atribuições do cargo;
Estado participe como acionista, e
II - equilíbrio emocional e capacidade de inte-
III - apólice de seguro-fidelidade funcional, emi- gração;
tida por instituição oficial ou legalmente autorizada
para esse fim. III - cumprimento dos deveres e obrigações do
servidor público, inclusive com observância da
§ 2º - O seguro poderá ser feito pela própria ética profissional.
repartição em que terá exercício o funcionário.
§ 4º - O estágio probatório corresponderá a
§ 3º - Não se admitirá o levantamento da fiança uma complementação do concurso público a que
antes de tomada de contas do funcionário. se submeteu o servidor, devendo ser obrigatoria-
§ 4º - O responsável por alcance ou desvio de mente acompanhado e supervisionado pelo Chefe
bens do Estado não ficará isento da ação adminis- Imediato.
trativa que couber, ainda que o valor da fiança seja § 5º - Durante o estágio probatório, os cursos
superior ao dano verificado ao patrimônio público. de treinamento para formação profissional ou aper-
feiçoamento do servidor, promovidos gratuitamente
CAPÍTULO VIDaniel RIBEIRO DEpela Administração, serão de participação obriga-
ANDRADE
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO tória
danielicoense@gmail.com e o resultado obtido pelo servidor será consi-
derado por ocasião da avaliação especial de de-
609.749.013-50
sempenho, tendo a reprovação caráter eliminató-
Art. 27 - Estágio probatório é o triênio de efe- rio.
tivo exercício no cargo de provimento efetivo, con-
§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afasta-
tado do início do exercício funcional, durante o qual
mento dos servidores em estágio probatório, res-
é observado o atendimento dos requisitos neces-
salva- dos os casos previstos nos incisos I, II, III,
sários à confirmação do servidor nomeado em vir-
IV, V, VI, VIII, IX, X, XII, XIII, XV, XVI, XVII e XXI do
tude de concurso público
art.
§ 1º - Como condição para aquisição da esta-
§ 7º - O servidor em estágio probatório não fará
bilidade, é obrigatória a avaliação especial de de-
jus a ascensão funcional.
sempenho por comissão instituída para essa finali-
dade. § 8º - As faltas disciplinares cometidas pelo
servidor após o decurso do estágio probatório e an-
§ 2º - A avaliação especial de desempenho do
tes da conclusão da avaliação especial de desem-
servidor será realizada:
penho serão apuradas por meio de processo admi-
a) extraordinariamente, ainda durante o está- nistrativo-disciplinar, precedido de sindicância, esta
gio probatório, diante da ocorrência de algum fato quando necessária.
dela motivador, sem prejuízo da avaliação ordiná-
§ 9º - São independentes as instâncias admi-
ria;
nistrativas da avaliação especial de desempenho e
b) ordinariamente, logo após o término do es- do processo administrativo-disciplinar, na hipótese
tágio probatório, devendo a comissão ater-se ex- do parágrafo anterior, sendo que resultando exone-
clusiva- mente ao desempenho do servidor durante ração ou demissão do servidor, em qualquer dos
o período do estágio. pro- cedimentos, restará prejudicado o que estiver
§ 2º - O estágio probatório corresponderá a ainda em andamento.
uma complementação do processo seletivo,

301
§ 10. Na hipótese de afastamento do servidor CAPÍTULO VII
em estágio probatório para os fins previstos no in- DO EXERCÍCIO
cisos V, VI, VIII, IX, X, XIII, XV, XVI, XVIII e XIX do
art.
Art. 31 - O início, a interrupção e o reinício do
§ 11. O servidor em estágio probatório poderá
exercício das atribuições do cargo serão registra-
exercer cargo de provimento em comissão ou fun-
dos no cadastro individual do funcionário.
ção de direção, chefia ou assessoramento no seu
órgão ou entidade de origem, com função ou fun- Art. 32 - Ao dirigente da repartição para onde
ções similares ao cargo para o qual foi aprovado for designado o funcionário compete dar-lhe exer-
em concurso público, computando-se o tempo para cício.
avaliação essencial de desempenho do estágio
probatório. Art. 33 - O exercício funcional terá início no
prazo de trinta dias, contados da data:
§ 12. O servidor em estágio probatório poderá
ser cedido para órgão da Administração Pública di- I - da publicação oficial do ato, no caso de rein-
reta ou indireta para exercer quaisquer cargos de tegração;
provi- mento em comissão ou funções de direção, II - da posse, nos demais casos.
chefia ou assessoramento no âmbito Federal, Mu-
Art. 34 - O funcionário terá exercício na repar-
nicipal ou Estadual, com ônus para o destino, res-
tição onde for lotado o cargo por ele ocupado, não
tando suspenso o computo do estágio probatório,
podendo dela se afastar, salvo nos casos previstos
voltando este a ser contado a partir do término da
em lei ou regulamento.
cessão e, consequente retorno à origem.
§ 1º - O afastamento não se prolongará por
Art. 28 - O servidor que durante o estágio pro- mais de quatro anos consecutivos, salvo:
batório não satisfizer qualquer dos requisitos pre-
vistos no § 3º do artigo anterior, seráDaniel I - quando para exercer as atribuições de cargo
RIBEIRO DE ANDRADE
exonerado,
ou função
nos casos dos itens I e II, e demitido nadanielicoense@gmail.com
hipótese do de direção ou de Governo dos Estados,
item III. da União, Distrito Federal, Territórios e Municípios
609.749.013-50
e respectivas entidades da administração indireta;
Parágrafo único - O ato de exoneração ou de
demissão do servidor em razão de reprovação na II - quando à disposição da Presidência da Re-
avaliação especial de desempenho será expedido pública;
pela autoridade competente para nomear. III - quando para exercer mandato eletivo, es-
tadual, federal ou municipal, observado, quanto a
Art. 29 – O ato administrativo declaratório da
este, o disposto na legislação especial pertinente;
estabilidade do servidor no cargo de provimento
efetivo, após cumprimento do estágio probatório e IV - quando convocado para serviço militar
aprovação na avaliação especial de desempenho, obrigatório;
será expedido pela autoridade competente para no- V - quando se tratar de funcionário no gozo de
mear, retroagindo seus efeitos à data do término do licença para acompanhar o cônjuge.
período do estágio probatório.
§ 2º - Preso preventivamente, pronunciado por
Art. 30 - O funcionário estadual que, sendo crime comum ou denunciado por crime inafiançá-
estável, tomar posse em outro cargo para cuja con- vel, em processo do qual não haja pronúncia, o fun-
firmação se exige estágio probatório, será afas- cionário será afastado do exercício, até sentença
tado do exercício das atribuições do cargo que ocu- passada em julgado.
pava, com suspensão do vínculo funcional nos ter- § 3º O funcionário afastado nos termos do pa-
mos do artigo 66, item I, alíneas a, b e c desta lei. rágrafo anterior terá direito à percepção do benefí-
Parágrafo único - Não se aplica o disposto cio do auxílio-reclusão, nos termos desta Lei.
neste artigo aos casos de acumulação lícita.
Art. 35 - Para os efeitos deste Estatuto, en-
tendesse por lotação a quantidade de cargos, por
grupo, categoria funcional e classe, fixada em re-
gulamento como necessária ao desenvolvimento

302
das atividades das unidades e entidades do Sis- § 2º - Quando depender de ato da adminis-
tema Administrativo Civil do Estado. tração, o substituto será nomeado pelo Governa-
dor, Presidente da Assembleia, Presidente do Tri-
Art. 36 - Para entrar em exercício, o funcio-
bunal de Contas, Presidente do Conselho de Con-
nário é obrigado a apresentar ao órgão de pessoal tas dos Municípios, ou dirigente autárquico, con-
os elementos necessários à atualização de seu ca- forme o caso.
dastro individual.
§ 3º - A substituição, nos termos dos parágra-
fos anteriores, será gratuita, salvo se exceder de 30
CAPÍTULO VIII dias, quando então será remunerada por todo o pe-
DA REMOÇÃO ríodo.
Art. 41 - Em caso de vacância do cargo em
Art. 37 - Remoção é o deslocamento do fun- comissão e até seu provimento, poderá ser desig-
cionário de uma para outra unidade ou entidade do nado, pela autoridade imediatamente superior, um
Sistema Administrativo, processada de ofício ou a funcionário para responder pelo expediente.
pedido do funcionário, atendidos o interesse pú- Parágrafo único - Ao responsável pelo expedi-
blico e a conveniência administrativa. ente se aplicam as disposições do art. 40, § 3º.
§ 1º - A remoção respeitará a lotação das uni- Art. 42 - Pelo tempo da substituição remune-
dades ou entidades administrativas interessadas e rada, o substituto perceberá o vencimento e a gra-
será realiza- da, no âmbito de cada uma, pelos res- tificação de representação do cargo, ressalvado o
pectivos dirigentes e chefes, conforme se dispuser caso de opção, vedada, porém, a percepção cumu-
em regulamento. lativa de vencimento, gratificações e vantagens.
§ 2º - O funcionário estadual cujo cônjuge, tam- Art. 46 - Ascensão funcional é a elevação do
bém servidor público, for designado ex-offício
Daniel para DE ANDRADE
RIBEIRO funcionário de um cargo para outro de maiores res-
ter exercício em outro ponto do território estadual
danielicoense@gmail.com
ponsabilidades e atribuições mais complexas, ou
ou nacional ou for detentor de mandato eletivo, tem
que exijam maior tempo de preparação profissio-
direito a ser removido ou posto à disposição609.749.013-50
da uni-
nal, de nível de vencimento mais elevado, ou de
dade de serviço estadual que houver no lugar de
atribuições mais compatíveis com as suas apti-
domicílio do cônjuge ou em que funcionar o órgão
dões.
sede do mandato eletivo, com todos os direitos e
vantagens do cargo. Art. 47 - São formas de ascensão funcional:
Art. 38 - A remoção por permuta será proces- I - a promoção;
sada a pedido escrito de ambos os interessados e II - o acesso;
de acordo com as demais disposições deste Capí-
tulo. III - a transferência.
Art. 48 - A promoção é a elevação do funcio-
CAPÍTULO IX nário à classe imediatamente superior àquela em
que se encontra dentro da mesma série de classes
DA SUBSTITUIÇÃO
na categoria funcional a que pertencer.
Art. 49 - Acesso é a ascensão do funcionário
Art. 39 - Haverá substituição nos casos de
de classe final da série de classes de uma catego-
impedi- mento legal ou afastamento de titular de
ria funcional para a classe inicial da série de clas-
cargo em comissão.
ses ou de outra categoria profissional afim.
Art. 40 - A substituição será automática ou
Art. 50 - Transferência é a passagem do fun-
dependerá de nomeação.
cionário de uma para outra categoria funcional,
§ 1º - A substituição automática é estabelecida dentro do mesmo quadro, ou não, e atenderá sem-
em lei, regulamento, regimento ou manual de ser- pre aos aspectos da vocação profissional.
viço, e pro- ceder-se-á independentemente de la-
vratura de ato. Art. 51 - As formas de ascensão funcional
obedecerão sempre a critério seletivo, mediante

303
provas que sejam capazes de verificar a qualifica- § 1º - O aproveitamento dependerá de provas
ção e aptidão necessárias ao desempenho das atri- de habilitação, de sanidade e capacidade física me-
buições do novo cargo, conforme se dispuser em diante exames de suficiência e inspeção médica.
regulamento. § 2º - Quando o aproveitamento ocorrer em
cargo cujo vencimento for inferior ao do anteri-
ormente ocupado, o funcionário perceberá a dife-
CAPÍTULO XI
rença a título de vantagem pessoal, incorporada ao
DO REINGRESSO NO SISTEMA vencimento para fins de progressão horizontal, dis-
ADMINISTRATIVO ESTADUAL ponibilidade e aposentadoria.
§ 3º - Não se abrirá concurso público, nem se
SEÇÃO I preencherá vaga no Sistema Administrativo Esta-
DA REINTEGRAÇÃO dual sem que se verifique, previamente, a inexis-
tência de funcionário a aproveitar, possuidor da ne-
cessária habilitação.
Art. 52 - A reintegração, que decorrerá de de-
cisão administrativa ou judicial, é o reingresso do Art. 58 - Na ocorrência de vagas nos quadros
funcionário no serviço administrativo, com ressarci- de pessoal do Estado o aproveitamento terá prece-
mento dos vencimentos relativos ao cargo. dência sobre as demais formas de provimento, res-
Parágrafo único - A decisão administrativa que salvadas as destinadas à promoção e acesso.
de- terminar a reintegração será proferida em re- Parágrafo único - Havendo mais de um concor-
curso ou em virtude de reabilitação funcional deter- rente à mesma vaga, preferência pela ordem:
minada em processo de revisão nos termos deste I - o de melhor classificação em prova de ha-
Estatuto. bilitação;
Art. 53 - A reintegração será Daniel
feita no RIBEIRO
cargo DE ANDRADE
II - o de maior tempo de disponibilidade; III - o
anteriormente ocupado, o qual será restabelecido
danielicoense@gmail.com
de maior tempo de serviço público; IV - o de maior
caso tenha sido extinto. prole.
609.749.013-50
Art. 54 - Reintegrado o funcionário, quem lhe Art. 59 - Será tornado sem efeito o aproveita-
houver ocupado o lugar será reconduzido ao cargo mento e cassada a disponibilidade do funcionário,
anteriormente ocupado, sem direito a qualquer in- se este, cientificado, expressamente, do ato de
denização, ou ficará como excedente da lotação. aproveitamento, não tomar posse no prazo legal,
Art. 55 - O funcionário reintegrado será sub- salvo caso de doença comprovada em inspeção
médica.
metido a inspeção médica e aposentado, se jul-
gado incapaz. Parágrafo único - Provada em inspeção mé-
dica a incapacidade definitiva, a disponibilidade
será convertida em aposentadoria, com a sua con-
SEÇÃO II sequente decretação.
DO APROVEITAMENTO

SEÇÃO III
Art. 56 - Aproveitamento é o retorno ao exer- DA REVERSÃO
cício do cargo do funcionário em disponibilidade.
Art. 57 - A juízo e no interesse do Sistema Art. 60 - Reversão é o reingresso no Sistema
Administrativo, os funcionários estáveis, ocupantes Administrativo do aposentado por invalidez,
de cargos extintos ou declarados desnecessários, quando insubsistentes os motivos da aposentado-
poderão ser compulsoriamente aproveitados em ria.
outros cargos compatíveis com a sua aptidão fun-
cional, mantido o vencimento do cargo, ou postos Art. 61 - A reversão far-se-á de ofício ou a
em disponibilidade nos termos do art. 109, pará- pedido, de preferência no mesmo cargo ou naquele
grafo único da Constituição do Estado. em que se tenha transformado, ou em cargo de
vencimentos e atribuições equivalentes aos do

304
cargo anteriormente ocupado, atendido o requisito II - da morte do ocupante do cargo;
da habilitação profissional. III - da vigência do ato que criar e conceder do-
Parágrafo único - São condições essenciais tação para o seu provimento ou do que determinar
para que a reversão se efetive: esta última medida, se o cargo já estiver criado;
a) que o aposentado não haja completado 60 IV - da vigência do ato que extinguir cargo e
(sessenta) anos de idade; auto- rizar que sua dotação permita o preenchi-
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção mento de cargo vago.
médica; Parágrafo único - Verificada a vaga serão con-
c) que a Administração considere de interesse sideradas abertas, na mesma data, todas as que
do Sistema Administrativo o reingresso do apo- decorrerem de seu preenchimento.
senta- do na atividade.
CAPÍTULO II
TÍTULO III DA SUSPENSÃO DO VÍNCULO
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENÇÃO DO FUNCIONAL
VÍNCULO FUNCIONAL
Art. 65 - O regime jurídico estabelecido neste
Estatuto não se aplicará, temporariamente, ao fun-
CAPÍTULO I
cionário estadual:
DA VACÂNCIA DOS CARGOS
I - Revogado
Art. 62 - A vacância do cargo resultará de: II - no caso de opção em caráter temporário,
pelo regime a que alude o art. 106 da Constituição
I - exoneração;
Daniel RIBEIRO DEFederal
ANDRADE ou pelo regime da legislação trabalhista;
II - demissão;
III - no caso de disponibilidade;
danielicoense@gmail.com
III - ascensão funcional;
609.749.013-50IV - no caso de autorização para o trato de in-
IV - aposentadoria; teresses particulares.
V - falecimento. Art. 66 - Os casos indicados no artigo anterior
Art. 63 - Dar-se-á exoneração: implicam em suspensão do vínculo funcional, acar-
retando os seguintes efeitos:
I - a pedido do funcionário;
I - Revogado
II - de ofício, nos seguintes casos:
II - na hipótese do item II do artigo anterior, o
a) quando se tratar de cargo em comissão; funcionário não fará jus à percepção dos vencimen-
b) quando se tratar de posse em outro cargo tos, computando-se, entretanto, o período de sus-
ou emprego da União, do Estado, do Município, do pensão do vínculo para fins de disponibilidade e
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquia, de aposentadoria, obrigando o funcionário a continuar
Empresas Públicas ou de Sociedade de Economia a pagar a sua contribuição de previdência com
Mista, ressalvados os casos de substituição, cargo base nos vencimentos do cargo de cujas atribui-
de Governo ou de direção, cargo em comissão e ções se desvinculou;
acumulação legal desde que, no ato de provimento, III - Revogado
seja mencionada esta circunstância;
IV - na hipótese de autorização de afasta-
c) na hipótese do não atendimento do prazo mento para o trato de interesses particulares, o ser-
para início de exercício, de que trata o artigo 33; vidor não fará jus à percepção de vencimentos,
d) na hipótese do não cumprimento dos requi- tendo porém que recolher mensalmente o percen-
sitos do estágio, nos termos do art. 27. tual de 33 % (trinta e três por cento) incidente sobre
o valor de sua última remuneração para fins de con-
Art. 64 - A vaga ocorrerá na data:
tribuição previdenciária, que será destinada ao Sis-
I - da vigência do ato administrativo que lhe tema Único de Previdência Social e dos Membros
der causa; de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.

305
§ 1° - A autorização de afastamento, de que XI - licença especial;
trata o inciso IV deste artigo, poderá ser concedida XII - licença à funcionária gestante;
sem a obrigatoriedade do recolhimento mensal da
alíquota de 33 % (trinta e três por cento), não XIII - licença para tratamento de saúde;
sendo, porém, o referido tempo computado para XIV - licença para tratamento de moléstias que
obtenção de qualquer benefício previdenciário, in- impossibilitem o funcionário definitivamente para o
clusive aposentadoria. trabalho, nos termos em que estabelecer Decreto
§ 2° - Os valores de contribuição, referidos no do Chefe do Poder Executivo;
inciso IV deste artigo, serão reajustados nas mes- XV - doença, devidamente comprovada, até 36
mas proporções da remuneração do servidor no dias por ano e não mais de 3 (três) dias por mês;
respectivo cargo.
XVI - missão ou estudo noutras partes do terri-
tório nacional ou no estrangeiro, quando o afasta-
TÍTULO IV mento houver sido expressamente autorizado pelo
DOS DIREITOS, VANTAGENS E Governador do Estado, ou pelos Chefes dos Pode-
AUTORIZAÇÕES res Legislativo e Judiciário;
XVII - decorrente de período de trânsito, de vi-
CAPÍTULO I agem do funcionário que mudar de sede, contado
da data do desligamento e até o máximo de 15 dias;
DO CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇO
XVIII - prisão do funcionário, absolvido por sen-
Art. 67 - Tempo de serviço, para os efeitos tença transitada em julgado;
deste Estatuto, compreende o período de efetivo XIX - prisão administrativa, suspensão preven-
exercício das atribuições de cargo ou emprego pú- tiva, e o período de suspensão, neste último caso,
blico. Daniel RIBEIRO DEquando o funcionário for reabilitado em processo
ANDRADE
de revisão;
danielicoense@gmail.com
Art. 68 - Será considerado de efetivo exercí-
cio o afastamento em virtude de: XX – (Revogado)
609.749.013-50
I - férias; XXI - nascimento de filho, até um dia, para fins
de registro civil.
II - casamento, até oito dias;
§ 1º - Para os efeitos deste Estatuto, entende-
III - luto, até oito dias, por falecimento de côn-
se por acidente de trabalho o evento que cause
juge ou companheiro, parentes, consanguíneos ou
dano físico ou mental ao funcionário, por efeito ou
afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto e
ocasião do serviço, inclusive no deslocamento para
pais adotivos;
o trabalho ou deste para o domicílio do funcionário.
IV - luto, até dois dias, por falecimento de tio e
§ 2º - Equipara-se a acidente no trabalho a
cunhado;
agressão, quando não provocada, sofrida pelo fun-
V - exercício das atribuições de outro cargo cionário no serviço ou em razão dele.
esta- dual de provimento em comissão, inclusive da
§ 3º - Por doença profissional, para os efeitos
Administração Indireta do Estado;
deste Estatuto, entende-se aquela peculiar ou ine-
VI - convocação para o Serviço Militar; rente ao trabalho exercido, comprovada, em qual-
VII - júri e outros serviços obrigatórios; quer hipótese, a relação de causa e efeito.

VIII - desempenho de função eletiva federal, § 4º - Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º
esta- dual ou municipal, observada quanto a esta, deste artigo, o laudo resultante da inspeção médica
a legislação pertinente; deve- rá estabelecer, expressamente, a caracteri-
zação do acidente no trabalho da doença profissio-
IX - exercício das atribuições de cargo ou fun- nal.
ção de Governo ou direção, por nomeação do Go-
vernador do Estado; Art. 69 – Será computado para efeito de dis-
ponibilidade e aposentadoria:
X - licença por acidente no trabalho, agressão
não provocada ou doença profissional;

306
I - o tempo de contribuição para o Regime Ge- IV - a percepção simultânea de proventos de
ral de Previdência Social – RGPS, bem como para aposentadoria decorrente de regime próprio de ser-
os Regimes Próprios de Previdência Social – vidor titular de cargo efetivo, com a remuneração
RPPS; de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
II - o período de serviço ativo das Forças Ar- os cargos acumuláveis previstos na Constituição
madas; Federal, os eletivos e os cargos em comissão de-
clarados em Lei de livre nomeação e exoneração.
III – o tempo de aposentadoria, desde que
ocorra reversão; § 1° - Não se considera fictício o tempo defi-
nido em Lei como tempo de contribuição para fins
IV – a licença por motivo de doença em pessoa de concessão de aposentadoria quando tenha ha-
da família, conforme previsto no art. 99 desta Lei, vido, por parte do servidor, a prestação de serviço
desde que haja contribuição. ou a correspondente contribuição.
§ 1° - No caso previsto no inciso IV, o afasta- § 2° - A vedação prevista no inciso IV, não se
mento superior a 6 (seis) meses obedecerá o pre- aplica aos membros de Poder e aos inativos, servi-
visto no inciso IV, do art. 66, desta Lei. dores e militares que, até 16 de dezembro de 1998,
§ 2° - Na contagem do tempo, de que trata este tenham ingressado novamente no serviço público
artigo, deverá ser observado o seguinte: por concurso público de provas ou de provas e títu-
los, e pelas demais formas previstas na Constitui-
I - não será admitida a contagem em dobro ou
ção Federal, sendo-lhes proibida a percepção de
em outras condições especiais;
mais de uma aposentadoria pelo Sistema Único de
II - é vedada a contagem de tempo de contri- Previdência Social dos Servidores Públicos Ci-
buição, quando concomitantes; vis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Mem-
III - não será contado, por um sistema, o tempo bros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, ex-
de contribuição utilizado para a Daniel
concessão ceto se decorrentes de cargos acumuláveis previs-
de al- DE ANDRADE
RIBEIRO tos na Constituição Federal.
gum benefício, por outro.
danielicoense@gmail.com
§ 3° - O tempo de contribuição, a que 609.749.013-50
alude o § 3° - O servidor inativo para ser investido em
inciso I deste artigo, será computado à vista de cer- cargo público efetivo não acumulável com aquele
tidões passadas com base em folha de pagamento. que gerou a aposentadoria deverá renunciar aos
pro- ventos desta.
Art. 70 – A apuração do tempo de contribui-
§ 4° - O aposentado pelo Sistema Único de
ção será feita em anos, meses e dias.
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
§ 1° - O ano corresponderá a 365 (trezentos e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
sessenta e cinco) dias e o mês aos 30 (trinta) dias. Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, que estiver
§ 2° - Para o cálculo de qualquer benefício, de- exercendo ou que voltar a exercer atividade abran-
pois de apurado o tempo de contribuição, este será gida por este regime é segurado obrigatório em re-
convertido em dias, vedado qualquer forma de ar- lação a esta atividade, ficando sujeito às contribui-
redondamento. ções, de que trata esta Lei, para fins de custeio da
Previdência Social, na qualidade de contribuinte
Art. 71 – É vedado: solidário.
I - o cômputo de tempo fictício para o cálculo Art. 72 – Observadas as disposições do ar-
de benefício previdenciário; tigo anterior, o servidor poderá desaverbar, em
II - a concessão de aposentadoria especial, qualquer época, total ou parcialmente, seu tempo
nos termos no art. 40, §4° da Constituição Federal, de contribuição, desde que não tenha sido compu-
até que Lei Complementar Federal discipline a ma- tado este tempo para a concessão de qualquer be-
téria; nefício.
III - a percepção de mais de uma aposentado-
ria à conta do Sistema Único de Previdência Social
CAPÍTULO II
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos
Agentes DA ESTABILIDADE E DA VITALICIEDADE

307
Art. 73 - Estabilidade é o direito que adquire
o funcionário efetivo de não ser exonerado ou de- CAPÍTULO IV
mitido, senão em virtude de sentença judicial ou in- DAS FÉRIAS
quérito administrativo, em que se lhe tenha sido as-
segura- da ampla defesa.
Art. 78 - O funcionário gozará trinta dias con-
Art. 74 - A estabilidade assegura a perma- secutivos, ou não, de férias por ano, de acordo
nência do funcionário no Sistema Administrativo. com a escala organizada pelo dirigente da Unidade
Art. 75 - O funcionário nomeado em virtude Administrativa, na forma do regulamento.
de concurso público adquire estabilidade depois de § 1º - Se a escala não tiver sido organizada, ou
decorridos dois anos de efetivo exercício. houver alteração do exercício funcional, com a mo-
Parágrafo único - A estabilidade funcional é in- vimentação do funcionário, a este caberá requerer,
compatível com o cargo em comissão. ao superior hierárquico, o gozo das férias, podendo
a autoridade, apenas, fixar a oportunidade do de-
Art. 76 - O funcionário perderá o cargo vitalí- feri- mento do pedido, dentro do ano a que se vin-
cio somente em virtude de sentença judicial. cular o direito do servidor.
§ 2º - O funcionário não poderá gozar, por
ano, mais de dois períodos de férias.
CAPÍTULO III
DA DISPONIBILIDADE § 3º - O funcionário terá direito a férias após
cada ano de exercício no Sistema Administrativo.

Art. 77 - Disponibilidade é o afastamento de § 4º - É vedado levar à conta de férias qualquer


falta ao serviço.
exercício de funcionário estável em virtude da ex-
tinção do cargo, ou da decretação Daniel
de sua desne- § 5º - Revogado.
RIBEIRO DE ANDRADE
cessidade. danielicoense@gmail.com
Art. 79 - A promoção, o acesso, a transferên-
§ 1º - Extinto o cargo ou declarada sua desne- cia e a remoção não interromperão as férias.
609.749.013-50
cessidade, o servidor ficará em disponibilidade per-
cebendo remuneração proporcional por cada ano
de serviço, à razão de: CAPÍTULO V
I - 1/12.775 (um doze mil, setecentos e setenta DAS LICENÇAS
e cinco avos) da remuneração por cada dia traba-
lha- do, se homem; e SEÇÃO I
II - 1/10.950 (hum dez mil, novecentos e cin- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
quenta avos) da remuneração por cada dia traba-
lhado, se mulher.
Art. 80 - Será licenciado o funcionário:
§ 2º - A apuração do tempo de serviço será
I - para tratamento de saúde;
feita em dias, sendo o número de dias convertido
em anos, considerando-se o ano de 365 (trezentos II - por acidente no trabalho, agressão não
e sessenta e cinco) dias, permitido o arredonda- provo- cada e doença profissional;
mento para um ano, na conclusão da conversão, o III - por motivo de doença em pessoa da famí-
que exceder a 182 (cento e oitenta e dois) dias. lia;
§ 3º - Aplicam-se aos vencimentos da disponi- IV - quando gestante;
bilidade os mesmos critérios de atualização, esta-
belecidos para os funcionários ativos em geral. V - para serviço militar obrigatório; VI - para
acompanhar o cônjuge; VII - em caráter especial.
Art. 81 - A licença dependente de inspeção
TÍTULO III médica terá a duração que for indicada no respec-
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENÇÃO DO tivo laudo.
VÍNCULO FUNCIONAL

308
§ 1º - Findo esse prazo, o paciente será sub- especializada, hepatopatia e outras que forem dis-
metido a nova inspeção, devendo o laudo concluir ciplinadas em Lei.
pela volta do funcionário ao exercício, pela prorro-
Art. 90 - Verificada a cura clínica, o funcioná-
gação da licença ou, se for o caso, pela aposenta-
doria. rio licenciado voltará ao exercício, ainda quando
deva continuar o tratamento, desde que compro-
§ 2º - Terminada a licença o funcionário reas- vada por inspeção médica capacidade para a ativi-
sumirá imediatamente o exercício. dade funcional.
Art. 82 - A licença poderá ser determinada ou Art. 91 - Expirado o prazo de licença previsto
prorrogada, de ofício ou a pedido. no laudo médico, o funcionário será submetido a
Parágrafo único - O pedido de prorrogação de- nova inspeção, e aposentado, se for julgado invá-
verá ser apresentado antes de finda a licença, e, se lido.
indeferido, contar-se-á como licença o período Art. 92 - No processamento das licenças para
compreendido entre a data do término e a do co-
tratamento de saúde será observado sigilo no que
nhecimento oficial do despacho.
diz respeito aos laudos médicos.
Art. 83 - A licença gozada dentro de sessenta
Art. 93 - No curso da licença, o funcionário
dias, contados da determinação da anterior será
abster-se-á de qualquer atividade remunerada, sob
considerada como prorrogação.
pena de interrupção imediata da mesma licença,
Art. 84 - O funcionário não poderá permane- com perda total dos vencimentos, até que reas-
cer em licença por prazo superior a vinte e quatro suma o exercício.
meses, salvo nos casos dos itens II, III, V e VI do Art. 94 - O funcionário não poderá recusar a
art. 80, deste Estatuto.
inspeção médica determinada pela autoridade
Art. 85 – Revogado. Daniel RIBEIRO DEcompetente,
ANDRADEsob pena de suspensão do paga-
mento dos vencimentos, até que seja realizado
Art. 86 - São competentes para danielicoense@gmail.com
licenciar o exame.
609.749.013-50
funcionário os dirigentes do Sistema Administrativo
Estadual, admitida a delegação, na forma do Regu- Art. 95 - Considerado apto em inspeção mé-
lamento. dica, o funcionário reassumirá o exercício imedia-
tamente, sob pena de se apurarem como faltas os
Art. 87 - VETADO. dias de ausência.
Art. 96 - No curso da licença poderá o funci-
SEÇÃO II onário requerer inspeção médica, caso se julgue
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO em condições de reassumir o exercício.
DE SAÚDE Art. 97 - Serão integrais os vencimentos do
funcionário licenciado para tratamento de saúde.
Art. 88 - A licença para tratamento de
Parágrafo único. O pagamento dos vencimen-
saúde precederá a inspeção médica, nos termos do tos do servidor licenciado para tratamento de saúde
Regulamento. é mantido por recursos do respectivo órgão de ori-
Art. 89 – O servidor será compulsoriamente gem.
licenciado quando sofrer uma dessas doenças gra- Art. 98 – Revogado.
ves, contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa,
alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, SEÇÃO III
cardiopatia grave, doença de Parkson, espondilo-
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA
artrose anquilosante, epilepsia vera, nefropatia
grave, estado avançado da doença de Paget (os- EM PESSOA DA FAMÍLIA
teite deformante), síndrome da deficiência imunoló-
gica adquirida – Aids, contaminação por radiação, Art. 99 – O servidor poderá ser licenciado por
com base em conclusão da medicina motivo de doença na pessoa dos pais, filhos,

309
cônjuge do qual não esteja separado e de compa- SEÇÃO V
nheiro(a), desde que prove ser indispensável a sua DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
assistência pessoal e esta não possa ser prestada
OBRIGATÓRIO
simultaneamente com exercício funcional.
§ 1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção Art. 101 - O funcionário que for convocado
médica realizada conforme as exigências contidas para o serviço militar será licenciado com venci-
neste Estatuto quanto à licença para tratamento de mentos integrais, ressalvado o direito de opção
saúde. pela retribuição financeira do serviço militar.
§ 2º - A necessidade de assistência ao doente, § 1° - Ao servidor desincorporado conceder-se-
na forma deste artigo, será comprovada mediante á prazo não excedente a 30 (trinta) dias para que
parecer do Serviço de Assistência Social, nos ter- reassuma o exercício do cargo, sem perda de ven-
mos do Regulamento. cimentos.
§ 3° - O funcionário licenciado, nos termos § 2° - O servidor, de que trata o caput deste
desta seção, perceberá vencimentos integrais até artigo, contribuirá para o Sistema Único de Previ-
6 (seis) meses. Após este prazo o servidor obede- dência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
cerá o disposto no inciso IV, do art. 66 desta Lei, tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Po-
até o limite de 4 (quatro) anos, devendo retornar a der do
suas atividades funcionais imediatamente ao fim do
período. Art. 102 - O funcionário, Oficial da Reserva
não remunerada das Forças Armadas, será licenci-
ado, com vencimentos integrais, para cumprimento
SEÇÃO IV
dos estágios previstos pela legislação militar, ga-
DA LICENÇA À GESTANTE rantido o direito de opção.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 100 – Fica garantida a possibilidade de
danielicoense@gmail.com SEÇÃO VI
prorrogação, por mais 60 (sessenta) dias, da li-
cença-maternidade, prevista nos art. 7º, inciso609.749.013-50
DA LICENÇA DO FUNCIONÁRIO PARA
XVIII, e 39, §3º, da Constituição Federal destinada ACOMPANHAR O CÔNJUGE
às servidoras públicas estaduais.
§1° - A prorrogação de que trata este artigo Art. 103 - O funcionário terá direito a licença
será assegurada à servidora estadual mediante re-
sem vencimento, para acompanhar o cônjuge, tam-
querimento efetivado até o final do primeiro mês
bém servidor público, quando, de ofício, for manda-
após o parto, e concedida imediatamente após a
do servir em outro ponto do Estado, do Território
fruição da licença-maternidade de que trata o art.
Nacional, ou no Exterior.
7º, inciso XVIII, da Constituição Federal.(NR)
§ 1º - A licença dependerá do requerimento de-
§ 2° - Durante o período de prorrogação da li-
vidamente instruído, admitida a renovação, inde-
cença-maternidade, a servidora estadual terá di-
pendentemente de reassunção do exercício.
reito à sua remuneração integral.
§ 2º - Finda a causa da licença, o funcionário
§ 3° - É vedado durante a prorrogação da li-
retornará ao exercício de suas funções, no prazo
cença-maternidade tratada neste artigo o exercício
de trinta dias, após o qual sua ausência será con-
de qualquer atividade remunerada Pela servidora
siderada abandono de cargo.
beneficiária, e a criança não poderá ser mantida em
creches ou organização similar, sob pena da perda § 3º - Existindo no novo local de residência re-
do direito do benefício e consequente apuração da partição estadual, o funcionário nela será lotado,
responsabilidade funcional.(NR) enquanto durar a sua permanência ali.
§ 4º O pagamento dos vencimentos da servi- Art. 104 - Nas mesmas condições estabele-
dora em licença-maternidade, inclusive no período cidas no artigo anterior o funcionário será licenci-
de prorrogação, é mantido por recursos do respec- ado quando o outro cônjuge esteja no exercício de
tivo órgão de origem. mandato eletivo fora de sua sede funcional.

310
CAPÍTULO VI SEÇÃO II
DAS AUTORIZAÇÕES DAS AUTORIZAÇÕES PARA INCENTIVO
À FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO
SEÇÃO I FUNCIONÁRIO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 111 - Poderá ser autorizado o afasta-
Art. 110 - Os dirigentes do Sistema Adminis- mento, até duas horas diárias, ao funcionário que
trativo Estadual autorizarão o funcionário a se afas- frequente curso regular de 1º e 2º graus ou de en-
tar do exercício funcional de acordo com o disposto sino superior.
em Regulamento: Parágrafo único - A autorização prevista neste
I - sem prejuízo dos vencimentos quando: artigo poderá dispor que a redução do horário dar-
se-á por prorrogação do início ou antecipação do
a) for estudante, para incentivo à sua formação
término do expediente, diário, conforme considerar
profissional e dentro dos limites estabelecidos
mais conveniente ao estudante e aos interesses da
neste Estatuto;
repartição.
b) for estudar em outro ponto do território naci-
onal ou no estrangeiro; Art. 112 - Será autorizado o afastamento do
exercício funcional nos dias em que o funcionário
c) por motivo de casamento, até o máximo de tiver que prestar exames para ingresso em curso
8 (oito) dias; regular de ensino, ou que, estudante, se submeter
d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em de- a provas.
corrência de falecimento de cônjuge ou compa-
Art. 113 - O afastamento para missão ou es-
nheiro, parentes consanguíneos ou afins, até o 2º
tudo fora do Estado em outro ponto do território na-
grau, inclusive madrasta, padrasto Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e pais adotivos;
cional ou no estrangeiro será autorizado nos mes-
e) por luto, até 2 (dois) dias, pordanielicoense@gmail.com
falecimento de mos atos que designarem o funcionário a realizar a
tio e cunhado; 609.749.013-50
missão ou estudo, quando do interesse do Sistema
f) for realizar missão oficial em outro ponto do Administrativo Estadual.
território nacional ou no estrangeiro. Art. 114 - As autorizações previstas nesta
II - sem direito à percepção dos vencimentos, Seção dependerão de comprovação, mediante do-
quando se tratar de afastamento para trato de inte- cumento oficial, das condições previstas para as
resses particulares; mesmas, podendo a autoridade competente exigi-
III - com ou sem direito à percepção dos venci- la prévia ou posteriormente, conforme julgar conve-
mentos, conforme se dispuser em regulamento, niente.
quando para o exercício das atribuições de cargo, Parágrafo único - Concedida a autorização, na
função ou emprego em entidades e órgãos estra- de- pendência da comprovação posterior, sem que
nhos ao Sistema Administrativo Estadual. esta tenha sido efetuada no prazo estipulado, a au-
§ 1° - Nos casos previstos nas alíneas a e b, o toridade anulará a autorização, sem prejuízo de ou-
servi- dor só poderá solicitar exoneração após o tras providências que considerar cabíveis.
seu retorno, desde que trabalhe no mínimo o dobro
do tempo em que esteve afastado, ou reembolse o
SEÇÃO III
montante corrigido monetariamente que o Estado
desembolsou durante seu afastamento. DO AFASTAMENTO PARA O TRATO DE
INTERESSES PARTICULARES
§ 2° - Os dirigentes do Sistema Administrativo
Estadual poderão, ainda, autorizar o servidor, ocu-
pante do cargo efetivo ou em comissão, a integrar Art. 115 – Depois de três anos de efetivo
ou assessorar comissões, grupos de trabalho ou exercício e após declaração de aquisição de esta-
programas, com ou sem afastamento do exercício bilidade no cargo de provimento efetivo, o servidor
funcional e sem prejuízo dos vencimentos. poderá obter autorização de afastamento para tra-
tar de interesses particulares, por um período não

311
superior a quatro anos e sem percepção de remu- IV - Revogado.
neração. V - gratificações.
Parágrafo único - O funcionário aguardará em § 1º - O conjunto das retribuições constitui os
exercício a autorização do seu afastamento. vencimentos funcionais.
Art. 116 - Não será autorizado o afastamento § 2º - A retribuição do funcionário disponível
do funcionário removido antes de ter assumido o constitui vencimentos para todos os efeitos legais.
exercício.
§ 3º - A retribuição pecuniária atribuída ao fun-
Art. 117 - O funcionário poderá, a qualquer cionário não sofrerá descontos além dos previstos
tempo, desistir da autorização concedida, reassu- expressamente em lei, nem serão objetos de ar-
mindo o exercício das atribuições do seu cargo. resto, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar
de:
Art. 118 - Quando o interesse do Sistema Ad-
ministrativo o exigir, a autorização poderá ser cas- I - prestação de alimentos determinada judicial-
sada, a juízo da autoridade competente, devendo, mente;
neste caso, o funcionário ser expressamente notifi- II - reposição de indenização devida à Fazenda
cado para apresentar-se ao serviço no prazo de 30 Estadual;
(trinta) dias, prorrogável por igual período, findo o
III – auxílios e benefícios instituídos pela Admi-
qual caracterizar-se-á o abandono do cargo.
nistração Pública.
Art. 119 - A autorização para afastamento do § 4º - As reposições e indenizações devidas à
exercício para o trato de interesses particulares so-
Fazenda Pública Estadual serão descontadas em
mente poderá ser prorrogada por período necessá- parcelas mensais, não excedentes da décima parte
rio para complementar o prazo previsto no art. 115 da remuneração do servidor, assim entendida
deste Estatuto. como o vencimento-base, acrescido das vantagens
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
fixas e de caráter pessoal.
Art. 120 - O funcionário somentedanielicoense@gmail.com
poderá re-
ceber nova autorização para o afastamento 609.749.013-50
pre- § 5º - Se o funcionário for exonerado ou demi-
visto nesta Seção após decorrido pelo menos um tido, a quantia por ele devida será inscrita como dí-
ano do efetivo exercício, contado da data em que vida ativa para os efeitos legais.
reassumiu, em decorrência do término do prazo au-
torizado ou por motivo de desistência ou de cassa-
ção da autorização concedida. SEÇÃO II
DO VENCIMENTO
CAPÍTULO VII
DA RETRIBUIÇÃO Art. 123 - Considera-se vencimento a retri-
buição correspondente ao padrão, nível ou símbolo
do cargo a que esteja vinculado o funcionário, em
SEÇÃO I
razão do efetivo exercício de função pública.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 124 - O funcionário perderá:
Art. 121 - Todo funcionário, em razão do vín- I - o vencimento do cargo efetivo, quando no-
culo que mantém com o Sistema Administrativo meado para cargo em comissão, salvo o direito de
Estadual, tem direito a uma retribuição pecuniária, opção e de acumulação lícita;
na forma deste Estatuto.
II - o vencimento do cargo efetivo, quando no
Art. 122 - As formas de retribuição são as se- exercício de mandato eletivo, federal ou estadual;
guintes: III - o vencimento do cargo efetivo, quando dele
I - vencimento; afastado para exercer mandato eletivo municipal
remunerado;
II - ajuda de custo;
III - diária;

312
IV - o vencimento do dia, se não comparecer Art. 128 - O funcionário restituirá a ajuda de
ao ser- viço, salvo motivo legal ou doença compro- custo:
vada, de acordo com o disposto neste Estatuto;
I - quando não se transportar para a nova sede
V - um terço do vencimento do dia, se compa- no prazo determinado;
recer ao serviço dentro da hora seguinte à fixação
para o início do expediente, quando se retirar antes II - quando, antes de terminada a incumbência,
de findo o período de trabalho; regressar, pedir exoneração ou abandonar o ser-
viço.
VI - um terço do vencimento, durante o afasta-
mento por motivo de prisão administrativa, prisão § 1º - A restituição é de exclusiva responsabili-
preventiva, pronúncia por crime comum, denúncia dade pessoal e poderá ser feita parceladamente.
por crime funcional ou condenação por crime inafi- § 2º - Não haverá obrigação de restituir,
ançável em processo no qual não haja pronúncia, quando o regresso do funcionário for determinado
tendo direito à diferença, se absolvido; de ofício ou por doença comprovada, ou quando o
VII - dois terços do vencimento durante o pe- mesmo for exonerado a pedido, após 90 (noventa)
ríodo de afastamento em virtude de condenação dias de exercício na nova sede.
por sentença passada em julgado à pena de que
não resulte em demissão.
SEÇÃO IV
Parágrafo único - O funcionário investido em DAS DIÁRIAS
mandato gratuito de vereador fará jus à percepção
dos seus vencimentos nos dias em que compare-
cer às sessões da Câmara. Art. 129 - Ao funcionário que se deslocar da
sua repartição em objeto de serviço, conceder-se-
á diária a título de indenização das despesas de ali-
SEÇÃO III Daniel RIBEIRO DEmentação
ANDRADE e hospedagem, na forma do Regula-
mento.
danielicoense@gmail.com
DA AJUDA DE CUSTO
609.749.013-50Art. 130 - O funcionário que receber diária in-
Art. 125 - Será concedida ajuda de custo ao devida será obrigado a restituí-la de uma só vez,
funcionário que for designado, de ofício, para ter ficando, ainda, sujeito à punição disciplinar.
exercício em nova sede, mesmo fora do Estado.
Parágrafo único - A ajuda de custo destina-se
à indenização das despesas de viagem e de nova SEÇÃO VI
insta- lação do funcionário.
DAS GRATIFICAÇÕES
Art. 126 - A ajuda de custo não excederá de
três meses de vencimentos, salvo nos casos de de- Art. 132 - Ao funcionário conceder-se-á gra-
signação do funcionário para:
tificação em virtude de:
a) ter exercício fora do Estado;
I - prestação de serviços extraordinários;
b) serviço fora do Estado.
II - representação de Gabinete;
Parágrafo único - A ajuda de custo será arbi-
III - exercício funcional em determinados lo-
trada, dentro das respectivas áreas de competên-
cais;
cia, pelo Governador do Estado, Presidente da As-
sembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Tri- IV - execução de trabalho relevante, técnico ou
bunal de Contas, do Conselho de Contas dos Mu- científico;
nicípios e das Autarquias. V - serviço ou estudo fora do Estado ou do
Art. 127 - A ajuda de custo para serviço País;
fora do Estado será calculada na forma disposta VI - execução de trabalho em condições espe-
em Regulamento. ciais, inclusive com risco de vida ou saúde;

313
VII - participação em órgão de deliberação co- envolvidos, que ficarão solidariamente obrigados a
letiva; restituir ao tesouro estadual as quantias pagas a
VIII - participação em comissão examinadora maior.
de concurso; Art. 134 - A gratificação pela representação
IX - exercício de magistério, em regime de de Gabinete poderá ser concedida a funcionários
tempo complementar; ou em cursos especiais, le- e a pessoas estranhas ao Sistema Administrativo,
galmente instituídos, inclusive para treinamento de sem qualquer vínculo, com exercício nos gabine-
funcionários; tes e órgãos de assessoramento técnico do referido
Sistema, na forma do Regulamento.
X - representação;
XI - regime de tempo integral; Art. 135 - A gratificação pela elaboração ou
execução de trabalho relevante, técnico ou ci-
XII - de aumento de produtividade; entífico, será arbitrada e atribuída pelos dirigentes
XIII - exercício em órgãos fazendários. do Sistema Administrativo Estadual.
Parágrafo único - As gratificações não defini- Art. 136 - A gratificação pela execução de tra-
das nesta lei serão objeto de regulamento. balho em condições especiais, inclusive com risco
Art. 133 - A gratificação pela prestação de de vida ou de saúde, será atribuída pelos dirigentes
do Sistema Administrativo Estadual, observado o
serviço extraordinário é a retribuição de serviço
disposto em Regulamento.
cuja execução exija dedicação além do expedi-
ente normal a que estiver sujeito o servidor e será Art. 137 - A gratificação de representação é
paga proporcionalmente: uma indenização atribuída aos ocupantes de car-
I - por hora de trabalho adicional; ou, gos em comissão e outros que a lei determinar,
tendo em vista despesas de natureza social e pro-
II - por tarefa especial, levando-se
Danielem RIBEIRO
conta DE ANDRADE
fissional de- terminadas pelo exercício funcional.
estimativa do número de dias e de horas necessá-
rios para sua realização.
danielicoense@gmail.com
Art. 138 - A gratificação por regime de tempo
609.749.013-50
integral, que se destina ao incremento das ativida-
§ 1º - O valor da hora de trabalho adicional será
50% (cinquenta por cento) maior que o da hora nor- des de investigação científica, ou tecnológica, e
mal de trabalho, apurado através da divisão do va- aumento da produtividade, no Sistema Administra-
lor da remuneração mensal do servidor por 30 tivo Estadual, será objeto de regulamentação espe-
(trinta) e este resultado pelo número de horas cor- cífica.
respondentes à carga horária ou regime do servi- § 1º - No Regulamento de que trata este artigo
dor. serão obedecidas as seguintes diretrizes gerais;
§ 2º - No caso do inciso II, a gratificação será I - proporcionalidade que variará de 60 % (ses-
arbitrada previamente pelo dirigente do órgão ou senta por cento) a 100 % (cem por cento) do valor
entidade da administração pública de qualquer dos do nível de vencimento ou função, observando-se
Poderes, através de ato que demonstre a proporci- os seguintes fatores de variação;
onalidade do pagamento, com indicação da estima- a) complexidade da tarefa;
tiva dos dias e dos horários que serão necessários
à consecução dos serviços. b) deslocamentos exigidos para execução das
tarefas;
§ 3º - A despesa total mensal com o paga-
mento da gratificação de que trata este artigo em c) a situação no mercado de trabalho;
nenhuma hipótese poderá exceder a 1,5% (um e d) as condições de trabalho;
meio por cento) do valor total da despesa mensal
e) as prioridades dos programas, do cargo ou
com paga- mento de pessoal, do órgão ou entidade
grupo de cargos; e
considerado.
f) a especialização exigida do funcionário.
§ 4º - O descumprimento ao disposto neste ar-
tigo acarretará responsabilidade para o dirigente do II - A atribuição da gratificação a ocupantes de
órgão ou entidade e seus subordinados cargos ou grupos de cargos será condicionada a
procedimentos administrativos que possibilitem a

314
verificação das prioridades dos programas, para I - do indeferimento do pedido de reconsidera-
aumento da produtividade ou incremento à investi- ção;
gação científica ou tecnológica, com as justificati- II - das decisões sobre os recursos sucessiva-
vas dos programas e subprogramas, a relação dos mente interpostos, nos termos do § 1º deste artigo.
servidores indispensáveis à sua execução, o prazo
de duração do regime e a despesa dele decorrente. § 1º - O recurso, interposto, perante a autori-
dade que tiver praticado o ato ou proferido a deci-
§ 2º - Excepcionalmente e até a aplicação do são, será dirigido à autoridade imediatamente su-
Plano de Classificação de Cargos de que trata a Lei perior e, sucessivamente, em escala ascendente,
nº 9.634, de 30 de outubro de 1972, o regime de às de- mais autoridades.
tempo integral poderá ser atribuído a servidores
mensalistas, remanescentes das extintas Tabelas § 2º - No encaminhamento do recurso obser-
Numéricas de Mensalistas, inclusive tendo como var-se-á o disposto na parte final do art. 142.
base de cálculo o nível de vencimentos do cargo Art. 145 - O pedido de reconsideração e o re-
correspondente à respectiva qualificação profissio- curso não têm efeito suspensivo, salvo disposição
nal. em contrário, e o que for provido retroagirá, nos
Art. 139 - A gratificação de produtividade efeitos, à data do ato impugnado.
destina-se a incentivar o aumento de arrecadação Art. 146 - O direito de pleitear na esfera ad-
dos tributos estaduais, devendo ser objeto de Re- ministrativa prescreverá em 120 (cento e vinte)
gulamentação. dias, salvo estipulação em contrário, prevista ex-
Art. 140 - A gratificação de exercício, atribu- pressamente em lei ou regulamento.
ída aos funcionários fazendários, constantes da Lei Art. 147 - Os prazos estabelecidos neste Ca-
nº 9.375, de 10.07.70, será objeto de regulamenta-pítulo são fatais e improrrogáveis, e o pedido de re-
ção própria.
Daniel RIBEIRO DEconsideração
ANDRADEe o recurso, quando cabíveis, inter-
rompem a prescrição.
danielicoense@gmail.com
CAPÍTULO VIII 609.749.013-50Art. 148 - Ao funcionário ou ao seu represen-
DO DIREITO DE PETIÇÃO tante legalmente constituído é assegurado, para
efeito de recurso ou pedido de reconsideração, o
direito de vista ao processo na repartição compe-
Art. 141 - É assegurado ao funcionário e ao tente durante todo o expediente regulamentar, as-
aposentado o direito de requerer, representar, pe- segurado o livre manuseio do processo em local
dir reconsideração e recorrer. conveniente. Se o representante do funcionário for
Art. 142 - A petição será dirigida à autoridade advogado, aplica-se o disposto na Lei Federal per-
competente para decidir do pedido e encaminhada tinente.
por intermédio daquela a quem estiver imediata- Art. 149 - O disposto neste Capítulo se
mente subordinado o requerente se for o caso. aplica, no que couber, aos procedimentos discipli-
Art. 143 - O direito de pedir reconsideração, nares.
que será exercido perante a autoridade que houver
expedido o ato, ou proferido a primeira decisão, de-
TÍTULO V
cairá após 60 (sessenta) dias da ciência do ato pelo
peticionante, ou de sua publicação quando esta for DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA
obrigatória.
§ 1º - O requerimento e o pedido de reconside- CAPÍTULO I
ração de que tratam os artigos anteriores deverão DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e deci-
didos dentro de 30 (trinta) dias improrrogáveis. Art. 150 – O Estado assegurará um sistema
§ 2º - É vedado repetir pedido de reconsidera- de previdência público que será mantido com a
ção ou recurso perante a mesma autoridade. contribuição de seus servidores, ativos, inativos,
Art. 144 - Caberá recurso:

315
pensionistas e do orçamento do Estado, o qual incapacidade definitiva para o serviço, ou na hipó-
compreenderá os seguintes benefícios: tese prevista no art. 68, incisco X.
I – quanto ao servidor: Art. 153 – O processo de aposentadoria se
a) aposentadoria; inicia:
b) salário-família do servidor aposentado; I – com o requerimento do interessado, no
caso de inatividade voluntária;
*Revogado pelo Art.7º da Lei Complementar nº
210/2019. II – automaticamente, quando o servidor atinge
a idade de 70 (setenta) anos;
c) - Revogada
III – automaticamente, quando o servidor for
Redação anterior: c) salário maternidade;
considerado inválido, na data fixada em laudo emi-
d) - Revogada tido pela Perícia Médica Oficial do Estado ou na
II – quanto ao dependente: ocasião, em que verificada as demais hipóteses do
art. 152, parágrafo único, desta Lei. (NR)
a) pensão por morte;
IV – Revogado
Art. 151 – O Estado assegurará a manuten-
ção de um sistema de assistência que, dentre ou- Art. 154 - O funcionário quando aposentado
tros, pres- te os seguintes benefícios e serviços aos por invalidez terá provento integral, correspon-
servidores e aos seus dependentes: dente aos vencimentos, incorporáveis do cargo
efetivo, se a causa for doença grave, incurável ou
I – assistência médica; contagiosa, a que se refere o artigo 89, ou acidente
II – assistência hospitalar; no trabalho, ou doença profissional, nos termos do
III – assistência odontológica; inciso X do artigo 68; o provento será proporcional
ao tempo de serviço, nos demais casos.
IV – assistência social; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 1º - Somente nos casos de invalidez decor-
V – auxílio funeral. danielicoense@gmail.com
rente de acidente no trabalho ou doença profissio-
609.749.013-50
nal, como configurados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do ar-
VI - auxílio-reclusão.
tigo 68, será aposentado o ocupante do cargo de
§ 1º - A triagem dos casos apresentados para
provimento em comissão, hipótese em que o res-
internamento hospitalar e consequente fiscalização
pectivo provento será integral.
e controle será realizado por um Grupo de Traba-
lho, cuja composição e atribuições será determi- § 2º - O funcionário aposentado em decorrên-
nado pelo Governo do Estado através do Instituto cia da invalidez por acidente em serviço, por mo-
de Previdência do Estado – IPEC, mediante ato léstia profissional, ou por doença grave contagiosa
próprio. ou in- curável, especificada em Lei, é considerado
como em efetivo exercício, assegurando-se lhe to-
§ 2º - É assegurado assistência médica gra-
dos os direitos e vantagens atribuídas aos ocupan-
tuita ao servidor acidentado em serviço ou que te-
tes de cargo de igual categoria em atividade, ainda
nha contraído doença profissional, através do Es-
que o mencionado cargo tenha ou venha a mudar
tado.
a de- nominação de nível de classificação ou pa-
drão de vencimento.
CAPÍTULO II
Art. 155 – Revogado.
DA APOSENTADORIA
Art. 156 - O servidor aposentado compulsori-
Art. 152 – O servidor será aposentado, con- amente por motivo de idade, ou nos termos do art.
forme as regras estabelecidas no art. 40 da Cons- 154, terá os seus proventos proporcionais ao
tituição Federal. tempo de contribuição.
Parágrafo único – A aposentadoria por invali- § 1º - A proporcionalidade dos proventos, com
dez será sempre precedida de licença por período base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nu-
contínuo não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, merador corresponde ao total de dias de contribui-
salvo quando a junta médica declarar a ção e o denominador, o tempo de dias necessários

316
à respectiva aposentadoria voluntária com proven- Art. 165 - Para se habilitar à concessão do
tos integrais. salário-família o funcionário, o disponível, ou o apo-
§ 2º - A fração de que trata o parágrafo anterior sentado apresentarão uma declaração de depen-
será aplicada sobre o valor dos proventos calcula- dentes, indicando o cargo que exercer, ou no qual
dos conforme a média aritmética simples das maio- estiver aposentado ou em disponibilidade, mencio-
res remunerações ou subsídios, observando-se, nando em relação a cada dependente:
previamente, que o valor encontrado não poderá I - nome completo, data e local de nascimento,
exceder à remuneração do servidor no cargo efe- comprovado por certidão do registro civil;
tivo em que se der a aposentadoria.
II - grau de parentesco ou dependência;
Art. 157 – Os proventos de aposentadoria e
III - no caso de se tratar de maior de 14 (qua-
as pensões serão reajustados na mesma data em torze) anos, se total e permanentemente inválido
que se der o reajuste dos benefícios do regime ge- para o trabalho, hipótese em que informará a causa
ral de previdência social, ressalvadas as aposenta- e a espécie de invalidez;
dorias concedidas conforme os arts. 6° e 7° da
Emenda Constitucional Estadual n° 56, de 7 de ja- Art. 166 - A declaração do servidor será pres-
neiro de 2004. (NR). tada a seu chefe imediato que a examinará e, após
o seu visto, a encaminhará ao órgão competente
para o processamento e atendimento da conces-
CAPÍTULO III são.
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 167 - O salário-família será concedido à
vista das declarações prestadas, mediante simples
Art. 158 - O salário-família é o auxílio pecu- des- pacho que será comunicado ao órgão incum-
niário especial concedido pelo Estado ao funcioná- bido da elaboração de folhas de pagamento.
rio ativo e ao aposentado comoDaniel RIBEIRO
contribuição ao DE ANDRADE
§1º - Será concedido ao declarante ativo ou
custeio das despesas de manutenção danielicoense@gmail.com
de seus de
inativo o prazo de 120 (cento e vinte) dias para o
Art. 159 - O salário-família será pago609.749.013-50
ao ser- esclarecimento de qualquer dúvida na declaração,
vidor, em quotas, na proporção do respectivo nú- o que poderá ser feito por meio de quaisquer pro-
mero de filhos ou equiparados, aplicando-se os vas admitidas em direito.
mesmos parâmetros adotados pelo Instituto Nacio- §2º - Não sendo apresentado no prazo o escla-
nal do Seguro Social, quanto à referida prestação recimento de que trata o § 1º, a autoridade conce-
assistencial, conforme definido em lei. dente determinará a imediata suspensão do paga-
Art. 161 - O salário-família será pago, ainda, mento do salário-família, até que seja satisfeita a
nos casos em que o funcionário deixar de perceber exigência.
vencimento ou proventos, sem perda do cargo. Art. 168 - Verificada, a qualquer tempo, a ine-
Art. 163 - O salário-família não servirá de xatidão das declarações prestadas, será suspensa
base para qualquer contribuição, ainda que para a concessão do salário-família e determinada a re-
fim de pre- vidência social. posição do indevidamente recebido, mediante o
desconto mensal de 10% (dez por cento) da remu-
Art. 164 - Será suspenso o pagamento do sa- neração líquida, em folha de pagamento.
lário-família ao funcionário que comprovadamente
Art. 169 - O funcionário e o aposentado são
descurar da subsistência e educação dos seus de-
pendentes. obriga- dos a comunicar a autoridade concedente,
dentro do prazo de quinze dias, qualquer alteração
§ 1º - Mediante autorização judicial a pessoa que se verifique na situação dos dependentes, da
que estiver mantendo os dependentes do funcioná- qual de- corra supressão ou redução do salário-fa-
rio poderá receber o salário-família enquanto durar mília.
a situação prevista neste artigo.
Parágrafo único - A não observância desta
§ 2º - O pagamento voltará a ser feito ao funci- dispo- sição acarretará as mesmas providências in-
onário tão logo comprovado o desaparecimento dicadas no artigo anterior.
dos moti- vos determinantes da suspensão.

317
Art. 170 - O salário-família será devido em que estiver recolhido à prisão sob regime fechado
relação a cada dependente, a partir do mês em que ou semiaberto, e enquanto for titular desse cargo.
tiver ocorrido o ato ou fato que lhe der origem, dei- § 3º O pagamento do auxílio-reclusão deve es-
xando de ser devido igualmente em relação a cada tar fundamentado em certidão de efetivo recolhi-
dependente no mês seguinte ao ato ou fato que de- mento à prisão, sendo obrigatória, para a manuten-
terminar a sua supressão. ção do pagamento, a apresentação de declaração
Art. 171 - O salário-família será pago junta- de permanência na condição de presidiário.
mente com os vencimentos ou proventos, pelos ór-
gãos pa- gadores, independentemente de publica-
TÍTULO VI
ção do ato de concessão.
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IV CAPÍTULO I
DO AUXÍLIO-DOENÇA DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 172 – Revogado. Art. 174 - O funcionário público é administra-


tiva- mente responsável, perante seus superiores
hierárquicos, pelos ilícitos que cometer.
CAPÍTULO III
Art. 175 - Considera-se ilícito administrativo
DO AUXÍLIO-FUNERAL
a conduta comissiva ou omissiva, do funcionário,
que importe em violação de dever geral ou espe-
Art. 173 - Será concedido auxílio funeral à fa- cial, ou de proibição, fixado neste Estatuto e em
mília do funcionário falecido, correspondente a 01
Daniel RIBEIRO sua ANDRADE
DE legislação complementar, ou que constitua
(um) mês de seus vencimentos ou proventos, limi- comportamento in- compatível com o decoro funci-
danielicoense@gmail.com
tado o pagamento à quantia de R$ 1.200,00 (um onal ou social.
609.749.013-50
mil e duzentos reais). Parágrafo único - O ilícito administrativo é pu-
Parágrafo único - Quando não houver pessoa nível, independentemente de acarretar resultado
da família do funcionário no local do falecimento, o perturbador do serviço estadual.
auxílio-funeral será pago a quem promover o en-
Art. 176 - A apuração da responsabilidade
terro, mediante comprovação das despesas.
funcional será promovida, de ofício, ou mediante
representação, pela autoridade de maior hierarquia
CAPÍTULO VI no órgão ou na entidade administrativa em que tiver
ocorrido a irregularidade. Se se tratar de ilícito ad-
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
ministrativo praticado fora do local de trabalho, a
apuração da responsabilidade será promovida pela
Art. 173 - A O auxílio-reclusão é devido pelo autoridade de maior hierarquia no órgão ou na en-
órgão de origem aos dependentes do servidor de tidade a que pertencer o funcionário a quem se im-
baixa renda recolhido à prisão e que, nessa condi- putar a prática da irregularidade.
ção, não esteja recebendo remuneração decor- Parágrafo único - Se se imputar a prática do
rente do seu cargo. ilícito a vários funcionários lotados em órgãos diver-
§ 1º Para fins de definição da baixa renda e da sos do Poder Executivo, a competência para deter-
qualificação dos dependentes, aplicam-se os mes- minar a apuração da responsabilidade caberá ao
mos parâmetros adotados pelo Instituto Nacional Governador do Estado.
do Seguro Social, quanto à referida prestação as- Art. 177 - A responsabilidade civil decorre de
sistencial.
conduta funcional, comissiva ou omissiva, dolosa
§ 2º O auxílio-reclusão corresponde ao valor ou culposa, que acarrete prejuízo para o patrimônio
da remuneração do servidor, observado o limite da do Estado, de suas entidades ou de terceiros.
baixa renda, sendo devido pelo período máximo de
12 (doze) meses e, somente, durante o tempo em

318
§ 1º - A indenização de prejuízo causado ao responsabilidade administrativa, comunicando o
Estado ou às suas entidades, no que exceder os sindicante ou a Comissão Permanente de Inquérito
limites da fiança, quando for o caso, será liquidada à autoridade competente o fato, a fim de que seja
mediante prestações mensais descontadas em fo- providenciada a aposentadoria do funcionário.
lha de paga- mento, não excedentes da décima § 7º - Considera-se legítima defesa o revide
parte do venci- mento, à falta de outros bens que moderado e proporcional à agressão ou à iminên-
respondam pelo ressarcimento. cia de agressão moral ou física, que atinja ou vise
§ 2º - Em caso de prejuízo a terceiro, o funcio- a atingir o funcionário, ou seus superiores hierár-
nário responderá perante o Estado ou suas entida- quicos ou colegas, ou o patrimônio da instituição
des, através de ação regressiva proposta depois de administrativa a que servir.
transitar em julgado a decisão judicial, que houver § 8º - Considera-se em estado de necessidade
condenado a Fazenda Pública a indenizar o ter- o funcionário que realiza atividade indispensável
ceiro prejudicado. ao atendimento de uma urgência administrativa, in-
Art. 178 - A responsabilidade penal abrange clusive para fins de preservação do patrimônio pú-
os crimes e contravenções imputados, por lei, ao blico.
funcionário, nesta qualidade. § 9º - O exercício da legítima defesa e de ati-
Art. 179 - São independentes as instâncias vidades em virtude do estado de necessidade não
serão excludentes de responsabilidade administra-
administrativas civil e penal, e cumuláveis as res-
tiva quando houver excesso, imoderação ou des-
pectivas cominações.
proporcionalidade, culposos ou dolosos, na con-
§ 1º - Sob pena de responsabilidade, o funcio- duta do funcionário.
nário que exercer atribuições de chefia, tomando
conhecimento de um fato que possa vir a se confi- Art. 180 - A apuração da responsabilidade do
gurar, ou se configure como ilícitoDaniel
administrativo,
RIBEIRO é DEfuncionário
ANDRADE
processar-se-á mesmo nos casos de al-
obrigado a representar perante a autoridade com- teração funcional, inclusive a perda do cargo.
danielicoense@gmail.com
petente, a fim de que esta promova a sua apura-
ção. 609.749.013-50Art. 181 - Extingue-se a responsabilidade ad-
ministrativa:
§ 2º - A apuração da responsabilidade funci- I - com a morte do funcionário;
onal será feita através de sindicância ou de inqué-
rito. II - pela prescrição do direito de agir do Estado
ou de suas entidades em matéria disciplinar.
§ 3º - Se o comportamento funcional irregular
configurar, ao mesmo tempo, responsabilidade ad- Art. 182 - O direito ao exercício do poder dis-
ministrativa, civil e penal, a autoridade que determi- ciplinar prescreve passados cinco anos da data em
nou o procedimento disciplinar adotará providên- que o ilícito tiver ocorrido.
cias para a apuração do ilícito civil ou penal, Parágrafo único - São imprescritíveis o ilícito
quando for o caso, durante ou depois de concluídos de abandono de cargo e a respectiva sanção.
a sindicância ou o inquérito.
Art. 183 - O inquérito administrativo para
§ 4º - Fixada a responsabilidade administrativa
apuração da responsabilidade do funcionário pro-
do funcionário, a autoridade competente aplicará a
duzirá, preliminarmente, os seguintes efeitos:
sanção que entender cabível, ou a que for tipificada
neste Estatuto para determinados ilícitos. Na apli- I - afastamento do funcionário indiciado de seu
cação da sanção, a autoridade levará em conta os cargo ou função, nos casos de prisão preventiva ou
antecedentes do funcionário, as circunstâncias em prisão administrativa;
que o ilícito ocorreu, a gravidade da infração e os II - sobrestamento do processo de aposenta-
danos que dela provierem para o serviço estatal de doria voluntária;
terceiros.
III - proibição do afastamento do exercício,
§ 5º - A legítima defesa e o estado de necessi- salvo o caso do item I deste artigo;
dade excluem a responsabilidade administrativa.
§ 6º - A alienação mental, comprovada através
de perícia médica oficial excluirá, também, a

319
IV - proibição de concessão de licença, ou o Art. 188 - A inobservância de qualquer dos
seu sobrestamento, salvo a concedida por motivo preceitos deste Capítulo relativos à forma do pro-
de saúde; cedimento, à competência e ao direito de ampla de-
V - cessação da disposição, com retorno do fesa acarretará a nulidade do procedimento disci-
funcionário ao seu órgão de origem. plinar

Art. 184 - Assegurar-se-á ao funcionário, no Art. 189 - Aplica-se o disposto neste Título ao
pro- cedimento disciplinar, ampla defesa, consis- procedimento em que for indiciado aposentado ou
tente, sobretudo: funcionário em disponibilidade.
I - no direito de prestar depoimento sobre a im-
putação que lhe é feita e sobre os fatos que a ge- CAPÍTULO II
raram;
DOS DEVERES
II - no direito de apresentar razões preliminares
e finais, por escrito, nos termos deste Estatuto; Art. 190 - Os deveres do funcionário são ge-
III - no direito de ser defendido por advogado, rais, quando fixados neste Estatuto e legislação
de sua indicação, ou por defensor público, também complementar, e especiais, quando fixados tendo
advogado, designado pela autoridade competente; em vista as peculiaridades das atribuições funcio-
IV - no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e nais.
contraditar testemunhas, e requerer acareações; Art. 191 - São deveres gerais do funcionário:
V - no direito de requerer todas as provas em I - lealdade e respeito às instituições constitu-
direito permitidas, inclusive as de natureza pericial; cionais e administrativas a que servir;
VI - no direito de argüir prescrição; II - observância das normas constitucionais, le-
Daniele RIBEIRO
VII - no direito de levantar suspeições argüir DE
gais ANDRADE
e regulamentares;
impedimentos. danielicoense@gmail.com
III - obediência às ordens de seus superiores
609.749.013-50
Art. 185 - A defesa do funcionário no proce- hierárquicos;
dimento disciplinar, que é de natureza contraditória, IV - continência de comportamento, tendo em
é privativa de advogado, que a exercitará nos ter- vista o decoro funcional e social;
mos deste Estatuto e nos da legislação federal per- V - levar, por escrito, ao conhecimento da au-
tinente (Estatuto da Ordem dos Advogados do Bra- toridade superior irregularidades administrativas de
sil). que tiver ciência em razão do cargo que ocupa, ou
§ 1º - A autoridade competente designará de- da função que exerça;
fensor para o funcionário que, pobre na forma da VI - assiduidade; VII - pontualidade; VIII - urba-
lei, ou revel, não indicar advogado, podendo a indi- nidade; IX - discrição;
cação recair em advogado do Instituto de Previdên-
cia do Estado do Ceará (IPEC). X - guardar sigilo sobre a documentação e os
assuntos de natureza reservada de que tenha co-
§ 2º - O funcionário poderá defender-se, pes- nhecimento em razão do cargo que ocupa, ou da
soal- mente, se tiver a qualidade de advogado. função que exerça;
Art. 186 - O funcionário público fica sujeito ao XI - zelar pela economia e conservação do ma-
poder disciplinar desde a posse ou, se esta não for terial que lhe for confiado;
exigida, desde o seu ingresso no exercício funcio-
XII - atender às notificações para depor ou re-
nal.
alizar perícias ou vistorias, tendo em vista procedi-
Art. 187 - Se no transcurso do procedimento mentos disciplinares;
disciplinar outro funcionário for indiciado, o sindi- XIII - atender, nos prazos de lei ou regulamen-
cante ou a Comissão Permanente de Inquérito, tares, as requisições para defesa da Fazenda Pú-
conforme o caso, reabrirá os prazos de defesa para blica; XIV - atender, nos prazos que lhe forem assi-
o novo indiciado. nados por lei ou regulamento, os requerimentos de

320
certidões para defesa de direitos e esclarecimentos I - salvo as exceções constitucionais pertinen-
de situações; tes, acumular cargos, funções e empregos públicos
XV - providenciar para que esteja sempre em remunerados, inclusive nas entidades da Adminis-
ordem, no assentamento individual, sua declara- tração Indireta (autarquias, empresas públicas e
ção de família; sociedades de economia mista);

XVI - atender, prontamente, e na medida de II - referir-se de modo depreciativo às autori-


sua competência, os pedidos de informação do Po- dades em qualquer ato funcional que praticar, res-
der Legislativo e às requisições do Poder Judiciá- salvado o direito de crítica doutrinária aos atos e
rio; fatos administrativos, inclusive em trabalho público
e assinado;
XVII - cumprir, na medida de sua competência,
as decisões judiciais ou facilitar-lhes a execução. III - retirar, modificar ou substituir qualquer do-
cumento oficial, com o fim de constituir direito ou
Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos, bem
ordem de autoridade superior quando: como apresentar documento falso com a mesma fi-
I - a autoridade de quem emanar a ordem for nalidade;
in- competente; IV - valer-se do exercício funcional para lograr
II - não se contiver a ordem na área da compe- proveito ilícito para si, ou para outrem;
tência do órgão a que servir o funcionário seu des- V - promover manifestação de desapreço ou
tinatário, ou não se referir a nenhuma das atribui- fazer circular ou subscrever lista de donativos, no
ções do servidor; recinto do trabalho;
III - for a ordem expedida sem a forma exigida VI - coagir ou aliciar subordinados com objeti-
por lei; vos político-partidários;
IV - não tiver sido a ordem publicada, quando DE ANDRADE
Daniel RIBEIRO VII - participar de diretoria, gerência, adminis-
tal formalidade for essencial à sua validade; tração,
danielicoense@gmail.com conselho técnico ou administrativo, de em-
V - não tiver a ordem como causa uma neces- presa ou sociedades mercantis;
609.749.013-50
sidade administrativa ou pública, ou visar a fins não VIII - pleitear, como procurador ou intermediá-
estipulados na regra de competência da autoridade rio, junto aos órgãos e entidades estaduais, salvo
da qual promanou ou do funcionário a quem se di- quando se tratar de percepção de vencimentos,
rige; proventos ou vantagens de parente consanguíneo
VI - a ordem configurar abuso ou excesso de ou afim, até o segundo grau civil;
poder ou de autoridade. IX - praticar a usura;
§ 1º - Em qualquer dos casos referidos neste X - receber propinas, vantagens ou comissões
artigo, o funcionário representará contra a ordem, pela prática de atos de oficio;
fundamentadamente, à autoridade imediatamente XI - revelar fato de natureza sigilosa, de que
superior a que ordenou. tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo
§ 2º - Se se tratar de ordem emanada do Pre- quando se tratar de depoimento em processo judi-
sidente da Assembleia Legislativa, do Chefe do Po- cial, policial ou administrativo;
der Executivo, do Presidente do Tribunal de Contas XII - cometer a outrem, salvo os casos previs-
e do Presidente do Conselho de Contas dos Muni- tos em lei ou ato administrativo, o desempenho de
cípios, o funcionário justificará perante essas auto- sua atividade funcional;
ridades a escusa da obediência.
XIII - entreter-se, nos locais e horas de traba-
lho, com atividades estranhas às relacionadas com
CAPÍTULO III as suas atribuições, causando prejuízos a estas;
DAS PROIBIÇÕES XIV - deixar de comparecer ao trabalho sem
causa justificada;
Art. 193 - Ao funcionário é proibido: XV - ser comerciante;

321
XVI - contratar com o Estado, ou suas entida-
des, salvo os casos de prestação de serviços téc-
CAPÍTULO IV
nicos ou científicos, inclusive os de magistério em
caráter eventual; DAS SANÇÕES DISCIPLINARES E SEUS
EFEITOS
XVII - empregar bens do Estado e de suas en-
tidades em serviço particular;
XVIII - atender pessoas estranhas ao serviço, Art. 196 - As sanções aplicáveis ao funcioná-
no local de trabalho, para o trato de assuntos parti- rio são as seguintes:
culares; I - repreensão;
XIX - retirar bens de órgãos ou entidades esta- II - suspensão;
duais, salvo quando autorizado pelo superior hie-
III - multa;
rárquico e desde que para atender a interesse pú-
blico. IV - demissão;
Parágrafo único - Excluem-se da proibição do V - cassação de disponibilidade;
item XVI os contratos de cláusulas uniformes e os VI - cassação de aposentadoria.
de emprego, em geral, quando, no último caso, não
configurarem acumulação ilícita. Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre
por escrito, ao funcionário que, em caráter primário,
Art. 194 - É ressalvado ao funcionário o di- a juízo da autoridade competente, cometer falta
reito de acumular cargo, funções e empregos remu- leve, não cominável, por este Estatuto, com outro
nerados, nos casos excepcionais da Constituição tipo de sanção.
Federal.
Art. 198 - Aplicar-se-á a suspensão, através
§1º - Verificada, em inquérito administrativo,
Daniel de ato
RIBEIRO DE escrito, por prazo não superior a 90 (no-
ANDRADE
acumulação proibida e provada a boa-fé, o funcio-
venta) dias, nos casos de reincidência de falta leve,
nário optará por um dos cargos, funçõesdanielicoense@gmail.com
ou em-
e nos de ilícito grave, salvo a expressa cominação,
pregos, não ficando obrigado a restituir o que 609.749.013-50
hou-
por lei, de outro tipo de sanção.
ver percebido durante o período da acumulação ve-
dada. Parágrafo único - Por conveniência do serviço,
a suspensão poderá ser convertida em multa, na
§2º - Provada a má-fé, o funcionário perderá
base de 50% (cinquenta por cento) por dia de ven-
os cargos, funções ou empregos acumulados ilici-
cimento, obrigado, neste caso, o funcionário a per-
tamente devolvendo ao Estado o que houver per-
manecer em exercício.
cebido no período da acumulação.
Art. 199 - A demissão será obrigatoriamente
Art. 195 - O aposentado compulsoriamente
aplicada nos seguintes casos:
ou por invalidez não poderá acumular seus proven-
tos com a ocupação de cargo ou o exercício de fun- I - crime contra a administração pública;
ção ou emprego público. II - crime comum praticado em detrimento de
Parágrafo único - Não se compreendem na dever inerente à função pública ou ao cargo pú-
proibição de acumular nem estão sujeitos a quais- blico, quando de natureza grave, a critério da auto-
quer limites: ridade competente;
I - a percepção conjunta de pensões civis e mi- III - abandono de cargo;
lita- res; IV - incontinência pública e escandalosa e prá-
II - a percepção de pensões com vencimento tica de jogos proibidos;
ou salário; V - insubordinação grave em serviço;
III - a percepção de pensões com vencimentos VI - ofensa física ou moral em serviço contra
de disponibilidade e proventos de aposentadoria e funcionário ou terceiros;
reforma;
VII - aplicação irregular dos dinheiros públicos,
IV - a percepção de proventos, quando resul- que resultem em lesão para o Erário Estadual ou
tantes de cargos legalmente acumuláveis. dilapidação do seu patrimônio;

322
VIII - quebra do dever de sigilo funcional; demissão e cassação, da aposentadoria ou dispo-
IX - corrupção passiva, nos termos da lei penal; nibilidade;

X - falta de atendimento ao requisito do estágio III - os Secretários de Estado e demais dirigen-


probatório estabelecido no art. 27, § 1º, item III; tes de órgãos subordinados ou auxiliares, em todos
os casos, salvo os referidos nos itens I e II;
XI - desídia funcional;
IV - os chefes de unidades administrativas em
XII - descumprimento de dever especial ine- geral, nos casos de repreensão, suspensão até 30
rente a cargo em comissão. (trinta) dias e multa correspondente.
§ 1° - Considera-se abandono de cargo a deli- Art. 203 - Além da pena judicial que couber,
berada ausência ao serviço, sem justa causa, por
serão considerados como de suspensão os dias
trinta (30) dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias,
em que o funcionário, notificado deixar de atender
interpoladamente, durante 12 (doze) meses.
à convocação para prestação de serviços estatais
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço compulsórios, salvo motivo justificado.
com justa causa não só a autorizada por lei, regu-
lamento ou outro ato administrativo, como a que as- Art. 204 - Será cassada a aposentadoria ou
sim for considerada após comprovação em inqué- disponibilidade se ficar provado, em inquérito admi-
rito ou justificação administrativa, esta última re- nistrativo, que o aposentado ou disponível:
querida ao superior hierárquico pelo funcionário in- I - praticou, quando no exercício funcional, ilí-
teressado, valendo a justificação, nos termos deste cito punível com demissão;
parágrafo, apenas para fins disciplinares.
II - aceitou cargo ou função que, legalmente,
Art. 200 - Tendo em vista a gravidade do ilí- não poderia ocupar, ou exercer, provada a má-fé;
cito, a demissão poderá ser aplicada com a nota “a III - não assumiu o disponível, no prazo legal,
bem do serviço público”, a qual constará sempre o lugar funcional em que foi aproveitado, salvo mo-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
nos casos de demissão referidos nos itens I e VII tivo de força maior;
do artigo 199. danielicoense@gmail.com
609.749.013-50IV - perdeu a nacionalidade brasileira.
Parágrafo único - Salvo reabilitação obtida em
pro- cesso disciplinar de revisão, o funcionário de- Parágrafo único - A cassação da aposentado-
mitido com a nota a que se refere este artigo não ria ou disponibilidade extingue o vínculo do apo-
poderá reingressar nos quadros funcionais do Es- sentado ou do disponível com o Estado ou suas en-
tado ou de suas entidades, a qualquer título. tidades autárquicas.

Art. 201 - Ao ato que cominar sanção, prece- Art. 205 - A suspensão preventiva será orde-
derá sempre procedimento disciplinar, assegurada nada pela autoridade que determinar a abertura do
ao funcionário indiciado ampla defesa, nos termos inquérito administrativo, se, no transcurso deste, a
deste Estatuto, pena de nulidade da cominação im- entender indispensável, nos termos do § 1º deste
posta. artigo.

Parágrafo único - As sanções referidas nos § 1º - A suspensão preventiva não ultrapassará


itens II e VI do artigo 196 serão cominadas por es- o prazo de 90 (noventa) dias e somente será deter-
crito e fundamentalmente, pena de nulidade. minada quando o afastamento do funcionário for
necessário, para que, como indiciado, não venha a
Art. 202 - São competentes para aplicação influir na apuração de sua responsabilidade.
das sanções disciplinares: § 2º - Suspenso preventivamente, o funcioná-
I - os Chefes dos Poderes Legislativo e Execu- rio terá, entretanto, direito:
tivo, em qualquer caso, e privativamente, nos casos I - a computar o tempo de serviço relativo ao
de demissão e cassação de aposentadoria ou dis- período de suspensão para todos os efeitos legais;
ponibilidade, salvo se se tratar de punição de fun-
cionário autárquico; II - a computar o tempo de serviço para todos
os fins de lei, relativo ao período que ultrapassar o
II - os dirigentes superiores das autarquias, em prazo da suspensão preventiva;
qualquer caso, e, privativamente, nos casos de

323
III - a perceber os vencimentos relativos ao pe- § 1º - Abrir-se-á, também, sindicância para
ríodo de suspensão, se reconhecida a sua inocên- apuração das aptidões do funcionário, no estágio
cia no inquérito administrativo; probatório, para fins de demissão ou exoneração,
IV - a perceber as gratificações por tempo de quando for o caso, assegurada ao indiciado ampla
serviço já prestado e o salário-família. defesa, nos termos dos artigos estatutários que dis-
ciplinam o inquérito administrativo, reduzidos os
Art. 206 - Os Chefes dos Poderes Legisla- prazos neles estabelecidos, à metade.
tivo, Executivo e Judiciário, os Presidentes do Tri- § 2º - Aberta a sindicância, suspende-se a flu-
bunal de Contas e do Conselho de Contas dos Mu- ência do período do estágio probatório.
nicípios, os Secretários de Estado e os dirigentes
das Autarquias poderão ordenar a prisão adminis- § 3º - A sindicância será realizada por funcio-
trativa do funcionário responsável direto pelos di- nário estável, designado pela autoridade que deter-
nheiros e valores públicos, ou pelos bens que se minar a sua abertura.
encontrarem sob a guarda do Estado ou de suas § 4º - A sindicância precede o inquérito admi-
Autarquias, no caso de alcance ou omissão no re- nistrativo, quando for o caso, sendo-lhe anexada
colhimento ou na entrega a quem de direito nos como peça informativa e preliminar.
prazos e na forma da lei.
§ 5º - A sindicância será realizada no prazo
§ 1º - Recolhida aos cofres públicos a impor- máximo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
tância desviada, a autoridade que ordenou a prisão período, a pedido do sindicante, e a critério da au-
revogará imediatamente o ato gerador da custódia. toridade que determinou a sua abertura.
§ 2º - A autoridade que ordenar a prisão, que § 6º - Havendo ostensividade ou indícios fortes
não poderá ultrapassar a 90 (noventa) dias, comu- de autoria do ilícito administrativo, o sindicante in-
nicará imediatamente o fato à autoridade judiciária diciará o funcionário, abrindo-lhe o prazo de 3 (três)
competente e providenciará a abertura e realização dias para defesa prévia. A seguir, com o seu rela-
Daniel RIBEIRO
urgente do processo de tomada de contas. DE ANDRADE
tório, encaminhará o processo de sindicância à au-
danielicoense@gmail.com
toridade que determinou a sua abertura.
Art. 207 - A prisão, a que se refere o artigo
609.749.013-50
anterior, será cumprida em local especial. § 7º - O sindicante poderá ser assessorado por
técnicos, de preferência pertencentes aos quadros
Art. 208 - Aplica-se à prisão administrativa o funcionais, devendo todos os atos da sindicância
disposto no § 2º do art. 205 deste Estatuto. serem reduzidos a termo por secretário designado
pelo sindicante, dentre os funcionários do órgão a
CAPÍTULO V que pertencer.
DA SINDICÂNCIA § 8º - Ultimada a sindicância, não apurada a
responsabilidade administrativa, ou o descumpri-
mento dos requisitos do estágio probatório, o pro-
Art. 209 - A sindicância é o procedimento su- cesso será arquivado, fixada a responsabilidade
mário através do qual o Estado ou suas autarquias funcional, a autoridade que determinou a sindicân-
reúnem elementos informativos para determinar a cia encaminhará os respectivos autos para a Co-
verdade em torno de possíveis irregularidades que missão Permanente de Inquérito Administrativo,
possam configurar, ou não, ilícitos administrativos, que funcionará:
aberta pela autoridade de maior hierarquia, no ór-
gão em que ocorreu a irregularidade, ressalvadas I - no Poder Executivo, na Governadoria, nas
em qual- quer caso, permitida a delegação de com- Secretarias de Estado, órgãos desconcentrados e
petência: nas autarquias;
II - no Poder Legislativo, na Diretoria Geral;
I - do Governador, em qualquer caso;
II - dos Secretários de Estado, dos dirigentes III - no Tribunal de Contas e no Conselho de
Contas dos Municípios.
autárquicos e dos Presidentes da Assembleia Le-
gislativa, Tribunal de Contas e do Conselho de
Contas dos Municípios, em suas respectivas áreas
CAPÍTULO VI
funcionais.
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

324
sabido, a citação far-se-á por edital, publicado no
Diário Oficial do Estado, com prazo de 15 (quinze)
Art. 210 - O inquérito administrativo é o pro-
dias, depois do que, não comparecendo o citado,
cedi- mento através do qual os órgãos e as autar- ser-lhe-á designado defensor, nos termos do art.
quias do Estado apuram a responsabilidade disci- 184, item III e § 1º do art. 185.
plinar do funcionário.
Art. 215 - Citado, o indiciado poderá requerer
Parágrafo único - São competentes para ins-
taurar o inquérito: suas provas no prazo de 5 (cinco) dias, podendo
renovar o pedido, no curso do inquérito, se neces-
I - o Governador, em qualquer caso; sário para demonstração de fatos novos.
II - os Secretários de Estado, os dirigentes das Art. 216 - A falta de notificação do indiciado
Autarquias e os Presidentes da Assembléia Legis-
ou de seu defensor, para todas as fases do inqué-
lativa, do Tribunal de Contas e do Conselho de
rito, de- terminará a nulidade do procedimento.
Contas dos Municípios, em suas áreas funcio- nais,
permitida a delegação de competência. Art. 217 - Encerrada a fase probatória, o in-
diciado será notificado para apresentar, por seu de-
Art. 211 - O inquérito administrativo será re-
fensor, no prazo de 10 (dez) dias, suas razões fi-
alizado por Comissões Permanentes, instituídas
nais de defesa.
por atos do Governador, do Presidente da Assem-
bleia Legislativa, do Presidente do Tribunal de Con- Art. 218 - Apresentadas as razões finais de
tas, do Presidente do Conselho de Contas dos Mu- defesa, a Comissão encaminhará os autos do in-
nicípios, dos dirigentes das Autarquias e dos ór- quérito, com relatório circunstanciado e conclusivo,
gãos desconcentrados, permitida a delegação de à autoridade competente para o seu julgamento.
poder, no caso do Governador, ao Secretário de
Administração. Art. 219 - Sob pena de nulidade, as reuniões
Daniel RIBEIRO DEe ANDRADE
as diligências realizadas pela Comissão de In-
Art. 212 - As Comissões Permanentes de In- quérito serão consignadas em atas.
danielicoense@gmail.com
quérito Administrativo compor-se-ão de três mem-
bros, todos funcionários estáveis do Estado 609.749.013-50
ou de Art. 220 - Da decisão de autoridade julgadora
suas autarquias, presidida pelo servidor que for de- cabe recurso no prazo de 10 (dez) dias, com efeito
signado pela autoridade competente, que colocará suspensivo, para a autoridade hierárquica imedia-
à disposição das Comissões o pessoal necessário tamente superior, ou para a que for indicada em re-
ao desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os gulamento ou regimento.
de secretário e assessoramento. Parágrafo único - Das decisões dos Secretá-
rios de Estado e do Presidente do Conselho de
Art. 213 - Instaurado o inquérito administra-
Contas dos Municípios caberá recurso, com efeito
tivo, a autoridade encaminhará seu ato para a Co-
suspensivo, no prazo deste artigo, para o Governa-
missão de Inquérito que for competente, tendo em
dor. Das de- cisões do Presidente da Assembleia
vista o local da ocorrência da irregularidade verifi-
Legislativa e do Tribunal de Contas caberá recurso,
cada, ou a vinculação funcional do servidor a quem
com os efeitos deste parágrafo, para o Plenário da
se pretende imputar a responsabilidade administra-
Assembleia e do Tribunal, respectivamente.
tiva.
Art. 221 - O inquérito administrativo será con-
Art. 214 - Abertos os trabalhos do inquérito,
cluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, po-
o Presidente da Comissão mandará citar o funcio-
dendo ser prorrogado por igual período, a pedido
nário acusado, para que, como indiciado, acompa-
da Comissão, ou a requerimento do indiciado, diri-
nhe, na forma do estabelecido neste Estatuto, todo
gido à autoridade que determinou o procedimento.
o procedimento, requerendo o que for do interesse
da defesa. Art. 222 - Em qualquer fase do inquérito será
Parágrafo único - A citação será pessoal, me- permitida a intervenção do indiciado, por si, ou por
diante protocolo, devendo o servidor dele encarre- seu defensor.
gado consignar, por escrito, a recusa do funcionário Art. 223 - Havendo mais de um indiciado e
em recebê-la. Em caso de não ser encontrado o diversidade de sanções caberá o julgamento à au-
funcionário, estando ele em lugar incerto e não toridade competente para imposição da sanção

325
mais grave. Neste caso, os prazos assinados aos Art. 231 - Na inicial, o requerente pedirá dia
indiciados correrão em comum. e hora para inquirição das testemunhas que arrolar.
Art. 224 - O funcionário só poderá ser exone- Parágrafo único - Será considerada informante
rado, estando respondendo a inquérito administra- a testemunha que, residindo fora da sede onde fun-
tivo, depois de julgado este com a declaração de cionar a comissão, prestar depoimento por escrito.
sua inocência.
Art. 232 - Concluído o encargo da comissão,
Art. 225 - Recebidos os autos do inquérito, a no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por
autoridade julgadora proferirá sua decisão no prazo trinta (30) dias, nos casos de força maior, será o
improrrogável de 20 (vinte) dias. processo, com o respectivo relatório, encaminhado
à autoridade competente para o julgamento.
Art. 226 - Declarada a nulidade do inquérito,
no todo ou em parte, por falta do cumprimento de Parágrafo único - O prazo para julgamento
formalidade essencial, inclusive o reconhecimento será de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual perí-
de direito de defesa, novo procedimento será odo, no caso de serem determinadas novas diligên-
aberto. cias.

Art. 227 - No caso do artigo anterior e no de Art. 233 - Das decisões proferidas em proce-
esgotamento do prazo para a conclusão do inqué- dimento de revisão cabe recurso, na forma do art.
rito, o indiciado, se tiver sido afastado de seu cargo, 220.
retornará ao seu exercício funcional.
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E
danielicoense@gmail.com
Art. 228 - A qualquer tempo poderá ser re- TRASITÓRIAS
609.749.013-50
querida a revisão do procedimento administrativo
de que resultou sanção disciplinar, quando se adu- Art. 234 - O órgão central do sistema de pes-
zam fatos ou circunstâncias que possam justificar a
soal do Poder Executivo e os assemelhados do Po-
inocência do requerente, mencionados ou não no
der Legislativo e entidades autárquicas fornecerão
procedi- mento original.
ao funcionário cartão de identidade, dele devendo
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário constar o retrato, a impressão digital, a filiação, a
falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser re- data de nascimento e a qualificação funcional do
que- rida pelo cônjuge, companheiro, descendente, identificado.
ascendente colateral consanguíneo até o 2º grau
Parágrafo único - Será recolhido o cartão do
civil.
funcionário que for exonerado, demitido ou aposen-
Art. 229 - Processar-se-á a revisão em tado.
apenso ao processo original. Art. 235 - Salvo disposição expressa em con-
Parágrafo único - Não constitui fundamento trário, os prazos previstos neste Estatuto somente
para a revisão a simples alegação de injustiça da correrão nos dias úteis, excluindo-se o dia inicial.
sanção.
Art. 236 - Nos dias úteis, só por determinação
Art. 230 - O requerimento devidamente ins- dos Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo
truído será dirigido à autoridade que aplicou a san- poderão deixar de funcionar os órgãos e entidades
ção, ou àquela que a tiver confirmado, em grau de estaduais.
recurso.
Art. 237 - É assegurado aos funcionários o
Parágrafo único - Para processar a revisão, a direito de se agruparem em associação de classe,
autoridade que receber o requerimento nomeará sem caráter sindical ou político-partidário.
uma comissão composta de três funcionários efeti-
vos, de categoria igual ou superior à do requerente.

326
Parágrafo único - Essas Associações, que de- Art. 243 - As normas do regime disciplinar
verão ter personalidade jurídica de direito privado, previstas neste Estatuto, salvo as de natureza ad-
representarão os que integrarem o seu quadro so- jetiva, não se aplicam aos casos pendentes.
cial perante as autoridades administrativas, em ma-
téria de interesse da coletividade funcional. Art. 244 - O afastamento do funcionário ocu-
pante de cargo de chefia, direção, fiscalização ou
Art. 238 - O dia 28 de outubro será consa- arrecadação, para disputar mandato eletivo, dar-
grado ao funcionário público estadual e comemo- se-á nos termos da legislação eleitoral pertinente.
rado, oficialmente, na forma do que for disposto em
Regulamento. Parágrafo único - Durante o afastamento de
que trata este artigo o funcionário não perceberá os
Art. 239 - Ressalvadas as exceções constan- vencimentos ou vantagens do cargo que momenta-
tes de disposição expressa em lei, bem como os neamente detinha ou de que for ocupante efetivo,
casos de acumulação lícita, o funcionário não po- exceto o salário-família, considerando-se o afasta-
derá receber, mensalmente, importância total su- mento como autorização para o trato de interesses
perior a noventa por cento da percebida pelos Se- particulares.
cretários de Estado.
Art. 245 - Ao ex-combatente da Força do
§ 1º - Ficam excluídas do limite deste artigo: Exército, da Expedicionária Brasileira, da Força Aé-
I - a gratificação representação; rea Brasileira, da Marinha de Guerra e da Marinha
Mercante do Brasil, que tenha participado efetiva-
II - salário-família;
mente de operações bélicas na segunda Guerra
III - progressão horizontal; Mundial, e cuja situação se encontra definida na Lei
IV - diárias e ajuda de custo; Federal nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, são
assegurados os seguintes direitos:
V - gratificação pela participação em órgão de
deliberação coletiva; I - estabilidade, se funcionário público;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
VI - gratificação de exercício; danielicoense@gmail.comII - aproveitamento no serviço público, sem a
exigência
609.749.013-50 do disposto no art. 106, § 1º da Constitui-
VII - gratificação por prestação de serviço ex- ção do Estado;
traordinário.
III - aposentadoria com proventos integrais aos
§ 2º - O funcionário não perceberá, a qualquer 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo, se funci-
título, importância mensal superior à recebida pelo onário público da Administração direta ou autár-
Governador do Estado, não se computando, entre- quica;
tanto, no cálculo, diárias, ajudas de custo, gratifica-
ção por serviço ou estudo fora do Estado e a pro- IV - benefício do Instituto de Previdência;
gressão horizontal. V - promoção após interstício legal, e se hou-
ver vaga;
Art. 240 - É vedado pôr o funcionário à dis-
posição de entidade de direito privado, estranha no VI - assistência médica, hospitalar e educacio-
Sistema Administrativo, salvo em caso de convê- nal, se carente de recurso.
nio, ou para exercer função considerada pelo sis- Art. 246 - As atuais funções gratificadas pas-
tema de rele- vante interesse social.
sam à categoria de cargos em comissão, conver-
Art. 241 - São isentos de qualquer tributo ou tendo-se automaticamente os valores das gratifica-
emolumentos os requerimentos, certidões e outros ções em gratificações de representação, mantida a
papéis que interessem ao funcionário público ou a simbologia vigente até definição regulamentar.
aposentado, nessas qualidades. Art. 247 - Aplica-se o regime desta lei aos es-
Art. 242 - Nenhum tributo estadual incidirá tabilizados nos termos do § 2º do Art. 177 da Cons-
sobre os vencimentos, proventos ou qualquer van- tituição Federal de 1967, com a redação dada pelo
tagem do funcionário ou do aposentado, nem sobre art. 194 da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de
os atos ou títulos referentes à sua vida funcional. outubro de 1969, desde que sujeitos ao regime do
Estatuto anterior, quando da aquisição da estabili-
dade.

327
Parágrafo único - Com a estabilidade, as fun- tempo determinado, de que trata o inciso XIV do
ções de caráter eventual dos servidores em geral art. 154 da Constituição do Estado do Ceará.
passam a ser de natureza permanente, caracteri-
Art. 252 - A partir de 1º. de janeiro de 1974,
zando-se como cargo, devendo como tal, serem
considera- das, para todos os efeitos. todas as gratificações adicionais por tempo de ser-
viço per- cebidas pelos funcionários deverão ser
Art. 248 - O funcionário que esteja com o seu convertidas na progressão horizontal prevista no
vínculo funcional suspenso, ou no gozo de licença, Capítulo X, Seção I, do Titulo II, deste Estatuto.
poderá ser, a qualquer tempo, citado para se de-
Art. 253 - O Estado, na forma que dispuser
fender em procedimento disciplinar, ou notificado
para nele prestar depoimento, ou realizar ou se Decreto do Governador do Estado, poderá assegu-
submeter a provas de natureza pericial, salvo ma- rar bolsa de estudo ao funcionário, como incentivo
nifesta impossibilidade por motivo de doença, justi- à sua profissionalização, em cursos não regulares
ficada perante o sindicante ou Comissão Perma- de formação, treinamento, aperfeiçoamento e de
nente de Inquérito. especialização profissionais, mantidos por entida-
des oficiais ou particulares, de reconhecida e notó-
Art. 249 - São considerados concursos públi- ria idoneidade.
cos, gerando todos os efeitos que lhe são atinen- Parágrafo único - O Decreto a que se refere
tes, os exames de provas de habilitação ou seleção este artigo poderá dispor sobre a concessão de bol-
realizados para a admissão de candidatos a fun- sas de estudo para funcionários em cursos de ex-
ções das extintas TNM e que se revestiram das ca- tensão universitária e de pós-graduação.
racterísticas essenciais dos concursos públicos,
consideradas, como tais, a acessibilidade a todos Art. 254 – A carga horária de trabalho de
os brasileiros, o caráter competitivo e eliminatório e trinta (30) horas semanais, a que estão obrigados
ampla divulgação. os servi- dores públicos do Sistema Administrativo
Parágrafo único - A declaração Daniel Estadual,
RIBEIRO DE
de equivalên- será prestada, em período e tempo cor-
ANDRADE
cia será feita pelo órgão central do sistema de pes- rido das segundas às sextas-feiras.
danielicoense@gmail.com
soal, mediante provocação do interessado. 609.749.013-50 Parágrafo único – Os servidores que ocupam
cargo de magistrado, procurador, assessor jurídico,
Art. 250 - Reduzida a capacidade do funcio-
professor, médico, engenheiro, agrônomo, servido-
nário para o exercício das atribuições do cargo que res públicos estatutários e demais atividades asse-
ocupa, comprovada através de perícia médica ofi- melhadas, bem como os que exercem cargo em co-
cial, será ele readaptado, mediante transferência, missão terão seus regimes de trabalho definidos
em cargo de atribuições compatíveis com o seu em regulamento próprio.
novo estado psíquico ou somático.
Art. 255 - Continuam em vigor as Leis e Re-
Parágrafo único - A readaptação obedecerá ao
disposto nos arts. 50 e 51 deste Estatuto. gulamentos que disciplinam os institutos previs- tos
neste Estatuto, desde que com ele não colidam, até
Art. 251 – É permitida a consignação faculta- que novas normas sejam expedidas.
tiva em folha de pagamento inerente à remunera-
Art. 256 - Os Poderes Legislativo e Execu-
ção, subsídios, proventos.
tivo, no âmbito de suas respectivas competências,
§ 1º - A soma das consignações facultativas expedirão os atos necessários a complementação
não excederá de 40% (quarenta por cento) da re- e explicitação deste Estatuto.
muneração, subsídios e proventos, deduzidas as
consignações obrigatórias. Art. 257 - Aplicam-se as disposições deste
Estatuto subsidiariamente, no que couber, ao Ma-
§ 2º - Serão computados, para efeito do cálculo
gistério Estadual em todos os graus de ensino, ao
previsto neste artigo, o vencimento-base, as vanta-
pessoal da Policia Civil de carreira e aos funcioná-
gens fixas e as de caráter pessoal.
rios administrativos do Poder Judiciário.
§ 3º - Não se aplica o disposto neste artigo aos
ocupantes exclusivamente de cargo de provimento Art. 258 - Esta lei entrará em vigor a 1º de
em comissão, bem como aos contratados por janeiro 1974, ficando revogadas todas as disposi-
ções legais ou regulamentares que, implícita ou ex-
plicitamente, colidam com este Estatuto,

328
especialmente a Lei nº 4.196, de 5 de setembro de Art.3° A Tabela vencimental para a carreira
1958; a Lei nº 4.658, de 19 de novembro de 1959; Segurança Penitenciária é a prevista no anexo III.
a Lei nº 7.999, de 11 de maio de 1965; a Lei nº
COMENTÁRIO: Artigo 2 e 3 encontram-se em desuso. O
8.384, de 10 de janeiro de 1966; a Lei nº 9.226, de que vale é o anexo da lei 17.388/2021.
27 de novembro de 1968; a Lei nº 9.260, de 12 de
Art.4° Os servidores integrantes da carreira
dezembro de 1968, no que diz respeito ao funcio-
nário autárquico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de redenominada por esta Lei são submetidos ao re-
1970; a Lei nº 9.443, de 9 de março de 1971 e a Lei gime de plantão de 24 (vinte e quatro) x 72 (setenta
nº 9.496, de 19 julho de 1971. e duas) horas.
COMENTÁRIO: A regra é o policial penal trabalha
um dia e folgar três, mas existe a possibilidade do
policial penal trabalhar dois dias e folgar seis. Fique
atento pois o policial também pode trabalhar três e
folgar nove dias, mas essa situação de trabalhar três
dias seguidos não é aplicada a todos os policiais e sim
para aqueles que residem longe. Olha só o que fala a
ordem de serviço numero 25:
Ordem de Serviço Nº 25/2021 – Estabelece a
flexibilização da jornada de trabalho dos policiais penais do
Estado do Ceará
1. Para Policiais Penais que residem à distância, igual
ou superior, de 200 km do local de trabalho, poderá ser
autorizada a realização cumulativa ao plantão de 02 (duas)
compensações de jornada de trabalho.
Art.1° A carreira Guarda Penitenciária, inte- 2. Para Policiais Penais que residem à distância inferior
grante do Grupo Ocupacional Atividades de Apoio a 200 km, em local não compreendido dentro da Região
Administrativo e Operacional, prevista no item 2, do Metropolitana de Fortaleza, poderá ser autorizada a
realização cumulativa ao plantão de 01 (uma) compensação
anexo I, da Lei no12.386, de 9 de dezembro de
1994, fica redenominada para carreira DanielSegurança
RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 5° A estrutura remuneratória dos Agentes
Penitenciária e estruturada na forma danielicoense@gmail.com
do anexo I,
Penitenciários, integrantes da Carreira de Segu-
desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a
609.749.013-50
rança Penitenciária, é composta pelo vencimento
ter as seguintes atribuições: atendimento, vigilân-
base constante do anexo III, da Gratificação de Ati-
cia, custódia, guarda, escolta, assistência e orien-
vidades Especiais e de Risco – GAER, prevista no
tação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos
art.7 e Adicional Noturno previsto no art. 8o, todos
penais estaduais. (Nova redação dada pela lei n.
desta Lei.
14.966, de 13.07.11).
COMENTÁRIO: Esse Artigo encontra-se
§1o Além das parcelas previstas no caput
desatualizado por conta de uma inovação que foi a lei deste artigo, o Agente Penitenciário integrante da
17.388/2021. No início a carreira era denominada de Carreira de Segurança Penitenciária, poderá rece-
Guarda penitenciária, Então surgiu a lei 14.582/09 e ber vantagem pessoal, sendo esta compreendida
mudou a nomenclatura para segurança penitenciária
conforme você leu no art.1. Acontece que a Lei como o valor já incorporado à remuneração do
17.388/2021 inovou e transformou a figura do segurança Agente decorrente do exercício de cargo em comis-
penitenciário em Policia penal. Segue o artigo para que são e a Gratificação por Adicional de Tempo de
você possa compreender:
Art. 1º A carreira de Segurança Penitenciária,
Serviço para aqueles que já tinham implementado
disciplinada na Lei nº 14.582, de 21 de dezembro de 2009, as condições para tanto quando da edição da Lei
passa a denominar-se, nos termos do art. 188-B, da no 12.913, de 18 de junho de 1999.
Constituição do Estado, carreira de Polícia Penal. §1º Em
face do disposto no caput deste artigo, os cargos ou as §2o Poderá ainda o Agente Penitenciário inte-
funções de Agente Penitenciário, integrantes da estrutura grante da Carreira de Segurança Penitenciária per-
da Secretaria da Administração Penitenciária - SAP passam ceber complemento, este entendido como a parte
à denominação de Policial Penal
percebida pelo agente que ultrapasse os valores
decorrentes da presente Lei, percebida no mês an-
Art. 2° Os ocupantes dos cargos/funções de
terior ao da publicação desta norma, excluídas a
Agente Penitenciário, da carreira Segurança Peni-
vantagem pessoal e a gratificação por adicional de
tenciária redenominada pelo art.1 desta Lei, são
tempo de serviço.
posicionados na forma do anexo II.

329
Art.5.º-A. Fica instituída a Diária por Reforço serviço operacional por outro policial escalado para
Operacional, de natureza indenizatória, para o cus- esse fim, observada a limitação do § 1.º.
teio das despesas em razão da participação do Po- § 5.º Não se sujeitará ao limite a que se refere
licial Penal, em caráter voluntário, de serviço para o § 3.º deste artigo o policial penal para o qual seja
o qual seja designado eventualmente, nos termos remanejado, parcial ou totalmente, o excedente de
desta Lei e do respectivo regulamento. horas previsto no § 4.º.
COMENTÁRIO: FIQUE ATENTO, POIS HOJE O § 6.º Poderão participar do serviço a que se re-
PERCENTUAL MAXÍMO DE POLICIAIS QUE PODEM
PARTICIPAR DO SERVIÇO EXTRA É 50%.
fere o caput deste artigo, para fins de recebimento
ANTIGAMENTE EXISTIA O VALOR DE 75%: da Diária por Reforço Operacional, policiais penais
LEI N.º 16.120, DE 14.10.16 (D.O. 14.10.16) Dispõe que ocupem cargo de provimento em comissão ou
sobre o AUMENTO PROVISÓRIO DO PERCENTUAL estejam no exercício de função de confiança na
MÁXIMO do efetivo de agentes penitenciários que pode ser
empregado para atividades de reforço operacional, nos sede da Secretaria da Administração Penitenciária
termos da lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, com e Ressocialização – SAP ou em unidades prisio-
redação dada pela lei n.º 16.063, de 7 de julho de 2016. nais do Estado.
Art. 1º Fica alterado para 75% (setenta e cinco por
cento) o percentual máximo de utilização do efetivo de COMENTÁRIO : AQUI VAI UM RESUMO SOBRE O
agentes penitenciários do Estado para os fins do disposto AERO( SERVIÇO EXTRA )
no art. 5º- A, da Lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009,
com redação dada pela Lei n.º 16.063, de 7 de julho de ➢ É um serviço voluntário
2016, mediante a percepção de Abono Especial por Reforço ➢ Utiliza no máximo 50% do efetivo
Operacional. ➢ Somente os servidores ativos participam
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua ➢ Não é incorporado aos vencimentos para nenhum
publicação, sendo que a alteração de que trata o art. 1º efeito
surtirá efeitos pelo prazo de 2 (dois) anos, contados da ➢ Não é considerado para cálculo de quaisquer
publicação, período necessário à contratação pelo Estado, vantagens pecuniárias
por concurso público, de novos agentes penitenciários ➢ Limitado a execução de 84 horas de reforço ao mês
Danielé de
§ 1.º A Diária por Reforço Operacional RIBEIRO
na- DE ANDRADE
Art. 5º-B. O policial penal que participar do
danielicoense@gmail.com
tureza voluntária, e a operação de reforço operaci-
serviço de reforço operacional previsto no art. 5.°-
onal deverá ser planejada pela Secretaria da Admi-
609.749.013-50
A desta Lei, desempenhando atividades de resso-
nistração Penitenciária e Ressocialização – SAP,
cialização do preso, de promoção da saúde e/ou
utilizando-se no máximo 50% (cinquenta por cento)
atividades operacionais diferenciadas, no âmbito
do efetivo de Policiais Penais ativos, conforme a
do programa específico criado pela Secretaria da
natureza do trabalho de segurança penitenciária a
Administração Penitenciária e Ressocialização –
ser desenvolvido nos termos do Anexo Único desta
SAP, fará jus à percepção do adicional à Diária por
Lei.
Reforço Operacional, da mesma natureza, no valor
§ 2.º A Diária por Reforço Operacional não in- de R$ 13,00 (treze reais) por hora trabalhada em
tegra os vencimentos para nenhum efeito, inclusive reforço operacional, cumulado com o valor pago
previdenciário, bem como não será considerada nos termos do art. 5.°-A
para cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias.
§ 1.° O programa a que se refere o caput deste
§ 3.º A Diária por Reforço Operacional será artigo será regulamentado em portaria do dirigente
paga em função das horas trabalhadas, sendo limi- máximo da SAP, a qual disporá sobre as condições
tada a sua execução a, no máximo, 84 (oitenta e para recebimento do adicional.
quatro) horas por mês, além da jornada normal de
§ 2.° O pagamento do adicional nos termos
trabalho do policial penal, dispensado, em situa-
deste artigo dependerá da prévia dotação orça-
ções excepcionais e devidamente motivadas, o
mentária e disponibilidade financeira dos recursos.
cumprimento de intervalo entre as jornadas regular
e especial. COMENTÁRIO: ATUALMENTE EXISTE UM
AUMENTO DE 13 REAIS EM CADA HORA DE SERVIÇO
§ 4.º No caso de policial penal escalado para EXTRA QUE O POLICIAL PENAL EXECUTA.
os serviços de que trata este artigo, cujo número de A portaria Nº 464 de 2023 regulamentou o Programa
mencionado na Lei Estadual Nº18. 438, de 27 de julho de
horas mensais prestadas a esse título seja inferior 2023, dispondo sobre as condições para o recebimento
ao limite previsto no § 3.º, o respectivo excedente do adicional ao Abono Especial por Reforço
poderá ser remanejado, para a prestação de

330
Operacional pelos policiais penais integrantes da pagamentos a esse título quando da implementa-
carreira de Polícia Penal do Estado do Ceará.
ção da tabela vencimental que trata o anexo III.
Além disso, criou o Programa de Apoio e Incentivo
ao Trabalho, Saúde e Educação no Ambiente Art.7º Fica instituída a Gratificação de Ativida-
Penitenciário que visa fomentar as atividades de
ressocialização do preso, promoção da saúde e des Especiais e de Risco – GAER, devida aos ser-
operações diferenciadas auxiliares a ressocialização, vidores em atividades ocupantes dos cargos/fun-
através de atividades desempenhadas pelos policiais ções de Agente Penitenciário, integrantes da car-
penais, utilizando-se de mecanismos para o auxílio na
reinserção do apenado no retorno ao convívio social. reira de Segurança Penitenciária, passa a ser de-
vida nos percentuais de 70% (setenta por cento),
SEGUE ABAIXO A LEITURA DA LEI 18.438: sobre o vencimento básico, a partir de fevereiro de
LEI Nº18.438, DE 27 DE JULHO DE 2023.
2017, 80% (oitenta por cento) a partir de janeiro de
ALTERA A LEI Nº 14.582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018, e 100% (cem por cento) a partir de novembro
2009, QUE TRATA DA CARREIRA DE POLÍCIA PENAL NO de 2018. (Redação dada pela Lei Nº 16.102, 02 de
ESTADO DO CEARÁ. setembro de 2016)
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu
sanciono a seguinte Lei: § 1º A GAER prevista no caput é devida aos
Art. 1.º A Lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, integrantes da carreira prevista no art.1º desta Lei,
passa a vigorar acrescida do art. 5.º-B, conforme a seguinte
redação: como compensação do acréscimo da jornada,
“Art. 5º-B. Ao policial penal que participar do serviço de quando no efetivo exercício sob regime de plantão
reforço operacional previsto no art. 5.°-A desta Lei, de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho por 72 (se-
desempenhando atividades de ressocialização do preso, de
promoção da saúde e/ou atividades operacionais
tenta e duas) horas de descanso, perfazendo uma
diferenciadas, no âmbito do programa específico criado pela carga horária semanal de 48 (quarenta e oito) ho-
Secretaria da Administração Penitenciária e ras. (Nova redação dada pela Lei n.º 16.583, de
Ressocialização – SAP, fará jus à percepção do adicional 03.07.18).
financeiro no valor de R$ 13,00 (treze reais) por hora
trabalhada em reforço operacional, cumulado com o valor § 2º Os servidores ocupantes dos cargos/fun-
da hora pago atualmente para as atividades previstas
Daniel no art.
RIBEIRO DE ANDRADE
ções de Agentes Penitenciários quando no exercí-
5.°-A.
§ 1.° O programa a que se refere o caput cio
danielicoense@gmail.com
deste artigo de cargos comissionados nas unidades prisio-
será regulamentado em portaria do dirigente máximo da nais, na Coordenadoria do Sistema Penal, cujas
609.749.013-50
SAP, a qual disporá sobre as condições para recebimento atribuições sejam de natureza penitenciária, ou,
do adicional.
§ 2.° O pagamento do adicional nos termos deste artigo ainda, na Célula de Inteligência Penitenciária, vin-
dependerá da prévia dotação orçamentária e culada ao Gabinete da Secretaria da Justiça e Ci-
disponibilidade financeira dos recursos.” (NR) dadania, farão jus a GAER. (Nova redação dada
Art. 2.º O abono e o adicional previstos nos arts. 5.º-A pela Lei n.º 14.966, de 13.07.11)
e 5.º-B, da Lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, serão
atualizados conforme índices de revisão geral dos Art. 8° É devido aos servidores ocupantes
servidores públicos estaduais.
Art. 3.º As despesas decorrentes desta Lei correrão por dos cargos/funções de Agente Penitenciário o adi-
conta de dotação orçamentária da SAP, as quais serão cional por trabalho noturno nas seguintes condi-
suplementadas, se necessário. ções:
Art. 4.º Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação. Art. 5.º Revogam-se as disposições em § 1° O adicional por trabalho noturno é devido
contrário. PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ao servidor cujo trabalho seja executado entre 22
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 27 de julho de 2023
(vinte e duas horas) de um dia às 5 (cinco) horas
Art. 6º Fica concedido, a partir de 1º de se- do dia seguinte;
tembro de 2008, Abono aos Agentes Penitenciários
na forma do anexo IV, da presente Lei, valor este § 2° A hora de trabalho noturno será compu-
absorvido na composição da remuneração, decor- tada como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
rente da redenominação da Carreira de Segurança (trinta) segundos;
Penitenciária. § 3° O trabalho noturno será remunerado com
§1º O disposto no caput deste artigo aplica-se um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) so-
aos aposentados e aos pensionistas. bre o valor da hora diurno.

§2º O abono previsto neste artigo não poderá Art. 9º A Gratificação pela execução de traba-
ser considerado ou computado para fins de conces- lho em condições especiais, inclusive com risco de
são ou de cálculos de vantagens financeiras de vida ou de saúde, prevista no inciso VI, do art. 132,
qualquer natureza, cessando integralmente os da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, e no

331
parágrafo único, art. 1º, da Lei nº 9.598, de 28 de Art. 13. Ficam mantidas as regras instituídas
junho de 1972, e no art. 7° da Lei n° 9.788, de 4 de no Capítulo IV, da Lei n° 12.386, de 9 de dezembro
dezembro de 1973, é incompatível com a percep- de 1994, referente à ascensão funcional do servi-
ção das gratificações previstas nesta Lei, sendo ve- dor ocupante do cargo/função de Agente Peniten-
dado o seu pagamento aos integrantes da carreira ciário, conforme a estrutura e composição cons-
redenominada por esta Lei. tante no anexo I, sem prejuízo do interstício em
Art. 10. Fica extinta e cessa seu pagamento curso.
em relação aos integrantes da carreira de Segu- Parágrafo único. Os critérios específicos e os
rança Penitenciária a Gratificação Especial de Lo- procedimentos para aplicação do princípio do mé-
calização Carcerária, o Abono Provisório e o Acrés- rito e/ou da antiguidade para a efetivação da pro-
cimo de 40% (quarenta por cento) sobre o venci- gressão e da promoção são os definidos no De-
mento base, previstos no art. 1º e seus parágrafos, creto n° 22.793, de 1° de outubro de 1993, até que
no art. 2º e parágrafo único, e art. 3º, da Lei nº sejam definidos novos critérios.
13.095, de 12 de janeiro de 2001.
Art. 14. As despesas decorrentes desta Lei
Art. 11. A gratificação que trata o art. 7º desta correrão por conta de dotação orçamentária da Se-
Lei é incompatível com a percepção de qualquer cretaria da Justiça e Cidadania – SEJUS, podendo
gratificação pela prestação de serviços extraordi- ser suplementada, em caso de necessidade. (Nova
nários, com exceção dos serviços eventuais a que redação dada pela Lei n.º16.063/16)
estiverem inscritos voluntariamente os agentes pe-
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de
nitenciários designados eventualmente pela Secre-
taria da Justiça e Cidadania*, a título de Reforço sua publicação.
Operacional, na forma do art. 5º- A desta Lei. (Nova Art. 16. Ficam revogadas as disposições em
redação dada pela Lei n.º 16.063/16) contrário. PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO
Daniel RIBEIRO
Art. 12. A Gratificação de que trata o art. 7° DE ANDRADE
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 21 de dezem-
desta Lei, será incorporada aos proventos de apo- bro de 2009.
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50
sentadoria, desde que o servidor tenha contribuído
por pelo menos 60 (sessenta) meses ininterruptos
para o Sistema Único de Previdência Social dos
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
Ceará – SUPSEC. (Nova redação dada pela Lei n.º
15.154, de 09.05.12)
§1° Para os servidores que implementarem as
regras dos arts. 3° e 6° da Emenda Constitucional
Federal n° 41, de 19 de dezembro de 2003, ou do Dispõe sobre o regime disciplinar dos policiais
art. 3°, da Emenda Constitucional Federal n° 47, de penais e demais servidores públicos do quadro per-
5 de julho de 2005, e cujo período de percepção manente da Secretaria da Administração penitenci-
por ocasião do pedido de aposentadoria seja me- ária do Estado – sap.
nor do que 60 (sessenta) meses, será observada a
média aritmética do período de percepção, multipli-
cado pela fração cujo numerador será o número CAPÍTULO I
correspondente ao total de meses trabalhados e o DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
denominador será sempre o numeral 60 (ses-
senta). Art. 1. Esta Lei dispõe sobre o regime disci-
§2° O disposto neste artigo não se aplica para plinar aplicável aos agentes públicos do quadro
os servidores que se aposentarem pelas regras permanente da Secretaria da Administração Peni-
previstas no art.40 da Constituição Federal, com a tenciária – SAP, definindo regras sobre o compor-
redação dada pela Emenda Constitucional Federal tamento ético, bem como os procedimentos para
n° 41, de 19 de dezembro de 2003, nos termos da apuração da responsabilidade administrativa disci-
Legislação Federal. plinar.

332
Art. 2. Estão sujeitos às disposições desta Lei de investigação preliminar, de sindicância ou de
os policiais penais de carreira e demais servidores processo administrativo disciplinar, assegurados
públicos do quadro permanente da SAP. em ambos o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º. Compete à Controladoria Geral de Disci- § 1º. A investigação preliminar e a sindicância
plina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema poderão tramitar perante a Secretaria da Adminis-
Penitenciário - CGD apurar a responsabilidade dis- tração Penitenciária do Estado do Ceará – SAP,
ciplinar dos policiais penais de carreira, nos termos por delegação do Controlador-Geral de Disciplina
da Lei Complementar n.º 98, de 13 de junho de dos Órgãos de Segurança Pública.
2011. § 2º. Sob pena de responsabilização, o agente
§ 2º. É da competência da Procuradoria de público exercente de função de chefia, ao tomar co-
Processo Administrativo Disciplinar – Propad, ór- nhecimento de fato que possa configurar ilícito ad-
gão de execução programática da Procuradoria- ministrativo, deve representar perante autoridade
Geral do Estado, apurar a responsabilidade disci- competente, para apuração do fato.
plinar dos demais servidores públicos do quadro § 3º. Configurando a conduta funcional irregu-
permanente da SAP, nos termos da Lei Comple- lar, a um só tempo, ilícito administrativo, civil e pe-
mentar n.º 58, de 31 de março de 2006. nal, a autoridade competente para determinar a
abertura do procedimento disciplinar adotará provi-
dências para a apuração da responsabilidade civil
CAPÍTULO II ou penal, quando for o caso, durante ou após con-
DA RESPONSABILIDADE cluída a sindicância ou o processo administrativo
disciplinar.
Art. 3. Os policiais penais de carreira e os ser- § 4º. A legítima defesa e o estado de necessi-
vidores públicos do quadro permanente da SAP dade excluem a responsabilidade administrativa,
Daniel RIBEIRO
respondem civil, penal e administrativamente pelo DEassim
ANDRADE
como a alienação mental ao tempo do fato,
exercício irregular de suas atribuições, sujeitando-
danielicoense@gmail.com
comprovada por perícia médica oficial.
se, cumulativamente, às cominações cabíveis nas
609.749.013-50
respectivas esferas. § 5º. Considera-se legítima defesa o revide
moderado e proporcional à agressão ou à iminên-
Parágrafo único. O agente público legalmente cia de agressão moral ou física, que atinja ou vise
afastado do exercício funcional não estará isento a atingir o servidor, os seus superiores hierárqui-
de responsabilidade, nos termos do caput deste ar- cos, colegas de trabalho ou o patrimônio da institui-
tigo, por infrações cometidas antes ou durante o ção administrativa a que servir.
afastamento, observadas as disposições desta Lei.
§ 6º. Considera-se em estado de necessidade
Art. 4. A responsabilidade civil do agente pú- o agente público cuja conduta se revele indispen-
blico decorre de ato doloso ou culposo que, nos ter- sável ao atendimento de urgência administrativa,
mos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, im- inclusive para fins de preservação do patrimônio
porte em dano ao Estado ou a terceiros. público.
§ 1º. A indenização devida em razão de res- § 7º. A legítima defesa e o estado de necessi-
ponsabilização será descontada da remuneração dade não excluem a responsabilização administra-
do agente público, não lhe excedendo o desconto tiva em caso de excesso, imoderação ou despro-
a 1/10 (um décimo) do valor total, exceto nos casos porcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso.
de danos decorrentes de atos dolosos enquadra-
dos na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de
1992, situação em que o ressarcimento se dará de CAPÍTULO III
uma só vez. DOS DEVERES FUNCIONAIS
§ 2º. Em caso de prejuízo a terceiros, o servi-
dor responderá perante o Estado, em ação regres- Art. 6. São deveres dos agentes públicos
siva proposta na forma da legislação. abrangidos por esta Lei:
Art. 5. A apuração da responsabilidade funci-
onal, nos termos desta Lei, se processa por meio

333
I – desempenhar as atribuições legais e regu- XV – desempenhar com zelo, presteza, efici-
lamentares inerentes ao cargo ou função com zelo, ência e produtividade, dentro dos prazos, os servi-
dedicação, eficiência e probidade; ços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam
II – participar, no caso de policiais penais, de atribuídos;
treinamentos ou cursos ofertados pelo Estado que XVI – tratar as pessoas com urbanidade;
busquem manter a preparação física e intelectual XVII – zelar pela economia e conservação do
necessária para o exercício de sua função; material que lhe for confiado;
III – manter conduta pública e privada compa- XVIII – fazer uso correto do uniforme, identi-
tível com a dignidade da função; dade funcional, brevês e distintivos do Sistema Pe-
IV – adotar as providências cabíveis e fazer as nitenciário, conforme disciplinado em regulamento
comunicações devidas, em face das irregularida- próprio;
des que ocorram em serviço ou de que tenha co- XIX – guardar sigilo sobre assunto da reparti-
nhecimento; ção;
V – oferecer aos internos informações sobre as XX – levar as irregularidades de que tiver ciên-
normas que orientarão seu tratamento, regras dis- cia em razão do cargo ao conhecimento da autori-
ciplinares e seus direitos e deveres; dade superior ou, quando houver suspeita do en-
VI – cumprir suas obrigações de maneira que volvimento desta, ao conhecimento de outra auto-
inspirem respeito e exerçam influências benéficas ridade competente para apuração;
aos internos; XXI – cumprir de forma pessoal e integral a
VII – registrar as atividades de trabalho de na- carga horária do seu cargo e/ou função pública;
tureza interna e externa em livros de ocorrências; XXII – representar contra ilegalidade, abuso de
VIII – preencher formulários próprios descritos poder ou omissão no cumprimento da lei;
no Procedimento Operacional Padrão Daniel
(POP),RIBEIRO
den- DE ANDRADE
XXIII – manter atualizados junto à Coordena-
tre outros; danielicoense@gmail.com
doria de Gestão de Pessoas da Secretaria da Ad-
609.749.013-50
IX – utilizar, conservar e guardar adequada- ministração Penitenciária os dados pessoais, co-
mente aparelhos, materiais, veículos, armamentos, municando qualquer alteração no estado civil, de
equipamentos, banco de dados, operação de sis- endereço e/ou telefone.
tema de monitoramento, sistemas de comunicação Parágrafo único. O disposto neste artigo não
e outros disponíveis para o sistema prisional; exime o agente público da obediência a outros de-
X – desempenhar suas funções agindo sempre veres previstos em lei, regulamento e norma in-
com discrição, honestidade, imparcialidade, respei- terna inerentes à natureza da função.
tando os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, bem como lealdade às
normas constitucionais; CAPÍTULO IV
XI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
serviço público, obedecendo às ordens superiores,
exceto se manifestamente ilegal; Art. 7. Pela gravidade, as transgressões dis-
XII – fazer cumprir as regras, os princípios e ciplinares classificam-se em:
fundamentos institucionais que regem o Sistema I – de primeiro grau;
Penitenciário;
II – de segundo grau;
XIII – comparecer no horário regular do expe-
diente ou escala de plantão com pontualidade para III – de terceiro grau;
exercer os atos de seu ofício; IV – de quarto grau.
XIV – ter irrepreensível conduta profissional, Parágrafo único. As transgressões previstas
colaborando para o prestígio do serviço público e neste artigo aplicam-se aos servidores do quadro
zelando pela dignidade de suas funções; permanente da SAP, no que for compatível com o
exercício das respectivas funções.

