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Apenas três meses depois do martírio do Profeta Joseph Smith, quando os santos
estavam construindo o Templo de Nauvoo, Brigham Young escreveu, em nome do
Quórum dos Doze Apóstolos:
“Entrem séria e regularmente em uma observância rígida da lei do dízimo; (…) venham,
então, à Casa do Senhor e sejam ensinados em seus caminhos, e andem em suas
veredas.” 4
A estrita observância da lei do dízimo não só nos qualifica para receber as mais
elevadas ordenanças salvadoras do templo, mas também nos permite recebê-las em
lugar de nossos antepassados. Certa vez perguntaram ao Presidente John Taylor, então
membro do Quórum dos Doze, se os membros da Igreja que não pagavam o dízimo
poderiam batizar-se pelos mortos. Ele respondeu: “Aquele que não paga seu dízimo
não serve para ser batizado em favor de seus mortos. (…) Se alguém não possui fé
suficiente para cumprir coisas assim pequenas, não terá fé suficiente para salvar-se
nem a seus amigos.” 5
O dízimo desenvolve e prova a nossa fé. Ao sacrificarmos ao Senhor aquilo que
julgamos ser-nos necessário ou desejável, aprendemos a depositar nossa confiança
Nele. Nossa fé no Senhor ajuda-nos a guardar os convênios e receber as bênçãos
eternas do templo. A pioneira Sarah Rich, esposa de Charles C. Rich, escreveu em seu
diário, depois de sair de Nauvoo: “Foram muitas as bênçãos que recebemos na Casa do
Senhor, as quais nos trouxeram felicidade e consolo em meio a todo esse sofrimento,
e nos possibilitaram ter fé em Deus e saber que Ele nos guiaria e susteria durante a
jornada desconhecida que se estendia diante de nós.” 6
Assim como os pioneiros, a obediência ao pagamento do dízimo fortalece nossa fé, e
essa fé dá- nos sustento para sobrepujar as provações, tribulações e sofrimentos
durante a jornada de nossa vida.
O dízimo também nos ensina a controlar nossos desejos e paixões pelas coisas do
mundo. O pagamento do dízimo incentiva-nos a ser honestos em todas as transações
com nosso próximo. Aprendemos que o que nos é dado, por meio das bênçãos do
Senhor e do nosso esforço diligente, é suficiente para suprir nossas necessidades.
Asseguro-lhes que essas bênçãos são derramadas igualmente sobre ricos e pobres.
Como diz a letra de um hino, “é o sacrifício que nos garante as bênçãos do céu”, e não
o montante das contribuições que fizemos. 13 Os membros que doam liberalmente
10 por cento de seu rendimento anual recebem todas as bênçãos prometidas do
dízimo, quer o total doado corresponda às moedas da viúva ou ao tesouro do rei.
Há anos visitei uma capela de outra denominação religiosa. Havia janelas de um
belíssimo vidro jateado, trazido da Europa, e nelas estava inscrito o nome de quem as
doara; no majestoso púlpito, feito dos cedros do Líbano, incrustavam-se as iniciais de
um rico benfeitor; os melhores bancos estavam reservados para as famílias
proeminentes que fizeram as maiores doações para o fundo de construção da capela.
Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, é diferente, todo aquele que
paga integralmente seu dízimo é reconhecido e abençoado igualmente pelo Senhor,
sem honras e recompensas públicas especiais. Ele “não faz acepção de pessoas”. 14 Sua
lei quanto à renda da Igreja é realmente igualitária.
O modo segundo o qual o dízimo é distribuído é significativo em nossos dias. Quando
vemos os exemplos de cobiça e avareza entre alguns funcionários irresponsáveis de
entidades, sentimo-nos gratos porque o Senhor nos proveu um modo para a
administração do dízimo, sob Sua direção.
Por revelação, os bispos são ordenados para “manter o armazém do Senhor; receber os
fundos da igreja”. 15 Espera-se que tanto o bispo quanto os secretários paguem
integralmente seu dízimo e vivam prudentemente, dentro do próprio orçamento.
Imediatamente após receber as doações de dízimo dos membros de sua ala ou ramo,
esses líderes locais transferem esses fundos diretamente para a sede da Igreja.
Depois, segundo a revelação do Senhor, o uso do dízimo é determinadopor um
conselho formado pela Primeira Presidência, o Quórum dos Doze Apóstolos e o
Bispado Presidente. O Senhor afirma especificamente que o trabalho do conselho
deverá ser dirigido “por minha própria voz a eles”. 16Esse conselho denomina-se
“Conselho de Uso do Dízimo”.
