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Emerson Aula 3 Concurso Editado
Emerson Aula 3 Concurso Editado
DIREITO PENAL
6. Elemento subjetivo:
•dolo. É o denominado “animus laedendi” ou
“nocendi”.
•culpa.
7. Consumação:
•crime material: consuma-se com a lesão efetiva
ao corpo ou à saúde de outrem.
8. Tentativa:
•admissível.
Exemplos:
. se uma pessoa desfere um soco em outra, mas
um terceiro o apara ou o “encaixa”, o agente
realizou uma tentativa de lesão leve.
. se certa mulher atira ácido sulfúrico ao rosto do
amante, que, entretanto, se esquiva, terá
praticado tentativa de lesão gravíssima.
9. Ação penal:
•pública condicionada: há necessidade de
representação nos casos de lesões corporais leves e
lesões corporais culposas (art. 88, lei 9099/95).
•pública incondicionada: nos demais casos.
1.Calúnia – conceito:
Art. 138, CP: Caluniar alguém, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime.
Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
4.Sujeito passivo:
a)pessoa(s) física certa(s) e determinada(s):
- calúnia contra os “católicos”, “comunistas”, não
é crime;
b)pessoa jurídica:
- art. 225, parágrafo 3.º, CF;
- Lei 9.605/98 (crimes contra o meio ambiente);
3.contra os mortos (art. 138, parágrafo 2.º, CP):
- sujeito passivo é o CADI;
- o morto é o objeto material do delito.
5. Elementos objetivos do tipo:
9. Consumação:
Ocorre no instante em que terceiro tome conhecimento da
imputação.
10. Tentativa:
possível, quando o crime for plurissubsistente: via
escrita.
impossível: quando o crime for unissubsistente: via
verbal.
11.Exceção da verdade:
1.Difamação – conceito:
Art. 139, CP: “Difamar alguém, imputando-lhe fato
ofensivo à sua reputação”.
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
3.Sujeito ativo:
Qualquer pessoa física.
4. Sujeito passivo:
Pessoa certa e determinada: difamação contra os
“católicos”, “comunistas”, não é crime.
Pessoa física: qualquer pessoa.
Pessoa jurídica: pode ser vítima (Costa Jr., Damásio,
Capez).
- STF já se manifestou nesse sentido.
No entanto, Ney Moura Telles argumenta que o crime
está localizado no Título I do Código Penal – Dos
crimes contra a pessoa – que referem-se ao ser
humano, pois “alguém” é ser vivo nascido de mulher.
Assim como o “matar alguém” do art. 121, CP
restringe-se ao ser humano. Se se deseja tutelar a
honra objetiva da pessoa jurídica, deve-se criar novo
tipo incriminador.
Há entendimento do STJ nos dois sentidos.
Na mesma esteira, Júlio Fabbrini Mirabete
afirma que as ofensas dirigidas contra a pessoa
jurídica não ficam impunes, pois lesam a honra
das pessoas físicas que as compõem.
Contra os mortos: não há previsão legal e não é
possível a aplicação da analogia “in malam
partem” do crime de calúnia (138, parágrafo 2.º,
CP).
5. Consentimento do ofendido:
Idem à calúnia.
A pessoa deve ser capaz de consentir. Consentimento de
inimputável não afasta o delito.
6. Elementos objetivos:
imputar: atribuir a alguém fato determinado, lícito ou
ilícito, desde que não seja crime. Não importa se é
verdadeiro ou não, pois não há interesse social na
descoberta.
Propalar ou divulgar: os verbos não estão descritos no
tipo, mas quem os utiliza, pratica nova difamação.
Portanto, há crime. Para Fernando Capez e E.
Magalhães Noronha, não há delito por ausência de
previsão legal.
7. Elemento subjetivo:
dolo genérico: vontade de imputar a outrem fato
ofensivo à sua reputação.
dolo eventual: há dúvida sobre a ofensividade do
fato.
dolo específico (E. M. Noronha): “animus
diffamandi vel injuriandi” (elemento subjetivo do
injusto – Damásio), exige a seriedade, a vontade
do agente de difamar, tripudiar sobre a vítima,
ofender, causar dano à honra alheia.