334
Art. 8. Configuram transgressões disciplina- VI – abster-se, sem justo motivo, de aceitar en-
res de primeiro grau: cargos inerentes à categoria funcional;
I – permutar horário de serviço ou execução de VII – ofender os colegas de trabalho e demais
tarefa sem expressa permissão da autoridade com- servidores que compõem o sistema penitenciário,
petente; com palavras, atos ou gestos, qualquer que seja o
meio empregado;
II – usar vestuário inadequado para o serviço;
VIII – agir com dolo ou culpa, provocando o ex-
III – exibir desnecessariamente arma, distintivo travio ou danificando objetos, livros e material de
ou algema; expediente do estabelecimento penitenciário, caso
IV – deixar de ostentar distintivo, quando exi- não constitua falta mais grave;
gido para o serviço; IX – valer-se do cargo para lograr proveito pes-
V – não se apresentar ao serviço, sem justo soal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
motivo, ao término de licença de qualquer natureza, função pública, caso não constitua falta mais grave;
férias ou dispensa de serviço; X – participar de gerência ou administração de
VI – tratar de interesse particular na repartição; sociedade privada, personificada ou não, exercer o
VII – atribuir-se indevidamente qualidade fun- comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista
cional diversa do cargo ou da função que exerce; ou comanditário;

VIII – acionar desnecessariamente sirene de XI – atuar, como procurador ou intermediário,


viatura policial; junto a repartições públicas, salvo quando se tratar
de benefícios previdenciários ou assistenciais de
IX – utilizar a chefia seus agentes de forma in- parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com-
compatível com o serviço policial penal; panheiro;
X – deixar de repassar ou deDaniel
comunicar imedi- DE ANDRADE
RIBEIRO XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de
atamente ao superior hierárquico qualquer objeto estado estrangeiro;
danielicoense@gmail.com
achado, recuperado ou que lhe seja entregue em
razão de suas atribuições; 609.749.013-50XIII – praticar usura sob qualquer de suas for-
mas;
XI – salvo justo motivo, chegar atrasado ao
serviço ou plantão para o qual estiver escalado, XIV – proceder de forma desidiosa;
caso não reincidente. XV – utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
Art. 9. Configuram transgressões disciplina-
res de segundo grau: XVI – incumbir a terceiros o cumprimento da
carga horária do seu cargo, salvo se previamente
I – negligenciar a guarda de bens, armas, ins-
autorizada a permuta de acordo com regulamento
trumentos ou valores pertencentes à repartição pe- interno;
nitenciária ou valores e bens pertencentes a presos
ou a terceiros, que estejam sob sua responsabili- XVII – ausentar-se do serviço sem autorização
dade; superior;
II – deixar de comunicar à autoridade compe- XVIII – retirar, sem prévia autorização da auto-
tente informação que venha a comprometer a or- ridade competente, qualquer documento ou objeto
dem pública ou o bom andamento do serviço; da instituição, caso não constitua falta mais grave;
III – fazer uso indevido da cédula funcional ou XIX – permitir visitas, inobservando a fixação
da arma que lhe haja sido confiada para o serviço, dos dias e horários próprios, de cônjuges, compa-
caso não constitua falta mais grave; nheiros, parentes e amigos dos presos;
IV – indicar ou insinuar nome de advogado XX – deixar de cumprir ordens emanadas de
para assistir pessoa que esteja presa; autoridades competentes, salvo se manifesta-
mente ilegal;
V – deixar de frequentar com assiduidade,
salvo justo motivo, cursos em que haja sido matri- XXI – eximir-se do cumprimento de suas fun-
culado pelo órgão responsável pelo sistema peni- ções;
tenciário ou por este designado;

335
XXII – recusar-se ou criar dolosamente obstá- VI – promover ou facilitar a entrada de equipa-
culo a prestar depoimento e/ou ser acareado na mentos eletrônicos, armas, bebidas alcoólicas e
qualidade de testemunha, ou recusar-se a executar substâncias entorpecentes nas dependências das
trabalho solicitado para instruir processo judicial ou unidades prisionais;
administrativo; VII– praticar ato de improbidade administrativa;
XXIII – gerar por palavra ou gestos ofensivos VIII – adotar conduta que caracterize inconti-
descrédito à Instituição Penitenciária; nência pública ou postura escandalosa na reparti-
XXIV– desrespeitar decisão ou ordem judicial, ção;
ou procrastinar seu cumprimento; IX – provocar ou participar de greve ou parali-
XXV – praticar ato definido em lei como abuso sação total ou parcial, em prejuízo do serviço poli-
de poder; cial penal ou outros serviços inerentes à adminis-
XXVI – salvo justo motivo, faltar ou chegar tração penitenciária;
atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver X – cometer crime tipificado em lei quando pra-
escalado, se reincidente, abandoná-lo ou deixar de ticado em detrimento de dever inerente ao cargo ou
comunicar, com antecedência, à autoridade supe- função, ou quando o crime for considerado de na-
rior a que estiver subordinado a impossibilidade de tureza grave, a critério da autoridade competente;
comparecer à instituição; XI– executar medida privativa da liberdade in-
XXVII – veicular ou propiciar a divulgação de dividual sem as formalidades legais ou com abuso
notícia falsa, documentação, imagens, áudios e ví- de poder;
deos de fatos ocorridos na SAP, nos meios de co- XII – negligenciar na revista do preso, dei-
municação em geral, como jornais, sites, redes so- xando de apreender produtos ilícitos ou proibidos,
ciais, blogs, aplicativos, imprensa e demais meios conforme disposições regulamentares;
de comunicação e interação social;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADEXIII– permitir que os presos conservem em seu
XXVIII – apresentar-se ao trabalhodanielicoense@gmail.com
alcoolizado poder instrumentos que possam causar danos nas
ou sob efeito de substância que determine depen-
609.749.013-50
dependências a que estejam recolhidos, ou produ-
dência física ou psíquica; zir lesões em terceiros;
XXIX – deixar de atender às requisições judici- XIV – dar, vender, ceder, alugar ou emprestar
ais e administrativas ou deixar de dar ciência à che- cédula de identidade, distintivo funcional, peças de
fia imediata, em caso de impossibilidade de fazê-lo; uniformes ou de equipamentos novos ou usados;
XXX – deixar de comunicar previamente à che- XV – agredir fisicamente, em serviço, servidor
fia imediata acerca da necessidade de ausentar-se ou particular, salvo em legítima defesa própria ou
da unidade de serviço para atender requisição, me- de outrem;
diante apresentação de documentação comproba-
tória. XVI – fazer uso, em serviço ou uniformizado,
de substância que acarrete dependência física ou
Art. 10. Configuram transgressões disciplina- psíquica;
res do terceiro grau:
XVII – acumular cargos, funções e empregos
I – promover ou facilitar fuga de presos; públicos remunerados, salvo nos casos permitidos
II – aplicar de forma irregular dinheiro público; na Constituição Federal, permitida a opção, ao final
do processo disciplinar, caso constatada a boa-fé
III – abandonar cargo, tal considerada a injus- na acumulação.
tificada ausência ao serviço por mais de 30 (trinta)
dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercala- Art. 11. Configuram transgressões disciplina-
dos, no período de 12 (doze) meses; res de quarto grau:
IV – cobrar carceragem, custas, emolumentos I – traficar substância que determine depen-
ou qualquer outra despesa; dência física ou psíquica;
V – praticar ato definido como crime que, por II – revelar dolosamente segredo ou assunto
natureza e configuração, o incompatibilize para o de que tenha conhecimento, em razão de cargo ou
exercício da função; função, que possam prejudicar o bom andamento

336
e/ou funcionamento do serviço na repartição ou em justificar a medida, a critério da autoridade julga-
unidades prisionais; dora.
III – praticar tortura ou crimes definidos como Art. 16. A sanção de cassação de aposenta-
hediondos; doria ou de disponibilidade será aplicada ao agente
IV – exigir, solicitar ou receber vantagem inde- público que houver praticado, em atividade, trans-
vida, ou aceitar promessa de tal vantagem, direta- gressão disciplinar sujeita à penalidade de demis-
mente ou por intermédio de outrem, para si ou para são, inclusive a bem do serviço.
terceiro, em razão das funções, ainda que fora Art. 17. As sanções disciplinares resultarão
desta.
de sindicância e de procedimento administrativo
disciplinar, os quais reger-se-ão conforme disposto
CAPÍTULO V no art. 20 desta Lei, assegurados o exercício do
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES contraditório e da ampla defesa, bem como os re-
cursos e meios a ela inerentes.

Art. 12. Constituem sanções disciplinares: Parágrafo único. Na aplicação da sanção, a


autoridade competente levará em consideração os
I – a repreensão; antecedentes funcionais do agente público, as cir-
II – a suspensão; cunstâncias em que o ilícito ocorreu, a natureza e
a gravidade da infração e os danos que dela provi-
III – a demissão; erem.
IV – a demissão a bem do serviço público;
V – a cassação de aposentadoria ou disponibi- CAPÍTULO VI
lidade. DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Art. 13. A pena de repreensão Daniel
seráRIBEIRO
aplicada DE ANDRADE
por escrito no caso de inobservância danielicoense@gmail.com
aos deveres Art. 18. Extingue-se a punibilidade da trans-
funcionais previstos no art. 6.º desta Lei. 609.749.013-50
gressão disciplinar:
Art. 14. A suspensão será aplicada: I – pela morte do agente público;
I – por até 30 (trinta) dias na hipótese de trans- II – pela prescrição.
gressão de primeiro grau ou na reincidência de falta
§ 1.º A prescrição se consuma nos seguintes
já punida com repreensão;
prazos:
II – de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias na hipó-
I – para infrações sujeitas à pena de repreen-
tese de transgressão de segundo grau.
são, em 2 (dois) anos;
§ 1.º Durante o período de suspensão, o
II – para infrações sujeitas à pena de suspen-
agente público não fará jus aos direitos e vanta-
são, em 4 (quatro) anos;
gens inerentes ao exercício do cargo.
III – para infrações sujeitas à pena de demis-
§ 2.º A autoridade competente para aplicar a
são, de demissão a bem do serviço público e de
pena de suspensão poderá convertê-la, antes do
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em
início de sua execução, em multa equivalente a
6 (seis) anos.
50% (cinquenta por cento) da remuneração corres-
pondente ao período da suspensão, devendo o § 2.º Não se aplica o disposto no § 1.º deste
agente público permanecer em serviço. artigo:
Art. 15. A sanção cabível em casos de trans- I – a ilícitos caracterizados como crime, cuja
gressão disciplinar de terceiro grau é a demissão. prescrição dar-se nos prazos e condições previstos
na legislação penal;
Parágrafo único. A demissão dar-se-á a bem
do serviço público na hipótese de transgressão dis- II – no caso de abandono de cargo, cujo prazo
ciplinar de quarto grau e de transgressão disciplinar de prescrição não se inicia enquanto estiver em
de terceiro grau em que a gravidade da infração curso o ilícito.

337
§ 3.º O prazo de prescrição inicia-se na data
em que conhecido o fato e interrompe-se pela aber-
tura de sindicância ou de processo administrativo,
quando for o caso.
§ 4.º Suspensa a tramitação de sindicância ou
de processo administrativo disciplinar por qualquer
motivo imperioso devidamente justificado pela au-
toridade competente, inclusive em razão de inci-
dente de insanidade mental, o curso da prescrição
também se considerará suspenso, sendo retomado Acrescenta o Art. 5-A altera os Arts. 11 e 14
após o definitivo julgamento do incidente ou da Lei Nº. 14.582, de 21 de Dezembro de 2009, Ins-
quando findo o impedimento que motivou a suspen- tituindo o Abono Especial por Reforço Operacional,
são. aos Integrantes da Carreira de Segurança Peniten-
ciária.

CAPÍTULO VII O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS FAÇO SABER QUE A ASSEMBLEIA LEGIS-
LATIVA DECRETOU E EU SANCIONO A SE-
GUINTE LEI:
Art. 19. Conforme previsto em legislação es-
pecífica, são competentes o Chefe do Executivo e
Art. 1º ficam acrescidos à lei nº 14.582, de 21
o Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de
de dezembro de 2009, o art. 5º-a e o anexo único,
Segurança Pública e Sistema Penitenciário para
observada a seguinte redação:
aplicar as sanções previstas nesta Lei.
“Art.5º-A. fica instituído o abono especial por
Art. 20. As sindicâncias e os processos admi-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
reforço operacional ao agente penitenciário que,
nistrativos disciplinares instaurados para apurar a
danielicoense@gmail.com
em caráter voluntário, participar de serviço para o
responsabilidade dos policiais penais de carreira
609.749.013-50
qual seja designado eventualmente, nos termos
reger-se-ão pelo disposto na Lei n.º 13.441, de 29 desta lei e do respectivo regulamento.
de janeiro de 2004, já para os demais servidores do
quadro da SAP, pelo disposto na Lei n.º 9.826, de § 1º o abono especial por reforço operacional
14 de maio de 1974. (Lei Complementar Nº 261, é de natureza voluntária e a operação de reforço
de 10 de Dezembro de 2021) operacional deverá ser planejada pela secretaria
da justiça e cidadania, utilizando-se no máximo
Parágrafo único. A apuração disciplinar de que 50% (cinquenta por cento) do efetivo de agentes
trata esta Lei dar-se-á em atenção aos princípios penitenciários ativos, conforme a natureza do tra-
da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e balho de segurança penitenciária a ser desenvol-
da justa motivação, sem prejuízo da observância às vido nos termos do anexo único desta lei.
demais normas éticas e comportamentais definidas
como padrão de conduta para a gestão administra- § 2º o abono de que trata este artigo não será
tiva estadual, levando em consideração, em espe- incorporado aos vencimentos para nenhum efeito,
cial, o disposto na Lei n.º 15.036, de 18 de novem- inclusive previdenciário, bem como não será consi-
bro de 2011.(Lei Complementar Nº 261, de 10 de derado para cálculo de quaisquer vantagens pecu-
Dezembro de 2021) niárias.
§ 3º o abono especial por reforço operacional
Art. 21. Ao regime disciplinar de que trata
será limitado à execução de, no máximo, 60 (ses-
esta Lei aplicar-se-á subsidiariamente as disposi-
senta) horas de reforços operacionais por mês,
ções estatutárias inerentes aos servidores públicos
além da jornada normal de trabalho do agente pe-
em geral do Estado.
nitenciário.”(nr)
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vi-
Art. 2º O art. 11 da lei nº 14.582, de 21 de
gor na data de sua publicação.
dezembro de 2009, passa a vigorar com a seguinte
redação:

338
“Art. 11. a gratificação que trata o art. 7º desta mediante a percepção de Abono Especial por Re-
lei é incompatível com a percepção de qualquer forço Operacional.
gratificação pela prestação de serviços extraordi-
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua
nários, com exceção dos serviços eventuais a que
estiverem inscritos voluntariamente os agentes pe- publicação, sendo que a alteração de que trata o
nitenciários designados eventualmente pela secre- art. 1º surtirá efeitos pelo prazo de 2 (dois) anos,
taria da justiça e cidadania, a título de reforço ope- contados da publicação, período necessário à con-
racional, na forma do art. 5º- a desta lei.” (nr) tratação pelo Estado, por concurso público, de no-
vos agentes penitenciários.
Art. 3º o art. 14 da lei nº 14.582, de 21 de de-
Art. 3º Revogam-se as disposições em con-
zembro de 2009, passa a vigorar com a seguinte
redação: trário.

“Art. 14. as despesas decorrentes desta lei cor-


rerão por conta de dotação orçamentária da secre-
taria da justiça e cidadania - sejus, podendo ser su-
plementada, em caso de necessidade”. (nr)
Art. 4º esta lei entra em vigor na data de sua
publicação. ALTERA A LEI Nº 14.582, DE 21 DE DEZEM-
BRO DE 2009.
Art. 5º revogam-se as disposições em contrá-
rio. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou
e eu sanciono a seguinte Lei:

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE


Art. 1º O § 3º do art. 5º -A da Lei nº 14.582,
danielicoense@gmail.com
de 21 de dezembro de 2009, passa a vigorar com
609.749.013-50
a seguinte redação:
Dispõe sobre o aumento provisório do percen-
tual máximo do efetivo de agentes penitenciários "Art. 5º-A ......
que pode ser empregado para atividades de reforço § 3º O abono Especial por Reforço Operacio-
operacional, nos termos da lei n.º 14.582, de 21 de nal será limitado à execução de, no máximo, 84 (oi-
dezembro de 2009, com redação dada pela lei n.º tenta e quatro) horas reforços operacionais por
16.063, de 7 de julho de 2016. mês, além da jornada normal de trabalho do Agente
Penitenciário, dispensado, em situações excepcio-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. nais e devidamente motivadas, o cumprimento de
FAÇO SABER QUE A ASSEMBLEIA LEGIS- intervalo entre as jornadas regular e especial." (NR)
LATIVA DECRETOU E EU SANCIONO A SE-
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua
GUINTE LEI:
publicação, ficando convalidados os pagamentos,
a título de Gratificação de Reforço Operacional Ex-
Comentário: Fique atento, pois HOJE o
PERCENTUAL MÁXIMO de policiais que podem traordinário, feitos no âmbito da Secretaria de Ad-
participar do SERVIÇO EXTRA é 50%. ministração Penitenciária, anteriormente a este di-
Antigamente existia o valor de 75% como mostra o ploma na forma nele estabelecida.
texto de lei abaixo.
Art. 3º Ficam revogadas as disposições em
contrário.
Art. 1º Fica alterado para 75% (setenta e
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
cinco por cento) o percentual máximo de utilização
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 13 de janeiro
do efetivo de agentes penitenciários do Estado
de 2019.
para os fins do disposto no art. 5º- A, da Lei n.º
14.582, de 21 de dezembro de 2009, com redação
dada pela Lei n.º 16.063, de 7 de julho de 2016,

339
ALTERA AS LEIS N.º 13.729, DE 11 DE JA-
ALTERA A LEI N.º 14.582, DE 21 DE DEZEM- NEIRO DE 2006, QUE DISPÕE SOBRE O ESTA-
BRO DE 2009. TUTO DOS MILITARES ESTADUAIS, N.º 12.124,
DE 6 DE JULHO DE 1993, QUE DISPÕE SOBRE
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ O ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DE CARREIRA,
E N.º 14.582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009.
Faço saber que a Assembleia Legislativa de-
cretou e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Os §§ 2.º, 3.º, 4.º, 9.º, 11 e 12 do art.
217, da Lei n.º 13.729, de 11 de janeiro de 2006,
Art. 1.º Ficam acrescidos ao art. 5.º-A, da Lei passam a vigorar com a seguinte redação:
n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, os §§ 4.º,
5.º e 6.º, nos seguintes termos: “Art.217.............................................................
§ 2.º Observado o interesse da otimização da
“Art.5°-A. ........................................................
segurança pública e defesa social do Estado, em
§ 4.º No caso de agentes penitenciários esca- períodos de normalidade, conforme definido no pa-
lados para os serviços de que trata este artigo, cujo rágrafo anterior, poderá voluntariamente o militar
número de horas mensais prestadas a esse título da ativa, a critério discricionário da Administração,
seja inferior ao limite previsto no § 3º, o respectivo inscrever-se junto à Corporação respectiva para
excedente poderá ser remanejado, para a presta- desempenhar atividade em caráter suplementar a
ção de serviço operacional por outroDaniel
agente RIBEIRO
esca- DE
títuloANDRADE
de Reforço ao Serviço Operacional, durante
lado para esse fim, observada a limitação do § 1.º.
danielicoense@gmail.com
parte do seu período de folga, observado o limite
609.749.013-50
§ 5.º Não se sujeitará ao limite a que se refere mensal de 84 (oitenta e quatro) horas, bem como
o § 3.º deste artigo, o agente penitenciário para o dispensado, em situações excepcionais e devida-
qual seja remanejado, parcial ou totalmente, o ex- mente motivadas, o cumprimento de intervalo mí-
cedente de horas previsto no § 4.º. nimo entre jornada normal e especial de trabalho.
§ 6.º Poderão participar do serviço a que se re- § 3.º O militar, na situação do § 2.º, fará jus à
fere o caput deste artigo, para fins de recebimento Diária de Reforço ao Serviço Operacional, de natu-
do Abono Especial por Reforço Operacional, agen- reza indenizatória, para custeio das despesas refe-
tes penitenciários que ocupem cargo de provimento rentes ao serviço executado além do expediente,
em comissão ou estejam no exercício de função de escala ou jornada normal à qual estiver submetido,
confiança na sede da Secretaria da Administração sendo devida por hora de trabalho executado.
Penitenciária ou em unidades prisionais do Es- § 4.º O valor da Diária por hora trabalhada ob-
tado.” (NR) servará o disposto no Anexo IV desta Lei, e será
Art. 2.º Esta Lei entra em vigor na data de sua reajustado de acordo com as revisões gerais, sem
publicação, retroagindo nos efeitos a contar de 7 de integrar a remuneração do militar sob qualquer tí-
julho de 2016, exclusivamente para fins de convali- tulo ou fundamento.
dação de pagamentos realizados anteriormente à § 9.º As atividades de que cuida o § 2.º deste
sua edição, na forma da alteração promovida pelo artigo serão disciplinadas por decreto, o qual de-
seu art. 1.º. verá estabelecer condições, requisitos, critérios e
limites a serem observados em relação à Diária por
Art. 3.º Ficam revogadas as disposições em
Reforço ao Serviço Operacional, inclusive quanto
contrário.
aos tipos de serviços em que serão empregados os
militares estaduais durante as escalas especiais e
ao limite de despesas com a concessão da Indeni-
zação, ficando o planejamento e a administração

340
da execução das atividades a cargo dos Coman- situações excepcionais e devidamente motivadas,
dantes-Gerais das Corporações Militares. o cumprimento de intervalo entre as jornadas regu-
§ 11. O militar escalado de serviço na forma lar e especial.
prevista no § 10 deste artigo fará jus ao mesmo va- § 4.º No caso de policial penal escalado para
lor pago pela Diária de Reforço ao Serviço Opera- os serviços de que trata este artigo, cujo número de
cional. horas mensais prestadas a esse título seja inferior
§ 12. A Diária de que tratam os §§ 2.º e 10 ao limite previsto no § 3.º, o respectivo excedente
deste artigo estende-se aos militares que atuam no poderá ser remanejado, para a prestação de ser-
serviço de inteligência.” (NR) viço operacional por outro policial escalado para
esse fim, observada a limitação do § 1.º.
Art. 2º O art. 80 da Lei n.º 12.124, de 6 de
§ 5.º Não se sujeitará ao limite a que se refere
julho de 1993, passa a vigorar com a seguinte re- o § 3.º deste artigo o policial penal para o qual seja
dação: remanejado, parcial ou totalmente, o excedente de
“Art. 80. Será devida Diária de Reforço Opera- horas previsto no § 4.º.
cional, de natureza indenizatória, ao policial civil de § 6.º Poderão participar do serviço a que se re-
carreira que aderir voluntariamente, inscrevendo- fere o caput deste artigo, para fins de recebimento
se perante a Superintendência da Polícia Civil, para da Diária por Reforço Operacional, policiais penais
custeio das despesas em razão da participação de que ocupem cargo de provimento em comissão ou
escala de serviço fora do expediente normal a que estejam no exercício de função de confiança na
estiver submetido e que efetivamente venha a par- sede da Secretaria da Administração Penitenciária
ticipar do serviço para o qual seja designado, nas e Ressocialização – SAP ou em unidades prisio-
condições, nos limites e nos valores estabelecidos nais do Estado.
na Lei n.º 13.789, de 29 de junho de 2006.” (NR)
Art. 5º-B. O policial penal que participar do ser-
Art. 3º O art. 5.º-A e o caput do art.RIBEIRO
Daniel 5.º-B da DEviço
ANDRADE
de reforço operacional previsto no art. 5.°-A
Lei n.º 14.582, de 21 de dezembrodanielicoense@gmail.com
de 2009, pas- desta Lei, desempenhando atividades de ressocia-
sam a vigorar com a seguinte redação: lização do preso, de promoção da saúde e/ou ativi-
609.749.013-50
“Art.5.º-A. Fica instituída a Diária por Reforço dades operacionais diferenciadas, no âmbito do
Operacional, de natureza indenizatória, para o cus- programa específico criado pela Secretaria da Ad-
teio das despesas em razão da participação do Po- ministração Penitenciária e Ressocialização –
licial Penal, em caráter voluntário, de serviço para SAP, fará jus à percepção do adicional à Diária por
o qual seja designado eventualmente, nos termos Reforço Operacional, da mesma natureza, no valor
desta Lei e do respectivo regulamento. de R$ 13,00 (treze reais) por hora trabalhada em
reforço operacional, cumulado com o valor pago
§ 1.º A Diária por Reforço Operacional é de na- nos termos do art. 5.°-A.” (NR)
tureza voluntária, e a operação de reforço operaci-
onal deverá ser planejada pela Secretaria da Admi- Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua
nistração Penitenciária e Ressocialização – SAP, publicação.
utilizando-se no máximo 50% (cinquenta por cento)
Art. 5º Ficam revogadas as disposições em
do efetivo de Policiais Penais ativos, conforme a
natureza do trabalho de segurança penitenciária a contrário.
ser desenvolvido nos termos do Anexo Único desta
Lei.
§ 2.º A Diária por Reforço Operacional não in-
tegra os vencimentos para nenhum efeito, inclusive
previdenciário, bem como não será considerada
para cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias.
§ 3.º A Diária por Reforço Operacional será
paga em função das horas trabalhadas, sendo limi-
tada a sua execução a, no máximo, 84 (oitenta e
quatro) horas por mês, além da jornada normal de
trabalho do policial penal, dispensado, em

341
setorial, prima pela observância ao sequencia-
mento hierárquico bem como, por suas caracterís-
ticas especiais; fundamenta-se também na hierar-
quia funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa
dos direitos e garantias individuais da pessoa hu-
mana, conforme abaixo discriminado:

Estabelece e padroniza normas e procedimen- I – o Secretário da Secretaria da Administração


tos operacionais do sistema penitenciário do es- Penitenciária;
tado do Ceará. II – o Secretário Executivo da Administração
Penitenciária;
Art. 1 - Estabelecer e Padronizar as Normas
e regras de segurança do trabalho do Sistema Pe- III – o Secretário Executivo de Planejamento e
nitenciário do Estado do Ceará e seus anexos, a Gestão Interna;
serem adotados e cumpridos no interior dos Esta- IV – o Coordenador Especial do Sistema Prisi-
belecimentos Prisionais, por todos os servidores, onal;
colaboradores, presos, visitantes ou qualquer pes-
V – o Supervisor da Célula de Segurança, Con-
soa que porventura necessite adentrar nos Estabe-
trole e Disciplina;
lecimentos Prisionais desta Unidade Federativa.
VI – o Diretor de Unidade, Diretor Adjunto,
Chefe do Núcleo de Segurança e Disciplina, Ge-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS rente de Patrimônio e o Chefe de Equipe.
Art. 7 - A direção da Unidade Prisional será
Art. 2 - Eventuais regras de segurança ou as- composta pelo Diretor, Diretor Adjunto, Chefe de
suntos não abordados nesta normativa deverão ser Segurança e Disciplina, Gerente de Patrimônio e
formalizados através de documentoDaniel
próprio,RIBEIRO
rela- DE ANDRADE
Chefe de Equipe.
danielicoense@gmail.com
tando as possíveis sugestões ou problemas que te-
nham ocorrido em função da lacuna legislativa 609.749.013-50
exis-
tente. DAS ATRIBUIÇÕES
Art. 3 - Os casos omissos ou excepcionais
que não estão elencados nesta Instrução Norma- Art. 8 - Ao Agente Penitenciário, compete:
tiva serão resolvidos pelo Secretário da Administra- I – observar as normas legais e regulamenta-
ção Penitenciária ou, por ele encaminhado às pes- res, bem como cumprir as ordens superiores, salvo
soas competentes, para se necessário, seja alte- quando manifestamente ilegais;
rado o presente documento ou elaborado instru-
mento específico. II – tratar com urbanidade e cordialidade os
servidores, colaboradores e visitantes em geral;
Art. 4 - A não observância do que está dis-
III – colaborar para a disciplina coletiva e efici-
posto nesta IN, ensejará sanções disciplinares em
ência das atividades e operações;
desfavor do servidor, conforme previsto no Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ce- IV – ser assíduo e pontual ao serviço, exer-
ará e Legislações pertinentes. cendo com zelo e dedicação as atribuições do
cargo, bem como ser leal à Instituição;
Art. 5 - Este dispositivo entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas a INSTRUÇÃO V – atender com presteza e prontidão aos de-
NORMATIVA SEJUS Nº 02/2018 e as disposições mais servidores do Sistema Prisional, servidores de
em contrário. outras Instituições, bem como o público em geral,
prestando as informações requeridas, salvo
quando protegidas por sigilo ou que comprometam
DA HIERARQUIA a segurança e a disciplina na Unidade;
VI – levar por escrito ao conhecimento da Che-
Art. 6 - A Secretaria da Administração Peni- fia Imediata as irregularidades de que tiver ciência
tenciária – SAP, não obstante a sua pluralidade em razão do cargo ou da função que exerça;

342
VII – zelar pela economia do material e conser- pesquisa, bem como de inteligência, contrainteli-
vação do patrimônio público; gência e monitoramento diversos;
VIII – guardar sigilo sobre a documentação e XIX – ministrar treinamentos voltados à ativi-
os assuntos de natureza reservada de que tenha dade de segurança penitenciária desde que devi-
conhecimento em razão do cargo que ocupa, ou da damente habilitado e autorizado pela administra-
função que exerça; ção superior da SAP, que prevaleça o interesse pú-
XIX – desempenhar ações preventivas e re- blico na qualificação do servidor e que o curso seja
pressivas, no âmbito do Sistema Prisional, visando compatível com o desempenho de sua função;
coibir: XX – deverá apresentar-se ao serviço, por-
a) o tráfico e o uso de substâncias ilícitas; tando identidade funcional, bem como devida-
mente uniformizado e com os equipamentos neces-
b) o cometimento de crimes ou transgressões; sários ao desempenho da função;
c) a comunicação não autorizada de presos XXI – apresentar-se ao serviço com o devido
com o mundo exterior; asseio e apresentação pessoal;
d) a entrada e permanência de armas, objetos XXII – comunicar, em tempo hábil ao chefe
ou instrumentos ilícitos que atentam contra a segu- imediato, os abusos ou desvios dos quais tiver co-
rança e integridade física de servidores e/ou tercei- nhecimento;
ros e presos; e
XXIII – colaborar com o asseio e a conserva-
e) a tentativa de fuga, verificando as grades, ção de seu local de trabalho bem como mantê-lo
cobogós e toda a estrutura; limpo;
X – garantir a ordem, a disciplina e a segurança XXIV – verificar previamente sua escala de
das Unidades Prisionais; serviço, bem como se apresentar, com antecedên-
XI – preencher, redigir e digitar
Daniel for- DEcia,
RIBEIRO
relatórios, à chefia a que estiver subordinado, ou justificar
ANDRADE
mulários e comunicações internas edanielicoense@gmail.com
externas, bem de imediato a impossibilidade de fazê-lo;
como manter atualizados os sistemas informatiza-
609.749.013-50XXV – prestar auxílio, quando dispuser dos
dos; meios para fazê-lo, às autoridades públicas ou a
XII – exercer atividades de escolta, custódia e seus Agentes que, no exercício de suas funções,
condução de presos à presença de Autoridades, necessitem de seu apoio imediato;
quando requerido; XXVI – repassar imediatamente à chefia ime-
XIII – conduzir veículos oficiais e viaturas para diata, qualquer objeto achado, recuperado ou que
os quais esteja habilitado, conforme carteira nacio- lhe seja entregue em razão de suas atribuições;
nal de habilitação - CNH; XXVII – utilizar linguagem formal e respeitosa
XIV – exercer atividades de escolta de Autori- em comunicação oficial, informação ou ato seme-
dades e/ou Servidores do Sistema Prisional; lhante;
XV – executar operações de escolta e custódia XXVIII – não frequentar, uniformizado e em ra-
de presos em movimentações internas, externas e zão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro
transferências entre Unidades Prisionais do Ceará da função;
ou para outros Estados; XXIX – não induzir superior ou colega a erro ou
XVI – exercer atividades relacionadas ao mo- engano;
nitoramento eletrônico e/ou outras tecnologias dire- XXX – não veicular ou propiciar a divulgação
cionadas aos presos; de notícia falsa, documentação, imagens, áudios e
XVII – operar sistemas informatizados, de radi- vídeos de fatos ocorridos nesta Instituição, con-
ocomunicação no âmbito das atividades internas e tendo informações reservadas ou que exponham a
externas do Sistema Prisional; estrutura física ou as regras de segurança de que
tenha conhecimento ou acesso em razão do cargo
XVIII – desempenhar atribuições inerentes ao
que ocupa, ou da função que exerça, nos meios de
cargo ocupado, aplicando, quando autorizado e ha-
comunicação em geral, como jornais, sites, redes
bilitado para tal, técnicas de averiguação e
sociais, blogs, aplicativos, imprensa, etc.;

343
XXXI – realizar, apenas quando previamente I – comunicar, imediatamente, à CEAP e à
autorizado pelo superior hierárquico, trabalhos ou Gestão Superior da SAP sobre qualquer alteração
operações conjuntas com outros órgãos ou seus ou eventualidade que venha ocorrer na Unidade
Agentes; Prisional;
XXXII – não abandonar ou se ausentar do II – dirigir, coordenar, orientar e fiscalizar os
posto de serviço em que esteja escalado sem pré- trabalhos técnicos, administrativos, operacionais,
via autorização de seu superior imediato, nem se laborais, educativos, religiosos, esportivos e cultu-
manter desatento ou displicente quando o estiver rais da Unidade respectiva
ocupando, configurando desídia essas últimas con- III – adotar medidas necessárias à preserva-
dutas; ção dos Direitos e Garantias Individuais dos pre-
XXXIII - não publicar, sem ordem expressa da sos;
autoridade competente, documentos oficiais, ainda IV – dar cumprimento às determinações judici-
que não sejam de caráter reservado, ou ensejar a ais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Pú-
divulgação do seu conteúdo, no todo ou em parte; blico, Defensoria Pública e Conselho Penitenciário
XXXIV – não dar, alugar, penhorar ou vender a as informações que lhe forem solicitadas, relativas
qualquer pessoa ou instituição, peças de uniforme aos condenados e aos presos provisórios;
ou de equipamento, novas ou usadas; V – assegurar o normal funcionamento da Uni-
XXXV – primar pela compostura e sobriedade dade, observando e fazendo observar as normas
profissional quando em serviço ou em qualquer cir- da Lei de Execução Penal e de normas correlatas;
cunstância em que se apresente como Agente Pe- VI – administrar as Unidades traçando diretri-
nitenciário, uniformizado ou não; zes, orientando e controlando e fiscalizando a exe-
XXXVI – não usar uniforme quando não estiver cução das atividades sob sua responsabilidade;
de serviço; VII – realizar outras atividades dentro de sua
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
XXXVII – abster-se de fazer uso dedanielicoense@gmail.com
bebidas al- área de competência.
coólicas ou se apresentar embriagado estando em
609.749.013-50
Parágrafo Único. O ocupante do cargo de Di-
serviço ou uniformizado; retor de Unidade Prisional será escolhido, obrigato-
XXXVIII – manter atualizados junto à COGEP riamente, entre os servidores estáveis de carreira
os dados pessoais, comunicando qualquer altera- de segurança penitenciária da Secretaria da Admi-
ção de endereço e/ou telefone; nistração Penitenciária, de acordo com os critérios
XXXIX - atender às requisições judiciais e ad- estabelecidos no art. 75 da Lei de Execuções Pe-
ministrativas e, quando estiver de plantão, dar ciên- nais.
cia prévia à chefia imediata, da necessidade de au- Art. 10. Ao Diretor Adjunto, compete:
sentar-se do posto de serviço, pelo tempo neces-
sário para atender à requisição, mediante apresen- I – assessorar diretamente o Diretor da Uni-
tação de documentação comprobatória, salvo ca- dade Prisional no desempenho de suas atribuições,
sos excepcionais que serão tratados com a direção principalmente na direção, coordenação, orienta-
da Unidade/ Chefia imediata; ção e fiscalização dos trabalhos técnicos, adminis-
trativos, operacionais, laborais, educativos, religio-
XL - exercer atividades correlatas. sos, esportivos e culturais da Unidade respectiva;
§ 1º. Todos os Agentes Penitenciários deverão II – substituir, em seus afastamentos, ausên-
estar aptos à execução das atividades específicas cias e impedimentos legais, o Diretor da Unidade
de suas atribuições, consoante, a necessidade que Prisional, independente de designação específica;
lhe seja apresentada.
III – autorizar a expedição de certidões relati-
§ 2º. A descrição e regulamentação quanto ao vas aos assuntos da Unidade;
Uniforme estão dispostas no Decreto Nº 32.535, de
27 de fevereiro de 2018, e em suas posteriores al- IV – acompanhar a execução do plano de fé-
terações. rias dos servidores da Unidade;
V – preparar dentro dos prazos estipulados os
Art. 9. Ao Diretor de Unidade Prisional, com-
documentos de controle de frequência, faltas,
pete:

344
licenças e quaisquer alterações relativos aos servi- aos presos quando deixarem as Unidades Prisio-
dores e colaboradores, encaminhando-os à Coor- nais;
denadoria Especial de Administração Penitenciária VI – manter em bom estado de funcionamento
– CEAP e Coordenadoria de Gestão de Pessoas - as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias
COGEP; e de climatização do prédio requisitando, com an-
VI – exercer outras atribuições que lhes forem tecedência, o material que for necessário para este
conferidas ou delegadas. fim;
§ 1º. A substituição prevista neste artigo será VII – elaborar o relatório anual das atividades
gratuita, salvo se exceder 30 (trinta) dias, quando inerentes ao serviço e do inventário patrimonial;
então será remunerada por todo o período, de VIII – efetuar o balancete mensal do estoque
acordo com o § 3º, do art. 40, da Lei Nº. 9.826, de de mercadoria existente;
14 de maio de 1974.
IX – proceder com a identificação, fiscalização
§ 2º. O termo substituição contempla as nome- e conferência de todo o material permanente em
ações que ocorrem em substituição ao titular do uso na unidade;
cargo em comissão em casos de afastamento ou
de impedimento do titular, por tempo determinado. X – adotar as medidas de segurança contra in-
cêndio nas dependências da Unidade especial-
§ 3º. É considerado afastamento para fins de mente na área de prontuário e almoxarifado;
substituição:
XI – fiscalizar e providenciar a manutenção
a) férias; preventiva e corretiva de veículos, máquinas, equi-
b) licença saúde; e pamentos e móveis em uso na unidade;
c) licença gestante. XII – zelar pela conservação e limpeza do pré-
§ 4º. O cargo de Diretor Adjunto
Danieldeve, obriga- DEdio,
RIBEIRO
acompanhando e fiscalizando as atividades a
ANDRADE
toriamente, ser ocupado por servidor estável de serem executadas;
danielicoense@gmail.com
carreira de segurança penitenciária da Secretaria XIII – executar e controlar os serviços de repro-
da Administração Penitenciária. 609.749.013-50
dução reprográfica ou similar de documentos, pu-
blicações e impressos de interesse da Unidade;
Art. 11. Ao Gerente Administrativo, compete:
XIV – organizar a prestação de contas dos su-
I – organizar, controlar, executar e fiscalizar as primentos de fundos destinados a Unidade Prisio-
atividades de apoio necessárias ao bom funciona- nal, conforme legislação específica;
mento operacional da Unidade Prisional, inclusive
a manutenção preventiva e corretiva; XV – exercer outras atividades correlatas.
II – receber, controlar e distribuir gêneros ali- Parágrafo Único – O cargo de Gerente Admi-
mentícios, destinados ao consumo da Unidade; nistrativo deverá ser ocupado obrigatoriamente,
por servidor de carreira de segurança penitenciária
III – supervisionar os serviços de copa e de co- da Secretaria da Administração Penitenciária, pre-
zinha; ferencialmente estável, mediante indicação do dire-
IV – requisitar o material de expediente e pro- tor do estabelecimento e com anuência da Gestão
videnciar a redistribuição junto aos demais serviços Superior da SAP.
da Unidade Prisional;
Art. 12. Ao Chefe de Segurança e Disciplina
V – manter sob sua guarda e responsabilidade (CSD) compete:
todos os pertences do preso, de uso não permitido,
pelo prazo de 30 (trinta) dias, que deverão ser en- I – gerenciar o setor de Segurança e Disciplina,
tregues aos familiares, ao advogado ou quem o elaborando o plano de segurança interna da Uni-
preso indicar, fornecendo a estes comprovantes de dade Prisional, visando proteger a vida e a incolu-
recebimento. Expirado o prazo supracitado, e não midade física dos servidores de carreira, colabora-
realizada a retirada dos pertences nos termos dores, presos, visitantes em geral, a garantia das
acima, os bem de valor serão protocolados e guar- instalações físicas, bem como promover o conjunto
dados em local apropriado que serão entregues de medidas que assegurem o cumprimento da dis-
ciplina prisional;

345
II – fiscalizar, organizar, controlar e orientar os XVI – manter em arquivo o registro das pes-
Agentes Penitenciários no exercício de suas atri- soas que visitam a Unidade;
buições na ocupação dos postos e execução das XVII – comunicar, diariamente, ao diretor e/ou
atividades inerentes; substituto, as alterações constantes no relatório de
III – orientar os presos quanto aos seus direi- serviço diário;
tos, deveres e normas de conduta a serem obser- XVIII – manter informado o diretor sobre quais-
vadas, quando de sua chegada à Unidade; quer alterações havidas na Unidade;
IV – demarcar a área de segurança e movi- XIX – exercer outras atividades correlatas.
mentação interna com as devidas sinalizações;
§1º. O cargo de Chefe de Segurança e Disci-
V – fazer constar no prontuário disciplinar dos plina deverá ser ocupado, obrigatoriamente, por
presos as ocorrências e alterações havidas com servidor de carreira de segurança penitenciária da
estes; Secretaria da Administração Penitenciária, prefe-
VI – controlar e acompanhar a movimentação rencialmente estável, mediante indicação do diretor
de preso, quando das transferências internas; do estabelecimento e com anuência da Gestão Su-
VII – supervisionar e manter atualizada, no sis- perior da SAP.
tema informatizado (SISPEN), a relação geral dos Art. 13. Ao Chefe de Equipe, compete:
presos com sua devida localização dentro do esta-
belecimento prisional; I – responder pela unidade prisional na ausên-
cia da direção;
VIII – encaminhar ao Conselho Disciplinar as
faltas disciplinares, praticadas por presos para co- II – supervisionar a equipe de plantão obser-
nhecimento e julgamento; vando as determinações superiores;

IX – promover vistorias regulares nos presos e III – conferir e ler os relatórios das equipes an-
nas dependências da Unidade Prisional,Daniel teriores
RIBEIRO DE
de caráter ao seu plantão;
ANDRADE
preventivo ou sempre que houver fundadas suspei- IV – conferir o material e equipamentos de se-
danielicoense@gmail.com
gurança sob sua responsabilidade, discriminados
609.749.013-50
tas de porte ou uso, de qualquer material ou objeto,
ilícito ou proibido, que possam ser utilizados para em relatório anterior, informando ao CSD, qualquer
prática de crimes ou faltas disciplinares; divergência na quantidade, estado de conservação
X – manter atualizados registros e ocorrências e funcionamento dos mesmos;
funcionais relativas aos Agentes Penitenciários; V – elaborar a escala do serviço diário, distri-
XI – organizar, supervisionar e fiscalizar a com- buindo os Agentes para ocupação nos postos de
posição das equipes no desempenho e execução serviço, observando as diretrizes do plano de segu-
de suas funções; rança;

XII – propor à Direção a implantação e modifi- VI – registrar a frequência dos Agentes em ser-
cação de postos de serviço quando se fizer neces- viço;
sário à segurança e bom funcionamento da Uni- VII – comunicar, imediatamente, ao CSD da
dade; Unidade a falta injustificada de servidor para que
XIII – zelar, orientar e fiscalizar, pelo bom fun- sejam tomadas as providências cabíveis;
cionamento, a manutenção dos equipamentos e VIII – fiscalizar a ocupação dos postos de ser-
implementos necessários à execução dos serviços viço e a execução das atividades de rotina pelos
de segurança interna; servidores de plantão;
XIV – promover mensalmente, em caráter ordi- IX – dar encaminhamento e supervisionar a
nário, reuniões com os Agentes Penitenciários e execução das determinações da Direção e do
extraordinariamente, quando necessário; Chefe de Segurança e Disciplina;
XV – sugerir ao diretor, quando solicitado, no- X – comunicar, imediatamente, qualquer ocor-
mes para escolha e designação dos chefes de rência que comprometa a ordem, a segurança e a
equipes; disciplina da Unidade, ao Chefe de Segurança e
Disciplina e/ou Chefia Imediata e Diretor, relatando
em seguida, de forma circunstanciada, por escrito;

346
XI – em caso de emergência que comprometa Art. 16. A permuta, em regra, ocorrerá entre
a integridade física do preso, autorizar transferên- Agentes Penitenciários lotados na mesma Unidade
cia interna, ou se for o caso, a saída temporária do Prisional e a reposição do serviço deverá ocorrer
mesmo para atendimento médico, mediante es- no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados do
colta, diante da ausência de seu superior hierár- dia da sua solicitação.
quico, devendo ser observada a comunicação pos-
terior; § 1º. Os casos omissos serão analisados pelas
direções e encaminhados à CEAP para delibera-
XII – atualizar o sistema informatizado (SIS- ção.
PEN), todas as vezes que fizer movimentação de
preso para cumprir sua pena em local diferente ao § 2º. Ocorrendo remoção do servidor, antes da
que ele ocupava anteriormente; reposição do serviço previamente agendado, essa
condição deverá ser informada a CEAP a fim de vi-
XIII – exercer a vigilância, em conjunto com os abilizar a reposição e não acarretar prejuízo ao ser-
Agentes Penitenciários de plantão, cumprindo e fa- viço.
zendo cumprir as normas e regulamentos da Uni-
dade; Art. 17. O requerimento de permuta deverá
ser encaminhado à chefia imediata, através de for-
XIV – elaborar relatório circunstanciado ao final
mulário padrão, anexo a esta IN que, posterior-
de seu plantão, registrando todas as ocorrências
mente, o enviará ao Chefe de Segurança e Disci-
havidas;
plina para análise que o remeterá à Direção que
XV – exercer outras atividades correlatas. decidirá sobre o deferimento.
Parágrafo Único – O cargo de Chefe de Equipe Parágrafo único. É ato discricionário do Diretor
dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado o deferimento ou não da solicitação de permuta.
obrigatoriamente por servidor de carreira de segu-
rança penitenciária da Secretaria da Administração Art. 18. O requerimento de permuta deverá
Daniel RIBEIRO DEconter
ANDRADE
as informações que se seguem, sob pena de
Penitenciária, preferencialmente estável, mediante
danielicoense@gmail.com
indicação do Chefe de Segurança e Disciplina com indeferimento:
anuência do diretor da Unidade e da Gestão 609.749.013-50
Supe- I. o nome completo e matrícula do substituto e
rior da SAP. do substituído;
II. a justificativa para troca solicitada;
DA ESCALA DE SERVIÇO III. quantidade de permutas realizadas no mês;
IV. datas em que ocorrerão as substituições;
Art. 14. Os servidores de segurança peniten-
ciária são submetidos ao regime de plantão de 24 V. a assinatura de ambos servidores;
(vinte e quatro) x 72 (setenta e duas) horas, con- VI. anuência do Chefe de Segurança e Disci-
forme legislação vigente . plina.
Art. 19. O pedido deverá ser efetuado com
DAS PERMUTAS E REPOSIÇÕES DE antecedência mínima de 05 (cinco) dias úteis, e,
PLANTÃO caso seja autorizado, as partes interessadas rece-
berão uma cópia, para que apresentem aos chefes
Art. 15. Os Agentes Penitenciários em re- de plantão no dia de serviço da substituição.
gime de plantão poderão solicitar até 04 (quatro) Parágrafo único. O requerimento original de
trocas de serviço durante o mês, não podendo ul- permuta deverá ser arquivado nos assentamentos
trapassar 48 (quarenta e oito) horas consecutivas, funcionais dos servidores.
somados o dia de seu plantão com o dia da per-
Art. 20. Caso ocorra a autorização da Dire-
muta.
ção e uma das partes envolvidas na solicitação
Parágrafo único. A jornada de trabalho sema- descumpra o estabelecido por ocasião do pedido,
nal não poderá ser superior a 48 (quarenta e oito) o responsável pelo descumprimento será impedido
horas, somadas as horas trabalhadas da escala or- de efetuar nova solicitação por período de 90 (no-
dinária com o dia da troca do referido plantão. venta) dias, sendo efetuado o desconto da falta ao

347
serviço daquele que não compareceu e tomadas as Art. 27. Em caso de impossibilidade de com-
demais medidas administrativas cabíveis. parecimento ao serviço, com a falta devidamente
Parágrafo único. A falta ao serviço do substi- justificada, deverá o servidor comunicar imediata-
tuto não desobriga o substituído a cumprir com a mente ao chefe imediato para que este possa, em
autorização anteriormente deferida, devendo esse tempo hábil, tomar as medidas necessárias a fim
se apresentar ao trabalho no dia que consta no re- de minimizar os prejuízos às atividades do serviço.
querimento administrativo. Parágrafo único. Em se tratando de licença de
Art. 21. Caso ambos descumpram o estabe- saúde o servidor deverá apresentar o atestado à
lecido na solicitação, a Chefia imediata tomará as Unidade no prazo de 48h (quarenta e oito) horas,
medidas necessárias para suprir a vacância do sob pena de ter lançado em sua ficha funcional a
posto. falta ao serviço.

Art. 22. O Agente Penitenciário convocado Art. 28. Na falta injustificada do servidor, o
para suprir a vacância do posto, por solicitação da chefe de plantão deverá registrar no relatório diário
Chefia Imediata, terá este período compensado de e comunicar, imediatamente, ao Diretor da Unidade
acordo com a legislação pertinente. Prisional através de relatório para que este o enca-
minhe à CEAP para as providências cabíveis, tão
Art. 23. Os Agentes que descumprirem a so- logo tome ciência.
licitação de permuta, responderão procedimento
administrativo em razão do ocorrido, em conformi-
dade com o Estatuto dos Servidores Públicos do DOS PROTOCOLOS E PROCEDIMENTOS
Estado do Ceará. DE SEGURANÇA DOS RECURSOS E
Art. 24. Não será permitida a troca de plantão EQUIPAMENTOS DE USO DOS AGENTES
remunerada, sob pena de responsabilidade admi- PENITENCIÁRIOS
nistrativa dos envolvidos.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
Art. 25. Não haverá distinção na escala de Art. 29. Os agentes penitenciários poderão
609.749.013-50
plantão dos servidores lotados nas Unidades Prisi- ter à sua disposição, conforme disponibilidade e
onais, devendo ser observado o estabelecido na necessidade, para o exercício de atividade para o
Lei Nº. 14.582/2009 e suas posteriores alterações. qual estiver escalado, conforme determinação de
seu superior hierárquico, respeitada sua capaci-
dade técnica, os seguintes recursos e equipamen-
DA FREQUÊNCIA DOS SERVIDORES tos abaixo elencados:
LOTADOS NAS UNIDADES
I - rádio HT;
II - telefone;
Art. 26. As frequências dos servidores serão
registradas, obrigatoriamente, por meio de registro III - computador com acesso à Internet e ao
biométrico e em modelo de frequência padrão dis- SISPEN;
ponibilizado pela Coordenadoria de Gestão de Pes- IV - algemas e suas respectivas chaves;
soas – COGEP, anexo a esta Instrução Normativa,
estabelecido pela Secretaria da Administração Pe- V - tonfas;
nitenciária, considerando o início e o término de VI - colete balístico;
sua jornada de trabalho. VII - arma curta;
Parágrafo único. Na impossibilidade de se fa- VIII - arma longa; e
zer o registro biométrico, deverá o diretor da Uni-
dade Prisional, através de relatório próprio e jun- IX - instrumentos de Menor Potencial Ofensivo;
tada de documentos comprobatórios, atestar a fre- X - outros que se façam necessários, especifi-
quência do referido servidor, sendo ele o responsá- camente ao posto.
vel pela veracidade das informações contidas no
Parágrafo único. A disponibilização quantita-
relatório, sob pena de responder administrativa e
tiva dos recursos e equipamentos elencados nos
penalmente.

348
incisos deste artigo respeitará as especificidades Art. 35. O Sistema de Videomonitoramento,
próprias de cada Unidade Prisional. em hipótese alguma, suprirá o trabalho e a pre-
sença física do Agente Penitenciário no posto de
serviço, servindo apenas como item de segurança
suplementar.
DOS POSTOS DE SERVIÇO
DOS POSTOS NOS BLOCOS E ALAS

Art. 30. Posto de serviço é o local, determi-


Art. 36. Ao Agente Penitenciário de serviço
nado pela direção ou autoridade competente, do
nos Blocos e Alas compete:
qual o profissional não pode se afastar, sob pena
de perder a visão da área protegida, o controle de I – quando se tratar de atividade ordinária:
acesso ou que de alguma forma comprometa a se- a) exercer a vigilância aproximada, sempre em
gurança da unidade. contato visual, ficando responsável pela guarda e
Parágrafo único. O servidor somente poderá vigilância das alas como também pelo resguardo
se retirar do posto de serviço mediante rendição no da ordem e disciplina nas mesmas;
local ou quando determinado pela chefia imediata, b) ser responsável pelos materiais e equipa-
não podendo esse ficar abandonado ou desocu- mentos pertencentes ao posto escalado;
pado, ainda que temporária ou transitoriamente.
c) permanecer em estado de alerta para iden-
Art. 31. Na troca de plantão, o servidor de- tificar, sempre que possível, presos que descum-
verá aguardar rendição em seu posto de serviço, pram as normas de segurança a fim de que possam
sob pena de responder, administrativa e penal- ser responsabilizados pelas suas condutas, comu-
mente, pelo abandono do posto e por suas eventu- nicando por HT qualquer situação que fuja à nor-
ais consequências. malidade e que necessite de apoio;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 32. O servidor que estiver assumindo o
danielicoense@gmail.comd) efetuar rondas minuciosas no interior das
posto de serviço deverá efetuar a conferência em alas verificando portas, cadeados e as condições
609.749.013-50
todo equipamento destinado à segurança do setor. no interior das celas da Unidade, bem como na
área externa entre os blocos, nos fundos da cela
Parágrafo único. Diante da constatação de ir- onde ficam reclusos os presos, e pelas muralhas,
regularidades de que trata este artigo, o servidor com o máximo de atenção, configurando desídia o
antes de assumir o posto de serviço, deverá infor- não cumprimento;
mar o ocorrido ao seu superior imediato para to-
mada de providências cabíveis. e) proceder às ações de retirada e recolhi-
mento de interno de dentro das celas devidamente
Art. 33. No momento da rendição do posto, o revistado e algemado,
servidor deverá tomar ciência de todas as ativida-
f) acompanhar e fiscalizar a distribuição da ali-
des que estão sendo executadas e suas eventuais
mentação e a execução da higienização das alas
alterações.
feitas pelos internos;
Art. 34. No posto de serviço, o servidor de- g) executar a soltura, vigilância e recolhimento
verá se manter atento em toda e qualquer atividade do banho de sol;
de segurança em que esteja responsável pela vigi-
lância e execução, devendo ainda acompanhar as h) realizar a contagem e a conferência nominal
mensagens pelo HT respondendo prontamente dos presos;
quando chamado. i) resguardar o direito ao atendimento jurídico
Parágrafo único. Fica proibido portar ou utili- e de saúde à pessoa presa;
zar, no posto de serviço, livros, apostilas, cadernos, j) executar vistorias estruturais dentro das ce-
revistas, jogos, resumos e similares, que não sejam las sempre que os presos estiverem em banho de
relacionados às atividades do local em virtude do sol e revistas gerais e estruturais sempre que se
comprometimento da atenção do servidor no exer- fizerem necessárias;
cício de suas atividades.

349
l) acompanhar visual e pessoalmente qualquer n) quando devidamente autorizado ou determi-
movimentação de interno pelas dependências da nado por superior hierárquico, prestar apoio à outra
Unidade; Unidade Prisional quando em momento de fato crí-
m) exercer outras atividades correlatas. tico;

II – quando se tratar de motim, rebelião ou si- o) exercer outras atividades correlatas.


tuações da perturbação da ordem e disciplina: Parágrafo único. É vedado ao servidor aden-
a) tomando conhecimento, comunicar imedia- trar nas dependências onde tenham contato com
tamente o fato, via HT ou outro meio disponível, ao pessoas presas portando arma de fogo com muni-
chefe imediato para que este entre em contato com ção letal bem como facas, canivetes ou análogos,
o CIOPS e Direção, e providenciar de imediato os ressalvados aqueles autorizados pela direção da
equipamentos de segurança necessários e dispo- Unidade ou autoridade superior da SAP.
níveis para restabelecer a ordem e a disciplina;
b) tentar identificar e informar o local exato e a DO POSTO DE GUARDA EXTERNA
extensão da emergência;
c) agir efetivamente, utilizando os meios ne- Art. 37. Ao servidor escalado no posto de
cessários, para conter e evitar que a ação dos pre- guarda externa, tais como guaritas, muralhas,
sos se propague a outras áreas da Unidade Prisio- alambrados e portões de acesso, compete:
nal;
I – fazer a segurança do perímetro externo e
d) solicitar, se necessário, recursos adicionais interno da Unidade Prisional, contribuindo direta-
à chefia superior; mente para o seu normal funcionamento, mediante
e) monitorar a movimentação dos presos até a a vigilância e segurança preventiva e combativa;
chegada dos grupos de apoio especiais e de agen- II – estar provido de armamento longo e curto,
tes de outras unidades, caso sejaDaniel RIBEIRO
necessário o DE ANDRADE
com munição letal e colete balístico para garantia
apoio; danielicoense@gmail.com
da segurança do servidor, do setor e do serviço, e
f) acompanhar as mensagens e orientações609.749.013-50
outros equipamentos que estejam disponíveis e
pelos HTs; que possam auxiliar na execução das referidas ati-
g) proceder com a retirada, de dentro da Uni- vidades;
dade Prisional, das pessoas que não atuam na III – agir, imediatamente, diante de situações
área operacional; provenientes de perigo identificado e passíveis de
h) estabelecer perímetro e isolar a área de se- comprometer a segurança orgânica da Unidade
gurança; Prisional, a fim de conter e dispersar a ação de
modo a eliminar ou minimizar, ao máximo, os riscos
i) manter a Direção informada, caso a mesma à segurança de todos;
não se encontre na Unidade Prisional, sobre as me-
didas adotadas para retomada da ordem e disci- IV – solicitar apoio e comunicar, imediata-
plina do local; mente, à chefia imediata e à autoridade compe-
tente para conhecimento e/ou providências, toda si-
j) controlada a emergência, apoiar os procedi- tuação identificada como possível risco a segu-
mentos de revista nos presos, nas celas e demais rança;
locais indicados pelo Coordenador da operação;
V – exercer outras atividades correlatas.
l) encerrada a emergência, prestar informa-
ções a fim de subsidiar a elaboração do Relatório
minucioso sobre o fato e outros procedimentos ne- DOS PROCEDIMENTOS DE ENTRADA NO
cessários. COMPLEXO PENITENCIÁRIO E NAS
m) proceder com o atendimento médico aos UNIDADES PRISIONAIS
presos, caso seja necessário, responsabilização
administrativa e penal daqueles que forem identifi-
cados como participantes da ação de subversão a Art. 38. Para efeitos desta normativa, consi-
ordem e a disciplina. deram-se 02 (dois) tipos de acesso à área de segu-
rança prisional:

350
I – acesso ao complexo penitenciário quando munições, de qualquer espécie, no interior dos es-
na área de segurança existir mais de uma unidade tabelecimentos prisionais em local que haja circu-
prisional; lação de pessoa presa ou a partir da área delimi-
II – acesso à unidade/estabelecimento prisio- tada por responsável pela segurança, Diretor ou
nal propriamente a partir de seu portão principal. autoridade competente, salvo os casos excepcio-
nais autorizados pela Direção ou autoridade supe-
Art. 39. Os estabelecimentos prisionais se rior ou que a situação de emergência o exigir.
constituem em área de segurança e de acesso res- Parágrafo único. Das pessoas autorizadas,
trito e controlado, exigindo a adoção de medidas quando se fizer necessário que a arma seja reco-
preventivas quando do ingresso de pessoas e veí- lhida, essa deverá ser guardada em local seguro
culos, em prol da segurança, da ordem e da disci- conforme determinado pela direção da Unidade.
plina.
Art. 44. Fica proibida a entrada, permanência
ou uso de aparelho de telefonia móvel celular, bem
DO INGRESSO DE PESSOAS
como seus acessórios, e de qualquer outro equipa-
mento ou dispositivo eletrônico de comunicação,
Art. 40. Somente será autorizada a entrada capaz de transmitir ou receber sinais eletromagné-
de qualquer pessoa nos estabelecimentos prisio- ticos, no interior das Unidades Prisionais, Guaritas,
nais do Estado de Ceará mediante identificação ofi- Passadiços e áreas de circulação comum.
cial, válida e com foto, e demais procedimentos de
segurança que se fizerem necessários. Art. 45. Excetuam-se da proibição do artigo
anterior os equipamentos de radiocomunicação do
Art. 41. O servidor que estiver no controle de acervo da SAP, utilizados no serviço diário das Uni-
acesso da unidade prisional, deverá solicitar a iden- dades, bem como os aparelhos de telefonia móvel
tificação da pessoa e registrar em livro próprio os dos servidores e colaboradores lotados na UP, no
dados necessários. Daniel RIBEIRO DEâmbito
ANDRADE
interno da área administrativa, previamente
danielicoense@gmail.com
Art. 42. As pessoas que tiverem acesso aos cadastrados junto à Direção da Unidade e das pes-
soas
609.749.013-50
estabelecimentos prisionais sejam elas servidores, autorizadas pela Direção ou autoridade supe-
colaboradores da SAP ou de outros órgãos públi- rior desta Secretaria.
cos, prestadores de serviços, fornecedores, tercei-
ros, advogados, dentre outros, deverão, obrigatori- DOS ADVOGADOS
amente, ser devidamente cadastradas e credenci-
adas no Sistema de Informações Penitenciárias –
SISPEN, constando em registro o nome, número Art. 46. Não será permitido ao advogado o
do documento de identificação, dia e hora da en- acesso ao interior da Unidade Prisional acompa-
trada e saída bem como a finalidade do acesso, nhado de terceiros.
ressalvados aqueles devidamente autorizados pela
Art. 47. Na recepção o servidor efetuará o ca-
direção ou autoridade superior da SAP ou que a si-
dastramento e registro do advogado no Sistema -
tuação de emergência assim o exigir.
SISPEN, bem como fará constar no livro de in-
Art. 42. Os fornecedores e prestadores de gresso, onde será feito seu registro com o número
serviço deverão enviar, antecipadamente, os docu- da Ordem, qual o cliente que atenderá, a data, ho-
mentos e informações solicitadas pela SAP com a rário da entrada, horário da saída e assinatura do
identificação dos funcionários das empresas con- advogado.
tratadas que necessitarão de acesso às Unidades
Art. 48. O advogado deverá se identificar
Prisionais.
apresentando sua credencial de registro na Ordem
Parágrafo único. Sempre que ocorrerem mu- dos advogados do Brasil – OAB, para que seja ve-
danças das pessoas contratadas, essas só terão rificada a veracidade e validade do documento, in-
acesso às referidas Unidades após o cumprimento formando a que veio e com quem deseja falar; em
do caput deste artigo. seguida, o servidor que o atendeu deverá comuni-
Art. 43. É expressamente proibida a entrada car ao Chefe de Equipe para providenciar o enca-
minhamento do preso ao parlatório, devendo o
de qualquer pessoa portando arma de fogo e

351
Profissional do Direito aguardar a retirada de seu Art. 58. O preso deverá ser revistado sem
cliente e autorização para seguir ao parlatório. roupas, e estas revistadas à parte, antes e depois
Art. 49. Não será permitida ao advogado, du- de acessar as salas de parlatório ou sala de aten-
rante atendimento jurídico, a entrega de alimentos dimento, não sendo permitida a saída do local com
ou objetos destinados aos presos. qualquer tipo de objeto ou material.

Art. 50. A entrega de material por advogado Art. 59. Os documentos solicitados ao Depar-
só será permitida com prévia autorização da Dire- tamento de Divisão de Prontuários - DIPRON, de-
ção da Unidade, quando o preso não receber visita verão ser requeridos no próprio setor e emitidos em
de familiar, ficando restrito ao kit de higiene, de- até 5 dias úteis contados da data da solicitação,
vendo submeter-se às regras de segurança, obser- salvo em situações urgentes a serem definidas pela
vando o rol de materiais permitidos em conformi- Direção da Unidade.
dade com a Portaria Nº. 04/2020 de 15 de janeiro Art. 60. É vedada ao advogado, a entrada e
de 2020, suas posteriores alterações, ou outra que a saída dos locais de atendimentos com cartas, bi-
venha substituí-la. lhetes ou objetos, sem análise prévia, exceto docu-
Art. 51. O advogado poderá estar acompa- mentos judiciais.
nhado de estagiário, desde que, este possua cre- Art. 61. Não será permitida ao advogado a
dencial registrada no órgão de classe – OAB; con- retirada de pertences de seus clientes aos finais de
tudo, em hipótese alguma, o estagiário poderá semana e feriados.
adentrar sem a companhia do advogado.
Art. 62. Não serão aceitos alvará de soltura e
Art. 52. O advogado não poderá adentrar à decisões judiciais apresentados por advogado.
Unidade portando materiais ou objetos que não es-
tejam autorizados, tais como: aparelho de telefone Art. 63. Após o horário de expediente, so-
Daniel pasta,
móvel, carteira, agenda, cigarros, isqueiro, mente
RIBEIRO DE será permitido o ingresso para atendimento
ANDRADE
chaves, aparelhos eletroeletrônicos, relógios den- se previamente
danielicoense@gmail.com agendado com a direção e medi-
tre outros. Contudo, caso necessário, o profissional ante autorização da CEAP a fim de resguardar a
609.749.013-50
será orientado a guardar seus pertences, em local segurança do causídico e que o atendimento seja
apropriado. incluído no plano de segurança do Estabeleci-
mento.
Art. 53. O advogado será conduzido até a
sala de espera, onde aguardará a autorização do Art. 64. Caso o advogado necessite de al-
Agente Penitenciário de plantão para seu desloca- guma outra informação, deverá ser encaminhado a
mento até a sala destinada para o atendimento ju- Direção da Unidade.
rídico ou ao destino final. Art. 65. Em casos excepcionais nas rotinas
Art. 54. O advogado deverá ser submetido à das Unidades Prisionais tais como: dia de visitação,
busca eletrônica, na entrada e na saída de seu entregas de malote, vistorias, alterações de segu-
atendimento, através de body scan e, na falta rança, deverá prevalecer a preservação da integri-
deste, por detectores de metais. dade física do preso, bem como o interesse cole-
tivo, até que sejam concluídas as atividades em an-
Art. 55. O profissional interessado no in- damento, ou restabelecida a ordem e a disciplina.
gresso que se opuser ao cumprimento da determi-
nação acima, terá sua entrada proibida e será co-
municado ao Órgão de Classe no qual está regis- OFICIAIS DE JUSTIÇA
trado.
Art. 56. Após a busca eletrônica o advogado Art. 66. No primeiro portão de acesso à Uni-
será conduzido, na entrada e na saída, por um dade Prisional, o oficial de justiça deverá apresen-
Agente Penitenciário até o local de atendimento. tar carteira funcional visando à identificação e
acesso ao estacionamento.
Art. 57. Ao término do atendimento, o advo-
gado sairá da sala de parlatório ou local apropriado Art. 67. O acesso do oficial de justiça deverá
antes do preso, que ficará aguardando no local. ocorrer em horário de expediente da Unidade

352
Prisional, salvo em casos excepcionais, com prévia atendimento, não sendo permitida a saída do local
autorização da Direção e ratificação da Administra- com qualquer tipo de objeto ou material não permi-
ção Superior da Pasta. tido.
Art. 68. Somente será permitido o ingresso Art. 79. É vedada ao Oficial de Justiça a en-
do oficial de justiça após o horário de expediente trada e a saída dos locais de atendimento com car-
da Unidade Prisional, se previamente agendado tas ou objetos, exceto documentos judiciais.
com a direção e autorizado pela CEAP.
Art. 80. Caso o oficial de justiça necessite de
Art. 69. Depois de identificado, se o oficial de alguma outra informação deverá ser encaminhado
justiça estiver com veículo próprio ou de serviço, a Direção da Unidade.
deverá ser orientado a deixar na vaga destinada ao
estacionamento, quando houver.
DO INGRESSO DE VEÍCULOS
Art. 70. Não será permitido ao Oficial de Jus-
tiça o acesso ao interior da unidade, acompanhado
de terceiros. Art. 81. Somente serão autorizados entrar
com veículo particular nos complexos penitenciá-
Art. 71. Acompanhado de um Agente Peni- rios:
tenciário, o oficial deverá ser encaminhado até a re-
cepção ou setor de vistoria, objetivando a busca I – os servidores e colaboradores da SAP;
eletrônica através de detectores de metais. II – autoridades públicas ou servidores de ou-
tros órgãos, em razão de serviço;
Art. 72. O serventuário da Justiça interes-
sado no ingresso, que se opuser ao cumprimento III – fornecedores e prestadores de serviço de-
da determinação acima, terá sua entrada proibida vidamente cadastrados e autorizados;
e o fato será comunicado ao Juízo responsável.
Daniel IV – advogados, no exercício da profissão;
RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 73. Sempre que o oficialdanielicoense@gmail.com
da justiça in- V – as pessoas devidamente autorizadas pelas
gressar em qualquer Unidade Prisional, deverá por- Direções de unidade prisional ou autoridade Supe-
609.749.013-50
tar somente materiais ou objetos que sejam estrita- rior da SAP.
mente necessários para o cumprimento de seu de-
Art. 82. Os advogados poderão ter acesso
ver funcional.
com motoristas, caso necessário, e deverão estaci-
Art. 74. Após busca eletrônica, o oficial será onar os veículos em local próprio, fora da Unidade
acompanhado, na entrada e na saída, por um Prisional.
Agente Penitenciário até o local do atendimento,
Art. 83. No controle de acesso ao Complexo
devendo o servidor permanecer até a conclusão do
procedimento. Penitenciário e estabelecimentos prisionais deverá
ser feita a identificação do motorista, do veículo e
Art. 75. Não será permitida ao oficial de jus- de seus ocupantes, em ficha própria, constando o
tiça a entrega de alimentos ou objetos destinados nome do servidor que fez a identificação.
aos presos. § 1º. A identificação do condutor deverá conter
Art. 76. Após dar ciência ao preso do teor da o nome, número do documento de identificação,
intimação/citação, deverá encaminhar a documen- cargo/profissão, horário de entrada e saída, destino
tação à direção para as providências cabíveis e e finalidade.
posterior arquivamento no prontuário. § 2º. O veículo deverá ser identificado com nú-
Art. 77. Caso o referido setor esteja fechado, mero da placa, modelo e cor predominante, exceto
as viaturas caracterizadas pertencentes à SAP.
o Oficial de Justiça entregará os documentos ao
Chefe de Equipe, que deverão ser registrados em Art. 84. Todo e qualquer veículo que adentrar
livro de protocolo e remetidos ao setor responsável. nos estabelecimentos prisionais deverá ser revis-
Art. 78. Após o atendimento, o preso deverá tado na entrada e na saída, qualquer que seja o
usuário ou carga transportada, salvo veículo de ca-
ser revistado sem roupas, e estas revistadas a
ráter oficial, em serviço, nos casos de motim,
parte, antes e depois de acessar as salas de

353
rebelião, intervenção e movimentação de detentos realizada com respeito à dignidade da pessoa hu-
em caráter de urgência. mana, sendo vedada qualquer forma de desnuda-
§1º. Ao passar no posto de acesso o veículo mento, tratamento desumano ou degradante.
deverá ter os vidros abaixados e seu porta-malas Art. 91. Onde houver body scan, obrigatoria-
aberto pelo condutor do veículo. mente, este será o meio utilizado para a revista ele-
§2º. Em se tratando de veículos com comparti- trônica.
mento de carga isolado e fechado, do tipo baú, van Art. 92. A realização de revista manual de-
ou similar, este compartimento será também inspe-
verá ser realizada por Agente Penitenciário e ocor-
cionado, bem como, a parte inferior do veículo.
rerá nas seguintes hipóteses:
Art. 85. O veículo que estiver estacionado na I – o estado de saúde impeça que a pessoa a
área de acesso das unidades prisionais deverá per- ser revistada se submeta a determinados equipa-
manecer devidamente fechado e sem qualquer mentos de revista eletrônica;
ocupante no seu interior, ressalvados os veículos
oficiais de autoridades e viaturas operacionais. II – quando não existir equipamento eletrônico
ou este não estiver funcionando;
III – após a realização da revista eletrônica,
DAS REVISTAS subsistir fundada suspeita de porte ou posse de ob-
jetos, produtos ou substâncias, cuja entrada seja
proibida.
Art. 86. Considera-se revista manual toda
inspeção realizada mediante contato físico da mão § 1º. A revista prevista neste artigo deverá ser
do Agente público competente, sobre a roupa da realizada por servidor habilitado do mesmo sexo do
pessoa revistada, sendo vedado o desnudamento revistado.
total ou parcial, o toque nas partes íntimas, o uso § 2. O servidor ou a pessoa interessada no in-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
de espelhos, o uso de cães farejadores, bem como gresso, que se opuser ao cumprimento da determi-
a introdução de quaisquer objetos nas danielicoense@gmail.com
cavidades nação do caput, terá seu ingresso proibido.
corporais da pessoa revistada. 609.749.013-50
Art. 93. Os servidores plantonistas somente
Parágrafo único. A retirada de calçados, casa-
poderão adentrar no interior das Unidades Prisio-
cos, jaquetas e similares, bem como de acessórios,
nais com objetos necessários para o desenvolvi-
não caracteriza desnudamento.
mento de suas funções e após os mesmos serem
Art. 87. Considera-se revista eletrônica toda vistoriados.
inspeção realizada mediante uso de equipamentos Art. 94. Os servidores que necessitarem utili-
eletrônicos, detectores de metais, body scanners,
zar armários ficam previamente informados que, se
aparelhos de raio-x ou similares.
necessário, a revista dos mesmos será realizada
Art. 88. Considera-se revista material aquela na presença de seus usuários. Caso ausente, o ar-
realizada em pertences e objetos (bolsas, mochi- mário será aberto para revista sendo posterior-
las, bornal, malas etc.) devendo ser feita de forma mente lacrado e dada a ciência ao responsável.
manual e eletrônica ou com uso de cães farejado- Art. 95. Aparelhos de telefonia celular, cha-
res.
ves ou outros objetos que não são permitidos ao
Art. 89. Toda pessoa que adentrar na Uni- funcionário o porte e uso durante a permanência na
dade Prisional, bem como os servidores e colabo- Unidade, no momento do ingresso, deverão ficar
radores, deverão se submeter à revista eletrônica e guardados nos veículos ou em armários.
material, preservando-se a integridade física, psi- Art. 96. É expressamente proibido a qualquer
cológica e moral da pessoa revistada.
pessoa que adentre no interior da Unidade Prisio-
Art. 90. A revista pessoal à qual devem se nal ou nas guaritas de vigilância, internas e exter-
submeter todos que queiram ter acesso a uma Uni- nas, o uso e porte de aparelhos telefônicos, apare-
dade Prisional para manter contato com pessoa lhos eletroeletrônicos, uso de mochilas ou valises e
presa ou ainda para prestar serviços, ainda que o uso ou porte de cigarros, estando o infrator sujeito
exerçam qualquer cargo ou função pública, será às sanções previstas em Lei.

354
Art. 97. Antes e depois das visitas, os presos Agente/colaborador responsável deverá, obrigato-
deverão ser submetidos à revista. riamente, realizar o cadastramento do mesmo no
SISPEN.
Art. 98. Os visitantes deverão ser revistados
antes de adentrarem e na saída da Unidade Prisio- Art. 102. No ato do ingresso, será aberto em
nal. nome do preso prontuário físico e eletrônico, devi-
damente numerado em ordem seriada, onde serão
PROCEDIMENTOS INTERNOS anotados, dentre outros, foto, seus dados de iden-
DO INGRESSO, DO REINGRESSO, DAS tificação e qualificação, de forma completa, dia e
TRANSFERÊNCIAS E DA SOLTURA hora da chegada, situação de saúde física e men-
tal, aptidão profissional e alcunhas.
Art. 99. O ingresso de preso em Unidade Pri- § 1º. Nos prontuários físicos e eletrônicos fica-
sional poderá ser por transferência da custódia da rão arquivados todos os documentos relativos ao
Polícia Civil para o Sistema Penitenciário, advindo preso, inclusive, sempre que possível, certidão atu-
de outra Unidade, cumprimento de mandado de pri- alizada de antecedentes criminais, bem como com-
são ou custódia excepcional e temporária, concre- provante do seu domicílio de origem.
tizando-se com a conferência dos dados de identi- § 2º. O prontuário eletrônico acontecerá atra-
ficação e documentação obrigatória de ingresso es- vés de alimentação do Sistema de Informação Pe-
pecificada, além do cadastramento em sistema pró- nitenciária – SISPEN, e o preenchimento, em sua
prio desta Secretaria. integralidade, das informações solicitadas.
Art. 100. O ingresso/admissão do preso pro- § 3º. Em hipótese alguma o responsável pelo
visório ou condenado precede a apresentação dos cadastro dos presos deverá efetuar registros abre-
seguintes documentos: viando iniciais de nome e sobrenome.
I – guia do Auto de prisão emDaniel
flagranteRIBEIRO Art. 103. Caso o preso já esteja cadastrado
e/ou do DE ANDRADE
mandado de prisão judicial; danielicoense@gmail.comSISPEN, deverá ser realizada a atuali-
no Sistema
II – guia de recolhimento, expedida pela zação do banco de dados, inclusive fotos, contudo,
609.749.013-50
auto-
ridade judiciária competente, observando-se o dis- o campo endereço não deverá ser alterado o ante-
posto nos Artigos 105 a 107 da Lei Nº. 7.210/84, rior, mas adicionado um novo endereço, se for o
em caso de preso condenado; caso.

III – comprovação de que o mesmo foi subme- Art. 104. Na realização do cadastro, o res-
tido a exame ad cautelam (exame de corpo de de- ponsável deverá efetuar a matrícula interna do
lito); preso, e anexar ao seu prontuário.
IV – comprovante de identificação precedida Art. 105. Nos ingressos de presos provisó-
de foto criminal do preso junto à Delegacia de Cap- rios, não haverá abertura de prontuário, permane-
turas e Polinter ou órgão da Secretaria de Segu- cendo o cadastro da Unidade de origem.
rança Pública e Defesa Social - SSPDS correspon-
dente, quando possível; e Art. 106. A todo preso que ingressar em Uni-
dade Prisional deverá ser feita a preleção sobre os
V – documento de autorização da CATVA, e/ou direitos e deveres do preso, conforme legislação vi-
da Corregedoria no âmbito de suas respectivas gente, bem como as regras disciplinares das Uni-
competências, salvo nos casos de presos oriundos dades Prisionais, que deverá ser efetivada pela Di-
da audiência de custódia da Comarca de Fortaleza reção ou membros da segurança penitenciária.
ou por decisão judicial.
Art. 107. Os pertences trazidos com o preso
Parágrafo Único. O procedimento para in-
cuja posse não seja permitida, bem como objetos
gresso do preso no Centro de Triagem e Observa-
de valor e dinheiro serão inventariados e encami-
ção Criminológica será regulamentado em portaria
nhados à Direção/Chefia Imediata, mediante re-
própria, considerando a especificidade desta Uni-
dade. cibo, e poderão ser entregues aos familiares, ao
advogado ou a quem o preso autorizar por escrito.
Art. 101. Após a coleta da documentação ne-
cessária para o ingresso do preso, o

355
§ 1º. Em caso de transferência de preso para Art.112. No ingresso de pessoa presa ao Sis-
outra Unidade e este possua pertences e objetos tema Penitenciário, deverão ser providenciados o
inventariados na Unidade de ingresso, esses deve- corte do cabelo em tamanho único, retirada da
rão ser encaminhados juntos com a transferência barba e do bigode, informando-a que é seu dever a
do preso. higiene pessoal e asseio da cela e o seu descum-
§ 2º. Os pertences e objetos inventariados que primento resultará na adoção das medidas discipli-
não forem retirados pelas pessoas indicadas no ca- nares cabíveis de acordo com o estabelecido na Lei
put serão entregues ao preso quando de sua saída de Execução Penal e legislações correlatas.
da Unidade Prisional. Art. 113. O tempo para permanência do
§ 3º. Em caso de falecimento do preso, os va- preso em período de adaptação nas celas de tria-
lores e bens a este pertencente, devidamente in- gem e identificação, por ocasião de seu ingresso
ventariados, serão entregues aos familiares, aten- em Unidade Prisional, será de 30 (trinta) dias, no
didas as disposições legais pertinentes. mínimo, a fim de que possam se adaptar às regras
de segurança da Unidade Prisional, saindo em pe-
Art. 108. Os responsáveis pelo ingresso e
ríodo anterior somente com ordem da Direção ou
admissão do preso deverão encaminhar, ato contí-
em caso de emergência.
nuo, à conclusão do procedimento, a relação dos
presos admitidos à Chefia de Segurança e Disci- Art. 114. Durante o período de adaptação, a
plina e/ou Administrador, para conhecimento e pro- pessoa presa não poderá receber visitas.
vidências relacionadas à realização da acolhida e
alocação. Art. 115. Sempre que ocorrer o ingresso de
pessoa presa, o servidor ou colaborador deverá ve-
Art. 109. Os estabelecimentos destinados a rificar se o mesmo é provisório ou condenado para
mulheres terão estrutura adequada às suas espe- orientação a individualização da execução penal,
cificidades e os responsáveis pela Daniel
segurança in- segundo
RIBEIRO DE ANDRADEseus antecedentes e personalidade,
terna serão Agentes Penitenciários do sexo femi- quando possível.
danielicoense@gmail.com
nino, exceto em eventos críticos ou festivos.
609.749.013-50Art. 116. Os presos com idade superior a 60
Art. 110. No momento do ingresso, será pro- (sessenta) anos, sempre que possível, deverão ser
videnciada a entrega, a pessoa presa, de uniforme alojados em local separado, devendo ser comuni-
cedido pela Unidade Prisional, bem como do kit bá- cado à chefia imediata.
sico de higiene, colchão, lençol e utensílios para re-
alizar suas refeições, mediante termo de recebi- Art. 117. A transferência é o deslocamento
mento com o qual o custodiado também será res- da pessoa presa de uma Unidade Prisional para
ponsável pela guarda e conservação dos mesmos, outra e se dará mediante autorização ou determi-
podendo responder, administrativa e penal e civil- nação da CEAP.
mente, em caso de danos propositais nesses. Art. 118. A Direção/Administração da Uni-
§ 1º. Somente será feita a entrega de novo ma- dade Prisional deverá preparar a documentação do
terial por substituição daquele que foi entregue an- preso com antecedência de 24 (vinte e quatro) ho-
teriormente, com o recolhimento desse pelo servi- ras, a fim de agilizar a transferência e a escolta.
dor que efetivar a troca, mediante termo assinado
Art. 119. Após a adequação do SISPEN,
pela pessoa presa do recebimento.
uma vez que todos os documentos estiverem digi-
§ 2º. Para as Unidades Prisionais que não te- talizados e inseridos no referido Sistema, os pron-
nham condições de entregar o uniforme à pessoa tuários físicos padronizados do preso deverão se-
presa, deverão oportunizar a entrada de roupas guir para a nova Unidade, permanecendo cópia na
que obedecem às características padrões das for- Unidade Prisional de origem.
necidas pelo Estado, vedando quaisquer outras.
Art. 120. Todos os pertences e documenta-
Art. 111. Os termos de recebimento de ma- ção recebidos e produzidos durante a custódia da
teriais assinados pelas pessoas presas deverão ser pessoa presa na Unidade Prisional deverão ser en-
arquivados em seus prontuários. caminhados através da escolta.

356
Art. 121. O alvará de soltura deverá ser cum- Parágrafo único. A logística para distribuição
prido pelo Diretor da Unidade Prisional ou seu de alimentação a partir de sua chegada à unidade,
substituto, em 24h (vinte e quatro horas) contadas não deverá ultrapassar o período de 01 (uma) hora,
do seu recebimento, após a realização das consul- sob pena do prejuízo nutricional dos alimentos.
tas aos bancos de dados necessários. Art. 125. A Direção organizará e informará
Parágrafo único. Na Ausência do Diretor e Vice outros horários necessários para atendimentos, ati-
Diretor bem como nos finais de semana ou feriado vidades laborais, educativas, religiosas e visitas,
prolongado em que não se tenha expediente admi- respeitando os protocolos adotados pela secreta-
nistrativo, o chefe de plantão deverá comunicar a ria.
Direção tão logo tome ciência para que sejam to-
madas as providências cabíveis ao cumprimento
do alvará. REVISTA DO PRESO E SEUS PERTENCES

Art. 122. Deverá ser feita a comunicação ao


respectivo juiz que expediu o alvará de soltura bem Art. 126. O Agente Penitenciário deverá ori-
como ao juiz da Vara de Execuções Penais quanto entar o preso a tirar a roupa por completo, revistar
ao seu cumprimento ou as razões que o impossibi- as peças manualmente e individualmente e,
litaram justificando a manutenção da prisão. quando necessário, passar o detector de metais
nos chinelos, colchão e/ou em objetos de uso pes-
Art. 123. Nos casos em que o alvará de sol- soal que não sejam maleáveis.
tura esteja condicionado ao uso de tornozeleira ele-
trônica, tão logo tenha ciência, o Diretor da Unidade Art. 127. Para a revista do preso, o Agente
Prisional deverá entrar em contato com o setor de Penitenciário deverá solicitar aquele que abra a
monitoramento eletrônico para que providencie as boca, levante a língua e com o dedo indicador abra
medidas necessárias para sua execução a fim de o canto das bochechas e gengivas. Em caso do uso
Daniel RIBEIRO
dar cumprimento à determinação judicial conforme
DEdeANDRADE
prótese dentária, solicitar sua retirada para re-
o previsto no artigo 119. danielicoense@gmail.com
vista, devolvendo-a a seguir; averiguar cabelo, cos-
tas,
609.749.013-50 sola dos pés, palmas das mãos estendidas,
embaixo das axilas e o agachamento por quantas
HORÁRIOS DOS PROCEDIMENTOS vezes forem necessárias, visando averiguar as par-
DIÁRIOS NAS UNIDADES PRISIONAIS tes íntimas.

Art. 124. A rotina ordinária, nas Unidades Pri- PROCEDIMENTOS DE REVISTAS


sionais do Estado do Ceará, obedecerá como base DAS CELAS
os horários abaixo descritos, sem prejuízo das de-
mais atividades:
Art. 128. Quando o Agente Penitenciário for
I – alvorada, contagem e conferência nominal executar alguma atividade no interior das alas, vi-
dos internos, distribuição do café da manhã, reco- vências e celas, devem ser observados todos os
lhimento de lixo, limpeza da Unidade e retirada de procedimentos de segurança necessários.
internos para atendimentos diversos previamente
relacionado e informado: 06h às 8h; Art. 129. Durante o horário de banho de sol
dos presos, é obrigatório a realização da revista es-
II – banho de sol matinal de: 08h às 12h;
trutural das celas, de acordo com os procedimentos
III – distribuição do almoço: 11h; a seguir:
IV – banho de sol vespertino de: 13h às 17h; I – os Agentes responsáveis pela revista deve-
V – distribuição do jantar: a partir das 16h; rão entrar nas celas e fazer a verificação da estru-
tura física: piso, paredes, teto e instalações hidros-
VI – contagem e conferência nominal dos inter-
sanitárias, no intuito de verificar se houve qualquer
nos: Logo após o encerramento das atividades e
dano e/ou alteração estrutural na cela;
trancamento de todos os presos.

357
II – verificar a existência de quaisquer materi-
ais não permitidos e/ ou excessos, providenciando
DESLOCAMENTO INTERNO DE PRESOS
a retirada, se houver;
III – revistar as grades, olhando atentamente
para averiguar se não estão serradas ou danifica- Art. 133. Para qualquer tipo de deslocamento
das; o preso deverá ser revistado sem roupas, e estas
revistadas a parte, antes e depois de acessar os
IV – não permitir que sejam colados cartazes, locais permitidos, não sendo autorizada a entrada
cartolinas ou papelões nas paredes, seja nas celas, e a saída do local com qualquer tipo de objeto ou
ou em outros locais que porventura os presos de- material, salvo com expressa autorização do Chefe
vam permanecer, bem como não permitir que seja de Equipe ou Chefia Imediata, o que deverá ser re-
riscado ou danificado o interior da cela; se isso gistrada em Relatório Diário de Plantão.
ocorrer, imediatamente fazer comunicação escrita
ao Chefe de equipe, que tomará as medidas cabí- Art. 134. Antes de abrir celas para retirada
veis; de preso, bem como nos procedimentos de saída e
V – assinar termo de vistoria, indicando as al- recolhimento do horário de banho de sol, atendi-
terações observadas no ato da revista. mentos de saúde, atendimento de advogado, ofici-
nas, sala de aula ou retorno de visita, o Agente Pe-
§ 1º. Caso seja encontrado qualquer ilícito, ou nitenciário deverá certificar-se que os portões dos
dano ao patrimônio, identificado o autor, deverá ser corredores e das demais celas estejam fechados.
encaminhado para registro de ocorrência na Dele-
gacia Policial e após o procedimento ser encami- Art. 135. Nas saídas e por todo o trajeto para
nhado à cela de isolamento disciplinar preventivo. as movimentações internas, será necessário o uso
de algemas, salvo em situações excepcionais,
§2º. Iniciar o Procedimento Administrativo Dis-
desde que respeitado os padrões de segurança.
ciplinar dos autores que foram identificados.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 136. É permitido ao preso, autorizado
Art. 130. Caso seja verificado qualquer tipo
danielicoense@gmail.com
pelo Agente, retirar da cela o colchão, roupas de
de alteração, deverá ser imediatamente comuni-
609.749.013-50
cama e objetos de uso pessoal por ocasião de
cada ao Chefe de Equipe/Chefia Imediata, que de-
transferência interna, desde que os materiais sejam
terminará as providências a serem tomadas.
devidamente vistoriados.
Art. 137. Na saída e retorno do banho de sol
DA CONTAGEM E CONFERÊNCIA o preso não poderá levar consigo nenhum tipo de
NOMINAL DOS PRESOS objeto que não seja sua própria vestimenta.
Art. 138. É proibido o deslocamento de pre-
Art. 131. Caberá ao Agente Penitenciário a sos ao setor administrativo, salvo com prévia auto-
responsabilidade sobre a contagem e a conferência rização do Diretor ou da chefia imediata e devida-
nominal dos presos que deverá ser realizada diari- mente escoltado por Agente Penitenciário.
amente ao final das rotinas do dia e na retomada
Art. 139. A retirada dos presos deverá ser co-
das atividades ao amanhecer e/ou quantas vezes
forem necessárias ou determinado pela chefia ime- ordenada pelo Chefe de Equipe ou Chefia Imedi-
diata. ata, devendo ser observadas as regras de segu-
rança interna, bem como deve ser evitado o ex-
cesso de presos nos corredores.
DOS PROCEDIMENTOS DE ALGEMAÇÃO Art. 140. Em caso de problemas de indisci-
plina ou que perturbem a ordem e segurança du-
Art. 132. O uso de algemas visa garantir a rante o procedimento realizado, imediatamente de-
segurança das pessoas e da Unidade Prisional du- verá ser isolado o local, realizado o fechamento de
rante a movimentação interna e externa de preso. todos os portões e acionada a chefia imediata para
Será obrigatório observado as ressalvas estabele- providências. Contudo, em hipótese alguma, po-
cidas desta IN. derá ocorrer o abandono do local até que sejam
restabelecidas a ordem e a disciplina.

358
Art. 141. O acesso de presos à área coletiva Art. 146. A escolta de presos de alta pericu-
de visitas será estabelecido pelo Gestor da Uni- losidade será realizada pelos Grupos Especiais.
dade Prisional, observando sempre as regras aqui Parágrafo único: Em nenhuma hipótese será
definidas e as questões de segurança interna. permitida a presença de colaboradores terceiriza-
dos neste procedimento, inclusive como motorista.
DESLOCAMENTO EXTERNO DE PRESOS Art. 147. A escolta será realizada nas seguin-
tes ocasiões:
Art. 142. Deslocamentos externos, devida- I – transferência de presos entre Unidades da
mente autorizados, sempre deverão ser escoltados SAP;
por Agentes Penitenciários observando as condi- II – determinação de autoridade judicial;
ções e procedimentos de segurança.
III – condução de presos para atendimento de
Art. 143. Qualquer atividade laboral envol- saúde rotineiro ou emergencial;
vendo presos e ferramentas deverão ser sempre IV – encaminhamento de preso para compare-
acompanhadas. O preso deverá ser revistado na cer a sepultamento de ascendentes, descenden-
saída e no retorno, constatando em Relatório de tes, irmãos e cônjuges; (Art. 120 LEP);
Plantão o número de ferramentas que serão utiliza-
das no serviço. V – acompanhamento de presos a cartórios,
bancos e demais instituições públicas, com a de-
vida ordem judicial;
DAS VISITAS ÀS PESSOAS PRIVADAS VI – condução de presos às delegacias, em
DE LIBERDADE E DO INGRESSO DE caso de infração pena; e
MATERIAIS E OBJETOS PERMITIDOS VI – outras que forem determinadas por autori-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
NAS UNIDADES dade competente.
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50§ 1º. A escolta externa para comparecimento a
Art. 144. As visitas aos presos o ingresso de sepultamento será realizada mediante apresenta-
objetos, alimentação e outros, nas Unidades Prisi- ção do atestado de óbito e demais documentos, ob-
onais, além do disposto nesta normativa, estão re- servadas as normas de segurança, não sendo per-
gulamentados através da Portaria SAP Nº. mitida escolta para velório.
004/2020, publicada no DOE de 15 de janeiro de Art. 148. Nas escoltas decorrentes de de-
2020, suas posteriores alterações ou outra que ve-
mandas interestaduais deverão ser observadas as
nha substitui-la.
seguintes diretrizes:
I – ao receber a requisição de outro Estado, re-
DAS ESCOLATAS DA ESCOLTA EXTERNA lativamente à escolta de preso, a Unidade Prisional
deverá encaminhar a referida requisição, à Coorde-
nadoria Administrativa da CEAP que após análise,
Art. 145. A escolta externa de presos será re- deliberará para Assessoria Operacional daquela
alizada pelos Agentes Penitenciários da Unidade, Coordenadoria operacionalizar a missão;
salvo em casos de presos, ou grupo de presos, que
requeiram programa de segurança mais elaborado, II – uma vez autorizada a escolta, a Unidade
ocasião em que será remetido aos grupos especi- Prisional de destino deverá ser contatada pela
ais. equipe da escolta, de modo a confirmar se está ci-
ente do procedimento; e
§ 1º. As escoltas, função indelegável, obrigato-
riamente serão feitas por Agentes Penitenciários e III – cabe à Assessoria Operacional da CEAP
em veículos oficiais em toda a sua composição. gerenciar, junto às Unidades Prisionais e Células
Regionais, todas as etapas programáticas para efe-
§ 2º. A equipe da escolta será composta por tivação da Escolta, inclusive o registro dos escol-
número de integrantes da segurança condizentes tantes, escoltados e veículo.
com a proporção numérica de presos, perfil criminal
e complexidade do evento.

359
Art. 149. Os Agentes Penitenciários escala- I – a trajar obrigatoriamente o uniforme;
dos para realização de escolta são legalmente res- II – respeitar as normas da administração do
ponsáveis pelos equipamentos que utilizam e pelos Estabelecimento Hospitalar, sem prejuízo dos cri-
presos que transportam, submetendo-se às san- térios de segurança da escolta;
ções administrativas e penais cabíveis nos casos
III – manter sempre o preso dentro do seu
de irregularidades.
campo de visão;
Art. 150. As informações referentes ao pla- IV – não se afastar do posto de serviço sem
nejamento da execução da escolta deverão ser tra- prévia rendição;
tadas pela Direção/administração da Unidade dire-
tamente com a Coordenação Operacional da V – observar o estrito cumprimento das regras
CEAP. de algemação; e
VI – outros que se façam necessários especifi-
Art. 151. No caso de transferência entre as
camente ao posto.
Unidades da SAP, é indispensável levar o ofício de
apresentação e devidas autorizações e cópias dos Art. 155. A escolta em ambulância contará,
prontuários gerais padronizados do preso e a mo- minimamente, com um Agente Penitenciário, pre-
vimentação no SISPEN. sente junto à equipe de socorristas, no comparti-
mento de pacientes, durante todo o trajeto, sendo
Art. 152. No caso de realização de escolta
que, na cabine, deverá estar outro Agente Peniten-
coletiva, considerada a obrigação de preservar a in-
ciário.
tegridade física e moral dos presos, deve-se obser-
var a condição de cada um: § 1º. A ambulância que esteja transportando
presos, além da presença dos Agentes Penitenciá-
I – estado de saúde e gênero;
rios junto ao preso e ao motorista, poderá ser es-
II – existência de comparsas entre os presos a coltada por uma ou mais viaturas do Sistema Prisi-
serem escoltados juntos; e
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
onal.
danielicoense@gmail.com
III – existência de inimigos ou problemas de § 2º. O Agente Penitenciário só não permane-
convivência entre os presos a serem escoltados
609.749.013-50
cerá junto à equipe de socorristas quando sua pre-
juntos. sença inviabilizar o atendimento; contudo, dever-
Parágrafo único. No caso de escolta de presas se-á levar em conta a segurança dos socorristas e
há que observar também a existência de grávidas do próprio preso, sendo que tal situação deverá ser
e suas respectivas condições, visando estabelecer resolvida em comum acordo com os profissionais
procedimentos em consonância ao que estabelece da saúde.
o Código de Processo Penal, LEP e legislações § 3º. No caso previsto no § 2º deste artigo,
pertinentes. quando não houver consenso entre a equipe de es-
colta e os profissionais de saúde envolvidos na
Art. 153. A Unidade Prisional, em eventual
operação, a situação deverá ser rapidamente co-
impossibilidade de realização de procedimento de
municada à Direção/ Administração da Unidade
escolta externa, comunicará o fato imediatamente
Prisional, a qual deverá orientar a conduta mais
à Assessoria Operacional da CEAP, de modo que
acertada por parte dos Agentes Penitenciários ou
ainda disponha de tempo hábil para providenciar
comunicar a CEAP para as providências cabíveis.
apoio junto às demais Unidades Prisionais ou ori-
entar a adoção de outros procedimentos.
DA ESCOLATA AÉREA
DA ESCOLATA EXTERNA HOSPITALAR
Art. 156. O planejamento da escolta aérea,
bem como a designação da equipe que irá executá-
Art. 154. Define-se como escolta hospitalar o
la, deverá observar os seguintes requisitos:
acompanhamento, vigilância e custódia de presos
em hospitais, clínicas médicas ou similares, públi- I – encaminhar os dados pessoais do preso
cas ou particulares, realizados por Agentes Peni- para a Coordenadoria de Inteligência para análise
tenciários, aos quais cumpre: de periculosidade;

360
II – enviar à Unidade Federativa de destino, IX – dirigir-se ao posto da Polícia Federal para
com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis, preenchimento do “Formulário de Embarque de
ofício de solicitação de apoio e informações acerca Passageiro Portando Arma de Fogo”;
do pessoal que será designado a receber e prestar X – solicitar que a Polícia Federal local faça
o suporte necessário à escolta, informando, ainda, contato com a Polícia Federal do aeroporto de des-
dados dos escoltantes e do (s) escoltado (s), nú- tino, a fim de dar ciência da chegada do grupo de
mero do voo, horário de embarque e desembarque escolta para eventual apoio;
nos aeroportos;
XI – realizar o procedimento de revista no
III – antes de iniciar o procedimento de cotação preso em ambiente reservado no aeroporto; e
e compra de passagens, verificar, via contato tele-
fônico ou por e-mail, se a Unidade Prisional de des- XII – dirigir-se, nas viagens com escalas de
tino do preso está ciente da realização da de- voo, à Polícia Federal ou Órgão competente no mo-
manda; e IV – montar pasta de viagem com toda mento do desembarque e reembarque em outra ae-
documentação referente à demanda, a saber: ronave.
a) cópia do ofício de solicitação de apoio enca- § 1º. Durante o voo, o preso não deverá ser
minhado ao Estado de destino do preso e resposta; algemado a assentos, mesas ou a quaisquer outras
partes da aeronave, devendo, quando aplicável,
b) ofício e/ou ordem judicial das autorizações permanecer algemado para frente, com as algemas
da transferência; presas no cinto de algemação.
c) cópia do prontuário do preso; § 2º. Quando da necessidade do uso de ba-
d) recibo de entrega do preso; e nheiro por parte do escoltado, deverão os escoltan-
e) laudo do exame de corpo de delito. tes vistoriar todo o local antes e após, certificando-
se da impossibilidade de acessos a fugas, bem
Art. 157. A equipe que executará a escolta
Daniel RIBEIRO DEcomo da posse de materiais que possam ser utili-
ANDRADE
aérea deverá ser integrada por, no mínimo, dois zados para fins que comprometam o êxito da mis-
danielicoense@gmail.com
Agentes Penitenciários para cada preso, em obser- são.
vância às regras dispostas na Resolução ANAC609.749.013-50

461 de 25 de janeiro de 2018, que dispõe sobre os
procedimentos de embarque e desembarque de DO USO DE VEÍCULOS OFICIAIS
passageiros armados, despacho de armas de fogo
e de munição e transporte de passageiros sob cus-
Art. 158. Consideram-se veículos oficiais os
tódia a bordo de aeronaves civis, os quais deverão:
de propriedade da SAP, bem como os locados, ce-
I – trajar roupa social, preferencialmente bla- didos e aqueles objetos de convênio, caracteriza-
zer; dos ou não.
II – ter sob cautela arma curta; Art. 159. Os veículos oficiais serão sempre
III – portar algemas; utilizadas de maneira adequada, no que tange a
IV – conferir toda a documentação do preso; limpeza, lotação máxima, velocidade compatível e
condições básicas de segurança para trafegar, de-
V – conferir nas passagens aéreas o nome dos vendo seu condutor evitar expô-los a situações que
Agentes Penitenciários e o nome do (s) preso (s) lhe acarretem desgastes e avarias, assim como
que embarcarão na aeronave; usá-los dentro das reais necessidades de serviço,
VI – assegurar que o (s) preso (s) esteja tra- de forma a economizar combustível, respondendo
jando roupas comuns, sendo vedado o uso de ber- por eventuais danos causados a título de dolo ou
mudas e camisetas; culpa.
VII – chegar, no mínimo, com duas horas de Art. 160. É obrigatório uso de cinto de segu-
antecedência ao aeroporto; rança e a observância de todas as normas de trân-
VIII – realizar o check in de todos que embar- sito durante o uso dos veículos oficiais, sendo ve-
carão, inclusive do preso; dado aos condutores o uso de aparelho celular en-
quanto estiver dirigindo bem como a utilização das
faixas exclusivas aos ônibus.

361
Art. 161. O Livro de Registro de Movimenta- Art. 167. Os danos de qualquer natureza
ção será fornecido pelo Núcleo de Transporte - NU- ocasionados em viatura, decorrentes de acidente
TRAN, e somente será substituído mediante a con- de tráfego ou provocados por outrem, serão objeto
tra-apresentação do anteriormente utilizado e esse de registro de ocorrência policial, com descrição
deverá permanecer arquivado no referido Setor das circunstâncias precisas do evento e rol de tes-
por, no mínimo, 05 (cinco) anos. temunhas, devidamente individualizadas, e subme-
tidos obrigatoriamente a exame pericial e serão,
Art. 162. Compete ao chefe do Núcleo de
imediatamente, comunicados ao NUTRAN.
Transporte - NUTRAN, e aos Gerentes de Patrimô-
nio das Unidades Prisionais realizar vistorias sema- § 1º. Adotadas as providências, apurada a res-
nais nos veículos oficiais, preferencialmente, no pe- ponsabilidade e comprovado que a causa determi-
ríodo matutino das segundas- feiras, nas quais se- nante do dano se deu por dolo ou culpa do condutor
rão observados todos os itens obrigatórios de se- do veículo oficial envolvido no acidente de trânsito,
gurança e as condições gerais, inclusive limpeza, e este será responsável pelo reparo do dano medi-
fiscalizar os registros de movimentação efetuados ante assinatura de termo de compromisso, indi-
nas cadernetas de controle. cando empresa particular para recuperação do
bem.
Art. 163. Cabe ao chefe do NUTRAN e aos
§ 2º. Caberá ao NUTRAN a aprovação do con-
Gerentes de Patrimônio ter o conhecimento do es-
serto e caso seja constatado que a recuperação do
tado geral dos veículos sob sua responsabilidade e
bem tenha sido executada fora dos padrões de
providenciar as manutenções periódicas indispen-
qualidade exigidos, o condutor/responsável deverá
sáveis à sua conservação para que se mantenham
adotar as providências necessárias, objetivando re-
nas melhores condições possíveis de funciona-
parar as falhas detectadas.
mento.
§ 3º. O condutor se negando a reparar o dano
Art. 164. Incumbe ao condutorDaniel
do veículo ofi-
RIBEIRO DE ANDRADE
ao veículo oficial em que deu causa por dolo ou
cial zelar pelas condições básicas de funciona-
danielicoense@gmail.com parágrafo anterior, o Setor de
culpa, conforme
mento e fazer as devidas anotações no respectivo Transporte deverá tomar providência com as medi-
Livro de Registro de Movimentação, observando, 609.749.013-50
das legais cabíveis.
antes de colocá-lo em circulação, o seu estado ge-
ral de conservação e higiene, componentes de se- Art. 168. Ficam proibidos a condução e o
gurança, nível de óleo do motor e do sistema hi- abastecimento de veículos oficiais por quem não
dráulico, freios, embreagem, pneus e nível de água esteja devidamente autorizado.
do sistema de arrefecimento.
Art. 169. Recebidas as notificações de infra-
Parágrafo único. A inobservância de qualquer ções de trânsito, o NUTRAN, no prazo de 24 (vinte
das providências do caput acarretará na responsa- e quatro) horas, deverá, sob pena de responsabili-
bilização do servidor por eventual prejuízo. dade solidária de seu chefe, encaminhá-las às Uni-
Art. 165. Incumbe ainda aos condutores de dades Prisionais para as providências cabíveis.
veículos oficiais portar sempre carteira funcional ou Art. 170. Caberá ao condutor de veículo ofi-
crachá, documentos de habilitação devidamente cial a responsabilidade pela justificativa das infra-
atualizados, documentos e cartão de abasteci- ções decorrentes de atos praticados por ele na di-
mento relativos ao veículo. reção do veículo, nos termos do Código de Trânsito
Art. 166. É obrigatório ao condutor de veículo Brasileiro, através de relatório que deverá ser en-
caminhado ao NUTRAN, sob pena de assumir a
oficial anotar os deslocamentos efetuados no res-
responsabilidade pela infração caso não seja feita
pectivo Livro de Registro de Movimentação indi-
a referida justificativa.
cando a data, o destino, a hora de saída e chegada
com os respectivos dados do hodômetro do veí- § 1º. Não sendo possível identificar o condutor
culo, sua identificação pessoal e matrícula, bem do veículo oficial, por deficiência no controle de mo-
como os dados referentes a abastecimento, vimentação, assumirá a responsabilidade pelo ato
quando for o efetuar, de forma legível. cometido aquele em que a veículo estiver sob sua
cautela.

362
§ 2º. No recurso, obrigatoriamente, constarão nome completo dos envolvidos, independente da
nome, cargo, matrícula, lotação e as circunstâncias comunicação interna por escrito enviada à chefia
que o levaram a cometer o ato infracional. imediata;
Art. 171. Utilização de viaturas em desa- XII – alterações ocorridas que envolvam servi-
cordo com as disposições desta Instrução Norma- dores, constando horários de saída e chegada,
tiva e legislações correlatas implicará em respon- sempre que porventura o Agente Penitenciário ne-
sabilidade civil, administrativa e penal, conforme o cessitar se ausentar de seu posto de trabalho;
caso. XIII – registro de chegadas tardias de Agentes
Penitenciários, bem como de faltas, informando se
foram justificadas ou não;
RELATÓRIO DIÁRIO DE PLANTÃO
XIV – registro do número geral de presos por
ala/vivência e cela, e demais locais em que estejam
Art. 172. O Chefe de Equipe que estiver as- recolhidos; e
sumindo o plantão efetuará a abertura do relatório XV – outras informações que a Direção enten-
diário do mesmo, seguindo o modelo padrão anexo der necessárias.
a esta IN, com o preenchimento das seguintes in-
formações:
I – titularidade e registro dos Agentes Peniten- PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS
ciários de plantão, especificando os postos de ser- EM SITUAÇÕES ADVERSAS
viços e horários que cada integrante ocupará;
II – recebimento e conferência do material per- Art. 173. É proibido o ingresso de Agentes
manente e material de consumo, especificando Penitenciários masculinos nas celas e/ou aloja-
cada um deles;
Daniel RIBEIRO DEmentos
ANDRADEdas presas, salvo se acompanhados por
III – tomar conhecimento do registro
danielicoense@gmail.com penitenciária feminina.
da conta- uma Agente
gem geral de presos e alterações que porventura
609.749.013-50Art. 174. Em caso de falta de energia elétrica
tenham ocorrido no plantão anterior;
deverá ser feito contato telefônico com a Compa-
IV – registrar as movimentações internas e ex- nhia de Energia Elétrica informando o problema
ternas de presos relatando a motivação, origem e ocorrido e solicitando conserto imediato, regis-
destino do deslocamento; trando o protocolo em relatório de plantão.
V – registrar as ocorrências do plantão; § 1º. Durante a falta de energia elétrica, os
VI – entradas e saídas de presos, constando o Agentes Penitenciários deverão ligar de imediato o
número da cela onde ingressou e/ou para onde foi gerador e efetuar rondas internas e externas em to-
transferido; dos os setores.
VII – registro dos presos que receberam visitas § 2º. Constar no relatório de plantão e fazer Bo-
ou atendimento de advogados; letim de Ocorrência Interna para o Chefe de Segu-
rança relatando dia, horário da queda e da reto-
VIII – registros dos horários em que foram rea-
mada da energia e providências tomadas, indi-
lizadas revistas e vistorias nas celas bem como os
cando protocolo, nome de atendente e horário do
servidores que as executaram;
contato telefônico com a Companhia Elétrica res-
IX – registros dos horários em que foram reali- ponsável, origem e motivo, quando possível.
zadas as contagens e conferências nominais dos
Art. 175. Em caso de tumultos durante o ho-
presos bem como os servidores que as executa-
ram; rário de visitas, o servidor escalado no posto de-
verá comunicar imediatamente a Direção da Uni-
X – registro dos presos que receberam atendi- dade e providenciar a retirada dos visitantes, con-
mentos assistenciais, identificando os profissionais duzindo- os a um local seguro para posterior con-
e especificando o tipo de atendimento realizado; ferência através do documento de identificação.
XI – registro das faltas disciplinares ocorridas, Art. 176. Após os visitantes serem identifica-
constando de forma circunstanciada, sobretudo o
dos individualmente, com acompanhamento de um

363
Agente Penitenciário, deverão ser encaminhados Secretaria da Administração Penitenciária ou, ex-
para fora da Unidade Prisional; contudo, as cartei- cepcionalmente, pelos servidores responsáveis pe-
ras dos visitantes deverão ser recolhidas e infor- las atividades a serem desenvolvidas, sempre com
mado a todos que o documento poderá ser retirado a prévia ciência e autorização da referida Assesso-
posteriormente com a Direção. ria, mediante apresentação de Termo de Autoriza-
ção do Servidor/Colaborador.
Art. 177. Em casos de eventos críticos e ou-
tras situações complexas que necessitem de apoio Art. 183. Os presos, porventura identificados
especializado deverá ser acionada, prioritaria- em registros de imagens das Unidades Prisionais,
mente, equipe especializada da Secretaria da Ad- deverão autorizar o seu uso, por escrito, com o de-
ministração Penitenciária. vido preenchimento do Termo de Autorização para
uso de imagem e depoimento anexo a esta norma-
Art. 178. Em caso de necessidade de inter-
tiva.
venção da Polícia Militar, em caráter urgente e ex-
cepcional, em qualquer das Unidades Prisionais do Art. 184. É vedado qualquer registro e com-
Estado do Ceará, sua permanência no interior das partilhamento de fotos, áudio ou vídeo, em aplicati-
mesmas se dará pelo tempo estritamente necessá- vos de mensagens, redes sociais ou qualquer outro
rio ao restabelecimento da ordem e da segurança meio de comunicação, que exponham o sistema
interna. prisional ou seus servidores, no todo ou em parte,
salvo quando solicitado e autorizado formalmente
Art. 179. Em caso de ocorrências diversas,
pela administração superior da pasta.
tais como: fugas, evasões, óbitos, acidentes, etc. o
local será isolado e o evento será comunicado ime- Art. 185. Não é permitido compartilhar infor-
diatamente à CEAP que dará ciência à Administra- mações inerentes à administração institucional a
ção Superior, ao Poder Judiciário, à Polícia Judici- grupos de mensagens instantâneas, redes sociais,
ária e será solicitada, se for o caso, a Perícia Fo- jornais, revistas e outros.
Daniel RIBEIRO
rense. Para tanto, será elaborado relatório infor-
DE ANDRADE
mando as circunstâncias em que ocorreu danielicoense@gmail.com
o inci-
dente. 609.749.013-50 DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 186. É proibido o uso ou porte de cigar-


DO RESGISTRO E PUBLICAÇÃO DE
ros e similares a qualquer pessoa que adentrar na
IMAGENS E DO ACESSO AOS MEIOS
Unidade Prisional em conformidade com a Lei Fe-
DE COMUNICAÇÃO deral Nº. 12.546 de 2011.
Art. 187. O descumprimento das normas vi-
Art. 180. É vedado, aos servidores e colabo- gentes acarretará Responsabilidade Administrativa
radores desta Secretaria da Administração Peni- e Penal, ficando as obrigações e direitos atrelados
tenciária, conceder informações institucionais aos ao disposto em Lei específica de cada categoria
meios de comunicação através de entrevistas e/ou funcional.
declarações à imprensa sem prévia ciência e
anuência da administração superior da SAP, bem Art. 188. Casamentos civis, registro de filhos
como, da Assessoria de Comunicação – ASCOM. e reconhecimento de filhos em cartório serão feitos
através do setor competente que poderá prestar as
Art. 181. Não é permitida a entrada da im- orientações necessárias.
prensa em qualquer Unidade Prisional desta Secre-
taria da Administração Penitenciária sem prévia Art. 189. Retirada de valores monetários em
anuência expressa da administração superior da instituições bancárias, por presos (as) somente se-
Pasta e ciência da assessoria de comunicação, rão realizadas com autorização do MM Juiz da Vara
com intuito de resguardar a segurança dos profissi- de Execuções Penais da Comarca.
onais de imprensa, dos servidores e presos. Art. 190. Em caso de evasão, falecimento ou
Art. 182. O registro de quaisquer imagens transferência definitiva do preso (a), os familiares
dentro das Unidades Prisionais deve ser feito, es- terão um prazo máximo de 30 dias para retirar os
tritamente, pela Assessoria de Comunicação da

364
pertences do mesmo. Caso isto não aconteça, os §3°. Os agentes de Segurança Penitenciária,
pertences serão doados. na execução das atividades extramuros, seguindo
os princípios expressos no artigo 3o, desta Porta-
Art. 191. É proibido a todos os colaboradores
ria, observará, necessariamente, o uso diferenci-
e servidores negociar e/ou receber presentes dos ado da força, utilizando moderadamente, o arma-
presos (as) e/ou de seus familiares. mento letal, quando conveniente para fazer cessar
Art. 192. Não será autorizado o repasse de a situação adversa e/ou injusto.
informações pessoais de colaboradores ou servi- §4°. Não é legítimo o uso de arma de fogo, por
dores. Caso ocorra ligação telefônica ou alguém parte dos integrantes da Segurança Penitenciária:
compareça na Unidade Prisional solicitando-as,
I. Contra pessoa em fuga que esteja desar-
deve ser orientado que as solicite formalmente
mada ou que não represente risco imediato de
através de processo protocolado na sede da SAP,
morte ou de lesão aos agentes penitenciários ou a
o qual será encaminhado ao Comitê de Acesso à
terceiros; e,
Informação da pasta.
II. Contra veículo que desrespeite bloqueio, em
SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENI-
via controlada pela segurança penitenciária, exceto
TENCIÁRIA, em Fortaleza, 19 de maio de 2020.
quando o ato represente risco de morte ou lesão
Luis Mauro Albuquerque Araújo aos agentes penitenciários ou a terceiros.
§5°. O ato de apontar arma de fogo, por parte
dos integrantes da Segurança Penitenciária, contra
pessoas durante os procedimentos de rotina, abor-
dagem ou intervenção não deverá ser uma prática
indiscriminada, mas, utilizada somente em casos
necessários, dentro dos padrões técnicos.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§6°. Todo integrante da Segurança Penitenci-
CAPÍTULO I danielicoense@gmail.com
ária que, em razão da sua função, possa vir a se
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 609.749.013-50
envolver em situações de uso da força, deverá por-
tar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor po-
Art.1°. Ficam instituídas as normas para o tencial ofensivo e equipamentos de proteção ne-
controle, armazenamento, manutenção, distribui- cessários à atuação específica, independente-
ção, manuseio, acautelamento do armamento, mu- mente de portar ou não arma de fogo.
nições (letal e menos letal), instrumentos de menor Art.2°. A Segurança Penitenciária, quadro de
potencial ofensivo e demais artefatos bélicos per- servidores efetivos pertencentes à Secretaria da
tencentes à Secretaria da Justiça e Cidadania, bem Justiça e Cidadania, instituída pela Lei no14.582,
como, o disciplinamento dos procedimentos inter- de 21.12.09, e alterada pela Lei no14.966, de
nos para a aquisição de armas pessoais de uso 13.07.11, caracteriza-se como atividade perma-
permitido e de uso restrito. nente essencial à administração pública e a justiça
§1°. Estas normas, para os fins aos quais se criminal, à preservação da ordem, da segurança e
destinam, aplicam-se a todos os integrantes da Se- disciplina dos estabelecimentos prisionais do Es-
gurança Penitenciária do Estado do Ceará, estejam tado do Ceará.
eles, à disposição de gabinete, lotados em unida-
des prisionais, grupos, núcleos, células e coorde-
nadorias desta Pasta, bem como, à disposição de CAPÍTULO II
outros órgãos. DOS PRINCÍPIOS
§2°. A Segurança Penitenciária nas suas
ações deverá priorizar pela utilização dos instru- Art.3°. Os integrantes da Segurança Peniten-
mentos de menor potencial ofensivo, exceto, ciária, na utilização do armamento, munições (letal
quando pelas circunstâncias, esses não forem efi- e menos letal), instrumentos de menor potencial
cientes para repelir a situação adversa e/ou injusto. ofensivo e demais artefatos bélicos, pertencentes à
Secretaria da Justiça e Cidadania, bem como, as

365
de uso pessoal deverão observar, necessaria- do patrimônio institucional, bem como, o cumpri-
mente, aos princípios: mento dos alvarás de soltura, no âmbito do sistema
I. Legalidade; penitenciário.

II. Necessidade;
III. Conveniência; SEÇÃO II
DO USO
IV. Moderação;
V. Razoabilidade; e,
Art.6°. O integrante da Segurança Penitenci-
VI. Proporcionalidade.
ária do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e
Cidadania do Estado do Ceará no exercício profis-
sional, deverá estar apto para manuseio das armas
CAPÍTULO III
de fogo, comprovando que participou efetivamente
DO ARMAZENAMENTO, CONTROLE, de cursos práticos e teóricos para cada tipo de
DISTRIBUIÇÃO E MANUTENÇÃO DO arma constantes do rol abaixo discriminado, além
ARMAMENTO, MUNIÇÃO E ARTEFATOS de outras legalmente autorizadas:
BÉLICOS. I. Revólver calibre.38;
II. Pistola calibre.380;
SEÇÃO I
III. Pistola e carabina calibre.40, 357 Magnum
DA FINALIDADE
e.45 ACP;
IV. Espingarda calibre 12;
Art.4°. O armamento, munições, instrumen-
tos de menor potencial ofensivo e demais artefatos V. Fuzil calibre 5.56.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
bélicos terão emprego nas atribuições de custódia, Art.7°. Os integrantes da Segurança Peniten-
danielicoense@gmail.com
na guarda, na vigilância, nas escoltas, nos procedi- ciária, quando em operações nas unidades prisio-
mentos de revistas de pessoas e instalações609.749.013-50
em nais do Estado, em regra, utilizarão armamentos
geral, no controle de eventos críticos internos e ex- menos letais e/ou instrumentos de menor potencial
ternos, exercidas pela Segurança Penitenciária, ofensivo.
com observância às regras e princípios estabeleci-
dos neste ato normativo e legislação pertinente. §1°. As distâncias de tiro da munição menos
letal devem seguir as especificações do fabricante,
§1°. Os integrantes da Segurança Penitenciá- como regra.
ria, no desempenho de suas funções, devem ne-
cessariamente, respeitar, proteger e defender a §2°. O armamento referendado no artigo ante-
dignidade da pessoa humana, sobretudo, daquelas rior, bem como, de quaisquer outros artefatos de
que estão sob sua responsabilidade. uso controlado, no interior das unidades ou extra-
muros, condiciona-se à comprovação de capaci-
§2°. As informações referentes à dotação, dade técnica.
quantidade, qualidade, reserva, registros, de muni-
ções, armamento e outros artefatos controlados §3°. É vedado o uso de armas de fogo, carre-
pertencentes à SEJUS-CE, têm caráter sigiloso, gada com munição letal, no interior das unidades
devendo quem as detêm somente prestá-las com prisionais, exceto, quando a proporcionalidade as-
anuência da Gestão Superior ou em conformidade sim o requerer.
com disposição legal. Art.8°. O integrante da Segurança Penitenci-
§3°. Todas as armas de fogo pertencentes à ária deve vedar o ingresso de armas de fogo ou
Secretaria da Justiça e Cidadania devem ser iden- munições nas unidades prisionais, salvo, aquelas
tificadas pelas respectivas numerações específi- institucionais portadas por agentes penitenciários,
cas, bem como pelo brasão do Estado do Ceará. policiais militares, civis, federais e demais autorida-
des, que estejam em efetivo serviço ou em apoio,
Art.5°. A atividade de Segurança Penitenciá- ou ainda, nos casos expressamente autorizados.
ria observará, necessariamente, à preservação da
ordem e disciplina, da incolumidade das pessoas e

366
Parágrafo único. Para os fins desse artigo, Segurança Penitenciária deverão, obrigatoria-
considera-se: mente, portar armas institucionais curtas e/ou lon-
I. Efetivo serviço, aquele prestado por servidor gas e instrumentos de menor potencial ofensivo;
público, cumprindo escala ou expediente, no âm- devendo, manterem-se de pé e alertas durante o
bito do Sistema Penal; período de sentinela.

II. Em apoio, aquele prestado por servidor pú- Art.12. O integrante da Segurança Penitenci-
blico, cumprindo escala ou expediente extra, no ária, em regra, ao portar arma de fogo institucional
âmbito do Sistema Penal. em viagens aéreas, deverá nesta condição en-
tregá-la desmuniciada, à empresa aérea/Infra-
Art.9°. O integrante da Segurança Penitenci- ero/DPF ou ao comandante do voo, no momento
ária, na posse de armamento institucional ou quais- do embarque e recolhê-la ao término da viagem
quer outros produtos controlados, deve zelar pelas (art.48 e incisos, do Decreto no5.123/2004).
regras técnicas adequadas à conservação e segu-
rança, respondendo administrativo, civil, penal, ou Art.13. O dano ou extravio doloso ou culposo,
cumulativamente, pelo uso indevido. de armas, munições ou quaisquer outros instru-
mentos de menor potencial ofensivo sob a guarda
§1°. Caberá ao Grupo de Apoio Penitenciário –
do integrante da Segurança Penitenciária, bem
GAP, criar e alimentar cadastro dos integrantes da
como, a falta de imediata comunicação aos superi-
Segurança Penitenciaria, onde conste:
ores dos fatos aqui expressos, gerará a conse-
I. Nome e matrícula do agente penitenciário; quente instauração de procedimento administra-
II. Curso de habilitação para uso do arma- tivo- disciplinar, sem prejuízo da responsabilidade
mento, especificando o calibre; criminal correspondente.

III. Curso para uso de quaisquer outros artefa-


tos de uso controlado; SEÇÃO III
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
IV. Histórico disciplinar. MANUSEIO DO ARMAMENTO E
danielicoense@gmail.com
§2°. Cumpre ainda, ao Grupo de Apoio Peni-
609.749.013-50 MUNIÇÕES
tenciário – GAP, em parceria com a Escola de Ges-
tão Penitenciária e Ressocialização - EGPR, esta- Art.14. Os integrantes da Segurança Peniten-
belecer cronograma de formação, capacitação, ni-
ciária sempre que dispararem arma de fogo institu-
velamento, realinhando permanentemente para os
cional e fizerem uso de munição letal ou de menor
membros da Segurança Penitenciária.
potencial ofensivo, deverão preencher relatório cir-
Art.10. O integrante da Segurança Penitenci- cunstanciado.
ária, em serviço, poderá portar arma de fogo insti- §1°. O relatório deverá conter minimamente as
tucional ostensivamente, privando pela segurança seguintes informações:
necessária, particularmente, onde haja aglomera-
ção de pessoas, em virtude de evento de qualquer I. Circunstâncias e justificativa que levaram ao
natureza, a exemplo do interior de fóruns, igrejas, uso da arma de fogo, munição letal ou de menor
escolas, hospitais, cinemas, estádios esportivos, potencial ofensivo;
clubes públicos ou privados, aeroportos e outros lo- II. A(s) medida(s) adotada(s) antes de efetuar
cais assemelhados, conforme disposto §2o, do ar- o(s) disparo(s);
tigo 34, do Decreto 5.123/2004. III. Eventuais razões de disparos não deflagra-
Parágrafo Único. O uso da arma particular do dos;
Agente Penitenciário do Estado do Ceará, não será IV. Tipo de arma, munição, quantidade de dis-
admitido para serviço da instituição. paros efetuados;
Art.11. Nos postos de guarda, contenção, es- V. Número total de feridos e/ou mortos;
coltas, guaritas, bem como, nos acessos e porta-
VI. Quantidade de agentes envolvidos na ocor-
rias das unidades prisionais, coordenadorias, sub-
rência.
coordenadorias, complexos penitenciários; ou
ainda, na sede da SEJUS-CE, os integrantes da

367
§2°. Encaminhar-se-á cópia do relatório ao Parágrafo único – Os acautelamentos de arma
Grupo de Apoio Penitenciário –GAP para fins de de fogo, de que trata esta Portaria, em regra,
controle e providências. presta-se para fins de defesa individual e funcional.

SEÇÃO IV SUBSEÇÃO I
ACAUTELAMENTO DO ARMAMENTO E DO ACAUTELAMENTO INDIVIDUAL
MUNIÇÕES
Art.17. A cautela individual, de caráter pes-
Art.15. A Secretaria da Justiça e Cidadania soal e intransferível, de arma de fogo institucional,
acautelará armas de fogo para os integrantes da será autorizada aos membros da Segurança Peni-
Segurança Penitenciária. tenciária por intermédio da Coordenadoria Especial
do Sistema Penal, nos termos da Lei Federal
§1°. São tipos de cautela regulamentados
no10.826 de 2003, observadas as disposições
nesta Portaria:
desta Portaria.
I. A cautela individual, de caráter pessoal e in-
transferível, de arma de fogo institucional, autori- Art.18. O requerente do acautelamento indi-
zada aos integrantes da Segurança Penitenciária vidual de arma de fogo deverá protocolar requeri-
nos termos da Lei Federal 10.826 de 22 de dezem- mento, no modelo do Anexo I, endereçado à Coor-
bro de 2003, observadas as disposições deste nor- denadoria Especial do Sistema Penal, devendo ser
mativo; instruído com a seguinte documentação probatória:

II. A cautela em intendência, de armamento I. Cópia autenticada da Identidade Funcional


empregado na defesa e segurança das unidades ou acompanhada do original que conste autoriza-
prisionais, administrativas ou especializadas, com ção para o porte de arma de fogo;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
controle de emprego diário, registrado na intendên- II. Certidões Criminais da Justiça Comum, dos
cia da unidade;
danielicoense@gmail.com
Juizados Especiais Criminal do Estado, da Justiça
609.749.013-50
Federal, da Polícia Civil e Federal;
III. A cautela de urgência, para o atendimento
de diligências urgentes, não previstas ou com III. Certidão da Controladoria Geral de Disci-
prazo determinado não superior a 90 (noventa) plina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
dias, que não possam ser atendidas pela cautela Penitenciário do Estado do Ceará– CGD, sobre
Individual ou de intendência. procedimento administrativo disciplinar ou sindi-
§2°. A cautela de arma de fogo institucional cância em nome do requerente;
tem natureza jurídica de autorização, sendo unila- IV. Duas fotos 3x4;
teral, precária e discricionária, não perfazendo a
V. Comprovante de endereço atualizado;
mera apresentação dos documentos previstos,
mesmo com o preenchimento dos requisitos elen- VI. Declaração do Diretor da Unidade de lota-
cados, garantia de concessão da cautela requisi- ção, a qual justifique a efetiva necessidade de utili-
tada. zação da arma, com exposição dos fatos e circuns-
tâncias laborais.
Art.16. É vedado ao integrante da Segurança
Penitenciária, que responderá administrativa- Art.19. A cautela individual de arma de fogo
mente, sem prejuízo das responsabilidades cíveis de que trata esta Portaria será concedida, preen-
e penais, por utilizar a arma de fogo institucional chidos os requisitos estabelecidos, havendo dispo-
para fins particulares estranhos a defesa pessoal e nibilidade de armamento e observada à logística da
funcional, bem como, permitir que terceiros ve- segurança do sistema penitenciário, no prazo de 30
nham portar, deter, adquirir, receber, ter em depó- (trinta) dias, mediante Termo de Cautela, com vali-
sito, transportar, ceder, emprestar, remeter, empre- dade de 36 (trinta e seis) meses, na forma do
gar, manter sob guarda, ocultar, ainda que gratui- Anexo II, e será precedida de prévia análise e de-
tamente, acessório, arma de fogo e munição do Es- cisão da Coordenadoria Especial, ouvidos os coor-
tado. denadores, administrativo e operacional, todos do
Sistema Penal do Estado.

368
Parágrafo único: Aprovada a requisição, a Co- Coordenadoria Especial do Sistema Penal, con-
ordenadoria Especial do Sistema Penal emitirá au- tendo necessariamente:
torização para o Termo de Cautela junto ao GAP, I. Declaração informando a efetiva necessi-
que procederá ao acautelamento registrando-a no dade, expondo os fatos relevantes ou circunstân-
sistema de controle de armamentos. cias laborais, ordem de serviço ou diligência para
Art.20. Ao integrante da Segurança Peniten- qual se destina ou justifique o pleito, com prazo de-
ciária a quem a cautela individual for deferida será terminado para o início e término;
concedido o quantitativo de até 30 (trinta) muni- II. Cópia autenticada da Identidade Funcional
ções. ou acompanhada do original que conste autoriza-
§1°. O armamento e munições acautelados de- ção para o porte de arma de fogo.
verão ser apresentados semestralmente ao setor Parágrafo único. A cautela de urgência terá va-
de controle de armamento do GAP, para devida lidade pelo prazo das circunstâncias laborais, or-
conferência. dem de serviço ou diligência, não superior a 90 (no-
§2°. Caso o integrante da Segurança Peniten- venta) dias.
ciária tenha efetuado disparo(s) com a munição Art.23. Em quaisquer dos casos de indeferi-
acautelada, deverá comunicar formalmente o fato mento de acautelamento de arma de fogo, caberá
ao GAP, justificando as razões do uso dos cartu- recurso à Secretaria Executiva da Justiça e Cida-
chos deflagrados, bem como, a impossibilidade da dania, a qual decidirá, por ato motivado.
devolução.