É notável presenciar esse conselho prestando atenção à voz do Senhor. Cada membro
tem conhecimento e participa de todas as decisões do conselho. Nenhuma decisão é
tomada sem que o conselho chegue à unanimidade. Todos os fundos de dízimo são
usados para os propósitos da Igreja, o que inclui o bem-estar (que é o auxílio aos
pobres e necessitados) os templos, a construção e manutenção das capelas, a
educação, os materiais de currículo, em resumo, a obra do Senhor.
“Acho que você é muito generoso com a propriedade de outrem. (…) Contou-me o que
fez com o dinheiro do Senhor, mas não me disse ter dado um centavo de seu para
quem quer que fosse. Ele é o melhor sócio que você tem no mundo: dá-lhe tudo o que
você tem, até mesmo o ar que respira. O Senhor disse que você deve tirar um décimo
do que ganha e dá-lo à Igreja, conforme indicado por Ele. Você não fez isso; pegou o
dinheiro de seu melhor sócio e o distribuiu.” 17
O dízimo dos membros da Igreja pertence ao Senhor. Ele decide, por meio de um
conselho formado por Seus servos, como deve ser usado.
O Senhor quer que todos os Seus filhos recebam as bênçãos do dízimo. Com
freqüência nós, como pais, não ensinamos e incentivamos nossos filhos a viver essa lei
porque sua contribuição totaliza somente alguns centavos. Mas sem um testemunho
do dízimo, eles ficam vulneráveis. Quando atingirem a adolescência, sentir-se-ão
atraídos por roupas, entretenimento e coisas caras, arriscando-se dessa forma a
perder a proteção especial que o dízimo proporciona.
Com o passar do tempo, qual será a possibilidade de que um rapaz seja ordenado
élder, sirva em uma missão e ensine eficazmente a lei a outras pessoas, se ele mesmo
não a viveu? Quando voltar para casa e precisar enfrentar as pressões de formar-se, de
iniciar uma família e uma carreira profissional, será que a lei do dízimo ficará mais
fácil de seguir? Do mesmo modo, uma jovem será digna de servir ao Senhor e realizar
os convênios do casamento celestial sem ter recebido um testemunho próprio a
respeito do dízimo? Será que estará preparada para ensinar a seus filhos uma lei que
ela mesma ainda não aprendeu por experiência própria? Oh, quanta fidelidade é
exigida dos pais e mães que, unidos, invocam as bênçãos de proteção do dízimo sobre
sua família, bênçãos que são deles por direito! O Presidente Lorenzo Snow disse:
“Ensinai vossos filhos a pagar o dízimo, para que isso seja observado perpetuamente.
Se observarmos essa lei, não importa o que o inimigo venha a fazer, o Senhor nos
preservará”. 18
Dentro de algumas semanas, cada um de nós terá a sagrada oportunidade de
apresentar-se diante do bispo e fazer o acerto de dízimo com o Senhor. Seu bispo será
bondoso e gentil. Compreenderá os problemas que vocês enfrentam. Se não puderem
pagar tudo o que deixaram de pagar no passado, sigam em frente. Comecem hoje.
Fale com o bispo sobre sua determinação em pagar o dízimo integralmente doravante
e façam um planejamento para voltar a freqüentar o templo o quanto antes. Assim que
houverem demonstrado sua fé, pagando o dízimo por um determinado período e
cumprindo os demais mandamentos necessários, vocês estarão aptos a desfrutar das
bênçãos eternas do templo. Imploro a vocês, não deixem que passe essa
oportunidade. Não deixem para depois.
Esse missionário sabia que “há uma lei, irrevogavelmente decretada no céu antes da
fundação deste mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam— e quando recebemos
uma bênção de Deus, é por obediência à lei na qual ela se baseia”. 19 O Senhor quer
abençoar essa família e espera ansiosamente por sua obediência, para que possa fazê-
lo.
Amados irmãos e irmãs, as bênçãos eternas do dízimo são reais. Já as experimentei
em minha vida e na vida de minha família. A prova de nossa fé consiste em ver se
viveremos a lei do dízimo por nossa obediência e sacrifício. Pois, segundo o Profeta
Joseph Smith: “Uma religião que não exige o sacrifício de todas as coisas não tem força
suficiente para produzir a fé necessária à vida e à salvação”. 20
Testifico a vocês que o Senhor Jesus Cristo sacrificou Sua vida para trazer essa
salvação a cada um de nós. Como Sua testemunha especial, eu testifico que Ele vive e,
em Seu nome, expresso minha gratidão a vocês, às crianças, às viúvas, aos jovens, às
famílias — aos fiéis — por seus dízimos sagrados. “Tu que soubeste assim me amar,
dando aos humildes teu amor, vem para o gozo do Senhor.” 21 No sagrado nome de
Jesus Cristo. Amém.
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