8. Consumação:
Idem à calúnia.
9. Tentativa:
Idem à calúnia.
10.Exceção da verdade (art. 139, parágrafo único, CP):
Ao contrário da calúnia, não se admite a exceção da
verdade, salvo se o ofendido é funcionário público e a
ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Há
exclusão da antijuridicidade do fato. Existe interesse
social na fiscalização da conduta moral daquele que
exerce cargo público.
No tempo da exceção, o ofendido tem que ser funcionário
público.
Privada, em regra.
Injúria
1.Injúria – conceito:
Art. 140, CP: “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro”
Pena: detenção, de 1 a 6 meses e multa.
2.Objetividade jurídica:
Honra subjetiva. Eventualmente, pode ser atingida
também a honra objetiva da vítima, mas trata-se de
resultado indiferente à caracterização do delito.
3.Sujeito ativo:
•qualquer pessoa física.
4.Sujeito passivo:
qualquer pessoa física que tenha compreensão da
ofensa. Assim, inimputáveis que não tiverem
entendimento da injúria não poderão ser vítimas do
crime.
contra os mortos: não configura injúria, pois não se
pode estender o critério da calúnia (art. 138,
parágrafo 2.º, CP) por analogia. Pode ocorrer o
crime do art. 212, CP (vilipêndio a cadáver).
Vilipendiar significa tratar com desprezo, ultrajar.
pessoa jurídica: em regra, não é possível, apenas
na lei de imprensa(art. 23, III, Lei 5.250/67).
5.Elemento objetivo:
injuriar: ofender a honra subjetiva, atingindo
seus atributos morais (dignidade – ex.: ladrão)
ou físicos, intelectuais e sociais (decoro – ex.:
beldroegas).
7. Exceção da verdade:
inadmissível.
8. Consumação:
Crime formal: não se exige a ocorrência do dano
para sua configuração. Assim sendo, basta que
a ofensa seja idônea a ofender a vítima, que
toma conhecimento do insulto. Despisciendo
que ela fique chateada, triste etc.
9.Tentativa:
fala-se possível na forma oral, em duas
hipóteses:
. o agente profere o insulto, que não é ouvido pela
vítima;
. o agente profere o vitupério diante de terceiros,
que não levam a ofensa ao conhecimento da
vítima.
é possível na forma escrita, quando uma
missiva é interceptada por terceiro.
Contudo, sabe-se tratar de crime de ação privada,
que exige da vítima o conhecimento da ofensa.
10.Perdão judicial (art. 140, parágrafo 1.º, CP):
Art. 140, parágrafo 1.º, CP:
“O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria”: a provocação pode ser lícita
(gracejou a irmã do agente) ou ilícita (lesão,
ameaça). A provocação censurável deve ter
sido efetuada na presença do autor da injúria.
“II – no caso de retorsão imediata que consista em
outra injúria”: é a injúria em razão da injúria. O
retruque deve ser contemporâneo, caso contrário,
haverá reciprocidade de crimes, que não aceita o
perdão judicial. As partes devem estar presentes,
não se admitindo a injúria por escrito (salvo
Damásio, que admite).
11. Injúria real (art. 140, parágrafo 2.º, CP):
11.1 Conceito:
É a injúria em que o agente escolhe uma agressão
capaz de causar vergonha, desonra, para ofender a
vítima.
11.2 Objeto jurídico:
honra individual;
incolumidade física: violência e vias de fato.
11.3 Elemento subjetivo:
dolo: a violência ou as vias de fato devem ser
utilizadas com o objetivo de ofender a honra. Se não
for assim, outro crime estará configurado. Ex.: lesão
corporal, contravenção de vias de fato etc.)