SUBSEÇÃO IV
SUBSEÇÃO II
DO TERMO DE CAUTELA
DA CAUTELA EM INTENDÊNCIA
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art.24. O termo de cautela de arma de fogo,
danielicoense@gmail.com
Art.21. O armamento empregado nas escol-
acessório ou munição será assinado pelo Coorde-
tas, na defesa e segurança das unidades609.749.013-50
prisio- nador Especial do Sistema Penitenciário do Estado
nais, administrativas ou especializadas não poderá do Ceará, e controlada pelo GAP, observando-se o
ser acautelado individualmente ou em urgência, seguinte:
sendo sua utilização exclusiva para atender a Uni-
dade para qual foi destinado. I. Registro em livro próprio, que conterá termos
de abertura e encerramento, e no qual serão lança-
§1°. O controle de emprego de armamento uti- dos sucessivamente:
lizado nas escoltas e na defesa e segurança das
unidades será diário, exigindo-se o visto da chefia a) Identificação do detentor-usuário (nome, fili-
imediata da unidade. ação, cargo/função, RG, CPF, telefone, e-mail, en-
dereço);
§2°. Cumpre acompanhamento sistemático,
daqueles responsáveis estabelecidos no §2o, do b) Dados da arma de fogo, acessório ou muni-
Art.28, desta portaria, o controle dos materiais, ção (tipo, calibre, números patrimonial e de fábrica,
equipamentos e o gerenciamento da logística do espécie, quantidade);
armamento em intendência empregado na defesa c) Período em que o(s) bem(ns) ficará(ão) sob
e segurança de sua(s) unidade(s). responsabilidade do requerente, com as assinatu-
ras do responsável pelo setor de controle do GAP
e do requerente.
SUBSEÇÃO III
II. O registro e guarda das informações relati-
DA CAUTELA DE URGÊNCIA
vas à cautela expressa no inciso I, deste artigo, im-
plica o lançamento dos referidos dados em arquivo
Art.22. O requerimento para cautela de ur- eletrônico para pronta consulta.
gência, de arma de fogo institucional e de outros Parágrafo único. Ao termino do período pre-
equipamentos de segurança, deverá ser instruído visto no termo de cautela, não sendo esse reno-
no modelo do Anexo I e endereçado à vado para os fins que destinou o armamento,

369
munições e outros artefatos bélicos deverão ser de- preenchimento dos requisitos constantes no formu-
volvidos ao GAP mediante recibo. lário do Anexo III deste Ato Normativo.
Art.25. O GAP deverá providenciar o desen- Parágrafo único. Quando, no caso, de aquisi-
volvimento e o gerenciamento de programas que ção de armas de fogo de uso permitido, obedecerá
possibilite o acesso, em sistema digital interno da a disposição legal vigente.
SEJUS-CE, aos bancos de dados relativos ao con-
trole de armamento, de forma que seja possível a
obtenção das seguintes informações: SEÇÃO VI
DO CONTROLE E DISTRIBUIÇÃO
I. Prontuário da cada arma de fogo;
II. Quantidade de armas de fogo sob adminis-
tração da SEJUS-CE; Art.28. Compete ao Grupo de Apoio Peniten-
ciário – GAP, a guarda, armazenamento, manuten-
III. Quantidade de armas de fogo acauteladas: ção, controle, distribuição e recolhimento do arma-
a) Cautela individual; mento e munições, pertencentes à Secretaria da
Justiça e Cidadania.
b) Cautela em intendência;
c) Cautela de urgência. Parágrafo único. O Diretor do Grupo de Apoio
Penitenciário – GAP, no que se refere ao armaze-
IV. Cautela suspensa; namento, providenciará local (RESERVA) e vigilân-
V. Quantidade de armas de fogo cadastradas cia adequada para guarda do armamento, muni-
de propriedade particular; ções e outros artefatos controlados da instituição,
conforme as regras emanadas pelo órgão regula-
VI. Quantidade de armas de fogo furtadas, ex-
dor.
traviadas ou roubadas de propriedade da SEJUS-
CE. Art.29. As armas, munições letais, menos le-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
tais
Parágrafo único. Os encarregadosdanielicoense@gmail.com
pela produ- e outros artefatos adquiridos, serão distribuídos
ção e alimentação dos documentos relativos às ar- pelo GAP, que somente as encaminhará para Es-
609.749.013-50
tabelecimento Penitenciário, grupos, núcleos e ser-
mas de fogo deverão zelar pela correção de todos
os dados, assim como pela sua apresentação, ado- vidores, após pareceres dos coordenadores admi-
tando os formulários constantes nesta Portaria. nistrativos, operacional, e aquiescência do Coorde-
nador Especial do Sistema Penal.
Art.26. No caso do integrante da Segurança
§1°. O Grupo de Apoio Penitenciário – GAP,
Penitenciária inativo, pleitear a cautela individual,
obrigatoriamente, designará livros próprios e ar-
dada circunstâncias especificas inerentes a função
quivo eletrônico para o devido registro geral do re-
do requerente, observar-se-á, para o caso as re-
cebimento e da distribuição, do armamento, muni-
gras do acautelamento individual constante nesta
ção e outros artefatos controlados.
portaria.
§2°. Cumpre também aos estabelecimentos no
Parágrafo único. Em sendo deferida a cautela
âmbito do sistema penitenciário, criar livro próprio
individual para o aposentado, esta, não poderá ex-
e arquivo eletrônico para o controle do armamento,
ceder o prazo de 36 meses.
munição e outros artefatos controlados; neste sen-
tido, atribuindo-se:
SEÇÃO V I. Na unidade prisional de grande porte, ao
AQUISIÇÃO DE ARMAS DE USO chefe de segurança e disciplina;
PERMITIDO E DE USO RESTRITO II. Nas subcoordenadorias, os subcoordenado-
res;
Art.27. A aquisição de arma de uso restrito, III. Nas cadeias públicas, aos seus respectivos
munições e renovação do CRAF, por parte dos in- administradores ou ao supervisor do Núcleo de Se-
tegrantes da Segurança Penitenciária do Estado do gurança e Disciplina;
Ceará, estão sujeitos aos preceitos das portarias IV. No Grupo de Apoio Penitenciário – GAP ao
pelo órgão regulador, bem como, o devido supervisor de operações;

370
V. Nas demais coordenadorias e núcleos, aos III. Receber ou recolher o armamento e demais
seus respectivos coordenadores ou supervisores. artefatos controlados nos casos de acautelamen-
§3°. Nas unidades de grande porte, nos nú- tos.
cleos, subcoordenadorias e coordenadorias, a dis- §1°. O relatório circunstanciado será encami-
tribuição e acautelamento diários (cautela em inten- nhado para a coordenadoria especial, que após pa-
dência) do armamento, munição e outros artefatos receres dos coordenadores, administrativo e ope-
controlados disponíveis, ou seja, o recebimento e racional, decidirá sobre a manutenção do recolhi-
repasse desses equipamentos serão feitos em lo- mento.
cal específico, na passagem de serviço, sempre §2°. Caberá ao setor de controle de material
com o acompanhamento das chefias ou subchefias bélico do GAP, exclusivamente:
imediatas, registrando o controle deste material em
livro diário assinado pelo agente de serviço, o qual I. O recebimento de armamento, munições e
terá a guarda durante o plantão. outros artefatos controlados, quando adquiridos
pela instituição, bem como as de uso restrito para
§4°. O registro no livro diário deverá conter os integrantes da Segurança Penitenciária;
seguintes dados:
II. Manutenção de armamento;
I. Nome completo e matrícula do agente peni-
tenciário; III. Prestar as informações através de livro pró-
prio contendo as características do armamento e
II. Arma tipo, calibre e numeração; com respectiva numeração;
III. Munição tipo, calibre e quantidade; IV. Manter atualizados os registros de encami-
IV. Outros artefatos controlados, descrição e nhamentos e distribuição do armamento junto aos
quantidade. órgãos fiscalizadores;
§5°. Nas cadeias públicas, a distribuição e V. Acondicionar e manter o armamento, muni-
Daniel RIBEIRO
acautelamento (cautela em intendência) dar-se-á DEções
ANDRADE
e outros artefatos controlados que, por qual-
pelo sistema de revezamento do(s) danielicoense@gmail.com
agente(s) plan- quer motivo, não estiverem em uso nos locais e tur-
tonista(s), ou seja, o armamento, munição e609.749.013-50
outros nos de serviço, em compartimento próprio con-
artefatos controlados disponíveis para o respectivo forme regras de segurança;
estabelecimento prisional, serão repassados no ato VI. Realizar a entrega de armamento, muni-
da transferência do plantão (passagem de serviço); ções e outros artefatos controlados, quando devi-
devendo constar no livro diário de ocorrências, os damente autorizados;
dados listados no parágrafo anterior.
VII. Receber ou recolher o armamento e de-
§6°. Em quaisquer casos de repasse e recebi- mais artefatos controlados nos casos de acautela-
mento de armamento, munição e outros artefatos mentos.
controlados, os integrantes da Segurança Peniten-
ciária, deverão realizar a devida conferência pelas
partes, com registro das alterações em livro pró- SEÇÃO VII
prio, no ato da transferência do serviço. DA MANUTENÇÃO
Art.30. Compete a direção do GAP, ou a in-
tegrante responsável por ela definido: Art.31. Constitui responsabilidade das che-
I. Recolher armamento, munições e outros ar- fias imediatas efetuarem fiscalização diária inspeci-
tefatos controlados, quando houver irregularidades onando o armamento e munição, conferindo a nu-
no uso, razões disciplinares, segurança, servidor meração da arma e do registro, as condições de
inapto e outras situações dispostas neste regula- uso e estado de conservação, bem como, obser-
mento, emitindo relatório circunstanciado; vando o correto preenchimento do livro de passa-
gem e controle do armamento.
II. Expedir instruções técnicas para o uso,
guarda, manutenção e controle dos armamentos, §1°. Constatadas irregularidades e/ou falha no
munições e outros artefatos controlados; funcionamento do armamento, esse deverá ser re-
colhido e informado ao supervisor operacional do
GAP, que providenciará a manutenção;

371
§2°. Se necessário, manutenção especializada psicossocial, tendo em vista a redução do estresse
o armamento com defeito será enviado à assistên- nas ocorrências de resultado letal.
cia técnica.

CAPITULO V
CAPITULO IV DA RESPONSABILIDADE
DAS OCORRÊNCIAS
Art.33. O integrante da Segurança Penitenci-
Art.32. Os integrantes da Segurança Peniten- ária do Estado do Ceará, responde administrativo,
ciária, quando, do uso da força, ou da sua ação re- civil e penalmente ou cumulativamente pelo uso ir-
sultar lesão ou morte de pessoa(s), deverão reali- regular da arma da instituição, da identidade funci-
zar as seguintes ações: onal que expresse a permissão para o porte de
I. Minimizar os danos e lesões, respeitando e arma, bem como, por prestar ou captar informa-
preservando a dignidade humana; ções falsas para a instrução do procedimento ad-
ministrativo que lhe confira o porte de arma.
II. Assegurar, junto ao setor de assistência so-
cial, que os parentes ou amigos da pessoa ferida Art.34. Ao integrante da Segurança Peniten-
ou afetada sejam notificados o mais rápido possí- ciária do Estado do Ceará será imputado a suspen-
vel; são cautelar ou recolhimento definitivo de sua iden-
tidade funcional com a autorização para o porte de
III. Facilitar a prestação de socorro ou assistên-
arma.
cia médica aos feridos;
I. A suspensão cautelar da identidade funcional
IV. Promover a correta preservação do local da
com a autorização para o porte de arma, do agente
ocorrência; em caso negativo, apresentar justifica-
penitenciário dar-se-á:
tiva; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
a) Quando preso em flagrante ou mandado de
V. Comunicar o fato ao seu superior danielicoense@gmail.com
imediato e
prisão pela prática de crime doloso;
à autoridade competente; 609.749.013-50
b) Quando o agente penitenciário ameaçar
VI. Elaborar relatório, individual ou por via da
quaisquer de seus superiores ou iguais;
chefia imediata, circunstanciado, conforme previsto
no art.14, §1°, deste regulamento, para os devidos c) Quando houver indícios inequívocos (ele-
encaminhamentos; mentos informativos) ou provas circunstanciais de
envolvimento do agente penitenciário com o tráfico
VII. Identificar as armas e munições envolvi-
de drogas, quadrilhas de criminosos, crime organi-
das, vinculando-as aos seus respectivos portado-
zado ou grupo de extermínio;
res no momento da ocorrência;
d) Quando, comprovadamente por culpa, dis-
VIII. Solicitar perícia criminalística para o
parar arma de fogo no exercício de suas atribui-
exame de local e objetos, bem como exames mé-
ções;
dico-legais.
e) Portar arma de fogo em estado de embria-
Parágrafo único. Cumpre à direção ou respon-
guez ou sob efeito de substância entorpecente;
sável pelo Estabelecimento Prisional:
f) Ausentar-se do Estado portando arma de
I. Após a ciência do fato, comunicar a ocorrên-
fogo acautelada, salvo quando em exercício de ati-
cia aos familiares, ou pessoa indicada no prontuá-
vidade inerente ao Sistema de Segurança Peniten-
rio do interno;
ciária e mediante prévia e expressa autorização da
II. Encaminhar ao setor psicossocial o(s) Coordenadoria Especial do Sistema Penal;
agente(s) de segurança penitenciaria envolvido(s)
g) Incorrer em desobediência de qualquer das
na ocorrência para o devido acompanhamento,
normas contidas nesta Portaria;
permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos de-
correntes; h) Cessado o motivo da necessidade que en-
sejou a cautela;
III. Afastar temporariamente do serviço opera-
cional, em caso de indicação/avaliação

372
i) Quando por recomendação psicológica ou provierem para o serviço público ou a terceiros, as
psiquiátrica; circunstâncias agravantes, atenuantes e os antece-
j) Quando dos demais dispositivos jurídicos au- dentes funcionais.
torizantes do afastamento de suas atribuições; §4°. A suspensão do uso da identidade funcio-
k) Quando do uso ilegal ou escuso da arma de nal do agente penitenciário do Estado do Ceará,
fogo, ainda que particular, munições e identidade com a autorização para o porte de arma, poderá ser
funcional. imediata ou, após o devido processo administra-
tivo.
II. O Recolhimento definitivo da identidade fun-
cional com a autorização para o porte de arma, do §5°. O agente penitenciário do Estado do Ce-
agente penitenciário dar-se-á, quando: ará, legalmente afastado do exercício funcional por
licença, férias, ou outro motivo correlato não o isen-
a) Condenado pela pratica de crime doloso tará de responsabilidade pelo uso escuso do arma-
e/ou resultar demissão; mento e munições, ou da identidade funcional com
b) Exonerado, demitido ou pedir demissão; o porte de arma.
c) De interdição judicial que o incapacite para §6°. A apuração da responsabilidade funcional
todos os atos da vida civil; do agente penitenciário do Estado do Ceará será
precedida de Sindicância que, em caso de substan-
d) Em caso de óbito.
ciosa coleta de elementos informativos da prática
Parágrafo único. Em qualquer dos casos espe- de ilícito, propugnar-se-á pela abertura de Procedi-
cificados nesse artigo, dar-se-á o recolhimento da mento Administrativo Disciplinar, lhe assegurando
identidade funcional do integrante da Segurança o contraditório e a ampla defesa.
Penitenciária, com a autorização para o porte de
§7°. A legítima defesa, o estrito cumprimento
arma, ainda que, provisoriamente, bem como ficará
de dever legal ou exercício regular de direito, para
desautorizado a manusear e portar armaRIBEIRO
Daniel de fogo DE ANDRADE
fins de Sindicância e Procedimento Administrativo
institucional durante o período indicado no ato que
danielicoense@gmail.com
Disciplinar, devidamente comprovado, excluem a
ensejou a suspenção.
responsabilidade funcional do agente penitenciário
609.749.013-50
Art.35. O integrante da atividade de Segu- do Estado do Ceará.
rança Penitenciária, afastado das funções, perderá §8°. Os casos de excesso, ainda que no exer-
as prerrogativas funcionais e ficará à disposição do cício da legítima defesa, do estrito cumprimento de
Núcleo de Segurança e Disciplina, podendo perdu- dever legal ou exercício regular de direito não será
rar pelo prazo em que durar a medida. excludente de responsabilidade administrativa.
Art.36. Para fins de afastamento, suspensão,
demissão, ou outras medidas congêneres, caberá
CAPITULO VI
ao Núcleo de Segurança e Disciplina o recolhi-
mento da identidade funcional, arma de fogo, alge- DISPOSIÇÕES FINAIS
mas, ou quaisquer outros instrumentos institucio-
nais na posse do servidor. Art.37. Os critérios para seleção e formação
§1°. O Núcleo de Segurança e Disciplina, para de agentes de Segurança Penitenciária deverão
os fins desse artigo, elaborará relatório circunstan- considerar o perfil psicológico necessário para lidar
ciado do ato do recolhimento e encaminhará a Co- com situações de estresse, uso da força, armas de
ordenadoria Especial do Sistema Penitenciário. fogo e demais artefatos bélicos.
§2°. O restabelecimento das prerrogativas fun- Art.38. As atividades de treinamento/capaci-
cionais ensejará a devolução da identidade funcio- tação/formação ofertadas pela SEJUS-CE, fazem
nal, da arma de fogo, das algemas, ou quaisquer parte do trabalho rotineiro do integrante da Segu-
outros instrumentos institucionais ao servidor, pela rança Penitenciária, bem como, constitui uma obri-
Coordenadoria Especial do Sistema Penal. gação funcional, tendo em vista o princípio da efici-
§3°. Para os efeitos de apuração de responsa- ência expresso no art.37 da CRFB/88; e, art.14, VIII
bilidade funcional serão consideradas a natureza, a e art.154, Constituição do Estado do Ceará.
gravidade da infração, os danos que dela

373
Art.39. A seleção de instrutores para minis- Art.47. Constituem partes integrantes deste
trarem aula em qualquer assunto que englobe a ato normativo os Anexos, I, II, III, IV, V e VI.
Segurança Penitenciária, deverá levar em conta
Art.48. No prazo de 1 (um) ano, a contar da
análise curricular, conhecimento empírico devida-
mente comprovado, áreas de atuação e conheci- data de sua publicação, será constituída comissão
mento em direitos humanos, sendo ainda, subme- revisora com membros indicados pela Coordena-
tido a avaliação didática, por comissão composta doria Especial e terá a finalidade de revisar e atua-
pela EGPR e Coordenadoria Especial - COESP. lizar, no que couber, este ato normativo.

Art.40. Cumpre ao GAP elaborar protocolo Art.49. Esta Portaria entra em vigor na data
próprio para os procedimentos de habilitação para de sua publicação.
o uso de cada tipo de arma de fogo e instrumento
de menor potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento especí-
fico, com previsão de revisão periódica a ser esta-
belecida pela Coordenadoria Especial - COESP.
Art.41. Deverá ser estimulado e priorizado,
sempre que possível, o uso de técnicas e instru- REGULAMENTA E DISCIPLINAM OS PRO-
mentos de menor potencial ofensivo pelos integran- CEDIMENTOS DE VISITA AS PESSOAS PRIVA-
tes da Segurança Penitenciária, de acordo com a DAS DE LIBERDADE NAS UNIDADES PRISIO-
especificidade da função operacional e sem se res- NAIS DO ESTADO DO CEARÁ.
tringir às unidades especializadas.
Art.42. Deverão ser incluídos nos currículos Art.1º. Regulamentar e disciplinar os procedi-
dos cursos de formação e programas de educação mentos
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE de visita as pessoas privadas de liberdade
continuada conteúdos sobre técnicas e manuseio das Unidades Prisionais do Estado do Ceará.
danielicoense@gmail.com
de instrumentos de menor potencial ofensivo.
609.749.013-50 CAPÍTULO I
Art.43. As armas de menor potencial ofensivo DOS DIAS DE VISITA
deverão ser separadas e identificadas de forma di-
ferenciada, conforme a necessidade operacional.
Art. 2º. A direção de cada Unidade Prisional,
Art.44. A Secretaria da Justiça e Cidadania após anuência da administração superior, determi-
deve criar comissão permanente interna de acom- nará os dias em que as pessoas privadas de liber-
panhamento do grau de letalidade aplicada ao am- dade receberão a visita do cônjuge, companheiro,
biente carcerário, com o objetivo de mensurar os parentes e amigos, considerando as condições es-
efeitos do uso efetivo da força, por parte de seus truturais, de segurança e especificidades de cada
agentes, tendo em vista o implemento de protoco- estabelecimento, conforme o disposto no Art. 41,
los e políticas de Segurança Penitenciária. inciso X, da Lei nº. 7.210/1984.
Art.45. A Secretaria da Justiça e Cidadania Parágrafo Único. Fica ainda, a cargo da dire-
deverá, observada a legislação pertinente, oferecer ção de cada Unidade Prisional, dar publicidade ao
possibilidades de reabilitação e reintegração ao tra- cronograma de visitação as pessoas privadas de li-
balho aos integrantes da Segurança Penitenciária, berdade.
que, apresentem danos físicos ou psíquicos em de-
corrência do desempenho de suas atribuições.
CAPÍTULO II
Art.46. Os casos omissos, para os fins deste DO CADASTRO DE VISITANTES
ato normativo, serão dirimidos pelo Secretário da
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, conside- Art. 3º. O cadastro de visita será realizado
rando os pareceres dos Coordenadores Operacio-
mediante apresentação dos seguintes documen-
nal, Administrativo e Especial do Sistema Penal.
tos:

374
I – Original e fotocópias da Identidade (RG) ou II – Original e cópia da certidão de nascimento
documento oficial de identidade legível com foto da criança ou adolescente;
(CNH, RG ou CTPS), no qual a fisionomia do visi- III – 01 (uma) foto 3x4 recente.
tante não tenha sofrido grandes mudanças, e do
CPF, frente e verso; Art. 6º. Para cadastro de visita como parente
II – Comprovante de residência atual, no má- serão aceitos pedidos para aquelas pessoas que
ximo de três meses, no nome do postulante a visi- comprovarem o vínculo parental até o 2º grau, me-
tante (fatura de água, luz ou telefone). Caso não diante documento público, devidamente registrado
possua, deverá apresentar declaração simples de em cartório.
próprio punho, devendo ser informada de que po- Art. 7º. Caso o postulante à visitação esteja
derá receber visita in loco para verificação, não na condição de vítima nos processos criminais im-
sendo óbice à visitação o fato da pessoa estar em putados a pessoas privadas de liberdade, o cadas-
situação de rua ou acolhimento institucional. tro só será realizado mediante expressa autoriza-
III – 01(uma) foto 3x4, recente. ção judicial.

Art. 4º. Para a realização de cadastro de côn- Art. 8º. O cadastro de visita deverá ser reva-
juge ou companheiro (a) será necessário, para lidado a cada 02 (dois) anos com a reapresentação
comprovação, a apresentação de documento con- dos documentos necessários ao cadastro de visi-
forme as especificações dos incisos abaixo: tante. O não cumprimento deste dispositivo impli-
cará na suspensão da visita até a regularização da
I – Certidão de casamento civil; ou
mesma.
II – Escritura Pública Declaratória de União Es-
Parágrafo único. O Cadastro de visitação po-
tável bilateral, devidamente registrada em cartório;
derá ser revalidada em até 30 (trinta) dias anterio-
ou
res a data de seu vencimento.
III – Certidão de casamento religioso
Daniel ou;
RIBEIRO DE ANDRADE
CAPÍTULO III DOS PRAZOS
danielicoense@gmail.com
IV – Prova de encargos domésticos ou;
609.749.013-50Art. 9º. No caso de cancelamento de visita-
V – Comprovação de existência de sociedade ção de esposo (a), companheiro (a), parente ou
ou comunhão nos atos da vida civil ou; amigo (a) por parte da pessoa privada de liberdade,
VI – Declaração do imposto de renda em que o (a) mesmo (a) terá que cumprir o prazo mínimo
conste o (a) interessado (a) como dependente da de 30 (trinta) dias para requerer a reativação do
pessoa privadas de liberdade ou; mesmo cadastro.
VII – Prova de mesmo domicílio ou; Parágrafo Único. Se a reativação do cadastro
for realizada em até 90 (noventa) dias, não será ne-
VIII – Conta bancária conjunta ou;
cessária a realização de novo cadastro.
IX – certidão de nascimento dos filhos em co-
mum ou; Art. 10. O (a) esposo (a), companheiro (a),
parente ou amigo que tiveram o cadastro cance-
X – Outros documentos que possam levar à lado pelas pessoas privadas de liberdade não po-
convicção do fato a comprovar. derão requerer novo cadastro com o mesmo “sta-
§ 1º. A documentação apresentada pelo visi- tus” pelo prazo mínimo de 90 (noventa) dias.
tante deverá ser anterior a data da prisão do visi-
Art. 11. Quando o cancelamento do cadastro
tado.
de visitante for requerido pelo mesmo, este so-
§ 2º No cadastro de visitante não haverá dis- mente poderá solicitar novo cadastro para visitação
criminação para com as relações homoafetivas. após 90 (noventa) dias daquele requerimento.
Art. 5º. Para a realização de cadastro de cri- Art. 12. Somente serão realizados novos ca-
anças e adolescentes será necessário a apresen- dastros de esposo (a), companheiro (a), parente ou
tação dos seguintes documentos abaixo relaciona- amigo (a) após cumprido o prazo de 90 (noventa)
dos: dias do cancelamento do cadastro da última pes-
I – Original e cópia do documento oficial, com soa visitante com o mesmo status cadastrado.
foto, do responsável legal;

375
IV – Apresentar sintomas de embriaguez ou
CAPÍTULO IV conduta alterada que levem a presunção de con-
sumo de drogas e/ou entorpecentes;
DO ACESSO DE VISITANTES EM
DIAS DE VISITAÇÃO V – Estiver visivelmente portando alguma do-
ença infectocontagiosa (ex. catapora, conjuntivite),
com o fito de resguardar o bem comum da coletivi-
Art. 13. O agendamento de visita poderá/de- dade;
verá ser feito através de sistema informatizado,
com emissão de senha pessoal e intransferível, na VI – Estiver com gesso, curativos ou ataduras
internet, em endereço eletrônico a ser disponibili- e cinta.
zado pela Secretaria. Parágrafo único. A direção da Unidade Prisio-
Parágrafo único. Caso a pessoa não tenha nal poderá negar o cadastramento de visitante
acesso à internet, o agendamento poderá ser reali- quando a especificidade fática do delito ao qual res-
zado na sede do Núcleo de Assistência à Família – pondem ou pelo qual foi condenada guarde relação
NUASF. com a vulneração do ambiente prisional, cabendo-
lhe, em tais casos, expor de forma clara os motivos
Art. 14. A pessoa interessada em visitar as do indeferimento.
pessoas privadas de liberdade nas Unidades Prisi-
onais na condição de pais, cônjuge, companheiro
(a), filhos (as), demais parentes e amigos (as) de- SEÇÃO I
verá estar devidamente cadastrada, agendada e DO ACESSO DE CRIANÇAS E
portando documento oficial com foto. DOS ADOLESCENTES
Parágrafo único. A criança e o adolescente só
poderão ingressar à Unidade Prisional se acompa- Art. 19. Nos dias de visita serão limitados a
nhadas pelo responsável legal indicadoDaniel RIBEIRO
no seu res- DE ANDRADE
02 (dois) filhos (as) e/ou netos (as), crianças com
pectivo cadastro. danielicoense@gmail.com
idades compreendidas entre 06 (seis) meses a 12
(doze) anos incompletos, somente podendo ingres-
609.749.013-50
Art. 15. A permanência de visitante, previa-
sar nas Unidades Prisionais se acompanhados de
mente cadastrado, compreenderá o período das
pai, mãe ou responsável legal e que visite a mesma
08h às 12h, para visitas sociais, no número máximo
pessoa privada de liberdade, portando documento
de 02 (duas) pessoas adultas por custodiado nos
oficial com foto com o devido cadastro e agenda-
dias estabelecidos pela direção da Unidade Prisio-
mento, nos termos do parágrafo único, art.14.
nal, respeitando suas características particulares
após anuência da Administração Superior da SAP. Art. 20. Ao adolescente, filho ou neto, com
Art. 16. A visita social será realizada com vi- idade compreendida entre 12 (doze) anos e 18 (de-
zoito) anos incompletos, poderá ter seu direito à vi-
gilância a fim de garantir segurança de todos, po-
sita social quando devidamente cadastrado e pre-
dendo ser realizada em ambientes setorizados.
viamente agendada, em local determinado pela Di-
Art. 17. Não será permitida a realização de reção da Unidade, somente podendo ingressar nas
visita no interior das alas e celas. Unidades Prisionais se acompanhados de pai,
mãe, ou responsável legal, portando documento
Art. 18. Não será permitida, por ato devida-
oficial com foto, nos termos do parágrafo único,
mente justificado pelo Diretor, a visita de pessoa art.14.
que:
I– Comprovadamente oferecer risco à segu-
rança da Unidade Prisional; SEÇÃO II
DOS VISITANTES COM USO
II – Chegar à Unidade Prisional em dia e hora
não estabelecido para visitação; TEMPORÁRIO DE PRÓTESES E OBJETOS
DE AUXÍLIO À LOCOMOÇÃO
III – Não apresentar documento de identifica-
ção oficial com foto;
Art. 21. Ao visitante que faça uso de muletas,
cadeira de rodas ou outro objeto que auxilie em sua

376
locomoção deverá comparecer à Unidade Prisio- Parágrafo único. A recusa de autorização de
nal, em horário de expediente, das 08h às 17h, de visita social, presencial ou por meio de vídeo, por
segunda a sexta-feira, para apresentar os referidos parte da direção do estabelecimento deverá ser
laudos. justificada e comunicada para a família e para a de-
§ 1º As pessoas com deficiência, os idosos fesa da pessoa internada.
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, Art. 24. Por se tratar de estabelecimento para
as gestantes, as lactantes, as pessoas com crian- cumprimento de Medida de Segurança e objeti-
ças de colo, os obesos ou qualquer pessoa em con- vando auxiliar no tratamento do (a) internado (a)
dição de limitação física, terão atendimento priori- portador (a) de transtorno mental, ficará a cargo e
tário. sob a responsabilidade da Direção da Unidade Pe-
§ 2º O cadastro do visitante prioritário com li- nal estabelecer horário e número de visitantes.
mitação temporária deverá ser realizado junto à
própria Unidade Prisional ou nas sedes dos Nú-
SEÇÃO V
cleos de Cadastro de Visitante - NUCAV em horário
de expediente, das 08h às 17h, de segunda a DOS SETORES DE TRIAGEM
sexta-feira, apresentando os referidos laudos mé-
dicos que comprovem tal condição. Art. 25. Por se tratar de local de rotina dife-
§ 3º O cadastro do visitante prioritário com li- renciada a pessoa privada de liberdade só poderá
mitação permanente deverá ser realizado junto às receber visita após o término do período de triagem
sedes dos Núcleos de Cadastro de Visitante - NU- que será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e no má-
CAV em horário de expediente, das 08h às 17h, de ximo de até 60 (sessenta) dias.
segunda a sexta-feira, apresentando os referidos
laudos médicos que comprovem tal condição.
CAPÍTULO V
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
DAS VESTIMENTAS E ACESSÓRIOS
SEÇÃO III danielicoense@gmail.com AOS VISITANTES
DA MULHER GRÁVIDA 609.749.013-50
Art. 26. Somente será permitida a entrada de
Art. 22. A visitante terá assegurado o seu di- visitante que:
reito de visitação social, até o 7º (sétimo) mês de I - estiver trajando camisetas ou blusas, com
gestação, em local designado pela direção da Uni- exceção na cor preta, sem botões e sem estampas;
dade Prisional.
II - estiver trajando calças de tecidos finos, com
Parágrafo único. A comprovação de gestação exceção na cor preta, sem cordões, sem massa
deverá ser realizada por meio de atestado de metálica, sem bolsos, sem botões, e sem estam-
acompanhamento pré-natal, onde o NUCAV de- pas;
verá realizar o cadastro de acesso prioritário até o
sétimo mês de gestação. III - estiver trajando saias ou vestidos, com ex-
ceção na cor preta, sem estampas, sem cordões,
sem massa metálica, sem bolsos e sem botões;
SEÇÃO IV IV – usando prendedor de cabelo de plástico
DA CUSTÓDIA E TRATAMENTO ou tecido sem nenhum componente metálico.
PSIQUIÁTRICO V - estiver calçando sandálias de borracha com
solado único, na cor clara e sem estampas, tipo
Art. 23. A pessoa privada de liberdade reco- rasteira.
lhida em ala hospitalar ou enfermaria de Unidade § 1º. A visitante deverá estar usando roupas na
prisional, que por recomendação médica esteja im- linha do joelho, cobrindo os ombros e os seios, sem
possibilitado de receber visitação em local determi- transparência.
nado, poderá solicitar agendamento de visita social
extraordinária, mediante autorização do Diretor, § 2º. Será vedada a entrada de peças de ves-
observando as orientações médicas. tuário, com bojo e aspas.

377
§ 3º. Fica vedado o ingresso de visitante por- dignidade e a integridade física, psicológica e moral
tando peças de roupas em duplicidade ou de time das pessoas.
de futebol e acessórios, tais como: relógio, boné, §1º. As revistas devem ser realizadas por pro-
óculos esportivo, cinto, grampo de cabelo, fivela ou cedimentos visuais e eletrônicos, utilizando-se apa-
tipo similar de prendedor de cabelo, bijuterias, pe- relhos de imagens e detectores de metais, dentre
ças em prata e/ou ouro, jóias, adornos, afins e o outros.
uso ou porte de cigarros e similares.
§2º. Nos casos em que a revista por aparelho
eletrônico de inspeção apontar alguma irregulari-
CAPÍTULO VI dade, ou nos casos em que não for possível rea-
DOS MATERIAIS OU OBJETOS COM lizá-la, em razão de indisponibilidade ou das condi-
ENTRADA PERMITIDA ções de saúde do visitante, a pessoa poderá ser
encaminhada para a revista manual.
Art. 27. O ingresso de material de limpeza, §3º. A revista manual será efetuada em local
peça de vestuário, gêneros alimentícios, produtos apropriado à natureza do procedimento, por servi-
para higiene pessoal e medicamentos ficará condi- dor penal do mesmo gênero do visitante, sendo ve-
cionado ao cumprimento dos critérios de acondici- dada a revista intima, o desnudamento ou qualquer
onamento, embalagem, quantidade e periodicidade outra prática vexatória, tais como agachamentos ou
estabelecidos no ANEXO ÚNICO desta Portaria. saltos.

§1º. Os medicamentos somente serão aceitos §4º. No caso de visitante travesti, transexual ou
por solicitação e/ou prescrição médica do setor de intersexual, sua identidade de gênero definirá o gê-
saúde da Unidade Prisional. nero de servidor penal responsável pelo procedi-
mento da revista manual, respeitando o direito ao
Art. 28. Os materiais poderão ser entregues, uso do nome social, nos termos da Resolução CNJ
por visitante devidamente cadastrado Daniel RIBEIRO
portando do- DE
nº.270ANDRADE
de 11 de dezembro de 2018, e resolução
cumento oficial com foto, a pessoa privada de liber-
danielicoense@gmail.com
CNJ nº.348, de 13 de outubro de 2020.
dade para a qual faz visitação em dias e horários
609.749.013-50§5º. A revista manual deverá obedecer às se-
estipulados por esta Secretaria e, aos fins de se-
guintes diretrizes:
mana, para as pessoas que forem efetivamente vi-
sitar pessoa privada de liberdade em qualquer das I – Autorização pela pessoa a ser revistada;
Unidades Prisionais. II – Execução por servidor penal do mesmo gê-
§1º Os materiais que não estiverem em confor- nero da pessoa visitante, respeitada a autoidentifi-
midade com o Anexo Único desta portaria, não se- cação de gênero das travestis, transexuais e inter-
rão recebidos e a Unidade Prisional não fará a sexuais, nos termos dos parágrafos anteriores;
guarda e nem se responsabilizará por materiais III – Vedação de desnudamento ou toque nas
abandonados e/ou não identificados. partes íntimas dos visitantes;
§2º Eventuais alterações posteriores referente IV – Vedação de revista manual em crianças e
a lista dos materiais permitidos deverão ser publici- adolescentes, conforme os artigos 17 e 18 do Es-
zados com antecedência mínima de 07 (sete) dias tatuto da Criança e do Adolescente.
para os visitantes.
§6º. Havendo indícios de porte de material pro-
ibido que, em tese, tipifique ilícito penal, o visitante
CAPÍTULO VII será conduzido ao órgão policial local para as pro-
vidências legais cabíveis, devendo ser oportuni-
DA REVISTA DE VISITANTES
zada comunicação previa com membro da família
ou advogado.
Art. 29. Os visitantes deverão ser submetidos
§7º. Crianças com fraldas deverão tê-las subs-
à revista através de bodyscanner antes de serem
tituídas pelo seu responsável, mediante inspeção
conduzidos ao local apropriado e, quando neces-
de servidor penal.
sário, ao término da visitação, obedecendo aos pro-
cedimentos de segurança, preservando a Art. 30. Na impossibilidade, por recomenda-
ção médica de passagem pelo bodyscanner, o (a)

378
visitante terá assegurado o seu direito de visitação visitantes acerca do rol de atividades compreendi-
social em local designado pela direção. das como conduta ilícitas, explicitando as sanções
cabíveis em cada um dos casos.
Art. 31. O (a) visitante que se opuser ao cum-
primento das determinações supracitadas terá sua §4º. No caso de realização de conduta ilícita
entrada proibida. pelo visitante deverá ser instaurado processo admi-
nistrativo, com garantia da ampla defesa e contra-
ditório, comunicando o interessado, Ministério Pú-
CAPÍTULO VIII blico e a Defensoria Pública.
DA VISITA ÍNTIMA §5º. Nos casos em que houver suspensão do
direito de visita ou restrição de algum familiar ou
Art. 32. A visita íntima, considerada uma re- amigo a compor o rol de visitantes, é recomendado
galia, poderá ser concedida a pessoa privada de li- que sejam ouvidas as equipes multidisciplinares,
berdade, de forma excepcional e esporádica, especialmente as assistentes sociais ou psicólo-
desde que preenchidos os requisitos de comporta- gos, por meio de produção técnica, como relatórios,
mento, disciplina e a realização do cadastro de côn- a fim de que haja manifestação fundamentada
juge ou companheiro (a) conforme o art. 4º desta acerca do direito à visita e composição de vínculos.
portaria. Art. 34. Em caso de rebelião, motins ou situ-
§1º A concessão da regalia será deferida pelo ações de perturbação da ordem e disciplina que
Secretário ou a quem ele delegar, de acordo com a comprometam a segurança, o diretor da Unidade
conveniência e discricionariedade. Prisional poderá suspender as visitas buscando
§ 2º. Só poderá haver visita íntima nas unida- restabelecer a ordem, a segurança e a disciplina da
des prisionais que dispuserem de local apropriado mesma.
destinado para tal finalidade, onde a mesma ocor- Art. 35. O (A) visitante poderá ter seu in-
rerá a critério da SAP. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
gresso suspenso, por decisão motivada da direção
danielicoense@gmail.com
da unidade, pelos prazos a seguir:
§ 3º. Fica vedada a visita íntima no interior das
609.749.013-50
celas ou em qualquer outro local que não esteja I – 90 (noventa) dias a 180 (cento e oitenta)
destinado para tal fim. dias, quando:
§4º. A regalia deverá ser assegurada, vedada a) em decorrência, da sua conduta, resultar
as restrições de gênero ou orientação sexual, res- qualquer fato danoso à ordem, à segurança e à dis-
peitado o direito ao uso do nome social, nos termos ciplina da Unidade;
da Resolução CNJ nº. 270 de 11 de dezembro de
2018, e Resolução CNJ nº. 348, de 13 de outubro b) tentar adentrar a Unidade com qualquer
de 2020. substância ou objetos que comprometam à ordem,
à disciplina e à segurança da Unidade.
II – Pelo período em que perdurar o processo
CAPÍTULO IX de instrução e julgamento:
DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE VISITA
a) quando for flagrado tentando entrar na Uni-
dade portando qualquer dos objetos relacionados
Art. 33. A pessoa privada de liberdade que abaixo:
cometer falta disciplinar leve, média ou grave, po-
1) Armas de fogo de qualquer espécie e muni-
derá ter restringido ou suspenso o direito a visita.
ções;
§1º. Em nenhuma hipótese a suspensão do di-
2) Explosivos;
reito de visitas poderá ser aplicado como sanção
coletiva. 3) Substâncias entorpecentes;
§2º. Eventual suspensão do direito deverá ser 4) Aparelhos, peças ou acessórios de telefo-
comunicada imediatamente à família da pessoa pri- nes celulares, chips, bips, pager, ou de qualquer
vada de liberdade. tipo de instrumento de comunicação;
§3º. Deverá ser assegurado o amplo conheci- 5) Produto de circulação proibida em Lei;
mento às pessoas privadas de liberdade e aos

379
6) Instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem;
7) Serra ou qualquer tipo de ferramentas.
b) No caso de reincidência de fatos previstos
no inciso anterior.
§1º. O visitante flagrado por qualquer das con-
dutas previstas neste artigo será apresentado à au-
toridade policial para as providências cabíveis. ESTABELECE E PADRONIZA AS NORMAS
REFERENTES AO PROCEDIMENTO ADMINIS-
§2º. A Unidade Prisional deverá suspender o TRATIVO DISCIPLINAR, PARA A APURAÇÃO
cadastro da pessoa que tiver com o direito de visita DAS FALTAS DISCIPLINARES COMETIDAS POR
suspenso. PRESOS CUSTODIADOS NAS UNIDADES PRISI-
§3º. Comprovada a inocência, a visita será res- ONAIS NO ÂMBITO DA SECRETARIA DA ADMI-
tabelecida mediante requerimento da parte interes- NISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA E RESSOCIALIZA-
sada. ÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ.

CAPÍTULO X Art. 1° Estabelecer e padronizar as normas


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS referentes ao Procedimento Administrativo Discipli-
nar, para a apuração das faltas disciplinares come-
Art. 36. Todos os setores que compõem as tidas por presos custodiados nas Unidades Prisio-
Unidades Prisionais deverão cumprir integralmente nais no âmbito da Secretaria da Administração Pe-
o presente regulamento, facilitando o processo nitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará.
para todos que dele participam, principalmente as
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
pessoas privadas de liberdade e seus familiares.
danielicoense@gmail.com
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
609.749.013-50
Art. 37. A constatação de falha decorrente de
negligência, facilitação ou conivência no acesso de
Art. 2°. Este Normativo aplicar-se-á a todos
visitantes às Unidades Prisionais em desconformi-
os presos recolhidos em Unidades Prisionais do
dade ao que preconiza esta Portaria estará passí-
Estado do Ceará que venham a cometer faltas dis-
vel de sanções administrativas, civis e penais,
ciplinares no interior do estabelecimento prisional,
quando cabíveis.
bem como quando estiverem em trânsito ou execu-
Art. 38. As situações excepcionais serão tando trabalho externo.
analisadas pelo Diretor da Unidade Prisional e sub-
Art. 3°. No aspecto administrativo-disciplinar
metidas à Coordenadoria Especial da Administra-
as normas deste Regimento serão aplicadas aos
ção Prisional, para deliberações.
presos de ambos os sexos, quer dentro do estabe-
Art. 39. Esta Portaria entra em vigor a partir lecimento prisional e sua extensão, quer quando
de sua assinatura. Revogam-se as disposições estiverem em trânsito ou em execução de serviço
contrárias, em especial as Portarias nº. 04/2020 e externo.
1203/2021. SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO
Art. 4°. Todos os presos da Unidade Prisional
PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ, em
Fortaleza, 28 de outubro de 2022 serão cientificados das normas disciplinares, no
momento de seu ingresso no sistema Penitenciário
do Estado do Ceará.
Art. 5° O Conselho Disciplinar, órgão colegi-
ado formado pelo Diretor Adjunto, ou quem respon-
der pela função, e quatro policiais penais de notória
experiência, tem por finalidade:
I – conhecer, analisar e processar as faltas dis-
ciplinares cometidas pelos internos, elaborando

380
parecer opinativo, que será encaminhado para DA DISCIPLINA
apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade Prisional,
ou quem responder pela função, assegurados em
todo o procedimento o contraditório e a ampla de- Art. 9° As faltas disciplinares, segundo sua
fesa, por Defensor Público ou Advogado constitu- natureza, classificam-se em:
ído pelo interno ou nomeado para o ato. I - leves;
§ 1o Nas Unidades Prisionais que não tenham II - médias;
o cargo de Diretor Adjunto, o Conselho Disciplinar
III - graves.
será composto por policiais penais de notória expe-
riência lotados na própria Unidade, indicados pelo Parágrafo único - O disposto neste capítulo
diretor. aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
§ 2o O parecer opinativo será sempre coletivo Art. 10. Os atos de indisciplina serão passí-
e deverá conter as assinaturas de, no mínimo, três veis das seguintes penalidades:
dos cinco membros do Conselho Disciplinar, sendo
I - advertência verbal;
lançado por escrito e tomado por maioria simples.
II – repreensão por escrito;
§ 3o Em caso de empate será considerado
vencedor o voto favorável ao preso. III - suspensão ou restrição de regalias;
Art. 6°. O Conselho Disciplinar, que será pre- IV - suspensão ou restrição de direitos, exce-
sidido pelo Diretor Adjunto e na sua falta ou impe- tuando a assistência à saúde, jurídica integral e o
dimento responderá por este o Chefe de Segu- direito de entrevista reservada com seu advogado
rança e/ou Policial Penal de notório conhecimento, constituído ou Defensor Público.
indicado pelo diretor. V - isolamento em local adequado.
Art. 7°. O Conselho reunir-se-á tantas
Daniel §1o Advertência verbal é a punição de caráter
vezes DE ANDRADE
RIBEIRO
educativo e administrativo, aplicado às infrações de
quantas necessárias, para deliberar danielicoense@gmail.com
sobre os casos
em análise. natureza leve, e se couber as de natureza média.
609.749.013-50
§2o Repreensão é a sanção disciplinar na
forma escrita, revestida de maior rigor no aspecto
DO REGISTRO DA OCORRÊNCIA educativo, aplicável em casos de infração de natu-
reza média, bem como os reincidentes de natureza
Art. 8° O servidor que presenciar fato tipifi- leve.
cado como falta disciplinar deverá apresentar à §3o As regalias poderão ser suspensas ou res-
chefia imediata, relatório de ocorrência pormenori- tringidas, por ato motivado da Direção da Unidade
zado indicando os indícios de autoria, materiali- Prisional, pelo cometimento de falta disciplinar de
dade infracional e circunstâncias sobre o ocorrido, qualquer natureza.
imediatamente após cessação do fato.
§1o O registro conterá notícia circunstanciada
DAS FALTAS DISCIPLINARES
do fato, nome, prontuário, respectiva alocação car-
cerária da pessoa presa, bem como a identificação
de todas as pessoas envolvidas na ocorrência, com Art. 11. Considera-se falta disciplinar de na-
a devida qualificação, rol de testemunhas e as pro- tureza leve:
vidências preliminares adotadas.
I - manusear equipamento de trabalho sem au-
§2o A ocorrência será comunicada imediata- torização ou sem conhecimento do servidor encar-
mente ao Diretor da unidade prisional, para que, no regado, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
prazo de até 10 (dez) dias, contados da constata-
II - adentrar em cela alheia, sem autorização;
ção ou conhecimento do fato, seja iniciado o proce-
dimento disciplinar, salvo por outro motivo que não III - desatenção em sala de aula ou no trabalho;
seja possível a instauração, devendo-se respeitar o IV - executar, sem autorização, o trabalho de
prazo prescricional de cada infração. outrem;

381
V - estar indevidamente trajado; XII - deixar de realizar a faxina da cela, aloja-
VI - usar material de serviço para finalidade di- mento, banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe
versa da qual foi prevista; esteja a cargo, ou fazê-lo com desídia;

VII- remeter correspondência, sem registro re- XIII - transitar pelos corredores dos alojamen-
gular pelo setor competente; tos ou das celas despido ou em trajes sumários;

VIII - fazer refeições em local e horário não per- XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem au-
mitido; torização ou utilizá-lo em desconformidade com o
padrão estabelecido por esta Secretaria;
IX - tocar instrumentos musicais fora dos locais
e horários permitidos pela autoridade competente; XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas ins-
talações elétricas ou hidráulicas da Unidade, sem a
X- permutar, penhorar ou dar em garantia ob- devida autorização;
jetos de sua propriedade a outro preso sem prévia
comunicação da Direção da unidade respectiva. XVI - ter posse de papéis, documentos, objetos
ou valores não cedidos e não autorizados pela Uni-
Art. 12 - Considera-se falta disciplinar de na- dade Prisional;
tureza média: XVII - interferir na administração ou execução
I - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou de qualquer tarefa sem estar para isto autorizado;
causando embaraços à administração; XVIII - simular doença para esquivar-se do
II - provocar direta ou indiretamente alarmes in- cumprimento de qualquer dever ou ordem legal re-
justificados; cebida;
III - deixar, sem justo motivo, de responder às XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar,
revistas ou reuniões em horários pré-estabeleci- possuir bebidas alcoólicas ou qualquer outra subs-
dos, ou aquelas para as quais ocasionalmente for tância que cause efeitos similares aos do álcool, ou
determinado; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
mesmo ingerir tais substâncias, ou concorrer, ine-
danielicoense@gmail.com
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e se- quivocamente, para que outrem o faça;
miaberto, para o pernoite; 609.749.013-50
XX - introduzir, guardar, possuir, portar remé-
V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do dios ou deixar de usar, para acumular visando fins
regime semiaberto quando do seu diversos, sem a devida prescrição médica e autori-
zação da Direção da Unidade;
retomo aos Estabelecimentos Penais no caso
de saídas temporárias XXI - solicitar ou receber de qualquer pessoa,
vantagem ilícita pecuniária ou em espécie;
autorizadas;
XXII - praticar atos de comércio de qualquer
VI - envolver, indevidamente, o nome de ou- natureza;
trem para se esquivar de responsabilidade;
XXIII - manusear equipamento ou material de
VII - portar-se de modo indisciplinado ou incon- trabalho sem autorização ou sem conhecimento da
veniente quando das revistas e conferências nomi- administração, mesmo a pretexto de reparos ou
nais; limpeza;
VIII - promover ou concorrer para a discórdia e XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autori-
desarmonia entre os internados, ou cultivar inimiza- zação, de material alheio;
des entre os mesmos;
XXV - destruir, extraviar, desviar ou ocultar ob-
IX - portar-se de modo inconveniente, provo- jetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela ad-
cando outros internos através de brincadeiras de ministração;
cunho pernicioso ou sarcástico;
XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipa-
X - Apresentar sem fundamento ou em termos mento sem a devida autorização, ou concorrer para
desrespeitosos, representação ou petição; que outrem incorra na mesma conduta;
XI - proceder de forma grosseira ou discutir XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado,
com outro preso; para finalidade diversa para a qual foi prevista, cau-
sando ou não prejuízos ao erário;

382
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter inde- XLVI - sujar pisos, paredes ou danificar objetos
vidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento que devam ser conservados;
Penal, objetos passíveis de utilização em fuga; XLVII - portar ou manter na cela ou alojamento,
XXIX - permanecer o interno, em dias de visi- material de jogos não permitidos;
tação, na área destinada à circulação de pessoas, XLVIII - descumprir as prescrições médicas;
sem que para isto esteja autorizado ou acompa-
nhado de seus visitantes, exceto para responder à XLIX - lavar ou secar roupa em locais não per-
chamada nominal ou efetuar suas refeições; mitidos;
XXX - permitir o interno que seus visitantes, L - conversar através de janelas, guichê da
sem autorização de autoridade competente, aces- cela ou de setor de trabalho ou em local não apro-
sem local não permitido pela administração; priado;
XXXI - responder por outrem ou deixar de res- LI - mostrar displicência no cumprimento do si-
ponder às chamadas regulamentares; nal convencional de recolhimento ou formação.
XXXIII - portar ou possuir material de jogo ou Art. 13 Comete falta grave a pessoa privada
tomar parte em jogos proibidos ou em aposta; de liberdade que:
XXXIV - permanecer em cela diferente da sua, I - incitar ou participar de movimento para sub-
sem a devida autorização da Direção; verter a ordem ou a disciplina;
XXXV - transitar indevidamente por locais não II - fugir;
permitidos ou em desacordo com o respectivo es- III - possuir, indevidamente, instrumento capaz
tágio em que se encontra; de ofender a integridade física de outrem;
XXXVI - comunicar-se, de qualquer forma, com IV - provocar acidente de trabalho;
internos de cela distinta, ou entregar aos mesmos
quaisquer objetos sem autorização Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
da administra- V - descumprir, no regime aberto, as condições
ção; impostas;
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50
XXXVII - promover barulho no interior do aloja- VI - inobservar os deveres previstos nos inci-
mento, celas ou seus corredores, durante o re- sos II e V, do artigo 39, da Lei 7.210/84.
pouso noturno, ou ainda, a qualquer hora, fazê-lo VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
de forma a perturbar a ordem e a disciplina; aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
XXXVIII - disseminar boato que possa pertur- a comunicação com outros presos ou com o ambi-
bar a ordem ou a disciplina. ente externo;
XXXIX - dificultar a vigilância ou prejudicar o VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
serviço do Policial Penal em qualquer dependência identificação do perfil genético.
da Unidade; Parágrafo único. O disposto neste artigo
XL - praticar autolesão com finalidade de obter aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
regalias ou mudança de lotação carcerária, mesmo Art. 14. Comete falta grave o condenado à
que transitória; pena restritiva de direitos que:
XLI - praticar fato previsto como crime culposo I - descumprir, injustificadamente, a restrição
ou contravenção, independentemente da ação pe- imposta;
nal;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento
XLII - usar de ardil para auferir benefícios, in- da obrigação imposta;
duzindo a erro qualquer pessoa;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos
XLIII - favorecer a prostituição ou a promiscui- II e V, do artigo 39, da Lei 7.210/84.
dade de parentes e demais visitantes;
XLIV - descuidar da higiene pessoal;
DAS MEDIDAS CAUTELARES
XLV - deixar de frequentar, sem justificativa, as
aulas do curso em que esteja matriculado;

383
Art. 15. O diretor da Unidade Prisional, ou Art. 17 O local da apuração será onde a
quem responder pela função, poderá determinar, transgressão disciplinar ocorreu, cabendo ao Dire-
por ato motivado, como medida cautelar, o isola- tor do Estabelecimento Prisional instaurar procedi-
mento do preso, por período não superior a 10 mento disciplinar no âmbito da Unidade que lhe é
(dez) dias, quando: subordinada.
I - para a averiguação do fato e interesse da Art.18. Nos casos de cometimento de falta
disciplina, diante de infração de qualquer natureza; disciplinar em trânsito a instauração do procedi-
II - pesem contra o preso indício de que ele es- mento dar-se-á na Unidade de lotação do preso.
taria prestes a cometer ou cometeu infração disci-
plinar de natureza grave, devidamente constada
em relatório de ocorrência produzido pelo policial DA INSTAURAÇÃO
penal que presenciou o fato;
III - pesem contra o preso, informações devida- Art. 19. Ao preso, e seu defensor, será dado
mente comprovadas, de que estaria ameaçada sua conhecimento prévio da acusação.
integridade física ou de outrem; § 1o O conhecimento da acusação ao defensor
IV - a requerimento do preso, que expressará se dará via e-mail válido do advogado ou defensor
a necessidade de ser submetido a isolamento cau- público, no prazo de até 03 (três) dias após a aber-
telar, como medida de segurança pessoal. tura do processo administrativo disciplinar.
§1o - Em caso de necessidade, o prazo esta- Art. 20. A apuração de falta disciplinar será
belecido no caput deste artigo poderá, a pedido da materializada em processo administrativo discipli-
direção da unidade respectiva, ser prorrogado por nar, assegurando o direito de defesa ao faltoso.
igual período pela autoridade judiciária compe-
tente. Art. 21. A instauração será deflagrada por
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
meio de portaria, que individualizará o inquirido,
danielicoense@gmail.com
§2o - A participação em atividades coletivas,
consignando data, horário, local e circunstâncias
além da escola e trabalho, poderá ser suspensa ou
609.749.013-50
do fato reprovável, eventual prejudicado e a classi-
restringida, cautelarmente, durante o período de
ficação legal em tese da possível falta disciplinar,
isolamento ou averiguação, por ato motivado da di-
de forma a permitir o exercício do direito de defesa,
reção da Unidade Prisional.
juntando-se cópia nos autos.
Art. 22. A instauração de processo disciplinar
DA APURAÇÃO PRELIMINAR deverá ser comunicada ao Juiz competente indi-
cado na lei de organização judiciária, e, na sua au-
Art. 16. O relatório de ocorrência poderá ser sência, ao da sentença, através de ofício.
preliminarmente arquivado mediante decisão moti-
vada do Diretor do Estabelecimento, ou quem res- DA INSTRUÇÃO
ponder pela função, quando:
I- o fato não acarretar repercussão no ambi-
Art. 23. Serão carreadas para o procedi-
ente prisional, nem comprometer a ordem, a disci-
plina ou o controle carcerário; mento disciplinar todas as provas admitidas em di-
reito e necessárias ao cabal esclarecimento dos fa-
II- quando o isolamento preventivo, eventual- tos, assegurando-se ao preso as garantias consti-
mente aplicado, reputado suficiente como medida tucionais do contraditório e da ampla defesa, com
pedagógica e disciplinadora; os meios e recursos a elas inerentes, ou seja, o
III- se os antecedentes do preso indicarem em acompanhamento do procedimento pessoalmente
seu favor. ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
testemunhas, produzir provas e contraprovas e for-
mular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
DO LOCAL DA INSTAURAÇÃO Parágrafo único: A possibilidade do faltoso
acompanhar o procedimento administrativo

384
disciplinar pessoalmente é imprescindível de de- comum e de 20 (vinte) dias, salvo a Defensoria Pú-
fesa técnica em todo o curso do processo, inclusive blica que gozará de prazo em dobro.
no julgamento.
Art. 30. A recusa do preso em apor o ciente
Art. 24. O pedido de prova pericial será inde- na notificação que lhe for apresentada deverá ser
ferido quando a comprovação do fato não depender consignada em termo assinado por duas testemu-
de conhecimento especial de perito. nhas.
Parágrafo único. Poderão ser indeferidos, me- §1o Caso não possua advogado constituído ou
diante despacho fundamentado, os pedidos consi- não saiba declinar os dados necessários para a in-
derados impertinentes, meramente protelatórios ou timação do mesmo, na data da audiência de instru-
de nenhum interesse para o esclarecimento do fato ção e julgamento, o faltoso será assistido pelo De-
em apuração. fensor Público lotado na Unidade Prisional respec-
tiva.
§2o Caso não haja Defensor Público lotado na
DO INTERROGATÓRIO
Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado
para o ato o Defensor Público lotado na Vara de
Art. 25. O preso será devidamente qualifi- Execuções Criminais com jurisdição sobre a refe-
cado e interrogado sobre os fatos que lhe são im- rida Unidade.
putados na portaria de instauração. Art. 31. O Conselho Disciplinar ouvirá, no
Art. 26. É facultado à defesa do preso pre- mesmo ato, primeiramente o ofendido e testemu-
senciar o interrogatório, bem como em momento nhas, se houverem, e por último o preso, de tudo
oportuno, quando lhe for dado a palavra, apresen- lavrando-se o termo respectivo.
tar razões ou quesitos.
Parágrafo Único. O defensor Daniel RIBEIRO
poderá arrolar DE ANDRADE DOS PRAZOS
testemunhas e requerer diligências danielicoense@gmail.com
necessárias ao
esclarecimento do fato objeto da apuração,609.749.013-50
obser-
vado o disposto no parágrafo único do artigo 24 Art. 32. O prazo para conclusão do procedi-
desta portaria. mento disciplinar é de 120 (cento e vinte) dias, a
partir de sua instauração, prorrogáveis por mais 30
DAS TESTEMUNHAS
(trinta) dias, mediante decisão do Diretor do Esta-
belecimento Penitenciário instaurador, incluindo-se
Art. 27. As testemunhas prestarão depoi- o prazo para defesa escrita e relatório.
mento oral, separadamente, de modo que umas §1o A decisão de prorrogação de prazo con-
não saibam nem ouçam os depoimentos das outras terá os motivos que impediram a conclusão no pe-
e, na redação do termo, o servidor responsável ríodo regular e as providências faltantes.
pela oitiva cingir-se-á, tanto quanto possível, às ex-
pressões usadas por elas, reproduzindo fielmente §2o Os prazos contar-se-ão por dias corridos,
o que for dito. não se computando o dia inicial, prorrogando-se o
vencimento que cair em domingo, sábado, feriado
ou ponto facultativo, para o primeiro dia útil subse-
DA DEFESA ESCRITA quente, ressalvado os casos especiais previstos na
legislação.
§3o As prorrogações de prazo serão comuni-
Art. 28. Concluídas as demais diligências ne-
cadas por escrito à Vara de Execuções Penais.
cessárias à instrução, o preso, na pessoa do advo-
gado constituído ou de defensor público nomeado
ou lotado na unidade, será notificado, a apresentar DO SOBRESTAMENTO
defesa escrita no prazo de 15 (quinze) dias, sendo-
lhe entregue cópia integral dos autos.
Art. 33. Ocorrendo causa que impeça o pros-
Art. 29. Havendo dois ou mais indiciados, e
seguimento das diligências, o procedimento
sendo idêntico o(s) defensor (s), o prazo será

385
disciplinar poderá ser sobrestado, a requerimento designado fará minucioso relatório sobre o que tiver
do Presidente do Conselho de Disciplina, pelo sido apurado, opinando pelo arquivamento ou pela
prazo necessário, e autorizado mediante despacho aplicação de sanção disciplinar ao preso, com indi-
fundamentado do diretor do Estabelecimento que cação do dispositivo legal ou regulamentar infrin-
determinou sua instauração. gido, remetendo os autos, em qualquer hipótese,
ao Diretor do Estabelecimento Prisional que deter-
Art. 34. Decorrido o prazo de sobrestamento,
minou a instauração.
o feito prosseguirá em seu regular andamento.
§1o O relatório deverá conter histórico do fato,
Art. 35. O sobrestamento destina-se, entre análise das diligências realizadas com indicação
outros, ao aguardo da conclusão de exames perici- dos indícios de autoria e/ou participação, da mate-
ais de difícil elaboração, recebimento de documen- rialidade e das circunstâncias da falta disciplinar.
tos relevante se outras diligências imprescindíveis
§2o O cabeçalho do relatório conterá o número
à elucidação do fato.
e origem do procedimento, bem como o nome do
Art. 36. Não poderão ser formalizadas quais- preso, filiação e seu número de prontuário.
quer diligências nos autos durante o prazo de so-
brestamento, salvo nos casos de medidas urgentes
ou que possam acarretar prejuízo pelo adiamento DO JULGAMENTO
ou colheita de provas urgentes e/ou não repetíveis.
§1o A concessão do sobrestamento, a sua Art. 39 Cabe ao Diretor do Estabelecimento
prorrogação e o reinício da apuração serão comu- Penal proferir julgamento, aplicar sanção discipli-
nicados à Vara de Execuções Criminais. nar ou determinar o arquivamento do feito, mencio-
§2o A contagem do prazo do inquérito discipli- nando as razões do seu convencimento.
nar sobrestado prosseguirá quando cessarem os Art. 40 Nos casos em que não se verificar
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
motivos que justificaram o seu sobrestamento. ocorrência de prejuízo com o cometimento da falta
danielicoense@gmail.com
disciplinar, o procedimento poderá ser arquivado,
609.749.013-50
bem como em razão do isolamento preventivo,
DA PRESCRIÇÃO
eventualmente aplicado, for considerado suficiente
como medida satisfatória à manutenção da ordem
Art. 37. Salvo disposição de lei ou decisão ju- e da disciplina.
dicial em contrário, as faltas graves prescrevem em Art.41. O ato punitivo será editado em Porta-
03 (três) anos, as médias em (06) seis meses, e as ria pelo Diretor do Estabelecimento Prisional de-
faltas leves em (03) três meses. vendo conter as informações necessárias para a
§1o O prazo prescricional começa a contar a identificação do custodiado, a sanção aplicada e a
partir do conhecimento da prática da falta discipli- norma infringida.
nar e sua autoria pela Administração do Estabele- I - A aplicação da sanção será de competência
cimento. do Diretor da Unidade Prisional, ou quem respon-
§2o A pretensão executória das sanções disci- der pela função, que deverá ser aplicada em um
plinares aplicadas prescreve no mesmo prazo pre- prazo de até 05 (cinco) dias, observado os prazos
visto no caput. recursais.
§3o O prazo prescricional da pretensão puni- II - Em sendo o preso julgado inocente das im-
tiva ou da pretensão executória de sanção discipli- putações que lhe foram feitas, serão os autos res-
nar fica suspenso enquanto o preso ou a presa es- pectivos encaminhados ao Diretor do Estabeleci-
tiver foragido. mento, a fim de que seja por este determinado seu
imediato arquivamento.

DA CONCLUSÃO Art. 42 - Concluído o julgamento respectivo


será dado ciência ao preso envolvido e ao seu de-
fensor.
Art. 38. Concluída a apuração, o Presidente
do Conselho de Disciplina ou relator por ele

386
Art. 43. Após o julgamento será encami- I – bom comportamento: quando da ausência
nhada cópia do Processo Disciplinar à Vara de de cometimento de falta disciplinar de qualquer na-
Execuções Penais com a informação de conclusão tureza e participação em projetos promovidos pela
do procedimento no prazo de até 05 (cinco) dias. Direção.
§1o Nos casos em que haja pedido de recon- II – comportamento regular: da ausência de co-
sideração o prazo para o envio da informação de metimento de falta disciplinar de qualquer natureza,
conclusão do processo administrativo disciplinar ou com período de reabilitação finalizado sem o co-
será de até 05 (cinco) dias após a decisão do re- metimento de nova infração.
curso. III – mau comportamento: quando registrar a
Art. 44. Na aplicação de sanção disciplinar le- prática de falta disciplinar de qualquer natureza
sem reabilitação de comportamento.
var-se-á em conta a natureza, os motivos, as cir-
cunstâncias e as consequências do fato, bem como Parágrafo único. O comportamento do ape-
a pessoa do faltoso e seu tempo de cumprimento nado será classificado desde o ingresso do preso
de pena. no sistema prisional até o momento do requeri-
mento de qualquer informação pelo juiz da execu-
Art. 45. O isolamento, a suspensão e a res- ção penal.
trição de direitos não poderão exceder a 30 (trinta)
dias, ressalvada à hipótese do regime disciplinar di- Art. 52. No caso do preso ser oriundo de ou-
ferenciado, nos termos do art. 58 da LEP. tra Unidade Prisional, poderá ser levado em consi-
deração para a classificação de seu comporta-
Art. 46. O isolamento será sempre comuni- mento a conduta registrada no estabelecimento de
cado à Vara de Execuções Penais. origem.
Art. 53 O preso em regime fechado, e em re-
DO RECURSO Daniel RIBEIRO DEgimeANDRADE
semiaberto, terá os seguintes prazos para re-
abilitação
danielicoense@gmail.com da conduta, a partir do cumprimento da
Art. 47. Cabe pedido de reconsideração, em sanção disciplinar:
609.749.013-50
até 05 (cinco) dias da ciência da decisão que apli- I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza
car sanção disciplinar, à autoridade responsável leve;
pela instauração e aplicação da penalidade discipli-
II- De 06 (seis) meses para falta de natureza
nar, não podendo ser renovado.
média;
Art. 48. O pedido de reconsideração deverá III- De 01 (um) ano para falta de natureza
ser apreciado dentro de 30 (trinta) dias. grave.
Art. 49. Caberá recurso à Vara de Execuções §1o Para o preso em regime semiaberto, a in-
Penais da decisão que indeferir o pedido de recon- fração disciplinar de natureza grave implicará na
sideração, nos termos da lei. proposta, feita pelo diretor da unidade ao juízo
competente, de regressão do regime.
§2o. O bom comportamento é readquirido após
DA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA E DA
01(um) ano da apuração da ocorrência da última
REABILITAÇÃO falta registrada, ou antes, após o cumprimento do
requisito temporal exigível para a reabilitação.
Art. 50. A classificação do preso far-se-á pelo §3o O comportamento regular é readquirido
Diretor da Unidade Prisional, ou quem responder após 06(seis) meses da ocorrência da última falta
pela função, consoante ao rendimento apurado registrada, ou antes, após o cumprimento do requi-
através do cumprimento da pena e mérito prisional. sito temporal exigível para a reabilitação.
Art. 51. O comportamento do preso em re- Art. 54. O cometimento da falta disciplinar de
gime fechado e em regime semiaberto, classificar- qualquer natureza, durante o período de reabilita-
se-á em: ção acarretará a imediata anulação do tempo de re-
abilitação até então cumprido.

387
Parágrafo único. A reincidência no cometi- Parágrafo único. Esta Lei aplica-se também a
mento de qualquer falta disciplinar acarretará a todo e qualquer espaço em qualquer unidade prisi-
imediata regressão do comportamento do custodi- onal que opere como de segurança máxima em ca-
ado e, ainda exigir-se-á novo tempo para reabilita- ráter temporário ou permanente.
ção que deverá ser somado ao tempo estabelecido
para falta anterior.
CAPÍTULO II
DA DESTINAÇÃO
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 2° A UPSM é destinada à custódia provi-
Art. 55 Os casos omissos ou excepcionais sória ou execução de pena privativa de liberdade e
serão analisados pela Secretaria da Administração à ressocialização de presos do sexo masculino cujo
Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ce- histórico e circunstâncias do caso concreto reco-
ará. mendem a providência, observadas as disposições
desta Lei.
Art. 56. A presente Portaria entra em vigor na
data de sua da publicação.
CAPÍTULO III
Art. 57. Revogam-se as disposições em con- DO PROCEDIMENTO DE INCLUSÃO,
trário, em especial a Portaria no 142/2019, publi-
TRANSFERÊNCIA E EXCLUSÃO
cada no Diário Oficial do Estado, de 09 de abril de
2019.
Art. 3° Serão transferidos para a UPSM pre-
sos, condenados definitivamente ou provisoria-
mente, cujo comportamento justifique a medida,
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
seja para a garantia da segurança pública, seja
danielicoense@gmail.com
para a do próprio preso.
609.749.013-50
Parágrafo único. Não é permitida a inclusão de
presos em regime semiaberto na UPSM, salvo no
caso de autorização judicial ou quando aplicável o
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art.
52 da Lei Federal n.o 7.210, de 1984.
Art. 4° Os pedidos de inclusão, transferência
DISPÕE SOBRE O FUNCIONAMENTO DA
UNIDADE PRISIONAL DE SEGURANÇA MÁXIMA e exclusão de apenados para a UPSM serão reali-
– UPSM, VINCULADA À SECRETARIA DA ADMI- zados pela via judicial, nos termos da Resolução
NISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA E RESSOCIALIZA- n.o 404, de 2 de agosto de 2021, do Conselho Na-
ÇÃO DO ESTADO – SAP. cional de Justiça, e alterações posteriores.
Art. 5° Para a inclusão ou transferência, o
CAPÍTULO I preso deverá, pelo menos, alternativamente:
DA DISPOSIÇÃO INICIAL I – ter desempenhado função de liderança ou
participado, de forma relevante, em organização
criminosa;
Art. 1° Esta Lei dispõe sobre o funcionamento
e os procedimentos a serem adotados na Unidade II – ter praticado crime que coloque em risco a
Prisional de Segurança Máxima – UPSM, vinculada sua integridade física no ambiente prisional de ori-
à Secretaria da Administração Penitenciária e Res- gem;
socialização – SAP, observado o disposto na Lei III – ser membro de quadrilha ou bando envol-
Federal n.o 11.671, de 8 de maio de 2008, notada- vido na prática reiterada de crimes com violência
mente no art. 11-B, bem como, de forma subsidiá- ou grave ameaça;
ria, a Lei Federal n.o 7.210, de 11 de julho de 1984

388
IV – ser réu colaborador ou delator premiado, serviços organizados na UPSM, bem como a posse
desde que essa condição represente risco à sua in- de livros de instrução religiosa;
tegridade física no ambiente prisional de origem; VIII – assistência material ao preso, que con-
V – estar envolvido em incidentes de fuga, de sistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
violência ou de grave indisciplina no sistema prisio- instalações higiênicas;
nal de origem; IX – assistência à saúde do preso, que terá ca-
VI – estar submetido ao Regime Disciplinar Di- ráter preventivo e curativo e compreenderá atendi-
ferenciado – RDD, enquanto perdurar a decisão de mento médico, farmacêutico, odontológico e psico-
inclusão no referido regime; ou lógico;
VII – ser indicado pela SAP ou por outros ór- X – assistência jurídica destinada aos presos
gãos do Sistema de Justiça para inclusão ou trans- sem recursos financeiros para constituir advogado,
ferência, nos casos em que devidamente motivada prestada pela Defensoria Pública do Estado do Ce-
a providência como forma de assegurar a ordem e ará;
a disciplina nos termos de portaria da referida Se- XI – assistência social, que tem por finalidade
cretaria, a ser expedida no prazo de 30 (trinta) dias amparar o preso e prepará-lo para o retorno à liber-
a contar da publicação desta Lei. dade;
Art. 6° A inclusão na UPSM no atendimento XII – o período de permanência será de até 3
do interesse da segurança pública será para custó- (três) anos, renovável por iguais períodos, desde
dia provisória ou pena privativa de liberdade, ob- que motivadamente, observados os requisitos da
servadas as seguintes condições: transferência, e se persistirem os motivos que a de-
I – recolhimento em cela coletiva ou individual terminaram.
ou, nos termos da Resolução n. 9, de 18 de novem- Parágrafo único. Os presos na UPSM terão di-
bro de 2011, e suas posterioresDanielatualizações, do
RIBEIRO DEreito a banho de sol de até 2 (duas) horas diárias,
ANDRADE
Conselho Nacional de Polícia Criminal e Penitenci-
danielicoense@gmail.comde, no mínimo, 2 (duas) pessoas, desde
em grupos
ária – CNPCP; que não haja contato com presos do mesmo grupo
609.749.013-50
II – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por criminoso.
vez, a serem realizadas em instalações equipadas Art. 7° A efetiva inclusão do preso na UPSM
para impedir o contato físico e a passagem de ob- concretizar-se-á somente após a conferência dos
jetos, por pessoa da família, ou no caso de terceiro, seus dados de identificação com o ofício/instru-
autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) mento oficial de apresentação.
horas, sem prejuízo do estabelecimento de condi-
ções mais favoráveis em portaria da SAP, preser- Art. 8° Na inclusão, serão observados os pro-
vada a segurança penitenciária; cedimentos e será analisada a seguinte documen-
III – banho de sol diário, podendo haver ativi- tação:
dade física assistida, em pátio de sol ou solário, as- I – certificação das condições físicas e mentais
sim definidos na Resolução n.o 9, de 18 de novem- do preso, mediante Exame de Corpo de Delito;
bro de 2011, do CNPCP; II – prontuário penitenciário e os seus perten-
IV – monitoramento de todos os meios de co- ces pessoais;
municação, inclusive de correspondência escrita; III – prestação de informações ao preso sobre
V – participação nas atividades de educação e as normativas, bem como sobre seus direitos e de-
capacitação, que compreenderão a instrução esco- veres legais;
lar e a formação profissional do preso, bem como o IV – comunicação ao juízo competente, reali-
direito de participação no projeto Livro Aberto; zada pela Direção da UPSM, nos termos da Reso-
VI – trabalhos oferecidos pela SAP, na medida lução n. 404 de 02/08/2021, alterada pela Resolu-
de suas aptidões e capacidades; ção n. 434, de 28 de outubro de 2021, do CNJ.
VII – assistência religiosa, com liberdade de V – comunicação à família do preso, ou pessoa
culto, permitindo-se-lhes a participação nos por ele indicada, efetuada pelo setor de assistência
social da Unidade, a fim de que sejam repassadas

389
todas as informações referentes à sua nova lotação Art. 16. Revogam-se as disposições em con-
carcerária. trário.

CAPÍTULO IV
DA MONITORAÇÃO DA UNIDADE
PRISIONAL

Art. 9° A UPSM deverá dispor de monitora-


mento de áudio e vídeo nas áreas comuns, para
fins de preservação da ordem interna e da segu-
rança pública, vedado seu uso nas celas e no aten-
dimento advocatício, salvo expressa autorização REGULAMENTA O USO DE CÂMERAS COR-
judicial em contrário. PORAIS PELOS POLICIAIS PENAIS NO ÂMBITO
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO
Art. 10. As gravações das visitas não pode-
CEARÁ
rão ser utilizadas como meio de prova de infrações
penais pretéritas ao ingresso do preso no estabele-
cimento. Art. 1.º Fica obrigatório o uso individual e in-
transferível de câmeras corporais pelos policiais
CAPÍTULO V penais do Estado do Ceará durante o exercício de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS suas atividades profissionais especialmente na-
quelas elencadas nesta Portaria e atividades corre-
latas do Sistema Penitenciário e outras determina-
Art. 11. No período compreendido entre as
Daniel das por serviço.
22 (vinte e duas) horas e as 6 (seis) horas,RIBEIRO
se a DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
natureza do serviço e o nível de segurança empre- § 1º Após retirada da dockstation onde gera a
vinculação
gado permitirem, será concedido aos policiais609.749.013-50
pe- do policial penal, a utilização da câmera
nais revezamento para repouso, a ser distribuído corporal passa a ser de uso individual e intransferí-
de acordo com o efetivo disponível no plantão, de- vel pelo respectivo policial.
vendo permanecer em vigilância a quantidade sufi- § 2º. A obrigação de que trata o caput deste
ciente para cobrir os postos de serviço de vigilância artigo fica condicionada à disponibilidade dos equi-
de forma ininterrupta. pamentos referidos no caput deste artigo e sua dis-
Art. 12. O Grupo de Ações Penitenciárias – tribuição deverá garantir ao menos 01 (uma) câ-
GAP deverá, durante 24 (vinte e quatro) horas por mera portátil por registro da execução das ativida-
dia, ocupar as guaritas e conceder absoluta priori- des relacionadas neste normativo.
dade de atendimento e atuação na UPSM. Art. 2º As câmeras corporais deverão ser aci-
Art. 13. O atendimento pelo advogado na onadas pelos policiais penais no início e desligadas
UPSM dar-se-á segundo as disposições da Lei Fe- na conclusão de suas atividades, nos termos desta
Portaria.
deral n. 8.906, de 4 de julho de 1994, da Lei Federal
n. 7.210, de 1984, e das demais legislações aplicá- Art. 3º O registro das imagens pelas câmeras
veis, preservada a segurança pública e penitenciá- de uso individual tem como finalidades:
ria.
I - garantia de respeito aos direitos humanos;
Art. 14. Decreto do Poder Executivo editará
II- transparência do serviço do profissional;
normas complementares que se fizerem necessá-
rias ao funcionamento da UPSM, observado o dis- III- registro do trabalho no âmbito do Sistema
posto nesta Lei. Prisional;

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de IV- análise e refinamento das técnicas operaci-
onais utilizadas;
sua publicação.

390
V- formação de elementos para as atividades corporais, bem como aqueles que realizem o des-
de inteligência e para eventual investigação de in- carte antes do prazo estabelecido.
frações; § 3º Os atos ilícitos de natureza grave, que ve-
VI- operar o sistema de gerenciamento, custó- nham a ser objeto do descarte ou perda das ima-
dia e compartilhamento de evidências digitais. gens antes do prazo estabelecido, implicarão, caso
comprovado o dolo, em responsabilização adminis-
Art. 4° As câmeras corporais também deve-
trativa e criminal, sendo o caso, imediatamente, re-
rão ser utilizadas como rádio comunicador podendo metido à Controladoria Geral de Disciplina dos Ór-
ser no agrupamento de câmeras e/ou HT’s na fre- gãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciá-
qüência da própria unidade, bem como de todo o rio – CGD.
sistema Penitenciário que possui a mesma tecno-
logia de comunicação. Art. 9º O operador poderá acessar os vídeos
por ele registrados ou por outros operacionais,
quando estiver sob investigação pela sua conduta,
DA CAPTAÇÃO, ARMAZENAMENTO DE devendo o agendamento do acesso ser requisitado
IMAGENS E PROTEÇÃO DE DADOS à Direção da Unidade.
Art. 10 Os áudios e imagens produzidos por
Art. 5º A utilização das câmeras de uso indi- equipamentos disponibilizados ao uso da SAP,
vidual caracteriza gravação ambiental por um dos captados por servidores no exercício de suas fun-
interlocutores, na qual há interação ou interlocução ções, são de propriedade da instituição, não po-
conhecida entre as partes. dendo ser reproduzidos sem autorização da admi-
nistração superior da Pasta.
Art. 6º A gestão e o controle administrativo
das imagens armazenadas serão exercidos pela Art. 11 É vedada a qualquer servidor a edição
Secretaria da Administração Penitenciária de imagens,
e Res- DE ANDRADE
Daniel RIBEIRO cortes ou gravações intermitentes de
socialização, que adotará as medidas cabíveis para eventos que possam dificultar a elucidação de fatos
danielicoense@gmail.com
esta finalidade. e a perfeita compreensão da ocorrência.
609.749.013-50
Art. 7º O arquivamento e conservação das Art. 12 As informações e os dados proveni-
gravações dar-se-á da seguinte forma: entes das câmeras corporais poderão ser utilizados
como fontes probatórias para os servidores referi-
I – todas as gravações deverão ser arquivadas
dos no art. 1º desta Portaria e para as pessoas en-
e conservadas por um período mínimo de 60 (ses-
volvidas em ocorrência capturada pelas imagens,
senta) dias;
em inquéritos policiais, procedimentos ou proces-
II – as gravações deverão ser arquivadas e sos administrativos e demandas judiciais em âm-
conservadas por um período mínimo de 12 (doze) bito estadual, mediante solicitação da autoridade
meses quando envolver qualquer evidência objeto competente para proceder às apurações ou medi-
de apuração. ante deliberação do Secretário responsável pela
Art. 8º Fica vedada qualquer divulgação das Pasta.
imagens a terceiros não autorizados, inclusive gra- Art. 13 As informações extraídas das grava-
vações por meio de equipamentos eletrônicos das ções poderão ser objeto de análise e estudo pelos
imagens transmitidas pelo visor do equipamento, órgãos competentes, de forma que contribuam
somente permitindo salvaguardá-las em arquivo para o aperfeiçoamento e eficácia das operações
nos equipamentos da Secretaria da Administração policiais.
Penitenciária e Ressocialização.
§1º A vedação prevista no caput aplica-se à di- DO PROTOCOLO
vulgação de imagens, gravações, áudios ou quais-
quer outras formas de mídia, relacionadas às roti-
Art. 14 A câmera deverá ser acoplada na
nas de serviços nas unidades prisionais.
parte superior do tronco, no centro, canto direito ou
§ 2º Responderão civil, penal e administrativa- esquerdo, sobre o uniforme, suporte ou colete mo-
mente aqueles que utilizarem de forma irregular as dular de proteção individual, de forma que seu
imagens e sons armazenados pelas câmeras

391
posicionamento permita enquadrar corretamente IX - abordagem policial quando houver partici-
todas as cenas, sejam elas no exercício de suas pação da polícia penal;
atividades rotineiras ou quando embarcado em via- X - atendimento de ocorrência de qualquer na-
tura. tureza em que houver participação da polícia penal;
Art. 15 O policial penal deverá conservar as XI - situações em que se presuma a necessi-
lentes e o microfone da câmera corporal completa- dade do uso seletivo da força;
mente desobstruídos durante o serviço, especial-
XII - nas ocasiões em que o policial penal for
mente no decorrer das gravações intencionais,
acionado por qualquer pessoa em apoio a outras
bem como manter o equipamento voltado para o
unidades prisionais e/ou outros órgãos;
sítio dos acontecimentos, sendo vedada qualquer
ação deliberada que possa prejudicar a captação XIII - intervenções prisionais desde o conheci-
de imagens e áudio, tais como: mento do fato até sua resolução;
I - sobreposição das mãos, de peças do EPI ou XIV - em todas as situações de indisciplina e
do armamento; sublevação da ordem praticada por pessoas pre-
sas;
II - corpo do operacional voltado para local di-
ferente daquele onde o fato de interesse policial se XV - qualquer interação que possa constituir
desenvolve; fato de interesse da SAP;
III - afastamento não justificado em relação ao XVI- nos controles de acesso dos Complexos
local do fato de interesse policial, prejudicando a e Unidades Prisionais.
captação de vídeo e áudio; Parágrafo único. Todas as atividades realiza-
IV - acoplamento do equipamento em ponto do das com uso das câmeras corporais deverão cons-
colete ou fardamento diverso da parte superior do tar no livro de ocorrência diária, informando a iden-
tronco do policial; Daniel RIBEIRO DE tificação do equipamento e do policial que utilizou.
ANDRADE
danielicoense@gmail.com
V - verificação de resíduos, manchas, tintas, Art. 17 São condutas proibidas:
etc. na lente da câmera que obstrua a captação in-
609.749.013-50I - utilizar as câmeras para gravação de ima-
tegral do fato de interesse policial.
gens e áudios que não tenham relação com a atri-
Art. 16 As câmeras corporais portáteis devem buição do policial;
ser utilizadas nas rotinas e procedimentos con- II - alterar, editar, copiar, duplicar ou apagar
forme os normativos desta Secretaria, em especial qualquer gravação de áudio, vídeo ou foto reali-
as elencadas na Instrução Normativa nº. 03/2020 zado por meio das câmeras, sem autorização legal;
ou naquela que venha a substituí-la, sendo obriga-
tório o uso nos seguintes casos: III - interromper ou finalizar a gravação antes
da conclusão das atividades descritas no art. 16;
I - conferência nominal dos presos;
IV – utilizar as câmeras para captação de ima-
II - distribuição de alimentação aos presos; gens nos alojamentos e banheiros em qualquer
III - banho de sol durante toda a sua execução; tempo.
IV - rondas internas e externas a UP; Art. 18 Em caso de inoperância da câmera, o
V - atividades de saúde, educação, capacita- policial em posse do equipamento deve:
ção e trabalhos realizados por esta Secretaria; I - registrar em Livro de Ocorrências o fato e o
VI - fiscalizações atribuídas à polícia penal por horário que ocorreu;
competência originária ou delegadas; II - reportar o fato imediatamente à chefia ime-
VII - ambientes de visitação familiar, incluindo diata, que comunicará o problema a Coordenadoria
a Unidade Penitenciária de Segurança Máxima, Especial de Administração Prisional – COEAP;
conforme preconiza a Lei Nº 18.428/2023; III- substituir a câmera corporal de imediato.
VIII - escolta de pessoas presas a outros ór- Art. 19 O sistema de captação e retenção de
gãos durante o período em que a custódia/respon- imagens (CFTV), de competência da Célula de Se-
sabilidade estiver a cargo da polícia penal; gurança Tecnológica Prisional, subordinado a

392
Coordenadoria de Inteligência - COINT/SAP, será II - cientificar à Coordenadoria Especial de Ad-
responsável por: ministração Prisional – COEAP sobre o fato;
I - acompanhar operações em tempo real; III - noticiar o fato à Controladoria Geral de Dis-
II - examinar as gravações realizadas; e ciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sis-
tema Penitenciário – CGD, para abertura de proce-
III - analisar a conveniência e oportunidade de dimentos disciplinares, visando a apuração da
divulgação dos conteúdos audiovisuais gravados ocorrência de falta funcional e a eventual necessi-
pelas câmeras, por interesse institucional e atender dade de reembolso ao erário, conforme o caso.
à solicitação de órgãos externos.
Parágrafo único. As ocorrências previstas no
Art. 20 O policial penal deve ser treinado na caput deste artigo deverão ser legalmente apura-
operação das câmeras e respeitar as regras de das a fim de evitar uso indevido e geração de pro-
uso. vas espúrias.
Parágrafo único O treinamento primário será
ministrado à Direção das Unidades Prisionais, Su-
DISPOSIÇÕES FINAIS
pervisores de Núcleos de Segurança e Vigilância e
Chefes de Plantão os quais posteriormente pode-
rão treinar os demais servidores para utilização do Art. 24 Os casos omissos ou excepcionais
equipamento, com a supervisão da Escola de Ges- que não estão elencados nesta Portaria serão re-
tão Penitenciária e Ressocialização – EGPR. solvidos pelo Secretário da Administração Peniten-
Art. 21 Caberá à Direção das Unidades Prisi- ciária e Ressocialização ou por ele encaminhados
às pessoas competentes para que, se necessário,
onais, Supervisores de Núcleos de Segurança e Vi-
seja alterado o presente documento ou elaborado
gilância e Chefes de Plantão:
instrumento específico.
I - zelar pelo correto empregoDaniel doRIBEIRO
equipa- DE ANDRADE
mento; Art. 25 A não observância do disposto neste
danielicoense@gmail.com
normativo, poderá ensejar sanções disciplinares
II - inspecionar se em todas as atividades estão
609.749.013-50
em desfavor do servidor, conforme legislação per-
sendo empregadas às câmeras corporais;
tinente.
III – fiscalizar o cumprimento das regras de uso
Art. 26 Esta Portaria entra em vigor na data
da câmera e a montagem no uniforme;
de sua publicação.
IV - classificar as evidências digitais coletadas.
Art. 27 Ficam revogadas as disposições em
contrário.
DA PERDA, EXTRAVIO, FURTO, ROUBO SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENI-
E/OU MAU USO DO EQUIPAMENTO TENCIÁRIA E RESSOCIALIZAÇÃO, em Fortaleza,
09 de agosto de 2023.
Art. 22 Ocorrendo a perda, extravio, mau uso,
furto e/ou roubo de câmera corporal, o policial pe-
nal responsável pelo equipamento deverá comuni-
car o fato imediatamente a chefia imediata, medi-
ante a apresentação de boletim de ocorrência poli-
cial, no qual deve conter a identificação da câmera.
Art. 23 A chefia imediata, após tomar conhe-
cimento e mediante o recebimento de cópia do bo-
letim de ocorrência, deverá realizar, concomitante-
mente, os seguintes procedimentos:
I - comunicar o fato ao gestor do contrato e re-
querer a substituição do equipamento, no prazo de TÍTULO I
até 72h (setenta e duas horas); DO SISTEMA PENITENCIÁRIO

393
Art.1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Eventos – NAE e do Núcleo de Gestão de Assisti-
Ceará adota os princípios contidos nas Regras Mí- dos e Egressos.
nimas para Tratamento dos Reclusos e Recomen-
dações pertinentes, formuladas pela Organização
das Nações Unidas -ONU- e respeita as diretrizes TÍTULO II
fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Pe- DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
nais), alterações legislativas posteriores e nas Re-
comendações Básicas para uma programação pri- Art.6º - O Sistema Penitenciário do Estado do
sional editadas pelo Ministério da Justiça.
Ceará é constituído pelas seguintes Unidades:
Art.2º - O Sistema Penitenciário do Estado do I - Centro de Triagem e Observação Criminoló-
Ceará tem como finalidade a vigilância, custódia e gica;
assistência aos presos e às pessoas sujeitas a me-
didas de segurança, assegurando-lhes a preserva- II – Unidades Prisionais e Casas de Privação
ção da integridade física e moral, a promoção de Provisória de Liberdade;
medidas de integração e reintegração sócio-educa- III – Penitenciárias;
tivas, conjugadas ao trabalho produtivo. IV - Colônias Agrícolas, Industriais ou Simila-
§1º - Configura-se, ainda, como finalidade do res;
sistema penitenciário estadual, a fiscalização e as- V - Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sa-
sistência ao egresso, garantindo lhes a promoção natório Penal e Hospital de Custódia e Tratamento
de medidas de integração e reintegração sócio- Psiquiátrico);
educativas.
VI - Casas do Albergado;
Art.3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas
VII - Cadeias Públicas.
características especiais, fundamenta-se na hierar-
Daniel RIBEIRO
quia funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa
DE ANDRADE
§1º – Os estabelecimentos prisionais buscarão
danielicoense@gmail.com
dos direitos e garantias individuais da pessoa hu- não exceder a sua capacidade populacional má-
mana, organizado em Coordenadoria do Sistema 609.749.013-50
xima projetada.
Penal - COSIPE, vinculado ao Poder Executivo §2º - A fim de garantir que o aprisionamento
como Órgão de Administração da Execução Penal. ocorra em estabelecimento próximo ao contato fa-
Art.4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é miliar, deverá ser priorizada a construção de unida-
órgão subordinado diretamente ao Secretário da des prisionais regionais.
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, organi- Art.7º - Os estabelecimentos prisionais desti-
zada em carreira, com ingresso de seus integrantes nam-se ao condenado, ao submetido à medida de
na classe inicial, mediante Concurso Público de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral,
nomeado pelo Governador do Estado do Ceará, Art.8º - Em todos os estabelecimentos prisio-
preferencialmente entre os membros da Instituição. nais será obrigatoriamente observada a separação
entre presos provisórios e condenados, bem como
Parágrafo único - A nomeação do Coordena-
a distinção por sexo, delito, faixa etária e antece-
dor do Sistema Penal deverá obedecer aos mes-
dentes criminais, para orientar a prisão cautelar, a
mos critérios previstos para a dos Diretores das
execução da pena e a medida de segurança.
Unidades Prisionais, constantes do artigo 75 da Lei
7.210/84 (Lei de Execuções Penais). §1º - Nos estabelecimentos prisionais será ob-
servada a proporção de, no mínimo, 01 (um)
Art.5º - A Coordenadoria de Inclusão Social agente penitenciário para cada 25 (vinte e cinco)
do Preso e do Egresso é órgão subordinado direta- internos por plantão, sendo vedada a existência de
mente ao Secretário da Justiça e Cidadania do Es- unidade prisional com menos de 2 (dois) agentes
tado do Ceará, tendo como missão promover a in- por plantão.
clusão social do preso e do egresso, através do Nú-
cleo Educacional e de Capacitação Profissionali- §2º - Nos estabelecimentos prisionais fica es-
zante – NECAP, do Núcleo de Empreendedorismo tabelecida a proporção de profissionais da equipe
e Economia Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e técnica por 500 (quinhentos) detentos, obede-
cendo-se o seguinte: Médico Clínico – 1;

394
Enfermeiro – 1; Auxiliar de Enfermagem – 1; Odon- especificidades e os responsáveis pela segurança
tólogo – 1; Auxiliar de Consultório Dentário – 1; Psi- interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenci-
cólogo – 1; Assistente Social – 1; Advogado auxiliar ários do sexo feminino, exceto em eventos críticos
da direção - 1; Estagiário de Direito – 2; Terapeuta ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade
Ocupacional - 1. de existência de uma creche para a acomodação
§3º - O acesso à justiça integral e gratuito será dos recém-nascidos das internas neles recolhidos,
assegurado aos internos através da Defensoria Pú- nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável
blica, instituição autônoma, que disporá de espaço por igual período, se necessário
físico adequado para exercer suas funções. §2º - Nas Comarcas onde não existam peniten-
ciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente,
Art.9º - O Centro de Triagem e Observação
atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas
Criminológica, situado na região metropolitana de as normas deste Regimento no que forem aplicá-
Fortaleza, concentrará o recebimento de presos veis, bem como as restrições legais ou decisões ju-
oriundos da Secretaria de Segurança Pública e De- diciais.
fesa Social e das comarcas do interior.
§3º - Haverá em cada estabelecimento de re-
§1º - O Centro de Triagem e Observação Cri- gime fechado uma Comissão Técnica de Classifi-
minológica será responsável pela identificação e cação, que proporá o tratamento adequado para
realização dos exames gerais de admissão dos in- cada preso ou internado, além de acompanhar o
ternos, sendo dotado de equipe técnica que promo- programa de individualização da pena.
verá atendimento social, psicológico, médico,
odontológico e jurídico, cujos resultados e desdo- Art.11 - As Casas de Privação Provisória de
bramentos serão encaminhados à Comissão de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, de-
Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – vendo apresentar estrutura adequada que garanta
CATVA que deliberará a unidade prisional destina- o exercício dos direitos elencados no presente Re-
Daniel
tária para recebimento do preso e, RIBEIRO DEgimento
posteriormente, ANDRADE e demais legislações.
às Comissões Técnicas de Classificação das uni-
danielicoense@gmail.com§1º - Excepcionalmente, visando garantir a in-
dades de recebimento. 609.749.013-50
tegridade física e mental do interno, estas unidades
Art.10 - As Penitenciárias destinam-se aos poderão abrigar presos condenados, que deverão
condenados ao cumprimento da pena de reclusão, permanecer em acomodações separadas dos pro-
em regime fechado, caracterizando se pelas se- visórios.
guintes condições: Art.12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, In-
I - Segurança externa, através de muralha, dustriais ou Mistos destinam se aos condenados e
com passadiço e guaritas de responsabilidade dos condenadas ao cumprimento da pena em regime
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secre- semi-aberto, caracterizando-se pelas seguintes
taria da Justiça e Cidadania. condições:
II - Segurança interna realizada por equipe de I - locais para:
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secre- a) trabalho interno agropecuário;
taria da Justiça e Cidadania que preserve os direi-
tos do preso, mantenha a Segurança, a ordem e a b) trabalho interno industrial;
disciplina da Unidade; c) trabalho de manutenção e conservação intra
III - Acomodação do preso preferencialmente e extra-muros, na circunscrição da Unidade respec-
em cela individual; tiva;
IV - Locais de trabalho, atividades sócio-edu- II- acomodação em alojamento ou cela indivi-
cativas e culturais, esportes, prática religiosa e visi- dual ou coletiva;
tas; III- trabalho externo na forma da Lei;
V - Trabalho externo, conforme previsto no IV- locais internos e externos para atividades
art.36 da Lei de Execução Penal (LEP). sócio-educativas e culturais, esportes, prática reli-
§1º - Os estabelecimentos destinados a mulhe- giosa e visita conforme dispõe a Lei.
res terão estrutura adequada às suas

395
Art.13 - O Hospital Geral e Sanatório Penal tempo necessário ao seu pronto restabelecimento,
destina-se ao tratamento do preso, em regime de atestado pelo serviço médico local.
internamento, das enfermidades infecto-contagio- §2º - Em nenhuma hipótese será admitido o in-
sas, dos pós-operatórios, das convalescenças e de gresso ou permanência de pessoas que não apre-
exames laboratoriais. sentem quadro patológico característico da desti-
§1º - O preso acometido de enfermidades, con- nação do respectivo estabelecimento.
forme artigo acima, deverá permanecer internado o §3º - Na unidade de que trata o caput deste ar-
tempo necessário à sua reabilitação, tendo retorno tigo deverão existir estruturas específicas para a
imediato à sua Unidade Prisional de origem logo assistência à saúde mental da mulher, em atenção
após emissão de laudo médico autorizando sua às suas peculiaridades.
alta.
Art.15 - A Casa do Albergado destina-se ao
§2º - Os presos ou internados que apresenta- cumprimento da pena privativa de liberdade em re-
rem quadro de sorologia positiva HIV, receberão gime aberto e da pena restritiva de direitos consis-
tratamento individualizado, a critério médico. tente em limitação de fim de semana, acolhendo
§3º - Aos presos ou internados que apresenta- pessoas do sexo masculino e feminino, garantindo-
rem quadro de dependência química em substân- se a separação adequada com vistas à individuali-
cias entorpecentes será garantido tratamento indi- zação das penas.
vidualizado adequado às suas necessidades, ado- §1º - O prédio deverá situar-se em centro ur-
tando-se políticas públicas voltadas para esta fina- bano, separado dos demais estabelecimentos, e
lidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como caracterizar-se-á pela ausência de obstáculos físi-
serão incluídos nas atividades do Programa de cos contra a fuga.
Ações Continuadas de Assistência aos Drogadic-
tos – PACAD da Sejus. §2º- A Casa do Albergado, além de dispor de
Daniel RIBEIRO local adequado para cursos e palestras, realizará
DE ANDRADE
§4º - Na unidade de que trata o caput deste ar- encaminhamentos dos internos à rede de assistên-
tigo deverão existir leitos destinados aodanielicoense@gmail.com
tratamento cia social, de saúde e educação.
de mulheres presas. 609.749.013-50
Art.16 - A Cadeia Pública destina-se priorita-
§5º - O estabelecimento citado no caput de-
verá funcionar com equipes multidisciplinares em riamente ao recolhimento de presos e presas pro-
regime de plantão. visórios.

§6º - a Secretaria da Justiça e Cidadania se- §1º - Nas Comarcas onde não existam peniten-
guirá as recomendações das portarias interministe- ciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente,
riais do Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas
em relação ao tema saúde, na execução de vagas as normas deste Regimento Geral no que forem
e atendimentos para os presos em casos de exa- aplicáveis e as restrições legais ou de decisões ju-
mes e tratamentos de alta complexidade. diciais, bem como a capacidade populacional má-
xima da Unidade respectiva.
§7º - Nas unidades prisionais femininas deve-
rão existir estruturas específicas para a assistência §2º - Ao preso provisório será assegurado re-
integral à saúde da mulher, em atenção às suas pe- gime especial no qual se observará:
culiaridades. I - separação dos presos condenados;
Art.14 - O Hospital de Custódia e Tratamento II - utilização de pertences pessoais permiti-
Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medi- dos;
das de segurança e ao tratamento psiquiátrico se- III - uso de uniforme fornecido pelo Estabeleci-
paradamente, devendo adequar-se às normas apli- mento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas;
cáveis ao tratamento das respectivas insanidades.
IV - oferecimento de oportunidade de educa-
§1º - O preso comprovadamente portador de ção, trabalho e lazer nos termos da legislação per-
doença mental deverá ser imediatamente encami- tinente;
nhado ao estabelecimento adequado para seu tra-
tamento, lá não podendo permanecer além do

396
V - visita e atendimento médico e odontológico, pelo Conselho Disciplinar e pela Comissão Técnica
sendo facultado ao preso optar por profissional par- de Classificação.
ticular às suas expenças;
Art.19 - A (o) Diretor(a) da Unidade Prisional,
VI - Acesso aos meios de comunicação exter- compete:
nos, autorizados por lei.
I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos téc-
§3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Es- nicos, administrativos, operacionais, laborais, edu-
tado as prefeituras municipais oferecerão aos pre- cativos, religiosos, esportivos e culturais da Uni-
sos e presas os serviços essenciais, conforme de- dade respectiva;
terminação do Ministério da Saúde e Ministério da
Justiça. II - Adotar medidas necessárias à preservação
dos Direitos e Garantias Individuais dos presos;
Art.17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º
III - Visitar os presos nas dependências do Es-
deste Regimento, respeitadas suas especificida- tabelecimento, anotando suas reclamações e pedi-
des, deverão ainda ser respeitadas as seguintes dos, procurando solucioná-los de modo adequado,
determinações: no âmbito de sua competência ou encaminhá-los
I - Segurança externa, através de muralha com ao órgão competente, observando as normas de
passadiço e guaritas de responsabilidade dos segurança;
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secre- IV - Dar cumprimento as determinações judici-
taria da Justiça e Cidadania, submetidos a uma ca- ais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Pú-
pacitação específica para tal finalidade. blico, Defensoria Pública e Conselho Penitenciário
II - Segurança interna realizada por equipe de as informações que lhe forem solicitadas, relativas
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secre- aos condenados e aos presos provisórios;
taria da Justiça e Cidadania que preserve os direi- V - Assegurar o normal funcionamento da Uni-
tos do preso, mantenha a Segurança, a ordem
Daniel e a DEdade,
RIBEIRO ANDRADE
observando e fazendo observar as normas
disciplina da Unidade. danielicoense@gmail.com
da Lei de Execução Penal e do presente Regi-
§1º - Nas situações de conflito mais graves a mento Geral;
609.749.013-50
manutenção ou restabelecimento da ordem será VI - Presidir a Comissão Técnica de Classifica-
promovida por grupo especial de agentes peniten- ção;
ciários com treinamento e equipamentos específi-
cos. VII - Elaborar o plano de segurança interna do
Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Se-
§2º - Em caso de necessidade de intervenção gurança e disciplina;
da Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer
das unidades referidas no caput deste artigo, sua VIII - Conceder audiência ao interno quando
permanência no interior das mesmas se dará pelo solicitada;
tempo estritamente necessário ao restabeleci- IX - Comparecer nas sessões do Conselho Pe-
mento da ordem e da segurança interna, não po- nitenciário, quando convocado;
dendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo decisão
X - Elaborar o plano operativo anual da Uni-
fundamentada da autoridade judiciária competente.
dade e Administrar o Estabelecimento traçando di-
retrizes, orientando e controlando a execução das
TÍTULO III atividades sob sua responsabilidade;
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS XI - Realizar mensalmente reuniões com os
UNIDADES servidores da Unidade para estudos conjuntos de
problemas afetos à mesma;
XII - Promover mensalmente reunião com os
Art.18 - As Unidades Prisionais do Estado do
representantes dos internos, realizando o Parla-
Ceará serão dirigidas por um(a) Diretor(a), que mento Carcerário;
será assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a),
pelo Gerente Administrativo, pelo Chefe de Segu- XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disci-
rança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos plina – NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança
Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas de lotação dos servidores da Unidade;

397
XIV - executar as determinações do Coordena- preferencialmente pertencente ao quadro de servi-
dor da COSIPE; dores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidada-
XV - autorizar visitas extraordinárias aos pre- nia.
sos, em casos especiais, nos termos deste Regi- Art.21 - A (o) Diretor(a) Adjunto, compete:
mento;
I - Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da
XVI - Autorizar remoção do preso para Estabe- Unidade Prisional no desempenho de suas atribui-
lecimento Penal diverso em caráter urgente e ex- ções;
cepcional, comunicando imediatamente ‘a Comis-
são de Avaliação de Transferências e Gestão de II - Substituir, em seus afastamentos, ausên-
Vagas – CATVA, que deliberará a unidade prisional cias e impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Uni-
destinatária para recebimento do preso. Definida a dade Prisional, independente de designação espe-
unidade, deverá ser comunicada a transferência ao cifica, salvo se por prazo superior a 30 (trinta) dias;
Juízo responsável pela prisão, ao Ministério Pú- III - Autorizar a expedição de certidões relati-
blico, à Defensoria Publica, ao Conselho Penitenci- vas aos assuntos da Unidade;
ário, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, nos ca- IV - Acompanhar a execução do plano de férias
sos expressos neste Regimento; dos servidores da Unidade;
XVII - mostrar aos visitantes as dependências V - Exercer outras atividades que lhes sejam
do estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter determinadas pelo(a) Diretor(a) da Unidade.
cultural ou cientifico, devidamente autorizadas pela
COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer ne- §1º - A substituição prevista neste artigo, por
cessário, os objetivos da execução penal; período igual ou superior a 30 (trinta) dias, propici-
ará ao substituto os direitos e vantagens do cargo
XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de Diretor(a) da Unidade.
de grave enfermidade, morte ou transferência
deste, comunicando ao preso, de igualDaniel
modo,RIBEIRO
a do- §2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, prefe-
DE ANDRADE
ença ou morte de pessoa de sua família rencialmente,
danielicoense@gmail.com
e conce- ser ocupado por servidor estável de
carreira
dendo lhe, se for o caso, permissão para sair; 609.749.013-50 da Secretaria de Justiça e Cidadania.
IX - Atribuir, em solenidades especiais, prê- Art.22 - Ao Gerente Administrativo compete
mios e recompensas aos presos de exemplar com- organizar, controlar e executar as atividades de
portamento e àqueles que pratiquem atos meritó- apoio necessárias ao bom funcionamento operaci-
rios; onal do Estabelecimento, inclusive a manutenção
preventiva e corretiva, competindo-lhe:
X - Realizar outras atividades dentro de sua
área de competência. I - receber, controlar e distribuir gêneros ali-
mentícios, os destinados ao consumo do Estabele-
Art.20 - O(a) ocupante do cargo de diretor(a)
cimento;
de Unidade Prisional, escolhido preferencialmente
entre os servidores de carreira da Secretaria de II - supervisionar os serviços de copa e de co-
Justiça e Cidadania, com atenção à sua vocação e zinha;
preparação profissional específica, deverá satisfa- III - requisitar o material de expediente e provi-
zer os seguintes requisitos: denciar a redistribuição junto aos demais serviços
I - ser portador(a) de diploma de nível superior do Estabelecimento;
em Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou IV - manter sob sua guarda e responsabilidade
Pedagogia, ou Serviços Sociais; todos os pertences do preso, de uso não permitido,
II - possuir experiência administrativa na área; fornecendo a estes comprovantes de recebimento;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão V - manter em bom estado de funcionamento
para o desempenho da função. as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias
e de climatização do prédio requisitando, com an-
Parágrafo Único - O cargo de Diretor do Hos- tecedência o material que for necessário para este
pital Geral e Sanatório Penal e do Hospital de Cus- fim;
tódia e Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado
por profissional da área de saúde,

398
VI - elabora o relatório anual das atividades II - realizar reuniões com os presos para prele-
inerentes ao serviço; ções instrutivas e disciplinares;
VII - efetuar o balancete mensal do estoque de III - propor a concessão ou suspensão de re-
mercadoria existente; compensas aos presos;
VIII - proceder á identificação de todo o mate- IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos
rial permanente em uso na unidade; presos as ocorrências e alterações havidas com
IX - adotar as medidas de segurança contra in- estes;
cêndio nas dependências do estabelecimento es- V - controlar a movimentação de presos
pecialmente na área de prontuário e almoxarifado; quando das transferências para outras celas;
X - providenciar a manutenção preventiva e VI - manter atualizada a relação geral dos pre-
corretiva de máquinas, equipamentos e móveis em sos, seus locais de recolhimento noturno, de traba-
uso na unidade; lho e/ou permanência obrigatória;
XI - zelar pela conservação e limpeza do pré- VII - opinar quanto aos horários de visitas, ran-
dio; cho, repouso noturno, alvorada e atendimento aos
XII – controlar a manutenção de primeiro esca- presos;
lão, de responsabilidade dos motoristas nas viatu- VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as
ras da unidade; faltas disciplinares, praticadas por presos para co-
XIII - executar e controlar os serviços de repro- nhecimento e julgamento;
dução xerográfica ou similar de documentos, publi- IX - promover vistorias nos presos e buscas
cações e impressos de interesse de Unidade; nas dependências do estabelecimento, de caráter
XIV - organizar a prestação de contas dos su- preventivo ou sempre que houver fundadas suspei-
primentos de fundos destinados ao estabeleci- tas de porte ou uso indevido de armas, aparelhos
Daniel RIBEIRO DEcelulares
ANDRADE ou de objetos que possam ser utilizados
mento;
danielicoense@gmail.com
para prática de crimes ou falta disciplinares;
XV - efetuar o controle diário das folhas e car-
609.749.013-50
tões de registro de comparecimento do pessoal em X - manter atualizados registros e alterações
exercício na Unidade; relativas aos agentes penitenciários;

XVI - preparar dentro dos prazos estipulados XI - elaborar a escala do plantão e organizar a
os documentos de controle de comparecimento e composição das equipes;
de alterações relativos ao pessoal, encaminhan- XII - zelar pelo bom funcionamento dos equi-
doos á COSIPE. pamentos e implementos necessários á execução
Parágrafo Único - O cargo de Gerente Admi- dos serviços de segurança interna;
nistrativo deverá ser ocupado por servidor de car- XIII - promover mensalmente em caráter ordi-
reira da Secretaria de Justiça e Cidadania. nário, reuniões com os agentes prisionais e extra-
ordinariamente quando necessário;
Art.23 - Ao Chefe de Segurança e Disciplina
compete gerenciar o setor de Segurança e Disci- XIV - propor ao diretor a lista de nomes para
plina, elaborando o plano de segurança interna do escolha e designados dos chefes de equipes;
Estabelecimento, visando proteger a vida e a inco- XV - assegurar o respeito aos visitantes en-
lumidade física dos servidores de carreira, terceiri- quanto permanecerem nas dependências da Uni-
zados e presos e a garantia das instalações físicas, dade;
bem como promover o conjunto de medidas que
XVII - manter em arquivo o registro das pes-
assegurem o cumprimento da disciplina prisional e
soas que visitam a Unidade;
organizar, controlar e orientar os Agentes Peniten-
ciários no exercício de suas atribuições, compe- XVIII - comunicar, diariamente, ao diretor c/ou
tindo-lhe: substituto as alterações constantes no relatório de
serviço diário;
I - orientar os presos quanto aos seus direitos,
deveres e normas de conduta a serem observados, XIX - manter informado o diretor sobre quais-
quando de sua chegada à Unidade; quer alterações havidas na unidade;

399
XX - colaborar nas realizações de eventos de I - Conhecer, analisar, processar e julgar as fal-
caráter sócio cultural, esportivo e cívico do estabe- tas disciplinares cometidas pelos internos, apli-
lecimento. cando a sanção disciplinar adequada à falta come-
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Segu- tida, assegurados o contraditório e a ampla defesa,
rança e Disciplina deverá ser ocupado preferenci- por Defensor Público ou Advogado constituído pelo
almente por agente penitenciário estável da Secre- interno.
taria de Justiça e Cidadania. II - Conhecer os resultados de eventuais exa-
mes criminológicos e acompanhar o perfil compor-
Art.24 - Ao Chefe de Equipe dos Agentes Pe-
tamental do preso.
nitenciários compete:
Art.26 - O Conselho Disciplinar, que será pre-
I - Conferir o relatório da equipe anterior;
sidido pelo Diretor Adjunto e nas suas faltas ou im-
II - Conferir o material de segurança sob sua pedimentos, pelo Chefe de Segurança e Disciplina,
responsabilidade, bem como a frequência dos reunir-se-á tantas vezes quantas necessárias para
membros de sua equipe, distribuindo as tarefas re- deliberar sobre as tarefas a seu cargo.
lativas ao funcionamento da unidade entre os pre-
sentes; §1º - Em caso de empate será considerado
vencedor o voto favorável ao preso.
III - Dar encaminhamento e supervisionar a
execução das determinações da Direção e do §2º - As decisões do Conselho de Disciplina
Chefe de segurança e disciplina; serão sempre coletivas e lançadas por escrito,
sendo tomadas por maioria simples, observado
IV - Comunicar imediatamente qualquer ocor- quorum mínimo de 03 (três) membros para delibe-
rência que comprometa a ordem, a segurança e a ração.
disciplina da unidade à Direção e ao Chefe de Se-
gurança e Disciplina, relatando, em seguida, de Art.27 - A Comissão Técnica de Classifica-
forma circunstanciada, por escrito; Daniel RIBEIRO DE ção, ANDRADE
órgão colegiado, deverá ser composta pelo(a)
Diretor(a)
danielicoense@gmail.com do Estabelecimento, que a presidirá, dois
V - Em caso de emergência que comprometa
agentes penitenciários, com larga experiência no
609.749.013-50
a integridade física do preso, autorizar transferên-
penitenciarismo, um Psiquiatra, um Psicólogo, um
cia de alojamento no interior da unidade, diante da
Assistente Social, e tem por finalidade aquilatar a
ausência de seu superior hierárquico;
personalidade do condenado, para determinar o
VI - Em caso de emergência que comprometa tratamento adequado, competindo-lhe:
a integridade física do preso, autorizar a saída tem-
I - Fixar o programa reeducativo;
porária do mesmo para atendimento médico, medi-
ante escolta, diante da ausência de seu superior hi- II - Acompanhar a execução das penas privati-
erárquico; vas de liberdade;
VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os III - Classificar o condenado segundo seus an-
agentes penitenciários de plantão, cumprindo e fa- tecedentes e personalidade, para orientar a indivi-
zendo cumprir as normas e regulamentos do esta- dualização da execução penal;
belecimento; IV - Propor as conversões e as regressões,
VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final bem como as progressões;
de seu plantão, registrando todas as ocorrências V - Informar, caso seja solicitado, através de
havidas; parecer técnico, o perfil criminológico do conde-
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Equipe nado para fins de benefício;
dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos
preferencialmente por agente penitenciário estável presidiários e assegurar a proteção dos seus direi-
da Secretaria de Justiça e Cidadania. tos, cuja suspensão ou restrição competirá a Dire-
Art.25 - O Conselho Disciplinar, órgão colegi- ção da Unidade ou ao Juiz das Execuções Crimi-
ado formado pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de nais.
Segurança e Disciplina, por um Assistente Social,
um Psicólogo e por um agente penitenciário de no-
tória experiência, tem por finalidade:

400
Art.28 - A Comissão Técnica de Classifica-
ção, para obtenção de dados reveladores da per- TÍTULO V
sonalidade dos presos, poderá: DO INGRESSO, TRANSFERENCIA E
I - Entrevistar pessoas; SAÍDA DO PRESO
II - Requisitar de órgãos públicos ou privados
dados e informações referentes ao preso; CAPÍTULO I
III - Realizar outras diligências e exames. DO INGRESSO

TÍTULO IV Art.32 - O ingresso do preso condenado de-


DAS FASES DA EXECUÇÃO ADMINISTRA- verá se dar mediante apresentação da guia de re-
colhimento, expedida pela autoridade judiciária
TIVA DA PENA
competente, observando-se o disposto nos
arts.105 a 107 da Lei 7210/ 84 (Lei de Execuções
Art.29 - As fases da execução administrativa Penais).
da pena serão realizadas através de estágios, res- Art.33 - O ingresso do preso provisório se
peitados os requisitos legais, a estrutura física e os dará através da apresentação dos seguintes docu-
recursos materiais de cada unidade prisional. mentos:
I- Primeira Fase - procedimentos de inclusão e I - guia de recolhimento expedida pela autori-
observação por prazo não superior a 60 (sessenta) dade policial ou judiciária competente;
dias, realizado pelo Centro de Triagem e Observa-
ção Criminológica, e complementados pela Comis- II - comprovação de que o mesmo foi subme-
são Técnica de Classificação da unidade recebe- tido a exame de corpo de delito;
dora; Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
III - comprovante de identificação do preso
junto à Delegacia de Capturas;
danielicoense@gmail.com
II- Segunda Fase - desenvolvimento do pro-
cesso da execução da pena compreendendo as vá-
609.749.013-50IV - Informação sobre os antecedentes crimi-
rias técnicas promocionais e de evolução sócioedu- nais do preso, com cópia do auto de prisão em fla-
cativas. grante ou do mandado de prisão judicial.
Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Ci- Parágrafo Único - Toda entrada, transferência
dadania elaborará Protocolo de Procedimentos ou saída de preso de unidade deverá ser comuni-
Operacionais de Segurança Penitenciária, abran- cada pela Direção a todos os juízos onde o mesmo
gendo, entre outras atividades e técnicas, uso de responda a procedimento criminal.
algemas; recebimento de presos; padrão de visto-
rias e de revista pessoal; manuseio de equipamen- Art.34 - Na ocasião do ingresso no Sistema
tos de segurança; controle de acesso de pessoas, Penitenciário, o preso se submeterá a revista pes-
veículos e materiais; emprego de armas letais e soal e de seus pertences, devendo, logo após, ser
não-letais; uso progressivo e proporcional da força, submetido a higienização corpórea e substituição
observando-se procedimentos específicos nos es- de seu vestuário pelo uniforme padrão adotado.
tabelecimentos prisionais femininos. Art.35 – No ingresso, o preso terá aberto, em
Art.30 - À Comissão Técnica de Classifica- seu nome, um prontuário, devidamente numerado
ção, caberá avaliar a terapêutica penal em relação em ordem seriada, onde serão anotados, dentre
ao preso sentenciado, propondo as promoções outros, seus dados de identificação e qualificação,
subseqüentes. de forma completa, dia e hora da chegada, situação
de saúde física e mental, aptidão profissional e al-
Art.31 - As perícias criminológicas, eventual- cunhas.
mente requisitadas, deverão ser realizadas pela
§1º - No prontuário ficarão arquivados todos os
equipe técnica do Centro de Triagem e Observação
documentos relativos ao preso, inclusive certidão
Criminológica ou pela Comissão Técnica de Clas-
atualizada de antecedentes criminais do juízo local,
sificação da unidade, observando em cada caso o
bem como do seu domicílio de origem;
que for mais adequado.

401
§2º - A fotografia do preso será parte integrante Art.40 - Nos (10) dez primeiros dias do está-
do prontuário. gio de adaptação o preso não poderá receber visi-
§3º - Após a abertura do prontuário, o preso tas de familiares e amigos, podendo somente rece-
receberá instruções a serem cumpridas, sobre as ber seu advogado ou Defensor Público.
normas do estabelecimento, sendo cientificado dos Art.41 - Durante o período de adaptação o
direitos e deveres prescritos no presente Regi-
preso será classificado quanto ao grau de periculo-
mento, e da possibilidade de acesso ao mesmo
sidade, comportamento e antecedentes.
sempre que desejar.
§4º - Em todas as dependências e acomoda-
ções das unidades prisionais deverão afixar-se os CAPÍTULO II
direitos e deveres dos presos, permanecendo o DA TRANSFERÊNCIA
presente regimento acessível a todos sempre que
desejarem consultar.
Art.42 - A transferência do preso de uma uni-
§5º - Os analfabetos serão instruídos oral- dade prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes
mente. condições:
Art.36 - Os pertences trazidos com o preso I - por ordem judicial;
cuja posse não for permitida serão inventariados e
II - por interesse técnico-administrativo da ad-
colocados em depósito apropriado no Setor da Ge-
ministração penitenciária;
rência Administrativa da Unidade Prisional, medi-
ante contra recibo, sendo entregues posterior- III - a requerimento do interessado;
mente aos seus familiares, ou a pessoa por ele in- IV - por determinação do Secretário de Justiça
dicada. e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Pri-
§1º - Os objetos de valor e jóiasDaniel
serão recolhi- sional
RIBEIRO DE ANDRADE
dos ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias §1º - A Comissão de Avaliação de Transferên-
danielicoense@gmail.com
em dinheiro serão depositadas em conta corrente cias e Gestão de Vagas – CATVA será formada por
609.749.013-50
do pecúlio disponível, com preenchimento dos res- equipe multidisciplinar e administrará o ingresso,
pectivos recibos. reingresso e a transferência de presos nas unida-
Art.37 - O preso será submetido a exames des do sistema penitenciário estadual, indicando a
clínicos pelo Serviço de Saúde, devendo ser exa- unidade para onde o interno será encaminhado, de-
minado por médico, que fornecerá atestado sobre vendo ser presidida pelo Coordenador Adjunto da
as condições físicas apresentadas quando de sua COSIPE, que executará, privativamente, as atribui-
chegada, e relacionará a necessidade de ingestão ções previstas no inciso II do Art.16 do Decreto
de medicamentos eventualmente trazidos pelo nº27.385 de 02.03.2004.
preso, sob prescrição médica, bem como de dieta §2º - A Comissão de Avaliação de Transferên-
diferenciada. cias e Gestão de Vagas – CATVA será o órgão
competente para a liberação de vagas para presos
Art.38 - Quando da impossibilidade de cum-
provisórios e condenados em presídios, casas de
prir todas as exigências enumeradas nos dispositi-
privação provisórias de liberdade, penitenciárias,
vos anteriores, na data da inclusão, as mesmas po-
Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Mani-
derão ocorrer nos três dias úteis subseqüentes.
cômio Judiciário do Estado do Ceará, vinculados a
Art.39 - O preso que adentrar pela primeira Comarca de Fortaleza, obedecendo os procedi-
vez na Unidade cumprirá um período inicial consi- mentos contidos em Portaria específica, obser-
derado de adaptação e observação, nunca superior vando as avaliações realizadas pelo Centro de Tri-
a 60 (sessenta) dias, durante o qual será obser- agem e Observação Criminológica.
vado seu comportamento no Centro de Triagem e §3º - Nos estabelecimentos prisionais não al-
Observação Criminológica e posteriormente, pela cançados pelas atribuições da Comissão de Avali-
Comissão Técnica de Classificação da unidade re- ação de Transferências e Gestão de Vagas - CA-
cebedora. TVA, a regulamentação permanecerá determinada
pelo presente Regimento.

402
§1º - Compete à Coordenadoria do Sistema
SEÇÃO I Penal, nas unidades não alcançados pelas atribui-
POR ORDEM JUDICIAL ções da Comissão de Avaliação de Transferências
e Gestão de Vagas, em caráter excepcional, e de-
vidamente justificada, determinar a transferência
Art.43 - A transferência provisória ou defini- do preso, de uma a outra unidade prisional.
tiva do preso de uma unidade prisional para outra,
§2º - A transferência de preso condenado ou
por ordem judicial, dar-se-á nas seguintes circuns-
provisório será, no prazo improrrogável de 24 (vinte
tâncias:
e quatro) horas, comunicada, respectivamente, ao
I - por sentença de progressão ou regressão juízo das execuções penais ou ao juízo responsá-
de regime; vel pelo processo.
II - para apresentação judicial dentro e fora da
Comarca;
SEÇÃO III
III - para tratamento psiquiátrico, desde que A REQUERIMENTO DO INTERESSADO
haja indicação médica;
IV - em qualquer circunstância, mais adequada
Art.45 – Fora das hipóteses que dependam
ao cumprimento da sentença, em outro Estado da
Federação, a juízo da autoridade judiciária compe- de decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu
tente. procurador poderão requerer sua transferência, ao
diretor do estabelecimento respectivo, para uni-
dade prisional do mesmo regime quando:
SEÇÃO II I - conveniente, por ser na região de residência
POR INTERESSE ou domicílio da família, devidamente comprovado;
Daniel DA
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO RIBEIRO DE ANDRADE
II - necessária a adoção de Medida Preventiva
danielicoense@gmail.com
ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA de Segurança Pessoal, e a unidade prisional não
609.749.013-50
dispuser de recurso para administrá-la.
Art.44 – O preso será transferido por inte- Parágrafo único – O diretor do estabelecimento
resse técnico-administrativo da administração peni- ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e
tenciária nas seguintes circunstâncias: Disciplina e do Serviço Social, devendo ser ane-
xada Certidão Carcerária contendo a data de en-
I - por solicitação do diretor da unidade, con- trada do preso, o tempo de recolhimento e o seu
forme indicação da Comissão Técnica de Classifi- comportamento carcerário, e encaminhará à CA-
cação e demais áreas de avaliação; TVA para deliberação.
II- no caso de doença, que exija tratamento
Art.46 – O pedido conterá:
hospitalar do preso, quando a unidade prisional não
dispuser de infra-estrutura adequada, devendo a I - petição assinada pelo requerente ou termo
solicitação ser feita pela autoridade médica, ratifi- de declaração, onde justifique os motivos da pre-
cada pelo diretor da unidade; tensão;
III - por interesse da Administração, com vistas II- qualificação e extrato da situação proces-
a preservação da segurança e disciplina. sual do sentenciado;
IV - para preservação da segurança pessoal do III- informações detalhadas das condições de
interno; saúde, trabalho, instrução e conduta prisional;
V - a preservação de condições pessoais favo- IV- manifestação do diretor da unidade prisio-
ráveis à individualização da execução penal; nal, sobre a conveniência ou não da transferência.
VI - a preservação de laços afetivos entre o Art.47 - Quando ocorrer transferência tempo-
condenado e seus parentes; rária de presos entre as unidades prisionais, deverá
VII – para o exercício de atividades educacio- haver acompanhamento de informações referentes
nais e/ou laborativas. à disciplina, saúde, execução da pena e visitas dos

403
mesmos, a fim de orientar procedimento na uni- I. a entrevista de desligamento realizada prefe-
dade de destino. rencialmente por psicólogo ou assistente social,
§1º - No caso de remoção definitiva, além das quando receberá aconselhamento e orientação,
providências do caput deste artigo, o preso deverá além do encaminhamento para a Coordenadoria de
ser acompanhado de seu prontuário e pertences Inclusão Social do Preso e do Egresso – CISPE,
pessoais. rede sócio-assistencial, de saúde e de educação;
II. orientação, preferencialmente pelo Defensor
Público lotado na unidade, sobre as condições jurí-
SEÇÃO IV
dicas às quais ficará submetido;
POR DETERMINAÇÃO DO SECRETÁRIO
III. vestimentas e condições de transporte para
DE JUSTIÇA E CIDADANIA, MEDIANTE
o retorno à sua residência de forma digna, desde
RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA que localizada no Estado do Ceará ou, em situa-
PRISIONAL ções excepcionais, a critério da Secretaria da Jus-
tiça e Cidadania.
Art.48 – A - Emergencialmente, a transferên-
cia se dará por determinação do Secretário de Jus- TÍTULO VI
tiça e Cidadania, através da COINT ou COSIPE. DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS
Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas) BENS, REGALIAS E RECOMPENSAS
horas haverá formalização da transferência emer-
gencial à Comissão de Avaliação de Transferên-
cias e Gestão de Vagas - CATVA, em relação aos CAPÍTULO I
estabelecimentos prisionais submetidos à sua atu- DOS DIREITOS
ação.
Art.50 - São direitos comuns aos presos,
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
além dos já previstos pela Constituição Federal,
danielicoense@gmail.com
CAPÍTULO III
Pactos Internacionais, Legislação Penal e Proces-
609.749.013-50
DA SAÍDA sual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais
Leis, os seguintes:
Art.49 - A saída do preso da Unidade Prisio- I - preservação da individualidade, obser-
nal dar-se-á, nos seguintes casos: vando-se:
I - pelo término do cumprimento da pena, devi- a) chamamento nominal;
damente reconhecido por sentença do Juízo das
b) uso de número somente para qualificação
Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;
em documento da administração penal.
II - em virtude de algum beneficio legal que lhe
II - atendimento pela Diretoria do Estabeleci-
tenha sido concedido, sempre por ordem escrita da
mento e/ou demais funcionários;
Autoridade Judiciária competente.
III - prática religiosa;
III - para atendimento de requisições adminis-
trativas ou policiais, mediante escolta e autorização IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico,
escrita do Juiz das Execuções Criminais e Corre- psicológico e odontológico gratuito, com os recur-
gedor dos Presídios; sos humanos e materiais postos a sua disposição
pela Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes
IV - para atendimento de requisições judiciais,
garantidos:
mediante escolta;
a) obtenção de assistência médica pela rede
V - em caráter excepcional, mediante autoriza-
Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados
ção da Direção do Estabelecimento Prisional, nos
ou inexistentes os recursos institucionais, de
casos e na forma estabelecidos nos artigos 120 e
acordo com a disponibilidade dessas redes;
121 da Lei de Execuções Penais.
b) a faculdade de contratar, através de familia-
Parágrafo único – Nas saídas previstas nos in-
res ou dependentes, profissionais médicos e odon-
cisos I e II, será disponibilizado ao preso:
tológicos de confiança pessoal, a fim de orientar e

404
acompanhar o tratamento que se faça necessário, XIII - assistência jurídica integral desde sua in-
observadas as normas legais e regulamentares vi- serção no Sistema Penitenciário, prestada por ad-
gentes; vogado constituído ou pela Defensoria Pública;
V - freqüência às atividades desportivas, de la- XIV - entrevista reservada com seu advogado
zer e culturais condicionadas à programação da constituído ou Defensor Público, no parlatório, indi-
Unidade, dentro das condições de segurança e dis- vidualmente, nos dias úteis e no horário de expedi-
ciplina, obedecendo-se os a seguinte regra: ente da Unidade.
a) a prática de esportes deverá ser realizada XV - à presa, em caso de gravidez, são asse-
em local adequado, pelo período de 02:00 horas, guradas:
pelo menos uma vez por semana, sem prejuízo das a) assistência pré-natal;
atividades educacionais e laborativas da Unidade;
b) alimentação apropriada desde a confirma-
VI - contato com o mundo exterior e acesso aos ção da gravidez até o fim da amamentação;
meios de comunicação social, por meio de:
c) internação, com direito a parto em hospital
a) correspondência escrita com familiares e adequado, por meio de escolta;
outras pessoas, podendo ser suspenso ou restrin-
gido tal direito por ato motivado do Diretor da Uni- d) condições para que possa permanecer com
dade, no caso de cometimento de falta grave; seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o
nascimento, prorrogável por igual período, em local
b) leitura de livros, jornais, revistas e demais adequado, mesmo que haja restrição de amamen-
periódicos, desde que não contenham incitamento tação;
à subversão da ordem ou preconceito de religião,
raça ou classe social e não comprometam a moral e) condições para que possa permanecer com
e os bons costumes; seu filho pelo período mínimo de 180 dias após o
nascimento, prorrogável por igual período, após
c) programação da Rádio Livre;
Daniel RIBEIRO DEavaliação
ANDRADE médica e de assistente social, em local
danielicoense@gmail.com
d) acesso coletivo a programa de televisão; adequado, quando estiver amamentando;
e) acesso a sessões cinematográficas, 609.749.013-50
tea- XVI - reabilitação das faltas disciplinares;
trais, artísticas e socioculturais, de acordo com a XVII - Em caso de falecimento, doenças, aci-
programação da Unidade respectiva. dentes graves ou transferência do preso para outro
VII - acomodação em celas ou alojamentos co- estabelecimento, o Diretor comunicará imediata-
letivos ou individuais, dentro das exigências legais, mente ao cônjuge ou, se for o caso, a parente pró-
havendo trocas de roupas de uso pessoal, de ximo ou a pessoa previamente indicada;
cama, banho e material de higiene, fornecidos pela XVIII - O preso será informado, imediatamente,
Unidade Prisional ou outros setores devidamente do falecimento ou de doença grave do cônjuge,
autorizados; companheira, ascendente, descendente ou irmão,
VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou podendo ser permitida a visita a estes, sob custó-
pavilhão, que poderá ser autorizada após avaliação dia;
dos motivos e da capacidade estrutural da Uni- XIX - Em caso de deslocamento do preso, por
dade; qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao
IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e público, assim como resguardá-lo de insultos e da
demais autoridades; curiosidade geral.
X - receber visitas do cônjuge, da compa- XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à
nheira, de parentes e amigos em dias determina- individualização da pena.
dos, podendo ser suspenso ou restringido tal direito §1º - Os direitos previstos neste Regimento
por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de não excluem outros decorrentes dos princípios por
cometimento de falta grave; ele adotados.
XI - proteção contra qualquer forma de sensa- §2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o
cionalismo; preso deverá permanecer em recinto separado dos
XII - receber atestado anual de pena a cumprir;

405
demais, aplicando-se, no que couber, as normas e) diretoria;
destinadas aos presos provisórios. f) serviços administrativos em geral;
g) atividades escolares, desportivas, religio-
CAPÍTULO II sas, de trabalho e de lazer;
DOS DEVERES DOS PRESOS h) assistência religiosa;
XIV - devolver ao setor competente, quando de
Art.51 - São deveres dos presos, além dos sua saída ou da eventual transferência, os objetos
previstos na legislação pátria: fornecidos pela unidade e destinados ao uso pró-
prio;
I - respeito às autoridades constituídas, funcio-
nários e companheiros presos; XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou
de terceiros, materiais dos diversos setores da Uni-
II - comportamento disciplinado e cumprimento
dade Prisional;
fiel da sentença;
XVI - abster-se de negociar objetos de sua pro-
III - informar-se das normas a serem observa-
priedade, de terceiros ou do patrimônio do Estado;
das na Unidade Prisional, respeitando-as;
XVII - abster-se da confecção e posse indevida
IV - acatar as determinações legais solicitadas
de instrumentos capazes de ofender a integridade
por qualquer funcionário no desempenho de suas
física de outrem, bem como daqueles que possam
funções;
contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança
V - manter comportamento adequado em todo das pessoas e da Unidade Prisional;
o decurso da execução da pena, progressiva ou
XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida
não;
alcoólica ou de substância que possa causar em-
VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta;
Daniel RIBEIRO DE briaguez ou dependência física, psíquica ou quí-
ANDRADE
VII - Conduta oposta aos movimentos individu- mica;
danielicoense@gmail.com
ais e coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou XIX - abster-se de transitar ou permanecer em
609.749.013-50
a disciplina; locais não autorizados pela Direção da Unidade.
VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilân-
que lhe forem destinados, direta ou indiretamente; cia;
IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos XXI - abster-se de quaisquer práticas que pos-
materiais a que der causa, de forma culposa ou do- sam causar transtornos aos demais presos, bem
losa; como prejudicar o controle de segurança, a organi-
X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da zação e a disciplina
cela, alojamento, corredores e sanitários; XXII - acatar a ordem de contagem da popula-
XI - submeter-se às normas contidas neste Re- ção carcerária, respondendo ao sinal convencio-
gimento Geral, referentes às visitas, orientando-as nado da autoridade competente para o controle da
nesse sentido; segurança e disciplina;

XII - submeter-se às normas, contidas neste XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos,
Regimento Geral, que disciplinam a concessão de para fins de decoração ou proteção de vigias, por-
saídas externas previstas em lei: tas, janelas e paredes, que possam prejudicar o
controle da vigilância;
XIII - submeter-se às normas contidas neste
Regimento Geral, que disciplinam o atendimento XXIV - abster-se de utilizar sua cela como co-
nas áreas de: zinha;

a) saúde; XXV - submeter-se à requisição das autorida-


des judiciais, policiais e administrativas;
b) assistência jurídica;
XXVI - submeter-se à requisição dos profissio-
c) psicológica; nais de qualquer área técnica para exames ou en-
d) serviço social; trevistas;

406
XXVII - submeter-se às condições estabeleci- Art.53 - Em caso de falecimento do preso, os
das para uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de valores e bens a este pertencentes, devidamente
TV; inventariados, serão entregues aos familiares,
XXVIII - submeter-se às condições de uso da atendidas as disposições legais pertinentes
biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de li-
vros de sua propriedade;
CAPÍTULO IV
XXIX - submeter-se às condições estabeleci-
DAS RECOMPENSAS E REGALIAS
das para as práticas desportivas e de lazer;
XXX - submeter-se às condições impostas
SEÇÃO I
para quaisquer modalidades de transferências e re-
moção de ordem judicial, técnico-administrativa e a DAS RECOMPENSAS
seu requerimento;
XXXI - submeter-se aos controles de segu- Art.54 - As recompensas têm em vista o bom
rança impostos pelos Agentes Penitenciários ou comportamento reconhecido em favor do preso
outros agentes públicos incumbidos de efetuar a sentenciado ou do preso provisório, de sua colabo-
escolta externa. ração com a disciplina e de sua dedicação ao tra-
balho.
Art.55 - São recompensas:
CAPÍTULO III
DOS BENS E VALORES PESSOAIS I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Art.52 - A entrada de bens de qualquer natu- Art.56 - Será considerado para efeito de elogio
reza obedecerá aos seguintes critérios: a prática
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE de ato de excepcional relevância humani-
tária ou do interesse do bem comum, por portaria
I - em se tratando daqueles danielicoense@gmail.com
permitidos, os
do diretor da unidade prisional, devendo constar do
mesmos deverão ser revistados e devidamente re-
609.749.013-50
prontuário do condenado.
gistrados em documento específico:
a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e
manufaturados, terá sua quantidade devidamente SEÇÃO II
regulada; DAS REGALIAS
b) os bens não perecíveis serão analisados
pela unidade prisional quanto à sua necessidade, Art.57 - Constituem regalias, concedidas aos
conveniência e quantidade; presos em geral, dentro da Unidade Prisional:
II - Em se tratando de bens de consumo e pa- I - visitas íntimas;
trimoniais trazidos por presos acompanhados ou
não de funcionário, quando das saídas externas II - assistir coletivamente sessões de cinema,
autorizadas, serão analisados. No caso de não se teatro, shows e outras atividades sócio-culturais,
comprovar a origem será lavrado comunicado do fora do horário normal em épocas especiais;
evento, sem prejuízo de outras medidas cabíveis; III - assistir coletivamente sessões de jogos es-
III - Quando do ingresso de bens e valores atra- portivos em épocas especiais, fora do horário nor-
vés de familiares e afins, serão depositados no se- mal;
tor competente, mediante inventário e contrarecibo: IV - participar de atividades coletivas, além da
a) o saldo em dinheiro e os bens existentes se- escola e trabalho, em horário pré-estabelecido de
rão devolvidos no momento em que o preso seja acordo com a Unidade do Sistema e Direção;
libertado; V - participar em exposições de trabalho, pin-
b) no caso de transferência do preso, os valo- tura e outros, que digam respeito às suas ativida-
res e bens serão encaminhados à unidade de des- des;
tino.

