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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O tempo não


para.

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.


O tempo não para.

Como disse Cazuza, "O tempo não para"... Agente quer mudar o destino, mas aí vemos aquela
roda viva, que manda o destino pra lá... Pois é, não para mesmo. A gente vive a gente canta a
gente ri a gente dança e o oceano continua no mesmo lugar... Cada dia, cada ano se olha prús
cantos, pelas ruas casas cidades e nações e tudo acontece sem a gente poder mudar. Quem
sabe a velhice é assim mesmo, pegando no prego sem poder pregar...

O Brasil vai andando, muitas vezes sem rumo e o povo como uma bussola vai movimentando o
norte esperando a felicidade chegar... E viva o Lula diz um, mas esqueceram do Getúlio, do
Jânio e de tantos outros mais. Grita um Badeniano que ele fez muito para o país, mas
esqueceram de ver que todos ao lado dele só fizeram roubar... E o que importa? Dilma lá Dilma
cá... E vamos todos Dilmar e lá vem o Gilmar... Quem? O amigo do Michel, e de tantos mais!

1947 ficou no passado, abril não sei o dia mais. Fiz minha promessa de lobo, gastei Vulcabrás,
gastei uniformes, gastei distintivos bonés e meu querido chapéu. Não inventei, não criei, fui na
onda do que me fizeram exemplar... De que? Da apresentação? Puxa Vado, tudo mudou.
Como diz a nova concepção o bom é o agora o passado se foi. E quem diria que poderíamos
conversar com o mundo dentro de uma salinha com uma telinha branca cheia de causos que
cada um quer contar... “E entonse, e entonse” sai Juscelino entra outros e vem os generais...

Pois é... Me fiz gente, sem ribanceira me pus por aí a acampar. Veio à nova safra, criaram há
mais não poder. Muda aqui muda ali, afinal Vadico o Brasil não vai mudar? O poder de um
Floriano, de um Darcy, de um Almirante Sodré de um Guido Mondin que se intitulava ministro,
de um Olavo Bilac, Caio Martins todos foram por aí a passear. Hoje a disciplina é feita na
caneta dos donos do poder. Tretou? Relou? Tá demitido seu moço! E sem reclamar, vá
passear nas sombras de seu escotismo pois aqui não é mais o seu lugar!

Me lembro dos generais. Um por um. Cada fato cada arrebite que arrebitaram no Brasil. Um
disse que preferia o cheiro do cavalo ao cheiro do povo. Outro disse que prendia e
arrebentava... Salto no tempo e tem gente querendo a volta dos manda chuva, como se a velha
escola ensinasse o bem e o mal. Volta no tempo? Direito de prender, de matar e até de
torturar... Democracia mano? Não serve. Prá quem não sentiu no lombo o rimbombar do
chicote, na sala secreta, rosto na água, eletricidade nas partes guardadas... Pô meu! Doeu, e
se doeu...
Prenderam-me por causa de um lenço vermelho, de um Grupo Escoteiro. Cinco dias depois sai
ileso sem apanhar... Graças a Deus! Meu irmão escoteiro teve a sorte de cair nas graças dos
federais do DOPS, com um alicate arrancaram-no as unhas como se fosse uma nova coleção,
de ossos vermelhos a sangrar. Morreu alguns meses depois sem saber o porquê! Inocente? Eu
juro palavra de escoteiro que ele nem sabia da acusação. Comunista? Ele? Seu trabalho na
Alcateia não valeu? Que direito tinham de prostrar no chão alguém que lutava pelo Brasil?

E vem aí um Sinhô de Farda sem farda que não honrou, candidato letrado, xingado por alguns
e adorado por tantos outros... Vado! Gritam, ele vai dar um jeito no nosso Brasil! Vai sim,
pergunte aos filhos dele! São todos políticos e irão receber um carguinho para mandar. E sem
esquecer os bolsos endinheirar.

Uns tantos revoltados com a Petrobras resolvem parar. Caminhão na esquina a espreitar... A
culpa é dele, do Temer usurpador... Esqueceram os apaniguados que tiveram as benesses do
poder, esqueceram os ladrões da Petrobrás, esqueceram as ordens de não aumentar, uma
empresa que só recebeu sopapos e a custa de barrancos tentou até se afogar no tal óleo do
pré-sal... Queremos isso, queremos aquilo, aqui ninguém passa, vamos esbranquiçar o Brasil,
vamos afogá-lo no petróleo... Ops! Quem disse que o petróleo é nosso? Meu eu sei que não
é...

Querem sufocar o país. Meu filho sem emprego fez dívida para Ubear por aí. Gasosa? Etaniel?
Não Vado é Etanol! Isto nem pensar. Não tem. E o povo bate palmas. Eles vão salvar o Brasil!
Não deixa ninguém passar, por favor! Agora não tem reinvindicação, tem sim o apeio do poder.
Fora Temer, suma! No supermercado batata de seiscentos a saca, tomate? Culpa do Temer? A
inflação bate na porta. E o povo no seu rompante diz: - Feche, não deixa passar. Perguntaram
a família do caminhoneiro? Será que eles também estão a festejar?

E vem aí as eleições. Candidatos mil. Gastam fortunas para se eleger por um salario
insignificante. O que? Patriotas? Os novos voluntários não escoteiros que pagam para servir?
E estes vão servir a nação? Tem alguém político que se pode aproveitar? Só na época de
eleição o tolo nem sabe espernear... Se eleito, vou mudar o Brasil! Viva! Tem um novo Messias
no ar. E eu escoteiro velhote, sem serrote, sem poder andar nem sei mais espernear! E
pensando estudando... Olhando curriculando para saber em quem votar!

Nota – - Prefiro me lembrar daquela canção dos generais: - “O Céu do meu Brasil tem mais
estrelas”... O sol do meu país, mais esplendor, a mão de Deus abençoou, em terras brasileiras
vou plantar amor! Eu te amo meu Brasil eu te amo, meu coração é verde, amarelo, branco,
azul-anil, eu te amo meu Brasil, eu te amo, ninguém segura á juventude do Brasil! E viva a
Petrobrás pois o petróleo é nosso! Só rindo Kkkkkk.

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