11.4 Vias de fato ou violência ofensivas à honra:
a) vias de fato: ultraje de caráter físico que não causa
lesão, não prejudica a saúde e nem deixa vestígios
(ex.: bofetadas, puxões de cabelos, empurrões
etc.). Sem o dolo de insultar, configura a
contravenção penal do art. 21, LCP;
b) violência: é a lesão corporal causada no sujeito
passivo com o objetivo de vituperá-lo. Nesse caso,
existirá concurso de delitos (injúria + lesão
corporal), com aplicação cumulativa das penas,
conforme se depreende do preceito secundário do
art. 140, parágrafo 2.º, CP (“além da pena
correspondente à violência”);
c) grave ameaça: não configura a injúria real por falta de
previsão legal;
d) ofensa à honra: as vias de fato ou a violência devem
ser aviltantes:
por sua própria natureza: ex.: rasgar as roupas de uma
pessoa, cortar ou puxar cabelo / barba, cavalgar a
vítima, virar o paletó do avesso etc.
pelo meio empregado: ex.: dar palmadas na vítima;
atirar-lhe bebida, excrementos; jogar objetos
inservíveis na vítima ou na sua residência etc.
11.5Retorsão imediata:
É possível a aplicação do perdão judicial, conforme
insculpido no art. 140, parágrafo 1.º, inciso II, CP. No
caso de lesões corporais, os agentes respondem pelo
crime na forma do art. 129, parágrafo 5.º, inciso II, CP.
12.Injúria por preconceito (art. 140, parágrafo, 3.º,
CP):
A conduta deve ser praticada com o objetivo de
ofender o sujeito passivo em virtude de sua raça,
cor, etnia, religião, origem etc.
Delito inconfundível com o racismo, que resulta de
discriminação. Discriminar significa impedir o
exercício de direitos. Ex.: impedir a entrada de
alguém num edifício, em razão de sua cor.
Outrossim, é qualificadora do crime a ofensa
praticada contra o idoso (indivíduo acima de 60
anos) e pessoa portadora de deficiência. Deve
haver nexo de causalidade entre a ofensa e a
especial condição pessoal para configurar suposta
inferioridade ao ofendido.
Disposições Comuns aos Crimes contra a Honra
1.Conceito:
Art. 146, CP.
2.Objetividade jurídica:
a)liberdade individual:
autodeterminação (de querer);
física;
psíquica.
3. Sujeitos do crime:
a) sujeito ativo: qualquer pessoa.
E se for funcionário público?
art. 350, CP (exercício arbitrário ou abuso de
poder);
Lei 4.898/65 (abuso de autoridade).
b) sujeito passivo: qualquer pessoa física que possua
capacidade de autodeterminação, de querer (ou
seja, imputável).
E se for funcionário público?
se oferecer ou prometer vantagem indevida:
corrupção ativa (art. 333, CP);
E se for criança?
a) art. 232, Lei 8.069/90 (ECA).
4.Elemento objetivo:
7.Consumação:
a)crime material:
a vítima, submetida, toma o comportamento a que
foi obrigada, fazendo o que a lei não manda ou não
fazendo o que ela permite.
8. Tentativa:
a) admissível:
o ofendido não cede à vontade do agente,
apesar da violência ou grave ameaça;
por desejo próprio ou por intervenção de
terceiro.
9. Ação Penal:
a) pública incondicionada.
10.Causas de aumento de pena:
1.Conceito:
Art. 147, CP.
2.Objetividade jurídica:
a)liberdade psíquica:
paz de espírito;
tranqüilidade e sossego.
3. Sujeitos do crime:
a) sujeito ativo:
pessoa física imputável;
se funcionário público: art. 3.º, Lei 4.898/65.
b) sujeito passivo:
pessoa física determinada;
tenha capacidade de entendimento;
se incapaz de sentir o efeito psíquico, não se
pode dizer que o bem jurídico protegido foi
atingido.