407
VI - visitas extraordinárias devidamente autori- na busca da construção de um futuro melhor para
zadas pela direção se comprovada sua necessi- o preso.
dade e relevância
Art.65 - Os atos de indisciplina serão passí-
Art.58 - Poderão ser acrescidas outras rega- veis das seguintes penalidades:
lias de forma progressiva, acompanhando as diver- I - advertência verbal;
sas fases e regimes de cumprimento da pena;
II - repreensão;
Art.59 - O preso no regime semi-aberto po-
III - suspensão ou restrição de regalias;
derá ter outras regalias, a critério da direção da uni-
dade visando sua reintegração social; IV - suspensão ou restrição de direitos, obser-
vadas as condições previstas no incisos XIII e XIV
Art.60 - As regalias poderão ser suspensas do artigo 50 do presente regimento;
ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar
de qualquer natureza ou por ato motivado da dire- V - isolamento em local adequado;
ção da Unidade Prisional. VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado,
mediante decisão fundamentada do juízo compe-
tente.
TÍTULO VII
§1º - Advertência verbal é a punição de caráter
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS educativo, aplicado às infrações de natureza leve,
DISCIPLINARES e se couber as de natureza média;
§2º - Repreensão é a sanção disciplinar na
CAPÍTULO I forma escrita, revestida de maior rigor no aspecto
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS educativo, aplicável em casos de infração de natu-
reza média, bem como os reincidentes de natureza
Daniel RIBEIRO DE leve.ANDRADE
Art.61 - No aspecto administrativo-disciplinar,
danielicoense@gmail.com
este Regimento aplicase aos presos de ambos os Art.66 - Às faltas leves e médias, poderão ser
609.749.013-50
sexos recolhidos na mesma ou em Unidades Prisi- aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III
onais diversas. do artigo anterior.
Art.62 - Todos os presos da Unidade Prisio- Art.67 - Às faltas graves, aplicam-se as san-
nal serão cientificados das normas disciplinares, no ções previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste
momento de seu ingresso na mesma. Regimento Geral, não podendo qualquer delas ex-
ceder a 30 (trinta) dias.
Art.63 - As normas deste Regimento serão
aplicadas aos presos, quer dentro do estabeleci- §1º - O isolamento será sempre comunicado
mento prisional e sua extensão, quer quando esti- ao Juízo da Execução.
verem em trânsito ou em execução de serviço ex- §2º - A autoridade administrativa poderá decre-
terno. tar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
máximo de 10 (dez) dias, no interesse da disciplina
CAPÍTULO II e da averiguação do fato.
DA DISCIPLINA §3º - O tempo de isolamento preventivo será
computado no período de cumprimento da sanção
Art.64 - A ordem e a disciplina serão manti- disciplinar.
das com firmeza, sem constrangimento, sem impor
Art.68 - Aplica-se o Regime Disciplinar Dife-
maiores restrições que as necessárias para manter
a segurança e a boa organização da vida em co- renciado, na hipótese de falta grave consistente na
mum, visando o retorno satisfatório do preso a so- prática de crime doloso que ocasione subversão da
ciedade. ordem ou disciplina interna, e tem as seguintes ca-
racterísticas:
Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a
fraternidade e a civilidade são requisitos importan- I - duração máxima de trezentos e sessenta
tes para o aprimoramento físico, mental e espiritual dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova

408
falta grave de mesma espécie, até o limite de um Art.72 - Considera-se falta disciplinar de na-
sexto da pena aplicada; tureza leve:
II - recolhimento em cela individual; I - manusear equipamento de trabalho sem au-
III - visitas semanais de duas pessoas, sem torização ou sem conhecimento do encarregado,
contar os filhos menores de quatorze anos, com du- mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
ração de duas horas; II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem
IV - o preso terá direito à saída da cela por autorização;
duas horas diárias para banho de sol. III - desatenção em sala de aula ou no trabalho;
§1º - O regime disciplinar diferenciado também IV - permutar, penhorar ou dar em garantia ob-
poderá abrigar presos provisórios ou condenados jetos de sua propriedade a outro preso sem prévia
que apresentem alto risco para a ordem e a segu- comunicação da direção da unidade respectiva;
rança do Presídio ou da sociedade.
V - utilizar-se de bens de propriedade do Es-
§2º - Estará igualmente sujeito ao regime dis- tado, de forma diversa para a qual recebeu;
ciplinar diferenciado o preso provisório ou conde-
nado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de en- VI - executar, sem autorização, o trabalho de
volvimento ou participação, a qualquer título, em or- outrem;
ganizações criminosas, quadrilha ou bando. VII - responder por outrem às chamadas regu-
§3º - A inclusão de preso no regime disciplinar lamentares;
diferenciado deverá ser requerida, apos delibera- VIII - ter posse de papéis, documentos, objetos
ção da comissão disciplinar, por meio de parecer ou valores não cedidos e não autorizados pela Uni-
circunstanciado, pelo Diretor da Unidade ao Juízo dade Prisional;
competente, sendo imprescindível a decisão funda- IX - descuidar da higiene pessoal;
mentada da autoridade judiciária Daniel
para a imposição
RIBEIRO DE ANDRADE
de tal sanção. X - estar indevidamente trajado;
danielicoense@gmail.com
Art.69 - A suspensão e restrição de 609.749.013-50
regalias XI - proceder de forma grosseira ou discutir
com outro preso;
poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativa-
mente, na prática de faltas de qualquer natureza. XII - usar material de serviço para finalidade di-
versa da qual foi prevista;
Art.70 - Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada. XIII - deixar de freqüentar, sem justificativa, as
aulas do curso em que esteja matrículado;
XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos
CAPÍTULO III que devam ser conservados;
DAS FALTAS DISCIPLINARES XV - portar ou manter na cela ou alojamento,
material de jogos não permitidos;
Art.71 - As faltas disciplinares segundo sua XVI - remeter correspondência, sem registro
natureza classificam se em: regular pelo setor competente;
I - leves; XVII - desobedecer aos horários regulamenta-
II - médias; res;
III - graves. XVIII - descumprir as prescrições médicas;

Parágrafo único - O disposto neste capítulo XIX - lavar ou secar roupa em locais não per-
aplica-se, no que couber, ao preso provisório. mitidos;
XX - fazer refeições em local e horário não per-
mitidos;
SEÇÃO I
XXI - conversar através de janelas, guichê da
DAS FALTAS DISCIPLINARES DE
cela ou de setor de trabalho ou em local não apro-
NATUREZA LEVE priado;

409
XXII - mostrar displicência no cumprimento do XII - deixar de realizar a faxina do xadrez, alo-
sinal convencional de recolhimento ou formação; jamento, banheiro ou corredores, cuja atribuição
XXIII - fumar em local ou horário não permitido. lhe esteja a cargo, ou fazê-lo com desídia;

XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar XIII - transitar pêlos corredores dos alojamen-
com preceitos de educação; tos ou das celas despido ou em trajes sumários;

XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a qual- XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem au-
quer pessoa de modo desrespeitoso; torização;

XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos lo- XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas ins-
cais e horários permitidos pela autoridade compe- talações elétricas ou hidráulicas da Unidade, sem a
tente devida autorização;
XVI - concorrer para que não seja dado cum-
primento a qualquer ordem legal, tarefa ou serviço,
SEÇÃO II bem como, concorrer para que seja retardada a sua
DAS FALTAS DE NATUREZA MÉDIA execução;
XVII - interferir na administração ou execução
Art.73 - Considera-se falta disciplinar de na- de qualquer tarefa sem estar para isto autorizado;
tureza média: I - utilizar-se do anonimato para fins XVIII - simular doença para esquivar-se do
ilícitos ou causando embaraços à administração; cumprimento de qualquer dever ou ordem legal re-
II - provocar direta ou indiretamente alarmes in- cebida;
justificados; XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar,
III - deixar, sem justo motivo, de responder às possuir bebidas alcoólicas ou qualquer outra subs-
revistas ou reuniões em horários pré-estabeleci- tância que cause efeitos similares aos do álcool, ou
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
mesmo ingerir tais substâncias, ou concorrer, ine-
dos, ou aquelas para as quais ocasionalmente for
determinado;
danielicoense@gmail.com
quivocamente, para que outrem o faça;
609.749.013-50
XX - introduzir, guardar ou possuir remédios,
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e
semi-aberto, para o pernoite; sem a devida autorização da Direção da Unidade;

V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do XXI - solicitar ou receber de qualquer pessoa,
regime semiaberto quando do seu retomo ao Esta- vantagem ilícita pecuniária ou em espécie;
belecimento Penal no caso de saídas temporárias XXII - praticar atos de comércio de qualquer
autorizadas; natureza, sem a devida autorização, com outros in-
VI - envolver, indevidamente, o nome de ou- ternos, funcionários ou civis;
trem para se esquivar de responsabilidade; XXIII - manusear equipamento ou material de
VII - portar-se de modo indisciplinado ou incon- trabalho sem autorização ou sem conhecimento da
veniente quando das revistas e conferências nomi- administração, mesmo a pretexto de reparos ou
nais; limpeza;

VIII - promover ou concorrer para a discórdia e XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autori-
desarmonia entre os internados, ou cultivar inimiza- zação, de material alheio; XXV - destruir dolosa-
des entre os mesmos; mente, extraviar, desviar ou ocultar objetos sob sua
responsabilidade, fornecidos pela administração;
IX - portar-se de modo inconveniente, provo-
cando outros internos através de brincadeiras de XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipa-
cunho pernicioso ou sarcástico; mento sem a devida autorização, ou concorrer para
que outrem incorra na mesma conduta;
X - apresentar, sem fundamento ou em termos
desrespeitosos, representação ou petição; XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado,
para finalidade diversa para a qual foi prevista, cau-
XI - recriminar ou desconsiderar ato legal de sando ou não prejuízos ao erário;
agente da administração da unidade respectiva;

410
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter inde-
vidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento
SEÇÃO III
Penal, objetos passíveis de utilização em fuga;
DAS FALTAS DE NATUREZA GRAVE
XXIX - permanecer o interno, em dias de visi-
tação, na área destinada à circulação de pessoas,
sem que para isto esteja autorizado ou acompa- Art.74 - Comete falta disciplinar de natureza
nhado de seus visitantes, exceto para responder à grave o preso que:
chamada nominal ou efetuar suas refeições; I - incitar ou participar de movimento para sub-
XXX - permitir o interno que seus visitantes, verter a ordem ou a disciplina;
sem autorização de autoridade competente, ingres- II - fugir;
sem nos alojamentos ou celas ou acessem local
não permitido; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz
de ofender a integridade física de outrem;
XXXI - comportar-se, quando em companhia
de sua esposa, companheira ou diante de outros IV - provocar acidente de trabalho;
visitantes, de forma desrespeitosa; V - descumprir, no regime aberto, as condições
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em impostas;
aposta ilícitas; VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a
XXXIII - permanecer em alojamento diferente qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
do seu, sem a devida autorização da Administração VII - não executar o trabalho, as tarefas ou as
ou o consentimento de integrante do local; ordens recebidas;
XXXIV - transitar indevidamente por locais não VIII - descumprir, injustificadamente, o conde-
permitidos ou em desacordo com o respectivo es- nado à pena restritiva de direitos, a restrição im-
tágio em que se encontra; Daniel RIBEIRO DEposta,
ANDRADE
ou retardar o cumprimento;
danielicoense@gmail.com
XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda
internos em regime de isolamento celular ou609.749.013-50
entre- que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito,
gar aos mesmos quaisquer objetos sem autoriza- transportar, trazer consigo, guardar ou emprestar
ção da administração; telefone celular ou aparelho de comunicação com
XXXVI - promover barulho no interior do aloja- o meio exterior, seus componentes ou acessórios;
mento, celas ou seus corredores, durante o re-
pouso noturno, ou ainda, a qualquer hora, fazêlo de SEÇÃO IV
forma a perturbar a ordem reinante;
DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES
XXXVII - disseminar boato que possa perturbar
a ordem ou a disciplina, caso não chegue a consti-
tuir crime; Art.75 - São circunstâncias atenuantes na
aplicação das penalidades disciplinares:
XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o
serviço da guarda em qualquer dependência da I - primariedade em falta disciplinar;
Unidade; II - natureza e circunstância do fato;
XXXIX - praticar autolesão com finalidade de III - bons antecedentes prisionais;
obter regalias;
IV - imputabilidade relativa atestada por autori-
XL - praticar fato previsto como crime culposo dade médica competente;
ou contravenção, independentemente da ação pe-
V - confessar, espontaneamente a autoria da
nal;
falta ignorada ou imputada a outrem;
XLI - usar de ardil para auferir benefícios, indu-
VI - ressarcimento dos danos materiais.
zindo a erro qualquer pessoa;
XLII - favorecer a prostituição ou a promiscui- Art.76 - São circunstâncias agravantes, na
dade de parentes e demais visitantes. aplicação das referidas penalidades:
I - reincidência em falta disciplinar;

411
II - prática de falta disciplinar durante o prazo prazo de 03 (três) dias, contados da constatação
de reabilitação de conduta por sanção anterior; ou conhecimento do fato, seja iniciado o procedi-
mento disciplinar.

SEÇÃO V Art.79 - O conselho disciplinar realizará as di-


ligencias indispensáveis à precisa elucidação do
DAS MEDIDAS CAUTELARES
fato, inclusive solicitação de perícia técnica,
quando necessário, para formar seus elementos de
Art.77 - O diretor da Unidade Prisional poderá convicção.
determinar, por ato motivado, como medida caute-
Art.80 - Será propiciado ao detento subme-
lar, o isolamento do preso, por período não superior
tido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais
a 10 (dez) dias, quando:
amplo direito de defesa, seja por advogado consti-
I - pesem contra o preso informações, devida- tuído ou por Defensor Publico lotado na Unidade
mente comprovadas, de que estaria preste a come- Prisional respectiva.
ter infração disciplinar de natureza grave;
§1º - Caso não possua advogado constituído
II - pesem contra o preso, informações devida- ou não saiba declinar os dados necessários para a
mente comprovadas, de que estaria ameaçada sua intimação do mesmo, na data da audiência de ins-
integridade física; trução e julgamento, o faltoso será assistido pelo
III - a requerimento do preso, que expressará a Defensor Publico lotado na Unidade Prisional res-
necessidade de ser submetido a isolamento caute- pectiva.
lar, como medida de segurança pessoal. §2º - Caso não haja Defensor Público lotado na
Parágrafo Único - Em caso de necessidade, o Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado
prazo estabelecido no caput deste artigo poderá, a para o ato o Defensor Público lotado na Vara de
pedido da direção da unidade respectiva,
DanielserRIBEIRO
pror- Execuções
DE ANDRADE Criminais com jurisdição sobre a refe-
rogado por igual período pela autoridade judiciária rida Unidade.
danielicoense@gmail.com
competente. Art.81 - Ao preso será dado conhecimento
609.749.013-50
prévio da acusação.
TÍTULO VIII Art.82 - O Conselho Disciplinar ouvirá, no
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, DA mesmo ato, primeiramente o ofendido e testemu-
SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO nhas, se houverem, e por último o preso, de tudo
lavrando-se o termo respectivo.
CAPÍTULO I Art.83 - Concluídas as oitivas necessárias,
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR E DA ato contínuo, será facultado à Defesa, manifesta-
SANÇÃO DISCIPLINAR ção oral, que será tomada por termo, pelo tempo
de 15 (quinze) minutos.

Art.78 - Cometida a infração, o preso será Art.84 - Finda a instrução, passa-se imedia-
conduzido ao setor de disciplina, para o registro da tamente ao julgamento acerca da culpabilidade ou
ocorrência, que conterá nome e matrícula dos ser- inocência do faltoso, bem como acerca da natureza
vidores que dela tiveram conhecimento, os dados da falta disciplinar a ele imputada, o que deverá ser
capazes de identificar as pessoas ou coisas envol- registrado na ata respectiva, que será assinada por
vidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas, todos os presentes.
a descrição clara, concisa e precisa do fato, bem Art.85 - Caso seja o detento considerado cul-
como as alegações do faltoso, quando presente, ao pado pela transgressão disciplinar a ele imputada,
ser interpelado pelo(s) signatário(s) das razões da adotará o Conselho Disciplinar uma das seguintes
transgressão, sem tecer comentários ou opiniões medidas:
pessoais, e outras circunstâncias.
I - Tratando-se de faltas de natureza leve ou
§1º - A ocorrência será comunicada imediata- média, remeterá os autos respectivos ao Diretor do
mente ao diretor da unidade prisional, para que, no

412
Estabelecimento que aplicará a sanção correspon- Art.91 - Durante todo o período de cumpri-
dente, no prazo de 02 (dois) dias; mento de sua pena, o preso poderá pedir a revisão
II - Tratando-se de falta grave a aplicação de da punição sofrida, desde que comprove o surgi-
sanção será de competência do Conselho Discipli- mento de fato novo, não apreciado por ocasião do
nar, por ato de seu presidente, no mesmo prazo anterior julgamento.
acima citado. Art.92 - A execução da sanção disciplinar
Art.86 - Em sendo o preso julgado inocente será suspensa quando desaconselhada pela uni-
das imputações que lhe foram feitas, serão os au- dade de saúde do Estabelecimento Prisional.
tos respectivos encaminhados ao Diretor do Esta- Parágrafo único - Uma vez cessada a causa
belecimento, a fim de que seja por este determi- que motivou a suspensão, a execução será iniciada
nado seu imediato arquivamento. ou terá prosseguimento.
Art.87 - Concluído o julgamento respectivo
será dada ciência ao preso envolvido e ao seu de-
CAPÍTULO II
fensor.
DA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA E DA
Art.88 - O preso poderá solicitar pessoal- REABILITAÇÃO
mente, ou através de seu patrono, reconsideração
do ato punitivo, no prazo de 08 (oito) dias úteis,
contados a partir da data em que a decisão lhe haja Art.93 - A classificação do preso far-se-á pela
sido comunicada, nas seguintes hipóteses: Comissão Técnica de Classificação, consoante o
rendimento apurado através do cumprimento da
I - quando não tiver sido unânime a decisão do
pena e mérito prisional.
Conselho Disciplinar;
II - quando a decisão do Conselho Art.94 - A conduta disciplinar do preso em re-
DanielDisciplinar
RIBEIRO DEgime
ANDRADE
fechado classificarse-á em:
tiver sido manifestamente contrária às provas exis-
tentes nos autos respectivos;
danielicoense@gmail.com
I - excelente, quando no prazo mínimo de 01
609.749.013-50
(um) ano não tiver sido cometida infração discipli-
III - quando a sanção aplicada estiver em de-
sacordo com a Lei. nar de natureza grave ou média, ou não tiver rein-
cidido na prática de infração disciplinar de natureza
Parágrafo Único - o pedido será dirigido à au- leve;
toridade que aplicar a sanção disciplinar.
II - boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis)
Art.89 - O pedido de reconsideração, uma meses, não tiver cometido infração disciplinar de
vez apreciado pela autoridade competente, deverá natureza grave ou média;
ser despachado no prazo de 08 (oito) dias de seu
III - regular, quando for cometida infração dis-
recebimento, dele não cabendo recurso administra-
ciplinar de natureza média nos últimos 30 (trinta)
tivo.
dias, ou grave, nos últimos 03 (três) meses;
Art.90 - Após tornar-se definitivo o ato puni- IV - má, quando for cometida infração discipli-
tivo, o Diretor da unidade prisional determinará as nar de natureza grave ou reincidida falta de natu-
seguintes providências: reza média, durante o período de reabilitação.
I - ciência ao preso envolvido e ao seu defen- Art.95 - O preso em regime semi-aberto terá
sor;
a sua conduta disciplinar classificada em:
II - registro em ficha disciplinar;
I - excelente, quando não tiver cometido infra-
III - encaminhamento de cópia da sindicância ção disciplinar de natureza grave ou média, ou não
ao Juiz das Execuções e Corregedor dos Presídios tiver reincidido na prática de infração disciplinar de
e ao Conselho Penitenciário do Estado do Ceará; natureza leve, pelo prazo de 06 (seis) meses;
IV - comunicação à autoridade policial compe- II- boa, quando não tiver cometido infração dis-
tente, quando o fato constituir ilícito penal; ciplinar de natureza grave ou média pelo prazo de
V - arquivamento em prontuário penitenciário. 03 (três) meses;

413
III- regular, quando cometer infração disciplinar TÍTULO IX
de natureza média ou reincidir na prática de infra- DA ASSISTÊNCIA AO PRESO
ção disciplinar de natureza leve, nos últimos 30
(trinta) dias;
CAPÍTULO I
IV- má, quando cometer infração de natureza
DA ASSISTÊNCIA
grave ou reincidir em infração de natureza média,
durante o período de reabilitação.
Art.101 - É dever do Estado dar ao preso as-
Art.96 - No caso do preso ser oriundo de ou- sistência material, à saúde, jurídica, educacional,
tra Unidade Prisional, poderá ser levada em consi- social e religiosa, objetivando prevenir o crime e re-
deração para a classificação de seu comporta- cuperar o preso, para que possa retornar ao conví-
mento a conduta mantida pelo mesmo no estabele- vio social satisfatoriamente.
cimento de origem.
Art.97 - O preso em regime fechado, terá os
SEÇÃO I
seguintes prazos para reabilitação da conduta, a
partir do cumprimento da sanção disciplinar: DA ASSISTÊNCIA MATERIAL

I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza


leve; Art.102 - A assistência material consistirá no
II- De 03 (três) meses para falta de natureza fornecimento de alimentação suficiente, balance-
média; ada, vestuário e instalações higiênicas.

III- De 06 (seis) meses para falta de natureza Parágrafo Único - A Coordenadoria do Sistema
grave. Penal destinará, em cada uma de suas unidades
prisionais, instalações e serviços adequados à sua
Art.98 - O preso em regime semi-aberto terá
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
natureza e finalidade, para o atendimento da sua
população de internos.
os seguintes prazos para reabilitação danielicoense@gmail.com
da conduta,
a partir da data do cumprimento da sanção discipli-
609.749.013-50
nar:
SEÇÃO II
I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza
leve; DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza


média; Art.103 - A assistência à saúde será de cará-
ter preventivo e curativo, compreendendo o atendi-
Parágrafo único - a infração disciplinar de na-
mento médico, odontológico, psicológico, farma-
tureza grave implicará na proposta, feita pelo dire-
cêutico e assistência social, obedecidas as diretri-
tor da unidade ao juízo competente, de regressão
zes estipuladas no Plano Estadual de Saúde no
do regime.
Sistema Penitenciário e pelas Portarias Interminis-
Art.99 - O preso em regime aberto terá os teriais do Ministério da Saúde e Ministério da Jus-
prazos para reabilitação da conduta, de acordo tiça.
com o previsto no artigo anterior. §1º - É facultado ao preso contratar profissio-
Art.100 - O cometimento da falta disciplinar nal médico e odontológico de sua confiança e às
de qualquer natureza, durante o período de reabili- suas expensas, que prestará o atendimento em
tação acarretará a imediata anulação do tempo de data e hora a serem marcadas pela Unidade de Sa-
reabilitação até então cumprido. úde do Estabelecimento Prisional.

Parágrafo único - Com a prática de nova falta Art.104 - Havendo necessidade de encami-
disciplinar, exigir-se- á novo tempo para reabilita- nhamento do preso ao Sistema de Saúde Pública,
ção que deverá ser somado ao tempo estabelecido a autorização será expedida pelo Diretor do Esta-
para falta anterior. belecimento, ou seu representante legal, comuni-
cando-se de imediato ao Juízo da Execução Penal.

414
Art.105 - Todas as Unidades Prisionais com Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta se
mais de 100 (cem) presos deverão obedecer à pa- encontre.
dronização física, técnica e equipe profissional es- Art.111 - Ao Defensor Público responsável
tabelecida para atendimento de saúde nos termos pela Unidade respectiva, compete:
do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenci-
ário. I - manter o preso informado de sua situação
jurídico penal;
§1º - Nas demais Unidades, não sendo possí-
vel obedecer a mencionada padronização, as II - requerer e acompanhar os benefícios pe-
ações e serviços de saúde serão realizadas por nais incidentes na execução, aos quais seu assis-
profissionais da Secretaria de Saúde do Município tido fizer jus;
onde se achem localizadas, garantindo-se no inte- III - manter contato com o Juízo das Execu-
rior da Unidade uma estrutura mínima para tal aten- ções, Tribunais, Conselho Penitenciário e Direção
dimento, contando com a presença permanente de do Estabelecimento, no sentido de velar pela situa-
um profissional de saúde. ção do preso;
§2º - Será assegurado acompanhamento mé- IV - providenciar o recebimento de qualquer
dico especial à mulher, principalmente no pré-natal benefício extrapenal a que o preso tiver direito;
e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
V- providenciar para que os prazos prisionais
Art.106 - O preso terá asseguradas as medi- não sejam ultrapassados, requerendo o que for de
das de higiene e conservação da saúde, durante direito.
todo o tempo de seu recolhimento, bem como cons- VI - Organizar e manter estatísticas de atendi-
tantes palestras de esclarecimentos e prevenção. mento dos presos sob seu patrocínio;
Art.107 - Caberá à Chefia da Unidade de Sa- VII - Requerer, junto aos demais órgãos da es-
úde da Instituição Prisional respectiva comunicar a
Daniel RIBEIRO DEtrutura
ANDRADEorganizacional da Unidade Penitenciária,
(o) Diretor(a) sobre casos de moléstias contagio- qualquer
danielicoense@gmail.com ação ou benefício necessário ao bem es-
sas, promovendo as medidas necessárias para evi- tar dos presos sob seu patrocínio, bem como de
609.749.013-50
tar a disseminação e contágio, propondo as vacina- seus familiares;
ções dos internos e dos funcionários quando julgar
VIII - Patrocinar a defesa dos presos assistidos
necessário.
pela Defensoria Pública perante o Conselho Disci-
Art.108 - Caberá ao Conselho da Comuni- plinar;
dade local acompanhar o cumprimento do Plano IX – Promover a ação civil pública e todas as
Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário. espécies de ações capazes de propiciar a ade-
quada tutela dos direitos difusos, coletivos ou indi-
viduais homogêneos dos presos.
SEÇÃO III
X – Difundir, no ambiente prisional, a educação
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
e conscientização dos direitos humanos, da cida-
dania e do ordenamento jurídico.
Art.109 - Aos presos é assegurada assistên- XI - Realizar outras atividades dentro de sua
cia jurídica integral desde sua inserção no Sistema área de competência.
Prisional, prestada por advogado constituído ou
pela Defensoria Pública Estadual;
Parágrafo único - Em todos os estabelecimen- SEÇÃO IV
tos penais, haverá local apropriado destinado ao DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL E QUA-
atendimento pelo Defensor Público. LIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Art.110 - Aos presos que declarem não pos-
suir advogado constituído, será prestada assistên- Art.112 - A assistência educacional compre-
cia jurídica por meio de Defensor Público do Es- enderá a instrução escolar, englobando o ensino
tado, lotado na unidade respectiva, em Núcleo Es- fundamental e médio, bem como a formação pro-
pecializado da Defensoria Pública ou no Juízo das fissional do preso.

415
Parágrafo Único - A Sejus poderá firmar termo §1º - A Sejus deverá desenvolver juntamente
de cooperação com entidade pública ou particular com a Secretaria de Educação do Estado projeto
para a promoção de educação superior aos inter- de remição de pena pela leitura, como forma de es-
nos. timular e valorizar a participação dos internos em
atividades educacionais e culturais, colaborando
Art.113 - Quando do ingresso a Unidade Pri-
para a sua reinserção social.
sional, será feita a pesquisa referente à formação
escolar, na fase de triagem. Art.120 - Os livros deverão ser cadastrados,
utilizando-se fichas para consultas no local e nas
Art.114 - O ensino fundamental e médio será
retiradas para leitura em cela.
obrigatório, integrando-se no sistema escolar pú-
blico, a ser ministrado pela Secretaria de Educação §1º - Qualquer dano ou desvio deverá ser res-
do Estado. sarcido pelo seu causador e devidamente punido
na forma deste Regimento Geral.
Parágrafo Único - Somente serão dispensados
do ensino fundamental, os presos que preenche- §2º - Durante o cumprimento de sanção disci-
rem os seguintes requisitos: plinar, poderão ser retirados os livros pertencentes
à biblioteca, que se encontrarem na posse do infra-
I - apresentação do Certificado de Conclusão tor.
de ensino fundamental, médio ou superior;
§3º - Quando das saídas sob quaisquer moda-
II - incapacidade devidamente comprovada e lidades, o preso deverá devolver os livros sob seu
atestada por responsável. poder.
Art.115 - As atividades educacionais podem
ser objeto de ação integrada e conveniada com ou-
tras entidades públicas, mistas e particulares, que SEÇÃO V
se disponham a instalar escolas, oficinas profissio- DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
nalizantes na Unidade Prisional com aprovação do
danielicoense@gmail.com
Projeto pela Coordenadoria do Sistema Penal. Art.121 - A assistência social tem por finali-
609.749.013-50
Art.116 - O ensino educacional será feito por dade o amparo ao preso e à sua família, visando
profissionais da educação utilizando serviço de mo- prepará-lo para o retorno à liberdade, e será exer-
nitores aptos e treinados, com materiais oferecidos cida por profissional habilitado.
pelo Poder Público. Parágrafo único - É facultado o auxílio de enti-
Art.117 - Os presos que tiverem freqüência e dades públicas ou privadas nas tarefas de atendi-
aprovação de acordo com as normas estabelecidas mento social.
pelo art.126 e §§da Lei de Execução Penal, terão Art.122 - Incumbe ao serviço de Assistência
direito à remição de pena, após análise e avaliação Social, entre outras atribuições:
pelo juízo da execução penal competente.
I - Fornecer o diagnóstico Social do interno;
Art.118 - O ensino profissionalizante poderá
II - Prestar Assistência Social ao interno e à
ser ministrado em nível de iniciação ou de aperfei- sua família;
çoamento técnico, atendendo-se as características
da população urbana e rural, segundo aptidões in- III - Prestar assistência ao interno em caso de
dividuais e demanda do mercado. hospitalização ou transferência da Unidade por mo-
tivo de saúde;
Art.119 - A Unidade prisional disporá de uma
IV - Entrar em contato com a família do interno
biblioteca para uso geral dos presos, que será pro-
para realização de entrevistas ou para esclareci-
vida de livros instrutivos, recreativos e didáticos,
mento;
jornais, revistas e outros periódicos e o acesso ao
preso dar-se-á: V - Promover, quando necessário, o registro ci-
vil do interno e de seus filhos, expedição de docu-
I - para uso na própria biblioteca; e
mento de identidade e carteira profissional;
II - para uso na própria cela, mediante autori-
VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de
zação da direção da unidade.
assistência social, de saúde e educação

416
VII - Integrar a equipe de Saúde nos termos do acesso, válida em todas as unidades prisionais,
Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário; condicionada a prévio agendamento e respeitando
VIII – Facilitar o acesso da comunicação entre as normas de segurança prisional.
preso, instituição e família; Art.125 - Nenhum religioso poderá iniciar seu
IX – Fomentar debates e ações que reafirmem trabalho sem antes ser advertido e instruído dos
a real função social da pena entre os servidores do problemas prisionais e devidamente cientificado de
sistema penal; que deverá desenvolvê-lo em harmonia com as
normas do estabelecimento.
X – Buscar junto às redes sociais de apoio, be-
nefícios que possam resgatar a cidadania dos pre- §1º - A suspensão do ingresso de representan-
sos e presas, egressos e familiares; tes religiosos só poderá acontecer por determina-
ção da Direção do estabelecimento ou outra auto-
XI – Integrar a Comissão Técnica de Classifi-
ridade superior, por motivos justificados e regis-
cação;
trada por escrito, dando-se ciência aos interessa-
XII - Realizar outras atividades dentro de sua dos com antecedência razoável.
área de competência.
§2º - Após procedida a suspensão do ingresso
de representantes religiosos, a decisão sobre a ex-
SEÇÃO VI tensão a outras unidades prisionais ficará a critério
da Coordenadoria do Sistema Penal.
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Art.126 - Na realização de eventos internos
dever-se-á dar preferência às atividades ecumêni-
Art.123 - A assistência religiosa, respeitada a
cas.
liberdade constitucional de culto, a legislação vi-
gente e com as cautelas cabíveis, será prestada ao Parágrafo único - Além dos cultos coletivos, a
Daniel RIBEIRO
preso, sendo-lhe assegurada a participação nos DE ANDRADE
assistência religiosa poderá ser oferecida individu-
eventos organizados na Unidade,danielicoense@gmail.com
bem como a almente a quem a solicitar, em horário e local pre-
posse de livros de instrução religiosa. viamente agendados e autorizados pela Direção do
609.749.013-50
estabelecimento, sendo garantida a privacidade
Parágrafo Único – À pessoa presa será asse- durante o atendimento religioso pessoal, sem pre-
gurado o direito à expressão de sua consciência, juízo da observância das normas de segurança pri-
filosofia ou prática de sua religião de forma indivi- sional.
dual ou coletiva, devendo ser respeitada a sua von-
tade de participação, ou abstenção de participação Art.127 - De modo algum serão permitidos
de atividades de cunho religioso. cultos ou atividades religiosas que possam causar
transtornos aos demais internos e servidores peni-
Art.124 - É assegurado a todas as religiões
tenciários, ou que venham perturbar as manifesta-
professadas no interior da Unidade Prisional, atra- ções religiosas de outras denominações.
vés de seus diversos representantes, direito a rea-
lização de cultos em dia e hora pré-determinados Parágrafo único - A assistência religiosa não
pela Direção, desde que não coloquem em risco a será instrumentalizada para fins de disciplina, cor-
vida e a integridade dos participantes, vedado o recionais ou para estabelecer qualquer tipo de re-
proselitismo religioso e qualquer forma de discrimi- galia, benefício ou privilégio, e será garantida
nação ou estigmatização. mesmo à pessoa presa submetida a sanção disci-
plinar.
§1º -Caso o estabelecimento prisional não te-
nha local adequado para a prática religiosa, as ati-
vidades deverão se realizar no pátio, nas galerias SEÇÃO VII
ou nas celas, em horários específicos.
DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA
§2º - Para atuar no estabelecimento prisional o
líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por
escrito, e deverá ser cadastrado na Coordenadoria Art.128 - A assistência psicológica será pres-
do Sistema Penal, que normatizará o procedimento tada por profissionais habilitados, por intermédio de
de cadastro e fornecerá a respectiva carteira de programas envolvendo o reeducando, a Instituição

417
e familiares, nos processos de ressocialização e Art.129 - A correspondência escrita entre o
reintegração social. preso, seus familiares e afins será feita pelas vias
§1º - Incumbe ao serviço de Assistência Psico- regulamentares.
lógica, entre outras atribuições: Art.130 - É livre a correspondência, condicio-
I – realizar atendimentos iniciais por meio da nada a sua expedição e recepção, às normas de
entrevista de anamnese; segurança e disciplina da unidade prisional.
II – realizar, periodicamente, acolhimento de Art.131 - Os materiais recebidos por via pos-
internos recém chegados, em caráter interdiscipli- tal deverão ser vistoriados em local apropriado, na
nar; presença do preso, observadas as normas de se-
III – identificar demandas de acompanhamento gurança e disciplina da unidade prisional.
psicológico; Parágrafo Único - Ao Diretor Adjunto da Uni-
IV – acompanhar internos em condições de cri- dade caberá a vistoria mencionada neste artigo.
ses depressivas e outros transtornos mentais;
V – contribuir com as ações de promoção da
CAPÍTULO II
saúde mental, notadamente com a assistência aos
dependentes químicos, participando para a propo- DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
sição e a execução de atividades voltadas à redu-
ção de danos e agravos à saúde. Art.132 - O preso terá acesso à leitura de jor-
VI – desenvolver atividades de grupos focais, nais, revistas, periódicos e outros meios de comu-
trabalhando temas pertinentes ao contexto prisio- nicação adquiridos às expensas próprias ou por vi-
nal, com viés multidisciplinar; sitas, desde que submetidos previamente a apreci-
ação da direção da unidade prisional, que avaliará
VII – proceder aos encaminhamentos
Daniel àRIBEIRO
rede DE ANDRADE
a sua contribuição ao processo educacional e res-
de assistência social, de saúde e educação;
danielicoense@gmail.com
socializador, bem como a não infringência às nor-
VIII – participar da articulação de parcerias mas de segurança.
609.749.013-50
para a realização de atividades de promoção da sa-
úde mental, prevenção da dependência química, Art.133 – A Rádio Livre, radiadora com estú-
orientação e assistência aos familiares de presos e dio na Sejus e transmissão para todas as unidades
egressos. prisionais por meio de equipamentos técnicos de
caixas de som, será responsável pela transmissão
IX – destinar, nas unidades femininas, atenção de programação voltada para os internos, de cunho
especial às internas gestantes, em estado puerpe- cultural, educacional, informativo, esportivo, social,
ral e às crianças da creche, principalmente no perí- religioso e de entretenimento, operada por profissi-
odo de separação entre mãe e filho, assim como onal de comunicação, promovendo, ainda, a intera-
contribuir para o fortalecimento dos vínculos da fa- ção entre os internos e seus familiares, bem como
mília que irá abrigar a criança aproximando a comunidade carcerária e a adminis-
§2º – Os exames criminológicos e demais pe- tração penitenciária.
rícias técnicas não poderão ser realizados pelos
Art.134 - O uso do aparelho de rádio difusão
psicólogos que realizam a assistência aos presos.
poderá ser permitido, mediante autorização por es-
crito expedida pela Direção da Unidade Prisional,
TÍTULO X observadas as peculiaridades de cada estabeleci-
mento e comprovada a propriedade do mesmo por
DO CONTATO EXTERNO
documento idôneo, nos locais onde não houver
transmissão da rádio livre.
CAPÍTULO I
§1º - É permitido ao interessado adquirir seu
DA CORRESPONDÊNCIA ESCRITA aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus visi-
tantes.

418
§2º - O aparelho deverá ser de porte pequeno, Parágrafo único - O controle do aparelho e da
a critério da unidade prisional, que deverá atentar programação compete à área de segurança e dis-
para a facilitação de sua revista. ciplina.
§3º - O aparelho de rádio será registrado em Art.137 - Não se permitirá mais de um apare-
livro próprio, a cargo da Direção da Unidade, de- lho de televisão em cada cela, independente da
vendo constar desse registro todos os dados que quantidade de presos.
possibilitem sua perfeita identificação e controle.
Art.138 - O uso dos meios de comunicação
§4º - O aparelho de rádio não identificado será
permitidos por este Regimento Geral poderá ser
apreendido pelos agentes da área de segurança e
suspenso ou restringido por ato devidamente moti-
disciplina, que procederá às averiguações de sua
vado, ficando seu restabelecimento a critério da di-
origem, sem prejuízo da sanção disciplinar.
reção da unidade.
§5º - O portador do rádio deverá utilizá-lo em
sua própria cela em volume compatível com a tran-
qüilidade dos demais presos, permitido o uso de CAPÍTULO III
fone de ouvido. DAS VISITAS
§6º - A Administração não se responsabilizará
pelo mau uso, extravio ou desaparecimento do Art.139 - As visitas ao preso se classificam
aparelho, nem por danos causados pelo usuário ou sob duas categorias: as comuns e as conjugais
por outro preso. (chamadas visitas íntimas).
§7º - Caso haja necessidade de conserto do
aparelho, o mesmo será feito com recurso próprio
do preso ou de seus visitantes. SEÇÃO I
§8º - É proibida qualquer espécie
Danielde RIBEIRO
conserto DE ANDRADE DAS VISITAS COMUNS
de aparelho de rádio nas dependências internas do
danielicoense@gmail.com
estabelecimento, salvo em local determinado e
609.749.013-50Art.140 - Os (as) presos (as) poderão rece-
com a devida autorização. ber visitas de cônjuges, companheiras (os) ou pa-
Art.135 - O acesso à televisão pelo preso, rentes, em dias determinados, desde que regis-
qualquer que seja o regime de cumprimento de trado no rol de visitas do Estabelecimento Prisional
pena, ocorrerá sob duas modalidades: e devidamente autorizadas pela direção, e se darão
na forma especificada na Portaria Nº692/2013 da
I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da Sejus, ou outra portaria que venha a substituí-la,
unidade prisional; expedida pelo mesmo órgão.
II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada Parágrafo único – O cadastramento no rol de
cela ou alojamento, mediante prévia autorização visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias
por escrito da direção da unidade, comprovada a da apresentação dos documentos elencados na re-
propriedade do mesmo por documento idôneo. ferida portaria, devendo as hipóteses de indeferi-
Art.136 - O aparelho de uso coletivo deverá mento serem devidamente motivadas.
ser franqueado aos presos, através de programa- Art.141 - As visitas serão limitadas ao nú-
ção institucional previamente divulgada, nos se- mero de 02 (dois) visitantes por dia de visita, a fim
guintes locais: de proporcionar adequadas condições de revista,
I - em sala de aula, para fins didáticos e sócio- preservando as condições de segurança na Uni-
culturais; dade Prisional. Quanto à visitação de filhos e netos
II - em ambientes coletivos, em horários esta- menores de idade, no dia destinado a essas visitas,
belecidos formalmente, sem prejuízo das ativida- não há limite de quantidade.
des de trabalho, escola, esportes e outras priorida- §1º - Os cadastros de visita deverão ser prefe-
des. rencialmente biométricos, sendo renovados a cada
02 (dois) anos e acompanharão o preso em caso
de mudança de unidade.

419
§2º - Em não havendo cônjuge, companheira §2º - Em caso excepcional, a administração
(o), ascendentes e descendentes de primeiro ou poderá autorizar visita extraordinária, devendo fixar
segundo grau e colaterais de primeiro grau ou pa- o tempo de sua duração.
rentes habilitados para a visita, poderá o(a) §3º - O preso recolhido ao pavilhão hospitalar
preso(a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as). ou enfermaria e impossibilitado de se locomover,
Art.142 - A entrada de menores nas unidades ou em tratamento psiquiátrico, poderá receber vi-
prisionais só será permitida aos filhos e netos do(a) sita no próprio local, a critério da autoridade mé-
preso(a), acompanhados pelo responsável legal e, dica.
na falta deste, por aquele que for designado para Art.146 - Antes e depois das visitas os presos
sua guarda e responsabilidade, pela autoridade ju- poderão ser submetidos à revista.
dicial competente, devendo apresentar carteira de
identidade ou certidão de nascimento. §1º - Os visitantes deverão ser revistados an-
tes de adentrarem na unidade.
§1º - A entrada do(a) companheiro(a) menor de
idade se dará mediante autorização do juízo das §2º - A revista pessoal (eletrônica, mecânica
execuções, salvo se já possuírem prole em comum, ou manual) será realizada com respeito à dignidade
quando deverá ser apresentada certidão de nasci- humana, sendo vedada qualquer forma de desnu-
mento do(s) filho(s). damento, tratamento desumano ou degradante.

Art.143 - Não será permitida a visita a pessoa §3º - A revista pessoal deverá ocorrer medi-
ante uso de equipamentos eletrônicos detectores
que:
de metais, bodyscanners, aparelhos de raio-X ou
I - não esteja autorizado pela direção; similares, ou ainda manualmente, preservando-se
II - não apresente documento de identificação; a integridade física, psicológica e moral da pessoa
revistada.
III - apresentar sintomas de embriagues ou
DanieldeRIBEIRO
conduta alterada que levem a presunção con- DE ANDRADE
§4º - Onde houver bodyscanners obrigatoria-
sumo de drogas e/ou entorpecentes; danielicoense@gmail.com
mente este será o meio utilizado para a revista ele-
trônica.
609.749.013-50
IV - estiver com gesso, curativos ou ataduras;
§5º - Considera-se revista manual toda inspe-
V - chegar na Unidade Prisional no dia e hora, ção realizada mediante contato físico da mão do
não estabelecido para visita; agente público competente sobre a roupa da pes-
VI - do sexo masculino que estiver trajando soa revistada, sendo vedados o desnudamento to-
bermuda, calção e/ou camiseta sem mangas; tal ou parcial, o toque nas partes íntimas, o uso de
VII - do sexo feminino que estiverem trajando espelhos, o uso de cães farejadores, bem como a
mini-saias, miniblusas, roupas excessivamente introdução de quaisquer objetos nas cavidades cor-
curtas, decotadas e transparentes; porais da pessoa revistada.
§6º - A retirada de calçados, casacos, jaquetas
Art.144 - Cartas, bilhetes ou qualquer outro
e similares, bem como de acessórios, não caracte-
meio de comunicação escrita, deverão ser entre- riza desnudamento.
gues aos plantonistas da revista ou ao chefe de
equipe que fará o encaminhamento ao preso. §7º - A revista manual será realizada por servi-
dor habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa
Art.145 - As visitas comuns deverão ocorrer revistada.
preferencialmente, as quartas-feiras e/ou domin-
§8º - A revista pessoal em crianças ou adoles-
gos das 08:00 horas às 16:00 horas, encerrando se
centes deve garantir o respeito ao princípio da pro-
o acesso ao interior da Unidade Prisional às 14:00
teção integral da criança e do adolescente, sendo
horas, em período não superior a 08 (oito) horas,
vedada sua realização sem a presença e o acom-
não devendo coincidir com o dia destinado às visi-
panhamento de um responsável legal.
tas íntimas.
§9º - A realização de revista manual ocorrerá
§1º - A critério da Coordenação do Sistema Pe-
nas seguintes hipóteses:
nal ou da Direção da Unidade Prisional, poderá ser
suspensa ou reduzida a visita em caso de risco imi- I – o estado de saúde impeça que a pessoa a
nente à segurança e disciplina. ser revistada se submeta a determinados

420
equipamentos de revista eletrônica, mediante com- Parágrafo único – As unidades prisionais dis-
provação de laudo médico expedido em até ses- porão de espaços lúdicos para acolher filhos e ne-
senta dias antes da visita, exceto quando atestar tos de presos (as) por ocasião das visitas.
enfermidade permanente;
Art.152 - O visitante, familiar ou não, poderá
II – quando não existir equipamento eletrônico ter seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60
ou este não estiver funcionando; (sessenta) dias, por decisão motivada da direção
III – após a realização da revista eletrônica, da unidade, quando:
subsistir fundada suspeita de porte ou posse de ob- I - da visita resulte qualquer fato danoso à se-
jetos, produtos ou substâncias, cuja entrada seja gurança e disciplina da unidade, que envolva o vi-
proibida. sitante ou o preso;
Art.147 - Os valores e objetos considerados II - houver aplicação de sanção disciplinar sus-
inadequados, encontrados em poder do visitante, pendendo o direito a receber visita;
serão guardados em local apropriado e restituídos Parágrafo Único - O visitante, familiar ou não,
ao término da visita. terá seu cadastro cancelado se praticar qualquer
Parágrafo Único - Caso a posse constitua de- ato tipificado como crime doloso, sendo possível a
lito penal deverão ser tomadas as providências le- recuperação do cadastro, por decisão da Direção
gais cabíveis. da Unidade, ouvidos os Setores de Segurança e
Disciplina e de Serviço Social, a partir de 6 (seis)
Art.148 - As pessoas idosas, gestantes e de-
meses após a prática do ato.
ficientes físicos, terão prioridade nos procedimen-
tos adotados para a realização da visita. Art.153 - O preso que cometer falta discipli-
nar média ou grave poderá ter restringido ou sus-
Art.149 - O visitante que estiver com maqui-
penso o direito a visita por até 30 (trinta) dias.
agem, peruca e outros complementos DanielqueRIBEIRO
possam DE ANDRADE
dificultar a sua identificação ou revista, poderá ser
danielicoense@gmail.com
impedido de ter acesso à unidade prisional, como SEÇÃO II
medida de segurança. 609.749.013-50
DA VISITA ÍNTIMA
Art.150 - Roupas íntimas, agasalhos e mate-
rial higiênico não fornecidos pelo Sistema Prisional, Art.154 - A visita íntima constitui um direito e
bem como, bens de consumo, perecíveis ou não, tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e
permitidos e trazidos pelos visitantes nos dias re- familiares, devendo ser requerida pelo preso inte-
gulamentares de visita, serão entregues no setor ressado ao Diretor da Unidade.
da revista, para que seja realizado um minucioso
exame na presença do portador, após o que será Parágrafo Único - A orientação sexual dos in-
permitida a entrada no estabelecimento. ternos e dos visitantes deverá ser respeitada, não
devendo haver qualquer tipo de discriminação.
§1º - A Coordenadoria do Sistema Penal de-
verá formular anualmente relação dos bens de con- Art.155 - A visita íntima poderá ser suspensa
sumo, perecíveis ou não, que poderão ser admiti- ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta
dos no interior das unidades, da qual se dará ampla disciplinar média ou grave cometida pelo reedu-
publicidade; cando, bem como por atos do(a) companheiro(a)
que causar problemas de ordem moral ou de risco
§2º - As visitas não poderão ingressar nas uni-
para a segurança ou disciplina. Art.156 - Os servi-
dades prisionais levando qualquer pertence que
ços de Saúde e de Assistência Social do Sistema
não seja autorizado pela administração, devendo
Penitenciário deverão planejar um programa pre-
ser vedados apenas aqueles que atentem contra a
ventivo para a população prisional, nos aspectos
segurança e disciplina do estabelecimento.
sanitário e social, respectivamente, sendo assegu-
Art.151 - As visitas comuns serão realizadas rada a distribuição gratuita de preservativos ao
em local próprio, em condições dignas e que possi- preso, quando da realização da visita íntima.
bilitem a vigilância pelo corpo de segurança.

421
Parágrafo único - O serviço de Saúde e a Co- Art.160 - O controle da visita íntima, relativa-
missão Técnica de Classificação de cada unidade mente às condições de acesso, trânsito interno e
prisional desenvolverão os programas propostos. segurança do(a) preso(a) e de seu cônjuge ou com-
Art.157 - Ao preso será facultado receber panheiro(a), compete aos integrantes da área de
para visita íntima cônjuge ou companheiro(a) ou segurança e disciplina.
pessoa designada pelo mesmo, comprovadas as Art.161 - A visita deverá submeter-se às nor-
seguintes condições: mas de segurança do estabelecimento.
I - se cônjuge, comprovar-se-á com a compe-
tente Certidão de Casamento;
TÍTULO XI
II - se companheiro(a), comprovar-se-á com o
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO
Registro de Nascimento dos filhos em nome de am-
bos ou declaração de união estável assinada por PECÚLIO
duas testemunhas, com firma reconhecida;
III - nos demais casos, mediante declaração Art.162 - A unidade prisional manterá o tra-
expressa do(a) preso(a), com a apresentação dos balho do reeducando como dever social e condição
documentos exigidos para as visitas comuns, e de dignidade humana, com finalidade educativa,
avaliação do Serviço Social. produtiva e reintegradora.
§1º - o preso poderá receber a visita íntima de Parágrafo Único - Aplicam-se à organização e
menor de 18 (dezoito) anos, quando: aos métodos de trabalho as precauções relativas à
segurança e à higiene.
a) legalmente casados;
b) nos demais casos, mediante autorização do Art.163 - As modalidades de trabalho classi-
juízo das execuções, salvo se já possuírem prole ficam-se em interno e externo.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
em comum, quando deverá ser apresentada certi- §1º - O trabalho interno tem caráter obrigatório,
dão de nascimento do(s) filho(s); danielicoense@gmail.com
respeitadas as aptidões e a capacidade do preso,
609.749.013-50
observando-se:
c) houver prova de emancipação civil do(a) vi-
sitante. a) Na atribuição do trabalho, poderão ser leva-
§2º - Somente será autorizado o registro de das em consideração a habilitação, a condição pes-
um(a) visitante, ficando vedadas as substituições, soal e as necessidades futuras do interno.
salvo se ocorrer separação ou divórcio, no decurso b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão
do cumprimento de pena, obedecido o prazo mí- ocupação adequada à sua idade.
nimo de 6 (seis) meses, com investigação do Ser-
c) Os doentes ou portadores de necessidades
viço Social e decisão da Direção da Unidade Prisi-
especiais, declarados tais pelo órgão competente,
onal.
terão ocupação compatível com seu estado físico e
Art.158 - Comprovadas as relações previstas mental.
nos artigos anteriores, para a concessão de visita §2º - A jornada de trabalho não poderá ser in-
íntima, deverão ainda as partes: ferior a 06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas,
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de com descanso aos domingos e feriados, salvo ex-
vista de saúde, através de exames laboratoriais ceções legais.
tanto para o(a) preso(a) como para o(a) compa-
Art.164 - Conforme o disposto no artigo 126
nheiro(a);
da Lei de Execução Penal, o detento poderá remir
b) Submeter-se aos exames periódicos, a cri- parte do tempo de condenação, à razão de um dia
tério das respectivas unidades. de pena por três trabalhados.
Art.159 - A periodicidade da visita exclusiva- §1º - Também se considera, para efeitos de re-
mente íntima será mensal, obedecidos os critérios mição, a freqüência regular aos cursos de Ensino
estabelecidos neste Regimento Geral. Fundamental, Médio e Profissionalizante, bem
como a produção intelectual e produção de artesa-
nato.

422
§2º - Deverá existir uma ficha de freqüência, a Art.169 - Compete à unidade prisional propi-
qual registrará os dias trabalhados, devendo ser ciar condições de aprendizado aos presos sem ex-
assinada diariamente pelo preso(a) e rubricada no periência profissional na área solicitada.
final do mês pela autoridade administrativa compe-
tente. Art.170 - Para a prestação do trabalho in-
terno, dar-se-á sempre preferência aos presos que
§3º - A contagem do tempo de remição se dará
tenham índice superior de aproveitamento e maior
na forma do art.126 da Lei de Execução Penal.
tempo de cumprimento de pena.
§4º - Para fins de cumulação dos casos de re-
mição, as horas diárias de trabalho e de estudo se-
rão definidas de forma a se compatibilizarem. CAPÍTULO II
§5º - O preso impossibilitado, por acidente, de DO TRABALHO EXTERNO
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
beneficiar-se com a remição. Art.171 - O trabalho externo, executado fora
§6º - O condenado que cumpre pena em re- dos limites do estabelecimento, será admissível
gime aberto ou semiaberto e o que usufrui liber- aos presos em regime fechado, quando obedeci-
dade condicional poderão remir, pela frequência a das as condições legais, e aos presos em cumpri-
curso de ensino regular ou de educação profissio- mento de pena em regime semiaberto e aberto.
nal, parte do tempo de execução da pena ou do pe-
Art.172 - O cometimento de falta disciplinar
ríodo de prova.
de natureza grave implicará na revogação imediata
§7º - O disposto neste artigo aplica-se às hipó- da autorização de trabalho externo, sem prejuízo
teses de prisão cautelar. da sanção disciplinar correspondente, apurada
Art.165 - O Setor de Segurança e Disciplina através de procedimento disciplinar.
informará à Unidade de Produção Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
e comercializa- Art.173 - O preso em cumprimento de pena
ção sobre eventuais impedimentos dadanielicoense@gmail.com
atividade do em regime semiaberto, poderá obter autorização
trabalho do preso trabalhador e seus motivos.
609.749.013-50
para desenvolver trabalho externo, junto às empre-
Parágrafo Único - No caso de saída do preso sas públicas ou privadas, observadas as seguintes
da unidade prisional será comunicada imediata- condições:
mente para a Unidade de Produção e Comerciali- I- Submeter-se à observação criminológica re-
zação para as providências cabíveis. alizada no período de 30 (trinta) dias de sua inclu-
são, sem qualquer impedimento;
CAPÍTULO I II- Manter comportamento disciplinado, seja na
unidade prisional, seja na empresa a qual presta
DO TRABALHO INTERNO
serviços;
III- Cumprir horário, em jornada estabelecida
Art.166 - O trabalho interno será desenvol- no respectivo contrato de trabalho;
vido através de qualquer atividade regulamentada,
que tenha por objetivo o aprendizado, a formação IV- Retornar à unidade prisional quando de
de hábitos sadios de trabalho, o espírito de coope- eventual dispensa portando documento hábil do
ração e a socialização do preso. empregador;
V - Ter justificado ao empregador, mediante
Art.167 - Considera-se trabalho interno
documento hábil, a falta por motivo de saúde;
aquele realizado nos limites do estabelecimento,
destinado a atender às necessidades peculiares da VI- Cumprir rigorosamente o horário da jornada
unidade. de trabalho estabelecidos pela unidade prisional e
empresa.
Art.168 - Será atribuído horário especial de
trabalho aos internos designados para os serviços Art.174 - A unidade prisional deverá manter
de conservação, subsistência e manutenção da o controle e fiscalização através de instrumentos
Unidade. próprios, junto à empresa e ao reeducando, para

423
que o mesmo possa cumprir as exigências do ar- Art.183 - Os funcionários da Unidade Prisio-
tigo anterior. nal cuidarão para que sejam observados e respei-
tados os direitos e deveres dos detentos respon-
CAPÍTULO III dendo, nos termos da legislação própria, pelos re-
sultados adversos a que derem causa, por ação ou
DO PECÚLIO
omissão.
§1º - No exercício de suas funções, os funcio-
Art.175 - O trabalho do(a) preso(a) será re- nários não deverão compactuar com os presos
munerado, obedecendo critérios de produtividade, nem praticar atos que possam atentar contra a se-
não podendo ser inferior a 3/4 três quartos) do sa- gurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo
lário mínimo. com os detentos dentro dos limites funcionais;
Art.176 - O produto da remuneração será de- §2º - Os agentes prisionais levarão ao conhe-
positado em conta bancária, em Banco Oficial ou cimento da autoridade competente as reivindica-
Privado, conveniado com o Estado. ções dos presos objetivando uma solução ade-
quada, bem como as ações ou omissões dos mes-
Art.177 – Quanto aos valores do trabalho do
mos, que possam comprometer a boa ordem na
preso, seu pecúlio e deduções previdenciárias, ob-
Unidade Prisional.
servar-se-á o disposto na Portaria 217/2014 da Se-
jus. Art.184 - Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a
direção do Estabelecimento comunicará imediata-
Art.178 - Toda importância em dinheiro que
mente ao Juiz da Execução, a Coordenadoria do
for apreendida indevidamente com o reeducando e
Sistema Prisional e também solicitará a presença
cuja procedência não for esclarecida reverterá ao
da Polícia Judiciária.
Estado, por processo administrativo em que se
obedeça ao devido processo legal. Daniel RIBEIRO DE ANDRADEParágrafo Único - Falecendo o interno, os va-
lores e bens devidamente inventariados, serão en-
Parágrafo Único - Se a origem e danielicoense@gmail.com
propriedade
tregues aos familiares.
forem legítimas, a importância será depositada no
609.749.013-50
pecúlio reserva do reeducando, sem prejuízo das Art.185 - Em caso de danos ao Estabeleci-
sanções disciplinares previstas. mento a Diretoria oferecerá a Coordenadoria do
Sistema Penitenciário relatório circunstanciado ob-
Art.179 - Na ocorrência do falecimento do re-
jetivando avaliar os prejuízos e elucidar as irregula-
educando, o saldo será entregue a familiares, aten-
ridades, encaminhando os resultados a quem de di-
didas as disposições pertinentes.
reito.
Parágrafo Único - Cabe ao reeducando ressar-
TÍTULO XII cir o Estado pelos danos causados, ao patrimônio
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS físico e material da Unidade Prisional.
Art.186 - Os casos omissos poderão ser re-
Art.180 - O abuso de poder exercido contra o solvidos pelo diretor da Unidade, em conjunto com
interno será punido administrativamente, sem pre- a Coordenadoria do Sistema Penitenciário, com o
juízo da apuração da responsabilidade penal e civil. conhecimento da Secretária da Justiça e Cidada-
nia, observadas as respectivas competências.
Art.181 - Cada unidade prisional adotará,
atendendo suas peculiaridades, horário próprio Art.187 - A revisão do Regimento Geral dos
para tranca e destranca das celas. Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará
será realizada a cada 4 (quatro) anos, contados a
Art.182 - A cada mês do ano civil os Adminis-
partir de sua publicação, por Comissão Especial a
tradores das unidades prisionais, após consulta às ser designada pelo(a) Secretário(a) da Justiça e Ci-
equipes técnicas das unidades, elaborarão relató- dadania, composta preferencialmente de forma pa-
rio circunstanciado das atividades e funcionamento ritária por membros das instituições com atuação
da respectiva unidade, encaminhando-o ao Coor- direta no sistema prisional.
denador do Sistema Penal do Estado, para as pro-
vidências que entender cabíveis.

424
Parágrafo único – Sem prejuízo da citada revi-
são, serão promovidos encontros anuais de servi-
dores e gestores para discussão, proposição e ava-
liação das políticas públicas para o sistema peni-
tenciário.
Art.188 - Este Regimento entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE


danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

425
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

426
O Estado é uma pessoa jurídica territorial so-
berana e, além disso, possui personalidade jurídica
de direito público. O seu campo de atuação pode
ser na esfera pública ou privada. Um tópico bem
cobrado é os elementos do Estado.
São eles:
O Direito Administrativo compõe o ramo do Di-
• Povo - Elemento humano, o qual possuem
reito Público, pois tem como características e prin-
vínculo jurídico com o Estado através da nacionali-
cípios marcantes a supremacia do interesse pú-
dade.
blico (relações jurídicas verticalizadas), a indispo-
nibilidade do interesse público e a legalidade. • Governo soberano - Elemento condutor do
Estado.
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, o Di-
reito Administrativo nasceu no fim do século XVIII e • Território - Elemento geográfico do Estado.
início do século XIX, não significando que inexistia, OBS: Cabe frisar que o Estado abordado aqui
anteriormente, normas administrativas, uma vez é o Estado como nação, e não como estados mem-
que onde quer que exista o Estado há órgãos en- bros, como o estado da Bahia, Ceará ou Rio
carregados do exercício de funções administrati- Grande do Norte.
vas. Rafael Carvalho aponta que nascimento do Di-
reito Administrativo se relaciona diretamente com a Governo
consagração dos ideais da Revolução Francesa de Como visto acima, governo é um elemento
1789 e o surgimento do Estado de Daniel
Direito.RIBEIRO
A partir DEcondutor
ANDRADE do Estado, faz parte do poder supremo e
dos ideais liberais revolucionáriosdanielicoense@gmail.com
da burguesia máximo do Estado. A doutrina traz a sua divisão em
(separação de poderes, princípio da legalidade e sentido objetivo e subjetivo.
609.749.013-50
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão),
• Governo objetivo - Atividade diretiva do Es-
o poder estatal é limitado e o Direito Administrativo
tado.
é concebido como ramo especial do Direito, ao lado
do Direito Privado, regulador das relações envol- • Governo subjetivo - Cúpula diretiva do Es-
vendo o Estado e o exercício das atividades admi- tado.
nistrativas. Nesse sentido, o Estado é pessoa jurí- Administração Pública
dica de direito público, ainda que atuando na seara
A administração serve como instrumento de
do direito privado. Logo, o Estado pode atuar tanto
manifestação da função administrativa. Ela possui
no direito público quanto no direito privado, no en-
tanto, sempre ostenta a qualidade de PESSOA JU- alguns conceitos e sentidos muito cobrados em
prova. Vem me acompanhando.
RÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
Conceito material, objetivo ou funcional
Refere-se à própria atividade administrativa.
O Direito Administrativo tem por objeto as rela-
ções por ele disciplinadas, a saber: Como exemplo temos: poder de polícia, desapro-
priação, etc...
a) relações internas entre órgãos e entidades
Conceito formal, orgânico ou subjetivo
administrativas;
Refere-se a quem faz parte da administração
b) relações entre a administração e seus agen-
tes; pública, ou seja, pessoas jurídicas, órgãos públi-
cos, agentes públicos, etc...
c) relações entre a administração e os seus ad-
ministrados; Sentido amplo da administração pública
Aqui estão presentes as funções administrati-
d) atividades administrativas exercidas por
prestadores de serviços públicos. vas e também as funções políticas (órgãos de go-
verno).

427
Sentido estrito da administração pública Critérios da Administração Pública
Apenas funções administrativas. O direito administrativo é ramo jurídico, e como
Sentido introverso tal, se dedica ao estudo das regras e normas,
sendo caracterizada como ciência normativa, impo-
Relação da administração pública com os seus sitiva que define os limites dentro dos quais a ges-
agentes. Representa a atividade meio da adminis- tão pública pode ser executada. Várias foram as
tração pública. correntes/teorias que buscaram definir o direito ad-
Sentido extroverso ministrativo. Nessa linha, vejamos as principais de-
las:
Relação da administração pública com os par-
ticulares. Representa a atividade fim da administra- a) Corrente Legalista/Exegética/Empírica: O
ção pública. direito administrativo seria o conjunto da legislação
administrativa existente no país. Se limitava a fazer
compilação de leis que tratassem da função admi-
MODELOS DE nistrativa e desconsiderava doutrina e jurisprudên-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cia.
Crítica: A grande crítica do critério legalista foi
Administração Patrimonialista
desconsiderar a carga normativa dos princípios.
Não havia diferença entre os interesses pesso- Dessa forma só era valorado o que estivesse em
ais dos agentes públicos e os interesses da própria lei.
administração.
b) Critério do Poder Executivo/Italiano/Sub-
Administração Burocrática jetivista: O Direito Administrativo seria um com-
Superou o patrimonialismo ao adotar o princí- plexo de leis disciplinadoras da atuação do poder
pio da impessoalidade. Foram criados rígidos con- executivo. Assim, o objeto do direito administrativo
Daniel RIBEIRO DE seriaANDRADE
toda atuação do Poder Executivo.
troles sobre a atuação dos agentes públicos. For-
danielicoense@gmail.com
mou-se a burocracia, onde os agentes públicos de- Crítica: O Direito Administrativo não se resume
vem obedecer aos procedimentos determinados 609.749.013-50
e à disciplina do Poder Executivo, afinal, todos os Po-
a rígida hierarquia e a separação de funções. deres administram, embora, para alguns, isso
Administração Gerencial constitua missão atípica. E mais: no Poder Execu-
tivo, nem tudo é objeto do Direito Administrativo,
É o modelo adotado na Administração mo- como são as funções de governo, regidas pelo Di-
derna. Busca superar o modelo burocrático por reito Constitucional.
meio da adoção do princípio da eficiência, que tem
as seguintes consequências principais: c) Critério das Relações Jurídicas: O Direito
Administrativo é a disciplina das relações jurídicas
• Utilização do controle de resultados substi- entre a Administração e o particular. Assim, todas
tuindo o controle de meios; as relações entre o Estado e o Administrado seria
• Maior autonomia dos agentes/órgãos/entida- função administrativa.
des públicas; Crítica: Devemos recordar que outros ramos
• Serviço orientado para o cidadão; do direito, de igual modo, regulam a relação jurídica
entre particular e Estado, por exemplo, os contratos
• Utilização de indicadores de desempenho;
privados pactuados que são regidos pelo direito ci-
Obs.: Administração Pública Dialógica: vil.
Segundo Ronny Charles, Administração pú- d) Critério do Serviço Público (França): O
blica dialógica é uma tendência identificada em al- Direito Administrativo teria por objetivo a disciplina
gumas atividades administrativas, notadamente na jurídica dos serviços públicos. Ou seja, a função
prestação de serviços públicos e contratações de administrativa seria a instituição, organização e
grandes empreendimentos, que consiste na aber- prestação do serviço público. -Escola do Serviço
tura de diálogo com os administrados, permitindo Público (Leon Duguit).
que eles colaborem para o aperfeiçoamento ou a
• Sentido amplo (Leon Duguit): Inclui todas as
legitimação da atividade administrativa.
atividades do Estado.

428
• Sentido Estrito (Gaston Jeze): Inclui apenas
atividades materiais. (Leia-se: aquela de dentro • Concreta: diferente da legislativa, que é geral
para fora, com a finalidade de satisfação das ne- e abstrata - não atinge pessoas específicas, a fun-
cessidades coletivas). ção administrativa é concreta porque se materializa
Crítica: Referido conceito é bastante restrito, em casos concretos.
isto porque, na atualidade, a ideia de prestação de • Imediata: realiza os fins do Estado (necessi-
serviço público vem sofrendo restrições, de modo dades do Estado). Quem define os fins do Estado,
que a administração pública não se limita tão so- por sua vez, é o Direito Constitucional.
mente a execução dessa prestação. O Estado faz
muitas atividades além da mera prestação do ser-
viço público, sendo este último apenas uma das fa- EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E
cetas. Por exemplo, atua na exploração de ativi- EFETIVIDADE NO SETOR PÚBLICO
dade econômica na busca do interesse público.
e) Critério Teleológico ou Finalístico: O Di- Eficiência: conceito que relaciona os meios e
reito Administrativo é sistema de princípios jurídi- os métodos. Mede a proporção dos recursos utili-
cos que regula as atividades do Estado para o cum- zados para alcançar os objetivos. Pode se referir
primento dos seus fins. Assim, o Direito Administra- ainda à capacidade de seguir rotinas e manuais (fa-
tivo deve ser conceituado como toda atuação do zer as coisas da maneira certa). São exemplos de
Estado com finalidade pública. medidas de eficiência o custo do trabalho, o retorno
Crítica: Essa posição apresenta-se como a pelo capital investido, a produtividade.
mais correta, porém não consegue abranger inte- Eficácia: significa a capacidade de atingir ob-
gralmente o conceito da matéria, de forma que não jetivos e resultados pretendidos.
é adotada de forma majoritária.
Diferente da eficiência que se preocupa com
f) Critério Negativista: EsseDaniel RIBEIRO
critério surgiu da DEosANDRADE
meios, a eficácia relaciona-se com os fins e pro-
dificuldade de identificar o objeto dodanielicoense@gmail.com
Direito Admi- pósitos. Significa fazer as coisas certas (necessá-
nistrativo. Assim, o Direito Administrativo seria con-
609.749.013-50
rias), atingir os objetivos.
ceituado por exclusão, a partir do que ele não era.
Efetividade: conceito que se relaciona a capa-
Crítica: não posso definir algo pelo que ele não cidade de produzir efeitos/impactos no longo prazo.
é. Embora não tenha um erro grosseiro, ele não Alguns autores afirmam que a efetividade é igual à
pode ser usado como forma de conceituação do di- soma da eficiência e da eficácia.
reito administrativo.
g) Critério Funcional: O Direito Administrativo GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY
é ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina da
função administrativa, esteja ela sendo exercida
Governança
pelo Executivo, Legislativo, Judiciário ou por dele-
gação estatal. A governança se traduz na forma através da
qual o governo gerencia os recursos econômicos e
Segundo Hely Lopes Meirelles, o direito admi-
sociais do Estado visando o interesse coletivo da
nistrativo pode ser definido como conjunto harmô-
sociedade. Refere-se à capacidade administrativa
nico de princípios que regem os órgãos, os agentes
e financeira, de um governo implementar as políti-
e a atividade pública para realização dos fins dese-
cas públicas.
jados pelo Estado de forma DIRETA, CONCRETA
e IMEDIATA. Segundo o Banco Mundial (1992), governança
é: “a maneira pela qual o poder é exercido na ad-
• Direta: não se confunde com a função jurisdi-
ministração dos recursos sociais e econômicos de
cional, que é indireta por depender de provocação.
um país visando o desenvolvimento”.
Desse modo, ao se falar que a atuação é direta
quer-se dizer que ela atua de ofício, não depen- Em outros termos, a governança é a organiza-
dendo de provocação. Reitero, NÃO depende de ção dos recursos públicos com vistas à otimização
provocação para que haja atuação administrativa, gerencial da máquina pública, à transformação dos
ela é DIRETA. objetivos governamentais em ações públicas, para

429
o atendimento das demandas da sociedade e o al- Súmula n°473, STF: A administração pode anular seus
cance dos objetivos do Estado. próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ile-
gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
Diz respeito às competências técnicas, finan- por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
ceiras e gerenciais, tendo como origem os agentes os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
públicos, em sentido amplo; e os servidores públi-
cos, em sentido estrito.
Súmula n°633, STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no
A governança pode envolver a articulação que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de
em rede de outros entes públicos ou organizações atos administrativos no âmbito da Administração Pública
privadas em cooperação, de modo que a qualidade federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos esta-
dos e municípios, se inexistente norma local e específica
das interações entre os atores estatais e não esta- que regule a matéria.
tais está diretamente ligada ao grau de governança
e ao processo de elaboração de políticas públicas.
Súmula n° 346, STF: A administração pública pode decla-
Accountability rar a nulidade dos seus próprios atos.

O termo accountability diz respeito ao dever de


prestação de contas pelo administrador público, Súmula n°6, STF: A revogação ou anulação, pelo Poder
Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato apro-
tem como premissa a transparência dos atos de vado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de
gestão do governo, permitindo a responsabilização aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência re-
dos gestores pelos resultados entregues à socie- visora do judiciário.
dade.
Como vimos, a accountability faz parte de um PRINCÍPIOS
dos princípios da Governança e pode também con-
tribuir com a governabilidade. Assim denominados pois constam expressa-
Tal transparência permite o controle
DanielporRIBEIRO
parte mente no art. 37 da CF/88. São eles: [LIMPE]
DE ANDRADE
da população, que deve fiscalizar a gestão dos re-
danielicoense@gmail.com
cursos públicos pela Administração Pública. Visto
• Legalidade
609.749.013-50
que os bens pertencem ao povo e os agentes pú-
blicos são responsáveis por prestar contas do seu • Impessoalidade
correto gerenciamento. • Moralidade
Dessa forma, os cidadãos podem avaliar se o • Publicidade
governo está ou não cumprindo sua finalidade pre-
cípua. • Eficiência

Por conseguinte, a maior demanda por ac- OBS: Além dos princípios expressos pelo Di-
countability contribui positivamente com a gover- reito Administrativo existem princípios implícitos
nança, já que a Administração Pública poderá apli- (ou reconhecidos) extraídos pela interpretação sis-
car políticas públicas com maior eficiência. temática, reconhecidos pela jurisprudência e dou-
trina.

JURISPRUDÊNCIAS Legalidade (Juridicidade)


RELACIONADAS AO TEMA Pelo princípio da legalidade, a atuação da ad-
ministração pública subordina-se à lei, de modo
Súmula vinculante n°13, STF: A nomeação de cônjuge, que o agente público somente poderá fazer o que
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi- proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal,
nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nome- está proibida a atuação do ente público e qualquer
ante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exer-
conduta praticada de forma arbitrária por ele. Res-
cício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de salta-se que a legalidade no âmbito do direito ad-
função gratificada na Administração Pública direta e indi- ministrativo não se confunde com a legalidade pri-
reta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do vada, em que é permitido fazer tudo que não é pro-
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Fe- ibido (autonomia privada). Ex.: O princípio da lega-
deral. lidade veda à administração a prática de atos

430
inominados, embora estes sejam permitidos aos c) Medida provisória.
particulares. Nesses três casos, deve a Administração
Note a flagrante diferença entre os regimes ju- atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua
rídicos de direito público e direito privado, posto atuação, o que revela a mitigação da obrigatorie-
que, neste último é possível realizar tudo o que a dade do princípio da legalidade.
lei não proíbe, ao passo que, no primeiro, o admi- Princípio da Impessoalidade
nistrador somente pode atuar mediante previa au-
torização legal. O princípio da legalidade comporta Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da
dois desdobramentos: administração pública deve ser imparcial, não vi-
sando beneficiar ou prejudicar pessoa determi-
(1) Supremacia da Lei: A lei prevalece e tem nada, tendo em vista que a sua atuação está vol-
preferência sobre os atos da Administração. tada à busca do interesse público em geral.
· Relaciona-se com a doutrina da NEGATIVE OBS.: Para o professor Hely Lopes Meirelles
BINDUNG (VINCULAÇÃO NEGATIVA), segundo a (doutrina minoritária), o princípio da impessoali-
qual a lei representa uma limitação à vontade do dade nada mais é que o clássico princípio da finali-
Administrador. dade, o qual impõe ao administrador público que só
(2) Reserva de Lei: o tratamento de certas pratique o ato para atingir o objetivo indicado ex-
matérias deve ser formalizado necessariamente pressa ou virtualmente pela norma de direito, de
pela legislação. forma impessoal. Cuidado!
Relaciona-se com a POSITIVE BINDUNG Em que pese não ser a doutrina que prevalece
(VINCULAÇÃO POSITIVA), condiciona a validade atualmente, posto que a doutrina moderna entende
da atuação dos agentes públicos à prévia autoriza- que os princípios da impessoalidade e da finalidade
ção legal. Atualmente, prevalece a ideia da vincu- não se confundem (são autônomos), tal questão já
lação positiva da Administração à lei, ou seja, a atu-
Daniel RIBEIRO DEfoiANDRADE
cobrada para prova de Delegado de Polícia, mo-
ação do administrador depende de prévia habilita- tivo pelo qual devemos ficar atentos!
ção legal para ser legítima. danielicoense@gmail.com
O princípio da impessoalidade possui duas
609.749.013-50
Considerações importantes: acepções:
• A legalidade deve ser reinterpretada a partir I. Igualdade ou Isonomia: A Administração
da constitucionalização do Direito Administrativo. deve dispensar tratamento impessoal e isonômico
• Por ser submissa ao princípio da legalidade, aos particulares para atender a finalidade pública.
a Administração, não pode levar a termo interpre- Ex.: realização de concurso público é uma forma de
tação extensiva ou restritiva de direitos, quando a observar o princípio da igualdade ou isonomia e
lei assim não o prever de modo expresso. princípio republicano*.

• A legalidade encontra-se inserida no denomi- II. Proibição de promoção pessoal: Vedação do


nado PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, que exige a exercício da máquina pública para atingir interes-
submissão da atuação administrativa à lei e ao Di- ses particulares. Veja o art. 37, §1º da CF/88:
reito → Exige-se compatibilidade com o BLOCO “A publicidade dos atos, programas, obras,
DE LEGALIDADE. Pelo princípio da juridicidade, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
deve se respeitar, inclusive, a noção de legitimi- ter caráter educativo, informativo ou de orientação
dade do Direito. social, dela não podendo constar nomes, símbolos
Há exceções ao princípio da legalidade ad- ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
ministrativa? autoridades ou serviços públicos

Segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Princípio da Moralidade


Melo (Curso de Direito Administrativo, 26ª Ed., pág. O princípio da moralidade traduz a ideia de ho-
105 e 126-136), é possível apontar três restrições nestidade, obediência a princípios éticos, boa-fé,
excepcionais ao princípio da legalidade: lealdade, boa administração, correção de atitudes.
a) Estado de defesa; É diferente da moralidade comum (certo e errado
do convívio social) por ser mais rígida, exigindo a
b) Estado de sítio e correção de atitudes e a boa administração. Trata-

431
se, portanto, da atuação segundo padrões éticos Para os administrativistas, o princípio da pro-
de probidade e decoro. porcionalidade está embutido no princípio da razo-
Princípio da Publicidade abilidade, pois prevalece a tese de fungibilidade
dos princípios.
O princípio da publicidade, impõe a divulgação
e exteriorização dos atos do poder público, guar- OBS.: não se esqueça que estamos diante de
dando relação com o princípio democrático, ao pos- um princípio implícito, ok?
sibilitar o controle social sobre os atos públicos. Em Subdivide-se em 03 subprincípios:
outras palavras: a atuação da Administração pú- I. Adequação ou idoneidade: o ato estatal de-
blica deve ser sempre o mais transparente possí- verá contribuir para a realização do resultado pre-
vel! tendido.
Inclusive, atualmente, nos moldes da LIA – Lei II. Necessidade ou exigibilidade: caso existam
de Improbidade Administrativa, constitui-se em ato duas medidas adequadas para alcançar o fim per-
de improbidade administrativa que atenta contra os seguido, o Poder Público deve adotar a medida me-
princípios da administração pública, negar publici- nos gravosa aos direitos fundamentais.
dade aos atos oficiais.
III. Proporcionalidade em sentido estrito: é a
Ressalta-se, ainda, que a publicidade também ponderação, no caso concreto, entre o ônus im-
representa condição de eficácia dos atos adminis- posto pela atuação estatal e o benefício por ela pro-
trativos, de modo que estes só começam a produzir duzido, razão pela qual a restrição ao direito funda-
efeitos a partir de sua publicidade. Assim, enquanto mental deve ser justificada pela importância do
o ato não é publicado, o particular não toma conhe- princípio ou direito.
cimento deste, e sem tomar ciência, não pode pra-
ticar e/ou observá-lo. Logo, não tem capacidade de Princípio da Supremacia do Interesse Pú-
ser eficiente, daí porque se fala que a publicidade blico Sobre o Privado (Princípio da Finalidade
é um pressuposto de eficácia. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Pública)
Princípio da Eficiência danielicoense@gmail.com
O interesse público divide-se em (doutrina ita-
609.749.013-50
liana):
O princípio da eficiência foi inserido pela EC
19/98 para substituir a Administração Pública buro- I. Interesse público primário: Necessidade de
crática pela gerencial, tendo em vista a necessi- satisfação das necessidades coletivas. É o inte-
dade de efetivação célere das finalidades públicas resse com as necessidades sociais;
elencadas no ordenamento jurídico. II. Interesse público secundário: É o interesse
Nesse sentido, o princípio da eficiência exige do próprio Estado, enquanto sujeito de direitos e
que a atividade administrativa seja exercida com obrigações, ligando-se à noção de interesse do
presteza, perfeição e rendimento funcional, sua erário. É o interesse do Estado com si próprio,
aplicação orienta e serve de fundamento para a como pessoa jurídica de direito público que é.
construção de uma concepção de Administração Assim, pelo princípio, há uma primazia de so-
Pública Gerencial. luções e decisões que atendam ao interesse cole-
tivo, em detrimento do interesse de um único indi-
OUTROS PRINCÍPIOS víduo ou grupo seleto de indivíduos.
ADMINISTRATIVOS Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade
Pelo princípio da autotutela, também denomi-
Princípio da Razoabilidade e Proporcionali- nado de sindicabilidade, a administração pública
dade tem a prerrogativa de rever os seus próprios atos
A razoabilidade é a coerência, lógica, con- independentemente de provocação, seja para re-
gruência, equilíbrio, tendo sempre por base o pa- vogá-los ou para anulá-los, fala-se que este con-
drão do homem médio. Ela proíbe os excessos, as trole pode ser de legalidade ou de mérito. Quando
condutas insensatas. O administrador tem que agir ilegal o ato será anulado, quando inoportuno ou in-
com bom senso, com equilíbrio. conveniente será revogado.
Ressalta-se que o princípio da autotutela não
afasta a possibilidade de controle de legalidade

432
pelo Poder Judiciário (não afasta a tutela jurisdicio- afetados pela decisão sejam ouvidos antes do re-
nal), em razão do Sistema de Jurisdição Uma. sultado final do processo.
• Ato ilegal → ANULAÇÃO → efeitos ex tunc; O princípio da ampla defesa assegura aos liti-
• Ato inconveniente/inoportuno → REVOGA- gantes, em processo judicial ou administrativo, a
ÇÃO → efeitos ex nunc; utilização dos meios de prova, dos recursos e dos
instrumentos necessários para defesa de seus in-
Súmula n° 346, STF: A Administração pública pode decla- teresses perante o Judiciário e a Administração.
rar a nulidade dos seus próprios atos.
Art. 5º, LV, CF.: aos litigantes, em processo ju-
Súmula n°473, STF: A Administração pode anular seus dicial ou administrativo, e aos acusados em geral
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ile- são assegurados o contraditório e ampla defesa,
gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
com os meios e recursos a ela inerentes.
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

Enunciado 20 da I Jornada de Direito Administrativo


CJF/STJ: O exercício da autotutela administrativa, para o
desfazimento do ato administrativo que produza efeitos
concretos favoráveis aos seus destinatários, está condicio-
nado à prévia intimação e oportunidade de contraditório
aos beneficiários do ato.
Fato Jurídico
Princípio da Continuidade do Serviço Pú- Fato - É todo e qualquer acontecimento, seja
blico decorrente de condutas humanas ou simples su-
A atuação administrativa, buscando atender da cessão de eventos alheios à atuação das pessoas;
melhor forma o interesse público, preconiza que a Fato Jurídico - Quando os fatos interferem nas
atividade do Estado deve ser prestada
Daniel de forma DErelações
RIBEIRO ANDRADE travadas entre pessoas e, por isso, preci-
contínua, ou seja, sem interrupções, motivo pelo
danielicoense@gmail.com
sam de regulamentação por meio de normas jurídi-
qual o princípio da continuidade veda a interrupção cas. Podem se subdividir em:
609.749.013-50
na prestação dos serviços públicos.
b.1. Fatos da Natureza (fatos jurídicos strictu
Está expressamente previsto no art. 6º, § 1º, sensu) - ex: nascimento e morte;
da Lei n. 8.987/95 (Lei de Serviços Públicos), e seu
fundamento reside no fato de a prestação de servi- b.2. Fatos de Pessoas (atos jurídicos) - Ato hu-
ços públicos ser um dever constitucionalmente es- mano que manifesta vontade de forma a interferir
tabelecido (art. 175 da CF/88), localizando-se, por- no direito
tanto, acima da vontade da Administração Pública, Atos Administrativos X Atos da Administra-
que não tem escolha entre realizar ou não a pres- ção
tação.
Nem todo ato praticado pela Administração Pú-
Princípio da Motivação blica é ato administrativo, sendo o ato da adminis-
Impõe à Administração Pública o dever de in- tração mais amplo do que a noção de ato adminis-
dicação dos pressupostos de fato e de direito que trativo.
determinaram a prática do ato (art. 2º, parágrafo Há dois entendimentos doutrinários distintos
único, VII, da Lei n. 9.784/99). Assim, a validade do sobre o conceito de atos da Administração:
ato administrativo está condicionada à apresenta-
• Di Pietro (corrente minoritária) - Considera
ção por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos
que os atos da Administração são todos os atos ju-
justificadores da decisão adotada.
rídicos praticados pela Administração Pública, in-
Princípio da Ampla Defesa e Contraditório cluindo os atos administrativos;
Por força do princípio do contraditório, as deci- • José dos Santos Carvalho Filho, CABM (cor-
sões administrativas devem ser tomadas conside- rente majoritária) - Considera que atos da Adminis-
rando a manifestação dos interessados. Para isso, tração são atos jurídicos praticados pela Adminis-
é necessário dar oportunidade para que os tração Pública que não se enquadram no conceito
de atos administrativos, como os atos legislativos

433
expedidos no exercício da função atípica, os atos de concessionárias e permissionárias de serviços
políticos definidos na CF, os atos regidos pelo di- públicos.
reito privado e os atos materiais.
Podem ser divididos em: ATOS ADMINISTRATIVOS
• Atos Políticos ou de Governo - Quando há
exercício da função política e podem exercê-la os Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, tem-se
membros do Legislativo, Judiciário e do Executivo. que ato administrativo é a declaração do Estado ou
Na prática, não são sequer considerados atos da de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
Administração, pois são exercidos pelo Estado no imediatos, com observância da lei, sob regime jurí-
exercício de função política. O controle jurisdicional dico de direito público e sujeita a controle pelo Po-
será admitido somente quando houver prejuízo es- der Judiciário. Ainda, Alexandre Mazza define ato
pecífico à esfera individual de particulares. Ex.: de- administrativo como toda manifestação expedida
claração de guerra, intervenção federal, veto ao no exercício da função administrativa, com caráter
projeto de lei. infralegal, consistente na emissão de comandos
complementares à lei, com a finalidade de produzir
Obs.: JSCF entende que esses atos NÃO se-
efeitos jurídicos. São atos jurídicos decorrentes da
riam propriamente administrativos, mas atos de go-
manifestação de vontade humana que repercute na
verno, já que seu fundamento de encontra na
esfera dos cidadãos, devendo ser emanado por
CF/88 e, por isso, inexistiriam parâmetros prévios
agente público. Inexistem, na esfera do Direito Ad-
de controle. Por outro lado, são esses os atos que
ministrativo, atuações totalmente discricionárias,
permitem a condução das políticas, diretrizes e es-
haja vista a definição legal com critérios objetivos
tratégias do governo, comportando tais atos maior
de determinados elementos dos atos administrati-
discricionariedade para os governantes.
vos, mesmo nos discricionários. Até mesmo os ele-
• Atos Privados ou de Gestão - São os atos da mentos do ato administrativo que podem ter feição
Danielprivado,
Administração Pública regidos pelo direito RIBEIRO DE ANDRADE
discricionária (como o motivo e objeto), quando de-
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em que a Administração atua sem prerrogativas, vidamente regulamentados ou discriminados pela
como se particular fosse. Ex.: locação imobiliária e Lei, passam a ser vinculados, perdendo o caráter
609.749.013-50
contrato de compra e venda. discricionário. De acordo com Rafael Carvalho Re-
Obs.: não cabe mandado de segurança contra zende Oliveira, o mérito pode ser entendido como
atos de gestão em razão da ausência de suprema- a liberdade dada pelo legislador ao agente público
cia. para que se exerça o juízo de ponderação dos mo-
tivos e se escolha os objetos dos atos administrati-
• Atos Materiais - Também chamados de FA- vos discricionários, não havendo mérito na edição
TOS ADMINISTRATIVOS, já que não manifestam de atos vinculados.
a vontade do Estado, sendo atos de mera execu-
ção de atividade. Ex.: ato que determina a demoli- O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mé-
rito da decisão administrativa proferida pelo CADE. (STF.
ção de um prédio → a demolição em si é mero ato 1ª Turma. RE 1083955/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
material. em 28/5/2019 - Info 942).

Obs.: Di Pietro entende que os atos materiais Portanto, conclui-se que:


da Administração NÃO contêm manifestação de
• Atos Vinculados - Se preenchidos os requi-
vontade, mas envolvem apenas a execução.
sitos objetivamente definidos no texto legal, o ato
• Atos Administrativos - Atos por meio dos administrativo deve ser praticado pelo Poder Pú-
quais a Administração atua por meio da função ad- blico, não havendo qualquer possibilidade e emis-
ministrativa, sob o regime de direito público e ense- são de juízo de valor pela autoridade estatal, de
jando a manifestação do Estado ou de quem lhe modo que a simples ocorrência de previsão legal
faça as vezes. Podem ser praticados ou não pela enseja direito adquirido a particulares.
Administração Pública, logo, o ato administrativo
• Atos Discricionários - É aquele ato determi-
pode ser praticado não só pelo Estado, mas tam-
nado em lei, em que o dispositivo confere margem
bém por quem o represente, o que inclui os órgãos
de escolha ao administrador público mediante aná-
da Administração Direta, entes da Administração
lise das razões de oportunidade e conveniência. A
Indireta e até mesmo particulares, como é o caso
discricionariedade NÃO se confunde com

434
arbitrariedade (esta é a discricionariedade sem li- objeção por parte de terceiros, devendo o agente
mites), somente sendo exercida dentro dos limites público manter a sua competência originária;
definidos pela legislação aplicável. • Irrenunciável (= inderrogável) - Em função do
princípio da indisponibilidade do interesse público,
ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS não se pode renunciar total ou parcialmente os po-
ATOS ADMINISTRATIVOS deres ou competências, salvo autorização em lei.
Delegação e Avocação de Competência
Competência Delegação
a) Disposições Gerais: Definido em lei ou atos É extensão de competência, de forma tempo-
administrativos gerais, e em algumas situações de- rária e excepcional, para outro ente de mesma hie-
correm da previsão da CF e não pode ser alterado rarquia ou de nível hierárquico inferior, para o exer-
por vontades das partes ou do administrador pú- cício de determinados atos especificados no instru-
blico. Marçal Justen defende que a competência mento de delegação.
administrativa é a atribuição normativa da legitima- No ato de delegação, deve se definir o tempo
ção para a prática de um ato administrativo. e a matéria delegada de forma específica, estabe-
Quais são as fontes de competência? lecendo os limites de atuação do agente delegado,
já que os atos de delegação genérica são NULOS,
A doutrina identifica duas fontes de competên-
devendo ainda ser publicado.
cia:
• Cláusula de Reserva - Como regra geral, o
• Fonte primária - é quem define no primeiro
agente delegante NÃO transfere a competência,
plano a competência, ou seja, lei em sentido amplo
mas apenas a amplia, mantendo-se competente
(englobando o texto constitucional);
após a delegação com o agente delegado.
• Fonte secundária - é quemDaniel
define RIBEIRO
no plano DE ANDRADE
interno do órgão, ou seja, para apontar exatamente Súmula n°510, STF – praticado ato por autoridade, no
danielicoense@gmail.com
exercício de competência delegada, contra ele cabe man-
quem é o sujeito, que será previsto em ato adminis-
609.749.013-50
trativo. A atuação administrativa é um poder-dever
dado de segurança ou a medida judicial.

conferido ao Poder Público e distribuído entre os → Esse entendimento se respalda no fato de que o ato pra-
seus agentes e órgãos internos. ticado por delegação deve ser considerado praticado pelo
agente delegado.
É elemento vinculado do ato.
Vedação à delegação de competência
A competência administrativa decorre SEM-
• Competência Exclusiva, definida em lei – No
PRE da lei, mas a avocação e a delegação podem
entanto, é admitida a delegação para a prática de
ocorrer por atos infralegais:
atos decorrentes de competências privativas de de-
• Avocação - Decorre da hierarquia; terminado agente público;
• Delegação - No âmbito federal, NÃO se exige • Para a edição de Etos Normativos – No en-
hierarquia. (Ou seja, pode delegar para órgãos pa- tanto, o art. 84 CF permite a delegação de algumas
res). atribuições do Presidente da República aos Minis-
Art. 12, Lei n°9.784/99 - Um órgão administrativo e seu ti- tros de Estado, AGU e PG
tular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,
• Para a decisão de Recurso Administrativo;
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordi- Avocação
nados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias
de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Ocorre quando o agente chama para si a com-
Características da competência petência de outro agente, devendo haver a subor-
dinação, sendo alteração de competência de cará-
• Imprescritível - Não se extingue com a inércia ter temporário e restrito, possuindo como objetivo
do agente; evitar decisões contraditórias.
• Improrrogável - Não pode ser atribuída ao Art. 15, Lei n°9.784/99 - Será permitida, em caráter excep-
agente público pelo fato de ter praticado o ato para cional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
o qual não tinha atribuição, sem que houvesse avocação temporária de competência atribuída a órgão hi-
erarquicamente inferior.

435
genérica que é o interesse público (conceito jurí-
STF: É legítima a delegação de competência pelo Gover-
nador de Estado a secretário estadual para a aplicação da dico indeterminado).
pena de demissão a servidores público.
Ainda no que tange a finalidade, é importante
Obs1.: Delegação de Competência X Delega- tratar do ABUSO DE PODER.
ção de Assinatura - Na delegação de competência, Subdivide-se em:
há efetiva transferência de competência e da res-
ponsabilidade pela função que será exercida pelo • Desvio de poder (= desvio de finalidade):
delegatário; na segunda hipótese, o delegatário Ocorre quando o agente público pratica ato visando
apenas assina atos administrativos em nome do fim diverso do previsto.
delegante, sem assumir qualquer responsabilidade • Excesso de poder (= vício de competência):
pelo respectivo conteúdo. A delegação de assina- Ocorre quando o agente público excede os limites
turas é comum no cotidiano da Administração e tem da sua competência.
por objetivo desafogar os trabalhos e garantir cele-
Forma
ridade administrativa.
É a exteriorização do ato, determinada por lei,
Obs2.: Renúncia da Competência X Delega-
decorrente do PRINCÍPIO DA SOLENIDADE. A au-
ção - Na renúncia, o agente de recusa a exercer a
sência de forma importa a inexistência do ato admi-
função administrativa, denotando completa omis-
nistrativo, já que a forma é instrumento de projeção
são administrativa, que deve ser punida disciplinar-
do ato. Não basta a manifestação de vontade, mas
mente. Na delegação, o agente transfere a compe-
a formalização deve respeitar os critérios previa-
tência para outro agente para que a função admi-
mente definidos em lei, sob pena de irregularidade
nistrativa seja efetivamente exercida.
da conduta. Nesse caso, o desrespeito às formali-
Finalidade dades específicas NÃO gera a inexistência do ato,
É escopo do ato, sendo tudo aquilo que se mas a sua ilegalidade, devendo ser anulado.
busca proteger com a prática do ato.Daniel RIBEIRO
A finalidade é DE ANDRADE
A declaração de ilegalidade poderá ser feita
danielicoense@gmail.com
o efeito jurídico MEDIATO do ato administrativo, pela própria Administração Pública, no exercício da
isto é, aquilo que o administrador público quer609.749.013-50
bus- autotutela estatal, ou mediante decisão judicial fun-
car em um momento posterior à prática do ato, qual damentada.
seja, a finalidade pública. Para a doutrina, todo ato
Os atos administrativos devem ser praticados
administrativo possui DUAS FINALIDADES:
por escrito, em língua portuguesa, salvo em algu-
• Finalidade Genérica: Presente em todos os mas exceções.
atos, é o atendimento ao interesse público;
A forma NÃO configura a essência do ato – fi-
• Finalidade Específica: É definida em lei e es- nalidade estatal -, mas tão somente o instrumento
tabelece qual a finalidade de cada ato especifica- necessário para que a conduta administrativa al-
mente. cance os seus objetivos.
Em determinadas situações, o ato é praticado O vício de forma é sanável quando não gerar
no interesse público, mas com desvio da finalidade prejuízo ao interesse público nem a terceiros, de-
específica, a exemplo de quando se exonera um vendo ser mantido o ato viciado. No entanto, em
servidor público com a intenção de puni-lo. Assim, algumas situações, o vício de forma é insanável,
sendo violada a finalidade específica, mesmo que por atingir diretamente o próprio conteúdo do ato.
o agente esteja buscando o interesse público, há o
De modo geral, a forma é sempre elemento
desvio de finalidade.
vinculado, mesmo nos atos administrativos discrici-
Ainda que o Administrador Público NÃO atue onários, SALVO se a lei estabelecer mais de uma
com a intenção de satisfazer interesses pessoais, forma possível para o ato ou for silente quanto à
a prática do ato com a intenção de alcançar finali- forma a ser obedecida para a prática de determi-
dade diversa da expressamente imposta na regra nado ato, quando então será discricionária.
que a definiu configura vício, por desvio de poder,
Motivo
SALVO nos casos de tredestinação lícita, na desa-
propriação. A finalidade é SEMPRE elemento vin- São as razões de fato e de direito que justifi-
culado do ato quanto à finalidade específica, po- cam a prática do ato. Para que o motivo do ato seja
dendo ser discricionário se analisada a finalidade válido, e consequentemente não haja

436
irregularidades, exige-se que o fato narrado no ato administração. Se esses motivos se mostrarem in-
praticado seja real e efetivamente tenha ocorrido suficientes ou inválidos, o ato administrativo discri-
da forma como descrita na conduta estatal, bem cionário praticado também será considerado invá-
como a situação fática perpetrada pelo particular lido. Por isso se dá o nome teoria dos motivos de-
deve corresponder exatamente à situação disposta terminantes, os quais vão determinar a validade ou
em lei como justificadora do ato administrativo invalidade do ato.
(subsunção da norma à situação de fato). ATENÇÃO! É importante lembrar que o STF não admite a
O motivo é elemento do ato administrativo que “teoria da transcendência dos motivos determinantes”. Se-
gundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dis-
pode ser discricionário. positivo da decisão produz efeito vinculante. Os motivos in-
Deve haver adequação entre o motivo que deu vocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes.
ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido Objeto
pela atuação estatal propriamente dita (para alguns
É aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado
doutrinadores, isso seria a causa do ato adminis-
pelo ato administrativo no mundo jurídico, em vir-
trativo, configurando-se pressuposto de validade
tude de sua prática.
da conduta).
O objeto é o efeito jurídico IMEDIATO do ato
Motivo X Motivação: Motivo NÃO é sinônimo
administrativo, isto é, aquilo que a Administração
de motivação. Motivação é a exposição dos moti-
Pública quer no momento em que pratica o ato ad-
vos do ato, ou seja, a fundamentação do ato admi-
ministrativo.
nistrativo. Dessa forma, enquanto o motivo é um
elemento do ato administrativo, a motivação integra Para a doutrina majoritária, objeto e conteúdo
a formalização do ato. Assim, o ato sem motivação são expressões sinônimas, representando a dispo-
possui um vício no elemento forma. sição do ato administrativo. Todavia, há quem de-
fenda que o conteúdo seria a disposição do ato, en-
Segundo Matheus Carvalho, deve ser feita a
diferenciação entre duas hipóteses: Daniel RIBEIRO DEquanto
ANDRADEo objeto seria o bem ou a relação jurídica
sobre a qual o ato administrativo incide.
danielicoense@gmail.com
I- O ato administrativo foi praticado com a de-
609.749.013-50 Para que o ato administrativo seja válido, o ob-
vida motivação, mas os motivos apresentados são
jeto deve ser lícito, possível e determinável ou de-
falsos ou não encontram correspondência com a
terminado.
justificativa legal para a prática da conduta. Nesses
casos, pode-se dizer que o ato é viciado, por ilega- Pode possuir feição discricionária nos atos admi-
lidade no elemento motivo. nistrativos discricionários.
II- O ato é praticado em decorrência de situa-
ção fática verdadeira e prevista em lei, contudo, o ATRIBUTOS DOS
administrador público não apresentou a motivação ATOS ADMINISTRATIVOS
do ato. Trata-se de ato com vício no elemento
forma. São prerrogativas de Poder Público presentes
Teoria dos Motivos Determinantes: Essa teoria no ato administrativo em decorrência do princípio
será aplicada sempre que existir motivação, seja da supremacia do interesse público sobre o pri-
em atos vinculados ou discricionários: uma vez que vado.
o agente enuncia os motivos de ter decidido ou Presunção de Veracidade
agido de determinada maneira, ainda que a lei não
Prerrogativa que prevê que, até prova em con-
o tenha exigido expressamente, o ato só será vá-
trário, o ato administrativo goza de fé pública e os
lido se estes realmente ocorreram e tiveram o con-
atos presumem-se verdadeiros (presunção juris
dão de justificar o ato. Caso os motivos do ato se-
tantum). Diz respeito a fatos e causa a inversão do
jam falsos, inexistentes ou incorretamente qualifi-
ônus da prova dos fatos alegados pelo particular.
cados isto viciará o ato administrativo. A validade
de um ato está vinculada, pela teoria dos motivos Presunção de Legitimidade
determinantes, à veracidade dos fatos descritos Trata-se de presunção jurídica, de modo que,
como motivadores da prática desse ato. até prova em contrário, presume-se que o ato foi
O ato discricionário, se for motivado, passa a editado em conformidade com a lei e o ordena-
se vincular aos motivos indicados pela mento jurídico (presunção juris tantum). Esse

437
atributo NÃO diz respeito a fatos, mas à adequação Autoexecutoriedade ou Executoriedade
da conduta com a norma jurídica posta. Aplicação de meio diretos de execução dos
A presunção de veracidade e legitimidade é atos administrativos, em que o Estado executa o
um atributo de todos os atos administrativos? ato administrativo diretamente, frente ao descum-
R.: Há divergência na doutrina! primento pelo particular, sem que haja participação
deste e auxílio do Poder Judiciário → contraditório
• 1ª C: Matheus Carvalho – SIM. É atributo de diferido!
TODOS os atos da administração, inclusive os de
direito privado, dada a prerrogativa inerente aos A executoriedade afasta o controle judicial pré-
atos praticados pelos agentes integrantes da estru- vio dos atos administrativos, sendo possível ape-
tura do Estado. nas a posteriori.

• 2ª C: Rafael Oliveira – NÃO. Não são todos De acordo com José dos Santos Carvalho Fi-
os atos emanados do Poder Público que possuem lho, “a autoexecutoriedade tem como fundamento
o atributo da legitimidade e veracidade. Ex.: atos jurídico a necessidade de salvaguardar com rapi-
privados e atos manifestamente ilegais não gozam dez e eficiência o interesse público, o que não ocor-
de tal presunção. reria se a cada momento tivesse que submeter
suas decisões ao crivo do Judiciário”.
Imperatividade ou Coercibilidade
Não está presente em todos os atos adminis-
Todo ato administrativo que cria obrigação ao trativos, dependendo sempre de previsão legal ou
particular encerra um poder dados à Administração de uma situação de urgência em que a prática do
de, unilateralmente, estabelecer obrigação aos par- ato de imponha à garantia do interesse público.
ticulares, desde que dentro dos limites da Lei.
Trata-se de característica presente apenas nos Tipicidade (Di Pietro)
atos que dispõem acerca de obrigações e deveres Seria a exigência de que todo ato administra-
aos particulares, ao passo em que os atos que
Daniel de-
RIBEIRO tivo esteja
DE previsto em lei. Em verdade, não é prer-
ANDRADE
finem direitos e vantagens NÃO são imperativos. A rogativa
danielicoense@gmail.com concedida ao ente estatal, mas limitação
imperatividade está presente mesmo diante de atos para a prática de atos não previamente estipulados
609.749.013-50
administrativos reputados como inválidos pelo par- por lei. Funciona com sinais trocados no direito pe-
ticular, em decorrência da presunção de legitimi- nal.
dade da qual essa atuação se reveste.
A imperatividade é atributo presente apenas FASES DE CONSTITUIÇÃO DO
nos atos administrativos que imponham restrições ATO ADMINISTRATIVO
de direitos, NÃO se aplicando aos atos ampliativos
de direito.
Perfeição (ou existência)
Poder Extroverso: seria o atributo a imperativi-
Decorre do cumprimento das etapas previstas
dade nos atos administrativos restritivos, em que as
em lei, necessárias à formação do ato. Ou seja: é
determinações impostas pelo poder público devem
aquele que completou o processo de formação.
ser cumpridas.
Isso ocorre, pois todo ato administrativo é formali-
NÃO incide para atos negociáveis e enunciati- zado por procedimento administrativo prévio.
vos.
O ato perfeito NÃO é retratável, mas pode ser
Exigibilidade revisado ou anulado (princípio da autotutela).
Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo Ato imperfeito é aquele que ainda está em for-
ato administrativo, o poder público terá que execu- mação.
tar o ato desrespeitado, valendo-se de meios indi-
Segundo a autora Maria Sylvia Zanella di Pie-
retos de coação. O exercício desse atributo não
tro, não pode se confundir perfeição e validade. En-
dispensa o respeito ao devido processo legal, com
quanto a primeira diz respeito às etapas de forma-
contraditório e ampla defesa.
ção do ato, exigidas por lei para que ele produza
Súmula n°312, STJ: No processo administrativo para a efeitos, a segunda trata da conformidade do ato
imposição de multa de trânsito, são necessárias as no- com a lei.
tificações da autuação e da aplicação da pena decor-
rente da infração.

438
Validade (ou regularidade) escolha. A lei já estabelece as condições e requisi-
Aferida quando todas as etapas realizadas es- tos que deve ser realizado obrigatoriamente.
tiverem de acordo com a Lei. A validade é a com- Enunciado 12 da I Jornada de Direito Administrativo
patibilidade entre o ato jurídico e o disposto na CJF/STJ: A decisão administrativa robótica deve ser sufi-
cientemente motivada, sendo a sua opacidade motivo de
norma legal invalidação.
É o segundo plano de análise dos atos admi- • Atos Discricionários - Não obstante regula-
nistrativos, só podendo ser analisado se o ato for, mentados por lei, admitem uma análise de pressu-
ao menos, existente (perfeito). postos subjetivos pelo ente estatal. A lei confere ao
Eficácia Administrador uma margem de atuação, dentro dos
Aptidão para a produção de efeitos concedida limites estipulados pela Legislação. (conveniência
e oportunidade).
ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata,
logo após a publicação, mas outros podem ter sido Quanto à Formação
editados com previsão de termos iniciais ou condi- • Ato Simples - Para a sua formação depende
ções suspensivas, sendo atos ineficazes enquanto de uma única manifestação de vontade;
a situação de pendência não for resolvida. São cha-
mados de atos pendentes. • Ato Composto - Para a sua perfeição de-
pende de mais de uma manifestação de vontade,
Atos Administrativos Pendentes são os atos sendo compostos por uma vontade principal (ato
perfeitos e válidos que ainda não estão aptos a pro- principal) + vontade que ratifica esta (ato acessó-
duzir efeitos em decorrência da pendência de al- rio). Composto de dois atos, geralmente do mesmo
guma condição ou termo. órgão público, em mesmo patamar de igualdade.
Atos após a formação Ato composto é formado pela manifestação de von-
tade de um único órgão, sendo apenas ratificado
• Ato perfeito, válido e eficaz – Quando o ato
Daniel RIBEIRO por outra autoridade.
cumpre todas as etapas de sua formação e a con- DE ANDRADE
duta é praticada dentro dos limitesdanielicoense@gmail.com
definidos pela Ex: Atos administrativos que dependem de
lei; 609.749.013-50 homologação da autoridade revisora.
visto/
• Perfeito, válido e ineficaz – O ato cumpriu to- • Ato Complexo - Formado pela soma de von-
das as etapas de formação e foi expedido em con- tades de órgãos públicos independentes, em
formidade com a Lei, mas não está apto a produzir mesmo nível hierárquico, de forma que tenham a
efeitos por depender de termo ou condição, ou mesma força, não se podendo imaginar a depen-
ainda de publicidade dência de uma em relação à outra.
Atos administrativos pendentes; Quanto aos destinatários
• Perfeito, inválido e eficaz – Não corresponde • Ato Gerais - Se referem a quantidade indeter-
às normas legais definidas para a sua prática, no minada de pessoas, com caráter abstrato e impes-
entanto produzirá efeitos até que seja declarada a soal.
irregularidade; • Atos Individuais - Se referem a determinados
• Perfeito, inválido e ineficaz – Sempre que a indivíduos, especificados no próprio ato. Se subdi-
ilegalidade do ato for demonstrada, NÃO poderá videm em:
produzir efeitos contrários àqueles definidos na le- • Atos Múltiplos - Se referem a mais de um des-
gislação que trata da sua edição. tinatário;
• Atos Singulares - Se destinam a um único su-
CLASSIFICAÇÃO DOS jeito descrito na conduta.
ATOS ADMINISTRATIVOS Quanto ao objeto

Quanto ao grau de liberdade • Atos de Império - Aqueles nos quais a Admi-


nistração atua com prerrogativa de Poder Público,
• Atos Vinculado - Definidos em lei que não valendo-se da supremacia do interesse público so-
confere ao agente público qualquer margem de bre o privado;

439
• Atos de Gestão - Executados pelo Poder Pú- • Atos Externos - Produzem efeito em relação
blico sem as prerrogativas de Estado, atuando a aos administrados, estranhos à estrutura da admi-
Administração em situação de igualdade com o nistração pública, dependendo de publicação em
particular; órgão oficial, podendo ser divididos em bilaterais e
• Atos de Expediente - Praticados como forma unilaterais.
de dar andamento à atividade administrativa, sem Quanto ao conteúdo
configurar uma manifestação de vontade do Es- • Ato administrativo em sentido formal - São
tado, mas a execução de condutas previamente de- aqueles que possuem a forma de ato administra-
finidas. tivo, mas são dotados dos atributos de abstração e
Quanto à estrutura generalidade, tais como as instruções normativas e
• Atos Concretos - Praticados com a finalidade regulamentos.
de resolver uma situação específica, exaurindo os • Ato administrativo em sentido material - São
seus efeitos em uma única aplicação, não perdu- aqueles voltados para uma situação determinada,
rando após a prática e a execução. Ex: Multa de individualizada, ainda que inclua mais de uma pes-
trânsito, aplicação de penalidade de demissão a soa.
servidor faltoso.
• Atos Abstratos - Definem regra genérica que ESPÉCIES DE
deverá ser aplicada sempre que a situação descrita
ATOS ADMINISTRATIVOS
no ato ocorrer de fato.
Quanto aos efeitos Atos Normativos
• Atos Constitutivos - Criam uma situação jurí- São atos gerais e abstratos que geram obriga-
dica nova, previamente inexistente, mediante a cri- ções para uma quantidade indeterminada de pes-
ação de novos direitos ou a extinçãoDaniel
de prerrogati-
RIBEIRO DE
soas.ANDRADE
Enseja a produção de normas gerais, sempre
vas anteriormente estabelecidas. danielicoense@gmail.com
inferiores aos comandos legais, NÃO podendo ino-
• Atos Declaratórios - Afirmam um direito pree- var no ordenamento jurídico.
609.749.013-50
xistente, mediante o reconhecimento de situação I – Regulamento: Ato normativo privativo do
jurídica previamente constituída. Ex: Certidão e chefe do poder executivo, apresentado por um DE-
atestado. CRETO.
• Ato Modificativo - Altera situação já existente, Podem ser:
sem que seja extinta, NÃO retirando direitos e obri-
gações. Ex: alterar horário de atendimento. • Regulamentos Executivos: Editados para a
fiel execução da lei. Caso inove, viola o princípio da
Quanto aos resultados na esfera jurídica legalidade;
• Atos Ampliativos - Atribuem direitos e vanta- • Regulamentos Autônomos: Atuam substi-
gens aos seus destinatários, normalmente, conce- tuindo a lei e inovam o OJ, determinando normas
dendo vantagens previamente requeridas pelo in- sobre matérias não disciplinadas mediante previ-
teressado. são legislativa. São admissíveis apenas para as si-
• Atos Restritivos - Atos que impõem obriga- tuações previstas no art. 84, VI da CF.
ções ou aplica penalidades aos destinatários, sem- II – Aviso: Ato normativo expedido pelos ór-
pre dentro dos limites da lei, como uma multa de gãos auxiliares diretos do Poder Executivo (Minis-
trânsito. térios ou Secretarias), a fim de dar conhecimento à
Obs.: Atos Ablativos/Ablatórios: são todos os sociedade de determinado assunto ligado à ativi-
atos que restringem direitos dos administrados. dade fim daquele Órgão. Para alguns doutrinado-
res, seria espécie de ato ordinatório.
Quanto ao alcance
III – Instruções Normativas: Atos expedidos por
• Atos Internos - Produzem efeito dentro da es-
quaisquer autoridades públicas ou órgãos públicos
trutura da administração pública responsável por
com atribuição legal para a execução de decretos
sua edição, não atingindo pessoas estranhas à or-
e regulamentos.
ganização administrativa interna;

440
IV – Regimento: Ato normativo para definição destinatário. NÃO goza de imperatividade ou coer-
de normas internas, estabelecendo as regras para cibilidade, por NÃO estabelecer obrigações ou apli-
o regular funcionamento de órgãos colegiados. car penalidades, mas garante a concessão de um
V – Deliberações: Ato normativo expedido pe- benefício nos limites da Lei.
los órgãos colegiados como representação de von- É ato administrativo ampliativo, acrescentando
tade da maioria dos agentes que o representam. na esfera jurídica do sujeito.
VI – Resolução: Atos normativos dos órgãos I – Autorização: Ato discricionário e precário
colegiados, usados pelos Poderes legislativo e Ju- por meio do qual a Administração autoriza o uso de
diciário, e Agências Reguladoras, para disciplinar bem público por um particular de forma anormal ou
matéria de sua competência específica. privativa, no interesse eminentemente do benefici-
Atos Ordinatórios ário. Podem ser:

Atos de ordenação e organização interna que • Autorização de uso de bem público: Para uso
decorrem do poder hierárquico, destinados a pro- anormal e privativo de determinado bem público
duzir efeitos apenas no âmbito da Administração por um particular, quando não viola o interesse co-
Pública (não atingem particulares). letivo de utilização normal deste bem. Para uso nor-
mal, não precisa de autorização.
Atenção: Atos internos não geram direitos ad-
quiridos aos seus destinatários, podendo ser revo- • Autorização de Polícia: Necessário para que
gados a qualquer tempo por quem os expediu. o particular exerça atividades fiscalizadas pelo Es-
tado.
I – Portaria: Ato administrativo individual que
estipula ordens e determinações internas e estabe- • Autorização de Serviço Público: Também
lece normas que geram direitos ou obrigações in- consiste em ato administrativo unilateral e precário,
ternas a indivíduos específicos. pelo qual a Administração autoriza a prestação de
serviço público a particular. Em todas as situações,
II – Circular: Expedido para Daniel
a ediçãoRIBEIRO
de nor- DEa ANDRADE
autorização é ato discricionário e precário, po-
mas uniformes a todos os servidores danielicoense@gmail.com
subordinados dendo ser desfeito a qualquer momento SEM di-
a determinados órgãos. Define regras gerais609.749.013-50
dentro reito à indenização, não gerando direito adquirido
da atividade administrativa. aos beneficiários.
III – Ordem de Serviço: Conduta estatal com a II – Permissão: Ato unilateral, discricionário e
finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno precário e é veiculada para conceder ao particular
do órgão, escalonando entre os setores e servido- o uso de determinado bem público de forma anor-
res vinculados àquela entidade. mal ou privativa. É ato que faculta a utilização pri-
IV – Despacho: Ato administrativo por meio do vativa de bem público, no qual a administração au-
qual as autoridades públicas proferem decisões tolimita o seu poder de revogar unilateralmente o
acerca de determinadas situações específicas, de ato.
sua responsabilidade funcional. III – Licença: Ato de polícia através do qual o
V – Memorando: Ato de comunicação interna Poder Público permite a realização de determinada
para melhor executar a atividade pública. atividade sujeita à fiscalização do Estado.
VI - Ofícios: Ato emanado para garantir a co- É ato vinculado, e caso o particular preencha
municação entre autoridades públicas ou entre es- os requisitos legais, adquire o direito subjetivo à
tas e particulares, destinadas a comunicações ex- concessão da licença para o exercício de atividade
ternas. profissional. A licença é ato vinculado e NÃO pode
ser revogada nem pela administração, nem pelo ju-
Atos Negociais
diciário.
Direito outorgado ao Estado, em virtude de re-
Se for licença para construção e reforma, a ju-
querimento formulado pelo cidadão. Há uma con-
risprudência entende ser possível a sua revogação,
vergência de vontades!
desde que justificada por razões de interesse pú-
NÃO se trata de contrato administrativo, por blico superveniente, caso em que o ente estatal de-
emanar de vontade unilateral do poder público, verá indenizar o particular pelos prejuízos compro-
mesmo que em situação de interesse do vados.

