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Aluno(a): Turmas: 81 e 82 Data de entrega: 20/11/2020 (semanal)


Professoras: Vivian Albertoni Componente curricular: Literatura e Língua Portuguesa
Enviar para: soravivian@gmail.com

PRONOMES
A classe gramatical dos pronomes tem duas funções básicas: ou eles ocupam o lugar de um
substantivo (de acordo com a sua pessoa gramatical) ou eles dizem a que pessoa gramatical o
substantivo está relacionado.

Você deve estar perguntando: Mas quem são essas pessoas gramaticais? Elas têm
endereço? Passam pela gente na rua?
A sora Vivian responde: Chamamos de pessoa gramatical as únicas 3 posições possíveis e,
qualquer situação de comunicação. Também podemos chama-las de pessoas do discurso,
porque a Linguística e os Estudos de Gramática chamam qualquer comunicação com
sentido de discurso.

Funciona assim: imagine uma conversa ou um texto.


A 1ª pessoa é aquela que está falando ou escrevendo.
A 2ª pessoa é aquela com quem a 1ª está se comunicando.
A 3ª pessoa é o assunto.
Os nomes das pessoas gramaticais são os pronomes pessoais retos – aqueles que conjugam
verbos:
1ª pessoa: eu (uma pessoa) e nós (eu e mais alguém)
2ª pessoa: tu (uma pessoa) e vós (quando a primeira pessoa se dirige a mais de uma pessoa ao
mesmo tempo – mais de um tu)
3ª pessoa – ele, ela (uma pessoa) e eles, elas.

Importante: os pronomes pessoais são palavras vazias, ou seja,


eles são ocupadas de acordo com a situação. Isso quer dizer
que, em uma conversa, eu será quem está falando naquele
momento, e tu será a pessoa com quem aquele eu fala; quando
a outra pessoa, que era tu, passa a responder, ela se torna eu, e
automaticamente a outra se torna tu.

Mas e o VOCÊ? Ele não conjuga verbo também? Não é a mesma coisa que TU?
Usamos a palavra você ao invés de tu em várias situações de comunicação, sim.
Por exemplo, nas placas de trânsito e sinalizações.

A placa é PARE porque se dirige a você. Se fosse tu, teria de ser PARA.

Em geral, você é considerado mais formal no Português Brasileiro. Antigamente algumas


pessoas ficavam ofendidas quando alguém mais jovem lhes tratava como tu. Hoje em dia já não é assim.

No entanto, há duas diferenças básicas entre tu e você:


Diferença 1-Você não conjuga verbos no lugar de tu. A conjugação de você é a da 3ª pessoa.
Assim:
Tu percebeste o que está acontecendo?
Isso significa que o sentido de você é o mesmo de tu,
Você percebeu o que está acontecendo?
mas a conjugação de você é a mesma de ele/ela.
Ele percebeu o que está acontecendo?

Tarefa de estudos dirigidos a


distância
A razão disso (você ser conjugado como 3ª pessoa) está ligada à segunda diferença.

Diferença 2-Você não é um pronome pessoal reto, e sim um pronome de tratamento.

Os pronomes de tratamento são uma lista de formas de se dirigir a pessoas com algum
cargo e/ou autoridade. São expressões como Vossa Majestade e Vossa Alteza (para reis e
rainhas), Vossa Senhoria (para qualquer pessoa que ocupa posição superior) e Vossa Santidade (o
Papa).
A palavra Vossa Mercê com o tempo virou vosmecê e vossuncê e, depois, você. Em
algumas regiões do Brasil, inclusive, temos ocê ou cê.
Note que os pronomes de tratamento são uma forma de reforçar o poder de uma pessoa
sobre a outra. Quando alguém diz Vossa Alteza (ou Sua Alteza), ela está dizendo que a outra
pessoa está ‘nas alturas’, ou seja, é superior, em relação a ela – tanto que a 1ª pessoa nem está
se dirigindo diretamente a ela, e sim falando da sua (dela) alteza, por exemplo.
A expressão Vossa Mercê tem a ver com isso: estar à mercê é estar à disposição, estar
submetido às vontades de alguém. É a mesma lógica do agradecimento, em Língua Portuguesa:
dizer Obrigado e Obrigada é dizer que se deve um favor, originalmente – que se está ‘na
obrigação’ com a outra pessoa.

Portanto, como você vem de Vossa Mercê, que era uma forma respeitosa de não se
dirigir diretamente à 2ª pessoa, ele é um pronome de 3ª pessoa, e por isso conjugado
como 3ª pessoa.

Pronomes Pessoais Oblíquos: Uhm?


Os pronomes pessoais têm dois tipos - os retos e os oblíquos. Os retos são esses de que tratamos
acima, que dão nome às pessoas e conjugam os verbos. Os oblíquos também dão nome às
pessoas, só que eles são usados quando a pessoa não está conjugando o verbo, e sim sofrendo a
ação/influência dele.