4. Elemento objetivo:
a) ameaçar:
b) intimidar, anunciar ou prometer castigo ou
malefício;
c) a vítima deve se sentir ameaçada, conforme
jurisprudência dominante;
d) deve ser idônea: praga ou esconjuro não configura
o delito;
e) deve ser séria: se proferida com “animus jocandi”
ou por espalhafatoso bravateiro, não há delito;
f) não pode visar fato pretérito;
g) mal injusto e grave;
h) palavra, gesto ou qualquer outro meio simbólico;
i) subsidiariedade:
. absorvida pelo constrangimento ilegal;
. é elemento de outros crimes.
5.Espécies de ameaça:
a)dolo específico:
vontade livre e consciente de enunciar o
desígnio ou propósito de mal injusto e grave;
consciência da injustiça do mal por parte do
agente;
e o ébrio?
. pode ameaçar com eficácia, desde que a
embriaguez não seja completa;
. não pode colher risos, compaixão ou desprezo.
animo calmo e refletido?
. será na cólera a ameaça mais eficiente?
7.Consumação:
a)crime formal:
consuma-se no momento em que a vítima toma
conhecimento da ameaça.
8.Tentativa:
a)inadmissível, na forma verbal;
b)admissível, por via escrita:
só terá importância se a vítima for incapaz; a ação penal
só poderá ser proposta sem conhecimento do ofendido
se este tiver, por incapacidade, representante legal.
9.Ação penal:
Art. 147, parágrafo único, CP.
a)pública condicionada à representação.
Redução à Condição Análoga à de Escravo (Plágio)
1.Conceito:
Art. 149, CP.
Plágio: desvio de escravo.
2.Objetividade jurídica:
a)liberdade individual, sob todas as formas:
livre da servidão ou poder de fato de outra pessoa.
3. Sujeitos do crime:
4. Elemento objetivo:
6.Consumação:
a)crime material:
b)consuma-se no momento em que o sujeito passivo é
reduzido por certa duração;
c)sujeição instantânea ou momentânea não configura o
delito.
7.Tentativa:
• admissível.
8.Ação penal:
a)pública incondicionada.
9.Outros meios:
Art. 149, parágrafo 1.º, CP
1.Conceito:
Art. 150, CP.
a) sujeito ativo:
qualquer pessoa, até mesmo o proprietário do
imóvel locado, visto que o bem jurídico protegido
não é a propriedade.
b) sujeito passivo:
é o morador, aquele que pode impedir a entrada
de outrem em sua casa (locatário, arrendatário,
possuidor legítimo, proprietário etc.);
em regra, será o chefe da casa (art. 226, parágrafo
5.º, CF), representado, na sua ausência, pelos
demais membros da família ou por empregados
domésticos, desde que a vontade destes não seja
oposta à daquele;
no caso de conflito entre o chefe da casa e os demais
membros, prevalece a sua autoridade, desde que do
consentimento dele não fique ofendido ou exposto a
perigo o direito de liberdade doméstica.
Assim, comete o crime de violação de domicílio a
empregada que à noite, faz entrar seu amante na
residência ou a mulher que, na ausência do marido
permite o ingresso do amante na residência.
num regime em que todos os moradores são titulares do
direito de admitir ou de excluir alguém, como ocorre nas
repúblicas de estudantes, havendo divergência entre eles
em igualdade de condições, prevalece a proibição.
4. Tipo de crime:
crime comum.
5. Elemento objetivo:
9. Consumação:
crime de mera conduta: há o perigo presumido na
conduta do agente. O resultado naturalístico não
é apenas prescindível, mas impossível.
Consuma-se o crime pela entrada efetiva, transposto
pelo agente o limite que separa o domicílio do
mundo exterior ou pela permanência, por tempo
juridicamente relevante, daquele que toma
ciência de que deve sair.
10.Tentativa:
a)admissível.
Sendo o agente surpreendido e impedido, no
instante do ingresso, o crime será tentado.
Na permanência, o agente é impedido de ficar no
local por tempo juridicamente relevante. Há
posição no sentido de que nessa hipótese a
tentativa é impossível.