441
IV – Admissão: Ato unilateral e vinculado pelo EXTINÇÃO DOS
qual o poder público permite que o particular usu- ATOS ADMINISTRATIVOS
frua de determinado serviço público, mediante a in-
clusão em um estabelecimento público. Ex: admis-
Extinção Natural
são em hospitais públicos.
Ocorre quando o ato já cumpriu todos os efei-
V – Aprovação: Ato administrativo discricioná-
tos nele dispostos ou pelo advento do termo final
rio para o controle da atividade administrativa, com
ou prazo ou ainda mediante o esgotamento do con-
base na legalidade de ato anterior, além dos crité-
teúdo jurídica desta conduta. O cumprimento dos
rios de oportunidade e conveniência do agente que
efeitos decorre da execução material da situação
executou a conduta.
apresentada no ato administrativo, ex: término do
VI – Homologação: Ato vinculado de controle prazo da construção, a licença para construir se ex-
de legalidade de ato anteriormente expedido pela tingue.
própria Administração Pública, sendo possível ha-
Advento do termo final ou da condição resolu-
ver o controle de mérito na atuação estatal. É ato
tiva extingue os atos sujeitos a prazo determinado
vinculado e unilateral pelo qual a administração re-
ou que dependam da ocorrência de evento futuro e
conhece a legalidade de um ato jurídico. Se realiza
incerto para que deixe de produzir efeitos. Ex: au-
a posteriori e examina apenas a legalidade.
torização por porte de armas concedida por 01 ano
Atos Enunciativos que se extingue após expirado esse prazo. Esgota-
NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revo- mento do conteúdo jurídico é a extinção natural.
gados. Certificam ou atestam uma situação exis- Anulação
tente, NÃO contendo manifestação de vontade da
É a retirada do ato administrativo por motivo de
Administração. Por isso, NÃO produzem efeitos e
ilegalidade, operando efeitos ex-tunc, ressalvados
NÃO podem ser revogados.
Daniel RIBEIRO DE os direitos
ANDRADEadquiridos de terceiros de boa-fé.
I – Atestado: Quando o Poder Público tem de
O ato anulatório é secundário, constitutivo e
danielicoense@gmail.com
comprovar, mediante verificação de determinada
vinculado (é um dever e não mera faculdade). Em
609.749.013-50
situação de fato, para então proferir ato que ateste
regra, a anulação produz efeitos ex tunc, exceto a
aquela ocorrência fática.
anulação de atos unilaterais ampliativos e de atos
II – Certidão: É ato por meio do qual a Admi- praticados por funcionário de fato, havendo, nos
nistração Pública certifica um determinado fato que dois casos, boa-fé.
já se encontra previamente registrado no Órgão.
Art. 54. O direito da Administração de anular os
III – Apostila ou Averbação: Ato administrativo atos administrativos de que decorram efeitos favo-
pelo qual o ente estatal acrescenta informações ráveis para os destinatários decai em cinco anos,
constantes em registro público. contados da data em que foram praticados, salvo
IV – Parecer: Ato administrativo por meio do comprovada má-fé.
qual se emite opinião de órgão consultivo do Poder Revogação
Público sobre assunto de sua competência, assun-
É competência exclusiva da Administração Pú-
tos técnicos ou de natureza jurídica.
blica. Extinção do ato administrativo por motivo de
Atos Punitivos oportunidade e conveniência (razões de mérito),
Atos por meio dos quais o Poder Público deter- produzindo efeitos ex nunc e mantendo os atos já
mina a aplicação de sanções em face do cometi- produzidos. O Judiciário NÃO possui competência
mento de infrações administrativas pelos servido- para examinar o mérito do ato administrativo.
res públicos ou particulares. NÃO há previsão de limite temporal para a re-
vogação dos atos administrativos.
Tanto na anulação quanto na revogação NÃO
há o efeito repristinatório. A doutrina admite a pos-
sibilidade de indenização aos particulares prejudi-
cados pela revogação, desde que tenha ocorrido a

442
extinção antes do prazo fixado para permanência CONVALIDAÇÃO DOS
da vantagem. ATOS ADMINISTRATIVOS
Súmula n° 346, STF: A Administração pública pode decla-
rar a nulidade dos seus próprios atos.
Se o interesse público exigir, o ato administra-
Súmula n°473, STF: A Administração pode anular seus tivo pode ser convalidado em razão da oportuni-
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ile- dade e conveniência, desde que:
gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados I. a convalidação NÃO cause prejuízos a ter-
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a ceiros;
apreciação judicial.
II. o vício for sanável.
Não se admite revogação:
I. Atos que geram direito adquirido;
II. Atos já exauridos;
III. Atos vinculados;
IV. Atos enunciativos (certidões, pareceres,
atestados);
V. Atos preclusos no curso de procedimento TÍTULO I
administrativo; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
VI. Atos ilegais.
Cassação CAPÍTULO I
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI
Ocorre quando o beneficiário do ato deixa de
cumprir os requisitos de quando teve o ato deferido.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de
É hipótese de ilegalidade superveniente por culpa
do beneficiário. danielicoense@gmail.com
licitação e contratação para as Administrações Pú-
609.749.013-50
blicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Caducidade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Uma norma jurídica proíbe o ato. Trata-se da e abrange:
extinção do ato administrativo por lei superveniente I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judici-
que impede a manutenção do ato inicialmente vá- ário da União, dos Estados e do Distrito Federal e
lido. Trata-se de ilegalidade superveniente decor- os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios,
rente de alteração legislativa. quando no desempenho de função administrativa;
Obs: Não confundir com caducidade do con- II - os fundos especiais e as demais entidades
trato que ocorre pela inadimplência do concessio- controladas direta ou indiretamente pela Adminis-
nário dos serviços públicos. tração Pública.
Contraposição (derrubada) § 1º Não são abrangidas por esta Lei as em-
É um novo ato contrário, incompatibilidade ma- presas públicas, as sociedades de economia mista
terial com ato administrativo. Ocorre com a expedi- e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303,
ção de um segundo ato, fundado em competência de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto
diversa, cujos efeitos são contrapostos aos do ato no art. 178 desta Lei.
inicial, produzindo sua extinção. É espécie de revo- § 2º As contratações realizadas no âmbito das
gação praticada por autoridade distinta da que ex- repartições públicas sediadas no exterior obedece-
pediu o ato inicial. Exemplo: ato de nomeação de rão às peculiaridades locais e aos princípios bási-
um funcionário extinto com a exoneração. cos estabelecidos nesta Lei, na forma de regula-
mentação específica a ser editada por ministro de
Estado.
§ 3º Nas licitações e contratações que envol-
vam recursos provenientes de empréstimo ou doa-
ção oriundos de agência oficial de cooperação

443
estrangeira ou de organismo financeiro de que o I - contratos que tenham por objeto operação
Brasil seja parte, podem ser admitidas: de crédito, interno ou externo, e gestão de dívida
I - condições decorrentes de acordos internaci- pública, incluídas as contratações de agente finan-
onais aprovados pelo Congresso Nacional e ratifi- ceiro e a concessão de garantia relacionadas a es-
cados pelo Presidente da República; ses contratos;

II - condições peculiares à seleção e à contra- II - contratações sujeitas a normas previstas


tação constantes de normas e procedimentos das em legislação própria.
agências ou dos organismos, desde que: Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos
a) sejam exigidas para a obtenção do emprés- disciplinados por esta Lei as disposições constan-
timo ou doação; tes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº 123,
de 14 de dezembro de 2006.
b) não conflitem com os princípios constitucio-
nais em vigor; § 1º As disposições a que se refere o caput
deste artigo não são aplicadas:
c) sejam indicadas no respectivo contrato de
empréstimo ou doação e tenham sido objeto de pa- I - no caso de licitação para aquisição de bens
recer favorável do órgão jurídico do contratante do ou contratação de serviços em geral, ao item cujo
financiamento previamente à celebração do refe- valor estimado for superior à receita bruta máxima
rido contrato; admitida para fins de enquadramento como em-
presa de pequeno porte;
d) (VETADO).
II - no caso de contratação de obras e serviços
§ 4º A documentação encaminhada ao Senado
de engenharia, às licitações cujo valor estimado for
Federal para autorização do empréstimo de que
superior à receita bruta máxima admitida para fins
trata o § 3º deste artigo deverá fazer referência às
de enquadramento como empresa de pequeno
condições contratuais que incidam na hipótese do
Daniel RIBEIRO porte.
DE ANDRADE
referido parágrafo.
danielicoense@gmail.com
§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere
§ 5º As contratações relativas à gestão, direta
o caput
609.749.013-50 deste artigo fica limitada às microempresas
e indireta, das reservas internacionais do País, in-
e às empresas de pequeno porte que, no ano-ca-
clusive as de serviços conexos ou acessórios a
lendário de realização da licitação, ainda não te-
essa atividade, serão disciplinadas em ato norma-
nham celebrado contratos com a Administração
tivo próprio do Banco Central do Brasil, assegurada
Pública cujos valores somados extrapolem a re-
a observância dos princípios estabelecidos no ca-
ceita bruta máxima admitida para fins de enquadra-
put do art. 37 da Constituição Federal.
mento como empresa de pequeno porte, devendo
Art. 2º Esta Lei aplica-se a: o órgão ou entidade exigir do licitante declaração
de observância desse limite na licitação.
I - alienação e concessão de direito real de uso
de bens; § 3º Nas contratações com prazo de vigência
superior a 1 (um) ano, será considerado o valor
II - compra, inclusive por encomenda;
anual do contrato na aplicação dos limites previstos
III - locação; nos §§ 1º e 2º deste artigo.
IV - concessão e permissão de uso de bens
públicos; CAPÍTULO II
V - prestação de serviços, inclusive os técnico- DOS PRINCÍPIOS
profissionais especializados;
VI - obras e serviços de arquitetura e engenha- Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão obser-
ria; vados os princípios da legalidade, da impessoali-
dade, da moralidade, da publicidade, da eficiência,
VII - contratações de tecnologia da informação
do interesse público, da probidade administrativa,
e de comunicação.
da igualdade, do planejamento, da transparência,
Art. 3º Não se subordinam ao regime desta da eficácia, da segregação de funções, da motiva-
Lei: ção, da vinculação ao edital, do julgamento obje-
tivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da

444
competitividade, da proporcionalidade, da celeri- XI - serviço: atividade ou conjunto de ativida-
dade, da economicidade e do desenvolvimento na- des destinadas a obter determinada utilidade, inte-
cional sustentável, assim como as disposições lectual ou material, de interesse da Administração;
do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 XII - obra: toda atividade estabelecida, por
(Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). força de lei, como privativa das profissões de arqui-
teto e engenheiro que implica intervenção no meio
CAPÍTULO III ambiente por meio de um conjunto harmônico de
DAS DEFINIÇÕES ações que, agregadas, formam um todo que inova
o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
imóvel;
I - órgão: unidade de atuação integrante da es-
XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos
trutura da Administração Pública;
padrões de desempenho e qualidade podem ser
II - entidade: unidade de atuação dotada de objetivamente definidos pelo edital, por meio de es-
personalidade jurídica; pecificações usuais de mercado;
III - Administração Pública: administração di- XIV - bens e serviços especiais: aqueles que,
reta e indireta da União, dos Estados, do Distrito por sua alta heterogeneidade ou complexidade,
Federal e dos Municípios, inclusive as entidades não podem ser descritos na forma do inciso XIII
com personalidade jurídica de direito privado sob do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do
controle do poder público e as fundações por ele contratante;
instituídas ou mantidas;
XV - serviços e fornecimentos contínuos: ser-
IV - Administração: órgão ou entidade por meioviços contratados e compras realizadas pela Admi-
do qual a Administração Pública atua; nistração Pública para a manutenção da atividade
Daniel RIBEIRO DEadministrativa,
ANDRADE decorrentes de necessidades per-
V - agente público: indivíduo que, em virtude
de eleição, nomeação, designação, danielicoense@gmail.com
contratação ou manentes ou prolongadas;
qualquer outra forma de investidura ou 609.749.013-50
vínculo, XVI - serviços contínuos com regime de dedi-
exerce mandato, cargo, emprego ou função em cação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo mo-
pessoa jurídica integrante da Administração Pú- delo de execução contratual exige, entre outros re-
blica; quisitos, que:
VI - autoridade: agente público dotado de po- a) os empregados do contratado fiquem à dis-
der de decisão; posição nas dependências do contratante para a
VII - contratante: pessoa jurídica integrante da prestação dos serviços;
Administração Pública responsável pela contrata- b) o contratado não compartilhe os recursos
ção; humanos e materiais disponíveis de uma contrata-
VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou ção para execução simultânea de outros contratos;
consórcio de pessoas jurídicas, signatária de con- c) o contratado possibilite a fiscalização pelo
trato com a Administração; contratante quanto à distribuição, controle e super-
IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou con- visão dos recursos humanos alocados aos seus
sórcio de pessoas jurídicas, que participa ou mani- contratos;
festa a intenção de participar de processo licitató- XVII - serviços não contínuos ou contratados
rio, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o por escopo: aqueles que impõem ao contratado o
fornecedor ou o prestador de serviço que, em aten- dever de realizar a prestação de um serviço espe-
dimento à solicitação da Administração, oferece cífico em período predeterminado, podendo ser
proposta; prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo
X - compra: aquisição remunerada de bens necessário à conclusão do objeto;
para fornecimento de uma só vez ou parcelada- XVIII - serviços técnicos especializados de na-
mente, considerada imediata aquela com prazo de tureza predominantemente intelectual: aqueles re-
entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de forneci- alizados em trabalhos relativos a:
mento;

445
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos adaptação de bens móveis e imóveis, com preser-
básicos e projetos executivos; vação das características originais dos bens;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; b) serviço especial de engenharia: aquele que,
c) assessorias e consultorias técnicas e audi- por sua alta heterogeneidade ou complexidade,
torias financeiras e tributárias; não pode se enquadrar na definição constante da
alínea “a” deste inciso;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de
obras e serviços; XXII - obras, serviços e fornecimentos de
grande vulto: aqueles cujo valor estimado supera
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de re-
administrativas; ais); (Vide Decreto nº 10.922, de 2021) (Vigência)
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; (Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência
g) restauração de obras de arte e de bens de XXIII - termo de referência: documento neces-
valor histórico; sário para a contratação de bens e serviços, que
deve conter os seguintes parâmetros e elementos
h) controles de qualidade e tecnológico, análi-
descritivos:
ses, testes e ensaios de campo e laboratoriais, ins-
trumentação e monitoramento de parâmetros espe- a) definição do objeto, incluídos sua natureza,
cíficos de obras e do meio ambiente e demais ser- os quantitativos, o prazo do contrato e, se for o
viços de engenharia que se enquadrem na defini- caso, a possibilidade de sua prorrogação;
ção deste inciso; b) fundamentação da contratação, que con-
XIX - notória especialização: qualidade de pro- siste na referência aos estudos técnicos prelimina-
fissional ou de empresa cujo conceito, no campo de res correspondentes ou, quando não for possível
sua especialidade, decorrente de desempenho an- divulgar esses estudos, no extrato das partes que
terior, estudos, experiência, publicações, organiza- não contiverem informações sigilosas;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ção, aparelhamento, equipe técnica ou outros re- c) descrição da solução como um todo, consi-
danielicoense@gmail.com
quisitos relacionados com suas atividades, permite derado todo o ciclo de vida do objeto;
609.749.013-50
inferir que o seu trabalho é essencial e reconheci-
damente adequado à plena satisfação do objeto do d) requisitos da contratação;
contrato; e) modelo de execução do objeto, que consiste
XX - estudo técnico preliminar: documento na definição de como o contrato deverá produzir os
constitutivo da primeira etapa do planejamento de resultados pretendidos desde o seu início até o seu
uma contratação que caracteriza o interesse pú- encerramento;
blico envolvido e a sua melhor solução e dá base f) modelo de gestão do contrato, que descreve
ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao pro- como a execução do objeto será acompanhada e
jeto básico a serem elaborados caso se conclua fiscalizada pelo órgão ou entidade;
pela viabilidade da contratação; g) critérios de medição e de pagamento;
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
conjunto de atividades destinadas a obter determi-
nada utilidade, intelectual ou material, de interesse i) estimativas do valor da contratação, acom-
para a Administração e que, não enquadradas no panhadas dos preços unitários referenciais, das
conceito de obra a que se refere o inciso XII do ca- memórias de cálculo e dos documentos que lhe
put deste artigo, são estabelecidas, por força de lei, dão suporte, com os parâmetros utilizados para a
como privativas das profissões de arquiteto e enge- obtenção dos preços e para os respectivos cálcu-
nheiro ou de técnicos especializados, que compre- los, que devem constar de documento separado e
endem: classificado;
a) serviço comum de engenharia: todo serviço j) adequação orçamentária;
de engenharia que tem por objeto ações, objetiva- XXIV - anteprojeto: peça técnica com todos os
mente padronizáveis em termos de desempenho e subsídios necessários à elaboração do projeto bá-
qualidade, de manutenção, de adequação e de sico, que deve conter, no mínimo, os seguintes ele-
mentos:

446
a) demonstração e justificativa do programa de c) identificação dos tipos de serviços a execu-
necessidades, avaliação de demanda do público- tar e dos materiais e equipamentos a incorporar à
alvo, motivação técnico-econômico-social do em- obra, bem como das suas especificações, de modo
preendimento, visão global dos investimentos e de- a assegurar os melhores resultados para o empre-
finições relacionadas ao nível de serviço desejado; endimento e a segurança executiva na utilização do
b) condições de solidez, de segurança e de du- objeto, para os fins a que se destina, considerados
rabilidade; os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;
c) prazo de entrega;
d) informações que possibilitem o estudo e a
d) estética do projeto arquitetônico, traçado ge- definição de métodos construtivos, de instalações
ométrico e/ou projeto da área de influência, quando provisórias e de condições organizacionais para a
cabível; obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
e) parâmetros de adequação ao interesse pú- execução;
blico, de economia na utilização, de facilidade na e) subsídios para montagem do plano de licita-
execução, de impacto ambiental e de acessibili- ção e gestão da obra, compreendidos a sua progra-
dade; mação, a estratégia de suprimentos, as normas de
f) proposta de concepção da obra ou do ser- fiscalização e outros dados necessários em cada
viço de engenharia; caso;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares f) orçamento detalhado do custo global da
que embasaram a concepção proposta; obra, fundamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório
h) levantamento topográfico e cadastral;
exclusivamente para os regimes de execução pre-
i) pareceres de sondagem; vistos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art.
da edifi- DE46ANDRADE
Daniel RIBEIRO
j) memorial descritivo dos elementos desta Lei;
cação, dos componentes construtivos e dos mate-
danielicoense@gmail.com XXVI - projeto executivo: conjunto de elemen-
riais de construção, de forma a estabelecer pa- tos
609.749.013-50 necessários e suficientes à execução completa
drões mínimos para a contratação; da obra, com o detalhamento das soluções previs-
XXV - projeto básico: conjunto de elementos tas no projeto básico, a identificação de serviços,
necessários e suficientes, com nível de precisão de materiais e de equipamentos a serem incorpo-
adequado para definir e dimensionar a obra ou o rados à obra, bem como suas especificações técni-
serviço, ou o complexo de obras ou de serviços ob- cas, de acordo com as normas técnicas pertinen-
jeto da licitação, elaborado com base nas indica- tes;
ções dos estudos técnicos preliminares, que asse- XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual de-
gure a viabilidade técnica e o adequado tratamento finidora de riscos e de responsabilidades entre as
do impacto ambiental do empreendimento e que partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-
possibilite a avaliação do custo da obra e a defini- financeiro inicial do contrato, em termos de ônus fi-
ção dos métodos e do prazo de execução, devendo nanceiro decorrente de eventos supervenientes à
conter os seguintes elementos: contratação, contendo, no mínimo, as seguintes in-
a) levantamentos topográficos e cadastrais, formações:
sondagens e ensaios geotécnicos, ensaios e análi- a) listagem de possíveis eventos supervenien-
ses laboratoriais, estudos socioambientais e de- tes à assinatura do contrato que possam causar im-
mais dados e levantamentos necessários para exe- pacto em seu equilíbrio econômico-financeiro e
cução da solução escolhida; previsão de eventual necessidade de prolação de
b) soluções técnicas globais e localizadas, su- termo aditivo por ocasião de sua ocorrência;
ficientemente detalhadas, de forma a evitar, por b) no caso de obrigações de resultado, estabe-
ocasião da elaboração do projeto executivo e da re- lecimento das frações do objeto com relação às
alização das obras e montagem, a necessidade de quais haverá liberdade para os contratados inova-
reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao rem em soluções metodológicas ou tecnológicas,
preço e ao prazo inicialmente definidos; em termos de modificação das soluções

447
previamente delineadas no anteprojeto ou no pro- responsabiliza-se por sua operação, manutenção
jeto básico; ou ambas, por tempo determinado;
c) no caso de obrigações de meio, estabeleci- XXXV - licitação internacional: licitação proces-
mento preciso das frações do objeto com relação sada em território nacional na qual é admitida a par-
às quais não haverá liberdade para os contratados ticipação de licitantes estrangeiros, com a possibi-
inovarem em soluções metodológicas ou tecnológi- lidade de cotação de preços em moeda estran-
cas, devendo haver obrigação de aderência entre a geira, ou licitação na qual o objeto contratual pode
execução e a solução predefinida no anteprojeto ou ou deve ser executado no todo ou em parte em ter-
no projeto básico, consideradas as características ritório estrangeiro;
do regime de execução no caso de obras e serviços XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em
de engenharia; território nacional, nas condições estabelecidas
XXVIII - empreitada por preço unitário: contra- pelo Poder Executivo federal;
tação da execução da obra ou do serviço por preço XXXVII - produto manufaturado nacional: pro-
certo de unidades determinadas; duto manufaturado produzido no território nacional
XXIX - empreitada por preço global: contrata- de acordo com o processo produtivo básico ou com
ção da execução da obra ou do serviço por preço as regras de origem estabelecidas pelo Poder Exe-
certo e total; cutivo federal;
XXX - empreitada integral: contratação de em- XXXVIII - concorrência: modalidade de licita-
preendimento em sua integralidade, compreendida ção para contratação de bens e serviços especiais
a totalidade das etapas de obras, serviços e insta- e de obras e serviços comuns e especiais de enge-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade nharia, cujo critério de julgamento poderá ser:
do contratado até sua entrega ao contratante em a) menor preço;
condições de entrada em operação, com caracte-
rísticas adequadas às finalidades paraDaniel RIBEIRO
as quais foi b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
contratado e atendidos os requisitos técnicos e le- c) técnica e preço;
gais para sua utilização com segurança estrutural e
609.749.013-50
d) maior retorno econômico;
operacional;
e) maior desconto;
XXXI - contratação por tarefa: regime de con-
tratação de mão de obra para pequenos trabalhos XXXIX - concurso: modalidade de licitação
por preço certo, com ou sem fornecimento de ma- para escolha de trabalho técnico, científico ou artís-
teriais; tico, cujo critério de julgamento será o de melhor
técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
XXXII - contratação integrada: regime de con-
prêmio ou remuneração ao vencedor;
tratação de obras e serviços de engenharia em que
o contratado é responsável por elaborar e desen- XL - leilão: modalidade de licitação para alie-
volver os projetos básico e executivo, executar nação de bens imóveis ou de bens móveis inserví-
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou veis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o
prestar serviços especiais e realizar montagem, maior lance;
teste, pré-operação e as demais operações neces- XLI - pregão: modalidade de licitação obrigató-
sárias e suficientes para a entrega final do objeto; ria para aquisição de bens e serviços comuns, cujo
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de critério de julgamento poderá ser o de menor preço
contratação de obras e serviços de engenharia em ou o de maior desconto;
que o contratado é responsável por elaborar e de- XLII - diálogo competitivo: modalidade de lici-
senvolver o projeto executivo, executar obras e ser- tação para contratação de obras, serviços e com-
viços de engenharia, fornecer bens ou prestar ser- pras em que a Administração Pública realiza diálo-
viços especiais e realizar montagem, teste, pré- gos com licitantes previamente selecionados medi-
operação e as demais operações necessárias e su- ante critérios objetivos, com o intuito de desenvol-
ficientes para a entrega final do objeto; ver uma ou mais alternativas capazes de atender
XXXIV - fornecimento e prestação de serviço às suas necessidades, devendo os licitantes apre-
associado: regime de contratação em que, além do sentar proposta final após o encerramento dos diá-
fornecimento do objeto, o contratado logos;

448
XLIII - credenciamento: processo administra- itens a serem adquiridos pela Administração Pú-
tivo de chamamento público em que a Administra- blica e que estarão disponíveis para a licitação;
ção Pública convoca interessados em prestar ser- LII - sítio eletrônico oficial: sítio da internet, cer-
viços ou fornecer bens para que, preenchidos os tificado digitalmente por autoridade certificadora,
requisitos necessários, se credenciem no órgão ou no qual o ente federativo divulga de forma centrali-
na entidade para executar o objeto quando convo- zada as informações e os serviços de governo digi-
cados; tal dos seus órgãos e entidades;
XLIV - pré-qualificação: procedimento seletivo LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto
prévio à licitação, convocado por meio de edital, é a prestação de serviços, que pode incluir a reali-
destinado à análise das condições de habilitação, zação de obras e o fornecimento de bens, com o
total ou parcial, dos interessados ou do objeto; objetivo de proporcionar economia ao contratante,
XLV - sistema de registro de preços: conjunto na forma de redução de despesas correntes, remu-
de procedimentos para realização, mediante con- nerado o contratado com base em percentual da
tratação direta ou licitação nas modalidades pregão economia gerada;
ou concorrência, de registro formal de preços rela- LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel
tivos a prestação de serviços, a obras e a aquisição cumprimento das obrigações assumidas pelo con-
e locação de bens para contratações futuras; tratado;
XLVI - ata de registro de preços: documento LV - produtos para pesquisa e desenvolvi-
vinculativo e obrigacional, com característica de mento: bens, insumos, serviços e obras necessá-
compromisso para futura contratação, no qual são rios para atividade de pesquisa científica e tecnoló-
registrados o objeto, os preços, os fornecedores, os gica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação
órgãos participantes e as condições a serem prati- tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa;
cadas, conforme as disposições contidas no edital
da licitação, no aviso ou instrumento de RIBEIRO LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação
contrata- DE ANDRADE
Daniel
ção direta e nas propostas apresentadas; ou contratado em valor expressivamente superior
danielicoense@gmail.com
aos preços referenciais de mercado, seja de ape-
XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão
609.749.013-50
nas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for
ou entidade da Administração Pública responsável por preços unitários de serviço, seja do valor global
pela condução do conjunto de procedimentos para do objeto, se a licitação ou a contratação for por
registro de preços e pelo gerenciamento da ata de tarefa, empreitada por preço global ou empreitada
registro de preços dele decorrente; integral, semi-integrada ou integrada;
XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão LVII - superfaturamento: dano provocado ao
ou entidade da Administração Pública que participa patrimônio da Administração, caracterizado, entre
dos procedimentos iniciais da contratação para re- outras situações, por:
gistro de preços e integra a ata de registro de pre-
ços; a) medição de quantidades superiores às efe-
tivamente executadas ou fornecidas;
XLIX - órgão ou entidade não participante: ór-
gão ou entidade da Administração Pública que não b) deficiência na execução de obras e de ser-
participa dos procedimentos iniciais da licitação viços de engenharia que resulte em diminuição da
para registro de preços e não integra a ata de re- sua qualidade, vida útil ou segurança;
gistro de preços; c) alterações no orçamento de obras e de ser-
L - comissão de contratação: conjunto de viços de engenharia que causem desequilíbrio eco-
agentes públicos indicados pela Administração, em nômico-financeiro do contrato em favor do contra-
caráter permanente ou especial, com a função de tado;
receber, examinar e julgar documentos relativos às d) outras alterações de cláusulas financeiras
licitações e aos procedimentos auxiliares; que gerem recebimentos contratuais antecipados,
LI - catálogo eletrônico de padronização de distorção do cronograma físico-financeiro, prorro-
compras, serviços e obras: sistema informatizado, gação injustificada do prazo contratual com custos
de gerenciamento centralizado e com indicação de adicionais para a Administração ou reajuste irregu-
preços, destinado a permitir a padronização de lar de preços;

449
LVIII - reajustamento em sentido estrito: forma natureza técnica, comercial, econômica, financeira,
de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro trabalhista e civil.
de contrato consistente na aplicação do índice de § 1º A autoridade referida no caput deste artigo
correção monetária previsto no contrato, que deve deverá observar o princípio da segregação de fun-
retratar a variação efetiva do custo de produção, ções, vedada a designação do mesmo agente pú-
admitida a adoção de índices específicos ou seto- blico para atuação simultânea em funções mais
riais; suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibili-
LIX - repactuação: forma de manutenção do dade de ocultação de erros e de ocorrência de frau-
equilíbrio econômico-financeiro de contrato utili- des na respectiva contratação.
zada para serviços contínuos com regime de dedi- § 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo,
cação exclusiva de mão de obra ou predominância inclusive os requisitos estabelecidos, também se
de mão de obra, por meio da análise da variação aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de
dos custos contratuais, devendo estar prevista no controle interno da Administração.
edital com data vinculada à apresentação das pro-
postas, para os custos decorrentes do mercado, e Art. 8º A licitação será conduzida por agente
com data vinculada ao acordo, à convenção cole- de contratação, pessoa designada pela autoridade
tiva ou ao dissídio coletivo ao qual o orçamento es- competente, entre servidores efetivos ou emprega-
teja vinculado, para os custos decorrentes da mão dos públicos dos quadros permanentes da Admi-
de obra; nistração Pública, para tomar decisões, acompa-
LX - agente de contratação: pessoa designada nhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedi-
pela autoridade competente, entre servidores efeti- mento licitatório e executar quaisquer outras ativi-
vos ou empregados públicos dos quadros perma- dades necessárias ao bom andamento do certame
nentes da Administração Pública, para tomar deci- até a homologação.
sões, acompanhar o trâmite da licitação, dar im- § 1º O agente de contratação será auxiliado
Daniel RIBEIRO DE
pulso ao procedimento licitatório e executar quais-
ANDRADE
por equipe de apoio e responderá individualmente
danielicoense@gmail.com
quer outras atividades necessárias ao bom anda- pelos atos que praticar, salvo quando induzido a
mento do certame até a homologação. 609.749.013-50
erro pela atuação da equipe.
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços
CAPÍTULO IV especiais, desde que observados os requisitos es-
DOS AGENTES PÚBLICOS tabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de contra-
tação poderá ser substituído por comissão de con-
tratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros,
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão
que responderão solidariamente por todos os atos
ou da entidade, ou a quem as normas de organiza- praticados pela comissão, ressalvado o membro
ção administrativa indicarem, promover gestão por
que expressar posição individual divergente funda-
competências e designar agentes públicos para o mentada e registrada em ata lavrada na reunião em
desempenho das funções essenciais à execução que houver sido tomada a decisão.
desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo contratação e da equipe de apoio, ao funciona-
ou empregado público dos quadros permanentes
mento da comissão de contratação e à atuação de
da Administração Pública;
fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei
II - tenham atribuições relacionadas a licita- serão estabelecidas em regulamento, e deverá ser
ções e contratos ou possuam formação compatível prevista a possibilidade de eles contarem com o
ou qualificação atestada por certificação profissio- apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de
nal emitida por escola de governo criada e mantida controle interno para o desempenho das funções
pelo poder público; e essenciais à execução do disposto nesta Lei. (Re-
III - não sejam cônjuge ou companheiro de lici- gulamento) Vigência
tantes ou contratados habituais da Administração § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços
nem tenham com eles vínculo de parentesco, cola- especiais cujo objeto não seja rotineiramente con-
teral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de tratado pela Administração, poderá ser contratado,
por prazo determinado, serviço de empresa ou de

450
profissional especializado para assessorar os judicial em razão de ato praticado com estrita ob-
agentes públicos responsáveis pela condução da servância de orientação constante em parecer jurí-
licitação. dico elaborado na forma do § 1º do art. 53 desta
§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do
agente responsável pela condução do certame agente público, sua representação judicial ou extra-
será designado pregoeiro. judicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste
Art. 9º É vedado ao agente público designado
artigo quando:
para atuar na área de licitações e contratos, ressal-
vados os casos previstos em lei: I - (VETADO);
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos II - provas da prática de atos ilícitos dolosos
que praticar, situações que: constarem nos autos do processo administrativo ou
judicial.
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o ca-
ráter competitivo do processo licitatório, inclusive § 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo
nos casos de participação de sociedades coopera- inclusive na hipótese de o agente público não mais
tivas; ocupar o cargo, emprego ou função em que foi pra-
ticado o ato questionado.
b) estabeleçam preferências ou distinções em
razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos
licitantes; TÍTULO II
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o DAS LICITAÇÕES
objeto específico do contrato;
II - estabelecer tratamento diferenciado de na- CAPÍTULO I
tureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária DO PROCESSO LICITATÓRIO
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
ou qualquer outra entre empresas brasileiras e es-
trangeiras, inclusive no que se referedanielicoense@gmail.com
a moeda, mo- Art. 11. O processo licitatório tem por objeti-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando 609.749.013-50
en- vos:
volvido financiamento de agência internacional;
I - assegurar a seleção da proposta apta a ge-
III - opor resistência injustificada ao andamento rar o resultado de contratação mais vantajoso para
dos processos e, indevidamente, retardar ou deixar a Administração Pública, inclusive no que se refere
de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra dispo- ao ciclo de vida do objeto;
sição expressa em lei.
II - assegurar tratamento isonômico entre os li-
§ 1º Não poderá participar, direta ou indireta- citantes, bem como a justa competição;
mente, da licitação ou da execução do contrato
III - evitar contratações com sobrepreço ou
agente público de órgão ou entidade licitante ou
com preços manifestamente inexequíveis e super-
contratante, devendo ser observadas as situações
faturamento na execução dos contratos;
que possam configurar conflito de interesses no
exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento
nos termos da legislação que disciplina a matéria. nacional sustentável.
§ 2º As vedações de que trata este artigo es- Parágrafo único. A alta administração do órgão
tendem-se a terceiro que auxilie a condução da ou entidade é responsável pela governança das
contratação na qualidade de integrante de equipe contratações e deve implementar processos e es-
de apoio, profissional especializado ou funcionário truturas, inclusive de gestão de riscos e controles
ou representante de empresa que preste assesso- internos, para avaliar, direcionar e monitorar os pro-
ria técnica. cessos licitatórios e os respectivos contratos, com
o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos
Art. 10. Se as autoridades competentes e os no caput deste artigo, promover um ambiente ínte-
servidores públicos que tiverem participado dos gro e confiável, assegurar o alinhamento das con-
procedimentos relacionados às licitações e aos tratações ao planejamento estratégico e às leis or-
contratos de que trata esta Lei precisarem defen- çamentárias e promover eficiência, efetividade e
der-se nas esferas administrativa, controladora ou eficácia em suas contratações.

451
Art. 12. No processo licitatório, observar-se- informações cujo sigilo seja imprescindível à segu-
á o seguinte: rança da sociedade e do Estado, na forma da lei.
I - os documentos serão produzidos por es- Parágrafo único. A publicidade será diferida:
crito, com data e local de sua realização e assina- I - quanto ao conteúdo das propostas, até a
tura dos responsáveis; respectiva abertura;
II - os valores, os preços e os custos utilizados II - quanto ao orçamento da Administração, nos
terão como expressão monetária a moeda corrente termos do art. 24 desta Lei.
nacional, ressalvado o disposto no art. 52 desta
Lei; Art. 14. Não poderão disputar licitação ou
participar da execução de contrato, direta ou indi-
III - o desatendimento de exigências mera- retamente:
mente formais que não comprometam a aferição da
qualificação do licitante ou a compreensão do con- I - autor do anteprojeto, do projeto básico ou do
teúdo de sua proposta não importará seu afasta- projeto executivo, pessoa física ou jurídica, quando
mento da licitação ou a invalidação do processo; a licitação versar sobre obra, serviços ou forneci-
mento de bens a ele relacionados;
IV - a prova de autenticidade de cópia de do-
cumento público ou particular poderá ser feita pe- II - empresa, isoladamente ou em consórcio,
rante agente da Administração, mediante apresen- responsável pela elaboração do projeto básico ou
tação de original ou de declaração de autenticidade do projeto executivo, ou empresa da qual o autor
por advogado, sob sua responsabilidade pessoal; do projeto seja dirigente, gerente, controlador, aci-
onista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento)
V - o reconhecimento de firma somente será do capital com direito a voto, responsável técnico
exigido quando houver dúvida de autenticidade, ou subcontratado, quando a licitação versar sobre
salvo imposição legal; obra, serviços ou fornecimento de bens a ela ne-
Danieldigitais,
VI - os atos serão preferencialmente RIBEIRO DE ANDRADE
cessários;
danielicoense@gmail.com
de forma a permitir que sejam produzidos, comuni- III - pessoa física ou jurídica que se encontre,
cados, armazenados e validados por meio eletrô-
609.749.013-50
ao tempo da licitação, impossibilitada de participar
nico; da licitação em decorrência de sanção que lhe foi
VII - a partir de documentos de formalização de imposta;
demandas, os órgãos responsáveis pelo planeja- IV - aquele que mantenha vínculo de natureza
mento de cada ente federativo poderão, na forma técnica, comercial, econômica, financeira, traba-
de regulamento, elaborar plano de contratações lhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade
anual, com o objetivo de racionalizar as contrata- contratante ou com agente público que desempe-
ções dos órgãos e entidades sob sua competência, nhe função na licitação ou atue na fiscalização ou
garantir o alinhamento com o seu planejamento es- na gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge,
tratégico e subsidiar a elaboração das respectivas companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
leis orçamentárias. (Regulamento) por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa
§ 1º O plano de contratações anual de que proibição constar expressamente do edital de licita-
trata o inciso VII do caput deste artigo deverá ser ção;
divulgado e mantido à disposição do público em sí- V - empresas controladoras, controladas ou
tio eletrônico oficial e será observado pelo ente fe- coligadas, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de de-
derativo na realização de licitações e na execução zembro de 1976, concorrendo entre si;
dos contratos.
VI - pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco)
§ 2º É permitida a identificação e assinatura di- anos anteriores à divulgação do edital, tenha sido
gital por pessoa física ou jurídica em meio eletrô- condenada judicialmente, com trânsito em julgado,
nico, mediante certificado digital emitido em âmbito por exploração de trabalho infantil, por submissão
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira de trabalhadores a condições análogas às de es-
(ICP-Brasil). cravo ou por contratação de adolescentes nos ca-
Art. 13. Os atos praticados no processo lici- sos vedados pela legislação trabalhista.
tatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de

452
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III IV - impedimento de a empresa consorciada
do caput deste artigo será também aplicado ao lici- participar, na mesma licitação, de mais de um con-
tante que atue em substituição a outra pessoa, fí- sórcio ou de forma isolada;
sica ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade V - responsabilidade solidária dos integrantes
da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controla- pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase
dora, controlada ou coligada, desde que devida- de licitação quanto na de execução do contrato.
mente comprovado o ilícito ou a utilização fraudu-
lenta da personalidade jurídica do licitante. § 1º O edital deverá estabelecer para o consór-
cio acréscimo de 10% (dez por cento) a 30% (trinta
§ 2º A critério da Administração e exclusiva- por cento) sobre o valor exigido de licitante indivi-
mente a seu serviço, o autor dos projetos e a em- dual para a habilitação econômico-financeira, salvo
presa a que se referem os incisos I e II do ca- justificação.
put deste artigo poderão participar no apoio das ati-
vidades de planejamento da contratação, de exe- § 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo
cução da licitação ou de gestão do contrato, desde não se aplica aos consórcios compostos, em sua
que sob supervisão exclusiva de agentes públicos totalidade, de microempresas e pequenas empre-
do órgão ou entidade. sas, assim definidas em lei.
§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as § 3º O licitante vencedor é obrigado a promo-
empresas integrantes do mesmo grupo econômico. ver, antes da celebração do contrato, a constituição
e o registro do consórcio, nos termos do compro-
§ 4º O disposto neste artigo não impede a lici- misso referido no inciso I do caput deste artigo.
tação ou a contratação de obra ou serviço que in-
clua como encargo do contratado a elaboração do § 4º Desde que haja justificativa técnica apro-
projeto básico e do projeto executivo, nas contrata- vada pela autoridade competente, o edital de licita-
ções integradas, e do projeto executivo, nos de- ção poderá estabelecer limite máximo para o nú-
mais regimes de execução. mero de empresas consorciadas.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
§ 5º Em licitações e contratações realizadas no § 5º A substituição de consorciado deverá ser
âmbito de projetos e programas parcialmente finan- expressamente autorizada pelo órgão ou entidade
609.749.013-50
ciados por agência oficial de cooperação estran- contratante e condicionada à comprovação de que
geira ou por organismo financeiro internacional a nova empresa do consórcio possui, no mínimo,
com recursos do financiamento ou da contrapartida os mesmos quantitativos para efeito de habilitação
nacional, não poderá participar pessoa física ou ju- técnica e os mesmos valores para efeito de qualifi-
rídica que integre o rol de pessoas sancionadas por cação econômico-financeira apresentados pela
essas entidades ou que seja declarada inidônea empresa substituída para fins de habilitação do
nos termos desta Lei. consórcio no processo licitatório que originou o
contrato.
Art. 15. Salvo vedação devidamente justifi-
cada no processo licitatório, pessoa jurídica poderá Art. 16. Os profissionais organizados sob a
participar de licitação em consórcio, observadas as forma de cooperativa poderão participar de licita-
seguintes normas: ção quando:
I - comprovação de compromisso público ou I - a constituição e o funcionamento da coope-
particular de constituição de consórcio, subscrito rativa observarem as regras estabelecidas na legis-
pelos consorciados; lação aplicável, em especial a Lei nº 5.764, de 16
de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de
II - indicação da empresa líder do consórcio, julho de 2012, e a Lei Complementar nº 130, de 17
que será responsável por sua representação pe- de abril de 2009;
rante a Administração;
II - a cooperativa apresentar demonstrativo de
III - admissão, para efeito de habilitação téc- atuação em regime cooperado, com repartição de
nica, do somatório dos quantitativos de cada con- receitas e despesas entre os cooperados;
sorciado e, para efeito de habilitação econômico-
financeira, do somatório dos valores de cada con- III - qualquer cooperado, com igual qualifica-
sorciado; ção, for capaz de executar o objeto contratado, ve-
dado à Administração indicar nominalmente pes-
soas;

453
IV - o objeto da licitação referir-se, em se tra- § 6º A Administração poderá exigir certificação
tando de cooperativas enquadradas na Lei nº por organização independente acreditada pelo Ins-
12.690, de 19 de julho de 2012, a serviços especi- tituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnolo-
alizados constantes do objeto social da coopera- gia (Inmetro) como condição para aceitação de:
tiva, a serem executados de forma complementar à I - estudos, anteprojetos, projetos básicos e
sua atuação. projetos executivos;
Art. 17. O processo de licitação observará as II - conclusão de fases ou de objetos de con-
seguintes fases, em sequência: tratos;
I - preparatória; III - material e corpo técnico apresentados por
II - de divulgação do edital de licitação; empresa para fins de habilitação.
III - de apresentação de propostas e lances,
quando for o caso; CAPÍTULO II
IV - de julgamento; DA FASE PREPARATÓRIA

V - de habilitação;
SEÇÃO I
VI - recursal;
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO
VII - de homologação. LICITATÓRIO
§ 1º A fase referida no inciso V do caput deste
artigo poderá, mediante ato motivado com explici- Art. 18. A fase preparatória do processo lici-
tação dos benefícios decorrentes, anteceder as fa- tatório é caracterizada pelo planejamento e deve
ses referidas nos incisos III e IV do caput deste ar- compatibilizar-se com o plano de contratações
tigo, desde que expressamente previsto no edital anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12
de licitação. Daniel RIBEIRO DE
destaANDRADE
Lei, sempre que elaborado, e com as leis or-
danielicoense@gmail.com
§ 2º As licitações serão realizadas preferenci- çamentárias, bem como abordar todas as conside-
609.749.013-50
almente sob a forma eletrônica, admitida a utiliza- rações técnicas, mercadológicas e de gestão que
ção da forma presencial, desde que motivada, de- podem interferir na contratação, compreendidos:
vendo a sessão pública ser registrada em ata e gra- I - a descrição da necessidade da contratação
vada em áudio e vídeo. fundamentada em estudo técnico preliminar que
§ 3º Desde que previsto no edital, na fase a caracterize o interesse público envolvido;
que se refere o inciso IV do caput deste artigo, o II - a definição do objeto para o atendimento da
órgão ou entidade licitante poderá, em relação ao necessidade, por meio de termo de referência, an-
licitante provisoriamente vencedor, realizar análise teprojeto, projeto básico ou projeto executivo, con-
e avaliação da conformidade da proposta, medi- forme o caso;
ante homologação de amostras, exame de confor-
III - a definição das condições de execução e
midade e prova de conceito, entre outros testes de
pagamento, das garantias exigidas e ofertadas e
interesse da Administração, de modo a comprovar
das condições de recebimento;
sua aderência às especificações definidas no termo
de referência ou no projeto básico. IV - o orçamento estimado, com as composi-
ções dos preços utilizados para sua formação;
§ 4º Nos procedimentos realizados por meio
eletrônico, a Administração poderá determinar, V - a elaboração do edital de licitação;
como condição de validade e eficácia, que os lici- VI - a elaboração de minuta de contrato,
tantes pratiquem seus atos em formato eletrônico. quando necessária, que constará obrigatoriamente
§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob como anexo do edital de licitação;
a forma presencial a que refere o § 2º deste artigo, VII - o regime de fornecimento de bens, de
a sessão pública de apresentação de propostas de- prestação de serviços ou de execução de obras e
verá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação serviços de engenharia, observados os potenciais
será juntada aos autos do processo licitatório de- de economia de escala;
pois de seu encerramento.

454
VIII - a modalidade de licitação, o critério de jul- suporte, que poderão constar de anexo classifi-
gamento, o modo de disputa e a adequação e efi- cado, se a Administração optar por preservar o seu
ciência da forma de combinação desses parâme- sigilo até a conclusão da licitação;
tros, para os fins de seleção da proposta apta a ge- VII - descrição da solução como um todo, in-
rar o resultado de contratação mais vantajoso para clusive das exigências relacionadas à manutenção
a Administração Pública, considerado todo o ciclo e à assistência técnica, quando for o caso;
de vida do objeto;
VIII - justificativas para o parcelamento ou não
IX - a motivação circunstanciada das condi- da contratação;
ções do edital, tais como justificativa de exigências
de qualificação técnica, mediante indicação das IX - demonstrativo dos resultados pretendidos
parcelas de maior relevância técnica ou valor signi- em termos de economicidade e de melhor aprovei-
ficativo do objeto, e de qualificação econômico-fi- tamento dos recursos humanos, materiais e finan-
nanceira, justificativa dos critérios de pontuação e ceiros disponíveis;
julgamento das propostas técnicas, nas licitações X - providências a serem adotadas pela Admi-
com julgamento por melhor técnica ou técnica e nistração previamente à celebração do contrato, in-
preço, e justificativa das regras pertinentes à parti- clusive quanto à capacitação de servidores ou de
cipação de empresas em consórcio; empregados para fiscalização e gestão contratual;
X - a análise dos riscos que possam compro- XI - contratações correlatas e/ou interdepen-
meter o sucesso da licitação e a boa execução con- dentes;
tratual;
XII - descrição de possíveis impactos ambien-
XI - a motivação sobre o momento da divulga- tais e respectivas medidas mitigadoras, incluídos
ção do orçamento da licitação, observado o art. 24 requisitos de baixo consumo de energia e de outros
desta Lei. recursos, bem como logística reversa para desfazi-
Daniel
§ 1º O estudo técnico preliminar se refere DEmento
a que RIBEIRO e reciclagem de bens e refugos, quando apli-
ANDRADE
o inciso I do caput deste artigo deverá evidenciar o cável;
danielicoense@gmail.com
problema a ser resolvido e a sua melhor solução,
609.749.013-50XIII - posicionamento conclusivo sobre a ade-
de modo a permitir a avaliação da viabilidade téc- quação da contratação para o atendimento da ne-
nica e econômica da contratação, e conterá os se- cessidade a que se destina.
guintes elementos:
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter
I - descrição da necessidade da contratação, ao menos os elementos previstos nos incisos I, IV,
considerado o problema a ser resolvido sob a pers- VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando não
pectiva do interesse público; contemplar os demais elementos previstos no refe-
II - demonstração da previsão da contratação rido parágrafo, apresentar as devidas justificativas.
no plano de contratações anual, sempre que elabo- § 3º Em se tratando de estudo técnico prelimi-
rado, de modo a indicar o seu alinhamento com o nar para contratação de obras e serviços comuns
planejamento da Administração; de engenharia, se demonstrada a inexistência de
III - requisitos da contratação; prejuízo para a aferição dos padrões de desempe-
nho e qualidade almejados, a especificação do ob-
IV - estimativas das quantidades para a contra- jeto poderá ser realizada apenas em termo de refe-
tação, acompanhadas das memórias de cálculo e rência ou em projeto básico, dispensada a elabora-
dos documentos que lhes dão suporte, que consi- ção de projetos.
derem interdependências com outras contratações,
de modo a possibilitar economia de escala; Art. 19. Os órgãos da Administração com
V - levantamento de mercado, que consiste na competências regulamentares relativas às ativida-
análise das alternativas possíveis, e justificativa des de administração de materiais, de obras e ser-
técnica e econômica da escolha do tipo de solução viços e de licitações e contratos deverão:
a contratar; I - instituir instrumentos que permitam, prefe-
VI - estimativa do valor da contratação, acom- rencialmente, a centralização dos procedimentos
panhada dos preços unitários referenciais, das me- de aquisição e contratação de bens e serviços;
mórias de cálculo e dos documentos que lhe dão

455
II - criar catálogo eletrônico de padronização bens de consumo só poderão ser efetivadas com a
de compras, serviços e obras, admitida a adoção edição, pela autoridade competente, do regula-
do catálogo do Poder Executivo federal por todos mento a que se refere o § 1º deste artigo.
os entes federativos; § 3º (VETADO).
III - instituir sistema informatizado de acompa-
Art. 21. A Administração poderá convocar,
nhamento de obras, inclusive com recursos de ima-
gem e vídeo; com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, au-
diência pública, presencial ou a distância, na forma
IV - instituir, com auxílio dos órgãos de asses- eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar,
soramento jurídico e de controle interno, modelos com disponibilização prévia de informações perti-
de minutas de editais, de termos de referência, de nentes, inclusive de estudo técnico preliminar e ele-
contratos padronizados e de outros documentos, mentos do edital de licitação, e com possibilidade
admitida a adoção das minutas do Poder Executivo de manifestação de todos os interessados.
federal por todos os entes federativos;
Parágrafo único. A Administração também po-
V - promover a adoção gradativa de tecnolo- derá submeter a licitação a prévia consulta pública,
gias e processos integrados que permitam a cria- mediante a disponibilização de seus elementos a
ção, a utilização e a atualização de modelos digitais todos os interessados, que poderão formular su-
de obras e serviços de engenharia. gestões no prazo fixado.
§ 1º O catálogo referido no inciso II do ca- Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de
put deste artigo poderá ser utilizado em licitações
alocação de riscos entre o contratante e o contra-
cujo critério de julgamento seja o de menor preço
tado, hipótese em que o cálculo do valor estimado
ou o de maior desconto e conterá toda a documen-
da contratação poderá considerar taxa de risco
tação e os procedimentos próprios da fase interna
compatível com o objeto da licitação e com os ris-
de licitações, assim como as especificações dos
Daniel cos atribuídos
RIBEIRO DE ANDRADE ao contratado, de acordo com meto-
respectivos objetos, conforme disposto em regula-
dologia predefinida pelo ente federativo.
mento. danielicoense@gmail.com
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo
609.749.013-50
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de
deverá promover a alocação eficiente dos riscos de
padronização de que trata o inciso II do caput ou
cada contrato e estabelecer a responsabilidade que
dos modelos de minutas de que trata o inciso IV
caiba a cada parte contratante, bem como os me-
do caput deste artigo deverá ser justificada por es-
canismos que afastem a ocorrência do sinistro e
crito e anexada ao respectivo processo licitatório.
mitiguem os seus efeitos, caso este ocorra durante
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de en- a execução contratual.
genharia e arquitetura, sempre que adequada ao
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação reali-
objeto da licitação, será preferencialmente adotada
zada pela matriz de riscos, especialmente quanto:
a Modelagem da Informação da Construção (Buil-
ding Information Modelling - BIM) ou tecnologias e I - às hipóteses de alteração para o restabele-
processos integrados similares ou mais avançados cimento da equação econômico-financeira do con-
que venham a substituí-la. trato nos casos em que o sinistro seja considerado
na matriz de riscos como causa de desequilíbrio
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para não suportada pela parte que pretenda o restabe-
suprir as demandas das estruturas da Administra- lecimento;
ção Pública deverão ser de qualidade comum, não
superior à necessária para cumprir as finalidades II - à possibilidade de resolução quando o si-
às quais se destinam, vedada a aquisição de arti- nistro majorar excessivamente ou impedir a conti-
gos de luxo. nuidade da execução contratual;

§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judi- III - à contratação de seguros obrigatórios pre-


ciário definirão em regulamento os limites para o viamente definidos no contrato, integrado o custo
enquadramento dos bens de consumo nas catego- de contratação ao preço ofertado.
rias comum e luxo. § 3º Quando a contratação se referir a obras e
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias con- serviços de grande vulto ou forem adotados os re-
tados da promulgação desta Lei, novas compras de gimes de contratação integrada e semi-integrada, o

456
edital obrigatoriamente contemplará matriz de alo- de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de refe-
cação de riscos entre o contratante e o contratado. rência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-inte- definido por meio da utilização de parâmetros na
gradas, os riscos decorrentes de fatos superveni- seguinte ordem:
entes à contratação associados à escolha da solu- I - composição de custos unitários menores ou
ção de projeto básico pelo contratado deverão ser iguais à mediana do item correspondente do Sis-
alocados como de sua responsabilidade na matriz tema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para
de riscos. serviços e obras de infraestrutura de transportes,
ou do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Art. 23. O valor previamente estimado da
Índices de Construção Civil (Sinapi), para as de-
contratação deverá ser compatível com os valores mais obras e serviços de engenharia;
praticados pelo mercado, considerados os preços
constantes de bancos de dados públicos e as quan- II - utilização de dados de pesquisa publicada
tidades a serem contratadas, observadas a poten- em mídia especializada, de tabela de referência for-
cial economia de escala e as peculiaridades do lo- malmente aprovada pelo Poder Executivo federal e
cal de execução do objeto. de sítios eletrônicos especializados ou de domínio
amplo, desde que contenham a data e a hora de
§ 1º No processo licitatório para aquisição de acesso;
bens e contratação de serviços em geral, conforme
regulamento, o valor estimado será definido com III - contratações similares feitas pela Adminis-
base no melhor preço aferido por meio da utilização tração Pública, em execução ou concluídas no pe-
dos seguintes parâmetros, adotados de forma com- ríodo de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de
binada ou não: preços, observado o índice de atualização de pre-
ços correspondente;
I - composição de custos unitários menores ou
iguais à mediana do item correspondente no painel IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais
Daniel RIBEIRO
para consulta de preços ou no banco de preços em DE ANDRADE
eletrônicas, na forma de regulamento.
danielicoense@gmail.com
saúde disponíveis no Portal Nacional de Contrata- § 3º Nas contratações realizadas por Municí-
ções Públicas (PNCP); 609.749.013-50
pios, Estados e Distrito Federal, desde que não en-
II - contratações similares feitas pela Adminis- volvam recursos da União, o valor previamente es-
tração Pública, em execução ou concluídas no pe- timado da contratação, a que se refere o ca-
ríodo de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de put deste artigo, poderá ser definido por meio da
preços, inclusive mediante sistema de registro de utilização de outros sistemas de custos adotados
preços, observado o índice de atualização de pre- pelo respectivo ente federativo.
ços correspondente; § 4º Nas contratações diretas por inexigibili-
III - utilização de dados de pesquisa publicada dade ou por dispensa, quando não for possível es-
em mídia especializada, de tabela de referência for- timar o valor do objeto na forma estabelecida nos
malmente aprovada pelo Poder Executivo federal e §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o contratado deverá
de sítios eletrônicos especializados ou de domínio comprovar previamente que os preços estão em
amplo, desde que contenham a data e hora de conformidade com os praticados em contratações
acesso; semelhantes de objetos de mesma natureza, por
meio da apresentação de notas fiscais emitidas
IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) for- para outros contratantes no período de até 1 (um)
necedores, mediante solicitação formal de cotação, ano anterior à data da contratação pela Administra-
desde que seja apresentada justificativa da escolha ção, ou por outro meio idôneo.
desses fornecedores e que não tenham sido obti-
dos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de § 5º No processo licitatório para contratação de
antecedência da data de divulgação do edital; obras e serviços de engenharia sob os regimes de
contratação integrada ou semi-integrada, o valor
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais estimado da contratação será calculado nos termos
eletrônicas, na forma de regulamento. do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela
§ 2º No processo licitatório para contratação de referente à remuneração do risco, e, sempre que
obras e serviços de engenharia, conforme regula- necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa
mento, o valor estimado, acrescido do percentual de preço será baseada em orçamento sintético,

457
balizado em sistema de custo definido no inciso I § 4º Nas contratações de obras, serviços e for-
do § 2º deste artigo, devendo a utilização de meto- necimentos de grande vulto, o edital deverá prever
dologia expedita ou paramétrica e de avaliação a obrigatoriedade de implantação de programa de
aproximada baseada em outras contratações simi- integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6
lares ser reservada às frações do empreendimento (seis) meses, contado da celebração do contrato,
não suficientemente detalhadas no anteprojeto. conforme regulamento que disporá sobre as medi-
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exi- das a serem adotadas, a forma de comprovação e
gido dos licitantes ou contratados, no orçamento as penalidades pelo seu descumprimento.
que compuser suas respectivas propostas, no mí- § 5º O edital poderá prever a responsabilidade
nimo, o mesmo nível de detalhamento do orça- do contratado pela:
mento sintético referido no mencionado parágrafo. I - obtenção do licenciamento ambiental;
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento II - realização da desapropriação autorizada
estimado da contratação poderá ter caráter sigi- pelo poder público.
loso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento
§ 6º Os licenciamentos ambientais de obras e
dos quantitativos e das demais informações neces-
serviços de engenharia licitados e contratados nos
sárias para a elaboração das propostas, e, nesse
termos desta Lei terão prioridade de tramitação nos
caso:
órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacio-
I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de nal do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser ori-
controle interno e externo; entados pelos princípios da celeridade, da coope-
II - (VETADO). ração, da economicidade e da eficiência.
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em § 7º Independentemente do prazo de duração
que for adotado o critério de julgamento por maior do contrato, será obrigatória a previsão no edital de
desconto, o preço estimado ou o máximo aceitável índice de reajustamento de preço, com data-base
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
constará do edital da licitação. vinculada à data do orçamento estimado e com a
danielicoense@gmail.com
possibilidade de ser estabelecido mais de um ín-
Art. 25. O edital deverá conter o objeto 609.749.013-50
da li- dice específico ou setorial, em conformidade com a
citação e as regras relativas à convocação, ao jul- realidade de mercado dos respectivos insumos.
gamento, à habilitação, aos recursos e às penalida-
§ 8º Nas licitações de serviços contínuos, ob-
des da licitação, à fiscalização e à gestão do con-
servado o interregno mínimo de 1 (um) ano, o cri-
trato, à entrega do objeto e às condições de paga-
tério de reajustamento será por:
mento.
I - reajustamento em sentido estrito, quando
§ 1º Sempre que o objeto permitir, a Adminis-
não houver regime de dedicação exclusiva de mão
tração adotará minutas padronizadas de edital e de
de obra ou predominância de mão de obra, medi-
contrato com cláusulas uniformes.
ante previsão de índices específicos ou setoriais;
§ 2º Desde que, conforme demonstrado em es-
II - repactuação, quando houver regime de de-
tudo técnico preliminar, não sejam causados preju-
dicação exclusiva de mão de obra ou predominân-
ízos à competitividade do processo licitatório e à
cia de mão de obra, mediante demonstração analí-
eficiência do respectivo contrato, o edital poderá
tica da variação dos custos.
prever a utilização de mão de obra, materiais, tec-
nologias e matérias-primas existentes no local da § 9º O edital poderá, na forma disposta em re-
execução, conservação e operação do bem, ser- gulamento, exigir que percentual mínimo da mão
viço ou obra. de obra responsável pela execução do objeto da
contratação seja constituído por:
§ 3º Todos os elementos do edital, incluídos
minuta de contrato, termos de referência, antepro- I - mulheres vítimas de violência domés-
jeto, projetos e outros anexos, deverão ser divulga- tica;
dos em sítio eletrônico oficial na mesma data de di- II - oriundos ou egressos do sistema prisional.
vulgação do edital, sem necessidade de registro ou
de identificação para acesso. Art. 26. No processo de licitação, poderá ser
estabelecida margem de preferência para:

458
I - bens manufaturados e serviços nacionais sistemas de tecnologia de informação e comunica-
que atendam a normas técnicas brasileiras; ção considerados estratégicos em ato do Poder
II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradá- Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
veis, conforme regulamento. bens e serviços com tecnologia desenvolvida no
País produzidos de acordo com o processo produ-
§ 1º A margem de preferência de que trata tivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de
o caput deste artigo: janeiro de 2001.
I - será definida em decisão fundamentada do Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico
Poder Executivo federal, no caso do inciso I do ca-
oficial, a cada exercício financeiro, a relação de em-
put deste artigo;
presas favorecidas em decorrência do disposto
II - poderá ser de até 10% (dez por cento) so- no art. 26 desta Lei, com indicação do volume de
bre o preço dos bens e serviços que não se enqua- recursos destinados a cada uma delas.
drem no disposto nos incisos I ou II do caput deste
artigo;
SEÇÃO II
III - poderá ser estendida a bens manufatura- DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO
dos e serviços originários de Estados Partes do
Mercado Comum do Sul (Mercosul), desde que
Art. 28. São modalidades de licitação:
haja reciprocidade com o País prevista em acordo
internacional aprovado pelo Congresso Nacional e I - pregão;
ratificado pelo Presidente da República. II - concorrência;
§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e III - concurso;
serviços nacionais resultantes de desenvolvimento
e inovação tecnológica no País, definidos conforme IV - leilão;
regulamento do Poder Executivo federal,
DanielaRIBEIRO
margem DE ANDRADE
V - diálogo competitivo.
de preferência a que se refere o caput deste artigo
danielicoense@gmail.com
§ 1º Além das modalidades referidas no ca-
poderá ser de até 20% (vinte por cento).
609.749.013-50
put deste artigo, a Administração pode servir-se
§ 3º (VETADO). dos procedimentos auxiliares previstos no art. 78
§ 4º (VETADO). desta Lei.
§ 5º A margem de preferência não se aplica § 2º É vedada a criação de outras modalidades
aos bens manufaturados nacionais e aos serviços de licitação ou, ainda, a combinação daquelas re-
nacionais se a capacidade de produção desses feridas no caput deste artigo.
bens ou de prestação desses serviços no País for Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o
inferior: rito procedimental comum a que se refere o art. 17
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; desta Lei, adotando-se o pregão sempre que o ob-
ou jeto possuir padrões de desempenho e qualidade
II - aos quantitativos fixados em razão do par- que possam ser objetivamente definidos pelo edi-
celamento do objeto, quando for o caso. tal, por meio de especificações usuais de mercado.

§ 6º Os editais de licitação para a contratação Parágrafo único. O pregão não se aplica às


de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia contratações de serviços técnicos especializados
justificativa da autoridade competente, exigir que o de natureza predominantemente intelectual e de
contratado promova, em favor de órgão ou enti- obras e serviços de engenharia, exceto os serviços
dade integrante da Administração Pública ou da- de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso
queles por ela indicados a partir de processo isonô- XXI do caput do art. 6º desta Lei.
mico, medidas de compensação comercial, indus- Art. 30. O concurso observará as regras e
trial ou tecnológica ou acesso a condições vantajo- condições previstas em edital, que indicará:
sas de financiamento, cumulativamente ou não, na
forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. I - a qualificação exigida dos participantes;

§ 7º Nas contratações destinadas à implanta- II - as diretrizes e formas de apresentação do


ção, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos trabalho;

459
III - as condições de realização e o prêmio ou § 4º O leilão não exigirá registro cadastral pré-
remuneração a ser concedida ao vencedor. vio, não terá fase de habilitação e deverá ser ho-
Parágrafo único. Nos concursos destinados à mologado assim que concluída a fase de lances,
elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à superada a fase recursal e efetivado o pagamento
Administração Pública, nos termos do art. 93 desta pelo licitante vencedor, na forma definida no edital.
Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao pro- Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é
jeto e autorizar sua execução conforme juízo de restrita a contratações em que a Administração:
conveniência e oportunidade das autoridades com-
petentes. I - vise a contratar objeto que envolva as se-
guintes condições:
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leilo-
a) inovação tecnológica ou técnica;
eiro oficial ou a servidor designado pela autoridade
competente da Administração, e regulamento de- b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter
verá dispor sobre seus procedimentos operacio- sua necessidade satisfeita sem a adaptação de so-
nais. luções disponíveis no mercado; e
§ 1º Se optar pela realização de leilão por in- c) impossibilidade de as especificações técni-
termédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá cas serem definidas com precisão suficiente pela
selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação Administração;
na modalidade pregão e adotar o critério de julga- II - verifique a necessidade de definir e identifi-
mento de maior desconto para as comissões a se- car os meios e as alternativas que possam satisfa-
rem cobradas, utilizados como parâmetro máximo zer suas necessidades, com destaque para os se-
os percentuais definidos na lei que regula a referida guintes aspectos:
profissão e observados os valores dos bens a se-
a) a solução técnica mais adequada;
rem leiloados.
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a
§ 2º O leilão será precedido daDaniel RIBEIRO
divulgação do DE ANDRADE
solução
danielicoense@gmail.com já definida;
edital em sítio eletrônico oficial, que conterá:
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
609.749.013-50
I - a descrição do bem, com suas característi-
cas, e, no caso de imóvel, sua situação e suas divi- III - (VETADO).
sas, com remissão à matrícula e aos registros; § 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço observadas as seguintes disposições:
mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condi- I - a Administração apresentará, por ocasião da
ções de pagamento e, se for o caso, a comissão do divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas
leiloeiro designado; necessidades e as exigências já definidas e esta-
III - a indicação do lugar onde estiverem os mó- belecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias
veis, os veículos e os semoventes; úteis para manifestação de interesse na participa-
ção da licitação;
IV - o sítio da internet e o período em que ocor-
rerá o leilão, salvo se excepcionalmente for reali- II - os critérios empregados para pré-seleção
zado sob a forma presencial por comprovada invia- dos licitantes deverão ser previstos em edital, e se-
bilidade técnica ou desvantagem para a Adminis- rão admitidos todos os interessados que preenche-
tração, hipótese em que serão indicados o local, o rem os requisitos objetivos estabelecidos;
dia e a hora de sua realização; III - a divulgação de informações de modo dis-
V - a especificação de eventuais ônus, grava- criminatório que possa implicar vantagem para al-
mes ou pendências existentes sobre os bens a se- gum licitante será vedada;
rem leiloados. IV - a Administração não poderá revelar a ou-
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico ofi- tros licitantes as soluções propostas ou as informa-
cial, o edital do leilão será afixado em local de am- ções sigilosas comunicadas por um licitante sem o
pla circulação de pessoas na sede da Administra- seu consentimento;
ção e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios V - a fase de diálogo poderá ser mantida até
necessários para ampliar a publicidade e a compe- que a Administração, em decisão fundamentada,
titividade da licitação.

460
identifique a solução ou as soluções que atendam I - menor preço;
às suas necessidades; II - maior desconto;
VI - as reuniões com os licitantes pré-selecio- III - melhor técnica ou conteúdo artístico;
nados serão registradas em ata e gravadas medi-
ante utilização de recursos tecnológicos de áudio e IV - técnica e preço;
vídeo; V - maior lance, no caso de leilão;
VII - o edital poderá prever a realização de fa- VI - maior retorno econômico.
ses sucessivas, caso em que cada fase poderá res-
tringir as soluções ou as propostas a serem discu- Art. 34. O julgamento por menor preço ou
tidas; maior desconto e, quando couber, por técnica e
preço considerará o menor dispêndio para a Admi-
VIII - a Administração deverá, ao declarar que nistração, atendidos os parâmetros mínimos de
o diálogo foi concluído, juntar aos autos do pro- qualidade definidos no edital de licitação.
cesso licitatório os registros e as gravações da fase
de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulga- § 1º Os custos indiretos, relacionados com as
ção de edital contendo a especificação da solução despesas de manutenção, utilização, reposição,
que atenda às suas necessidades e os critérios ob- depreciação e impacto ambiental do objeto licitado,
jetivos a serem utilizados para seleção da proposta entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida,
mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (ses- poderão ser considerados para a definição do me-
senta) dias úteis, para todos os licitantes pré-sele- nor dispêndio, sempre que objetivamente mensurá-
cionados na forma do inciso II deste parágrafo veis, conforme disposto em regulamento.
apresentarem suas propostas, que deverão conter § 2º O julgamento por maior desconto terá
os elementos necessários para a realização do pro- como referência o preço global fixado no edital de
jeto; licitação, e o desconto será estendido aos eventu-
RIBEIRO DEais
Daniel esclareci-
IX - a Administração poderá solicitar termos aditivos.
ANDRADE
mentos ou ajustes às propostas danielicoense@gmail.com
apresentadas, Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou
desde que não impliquem discriminação nem dis-
609.749.013-50
conteúdo artístico considerará exclusivamente as
torçam a concorrência entre as propostas; propostas técnicas ou artísticas apresentadas pe-
X - a Administração definirá a proposta vence- los licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou a
dora de acordo com critérios divulgados no início remuneração que será atribuída aos vencedores.
da fase competitiva, assegurada a contratação Parágrafo único. O critério de julgamento de
mais vantajosa como resultado; que trata o caput deste artigo poderá ser utilizado
XI - o diálogo competitivo será conduzido por para a contratação de projetos e trabalhos de natu-
comissão de contratação composta de pelo menos reza técnica, científica ou artística.
3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos
Art. 36. O julgamento por técnica e preço con-
pertencentes aos quadros permanentes da Admi-
siderará a maior pontuação obtida a partir da pon-
nistração, admitida a contratação de profissionais
deração, segundo fatores objetivos previstos no
para assessoramento técnico da comissão;
edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica
XII - (VETADO). e de preço da proposta.
§ 2º Os profissionais contratados para os fins § 1º O critério de julgamento de que trata o ca-
do inciso XI do § 1º deste artigo assinarão termo de put deste artigo será escolhido quando estudo téc-
confidencialidade e abster-se-ão de atividades que nico preliminar demonstrar que a avaliação e a pon-
possam configurar conflito de interesses. deração da qualidade técnica das propostas que
superarem os requisitos mínimos estabelecidos no
SEÇÃO III edital forem relevantes aos fins pretendidos pela
Administração nas licitações para contratação de:
DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
I - serviços técnicos especializados de natu-
Art. 33. O julgamento das propostas será re- reza predominantemente intelectual, caso em que
alizado de acordo com os seguintes critérios: o critério de julgamento de técnica e preço deverá
ser preferencialmente empregado;

461
II - serviços majoritariamente dependentes de I - servidores efetivos ou empregados públicos
tecnologia sofisticada e de domínio restrito, con- pertencentes aos quadros permanentes da Admi-
forme atestado por autoridades técnicas de reco- nistração Pública;
nhecida qualificação; II - profissionais contratados por conhecimento
III - bens e serviços especiais de tecnologia da técnico, experiência ou renome na avaliação dos
informação e de comunicação; quesitos especificados em edital, desde que seus
IV - obras e serviços especiais de engenharia; trabalhos sejam supervisionados por profissionais
designados conforme o disposto no art. 7º desta
V - objetos que admitam soluções específicas Lei.
e alternativas e variações de execução, com reper-
cussões significativas e concretamente mensurá- § 2º (VETADO).
veis sobre sua qualidade, produtividade, rendi- § 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade
mento e durabilidade, quando essas soluções e va- de licitação, na licitação para contratação dos ser-
riações puderem ser adotadas à livre escolha dos viços técnicos especializados de natureza predomi-
licitantes, conforme critérios objetivamente defini- nantemente intelectual previstos nas alíneas “a”,
dos no edital de licitação. “d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei
§ 2º No julgamento por técnica e preço, deve- cujo valor estimado da contratação seja superior a
rão ser avaliadas e ponderadas as propostas técni- R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), o julgamento
cas e, em seguida, as propostas de preço apresen- será por:
tadas pelos licitantes, na proporção máxima de I - melhor técnica; ou
70% (setenta por cento) de valoração para a pro- II - técnica e preço, na proporção de 70% (se-
posta técnica. tenta por cento) de valoração da proposta técnica.”
§ 3º O desempenho pretérito na execução de
Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou
contratos com a Administração Pública deverá ser
Daniel RIBEIRO DE por ANDRADE
técnica e preço, a obtenção de pontuação de-
considerado na pontuação técnica, observado o
disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 destadanielicoense@gmail.com
Lei e em vido à capacitação técnico-profissional exigirá que
regulamento. a execução do respectivo contrato tenha participa-
609.749.013-50
ção direta e pessoal do profissional correspon-
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou dente.
por técnica e preço deverá ser realizado por:
Art. 39. O julgamento por maior retorno eco-
I - verificação da capacitação e da experiência nômico, utilizado exclusivamente para a celebra-
do licitante, comprovadas por meio da apresenta- ção de contrato de eficiência, considerará a maior
ção de atestados de obras, produtos ou serviços economia para a Administração, e a remuneração
previamente realizados; deverá ser fixada em percentual que incidirá de
II - atribuição de notas a quesitos de natureza forma proporcional à economia efetivamente obtida
qualitativa por banca designada para esse fim, de na execução do contrato.
acordo com orientações e limites definidos em edi- § 1º Nas licitações que adotarem o critério de
tal, considerados a demonstração de conheci- julgamento de que trata o caput deste artigo, os li-
mento do objeto, a metodologia e o programa de citantes apresentarão:
trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a
relação dos produtos que serão entregues; I - proposta de trabalho, que deverá contem-
plar:
III - atribuição de notas por desempenho do li-
citante em contratações anteriores aferida nos do- a) as obras, os serviços ou os bens, com os
cumentos comprobatórios de que trata o § 3º do art. respectivos prazos de realização ou fornecimento;
88 desta Lei e em registro cadastral unificado dis- b) a economia que se estima gerar, expressa
ponível no Portal Nacional de Contratações Públi- em unidade de medida associada à obra, ao bem
cas (PNCP). ou ao serviço e em unidade monetária;
§ 1º A banca referida no inciso II do ca- II - proposta de preço, que corresponderá a
put deste artigo terá no mínimo 3 (três) membros e percentual sobre a economia que se estima gerar
poderá ser composta de: durante determinado período, expressa em uni-
dade monetária.

462
§ 2º O edital de licitação deverá prever parâ- c) da responsabilidade fiscal, mediante a com-
metros objetivos de mensuração da economia ge- paração da despesa estimada com a prevista no
rada com a execução do contrato, que servirá de orçamento.
base de cálculo para a remuneração devida ao con- § 1º O termo de referência deverá conter os
tratado. elementos previstos no inciso XXIII do caput do art.
§ 3º Para efeito de julgamento da proposta, o 6º desta Lei, além das seguintes informações:
retorno econômico será o resultado da economia I - especificação do produto, preferencialmente
que se estima gerar com a execução da proposta conforme catálogo eletrônico de padronização, ob-
de trabalho, deduzida a proposta de preço. servados os requisitos de qualidade, rendimento,
§ 4º Nos casos em que não for gerada a eco- compatibilidade, durabilidade e segurança;
nomia prevista no contrato de eficiência: II - indicação dos locais de entrega dos produ-
I - a diferença entre a economia contratada e a tos e das regras para recebimentos provisório e de-
efetivamente obtida será descontada da remunera- finitivo, quando for o caso;
ção do contratado; III - especificação da garantia exigida e das
II - se a diferença entre a economia contratada condições de manutenção e assistência técnica,
e a efetivamente obtida for superior ao limite má- quando for o caso.
ximo estabelecido no contrato, o contratado sujei- § 2º Na aplicação do princípio do parcela-
tar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis. mento, referente às compras, deverão ser conside-
rados:
SEÇÃO IV I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
DISPOSIÇÕES SETORIAIS
II - o aproveitamento das peculiaridades do
mercado local, com vistas à economicidade, sem-
SUBSEÇÃO IDaniel RIBEIRO DEpre
ANDRADE
que possível, desde que atendidos os parâme-
DAS COMPRAS danielicoense@gmail.com
tros de qualidade; e
609.749.013-50III - o dever de buscar a ampliação da compe-
Art. 40. O planejamento de compras deverá tição e de evitar a concentração de mercado.
considerar a expectativa de consumo anual e ob-
§ 3º O parcelamento não será adotado
servar o seguinte:
quando:
I - condições de aquisição e pagamento seme-
I - a economia de escala, a redução de custos
lhantes às do setor privado;
de gestão de contratos ou a maior vantagem na
II - processamento por meio de sistema de re- contratação recomendar a compra do item do
gistro de preços, quando pertinente; mesmo fornecedor;
III - determinação de unidades e quantidades a II - o objeto a ser contratado configurar sistema
serem adquiridas em função de consumo e utiliza- único e integrado e houver a possibilidade de risco
ção prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre ao conjunto do objeto pretendido;
que possível, mediante adequadas técnicas quan-
III - o processo de padronização ou de escolha
titativas, admitido o fornecimento contínuo;
de marca levar a fornecedor exclusivo.
IV - condições de guarda e armazenamento
§ 4º Em relação à informação de que trata o
que não permitam a deterioração do material;
inciso III do § 1º deste artigo, desde que fundamen-
V - atendimento aos princípios: tada em estudo técnico preliminar, a Administração
a) da padronização, considerada a compatibili- poderá exigir que os serviços de manutenção e as-
dade de especificações estéticas, técnicas ou de sistência técnica sejam prestados mediante deslo-
desempenho; camento de técnico ou disponibilizados em unidade
de prestação de serviços localizada em distância
b) do parcelamento, quando for tecnicamente compatível com suas necessidades.
viável e economicamente vantajoso;

463
Art. 41. No caso de licitação que envolva o Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra
fornecimento de bens, a Administração poderá ex- entidade credenciada pelo Inmetro;
cepcionalmente: II - declaração de atendimento satisfatório emi-
I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, tida por outro órgão ou entidade de nível federativo
desde que formalmente justificado, nas seguintes equivalente ou superior que tenha adquirido o pro-
hipóteses: duto;
a) em decorrência da necessidade de padroni- III - certificação, certificado, laudo laboratorial
zação do objeto; ou documento similar que possibilite a aferição da
qualidade e da conformidade do produto ou do pro-
b) em decorrência da necessidade de manter cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambi-
a compatibilidade com plataformas e padrões já ental, emitido por instituição oficial competente ou
adotados pela Administração; por entidade credenciada.
c) quando determinada marca ou modelo co- § 1º O edital poderá exigir, como condição de
mercializados por mais de um fornecedor forem os aceitabilidade da proposta, certificação de quali-
únicos capazes de atender às necessidades do dade do produto por instituição credenciada pelo
contratante; Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
d) quando a descrição do objeto a ser licitado Qualidade Industrial (Conmetro).
puder ser mais bem compreendida pela identifica- § 2º A Administração poderá, nos termos do
ção de determinada marca ou determinado modelo edital de licitação, oferecer protótipo do objeto pre-
aptos a servir apenas como referência; tendido e exigir, na fase de julgamento das propos-
II - exigir amostra ou prova de conceito do bem tas, amostras do licitante provisoriamente vence-
no procedimento de pré-qualificação permanente, dor, para atender a diligência ou, após o julga-
na fase de julgamento das propostas ou de lances, mento, como condição para firmar contrato.
ou no período de vigência do contrato Daniel RIBEIRO
ou da ata de DE ANDRADE
§ 3º No interesse da Administração, as amos-
registro de preços, desde que previstodanielicoense@gmail.com
no edital da tras a que se refere o § 2º deste artigo poderão ser
licitação e justificada a necessidade de sua apre-
609.749.013-50
examinadas por instituição com reputação ético-
sentação; profissional na especialidade do objeto, previa-
III - vedar a contratação de marca ou produto, mente indicada no edital.
quando, mediante processo administrativo, restar
Art. 43. O processo de padronização deverá
comprovado que produtos adquiridos e utilizados
anteriormente pela Administração não atendem a conter:
requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento I - parecer técnico sobre o produto, considera-
da obrigação contratual; dos especificações técnicas e estéticas, desempe-
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidari- nho, análise de contratações anteriores, custo e
edade emitida pelo fabricante, que assegure a exe- condições de manutenção e garantia;
cução do contrato, no caso de licitante revendedor II - despacho motivado da autoridade superior,
ou distribuidor. com a adoção do padrão;
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso III - síntese da justificativa e descrição sucinta
II do caput deste artigo restringir-se-á ao licitante do padrão definido, divulgadas em sítio eletrônico
provisoriamente vencedor quando realizada na oficial.
fase de julgamento das propostas ou de lances. § 1º É permitida a padronização com base em
Art. 42. A prova de qualidade de produto processo de outro órgão ou entidade de nível fede-
apresentado pelos proponentes como similar ao rativo igual ou superior ao do órgão adquirente, de-
das marcas eventualmente indicadas no edital será vendo o ato que decidir pela adesão a outra padro-
admitida por qualquer um dos seguintes meios: nização ser devidamente motivado, com indicação
da necessidade da Administração e dos riscos de-
I - comprovação de que o produto está de correntes dessa decisão, e divulgado em sítio ele-
acordo com as normas técnicas determinadas pe- trônico oficial.
los órgãos oficiais competentes, pela Associação

464
§ 2º As contratações de soluções baseadas VII - fornecimento e prestação de serviço asso-
em software de uso disseminado serão disciplina- ciado.
das em regulamento que defina processo de ges- § 1º É vedada a realização de obras e serviços
tão estratégica das contratações desse tipo de so- de engenharia sem projeto executivo, ressalvada a
lução. hipótese prevista no § 3º do art. 18 desta Lei.
Art. 44. Quando houver a possibilidade de § 2º A Administração é dispensada da elabora-
compra ou de locação de bens, o estudo técnico ção de projeto básico nos casos de contratação in-
preliminar deverá considerar os custos e os benefí- tegrada, hipótese em que deverá ser elaborado an-
cios de cada opção, com indicação da alternativa teprojeto de acordo com metodologia definida em
mais vantajosa. ato do órgão competente, observados os requisitos
estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
SUBSEÇÃO II § 3º Na contratação integrada, após a elabora-
DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHA- ção do projeto básico pelo contratado, o conjunto
RIA de desenhos, especificações, memoriais e crono-
grama físico-financeiro deverá ser submetido à
aprovação da Administração, que avaliará sua ade-
Art. 45. As licitações de obras e serviços de
quação em relação aos parâmetros definidos no
engenharia devem respeitar, especialmente, as
edital e conformidade com as normas técnicas, ve-
normas relativas a:
dadas alterações que reduzam a qualidade ou a
I - disposição final ambientalmente adequada vida útil do empreendimento e mantida a responsa-
dos resíduos sólidos gerados pelas obras contrata- bilidade integral do contratado pelos riscos associ-
das; ados ao projeto básico.
II - mitigação por condicionantes e compensa- § 4º Nos regimes de contratação integrada e
ção ambiental, que serão definidas Danielno RIBEIRO
procedi- DEsemi-integrada,
ANDRADE o edital e o contrato, sempre que
mento de licenciamento ambiental; danielicoense@gmail.com
for o caso, deverão prever as providências neces-
III - utilização de produtos, de equipamentos e sárias para a efetivação de desapropriação autori-
609.749.013-50
de serviços que, comprovadamente, favoreçam a zada pelo poder público, bem como:
redução do consumo de energia e de recursos na- I - o responsável por cada fase do procedi-
turais; mento expropriatório;
IV - avaliação de impacto de vizinhança, na II - a responsabilidade pelo pagamento das in-
forma da legislação urbanística; denizações devidas;
V - proteção do patrimônio histórico, cultural, III - a estimativa do valor a ser pago a título de
arqueológico e imaterial, inclusive por meio da ava- indenização pelos bens expropriados, inclusive de
liação do impacto direto ou indireto causado pelas custos correlatos;
obras contratadas;
IV - a distribuição objetiva de riscos entre as
VI - acessibilidade para pessoas com deficiên- partes, incluído o risco pela diferença entre o custo
cia ou com mobilidade reduzida. da desapropriação e a estimativa de valor e pelos
eventuais danos e prejuízos ocasionados por
Art. 46. Na execução indireta de obras e ser-
atraso na disponibilização dos bens expropriados;
viços de engenharia, são admitidos os seguintes
regimes: V - em nome de quem deverá ser promovido o
registro de imissão provisória na posse e o registro
I - empreitada por preço unitário;
de propriedade dos bens a serem desapropriados.
II - empreitada por preço global;
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante
III - empreitada integral; prévia autorização da Administração, o projeto bá-
IV - contratação por tarefa; sico poderá ser alterado, desde que demonstrada
a superioridade das inovações propostas pelo con-
V - contratação integrada; tratado em termos de redução de custos, de au-
VI - contratação semi-integrada; mento da qualidade, de redução do prazo de exe-
cução ou de facilidade de manutenção ou

465
operação, assumindo o contratado a responsabili- constituam área de competência legal do órgão ou
dade integral pelos riscos associados à alteração da entidade, vedado à Administração ou a seus
do projeto básico. agentes, na contratação do serviço terceirizado:
§ 6º A execução de cada etapa será obrigato- I - indicar pessoas expressamente nominadas
riamente precedida da conclusão e da aprovação, para executar direta ou indiretamente o objeto con-
pela autoridade competente, dos trabalhos relati- tratado;
vos às etapas anteriores. II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em
§ 7º (VETADO). ato normativo a ser pago pelo contratado;
§ 8º (VETADO). III - estabelecer vínculo de subordinação com
§ 9º Os regimes de execução a que se referem funcionário de empresa prestadora de serviço ter-
os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste artigo se- ceirizado;
rão licitados por preço global e adotarão sistemá- IV - definir forma de pagamento mediante ex-
tica de medição e pagamento associada à execu- clusivo reembolso dos salários pagos;
ção de etapas do cronograma físico-financeiro vin- V - demandar a funcionário de empresa pres-
culadas ao cumprimento de metas de resultado, ve- tadora de serviço terceirizado a execução de tare-
dada a adoção de sistemática de remuneração ori- fas fora do escopo do objeto da contratação;
entada por preços unitários ou referenciada pela
execução de quantidades de itens unitários. VI - prever em edital exigências que constituam
intervenção indevida da Administração na gestão
interna do contratado.
SUBSEÇÃO III
Parágrafo único. Durante a vigência do con-
DOS SERVIÇOS EM GERAL
trato, é vedado ao contratado contratar cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
Daniel
Art. 47. As licitações de serviços RIBEIRO DE
atenderão ANDRADE
por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do
aos princípios: danielicoense@gmail.com
órgão ou entidade contratante ou de agente público
609.749.013-50
I - da padronização, considerada a compatibili- que desempenhe função na licitação ou atue na fis-
dade de especificações estéticas, técnicas ou de calização ou na gestão do contrato, devendo essa
desempenho; proibição constar expressamente do edital de licita-
ção.
II - do parcelamento, quando for tecnicamente
viável e economicamente vantajoso. Art. 49. A Administração poderá, mediante
§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento justificativa expressa, contratar mais de uma em-
deverão ser considerados: presa ou instituição para executar o mesmo ser-
viço, desde que essa contratação não implique
I - a responsabilidade técnica; perda de economia de escala, quando:
II - o custo para a Administração de vários con- I - o objeto da contratação puder ser executado
tratos frente às vantagens da redução de custos, de forma concorrente e simultânea por mais de um
com divisão do objeto em itens; contratado; e
III - o dever de buscar a ampliação da compe- II - a múltipla execução for conveniente para
tição e de evitar a concentração de mercado. atender à Administração.
§ 2º Na licitação de serviços de manutenção e Parágrafo único. Na hipótese prevista no ca-
assistência técnica, o edital deverá definir o local put deste artigo, a Administração deverá manter o
de realização dos serviços, admitida a exigência de controle individualizado da execução do objeto con-
deslocamento de técnico ao local da repartição ou tratual relativamente a cada um dos contratados.
a exigência de que o contratado tenha unidade de
prestação de serviços em distância compatível com Art. 50. Nas contratações de serviços com re-
as necessidades da Administração. gime de dedicação exclusiva de mão de obra, o
contratado deverá apresentar, quando solicitado
Art. 48. Poderão ser objeto de execução por pela Administração, sob pena de multa, comprova-
terceiros as atividades materiais acessórias, instru- ção do cumprimento das obrigações trabalhistas e
mentais ou complementares aos assuntos que com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

466
(FGTS) em relação aos empregados diretamente § 5º As propostas de todos os licitantes estarão
envolvidos na execução do contrato, em especial sujeitas às mesmas regras e condições, na forma
quanto ao: estabelecida no edital.
I - registro de ponto; § 6º Observados os termos desta Lei, o edital
II - recibo de pagamento de salários, adicio- não poderá prever condições de habilitação, clas-
nais, horas extras, repouso semanal remunerado e sificação e julgamento que constituam barreiras de
décimo terceiro salário; acesso ao licitante estrangeiro, admitida a previsão
de margem de preferência para bens produzidos no
III - comprovante de depósito do FGTS; País e serviços nacionais que atendam às normas
IV - recibo de concessão e pagamento de fé- técnicas brasileiras, na forma definida no art. 26
rias e do respectivo adicional; desta Lei.
V - recibo de quitação de obrigações trabalhis-
tas e previdenciárias dos empregados dispensados CAPÍTULO III
até a data da extinção do contrato; DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL
DE LICITAÇÃO
VI - recibo de pagamento de vale-transporte e
vale-alimentação, na forma prevista em norma co-
letiva. Art. 53. Ao final da fase preparatória, o pro-
cesso licitatório seguirá para o órgão de assesso-
SUBSEÇÃO IV ramento jurídico da Administração, que realizará
controle prévio de legalidade mediante análise jurí-
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
dica da contratação.
Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V § 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão
do caput do art. 74 desta Lei, a locação de imóveis de assessoramento jurídico da Administração de-
Daniel RIBEIRO DEverá:ANDRADE
deverá ser precedida de licitação e avaliação prévia
do bem, do seu estado de conservação,danielicoense@gmail.com
dos custos I - apreciar o processo licitatório conforme cri-
de adaptações e do prazo de amortização609.749.013-50
dos in- térios objetivos prévios de atribuição de prioridade;
vestimentos necessários.
II - redigir sua manifestação em linguagem sim-
ples e compreensível e de forma clara e objetiva,
com apreciação de todos os elementos indispensá-
SUBSEÇÃO V
veis à contratação e com exposição dos pressupos-
DAS LICITAÇÕES INTERNACIONAIS tos de fato e de direito levados em consideração na
análise jurídica;
Art. 52. Nas licitações de âmbito internacio- III - (VETADO).
nal, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da polí-
§ 2º (VETADO).
tica monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes. § 3º Encerrada a instrução do processo sob os
aspectos técnico e jurídico, a autoridade determi-
§ 1º Quando for permitido ao licitante estran-
nará a divulgação do edital de licitação conforme
geiro cotar preço em moeda estrangeira, o licitante
disposto no art. 54.
brasileiro igualmente poderá fazê-lo.
§ 4º Na forma deste artigo, o órgão de asses-
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro
soramento jurídico da Administração também reali-
eventualmente contratado em virtude de licitação
zará controle prévio de legalidade de contratações
nas condições de que trata o § 1º deste artigo será
diretas, acordos, termos de cooperação, convê-
efetuado em moeda corrente nacional.
nios, ajustes, adesões a atas de registro de preços,
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante outros instrumentos congêneres e de seus termos
brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao aditivos.
licitante estrangeiro.
§ 5º É dispensável a análise jurídica nas hipó-
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços teses previamente definidas em ato da autoridade
constarão do edital e serão definidos a partir de es- jurídica máxima competente, que deverá
timativas ou médias dos tributos.

467
considerar o baixo valor, a baixa complexidade da b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não
contratação, a entrega imediata do bem ou a utili- abrangidas pela alínea “a” deste inciso;
zação de minutas de editais e instrumentos de con- II - no caso de serviços e obras:
trato, convênio ou outros ajustes previamente pa-
dronizados pelo órgão de assessoramento jurídico. a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os cri-
térios de julgamento de menor preço ou de maior
§ 6º (VETADO). desconto, no caso de serviços comuns e de obras
Art. 54. A publicidade do edital de licitação e serviços comuns de engenharia;
será realizada mediante divulgação e manutenção b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adota-
do inteiro teor do ato convocatório e de seus ane- dos os critérios de julgamento de menor preço ou
xos no Portal Nacional de Contratações Públicas de maior desconto, no caso de serviços especiais
(PNCP). e de obras e serviços especiais de engenharia;
§ 1º (VETADO). c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obri- de execução for de contratação integrada;
gatória a publicação de extrato do edital no Diário d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o re-
Oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou gime de execução for o de contratação semi-inte-
do Município, ou, no caso de consórcio público, do grada ou nas hipóteses não abrangidas pelas alí-
ente de maior nível entre eles, bem como em jornal neas “a”, “b” e “c” deste inciso;
diário de grande circulação. (Promulgação par-
III - para licitação em que se adote o critério de
tes vetadas)
julgamento de maior lance, 15 (quinze) dias úteis;
§ 2º É facultada a divulgação adicional e a ma-
IV - para licitação em que se adote o critério de
nutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos
julgamento de técnica e preço ou de melhor técnica
em sítio eletrônico oficial do ente federativo do ór-
ou conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.
gão ou entidade responsável pela licitação
Daniel ou, no
RIBEIRO DE ANDRADE
caso de consórcio público, do ente dedanielicoense@gmail.com
maior nível § 1º Eventuais modificações no edital implica-
entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a in- rão nova divulgação na mesma forma de sua divul-
teressados devidamente cadastrados para esse
609.749.013-50
gação inicial, além do cumprimento dos mesmos
fim. prazos dos atos e procedimentos originais, exceto
quando a alteração não comprometer a formulação
§ 3º Após a homologação do processo licitató-
das propostas.
rio, serão disponibilizados no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP) e, se o órgão ou en- § 2º Os prazos previstos neste artigo poderão,
tidade responsável pela licitação entender cabível, mediante decisão fundamentada, ser reduzidos até
também no sítio referido no § 2º deste artigo, os a metade nas licitações realizadas pelo Ministério
documentos elaborados na fase preparatória que da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde
porventura não tenham integrado o edital e seus (SUS).
anexos.
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, iso-
lada ou conjuntamente:
CAPÍTULO IV I - aberto, hipótese em que os licitantes apre-
DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E sentarão suas propostas por meio de lances públi-
LANCES cos e sucessivos, crescentes ou decrescentes;
II - fechado, hipótese em que as propostas per-
manecerão em sigilo até a data e hora designadas
Art. 55. Os prazos mínimos para apresenta-
para sua divulgação.
ção de propostas e lances, contados a partir da
data de divulgação do edital de licitação, são de: § 1º A utilização isolada do modo de disputa
fechado será vedada quando adotados os critérios
I - para aquisição de bens:
de julgamento de menor preço ou de maior des-
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os cri- conto.
térios de julgamento de menor preço ou de maior
desconto;

468
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto § 3º Implicará execução do valor integral da ga-
será vedada quando adotado o critério de julga- rantia de proposta a recusa em assinar o contrato
mento de técnica e preço. ou a não apresentação dos documentos para a
§ 3º Serão considerados intermediários os lan- contratação.
ces: § 4º A garantia de proposta poderá ser pres-
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, tada nas modalidades de que trata o § 1º do art. 96
quando adotado o critério de julgamento de maior desta Lei.
lance;
CAPÍTULO V
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado,
DO JULGAMENTO
quando adotados os demais critérios de julga-
mento.
Art. 59. Serão desclassificadas as propostas
§ 4º Após a definição da melhor proposta, se a
que:
diferença em relação à proposta classificada em
segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por I - contiverem vícios insanáveis;
cento), a Administração poderá admitir o reinício da II - não obedecerem às especificações técni-
disputa aberta, nos termos estabelecidos no instru- cas pormenorizadas no edital;
mento convocatório, para a definição das demais
III - apresentarem preços inexequíveis ou per-
colocações.
manecerem acima do orçamento estimado para a
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de en- contratação;
genharia, após o julgamento, o licitante vencedor
IV - não tiverem sua exequibilidade demons-
deverá reelaborar e apresentar à Administração,
trada, quando exigido pela Administração;
por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos
quantitativos e dos custos unitários, bem como com V - apresentarem desconformidade com quais-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
detalhamento das Bonificações e Despesas Indire- quer outras exigências do edital, desde que insaná-
tas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES),danielicoense@gmail.com
com os res- vel.
pectivos valores adequados ao valor final 609.749.013-50
da pro- § 1º A verificação da conformidade das propos-
posta vencedora, admitida a utilização dos preços tas poderá ser feita exclusivamente em relação à
unitários, no caso de empreitada por preço global, proposta mais bem classificada.
empreitada integral, contratação semi-integrada e
contratação integrada, exclusivamente para even- § 2º A Administração poderá realizar diligên-
tuais adequações indispensáveis no cronograma fí- cias para aferir a exequibilidade das propostas ou
sico-financeiro e para balizar excepcional adita- exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, con-
mento posterior do contrato. forme disposto no inciso IV do caput deste artigo.
§ 3º No caso de obras e serviços de engenha-
Art. 57. O edital de licitação poderá estabele-
ria e arquitetura, para efeito de avaliação da exe-
cer intervalo mínimo de diferença de valores entre
quibilidade e de sobrepreço, serão considerados o
os lances, que incidirá tanto em relação aos lances
preço global, os quantitativos e os preços unitários
intermediários quanto em relação à proposta que
tidos como relevantes, observado o critério de acei-
cobrir a melhor oferta.
tabilidade de preços unitário e global a ser fixado
Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da no edital, conforme as especificidades do mercado
apresentação da proposta, a comprovação do re- correspondente.
colhimento de quantia a título de garantia de pro- § 4º No caso de obras e serviços de engenha-
posta, como requisito de pré-habilitação. ria, serão consideradas inexequíveis as propostas
§ 1º A garantia de proposta não poderá ser su- cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e
perior a 1% (um por cento) do valor estimado para cinco por cento) do valor orçado pela Administra-
a contratação. ção.
§ 2º A garantia de proposta será devolvida aos § 5º Nas contratações de obras e serviços de
licitantes no prazo de 10 (dez) dias úteis, contado engenharia, será exigida garantia adicional do lici-
da assinatura do contrato ou da data em que for tante vencedor cuja proposta for inferior a 85% (oi-
declarada fracassada a licitação. tenta e cinco por cento) do valor orçado pela

469
Administração, equivalente à diferença entre este colocado, mesmo após a negociação, for desclas-
último e o valor da proposta, sem prejuízo das de- sificado em razão de sua proposta permanecer
mais garantias exigíveis de acordo com esta Lei. acima do preço máximo definido pela Administra-
ção.
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou
mais propostas, serão utilizados os seguintes crité- § 2º A negociação será conduzida por agente
rios de desempate, nesta ordem: de contratação ou comissão de contratação, na
forma de regulamento, e, depois de concluída, terá
I - disputa final, hipótese em que os licitantes seu resultado divulgado a todos os licitantes e ane-
empatados poderão apresentar nova proposta em xado aos autos do processo licitatório.
ato contínuo à classificação;
II - avaliação do desempenho contratual prévio
CAPÍTULO VI
dos licitantes, para a qual deverão preferencial-
mente ser utilizados registros cadastrais para efeito DA HABILITAÇÃO
de atesto de cumprimento de obrigações previstos
nesta Lei; Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de que se verifica o conjunto de informações e docu-
mentos necessários e suficientes para demonstrar
equidade entre homens e mulheres no ambiente de
trabalho, conforme regulamento; (Vide Decreto a capacidade do licitante de realizar o objeto da li-
nº 11.430, de 2023) Vigência citação, dividindo-se em:
I - jurídica;
IV - desenvolvimento pelo licitante de pro-
grama de integridade, conforme orientações dos II - técnica;
órgãos de controle. III - fiscal, social e trabalhista;
§ 1º Em igualdade de condições, se não hou- IV - econômico-financeira.
Daniel RIBEIRO
ver desempate, será assegurada preferência, su- DE ANDRADE
cessivamente, aos bens e serviços produzidos ou Art. 63. Na fase de habilitação das licitações
danielicoense@gmail.com
prestados por: serão observadas as seguintes disposições:
609.749.013-50
I - empresas estabelecidas no território do Es- I - poderá ser exigida dos licitantes a declara-
tado ou do Distrito Federal do órgão ou entidade da ção de que atendem aos requisitos de habilitação,
Administração Pública estadual ou distrital licitante e o declarante responderá pela veracidade das in-
ou, no caso de licitação realizada por órgão ou en- formações prestadas, na forma da lei;
tidade de Município, no território do Estado em que II - será exigida a apresentação dos documen-
este se localize; tos de habilitação apenas pelo licitante vencedor,
II - empresas brasileiras; exceto quando a fase de habilitação anteceder a de
julgamento;
III - empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País; III - serão exigidos os documentos relativos à
regularidade fiscal, em qualquer caso, somente em
IV - empresas que comprovem a prática de mi-
momento posterior ao julgamento das propostas, e
tigação, nos termos da Lei nº 12.187, de 29 de de-
apenas do licitante mais bem classificado;
zembro de 2009.
IV - será exigida do licitante declaração de que
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo
cumpre as exigências de reserva de cargos para
não prejudicarão a aplicação do disposto no art. 44
pessoa com deficiência e para reabilitado da Previ-
da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
dência Social, previstas em lei e em outras normas
de 2006.
específicas.
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula
Administração poderá negociar condições mais que exija dos licitantes, sob pena de desclassifica-
vantajosas com o primeiro colocado. ção, declaração de que suas propostas econômi-
§ 1º A negociação poderá ser feita com os de- cas compreendem a integralidade dos custos para
mais licitantes, segundo a ordem de classificação atendimento dos direitos trabalhistas assegurados
inicialmente estabelecida, quando o primeiro na Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas

470
normas infralegais, nas convenções coletivas de exigências da habilitação e ficarão autorizadas a
trabalho e nos termos de ajustamento de conduta substituir os demonstrativos contábeis pelo ba-
vigentes na data de entrega das propostas. lanço de abertura.
§ 2º Quando a avaliação prévia do local de § 2º A habilitação poderá ser realizada por pro-
execução for imprescindível para o conhecimento cesso eletrônico de comunicação a distância, nos
pleno das condições e peculiaridades do objeto a termos dispostos em regulamento.
ser contratado, o edital de licitação poderá prever,
Art. 66. A habilitação jurídica visa a demons-
sob pena de inabilitação, a necessidade de o lici-
tante atestar que conhece o local e as condições trar a capacidade de o licitante exercer direitos e
de realização da obra ou serviço, assegurado a ele assumir obrigações, e a documentação a ser apre-
o direito de realização de vistoria prévia. sentada por ele limita-se à comprovação de exis-
tência jurídica da pessoa e, quando cabível, de au-
§ 3º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, torização para o exercício da atividade a ser con-
o edital de licitação sempre deverá prever a possi- tratada.
bilidade de substituição da vistoria por declaração
formal assinada pelo responsável técnico do lici- Art. 67. A documentação relativa à qualifica-
tante acerca do conhecimento pleno das condições ção técnico-profissional e técnico-operacional será
e peculiaridades da contratação. restrita a:
§ 4º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, I - apresentação de profissional, devidamente
se os licitantes optarem por realizar vistoria prévia, registrado no conselho profissional competente,
a Administração deverá disponibilizar data e horá- quando for o caso, detentor de atestado de respon-
rio diferentes para os eventuais interessados. sabilidade técnica por execução de obra ou serviço
de características semelhantes, para fins de con-
Art. 64. Após a entrega dos documentos para tratação;
habilitação, não será permitida a substituição ou a
apresentação de novos documentos, Danielsalvo
RIBEIRO
em DE ANDRADE
II - certidões ou atestados, regularmente emiti-
sede de diligência, para: dos pelo
danielicoense@gmail.com conselho profissional competente, quando
for o caso, que demonstrem capacidade operacio-
609.749.013-50
I - complementação de informações acerca nal na execução de serviços similares de complexi-
dos documentos já apresentados pelos licitantes e dade tecnológica e operacional equivalente ou su-
desde que necessária para apurar fatos existentes perior, bem como documentos comprobatórios
à época da abertura do certame; emitidos na forma do § 3º do art. 88 desta Lei;
II - atualização de documentos cuja validade III - indicação do pessoal técnico, das instala-
tenha expirado após a data de recebimento das ções e do aparelhamento adequados e disponíveis
propostas. para a realização do objeto da licitação, bem como
§ 1º Na análise dos documentos de habilita- da qualificação de cada membro da equipe técnica
ção, a comissão de licitação poderá sanar erros ou que se responsabilizará pelos trabalhos;
falhas que não alterem a substância dos documen- IV - prova do atendimento de requisitos previs-
tos e sua validade jurídica, mediante despacho fun- tos em lei especial, quando for o caso;
damentado registrado e acessível a todos, atribu-
indo-lhes eficácia para fins de habilitação e classi- V - registro ou inscrição na entidade profissio-
ficação. nal competente, quando for o caso;

§ 2º Quando a fase de habilitação anteceder a VI - declaração de que o licitante tomou conhe-


de julgamento e já tiver sido encerrada, não caberá cimento de todas as informações e das condições
exclusão de licitante por motivo relacionado à habi- locais para o cumprimento das obrigações objeto
litação, salvo em razão de fatos supervenientes ou da licitação.
só conhecidos após o julgamento. § 1º A exigência de atestados será restrita às
parcelas de maior relevância ou valor significativo
Art. 65. As condições de habilitação serão
do objeto da licitação, assim consideradas as que
definidas no edital. tenham valor individual igual ou superior a 4% (qua-
§ 1º As empresas criadas no exercício finan- tro por cento) do valor total estimado da contrata-
ceiro da licitação deverão atender a todas as ção.

471
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º § 10. Em caso de apresentação por licitante de
deste artigo, será admitida a exigência de atesta- atestado de desempenho anterior emitido em favor
dos com quantidades mínimas de até 50% (cin- de consórcio do qual tenha feito parte, se o ates-
quenta por cento) das parcelas de que trata o refe- tado ou o contrato de constituição do consórcio não
rido parágrafo, vedadas limitações de tempo e de identificar a atividade desempenhada por cada con-
locais específicos relativas aos atestados. sorciado individualmente, serão adotados os se-
§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços guintes critérios na avaliação de sua qualificação
de engenharia, as exigências a que se referem os técnica:
incisos I e II do caput deste artigo, a critério da Ad- I - caso o atestado tenha sido emitido em favor
ministração, poderão ser substituídas por outra de consórcio homogêneo, as experiências atesta-
prova de que o profissional ou a empresa possui das deverão ser reconhecidas para cada empresa
conhecimento técnico e experiência prática na exe- consorciada na proporção quantitativa de sua par-
cução de serviço de características semelhantes, ticipação no consórcio, salvo nas licitações para
hipótese em que as provas alternativas aceitáveis contratação de serviços técnicos especializados de
deverão ser previstas em regulamento. natureza predominantemente intelectual, em que
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros docu- todas as experiências atestadas deverão ser reco-
mentos hábeis emitidos por entidades estrangeiras nhecidas para cada uma das empresas consorcia-
quando acompanhados de tradução para o portu- das;
guês, salvo se comprovada a inidoneidade da enti- II - caso o atestado tenha sido emitido em favor
dade emissora. de consórcio heterogêneo, as experiências atesta-
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o das deverão ser reconhecidas para cada consorci-
edital poderá exigir certidão ou atestado que de- ado de acordo com os respectivos campos de atu-
monstre que o licitante tenha executado serviços ação, inclusive nas licitações para contratação de
similares ao objeto da licitação, em períodos serviços técnicos especializados de natureza pre-
Daniel suces-
RIBEIRO DE ANDRADEintelectual.
dominantemente
sivos ou não, por um prazo mínimo, que não po-
danielicoense@gmail.com
derá ser superior a 3 (três) anos. § 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para
609.749.013-50
fins de comprovação do percentual de participação
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na
forma dos incisos I e III do caput deste artigo deve- do consorciado, caso este não conste expressa-
rão participar da obra ou serviço objeto da licitação, mente do atestado ou da certidão, deverá ser jun-
e será admitida a sua substituição por profissionais tada ao atestado ou à certidão cópia do instrumento
de experiência equivalente ou superior, desde que de constituição do consórcio.
aprovada pela Administração. § 12. Na documentação de que trata o inciso I
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras do caput deste artigo, não serão admitidos atesta-
atenderão à exigência prevista no inciso V do ca- dos de responsabilidade técnica de profissionais
put deste artigo por meio da apresentação, no mo- que, na forma de regulamento, tenham dado causa
mento da assinatura do contrato, da solicitação de à aplicação das sanções previstas nos incisos III e
registro perante a entidade profissional competente IV do caput do art. 156 desta Lei em decorrência de
no Brasil. orientação proposta, de prescrição técnica ou de
qualquer ato profissional de sua responsabilidade.
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos
compromissos assumidos pelo licitante que impor- Art. 68. As habilitações fiscal, social e traba-
tem em diminuição da disponibilidade do pessoal lhista serão aferidas mediante a verificação dos se-
técnico referido nos incisos I e III do caput deste ar- guintes requisitos:
tigo. I - a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos téc- (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
nicos específicos, que a qualificação técnica seja (CNPJ);
demonstrada por meio de atestados relativos a po- II - a inscrição no cadastro de contribuintes es-
tencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco tadual e/ou municipal, se houver, relativo ao domi-
por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que cílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
mais de um licitante poderá apresentar atestado re- atividade e compatível com o objeto contratual;
lativo ao mesmo potencial subcontratado.

472
III - a regularidade perante a Fazenda federal, mínimo ou de patrimônio líquido mínimo equiva-
estadual e/ou municipal do domicílio ou sede do li- lente a até 10% (dez por cento) do valor estimado
citante, ou outra equivalente, na forma da lei; da contratação.
IV - a regularidade relativa à Seguridade Social § 5º É vedada a exigência de índices e valores
e ao FGTS, que demonstre cumprimento dos en- não usualmente adotados para a avaliação de situ-
cargos sociais instituídos por lei; ação econômico-financeira suficiente para o cum-
V - a regularidade perante a Justiça do Traba- primento das obrigações decorrentes da licitação.
lho; § 6º Os documentos referidos no inciso I do ca-
VI - o cumprimento do disposto no inciso put deste artigo limitar-se-ão ao último exercício no
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. caso de a pessoa jurídica ter sido constituída há
menos de 2 (dois) anos.
§ 1º Os documentos referidos nos incisos
do caput deste artigo poderão ser substituídos ou Art. 70. A documentação referida neste Ca-
supridos, no todo ou em parte, por outros meios há- pítulo poderá ser:
beis a comprovar a regularidade do licitante, inclu- I - apresentada em original, por cópia ou por
sive por meio eletrônico. qualquer outro meio expressamente admitido pela
§ 2º A comprovação de atendimento do dis- Administração;
posto nos incisos III, IV e V do caput deste artigo II - substituída por registro cadastral emitido
deverá ser feita na forma da legislação específica. por órgão ou entidade pública, desde que previsto
Art. 69. A habilitação econômico-financeira no edital e que o registro tenha sido feito em obedi-
visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante ência ao disposto nesta Lei;
para cumprir as obrigações decorrentes do futuro III - dispensada, total ou parcialmente, nas con-
contrato, devendo ser comprovada de forma obje- tratações para entrega imediata, nas contratações
Daniel RIBEIRO
tiva, por coeficientes e índices econômicos previs- DEemANDRADE
valores inferiores a 1/4 (um quarto) do limite
danielicoense@gmail.com
tos no edital, devidamente justificados no processo para dispensa de licitação para compras em geral
licitatório, e será restrita à apresentação 609.749.013-50
da se- e nas contratações de produto para pesquisa e de-
guinte documentação: senvolvimento até o valor de R$ 300.000,00 (tre-
I - balanço patrimonial, demonstração de resul- zentos mil reais).
tado de exercício e demais demonstrações contá- Parágrafo único. As empresas estrangeiras
beis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais; que não funcionem no País deverão apresentar do-
II - certidão negativa de feitos sobre falência cumentos equivalentes, na forma de regulamento
expedida pelo distribuidor da sede do licitante. emitido pelo Poder Executivo federal.

§ 1º A critério da Administração, poderá ser


exigida declaração, assinada por profissional habi- CAPÍTULO VII
litado da área contábil, que ateste o atendimento DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO
pelo licitante dos índices econômicos previstos no
edital. Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e
§ 2º Para o atendimento do disposto no ca- habilitação, e exauridos os recursos administrati-
put deste artigo, é vedada a exigência de valores vos, o processo licitatório será encaminhado à au-
mínimos de faturamento anterior e de índices de toridade superior, que poderá:
rentabilidade ou lucratividade. I - determinar o retorno dos autos para sanea-
§ 3º É admitida a exigência da relação dos mento de irregularidades;
compromissos assumidos pelo licitante que impor- II - revogar a licitação por motivo de conveni-
tem em diminuição de sua capacidade econômico- ência e oportunidade;
financeira, excluídas parcelas já executadas de
III - proceder à anulação da licitação, de ofício
contratos firmados.
ou mediante provocação de terceiros, sempre que
§ 4º A Administração, nas compras para en- presente ilegalidade insanável;
trega futura e na execução de obras e serviços, po-
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação.
derá estabelecer no edital a exigência de capital

473
§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade in- deverá ser divulgado e mantido à disposição do pú-
dicará expressamente os atos com vícios insaná- blico em sítio eletrônico oficial.
veis, tornando sem efeito todos os subsequentes Art. 73. Na hipótese de contratação direta in-
que deles dependam, e dará ensejo à apuração de devida ocorrida com dolo, fraude ou erro grosseiro,
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa. o contratado e o agente público responsável res-
§ 2º O motivo determinante para a revogação ponderão solidariamente pelo dano causado ao
do processo licitatório deverá ser resultante de fato erário, sem prejuízo de outras sanções legais cabí-
superveniente devidamente comprovado. veis.
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, de-
verá ser assegurada a prévia manifestação dos in- SEÇÃO II
teressados. DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
§ 4º O disposto neste artigo será aplicado, no
que couber, à contratação direta e aos procedimen- Art. 74. É inexigível a licitação quando inviá-
tos auxiliares da licitação. vel a competição, em especial nos casos de:
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou
CAPÍTULO VIII
de gêneros ou contratação de serviços que só pos-
DA CONTRATAÇÃO DIRETA sam ser fornecidos por produtor, empresa ou repre-
sentante comercial exclusivos;
SEÇÃO I II - contratação de profissional do setor artís-
DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO tico, diretamente ou por meio de empresário exclu-
DIRETA sivo, desde que consagrado pela crítica especiali-
zada ou pela opinião pública;
Art. 72. O processo de contratação
Daniel direta,
RIBEIRO DE ANDRADE
III - contratação dos seguintes serviços técni-
que compreende os casos de inexigibilidade e de cos especializados de natureza predominante-
danielicoense@gmail.com
dispensa de licitação, deverá ser instruído com os mente intelectual com profissionais ou empresas
609.749.013-50
seguintes documentos: de notória especialização, vedada a inexigibilidade
I - documento de formalização de demanda e, para serviços de publicidade e divulgação:
se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de a) estudos técnicos, planejamentos, projetos
riscos, termo de referência, projeto básico ou pro- básicos ou projetos executivos;
jeto executivo;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
II - estimativa de despesa, que deverá ser cal-
c) assessorias ou consultorias técnicas e audi-
culada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei;
torias financeiras ou tributárias;
III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento
for o caso, que demonstrem o atendimento dos re-
de obras ou serviços;
quisitos exigidos;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
IV - demonstração da compatibilidade da pre-
administrativas;
visão de recursos orçamentários com o compro-
misso a ser assumido; f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
V - comprovação de que o contratado preen- g) restauração de obras de arte e de bens de
che os requisitos de habilitação e qualificação mí- valor histórico;
nima necessária; h) controles de qualidade e tecnológico, análi-
VI - razão da escolha do contratado; ses, testes e ensaios de campo e laboratoriais, ins-
trumentação e monitoramento de parâmetros espe-
VII - justificativa de preço;
cíficos de obras e do meio ambiente e demais ser-
VIII - autorização da autoridade competente. viços de engenharia que se enquadrem no disposto
Parágrafo único. O ato que autoriza a contra- neste inciso;
tação direta ou o extrato decorrente do contrato IV - objetos que devam ou possam ser contra-
tados por meio de credenciamento;

474
V - aquisição ou locação de imóvel cujas ca- SEÇÃO III
racterísticas de instalações e de localização tornem DA DISPENSA DE LICITAÇÃO
necessária sua escolha.
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do ca- Art. 75. É dispensável a licitação:
put deste artigo, a Administração deverá demons-
I - para contratação que envolva valores inferi-
trar a inviabilidade de competição mediante ates-
ores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de
tado de exclusividade, contrato de exclusividade,
obras e serviços de engenharia ou de serviços de
declaração do fabricante ou outro documento idô-
manutenção de veículos automotores;
neo capaz de comprovar que o objeto é fornecido
ou prestado por produtor, empresa ou represen- II - para contratação que envolva valores infe-
tante comercial exclusivos, vedada a preferência riores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso
por marca específica. de outros serviços e compras;
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do ca- III - para contratação que mantenha todas as
put deste artigo, considera-se empresário exclu- condições definidas em edital de licitação realizada
sivo a pessoa física ou jurídica que possua con- há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que
trato, declaração, carta ou outro documento que naquela licitação:
ateste a exclusividade permanente e contínua de a) não surgiram licitantes interessados ou não
representação, no País ou em Estado específico, foram apresentadas propostas válidas;
do profissional do setor artístico, afastada a possi-
bilidade de contratação direta por inexigibilidade b) as propostas apresentadas consignaram
por meio de empresário com representação restrita preços manifestamente superiores aos praticados
a evento ou local específico. no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes;
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do ca-
put deste artigo, considera-se deDaniel
notória especiali- IV - para contratação que tenha por objeto:
RIBEIRO DE ANDRADE
zação o profissional ou a empresa cujo conceito no a) bens, componentes ou peças de origem na-
danielicoense@gmail.com
campo de sua especialidade, decorrente de de- cional ou estrangeira necessários à manutenção de
609.749.013-50
sempenho anterior, estudos, experiência, publica- equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor
ções, organização, aparelhamento, equipe técnica original desses equipamentos durante o período de
ou outros requisitos relacionados com suas ativida- garantia técnica, quando essa condição de exclusi-
des, permita inferir que o seu trabalho é essencial vidade for indispensável para a vigência da garan-
e reconhecidamente adequado à plena satisfação tia;
do objeto do contrato.
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos ter-
§ 4º Nas contratações com fundamento no in- mos de acordo internacional específico aprovado
ciso III do caput deste artigo, é vedada a subcon- pelo Congresso Nacional, quando as condições
tratação de empresas ou a atuação de profissionais ofertadas forem manifestamente vantajosas para a
distintos daqueles que tenham justificado a inexigi- Administração;
bilidade.
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento,
§ 5º Nas contratações com fundamento no in- limitada a contratação, no caso de obras e serviços
ciso V do caput deste artigo, devem ser observa- de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezen-
dos os seguintes requisitos: tos mil reais);
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de d) transferência de tecnologia ou licenciamento
conservação, dos custos de adaptações, quando de direito de uso ou de exploração de criação pro-
imprescindíveis às necessidades de utilização, e do tegida, nas contratações realizadas por instituição
prazo de amortização dos investimentos; científica, tecnológica e de inovação (ICT) pública
II - certificação da inexistência de imóveis pú- ou por agência de fomento, desde que demons-
blicos vagos e disponíveis que atendam ao objeto; trada vantagem para a Administração;

III - justificativas que demonstrem a singulari- e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros


dade do imóvel a ser comprado ou locado pela Ad- perecíveis, no período necessário para a realização
ministração e que evidenciem vantagem para ela. dos processos licitatórios correspondentes,

475
hipótese em que a contratação será realizada dire- Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observa-
tamente com base no preço do dia; dos os princípios gerais de contratação constantes
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no da referida Lei;
País que envolvam, cumulativamente, alta comple- VI - para contratação que possa acarretar com-
xidade tecnológica e defesa nacional; prometimento da segurança nacional, nos casos
g) materiais de uso das Forças Armadas, com estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa,
exceção de materiais de uso pessoal e administra- mediante demanda dos comandos das Forças Ar-
tivo, quando houver necessidade de manter a pa- madas ou dos demais ministérios;
dronização requerida pela estrutura de apoio logís- VII - nos casos de guerra, estado de defesa,
tico dos meios navais, aéreos e terrestres, medi- estado de sítio, intervenção federal ou de grave
ante autorização por ato do comandante da força perturbação da ordem;
militar; VIII - nos casos de emergência ou de calami-
h) bens e serviços para atendimento dos con- dade pública, quando caracterizada urgência de
tingentes militares das forças singulares brasileiras atendimento de situação que possa ocasionar pre-
empregadas em operações de paz no exterior, hi- juízo ou comprometer a continuidade dos serviços
pótese em que a contratação deverá ser justificada públicos ou a segurança de pessoas, obras, servi-
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou exe- ços, equipamentos e outros bens, públicos ou par-
cutante e ratificada pelo comandante da força mili- ticulares, e somente para aquisição dos bens ne-
tar; cessários ao atendimento da situação emergencial
i) abastecimento ou suprimento de efetivos mi- ou calamitosa e para as parcelas de obras e servi-
litares em estada eventual de curta duração em ços que possam ser concluídas no prazo máximo
portos, aeroportos ou localidades diferentes de de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da
suas sedes, por motivo de movimentação operaci- emergência ou da calamidade, vedadas a prorro-
onal ou de adestramento; Daniel RIBEIRO DE gação dos respectivos contratos e a recontratação
ANDRADE
de empresa já contratada com base no disposto
danielicoense@gmail.com
j) coleta, processamento e comercialização de neste inciso;
609.749.013-50
resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizá-
veis, em áreas com sistema de coleta seletiva de IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de
lixo, realizados por associações ou cooperativas direito público interno, de bens produzidos ou ser-
formadas exclusivamente de pessoas físicas de viços prestados por órgão ou entidade que inte-
baixa renda reconhecidas pelo poder público como grem a Administração Pública e que tenham sido
catadores de materiais recicláveis, com o uso de criados para esse fim específico, desde que o
equipamentos compatíveis com as normas técni- preço contratado seja compatível com o praticado
cas, ambientais e de saúde pública; no mercado;

k) aquisição ou restauração de obras de arte e X - quando a União tiver que intervir no domí-
objetos históricos, de autenticidade certificada, nio econômico para regular preços ou normalizar o
desde que inerente às finalidades do órgão ou com abastecimento;
elas compatível; XI - para celebração de contrato de programa
l) serviços especializados ou aquisição ou lo- com ente federativo ou com entidade de sua Admi-
cação de equipamentos destinados ao rastrea- nistração Pública indireta que envolva prestação de
mento e à obtenção de provas previstas nos incisos serviços públicos de forma associada nos termos
II e V do caput do art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de autorizados em contrato de consórcio público ou
agosto de 2013, quando houver necessidade justi- em convênio de cooperação;
ficada de manutenção de sigilo sobre a investiga- XII - para contratação em que houver transfe-
ção; rência de tecnologia de produtos estratégicos para
m) aquisição de medicamentos destinados ex- o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elen-
clusivamente ao tratamento de doenças raras defi- cados em ato da direção nacional do SUS, inclusive
nidas pelo Ministério da Saúde; por ocasião da aquisição desses produtos durante
as etapas de absorção tecnológica, e em valores
V - para contratação com vistas ao cumpri- compatíveis com aqueles definidos no instrumento
mento do disposto nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da firmado para a transferência de tecnologia;

476
XIII - para contratação de profissionais para social, incluída a população em situação de rua,
compor a comissão de avaliação de critérios de téc- com vistas à promoção de políticas de segurança
nica, quando se tratar de profissional técnico de no- alimentar e nutricional e de assistência social e à
tória especialização; efetivação de direitos sociais, dignidade humana,
XIV - para contratação de associação de pes- resgate social e melhoria da qualidade de vida. (In-
soas com deficiência, sem fins lucrativos e de com- cluído pela Lei nº 14.628, de 2023)
provada idoneidade, por órgão ou entidade da Ad- § 1º Para fins de aferição dos valores que aten-
ministração Pública, para a prestação de serviços, dam aos limites referidos nos incisos I e II do ca-
desde que o preço contratado seja compatível com put deste artigo, deverão ser observados:
o praticado no mercado e os serviços contratados I - o somatório do que for despendido no exer-
sejam prestados exclusivamente por pessoas com cício financeiro pela respectiva unidade gestora;
deficiência;
II - o somatório da despesa realizada com ob-
XV - para contratação de instituição brasileira jetos de mesma natureza, entendidos como tais
que tenha por finalidade estatutária apoiar, captar aqueles relativos a contratações no mesmo ramo
e executar atividades de ensino, pesquisa, exten- de atividade.
são, desenvolvimento institucional, científico e tec-
nológico e estímulo à inovação, inclusive para gerir § 2º Os valores referidos nos incisos I e II
administrativa e financeiramente essas atividades, do caput deste artigo serão duplicados para com-
ou para contratação de instituição dedicada à recu- pras, obras e serviços contratados por consórcio
peração social da pessoa presa, desde que o con- público ou por autarquia ou fundação qualificadas
tratado tenha inquestionável reputação ética e pro- como agências executivas na forma da lei.
fissional e não tenha fins lucrativos; § 3º As contratações de que tratam os incisos
XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de di- I e II do caput deste artigo serão preferencialmente
reito público interno, de insumos Daniel
estratégicos precedidas
para DE ANDRADE de divulgação de aviso em sítio eletrô-
RIBEIRO
a saúde produzidos por fundação que, regimental nico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis,
danielicoense@gmail.com
com a especificação do objeto pretendido e com a
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar ór-
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gão da Administração Pública direta, sua autarquia manifestação de interesse da Administração em
ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, ex- obter propostas adicionais de eventuais interessa-
tensão, desenvolvimento institucional, científico e dos, devendo ser selecionada a proposta mais van-
tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive na tajosa.
gestão administrativa e financeira necessária à § 4º As contratações de que tratam os incisos
execução desses projetos, ou em parcerias que en- I e II do caput deste artigo serão preferencialmente
volvam transferência de tecnologia de produtos es- pagas por meio de cartão de pagamento, cujo ex-
tratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII trato deverá ser divulgado e mantido à disposição
deste caput, e que tenha sido criada para esse fim do público no Portal Nacional de Contratações Pú-
específico em data anterior à entrada em vigor blicas (PNCP).
desta Lei, desde que o preço contratado seja com-
§ 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso
patível com o praticado no mercado; (Redação
IV do caput deste artigo, quando aplicada a obras
dada pela Lei nº 14.628, de 2023)
e serviços de engenharia, seguirá procedimentos
XVII - para contratação de entidades privadas especiais instituídos em regulamentação especí-
sem fins lucrativos para a implementação de cister- fica.
nas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
§ 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste
para consumo humano e produção de alimentos, a
artigo, considera-se emergencial a contratação por
fim de beneficiar as famílias rurais de baixa renda
dispensa com objetivo de manter a continuidade do
atingidas pela seca ou pela falta regular de água;
serviço público, e deverão ser observados os valo-
e (Incluído pela Lei nº 14.628, de 2023)
res praticados pelo mercado na forma do art. 23
XVIII - para contratação de entidades privadas desta Lei e adotadas as providências necessárias
sem fins lucrativos, para a implementação do Pro- para a conclusão do processo licitatório, sem pre-
grama Cozinha Solidária, que tem como finalidade juízo de apuração de responsabilidade dos agentes
fornecer alimentação gratuita preferencialmente à públicos que deram causa à situação emergencial.
população em situação de vulnerabilidade e risco

477
§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste ar- h) alienação e concessão de direito real de
tigo às contratações de até R$ 8.000,00 (oito mil uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais
reais) de serviços de manutenção de veículos au- da União e do Instituto Nacional de Colonização e
tomotores de propriedade do órgão ou entidade Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações
contratante, incluído o fornecimento de peças. até o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº
11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regu-
larização fundiária, atendidos os requisitos legais;
CAPÍTULO IX
DAS ALIENAÇÕES i) legitimação de posse de que trata o art. 29
da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, medi-
ante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi-
Art. 76. A alienação de bens da Administra-
nistração Pública competentes;
ção Pública, subordinada à existência de interesse
público devidamente justificado, será precedida de j) legitimação fundiária e legitimação de posse
avaliação e obedecerá às seguintes normas: de que trata a Lei nº 13.465, de 11 de julho de
2017;
I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os
pertencentes às autarquias e às fundações, exigirá II - tratando-se de bens móveis, dependerá de
autorização legislativa e dependerá de licitação na licitação na modalidade leilão, dispensada a reali-
modalidade leilão, dispensada a realização de lici- zação de licitação nos casos de:
tação nos casos de: a) doação, permitida exclusivamente para fins
a) dação em pagamento; e uso de interesse social, após avaliação de opor-
tunidade e conveniência socioeconômica em rela-
b) doação, permitida exclusivamente para ou-
ção à escolha de outra forma de alienação;
tro órgão ou entidade da Administração Pública, de
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto b) permuta, permitida exclusivamente entre ór-
nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso;Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
gãos ou entidades da Administração Pública;
c) permuta por outros imóveis que atendam c) venda de ações, que poderão ser negocia-
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50 bolsa, observada a legislação específica;
aos requisitos relacionados às finalidades precí- das em
puas da Administração, desde que a diferença apu- d) venda de títulos, observada a legislação per-
rada não ultrapasse a metade do valor do imóvel tinente;
que será ofertado pela União, segundo avaliação
e) venda de bens produzidos ou comercializa-
prévia, e ocorra a torna de valores, sempre que for
dos por entidades da Administração Pública, em
o caso;
virtude de suas finalidades;
d) investidura;
f) venda de materiais e equipamentos sem uti-
e) venda a outro órgão ou entidade da Admi- lização previsível por quem deles dispõe para ou-
nistração Pública de qualquer esfera de governo; tros órgãos ou entidades da Administração Pública.
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, § 1º A alienação de bens imóveis da Adminis-
concessão de direito real de uso, locação e permis- tração Pública cuja aquisição tenha sido derivada
são de uso de bens imóveis residenciais construí- de procedimentos judiciais ou de dação em paga-
dos, destinados ou efetivamente usados em pro- mento dispensará autorização legislativa e exigirá
gramas de habitação ou de regularização fundiária apenas avaliação prévia e licitação na modalidade
de interesse social desenvolvidos por órgão ou en- leilão.
tidade da Administração Pública;
§ 2º Os imóveis doados com base na alínea “b”
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, do inciso I do caput deste artigo, cessadas as ra-
concessão de direito real de uso, locação e permis- zões que justificaram sua doação, serão revertidos
são de uso de bens imóveis comerciais de âmbito ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada
local, com área de até 250 m² (duzentos e cin- sua alienação pelo beneficiário.
quenta metros quadrados) e destinados a progra-
§ 3º A Administração poderá conceder título de
mas de regularização fundiária de interesse social
propriedade ou de direito real de uso de imóvel, ad-
desenvolvidos por órgão ou entidade da Adminis-
mitida a dispensa de licitação, quando o uso desti-
tração Pública;
nar-se a:

478
I - outro órgão ou entidade da Administração II - alienação, ao legítimo possuidor direto ou,
Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; na falta dele, ao poder público, de imóvel para fins
II - pessoa natural que, nos termos de lei, re- residenciais construído em núcleo urbano anexo a
gulamento ou ato normativo do órgão competente, usina hidrelétrica, desde que considerado dispen-
haja implementado os requisitos mínimos de cul- sável na fase de operação da usina e que não inte-
tura, de ocupação mansa e pacífica e de explora- gre a categoria de bens reversíveis ao final da con-
ção direta sobre área rural, observado o limite de cessão.
que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 § 6º A doação com encargo será licitada e de
de junho de 2009. seu instrumento constarão, obrigatoriamente, os
§ 4º A aplicação do disposto no inciso II do § encargos, o prazo de seu cumprimento e a cláusula
3º deste artigo será dispensada de autorização le- de reversão, sob pena de nulidade do ato, dispen-
gislativa e submeter-se-á aos seguintes condicio- sada a licitação em caso de interesse público devi-
namentos: damente justificado.

I - aplicação exclusiva às áreas em que a de- § 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o


tenção por particular seja comprovadamente ante- donatário necessite oferecer o imóvel em garantia
rior a 1º de dezembro de 2004; de financiamento, a cláusula de reversão e as de-
mais obrigações serão garantidas por hipoteca em
II - submissão aos demais requisitos e impedi- segundo grau em favor do doador.
mentos do regime legal e administrativo de destina-
ção e de regularização fundiária de terras públicas; Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será
concedido direito de preferência ao licitante que,
III - vedação de concessão para exploração
submetendo-se a todas as regras do edital, com-
não contemplada na lei agrária, nas leis de destina-
prove a ocupação do imóvel objeto da licitação.
ção de terras públicas ou nas normas legais ou ad-
ministrativas de zoneamento ecológico-econômico;
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
IV - previsão de extinção automática da con- CAPÍTULO X
danielicoense@gmail.com
cessão, dispensada notificação, em caso de decla- DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES
609.749.013-50
ração de utilidade pública, de necessidade pública
ou de interesse social; SEÇÃO I
V - aplicação exclusiva a imóvel situado em DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES
zona rural e não sujeito a vedação, impedimento ou
inconveniente à exploração mediante atividade Art. 78. São procedimentos auxiliares das li-
agropecuária; citações e das contratações regidas por esta Lei:
VI - limitação a áreas de que trata o § 1º do art. I - credenciamento;
6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, ve-
II - pré-qualificação;
dada a dispensa de licitação para áreas superiores;
III - procedimento de manifestação de inte-
VII - acúmulo com o quantitativo de área decor-
resse;
rente do caso previsto na alínea “i” do inciso I do ca-
put deste artigo até o limite previsto no inciso VI IV - sistema de registro de preços;
deste parágrafo. V - registro cadastral.
§ 5º Entende-se por investidura, para os fins § 1º Os procedimentos auxiliares de que trata
desta Lei, a: o caput deste artigo obedecerão a critérios claros e
I - alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, objetivos definidos em regulamento.
de área remanescente ou resultante de obra pú- § 2º O julgamento que decorrer dos procedi-
blica que se tornar inaproveitável isoladamente, por mentos auxiliares das licitações previstos nos inci-
preço que não seja inferior ao da avaliação nem su- sos II e III do caput deste artigo seguirá o mesmo
perior a 50% (cinquenta por cento) do valor máximo procedimento das licitações.
permitido para dispensa de licitação de bens e ser-
viços previsto nesta Lei;

479
SEÇÃO II SEÇÃO III
DO CREDENCIAMENTO DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO

Art. 79. O credenciamento poderá ser usado Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento
nas seguintes hipóteses de contratação: técnico-administrativo para selecionar previa-
I - paralela e não excludente: caso em que é mente:
viável e vantajosa para a Administração a realiza- I - licitantes que reúnam condições de habilita-
ção de contratações simultâneas em condições pa- ção para participar de futura licitação ou de licitação
dronizadas; vinculada a programas de obras ou de serviços ob-
II - com seleção a critério de terceiros: caso em jetivamente definidos;
que a seleção do contratado está a cargo do bene- II - bens que atendam às exigências técnicas
ficiário direto da prestação; ou de qualidade estabelecidas pela Administração.
III - em mercados fluidos: caso em que a flutu- § 1º Na pré-qualificação observar-se-á o se-
ação constante do valor da prestação e das condi- guinte:
ções de contratação inviabiliza a seleção de agente I - quando aberta a licitantes, poderão ser dis-
por meio de processo de licitação. pensados os documentos que já constarem do re-
Parágrafo único. Os procedimentos de creden- gistro cadastral;
ciamento serão definidos em regulamento, obser- II - quando aberta a bens, poderá ser exigida a
vadas as seguintes regras: comprovação de qualidade.
I - a Administração deverá divulgar e manter à § 2º O procedimento de pré-qualificação ficará
disposição do público, em sítio eletrônico oficial, permanentemente aberto para a inscrição de inte-
edital de chamamento de interessados, de modo a ressados.
permitir o cadastramento permanente Daniel RIBEIRO
de novos in- DE ANDRADE
teressados; § 3º Quanto ao procedimento de pré-qualifica-
danielicoense@gmail.com
ção, constarão do edital:
609.749.013-50
II - na hipótese do inciso I do caput deste ar-
tigo, quando o objeto não permitir a contratação I - as informações mínimas necessárias para
imediata e simultânea de todos os credenciados, definição do objeto;
deverão ser adotados critérios objetivos de distri- II - a modalidade, a forma da futura licitação e
buição da demanda; os critérios de julgamento.
III - o edital de chamamento de interessados § 4º A apresentação de documentos far-se-á
deverá prever as condições padronizadas de con- perante órgão ou comissão indicada pela Adminis-
tratação e, nas hipóteses dos incisos I e II do ca- tração, que deverá examiná-los no prazo máximo
put deste artigo, deverá definir o valor da contrata- de 10 (dez) dias úteis e determinar correção ou re-
ção; apresentação de documentos, quando for o caso,
IV - na hipótese do inciso III do caput deste ar- com vistas à ampliação da competição.
tigo, a Administração deverá registrar as cotações § 5º Os bens e os serviços pré-qualificados de-
de mercado vigentes no momento da contratação; verão integrar o catálogo de bens e serviços da Ad-
V - não será permitido o cometimento a tercei- ministração.
ros do objeto contratado sem autorização expressa § 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em
da Administração; grupos ou segmentos, segundo as especialidades
VI - será admitida a denúncia por qualquer das dos fornecedores.
partes nos prazos fixados no edital. § 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou
total, com alguns ou todos os requisitos técnicos ou
de habilitação necessários à contratação, assegu-
rada, em qualquer hipótese, a igualdade de condi-
ções entre os concorrentes.
§ 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá
validade:

480
I - de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atu- de que as premissas adotadas são compatíveis
alizada a qualquer tempo; com as reais necessidades do órgão e de que a
II - não superior ao prazo de validade dos do- metodologia proposta é a que propicia maior eco-
cumentos apresentados pelos interessados. nomia e vantagem entre as demais possíveis.