Portanto, para conjugar verbo a 1ª pessoa usa eu, mas se a 1ª pessoa sofreu influência do verbo,
ela precisa usar me, mim ou comigo.
Exemplo errado: O gato encarou eu por um tempão.
Exemplo certo: O gato encarou-me por um tempão ou O gato me encarou por um tempão.

Da mesma forma, para conjugar verbo indicando 2ª pessoa usa-se tu, mas se a 2ª pessoa sofreu
influência do verbo, precisa ser te, ti ou contigo.
Exemplo errado: O gato encarou tu por um tempão.
Exemplo certo: O gato encarou-te por um tempão ou O gato te encarou por um tempão.

Agora, preste atenção no seguinte:


Para conjugar verbo indicando 3ª pessoa, usa-se ele e ela, mas se foi a 3ª pessoa que sofreu
influência do verbo, precisa ser o, a ou lhe.
Exemplo errado: O gato encarou ele por um tempão.
Exemplo certo: O gato encarou-o por um tempão ou O gato o encarou por um tempão.

ALERTA: Estamos falando aqui de formas consideradas corretas na escrita formal. Na fala do dia
a dia, usamos os pronomes retos de 3ª pessoa em qualquer lugar da frase, e não tem problema
algum. O importante é que nos entendemos.

PRONOMES: UM SACO DE GATOS?


Existem vários tipos de pronomes (pessoal reto, pessoal oblíquo, de tratamento, possessivo,
demonstrativo, relativo, interrogativo e indefinido), e por isso pode parecer que é uma classe de
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palavras meio sem critério. No entanto, para todos eles serve a regra que falamos lá no começo:
eles estão sempre relacionados às 3 pessoas gramaticais.
Vamos falar de apenas mais dois tipos de pronomes.

PRONOMES POSSESSIVOS: informam a qual pessoa gramatical algo pertence (a posse). Toda
vez que se usa meu, minha, teu, tua, dele, dela, nosso, nossa sabemos a quem algo pertence.
Exemplos:
Meu caderno estava embaixo das cobertas. >>>O caderno pertence à 1ª pessoa.
Eu trouxe teu lanche. >>>O lanche pertence à 2ª pessoa.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS: indicam perto de qual pessoa algo está.


Exemplos:
De quem é esta caneta? >>>A caneta está próxima da 1ª pessoa.
Eu nunca vi essa caneta antes. >>>A caneta está próxima da 2ª pessoa.
Eu tinha visto aquela caneta sobre a mesa. >>>A caneta não está nem com a 1ª nem com a 2ª
pessoa.

UMA TABELA PARA VOCÊ VER, DE FORMA ORGANIZADA, UM POUCO DO SISTEMA


PRONOMINAL DA LÍNGUA PORTUGUESA:
PESSOA PESSOAL PESSOAL POSSESSIVO DEMONSTRATIVO
RETO OBLÍQUO
1ª pessoa do Eu me mim meu minha esta este
singular comigo meus minhas isto
2ª pessoa do Tu te ti teu tua essa esse
singular contigo teus tuas isso
3ª pessoa do Ela o a lhe seu sua aquela aquele
singular ele se si consigo dele dela aquilo

1ª pessoa do Nós nos nossa esta este


plural conosco nosso isto
2ª pessoa do Vós vos vossa essa esse
plural convosco vosso isso
3ª pessoa do Elas os as lhes seu sua aquela aquele
plural elas se si consigo deles delas aquilo

TAREFA 1: Nas frases abaixo estão sinalizados pronomes mal utilizados de 1ª e 2ª pessoa: eles
são retos, mas estão ocupando lugar de pronomes oblíquos. Consulte a tabela para substituir o
pronome marcado pelo pronome oblíquo correto (da mesma pessoa).

a)Por favor, vem com eu no mercado! b)Uma encomenda chegou para tu.

c)Eu tu falei que o plano iria dar certo. d)Venham e nós contem a história.

TAREFA 2: Leia a história e complete com os pronomes demonstrativos corretos.


O detetive parou na porta da sala, ao lado do advogado que ali trabalha, e observou o ambiente
atentamente. A seguir o detetive se abaixou e pegou um objeto do chão.
-Você reconhece _____? – o detetive perguntou.
-Eu nunca vi ______ tesoura n_____ sala - o advogado disse, já avançando para o meio do
ambiente – Parece que o invasor deixou recados em forma de objetos que não me pertencem.
-Interessante – o detetive entrou na sala, também, e apontou para o ventilador de teto – E
_________ manchas vermelhas? O que são?
-Eu não tinha visto ________ - ele empalideceu – Será outro recado?
-É o que teremos de descobrir!
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