§ 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados se- § 4º O procedimento previsto no caput deste


rão obrigatoriamente divulgados e mantidos à dis- artigo poderá ser restrito a startups, assim conside-
posição do público. rados os microempreendedores individuais, as mi-
croempresas e as empresas de pequeno porte, de
§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento natureza emergente e com grande potencial, que
da pré-qualificação poderá ser restrita a licitantes se dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à
ou bens pré-qualificados. implementação de novos produtos ou serviços ba-
seados em soluções tecnológicas inovadoras que
SEÇÃO IV possam causar alto impacto, exigida, na seleção
definitiva da inovação, validação prévia fundamen-
DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO
tada em métricas objetivas, de modo a demonstrar
DE INTERESSE o atendimento das necessidades da Administra-
ção.
Art. 81. A Administração poderá solicitar à ini-
ciativa privada, mediante procedimento aberto de
manifestação de interesse a ser iniciado com a pu- SEÇÃO V
blicação de edital de chamamento público, a propo- DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
situra e a realização de estudos, investigações, le-
vantamentos e projetos de soluções inovadoras Art. 82. O edital de licitação para registro de
que contribuam com questões de relevância pú- preços observará as regras gerais desta Lei e de-
blica, na forma de regulamento. Daniel RIBEIRO DEverá ANDRADE
dispor sobre:
§ 1º Os estudos, as investigações,danielicoense@gmail.com
os levanta- I - as especificidades da licitação e de seu ob-
mentos e os projetos vinculados à contratação e de
609.749.013-50
jeto, inclusive a quantidade máxima de cada item
utilidade para a licitação, realizados pela Adminis- que poderá ser adquirida;
tração ou com a sua autorização, estarão à dispo-
II - a quantidade mínima a ser cotada de uni-
sição dos interessados, e o vencedor da licitação
dades de bens ou, no caso de serviços, de unida-
deverá ressarcir os dispêndios correspondentes,
des de medida;
conforme especificado no edital.
III - a possibilidade de prever preços diferentes:
§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de es-
tudos, investigações, levantamentos e projetos em a) quando o objeto for realizado ou entregue
decorrência do procedimento de manifestação de em locais diferentes;
interesse previsto no caput deste artigo: b) em razão da forma e do local de acondicio-
I - não atribuirá ao realizador direito de prefe- namento;
rência no processo licitatório; c) quando admitida cotação variável em razão
II - não obrigará o poder público a realizar lici- do tamanho do lote;
tação; d) por outros motivos justificados no processo;
III - não implicará, por si só, direito a ressarci- IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou
mento de valores envolvidos em sua elaboração; não proposta em quantitativo inferior ao máximo
IV - será remunerada somente pelo vencedor previsto no edital, obrigando-se nos limites dela;
da licitação, vedada, em qualquer hipótese, a co- V - o critério de julgamento da licitação, que
brança de valores do poder público. será o de menor preço ou o de maior desconto so-
§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de bre tabela de preços praticada no mercado;
que trata o caput deste artigo, a Administração de- VI - as condições para alteração de preços re-
verá elaborar parecer fundamentado com a de- gistrados;
monstração de que o produto ou serviço entregue
é adequado e suficiente à compreensão do objeto,

481
VII - o registro de mais de um fornecedor ou II - seleção de acordo com os procedimentos
prestador de serviço, desde que aceitem cotar o previstos em regulamento;
objeto em preço igual ao do licitante vencedor, as- III - desenvolvimento obrigatório de rotina de
segurada a preferência de contratação de acordo controle;
com a ordem de classificação;
IV - atualização periódica dos preços registra-
VIII - a vedação à participação do órgão ou en- dos;
tidade em mais de uma ata de registro de preços
com o mesmo objeto no prazo de validade daquela V - definição do período de validade do registro
de que já tiver participado, salvo na ocorrência de de preços;
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao má- VI - inclusão, em ata de registro de preços, do
ximo previsto no edital; licitante que aceitar cotar os bens ou serviços em
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de preços iguais aos do licitante vencedor na sequên-
registro de preços e suas consequências. cia de classificação da licitação e inclusão do lici-
tante que mantiver sua proposta original.
§ 1º O critério de julgamento de menor preço
por grupo de itens somente poderá ser adotado § 6º O sistema de registro de preços poderá,
quando for demonstrada a inviabilidade de se pro- na forma de regulamento, ser utilizado nas hipóte-
mover a adjudicação por item e for evidenciada a ses de inexigibilidade e de dispensa de licitação
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de para a aquisição de bens ou para a contratação de
aceitabilidade de preços unitários máximos deverá serviços por mais de um órgão ou entidade.
ser indicado no edital. Art. 83. A existência de preços registrados
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste ar- implicará compromisso de fornecimento nas condi-
tigo, observados os parâmetros estabelecidos ções estabelecidas, mas não obrigará a Adminis-
nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, a contratação tração a contratar, facultada a realização de licita-
Daniel RIBEIRO
posterior de item específico constante de grupo de DE ANDRADE
ção específica para a aquisição pretendida, desde
itens exigirá prévia pesquisa de mercado danielicoense@gmail.com
e de- que devidamente motivada.
monstração de sua vantagem para o órgão ou609.749.013-50
en-
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro
tidade.
de preços será de 1 (um) ano e poderá ser prorro-
§ 3º É permitido registro de preços com indica- gado, por igual período, desde que comprovado o
ção limitada a unidades de contratação, sem indi- preço vantajoso.
cação do total a ser adquirido, apenas nas seguin-
tes situações: Parágrafo único. O contrato decorrente da ata
de registro de preços terá sua vigência estabele-
I - quando for a primeira licitação para o objeto cida em conformidade com as disposições nela
e o órgão ou entidade não tiver registro de deman- contidas.
das anteriores;
Art. 85. A Administração poderá contratar a
II - no caso de alimento perecível;
execução de obras e serviços de engenharia pelo
III - no caso em que o serviço estiver integrado sistema de registro de preços, desde que atendidos
ao fornecimento de bens. os seguintes requisitos:
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste ar- I - existência de projeto padronizado, sem com-
tigo, é obrigatória a indicação do valor máximo da plexidade técnica e operacional;
despesa e é vedada a participação de outro órgão
II - necessidade permanente ou frequente de
ou entidade na ata.
obra ou serviço a ser contratado.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá
Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora
ser usado para a contratação de bens e serviços,
inclusive de obras e serviços de engenharia, obser- deverá, na fase preparatória do processo licitatório,
vadas as seguintes condições: para fins de registro de preços, realizar procedi-
mento público de intenção de registro de preços
I - realização prévia de ampla pesquisa de mer- para, nos termos de regulamento, possibilitar, pelo
cado; prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação
de outros órgãos ou entidades na respectiva ata e

482
determinar a estimativa total de quantidades da valores praticados no mercado na forma do art. 23
contratação. desta Lei.
§ 1º O procedimento previsto no caput deste § 7º Para aquisição emergencial de medica-
artigo será dispensável quando o órgão ou enti- mentos e material de consumo médico-hospitalar
dade gerenciadora for o único contratante. por órgãos e entidades da Administração Pública
§ 2º Se não participarem do procedimento pre- federal, estadual, distrital e municipal, a adesão à
visto no caput deste artigo, os órgãos e entidades ata de registro de preços gerenciada pelo Ministério
poderão aderir à ata de registro de preços na con- da Saúde não estará sujeita ao limite de que trata
dição de não participantes, observados os seguin- o § 5º deste artigo.
tes requisitos: § 8º Será vedada aos órgãos e entidades da
I - apresentação de justificativa da vantagem Administração Pública federal a adesão à ata de re-
da adesão, inclusive em situações de provável de- gistro de preços gerenciada por órgão ou entidade
sabastecimento ou descontinuidade de serviço pú- estadual, distrital ou municipal.
blico;
II - demonstração de que os valores registra- SEÇÃO VI
dos estão compatíveis com os valores praticados DO REGISTRO CADASTRAL
pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei;
III - prévias consulta e aceitação do órgão ou Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e
entidade gerenciadora e do fornecedor. entidades da Administração Pública deverão utili-
zar o sistema de registro cadastral unificado dispo-
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste ar-
nível no Portal Nacional de Contratações Públicas
tigo estará limitada a órgãos e entidades da Admi-
(PNCP), para efeito de cadastro unificado de lici-
nistração Pública federal, estadual, distrital e muni-
tantes, na forma disposta em regulamento.
cipal que, na condição de não participantes,
Daniel RIBEIROdese- DE ANDRADE
jarem aderir à ata de registro de preços de órgão § 1º O sistema de registro cadastral unificado
danielicoense@gmail.com
ou entidade gerenciadora federal, estadual ou dis- será público e deverá ser amplamente divulgado e
609.749.013-50
estar permanentemente aberto aos interessados, e
trital.
será obrigatória a realização de chamamento pú-
§ 4º As aquisições ou as contratações adicio-
blico pela internet, no mínimo anualmente, para
nais a que se refere o § 2º deste artigo não poderão
atualização dos registros existentes e para in-
exceder, por órgão ou entidade, a 50% (cinquenta
gresso de novos interessados.
por cento) dos quantitativos dos itens do instru-
mento convocatório registrados na ata de registro § 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou enti-
de preços para o órgão gerenciador e para os ór- dade licitante, de registro cadastral complementar
gãos participantes. para acesso a edital e anexos.
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à § 3º A Administração poderá realizar licitação
ata de registro de preços a que se refere o § 2º restrita a fornecedores cadastrados, atendidos os
deste artigo não poderá exceder, na totalidade, ao critérios, as condições e os limites estabelecidos
dobro do quantitativo de cada item registrado na em regulamento, bem como a ampla publicidade
ata de registro de preços para o órgão gerenciador dos procedimentos para o cadastramento.
e órgãos participantes, independentemente do nú- § 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste
mero de órgãos não participantes que aderirem. artigo, será admitido fornecedor que realize seu ca-
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de dastro dentro do prazo previsto no edital para apre-
órgão ou entidade gerenciadora do Poder Execu- sentação de propostas.
tivo federal por órgãos e entidades da Administra- Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, ins-
ção Pública estadual, distrital e municipal poderá
crição no cadastro ou a sua atualização, o interes-
ser exigida para fins de transferências voluntárias, sado fornecerá os elementos necessários exigidos
não ficando sujeita ao limite de que trata o § 5º para habilitação previstos nesta Lei.
deste artigo se destinada à execução descentrali-
zada de programa ou projeto federal e comprovada § 1º O inscrito, considerada sua área de atua-
a compatibilidade dos preços registrados com os ção, será classificado por categorias, subdivididas

483
em grupos, segundo a qualificação técnica e eco- do processo da licitação ou da contratação direta e
nômico-financeira avaliada, de acordo com regras a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
objetivas divulgadas em sítio eletrônico oficial. às cláusulas contratuais.
§ 2º Ao inscrito será fornecido certificado, re- § 2º Os contratos deverão estabelecer com cla-
novável sempre que atualizar o registro. reza e precisão as condições para sua execução,
§ 3º A atuação do contratado no cumprimento expressas em cláusulas que definam os direitos, as
de obrigações assumidas será avaliada pelo con- obrigações e as responsabilidades das partes, em
tratante, que emitirá documento comprobatório da conformidade com os termos do edital de licitação
avaliação realizada, com menção ao seu desempe- e os da proposta vencedora ou com os termos do
nho na execução contratual, baseado em indicado- ato que autorizou a contratação direta e os da res-
res objetivamente definidos e aferidos, e a eventu- pectiva proposta.
ais penalidades aplicadas, o que constará do regis- Art. 90. A Administração convocará regular-
tro cadastral em que a inscrição for realizada. mente o licitante vencedor para assinar o termo de
§ 4º A anotação do cumprimento de obriga- contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento
ções pelo contratado, de que trata o § 3º deste ar- equivalente, dentro do prazo e nas condições esta-
tigo, será condicionada à implantação e à regula- belecidas no edital de licitação, sob pena de decair
mentação do cadastro de atesto de cumprimento o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
de obrigações, apto à realização do registro de previstas nesta Lei.
forma objetiva, em atendimento aos princípios da § 1º O prazo de convocação poderá ser pror-
impessoalidade, da igualdade, da isonomia, da pu- rogado 1 (uma) vez, por igual período, mediante so-
blicidade e da transparência, de modo a possibilitar licitação da parte durante seu transcurso, devida-
a implementação de medidas de incentivo aos lici- mente justificada, e desde que o motivo apresen-
tantes que possuírem ótimo desempenho anotado tado seja aceito pela Administração.
em seu registro cadastral. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
§ 2º Será facultado à Administração, quando o
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§ 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, convocado não assinar o termo de contrato ou não
suspenso ou cancelado o registro de inscrito609.749.013-50
que aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no
deixar de satisfazer exigências determinadas por prazo e nas condições estabelecidas, convocar os
esta Lei ou por regulamento. licitantes remanescentes, na ordem de classifica-
§ 6º O interessado que requerer o cadastro na ção, para a celebração do contrato nas condições
forma do caput deste artigo poderá participar de propostas pelo licitante vencedor.
processo licitatório até a decisão da Administração, § 3º Decorrido o prazo de validade da proposta
e a celebração do contrato ficará condicionada à indicado no edital sem convocação para a contra-
emissão do certificado referido no § 2º deste artigo. tação, ficarão os licitantes liberados dos compro-
missos assumidos.
TÍTULO III § 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes acei-
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS tar a contratação nos termos do § 2º deste artigo, a
Administração, observados o valor estimado e sua
CAPÍTULO I eventual atualização nos termos do edital, poderá:
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS I - convocar os licitantes remanescentes para
negociação, na ordem de classificação, com vistas
à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do
Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei re- preço do adjudicatário;
gular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos preceitos
II - adjudicar e celebrar o contrato nas condi-
de direito público, e a eles serão aplicados, supleti-
ções ofertadas pelos licitantes remanescentes,
vamente, os princípios da teoria geral dos contratos
atendida a ordem classificatória, quando frustrada
e as disposições de direito privado.
a negociação de melhor condição.
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em
das partes e os de seus representantes, a finali-
assinar o contrato ou em aceitar ou retirar o instru-
dade, o ato que autorizou sua lavratura, o número
mento equivalente no prazo estabelecido pela

484
Administração caracterizará o descumprimento to- III - a legislação aplicável à execução do con-
tal da obrigação assumida e o sujeitará às penali- trato, inclusive quanto aos casos omissos;
dades legalmente estabelecidas e à imediata perda IV - o regime de execução ou a forma de for-
da garantia de proposta em favor do órgão ou enti- necimento;
dade licitante.
V - o preço e as condições de pagamento, os
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitan- critérios, a data-base e a periodicidade do reajusta-
tes remanescentes convocados na forma do inciso mento de preços e os critérios de atualização mo-
I do § 4º deste artigo. netária entre a data do adimplemento das obriga-
§ 7º Será facultada à Administração a convo- ções e a do efetivo pagamento;
cação dos demais licitantes classificados para a VI - os critérios e a periodicidade da medição,
contratação de remanescente de obra, de serviço quando for o caso, e o prazo para liquidação e para
ou de fornecimento em consequência de rescisão pagamento;
contratual, observados os mesmos critérios esta-
belecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo. VII - os prazos de início das etapas de execu-
ção, conclusão, entrega, observação e recebi-
Art. 91. Os contratos e seus aditamentos te- mento definitivo, quando for o caso;
rão forma escrita e serão juntados ao processo que
VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa,
tiver dado origem à contratação, divulgados e man-
com a indicação da classificação funcional progra-
tidos à disposição do público em sítio eletrônico ofi-
mática e da categoria econômica;
cial.
IX - a matriz de risco, quando for o caso;
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo de
contratos e de termos aditivos quando imprescindí- X - o prazo para resposta ao pedido de repac-
vel à segurança da sociedade e do Estado, nos ter- tuação de preços, quando for o caso;
mos da legislação que regula o acesso à informa- XI - o prazo para resposta ao pedido de resta-
ção. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
belecimento do equilíbrio econômico-financeiro,
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§ 2º Contratos relativos a direitos reais sobre quando for o caso;
609.749.013-50
imóveis serão formalizados por escritura pública la- XII - as garantias oferecidas para assegurar
vrada em notas de tabelião, cujo teor deverá ser di- sua plena execução, quando exigidas, inclusive as
vulgado e mantido à disposição do público em sítio que forem oferecidas pelo contratado no caso de
eletrônico oficial. antecipação de valores a título de pagamento;
§ 3º Será admitida a forma eletrônica na cele- XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, ob-
bração de contratos e de termos aditivos, atendidas servados os prazos mínimos estabelecidos nesta
as exigências previstas em regulamento. Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condi-
§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo ções de manutenção e assistência técnica, quando
de vigência do contrato, a Administração deverá for o caso;
verificar a regularidade fiscal do contratado, consul- XIV - os direitos e as responsabilidades das
tar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e partes, as penalidades cabíveis e os valores das
Suspensas (Ceis) e o Cadastro Nacional de Empre- multas e suas bases de cálculo;
sas Punidas (Cnep), emitir as certidões negativas
de inidoneidade, de impedimento e de débitos tra- XV - as condições de importação e a data e a
balhistas e juntá-las ao respectivo processo. taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XVI - a obrigação do contratado de manter, du-
Art. 92. São necessárias em todo contrato
rante toda a execução do contrato, em compatibili-
cláusulas que estabeleçam:
dade com as obrigações por ele assumidas, todas
I - o objeto e seus elementos característicos; as condições exigidas para a habilitação na licita-
II - a vinculação ao edital de licitação e à pro- ção, ou para a qualificação, na contratação direta;
posta do licitante vencedor ou ao ato que tiver au- XVII - a obrigação de o contratado cumprir as
torizado a contratação direta e à respectiva pro- exigências de reserva de cargos prevista em lei,
posta; bem como em outras normas específicas, para

485
pessoa com deficiência, para reabilitado da Previ- § 5º Nos contratos de obras e serviços de en-
dência Social e para aprendiz; genharia, sempre que compatível com o regime de
XVIII - o modelo de gestão do contrato, obser- execução, a medição será mensal.
vados os requisitos definidos em regulamento; § 6º Nos contratos para serviços contínuos
XIX - os casos de extinção. com regime de dedicação exclusiva de mão de
obra ou com predominância de mão de obra, o
§ 1º Os contratos celebrados pela Administra- prazo para resposta ao pedido de repactuação de
ção Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclu- preços será preferencialmente de 1 (um) mês, con-
sive as domiciliadas no exterior, deverão conter tado da data do fornecimento da documentação
cláusula que declare competente o foro da sede da prevista no § 6º do art. 135 desta Lei.
Administração para dirimir qualquer questão con-
tratual, ressalvadas as seguintes hipóteses: Art. 93. Nas contratações de projetos ou de
serviços técnicos especializados, inclusive daque-
I - licitação internacional para a aquisição de
les que contemplem o desenvolvimento de progra-
bens e serviços cujo pagamento seja feito com o
mas e aplicações de internet para computadores,
produto de financiamento concedido por organismo
máquinas, equipamentos e dispositivos de trata-
financeiro internacional de que o Brasil faça parte
mento e de comunicação da informação (software)
ou por agência estrangeira de cooperação;
- e a respectiva documentação técnica associada -
II - contratação com empresa estrangeira para , o autor deverá ceder todos os direitos patrimoniais
a compra de equipamentos fabricados e entregues a eles relativos para a Administração Pública, hipó-
no exterior precedida de autorização do Chefe do tese em que poderão ser livremente utilizados e al-
Poder Executivo; terados por ela em outras ocasiões, sem necessi-
III - aquisição de bens e serviços realizada por dade de nova autorização de seu autor.
unidades administrativas com sede no exterior. § 1º Quando o projeto se referir a obra imaterial
Danielde
§ 2º De acordo com as peculiaridades RIBEIRO
seu DE ANDRADE
de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a
cessão
objeto e de seu regime de execução,danielicoense@gmail.com
o contrato dos direitos a que se refere o caput deste
artigo incluirá o fornecimento de todos os dados,
609.749.013-50
conterá cláusula que preveja período antecedente
à expedição da ordem de serviço para verificação documentos e elementos de informação pertinen-
de pendências, liberação de áreas ou adoção de tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento,
outras providências cabíveis para a regularidade do fixação em suporte físico de qualquer natureza e
início de sua execução. aplicação da obra.

§ 3º Independentemente do prazo de duração, § 2º É facultado à Administração Pública deixar


o contrato deverá conter cláusula que estabeleça o de exigir a cessão de direitos a que se refere o ca-
índice de reajustamento de preço, com data-base put deste artigo quando o objeto da contratação en-
vinculada à data do orçamento estimado, e poderá volver atividade de pesquisa e desenvolvimento de
ser estabelecido mais de um índice específico ou caráter científico, tecnológico ou de inovação, con-
setorial, em conformidade com a realidade de mer- siderados os princípios e os mecanismos instituí-
cado dos respectivos insumos. dos pela Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004.

§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, ob- § 3º Na hipótese de posterior alteração do pro-


servado o interregno mínimo de 1 (um) ano, o cri- jeto pela Administração Pública, o autor deverá ser
tério de reajustamento de preços será por: comunicado, e os registros serão promovidos nos
órgãos ou entidades competentes.
I - reajustamento em sentido estrito, quando
não houver regime de dedicação exclusiva de mão Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de
de obra ou predominância de mão de obra, medi- Contratações Públicas (PNCP) é condição indis-
ante previsão de índices específicos ou setoriais; pensável para a eficácia do contrato e de seus adi-
tamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos,
II - repactuação, quando houver regime de de-
contados da data de sua assinatura:
dicação exclusiva de mão de obra ou predominân-
cia de mão de obra, mediante demonstração analí- I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
tica da variação dos custos. II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação
direta.

486
§ 1º Os contratos celebrados em caso de ur- § 1º Caberá ao contratado optar por uma das
gência terão eficácia a partir de sua assinatura e seguintes modalidades de garantia:
deverão ser publicados nos prazos previstos nos I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida
incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nu- pública emitidos sob a forma escritural, mediante
lidade. registro em sistema centralizado de liquidação e de
§ 2º A divulgação de que trata o caput deste custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e
artigo, quando referente à contratação de profissi- avaliados por seus valores econômicos, conforme
onal do setor artístico por inexigibilidade, deverá definido pelo Ministério da Economia;
identificar os custos do cachê do artista, dos músi- II - seguro-garantia;
cos ou da banda, quando houver, do transporte, da
hospedagem, da infraestrutura, da logística do III - fiança bancária emitida por banco ou insti-
evento e das demais despesas específicas. tuição financeira devidamente autorizada a operar
no País pelo Banco Central do Brasil.
§ 3º No caso de obras, a Administração divul-
gará em sítio eletrônico oficial, em até 25 (vinte e § 2º Na hipótese de suspensão do contrato por
cinco) dias úteis após a assinatura do contrato, os ordem ou inadimplemento da Administração, o con-
quantitativos e os preços unitários e totais que con- tratado ficará desobrigado de renovar a garantia ou
tratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis de endossar a apólice de seguro até a ordem de
após a conclusão do contrato, os quantitativos exe- reinício da execução ou o adimplemento pela Ad-
cutados e os preços praticados. ministração.
§ 4º (VETADO). § 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um)
mês, contado da data de homologação da licitação
§ 5º (VETADO). e anterior à assinatura do contrato, para a presta-
Art. 95. O instrumento de contrato é obriga- ção da garantia pelo contratado quando optar pela
tório, salvo nas seguintes hipóteses, em que
Daniel a Ad- DEmodalidade
RIBEIRO ANDRADE prevista no inciso II do § 1º deste ar-
ministração poderá substituí-lo por outro instru- tigo.
danielicoense@gmail.com
mento hábil, como carta-contrato, nota de empenho
609.749.013-50Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo ga-
de despesa, autorização de compra ou ordem de rantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas
execução de serviço: pelo contratado perante à Administração, inclusive
I - dispensa de licitação em razão de valor; as multas, os prejuízos e as indenizações decor-
rentes de inadimplemento, observadas as seguin-
II - compras com entrega imediata e integral tes regras nas contratações regidas por esta Lei:
dos bens adquiridos e dos quais não resultem obri-
gações futuras, inclusive quanto a assistência téc- I - o prazo de vigência da apólice será igual ou
nica, independentemente de seu valor. superior ao prazo estabelecido no contrato principal
e deverá acompanhar as modificações referentes à
§ 1º Às hipóteses de substituição do instru- vigência deste mediante a emissão do respectivo
mento de contrato, aplica-se, no que couber, o dis- endosso pela seguradora;
posto no art. 92 desta Lei.
II - o seguro-garantia continuará em vigor
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato ver- mesmo se o contratado não tiver pago o prêmio nas
bal com a Administração, salvo o de pequenas datas convencionadas.
compras ou o de prestação de serviços de pronto
pagamento, assim entendidos aqueles de valor não Parágrafo único. Nos contratos de execução
superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). continuada ou de fornecimento contínuo de bens e
serviços, será permitida a substituição da apólice
de seguro-garantia na data de renovação ou de ani-
CAPÍTULO II versário, desde que mantidas as mesmas condi-
DAS GARANTIAS ções e coberturas da apólice vigente e desde que
nenhum período fique descoberto, ressalvado o
Art. 96. A critério da autoridade competente, disposto no § 2º do art. 96 desta Lei.
em cada caso, poderá ser exigida, mediante previ- Art. 98. Nas contratações de obras, serviços
são no edital, prestação de garantia nas contrata-
e fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5%
ções de obras, serviços e fornecimentos.
(cinco por cento) do valor inicial do contrato,

487
autorizada a majoração desse percentual para até Parágrafo único. Na hipótese de inadimple-
10% (dez por cento), desde que justificada medi- mento do contratado, serão observadas as seguin-
ante análise da complexidade técnica e dos riscos tes disposições:
envolvidos. I - caso a seguradora execute e conclua o ob-
Parágrafo único. Nas contratações de serviços jeto do contrato, estará isenta da obrigação de pa-
e fornecimentos contínuos com vigência superior a gar a importância segurada indicada na apólice;
1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorro- II - caso a seguradora não assuma a execução
gações, será utilizado o valor anual do contrato do contrato, pagará a integralidade da importância
para definição e aplicação dos percentuais previs- segurada indicada na apólice.
tos no caput deste artigo.
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços
CAPÍTULO III
de engenharia de grande vulto, poderá ser exigida
a prestação de garantia, na modalidade seguro-ga- DA ALOCAÇÃO DE RISCOS
rantia, com cláusula de retomada prevista no art.
102 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% Art. 103. O contrato poderá identificar os ris-
(trinta por cento) do valor inicial do contrato. cos contratuais previstos e presumíveis e prever
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado matriz de alocação de riscos, alocando-os entre
será liberada ou restituída após a fiel execução do contratante e contratado, mediante indicação da-
contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva queles a serem assumidos pelo setor público ou
da Administração e, quando em dinheiro, atuali- pelo setor privado ou daqueles a serem comparti-
zada monetariamente. lhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o ca-
Art. 101. Nos casos de contratos que impli-
put deste artigo considerará, em compatibilidade
quem a entrega de bens pela Administração, dos
Daniel RIBEIRO DE
com ANDRADE
as obrigações e os encargos atribuídos às par-
quais o contratado ficará depositário, danielicoense@gmail.com
o valor des-
tes no contrato, a natureza do risco, o beneficiário
ses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia.
das prestações a que se vincula e a capacidade de
609.749.013-50
Art. 102. Na contratação de obras e serviços cada setor para melhor gerenciá-lo.
de engenharia, o edital poderá exigir a prestação § 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida
da garantia na modalidade seguro-garantia e pre- por seguradoras serão preferencialmente transferi-
ver a obrigação de a seguradora, em caso de ina- dos ao contratado.
dimplemento pelo contratado, assumir a execução
e concluir o objeto do contrato, hipótese em que: § 3º A alocação dos riscos contratuais será
quantificada para fins de projeção dos reflexos de
I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclu- seus custos no valor estimado da contratação.
sive os aditivos, como interveniente anuente e po-
derá: § 4º A matriz de alocação de riscos definirá o
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
a) ter livre acesso às instalações em que for em relação a eventos supervenientes e deverá ser
executado o contrato principal; observada na solução de eventuais pleitos das par-
b) acompanhar a execução do contrato princi- tes.
pal; § 5º Sempre que atendidas as condições do
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil; contrato e da matriz de alocação de riscos, será
considerado mantido o equilíbrio econômico-finan-
d) requerer esclarecimentos ao responsável
ceiro, renunciando as partes aos pedidos de resta-
técnico pela obra ou pelo fornecimento;
belecimento do equilíbrio relacionados aos riscos
II - a emissão de empenho em nome da segu- assumidos, exceto no que se refere:
radora, ou a quem ela indicar para a conclusão do
I - às alterações unilaterais determinadas pela
contrato, será autorizada desde que demonstrada
Administração, nas hipóteses do inciso I do ca-
sua regularidade fiscal;
put do art. 124 desta Lei;
III - a seguradora poderá subcontratar a con-
clusão do contrato, total ou parcialmente.

488
II - ao aumento ou à redução, por legislação observadas, no momento da contratação e a cada
superveniente, dos tributos diretamente pagos pelo exercício financeiro, a disponibilidade de créditos
contratado em decorrência do contrato. orçamentários, bem como a previsão no plano plu-
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste ar- rianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício finan-
tigo, poderão ser adotados métodos e padrões usu- ceiro.
almente utilizados por entidades públicas e priva- Art. 106. A Administração poderá celebrar
das, e os ministérios e secretarias supervisores dos contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hi-
órgãos e das entidades da Administração Pública póteses de serviços e fornecimentos contínuos, ob-
poderão definir os parâmetros e o detalhamento servadas as seguintes diretrizes:
dos procedimentos necessários a sua identifica-
ção, alocação e quantificação financeira. I - a autoridade competente do órgão ou enti-
dade contratante deverá atestar a maior vantagem
econômica vislumbrada em razão da contratação
CAPÍTULO IV plurianual;
DAS PRERROGATIVAS DA II - a Administração deverá atestar, no início da
ADMINISTRAÇÃO contratação e de cada exercício, a existência de
créditos orçamentários vinculados à contratação e
Art. 104. O regime jurídico dos contratos ins- a vantagem em sua manutenção;
tituído por esta Lei confere à Administração, em re- III - a Administração terá a opção de extinguir
lação a eles, as prerrogativas de: o contrato, sem ônus, quando não dispuser de cré-
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor ditos orçamentários para sua continuidade ou
adequação às finalidades de interesse público, res- quando entender que o contrato não mais lhe ofe-
peitados os direitos do contratado; rece vantagem.
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos
Daniel § 1º A extinção mencionada no inciso III do ca-
es- DE ANDRADE
RIBEIRO
pecificados nesta Lei; put deste artigo ocorrerá apenas na próxima data
danielicoense@gmail.com
de aniversário do contrato e não poderá ocorrer em
III - fiscalizar sua execução; 609.749.013-50
prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da referida
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecu- data.
ção total ou parcial do ajuste;
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao alu-
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imó- guel de equipamentos e à utilização de programas
veis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao ob- de informática.
jeto do contrato nas hipóteses de:
Art. 107. Os contratos de serviços e forneci-
a) risco à prestação de serviços essenciais; mentos contínuos poderão ser prorrogados suces-
b) necessidade de acautelar apuração admi- sivamente, respeitada a vigência máxima decenal,
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, in- desde que haja previsão em edital e que a autori-
clusive após extinção do contrato. dade competente ateste que as condições e os pre-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e mo- ços permanecem vantajosos para a Administração,
netárias dos contratos não poderão ser alteradas permitida a negociação com o contratado ou a ex-
sem prévia concordância do contratado. tinção contratual sem ônus para qualquer das par-
tes.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do ca-
put deste artigo, as cláusulas econômico-financei- Art. 108. A Administração poderá celebrar
ras do contrato deverão ser revistas para que se contratos com prazo de até 10 (dez) anos nas hipó-
mantenha o equilíbrio contratual. teses previstas nas alíneas “f” e “g” do inciso IV e
nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75
desta Lei.
CAPÍTULO V
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS Art. 109. A Administração poderá estabele-
cer a vigência por prazo indeterminado nos contra-
tos em que seja usuária de serviço público ofere-
Art. 105. A duração dos contratos regidos por
cido em regime de monopólio, desde que
esta Lei será a prevista em edital, e deverão ser

489
comprovada, a cada exercício financeiro, a existên- CAPÍTULO VI
cia de créditos orçamentários vinculados à contra- DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
tação.
Art. 110. Na contratação que gere receita e Art. 115. O contrato deverá ser executado fi-
no contrato de eficiência que gere economia para a elmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
Administração, os prazos serão de: avençadas e as normas desta Lei, e cada parte res-
ponderá pelas consequências de sua inexecução
I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem inves-
total ou parcial.
timento;
II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos § 1º É proibido à Administração retardar imoti-
com investimento, assim considerados aqueles vadamente a execução de obra ou serviço, ou de
suas parcelas, inclusive na hipótese de posse do
que impliquem a elaboração de benfeitorias perma-
nentes, realizadas exclusivamente a expensas do respectivo chefe do Poder Executivo ou de novo ti-
tular no órgão ou entidade contratante.
contratado, que serão revertidas ao patrimônio da
Administração Pública ao término do contrato. § 2º (VETADO).
Art. 111. Na contratação que previr a conclu- § 3º (VETADO).
são de escopo predefinido, o prazo de vigência § 4º (VETADO).
será automaticamente prorrogado quando seu ob-
§ 4º Nas contratações de obras e serviços de
jeto não for concluído no período firmado no con-
engenharia, sempre que a responsabilidade pelo li-
trato.
cenciamento ambiental for da Administração, a ma-
Parágrafo único. Quando a não conclusão de- nifestação prévia ou licença prévia, quando cabí-
correr de culpa do contratado: veis, deverão ser obtidas antes da divulgação do
I - o contratado será constituído em mora, apli- edital. (Promulgação partes vetadas)
cáveis a ele as respectivas sanções Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
administrati- § 5º Em caso de impedimento, ordem de para-
vas; danielicoense@gmail.com
lisação ou suspensão do contrato, o cronograma de
609.749.013-50
II - a Administração poderá optar pela extinção execução será prorrogado automaticamente pelo
do contrato e, nesse caso, adotará as medidas ad- tempo correspondente, anotadas tais circunstân-
mitidas em lei para a continuidade da execução cias mediante simples apostila.
contratual. § 6º Nas contratações de obras, verificada a
Art. 112. Os prazos contratuais previstos ocorrência do disposto no § 5º deste artigo por mais
de 1 (um) mês, a Administração deverá divulgar,
nesta Lei não excluem nem revogam os prazos
em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada
contratuais previstos em lei especial.
em local da obra de fácil visualização pelos cida-
Art. 113. O contrato firmado sob o regime de dãos, aviso público de obra paralisada, com o mo-
fornecimento e prestação de serviço associado terá tivo e o responsável pela inexecução temporária do
sua vigência máxima definida pela soma do prazo objeto do contrato e a data prevista para o reinício
relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra da sua execução.
com o prazo relativo ao serviço de operação e ma- § 7º Os textos com as informações de que trata
nutenção, este limitado a 5 (cinco) anos contados o § 6º deste artigo deverão ser elaborados pela Ad-
da data de recebimento do objeto inicial, autorizada ministração.
a prorrogação na forma do art. 107 desta Lei.
Art. 116. Ao longo de toda a execução do
Art. 114. O contrato que previr a operação contrato, o contratado deverá cumprir a reserva de
continuada de sistemas estruturantes de tecnologia cargos prevista em lei para pessoa com deficiência,
da informação poderá ter vigência máxima de 15 para reabilitado da Previdência Social ou para
(quinze) anos. aprendiz, bem como as reservas de cargos previs-
tas em outras normas específicas.
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela
Administração, o contratado deverá comprovar o
cumprimento da reserva de cargos a que se refere

490
o caput deste artigo, com a indicação dos empre- Art. 120. O contratado será responsável pe-
gados que preencherem as referidas vagas. los danos causados diretamente à Administração
Art. 117. A execução do contrato deverá ser ou a terceiros em razão da execução do contrato, e
acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a
fiscais do contrato, representantes da Administra- fiscalização ou o acompanhamento pelo contra-
ção especialmente designados conforme requisitos tante.
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respec- Art. 121. Somente o contratado será respon-
tivos substitutos, permitida a contratação de tercei- sável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,
ros para assisti-los e subsidiá-los com informações fiscais e comerciais resultantes da execução do
pertinentes a essa atribuição. contrato.
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro § 1º A inadimplência do contratado em relação
próprio todas as ocorrências relacionadas à execu- aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
ção do contrato, determinando o que for necessário transferirá à Administração a responsabilidade pelo
para a regularização das faltas ou dos defeitos ob- seu pagamento e não poderá onerar o objeto do
servados. contrato nem restringir a regularização e o uso das
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus su- obras e das edificações, inclusive perante o registro
periores, em tempo hábil para a adoção das medi- de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º
das convenientes, a situação que demandar deci- deste artigo.
são ou providência que ultrapasse sua competên- § 2º Exclusivamente nas contratações de ser-
cia. viços contínuos com regime de dedicação exclu-
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos siva de mão de obra, a Administração responderá
órgãos de assessoramento jurídico e de controle in- solidariamente pelos encargos previdenciários e
terno da Administração, que deverão dirimir dúvi- subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se
Daniel RIBEIRO
das e subsidiá-lo com informações relevantes para DE ANDRADE
comprovada falha na fiscalização do cumprimento
danielicoense@gmail.com
prevenir riscos na execução contratual. das obrigações do contratado.
609.749.013-50§ 3º Nas contratações de serviços contínuos
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros
prevista no caput deste artigo, deverão ser obser- com regime de dedicação exclusiva de mão de
vadas as seguintes regras: obra, para assegurar o cumprimento de obrigações
trabalhistas pelo contratado, a Administração, me-
I - a empresa ou o profissional contratado as-
diante disposição em edital ou em contrato, poderá,
sumirá responsabilidade civil objetiva pela veraci-
entre outras medidas:
dade e pela precisão das informações prestadas,
firmará termo de compromisso de confidenciali- I - exigir caução, fiança bancária ou contrata-
dade e não poderá exercer atribuição própria e ex- ção de seguro-garantia com cobertura para verbas
clusiva de fiscal de contrato; rescisórias inadimplidas;
II - a contratação de terceiros não eximirá de II - condicionar o pagamento à comprovação
responsabilidade o fiscal do contrato, nos limites de quitação das obrigações trabalhistas vencidas
das informações recebidas do terceiro contratado. relativas ao contrato;

Art. 118. O contratado deverá manter pre- III - efetuar o depósito de valores em conta vin-
posto aceito pela Administração no local da obra ou culada;
do serviço para representá-lo na execução do con- IV - em caso de inadimplemento, efetuar dire-
trato. tamente o pagamento das verbas trabalhistas, que
serão deduzidas do pagamento devido ao contra-
Art. 119. O contratado será obrigado a repa-
tado;
rar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, a
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do V - estabelecer que os valores destinados a fé-
contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou rias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e
incorreções resultantes de sua execução ou de ma- a verbas rescisórias dos empregados do contra-
teriais nela empregados. tado que participarem da execução dos serviços
contratados serão pagos pelo contratante ao con-
tratado somente na ocorrência do fato gerador.

491
§ 4º Os valores depositados na conta vincu- CAPÍTULO VII
lada a que se refere o inciso III do § 3º deste artigo DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS
são absolutamente impenhoráveis.
PREÇOS
§ 5º O recolhimento das contribuições previ-
denciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei
8.212, de 24 de julho de 1991. poderão ser alterados, com as devidas justificati-
Art. 122. Na execução do contrato e sem pre- vas, nos seguintes casos:
juízo das responsabilidades contratuais e legais, o I - unilateralmente pela Administração:
contratado poderá subcontratar partes da obra, do
a) quando houver modificação do projeto ou
serviço ou do fornecimento até o limite autorizado,
das especificações, para melhor adequação téc-
em cada caso, pela Administração.
nica a seus objetivos;
§ 1º O contratado apresentará à Administração
b) quando for necessária a modificação do va-
documentação que comprove a capacidade técnica
lor contratual em decorrência de acréscimo ou di-
do subcontratado, que será avaliada e juntada aos
minuição quantitativa de seu objeto, nos limites per-
autos do processo correspondente.
mitidos por esta Lei;
§ 2º Regulamento ou edital de licitação pode-
II - por acordo entre as partes:
rão vedar, restringir ou estabelecer condições para
a subcontratação. a) quando conveniente a substituição da ga-
rantia de execução;
§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa
física ou jurídica, se aquela ou os dirigentes desta b) quando necessária a modificação do regime
mantiverem vínculo de natureza técnica, comercial, de execução da obra ou do serviço, bem como do
econômica, financeira, trabalhista ou civil com diri- modo de fornecimento, em face de verificação téc-
gente do órgão ou entidade contratante
DanielouRIBEIRO
com nica ANDRADE
DE da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
agente público que desempenhe função na licita- ginários;
danielicoense@gmail.com
ção ou atue na fiscalização ou na gestão do con- c) quando necessária a modificação da forma
trato, ou se deles forem cônjuge, companheiro ou
609.749.013-50
de pagamento por imposição de circunstâncias su-
parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, pervenientes, mantido o valor inicial atualizado e
até o terceiro grau, devendo essa proibição constar vedada a antecipação do pagamento em relação
expressamente do edital de licitação. ao cronograma financeiro fixado sem a correspon-
Art. 123. A Administração terá o dever de ex- dente contraprestação de fornecimento de bens ou
plicitamente emitir decisão sobre todas as solicita- execução de obra ou serviço;
ções e reclamações relacionadas à execução dos d) para restabelecer o equilíbrio econômico-fi-
contratos regidos por esta Lei, ressalvados os re- nanceiro inicial do contrato em caso de força maior,
querimentos manifestamente impertinentes, mera- caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência
mente protelatórios ou de nenhum interesse para a de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequên-
boa execução do contrato. cias incalculáveis, que inviabilizem a execução do
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou contrato tal como pactuado, respeitada, em qual-
cláusula contratual que estabeleça prazo especí- quer caso, a repartição objetiva de risco estabele-
fico, concluída a instrução do requerimento, a Ad- cida no contrato.
ministração terá o prazo de 1 (um) mês para deci- § 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto,
dir, admitida a prorrogação motivada por igual perí- as alterações de contratos de obras e serviços de
odo. engenharia ensejarão apuração de responsabili-
dade do responsável técnico e adoção das provi-
dências necessárias para o ressarcimento dos da-
nos causados à Administração.
§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do
inciso II do caput deste artigo às contratações de
obras e serviços de engenharia, quando a execu-
ção for obstada pelo atraso na conclusão de

492
procedimentos de desapropriação, desocupação, Parágrafo único. O pedido de restabelecimento
servidão administrativa ou licenciamento ambien- do equilíbrio econômico-financeiro deverá ser for-
tal, por circunstâncias alheias ao contratado. mulado durante a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se
Lei.
refere o inciso I do caput do art. 124 desta Lei, o
contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas Art. 132. A formalização do termo aditivo é
condições contratuais, acréscimos ou supressões condição para a execução, pelo contratado, das
de até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial prestações determinadas pela Administração no
atualizado do contrato que se fizerem nas obras, curso da execução do contrato, salvo nos casos de
nos serviços ou nas compras, e, no caso de re- justificada necessidade de antecipação de seus
forma de edifício ou de equipamento, o limite para efeitos, hipótese em que a formalização deverá
os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento). ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.
Art. 126. As alterações unilaterais a que se Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada
refere o inciso I do caput do art. 124 desta Lei não a contratação integrada ou semi-integrada, é ve-
poderão transfigurar o objeto da contratação. dada a alteração dos valores contratuais, exceto
nos seguintes casos:
Art. 127. Se o contrato não contemplar pre-
ços unitários para obras ou serviços cujo adita- I - para restabelecimento do equilíbrio econô-
mento se fizer necessário, esses serão fixados por mico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força
meio da aplicação da relação geral entre os valores maior;
da proposta e o do orçamento-base da Administra- II - por necessidade de alteração do projeto ou
ção sobre os preços referenciais ou de mercado vi- das especificações para melhor adequação técnica
gentes na data do aditamento, respeitados os limi- aos objetivos da contratação, a pedido da Adminis-
tes estabelecidos no art. 125 desta Lei.
Daniel RIBEIRO DEtração,
ANDRADE desde que não decorrente de erros ou omis-
sões
Art. 128. Nas contratações dedanielicoense@gmail.com
obras e servi- por parte do contratado, observados os limites
estabelecidos no art. 125 desta Lei;
ços de engenharia, a diferença percentual609.749.013-50
entre o
valor global do contrato e o preço global de referên- III - por necessidade de alteração do projeto
cia não poderá ser reduzida em favor do contratado nas contratações semi-integradas, nos termos do §
em decorrência de aditamentos que modifiquem a 5º do art. 46 desta Lei;
planilha orçamentária. IV - por ocorrência de evento superveniente
Art. 129. Nas alterações contratuais para su- alocado na matriz de riscos como de responsabili-
pressão de obras, bens ou serviços, se o contra- dade da Administração.
tado já houver adquirido os materiais e os colocado Art. 134. Os preços contratados serão altera-
no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos dos, para mais ou para menos, conforme o caso,
pela Administração pelos custos de aquisição regu- se houver, após a data da apresentação da pro-
larmente comprovados e monetariamente reajusta- posta, criação, alteração ou extinção de quaisquer
dos, podendo caber indenização por outros danos tributos ou encargos legais ou a superveniência de
eventualmente decorrentes da supressão, desde disposições legais, com comprovada repercussão
que regularmente comprovados. sobre os preços contratados.
Art. 130. Caso haja alteração unilateral do Art. 135. Os preços dos contratos para servi-
contrato que aumente ou diminua os encargos do ços contínuos com regime de dedicação exclusiva
contratado, a Administração deverá restabelecer, de mão de obra ou com predominância de mão de
no mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-fi- obra serão repactuados para manutenção do equi-
nanceiro inicial. líbrio econômico-financeiro, mediante demonstra-
Art. 131. A extinção do contrato não configu- ção analítica da variação dos custos contratuais,
rará óbice para o reconhecimento do desequilíbrio com data vinculada:
econômico-financeiro, hipótese em que será con- I - à da apresentação da proposta, para custos
cedida indenização por meio de termo indenizató- decorrentes do mercado;
rio.

493
II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dis- I - variação do valor contratual para fazer face
sídio coletivo ao qual a proposta esteja vinculada, ao reajuste ou à repactuação de preços previstos
para os custos de mão de obra. no próprio contrato;
§ 1º A Administração não se vinculará às dis- II - atualizações, compensações ou penaliza-
posições contidas em acordos, convenções ou dis- ções financeiras decorrentes das condições de pa-
sídios coletivos de trabalho que tratem de matéria gamento previstas no contrato;
não trabalhista, de pagamento de participação dos III - alterações na razão ou na denominação
trabalhadores nos lucros ou resultados do contra- social do contratado;
tado, ou que estabeleçam direitos não previstos em
lei, como valores ou índices obrigatórios de encar- IV - empenho de dotações orçamentárias.
gos sociais ou previdenciários, bem como de pre-
ços para os insumos relacionados ao exercício da CAPÍTULO VIII
atividade.
DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante CONTRATOS
vincular-se às disposições previstas nos acordos,
convenções ou dissídios coletivos de trabalho que
tratem de obrigações e direitos que somente se Art. 137. Constituirão motivos para extinção
aplicam aos contratos com a Administração Pú- do contrato, a qual deverá ser formalmente moti-
blica. vada nos autos do processo, assegurados o con-
traditório e a ampla defesa, as seguintes situações:
§ 3º A repactuação deverá observar o inter-
regno mínimo de 1 (um) ano, contado da data da I - não cumprimento ou cumprimento irregular
apresentação da proposta ou da data da última re- de normas editalícias ou de cláusulas contratuais,
pactuação. de especificações, de projetos ou de prazos;
Danielem
§ 4º A repactuação poderá ser dividida RIBEIRO
tan- DE ANDRADE
II - desatendimento das determinações regula-
tas parcelas quantas forem necessárias, res emitidas
danielicoense@gmail.com
obser- pela autoridade designada para acom-
panhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade
vado o princípio da anualidade do reajuste de609.749.013-50
pre-
ços da contratação, podendo ser realizada em mo- superior;
mentos distintos para discutir a variação de custos III - alteração social ou modificação da finali-
que tenham sua anualidade resultante em datas di- dade ou da estrutura da empresa que restrinja sua
ferenciadas, como os decorrentes de mão de obra capacidade de concluir o contrato;
e os decorrentes dos insumos necessários à exe-
cução dos serviços. IV - decretação de falência ou de insolvência
civil, dissolução da sociedade ou falecimento do
§ 5º Quando a contratação envolver mais de contratado;
uma categoria profissional, a repactuação a que se
refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser V - caso fortuito ou força maior, regularmente
dividida em tantos quantos forem os acordos, con- comprovados, impeditivos da execução do con-
venções ou dissídios coletivos de trabalho das ca- trato;
tegorias envolvidas na contratação. VI - atraso na obtenção da licença ambiental,
§ 6º A repactuação será precedida de solicita- ou impossibilidade de obtê-la, ou alteração subs-
ção do contratado, acompanhada de demonstra- tancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que
ção analítica da variação dos custos, por meio de obtida no prazo previsto;
apresentação da planilha de custos e formação de VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a
preços, ou do novo acordo, convenção ou sentença desapropriação, a desocupação ou a servidão ad-
normativa que fundamenta a repactuação. ministrativa, ou impossibilidade de liberação des-
sas áreas;
Art. 136. Registros que não caracterizam al-
teração do contrato podem ser realizados por sim- VIII - razões de interesse público, justificadas
ples apostila, dispensada a celebração de termo pela autoridade máxima do órgão ou da entidade
aditivo, como nas seguintes situações: contratante;
IX - não cumprimento das obrigações relativas
à reserva de cargos prevista em lei, bem como em

494
outras normas específicas, para pessoa com defi- § 4º Os emitentes das garantias previstas
ciência, para reabilitado da Previdência Social ou no art. 96 desta Lei deverão ser notificados pelo
para aprendiz. contratante quanto ao início de processo adminis-
§ 1º Regulamento poderá especificar procedi- trativo para apuração de descumprimento de cláu-
mentos e critérios para verificação da ocorrência sulas contratuais.
dos motivos previstos no caput deste artigo. Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
§ 2º O contratado terá direito à extinção do I - determinada por ato unilateral e escrito da
contrato nas seguintes hipóteses: Administração, exceto no caso de descumprimento
I - supressão, por parte da Administração, de decorrente de sua própria conduta;
obras, serviços ou compras que acarrete modifica- II - consensual, por acordo entre as partes, por
ção do valor inicial do contrato além do limite per- conciliação, por mediação ou por comitê de resolu-
mitido no art. 125 desta Lei; ção de disputas, desde que haja interesse da Ad-
II - suspensão de execução do contrato, por or- ministração;
dem escrita da Administração, por prazo superior a III - determinada por decisão arbitral, em de-
3 (três) meses; corrência de cláusula compromissória ou compro-
III - repetidas suspensões que totalizem 90 misso arbitral, ou por decisão judicial.
(noventa) dias úteis, independentemente do paga- § 1º A extinção determinada por ato unilateral
mento obrigatório de indenização pelas sucessivas da Administração e a extinção consensual deverão
e contratualmente imprevistas desmobilizações e ser precedidas de autorização escrita e fundamen-
mobilizações e outras previstas; tada da autoridade competente e reduzidas a termo
IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado no respectivo processo.
da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de § 2º Quando a extinção decorrer de culpa ex-
parcelas de pagamentos devidosDaniel pela Administra-
RIBEIRO DEclusiva
ANDRADE da Administração, o contratado será ressar-
ção por despesas de obras, serviços ou forneci-
danielicoense@gmail.com
cido pelos prejuízos regularmente comprovados
mentos; que houver sofrido e terá direito a:
609.749.013-50
V - não liberação pela Administração, nos pra- I - devolução da garantia;
zos contratuais, de área, local ou objeto, para exe-
cução de obra, serviço ou fornecimento, e de fontes II - pagamentos devidos pela execução do con-
de materiais naturais especificadas no projeto, in- trato até a data de extinção;
clusive devido a atraso ou descumprimento das III - pagamento do custo da desmobilização.
obrigações atribuídas pelo contrato à Administra-
Art. 139. A extinção determinada por ato uni-
ção relacionadas a desapropriação, a desocupa-
lateral da Administração poderá acarretar, sem pre-
ção de áreas públicas ou a licenciamento ambien-
tal. juízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes
consequências:
§ 3º As hipóteses de extinção a que se referem
os incisos II, III e IV do § 2º deste artigo observarão I - assunção imediata do objeto do contrato, no
as seguintes disposições: estado e local em que se encontrar, por ato próprio
da Administração;
I - não serão admitidas em caso de calamidade
II - ocupação e utilização do local, das instala-
pública, de grave perturbação da ordem interna ou
de guerra, bem como quando decorrerem de ato ou ções, dos equipamentos, do material e do pessoal
fato que o contratado tenha praticado, do qual te- empregados na execução do contrato e necessá-
rios à sua continuidade;
nha participado ou para o qual tenha contribuído;
III - execução da garantia contratual para:
II - assegurarão ao contratado o direito de op-
tar pela suspensão do cumprimento das obrigações a) ressarcimento da Administração Pública por
assumidas até a normalização da situação, admi- prejuízos decorrentes da não execução;
tido o restabelecimento do equilíbrio econômico-fi- b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiá-
nanceiro do contrato, na forma da alínea “d” do in- rias e previdenciárias, quando cabível;
ciso II do caput do art. 124 desta Lei.

495
c) pagamento das multas devidas à Adminis- responsabilidade ético-profissional pela perfeita
tração Pública; execução do contrato, nos limites estabelecidos
d) exigência da assunção da execução e da pela lei ou pelo contrato.
conclusão do objeto do contrato pela seguradora, § 3º Os prazos e os métodos para a realização
quando cabível; dos recebimentos provisório e definitivo serão defi-
IV - retenção dos créditos decorrentes do con- nidos em regulamento ou no contrato.
trato até o limite dos prejuízos causados à Adminis- § 4º Salvo disposição em contrário constante
tração Pública e das multas aplicadas. do edital ou de ato normativo, os ensaios, os testes
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos in- e as demais provas para aferição da boa execução
cisos I e II do caput deste artigo ficará a critério da do objeto do contrato exigidos por normas técnicas
Administração, que poderá dar continuidade à obra oficiais correrão por conta do contratado.
ou ao serviço por execução direta ou indireta. § 5º Em se tratando de projeto de obra, o rece-
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste ar- bimento definitivo pela Administração não eximirá o
tigo, o ato deverá ser precedido de autorização ex- projetista ou o consultor da responsabilidade obje-
pressa do ministro de Estado, do secretário esta- tiva por todos os danos causados por falha de pro-
dual ou do secretário municipal competente, con- jeto.
forme o caso. § 6º Em se tratando de obra, o recebimento de-
finitivo pela Administração não eximirá o contra-
tado, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, admitida
CAPÍTULO IX
a previsão de prazo de garantia superior no edital e
DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO no contrato, da responsabilidade objetiva pela soli-
CONTRATO dez e pela segurança dos materiais e dos serviços
executados e pela funcionalidade da construção,
Daniel RIBEIRO
Art. 140. O objeto do contrato será recebido: DE ANDRADE
da reforma, da recuperação ou da ampliação do
danielicoense@gmail.com
I - em se tratando de obras e serviços:
bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incor-
reção identificados, o contratado ficará responsável
609.749.013-50
a) provisoriamente, pelo responsável por seu pela reparação, pela correção, pela reconstrução
acompanhamento e fiscalização, mediante termo ou pela substituição necessárias.
detalhado, quando verificado o cumprimento das
exigências de caráter técnico;
CAPÍTULO X
b) definitivamente, por servidor ou comissão
DOS PAGAMENTOS
designada pela autoridade competente, mediante
termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais; Art. 141. No dever de pagamento pela Admi-
nistração, será observada a ordem cronológica
II - em se tratando de compras: para cada fonte diferenciada de recursos, subdivi-
a) provisoriamente, de forma sumária, pelo dida nas seguintes categorias de contratos:
responsável por seu acompanhamento e fiscaliza- I - fornecimento de bens;
ção, com verificação posterior da conformidade do
material com as exigências contratuais; II - locações;

b) definitivamente, por servidor ou comissão III - prestação de serviços;


designada pela autoridade competente, mediante IV - realização de obras.
termo detalhado que comprove o atendimento das
§ 1º A ordem cronológica referida no ca-
exigências contratuais.
put deste artigo poderá ser alterada, mediante pré-
§ 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, via justificativa da autoridade competente e poste-
no todo ou em parte, quando estiver em desacordo rior comunicação ao órgão de controle interno da
com o contrato. Administração e ao tribunal de contas competente,
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclusivamente nas seguintes situações:
excluirá a responsabilidade civil pela solidez e pela I - grave perturbação da ordem, situação de
segurança da obra ou serviço nem a emergência ou calamidade pública;

496
II - pagamento a microempresa, empresa de § 1º O pagamento poderá ser ajustado em
pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural base percentual sobre o valor economizado em de-
pessoa física, microempreendedor individual e so- terminada despesa, quando o objeto do contrato vi-
ciedade cooperativa, desde que demonstrado o sar à implantação de processo de racionalização,
risco de descontinuidade do cumprimento do objeto hipótese em que as despesas correrão à conta dos
do contrato; mesmos créditos orçamentários, na forma de regu-
III - pagamento de serviços necessários ao fun- lamentação específica.
cionamento dos sistemas estruturantes, desde que § 2º A utilização de remuneração variável será
demonstrado o risco de descontinuidade do cum- motivada e respeitará o limite orçamentário fixado
primento do objeto do contrato; pela Administração para a contratação.
IV - pagamento de direitos oriundos de contra- Art. 145. Não será permitido pagamento an-
tos em caso de falência, recuperação judicial ou tecipado, parcial ou total, relativo a parcelas contra-
dissolução da empresa contratada; tuais vinculadas ao fornecimento de bens, à execu-
V - pagamento de contrato cujo objeto seja im- ção de obras ou à prestação de serviços.
prescindível para assegurar a integridade do patri- § 1º A antecipação de pagamento somente
mônio público ou para manter o funcionamento das será permitida se propiciar sensível economia de
atividades finalísticas do órgão ou entidade, recursos ou se representar condição indispensável
quando demonstrado o risco de descontinuidade para a obtenção do bem ou para a prestação do
da prestação de serviço público de relevância ou o serviço, hipótese que deverá ser previamente justi-
cumprimento da missão institucional. ficada no processo licitatório e expressamente pre-
§ 2º A inobservância imotivada da ordem cro- vista no edital de licitação ou instrumento formal de
nológica referida no caput deste artigo ensejará a contratação direta.
apuração de responsabilidade do agente responsá- § 2º A Administração poderá exigir a prestação
Daniel
vel, cabendo aos órgãos de controle RIBEIRO
a sua fiscali- DEdeANDRADE
garantia adicional como condição para o paga-
zação. danielicoense@gmail.com
mento antecipado.
609.749.013-50§ 3º Caso o objeto não seja executado no
§ 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar,
mensalmente, em seção específica de acesso à in- prazo contratual, o valor antecipado deverá ser de-
formação em seu sítio na internet, a ordem crono- volvido.
lógica de seus pagamentos, bem como as justifica-
tivas que fundamentarem a eventual alteração Art. 146. No ato de liquidação da despesa,
dessa ordem. os serviços de contabilidade comunicarão aos ór-
gãos da administração tributária as características
Art. 142. Disposição expressa no edital ou no da despesa e os valores pagos, conforme o dis-
contrato poderá prever pagamento em conta vincu- posto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de
lada ou pagamento pela efetiva comprovação do 1964.
fato gerador.
Parágrafo único. (VETADO). CAPÍTULO XI
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a DA NULIDADE DOS CONTRATOS
execução do objeto, quanto a dimensão, qualidade
e quantidade, a parcela incontroversa deverá ser Art. 147. Constatada irregularidade no proce-
liberada no prazo previsto para pagamento. dimento licitatório ou na execução contratual, caso
Art. 144. Na contratação de obras, forneci- não seja possível o saneamento, a decisão sobre a
suspensão da execução ou sobre a declaração de
mentos e serviços, inclusive de engenharia, poderá
nulidade do contrato somente será adotada na hi-
ser estabelecida remuneração variável vinculada
pótese em que se revelar medida de interesse pú-
ao desempenho do contratado, com base em me-
blico, com avaliação, entre outros, dos seguintes
tas, padrões de qualidade, critérios de sustentabili-
aspectos:
dade ambiental e prazos de entrega definidos no
edital de licitação e no contrato. I - impactos econômicos e financeiros decor-
rentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto
do contrato;

497
II - riscos sociais, ambientais e à segurança da Art. 149. A nulidade não exonerará a Admi-
população local decorrentes do atraso na fruição nistração do dever de indenizar o contratado pelo
dos benefícios do objeto do contrato; que houver executado até a data em que for decla-
III - motivação social e ambiental do contrato; rada ou tornada eficaz, bem como por outros preju-
ízos regularmente comprovados, desde que não
IV - custo da deterioração ou da perda das par-
lhe seja imputável, e será promovida a responsabi-
celas executadas;
lização de quem lhe tenha dado causa.
V - despesa necessária à preservação das ins-
talações e dos serviços já executados; Art. 150. Nenhuma contratação será feita
sem a caracterização adequada de seu objeto e
VI - despesa inerente à desmobilização e ao sem a indicação dos créditos orçamentários para
posterior retorno às atividades; pagamento das parcelas contratuais vincendas no
VII - medidas efetivamente adotadas pelo titu- exercício em que for realizada a contratação, sob
lar do órgão ou entidade para o saneamento dos pena de nulidade do ato e de responsabilização de
indícios de irregularidades apontados; quem lhe tiver dado causa.
VIII - custo total e estágio de execução física e
financeira dos contratos, dos convênios, das obras CAPÍTULO XII
ou das parcelas envolvidas; DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE
IX - fechamento de postos de trabalho diretos RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
e indiretos em razão da paralisação;
X - custo para realização de nova licitação ou Art. 151. Nas contratações regidas por esta
celebração de novo contrato; Lei, poderão ser utilizados meios alternativos de
prevenção e resolução de controvérsias, notada-
XI - custo de oportunidade do capital durante o
Daniel RIBEIRO DE mente a conciliação, a mediação, o comitê de reso-
ANDRADE
período de paralisação.
lução de disputas e a arbitragem.
Parágrafo único. Caso a paralisaçãodanielicoense@gmail.com
ou anula-
Parágrafo único. Será aplicado o disposto
609.749.013-50
ção não se revele medida de interesse público, o
no caput deste artigo às controvérsias relaciona-
poder público deverá optar pela continuidade do
das a direitos patrimoniais disponíveis, como as
contrato e pela solução da irregularidade por meio
questões relacionadas ao restabelecimento do
de indenização por perdas e danos, sem prejuízo
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao ina-
da apuração de responsabilidade e da aplicação de
dimplemento de obrigações contratuais por quais-
penalidades cabíveis.
quer das partes e ao cálculo de indenizações.
Art. 148. A declaração de nulidade do con-
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito
trato administrativo requererá análise prévia do in-
e observará o princípio da publicidade.
teresse público envolvido, na forma do art. 147
desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os Art. 153. Os contratos poderão ser aditados
efeitos jurídicos que o contrato deveria produzir or- para permitir a adoção dos meios alternativos de
dinariamente e desconstituindo os já produzidos. resolução de controvérsias.
§ 1º Caso não seja possível o retorno à situa- Art. 154. O processo de escolha dos árbitros,
ção fática anterior, a nulidade será resolvida pela dos colegiados arbitrais e dos comitês de resolução
indenização por perdas e danos, sem prejuízo da de disputas observará critérios isonômicos, técni-
apuração de responsabilidade e aplicação das pe- cos e transparentes.
nalidades cabíveis.
§ 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a au-
toridade, com vistas à continuidade da atividade
administrativa, poderá decidir que ela só tenha efi-
cácia em momento futuro, suficiente para efetuar
nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses,
prorrogável uma única vez.

498
TÍTULO IV IV - declaração de inidoneidade para licitar ou
DAS IRREGULARIDADES contratar.
§ 1º Na aplicação das sanções serão conside-
CAPÍTULO I rados:
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES I - a natureza e a gravidade da infração come-
ADMINISTRATIVAS tida;
II - as peculiaridades do caso concreto;
Art. 155. O licitante ou o contratado será res- III - as circunstâncias agravantes ou atenuan-
ponsabilizado administrativamente pelas seguintes tes;
infrações:
IV - os danos que dela provierem para a Admi-
I - dar causa à inexecução parcial do contrato; nistração Pública;
II - dar causa à inexecução parcial do contrato V - a implantação ou o aperfeiçoamento de
que cause grave dano à Administração, ao funcio- programa de integridade, conforme normas e orien-
namento dos serviços públicos ou ao interesse co- tações dos órgãos de controle.
letivo;
§ 2º A sanção prevista no inciso I do ca-
III - dar causa à inexecução total do contrato; put deste artigo será aplicada exclusivamente pela
IV - deixar de entregar a documentação exigida infração administrativa prevista no inciso I do ca-
para o certame; put do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a
imposição de penalidade mais grave.
V - não manter a proposta, salvo em decorrên-
cia de fato superveniente devidamente justificado; § 3º A sanção prevista no inciso II do ca-
put deste artigo, calculada na forma do edital ou do
VI - não celebrar o contrato ou não entregar a
Daniel RIBEIRO contrato, não poderá ser inferior a 0,5% (cinco dé-
documentação exigida para a contratação, quando DE ANDRADE
cimos por cento) nem superior a 30% (trinta por
convocado dentro do prazo de validade danielicoense@gmail.com
de sua pro-
cento) do valor do contrato licitado ou celebrado
posta; 609.749.013-50
com contratação direta e será aplicada ao respon-
VII - ensejar o retardamento da execução ou sável por qualquer das infrações administrativas
da entrega do objeto da licitação sem motivo justi- previstas no art. 155 desta Lei.
ficado;
§ 4º A sanção prevista no inciso III do ca-
VIII - apresentar declaração ou documentação put deste artigo será aplicada ao responsável pelas
falsa exigida para o certame ou prestar declaração infrações administrativas previstas nos incisos II,
falsa durante a licitação ou a execução do contrato; III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta
IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudu- Lei, quando não se justificar a imposição de pena-
lento na execução do contrato; lidade mais grave, e impedirá o responsável de lici-
tar ou contratar no âmbito da Administração Pública
X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer direta e indireta do ente federativo que tiver apli-
fraude de qualquer natureza; cado a sanção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.
XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os § 5º A sanção prevista no inciso IV do ca-
objetivos da licitação; put deste artigo será aplicada ao responsável pelas
XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei infrações administrativas previstas nos incisos VIII,
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem
como pelas infrações administrativas previstas nos
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pe-
incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do referido ar-
las infrações administrativas previstas nesta Lei as
tigo que justifiquem a imposição de penalidade
seguintes sanções:
mais grave que a sanção referida no § 4º deste ar-
I - advertência; tigo, e impedirá o responsável de licitar ou contratar
II - multa; no âmbito da Administração Pública direta e indi-
reta de todos os entes federativos, pelo prazo mí-
III - impedimento de licitar e contratar; nimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.

499
§ 6º A sanção estabelecida no inciso IV do ca- mais empregados públicos pertencentes aos seus
put deste artigo será precedida de análise jurídica quadros permanentes, preferencialmente com, no
e observará as seguintes regras: mínimo, 3 (três) anos de tempo de serviço no órgão
I - quando aplicada por órgão do Poder Execu- ou entidade.
tivo, será de competência exclusiva de ministro de § 2º Na hipótese de deferimento de pedido de
Estado, de secretário estadual ou de secretário mu- produção de novas provas ou de juntada de provas
nicipal e, quando aplicada por autarquia ou funda- julgadas indispensáveis pela comissão, o licitante
ção, será de competência exclusiva da autoridade ou o contratado poderá apresentar alegações finais
máxima da entidade; no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data
II - quando aplicada por órgãos dos Poderes da intimação.
Legislativo e Judiciário, pelo Ministério Público e § 3º Serão indeferidas pela comissão, medi-
pela Defensoria Pública no desempenho da função ante decisão fundamentada, provas ilícitas, imper-
administrativa, será de competência exclusiva de tinentes, desnecessárias, protelatórias ou intem-
autoridade de nível hierárquico equivalente às au- pestivas.
toridades referidas no inciso I deste parágrafo, na § 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos,
forma de regulamento. contados da ciência da infração pela Administra-
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV ção, e será:
do caput deste artigo poderão ser aplicadas cumu- I - interrompida pela instauração do processo
lativamente com a prevista no inciso II do ca- de responsabilização a que se refere o caput deste
put deste artigo. artigo;
§ 8º Se a multa aplicada e as indenizações ca- II - suspensa pela celebração de acordo de le-
bíveis forem superiores ao valor de pagamento niência previsto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto
eventualmente devido pela Administração ao con- de 2013;
tratado, além da perda desse valor, Daniel RIBEIRO DE
a diferença ANDRADE
será descontada da garantia prestadadanielicoense@gmail.com
ou será co- III - suspensa por decisão judicial que inviabi-
brada judicialmente. lize a conclusão da apuração administrativa.
609.749.013-50
§ 9º A aplicação das sanções previstas no ca- Art. 159. Os atos previstos como infrações
put deste artigo não exclui, em hipótese alguma, a administrativas nesta Lei ou em outras leis de lici-
obrigação de reparação integral do dano causado tações e contratos da Administração Pública que
à Administração Pública. também sejam tipificados como atos lesivos na Lei
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, serão apura-
Art. 157. Na aplicação da sanção prevista
dos e julgados conjuntamente, nos mesmos autos,
no inciso II do caput do art. 156 desta Lei, será fa- observados o rito procedimental e a autoridade
cultada a defesa do interessado no prazo de 15 competente definidos na referida Lei.
(quinze) dias úteis, contado da data de sua intima-
ção. Parágrafo único. (VETADO).

Art. 158. A aplicação das sanções previstas Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser
nos incisos III e IV do caput do art. 156 desta desconsiderada sempre que utilizada com abuso
Lei requererá a instauração de processo de res- do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prá-
ponsabilização, a ser conduzido por comissão com- tica dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para pro-
posta de 2 (dois) ou mais servidores estáveis, que vocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os
avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e inti- efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica se-
mará o licitante ou o contratado para, no prazo de rão estendidos aos seus administradores e sócios
15 (quinze) dias úteis, contado da data de intima- com poderes de administração, a pessoa jurídica
ção, apresentar defesa escrita e especificar as pro- sucessora ou a empresa do mesmo ramo com re-
vas que pretenda produzir. lação de coligação ou controle, de fato ou de di-
reito, com o sancionado, observados, em todos os
§ 1º Em órgão ou entidade da Administração casos, o contraditório, a ampla defesa e a obrigato-
Pública cujo quadro funcional não seja formado de riedade de análise jurídica prévia.
servidores estatutários, a comissão a que se refere
o caput deste artigo será composta de 2 (dois) ou

500
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes CAPÍTULO II
Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os en- DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE
tes federativos deverão, no prazo máximo 15 ESCLARECIMENTO E DOS RECURSOS
(quinze) dias úteis, contado da data de aplicação
da sanção, informar e manter atualizados os dados
Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima
relativos às sanções por eles aplicadas, para fins
para impugnar edital de licitação por irregularidade
de publicidade no Cadastro Nacional de Empresas
na aplicação desta Lei ou para solicitar esclareci-
Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Naci-
mento sobre os seus termos, devendo protocolar o
onal de Empresas Punidas (Cnep), instituídos no
pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de aber-
âmbito do Poder Executivo federal.
tura do certame.
Parágrafo único. Para fins de aplicação das
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou
sanções previstas nos incisos I, II, III e IV do ca-
ao pedido de esclarecimento será divulgada em sí-
put do art. 156 desta Lei, o Poder Executivo regu-
tio eletrônico oficial no prazo de até 3 (três) dias
lamentará a forma de cômputo e as consequências
úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da
da soma de diversas sanções aplicadas a uma
abertura do certame.
mesma empresa e derivadas de contratos distintos.
Art. 165. Dos atos da Administração decor-
Art. 162. O atraso injustificado na execução
rentes da aplicação desta Lei cabem:
do contrato sujeitará o contratado a multa de mora,
na forma prevista em edital ou em contrato. I - recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, con-
tado da data de intimação ou de lavratura da ata,
Parágrafo único. A aplicação de multa de mora
em face de:
não impedirá que a Administração a converta em
compensatória e promova a extinção unilateral do a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qua-
contrato com a aplicação cumulada de outras san- lificação de interessado ou de inscrição em registro
ções previstas nesta Lei. Daniel RIBEIRO DEcadastral,
ANDRADE sua alteração ou cancelamento;
danielicoense@gmail.com
b) julgamento das propostas;
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante
609.749.013-50
ou contratado perante a própria autoridade que c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente: d) anulação ou revogação da licitação;
I - reparação integral do dano causado à Admi- e) extinção do contrato, quando determinada
nistração Pública; por ato unilateral e escrito da Administração;
II - pagamento da multa; II - pedido de reconsideração, no prazo de 3
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano (três) dias úteis, contado da data de intimação, re-
da aplicação da penalidade, no caso de impedi- lativamente a ato do qual não caiba recurso hierár-
mento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da quico.
aplicação da penalidade, no caso de declaração de § 1º Quanto ao recurso apresentado em vir-
inidoneidade; tude do disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso I
IV - cumprimento das condições de reabilita- do caput deste artigo, serão observadas as seguin-
ção definidas no ato punitivo; tes disposições:
V - análise jurídica prévia, com posicionamento I - a intenção de recorrer deverá ser manifes-
conclusivo quanto ao cumprimento dos requisitos tada imediatamente, sob pena de preclusão, e o
definidos neste artigo. prazo para apresentação das razões recursais pre-
Parágrafo único. A sanção pelas infrações pre- visto no inciso I do caput deste artigo será iniciado
vistas nos incisos VIII e XII do caput do art. 155 na data de intimação ou de lavratura da ata de ha-
desta Lei exigirá, como condição de reabilitação do bilitação ou inabilitação ou, na hipótese de adoção
licitante ou contratado, a implantação ou aperfeiço- da inversão de fases prevista no § 1º do art. 17
amento de programa de integridade pelo responsá- desta Lei, da ata de julgamento;
vel. II - a apreciação dar-se-á em fase única.
§ 2º O recurso de que trata o inciso I do ca-
put deste artigo será dirigido à autoridade que tiver

501
editado o ato ou proferido a decisão recorrida, que, CAPÍTULO III
se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES
3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso com a
sua motivação à autoridade superior, a qual deverá
Art. 169. As contratações públicas deverão
proferir sua decisão no prazo máximo de 10 (dez)
submeter-se a práticas contínuas e permanentes
dias úteis, contado do recebimento dos autos.
de gestão de riscos e de controle preventivo, inclu-
§ 3º O acolhimento do recurso implicará invali- sive mediante adoção de recursos de tecnologia da
dação apenas de ato insuscetível de aproveita- informação, e, além de estar subordinadas ao con-
mento. trole social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de
§ 4º O prazo para apresentação de contrarra- defesa:
zões será o mesmo do recurso e terá início na data I - primeira linha de defesa, integrada por ser-
de intimação pessoal ou de divulgação da interpo- vidores e empregados públicos, agentes de licita-
sição do recurso. ção e autoridades que atuam na estrutura de go-
§ 5º Será assegurado ao licitante vista dos ele- vernança do órgão ou entidade;
mentos indispensáveis à defesa de seus interes- II - segunda linha de defesa, integrada pelas
ses. unidades de assessoramento jurídico e de controle
Art. 166. Da aplicação das sanções previstas interno do próprio órgão ou entidade;
nos incisos I, II e III do caput do art. 156 desta III - terceira linha de defesa, integrada pelo ór-
Lei caberá recurso no prazo de 15 (quinze) dias gão central de controle interno da Administração e
úteis, contado da data da intimação. pelo tribunal de contas.
Parágrafo único. O recurso de que trata o ca- § 1º Na forma de regulamento, a implementa-
put deste artigo será dirigido à autoridade que tiver ção das práticas a que se refere o caput deste ar-
proferido a decisão recorrida, que, se não a recon- tigo será de responsabilidade da alta administração
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
siderar no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encami- do órgão ou entidade e levará em consideração os
nhará o recurso com sua motivação àdanielicoense@gmail.com
autoridade custos e os benefícios decorrentes de sua imple-
superior, a qual deverá proferir sua decisão 609.749.013-50
no mentação, optando-se pelas medidas que promo-
prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado do vam relações íntegras e confiáveis, com segurança
recebimento dos autos. jurídica para todos os envolvidos, e que produzam
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista o resultado mais vantajoso para a Administração,
com eficiência, eficácia e efetividade nas contrata-
no inciso IV do caput do art. 156 desta Lei caberá
ções públicas.
apenas pedido de reconsideração, que deverá ser
apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, § 2º Para a realização de suas atividades, os
contado da data da intimação, e decidido no prazo órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos
máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado do seu re- documentos e às informações necessárias à reali-
cebimento. zação dos trabalhos, inclusive aos documentos
classificados pelo órgão ou entidade nos termos
Art. 168. O recurso e o pedido de reconside-
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e o
ração terão efeito suspensivo do ato ou da decisão órgão de controle com o qual foi compartilhada
recorrida até que sobrevenha decisão final da au- eventual informação sigilosa tornar-se-á corres-
toridade competente. ponsável pela manutenção do seu sigilo.
Parágrafo único. Na elaboração de suas deci- § 3º Os integrantes das linhas de defesa a que
sões, a autoridade competente será auxiliada pelo se referem os incisos I, II e III do caput deste artigo
órgão de assessoramento jurídico, que deverá diri- observarão o seguinte:
mir dúvidas e subsidiá-la com as informações ne-
cessárias. I - quando constatarem simples impropriedade
formal, adotarão medidas para o seu saneamento
e para a mitigação de riscos de sua nova ocorrên-
cia, preferencialmente com o aperfeiçoamento dos
controles preventivos e com a capacitação dos
agentes públicos responsáveis;

502
II - quando constatarem irregularidade que interpretações tendenciosas interfiram na apresen-
configure dano à Administração, sem prejuízo das tação e no tratamento dos fatos levantados;
medidas previstas no inciso I deste § 3º, adotarão III - definição de objetivos, nos regimes de em-
as providências necessárias para a apuração das preitada por preço global, empreitada integral, con-
infrações administrativas, observadas a segrega- tratação semi-integrada e contratação integrada,
ção de funções e a necessidade de individualiza- atendidos os requisitos técnicos, legais, orçamen-
ção das condutas, bem como remeterão ao Minis- tários e financeiros, de acordo com as finalidades
tério Público competente cópias dos documentos da contratação, devendo, ainda, ser perquirida a
cabíveis para a apuração dos ilícitos de sua com- conformidade do preço global com os parâmetros
petência. de mercado para o objeto contratado, considerada
Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na inclusive a dimensão geográfica.
fiscalização dos atos previstos nesta Lei, critérios § 1º Ao suspender cautelarmente o processo
de oportunidade, materialidade, relevância e risco licitatório, o tribunal de contas deverá pronunciar-
e considerarão as razões apresentadas pelos ór- se definitivamente sobre o mérito da irregularidade
gãos e entidades responsáveis e os resultados ob- que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25
tidos com a contratação, observado o disposto no § (vinte e cinco) dias úteis, contado da data do rece-
3º do art. 169 desta Lei. bimento das informações a que se refere o § 2º
§ 1º As razões apresentadas pelos órgãos e deste artigo, prorrogável por igual período uma
entidades responsáveis deverão ser encaminha- única vez, e definirá objetivamente:
das aos órgãos de controle até a conclusão da fase I - as causas da ordem de suspensão;
de instrução do processo e não poderão ser desen-
II - o modo como será garantido o atendimento
tranhadas dos autos.
do interesse público obstado pela suspensão da li-
§ 2º A omissão na prestação das informações citação, no caso de objetos essenciais ou de con-
não impedirá as deliberações dos Daniel
órgãosRIBEIRO
de con- DEtratação
ANDRADE por emergência.
trole nem retardará a aplicação de qualquer de
danielicoense@gmail.com§ 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão
seus prazos de tramitação e de deliberação. 609.749.013-50
do processo licitatório, o órgão ou entidade deverá,
§ 3º Os órgãos de controle desconsiderarão os no prazo de 10 (dez) dias úteis, admitida a prorro-
documentos impertinentes, meramente protelató- gação:
rios ou de nenhum interesse para o esclarecimento
I - informar as medidas adotadas para cumpri-
dos fatos.
mento da decisão;
§ 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa
II - prestar todas as informações cabíveis;
física ou jurídica poderá representar aos órgãos de
controle interno ou ao tribunal de contas compe- III - proceder à apuração de responsabilidade,
tente contra irregularidades na aplicação desta Lei. se for o caso.
Art. 171. Na fiscalização de controle será ob- § 3º A decisão que examinar o mérito da me-
servado o seguinte: dida cautelar a que se refere o § 1º deste artigo de-
verá definir as medidas necessárias e adequadas,
I - viabilização de oportunidade de manifesta- em face das alternativas possíveis, para o sanea-
ção aos gestores sobre possíveis propostas de en- mento do processo licitatório, ou determinar a sua
caminhamento que terão impacto significativo nas anulação.
rotinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscali-
zados, a fim de que eles disponibilizem subsídios § 4º O descumprimento do disposto no § 2º
para avaliação prévia da relação entre custo e be- deste artigo ensejará a apuração de responsabili-
nefício dessas possíveis proposições; dade e a obrigação de reparação do prejuízo cau-
sado ao erário.
II - adoção de procedimentos objetivos e im-
parciais e elaboração de relatórios tecnicamente Art. 172. (VETADO).
fundamentados, baseados exclusivamente nas evi-
Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por
dências obtidas e organizados de acordo com as
meio de suas escolas de contas, promover eventos
normas de auditoria do respectivo órgão de con-
de capacitação para os servidores efetivos e em-
trole, de modo a evitar que interesses pessoais e
pregados públicos designados para o desempenho

503
das funções essenciais à execução desta Lei, in- I - sistema de registro cadastral unificado;
cluídos cursos presenciais e a distância, redes de II - painel para consulta de preços, banco de
aprendizagem, seminários e congressos sobre preços em saúde e acesso à base nacional de no-
contratações públicas. tas fiscais eletrônicas;
III - sistema de planejamento e gerenciamento
TÍTULO V de contratações, incluído o cadastro de atesto de
DISPOSIÇÕES GERAIS cumprimento de obrigações previsto no § 4º do art.
88 desta Lei;
CAPÍTULO I IV - sistema eletrônico para a realização de
DO PORTAL NACIONAL DE sessões públicas;
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP) V - acesso ao Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas (Ceis) e ao Cadastro Naci-
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Con- onal de Empresas Punidas (Cnep);
tratações Públicas (PNCP), sítio eletrônico oficial VI - sistema de gestão compartilhada com a
destinado à: sociedade de informações referentes à execução
I - divulgação centralizada e obrigatória dos do contrato, que possibilite:
atos exigidos por esta Lei; a) envio, registro, armazenamento e divulga-
II - realização facultativa das contratações pe- ção de mensagens de texto ou imagens pelo inte-
los órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Le- ressado previamente identificado;
gislativo e Judiciário de todos os entes federativos. b) acesso ao sistema informatizado de acom-
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor panhamento de obras a que se refere o inciso III do
da Rede Nacional de Contratações Públicas, a ser caput do art. 19 desta Lei;
Daniel
presidido por representante indicado pelo RIBEIRO
Presi- DE ANDRADE
c) comunicação entre a população e represen-
dente da República e composto de: danielicoense@gmail.com
tantes da Administração e do contratado designa-
609.749.013-50
I - 3 (três) representantes da União indicados dos para prestar as informações e esclarecimentos
pelo Presidente da República; pertinentes, na forma de regulamento;
II - 2 (dois) representantes dos Estados e do d) divulgação, na forma de regulamento, de re-
Distrito Federal indicados pelo Conselho Nacional latório final com informações sobre a consecução
de Secretários de Estado da Administração; dos objetivos que tenham justificado a contratação
e eventuais condutas a serem adotadas para o
III - 2 (dois) representantes dos Municípios in-
aprimoramento das atividades da Administração.
dicados pela Confederação Nacional de Municí-
pios. § 4º O PNCP adotará o formato de dados aber-
tos e observará as exigências previstas na Lei nº
§ 2º O PNCP conterá, entre outras, as seguin-
12.527, de 18 de novembro de 2011.
tes informações acerca das contratações:
§ 5º (VETADO).
I - planos de contratação anuais;
II - catálogos eletrônicos de padronização; Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art.
174 desta Lei, os entes federativos poderão instituir
III - editais de credenciamento e de pré-qualifi- sítio eletrônico oficial para divulgação complemen-
cação, avisos de contratação direta e editais de li- tar e realização das respectivas contratações.
citação e respectivos anexos;
§ 1º Desde que mantida a integração com o
IV - atas de registro de preços; PNCP, as contratações poderão ser realizadas por
V - contratos e termos aditivos; meio de sistema eletrônico fornecido por pessoa ju-
VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o rídica de direito privado, na forma de regulamento.
caso. § 2º (VETADO).
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionali- § 2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municí-
dades, oferecer: pios deverão realizar divulgação complementar de
suas contratações mediante publicação de extrato

504
de edital de licitação em jornal diário de grande cir- Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à
culação local. contratação direta fora das hipóteses previstas em
lei:
Art. 176. Os Municípios com até 20.000
(vinte mil) habitantes terão o prazo de 6 (seis) anos, Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
contado da data de publicação desta Lei, para cum- e multa.
primento: Frustração do caráter competitivo de licitação
I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de
caput do art. 8º desta Lei; obter para si ou para outrem vantagem decorrente
II - da obrigatoriedade de realização da licita- da adjudicação do objeto da licitação, o caráter
ção sob a forma eletrônica a que se refere o § 2º competitivo do processo licitatório:
do art. 17 desta Lei; Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito)
III - das regras relativas à divulgação em sítio anos, e multa.
eletrônico oficial. Patrocínio de contratação indevida
Parágrafo único. Enquanto não adotarem o Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente,
PNCP, os Municípios a que se refere o caput deste interesse privado perante a Administração Pública,
artigo deverão: dando causa à instauração de licitação ou à cele-
I - publicar, em diário oficial, as informações bração de contrato cuja invalidação vier a ser de-
que esta Lei exige que sejam divulgadas em sítio cretada pelo Poder Judiciário:
eletrônico oficial, admitida a publicação de extrato; Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três)
II - disponibilizar a versão física dos documen- anos, e multa.
tos em suas repartições, vedada a cobrança de Modificação ou pagamento irregular em con-
qualquer valor, salvo o referente ao fornecimento trato administrativo
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
de edital ou de cópia de documento, que não será
danielicoense@gmail.com Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a
superior ao custo de sua reprodução gráfica.
qualquer modificação ou vantagem, inclusive pror-
609.749.013-50
rogação contratual, em favor do contratado, du-
CAPÍTULO II rante a execução dos contratos celebrados com a
DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS Administração Pública, sem autorização em lei, no
edital da licitação ou nos respectivos instrumentos
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição
Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei nº da ordem cronológica de sua exigibilidade:
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
cesso Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito)
anos, e multa.
inciso IV:
“Art.1.048......................................................... Perturbação de processo licitatório
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a rea-
IV - em que se discuta a aplicação do disposto
lização de qualquer ato de processo licitatório:
nas normas gerais de licitação e contratação a que
se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)
Constituição Federal. anos, e multa.
Art. 178. O Título XI da Parte Especial do De- Violação de sigilo em licitação
creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có- Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apre-
digo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte sentada em processo licitatório ou proporcionar a
Capítulo II-B: terceiro o ensejo de devassá-lo:
“CAPÍTULO II-B Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três)
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRA- anos, e multa.
TOS ADMINISTRATIVOS Afastamento de licitante
Contratação direta ilegal

505
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante alteração, a suspensão ou o cancelamento de re-
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou gistro do inscrito:
oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa.
anos, e multa, além da pena correspondente à vio- Omissão grave de dado ou de informação por
lência. projetista
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Ad-
se abstém ou desiste de licitar em razão de vanta- ministração Pública levantamento cadastral ou
gem oferecida. condição de contorno em relevante dissonância
Fraude em licitação ou contrato com a realidade, em frustração ao caráter competi-
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administra- tivo da licitação ou em detrimento da seleção da
ção Pública, licitação ou contrato dela decorrente, proposta mais vantajosa para a Administração Pú-
mediante: blica, em contratação para a elaboração de projeto
básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diá-
I - entrega de mercadoria ou prestação de ser- logo competitivo ou em procedimento de manifes-
viços com qualidade ou em quantidade diversas tação de interesse:
das previstas no edital ou nos instrumentos contra-
tuais; Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três)
anos, e multa.
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita,
de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível § 1º Consideram-se condição de contorno as
para consumo ou com prazo de validade vencido; informações e os levantamentos suficientes e ne-
cessários para a definição da solução de projeto e
III - entrega de uma mercadoria por outra; dos respectivos preços pelo licitante, incluídos son-
IV - alteração da substância, Daniel
qualidade ou dagens, topografia, estudos de demanda, condi-
RIBEIRO DE ANDRADE
quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido; ções ambientais e demais elementos ambientais
danielicoense@gmail.com
impactantes, considerados requisitos mínimos ou
V - qualquer meio fraudulento que torne injus-
609.749.013-50
obrigatórios em normas técnicas que orientam a
tamente mais onerosa para a Administração Pú-
elaboração de projetos.
blica a proposta ou a execução do contrato:
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito)
benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem,
anos, e multa.
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
Contratação inidônea artigo.
Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou pro- Art. 337-P. A pena de multa cominada aos cri-
fissional declarado inidôneo: mes previstos neste Capítulo seguirá a metodolo-
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, gia de cálculo prevista neste Código e não poderá
e multa. ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do con-
trato licitado ou celebrado com contratação direta.”
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profis-
sional declarado inidôneo: Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, pas-
anos, e multa. sam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º ...........................................................
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste ar-
tigo aquele que, declarado inidôneo, venha a parti- II - concessão de serviço público: a delegação
cipar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste de sua prestação, feita pelo poder concedente, me-
artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a diante licitação, na modalidade concorrência ou di-
contratar com a Administração Pública. álogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio
Impedimento indevido de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo de-
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injusta- terminado;
mente a inscrição de qualquer interessado nos re-
gistros cadastrais ou promover indevidamente a

506
III - concessão de serviço público precedida da III - nos prazos expressos em dias úteis, serão
execução de obra pública: a construção, total ou computados somente os dias em que ocorrer expe-
parcial, conservação, reforma, ampliação ou me- diente administrativo no órgão ou entidade compe-
lhoramento de quaisquer obras de interesse pú- tente.
blico, delegados pelo poder concedente, mediante § 1º Salvo disposição em contrário, considera-
licitação, na modalidade concorrência ou diálogo se dia do começo do prazo:
competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de em-
presas que demonstre capacidade para a sua rea- I - o primeiro dia útil seguinte ao da disponibili-
lização, por sua conta e risco, de forma que o in- zação da informação na internet;
vestimento da concessionária seja remunerado e II - a data de juntada aos autos do aviso de re-
amortizado mediante a exploração do serviço ou da cebimento, quando a notificação for pelos correios.
obra por prazo determinado;
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
Art. 180. O caput do art. 10 da Lei nº 11.079, meiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia
de 30 de dezembro de 2004, passa a vigorar com em que não houver expediente, se o expediente for
a seguinte redação: encerrado antes da hora normal ou se houver indis-
ponibilidade da comunicação eletrônica.
“Art. 10. A contratação de parceria público-pri-
vada será precedida de licitação na modalidade § 3º Na hipótese do inciso II do caput deste ar-
concorrência ou diálogo competitivo, estando a tigo, se no mês do vencimento não houver o dia
abertura do processo licitatório condicionada a: equivalente àquele do início do prazo, considera-se
como termo o último dia do mês.
CAPÍTULO III Art. 184. Aplicam-se as disposições desta
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Lei, no que couber e na ausência de norma espe-
cífica, aos convênios, acordos, ajustes e outros ins-
Daniel RIBEIRO DEtrumentos
ANDRADE congêneres celebrados por órgãos e en-
Art. 181. Os entes federativos instituirão cen-
trais de compras, com o objetivo de danielicoense@gmail.com
realizar com-
tidades da Administração Pública, na forma estabe-
lecida em regulamento do Poder Executivo federal.
609.749.013-50
pras em grande escala, para atender a diversos ór-
gãos e entidades sob sua competência e atingir as Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos con-
finalidades desta Lei. tratos regidos pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de
Parágrafo único. No caso dos Municípios com 2016, as disposições do Capítulo II-B do Título XI
até 10.000 (dez mil) habitantes, serão preferencial- da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
mente constituídos consórcios públicos para a rea- dezembro de 1940 (Código Penal).
lização das atividades previstas no caput deste ar- Art. 186. Aplicam-se as disposições desta
tigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de Lei subsidiariamente à Lei nº 8.987, de 13 de feve-
2005. reiro de 1995, à Lei nº 11.079, de 30 de dezembro
Art. 182. O Poder Executivo federal atuali- de 2004, e à Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010.
zará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os
de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- Municípios poderão aplicar os regulamentos edita-
E) ou por índice que venha a substituí-lo, os valores dos pela União para execução desta Lei.
fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
PNCP. Art. 188. (VETADO).
Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses pre-
contados com exclusão do dia do começo e inclu- vistas na legislação que façam referência expressa
são do dia do vencimento e observarão as seguin- à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei nº
tes disposições: 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-
I - os prazos expressos em dias corridos serão A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
computados de modo contínuo; Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha
II - os prazos expressos em meses ou anos se- sido assinado antes da entrada em vigor desta Lei
rão computados de data a data;

507
continuará a ser regido de acordo com as regras verdadeiros poderes-deveres instrumentais para a
previstas na legislação revogada. defesa do interesse público.
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata Em face disto, os poderes da administração só
o inciso II do caput do art. 193, a Administração po- serão legítimos enquanto busca alcançar o inte-
derá optar por licitar ou contratar diretamente de resse coletivo, de modo que, se extrapolar o caráter
acordo com esta Lei ou de acordo com as leis cita- da instrumentalidade, ocorrerá o chamado ABUSO
das no referido inciso, e a opção escolhida deverá DE PODER.
ser indicada expressamente no edital ou no aviso Segundo Matheus Carvalho, “o abuso de po-
ou instrumento de contratação direta, vedada a der pode decorrer de condutas comissivas –
aplicação combinada desta Lei com as citadas no quando o ato administrativo é praticado fora dos li-
referido inciso. mites legalmente impostos – ou de condutas omis-
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste sivas – situações nas quais o agente público deixa
artigo, se a Administração optar por licitar de de exercer uma atividade imposta a ele por lei, ou
acordo com as leis citadas no inciso II do caput do seja, quando se omite no exercício de seus deve-
art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido res. Em ambos os casos, o abuso de poder confi-
pelas regras nelas previstas durante toda a sua vi- gura ilicitude que atinge o ato dele decorrente.”
gência. (CARVALHO, 2017, p. 120)

Art. 192. O contrato relativo a imóvel do pa- O abuso de poder se subdivide em:
trimônio da União ou de suas autarquias e funda- • Excesso de Poder: A autoridade pública atua
ções continuará regido pela legislação pertinente, fora dos limites de sua competência - VÍCIO DE
aplicada esta Lei subsidiariamente. COMPETÊNCIA.
Art. 193. Revogam-se: • Desvio de Poder: O agente público visa inte-
resses individuais OU a autoridade busca o inte-
Daniel
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de RIBEIRO
21 de DE ANDRADE
resse público, mas NÃO respeita a finalidade da lei
danielicoense@gmail.com
junho de 1993, na data de publicação desta Lei; para determinado ato - VÍCIO NA FINALIDADE.
II - em 30 de dezembro de 2023: 609.749.013-50
(Redação
dada pela Lei Complementar nº 198, de 2023)
PODER VINCULADO/REGRADO
a) a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 198, de Está presente quando a lei estabelece uma
2023) única solução possível diante de uma situação de
b) a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002; e fato, fixando todos os requisitos e não deixando
(Redação dada pela Lei Complementar nº 198, de margem de apreciação subjetiva.
2023) Assim no Poder Vinculado, não há margem de
c) os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de escolha no caso concreto, pois todos os elementos
agosto de 2011. (Redação dada pela Lei Com- do ato administrativo são vinculados.
plementar nº 198, de 2023) Por exemplo, o agente público que faltar mais
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de 30 dias no serviço ensejará na demissão. Assim, se
sua publicação. o agente público falta 30 dias não será demitido,
todavia, se faltar mais de 30 não poderá deixar de
ser demitido, pois o critério definido em lei é obje-
tivo, é vinculado.

PODER DISCRICIONÁRIO

Para o adequado cumprimento de suas com- Nesse caso, o administrador também está su-
petências constitucionais, a legislação confere à bordinado à lei, porém, há situações nas quais o
Administração Pública competências especiais. próprio texto legal confere margem de opção/discri-
Sendo prerrogativas ligadas às obrigações, as cionariedade ao administrador, e esse tem o
competências administrativas constituem

508
encargo de identificar a solução mais adequada estabelecendo a relação de subordinação entre os
para defender o interesse público. servidores do seu quadro de pessoal.
Denota-se que existe uma margem de escolha, Verbos: ordenar, fiscalizar, orientar, avocar,
que deverá ocorrer dentro dos limites da lei, tendo delegar, anular, sustar.
como parâmetro o mérito administrativo – a escolha
➔ NÃO há hierarquia nas funções típicas
será feita com base na oportunidade e conveniên-
jurisdicionais e legislativa.
cia.
O poder hierárquico confere uma série de prer-
Em outras palavras: essa margem de escolha
rogativas aos agentes públicos hierarquicamente
conferida ao agente público é denominada de mé-
superiores em relação aos seus respectivos subor-
rito (conveniência e oportunidade). Deve atender
dinados, a saber:
ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade.
• Ordens, a serem cumpridas por todos os su-
bordinados;
PODER NORMATIVO
• Controle ou fiscalização; verificação do cum-
(OU REGULAMENTAR) primento por parte dos subordinados das ordens
administrativas e das normas vigentes;
É a prerrogativa reconhecida à Administração • Alteração de competências via delegação ou
Pública para editar atos administrativos gerais para avocação;
fiel execução das leis. Contudo, esse poder vai
além da edição de regulamentos, pois abarca ou- • Rever atos praticados pelos subordinados
tros atos normativos, como deliberações, instru- para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los por
ções, resoluções. conveniência e oportunidade, nos termos da res-
pectiva legislação;
No exercício do poder regulamentar, o Estado
não inova no Ordenamento Jurídico, Daniel RIBEIRO
criando • Resolução de conflitos de atribuições: prerro-
direi- DE ANDRADE
tos e obrigações, o que a Administração faz é ex- gativa de resolver, na esfera administrativa, confli-
danielicoense@gmail.com
pedir normas que irão assegurar a fiel execução da tos positivos ou negativos de atribuições dos ór-
609.749.013-50
gãos e agentes subordinados;
lei, sendo esta última inferior.
Seu fundamento para a competência do Presi- • Disciplinar: apurada eventual irregularidade
dente encontra-se no art. 84, IV, da CF/88 estende- na atuação funcional do subordinado, a autoridade
se, por simetria, a Governadores e Prefeitos. superior, após o devido processo legal, garantindo
a ampla defesa e o contraditório, deverá aplicar as
O Poder Normativo é uma consequência do sanções disciplinares tipificadas na legislação.
caráter relativo do princípio da separação dos po-
deres que, segundo a doutrina do checks and ba- Delegação x Avocação
lances, permite a cada Poder o exercício de fun- A hierarquia justifica as hipóteses de avocação
ções atípicas de forma a controlar o outro Poder. e delegação de competência.
Delegação
PODER HIERÁRQUICO A delegação de atribuições, uma das manifes-
tações do poder hierárquico, é o ato de conferir a
É poder de estruturação interna da atividade outro servidor atribuições que, originalmente, eram
pública (dentro da mesma pessoa jurídica), de de competência da autoridade delegante.
modo que NÃO existe manifestação de hierarquia
• Extensão de atribuições de um órgão a outro
externa. Não se pode falar em hierarquia entre pes-
de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.
soas jurídicas de órgãos diferentes.
• O ato de delegação de competência, revogá-
Trata-se, portanto, de relação de subordinação
vel a qualquer tempo pela autoridade delegante,
administrativa entre agentes públicos, que pressu-
decorre do poder hierárquico, mas não precisa ser
põe o escalonamento vertical de funções no interior
hierarquicamente subordinado.
da organização administrativa. Ou seja, é o poder
de distribuir e escalonar as funções de seus ór- • Cláusula de Reserva: O agente delegante
gãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, NÃO perde a competência delegada.

509
• MS: Autoridade competente → Agente que da Administração, ou seja, a todos aqueles que te-
praticou (Súmula 510 STF) nham vínculo de natureza especial com o Estado o
Poder Público. A função deste poder é sempre apri-
SÚMULA 510 STF – praticado ato por autoridade, no
morar a prestação do serviço público punindo a
exercício de competência delegada, contra ele cabe
mandado de segurança ou a medida judicial. malversação do dinheiro público ou a atuação em
desconformidade com a lei.” (CARVALHO, 2017, p.
Com base nessa orientação, no julgamento do 130).
MS 24.732 MC/DF, o STF decidiu que o foro da au-
toridade delegante não se transmite a autoridade
PODER DE POLÍCIA
delegada. Assim, se o ato foi praticado pela autori-
dade delegada, qualquer medida judicial proposta
contra este ato deverá respeitar o foro da autori- Conceito
dade delegada (Ricardo Alexandre, 2019). O poder de polícia consiste na prerrogativa
Nos termos propostos pela Lei nº 9.784, é ve- que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a atu-
dada a delegação e avocação: ação do particular em razão do interesse público. É
fruto da compatibilização do interesse público em
- Casos de competência exclusiva definida em face do privado.
lei;
Tenha em mente que o poder de polícia não é
- Para decisão de recurso administrativo; um poder interno, decorre da supremacia do inte-
resse público, não dependendo para sua manifes-
- Para edição de atos normativos.
tação de nenhum vínculo especial (ao contrário do
Avocação que exige o poder disciplinar)
A avocação é fenômeno inverso ao da delega- Sentidos do Poder de Polícia
ção e consiste na possibilidade de o superior hie- (1) Sentido amplo: compreende toda e qual-
rárquico trazer para si temporariamenteDaniel RIBEIRO DE
o exercício querANDRADE
atuação estatal restritiva à liberdade e propri-
de competências legalmente estabelecidas para
danielicoense@gmail.com
edade;
órgão ou agente hierarquicamente inferior. Desta-609.749.013-50
camos que, ao contrário da delegação, não cabe (2) Sentido restrito: diretamente relacionada ao
avocação fora da linha hierárquica, uma vez que a exercício da função administrativa.
utilização do instituto depende de um poder de vi- Pode ser:
gilância e controle somente existente nas relações
• Preventiva. Ex.: quando trata de disposições
hierarquizadas.
genéricas e abstratas como, por exemplo, as por-
• O chefe chama para si, de forma temporária, tarias e regulamentos que se materializam nos atos
a competência que seria de agente subalterno. que disciplinam horário para funcionamento de de-
• A avocação é medida excepcional. terminado estabelecimento, proíbem desmatar
área de proteção ambiental, soltar balões, entre ou-
Não podem ser objeto de delegação tros.
I - a edição de atos de caráter normativo. • Repressiva: ao praticar atos específicos ob-
II - a decisão de recursos administrativos. servando sempre a obediência à lei e aos regula-
III - as matérias de competência exclusiva do mentos, como por exemplo, dissolver passeata tu-
órgão ou autoridade. multuosa, apreender revistas pornográficas, aplica-
ção de multa etc.
PODER DISCIPLINAR • Fiscalizadora: quando previne eventuais le-
sões, como, por exemplo, vistoria de veículos, fis-
“O Poder Disciplinar trata da atribuição pública calização de pesos e medidas entre outros. A atu-
de aplicação de sanções àqueles que estejam su- ação pode ensejar obrigações negativas (não fa-
jeitos à disciplina do ente estatal interna. Com zer) ou positivas (fazer).
efeito, é o poder de aplicar sanções e penalidades, Ciclos do Poder de Polícia x Delegação do
apurando infrações dos, como é o exemplo daque- Poder de Polícia
les particulares que celebraram contratos com ser-
O Poder de Polícia compreende 4 ciclos:
vidores ou outros que são submetidos à disciplina

510
(1) Ordem de Polícia participação do Judiciário. O contraditório é dife-
(2) Consentimento de Polícia rido, pois em caso excepcional, a Administração
pode praticar ato de polícia para impedir prejuízo à
(3) Fiscalização de Polícia coletividade, conferindo direito de defesa após a
(4) Sanção de Polícia prática do ato.
(1) Ordem de Polícia: é o preceito legal básico Obs.: Alguns atos de polícia NÃO possuem o
que dá validade à limitação prevista, para que não atributo, a exemplo da multa que não é adimplida e
se pratique ato que lesionará o interesse público ou a respectiva cobrança ocorre por execução fiscal.
para que não deixe de fazer algo que evitará a le- Coercibilidade (ou exigibilidade): Impõem
são ao interesse público. Ex: Código de Trânsito restrições ou condições a serem cumpridas pelos
Brasileiro que contém normas genéricas e abstra- particulares. Há atos que são despidos de coercibi-
tas para a obtenção da Carteira Nacional de Habi- lidade, a exemplo da licença solicitada pelo particu-
litação. lar.
(2) Consentimento de Polícia: é o ato adminis-
trativo que confere anuência ao exercício de ativi-
dade ou ao uso de propriedade.
Pode ser:
- Licença: ato vinculado;
- Autorização: ato discricionário.
Falar em controle da Administração Pública
Classificação das licenças ou autorizações significa falar que ela é limitada pelo ordenamento
• Licença ou autorização por operação: O ato jurídico. Fala-se em controle porque existem parâ-
se esgota com a sua emissão, sem estabelecer re- metros que podem ser utilizados pelo controlador.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
lação jurídica permanente entre particular e Estado. Dessa forma, pode-se conceituar o Controle da
Ex: Licença para construir edifício; danielicoense@gmail.com
Administração Pública como sendo o conjunto de
609.749.013-50
• Licença ou autorização operativa (ou de fun- instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico
cionamento): estabelece relação jurídica especial e para permitir a fiscalização da atuação estatal por
duradoura entre o particular e o Estado. Ex: Emis- órgãos da Administração Pública, Poderes Legisla-
são da carteira corporifica a vontade o Poder Pú- tivo e Judiciário, além da própria população.
blico. A finalidade da fiscalização é garantir uma efi-
(3) Fiscalização de Polícia: é a verificação se ciente prestação dos serviços e as condutas orien-
as ordens de polícia estão sendo cumpridas (se tadas para a busca do interesse público. Assim, o
não está sendo exercida uma atividade vedada ou controle é fundamental para dar legitimidade à atu-
se uma atividade consentida está sendo executada ação do poder público.
dentro dos limites estabelecidos). Ex: Administra- Quanto ao parâmetro de controle
ção instala equipamentos eletrônicos para verificar
se há respeito à velocidade estabelecida em lei. - Controle de legalidade.
(4) Sanção de Polícia: é a fase em que, verifi- - Controle de mérito.
cada afronta à ordem de polícia, é aplicada a pena Controle de Legalidade
de polícia. Ex: aplicação das multas de trânsito.
Toda conduta administrativa deve estar pre-
Atributos do Poder de Polícia vista em lei. Assim, cabe ao controlador verificar a
Discricionariedade: Consiste na liberdade compatibilidade do ato com a lei/com o ordena-
conferida pelo legislador ao administrador para es- mento jurídico. E, ao constatar que o ato contraria
colher o melhor momento de atuação ou a sanção a lei ou o ordenamento jurídico, a solução seria a
mais adequada. Porém, o poder de polícia também anulação desse ato ilegal.
pode se manifestar por atos vinculados. Ex: Licen- Em relação a esse controle, temos uma ampli-
ças para construir. tude quanto à figura o controlador:
Autoexecutoriedade: Prerrogativa da admi-
nistração de implementar seus atos sem a

511
• Pode ser realizado pelo Executivo (autotutela Em regra, o Poder Judiciário não pode aden-
administrativa), trar no mérito da conveniência e oportunidade das
• Mas também os poderes Legislativo e Judici- políticas públicas, sob uma violação ao princípio da
ário podem fazer controle de legalidade em relação separação de poderes. No entanto, a jurisprudên-
aos atos ilegais do Executivo. cia admite tal controle quando se tratar de um di-
reito fundamental pertencente ao mínimo existen-
Ressalta-se que o controle de legalidade foi cial, hipótese em que o Estado não pode alegar a
ampliado para abranger a necessidade de compa- Reserva do Possível. Vejamos algumas decisões
tibilidade dos atos administrativos com todo orde- sobre o tema:
namento jurídico, não apenas com a lei formal,
abarcando os princípios administrativos, como o da O Poder Judiciário pode condenar universi-
moralidade, da finalidade e da impessoalidade. A dade pública a adequar seus prédios às normas de
exigência de respeito à lei e ao Direito insere-se no acessibilidade a fim de permitir a sua utilização por
denominado princípio da juridicidade. pessoas com deficiência. No campo dos direitos in-
dividuais e sociais de absoluta prioridade, o juiz não
OBS.: excepcionalmente o ato viciado poderá deve se impressionar nem se sensibilizar com ale-
manter-se no ordenamento jurídico, sempre que os gações de conveniência e oportunidade trazidas
defeitos forem sanáveis e desde que a convalida- pelo administrador relapso. Se um direito é qualifi-
ção não acarrete lesão ao interesse público nem cado pelo legislador como absoluta prioridade,
prejuízo a terceiros (art. 55, Lei 9.784/99). deixa de integrar o universo de incidência da re-
Controle de Mérito serva do possível, já que a sua possibilidade é obri-
gatoriamente ixada pela Constituição ou pela lei.
O parâmetro não é a compatibilidade do ato
STJ. 2ª Turma. REsp 1607472-PE, Rel. Min. Her-
com a lei ou com o ordenamento jurídico. O parâ-
man Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 592).
metro do controle de mérito é a conveniência e a
oportunidade do ato que já foi editado. É saber se É lícito ao Poder Judiciário impor à Administra-
Daniel RIBEIRO DE ção
ANDRADE
Pública obrigação de fazer, consistente na pro-
o ato continua conveniente e oportuno para o aten-
dimento do interesse público. danielicoense@gmail.com
moção de medidas ou na execução de obras emer-
609.749.013-50
genciais em estabelecimentos prisionais para dar
Se, nesse controle de mérito, verifica-se que o
efetividade ao postulado da dignidade da pessoa
ato não é mais conveniente nem oportuno, a solu-
humana e assegurar aos detentos o respeito à sua
ção é a revogação do ato administrativo por conve-
integridade física e moral, nos termos do que pre-
niência e oportunidade. Em regra, é exercido por
ceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à
órgão interno.
decisão o argumento da reserva do possível nem o
Quanto ao controlador, aqui temos uma restri- princípio da separação dos poderes. STF. Plenário.
ção: em princípio, apenas o poder (ou a autori- RE 592581/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
dade), que editou o ato, é que pode reavaliar a con- julgado em 13/8/2015 (repercussão geral) (Info
veniência e a oportunidade desse ato discricioná- 794).
rio. Ou seja:
A Administração Pública pode ser obrigada,
Poder Legislativo e Poder Judiciário NÃO PO- por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque
DEM REVOGAR UM ATO ADMINISTRATIVO, pois mínimo de determinado medicamento utilizado no
eles não podem adentrar nas razões de mérito do combate a certa doença grave, de modo a evitar
ato do Poder Executivo, sob pena de violação do novas interrupções no tratamento. Não há violação
princípio da separação dos poderes. ao princípio da separação dos poderes no caso.
DICA DD: Excepcionalmente pode ocorrer Isso porque com essa decisão o Poder Judiciário
controle de mérito pelo legislativo. Ex: CN no exe- não está determinando metas nem prioridades do
cutivo e Judiciário ex: anulando atos destituídos de Estado, nem tampouco interferindo na gestão de
razoabilidade e proporcionalidade, controlando o suas verbas. O que se está fazendo é controlar os
mérito administrativo. atos e serviços da Administração Pública que,
neste caso, se mostraram ilegais ou abusivos já
OBS: Controle da Administração x Controle da que, mesmo o Poder Público se comprometendo a
atividade política do Estado - O controle político adquirir os medicamentos, há falta em seu estoque,
adequa as políticas estatais à legislação aplicável. ocasionando graves prejuízos aos pacientes.

512
Assim, não tendo a Administração adquirido o me- posterior é exercido, e se declara a nulidade do ato,
dicamento em tempo hábil a dar continuidade ao é necessário verificar a necessidade de pondera-
tratamento dos pacientes, atuou de forma ilegítima, ção ou não em relação à decisão que controla esse
violando o direito à saúde daqueles pacientes, o ato.
que autoriza a ingerência do Poder Judiciário. STF. Ou seja: Em regra, quando a AP anula, por ile-
1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewan- galidade, um ato que já está produzindo efeitos,
dowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752). essa decisão tem efeitos ex tunc (retroativos), visto
Quanto à extensão do controle que, se o ato é ilegal, já nasceu ilegal e produz efei-
a) Controle Interno: Exercido dentro de um tos ilegais.
mesmo poder, seja por órgãos especializados ou Logo, temos que cassar esses efeitos ilegais.
entre órgãos de uma mesma identidade, em rela- Assim, normalmente, quando há ilegalidade do ato
ção de hierarquia. administrativo, haverá efeitos retroativos.
b) Controle Externo: Exercido por um poder em Contudo, nada impede que haja uma modula-
relação aos atos administrativos praticados por ou- ção de efeitos (pode haver efeito ex nunc). Pode-
tro Poder do Estado. Inclui-se o controle popular. se pensar, segundo o autor Rafael Oliveira, numa
Exemplos: quando o CN susta atos normativos do convalidação do ato ilegal por segurança jurídica e
Poder Executivo que extrapolam o poder regula- boa-fé, assim, mantém o ato no mundo jurídico.
mentar; ação popular. Quanto ao âmbito de atuação
c) Controle Social: O controle social não deixa Por subordinação: Realizado por autoridade hi-
de ser um controle externo, mas não é um controle erarquicamente superior a quem praticou o ato, ou
institucional. É um controle que vai ser exercido seja, entre órgãos e agentes de uma mesma pes-
pela própria sociedade em relação aos atos do po- soa jurídica da Administração Pública → manifes-
der público. Ele tem sido incrementado no BR nos
últimos anos por conta da tendência Daniel RIBEIRO DEtação
da democrati-
do poder hierárquico.
ANDRADE
zação da Administração Pública, em danielicoense@gmail.com
busca de no- Por vinculação: Decorre do poder exercido
vas fontes de legitimidade da atuação estatal.609.749.013-50Administração direta sobre entidades descen-
pela
tralizadas (controle finalístico). Nesse caso, o ente
Quanto ao momento de exercício do con- da Administração Centralizada poderá verificar se
trole a entidade da Administração Indireta cumpre os re-
Controle Prévio: É o controle exercido antes da quisitos para o qual ela foi criada, mediante lei. É
elaboração ou da edição do ato administrativo. As- espécie de controle interno.
sim, antes da tomada de decisão, que vai gerar Quanto à iniciativa
efeitos jurídicos, a proposta de atuação vai ser ana-
lisada por algum controlador de forma preventiva. De Ofício: realizado sem provocação da parte
Ele tem sido exercido, normalmente, pela própria interessada
advocacia pública (AGU), no que toca à legalidade Provocado: depende de iniciativa da parte in-
e juridicidade de maneira ampla dos atos adminis- teressada para ser exercido.
trativos.
Quanto à natureza do órgão controlador
Ex. É muito comum que determinado gestor
a) Legislativo: Controle parlamentar direto (ma-
(Ministros, etc.), antes de tomar alguma decisão,
nifesta a vontade popular) ou pelo Tribunal de Con-
estabeleça uma consulta formal à Procuradoria
tas.
para que emita pareceres jurídicos com opinião téc-
nica. b) Judicial: realizado pelo Poder Judiciário, me-
diante provocação de qualquer interessado que es-
Ex.. O art. 53 Lei 14.133/2021 exige que a ad-
teja sofrendo lesão ou ameaça de lesão. Apenas
vocacia jurídica elabore parecer jurídico sobre a mi-
no aspecto da legalidade.
nuta do edital de licitação.
c) Administrativo: Poder de autotutela da Admi-
Controle Posterior: É um controle exercido em
nistração, mediante provocação ou de ofício.
relação a um determinado ato/negócio jurídico que
já foi editado/celebrado. Assim, o ato já existe e já
produz efeitos. No momento em que o controle

513
CONTROLE ADMINISTRATIVO pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni-
dade, respeitados os direitos adquiridos.
EXERCIDO PELA PRÓPRIA ADMINIS-
Controle Administrativo Autotutela
TRAÇÃO (PODER DE AUTOTULA)
É o controle exercido pela própria entidade ad-
Conceito ministrativa em relação a seus atos.
É aquele exercido pela própria Administração Tutela - é a ideia de supervisão ministerial (ad-
Pública em relação aos próprios atos administrati- ministração pública indireta).
vos. Logo, Controle Administrativo é o controle Tutela administrativa - a tutela administrativa é
exercido pelo executivo (função típica e regular), ou exercida a partir da ideia de supervisão ministerial
seja, pela própria administração pública. (consagrada no DL 200/67 em âmbito federal).
Não podemos esquecer que os poderes legis- O que temos aqui é o controle exercido pela
lativo e judiciário, ao lado de suas funções típicas AP direta em relação às suas entidades da AP in-
(legislativa e jurisdicional), também exercem fun- direta. No DL 200/67, a União, apresentada por seu
ções atípicas administrativas. E, quando assim o fi- ministério, vai controlar uma determinada autar-
zerem, vão se submeter às mesmas ideias que quia, estatal, fundação. Tal controle é chamado de
aqui estão sendo apresentadas. Assim, o executivo tutela.
é protagonista, mas não tem exclusividade quanto
Dica: Tutela administrativa/supervisão ministe-
às funções administrativas.
rial: Mera vinculação! Não é subordinação!! Apenas
com previsão legal expressa.
TUTELA E AUTOTUTELA Meios de Controle
ADMINISTRATIVA
Temos meios diversos para o exercício do con-
trole administrativo
Autotutela administrativa Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
(1) Fiscalização hierárquica: exercida no âm-
danielicoense@gmail.com
A autotutela administrativa é o controle exer-
bito de uma mesma pessoa jurídica administrativa,
cido pela própria entidade administrativa em 609.749.013-50
rela- entre seus órgãos e agentes;
ção a seus atos.
(2) Supervisão Ministerial (Controle Finalís-
Então, uma determinada PJ da administração
tico): manifesta-se entre entidades diferentes base-
pública tem seus órgãos internos despersonaliza- ada na relação de vinculação existente. Depende
dos e, quando ela editar um ato administrativo, de norma legal, não havendo hierarquia.
essa PJ vai poder controlar seu próprio ato. Assim,
chama-se isso de autotutela ou autocontrole. (3) Provocação da Administração Pública: De-
corre do direito de petição (art. 5º, XXXIV, CF) e
Assim, a autotutela é o controle exercido pela pode se dar por
própria pessoa jurídica que editou o ato controlado,
sob o aspecto de legalidade ou conveniência e • Representação: Ato em que o particular re-
oportunidade. quer a anulação do ato lesivo ao interesse público.
Nesse caso, o peticionante NÃO é diretamente pre-
Não se pode esquecer que pode haver con-
judicado, agindo como representante da coletivi-
trole externo de legalidade desses atos pelo judici-
dade. Ex.: impugnação de edital de licitação por ci-
ário e pelo legislativo. dadão qualquer.
Ex. autarquia (PJ de direito público da Admi-
• Reclamação: Objetiva a retirada de conduta
nistração indireta), por meio de seus órgãos inter-
administrativa que viola direito preexistente do pe-
nos e agentes públicos, edita ato administrativo.
ticionante. Busca a anulação de ato que lhe causou
Assim, ela mesma pode exercer a autotutela, po-
prejuízos diretamente. Ex.: licitante impugna edital
dendo anular por ilegalidade ou revogar por conve- de licitação que o desclassificariam do certame
niência e oportunidade seus próprios atos.
• Pedido de reconsideração: Pedido de retrata-
Ex. arts. 53 e 54 da Lei 9.784/99 e súmula 473
ção da autoridade à conduta anteriormente prati-
do STF. cada.
Art. 53, Lei n°9.784/99 - A Administração deve anular seus
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e

514
Recursos Administrativos Ex.: nomeação do Procurador-Geral da Repú-
STF: o duplo grau é inerente à garantia da ampla defesa.
blica e dos Ministros do STF, STJ dependem de
aprovação prévia do SF, Ministros do STF e STJ).
Na seara administrativa, NÃO há vedação à re-
formatio in pejus. ou seja uma decisão proferida em Ex.: nomeação de dirigente de agência regula-
sede de recurso administrativo poderá piorar a si- dora é ato complexo, dependendo, não só da von-
tuação do recorrente, em respeito ao princípio da tade do Poder Executivo, mas também da aprova-
verdade material e da legalidade estrita da atuação ção do SF.
administrativa. Controle dos Tribunais de Contas
Tal controle financeiro possibilita, pelo menos
CONTROLE LEGISLATIVO no art. 49, inc. IX, que o Congresso Nacional venha
julgar as contas prestadas pelo Presidente da Re-
Trata-se de CONTROLE EXTERNO. O legisla- pública. E, ao julgar anualmente essas contas pres-
dor vai controlar os atos do poder executivo dentro tadas pelo PR, o Congresso Nacional emite pare-
dos próprios limites consagrados no texto constitu- cer.
cional. A premissa toda do controle externo (não
apenas do poder legislativo sobre os atos do poder TRIBUNAL DE CONTAS
executivo, mas também no controle judicial) é com-
preender o princípio da separação de poderes. O poder legislativo exerce o controle dos atos
Assim, devemos lembrar a noção de que: a se- administrativos, mas, em alguns casos, temos o
paração de poderes no BR leva em conta o critério controle sendo exercido pelo TRIBUNAL DE CON-
da preponderância da função que é exercida pelo TAS. Assim, além do Congresso Nacional, o Tribu-
poder, e não o critério da exclusividade (funções tí- nal de Contas também faz o controle dos atos do
picas e atípicas). Executivo.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Além da ideia da preponderância (e não da ex- Nos estados, há controle pelas Assembleias
danielicoense@gmail.com
Legislativas e pelos TCEs.
clusividade), há, ainda, na CRFB/88, diversas nor-
mas que trazem freios e contrapesos, permitindo
609.749.013-50
Já nos municípios, o controle é feito pela Câ-
que um poder controle o outro nos estritos limites mara de Vereadores e temos duas exceções que
constitucionais. Ex.: Poder Legislativo e Poder Ju- possuem
diciário controlando atos do Poder Executivo.
Tribunal de Contas do Município: RJ e SP.
Principais possibilidades de controle do Legis- Contudo, em regra, nos municípios, o controle é
lativo sobre os atos do Executivo: pela Câmara de Vereadores e pelo TCE.
Controle Parlamentar Direto Tribunal de Contas do Município ou Tribunal de
Sobre as atividades da Administração, só pode Contas Municipal é um órgão MUNICIPAL que tem
se dar nas hipóteses taxativamente previstas na a função de auxiliar uma única Câmara Municipal
CF, sob pena de violação à tripartição de poderes. no exercício do controle externo em relação a um
determinado Município.
• O Poder Legislativo pode sustar atos norma-
tivos do Poder Executivo que exorbitarem do poder
regulamentar (art. 49, V, da CRFB/88). CONTROLE JUDICIAL
Art. 49, da CRFB/88 - É da competência exclusiva do Con- SISTEMAS DE CONTROLE JUDICIAL
gresso Nacional:
V - Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exor-
bitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
Sistema da dualidade da jurisdição (conten-
legislativa;. cioso administrativo)
• Autorização e aprovação de atos administra- De origem francesa, consagra duas ordens de
tivos em determinadas hipóteses (art. 52, III; art. jurisdição: ordinária, exercida pelo Judiciário, e ad-
101, p.ú, da CRFB/88) – exige-se aprovação do Se- ministrativa, exercida por juízes e Tribunais Admi-
nado de alguns nomes que serão indicados para nistrativos;
determinados cargos comissionados.
Sistema da jurisdição uma

515
De origem inglesa, atribui ao Poder Judiciário O ordenamento jurídico tem previsto, de forma
o poder de decidir de maneira definitiva sobre a ju- crescente, instrumentos de participação do cidadão
ridicidade de todos os atos praticados. na elaboração de políticas públicas, bem como no
Quanto ao controle da Administração Pública, controle da ação administrativa. A participação po-
o Direito brasileiro adotou o SISTEMA DE JURIS- pular em procedimentos administrativos permite a
DIÇÃO ÚNICA (INGLÊS), em que todos os litígios elaboração de decisão pública a partir de necessi-
podem ser levados ao Poder Judiciário. dades e expectativas da sociedade civil. Isso torna
a atuação administrativa mais adequada e legítima,
• Prazo prescricional: 05 anos. evitando discussões posteriores tendentes a gerar
• Coisa julgada administrativa: NÃO impede a instabilidade social.
revisão judicial da decisão prolatada
FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
TENDÊNCIAS DO CONTROLE JURIS-
DICIONAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Falar em controle judicial de ato administrativo
é tratar, por exemplo, de ações judiciais que são
A PARTIR DE UMA VISÃO PRAGMÁTICA
propostas para discutir, por exemplo, a validade de
um ato administrativo editado pelo executivo.
Relativização do formalismo e ênfase no re- Nesse contexto, é o poder público que vai ser le-
sultado
vado a juízo e a Fazenda Pública em juízo tem uma
Supressão de controles meramente formais ou série de prerrogativas e peculiaridades.
cujo custo seja evidentemente superior ao risco e
A expressão “fazenda pública” tem sido conce-
predomínio da verificação das consequências da bida, no campo do processo civil e da doutrina,
ação administrativa.
como uma expressão que vai englobar tão somente
Predomínio do controle a posteriori Danielem de-
RIBEIRO as pessoas
DE ANDRADEjurídicas de direito público.
trimento do controle preventivo
Logo, as prerrogativas da FP vão se aplicadas,
danielicoense@gmail.com
O intuito é evitar que os órgãos de controle se em princípio, às PJ de direito público. Assim, não
609.749.013-50
transformem em administradores ou gestores. serão necessariamente aplicadas às PJ de direito
STF: Já declarou a inconstitucionalidade de norma que es- privado da AP: empresa pública, sociedade de eco-
tipulava o dever genérico de envio de todas as minutas de nomia mista e fundação estatal de direito privado.
editais de licitação e contratos às cortes de contas, tendo
em vista o princípio da separação e poderes. Assim são aplicáveis:

Controle judicial primordialmente ablativo e - União


não substitutivo - Estados
A atividade judicial, em respeito à capacidade - DF
das instituições dos demais poderes (teoria dos di-
- Municípios
álogos institucionais) e às próprias limitações insti-
tucionais do Poder Judiciário, deve ser predomi- - Autarquias
nantemente corretiva da atividade administrativa, e - Fundações estatais de direito público.
não substitutiva.
Veja algumas prerrogativas processuais da Fa-
Reforço da legitimidade das decisões judi- zenda Pública em Juízo:
ciais
Foro privativo
Necessidade de maior legitimidade democrá-
• Competência da justiça federal comum para
tica da atuação jurisdicional, com destaque para as
processar e julgar as causas em que a União, enti-
exigências reforçadas de fundamentação das deci-
dade autárquica ou empresa pública federal forem
sões e diálogo com a sociedade (democracia deli-
berativa). interessadas, independentemente de serem auto-
ras, rés, assistentes ou oponentes.
Novos mecanismos de controle social e de-
ferência judicial • Exceção: causas de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Jus-
tiça do Trabalho (art. 109, I, da CRFB/88).

516
• Em relação às sociedades de economia A regra é o pagamento pela ordem cronológica
mista, mesmo as federais (ex. Petrobras): é com- dos precatórios (Art. 100 da CRFB/88). Já a exce-
petente a Justiça Comum para julgar as causas em ção é a requisição de pequeno valor - RPV (art.
que é parte sociedade de economia mista (súmula 100, §3º, da CRFB/88), que é uma ordem expedida
556 do STF). pela autoridade judicial à autoridade da Fazenda
Súmula 556, STF - É competente a Justiça Pública responsável para pagamento da quantia
Comum para julgar as causas em que é parte devida.
sociedade de economia mista. O ADCT traz valores, mas permite que leis es-
taduais, municipais e federal estabeleçam valores
próprios levando em conta suas realidades finan-
Reexame Necessário ceiras.
Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não Segundo o Art. 87 do ADCT da CF/88, para os
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo entes que não editarem suas leis, serão adotados,
tribunal, a sentença: como “pequeno valor” os seguintes montantes:
1. Proferida contra a União, os Estados, o Dis- • Até 60 salários mínimos para a União;
trito Federal, os Municípios e suas respectivas au-
tarquias e fundações de direito público; • Até 40 salários mínimos para Estados e para
o DF.
2. Que julgar procedentes, no todo ou em
parte, os embargos à execução fiscal (art. 496 do • Até 30 salários mínimos para Municípios.
CPC/15).
Contudo, não se aplica isso quando a conde-
nação ou o proveito econômico obtido na causa for
de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) sa-
Daniel RIBEIRO
lários-mínimos para a União e as respectivas autar- DE ANDRADE
quias e fundações de direito público; danielicoense@gmail.com
II - 500 (qui- A responsabilidade civil do Estado consiste no
nhentos) salários-mínimos para os Estados, 609.749.013-50
o Dis- dever de reparação, ou seja, pagamento de indeni-
trito Federal, as respectivas autarquias e fundações zação, em razão dos danos causados pela conduta
de direito público e os Municípios que constituam estatal, seja comissiva, omissiva, lícita ou ilícita.
capitais dos Estados; III- 100 (cem) salários-míni-
Trata-se da responsabilidade extracontratual,
mos para todos os demais Municípios e respectivas
uma vez que a responsabilidade decorrente do
autarquias e fundações de direito público (art. 496,
descumprimento de contrato administrativo é estu-
§3º, do CPC/15).
dada na Lei de Licitações e Contratos Administrati-
Ademais, também não se aplica o reexame ne- vos, que disciplina as consequências da sua ocor-
cessário quando a sentença estiver fundada em: rência.
I - Súmula de tribunal superior; Ressalta-se que, condutas lícitas, amparadas
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal pelo direito, também acarretam o dever de indeni-
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul- zar se causarem danos desproporcionais a tercei-
gamento de recursos repetitivos; ros.

III - entendimento firmado em incidente de re- Iremos aprofundar isso adiante, mas, de início,
solução de demandas repetitivas ou de assunção é importante ter em mente que a responsabilidade
de competência; civil estatal é baseada na seguinte fundamentação:

IV - Entendimento coincidente com orientação • Responsabilidade civil decorrente de conduta


vinculante firmada no âmbito administrativo do pró- ilícita fundamenta-se no princípio da legalidade.
prio ente público, consolidada em manifestação, • Responsabilidade civil decorrente de conduta
parecer ou súmula administrativa lícita fundamenta-se no princípio da isonomia.
(Art. 496, §4º, do CPC/15). A responsabilidade civil do Estado é uma téc-
Pagamento de Débitos Judiciais Transita- nica de socialização dos danos, que envolve a re-
dos em Julgado partição dos riscos à luz da isonomia. Isso porque,
se a sociedade se beneficia com uma conduta

517
estatal, não seria adequado um cidadão suportar III. Nexo de causalidade;
sozinho um dano dela decorrente. É por isso que IV. Dolo / Culpa.
essa responsabilidade, em regra, é de caráter ob-
jetivo, dependendo da demonstração apenas da Corroborando ao exposto, preleciona Matheus
conduta estatal, dano e nexo causal, o que será de- Carvalho:
talhado posteriormente. “Para que se possa admitir a incidência desta
teoria, necessita-se da comprovação de alguns ele-
EVOLUÇÃO DA mentos: a conduta do Estado; o dano; o nexo de
causalidade e o elemento subjetivo, qual seja, a
RESPONSABILIDADE CIVIL
culpa ou o dolo do agente. Esses elementos são
indispensáveis para a caracterização da responsa-
Ao longo da história a responsabilidade civil do
bilidade, pois, quando não observados, podem ge-
Estado foi desenvolvida, partindo-se da completa rar a exclusão desta responsabilidade”.
irresponsabilidade pelos danos causados até o ad-
vento da teoria do risco integral. Nesse contexto, Além disso, era preciso distinguir atos de im-
foram elaboradas teorias para explicar as formas pério e atos de gestão, sendo que só era admitida
de responsabilização estatal, conforme exposto a responsabilidade civil decorrente dos atos de
abaixo. gestão. Atos de império são aqueles em que o Es-
tado atua valendo-se de sua supremacia sobre o
Cuidado: Fique atento a nomenclatura e os particular, enquanto os atos de gestão são pratica-
fundamentos de cada teoria, bem como quais e
dos sem supremacia, quando o Estado atua em pa-
quando tem incidência no Brasil, pois são pontos tamar de igualdade com o particular.
frequentemente cobrados em provas.
É fase civilista, pois a responsabilização ocorre
Teoria da Irresponsabilidade do Estado
nos moldes do Direito Civil.
Incidia no tempo dos Estados absolutistas. Já
Verifica-se, portanto, que a responsabilização
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
que o monarca editava as leis, o Estado NÃO fa- ficava condicionada à identificação pela vítima do
lhava (personificação divina do chefe danielicoense@gmail.com
de Estado), agente público responsável pelo dano e a compro-
de modo que, nessa fase, não se concebia a609.749.013-50
res- vação de sua culpa, a chamada culpa individual.
ponsabilização estatal, ou seja, o Estado não era Esta identificação, com o decorrer dos anos, tor-
responsável pelos danos causados aos seus súdi- nou-se extremamente onerosa para o particular, o
tos.
que acabava por ocasionar uma verdadeira irres-
Nesse contexto, qualquer ideia de responsabi- ponsabilidade estatal.
lidade do Estado importaria em violação da sobera- Teoria Publicista (Responsabilidade com
nia estatal. Previsão legal)
Perdurou até por volta do século XX.
Tem origem na França, em 1873, a partir do
Brasil: NÃO houve a fase da irresponsabili- Caso Blanco5
dade.
.Inicialmente, o Estado passa a ser responsá-
Teoria Civilista (Responsabilidade Subje- vel em casos pontuais, sempre que houvesse pre-
tiva) visão legal específica.
A Teoria da Responsabilidade Civil evoluiu e As teorias publicistas se desenvolvem posteri-
passou a admitir a sua responsabilidade sem a ne- ormente na teoria da culpa do serviço e teoria do
cessidade expressa de previsão legal, porém risco.
sendo fundamental a demonstração da intenção do Culpa do serviço (Faute du servisse = Culpa
agente público (elemento subjetivo: dolo ou culpa). anônima)
Assim, era necessário identificar o agente causador
do dano. A vítima deve apenas comprovar que o serviço
foi mal prestado ou prestado de forma ineficiente
Considerando que o fundamento é a intenção
ou ainda com atraso, sem necessariamente apon-
do agente público, deve se comprovar: tar o agente causador.
I. Conduta do Estado;
NÃO se baseia na diferença entre atos de ges-
II. Dano; tão e atos de império, tampouco na culpa do agente

518
(culpa individual), mas sim na culpa do serviço • Pessoas jurídicas de direito público da admi-
como um todo (também chamada de Culpa Anô- nistração direta;
nima). Houve, portanto, o fim exigência da culpa in- • Autarquias e fundações de direito público;
dividualizada e consagração da culpa anônima
(culpa presumida). • Empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista prestadoras de serviço público (portanto,
3 situações caracterizam a culpa do serviço:
excluídas as estatais que exploram atividade
1) Ausência do serviço; econômica);
2) Má prestação do serviço (serviço prestado • Prestadores de serviço público por delega-
de maneira defeituosa); ção (concessionárias e permissionárias do serviço
3) Prestação tardia, intempestiva do serviço. público), hipótese em que o Estado é responsável
e) Teoria do Risco (Responsabilidade Obje- subsidiariamente.
tiva) Conforme o dispositivo constitucional, é neces-
Na fase da responsabilidade civil objetiva, não sário que a conduta seja perpetrada por agente pú-
há preocupação com o elemento subjetivo (dolo ou blico atuando nessa qualidade. Isso significa que
culpa), seja por parte do agente ou por parte do ser- não é preciso que o agente esteja no exercício da
viço da administração, bastando-se comprovar a função, atuação mais restrita que a exigida na Lei
mera relação causal entre o comportamento do Maior. Além disso, a expressão utilizada envolve
agente público e o dano. qualquer pessoa que exerça função pública, inde-
pendentemente do vínculo com a Administração.
Assim, são elementos da responsabilidade ci- Nesse sentido, até mesmo um voluntário que auxi-
vil: lia o Poder Público pode ensejar dano pelo qual o
I. Conduta lícita ou ilícita do agente; Estado será responsabilizado.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
II. Dano (usuário ou não do serviço); Para o STJ, o Estado responde por atos de ter-
ceirizados
danielicoense@gmail.com contratados por interposta pessoa para
III. Nexo causal.
prestar serviços aos Órgãos Públicos (REsp
Note que NÃO precisa
609.749.013-50
comprovar 904127).
DOLO/CULPA. Esse é o grande diferencial da Res-
O tabelião e o registrador são profissionais do
ponsabilidade Civil Objetiva. Para comprová-la,
direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o
basta a mera relação causal entre o comporta-
exercício da atividade notarial e de registro. Logo,
mento de um agente e o dano.
na classificação dos agentes públicos, são consi-
Surgiu no ordenamento jurídico brasileiro na derados particulares em colaboração. Assim, de
Constituição de 1946 e foi consagrada na Consti- acordo com o STF, o Estado possui responsabili-
tuição de 1988, no art. 37, § 6º (regra geral da res- dade civil direta e primária pelos danos que tabe-
ponsabilidade). liães e oficiais de registro, no exercício de serviço
Teorias legitimadoras público por delegação, causem a terceiros.
a) Teoria do risco administrativo;
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
b) Teoria da repartição dos encargos sociais.
Elementos da responsabilidade civil objetiva
AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL Conduta (fato administrativo)
Art. 37, § 6º, da CRFB/88 Deve ser praticado por determinado agente pú-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
blico que atue nesta qualidade ou que dela se apro-
privado prestadoras de serviços públicos responderão pe- veite para causar dano (Teoria da Imputação).
los danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- A conduta que enseja a responsabilidade obje-
ponsável nos casos de dolo ou culpa. tiva é a conduta comissiva. Em caso de omissão, a
responsabilidade é subjetiva (conforme a doutrina
Logo, incide sobre todos os agentes que atuam
majoritária que será aprofundada adiante).
na prestação de serviços públicos:

519
A conduta pode ser ilícita ou lícita (causadora Condutas posteriores, alheias à vontade do
de danos desproporcionais). Estado, apesar de causar dano a terceiro, implicam
• Para condutas ILÍCITAS: fundamento na le- na incidência da teoria da interrupção do nexo cau-
galidade. sal, a excluir a responsabilidade estatal, quando
configurado caso fortuito, força maior, culpa exclu-
• Para condutas LÍCITAS: fundamento na iso- siva.
nomia. A doutrina admite em duas situações:
Teorias do nexo de causalidade
I. Expressa previsão legal. Ex.: responsabili-
dade da União por danos provocados por atenta- Teoria da equivalência das condições (con-
dos terroristas contra aeronaves de matrícula bra- ditio sine qua non)
sileira; Todos os antecedentes que contribuírem de
II. Sacrifício desproporcional ao particular. Ex.: alguma forma para o resultado são equivalentes,
determinação estatal de que em uma rua no centro considerados causas do dano. A eliminação hipo-
da cidade não será possível a circulação de carros, tética de uma dessas condições afastaria a ocor-
de modo que o dono de um estacionamento rota- rência do resultado. Crítica: regresso ao infinito do
tivo tem sua atividade econômica inviabilizada. nexo de causalidade.

Teoria do duplo efeito dos atos administrativos: Teoria da causalidade adequada


ocorre quando um mesmo ato administrativo causa Considera causa do evento danoso aquela
dano específico, anormal a uma pessoa e para a que, em abstrato, seja a mais adequada para a pro-
outra NÃO causa dano passível de indenização. dução do dano.
Dano Teoria da interrupção do nexo causal
É indispensável o dano jurídico, ou seja, dano Os antecedentes do resultado NÃO se equiva-
tutelado pelo direito, ainda que exclusivamente mo- lem e apenas o evento que se vincular direta e ime-
ral. Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
diatamente com o dano será considerado causa
danielicoense@gmail.com
necessária do dano. Adotada no art. 403 do CC.
Na hipótese de danos decorrentes de atos líci-
tos, é necessário comprovar que os danos609.749.013-50
são Interrupção do nexo causal:
anormais e específicos. Isso porque, diante do • Fato exclusivo da vítima: A vítima, sozinha,
risco social, danos normais e genéricos, que decor- deu causa ao evento danoso sem qualquer colabo-
ram de condutas lícitas do Poder Público, NÃO en- ração (ativa ou passiva) por parte do Estado. Au-
sejam responsabilidade civil do Estado. sência de nexo causal.
O ressarcimento engloba os danos morais e
materiais (dano emergente ou lucro cessante). • Fato de terceiro que não possui vínculo com
Além disso, conforme entendimentos sumulados o Estado: Quem causou o dano foi terceiro. Ex.: ar-
do STJ: remesso de pedras por terceiros contra passagei-
Súmula n°43, STJ: Incide correção monetária sobre dívida ros.
por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
Concessionária de rodovia não responde por
Súmula n°54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do roubo e sequestro ocorridos nas dependências de
evento danoso, em caso de responsabilidade extracontra- estabelecimento por ela mantido para a utilização
tual. de usuários. A segurança que a concessionária
Nexo de causalidade deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom es-
Em regra, o Brasil adotou a teoria da causali- tado de conservação e sinalização da rodovia. Não
dade adequada, em que o Estado responde desde tem, contudo, como a concessionária garantir se-
que a sua conduta tenha sido determinante para o gurança privada ao longo da estrada, mesmo que
dano causado ao agente. seja em postos de pedágio ou de atendimento ao
usuário. O roubo com emprego de arma de fogo é
A responsabilidade civil do Estado pressupõe: considerado um fato de terceiro equiparável a força
I. Previsibilidade do evento danoso; maior, que exclui o dever de indenizar. Trata-se de
II. Evitabilidade do evento danoso. fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma im-
possibilidade absoluta de não ocorrência do dano.

520
STJ. 3ª Turma. REsp 1749941-PR, Rel. Min. Nancy resultado danoso. Fala-se em culpa concorrente da
Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640). Cui- vítima e do Estado. Nesse caso, ainda há respon-
dado: O STF já reconheceu a responsabilidade civil sabilidade estatal, mas que deve ser graduada no
da concessionária que administra a rodovia por caso concreto.
FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE OBS.: Para o STJ a existência de lei específica
598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em que rege a atividade militar (Lei n. 6.880/1980) não
8/5/2018 (Info 901). isenta a responsabilidade do Estado pelos danos
O Estado poderá ser responsabilizado quando morais causados em decorrência de acidente so-
configurada a sua omissão. Reconhecida a respon- frido durante as atividades militares.
sabilidade estatal por acidente com evento morte
em rodovia, é devida a indenização por danos ma-
FUNDAMENTOS DA
teriais aos filhos menores e ao cônjuge do de cujus.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Presentes os elementos necessários para res-
ponsabilização do Estado pelo evento morte, deve- (1) Teoria do Risco Administrativo
se reconhecer devida a indenização por danos ma-
teriais, visto que a dependência econômica dos (2) Teoria do Risco integral
cônjuges e filhos menores do de cujus é presumida, (3) Teoria da Repartição dos encargos sociais
dispensando a demonstração por qualquer outro ou da repartição social dos encargos
meio de prova. STJ, 1 Turma.REsp 1709727-SE,
(4) Princípio Republicano
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
05/04/2022 (Info 733). Teoria do Risco Administrativo
• Caso fortuito e força maior: Podem decorrer É a teoria adotada como regra para os casos
da ação humana ou de eventos da natureza, sendo de responsabilidade civil objetiva do Estado.
imprevisíveis, inevitáveis e estranhos vontade DEAquele
Danielà RIBEIRO ANDRADEque desempenha uma atividade de risco
das partes. responde de forma objetiva. As atividades estatais
danielicoense@gmail.com
possuem um risco inerente, e se o Estado assume
Há autores que diferenciam o caso fortuito da
609.749.013-50
esta atividade, na hipótese de sobrevir um dano ou
força maior, e só admitem a força maior como
prejuízo ao particular, havendo um nexo causal en-
causa excludente. Nesse sentido, Maria Sylvia Di
tre o dano e a atividade do Estado, ele vai ter que
Pietro sustente que força maior decorre de ação da
indenizar o particular.
natureza (ato externo) e o caso fortuito decorre de
ato humano ou falha da natureza. Somente a força Responsabiliza o ente público, objetivamente,
maior excluiria a responsabilidade do Estado. Con- pelos danos que seus agentes causarem a tercei-
tudo, esse entendimento não encontra ressonância ros, mas admite a exclusão se ausente um dos ele-
no STF, que afasta a responsabilidade do Estado mentos dessa responsabilidade.
nas duas hipóteses. Teoria do Risco Integral
Além disso, a doutrina vem diferenciando o for- Parte da premissa de que o ente público é o
tuito externo (risco estranho à atividade) do fortuito garantidor universal e a simples existência do dano
interno (risco inerente ao exercício da própria ativi- e nexo causal é suficiente para que surja a obriga-
dade). Para aqueles que fazem essa distinção ape- ção de indenizar.
nas no fortuito externo o Estado NÃO será respon-
sabilizado. Ou seja: há exclusão do nexo causal no Responsabilização absoluta do Estado por da-
caso fortuito externo. nos ocorridos em seu território, de modo que a teo-
ria do risco integral NÃO admite as hipóteses de
Em caso de omissão do Estado, ainda que ve- excludentes de nexo causal.
rificada situação de caso fortuito ou força maior, o
Ex.:
Poder Público poderá ser responsabilizado. Ex.:
chuva forte que causa enchente na cidade, quando • Atividade nuclear (art. 21, XXIII, “d”, da
o Estado negligenciou o serviço de limpeza dos bu- CF/88);
eiros. • Danos ao meio ambiente (art. 225, § 3º da
• Causas excludentes e atenuantes: Ocorre CF/88);
quando duas causalidades contribuem para o

521
• DPVTA (nesse caso, a seguradora fica no RESPONSABILIDADE DO AGENTE
polo passivo);
• Crimes a bordo de aeronaves no espaço aé- O art. 37, §6º, CRFB consagra dois regimes ju-
reo brasileiro e danos decorrentes de ataques ter- rídicos distintos de responsabilidade:
roristas.
1) Responsabilidade objetiva das pessoas jurí-
Teoria da Repartição dos Encargos Sociais dicas de direito público e das pessoas jurídicas de
Em apreço à isonomia, a coletividade que se direito privado prestadoras de serviços públicos;
beneficia com as atividades administrativas desen- 2) Responsabilidade pessoal e subjetiva dos
volvidas tem o ônus de ressarcir aqueles que sofre- agentes públicos. O dano provocado pelo Estado
ram danos em razão da mesma atividade. Ou seja: gera para a vítima o direito a indenização que pode
os ônus inevitáveis de benefícios proporcionados à ser feita pela via administrativa ou judicial. Não ha-
coletividade têm que ser suportados (proporcional- vendo reparação administrativa, a vítima ingressa
mente) por todos os beneficiários. Se a distribuição com ação judicial em face do Estado.
do dano for desproporcional (alcançando um ou
apenas um grupo determinado de indivíduos) Por sua vez, a ação de regresso é a ação do
nasce o dever de ressarcimento com base na teo- Estado contra o seu agente, causador do dano.
ria. O conceito de agentes públicos, conforme
É utilizado pela doutrina majoritária para legiti- visto, engloba toda e qualquer pessoa no exercício
mar a responsabilização objetiva do Estado pelos da função pública, desde que verificada ligação di-
danos decorrentes de um ato lícito estatal. reta entre o dano e o exercício da função pública,
ainda que o servidor esteja fora de sua jornada de
trabalho.
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO
OBS.: Se agentes putativos, a responsabili-
Daniel RIBEIRO DE dadeANDRADE
funda-se na teoria da aparência. Já se agen-
A doutrina diverge sobre a natureza da respon-
danielicoense@gmail.com
tes de fato necessários, a responsabilidade se jus-
sabilidade civil nos casos de omissão estatal. Tam-
tifica no funcionamento inadequado do serviço que
609.749.013-50
bém há oscilação na jurisprudência:
contribuiu para a situação emergencial.
1ª Corrente
Jurisprudências relevantes sobre o tema
Responsabilidade objetiva, pois o art. 37 NÃO
Reconhecida a responsabilidade estatal por
faz distinção entre condutas comissivas e omissi-
acidente com evento morte em rodovia, é devida a
vas. Assim, para essa corrente, as duas espécies
indenização por danos materiais aos filhos meno-
de atos (comissivos e omissivos) estariam sob a
res e ao cônjuge do de cujus
égide a responsabilidade objetiva, independente de
culpa. (Hely Lopes Meirelles) (...) O Tribunal de origem reconheceu a conduta omissiva
e culposa do ente público, relacionada ao dever de sinali-
2ª Corrente zação da via pública, sobretudo no ponto onde havia a cra-
tera que dificultava a livre circulação e segurança dos veí-
Responsabilidade subjetiva, com presunção culos. Porém, deu parcial provimento ao apelo dos autores,
de culpa do poder público, tendo em vista que na condenando o demandado tão somente ao pagamento de
omissão o Estado NÃO é causador do dano (ou indenização por danos morais no importe de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), sendo R$ 10.000,00 (dez mil reais) para
seja: a omissão não causa nada), mas atua de cada recorrente. REsp n. 1.709.727/SE, relator Ministro Be-
forma ilícita (com culpa) quando descumpre o de- nedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 5/4/2022,
ver legal de impedir a ocorrência do dano. Para DJe de 11/4/2022.
essa corrente, deve-se demonstrar que o agente
que se omite viola o dever objetivo de cuidado. (Di O Estado responde de forma objetiva pelos da-
Pietro, Celso Antônio Bandeira de Melo, Carvalho nos causados a profissional de imprensa ferido, por
Filho e precedentes do STJ). policiais, durante cobertura jornalística de manifes-
tação pública em que ocorra tumulto ou conflito,
STJ: A responsabilidade civil do Estado por condutas omis-
sivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência desde que o jornalista não haja descumprido osten-
na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade. siva e clara advertência quanto ao acesso a áreas
definidas como de grave risco à sua integridade

522
física, caso em que poderá ser aplicada a exclu-
dente da responsabilidade por culpa exclusiva da
vítima
Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil
do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por
agentes policiais durante cobertura jornalística, em mani-
festações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e
manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da
culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissi-
onal de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência
sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco
à sua integridade física”. STF. Plenário. RE 1209429/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 10/6/2021 (Repercussão Geral –
Tema 1055) (Info 1021).

Em regra, o Estado não tem responsabilidade


civil por atos praticados por presos foragidos; exce-
ção: quando demonstrado nexo causal direto.
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não
se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado
por danos decorrentes de crime praticado por pessoa fora-
gida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo
causal direto entre o momento da fuga e a conduta prati-
cada. STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio,
Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em
08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).

Daniel RIBEIRO DE ANDRADE


Para o reconhecimento da responsabilidade do
Estado em decorrência da fixação de danielicoense@gmail.com
preços no se-
609.749.013-50
tor sucroalcooleiro é indispensável a comprovação
de efetivo prejuízo, mediante perícia.
É imprescindível para o reconhecimento da responsabili-
dade civil do Estado em decorrência da fixação de preços
no setor sucroalcooleiro a comprovação de efetivo prejuízo
econômico, mediante perícia técnica em cada caso con-
creto. STF. Plenário. ARE 884325, Rel. Edson Fachin, jul-
gado em 18/08/2020 (Repercussão Geral - Tema 826.

523
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50

524
É um meio, método ou maneira de conduzir certas
atividades. A administração é um processo, posto
que todos os administradores, independentemente
de seus níveis ou funções, se engajam continua-
mente em certas atividades inter-relacionadas –
como planejar, organizar, dirigir e controlar – para
alcançar os objetivos desejados. Assim, o processo
administrativo é o conjunto e sequência das fun-
ções administrativas.
Segundo descreve Chiavenato (2003), quando
PROCESSO ADMINISTRATIVO NA consideradas em um todo integrado, as funções
administrativas formam o processo administrativo.
VISÃO DE FAYOL
Quando consideradas isoladamente, o planeja-
mento, a organização, a direção e o controle cons-
Conceito de administração tituem funções administrativas.
Fayol define o ato de administrar como: prever, Planejamento
organizar, comandar, coordenar e controlar. As fun-
ções administrativas envolvem os elementos da ad- Planejamento é o processo administrativo que
ministração, isto é, as funções do administrador: determina antecipadamente o que um grupo de
pessoas deve fazer e quais as metas que devem
1. Prever: visualizar o futuro e traçar o pro-
grama de ação. Daniel RIBEIRO DEser atingidas. O planejamento administrativo signi-
ANDRADE
fica decidir adiantado o que deve ser feito para al-
danielicoense@gmail.com
2. Organizar: constituir o duplo organismo ma- cançar determinado objetivo ou metas.
terial e social da empresa. 609.749.013-50
Ele apresenta algumas características de
3. Comandar: dirigir e orientar o pessoal. como estabelecer um processo permanente e con-
4. Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os tínuo, que se preocupa com a racionalidade de to-
atos e esforços coletivos. mada de decisões, sendo voltado para o futuro se-
lecionando entre várias alternativas disponíveis um
5. Controlar: verificar que tudo ocorra de curso de ação onde é sistêmico e interativo.
acordo com as regras estabelecidas e as ordens
dadas. Organização

Esses são os elementos da administração que Segundo Chiavenato (2000), “a palavra orga-
constituem o chamado processo administrativo – nização denota todo empreendimento humano
são localizáveis no trabalho do administrador em moldado intencionalmente para atingir determina-
qualquer nível ou área de atividade da empresa. dos objetivos”.

Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o De acordo com Chiavenato (2000), “a impor-
chefe, como o supervisor – cada qual em seu res- tância da organização entre outras é basicamente
pectivo nível – desempenham atividades de previ- a de agrupar pessoas e estruturar todos os recur-
são, organização, comando, coordenação e con- sos organizacionais para atingir os objetivos prede-
trole, como atividades administrativas essenciais. terminados”.
Com a organização a empresa reúne e integra
os recursos, define a estrutura de órgãos que de-
PROCESSO ADMINISTRATIVO NA verão administrá-los. Estabelecendo então a divi-
VISÃO MODERNA são do trabalho por diferenciação, possibilita os
meios de coordenar as diferentes atividades pela
Processo significa uma sequência de ações integração de seus setores e define os níveis de
que se sucedem para chegar a um determinado autoridade e de responsabilidade.
ponto. Uma maneira sistemática de fazer as coisas.

525
Verifica-se então que as empresas definem os rigidamente seguidos, formam o itinerário sujeito a
seus domínios, objetivos que pretendem alcançar e ajustamentos e correções, avanços e recuos, ao
seu ambiente de atuação onde procuram a sobre- longo de sua implementação; e
vivência e o crescimento, ou seja, “estabelecem es- • É sistêmico: o processo não pode ser anali-
tratégias para melhor aproveitamento e aplicação sado em cada uma de suas partes tomadas isola-
de seus recursos”. (Chiavenato, 2000). damente, mas em sua totalidade e globalidade.
Direção Para entender cada uma das funções administrati-
Para Hampton (1990) direção designa o pro- vas, é necessário conhecer todas as demais. Ne-
cesso pelo qual os gerentes procuram lidar com nhuma delas pode ser administrada sem uma es-
seus subordinados, liderando-os e comunicando- treita vinculação com as outras.
se com eles. Os outros processos administrativos – A imagem a seguir representa os passos bási-
planejamento, organização e controle – podem ser cos do Processo Organizacional.
vistos como interpessoais. Um gerente poderia pra-
ticá-los sozinho em seu escritório. Porém, liderar, "Administrar as relações com futuro"
ou a liderança, é diferente. A liderança refere-se ao Definir missão, objetivos, políticas e recursos.
processo interpessoal por meio do qual um gerente Planejar Avaliar a situação atual (interna e externa).
Formular planos (meios) para alcançar os obje-
procura influenciar os empregados para que eles tivos.
cumpram as tarefas. A liderança acontece não iso- Definir mecanismos de controle e avaliação.
ladamente, mas na inteiração. De todas as funções "Dispor/Alocar os recursos em uma estru-
da administração, a liderança parece ser a mais es- tura que facilite a realização dos objetivos"
Organi- Desenhar a estrutura organizacional e alocar
tudada, e possivelmente a menos compreendida. zar recursos.
Controle Dividir o trabalho – especializar.
Agrupar atividades e cargos – departamentali-
Pressupõe em um trabalho coordenado, que zar.
Daniel princí-
RIBEIRO DE ANDRADE Definir hierarquia (autoridade) e responsabilida-
facilite a troca de informações, estabelece des.
pios de acordo com o programa adotado, danielicoense@gmail.com
a função “Administrar pessoas para alcançar objeti-
administrativa do controle tem por objetivo medir e
609.749.013-50 vos”
corrigir o desempenho dos subordinados para as- Dirigir Designar pessoas
Liderar, orientar, coordenar esforços
segurar que os objetivos da organização e os pla- Incentivar, motivar
nos estabelecidos possam ser alcançados. Comunicar
“Assegurar a realização de objetivos”
A finalidade do controle e assegurar que os re- Contro- Definir padrões de desempenho.
sultados do que foi planejado, organizado e dirigido lar Monitorar o desempenho.
se ajustem tanto quanto possível aos objetivos pre- Comparar resultados com previsões – avaliar.
viamente estabelecidos. A essência do controle Corrigir falhas e melhorar.
está na veracidade se a atividade controlada está
ou não alcançando os objetivos determinados e os
resultados desejados.
Chiavenato (2004) aponta que o processo
administrativo apresenta as seguintes caracte-
rísticas básicas:
• É cíclico e repetitivo: o processo é perma- 1. Conceito de planejamento
nente e contínuo e está sempre sendo completado Chiavenato afirma que [...] O planejamento fi-
e repetido continuamente. Em cada ciclo, o pro- gura como a primeira função administrativa, por ser
cesso tende a melhorar e aperfeiçoar-se continua- aquela que serve de base para as demais funções.
mente; [...] determina antecipadamente quais são os obje-
• É interativo: isto é, cada função administra- tivos que devem ser atingidos e como se deve fazer
tiva interage com as demais, influenciando-as e para alcançá-los. [...] começa com a determinação
sendo por elas influenciada; dos objetivos e detalha os planos necessários para
atingi-los da melhor maneira possível. (CHIAVE-
• É iterativo: o processo administrativo é uma
NATO, 2004, p.126).
sequência de passos que, embora não sejam

526
Planejamento é a função administrativa que 4. Analisar as alternativas de ação: O quarto
define os objetivos e decide sobre os recursos e ta- passo do planejamento é a busca e análise dos cur-
refas necessárias para alcançá-los adequada- sos alternativos de ação. Trata-se de relacionar e
mente. A principal consequência do planejamento avaliar as ações que devem ser empreendidas.
são os planos, estes não somente demonstram 5. Escolher um curso de ação entre as várias
uma organização bem sucedida na realização de alternativas: O quinto passo é selecionar o curso de
suas metas e objetivos, como também funciona ação adequada para alcançar os objetivos propos-
como verdadeiros guias ou balizamentos (OLI- tos. Trata-se de uma tomada de decisão, em que
VEIRA, 2007). se escolhe uma alternativa e se abandona as de-
Segundo Stoner e Fremann (1999, p. 136) pla- mais. A alternativa escolhida se transforma em um
nejamento “é o processo de estabelecer objetivos plano para alcance dos objetivos.
e as linhas de ação adequada para alcançá-los”. Já 6. Implementar o plano e avaliar os resultados:
para Bateman e Snell (2009, p. 117) planejamento Fazer aquilo que o plano determina e avaliar cuida-
“é o processo consciente, sistemático de tomar de- dosamente os resultados para assegurar o alcance
cisões sobre metas e atividades que um indivíduo, dos objetivos, seguir através do que foi planejado e
gruo, uma unidade de trabalho ou uma organização empreender as ações corretivas à medida que se
buscarão o futuro”. tornarem necessárias.
Resumo 2. Conceito de estratégia.
Planejar significa olhar para frente, visualizar o A palavra estratégia tem origem grega. Provém
futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons pla- de stratego, que significa literalmente a arte da li-
nos, é ajudar as pessoas a fazer hoje as ações ne- derança. Era utilizada para designar a função do
cessárias para melhor enfrentar os desafios do chefe do exército. Durante vários séculos os milita-
amanhã. Em outros termos o planejamento consti- res utilizaram esta palavra para designar o caminho
tui hoje um componente essencialDaniel
em qualquer tipo DEque
RIBEIRO ANDRADE
era dado à guerra, visando a vitória militar. As-
de organização ou atividade. danielicoense@gmail.com
sim, a elaboração de planos de guerra passou a ser
Na lição de Chiavenato (2006), o planejamento denominada estratégia.
609.749.013-50
pode ser considerado como um processo constitu- [...] A estratégia é a ação ou o caminho mais
ído de uma série sequencial de seis passos: adequado a ser executado para alcançar, preferen-
1. Definição dos objetivos: O primeiro passo do cialmente desafios e metas estabelecidos, no me-
planejamento é o estabelecimento dos objetivos lhor posicionamento da empresa perante seu am-
que se pretende alcançar, ou seja, os objetivos da biente. É importante procurar substabelecer estra-
organização devem orientar todos os principais pla- tégias alternativas para facilitar as alterações dos
nos, servindo de base os objetivos departamentais. caminhos ou ações de acordo com as necessida-
Os objetivos devem especificar resultados deseja- des (OLIVEIRA, 2007, p. 53).
dos e os pontos finais a que se pretende chegar, CHIAVENATO e SAPIRO (2003, p. 41) concei-
para se conhecer quais os passos intermediários tua o termo estratégia como “um padrão ou plano
para chegar lá. que integra as principais políticas, objetivos, metas
2. Verificação da situação atual em relação aos e ações da organização”. Nessa mesma linha de
objetivos: Simultaneamente à definição dos objeti- raciocínio CHIAVENATO e SAPIRO (2003, p. 41)
vos deve-se avaliar a situação atual em contraposi- descreve que “uma boa estratégia pode assegurar
ção aos objetivos desejados, verificar onde se está a melhor alocação dos recursos em antecipação
e o que precisa ser feito. aos movimentos, planejados ou não, dos oponen-
3. Desenvolver premissas quanto às condições tes ou às circunstancias do ambiente”.
futuras: Premissas constituem os ambientes espe-
rados dos planos em operação. Como a organiza- CARACTERÍSTICAS DO
ção opera em ambientes complexos. Trata-se de PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO
gerar cenários alternativos para os estados futuros
das ações, analisando o que pode ajudar ou preju- E OPERACIONAL:
dicar o progresso em relação aos objetivos.
Planejamento estratégico

527
De acordo com Bateman e Snell (2009, p. 121) constante influência com o ambiente externo (ME-
planejamento estratégico é o “conjunto de procedi- YER JUNIOR, 1988).
mentos para tomada de decisão sobre os objetivos Planejamento tático
e as estratégias de longo prazo”
O planejamento tático tem como finalidade me-
Para Peter Drucker (apud Stoner, 1985, p.86) lhorar determinada área de resultado e não a em-
o planejamento estratégico é no campo de sua efi- presa como um todo, trabalhando com decomposi-
cácia e eficiência identificada como fazer a coisa ções dos objetivos, estratégias e políticas estabe-
certa em relação a seleção de seus objetivos e de- lecidas no planejamento estratégico (OLIVEIRA,
pois na determinação de como atingi-los, pois, se 2004).
não observados podem influenciar demasiada-
mente na sobrevivência e no crescimento de uma Conforme Bateman e Snell (2009, p. 122) pla-
organização. nejamento tático é o “conjunto de procedimentos
para traduzir objetivos estratégicos abrangentes
Segundo Oliveira (2004) planejamento estraté- em objetivos e planos específicos relevantes para
gico é o processo administrativo que estabelece a determinada parte da organização”.
melhor direção a ser adotada pela empresa, vi-
sando otimizado grau de interação com os ambien- De acordo com Pereira (2010, p.54) o planeja-
tes externo e interno, operando de forma inovadora mento tático:
e diferenciada, sendo capaz de influenciar todos da Relaciona-se com os objetivos de médio
empresa. prazo;
Conforme Schermerhorn (2008, p.144) plano Tem por finalidade otimizar determinada
estratégico “identifica diretrizes de longo prazo para área de resultado e não a organização como um
a organização” todo;
O planejamento estratégico é de forma geral Trabalha com decomposições das estraté-
entendido como um processo no qual Daniel RIBEIRO DE
a instituição gicasANDRADE
e ações estratégicas estabelecidas no plane-
danielicoense@gmail.com
determina seu futuro desejado e as formas efetivas jamento estratégico;
de fazê-lo acontecer (ANSOFF; MCDONNELL, 609.749.013-50É de responsabilidade da administração de
1993).
nível médio.
Pereira (2010, p.47) assegura que Planeja-
Assim, o planejamento tático é o planejamento
mento estratégico:
focado no médio prazo e que enfatiza as atividades
“é um processo que consiste na análise dos correntes das várias unidades ou departamentos
pontos fortes (competências) e fracos (incompetên- da organização. O médio prazo é definido como o
cias ou possibilidades de melhorias) da organiza- período que se estende por um ano. O administra-
ção e das oportunidades e ameaças do ambiente dor utiliza o planejamento tático para delinear o que
externo, com o fim de formular (formar) estratégias as várias partes da organização, como departa-
e ações estratégicas com a intenção de aumentar mentos ou divisões, devem fazer para que a orga-
a competividade e seu grau de resolutividade¨. nização alcance sucesso no decorrer do período de
O planejamento estratégico é um processo or- um ano de seu exercício. Os planos táticos geral-
ganizacional compreensivo de adaptação através mente são desenvolvidos para as áreas de produ-
da aprovação, tomada de decisão e avaliação. Pro- ção, marketing, pessoal, finanças e contabilidade.
cura responder a questões básicas, como: por que Para ajustar-se ao planejamento tático, o exercício
a organização existe, o que ela faz e como faz. O contábil da organização e os planos de produção,
resultado do processo é um plano que serve para de vendas, de investimentos etc. abrangem geral-
guiar a ação organizacional por um prazo de três a mente o período anual.
cinco anos. Os planos táticos geralmente envolvem:
Portanto, Planejamento estratégico, pode ser 1. Planos de produção: Envolvendo métodos e
conceituado como um processo continuado e adap- tecnologias necessárias para as pessoas em seu
tativo por meio do qual uma organização define (e trabalho, arranjo físico do trabalho e equipamentos
redefine) sua missão, seus objetivos e suas metas, como suportes para as atividades e tarefas.
escolhe as estratégias e meios para atingi-las em
um determinado período de tempo, através de

528
2. Planos financeiros: Envolvendo captação e O planejamento operacional é constituído de
aplicação do dinheiro necessário para suportar as uma infinidade de planos operacionais que prolife-
várias operações da organização. ram nas diversas áreas e funções dentro da orga-
3. Planos de marketing: Envolvendo os requi- nização. Cada plano pode consistir em muitos sub-
sitos de vender e distribuir bens e serviços no mer- planos com diferentes graus de detalhamento. No
cado e atender ao cliente. fundo, os planos operacionais cuidam da adminis-
tração da rotina para assegurar que todos execu-
4. Planos de recursos humanos: Envolvendo tem as tarefas e operações de acordo com os pro-
recrutamento, seleção e treinamento das pessoas cedimentos estabelecidos pela organização, a fim
nas várias atividades dentro da organização. Re- de que esta possa alcançar os seus objetivos. Os
centemente, as organizações estão também se planos operacionais estão voltados para a eficiên-
preocupando com a aquisição de competências es- cia (ênfase nos meios), pois a eficácia (ênfase nos
senciais para o negócio através da gestão do co- fins) é problema dos níveis institucional e interme-
nhecimento corporativo. diário da organização.
Contudo, os planos táticos podem também se Apesar de serem heterogêneos e diversifica-
referir à tecnologia utilizada pela organização (tec- dos, os planos operacionais podem ser classifica-
nologia da informação, tecnologia de produção dos em quatro tipos, a saber:
etc.), investimentos, obtenção de recursos etc.
1. Procedimentos: São os planos operacionais
Planejamento Operacional relacionados com métodos.
Para Bateman e Snell (2009, p.122) planeja- 2. Orçamentos: São os planos operacionais re-
mento operacional é o “processo de identificar pro- lacionados com dinheiro.
cedimentos e processos específicos requeridos
nos níveis mais baixos de uma organização”. 3. Programas (ou programações): São os pla-
nos operacionais relacionados com o tempo.
O planejamento operacionalDaniel
pode ser verifi- DE ANDRADE
RIBEIRO
cado como uma formalização dos dois anteriores, 4. Regulamentos: São os planos operacionais
danielicoense@gmail.com
relacionados com comportamentos das pessoas.
através de documentos escritos, das metodologias
609.749.013-50
de desenvolvimento e implantação estabelecidas Resumidamente, encontram-se abaixo as defi-
(OLIVEIRA, 2004) O nível de influência operacional nições destes níveis de planejamento.
importa nas estratégias táticas, ou ações tomadas
por partes menores de uma empresa, que se adap-
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
tam aos instrumentos administrativos básicos para
o dia a dia do executivo, visto que enfoca em um
curto prazo, abordando apenas uma tarefa, ou uma Planejamento estratégico é um conjunto de ati-
operação (KICH; PEREIRA, 2011). vidades realizadas por meio de análise do que foi
feito no passado, idealizando-se, assim, um obje-
Assegura Stoner e Fremann (1999, p.166) que tivo adequado para o futuro. É uma ferramenta de
plano operacional é o “plano que descreve os deta- trabalho que facilita para as organizações lidarem
lhes necessários para se incorporar a estratégia com situações de mudanças.
nas operações do dia a dia”.
O planejamento estratégico envolve vários fa-
O planejamento operacional é focalizado para tores, que devem ser pensados de forma a alcan-
o curto prazo e abrange cada uma das tarefas ou çar o que a empresa deseja. Deve-se, então, pla-
operações individualmente. Preocupa-se com “o nejar o que deve ser feito, como deve ser feito,
que fazer” e com o “como fazer” as atividades quo- quando, quanto, para quem, por que, por quem e
tidianas da organização. Refere-se especifica- onde (AMORIM, 2012).
mente às tarefas e operações realizadas no nível
operacional. Como está inserido na lógica de sis- Tudo que for realizado no planejamento para a
tema fechado, o planejamento operacional está vol- empresa deve decorrer de decisões presentes e
tado para a otimização e maximização de resulta- que irão surtir efeito no futuro. É uma atividade que
dos, enquanto o planejamento tático está voltado analisa a organização como um todo, verifica quais
para a busca de resultados satisfatórios.. são suas oportunidades e ameaças, por meio de
estudos sobre seus pontos fortes e fracos, bus-
cando criar métodos corretos a serem seguidos

529
pela organização, a fim de executar a missão da possa ser realizado através dessas pessoas em to-
empresa e fazer com que a empresa siga na dire- dos os níveis da organização.
ção do que ela pretende ser (OLIVEIRA, 2004). O planejamento estratégico é uma forma de
A criação do planejamento estratégico da em- aprendizagem organizacional. Por estar orientado
presa é uma atividade complexa, posto que se trata para a adaptação da organização ao contexto am-
de uma atividade que determina os estados futuros biental, o planejamento constitui uma tentativa
e a avaliação das ações realizadas pela empresa constante de aprender a ajustar-se a um ambiente
para se alcançar os objetivos. É um processo con- complexo, competitivo e suscetível a mudanças.
tínuo. Entretanto, não segue a mesma linha, já que
a empresa sofre várias influências internas e exter-
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
nas, sobre as quais, muitas vezes, ela não pode in-
terferir (CHIAVENATO e SAPIRO, 2009). ESTRATÉGICO

No entanto, Matos e Chiavenato (1999) lecio- As etapas do planejamento estratégico repre-


nam que o planejamento estratégico apresenta sentam uma verdadeira polêmica. Não há um con-
cinco características fundamentais: senso entre os autores.
O planejamento estratégico está relacio- Para Maximiano, o planejamento estraté-
nado com a adaptação da organização a um ambi- gico é uma sequência de análises e decisões
ente mutável: Ou seja, sujeito à incerteza a respeito que compreende os seguintes componentes
dos eventos ambientais. Por se defrontar com a in- principais:
certeza tem suas decisões baseadas em julgamen-
tos e não em dados concretos. Reflete uma orien- - Entendimento da missão. (Em que ponto es-
tação externa que focaliza as respostas adequadas tamos?)
às forças e pressões que estão situadas do lado de - Análise do ambiente externo. (Quais são as
fora da organização. Daniel RIBEIRO ameaças
DE e oportunidades do ambiente?)
ANDRADE
O planejamento estratégico danielicoense@gmail.com
é orientado - Análise do ambiente interno. (Quais são os
para o futuro: Seu horizonte de tempo é o longo 609.749.013-50fortes e fracos dos sistemas internos da or-
pontos
prazo. Durante o curso do planejamento, a consi- ganização?)
deração dos problemas atuais é dada em função
- Definição do plano estratégico. (Para onde
dos obstáculos e barreiras que eles possam provo-
devemos ir? O que devemos fazer para chegar lá?)
car para um almejado lugar no futuro.
Por seu turno, Chiavenato descreve sete
O planejamento estratégico é compreen-
etapas do planejamento estratégico:
sivo: Ele envolve a organização como uma totali-
dade, abarcando todos os seus recursos, no sen- - Determinação dos objetivos;
tido de obter efeitos sinergéticos de todas as capa- - Análise ambiental externa;
cidades e potencialidades da organização. A res-
- Análise organizacional interna;
posta estratégica da organização envolve um com-
portamento global, compreensivo e sistêmico. A - Formulação de alternativas;
participação das pessoas é fundamental nesse as- - Elaboração do planejamento;
pecto, pois o planejamento estratégico não deve fi-
car apenas no papel, mas na cabeça e no coração - Implementação e execução;
de todos os envolvidos. São eles que o realizam e - Avaliação dos resultados.
o fazem acontecer.
Ademais, Djalma Rebouças de Oliveira, dis-
O planejamento estratégico é um processo põe que o planejamento estratégico compõe-se
de construção de consenso. Devido à diversidade por quatro fases básicas:
dos interesses e necessidades dos parceiros envol-
Fase I – Diagnóstico estratégico – também de-
vidos, o planejamento deve oferecer um meio de
nominada auditoria de posição, deve-se determinar
atender a todos na direção futura que melhor con-
“como se está”. As pessoas representativas devem
venha para que a organização possa alcançar seus
analisar os aspectos inerente à realidade interna e
objetivos. Para isso, é preciso aceitação ampla e
externa da empresa. Essa fase pode ser dividida
irrestrita para que o planejamento estratégico
em cinco etapas básicas: (a) identificação da visão;

530
(b) identificação dos valores; (c) análise externa; (d) estabelecimento dos seus objetivos e, posterior-
análise interna; e (e) análise dos concorrentes. mente, elaborar as ações estratégicas a serem se-
Fase II – Missão da empresa – nesse mo- guidas (AMORIM, 2012).
mento, deve ser estabelecida a razão de ser da em- É a partir do diagnóstico estratégico que o exe-
presa, bem como o seu posicionamento estraté- cutivo saberá quais as prioridades de ação, que
gico. Essa fase divide-se em cinco etapas: (a) es- dará um direcionamento para a organização saber
tabelecimento da missão da empresa; (b) estabele- por onde começar para se alcançar o que deseja
cimento dos propósitos atuais e potenciais; (c) es- (CHIAVENATO e SAPIRO, 2009).
truturação e debate de cenários; (d) estabeleci- Conceito de missão
mento da postura estratégica; e (e) estabeleci-
mento das macroestratégias e macropolíticas; “A missão é a razão de ser da empresa. Nesse
ponto procura-se determinar qual o negócio da em-
Fase III – Instrumentos prescritivos e quantita- presa, por que ela existe, ou, ainda, em que tipos
tivos – nessa fase, deve-se estabelecer “de onde de atividades a empresa deverá concentrar-se no
se quer chegar” e de “como chegar na situação que futuro. Aqui se procura responder á pergunta bá-
se deseja”. Assim, pode-se dividi-la em dois instru- sica: “Aonde se quer chegar com a empresa? ” OLI-
mentos perfeitamente interligados: (a) instrumen- VEIRA (2007, p.126).
tos prescritivos (explicitação do que deve ser feito
pela empresa); e (b) instrumentos quantitativos CHIAVENATO e SAPIRO (2003, p. 56) des-
(projeções econômico-financeiras do planejamento creve o conceito de missão é que a declaração da
orçamentário); “missão (mission statement) de uma organização
incorpora o mercado nas considerações sobre a
Fase IV – Controle e avaliação – deve verificar concretização da visão de negócios.
“como a empresa está indo” para a situação dese-
jada. A missão deve estar clara a todos os integran-
tes da organização, ela deve ser entendida como
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
COMPONENTES/ELEMENTOS DO PLA- uma identificação a ser seguida. Ao estipular a mis-
danielicoense@gmail.com
são da empresa, os gestores devem se atentar
NEJAMENTO ESTRATÉGICO 609.749.013-50
para os diversos fatores que compõem o desenvol-
vimento de sua missão, ela deve ser focalizada no
Diagnóstico estratégico sentido da satisfação das necessidades dos clien-
O diagnóstico é um estudo detalhado de toda tes, uma vez que, a satisfação do cliente trará be-
a organização, tanto estudo interno, quanto externo nefícios para a empresa e ela conseguirá o su-
da empresa. A estratégia empresarial será criada cesso. A missão deve ser capaz de refletir as apti-
por meio de uma análise de todos os pontos fortes, dões essenciais da empresa, devem ser compre-
fracos e oportunidades e ameaças que a empresa ensíveis por todos, realistas e motivadoras, cati-
tiver, a fim de diagnosticar qual é a real situação da vando os envolvidos a cumprirem com o determi-
empresa perante o ambiente em que se encontra nado (OLIVEIRA, 2004).
(TAVARES, 2010). Entendemos que a Missão é o horizonte ao
Um eficiente diagnóstico irá estudar a compe- qual a organização prevê seu futuro, sendo a razão
titividade da organização, seu portfólio de produtos do existir no qual o gestor, no processo de elabora-
e serviços, o grau de vulnerabilidade em relação às ção da missão deverá responder as seguintes per-
ameaças, os recursos disponíveis para a realiza- guntas: Quem somos? Por que existimos? Quais
ção de suas atividades, sua estrutura e os proces- são as necessidades que satisfazem na socie-
sos de se conquistar os objetivos propostos. Após dade?
isso, é feita uma avaliação dos dados e será possí- Sabendo-se aonde chegar com a empresa,
vel verificar se há problemas na estratégia da em- deve-se estabelecer o caminho que a organização
presa ou se está tudo de acordo para uma gestão se propõe a fazer e assim com as lideranças rela-
adequada (OLIVEIRA, 2004). cionadas a cada setor mostrar aos colaboradores o
Para a elaboração do diagnóstico estratégico por que a organização existe, o que é proposto
são necessárias várias análises, tais como: a iden- para empresa fazer e para quem executar serviços
tificação da missão empresarial, visão, análise do de qualidade, assim interagindo e seduzido
ambiente em que a empresa está inserida, o

531
principal alvo, o cliente, de forma que, o mesmo se negócio e da liderança competitiva, para prover a
sinta acolhido e retorne aquela instituição. estrutura que regula as relações entre a empresa e
Conforme OLIVEIRA (2008), Missão é a ma- os principais interessados e para os objetivos ge-
neira de determinar os valores, crenças, ou áreas rais de desempenho da empresa (Hax e Majluf,
básicas de atuação, conforme filosofias e tradições 1984:17)
da empresa. Algo que se vislumbre para o futuro dese-
Conceito de visão jado da empresa (Quigley, 1993:4);

A visão relaciona-se diretamente com os obje- Idealização de um futuro desejado para a


tivos gerais, de longo prazo, descrevendo as aspi- empresa (Collins e Porras, 1993:10)
rações da Instituição para o futuro, sem especificar Afirma-se também que a visão expressa a pre-
os meios para alcançá-las. É o que se espera ser visão da alta direção de como a empresa deve es-
num determinado tempo e espaço. Descreve o que tar durante certo período, por exemplo, daqui a 10
a organização quer realizar objetivamente nos pró- anos. Deve ser elaborada pela alta direção, e deve
ximos anos da sua existência, normalmente a longo ser criada observando o mercado em que se insere
prazo. e os valores e princípios que a organização deseja
A visão com mais efeito é aquela que cria ins- chegar. A visão também deve ser divulgada por
piração e esta inspiração é normalmente querer toda a empresa.
mais, melhor e maior. Assim, ela deve ser ambicio- Essa visão precisa ser respiradora para todos
samente voltada para o futuro e simultaneamente os membros da organização, ou seja, uma ponte
inspiradora, clara, concisa, coerente com a missão, norteadora do compromisso organizacional em prol
de modo a que todos a compreendam e a sintam. do futuro a ser alcançado.
A visão deve, ainda, ser suficientemente atrativa e
constituir um desafio, ao mesmo tempo, atingível,
Daniel RIBEIRO
por forma a motivar todos os colaboradores. DE ANDRADE CENÁRIOS
danielicoense@gmail.com
Descrevo que a Visão é a explicitação do que Refere-se à etapa de diagnóstico estratégico,
609.749.013-50
se realiza para alcançar um determinado objetivo considerando variáveis do ambiente interno e ex-
organizacional no futuro, sendo o desejo e a inten- terno à organização, referenciais obrigatórios para
ção do direcionamento da instituição. a definição de estratégias e objetivos.
A visão, literalmente, significa uma imagem. Vi- A ferramenta mais utilizada para a definição de
são de negócio ou visão organizacional ou, ainda, cenários é a matriz de análise SWOT. O termo vem
visão de futuro é o sonho acalentado pela organi- do inglês e representa as iniciais das palavras
zação. É a imagem com a qual ela se vê no futuro. Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Op-
É a explicação do por que, diariamente, todos se portunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
levantam e dedicam a maior parte dos seus dias ao
sucesso da organização onde trabalham, onde in- A análise de cenário se divide em ambiente
vestem ou fazem negócios (CHIAVENATO e SA- interno (Forças e Fraquezas) e ambiente externo
PIRO 2009, p. 87). (Oportunidades e Ameaças). As forças e fraquezas
são determinadas pela posição atual da empresa e
BATEMAN (2006, P. 125) relata que “a visão se relacionam, quase sempre, a fatores internos. Já
estratégica vai além da declaração da missão para as oportunidades e ameaças são antecipações do
promover uma perspectiva em relação ao direcio- futuro e estão relacionadas a fatores externos.
namento da empresa e em que a organização pode
transformar-se. O ambiente interno pode ser controlado pelos
dirigentes da empresa, uma vez que ele é resultado
A visão da empresa pode ser conceituada das das estratégias de atuação definidas pelos próprios
seguintes formas: membros da organização. Desta forma, durante a
Articulação das aspirações de uma em- análise, quando for percebido um ponto forte, ele
presa a respeito do seu futuro (Hart, 1994:8); deve ser ressaltado ao máximo; e quando for per-
cebido um ponto fraco, a organização deve agir
Clara e permanente demonstração, para a
para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu
comunidade, da natureza e da essência da em-
efeito.
presa em termos de seus propósitos, do escopo do

532
Já o ambiente externo está totalmente fora do devem ser consistentes com a política e compro-
controle da organização. Mas, apesar de não poder metidos com a melhoria contínua, e seus resulta-
controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá- dos devem ser mensuráveis e atingíveis.
lo com frequência, de forma a aproveitar as oportu- OLIVEIRA (2007, p.159) também define Obje-
nidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem tivo como:
sempre é possível, no entanto pode-se fazer um
planejamento para enfrentá-las, minimizando seus Objetivo é o alvo ou ponto quantificado, com
efeitos. prazo de realização e responsável estabelecidos,
que se pretende atingir através de esforço extra.
Conceito de valores
Esse aspecto, também, está relacionado ao
São ideias fundamentais em torno das quais se fato de o objetivo poder ter dois tipos básicos de
constrói a organização. Representam as convic- valor:
ções dominantes, as crenças básicas, aquilo em
que as pessoas da organização acreditam. Os va- Instrumental: permite a obtenção ou reten-
lores permeiam todas as atividades e relações com ção de algo de valor. Como exemplo, pode-se citar
os clientes. Os valores descrevem como a organi- a situação da empresa que tem como objetivo au-
zação pretende atuar no cotidiano enquanto busca mentar o volume de vendas e manter a atual parti-
realizar sua visão. cipação de mercado diante de seus concorrentes;
Os valores são elementos motivadores que di- Estilístico: tem o valor por si mesmo. Como
recionam as ações das pessoas na organização, exemplo pode-se ter o objetivo de diversificação,
contribuindo para a unidade e a coerência do tra- que reflete um estilo de administração.
balho. Sinalizam o que se persegue em termos de Logo, a missão, a visão e objetivo devem ser
padrão de comportamento de toda a equipe de co- usadas de forma que conquista não só os colabo-
laboradores na busca da excelência. radores da empresa mas também seus clientes,
Conceito de negócio Daniel RIBEIRO DEtornando
ANDRADEassim uma empresa competitiva no mer-
cado.
Aponta a área de atuação à qualdanielicoense@gmail.com
a organização
609.749.013-50
pública ou empresa privada quer se dedicar, consi- Metas e Indicadores
derando o universo de possibilidades existentes no Indicadores são formas de representação
ambiente empresarial em que se insere. quantificáveis de características de produtos e pro-
Exemplos: cessos, utilizadas para acompanhar e melhorar os
resultados e o desempenho da organização ao
O negócio da IBM é informação; longo do tempo. A partir dos indicadores são traça-
O da Xerox é automação de escritórios; das as metas, que representam os resultados a se-
O dos estúdios de Hollywood é entretenimento. rem alcançados para atingir os objetivos propostos.
Elas podem ser definidas, ainda, como o padrão
ideal de desempenho a ser alcançado ou mantido.
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
O estabelecimento de metas permite um me-
lhor controle dos resultados, pois as mesmas de-
Fatores críticos de sucesso (do inglês Critical vem ser observáveis, quantificadas por meio dos
Success Factors - CSF) são os fatores que definem indicadores, conter prazos de execução e definição
o sucesso ou o fracasso de uma empresa. São de responsabilidade. É importante frisar que a defi-
pontos sobre os quais você deve redobrar a aten- nição das metas deve estar focada na análise das
ção, pois não se pode falhar. Quando bem defini- necessidades, expectativas e satisfação do cliente.
dos, os fatores críticos de sucesso tornam-se ponto
de referência para as pessoas que admiram o seu Características das metas:
trabalho, os seus produtos/serviços. - desafiantes, para estimular os executores;
Conceito de objetivo - significado particular à organização, ge-
Os objetivos são resultados a serem alcança- rando comprometimento e motivação;
dos pela instituição no contexto de seu ambiente - relevantes, importantes para o alcance dos
para concretizar a sua visão do futuro e cumprir sua objetivos;
missão. Segundo a norma ISO 9001, os objetivos

533
- claras, precisam evitar ambiguidades e todos conhecimentos, habilidades); os recursos organi-
devem entender; zacionais (sistemas e processos da empresa como
- específicas, metas genéricas não geram re- estratégias, estrutura, cultura, etc.); e os recursos
sultados observáveis, claros; físicos (instalações, equipamentos, tecnologia, ca-
nais, etc.).
- mensuráveis, precisam ser quantificadas por
meio dos indicadores; Já as oportunidades são situações externas e
não controláveis pela empresa, atuais ou futuras
- temporais, com prazo bem definido, con- que, se adequadamente aproveitadas pela em-
tendo dia, mês e ano; presa, podem influencia-la positivamente. Quanto
- viáveis, precisam ser alcançáveis. as ameaças são situações externas e não contro-
láveis pela empresa, atuais ou futuras que, se não
eliminadas, minimizadas ou evitadas pela em-
ANÁLISE SWOT presa, podem afetá-la negativamente.

No planejamento estratégico a análise de ce- Na concepção de Oliveira (2007, p. 37) define


nários é de suma importância para a vida de uma a análise SWOT da seguinte forma:
organização. A análise SWOT que na sua tradução 1. Ponto forte é a diferenciação conseguida
é força, fraqueza, oportunidade e ameaça, é uma pela empresa – variável controlável – que lhe pro-
técnica utilizada para a gestão e o planejamento porciona uma vantagem operacional no ambiente
das empresas, seja ela de pequeno ou grande empresarial (onde estão os assuntos não controlá-
porte. veis pela empresa).
A origem segundo Fagundes (2010), modelo 2. Ponto Fraco é a situação inadequada da em-
da "Matriz SWOT", surgiu na década de 1960, em presa – variável controlável – que lhe proporciona
discussões na escola de administração, que come- uma desvantagem operacional no ambiente em-
Daniel
çaram a focar a compatibilização entre RIBEIRO DE
as "Forças" ANDRADE
presarial.
e "Fraquezas" de uma organização, sua danielicoense@gmail.com
competên- 3. Oportunidade é a força ambiental incontro-
cia distintiva, e as "Oportunidades" e "Ameaças".
609.749.013-50
lável pela empresa, que pode favorecer sua ação
O SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportuni- estratégica, desde que conhecida e aproveitada,
ties e Threats) é uma técnica que auxilia a elabora- satisfatoriamente, enquanto perdura.
ção do planejamento estratégico das Organizações 4. Ameaça é a força ambiental incontrolável
que começou a ser desenvolvido nas escolas ame- pela empresa, que cria obstáculos à sua ação es-
ricanas. O objetivo é focalizar a combinação das tratégica, mas que poderá ou não ser evitada,
forças e fraquezas da organização com as oportu- desde que reconhecida em tempo hábil.
nidades e ameaças do mercado.
O objetivo da SWOT é levantar estratégias
ULRICH (2002, p. 212) finaliza a contextualiza- para, no contexto do planejamento estratégico,
ção mencionando: manter pontos fortes, reduzir a intensidade de pon-
A análise SWOT é uma das técnicas mais uti- tos fracos, aproveitando-se de oportunidades e pro-
lizadas em investigação social, quer na elaboração tegendo-se de ameaças. A análise também é útil
de diagnósticos, quer em análise organizacional ou para revelar pontos fortes que ainda não foram ple-
elaboração de planos. No entanto a sua utilização, namente utilizados e identificar pontos fracos que
nem sempre se traduz em contributos efetivos para podem ser corrigidos.
os processos, sendo que, muitas vezes, ela surge Diante da predominância de pontos fortes ou
mais como um ritual ou uma tentativa desprovida fracos, e de oportunidades ou ameaças, podem-se
de conteúdo real, de sermos mais científicos ou adotar estratégias que busquem a sobrevivência, a
técnicos nos processos de planejamento e/ou ava- manutenção, crescimento ou desenvolvimento da
liação. Na realidade, devido a sua aparente simpli- organização.
cidade, esta técnica emergiu como uma das prefe-
ridas por técnicos de todas as áreas. As definições de pontos fortes e fracos da or-
ganização são uns dos principais desafios dessa
Os pontos fracos e fortes de uma empresa são técnica. Para solucionar esse problema busca-se
constituídos dos seus recursos, que incluem os re- identificar quais aspectos da organização são
cursos humanos (experiências, capacidades,

534
duradouros e imutáveis durante períodos relativa- influenciam positivamente no cumprimento da mis-
mente longos e quais aspectos são necessaria- são, mas que não temos controle sobre elas – Ex.:
mente mais responsivos às mudanças no mercado mercado internacional em expansão; e
e às pressões de forças ambientais. Ameaças (threats) - são aspectos externos à
A função principal da análise SWOT é levar ao organização que impactam negativamente no de-
estabelecimento de objetivos para a organização. sempenho e no cumprimento da missão – Ex.: go-
Analisando-se as variáveis incontroláveis do ambi- verno cria um novo imposto.
ente externo, tais como de aspectos socioeconômi-
cos, políticos, de legislação entre outros, pode-se
TIPOS DE ESTRATÉGIAS
esperar um cenário otimista ou pessimista. Tal ce-
nário é então confrontado com a capacidade da
empresa e assim avalia-se os meios para competir O executivo poderá escolher determinado tipo
em mercados concorridos. Desse modo, são esta- de estratégia que seja o mais adequado, tendo em
belecidos os objetivos que irão definir o que deverá vista a sua capacitação e o objetivo estabelecido.
ser feito para os próximos anos. É, pois, nesse sen- Entretanto, deverá estar ciente de que a escolha
tido, que se afirma que a estratégia e a Inteligência poderá nortear o seu desenvolvimento por um pe-
Competitiva devem andar juntas (Stollenwerk, ríodo de tempo que poderá ser longo.
2005) As estratégias podem ser estabelecidas de
Há várias vantagens na utilização desta téc- acordo com a situação da empresa: podem estar
nica, dentre elas estão: voltadas à sobrevivência, manutenção, cresci-
mento ou desenvolvimento, conforme postura es-
• Auxiliar a empresa a identificar o que a torna tratégica da empresa.
mais efetiva (forças), aumentando a confiança nas
ações a serem tomadas, indicando um caminho A combinação de estratégias deve ser feita de
mais seguro para sua ação no mercado; forma que aproveite todas as oportunidades possí-
Daniel RIBEIRO DEveis, ANDRADE
e utilizando a estratégia certa no memento
• Planejar ações de correção edanielicoense@gmail.com
ajuste, identifi- certo.
cando os pontos de melhoria da empresa 609.749.013-50
(fraque-
zas); Estratégia de sobrevivência

• Usufruir das oportunidades identificadas; Este tipo de estratégia deve ser adotado pela
empresa quando não existir outra alternativa para
• Diminuir os riscos referentes às ameaças a mesma, ou seja, apenas quando o ambiente e a
identificadas; empresa estão em situação inadequada com mui-
• Alcance de um maior grau de conhecimento tas dificuldades ou quando apresentam péssimas
diante do negócio, ambiente e do nicho de mercado perspectivas (alto índice de pontos fracos internos
da empresa. e ameaças externas). Em qualquer outra situação,
quando a empresa adota esta estratégia como pre-
• Domínio do Problema
caução, as consequências podem ser desastrosas,
Ambiente interno (variáveis controláveis): pois numa postura de sobrevivência, normalmente
Pontos fortes (strengths) - são competên- a primeira decisão do executivo é parar os investi-
cias, fatores ou características internas positivas mentos e reduzir, ao máximo, as despesas.
que a organização possui – Ex.: funcionários capa- A sobrevivência pode ser uma situação ade-
citados; e quada como condição mínima para atingir outros
Pontos fracos (weaknesses) - são deficiên- objetivos mais tangíveis no futuro, como lucros mai-
cias, fatores ou características internas negativas ores, vendas incrementadas, maior participação no
que prejudicam o desempenho e o cumprimento da mercado, etc, mas não como um objetivo único da
missão organizacional – Ex.: funcionários não ca- empresa, ou seja, estar numa situação de “sobrevi-
pacitados. ver por sobreviver”.

Ambiente externo (variáveis não controlá- Os tipos que se enquadram na situação de es-
veis): tratégia de sobrevivência são:

Oportunidades (opportunities) - as oportuni- Redução de custos: utilizada normalmente em


dades são as forças externas à organização que período de recessão, que consiste na redução de

535
todos os custos possíveis para que a empresa geograficamente e segue a estratégia do menor
possa subsistir. risco, executando-se aquele que é inerente a quem
Desinvestimento: quando as empresas encon- se encontra num só segmento. Assim a empresa
tram-se em conflito com linhas de produtos que dei- dedica-se a um único produto, mercado ou tecno-
xam de ser interessantes, portanto, é melhor desin- logia, pois não há interesse em desviar os seus re-
vestir do que comprometer toda a empresa. cursos para outras atenções.

Se nenhuma estratégia básica de sobrevivên- Estratégia de crescimento


cia der certo, o executivo penderá para a adoção Nesta situação, o ambiente está proporcio-
da estratégia de - Liquidação de negócio: estratégia nando situações favoráveis que podem transfor-
usada em último caso, quando não existe outra sa- mar-se em oportunidades, quando efetivamente é
ída, a não ser fechar o negócio. usufruída a situação favorável pela empresa. Nor-
Estratégia de manutenção malmente, o executivo procura, nesta situação, lan-
çar novos produtos, aumentar o volume de vendas,
Neste caso, a empresa identifica um ambiente etc.
com predominância de ameaças; entretanto, ela
possui uma série de pontos fortes (disponibilidade Algumas das estratégias inerentes à postura
financeira, recursos humanos, tecnologia, etc.) de crescimento são:
acumulados ao longo dos anos, que possibilitam ao Estratégia de inovação: a empresa procura
administrador, além de querer continuar sobrevi- antecipar-se aos concorrentes através de frequen-
vendo, também manter a sua posição conquistada tes desenvolvimentos e lançamentos de novos pro-
até o momento. Para tanto, deverá sedimentar e dutos e serviços; portanto, a empresa deve ter
usufruir ao máximo os seus pontos fortes, tendo em acesso rápido e direto a todas as informações ne-
vista, inclusive, minimizar os seus pontos fracos, cessárias num mercado de rápida evolução tecno-
tentando ainda, maximizar os pontos fracos e mini- lógica.
Daniel RIBEIRO
mizar os pontos fortes dos concorrentes. DE ANDRADE
Estratégia de joint venture: trata-se de uma es-
danielicoense@gmail.com
A estratégia de manutenção é uma postura tratégia usada para entrar em novo mercado onde
609.749.013-50
preferível quando a empresa está enfrentando ou duas empresas se associam para produzir um pro-
espera encontrar dificuldades, e a partir dessa situ- duto. Normalmente, uma empresa entre no negócio
ação prefere tomar uma atitude defensiva diante com capital e a outra com a tecnologia necessária.
das ameaças. Estratégia de internacionalização: a empresa
A estratégia de manutenção pode apresentar estende suas atividades para fora do seu país de
três situações: origem. Embora o processo seja lento e arriscado,
Estratégia de estabilidade: procura, princi- esta estratégia pode ser muito interessante para
palmente, a manutenção de um estado de equilí- empresas de grande porte, pela atual evolução de
brio ameaçado, ou ainda, o seu retorno em caso de sistemas, como logísticos e comunicação.
sua perda. Estratégia de expansão: o processo de expan-
Estratégia de especialização: a empresa são das empresas devem ser muito bem planeja-
busca conquistar ou manter a liderança no mer- dos, pois caso contrário, podem ser absorvidas
cado através da concentração dos esforços de ex- pelo Governo ou outras empresas nacionais ou
pansão numa única ou em poucas atividades da re- multinacionais. Muitas vezes a não-expansão na
lação produto/mercado. Sua vantagem é a redução hora certa pode provocar uma perda de mercado,
dos custos unitários e a desvantagem é a vulnera- onde a única providência da empresa perante esta
bilidade pela alta dependência de poucas modali- situação seja a venda ou a associação com em-
dades de fornecimento de produção e vendas. presas de maior porte.

Estratégia de nicho: a empresa procura do- A decisão em investir na expansão é mais co-
minar um segmento de mercado que ela atua, con- mum que na diversificação, pois esta última en-
centrando o seu esforço e recursos em preservar volve uma mudança mais radical dos produtos, e
algumas vantagens competitivas. Pode ficar enten- dos seus usos atuais, enquanto a expansão apro-
dido que este tipo de empresa tem um ambiente veita uma situação de sinergia potencial muito
ecológico bem restrito, não procura expandir-se forte.

536
Estratégia de desenvolvimento Diversificação vertical: ocorre quando a em-
Neste caso a predominância na situação da presa passa a produzir novo produto ou serviço,
empresa, é de pontos fortes e de oportunidades. que se acha entre o seu mercado de matérias-pri-
Diante disso, o executivo deve procurar desenvol- mas e o consumidor final do produto que já se fa-
ver a sua empresa através de duas direções: po- brica.
dem-se procurar novos mercados e clientes ou en- Diversificação concêntrica: diversificação da
tão, novas tecnologias diferentes daquelas que a linha de produtos, com o aproveitamento da
empresa domina. A combinação destas permite ao mesma tecnologia ou força de vendas, oferecendo-
executivo construir novos negócios no mercado. se uma quantidade maior de produtos no mesmo
Desenvolvimento de mercado: ocorre mercado. A empresa pode ter ganhos substanciais
quando a empresa procura maiores vendas, le- em termos de flexibilidade.
vando seus produtos a novos mercados. Diversificação conglomerada: consiste na
Desenvolvimento de produto ou serviços: diversificação de negócios em que a empresa não
ocorre quando a empresa procura maiores vendas aproveitará a mesma tecnologia ou força de ven-
mediante o desenvolvimento de melhores produtos das.
e/ou serviços para seus mercados atuais. Este de- Diversificação interna: corresponde a uma si-
senvolvimento pode ocorrer através de novas ca- tuação em que a diversificação da empresa é, ba-
racterísticas do produto/serviço; variações de qua- sicamente, gerada pelos fatores internos, e sofre
lidade; ou diferentes modelos e tamanhos (prolife- menos influência dos fatores externos.
ração de produtos). Diversificação mista: trata-se de uma situa-
Desenvolvimento financeiro: união de duas ção em que a empresa apresenta mais que um tipo
ou mais empresas através da associação ou fusão, anterior de diversificação ao mesmo tempo.
para a formação de uma nova empresa. Isto ocorre
quando uma empresa apresentaDaniel
poucos RIBEIRO
recursos DE ANDRADE
MATRIZ BCG (OU MATRIZ DE CRES-
financeiros e muitas oportunidades; danielicoense@gmail.com
enquanto a ou- CIMENTO-PARTICIPAÇÃO)
tra empresa tem um quadro totalmente ao609.749.013-50
contrá-
rio; e ambas buscam a união para o fortalecimento Bruce Henderson, fundador do BCG e criador
em ambos aspectos.
da matriz afirma que por meio da utilização desta
Desenvolvimento de capacidades: ocorre ferramenta é possível prever a lucratividade, a ca-
quando a associação é realizada entre uma em- pacidade de endividamento, o potencial de cresci-
presa com ponto fraco em tecnologia e alto índice mento e a força competitiva da empresa (Mintz-
de oportunidades usufruídas e/ou potenciais, e ou- berg, 2010).
tra empresa com ponto forte em tecnologia, mas A matriz BCG possui o pressuposto de que a
com baixo nível de oportunidades ambientais. empresa precisa ter um portfólio de produtos com
Desenvolvimento de estabilidade: corres- diferentes taxas de crescimento e diferentes parti-
ponde a uma associação ou fusão de empresas cipações de mercado.
que procuram tornar as suas evoluções uniformes, A matriz tem duas dimensões: taxa de cresci-
principalmente quanto ao aspecto mercadológico. mento do mercado e participação de mercado (que
Entretanto a estratégia mais forte do desen- é a participação da empresa em relação à partici-
volvimento de uma empresa corresponde à diversi- pação de seu maior concorrente).
ficação, que são divididas em dois modelos: Ao observar a matriz BCG pode-se notar que
Diversificação horizontal: através desta es- suas dimensões são:
tratégia, a empresa concentra o seu capital, pela Crescimento de mercado: basicamente é
compra ou associação com empresas similares. A como o produto lançado atingiu o público-alvo, ga-
empresa atua em ambiente econômico que lhe é nhou força com o aumento das vendas e consegue
familiar, porque os consumidores são do mesmo ampliar a fatia de consumidores com um esforço
tipo. O potencial de ganhos de sinergia neste tipo relativamente algo em seu início, mas que irá dimi-
de diversificação é baixo, com exceção da sinergia nuir ao longo do tempo;
comercial, uma vez que os mesmos canis de distri-
buição são usados.

537
Participação relativa de mercado: é a fatia permite estruturar e definir a estratégia para esse
conquistada, quanto mais consumidores estiverem crescimento.
adquirindo o produto, melhor, mas há o risco do A matriz Ansoff é um quadrante composto por
produto tornar-se um problema para a empresa. duas dimensões: produtos e mercados. Do lado di-
Este portfólio deve ser composto em função do reito encontram-se os produtos novos; e do es-
equilíbrio entre fluxos de caixa. Produtos de alto querdo, os existentes. Essa combinação forma
crescimento exigem injeções de dinheiro para cres- quatro estratégias para o crescimento e o desen-
cer. Por outro lado, produtos de baixo crescimento volvimento da empresa. Essas estratégias são: o
devem gerar excesso de caixa. A matriz BCG deve desenvolvimento do mercado, a penetração no
ser usada para auxiliar a organização a equilibrar mercado, a diversificação e o desenvolvimento do
estes pontos. produto.
Existem quatro regras que determinam o fluxo Desenvolvimento do mercado
de caixa de um produto, conforme explica Mintz- No desenvolvimento de mercado, a empresa
berg (2010): deseja vender seus produtos existentes em um
As margens e o caixa gerado são funções mercado novo. Essa estratégia de desenvolvi-
da participação de mercado. Esta relação é expli- mento de mercado deve analisar os mercados pa-
cada pela curva de experiência. recidos com o seu, e pensar na expansão de seus
O crescimento requer recursos para finan- negócios. Essa expansão deve analisar alguns fa-
ciar os ativos adicionais. Esses recursos são uma tores como localização geográfica e idade.
função das taxas de crescimento. Imagine uma loja de camisas on-line que
Uma alta participação de mercado precisa vende apenas em um estado. Ela pode expandir
ser conquistada ou comprada. suas vendas para outras unidades federativas, in-
cluindo outros serviços de entrega. Se o público-
Nenhum produto ou mercadoDaniel pode crescer
RIBEIRO DE
alvo ANDRADE
dessa loja for homens de uma determinada
indefinidamente. danielicoense@gmail.com
faixa etária, ela pode aumentar esse público ao in-
A matriz BCG de crescimento-participação foi cluir outras idades.
609.749.013-50
considerada como uma aplicação de estratégia de- Penetração de mercado
cisiva.
A penetração de mercado visa vender os pro-
O valor de um produto depende totalmente da obtenção de dutos existentes em um mercado existente, ou
uma participação dominante em seu mercado, antes de o
crescimento desacelerar (Mintzberg, 2010). seja, pretende-se desenvolver uma estratégia para
aumentar sua presença onde ela já atua. Essa es-
tratégia pode ser feita por meio de liquidações, fi-
MATRIZ ANSOFF delização de clientes, promoções, entre outras
ações.
Um dos fatores mais importantes para o su-
Diversificação
cesso de uma organização ou de qualquer outro
negócio é a análise estratégica do mercado. Igor A diversificação é uma estratégia que objetiva
Ansoff, professor e consultor russo, desenvolveu criar produtos, para atuar em novos mercados.
em 1965, uma ferramenta de análise e de definição Essa estratégia busca a inovação que inevitavel-
dos problemas estratégicos. mente proporciona riscos, pois a empresa está en-
trando em um campo desconhecido. Logo, não tem
A matriz de produtos e mercados de Ansoff
muito como fugir desse fator. Criar uma estratégia
tem como foco principal mostrar a expansão de
para crescer e desenvolver nesse mercado é ine-
produtos e mercados visando criar oportunidades
rente a uma organização na maioria das vezes.
de crescimento para as empresas. Você pode usar
essa matriz no momento em que estiver mapeando Desenvolvimento do produto
o portfólio da sua organização. Neste momento, Essa estratégia sugere o desenvolvimento de
você vai analisar a receita criada pelos produtos novos produtos em mercados existentes. Isso pode
existentes, e vai compará-la com a receita que a ser feito por meio de aperfeiçoamento do produto e
sua organização pretende alcançar. A matriz de melhorias tecnológicas. Um bom exemplo é a
ação de empresas de refrigerantes que incluem em

538
seu MIX de sucos e refrigerantes, versões diet e fortes podem deixar os fornecedores poderosos se
light. forem invertidos! Os fornecedores são fortes
quando: são poucos e/ou dominam o mercado,
ANÁLISE COMPETITIVA E quando o custo de trocar de fornecedor é alto,
ESTRATÉGIAS GENÉRICAS DE MICHAEL quando os clientes são pouco importantes e
quando podem se tornar competidores, ou seja,
PORTER passar a concorrer no mercado do cliente.
Ameaça de Produtos Substitutos – Um pro-
Para que a empresa se destaque no mercado
duto é substituto quando satisfaz a mesma neces-
é necessário que ela tenha estratégia competitiva,
sidade dos clientes (exemplo: manteiga e marga-
sendo essa entendida como um conjunto de pla-
rina). Se existem muitos produtos que podem subs-
nos, políticas, programas e ações desenvolvidas
tituir o produto que sua empresa fornece, a posição
para ampliar ou manter, de modo sustentável, suas
estratégica é difícil e o setor será menos atraente e
vantagens frente aos seus concorrentes. Essa es-
lucrativo.
tratégia deve nascer de um conhecimento deta-
lhado da estrutura da indústria e da maneira pela Rivalidade entre os Concorrentes – Se exis-
qual esta se modifica. tem muitos concorrentes em um mercado e se a
força deles é semelhante, pode ocorrer uma guerra
Segundo Porter (1986) a natureza da competi-
de preços, levando a uma queda na atratividade do
ção está materializada em cinco forças competiti-
setor. Outros fatores que levam a isso são: custos
vas que são: 1. Novos entrantes, 2. Poder de bar-
fixos elevados, que podem levar as empresas a
ganha dos fornecedores, 3. Poder de barganha dos
buscar operar com capacidade total, e uma grande
clientes, 4. Produtos substitutos e 5. Concorrentes.
barreira de saída, como instalações caras, de difícil
As empresas podem adotar três tipos de estratégia
venda, maquinário específico e altas indenizações
competitiva: 1. Liderança em custos, 2. Diferencia-
que podem levar empresas a continuar investindo
Daniel
ção e 3. Enfoque. Muitas estratégias RIBEIRO
têm sido ado- DE ANDRADE
e operando em mercados com lucratividades bai-
tadas no setor fotográfico e audiovisual baseadas
danielicoense@gmail.com
xas.
na competitividade e na busca pela excelência.
609.749.013-50A partir das características de cada um dos fa-
Michael Porter desenvolveu um modelo de
tores acima, as empresas podem tomar uma das
cinco forças competitivas. Esses fatores são os se-
três estratégicas genéricas propostas por Porter: li-
guintes:
derança em custo, diferenciação e foco (também
Ameaça de Novos Entrantes – Alto investi- chama da enfoque ou estratégia de nicho).
mento necessário e economias de escala são al-
Liderança em custos – Nessa estratégia, a
guns dos fatores que podem dificultar a entrada de
empresa busca ser a mais eficiente na produção de
um novo competidor em um mercado. Natural-
produtos e serviços em seu mercado, de modo que
mente, é mais difícil abrir uma nova indústria aero-
tenha vantagem competitiva em relação aos seus
náutica do que uma nova loja de roupas. Dessa
concorrentes. Pode-se alcançar isso com: econo-
forma, as empresas que estão em setores com al-
mias de escala, acesso a matérias-primas mais ba-
tas barreiras à entrada sofrem menos competição
ratas, entre outras. Essa posição de custo mais
dos que as que estão em mercados com baixas
baixo que seus concorrentes permite uma série de
barreiras de entrada.
vantagens, como operar com lucratividade quando
Poder de Negociação dos Clientes – Quanto seus concorrentes estão perdendo dinheiro, por
mais informados estão os clientes, mais eles nor- exemplo.
malmente podem exigir das empresas qualidade,
Diferenciação – Uma empresa também pode
preço e serviços. Os clientes são poderosos
ter vantagens competitivas tendo produtos com ca-
quando são poucos, ou compram em grande quan-
racterísticas únicas na percepção de seus clientes,
tidade, quando os custos de trocar de fornecedor
que lhe possibilitem cobrar um preço mais alto sem
são baixos, quando eles conhecem as estruturas
perder sua clientela. Um exemplo atual é a Apple.
de custos das empresas e quando podem deixar de
Essa empresa, com seus produtos inovadores
consumir os produtos ou fabricá-los internamente.
como o iPhone e o iPad, tem conquistado uma
Poder de Negociação dos Fornecedores – maior lealdade de seus clientes e maior lucrativi-
Muitos dos fatores que podem deixar os clientes dade. A diferenciação pode ocorrer na qualidade do

539
produto, no atendimento, no estilo do produto, na (1999) a medição de desempenho pode ser com-
marca etc. preendida como a técnica usada para quantificar a
Foco ou Enfoque – Também é chamada de eficiência e a eficácia das atividades de negócio.
estratégia de nicho. Nessa situação, a empresa Considerando as mudanças ocorridas, ao
foca seus esforços em um mercado pequeno (seja longo dos anos anteriores, nos métodos existentes
geográfico, produto ou clientela) de modo a conse- de avaliação do desempenho empresarial, que se
guir uma vantagem específica naquele mercado, baseavam apenas em indicadores contábeis e fi-
que não tenha como conseguir em todo o mercado nanceiros, e que, gradativamente, vinham se tor-
(a Ferrari buscou essa estratégia com o foco em nando insuficientes, Rocha (2002), nos coloca que
carros de alto desempenho, pois era pequena para o BSC surge com a utilidade de manter sempre o
concorrer no mercado de automóveis populares, dia-a-dia dos gerentes conectados diretamente à
muito maior, antes de ser comprada pela Fiat). estratégia empresarial. Esta conexão se dará atra-
vés da visualização dos indicadores de desempe-
nho sobre o comportamento de cada área e de
BALANCED SCORECARD
cada ponto relevante escolhido pela organização.
O BSC é um sistema de gestão, baseado em indi-
O Balanced Scorecard é um Painel Balance- cadores que impulsionam o desempenho, proporci-
ado de Indicadores, conceito desenvolvido por Ro- onando à organização visão do negócio atual e fu-
bert Kaplan e David Norton que detectaram que o tura, de forma abrangente. Como Stewart (1998, p.
controle dos resultados baseados em indicadores 46) expôs, “as empresas estão no negócio para ga-
financeiros não mais atendia. A geração de valor nhar dinheiro e seu sucesso ou fracasso final são
dependia do acompanhamento do desempenho expressos em termos financeiros, mas a linguagem
estratégico organizacional através da medição de da gerência é, cada vez mais, não financeira”.
indicadores de desempenho. Serve como instru-
O Balanced Scorecard deve traduzir a missão,
mento de alinhamento entre o planejamento estra-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
visão e a estratégia da organização em objetivos e
tégico e o operacional. Compreende a danielicoense@gmail.com
tradução da
medidas tangíveis. As medidas representam o
visão e da estratégia de uma organização em um
609.749.013-50
equilíbrio entre indicadores externos voltados para
conjunto integrado de objetivos e indicadores de
acionistas e clientes, e as medidas internas dos
desempenho que formam a base para um sistema
processos críticos de negócios, inovação, aprendi-
de gerenciamento estratégico e de comunicação.
zado e crescimento (KAPLAN e NORTON, 1997).
Na opinião de Martins (1998), a empresa deve As empresas criativas usam o BSC como um sis-
criar riqueza e isso requer que as informações pos- tema de gestão estratégica uma vez que o método
sibilitem aos executivos fazer julgamentos informa- introduz uma nova forma de abordar e chamar a
dos, tanto acerca de diagnósticos da situação atenção dos gerentes para os quatro aspectos mais
quanto à respeito de questionar a estratégia e as importantes que, separada ou complementar-
suposições da empresa sobre o negócio dela. O mente, contribuem para conectar os objetivos es-
sistema de informação de gestão torna possíveis tratégicos a longo prazo aos resultados e ações a
diagnósticos, estratégias e decisões e também curto prazo, segundo Campos (1998).
destaca a necessidade da informação preditiva
“O BSC surge com o objetivo de resolver os
para focalizar os fatores que irão conduzir ao de-
problemas que existem em se ter uma única visão,
sempenho futuro desejado e, dessa forma, será
ou perspectiva como preferem os autores, na con-
possível atingir a melhoria com êxito maior.
dução das tomadas de decisão em uma organiza-
O modelo de avaliação de desempenho Balan- ção, contrapondo a contabilidade tradicional, que
ced Scorecard desenvolvido por Kaplan e Norton usa uma linha exclusivamente financeira”. (RO-
(1997), teve como objetivo desenvolver um novo CHA, 2002, p. 48)
modelo de medição de desempenho para as orga-
Perspectivas do BSC
nizações que refletisse o equilíbrio entre objetivos
de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e Kaplan e Norton (2004) apresentam quatro
não financeiras e, também, medisse o desempenho perspectivas de mensuração do desempenho: fi-
sob as perspectivas: financeira, do cliente, dos pro- nanceira, do cliente, dos processos internos da em-
cessos internos e do aprendizado e crescimento. presa e de aprendizagem e crescimento, que serão
Para Neely et al., citado por Bond e Carpinetti vistas a seguir.

540
Perspectiva financeira focalizem as metas dos processos internos de
Conforme Kaplan e Norton (2004) as medidas acordo com os objetivos dos clientes e acionistas.
de desempenho financeiro informam se a estraté- Para Kaplan e Norton (2004, p. 97-98)
gia da empresa, bem como sua implementação e Recomendamos que os executivos definam
execução, estão contribuindo para a melhoria dos uma cadeia de valor completa dos processos in-
resultados financeiros. terno que tenha início com o processo de inovação
Ao iniciar o desenvolvimento das medidas fi- – identificação das necessidades atuais e futuras
nanceiras, os gestores devem identificar as mais dos clientes e desenvolvimento de novas soluções
adequadas à sua estratégia, os objetivos e as me- para essas necessidades -, prossiga com os pro-
didas precisam exercer um duplo papel: primeiro cessos de operações – entrega dos produtos e
definir o desempenho financeiro esperado e, se- prestação dos serviços aos clientes existentes – e
gundo servir de meta principal para os objetivos e termine com o serviço pós-venda – oferta de servi-
metas de todas as outras perspectivas (KAPLAN e ços pós-venda que complementem o valor propor-
NORTON, 2004). cionado aos clientes pelos produtos ou serviços de
Os objetivos financeiros podem diferir muito uma empresa.
em cada fase do ciclo de vida de uma empresa. Em Os sistemas convencionais se preocupam
função do tipo de organização várias estratégias de apenas em monitorar e melhorar os indicadores de
negócios poderão surgir. custos, qualidade e tempo dos processos. O BSC,
Para Kaplan e Norton (2004) existem temas ao contrário, faz com que os requisitos de desem-
estratégicos para a perspectiva financeira a partir penho decorram das expectativas de participantes
das estratégias de crescimento e sustentação, são externos específicos (KAPLAN e NORTON, 2004).
eles: crescimento e mix de receita, redução de cus- Perspectiva de aprendizagem e cresci-
tos e melhoria de produtividade e utilização dos ati- mento
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
vos e estratégias de investimentos. A quarta perspectiva do BSC tem como obje-
Perspectiva do cliente danielicoense@gmail.com
tivo apresentar os resultados das demais. Para Ka-
609.749.013-50
plan e Norton (2004) a capacidade dos funcioná-
De acordo com Kaplan e Norton (2004), a es-
tratégia da empresa é definida de acordo com o rios, capacidade dos sistemas de informação, a
segmento de cliente e mercado e pode ser formu- motivação, empowerment (delegar poder) e alinha-
lada através de pesquisa de mercado. Os segmen- mento são as categorias principais dessa perspec-
tos de mercado e as preferências do cliente podem tiva.
dimensionar o preço, qualidade, funcionalidade, Um grupo essencial de três indicadores foca-
serviço e outros. dos nos funcionários – satisfação, produtividade e
O grupo de medidas essenciais dos clientes retenção – monitora resultados a partir dos investi-
mostra a relação de causa e efeito através de indi- mentos feitos em funcionários, sistemas e alinha-
cadores como a participação de mercado, retenção mento organizacional. Os vetores desses resulta-
de clientes, capacitação de clientes, satisfação de dos são, até o momento, um tanto genérico e me-
clientes e lucratividade de clientes. nos desenvolvidos do que os das outras três pers-
pectivas do Balanced Scorecard. Eles incluem índi-
Essa perspectiva permite que os gestores tra- ces agregados de cobertura de funções Estratégi-
duzam a declaração da missão da empresa em ser- cas, disponibilidade de informações estratégicas e
viço ao cliente e em medidas especificas que refle- nível de alinhamento pessoal, de equipe e de de-
tem os fatores preocupantes dos mesmos, que fo- partamento com os objetivos estratégicos (KA-
ram agrupadas por Kaplan e Norton (2004) em três PLAN e NORTON, 2004, p. 152).
categorias distintas: tempo, qualidade e preço.
Em síntese, o Balanced Scorecard traduz a es-
Perspectiva dos processos internos da em- tratégia em objetivos e medidas através de um con-
presa junto equilibrado de perspectivas. “O Scorecard in-
A perspectiva dos processos internos da em- clui medidas dos resultados desejados e dos pro-
presa deve ser desenvolvida depois da perspectiva cessos capazes de assegurar a obtenção desses
financeira e do cliente para que as empresas resultados desejados no futuro” (MARTINS e TUR-
RIONI, 2002, p. 3).

541
Processo de elaboração do bsc objetivos estratégicos, distribuídos com coerência
O processo de elaboração do Balanced Sco- entre os diversos vetores de desempenho ou pers-
recard descrito por Christiane Ogassawara (2009) pectivas (finanças, mercado e clientes, processos
possui cinco princípios: internos, infraestrutura, pessoas etc.).

• Traduzir a estratégia em guias operacionais: Segundo Kaplan e Norton (2000), o mapa es-
cria-se um referencial para a descrição e imple- tratégico do Balanced Scorecard explicita a hipó-
mentação das estratégias: o mapa estratégico. tese da estratégia, e cada indicador se converte em
Esse mapa descreve a estratégia e fornece os fun- parte integrante de uma cadeia lógica de causa e
damentos que guiarão o projeto de um BSC. efeito que conecta os resultados almejados da es-
tratégia. O mapa estratégico descreve o processo
• Alinhar a organização à estratégia: as áreas de transformação de ativos intangíveis em resulta-
ou unidades de negócio se ligam à estratégia cor- dos tangíveis para os clientes e, por conseguinte,
porativa. em resultados financeiros. Essa ferramenta for-
• Transformar a estratégia em tarefa de todos: nece aos executivos um referencial para a descri-
essa transformação ocorre por meio da comunica- ção e gerenciamento da estratégia.
ção da estratégia (de cima para baixo), que deve Com base na identificação das perspectivas e
ser traduzida em linguajar claro para que todos os na definição dos objetivos estratégicos da em-
colaboradores da organização a entendam e dire- presa, é possível desenhar um mapa estratégico, o
cionem sua atuação para ela. São necessários trei- qual, segundo Rezende (2003), “retrata relações de
namentos para transmitir aos funcionários os con- causa e efeito referente ao atingimento da visão es-
ceitos estratégicos e demais informações relacio- tabelecida para uma organização e coordena as
nadas à remuneração por incentivos e ao trabalho atividades em todos os níveis com base em uma só
em conjunto para a execução da estratégia. direção estratégica”. Costa (2006, p. 12) observou
• Converter a estratégia em processo contínuo: que o desenho do mapa tem a “finalidade de deco-
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
dificar os complexos processos de escolha, frente
na implementação do processo de gerenciamento
da estratégia nas empresas três passos danielicoense@gmail.com
foram aos quais os gestores de todos os níveis são ex-
postos diariamente”.
609.749.013-50
identificados: a conexão da estratégia ao processo
orçamentário, objetivando conciliar as iniciativas de Esta percepção é confirmada por Kaplan &
longo prazo com o desempenho esperado no curto Norton (2004, p. 104), ao descreverem o mapa es-
prazo; a realização de reuniões gerenciais para tratégico como sendo o pilar para a construção do
avaliação da estratégia; e o aprendizado organiza- Balanced Scorecard. Segundo a ótica dos autores,
cional, com adaptação da estratégia. o mapa pode ser considerado como uma forma de
• Mobilizar a mudança por meio da liderança explicitar esta transformação intangível em resulta-
executiva: a implementação da estratégia de- dos tangíveis, uma vez que ele “mostra como a or-
manda trabalho contínuo e em equipe. Caso a alta ganização planeja converter seus vários ativos em
direção da organização não se envolva ou atue resultados almejados”.
com pouca dedicação, a estratégia não será imple- Essa implementação do BSC, que envolve a
mentada. Esse princípio contempla: a mobilização lógica de esclarecer, obter consenso e focalizar a
para a mudança organizacional (esclarecimento estratégia, é composta basicamente por cinco com-
sobre a importância da mudança), e definição do ponentes (KAPLAN; NORTON, 1997):
processo de governança que orientará e direcio-
nará as mudanças (há um rompimento da estrutura I. Mapa estratégico;
tradicional de poder). II. Objetivos estratégicos;
Mapa estratégico III. Indicadores de desempenho;
O Mapa Estratégico é um diagrama que repre- IV. Metas; e
senta a hipótese estratégica da organização, abri- V. Plano de ações.
gando, então, o pensamento estratégico sobre o
qual se desenvolvem as iniciativas estratégicas que Vejamos cada um desses componentes:
deverão conduzir a organização ao alcance da sua Mapas estratégicos: permitem que as or-
visão/missão. No mapa devem ficar claras as rela- ganizações descrevam e ilustrem de forma nítida e
ções de causa e efeito (precedência) entre os

542
detalhada todos os seus objetivos, iniciativas, mer- informações. É no “processamento” que estão con-
cados-alvo, indicadores de desempenho e as liga- centradas as atividades do processo.
ções entre todos os elementos de sua estratégia.
Atenção → O processo existe em todas as
Além disso, proporcionam uma visão clara aos co-
laboradores de como suas funções estão ligadas empresas – de forma bem definida ou de forma fra-
aos objetivos gerais da organização, permitindo gmentada (ainda que as empresas não consigam
que trabalhem de forma colaborativa em prol das visualizá-lo e defini-lo como tal).
metas planejadas pela empresa. Em um mapa es-
tratégico, os indicadores do BSC estabelecem uma Atenção → O valor é o cliente quem atribui,
relação de causa e efeito entre os vetores e o re- reconhecendo sua importância e demonstrando
sultado da estratégia. Segundo Kaplan e Norton, o disposição em pagar o preço estabelecido.
mapa estratégico, ajustado à estratégia específica
Um processo compreende uma série de ativi-
da organização, descreve como os ativos intangí-
dades, racionalmente sequenciais e inter-relacio-
veis impulsionam melhorias de desempenho dos
nadas, que devem ser executadas para se obter
processos internos da organização, que exercem o
determinado resultado pretendido. É um modo de
máximo de alavancagem no fornecimento de valor
transformar insumos em produtos para atender a
para os clientes, os acionistas e as comunidades.
necessidade de algum cliente. O processo inicia
Objetivos estratégicos: é o que deve ser com a identificação de uma necessidade e termina
alcançado e o que é crítico para o sucesso da or- com a entrega do produto (bem ou serviço) ao cli-
ganização. ente.
Indicadores de desempenho: são medi- Na visão de Thomas Davenport “o processo é
das de quantificação de como estão sendo realiza- uma ordenação específica das atividades de traba-
das as atividades, com o propósito de compará-las lho no tempo e no espaço, com um começo e um
Daniel RIBEIRO DEfim, inputs e outputs claramente identificados”. Se-
com as metas estabelecidas.
ANDRADE
Metas: trata-se do nível de desempenho es- gundo o mesmo autor, tais atividades são estrutu-
danielicoense@gmail.com
radas com a finalidade de agregar valor às entra-
perado ou a taxa de melhoria necessária para cada
609.749.013-50
indicador de desempenho. Esse processo de esta- das (inputs), resultando em um produto para um cli-
belecimento de metas permite que a organização ente.
quantifique os resultados pretendidos a longo Harrington define processo como a utilização
prazo; identifique mecanismos e forneça recursos de recursos da empresa para oferecer resultados
para que os resultados sejam alcançados; estabe- objetivos aos seus clientes. Assim sendo, o pro-
leça referenciais de curto prazo para que as medi- cesso seria um fluxo de trabalho, em que existiriam
das financeiras e não financeiras do scorecard. os inputs (materiais, informação, equipamentos,
Plano de ações: associados às metas esta- etc.) que seriam trabalhados, de forma a agregar
belecidas, o plano de ações deverá ser elaborado valor. Desta forma, o fluxo resultaria em uma série
a fim de viabilizar seu alcance. Essa fase de elabo- de outputs (produtos e serviços desejados pelos cli-
ração de planos de ações está ligada ao controle. entes).
Para o GesPública (2011), o “processo é um
conjunto de decisões que transformam insumos em
valores gerados ao cliente/cidadão”.
Portanto, cada atividade destas pode agregar
valor ou não ao processo, pois um erro ou demora
em uma destas acabará por prejudicar o cliente.
Conceitos
Assim, quando pensamos em processo temos
As organizações privadas ou públicas, quer de entender que estas atividades estão interligadas
queiram ou não, podem ser vistas como um con- e que não adianta uma delas ser muito bem feita se
junto de processos. Todo processo deve ter, no mí- outra for deficiente.
nimo, entrada, processamento e saída. Os produ-
tos mais típicos da saída são: bens, serviços e Desta forma, a gestão por processos implica
uma ênfase em “como” o produto ou serviço é feito,

543
ao contrário do foco no “quê” é feito, característica internos que geram apenas bens e serviços inter-
das organizações tradicionais. nos, mas que, ao mesmo tempo, são indispensá-
Assim, é possível afirmar que toda vez que ti- veis para que os processos principais possam ser
vermos um conjunto de atividades e tarefas sendo executados (dão suporte à execução dos proces-
executadas de forma integrada para produzir um sos principais), contribuindo para o sucesso da or-
produto (bem ou serviço) com vistas a atender ne- ganização. Ex: Gestão de pessoas, compras, ma-
cessidades de clientes – teremos um processo – nutenção em geral, contas a pagar, processos de
seja ele reconhecido ou não, nominado ou não, recursos humanos etc.
compreendido como tal ou não. Processos gerenciais, ligados às estraté-
gias e utilizados na tomada de decisão, no estabe-
Atenção → De acordo com Nunes,“O modelo
lecimento de metas, na coordenação dos demais
de organização orientado por processos passou a processos e na avaliação dos resultados. Ex: Pla-
ser considerado como alternativa mais adequada nejamento estratégico, gestão do conhecimento,
para promover uma maior efetividade organizacio- avaliação de desempenho, avaliação da satisfação
nal. O pressuposto foi o de que nessa forma de or- dos clientes etc.
ganização ocorresse uma eliminação de barreiras
Níveis de detalhamento dos processos
dentro da empresa, possibilitando a visualização da
organização como um todo e uma maior inter-rela- Em toda empresa, existem alguns processos
ção entre os diferentes agentes da cadeia de valor mais complexos e outros mais simples. Além disso,
(cliente, fornecedor, executores do processo)” existem processos mais importantes e outros me-
nos importantes. O nível de detalhamento de um
Cadeia de Valor
processo está relacionado com a complexidade de
Cadeia de Valor, para Michael Porter, é o con- um processo.
junto de atividades tecnológicas e econômicas dis-
Quanto mais complexo (mais atividades, entra-
tintas que uma organização utiliza Daniel
para entregar
RIBEIRO DE ANDRADE
das ou produtos resultantes), mais provável que te-
produtos e serviços aos seus clientes.
nhamos de “decompô-lo” em subprocessos para
danielicoense@gmail.com
Cada uma dessas atividades (produção, distri- que seja mais fácil a análise e o controle.
609.749.013-50
buição, comercialização etc.) deve entregar algum
A decomposição de um processo segue a
“valor”. Quanto mais valor agregado, mais compe-
seguinte lógica:
titiva fica a empresa. Este é um conceito relacio-
nado com a vantagem competitiva. • Macroprocesso: compreende a visão mais
geral do processo, que, em regra, abrange vários
Atenção → A Cadeia de Valor de Michael Por- processos principais ou secundários e envolvem
ter é um modelo que ajuda a analisar atividades es- mais de uma função organizacional;
pecíficas através das quais as empresas criam va-
• Processo: conjunto de operações (atividades
lor e vantagem competitiva. Ou seja, é um conjunto
e tarefas) que recebe um insumo, agrega valor e
de atividades que uma organização realiza para
transforma num produto (bem/serviço) destinado
criar valor para os seus clientes. A maneira como
ao atendimento de necessidades dos clientes inter-
as atividades dessa cadeia são realizadas deter-
nos e externos;
mina os custos e afeta os lucros.
• Subprocesso: refere-se a uma parte especí-
Classificados dos processos:
fica do processo, composto por um conjunto de ati-
Os processos podem ser assim classificados: vidades que demandam insumos próprios e resul-
Processos negócio/principais/primá- tam em subproduto(s) que concorre(m) para o pro-
rios/chaves/essenciais/finalísticos que são os pro- duto final do processo;
cessos que resultam na entrega de algum bem ou • Atividade: é um conjunto de tarefas com pro-
serviço ao cliente final – devem satisfazer as ne- cedimentos definidos que descrevem o passo a
cessidades e expectativas dos clientes e demais passo para a execução de acordo com algum mé-
partes interessadas. Ex: Produção de um todo/técnica. A atividade terá nome próprio, será
bem/prestação de serviço direto ao cliente final. precedida por um input (entrada) e resultará num
Processos secundários/administrativo/de output (saída), num produto parcial que concorre
suporte/auxiliares/meio que são os processos para o produto final do processo.

544
Atenção → São as atividades que agregam va- departamento, a organização como um todo ou en-
tre organizações.
lor ao processo, assim, a cada atividade executada
o processo deve adquirir um valor maior. O gerenciamento de processos do BPM é es-
tabelecido com base em um ciclo de vida que pos-
• Tarefa: é a menor divisão do trabalho, exclu-
sui seis etapas:
sivamente operacional, que corresponde ao fazer.
É uma partição da atividade com rotina ou procedi- 1. Planejamento;
mento específico. 2. Análise;
Atenção → Nos macroprocessos a visão é ge- 3. Desenho e modelagem;
ral, sem detalhamentos, nos processos tem-se um 4. Implantação;
nível intermediário de detalhamento, já para as ati-
5. Monitoramento e controle;
vidades e tarefas o nível de detalhamento deve ser
amplo, de forma a permitir que cada detalhe impor- 6. Refinamento;
tante que compõe o processo possa ser claramente
visualizado e compreendido. Planejamento.
É a primeira etapa do ciclo de gerenciamento
O GUIA BPM CBOK. de processos. É aqui que é desenvolvido um plano
e uma estratégia dirigida aos processos da organi-
O gerenciamento de processos na administra- zação, estabelecendo a estratégia e o direciona-
ção pública brasileira utiliza as boas práticas pre- mento do BPM. O início do plano se dá através do
vistas no guia Business Process Management entendimento das estratégias e metas que são de-
Common Book Of Knowledge (BPM CBOK) - cujo senhadas para garantir que o cliente perceba valor
nome pode ser traduzido como Guia para o Corpo nos processos de negócio da organização. A estru-
Comum de Conhecimentos sobre Daniel RIBEIRO DEtura
Gerenciamento ANDRADE
e o direcionamento dos processos centrados
de Processos de Negócio. no cliente
danielicoense@gmail.com são baseados no plano.
Trata-se de uma abordagem que busca 609.749.013-50
identi- O planejamento deve assegurar que a aborda-
ficar, desenhar, medir, monitorar, controlar e me- gem de gestão dos processos de negócio integre a
lhorar os processos de negócio nas organizações. estratégia, as pessoas, processos e sistemas ao
A ideia é alinhar os processos de negócio à estra- longo dos limites funcionais.
tégia da organização para que ela obtenha o de- É aqui também que são identificados os papéis
sempenho desejado. e responsabilidades organizacionais de gerencia-
Nas palavras do Guia BPM CBOK: mento de projetos, o patrocínio executivo, metas,
expectativas quanto à medição do desempenho e
Gerenciamento de Processos de Negócio
as metodologias a serem utilizadas.
(BPM) é uma abordagem disciplinada para identifi-
car, desenhar, executar, documentar, medir, moni- Análise.
torar, controlar e melhorar processos de negócio Após considerar as metas e objetivos deseja-
automatizados ou não para alcançar os resultados dos, a análise dos processos busca entender os
pretendidos consistentes e alinhados com as metas processos atuais, também chamados de AS IS (do
estratégicas de uma organização. BPM envolve a inglês - "como é" - em oposição aos processos a
definição deliberada, colaborativa e cada vez mais serem implementados no futuro, chamados de TO
assistida por tecnologia, melhoria, inovação e ge- BE "como será"), no contexto das metas e objetivos
renciamento de processos de negócio ponta-a- desejados.
ponta que conduzem a resultados de negócios,
criam valor e permitem que uma organização cum- Segundo o Guia de Gestão de Processos de
pra com seus objetivos de negócio com mais agili- Governo do GesPública, a análise reúne informa-
dade. BPM permite que uma organização alinhe ções oriundas de planos estratégicos, modelos de
seus processos de negócio à sua estratégia orga- processo, medições de desempenho, mudanças
nizacional, conduzindo a um desempenho eficiente no ambiente externo e outros fatores, a fim de com-
em toda a organização através de melhorias das preender os processos no escopo da organização
atividades específicas de trabalho em um como um todo. Nessa etapa são vistos alguns

545
pontos como: objetivos da modelagem de negócio, que podem ser executados sofrendo apenas pe-
ambiente do negócio que será modelado, principais quenos ajustes pontuais.
stakeholders e escopo da modelagem de proces- Deste modo, a implementação nada mais é do
sos relacionados com o objetivo geral. que a realização do desenho do processo de negó-
A análise dos processos leva em conta diferen- cio aprovado. Ela se dá através de procedimentos
tes metodologias para facilitar as atividades de e fluxos de trabalho documentados, testados e ope-
identificação do contexto e de diagnóstico da situa- racionais.
ção atual, que constituem o foco desta etapa. Monitoramento e controle.
Desenho e modelagem. Esta etapa busca fornecer informações-chave
O desenho esta focado sobre o desenho inten- de desempenho de processos através de métricas
cional e cuidadoso dos processos de negócio que ligadas às metas estabelecidas e ao valor para a
entregam valor ao cliente. É no desenho que se de- organização. A análise do desempenho realizada
finem as especificações dos processos de negócio, nesta etapa pode fazer com que se desenvolvam
de modo que fique claro o quê, quando, onde, atividades de melhoria, redesenho ou reengenha-
quem e como o trabalho será realizado. ria.
Conforme consta no Guia CBOK, o desenho Refinamento.
dos processos trata da Segundo o Guia BPM CBOK, "o refinamento
"criação de especificações para processos de trata aspectos de ajustes e melhorias pós-imple-
negócio novos ou modificados dentro do contexto mentação de processos com base nos indicadores
dos objetivos de negócio, objetivos de desempenho e informações-chave de desempenho".
de processo, fluxo de trabalho, aplicações de negó- Estes ajustes são feitos com base nas informa-
cio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, ções obtidas por meio da medição e do monitora-
controles financeiros e operacionais, e integração mento de processos de negócio.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
com outros processos internos e externos".
danielicoense@gmail.com
O Guia de Gestão de Processos de Governo
Sobre a modelagem do processo, o Guia de
609.749.013-50
afirma que esta etapa também pode ser chamada
Gestão de Processos de Governo do GesPública de "encenação", revendo o modelo de processo e
afirma o seguinte: implantando as mudanças propostas após o estudo
Já a modelagem de processo é definida como de variados cenários.
"um conjunto de atividades envolvidas na criação Mapeamento de Processos
de representações de um processo de negócio
existente ou proposto", tendo por objetivo "criar Para que possamos melhorar um processo ne-
uma representação do processo em uma perspec- cessitamos antes conhecê-lo. Desta maneira, pre-
tiva ponta-a-ponta que o descreva de forma neces- cisamos analisar o processo, de forma a entender
sária e suficiente para a tarefa em questão". Alter- o fluxo de trabalho envolvido, quais são os setores
nativamente chamada de fase de "identificação", a e pessoas envolvidas e as decisões que devem ser
modelagem pode ser também definida como "fase tomadas durante o processo.
onde ocorre a representação do processo presente Portanto, o trabalho de “entender” e visualizar
exatamente como o mesmo se apresenta na reali- um processo de trabalho é chamado de mapea-
dade, buscando-se ao máximo não recorrer à redu- mento de processos. Este trabalho é executado,
ção ou simplificação de qualquer tipo". normalmente, através de uma ferramenta chamada
O Guia CBOK ressalta, no entanto, que a mo- de fluxograma, que será analisada posteriormente.
delagem de processos pode ser executada tanto Técnicas de mapeamento, análise e melho-
para o mapeamento dos processos atuais como ria de processos
para o mapeamento de propostas de melhoria. (...)
Para que um profissional possa mapear um
Implementação. processo, ele deve primeiro compreendê-lo. Para
Para a realização das atividades de implemen- que isso ocorra, existem diversas técnicas que po-
tação, subentende-se que as fases anteriores cria- dem ser utilizadas. As principais são:
ram e aprovaram um conjunto de especificações Entrevistas e reuniões;

546
Observação das atividades “in loco”; Origens das teorias das relações humanas
Análise da documentação e dos sistemas em administração
existentes;
Coleta de dados e evidências A Teoria das Relações Humanas tem suas
Ao mapearmos um processo, este será des- origens nos seguintes fatos:
crito desde o início, de forma a representar cada Necessidade de humanizar e democratizar
atividade e decisão envolvida nele. Desta forma, a a administração, libertando-a dos conceitos rígidos
pessoa que estiver fazendo o mapeamento deverá e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a
compreender os elementos: (fornecedores, entra- aos novos padrões de vida do povo americano.
das, processo, saídas e clientes) de modo a des- Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas se
crever todos os aspectos do processo. revelou um movimento tipicamente americano e
Entre os benefícios que uma organização pode voltado para a democratização dos conceitos admi-
ter ao mapear seus processos, temos: nistrativos.

Compreender o impacto que o processo Desenvolvimento das ciências humanas,


tem para a organização e seus clientes; principalmente a psicologia, bem como sua cres-
cente influência intelectual e suas primeiras aplica-
Entender a relação de dependência entre os ções à organização industrial. As ciências humanas
setores no processo; vieram demonstrar a inadequação dos princípios
Compreender quais são os “atores” envolvi- da Teoria Clássica.
dos no processo; Ideias da filosofia pragmática de John De-
Analisar se o processo é necessário e se é wey e da psicologia dinâmica de Kurt Lewin funda-
bem executado; mentais para o humanismo na administração. Elton
Daniel RIBEIRO DEMayo
Propor mudanças no processo;
é o fundador da escola. Dewey e Lewin tam-
ANDRADE
bém contribuíram para sua concepção, e a sociolo-
danielicoense@gmail.com
Identificar quais são os fatores críticos no gia de Pareto foi fundamental.
processo. 609.749.013-50
Conclusões da Experiência de Hawthorne:
Projeto de Mapeamento e Modelagem de realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de
Processos Elton Mayo, que puseram em xeque os principais
O BPMN (Business Process Modeling Nota- postulados da Teoria Clássica da administração.
tion) é o padrão utilizado para o desenho (ou mo- As críticas à abordagem clássica
delagem) dos processos em uma organização. A Teoria Clássica pretendeu desenvolver uma nova filoso-
fia empresarial, uma civilização industrial, na qual a tecno-
Consiste de um conjunto de notações gráficas, logia e o método de trabalho fossem as preocupações bá-
ou seja, um conjunto de símbolos padronizados sicas do administrador. Todavia, apesar da hegemonia da
que servem para que possamos descrever e rede- Teoria Clássica e do fato de não ter sido questionada por
senhar um processo. Esse diagrama que nos per- nenhuma outra teoria administrativa durante as quatro pri-
meiras décadas do século XX, seus princípios nem sempre
mite visualizar um processo também é conhecido foram pacificamente aceitos. Em um país democrático
como fluxograma. como os Estados Unidos, os trabalhadores e sindicatos
passaram a visualizar e interpretar a Administração Cientí-
Assim, essa é a ferramenta utilizada para efe- fica como um meio sofisticado de exploração de emprega-
tuar o mapeamento e a modelagem dos processos. dos a favor dos interesses patronais. A Pesquisa de Hoxie
Desta forma, ele é utilizado para descrever, de foi um alerta à autocracia do sistema de Taylor. Verificou-
se que a administração se baseava em princípios inade-
modo gráfico, um processo através do uso de sím- quados ao estilo democrático de vida americano. Assim, a
bolos e linhas. Teoria das Relações Humanas nasceu da necessidade de
corrigir a tendência à desumanização do trabalho com a
aplicação de métodos científicos e precisos.

Conceito de homem social


Os precursores da Administração Científica se baseavam
no conceito do homo economicus − pelo qual o homem é
motivado e incentivado por estímulos salariais − e elabora-
vam planos de incentivo salarial para elevar a eficiência e

547
baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações 1. Primeira fase da experiência de Haw-
Humanas, a motivação econômica é secundária na deter-
thorne
minação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pes-
soas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, Na primeira fase da experiência foram escolhi-
aprovação social e participação nas atividades dos grupos
sociais nos quais convivem.
dos dois grupos de operários que faziam o mesmo
trabalho e em condições idênticas: um grupo de ob-
servação trabalhava sob intensidade de luz variá-
A Experiência de Hawthorne vel, enquanto o grupo de controle tinha intensidade
Em 1924, a Academia Nacional de Ciências constante. Pretendia-se conhecer o efeito da ilumi-
dos Estados Unidos fez uma pesquisa para verifi- nação sobre o rendimento dos operários. Os obser-
car a correlação entre produtividade e iluminação vadores não encontraram correlação direta entre
do local de trabalho, dentro dos pressupostos da ambas as variáveis, mas verificaram, desaponta-
Administração Científica. Pouco antes, Mayo con- dos, a existência de uma variável difícil de ser iso-
duzira uma pesquisa em uma indústria têxtil com lada, denominada fator psicológico: os operários
elevadíssima rotatividade de pessoal (ao redor de reagiam à experiência de acordo com suas suposi-
250% ao ano) e que havia tentado inutilmente vá- ções pessoais, ou seja, eles se julgavam na obriga-
rios esquemas de incentivos salariais. Mayo intro- ção de produzir mais quando a intensidade de ilu-
duziu um intervalo de descanso, delegou aos ope- minação aumentava e, o contrário, quando dimi-
rários a decisão sobre horários de produção e con- nuía. Comprovou-se a preponderância do fator psi-
tratou uma enfermeira. Em pouco tempo, emergiu cológico sobre o fator fisiológico: a eficiência dos
um espírito de grupo, a produção aumentou e a ro- operários é afetada por condições psicológicas.
tatividade do pessoal diminuiu. Reconhecendo o fator psicológico apenas quanto à
Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas sua influência negativa, os pesquisadores preten-
iniciou uma experiência na fábrica de Hawthorne da deram isolá-lo ou eliminá-lo da experiência, por
considerá-lo inoportuno.
Western Electric Company, situada
Daniel emRIBEIRO
Chi- DE ANDRADE
cago, para avaliar a correlação entre iluminação e 2. Segunda fase da experiência da Haw-
danielicoense@gmail.com
thorne
eficiência dos operários, medida por meio da pro-
dução. A experiência foi coordenada por Elton
609.749.013-50
A segunda fase da experiência começou em
Mayo, e estendeu-se à fadiga, aos acidentes no tra- 1927. Foi criado um grupo de observação (ou grupo
balho, à rotatividade do pessoal (turnover) e ao experimental): cinco moças montavam os relês, en-
efeito das condições de trabalho sobre a produtivi- quanto uma sexta operária fornecia as peças para
dade do pessoal. Os pesquisadores verificaram abastecer o trabalho. A sala de provas era sepa-
que os resultados da experiência eram prejudica- rada do departamento (onde estava o grupo de
dos por variáveis de natureza psicológica. Tenta- controle) por uma divisão de madeira. O equipa-
ram eliminar ou neutralizar o fator psicológico, en- mento de trabalho era idêntico ao utilizado no de-
tão estranho e impertinente, o que fez a experiência partamento, apenas incluindo um plano inclinado
se prolongar até 1932. com um contador de peças que marcava a produ-
ção em fita perfurada.
Maximiano (2009, p. 44) destaca o fato desta
experiência ter sido um dos eventos mais importan- A produção foi o índice de comparação entre o
tes na historia do enfoque comportamental na ad- grupo experimental (sujeito a mudanças nas condi-
ministração, sendo que esta revelou “a importância ções de trabalho) e o grupo de controle (trabalho
do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e deu em condições constantes). O grupo experimental ti-
a partida para os estudos sistemáticos sobre o sis- nha um supervisor, como no grupo de controle,
tema social das organizações”. O mesmo autor além de um observador que permanecia na sala e
continua apontando que a experiência de Haw- observava o trabalho e assegurava o espírito de co-
thorne “demonstrou que o principal fator determi- operação das moças. Elas foram convidadas para
nante da produtividade era o comportamento dos participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos
funcionários” (MAXIMIANO, 2009, p. 44). seus objetivos: determinar o efeito de certas mu-
Este estudo que aconteceu na empresa Wes- danças nas condições de trabalho (períodos de
tern Eletric em 1923 foi dividido em 4 fases. As fa- descanso, lanches, redução no horário de trabalho
ses e as conclusões são apresentadas a seguir por etc.). Eram informadas a respeito dos resultados e
Chiavenato (2003, pp. 102–107): as modificações eram antes submetidas a sua

548
aprovação. Insistia-se para que trabalhassem den- 10º Neste período o grupo experimental voltou
tro do normal e que ficassem à vontade no trabalho. a trabalhar até às 17 horas, como no 7º período. A
A pesquisa com o grupo experimental foi dividida produção aumentou bastante.
em 12 períodos, para observar sua produção. 11º Neste período estabeleceu-se a semana
1º Este período durou duas semanas. Foi es- de cinco dias, com sábado livre. A produção diária
tabelecida a capacidade produtiva em condições do grupo experimental continuou a subir.
normais de trabalho (2.400 unidades semanais por 12º Neste período voltou-se às mesmas condi-
força) que passou a ser comparada com a dos de- ções do 3º período, tirando-se todos os benefícios
mais períodos. dados, com o assentimento das moças. Esse perí-
2º Este período durou cinco semanas. O grupo odo, último e decisivo, durou 12 semanas. Inespe-
experimental foi isolado na sala de provas, man- radamente, a produção atingiu um índice jamais al-
tendo-se as condições e o horário de trabalho nor- cançado anteriormente (3.000 unidades semanais
mais e medindo-se o ritmo de produção. Serviu por moça).
para verificar o efeito da mudança de local de tra- As condições físicas de trabalho foram iguais
balho. nos 7º, 10º e 12º períodos. Contudo, a produção
3º Neste período modificou-se o sistema de pa- aumentou seguidamente de um período para o ou-
gamento. No grupo de controle havia o pagamento tro. No 11º período, um ano após o início da expe-
por tarefas em grupo. Os grupos eram numerosos riência, os pesquisadores perceberam que os re-
- compostos por mais de cem moças -; as variações sultados eram estranhos. Havia um fator psicoló-
de produção de cada moça eram diluídas na pro- gico que já havia aparecido na experiência anterior
dução e não se refletiam no salário individual. Se- sobre iluminação.
parou-se o pagamento do grupo experimental e, A experiência da sala de montagem de relés
como ele era pequeno, os esforços individuais re- trouxe as seguintes conclusões:
percutiam diretamente no salário.Daniel
Esse período du- DE ANDRADE
RIBEIRO
rou oito semanas. Verificou-se aumento de produ- a) as moças gostavam de trabalhar na sala de
danielicoense@gmail.com
provas porque era divertido e a supervisão branda
ção.
609.749.013-50
(ao contrário da supervisão de controle rígido na
4º Este período marca o início da introdução de sala de montagem) permitia trabalhar com liber-
mudanças no trabalho: um intervalo de cinco minu- dade e menor ansiedade;
tos de descanso no período da manhã e outro igual
no período da tarde. Verificou-se novo aumento de b) havia um ambiente amistoso e sem pres-
produção. sões, no qual a conversa era permitida, o que au-
mentava a satisfação no trabalho;
5º Neste período os intervalos de descanso fo-
ram aumentados para dez minutos cada, verifi- c) não havia temor ao supervisor, pois esse
cando-se novo aumento de produção. funcionava como orientador;
6º Neste período introduziu-se três intervalos d) houve um desenvolvimento social do grupo
de cinco minutos na manhã e três à tarde. A produ- experimental. As moças faziam amizades entre si e
ção não aumentou, havendo queixas das moças tornaram-se uma equipe;
quanto à quebra do ritmo de trabalho. e) o grupo desenvolveu objetivos comuns,
7º Neste período voltou-se a dois intervalos de como o de aumentar o ritmo de produção, embora
dez minutos, em cada período, servindo-se um lan- fosse solicitado a trabalhar normalmente.
che leve. A produção aumentou novamente. Terceira fase da experiência de Hawthorne
8º Neste período foram mantidas as mesmas Preocupados com a diferença de atitudes entre
condições do período anterior, e o grupo experi- as moças do grupo experimental e as do grupo de
mental passou a trabalhar até às 16h30min e não controle, os pesquisadores se afastaram do obje-
até às 17 horas, como o grupo de controle. Houve tivo inicial de verificar as condições físicas de tra-
acentuado aumento da produção. balho e passaram a se fixar no estudo das relações
9º Neste período o grupo experimental passou humanas no trabalho. Verificaram que, no grupo de
a trabalhar até às 16 horas. A produção permane- controle, as moças consideravam humilhante a su-
ceu estacionária. pervisão vigilante e constrangedora. Apesar de sua

549
política pessoal aberta, a empresa pouco ou nada mais rápidos para “estabilizarem” sua produção por
sabia acerca dos fatores determinantes das atitu- meio de punições simbólicas. Essa quarta fase per-
des das operárias em relação à supervisão, aos mitiu o estudo das relações entre a organização in-
equipamentos de trabalho e à própria organização. formal dos empregados e a organização formal da
Assim, em 1928, iniciou-se o Programa de En- fábrica.
trevistas (Interviewing Program) com os emprega- A Experiência de Hawthorne foi suspensa em
dos para conhecer suas atitudes e sentimentos, ou- 1932 por motivos financeiros. Sua influência sobre
vir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento a teoria administrativa foi fundamental, abalando os
que recebiam, bem como ouvir sugestões a res- princípios básicos da Teoria Clássica então domi-
peito do treinamento dos supervisores. O programa nante.
foi bem recebido entre operários e supervisores e Conclusões da experiência de Hawthorne
os resultados se mostraram animadores. Em fun-
ção disso, foi criada a Divisão de Pesquisas Indus- A Experiência de Hawthorne proporcionou o
triais para ampliar o programa de entrevistas e en- delineamento dos princípios básicos da Escola das
trevistar anualmente todos os empregados. Para Relações Humanas. Suas conclusões são as se-
uma empresa com mais de 40.000 empregados, o guintes:
plano se revelou ambicioso. Entre 1928 e 1930 fo- a) O nível de produção é resultante da inte-
ram entrevistados cerca de 21.126 empregados. gração social
Em 1931, adotou-se a técnica da entrevista O nível de produção não é determinado pela
não-diretiva, que permitia que os operários falas- capacidade física ou fisiológica do empregado
sem livremente, sem que o entrevistador desviasse (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas
o assunto ou tentasse impor um roteiro prévio. Com sociais e expectativas grupais. É a capacidade so-
a organização informal, os operários se mantêm cial do trabalhador que determina o seu nível de
unidos através de laços de lealdade. Quando o competência e eficiência e não sua capacidade de
Daniel RIBEIRO DE
operário pretende também ser leal à empresa, essa
ANDRADE
executar movimentos eficientes dentro do tempo
danielicoense@gmail.com
lealdade dividida entre o grupo e a companhia traz estabelecido. Quanto maior a integração social no
609.749.013-50
conflito, tensão, inquietação e descontentamento. grupo de trabalho, tanto maior a disposição de pro-
Para estudar esse fenômeno, os pesquisadores de- duzir. Se o empregado apresentar excelentes con-
senvolveram uma quarta fase da experiência. dições físicas e fisiológicas para o trabalho e não
Quarta fase da experiência de Hawthorne estiver socialmente integrado, sua eficiência so-
frerá a influência de seu desajuste social.
Foi escolhido um grupo experimental para tra-
balhar em uma sala especial com condições de tra- b) Comportamento social dos empregados
balho idênticas às do departamento. Um observa- O comportamento do indivíduo se apoia total-
dor ficava dentro da sala e um entrevistador do lado mente no grupo. Os trabalhadores não agem ou re-
de fora entrevistava o grupo. Essa experiência vi- agem isoladamente como indivíduos, mas como
sava analisar a organização informal dos operários. membros de grupos. A qualquer desvio das normas
O sistema de pagamento era baseado na produção grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou
do grupo, havendo um salário-hora com base em morais dos colegas, no intuito de se ajustar aos pa-
fatores e um salário mínimo horário, para o caso de drões do grupo. Enquanto os padrões do grupo per-
interrupções na produção. Os salários só podiam manecerem imutáveis, o indivíduo resistirá a mu-
ser maiores se a produção total aumentasse. Assim danças para não se afastar deles.
que se familiarizou com o grupo experimental, o ob-
c) Recompensas e sanções sociais
servador pôde constatar que os operários dentro da
sala usavam várias artimanhas - logo que os ope- O comportamento dos trabalhadores está con-
rários montavam o que julgavam ser a sua produ- dicionado a normas e padrões sociais. Os operá-
ção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os rios que produziram acima ou abaixo da norma so-
operários passaram a apresentar certa uniformi- cialmente determinada perderam o respeito e a
dade de sentimentos e solidariedade grupal. O consideração dos colegas. Os operários preferiram
grupo desenvolveu métodos para assegurar suas produzir menos - e ganhar menos - a pôr em risco
atitudes, considerando delator o membro que pre- suas relações amistosas com os colegas. Cada
judicasse algum companheiro e pressionando os grupo social desenvolve crenças e expectativas em

550
relação à Administração. Essas crenças e expecta- grupos dos quais participa. É dentro da organiza-
tivas - sejam reais ou imaginárias - influem nas ati- ção que surgem as oportunidades de relações hu-
tudes e nas normas e padrões de comportamento manas, devido ao grande número de grupos e inte-
que o grupo define como aceitáveis. As pessoas rações resultantes. A compreensão das relações
são avaliadas pelo grupo em relação a essas nor- humanas permite ao administrador melhores resul-
mas e padrões de comportamento: são bons cole- tados de seus subordinados e a criação de uma at-
gas se seu comportamento se ajusta a suas nor- mosfera na qual cada pessoa é encorajada a expri-
mas e padrões de comportamento ou são péssimos mir-se de forma livre e sadia.
colegas se o comportamento se afasta delas. f) Importância do conteúdo do cargo
d) Grupos informais A especialização não é a maneira mais efici-
Enquanto os clássicos se preocupavam com ente de divisão do trabalho. Embora não tenham se
aspectos formais da organização (como autori- preocupado com esse aspecto, Mayo e seus cola-
dade, responsabilidade, especialização, estudos boradores verificaram que a especialização pro-
de tempos e movimentos, princípios gerais de Ad- posta pela Teoria Clássica não cria a organização
ministração, departamentalização etc.), os autores mais eficiente. Observaram que os operários troca-
humanistas se concentravam nos aspectos infor- vam de posição para variar e evitar a monotonia,
mais da organização (como grupos informais, com- contrariando a política da empresa. Essas trocas
portamento social dos empregados, crenças, ati- provocavam efeitos negativos na produção, mas
tude e expectativa, motivação etc.). A empresa elevavam o moral do grupo. O conteúdo e a natu-
passou a ser visualizada como uma organização reza do trabalho têm influência sobre o moral do
social composta de grupos sociais informais, cuja trabalhador. Trabalhos simples e repetitivos tor-
estrutura nem sempre coincide com a organização nam-se monótonos e maçantes afetando negativa-
formal da empresa, ou seja, com os propósitos de- mente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua
finidos pela empresa. satisfação e eficiência.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Os grupos informais constituemdanielicoense@gmail.com
a organização g) Ênfase nos aspectos emocionais
humana da empresa, muitas vezes em contraposi-
609.749.013-50Os elementos emocionais não planejados e ir-
ção à organização formal estabelecida pela dire- racionais do comportamento humano merecem
ção. Os grupos informais definem suas regras de atenção especial da Teoria das Relações Huma-
comportamento, formas de recompensas ou san- nas. Daí a denominação de sociólogos da organi-
ções sociais, objetivos, escala de valores sociais, zação aos autores humanistas.
crenças e expectativas que cada participante vai
assimilando e integrando em suas atitudes e com- Fonte: Chiavenato (2003, p. 102–107).
portamento. Decorrências da Teoria das Relações Hu-
e) Relações humanas manas
No local de trabalho, as pessoas participam de O advento da Teoria das Relações Humanas
grupos sociais dentro da organização e mantêm-se trouxe uma nova linguagem que passou a dominar
em uma constante interação social. Para explicar o o repertório administrativo: fala-se agora em moti-
comportamento humano nas organizações, a Teo- vação, liderança, comunicação, organização infor-
ria das Relações Humanas passou a estudar essa mal, dinâmica de grupo, etc. Os conceitos clássicos
interação social. As relações humanas são as de autoridade, hierarquia, racionalização do traba-
ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos con- lho, departamentalização, princípios gerais de ad-
tatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui ministração, etc. passaram a ser contestados ou
uma personalidade própria e diferenciada que influi deixados de lado. Subitamente, explora-se o re-
no comportamento e nas atitudes das outras com verso da medalha. O engenheiro e o técnico cedem
quem mantém contatos e é, por outro lado, igual- lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a
mente influenciada pelas outras. As pessoas pro- máquina perdem a primazia em favor da dinâmica
curam ajustar-se às demais pessoas e grupos: que- de grupo. A felicidade humana passa a ser vista
rem ser compreendidas, aceitas e participar, no in- sob um ângulo diferente, pois o homo economicus
tuito de atender a seus interesses e aspirações cede o lugar para o homem social. Essa revolução
pessoais. O comportamento humano é influenciado na administração ocorreu nos prenúncios da Se-
pelas atitudes e normas informais existentes nos gunda Guerra Mundial, ressaltando o caráter

551
democrático da administração. A ênfase nas tare-
fas e na estrutura é substituída pela ênfase nas Art. 6º. São direitos sociais a educação, a
pessoas. saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
Com a Teoria das Relações Humanas, surgiu dia, o transporte, o lazer, a segurança, a
uma nova concepção sobre a natureza do homem: previdência social, a proteção à materni-
o homem social, que se baseia nos seguintes as- dade e à infância, a assistência aos de-
pectos: samparados, na forma desta constituição.
(artigo com redação dada pela emenda
Trabalhadores são criaturas sociais com- constitucional nº 90, de 2015)
plexas, dotados de sentimentos, desejos e temo-
res. O comportamento no trabalho – como o com- Ante à complexidade da máquina estatal brasi-
portamento em qualquer lugar – é uma consequên- leira, organizada para prestar os serviços públicos
cia de muitos fatores motivacionais. e a atividade administrativa, o Estado brasileiro
Pessoas são motivadas por necessidades passou a adotar técnicas de organização adminis-
humanas e alcançam suas satisfações por meio da trativas diversas.
interação com grupos sociais. Dificuldades em par- Carvalho Filho destaca três técnicas de orga-
ticipar e em se relacionar com o grupo provocam nização administrativa: centralização, descentrali-
elevação da rotatividade de pessoal (turnover), zação e a desconcentração. Para fins de concursos
abaixamento do moral, fadiga psicológica, redução públicos, vamos tratar das técnicas da descentrali-
dos níveis de desempenho, etc. zação e da desconcentração, que são as mais
O comportamento dos grupos sociais é in- abordadas nas provas.
fluenciado pelo estilo de supervisão e liderança. O Obs.: Se você compreender a desconcentração e
supervisor eficaz é aquele que possui habilidade a descentralização, também compreende a centra-
para influenciar seus subordinados, obtendo leal- lização e a concentração, pois são o oposto das pri-
dade, padrões elevados de desempenhoDaniel eRIBEIRO
alto DE ANDRADE
meiras.
danielicoense@gmail.com
compromisso com os objetivos da organização.
Normas sociais do grupo funcionam como609.749.013-50
Técnicas de Organização Administrativa
mecanismos reguladores do comportamento dos Conforme destacado acima, as duas principais
membros. Os níveis de produção são controlados técnicas de organização administrativa mais cobra-
informalmente pelas normas do grupo. Esse con- das nos concursos são a descentralização e a des-
trole social adota tanto sanções positivas (estímu- concentração.
los, aceitação social, etc.) como negativas (goza-
ções, esfriamento por parte do grupo, sanções sim- Descentralização:
bólicas, etc.). Hely Lopes Meireles leciona que “Descentrali-
zar, em sentido comum, é afastar do centro; des-
centralizar, em sentido jurídico-administrativo, é
atribuir a outrem poderes da Administração.”
Portanto, a descentralização é técnica de orga-
nização administrativa onde a Administração Pú-
blica cria entidade administrativa, transferindo para
Introdução ela a titularidade e a execução do serviço público,
O Estado de bem estar social (“Welfare State”) ou delega a um particular a execução de determi-
consagrado no Brasil pela CF/88 impôs ao Estado nado serviço público. Nela, não há hierarquia ou
brasileiro a prestação de uma quantidade elevada subordinação, mas controle finalístico ou tutela.
de serviços públicos, que são também direitos fun- Esta modalidade pressupõe a existência de, pelo
damentais sociais de segunda dimensão, ou seja, menos, duas pessoas jurídicas distintas.
estabelecem deveres prestacionais ou uma atua- Di Pietro esclarece que existem três modalida-
ção positiva por parte do Estado brasileiro. des de descentralização, a saber:
O art. 6° da CRFB/88 positivou os seguintes “Descentralização territorial ou geográfica é a
direitos sociais fundamentais: que se verifica quando uma entidade local, geogra-
ficamente delimitada, é dotada de personalidade

552
jurídica própria, de direito público, com capacidade nome próprio. Diversa da descentralização
administrativa genérica. é a desconcentração administrativa, que
Descentralização por serviços, funcional ou significa repartição de funções entre os vá-
técnica é a que se verifica quando o Poder Público rios órgãos (despersonalizados) de uma
(União, Estados ou Municípios) cria uma pessoa ju- mesma Administração sem quebra de hie-
rídica de direito público ou privado e a ela atribui a rarquia. Na descentralização, a execução
titularidade e a execução de determinado serviço de atividades ou a prestação de serviços
público. pelo Estado é indireta e mediata; na des-
concentração é direta e imediata.”
Descentralização por colaboração é a que se
verifica quando, por meio de contrato ou ato admi- QUADRO COMPARATIVO
nistrativo unilateral, se transfere a execução de de- ENTRE DESCONCENTRAÇÃO E
terminado serviço público à pessoa jurídica de di- DESCENTRALIZAÇÃO
reito privado, previamente existente, conservando
o Poder Público a titularidade do serviço.
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

Descentralização Criação de Pessoas Órgãos Entidades


Administrativa Jurídicas distintas.
Não possuem persona- A personalidade jurí-
lidade jurídica. dica distinta do Estado.
Não podem ser aciona-
Descentralização Criação de
dos judicialmente, ex-
Territorial territórios federais. Respondem Judicial-
ceto aqueles que de-
mente, pois são sujei-
tém capacidade judiciá-
tos de direito e de obri-
ria para o exercício das
Por Daniel RIBEIRO DE prerrogativas
ANDRADE
institucio-
gações.
Mediante
Outorga ou danielicoense@gmail.com
nais.
Lei.
legal. 609.749.013-50
Exemplos de órgãos
Descentralização
despersonalizados:
de Serviços
Ministérios, Secreta-
Por rias, Delegacias da Re- Ex.: IBAMA, INSS, IN-
Mediante
Colabora- ceita Federal. CRA, Banco do Brasil,
Contrato.
ção. Dica: A Câmara Muni- CEF, Petrobras, EB-
cipal é órgão, mas pode SERH etc.
exercer excepcional-
Desconcentração: mente capacidade judi-
A desconcentração é técnica de organização ciária.
administrativa onde a Administração Pública cria
órgãos públicos dentro da própria estrutura estatal,
especializando a prestação dos serviços públicos.
Nela, há hierarquia ou subordinação, posto que é
dentro de uma única pessoa jurídica.
Em resumo, segundo Hely Lopes Meireles:
“A descentralização administrativa pressu-
põe, portanto, a existência de uma pessoa, ADMINISTRAÇÃO DIRETA
distinta da do Estado, a qual, investida dos
necessários poderes de administração, A administração direta é constituída pelos ór-
exercita atividade pública ou de utilidade pú- gãos relacionados aos entes da federação, como a
blica. O ente descentralizado age por ou- União, os estados, o Distrito Federal e os municí-
torga do serviço ou atividade ou por dele- pios, por exemplo. Eles estão subordinados ao
gação de sua execução, mas sempre em chefe do poder ao qual pertencem.

553
⦁ A lei deve ser minuciosa, trazendo todas as
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA áreas de atuação da entidade de forma específica
(princípio da especialidade). Já a organização
Características pode ser feita através de ato administrativo.

• Gozam de personalidade jurídica própria.


ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
• Possuem patrimônio próprio. No momento da
sua criação, a entidade responsável transfere parte AUTARQUIAS
de seu patrimônio ao novo ente, o qual terá liber-
dade para usá-lo. Conceito
• Possuem capacidade de autoadministração São pessoas jurídicas de direito público in-
(autonomia técnica + administrativa). Cuidado! terno, pertencentes à Administração Indireta, cria-
Essa capacidade de autoadministração NÃO signi- das por lei específica para o exercício de atividades
fica que elas podem definir regras para se organi- típicas, próprias do Estado (ou seja: atividades que
zarem (matéria já foi objeto de questão do só podem ser desempenhadas por pessoas jurídi-
CESPE).Devem ter finalidade pública. NÃO pode- cas de direito público). Possuem regime muito se-
rão ter finalidade lucrativa, mas o lucro poderá ser melhante aos dos entes da Administração Direta.
uma consequência da atividade. Ex.: INSS, INCRA, conselhos de classe, UF,
IBAMA, BANCO CENTRAL, autarquias territoriais,
• Sujeitas à supervisão ministerial (e NÃO ao
agências reguladoras, associações públicas de re-
poder hierárquico). Forma de controle que pode
gime público (lei 11.107/05).
ocorrer por meio de 3 hipóteses:
Características
1) Controle Finalístico: deve-se assegurar que
as entidades da Administração Indireta não estão • NÃO possuem autonomia política, mas pos-
se desviando dos fins previstos nasDaniel
leis instituido- suem autonomia financeira e de autorregulação.
RIBEIRO DE ANDRADE
ras; • Possuem regime jurídico de Direito Público.
danielicoense@gmail.com
2) Controle Político: a Administração Direta • São CRIADAS por lei específica (competên-
609.749.013-50
pode nomear e exonerar livremente os dirigentes cia do chefe do Poder Executivo), através da des-
das entidades administrativas. Exceção: dirigentes centralização por outorga ou descentralização le-
das agências reguladoras; gal. (art. 37, XIX da CF).
3) Controle Financeiro: exercido pelo Poder Art. 37. (...) XIX – somente por lei específica
Legislativo com auxílio do TCU. Para a doutrina, poderá ser criada autarquia e autorizada a institui-
além das autarquias e fundações públicas, as esta- ção de empresa pública, de sociedade de econo-
tais também se submetem ao controle financeiro, mia mista e de fundação, cabendo à lei comple-
desde que prestem serviço público. mentar, neste último caso, definir as áreas de sua
• Necessidade de lei específica para criação atuação;
das autarquias e autorização para criação dos de- Possuem personalidade jurídica própria.
mais entes da administração indireta, neste caso,
sendo imprescindível o registro dos atos constituti- • Possuem patrimônio próprio.
vos no cartório de pessoas jurídicas ou na junta co- • Bens autárquicos são bens públicos que, por-
mercial para empresas estatais. tanto, sujeitam-se à impenhorabilidade, imprescriti-
Art. 37, XIX - Somente por lei específica po- bilidade e inalienabilidade relativa.
derá ser criada autarquia e autorizada a instituição • Praticam atos administrativos.
de empresa pública, de sociedade de economia • Precisam fazer licitação quando firmarem
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, contratos administrativos, podendo haver a previ-
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. são de cláusulas exorbitantes.
OBS.: Criação de subsidiárias também exige • Sujeitas a controle financeiro do Tribunal de
lei. Contas.
⦁ NÃO precisa ser lei específica. A própria lei • Sujeitas ao regime estatutário, razão pela
que institui a entidade pode autorizar. qual NÃO se admite o ingresso de servidores

554
celetistas para a prestação dos serviços nos entes As Empresas Públicas (EP) e Sociedades de
da administração direta, autárquica e fundacional. Economia Mista (SEM) são pessoas jurídicas de di-
• Submetem-se ao regime de precatórios, reito privado integrantes da Administração Pública
SALVO os conselhos profissionais. Indireta.

• Possuem imunidade tributária recíproca em São regidas por um regime predominante-


relação aos IMPOSTOS. mente privado, chamado por alguns de regime hí-
brido, sui generis. Isso porque, por mais que sejam
influenciadas pelo regime privado, possuem carac-
FUNDAÇÕES PÚBLICAS terísticas do regime de direito público.
Obs.: NÃO serão titulares de serviço, rece-
Definição bendo apenas sua descentralização para a execu-
Pessoas jurídicas sem fins lucrativos, cujo ele- ção (NÃO há outorga do serviço).
mento essencial é a utilização do patrimônio para a Em regra, a estatal precisa de lei autorizativa
satisfação de objetivos sociais, definidos pelo insti- para a sua criação, bem como para a criação de
tuidor. Em outras palavras: a fundação é um patri- suas subsidiárias e participação em outras empre-
mônio afetado (destinado) à realização de um fim, sas privadas. Há algumas exceções previstas no
possuindo, por essa razão, personalidade jurídica §3º. Isso é basicamente uma repetição do art. 37,
própria distinta de seu instituidor. Desse modo, o XIX e XX, da CRFB/88. Art. 37, XIX, CRFB/88 - so-
instituidor da fundação separa (destaca) um deter- mente por lei específica poderá ser criada autar-
minado patrimônio (dinheiro, imóveis, créditos etc.) quia e autorizada a instituição de empresa pública,
declarando que esses bens serão utilizados para a de sociedade de economia mista e de fundação,
realização de um objetivo específico. cabendo à lei complementar, neste último caso, de-
Criação finir as áreas de sua atuação.
• Fundações públicas de direito público
Daniel RIBEIRO
- são DE ANDRADE
Finalidades
danielicoense@gmail.com
criadas por lei ordinária específica, mas seu objeto Pode ter duas finalidades:
de atuação deve ser definido por lei complementar.
609.749.013-50
1) Prestadora de serviço público;
• Fundações públicas de direito privado - a cri-
ação é autorizada por lei ordinária específica, 2) Exploradora de atividade econômica.
sendo criadas após o registro no cartório compe- Enunciado 8 da I Jornada de Direito Adminis-
tente, mas seu objeto de atuação deve ser definido trativo CJF/STJ - O exercício da função social das
por lei complementar. empresas estatais é condicionado ao atendimento
Art. 37, XIX – somente por lei específica po- da sua finalidade pública específica e deve levar
derá ser criada autarquia e autorizada a instituição em conta os padrões de eficiência exigidos das so-
de empresa pública, de sociedade de economia ciedades empresárias atuantes no mercado, con-
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, forme delimitações e orientações dos §§ 1º a 3º do
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; art. 27 da Lei 13.303/2016.
Possuem regime híbrido ou misto; Capital
• Direito Público: Autarquias fundacionais cuja • Empresas Públicas: capital 100% público;
criação ocorre por lei específica. • Sociedade de Economia Mista: capital misto
• Direito Privado: Fundações governamentais (maior parte público).
(regime híbrido ou misto) cuja criação é autorizada Forma Societária
por lei.
• Empresas Públicas: Qualquer forma societá-
ria. Há a possibilidade, inclusive, de empresas com
EMPRESAS ESTATAIS um único sócio, a exemplo da CEF (exceção à re-
(LEI 13.303/2016) gra geral de direito societário, que exige a presença
de pelo menos dois sócios para instituir a socie-
Conceito dade), assim como na forma de sociedade anô-
nima.

555
• Sociedade de Economia Mista: Somente so- Se há empresas estatais com mais de um Ente
ciedade anônima. Federado participando, o controle será exercido
Competência apenas pelo Tribunal de Contas responsável pelo
controle das contas do ente federado administrador
• Empresa Pública Federal: Justiça Federal; da estatal, conforme decidiu o STF.
• Sociedade de Economia Mista Federal: Jus- Licitação e contratos
tiça Estadual.
A Lei das Estatais passou a disciplinar a reali-
Exceções zação de licitações e contratos no âmbito das em-
(serão processadas na Justiça Federal): presas públicas e sociedades de economia mista,
independentemente da natureza da atividade de-
• Se a União intervier como assistente ou opo-
sempenhada (prestadora de serviço ou explora-
ente;
dora de atividade econômica). Nesse sentido, a Lei
• Para processar e julgar MS contra ato ou 8.666/93 deixou de ser aplicada a essas entidades,
omissão do dirigente da sociedade de economia salvo nos casos expressamente descritos na pró-
mista federal, investido em função administrativa. pria Lei 13.303/16 (normas penais e parte dos cri-
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só térios de desempate). Além disso, com o advento
têm foro na justiça federal, quando a união intervém como da Lei 14.133/21, que revogou a Lei 8.666/93 (art.
assistente ou opoente. 193, Lei 14.133/21), a disciplina especial da Lei
Súmula 556 do STF: É competente a Justiça Comum para 13.303/16 permanece em vigor.
julgar as causas em que é parte sociedade de economia
mista. Os contratos terão prazo máximo de 5 anos.
Salvo:

Regime de pessoal I. Projetos contemplados no plano de negócios


e investimentos;
Celetista (CLT), mas, por possuírem
Danielum re-
RIBEIRO DE ANDRADE
gime jurídico híbrido, se sujeitam a algumas prerro- II. Prática rotineira de mercado e a imposição
danielicoense@gmail.com
desse prazo inviabilize ou onere excessivamente o
gativas e regras da Administração Pública:
609.749.013-50
negócio.
• Concurso público;
Imunidade tributária
• Teto remuneratório;
• Se atuam em regime concorrencial: NÃO go-
• Regras de cumulação de empregos públicos; zam de imunidade;
• Lei de improbidade administrativa; • Se prestadoras de serviços públicos não re-
• Obediência aos princípios administrativos. munerados por preços públicos ou tarifas OU se
estatais que exercem atividades monopolizadas:
OBS.: O regime varia e acordo com a finali-
Gozam de imunidade.
dade da empresa estatal. Se for empresa pública
que presta serviço público, o regime se aproxima
mais daqueles das pessoas jurídicas de direito pú-
blico. Se for exploradora de atividade econômica,
se aproxima das empresas privadas que estão fora
da Administração.
Patrimônio
Bens privados, mas sofre modulações de di- AGÊNCIAS REGULADORAS
reito público, especificamente no tocante à aliena-
ção, que depende do cumprimento das exigências
do art. 17 da Lei 8.666/93. Agências Reguladoras
Controle • Autarquias em regime especial.
Sujeição ao controle do Tribunal de Contas. O • Regulamentam a prestação de serviços pú-
STF entendeu existir esse controle, pois na institui- blicos e a exploração dos bens públicos.
ção das empresas estatais haveria contribuição do • Servem para fiscalizar/ controlar.
erário (patrimônio público).

556
• As agências reguladoras possuem maior au- No que diga respeito à solução de conflitos ha-
tonomia frente às demais autarquias comuns. vidos em suas áreas de atuação, a Agência tem
• Podem ser controladas pelo poder judiciário. competências para isso, o que, entretanto, não im-
pede o questionamento ao Judiciário quanto às de-
Conceito cisões tomadas por aquela.
Assim, de acordo com Maria Sylvia Di Pietro, É possível que órgãos exerçam funções regu-
agência reguladora, em sentido amplo, é “qualquer latórias. A Secretaria de Direito Econômico do Mi-
órgão da Administração Direta ou Indireta com fun- nistério da Justiça, por exemplo, exerce funções re-
ção de regular a matéria específica que lhe está gulatórias no que respeita à concentração de mer-
afeta”. cado.
As Agências Reguladoras ganharam força Atualmente, todas as reguladoras federais são
com as Reformas Administrativas dos anos de Autarquias.
1990, quando o Estado brasileiro passou a ser
muito mais regulador do que executor. No Brasil, as Reguladoras vêm sendo criadas
sob a forma de autarquia, por meio de LEI ESPE-
Segundo a doutrina de José Maria Pinheiro, re- CÍFICA.
gulação é "Atividade desenvolvida por agentes in-
dependentes, no sentido de estabelecer marcos ou As Reguladoras compõem a Administração In-
pontos ótimos de equilíbrio em determinados seg- direta.
mentos do mercado, harmonizando e buscando a Características especiais das Agências Re-
eficiência máxima na realização dos diversos inte- guladoras
resses dos agentes econômicos do mercado, quer Mandato fixo de seus diretores.
do ponto de vista equitativo, quer sob a ótica distri-
butiva". “Estabilidade” para os Dirigentes, que é garan-
tida pela Lei 9.986/2000, a qual aponta (art. 9º) que
Incide em diversas áreas, como a fiscalização,
Daniel RIBEIRO DEo ANDRADE
mandato dos dirigentes só será perdido em razão
sancionatória e solucionadora de conflitos.
danielicoense@gmail.com
de renúncia, de condenação judicial transitada em
Conforme a doutrina conservadora, as609.749.013-50
Agên- julgado ou de processo administrativo discipli-
cias não podem inovar o ordenamento, tendo em nar. Ao saírem do mandato os diretores passarão
conta a estrita visão do princípio da legalidade, o por uma quarentena: caso passem pelo menos
qual ordena que “ninguém será obrigado a fazer ou seis meses no desempenho do mandato, não po-
deixar de fazer nada senão em virtude de LEI”. dem voltar ao setor regulado por um período mí-
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, as Agên- nimo de seis meses, contados da exoneração ou
cias Nacional de Petróleo (ANP) e de Telecomuni- do término do seu mandato (art. 8º da Lei
cações (ANATEL), por terem previsão constitucio- 9.986/2000).
nal, teriam competências normativas mais amplas Processo de escolha dos dirigentes diferenci-
do que as demais ausentes da Constituição. ado. Em nível federal, o Presidente da Repú-
Isto é, as Agências Reguladoras criadas ape- blica escolhe a pessoa para Dirigente da Agência
nas a partir da Lei. Mas, ainda assim, para a autora Reguladora, mas só pode nomeá-la após a aprova-
e para o STF, os atos sempre estarão em PATA- ção do Senado Federal.
MAR HIERÁRQUICO INFERIOR às leis, as quais No que se refere ao regime de pessoal, atual-
são os veículos normativos que podem inovar o or- mente, as Reguladoras federais possuem servido-
denamento. res estatutários em seus quadros.
Alguns doutrinadores apontam a existência de
um maior grau de “discricionariedade técnica” das AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Reguladoras.
“Deslegalização” é a transferência da ativi- Agências Executivas
dade normativa para o nível infralegal, com caráter Agências/ fundações públicas.
de complementariedade com relação à lei, apenas
• Celebram contrato de gestão através de de-
básica, com as normas de execução concebidas
creto
pela instituição administrativa incumbida da tarefa.

557
• Possuem autonomia gerencial, orçamentária São serviços que não são indispensáveis à so-
e financeira. brevivência do Estado. Não são privativos do poder
• Fazem plano estratégico de reestruturação e público. Admite delegação.
de desenvolvimento institucional. Exemplo: Transporte coletivo, energia.
• OBS: Se as Autarquias e as Fundações Pú-
blicas não cumprirem as metas, perdem a qualifica- DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS
ção de agências executivas. PÚBLICOS A TERCEIROS
Não são “novas entidades”, mas, sim, uma an-
tiga autarquia ou fundação que passa por um pro- Pode ser realizada através de: concessão, per-
cesso de qualificação. missão e autorização.
Pressupostos necessários para a qualifica- Concessionários
ção Pode ser procedida ou não de obra pública.
• Celebrado contrato de gestão com o respec- •Entregue a pessoas jurídicas ou a consórcios
tivo ministério supervisor; e, cumulativamente. de empresas.
• Um plano estratégico de reestruturação ou de •NÃO pode ser entregue a pessoas físicas.
desenvolvimento institucional em andamento.
Formalizada por contrato administrativo.
A qualificação da entidade virá após a celebra-
ção do contrato de gestão, isto é, a entidade pre- •Obrigatória licitação prévia na modalidade:
tendente não é qualificada no contrato de gestão, CONCORRÊNCIA.
mas depois que o firmar. Em âmbito federal, a titu- Permissionários
lação de agência é conferida discricionaria-
Pode ser entregue a pessoas físicas ou jurídi-
mente por Decreto do Presidente da República.
cas.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Muitos doutrinadores não veem (e talvez com
•Formalizada por contrato administrativo (con-
danielicoense@gmail.com
razão) nada de muito diferente para as Executivas
trato
609.749.013-50de adesão)
no nosso atual ordenamento jurídico, a não ser a
duplicação do limite de dispensa de licitação base- •Obrigatória licitação prévia (modalidade vai
ado em valor (parágrafo único art. 24 da Lei depender do valor)
8.666/1993). No caso, para os órgãos e entidades •Precariedade e revogabilidade
administrativos, de modo geral, as licitações são
dispensáveis quando o valor estimado é de até 8 Autorizatários
mil reais, para compras e serviços; e de até 15 mil É regulamentada pela CF
reais, para obras e serviços de engenharia (incs. I • Pode ser entregue a pessoa física ou jurídica.
e II do art. 24 da Lei 8.666/1993); para as Executi-
vas, esses valores alcançam R$ 16 e R$ 30 mil re- • Formalizada por ato administrativo.
ais, respectivamente. • Precário e discricionário.
• Não precisa de licitação prévia.
SERVIÇOS ESSENCIALMENTE PÚBLICOS
E SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA

Serviços Essencialmente Públicos (originá-


rios)
São serviços indispensáveis à sobrevivência
do Estado e do grupo social a que é dirigido. São
privativos do poder público.
Exemplo: Serviços de segurança pública.
Serviços de Utilidade Pública (derivados)

558
No entanto, é importante observar que a ética não
possui apenas este sentido. A ética pode ser divi-
dida em ética filosófica, ética científica e em ética
normativa. Enquanto a ética filosófica é mera refle-
1 – NOÇÕES DE ÉTICA: xão sobre o bem e mal, a ética científica busca es-
tudar e entender os diversos comportamentos mo-
O termo ética deriva do grego “ethos”, que significa rais dos homens de modo racional e objetivo.
caráter, modo de ser de uma pessoa.
Assim, a definição de ética acima, de Vásquez, é
Mas, afinal, o que é ética? VALLS afirma que uma definição da ética científica. É ela que você
deve levar para a sua prova.
“A ética é uma daquelas coisas que todo mundo
sabe o que são, mas que não são fáceis de ex-
plicar, quando alguém pergunta”.

VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7. ed. Palavras-chave sobre Ética: bem,
Brasiliense, 1993, p.7. mal, reflexão, teoria, princípios e universal.

Já a ética normativa busca estabelecer padrões de


conduta para uma dada sociedade que são tidos
como adequadas para boa vida em sociedade.

Por que estudar ética?

Daniel RIBEIRO DEOANDRADE


homem é um animal político, como defendia Aris-
tóteles. Logo, ele necessita da vida em sociedade
danielicoense@gmail.com
para se desenvolver enquanto ser.
609.749.013-50
Ocorre que a vida em sociedade apresenta uma sé-
rie de desafio aos homens, principalmente quando
seus interesses se confrontam.

Segundo Adolfo Sánchez Vásquez Nessas horas é que se faz necessário um conjunto
de princípios estabelecidos socialmente que sirvam
de parâmetro ou modelo para a conduta dos ho-
“A ética é teoria, investigação ou explicação de mens.
um tipo de experiência humana ou forma de
comportamento dos homens, o da moral, consi- Pois bem, a ética se propõe a refletir sobre os pa-
derado porém na sua totalidade, diversidade e drões estabelecidos nas diversas sociedades no
variedade. [...] a ética é a teoria ou ciência do tempo e no espaço. Busca entendê-los.
comportamento moral dos homens em soci-
edade. Ou seja, é ciência de uma forma especí-
fica de comportamento humano.”

SÁNCHEZ VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. 32. Ed. Pode-se dizer que a ética busca res-
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 21-23. ponder a três questionamentos: Quero? Devo?
Posso?

Percebe-se, pois, que a ética é uni-


versal, é teoria, é uma espécie de investigação
sobre a moral e os comportamentos morais dos
homens.

559
2 – NOÇÕES SOBRE MORAL:

Entendido o que é a ética, agora podemos buscar


entender o que vem a ser a moral. Registre-se que
existe uma proximidade grande entre os conceitos,
mas saiba que ética e moral são coisas bem distin-
tas e não podem ser confundidas.

Já vimos que a moral é o objeto de estudo da ética.


Em sua etimologia, moral vem do latim “mos”
ou “mores”, que significa costume ou costu-
A sabedoria de Salomão mes.
Apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma Adolfo Sánchez Vásquez conceitua moral como
disse: “Senhor, eu e esta mulher habitávamos
Daniel RIBEIROna DE ANDRADE
um sistema de normas que regulamentam as re-
mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, su-
danielicoense@gmail.com
lações entre os indivíduos em uma dada socie-
focou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs dade, em um determinado tempo e em um espaço
609.749.013-50
o meu filho adormecido junto de si e colocou aos específico. Veja-se:
meus pés o seu filho que estava morto. De manhã,
olhando de perto para ele, vi que não era o meu
filho”.
“A moral um sistema de normas, princípios e
A outra mulher interrompeu: “Não, o meu filho é o valores, segundo o qual são regulamentadas
que está vivo, o teu morreu”. A primeira replicou: as relações mútuas entre os indivíduos ou
“Não, o teu é que morreu. O que está vivo entre estes e a comunidade, de tal maneira
é meu”. E continuaram a disputar. Então o rei disse: que estas normas, dotadas de um caráter his-
Trazei uma espada, dividi em duas partes o menino tórico e social, sejam acatadas livre e consci-
que está vivo e dai metade a cada uma!”. entemente, por uma convicção íntima, e não
de uma maneira mecânica, externa ou impes-
Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho es- soal.”
tava vivo suplicou: “Senhor, peço-vos que lhes deis SÁNCHEZ VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. 32. Ed. Rio de Janeiro:
a ela o menino vivo e não o mateis!”. Civilização Brasileira, 2011, p. 84.

A outra, pelo contrário, dizia: “Não seja para mim


Perceba-se que neste conceito o autor destaca o
nem para ti, mas divida-se”. Então Salomão disse:
caráter histórico e social da moral. Isso quer di-
“Dai a primeira o menino vivo porque é ela a verda-
zer que não existe ou existiu apenas uma moral,
deira mãe”. E assim todo o povo de Israel soube
mas várias morais no tempo e no espaço.
que a sabedoria de Deus assistia ao rei para julgar
com retidão.

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php.
Acesso em: 08 set. 2011.

560
Agora que já sabemos o que é moral e o que é
ética, podemos estabelecer um quadro esquemati-
O Brasil já teve uma moral que reconhecia a escra-
zado destacando os principais aspectos que dife-
vidão dos negros e a inferioridade das mulheres.
renciam a moral da ética.
Atualmente, essa moral não mais subsiste de modo
hegemônico, ainda que persistam alguns dos seus
Antes, é importante destacar que essas diferenças
aspectos como herança cultural.
entre a moral e a ética são muito cobradas em pro-
Aqui, destaca-se a ligação da moral com a cul-
vas, por isso é preciso fixar essas diferenças.
tura, ou seja, a produção do homem, seja em suas
relações sociais ou em suas relações com o meio
ambiente. Daniel RIBEIRO DEAssim,
ANDRADEvejamos quais são essas diferenças:
danielicoense@gmail.com
Assim, a moral é social, ou seja, conjunto609.749.013-50
de re-
gras de conduta estabelecidas em uma determi-
nada sociedade.

Observe ainda que, além da cultura, a liberdade e


a consciência são outros aspectos importantes
para se compreender a moral.

Só há conduta moral se houver consciência e liber-


dade, aspectos que diferenciam a conduta dos ho-
mens da conduta dos demais animais e dos fenô-
menos da natureza, que apenas acontecem natu-
ralmente.

O homem, como ser moral, é dotado de razão e


de consciência. Portanto, ele pode escolher li-
vremente, com autonomia, entre o que é certo e
o que é errado. E quem define o que é o certo e o
errado? A moral social.

Assim, o homem moral é aquele que pode avaliar


qual a conduta que deve ser realizada nas diversas ”De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver
situações sociais de acordo com os padrões histo- prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injus-
ricamente definidos como corretos ou errados. tiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser ho-
nesto”.
Ruy Barbosa

561
II – honestidade – agir com franqueza, reali-
zando suas atividades sem uso de mentiras ou
fraudes;
III – fidelidade ao interesse público – realizar
ações com o intuito de promover o bem público, em
respeito ao cidadão;
IV – impessoalidade – atuar com senso de jus-
tiça, sem perseguição ou proteção de pessoas, gru-
TÍTULO I pos ou setores;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V – moralidade – evidenciar perante o público
retidão e compostura, em respeito aos costumes
sociais;
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDA- VI – dignidade e decoro no exercício de suas
funções – manifestar decência em suas ações, pre-
MENTAIS DA CONDUTA ÉTICA
servando a honra e o direito de todos;
Art. 1º Fica instituído o Código de Ética e VII – lealdade às instituições – defender inte-
Conduta da Administração Publica Estadual, na resse da instituição a qual se vincula;
forma disposta neste Decreto, cujas normas apli- VIII – cortesia – manifestar bons tratos a ou-
cam-se aos agentes públicos civis e às seguintes tros;
autoridades da Administração Pública Estadual:
IX – transparência – dar a conhecer a atuação
I - Secretários de Estado, Secretários Adjun- de forma acessível ao cidadão;
tos, Secretários Executivos e quaisquer ocupantes X – eficiência – exercer atividades da melhor
Daniel
de cargos equiparados a esses, segundo RIBEIRO DE ANDRADE
a legisla- maneira possível, zelando pelo patrimônio público;
ção vigente; danielicoense@gmail.com
XI – presteza e tempestividade – realizar ativi-
609.749.013-50
II - Superintendente da Polícia Civil, Delegado dades com agilidade;
Superintendente Adjunto da Polícia Civil, Perito Ge-
ral do Estado, Perito Geral Adjunto do Estado e XII – Compromisso – comprometer-se com a
quaisquer ocupantes de cargos equiparados a es- missão e com os resultados organizacionais.
ses, segundo a legislação vigente; Art. 3º É vedado às pessoas abrangidas por
III - Dirigentes de Autarquias, inclusive as es- este Código auferir qualquer tipo de vantagem pa-
peciais, fundações mantidas pelo Poder Público, trimonial ou financeira, salvo nesse último caso a
empresas públicas e sociedades de economia contraprestação mensal, em razão do exercício de
mista. cargo, mandato, função, emprego ou atividade nos
Parágrafo Único. Está também sujeito ao Có- Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual,
digo de Ética e Conduta da Administração Pública devendo eventuais ocorrências serem apuradas e
Estadual todo aquele que exerça atividade, ainda punidas nos termos da legislação disciplinar, se
que transitoriamente e sem remuneração, por no- também configurar ilícito administrativo.
meação, designação, contratação ou qualquer ou- Art. 4º Considera-se conduta ética a reflexão
tra forma de investidura ou vínculo em órgão ou en- acerca da ação humana e de seus valores univer-
tidade da Administração Pública Direta e Indireta sais, não se confundindo com as normas disciplina-
do Estado. res impostas pelo ordenamento jurídico.
Art. 2º A conduta ética dos agentes públicos
submetidos a este Decreto reger-se-á, especial- TÍTULO II
mente, pelos seguintes princípios: DA CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES
I – boa-fé - agir em conformidade com o direito, ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL
com lealdade, ciente de conduta correta;
CAPÍTULO I

562
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS situação que venha influenciar nas decisões admi-
nistrativas.
Art. 5º As normas fundamentais de conduta Art. 9º No relacionamento com outros Órgãos
ética das Autoridades da Administração Estadual e Entidades da Administração Pública, a autoridade
visam, especialmente, às seguintes finalidades: pública deverá esclarecer a existência de eventual
I – possibilitar à sociedade aferir a lisura do conflito de interesses, bem como comunicar qual-
processo decisório governamental; quer circunstância ou fato impeditivo de sua partici-
pação em decisão coletiva ou em órgão e entidade
II – contribuir para o aperfeiçoamento dos pa-
colegiados.
drões éticos da Administração Pública Estadual, a
partir do exemplo dado pelas autoridades de nível Art. 10. As propostas de trabalho ou de negó-
hierárquico superior; cio futuro no setor privado, bem como qualquer ne-
III – preservar a imagem e a reputação do ad- gociação que envolva conflito de interesses, deve-
ministrador público cuja conduta esteja de acordo rão ser imediatamente informadas pela autoridade
com as normas éticas estabelecidas neste Código; pública à Comissão de Ética Pública - CEP, inde-
pendentemente da sua aceitação ou rejeição.
IV – estabelecer regras básicas sobre conflitos
de interesses públicos e privados e limitações às Art. 11. As autoridades regidas por este Có-
atividades profissionais posteriores ao exercício de digo de Ética, ao assumir cargo, emprego ou fun-
cargo público; ção pública, deverão firmar termo de compromisso
de que, ao deixar o cargo, nos 6 meses seguintes,
V – reduzir a possibilidade de conflito entre o
não poderão:
interesse privado e o dever funcional das autorida-
des públicas da Administração Pública Estadual; I - atuar em benefício ou em nome de pessoa
física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação
VI – criar mecanismo de consulta destinado a
Daniel RIBEIRO de classe, em processo ou negócio do qual tenha
possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dú- DE ANDRADE
participado, em razão do cargo, nos seis meses an-
danielicoense@gmail.com
vidas quanto à conduta ética do administrador.
teriores ao término do exercício de função pública;
609.749.013-50
Art. 6º No exercício de suas funções, as pes- II - prestar consultoria a pessoa física ou jurí-
soas abrangidas por este código deverão pautar-se dica, inclusive sindicato ou associação de classe,
pelos padrões da ética, sobretudo no que diz res- valendo-se de informações não divulgadas publica-
peito à integridade, à moralidade, à clareza de po- mente a respeito de programas ou políticas do Ór-
sições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito gão ou da Entidade da Administração Pública Es-
e a confiança do público em geral. tadual a que esteve vinculado ou com que tenha
Parágrafo único. Os padrões éticos de que tido relacionamento direto e relevante.
trata este artigo são exigidos no exercício e na re-
Art. 12. A autoridade pública, ou aquele que
lação entre suas atividades públicas e privadas, de
tenha sido, poderá consultar previamente a CEP a
modo a prevenir eventuais conflitos de interesses.
respeito de ato específico ou situação concreta,
nos termos do Art. 7º, Inciso I, do Decreto nº
CAPÍTULO II 29.887, de 31 de agosto de 2009, que instituiu o
Sistema de Ética e Transparência do Poder Execu-
DOS CONFLITOS DE INTERESSES
tivo Estadual.

Art. 7º Configura conflito de interesse e con-


CAPÍTULO III
duta aética o investimento em bens cujo valor ou
DO RELACIONAMENTO ENTRE AS
cotação possa ser afetado por decisão ou política
governamental a respeito da qual a autoridade pú- AUTORIDADES PÚBLICAS
blica tenha informações privilegiadas, em razão do
cargo ou função. Art. 13. Eventuais divergências, oriundas do
exercício do cargo, entre as autoridades públicas
Art. 8º Configura conflito de interesse e con-
referidas no Art. 1º, devem ser resolvidas na área
duta aética aceitar custeio de despesas por parti- administrativa, não lhes cabendo manifestar-se
culares de forma a permitir configuração de

563
publicamente sobre matéria que não seja afeta a DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES AO
sua área de competência. AGENTE PÚBLICO
Art. 14. É vedado à autoridade pública, refe-
rida no Art. 1º, opinar publicamente a respeito: SEÇÃO I
I - da honorabilidade e do desempenho funcio- DOS DEVERES ÉTICOS FUNDAMENTAIS
nal de outra autoridade pública; e DO AGENTE PÚBLICO
II - do mérito de questão que lhe será subme-
tida, para decisão individual ou em órgão e enti- Art. 17. São deveres éticos do agente pú-
dade colegiados, sem prejuízo do disposto no Art. blico:
13. I – agir com lealdade e boa-fé;
II – ser justo e honesto no desempenho de
TÍTULO III
suas funções e em suas relações com demais
DA CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES agentes públicos, superiores hierárquicos e com os
PÚBLICOS usuários do serviço público;
III – atender prontamente às questões que lhe
CAPÍTULO I forem encaminhadas;
DOS DIREITOS E GARANTIAS DO
IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e
AGENTE PÚBLICO o contato com o público;
V – praticar a cortesia e a urbanidade nas rela-
Art. 15. Como resultantes da conduta ética
ções do serviço público e respeitar a capacidade e
que deve imperar no ambiente de trabalho e em as limitações individuais dos usuários do serviço
suas relações interpessoais, são direitos do agente público, sem qualquer espécie de preconceito ou
público:
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
distinção de raça, sexo, orientação sexual, nacio-
danielicoense@gmail.com
I - liberdade de manifestação, observado o res- nalidade, cor, idade, religião, preferência política,
609.749.013-50
peito à imagem da instituição e dos demais agentes posição social e quaisquer outras formas de discri-
públicos; minação;
II - manifestação sobre fatos que possam pre- VI – respeitar a hierarquia administrativa;
judicar seu desempenho ou sua reputação; VII – Não ceder às pressões que visem a obter
III - representação contra atos ilegais ou imo- quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
rais; das;
IV - sigilo da informação de ordem não funcio- VIII – comunicar imediatamente a seus superi-
nal; ores todo e qualquer ato ou fato contrário ao inte-
V - atuação em defesa de interesse ou direito resse público.
legítimo;
VI - ter ciência do teor da acusação e vista dos SEÇÃO II
autos, quando estiver sendo apurada eventual con- DAS VEDAÇÕES AO AGENTE PÚBLICO
duta aética.
Art. 18. É vedado ao Agente Público:
Art. 16. Ao autor de representação ou denún-
cia, que tenha se identificado quando do seu ofere- I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de
cimento, é assegurado o direito de obter cópia da facilidades, amizades, posição e influências, para
decisão da Comissão de Ética e, às suas expen- obter qualquer favorecimento, para si ou para ou-
sas, cópia dos autos, resguardados os documentos trem em qualquer órgão público;
sob sigilo legal, e manter preservada em sigilo a II – imputar a outrem fato desabonador da mo-
sua identidade durante e após a tramitação do pro- ral e da ética que sabe não ser verdade;
cesso.

CAPÍTULO II

564
III – ser conivente com erro ou infração a este Art. 21. As infrações às normas deste Có-
Código de Ética e Conduta da Administração Esta- digo, quando cometidas por terceirizados, poderão
dual; acarretar na substituição destes pela empresa
IV – usar de artifícios para procrastinar ou difi- prestadora de serviços.
cultar o exercício regular de direito por qualquer
pessoa; TÍTULO V
V – permitir que interesses de ordem pessoal DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
interfiram no trato com o público ou com colegas;
VI – Faltar com a verdade com qualquer pes- Art. 22. Os códigos de ética profissional exis-
soa que necessite do atendimento em serviços pú- tentes em Órgãos e Entidades específicos mantêm
blicos; a vigência no que não conflitem com o presente De-
VII – dar o seu concurso a qualquer instituição creto.
que atente contra a moral, a honestidade ou a dig- Art. 23. A Controladoria e Ouvidoria Geral do
nidade da pessoa humana; Estado do Ceará deverá divulgar as normas conti-
VIII – exercer atividade profissional antiética ou das neste decreto, de modo a que tenham amplo
ligar o seu nome a empreendimentos que atentem conhecimento no ambiente de trabalho de todos os
contra a moral pública. Órgãos e Entidades Estaduais. Art. 24. Este De-
creto entra em vigor na data de sua publicação.
TÍTULO IV Art. 25. Revogam-se as disposições em con-
DAS SANÇÕES ÉTICAS trário.

Art. 19. A violação das normas estipuladas


Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
neste Código acarretará as seguintes sanções éti-
cas, sem prejuízo das demais sanções danielicoense@gmail.com
administra-
tivas, civis e criminais aplicadas pelo poder 609.749.013-50
compe-
tente em procedimento próprio, observado o dis-
posto no Art. 26 do Decreto Estadual nº 29.887, de
31 de agosto de 2009:
I - advertência ética, aplicável às autoridades e
agentes públicos no exercício do cargo, que deverá CAPÍTULO I
ser considerada quando da progressão ou promo- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção desses, caso o infrator ocupe cargo em quadro
de carreira no serviço público estadual; Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimen-
II - censura ética, aplicável às autoridades e tos a serem observados pela União, Estados, Dis-
agentes públicos que já tiverem deixado o cargo. trito Federal e Municípios, com o fim de garantir o
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
Parágrafo Único. As sanções éticas previstas
art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do
neste artigo serão aplicadas pela Comissão de
art. 216 da Constituição Federal.
Ética Pública - CEP e pelas Comissões Setoriais de
Ética Publica - CSEPs, que poderão formalizar Parágrafo único. Subordinam-se ao regime
Termo de Ajustamento de Conduta, para os casos desta Lei:
não previstos no Estatuto dos servidores públicos I - os órgãos públicos integrantes da adminis-
civis, encaminhar sugestão de exoneração do tração direta dos Poderes Executivo, Legislativo,
cargo em comissão à autoridade hierarquicamente incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Mi-
superior ou rescindir contrato, quando aplicável. nistério Público;
Art. 20. Os preceitos relacionados neste Có- II - as autarquias, as fundações públicas, as
digo não substituem os deveres, proibições e san- empresas públicas, as sociedades de economia
ções constantes dos Estatutos dos Funcionários mista e demais entidades controladas direta ou
Públicos Civis do Estado do Ceará.

565
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal V - tratamento da informação: conjunto de
e Municípios. ações referentes à produção, recepção, classifica-
ção, utilização, acesso, reprodução, transporte,
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei,
transmissão, distribuição, arquivamento, armaze-
no que couber, às entidades privadas sem fins lu- namento, eliminação, avaliação, destinação ou
crativos que recebam, para realização de ações de controle da informação;
interesse público, recursos públicos diretamente do
orçamento ou mediante subvenções sociais, con- VI - disponibilidade: qualidade da informação
trato de gestão, termo de parceria, convênios, que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos,
acordo, ajustes ou outros instrumentos congêne- equipamentos ou sistemas autorizados;
res. VII - autenticidade: qualidade da informação
Parágrafo único. A publicidade a que estão que tenha sido produzida, expedida, recebida ou
submetidas as entidades citadas no caput refere- modificada por determinado indivíduo, equipa-
se à parcela dos recursos públicos recebidos e à mento ou sistema;
sua destinação, sem prejuízo das prestações de VIII - integridade: qualidade da informação não
contas a que estejam legalmente obrigadas. modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destino;
destinam-se a assegurar o direito fundamental de IX - primariedade: qualidade da informação co-
acesso à informação e devem ser executados em letada na fonte, com o máximo de detalhamento
conformidade com os princípios básicos da admi- possível, sem modificações.
nistração pública e com as seguintes diretrizes:
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de
I - observância da publicidade como preceito acesso à informação, que será franqueada, medi-
geral e do sigilo como exceção; ante procedimentos objetivos e ágeis, de forma
Daniel
II - divulgação de informações de RIBEIRO
interesse pú- transparente,
DE ANDRADE clara e em linguagem de fácil com-
blico, independentemente de solicitações; preensão.
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50
III - utilização de meios de comunicação viabi-
lizados pela tecnologia da informação; CAPÍTULO II
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA
transparência na administração pública; DIVULGAÇÃO
V - desenvolvimento do controle social da ad-
ministração pública. Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder
público, observadas as normas e procedimentos
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera- específicos aplicáveis, assegurar a:
se:
I - gestão transparente da informação, propici-
I - informação: dados, processados ou não, ando amplo acesso a ela e sua divulgação;
que podem ser utilizados para produção e trans-
II - proteção da informação, garantindo-se sua
missão de conhecimento, contidos em qualquer
disponibilidade, autenticidade e integridade; e
meio, suporte ou formato;
III - proteção da informação sigilosa e da infor-
II - documento: unidade de registro de informa-
mação pessoal, observada a sua disponibilidade,
ções, qualquer que seja o suporte ou formato;
autenticidade, integridade e eventual restrição de
acesso.
III - informação sigilosa: aquela submetida tem- Art. 7º O acesso à informação de que trata
porariamente à restrição de acesso público em ra- esta Lei compreende, entre outros, os direitos de
zão de sua imprescindibilidade para a segurança obter:
da sociedade e do Estado;
I - orientação sobre os procedimentos para a
IV - informação pessoal: aquela relacionada à consecução de acesso, bem como sobre o local
pessoa natural identificada ou identificável; onde poderá ser encontrada ou obtida a informação
almejada;

566
II - informação contida em registros ou docu- § 5º Informado do extravio da informação soli-
mentos, produzidos ou acumulados por seus ór- citada, poderá o interessado requerer à autoridade
gãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos competente a imediata abertura de sindicância
públicos; para apurar o desaparecimento da respectiva do-
III - informação produzida ou custodiada por cumentação.
pessoa física ou entidade privada decorrente de § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, deste artigo, o responsável pela guarda da informa-
mesmo que esse vínculo já tenha cessado; ção extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias,
IV - informação primária, íntegra, autêntica e justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
atualizada; vem sua alegação.

V - informação sobre atividades exercidas pe- Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públi-
los órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua cas promover, independentemente de requerimen-
política, organização e serviços; tos, a divulgação em local de fácil acesso, no âm-
bito de suas competências, de informações de in-
VI - informação pertinente à administração do
teresse coletivo ou geral por eles produzidas ou
patrimônio público, utilização de recursos públicos,
custodiadas.
licitação, contratos administrativos; e
§ 1º Na divulgação das informações a que se
VII - informação relativa:
refere o caput, deverão constar, no mínimo:
a) à implementação, acompanhamento e resul-
I - registro das competências e estrutura orga-
tados dos programas, projetos e ações dos órgãos
nizacional, endereços e telefones das respectivas
e entidades públicas, bem como metas e indicado-
unidades e horários de atendimento ao público;
res propostos;
II - registros de quaisquer repasses ou transfe-
b) ao resultado de inspeções, auditorias, pres-
Daniel pelos
RIBEIRO rências de recursos financeiros;
tações e tomadas de contas realizadas ór- DE ANDRADE
gãos de controle interno e externo, danielicoense@gmail.com
incluindo pres- III - registros das despesas;
609.749.013-50V - informações concernentes a procedimentos
tações de contas relativas a exercícios anteriores.
VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, licitatórios, inclusive os respectivos editais e resul-
de 2022) tados, bem como a todos os contratos celebrados;
§ 1º O acesso à informação previsto no caput V - dados gerais para o acompanhamento de
não compreende as informações referentes a pro- programas, ações, projetos e obras de órgãos e en-
jetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tidades; e
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu- VI - respostas a perguntas mais frequentes da
rança da sociedade e do Estado. sociedade.
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral § 2º Para cumprimento do disposto no caput,
à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é os órgãos e entidades públicas deverão utilizar to-
assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio dos os meios e instrumentos legítimos de que dis-
de certidão, extrato ou cópia com ocultação da puserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
parte sob sigilo. oficiais da rede mundial de computadores (inter-
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às net).
informações neles contidas utilizados como funda- § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na
mento da tomada de decisão e do ato administra- forma de regulamento, atender, entre outros, aos
tivo será assegurado com a edição do ato decisório seguintes requisitos:
respectivo.
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo
§ 4º A negativa de acesso às informações ob- que permita o acesso à informação de forma obje-
jeto de pedido formulado aos órgãos e entidades tiva, transparente, clara e em linguagem de fácil
referidas no art. 1º , quando não fundamentada, su- compreensão;
jeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
termos do art. 32 desta Lei. II - possibilitar a gravação de relatórios em di-
versos formatos eletrônicos, inclusive abertos e

567
não proprietários, tais como planilhas e texto, de DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À
modo a facilitar a análise das informações; INFORMAÇÃO
III - possibilitar o acesso automatizado por sis-
temas externos em formatos abertos, estruturados SEÇÃO I
e legíveis por máquina;
DO PEDIDO DE ACESSO
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados
para estruturação da informação; Art. 10. Qualquer interessado poderá apre-
V - garantir a autenticidade e a integridade das sentar pedido de acesso a informações aos órgãos
informações disponíveis para acesso; e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qual-
quer meio legítimo, devendo o pedido conter a
VI - manter atualizadas as informações dispo-
identificação do requerente e a especificação da in-
níveis para acesso;
formação requerida.
VII - indicar local e instruções que permitam ao
§ 1º Para o acesso a informações de interesse
interessado comunicar-se, por via eletrônica ou te-
público, a identificação do requerente não pode
lefônica, com o órgão ou entidade detentora do sí-
conter exigências que inviabilizem a solicitação.
tio; e
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público
VIII - adotar as medidas necessárias para ga-
devem viabilizar alternativa de encaminhamento de
rantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas
pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais
com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº
na internet.
10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De- § 3º São vedadas quaisquer exigências relati-
ficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, vas aos motivos determinantes da solicitação de in-
de 9 de julho de 2008. formações de interesse público.
§ 4º Os Municípios com populaçãoDanieldeRIBEIRO
até DE ANDRADE
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá
danielicoense@gmail.com
10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da autorizar ou conceder o acesso imediato à informa-
609.749.013-50
divulgação obrigatória na internet a que se refere o ção disponível.
§ 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso
tempo real, de informações relativas à execução or-
imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou
çamentária e financeira, nos critérios e prazos pre-
entidade que receber o pedido deverá, em prazo
vistos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de
não superior a 20 (vinte) dias:
4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fis-
cal). I - comunicar a data, local e modo para se rea-
lizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a
Art. 9º O acesso a informações públicas será certidão;
assegurado mediante:
II - indicar as razões de fato ou de direito da
I - criação de serviço de informações ao cida- recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou
dão, nos órgãos e entidades do poder público, em
local com condições apropriadas para: III - comunicar que não possui a informação,
indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a
a) atender e orientar o público quanto ao entidade que a detém, ou, ainda, remeter o reque-
acesso a informações; rimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
b) informar sobre a tramitação de documentos interessado da remessa de seu pedido de informa-
nas suas respectivas unidades; ção.
c) protocolizar documentos e requerimentos de § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser pror-
acesso a informações; e rogado por mais 10 (dez) dias, mediante justifica-
tiva expressa, da qual será cientificado o reque-
II - realização de audiências ou consultas pú-
rente.
blicas, incentivo à participação popular ou a outras
formas de divulgação. § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção
das informações e do cumprimento da legislação
aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer
CAPÍTULO III

568
meios para que o próprio requerente possa pesqui-
sar a informação de que necessitar. SEÇÃO II
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por DOS RECURSOS
se tratar de informação total ou parcialmente sigi-
losa, o requerente deverá ser informado sobre a Art. 15. No caso de indeferimento de acesso
possibilidade de recurso, prazos e condições para a informações ou às razões da negativa do acesso,
sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada poderá o interessado interpor recurso contra a de-
a autoridade competente para sua apreciação. cisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ci-
§ 5º A informação armazenada em formato di- ência.
gital será fornecida nesse formato, caso haja Parágrafo único. O recurso será dirigido à au-
anuência do requerente. toridade hierarquicamente superior à que exarou a
§ 6º Caso a informação solicitada esteja dispo- decisão impugnada, que deverá se manifestar no
nível ao público em formato impresso, eletrônico ou prazo de 5 (cinco) dias.
em qualquer outro meio de acesso universal, serão Art. 16. Negado o acesso a informação pelos
informados ao requerente, por escrito, o lugar e a órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o
forma pela qual se poderá consultar, obter ou re- requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral
produzir a referida informação, procedimento esse da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias
que desonerará o órgão ou entidade pública da se:
obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o
requerente declarar não dispor de meios para rea- I - o acesso à informação não classificada
lizar por si mesmo tais procedimentos. como sigilosa for negado;

Art. 12. O serviço de busca e de forneci- II - a decisão de negativa de acesso à informa-


ção total ou parcialmente classificada como sigilosa
mento de informação é gratuito.
Daniel RIBEIRO DEnão ANDRADE
indicar a autoridade classificadora ou a hierar-
§ 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar ex-
danielicoense@gmail.comsuperior a quem possa ser dirigido pe-
quicamente
clusivamente o valor necessário ao ressarcimento dido de acesso ou desclassificação;
609.749.013-50
dos custos dos serviços e dos materiais utilizados,
III - os procedimentos de classificação de infor-
quando o serviço de busca e de fornecimento da
mação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem
informação exigir reprodução de documentos pelo
sido observados; e
órgão ou pela entidade pública consultada.
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou
§ 2º Estará isento de ressarcir os custos pre-
outros procedimentos previstos nesta Lei.
vistos no § 1º deste artigo aquele cuja situação eco-
nômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do § 1º O recurso previsto neste artigo somente
sustento próprio ou da família, declarada nos ter- poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União
mos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. depois de submetido à apreciação de pelo menos
uma autoridade hierarquicamente superior àquela
Art. 13. Quando se tratar de acesso à infor-
que exarou a decisão impugnada, que deliberará
mação contida em documento cuja manipulação no prazo de 5 (cinco) dias.
possa prejudicar sua integridade, deverá ser ofere-
cida a consulta de cópia, com certificação de que § 2º Verificada a procedência das razões do
esta confere com o original. recurso, a Controladoria-Geral da União determi-
nará ao órgão ou entidade que adote as providên-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obten- cias necessárias para dar cumprimento ao disposto
ção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a nesta Lei.
suas expensas e sob supervisão de servidor pú-
blico, a reprodução seja feita por outro meio que § 3º Negado o acesso à informação pela Con-
não ponha em risco a conservação do documento troladoria-Geral da União, poderá ser interposto re-
original. curso à Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
mações, a que se refere o art. 35.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro
teor de decisão de negativa de acesso, por certidão Art. 17. No caso de indeferimento de pedido
ou cópia. de desclassificação de informação protocolado em
órgão da administração pública federal, poderá o

569
requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, Parágrafo único. As informações ou documen-
sem prejuízo das competências da Comissão Mista tos que versem sobre condutas que impliquem vio-
de Reavaliação de Informações, previstas no art. lação dos direitos humanos praticada por agentes
35, e do disposto no art. 16. públicos ou a mando de autoridades públicas não
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderão ser objeto de restrição de acesso.
poderá ser dirigido às autoridades mencionadas Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as
depois de submetido à apreciação de pelo menos demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de
uma autoridade hierarquicamente superior à auto- justiça nem as hipóteses de segredo industrial de-
ridade que exarou a decisão impugnada e, no caso correntes da exploração direta de atividade econô-
das Forças Armadas, ao respectivo Comando. mica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que privada que tenha qualquer vínculo com o poder
tenha como objeto a desclassificação de informa- público.
ção secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Co-
missão Mista de Reavaliação de Informações pre- SEÇÃO II
vista no art. 35.
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Art. 18. Os procedimentos de revisão de de- QUANTO AO GRAU E PRAZOS DE SIGILO
cisões denegatórias proferidas no recurso previsto
no art. 15 e de revisão de classificação de docu- Art. 23. São consideradas imprescindíveis à
mentos sigilosos serão objeto de regulamentação segurança da sociedade ou do Estado e, portanto,
própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do passíveis de classificação as informações cuja di-
Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, vulgação ou acesso irrestrito possam:
assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o di-
reito de ser informado sobre o andamento de seu I - pôr em risco a defesa e a soberania nacio-
pedido. Daniel RIBEIRO nais ou a integridade do território nacional;
DE ANDRADE
Art. 19. (VETADO). danielicoense@gmail.com
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de
negociações
609.749.013-50 ou as relações internacionais do País,
§ 1º (VETADO). ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigi-
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Minis- loso por outros Estados e organismos internacio-
tério Público informarão ao Conselho Nacional de nais;
Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Pú- III - pôr em risco a vida, a segurança ou a sa-
blico, respectivamente, as decisões que, em grau úde da população;
de recurso, negarem acesso a informações de in-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade finan-
teresse público.
ceira, econômica ou monetária do País;
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que V - prejudicar ou causar risco a planos ou ope-
couber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, rações estratégicos das Forças Armadas;
ao procedimento de que trata este Capítulo.
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de
pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnoló-
CAPÍTULO IV gico, assim como a sistemas, bens, instalações ou
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À áreas de interesse estratégico nacional;
INFORMAÇÃO VII - pôr em risco a segurança de instituições
ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras
SEÇÃO I e seus familiares; ou
DISPOSIÇÕES GERAIS VIII - comprometer atividades de inteligência,
bem como de investigação ou fiscalização em an-
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à in- damento, relacionadas com a prevenção ou repres-
formação necessária à tutela judicial ou administra- são de infrações.
tiva de direitos fundamentais. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e
entidades públicas, observado o seu teor e em

570
razão de sua imprescindibilidade à segurança da na forma do regulamento, sem prejuízo das atribui-
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada ções dos agentes públicos autorizados por lei.
como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 2º O acesso à informação classificada como
§ 1º Os prazos máximos de restrição de sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve
acesso à informação, conforme a classificação pre- de resguardar o sigilo.
vista no caput, vigoram a partir da data de sua pro- § 3º Regulamento disporá sobre procedimen-
dução e são os seguintes: tos e medidas a serem adotados para o tratamento
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; de informação sigilosa, de modo a protegê-la con-
II - secreta: 15 (quinze) anos; e tra perda, alteração indevida, acesso, transmissão
e divulgação não autorizados.
III - reservada: 5 (cinco) anos.
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as
§ 2º As informações que puderem colocar em
providências necessárias para que o pessoal a elas
risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente
subordinado hierarquicamente conheça as normas
da República e respectivos cônjuges e filhos(as)
e observe as medidas e procedimentos de segu-
serão classificadas como reservadas e ficarão sob
rança para tratamento de informações sigilosas.
sigilo até o término do mandato em exercício ou do
último mandato, em caso de reeleição. Parágrafo único. A pessoa física ou entidade
privada que, em razão de qualquer vínculo com o
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no
poder público, executar atividades de tratamento
§ 1º , poderá ser estabelecida como termo final de
de informações sigilosas adotará as providências
restrição de acesso a ocorrência de determinado
necessárias para que seus empregados, prepostos
evento, desde que este ocorra antes do transcurso
ou representantes observem as medidas e proce-
do prazo máximo de classificação.
dimentos de segurança das informações resultan-
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou tes da aplicação desta Lei.
consumado o evento que defina Daniel RIBEIRO
o seu termo final, DE ANDRADE
danielicoense@gmail.com
a informação tornar-se-á, automaticamente, de
SEÇÃO IV
acesso público. 609.749.013-50
DOS PROCEDIMENTOS DE
§ 5º Para a classificação da informação em de-
CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E
terminado grau de sigilo, deverá ser observado o
interesse público da informação e utilizado o critério DESCLASSIFICAÇÃO
menos restritivo possível, considerados:
Art. 27. A classificação do sigilo de informa-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança
da sociedade e do Estado; e ções no âmbito da administração pública federal é
de competência:
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou
o evento que defina seu termo final. I - no grau de ultrassecreto, das seguintes au-
toridades:
a) Presidente da República;
SEÇÃO III
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE b) Vice-Presidente da República;
INFORMAÇÕES SIGILOSAS c) Ministros de Estado e autoridades com as
mesmas prerrogativas;
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso d) Comandantes da Marinha, do Exército e da
e a divulgação de informações sigilosas produzidas Aeronáutica; e
por seus órgãos e entidades, assegurando a sua e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consula-
proteção. res permanentes no exterior;
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de II - no grau de secreto, das autoridades referi-
informação classificada como sigilosa ficarão res- das no inciso I, dos titulares de autarquias, funda-
tritos a pessoas que tenham necessidade de co- ções ou empresas públicas e sociedades de eco-
nhecê-la e que sejam devidamente credenciadas nomia mista; e

571
III - no grau de reservado, das autoridades re- produzidas no exterior por autoridades ou agentes
feridas nos incisos I e II e das que exerçam funções públicos.
de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, § 2º Na reavaliação a que se refere o caput,
ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento deverão ser examinadas a permanência dos moti-
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de vos do sigilo e a possibilidade de danos decorren-
acordo com regulamentação específica de cada ór- tes do acesso ou da divulgação da informação.
gão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, da informação, o novo prazo de restrição manterá
no que se refere à classificação como ultrassecreta como termo inicial a data da sua produção.
e secreta, poderá ser delegada pela autoridade res-
ponsável a agente público, inclusive em missão no Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão
exterior, vedada a subdelegação. ou entidade publicará, anualmente, em sítio à dis-
§ 2º A classificação de informação no grau de posição na internet e destinado à veiculação de da-
sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas dos e informações administrativas, nos termos de
alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pe- regulamento:
los respectivos Ministros de Estado, no prazo pre- I - rol das informações que tenham sido des-
visto em regulamento. classificadas nos últimos 12 (doze) meses;
§ 3º A autoridade ou outro agente público que II - rol de documentos classificados em cada
classificar informação como ultrassecreta deverá grau de sigilo, com identificação para referência fu-
encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Co- tura;
missão Mista de Reavaliação de Informações, a III - relatório estatístico contendo a quantidade
que se refere o art. 35, no prazo previsto em regu- de pedidos de informação recebidos, atendidos e
lamento. indeferidos, bem como informações genéricas so-
Daniel
Art. 28. A classificação de informação em RIBEIRO DE ANDRADE
bre os solicitantes.
danielicoense@gmail.com
qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em § 1º Os órgãos e entidades deverão manter
decisão que conterá, no mínimo, os seguintes609.749.013-50
ele- exemplar da publicação prevista no caput para con-
mentos: sulta pública em suas sedes.
I - assunto sobre o qual versa a informação; § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato
II - fundamento da classificação, observados com a lista de informações classificadas, acompa-
os critérios estabelecidos no art. 24; nhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamen-
tos da classificação.
III - indicação do prazo de sigilo, contado em
anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu
termo final, conforme limites previstos no art. 24; e SEÇÃO V
IV - identificação da autoridade que a classifi- DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
cou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput Art. 31. O tratamento das informações pes-
será mantida no mesmo grau de sigilo da informa- soais deve ser feito de forma transparente e com
ção classificada. respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem
das pessoas, bem como às liberdades e garantias
Art. 29. A classificação das informações será
individuais.
reavaliada pela autoridade classificadora ou por au-
toridade hierarquicamente superior, mediante pro- § 1º As informações pessoais, a que se refere
vocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos este artigo, relativas à intimidade, vida privada,
em regulamento, com vistas à sua desclassificação honra e imagem:
ou à redução do prazo de sigilo, observado o dis- I - terão seu acesso restrito, independente-
posto no art. 24. mente de classificação de sigilo e pelo prazo má-
§ 1º O regulamento a que se refere o caput de- ximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de
verá considerar as peculiaridades das informações produção, a agentes públicos legalmente autoriza-
dos e à pessoa a que elas se referirem; e

572
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou conhecimento em razão do exercício das atribui-
acesso por terceiros diante de previsão legal ou ções de cargo, emprego ou função pública;
consentimento expresso da pessoa a que elas se III - agir com dolo ou má-fé na análise das so-
referirem. licitações de acesso à informação;
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações IV - divulgar ou permitir a divulgação ou aces-
de que trata este artigo será responsabilizado por sar ou permitir acesso indevido à informação sigi-
seu uso indevido. losa ou informação pessoal;
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § V - impor sigilo à informação para obter pro-
1º não será exigido quando as informações forem veito pessoal ou de terceiro, ou para fins de oculta-
necessárias: ção de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando VI - ocultar da revisão de autoridade superior
a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e competente informação sigilosa para beneficiar a si
para utilização única e exclusivamente para o tra- ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
tamento médico;
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, do-
II - à realização de estatísticas e pesquisas ci- cumentos concernentes a possíveis violações de
entíficas de evidente interesse público ou geral, direitos humanos por parte de agentes do Estado.
previstos em lei, sendo vedada a identificação da
pessoa a que as informações se referirem; § 1º Atendido o princípio do contraditório, da
ampla defesa e do devido processo legal, as con-
III - ao cumprimento de ordem judicial; dutas descritas no caput serão consideradas:
IV - à defesa de direitos humanos; ou I - para fins dos regulamentos disciplinares das
V - à proteção do interesse público e geral pre-Forças Armadas, transgressões militares médias
ponderante. ou graves, segundo os critérios neles estabeleci-
Daniel RIBEIRO DEdos,
ANDRADE
desde que não tipificadas em lei como crime
§ 4º A restrição de acesso à informação rela-
danielicoense@gmail.com
ou contravenção penal; ou
tiva à vida privada, honra e imagem de pessoa não
609.749.013-50II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11
poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
processo de apuração de irregularidades em que o de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
titular das informações estiver envolvido, bem administrativas, que deverão ser apenadas, no mí-
como em ações voltadas para a recuperação de fa- nimo, com suspensão, segundo os critérios nela
tos históricos de maior relevância. estabelecidos.
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedi- § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá
mentos para tratamento de informação pessoal. o militar ou agente público responder, também, por
improbidade administrativa, conforme o disposto
nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429,
CAPÍTULO V
de 2 de junho de 1992.
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que en- que detiver informações em virtude de vínculo de
sejam responsabilidade do agente público ou mili- qualquer natureza com o poder público e deixar de
tar: observar o disposto nesta Lei estará sujeita às se-
guintes sanções:
I - recusar-se a fornecer informação requerida
nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o I - advertência;
seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente II - multa;
de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair,
IV - suspensão temporária de participar em li-
destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, to-
citação e impedimento de contratar com a adminis-
tal ou parcialmente, informação que se encontre
tração pública por prazo não superior a 2 (dois)
sob sua guarda ou a que tenha acesso ou anos; e

573
V - declaração de inidoneidade para licitar ou provocação de pessoa interessada, observado o
contratar com a administração pública, até que seja disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei;
promovida a reabilitação perante a própria autori- e
dade que aplicou a penalidade. III - prorrogar o prazo de sigilo de informação
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV classificada como ultrassecreta, sempre por prazo
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação
II, assegurado o direito de defesa do interessado, puder ocasionar ameaça externa à soberania naci-
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. onal ou à integridade do território nacional ou grave
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será au- risco às relações internacionais do País, observado
torizada somente quando o interessado efetivar o o prazo previsto no § 1º do art. 24.
ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a
resultantes e após decorrido o prazo da sanção uma única renovação.
aplicada com base no inciso IV. § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso II do § 1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (qua-
V é de competência exclusiva da autoridade má- tro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39,
xima do órgão ou entidade pública, facultada a de- quando se tratar de documentos ultrassecretos ou
fesa do interessado, no respectivo processo, no secretos.
prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. § 4º A não deliberação sobre a revisão pela
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas res- Comissão Mista de Reavaliação de Informações
pondem diretamente pelos danos causados em de- nos prazos previstos no § 3º implicará a desclassi-
corrência da divulgação não autorizada ou utiliza- ficação automática das informações.
ção indevida de informações sigilosas ou informa- § 5º Regulamento disporá sobre a composi-
ções pessoais, cabendo a apuração de responsa- ção, organização e funcionamento da Comissão
bilidade funcional nos casos de doloDaniel RIBEIRO
ou culpa, as- DE ANDRADE
Mista de Reavaliação de Informações, observado o
danielicoense@gmail.com
segurado o respectivo direito de regresso. mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e
Parágrafo único. O disposto neste artigo
609.749.013-50
demais disposições desta Lei.
aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, Art. 36. O tratamento de informação sigilosa
em virtude de vínculo de qualquer natureza com ór- resultante de tratados, acordos ou atos internacio-
gãos ou entidades, tenha acesso a informação si- nais atenderá às normas e recomendações cons-
gilosa ou pessoal e a submeta a tratamento inde- tantes desses instrumentos.
vido.
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da Re-
CAPÍTULO VI
pública, o Núcleo de Segurança e Credenciamento
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (NSC), que tem por objetivos:
I - promover e propor a regulamentação do cre-
Art. 35. (VETADO).
denciamento de segurança de pessoas físicas, em-
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavali- presas, órgãos e entidades para tratamento de in-
ação de Informações, que decidirá, no âmbito da formações sigilosas; e
administração pública federal, sobre o tratamento e
II - garantir a segurança de informações sigilo-
a classificação de informações sigilosas e terá
sas, inclusive aquelas provenientes de países ou
competência para:
organizações internacionais com os quais a Repú-
I - requisitar da autoridade que classificar infor- blica Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
mação como ultrassecreta e secreta esclareci- acordo, contrato ou qualquer outro ato internacio-
mento ou conteúdo, parcial ou integral da informa- nal, sem prejuízo das atribuições do Ministério das
ção; Relações Exteriores e dos demais órgãos compe-
II - rever a classificação de informações ultras- tentes.
secretas ou secretas, de ofício ou mediante

574
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a IV - orientar as respectivas unidades no que se
composição, organização e funcionamento do refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus
NSC. regulamentos.
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº Art. 41. O Poder Executivo Federal designará
9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à órgão da administração pública federal responsá-
informação de pessoa, física ou jurídica, constante vel:
de registro ou banco de dados de entidades gover- I - pela promoção de campanha de abrangên-
namentais ou de caráter público. cia nacional de fomento à cultura da transparência
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas de- na administração pública e conscientização do di-
verão proceder à reavaliação das informações clas- reito fundamental de acesso à informação;
sificadas como ultrassecretas e secretas no prazo II - pelo treinamento de agentes públicos no
máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial que se refere ao desenvolvimento de práticas rela-
de vigência desta Lei. cionadas à transparência na administração pública;
§ 1º A restrição de acesso a informações, em III - pelo monitoramento da aplicação da lei no
razão da reavaliação prevista no caput, deverá ob- âmbito da administração pública federal, concen-
servar os prazos e condições previstos nesta Lei. trando e consolidando a publicação de informações
§ 2º No âmbito da administração pública fede- estatísticas relacionadas no art. 30;
ral, a reavaliação prevista no caput poderá ser re- IV - pelo encaminhamento ao Congresso Naci-
vista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de onal de relatório anual com informações atinentes
Reavaliação de Informações, observados os ter- à implementação desta Lei.
mos desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de re- disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta)
avaliação previsto no caput, seráDaniel
mantidaRIBEIRO
a classi- DEdias
ANDRADE
a contar da data de sua publicação.
ficação da informação nos termosdanielicoense@gmail.com
da legislação
precedente. 609.749.013-50Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no
§ 4º As informações classificadas como secre- 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar
tas e ultrassecretas não reavaliadas no prazo pre- com a seguinte redação:
visto no caput serão consideradas, automatica- “Art.116.
mente, de acesso público. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
cada órgão ou entidade da administração pública mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
federal direta e indireta designará autoridade que competente para apuração;
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº
do respectivo órgão ou entidade, exercer as se- 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do se-
guintes atribuições: guinte art. 126-A:
I - assegurar o cumprimento das normas rela- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser res-
tivas ao acesso a informação, de forma eficiente e ponsabilizado civil, penal ou administrativamente
adequada aos objetivos desta Lei; por dar ciência à autoridade superior ou, quando
II - monitorar a implementação do disposto houver suspeita de envolvimento desta, a outra au-
nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o toridade competente para apuração de informação
seu cumprimento; concernente à prática de crimes ou improbidade de
III - recomendar as medidas indispensáveis à que tenha conhecimento, ainda que em decorrên-
implementação e ao aperfeiçoamento das normas cia do exercício de cargo, emprego ou função pú-
e procedimentos necessários ao correto cumpri- blica.”
mento do disposto nesta Lei; e Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Fede-
ral e aos Municípios, em legislação própria, obede-
cidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei,

575
definir regras específicas, especialmente quanto ao Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação
disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. de tratamento realizada por pessoa natural ou por
Art. 46. Revogam-se: pessoa jurídica de direito público ou privado, inde-
pendentemente do meio, do país de sua sede ou
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e do país onde estejam localizados os dados, desde
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de que:
janeiro de 1991. I - a operação de tratamento seja realizada no
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e território nacional;
oitenta) dias após a data de sua publicação. II - a atividade de tratamento tenha por objetivo
a oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou
o tratamento de dados de indivíduos localizados no
território nacional; ou
III - os dados pessoais objeto do tratamento te-
nham sido coletados no território nacional.
§ 1º Consideram-se coletados no território na-
cional os dados pessoais cujo titular nele se encon-
tre no momento da coleta.
CAPÍTULO I § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES artigo o tratamento de dados previsto no inciso IV
do caput do art. 4º desta Lei.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por de dados pessoais:
Daniel RIBEIRO
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito pú-
DE ANDRADE
I - realizado por pessoa natural para fins exclu-
danielicoense@gmail.com
blico ou privado, com o objetivo de proteger os di- sivamente particulares e não econômicos;
609.749.013-50
reitos fundamentais de liberdade e de privacidade
e o livre desenvolvimento da personalidade da pes- II - realizado para fins exclusivamente:
soa natural. a) jornalístico e artísticos; ou
Parágrafo único. As normas gerais contidas b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese
nesta Lei são de interesse nacional e devem ser os arts. 7º e 11 desta Lei;
observadas pela União, Estados, Distrito Federal e III - realizado para fins exclusivos de:
Municípios.
a) segurança pública;
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pes-
b) defesa nacional;
soais tem como fundamentos:
c) segurança do Estado; ou
I - o respeito à privacidade;
d) atividades de investigação e repressão de
II - a autodeterminação informativa;
infrações penais; ou
III - a liberdade de expressão, de informação,
IV - provenientes de fora do território nacional
de comunicação e de opinião;
e que não sejam objeto de comunicação, uso com-
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e partilhado de dados com agentes de tratamento
da imagem; brasileiros ou objeto de transferência internacional
V - o desenvolvimento econômico e tecnoló- de dados com outro país que não o de proveniên-
gico e a inovação; cia, desde que o país de proveniência proporcione
grau de proteção de dados pessoais adequado ao
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a previsto nesta Lei.
defesa do consumidor; e
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvi-
no inciso III será regido por legislação específica,
mento da personalidade, a dignidade e o exercício
que deverá prever medidas proporcionais e estrita-
da cidadania pelas pessoas naturais.
mente necessárias ao atendimento do interesse

576
público, observados o devido processo legal, os dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
princípios gerais de proteção e os direitos do titular dos (ANPD);
previstos nesta Lei. IX - agentes de tratamento: o controlador e o
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que operador;
se refere o inciso III do caput deste artigo por pes- X - tratamento: toda operação realizada com
soa de direito privado, exceto em procedimentos dados pessoais, como as que se referem a coleta,
sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que produção, recepção, classificação, utilização,
serão objeto de informe específico à autoridade na- acesso, reprodução, transmissão, distribuição, pro-
cional e que deverão observar a limitação imposta cessamento, arquivamento, armazenamento, elimi-
no § 4º deste artigo. nação, avaliação ou controle da informação, modi-
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões téc- ficação, comunicação, transferência, difusão ou ex-
nicas ou recomendações referentes às exceções tração;
previstas no inciso III do caput deste artigo e deverá XI - anonimização: utilização de meios técnicos
solicitar aos responsáveis relatórios de impacto à razoáveis e disponíveis no momento do tratamento,
proteção de dados pessoais. por meio dos quais um dado perde a possibilidade
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados de associação, direta ou indireta, a um indivíduo;
pessoais de banco de dados de que trata o inciso XII - consentimento: manifestação livre, infor-
III do caput deste artigo poderá ser tratada por pes- mada e inequívoca pela qual o titular concorda com
soa de direito privado, salvo por aquela que possua o tratamento de seus dados pessoais para uma fi-
capital integralmente constituído pelo poder pú- nalidade determinada;
blico.
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qual-
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: quer operação de tratamento, mediante guarda do
I - dado pessoal: informação relacionada dado pessoal ou do banco de dados;
a DE ANDRADE
Daniel RIBEIRO
pessoa natural identificada ou identificável;
danielicoense@gmail.comXIV - eliminação: exclusão de dado ou de con-
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre junto de dados armazenados em banco de dados,
609.749.013-50
origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião independentemente do procedimento empregado;
política, filiação a sindicato ou a organização de ca- XV - transferência internacional de dados:
ráter religioso, filosófico ou político, dado referente transferência de dados pessoais para país estran-
à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biomé- geiro ou organismo internacional do qual o país
trico, quando vinculado a uma pessoa natural; seja membro;
III - dado anonimizado: dado relativo a titular XVI - uso compartilhado de dados: comunica-
que não possa ser identificado, considerando a uti- ção, difusão, transferência internacional, intercone-
lização de meios técnicos razoáveis e disponíveis xão de dados pessoais ou tratamento comparti-
na ocasião de seu tratamento; lhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
IV - banco de dados: conjunto estruturado de entidades públicos no cumprimento de suas com-
dados pessoais, estabelecido em um ou em vários petências legais, ou entre esses e entes privados,
locais, em suporte eletrônico ou físico; reciprocamente, com autorização específica, para
uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
V - titular: pessoa natural a quem se referem das por esses entes públicos, ou entre entes priva-
os dados pessoais que são objeto de tratamento; dos;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de XVII - relatório de impacto à proteção de dados
direito público ou privado, a quem competem as de- pessoais: documentação do controlador que con-
cisões referentes ao tratamento de dados pessoais; tém a descrição dos processos de tratamento de
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de dados pessoais que podem gerar riscos às liberda-
direito público ou privado, que realiza o tratamento des civis e aos direitos fundamentais, bem como
de dados pessoais em nome do controlador; medidas, salvaguardas e mecanismos de mitiga-
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo con- ção de risco;
trolador e operador para atuar como canal de co- XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade
municação entre o controlador, os titulares dos da administração pública direta ou indireta ou

577
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrati- IX - não discriminação: impossibilidade de rea-
vos legalmente constituída sob as leis brasileiras, lização do tratamento para fins discriminatórios ilí-
com sede e foro no País, que inclua em sua missão citos ou abusivos;
institucional ou em seu objetivo social ou estatutá- X - responsabilização e prestação de contas:
rio a pesquisa básica ou aplicada de caráter histó- demonstração, pelo agente, da adoção de medidas
rico, científico, tecnológico ou estatístico; e eficazes e capazes de comprovar a observância e
XIX - autoridade nacional: órgão da administra- o cumprimento das normas de proteção de dados
ção pública responsável por zelar, implementar e pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o terri-
tório nacional.
CAPÍTULO II
Art. 6º As atividades de tratamento de dados DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes
princípios:
SEÇÃO I
I - finalidade: realização do tratamento para DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO
propósitos legítimos, específicos, explícitos e infor- DE DADOS PESSOAIS
mados ao titular, sem possibilidade de tratamento
posterior de forma incompatível com essas finalida-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais so-
des;
mente poderá ser realizado nas seguintes hipóte-
II - adequação: compatibilidade do tratamento ses:
com as finalidades informadas ao titular, de acordo
com o contexto do tratamento; I - mediante o fornecimento de consentimento
pelo titular;
III - necessidade: limitação do tratamento ao
mínimo necessário para a realizaçãoDaniel de suasRIBEIRO
fina- II - para o cumprimento de obrigação legal ou
DE ANDRADE
regulatória pelo controlador;
lidades, com abrangência dos dados danielicoense@gmail.com
pertinentes,
proporcionais e não excessivos em relação às fina- III - pela administração pública, para o trata-
lidades do tratamento de dados;
609.749.013-50
mento e uso compartilhado de dados necessários
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de con- à execução de políticas públicas previstas em leis
sulta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração e regulamentos ou respaldadas em contratos, con-
do tratamento, bem como sobre a integralidade de vênios ou instrumentos congêneres, observadas as
seus dados pessoais; disposições do Capítulo IV desta Lei;

V - qualidade dos dados: garantia, aos titula- IV - para a realização de estudos por órgão de
res, de exatidão, clareza, relevância e atualização pesquisa, garantida, sempre que possível, a anoni-
dos dados, de acordo com a necessidade e para o mização dos dados pessoais;
cumprimento da finalidade de seu tratamento; V - quando necessário para a execução de
VI - transparência: garantia, aos titulares, de in- contrato ou de procedimentos preliminares relacio-
formações claras, precisas e facilmente acessíveis nados a contrato do qual seja parte o titular, a pe-
sobre a realização do tratamento e os respectivos dido do titular dos dados;
agentes de tratamento, observados os segredos VI - para o exercício regular de direitos em pro-
comercial e industrial; cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse úl-
VII - segurança: utilização de medidas técnicas timo nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro
e administrativas aptas a proteger os dados pesso- de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
ais de acessos não autorizados e de situações aci- VII - para a proteção da vida ou da incolumi-
dentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, dade física do titular ou de terceiro;
comunicação ou difusão; VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente,
VIII - prevenção: adoção de medidas para pre- em procedimento realizado por profissionais de sa-
venir a ocorrência de danos em virtude do trata- úde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;
mento de dados pessoais; IX - quando necessário para atender aos inte-
resses legítimos do controlador ou de terceiro,

578
exceto no caso de prevalecerem direitos e liberda- § 4º O consentimento deverá referir-se a finali-
des fundamentais do titular que exijam a proteção dades determinadas, e as autorizações genéricas
dos dados pessoais; ou para o tratamento de dados pessoais serão nulas.
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto § 5º O consentimento pode ser revogado a
ao disposto na legislação pertinente. qualquer momento mediante manifestação ex-
§ 1º (Revogado). pressa do titular, por procedimento gratuito e facili-
tado, ratificados os tratamentos realizados sob am-
§ 2º (Revogado). paro do consentimento anteriormente manifestado
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo enquanto não houver requerimento de eliminação,
acesso é público deve considerar a finalidade, a nos termos do inciso VI do caput do art. 18 desta
boa-fé e o interesse público que justificaram sua Lei.
disponibilização. § 6º Em caso de alteração de informação refe-
§ 4º É dispensada a exigência do consenti- rida nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o
mento previsto no caput deste artigo para os dados controlador deverá informar ao titular, com desta-
tornados manifestamente públicos pelo titular, res- que de forma específica do teor das alterações, po-
guardados os direitos do titular e os princípios pre- dendo o titular, nos casos em que o seu consenti-
vistos nesta Lei. mento é exigido, revogá-lo caso discorde da altera-
ção.
§ 5º O controlador que obteve o consentimento
referido no inciso I do caput deste artigo que neces- Art. 9º O titular tem direito ao acesso facili-
sitar comunicar ou compartilhar dados pessoais tado às informações sobre o tratamento de seus
com outros controladores deverá obter consenti- dados, que deverão ser disponibilizadas de forma
mento específico do titular para esse fim, ressalva- clara, adequada e ostensiva acerca de, entre ou-
das as hipóteses de dispensa do consentimento tras características previstas em regulamentação
previstas nesta Lei. Daniel RIBEIRO DEparaANDRADE
o atendimento do princípio do livre acesso:
danielicoense@gmail.com
§ 6º A eventual dispensa da exigência do con- I - finalidade específica do tratamento;
sentimento não desobriga os agentes de 609.749.013-50
trata-
II - forma e duração do tratamento, observados
mento das demais obrigações previstas nesta Lei,
os segredos comercial e industrial;
especialmente da observância dos princípios ge-
rais e da garantia dos direitos do titular. III - identificação do controlador;
§ 7º O tratamento posterior dos dados pesso- IV - informações de contato do controlador;
ais a que se referem os §§ 3º e 4º deste artigo po- V - informações acerca do uso compartilhado
derá ser realizado para novas finalidades, desde de dados pelo controlador e a finalidade;
que observados os propósitos legítimos e específi-
cos para o novo tratamento e a preservação dos VI - responsabilidades dos agentes que reali-
direitos do titular, assim como os fundamentos e os zarão o tratamento; e
princípios previstos nesta Lei. VII - direitos do titular, com menção explícita
aos direitos contidos no art. 18 desta Lei.
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I
do art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito § 1º Na hipótese em que o consentimento é re-
ou por outro meio que demonstre a manifestação querido, esse será considerado nulo caso as infor-
de vontade do titular. mações fornecidas ao titular tenham conteúdo en-
ganoso ou abusivo ou não tenham sido apresenta-
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por das previamente com transparência, de forma clara
escrito, esse deverá constar de cláusula destacada e inequívoca.
das demais cláusulas contratuais.
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é re-
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de querido, se houver mudanças da finalidade para o
que o consentimento foi obtido em conformidade tratamento de dados pessoais não compatíveis
com o disposto nesta Lei. com o consentimento original, o controlador deverá
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais informar previamente o titular sobre as mudanças
mediante vício de consentimento. de finalidade, podendo o titular revogar o consenti-
mento, caso discorde das alterações.

579
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais políticas públicas previstas em leis ou regulamen-
for condição para o fornecimento de produto ou de tos;
serviço ou para o exercício de direito, o titular será c) realização de estudos por órgão de pes-
informado com destaque sobre esse fato e sobre quisa, garantida, sempre que possível, a anonimi-
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do zação dos dados pessoais sensíveis;
titular elencados no art. 18 desta Lei.
d) exercício regular de direitos, inclusive em
Art. 10. O legítimo interesse do controlador contrato e em processo judicial, administrativo e ar-
somente poderá fundamentar tratamento de dados bitral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23
pessoais para finalidades legítimas, consideradas de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
a partir de situações concretas, que incluem, mas
e) proteção da vida ou da incolumidade física
não se limitam a:
do titular ou de terceiro;
I - apoio e promoção de atividades do contro-
f) tutela da saúde, exclusivamente, em proce-
lador; e
dimento realizado por profissionais de saúde, ser-
II - proteção, em relação ao titular, do exercício viços de saúde ou autoridade sanitária; ou
regular de seus direitos ou prestação de serviços
g) garantia da prevenção à fraude e à segu-
que o beneficiem, respeitadas as legítimas expec-
rança do titular, nos processos de identificação e
tativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos,
nos termos desta Lei.
resguardados os direitos mencionados no art. 9º
§ 1º Quando o tratamento for baseado no legí- desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direi-
timo interesse do controlador, somente os dados tos e liberdades fundamentais do titular que exijam
pessoais estritamente necessários para a finali- a proteção dos dados pessoais.
dade pretendida poderão ser tratados.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qual-
§ 2º O controlador deverá adotarDaniel
medidasRIBEIRO
para querANDRADE
DE tratamento de dados pessoais que revele da-
garantir a transparência do tratamento de dados
danielicoense@gmail.comsensíveis e que possa causar dano
dos pessoais
baseado em seu legítimo interesse. ao titular, ressalvado o disposto em legislação es-
609.749.013-50
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao pecífica.
controlador relatório de impacto à proteção de da- § 2º Nos casos de aplicação do disposto nas
dos pessoais, quando o tratamento tiver como fun- alíneas “a” e “b” do inciso II do caput deste artigo
damento seu interesse legítimo, observados os se- pelos órgãos e pelas entidades públicas, será dada
gredos comercial e industrial. publicidade à referida dispensa de consentimento,
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
SEÇÃO II § 3º A comunicação ou o uso compartilhado de
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS dados pessoais sensíveis entre controladores com
SENSÍVEIS objetivo de obter vantagem econômica poderá ser
objeto de vedação ou de regulamentação por parte
da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sen- do Poder Público, no âmbito de suas competên-
síveis somente poderá ocorrer nas seguintes hipó- cias.
teses:
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso com-
I - quando o titular ou seu responsável legal partilhado entre controladores de dados pessoais
consentir, de forma específica e destacada, para fi- sensíveis referentes à saúde com objetivo de obter
nalidades específicas; vantagem econômica, exceto nas hipóteses relati-
II - sem fornecimento de consentimento do ti- vas a prestação de serviços de saúde, de assistên-
tular, nas hipóteses em que for indispensável para: cia farmacêutica e de assistência à saúde, desde
que observado o § 5º deste artigo, incluídos os ser-
a) cumprimento de obrigação legal ou regula- viços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício
tória pelo controlador; dos interesses dos titulares de dados, e para per-
b) tratamento compartilhado de dados neces- mitir:
sários à execução, pela administração pública, de

580
I - a portabilidade de dados quando solicitada deste artigo, não permitida, em circunstância al-
pelo titular; ou guma, a transferência dos dados a terceiro.
II - as transações financeiras e administrativas § 3º O acesso aos dados de que trata este ar-
resultantes do uso e da prestação dos serviços de tigo será objeto de regulamentação por parte da au-
que trata este parágrafo. toridade nacional e das autoridades da área de sa-
§ 5º É vedado às operadoras de planos priva- úde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
dos de assistência à saúde o tratamento de dados § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudoni-
de saúde para a prática de seleção de riscos na mização é o tratamento por meio do qual um dado
contratação de qualquer modalidade, assim como perde a possibilidade de associação, direta ou indi-
na contratação e exclusão de beneficiários. reta, a um indivíduo, senão pelo uso de informação
adicional mantida separadamente pelo controlador
Art. 12. Os dados anonimizados não serão
em ambiente controlado e seguro.
considerados dados pessoais para os fins desta
Lei, salvo quando o processo de anonimização ao
qual foram submetidos for revertido, utilizando ex- SEÇÃO III
clusivamente meios próprios, ou quando, com es- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
forços razoáveis, puder ser revertido. DE CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES
§ 1º A determinação do que seja razoável deve
levar em consideração fatores objetivos, tais como Art. 14. O tratamento de dados pessoais de
custo e tempo necessários para reverter o pro- crianças e de adolescentes deverá ser realizado
cesso de anonimização, de acordo com as tecnolo- em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e
gias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios da legislação pertinente.
próprios.
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crian-
§ 2º Poderão ser igualmente considerados
Daniel RIBEIRO DEças deverá ser realizado com o consentimento es-
ANDRADE
como dados pessoais, para os fins desta Lei, aque- pecífico
danielicoense@gmail.com e em destaque dado por pelo menos um
les utilizados para formação do perfil comporta- dos pais ou pelo responsável legal.
609.749.013-50
mental de determinada pessoa natural, se identifi-
§ 2º No tratamento de dados de que trata o §
cada.
1º deste artigo, os controladores deverão manter
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre pública a informação sobre os tipos de dados cole-
padrões e técnicas utilizados em processos de ano- tados, a forma de sua utilização e os procedimen-
nimização e realizar verificações acerca de sua se- tos para o exercício dos direitos a que se refere o
gurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção art. 18 desta Lei.
de Dados Pessoais.
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de
Art. 13. Na realização de estudos em saúde crianças sem o consentimento a que se refere o §
pública, os órgãos de pesquisa poderão ter acesso 1º deste artigo quando a coleta for necessária para
a bases de dados pessoais, que serão tratados ex- contatar os pais ou o responsável legal, utilizados
clusivamente dentro do órgão e estritamente para uma única vez e sem armazenamento, ou para sua
a finalidade de realização de estudos e pesquisas proteção, e em nenhum caso poderão ser repassa-
e mantidos em ambiente controlado e seguro, con- dos a terceiro sem o consentimento de que trata o
forme práticas de segurança previstas em regula- § 1º deste artigo.
mento específico e que incluam, sempre que pos- § 4º Os controladores não deverão condicionar
sível, a anonimização ou pseudonimização dos da- a participação dos titulares de que trata o § 1º deste
dos, bem como considerem os devidos padrões éti- artigo em jogos, aplicações de internet ou outras
cos relacionados a estudos e pesquisas. atividades ao fornecimento de informações pesso-
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qual- ais além das estritamente necessárias à atividade.
quer excerto do estudo ou da pesquisa de que trata § 5º O controlador deve realizar todos os esfor-
o caput deste artigo em nenhuma hipótese poderá ços razoáveis para verificar que o consentimento a
revelar dados pessoais. que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo res-
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável ponsável pela criança, consideradas as tecnologias
pela segurança da informação prevista no caput disponíveis.

581
§ 6º As informações sobre o tratamento de da- Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada
dos referidas neste artigo deverão ser fornecidas a titularidade de seus dados pessoais e garantidos
de maneira simples, clara e acessível, considera- os direitos fundamentais de liberdade, de intimi-
das as características físico-motoras, perceptivas, dade e de privacidade, nos termos desta Lei.
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com
uso de recursos audiovisuais quando adequado, de Art. 18. O titular dos dados pessoais tem di-
forma a proporcionar a informação necessária aos reito a obter do controlador, em relação aos dados
pais ou ao responsável legal e adequada ao enten- do titular por ele tratados, a qualquer momento e
dimento da criança. mediante requisição:
I - confirmação da existência de tratamento;
SEÇÃO IV II - acesso aos dados;
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE III - correção de dados incompletos, inexatos
DADOS ou desatualizados;
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de
Art. 15. O término do tratamento de dados dados desnecessários, excessivos ou tratados em
pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses: desconformidade com o disposto nesta Lei;
I - verificação de que a finalidade foi alcançada V - portabilidade dos dados a outro fornecedor
ou de que os dados deixaram de ser necessários de serviço ou produto, mediante requisição ex-
ou pertinentes ao alcance da finalidade específica pressa, de acordo com a regulamentação da auto-
almejada; ridade nacional, observados os segredos comercial
II - fim do período de tratamento; e industrial;
III - comunicação do titular, inclusive no exercí- VI - eliminação dos dados pessoais tratados
cio de seu direito de revogação do Daniel
consentimento com o consentimento do titular, exceto nas hipóte-
RIBEIRO DE ANDRADE
conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, res- ses previstas no art. 16 desta Lei;
danielicoense@gmail.com
guardado o interesse público; ou VII - informação das entidades públicas e pri-
609.749.013-50
IV - determinação da autoridade nacional, vadas com as quais o controlador realizou uso
quando houver violação ao disposto nesta Lei. compartilhado de dados;

Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados VIII - informação sobre a possibilidade de não
após o término de seu tratamento, no âmbito e nos fornecer consentimento e sobre as consequências
limites técnicos das atividades, autorizada a con- da negativa;
servação para as seguintes finalidades: IX - revogação do consentimento, nos termos
I - cumprimento de obrigação legal ou regula- do § 5º do art. 8º desta Lei.
tória pelo controlador; § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, de peticionar em relação aos seus dados contra o
sempre que possível, a anonimização dos dados controlador perante a autoridade nacional.
pessoais; § 2º O titular pode opor-se a tratamento reali-
III - transferência a terceiro, desde que respei- zado com fundamento em uma das hipóteses de
tados os requisitos de tratamento de dados dispos- dispensa de consentimento, em caso de descum-
tos nesta Lei; ou primento ao disposto nesta Lei.

IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu § 3º Os direitos previstos neste artigo serão
acesso por terceiro, e desde que anonimizados os exercidos mediante requerimento expresso do titu-
dados. lar ou de representante legalmente constituído, a
agente de tratamento.
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção
CAPÍTULO III
imediata da providência de que trata o § 3º deste
DOS DIREITOS DO TITULAR artigo, o controlador enviará ao titular resposta em
que poderá:

582
I - comunicar que não é agente de tratamento utilização subsequente, inclusive em outras opera-
dos dados e indicar, sempre que possível, o ções de tratamento.
agente; ou § 4º A autoridade nacional poderá dispor de
II - indicar as razões de fato ou de direito que forma diferenciada acerca dos prazos previstos nos
impedem a adoção imediata da providência. incisos I e II do caput deste artigo para os setores
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste ar- específicos.
tigo será atendido sem custos para o titular, nos Art. 20. O titular dos dados tem direito a soli-
prazos e nos termos previstos em regulamento. citar a revisão de decisões tomadas unicamente
§ 6º O responsável deverá informar, de ma- com base em tratamento automatizado de dados
neira imediata, aos agentes de tratamento com os pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
quais tenha realizado uso compartilhado de dados decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal,
a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo- profissional, de consumo e de crédito ou os aspec-
queio dos dados, para que repitam idêntico proce- tos de sua personalidade.
dimento, exceto nos casos em que esta comunica- § 1º O controlador deverá fornecer, sempre
ção seja comprovadamente impossível ou implique que solicitadas, informações claras e adequadas a
esforço desproporcional. respeito dos critérios e dos procedimentos utiliza-
§ 7º A portabilidade dos dados pessoais a que dos para a decisão automatizada, observados os
se refere o inciso V do caput deste artigo não inclui segredos comercial e industrial.
dados que já tenham sido anonimizados pelo con- § 2º Em caso de não oferecimento de informa-
trolador. ções de que trata o § 1º deste artigo baseado na
§ 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo observância de segredo comercial e industrial, a
também poderá ser exercido perante os organis- autoridade nacional poderá realizar auditoria para
mos de defesa do consumidor. verificação de aspectos discriminatórios em trata-
Daniel RIBEIRO DEmentoANDRADEautomatizado de dados pessoais.
Art. 19. A confirmação de existência ou o
danielicoense@gmail.com
acesso a dados pessoais serão providenciados, § 3º (VETADO).
609.749.013-50
mediante requisição do titular: Art. 21. Os dados pessoais referentes ao
I - em formato simplificado, imediatamente; ou exercício regular de direitos pelo titular não podem
ser utilizados em seu prejuízo.
II - por meio de declaração clara e completa,
que indique a origem dos dados, a inexistência de Art. 22. A defesa dos interesses e dos direi-
registro, os critérios utilizados e a finalidade do tra- tos dos titulares de dados poderá ser exercida em
tamento, observados os segredos comercial e in- juízo, individual ou coletivamente, na forma do dis-
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, posto na legislação pertinente, acerca dos instru-
contado da data do requerimento do titular. mentos de tutela individual e coletiva.
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados
em formato que favoreça o exercício do direito de CAPÍTULO IV
acesso. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
§ 2º As informações e os dados poderão ser PELO PODER PÚBLICO
fornecidos, a critério do titular:
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para SEÇÃO I
esse fim; ou DAS REGRAS
II - sob forma impressa.
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no con- Art. 23. O tratamento de dados pessoais pe-
sentimento do titular ou em contrato, o titular po- las pessoas jurídicas de direito público referidas no
derá solicitar cópia eletrônica integral de seus da- parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18
dos pessoais, observados os segredos comercial e de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação)
industrial, nos termos de regulamentação da auto- , deverá ser realizado para o atendimento de sua
ridade nacional, em formato que permita a sua finalidade pública, na persecução do interesse

583
público, com o objetivo de executar as competên- Parágrafo único. As empresas públicas e as
cias legais ou cumprir as atribuições legais do ser- sociedades de economia mista, quando estiverem
viço público, desde que: operacionalizando políticas públicas e no âmbito da
I - sejam informadas as hipóteses em que, no execução delas, terão o mesmo tratamento dispen-
exercício de suas competências, realizam o trata- sado aos órgãos e às entidades do Poder Público,
mento de dados pessoais, fornecendo informações nos termos deste Capítulo.
claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finali- Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em
dade, os procedimentos e as práticas utilizadas formato interoperável e estruturado para o uso
para a execução dessas atividades, em veículos de compartilhado, com vistas à execução de políticas
fácil acesso, preferencialmente em seus sítios ele- públicas, à prestação de serviços públicos, à des-
trônicos; centralização da atividade pública e à dissemina-
II - (VETADO); e ção e ao acesso das informações pelo público em
geral.
III - seja indicado um encarregado quando rea-
lizarem operações de tratamento de dados pesso- Art. 26. O uso compartilhado de dados pes-
ais, nos termos do art. 39 desta Lei; e soais pelo Poder Público deve atender a finalidades
IV - (VETADO). específicas de execução de políticas públicas e
atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades pú-
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre blicas, respeitados os princípios de proteção de da-
as formas de publicidade das operações de trata- dos pessoais elencados no art. 6º desta Lei.
mento.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a en-
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pes- tidades privadas dados pessoais constantes de ba-
soas jurídicas mencionadas no caput deste artigo ses de dados a que tenha acesso, exceto:
de instituir as autoridades de que trata a Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011 Daniel
(Lei de Acesso I - em casos de execução descentralizada de
RIBEIRO DE ANDRADE
à Informação) . atividade pública que exija a transferência, exclusi-
danielicoense@gmail.com
vamente para esse fim específico e determinado,
609.749.013-50
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
dos direitos do titular perante o Poder Público ob- novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
servarão o disposto em legislação específica, em
especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, II - (VETADO);
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) III - nos casos em que os dados forem acessí-
, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei Ge- veis publicamente, observadas as disposições
ral do Processo Administrativo) , e da Lei nº 12.527, desta Lei.
de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
IV - quando houver previsão legal ou a transfe-
mação) .
rência for respaldada em contratos, convênios ou
§ 4º Os serviços notariais e de registro exerci- instrumentos congêneres; ou
dos em caráter privado, por delegação do Poder
V - na hipótese de a transferência dos dados
Público, terão o mesmo tratamento dispensado às
objetivar exclusivamente a prevenção de fraudes e
pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo,
irregularidades, ou proteger e resguardar a segu-
nos termos desta Lei.
rança e a integridade do titular dos dados, desde
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem que vedado o tratamento para outras finalidades.
fornecer acesso aos dados por meio eletrônico
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o §
para a administração pública, tendo em vista as fi-
1º deste artigo deverão ser comunicados à autori-
nalidades de que trata o caput deste artigo.
dade nacional.
Art. 24. As empresas públicas e as socieda-
Art. 27. A comunicação ou o uso comparti-
des de economia mista que atuam em regime de
lhado de dados pessoais de pessoa jurídica de di-
concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da
reito público a pessoa de direito privado será infor-
Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
mado à autoridade nacional e dependerá de con-
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado
sentimento do titular, exceto:
particulares, nos termos desta Lei.

584
I - nas hipóteses de dispensa de consenti- I - para países ou organismos internacionais
mento previstas nesta Lei; que proporcionem grau de proteção de dados pes-
II - nos casos de uso compartilhado de dados, soais adequado ao previsto nesta Lei;
em que será dada publicidade nos termos do inciso II - quando o controlador oferecer e comprovar
I do caput do art. 23 desta Lei; ou garantias de cumprimento dos princípios, dos direi-
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 tos do titular e do regime de proteção de dados pre-
desta Lei. vistos nesta Lei, na forma de:

Parágrafo único. A informação à autoridade a) cláusulas contratuais específicas para deter-


nacional de que trata o caput deste artigo será ob- minada transferência;
jeto de regulamentação. b) cláusulas-padrão contratuais;
Art. 28. (VETADO). c) normas corporativas globais;

Art. 29. A autoridade nacional poderá solici- d) selos, certificados e códigos de conduta re-
gularmente emitidos;
tar, a qualquer momento, aos órgãos e às entida-
des do poder público a realização de operações de III - quando a transferência for necessária para
tratamento de dados pessoais, informações espe- a cooperação jurídica internacional entre órgãos
cíficas sobre o âmbito e a natureza dos dados e ou- públicos de inteligência, de investigação e de per-
tros detalhes do tratamento realizado e poderá emi- secução, de acordo com os instrumentos de direito
tir parecer técnico complementar para garantir o internacional;
cumprimento desta Lei. IV - quando a transferência for necessária para
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabe- a proteção da vida ou da incolumidade física do ti-
lecer normas complementares para as atividades tular ou de terceiro;
de comunicação e de uso compartilhado
Daniel de dados DE ANDRADE
RIBEIRO V - quando a autoridade nacional autorizar a
pessoais. transferência;
danielicoense@gmail.com
609.749.013-50VI - quando a transferência resultar em com-
SEÇÃO II promisso assumido em acordo de cooperação in-
DA RESPONSABILIDADE ternacional;
VII - quando a transferência for necessária
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei para a execução de política pública ou atribuição
legal do serviço público, sendo dada publicidade
em decorrência do tratamento de dados pessoais
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá
enviar informe com medidas cabíveis para fazer VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con-
cessar a violação. sentimento específico e em destaque para a trans-
ferência, com informação prévia sobre o caráter in-
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar ternacional da operação, distinguindo claramente
a agentes do Poder Público a publicação de relató- esta de outras finalidades; ou
rios de impacto à proteção de dados pessoais e su-
gerir a adoção de padrões e de boas práticas para IX - quando necessário para atender as hipó-
os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Pú- teses previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta
blico. Lei.
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste
artigo, as pessoas jurídicas de direito público refe-
CAPÍTULO V
ridas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527,
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
DE DADOS mação) , no âmbito de suas competências legais, e
responsáveis, no âmbito de suas atividades, pode-
Art. 33. A transferência internacional de da- rão requerer à autoridade nacional a avaliação do
dos pessoais somente é permitida nos seguintes nível de proteção a dados pessoais conferido por
casos: país ou organismo internacional.

585
Art. 34. O nível de proteção de dados do país titular referidas no caput deste artigo serão também
estrangeiro ou do organismo internacional mencio- analisadas de acordo com as medidas técnicas e
nado no inciso I do caput do art. 33 desta Lei será organizacionais adotadas pelo operador, de acordo
avaliado pela autoridade nacional, que levará em com o previsto nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
consideração: Art. 36. As alterações nas garantias apresen-
I - as normas gerais e setoriais da legislação tadas como suficientes de observância dos princí-
em vigor no país de destino ou no organismo inter- pios gerais de proteção e dos direitos do titular re-
nacional; feridas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
II - a natureza dos dados; comunicadas à autoridade nacional.

III - a observância dos princípios gerais de pro-


teção de dados pessoais e direitos dos titulares CAPÍTULO VI
previstos nesta Lei; DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE
IV - a adoção de medidas de segurança previs- DADOS PESSOAIS
tas em regulamento;
V - a existência de garantias judiciais e institu- SEÇÃO I
cionais para o respeito aos direitos de proteção de DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
dados pessoais; e
VI - outras circunstâncias específicas relativas Art. 37. O controlador e o operador devem
à transferência. manter registro das operações de tratamento de
dados pessoais que realizarem, especialmente
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusu- quando baseado no legítimo interesse.
las-padrão contratuais, bem como a verificação de
cláusulas contratuais específicas para uma RIBEIRO
deter- Art. 38. A autoridade nacional poderá deter-
Daniel DE ANDRADE
minar ao controlador que elabore relatório de im-
minada transferência, normas corporativas globais
danielicoense@gmail.com
pacto à proteção de dados pessoais, inclusive de
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que
609.749.013-50
se refere o inciso II do caput do art. 33 desta Lei, dados sensíveis, referente a suas operações de
será realizada pela autoridade nacional. tratamento de dados, nos termos de regulamento,
observados os segredos comercial e industrial.
§ 1º Para a verificação do disposto no caput
deste artigo, deverão ser considerados os requisi- Parágrafo único. Observado o disposto no ca-
tos, as condições e as garantias mínimas para a put deste artigo, o relatório deverá conter, no mí-
transferência que observem os direitos, as garan- nimo, a descrição dos tipos de dados coletados, a
tias e os princípios desta Lei. metodologia utilizada para a coleta e para a garan-
tia da segurança das informações e a análise do
§ 2º Na análise de cláusulas contratuais, de do- controlador com relação a medidas, salvaguardas
cumentos ou de normas corporativas globais sub- e mecanismos de mitigação de risco adotados.
metidas à aprovação da autoridade nacional, pode-
rão ser requeridas informações suplementares ou Art. 39. O operador deverá realizar o trata-
realizadas diligências de verificação quanto às ope- mento segundo as instruções fornecidas pelo con-
rações de tratamento, quando necessário. trolador, que verificará a observância das próprias
instruções e das normas sobre a matéria.
§ 3º A autoridade nacional poderá designar or-
ganismos de certificação para a realização do pre- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor
visto no caput deste artigo, que permanecerão sob sobre padrões de interoperabilidade para fins de
sua fiscalização nos termos definidos em regula- portabilidade, livre acesso aos dados e segurança,
mento. assim como sobre o tempo de guarda dos registros,
§ 4º Os atos realizados por organismo de cer- tendo em vista especialmente a necessidade e a
tificação poderão ser revistos pela autoridade naci- transparência.
onal e, caso em desconformidade com esta Lei,
submetidos a revisão ou anulados. SEÇÃO II
§ 5º As garantias suficientes de observância
dos princípios gerais de proteção e dos direitos do

586
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO lícitas do controlador, hipótese em que o operador
DE DADOS PESSOAIS equipara-se ao controlador, salvo nos casos de ex-
clusão previstos no art. 43 desta Lei;
II - os controladores que estiverem diretamente
Art. 41. O controlador deverá indicar encarre-
envolvidos no tratamento do qual decorreram da-
gado pelo tratamento de dados pessoais.
nos ao titular dos dados respondem solidariamente,
§ 1º A identidade e as informações de contato salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43
do encarregado deverão ser divulgadas publica- desta Lei.
mente, de forma clara e objetiva, preferencialmente
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o
no sítio eletrônico do controlador.
ônus da prova a favor do titular dos dados quando,
§ 2º As atividades do encarregado consistem a seu juízo, for verossímil a alegação, houver hi-
em: possuficiência para fins de produção de prova ou
I - aceitar reclamações e comunicações dos ti- quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe
tulares, prestar esclarecimentos e adotar providên- excessivamente onerosa.
cias; § 3º As ações de reparação por danos coleti-
II - receber comunicações da autoridade naci- vos que tenham por objeto a responsabilização nos
onal e adotar providências; termos do caput deste artigo podem ser exercidas
coletivamente em juízo, observado o disposto na
III - orientar os funcionários e os contratados legislação pertinente.
da entidade a respeito das práticas a serem toma-
das em relação à proteção de dados pessoais; e § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem
direito de regresso contra os demais responsáveis,
IV - executar as demais atribuições determina- na medida de sua participação no evento danoso.
das pelo controlador ou estabelecidas em normas
complementares. Daniel RIBEIRO DE ANDRADEArt. 43. Os agentes de tratamento só não se-
rão responsabilizados quando provarem:
danielicoense@gmail.com
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer
normas complementares sobre a definição e as
609.749.013-50 I - que não realizaram o tratamento de dados
atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de pessoais que lhes é atribuído;
dispensa da necessidade de sua indicação, con- II - que, embora tenham realizado o tratamento
forme a natureza e o porte da entidade ou o volume de dados pessoais que lhes é atribuído, não houve
de operações de tratamento de dados. violação à legislação de proteção de dados; ou
§ 4º (VETADO). III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva
do titular dos dados ou de terceiro.
SEÇÃO III Art. 44. O tratamento de dados pessoais será
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSAR- irregular quando deixar de observar a legislação ou
CIMENTO DE DANOS quando não fornecer a segurança que o titular dele
pode esperar, consideradas as circunstâncias rele-
vantes, entre as quais:
Art. 42. O controlador ou o operador que, em
razão do exercício de atividade de tratamento de I - o modo pelo qual é realizado;
dados pessoais, causar a outrem dano patrimonial, II - o resultado e os riscos que razoavelmente
moral, individual ou coletivo, em violação à legisla- dele se esperam;
ção de proteção de dados pessoais, é obrigado a
III - as técnicas de tratamento de dados pesso-
repará-lo.
ais disponíveis à época em que foi realizado.
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização
Parágrafo único. Responde pelos danos decor-
ao titular dos dados:
rentes da violação da segurança dos dados o con-
I - o operador responde solidariamente pelos trolador ou o operador que, ao deixar de adotar as
danos causados pelo tratamento quando descum- medidas de segurança previstas no art. 46 desta
prir as obrigações da legislação de proteção de da- Lei, der causa ao dano.
dos ou quando não tiver seguido as instruções

587
Art. 45. As hipóteses de violação do direito III - a indicação das medidas técnicas e de se-
do titular no âmbito das relações de consumo per- gurança utilizadas para a proteção dos dados, ob-
manecem sujeitas às regras de responsabilidade servados os segredos comercial e industrial;
previstas na legislação pertinente. IV - os riscos relacionados ao incidente;
V - os motivos da demora, no caso de a comu-
CAPÍTULO VII nicação não ter sido imediata; e
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS VI - as medidas que foram ou que serão ado-
tadas para reverter ou mitigar os efeitos do preju-
SEÇÃO I ízo.
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS § 2º A autoridade nacional verificará a gravi-
dade do incidente e poderá, caso necessário para
Art. 46. Os agentes de tratamento devem a salvaguarda dos direitos dos titulares, determinar
adotar medidas de segurança, técnicas e adminis- ao controlador a adoção de providências, tais
trativas aptas a proteger os dados pessoais de como:
acessos não autorizados e de situações acidentais I - ampla divulgação do fato em meios de co-
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comuni- municação; e
cação ou qualquer forma de tratamento inade-
quado ou ilícito. II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos
do incidente.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre
padrões técnicos mínimos para tornar aplicável o § 3º No juízo de gravidade do incidente, será
disposto no caput deste artigo, considerados a na- avaliada eventual comprovação de que foram ado-
tureza das informações tratadas, as características tadas medidas técnicas adequadas que tornem os
específicas do tratamento e o estado atual da tec- dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
Daniel RIBEIRO DE
nos ANDRADE
limites técnicos de seus serviços, para tercei-
nologia, especialmente no caso de dados pessoais
danielicoense@gmail.com
ros não autorizados a acessá-los.
sensíveis, assim como os princípios previstos no
caput do art. 6º desta Lei. 609.749.013-50
Art. 49. Os sistemas utilizados para o trata-
§ 2º As medidas de que trata o caput deste ar- mento de dados pessoais devem ser estruturados
tigo deverão ser observadas desde a fase de con- de forma a atender aos requisitos de segurança,
cepção do produto ou do serviço até a sua execu- aos padrões de boas práticas e de governança e
ção. aos princípios gerais previstos nesta Lei e às de-
mais normas regulamentares.
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qual-
quer outra pessoa que intervenha em uma das fa-
ses do tratamento obriga-se a garantir a segurança SEÇÃO II
da informação prevista nesta Lei em relação aos DAS BOAS PRÁTICAS E
dados pessoais, mesmo após o seu término. DA GOVERNANÇA
Art. 48. O controlador deverá comunicar à
autoridade nacional e ao titular a ocorrência de in- Art. 50. Os controladores e operadores, no
cidente de segurança que possa acarretar risco ou âmbito de suas competências, pelo tratamento de
dano relevante aos titulares. dados pessoais, individualmente ou por meio de
§ 1º A comunicação será feita em prazo razo- associações, poderão formular regras de boas prá-
ável, conforme definido pela autoridade nacional, e ticas e de governança que estabeleçam as condi-
deverá mencionar, no mínimo: ções de organização, o regime de funcionamento,
os procedimentos, incluindo reclamações e peti-
I - a descrição da natureza dos dados pessoais ções de titulares, as normas de segurança, os pa-
afetados; drões técnicos, as obrigações específicas para os
II - as informações sobre os titulares envolvi- diversos envolvidos no tratamento, as ações edu-
dos; cativas, os mecanismos internos de supervisão e
de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona-
dos ao tratamento de dados pessoais.

588
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o § 3º As regras de boas práticas e de gover-
controlador e o operador levarão em consideração, nança deverão ser publicadas e atualizadas perio-
em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, dicamente e poderão ser reconhecidas e divulga-
o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravi- das pela autoridade nacional.
dade dos riscos e dos benefícios decorrentes de
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a
tratamento de dados do titular.
adoção de padrões técnicos que facilitem o con-
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos trole pelos titulares dos seus dados pessoais.
incisos VII e VIII do caput do art. 6º desta Lei, o
controlador, observados a estrutura, a escala e o
volume de suas operações, bem como a sensibili- CAPÍTULO VIII
dade dos dados tratados e a probabilidade e a gra- DA FISCALIZAÇÃO
vidade dos danos para os titulares dos dados, po-
derá: SEÇÃO I
I - implementar programa de governança em DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
privacidade que, no mínimo:
a) demonstre o comprometimento do controla- Art. 52. Os agentes de tratamento de dados,
dor em adotar processos e políticas internas que em razão das infrações cometidas às normas pre-
assegurem o cumprimento, de forma abrangente, vistas nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes san-
de normas e boas práticas relativas à proteção de ções administrativas aplicáveis pela autoridade na-
dados pessoais; cional:
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados I - advertência, com indicação de prazo para
pessoais que estejam sob seu controle, indepen- adoção de medidas corretivas;
dentemente do modo como se realizou sua coleta; II - multa simples, de até 2% (dois por cento)
Daniel RIBEIRO DEdoANDRADE
faturamento da pessoa jurídica de direito pri-
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao vo-
danielicoense@gmail.com
lume de suas operações, bem como à sensibilidade vado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu úl-
dos dados tratados; 609.749.013-50
timo exercício, excluídos os tributos, limitada, no to-
tal, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de re-
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequa-
ais) por infração;
das com base em processo de avaliação sistemá-
tica de impactos e riscos à privacidade; III - multa diária, observado o limite total a que
se refere o inciso II;
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de
confiança com o titular, por meio de atuação trans- IV - publicização da infração após devidamente
parente e que assegure mecanismos de participa- apurada e confirmada a sua ocorrência;
ção do titular; V - bloqueio dos dados pessoais a que se re-
f) esteja integrado a sua estrutura geral de go- fere a infração até a sua regularização;
vernança e estabeleça e aplique mecanismos de VI - eliminação dos dados pessoais a que se
supervisão internos e externos; refere a infração;
g) conte com planos de resposta a incidentes VII - (VETADO);
e remediação; e
VIII - (VETADO);
h) seja atualizado constantemente com base
em informações obtidas a partir de monitoramento IX - (VETADO).
contínuo e avaliações periódicas; X - suspensão parcial do funcionamento do
II - demonstrar a efetividade de seu programa banco de dados a que se refere a infração pelo pe-
de governança em privacidade quando apropriado ríodo máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por
e, em especial, a pedido da autoridade nacional ou igual período, até a regularização da atividade de
de outra entidade responsável por promover o cum- tratamento pelo controlador;
primento de boas práticas ou códigos de conduta, XI - suspensão do exercício da atividade de
os quais, de forma independente, promovam o tratamento dos dados pessoais a que se refere a
cumprimento desta Lei.

589
infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, apresentado de forma incompleta ou não for de-
prorrogável por igual período; monstrado de forma inequívoca e idônea.
XII - proibição parcial ou total do exercício de § 5º O produto da arrecadação das multas apli-
atividades relacionadas a tratamento de dados. cadas pela ANPD, inscritas ou não em dívida ativa,
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedi- será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Di-
mento administrativo que possibilite a oportunidade fusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24
da ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou cu- de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março
mulativa, de acordo com as peculiaridades do caso de 1995.
concreto e considerados os seguintes parâmetros § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e
e critérios: XII do caput deste artigo serão aplicadas:
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos I - somente após já ter sido imposta ao menos
direitos pessoais afetados; 1 (uma) das sanções de que tratam os incisos II, III,
II - a boa-fé do infrator; IV, V e VI do caput deste artigo para o mesmo caso
concreto; e
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo in-
frator; II - em caso de controladores submetidos a ou-
tros órgãos e entidades com competências sancio-
IV - a condição econômica do infrator; natórias, ouvidos esses órgãos.
V - a reincidência; § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos
VI - o grau do dano; não autorizados de que trata o caput do art. 46
desta Lei poderão ser objeto de conciliação direta
VII - a cooperação do infrator;
entre controlador e titular e, caso não haja acordo,
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de me- o controlador estará sujeito à aplicação das penali-
canismos e procedimentos internos capazes de mi- dades de que trata este artigo.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
nimizar o dano, voltados ao tratamento seguro e
adequado de dados, em consonânciadanielicoense@gmail.com
com o dis- Art. 53. A autoridade nacional definirá, por
meio de regulamento próprio sobre sanções admi-
posto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; 609.749.013-50
nistrativas a infrações a esta Lei, que deverá ser
IX - a adoção de política de boas práticas e go- objeto de consulta pública, as metodologias que
vernança; orientarão o cálculo do valor-base das sanções de
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e multa.
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da § 1º As metodologias a que se refere o caput
falta e a intensidade da sanção. deste artigo devem ser previamente publicadas,
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a apli- para ciência dos agentes de tratamento, e devem
cação de sanções administrativas, civis ou penais apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
definidas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de para o cálculo do valor-base das sanções de multa,
1990, e em legislação específica. que deverão conter fundamentação detalhada de
todos os seus elementos, demonstrando a obser-
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e vância dos critérios previstos nesta Lei.
XII do caput deste artigo poderá ser aplicado às en-
tidades e aos órgãos públicos, sem prejuízo do dis- § 2º O regulamento de sanções e metodolo-
posto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, gias correspondentes deve estabelecer as circuns-
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº tâncias e as condições para a adoção de multa sim-
ples ou diária.
12.527, de 18 de novembro de 2011. (Redação
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 54. O valor da sanção de multa diária
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata aplicável às infrações a esta Lei deve observar a
o inciso II do caput deste artigo, a autoridade naci- gravidade da falta e a extensão do dano ou prejuízo
onal poderá considerar o faturamento total da em- causado e ser fundamentado pela autoridade naci-
presa ou grupo de empresas, quando não dispuser onal.
do valor do faturamento no ramo de atividade em- Parágrafo único. A intimação da sanção de
presarial em que ocorreu a infração, definido pela multa diária deverá conter, no mínimo, a descrição
autoridade nacional, ou quando o valor for

590
da obrigação imposta, o prazo razoável e estipu- cargo em comissão do Grupo-Direção e Assesso-
lado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor ramento Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5.
da multa diária a ser aplicada pelo seu descumpri- § 2º Os membros do Conselho Diretor serão
mento. escolhidos dentre brasileiros que tenham reputa-
ção ilibada, nível superior de educação e elevado
CAPÍTULO IX conceito no campo de especialidade dos cargos
DA AUTORIDADE NACIONAL DE para os quais serão nomeados.
PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) E DO § 3º O mandato dos membros do Conselho Di-
CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO retor será de 4 (quatro) anos.
DE DADOS PESSOAIS E DA § 4º Os mandatos dos primeiros membros do
PRIVACIDADE Conselho Diretor nomeados serão de 2 (dois), de 3
(três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos,
conforme estabelecido no ato de nomeação.
SEÇÃO I
DA AUTORIDADE NACIONAL DE § 5º Na hipótese de vacância do cargo no
curso do mandato de membro do Conselho Diretor,
PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
o prazo remanescente será completado pelo su-
cessor.
Art. 55. (VETADO).
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional somente perderão seus cargos em virtude de re-
de Proteção de Dados (ANPD), autarquia de natu- núncia, condenação judicial transitada em julgado
reza especial, dotada de autonomia técnica e deci- ou pena de demissão decorrente de processo ad-
sória, com patrimônio próprio e com sede e foro no ministrativo disciplinar.
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nºRIBEIRO
Daniel 14.460, DE ANDRADE
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao
de 2022) danielicoense@gmail.com
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presi-
Art. 55-C. A ANPD é composta de: 609.749.013-50 dência da República instaurar o processo adminis-
trativo disciplinar, que será conduzido por comissão
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; especial constituída por servidores públicos fede-
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados rais estáveis.
Pessoais e da Privacidade; § 2º Compete ao Presidente da República de-
III - Corregedoria; terminar o afastamento preventivo, somente
quando assim recomendado pela comissão espe-
IV - Ouvidoria;
cial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul-
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº gamento.
14.460, de 2022)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conse-
V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº lho Diretor, após o exercício do cargo, o disposto
14.460, de 2022) no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.
VI - unidades administrativas e unidades espe- Parágrafo único. A infração ao disposto no ca-
cializadas necessárias à aplicação do disposto put deste artigo caracteriza ato de improbidade ad-
nesta Lei. ministrativa.
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será Art. 55-G. Ato do Presidente da República
composto de 5 (cinco) diretores, incluído o Diretor- disporá sobre a estrutura regimental da ANPD.
Presidente.
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua es-
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da trutura regimental, a ANPD receberá o apoio téc-
ANPD serão escolhidos pelo Presidente da Repú- nico e administrativo da Casa Civil da Presidência
blica e por ele nomeados, após aprovação pelo Se- da República para o exercício de suas atividades.
nado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III
do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regi-
mento interno da ANPD.

591
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as fun- sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
ções de confiança da ANPD serão remanejados de detalhes do tratamento realizado, com a possibili-
outros órgãos e entidades do Poder Executivo fe- dade de emitir parecer técnico complementar para
deral. garantir o cumprimento desta Lei;

Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em co- XII - elaborar relatórios de gestão anuais
acerca de suas atividades;
missão e das funções de confiança da ANPD serão
indicados pelo Conselho Diretor e nomeados ou XIII - editar regulamentos e procedimentos so-
designados pelo Diretor-Presidente. bre proteção de dados pessoais e privacidade, bem
como sobre relatórios de impacto à proteção de da-
Art. 55-J. Compete à ANPD:
dos pessoais para os casos em que o tratamento
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos representar alto risco à garantia dos princípios ge-
termos da legislação; rais de proteção de dados pessoais previstos nesta
Lei;
II - zelar pela observância dos segredos co-
mercial e industrial, observada a proteção de dados XIV - ouvir os agentes de tratamento e a soci-
pessoais e do sigilo das informações quando pro- edade em matérias de interesse relevante e prestar
tegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os contas sobre suas atividades e planejamento;
fundamentos do art. 2º desta Lei; XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publi-
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional car, no relatório de gestão a que se refere o inciso
de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade; XII do caput deste artigo, o detalhamento de suas
receitas e despesas;
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tra-
tamento de dados realizado em descumprimento à XVI - realizar auditorias, ou determinar sua re-
legislação, mediante processo administrativo que alização, no âmbito da atividade de fiscalização de
assegure o contraditório, a ampla defesa e o direito que trata o inciso IV e com a devida observância do
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
de recurso; disposto no inciso II do caput deste artigo, sobre o
danielicoense@gmail.com
tratamento de dados pessoais efetuado pelos
V - apreciar petições de titular contra controla-
609.749.013-50
agentes de tratamento, incluído o poder público;
dor após comprovada pelo titular a apresentação
de reclamação ao controlador não solucionada no XVII - celebrar, a qualquer momento, compro-
prazo estabelecido em regulamentação; misso com agentes de tratamento para eliminar ir-
regularidade, incerteza jurídica ou situação conten-
VI - promover na população o conhecimento
ciosa no âmbito de processos administrativos, de
das normas e das políticas públicas sobre proteção
acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de
de dados pessoais e das medidas de segurança;
4 de setembro de 1942;
VII - promover e elaborar estudos sobre as prá-
XVIII - editar normas, orientações e procedi-
ticas nacionais e internacionais de proteção de da-
mentos simplificados e diferenciados, inclusive
dos pessoais e privacidade;
quanto aos prazos, para que microempresas e em-
VIII - estimular a adoção de padrões para ser- presas de pequeno porte, bem como iniciativas em-
viços e produtos que facilitem o exercício de con- presariais de caráter incremental ou disruptivo que
trole dos titulares sobre seus dados pessoais, os se autodeclarem startups ou empresas de inova-
quais deverão levar em consideração as especifici- ção, possam adequar-se a esta Lei;
dades das atividades e o porte dos responsáveis;
XIX - garantir que o tratamento de dados de
IX - promover ações de cooperação com auto- idosos seja efetuado de maneira simples, clara,
ridades de proteção de dados pessoais de outros acessível e adequada ao seu entendimento, nos
países, de natureza internacional ou transnacional; termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outu-
X - dispor sobre as formas de publicidade das bro de 2003 (Estatuto do Idoso);
operações de tratamento de dados pessoais, res- XX - deliberar, na esfera administrativa, em ca-
peitados os segredos comercial e industrial; ráter terminativo, sobre a interpretação desta Lei,
XI - solicitar, a qualquer momento, às entida- as suas competências e os casos omissos;
des do poder público que realizem operações de XXI - comunicar às autoridades competentes
tratamento de dados pessoais informe específico as infrações penais das quais tiver conhecimento;

592
XXII - comunicar aos órgãos de controle in- Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas
terno o descumprimento do disposto nesta Lei por nesta Lei compete exclusivamente à ANPD, e suas
órgãos e entidades da administração pública fede- competências prevalecerão, no que se refere à pro-
ral; teção de dados pessoais, sobre as competências
XXIII - articular-se com as autoridades regula- correlatas de outras entidades ou órgãos da admi-
doras públicas para exercer suas competências em nistração
setores específicos de atividades econômicas e go- Parágrafo único. A ANPD articulará sua atua-
vernamentais sujeitas à regulação; e ção com outros órgãos e entidades com competên-
XXIV - implementar mecanismos simplificados, cias sancionatórias e normativas afetas ao tema de
inclusive por meio eletrônico, para o registro de re- proteção de dados pessoais e será o órgão central
clamações sobre o tratamento de dados pessoais de interpretação desta Lei e do estabelecimento de
em desconformidade com esta Lei. normas e diretrizes para a sua implementação.
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD:
ao tratamento de dados pessoais por agente de tra- I - as dotações, consignadas no orçamento ge-
tamento privado, sejam eles limites, encargos ou ral da União, os créditos especiais, os créditos adi-
sujeições, a ANPD deve observar a exigência de cionais, as transferências e os repasses que lhe fo-
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, rem conferidos;
os princípios e os direitos dos titulares previstos no
art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei. II - as doações, os legados, as subvenções e
outros recursos que lhe forem destinados;
§ 2º Os regulamentos e as normas editados
pela ANPD devem ser precedidos de consulta e au- III - os valores apurados na venda ou aluguel
diência públicas, bem como de análises de impacto de bens móveis e imóveis de sua propriedade;
regulatório. IV - os valores apurados em aplicações no
Daniel RIBEIRO DEmercado
ANDRADE financeiro das receitas previstas neste ar-
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos
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responsáveis pela regulação de setores específi- tigo;
609.749.013-50
cos da atividade econômica e governamental de- V - (VETADO;
vem coordenar suas atividades, nas corresponden- VI - os recursos provenientes de acordos, con-
tes esferas de atuação, com vistas a assegurar o vênios ou contratos celebrados com entidades, or-
cumprimento de suas atribuições com a maior efi- ganismos ou empresas, públicos ou privados, naci-
ciência e promover o adequado funcionamento dos onais ou internacionais;
setores regulados, conforme legislação específica,
e o tratamento de dados pessoais, na forma desta VII - o produto da venda de publicações, mate-
Lei. rial técnico, dados e informações, inclusive para
fins de licitação pública.
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de
comunicação, inclusive por meio de cooperação Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD
técnica, com órgãos e entidades da administração os bens e os direitos: (Incluído pela Lei nº 14.460,
pública responsáveis pela regulação de setores es- de 2022)
pecíficos da atividade econômica e governamental, I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da
a fim de facilitar as competências regulatória, fisca- Presidência da República; e (Incluído pela Lei nº
lizatória e punitiva da ANPD. 14.460, de 2022)
§ 5º No exercício das competências de que II - que venha a adquirir ou a incorporar. (In-
trata o caput deste artigo, a autoridade competente cluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
deverá zelar pela preservação do segredo empre-
sarial e do sigilo das informações, nos termos da Art. 56. (VETADO).
lei.
Art. 57. (VETADO).
§ 6º As reclamações colhidas conforme o dis-
posto no inciso V do caput deste artigo poderão ser
analisadas de forma agregada, e as eventuais pro- SEÇÃO II
vidências delas decorrentes poderão ser adotadas
de forma padronizada.

593
DO CONSELHO NACIONAL DE III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DA 1 (uma) recondução.
PRIVACIDADE § 4º A participação no Conselho Nacional de
Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será
considerada prestação de serviço público rele-
Art. 58. (VETADO). vante, não remunerada.
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de
de Dados Pessoais e da Privacidade será com- Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade:
posto de 23 (vinte e três) representantes, titulares
e suplentes, dos seguintes órgãos: I - propor diretrizes estratégicas e fornecer sub-
sídios para a elaboração da Política Nacional de
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e
II - 1 (um) do Senado Federal; para a atuação da ANPD;
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; II - elaborar relatórios anuais de avaliação da
execução das ações da Política Nacional de Prote-
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;
ção de Dados Pessoais e da Privacidade;
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério
III - sugerir ações a serem realizadas pela
Público;
ANPD;
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no
IV - elaborar estudos e realizar debates e audi-
Brasil;
ências públicas sobre a proteção de dados pesso-
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil ais e da privacidade; e
com atuação relacionada a proteção de dados pes-
V - disseminar o conhecimento sobre a prote-
soais;
ção de dados pessoais e da privacidade à popula-
Daniel tecno-
VIII - 3 (três) de instituições científicas, RIBEIRO DE ANDRADE
ção.
lógicas e de inovação; danielicoense@gmail.com
609.749.013-50Art. 59. (VETADO).
IX - 3 (três) de confederações sindicais repre-
sentativas das categorias econômicas do setor pro-
dutivo; CAPÍTULO X
X - 2 (dois) de entidades representativas do se- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
tor empresarial relacionado à área de tratamento
de dados pessoais; e
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de
XI - 2 (dois) de entidades representativas do 2014 (Marco Civil da Internet) , passa a vigorar com
setor laboral. as seguintes alterações:
§ 1º Os representantes serão designados por “Art. 7º
ato do Presidente da República, permitida a dele-
gação. X - exclusão definitiva dos dados pessoais que
tiver fornecido a determinada aplicação de internet,
§ 2º Os representantes de que tratam os inci- a seu requerimento, ao término da relação entre as
sos I, II, III, IV, V e VI do caput deste artigo e seus partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obriga-
suplentes serão indicados pelos titulares dos res- tória de registros previstas nesta Lei e na que dis-
pectivos órgãos e entidades da administração pú- põe sobre a proteção de dados pessoais;
blica.
“Art. 16.
§ 3º Os representantes de que tratam os inci-
sos VII, VIII, IX, X e XI do caput deste artigo e seus II - de dados pessoais que sejam excessivos
suplentes: em relação à finalidade para a qual foi dado con-
sentimento pelo seu titular, exceto nas hipóteses
I - serão indicados na forma de regulamento; previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da-
II - não poderão ser membros do Comitê Ges- dos pessoais.” (NR)
tor da Internet no Brasil;

594
Art. 61. A empresa estrangeira será notifi-
cada e intimada de todos os atos processuais pre-
vistos nesta Lei, independentemente de procura-
ção ou de disposição contratual ou estatutária, na
pessoa do agente ou representante ou pessoa res-
ponsável por sua filial, agência, sucursal, estabele-
cimento ou escritório instalado no Brasil.
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas compe-
tências, editarão regulamentos específicos para o
acesso a dados tratados pela União para o cumpri-
mento do disposto no § 2º do art. 9º da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Ba-
ses da Educação Nacional) , e aos referentes ao
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Supe-
rior (Sinaes), de que trata a Lei nº 10.861, de 14 de
abril de 2004 .
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá
normas sobre a adequação progressiva de bancos
de dados constituídos até a data de entrada em vi-
gor desta Lei, consideradas a complexidade das
operações de tratamento e a natureza dos dados.
Daniel RIBEIRO DE ANDRADE
Art. 64. Os direitos e princípios expressos
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nesta Lei não excluem outros previstos no ordena-
mento jurídico pátrio relacionados à matéria609.749.013-50
ou nos
tratados internacionais em que a República Fede-
rativa do Brasil seja parte.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor:
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos
arts. 55-A, 55-B, 55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-
H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts.
52, 53 e 54;
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de
sua publicação, quanto aos demais artigos.

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