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O Novo Código Florestal

O novo código florestal foi aprovado no Congresso.


Será que só os deputados foram responsáveis?
Publicado em 27 de abril de 2012

Foi aprovado, nessa quarta-feira, o novo código florestal brasileiro (PL 1876/99).
Prontamente, ambientalistas e diversas vertentes da sociedade civil se manifestaram
contra e exigiram o veto da presidenta Dilma, que pode ratificá-lo ou não. Muitos
foram os argumentos utilizados por esses atores, entre eles a comunidade científica,
para desqualificar a nova lei ambiental brasileira: Anistia ao desmatamento; Retrocesso
da legislação ambiental; Vitória dos ruralistas e do poder econômico; Ataque à
biodiversidade; Descaso com as metas de clima; Afronta à Rio+20; Desrespeito à
ciência… Junto com as diversas críticas colocadas, em sua maior parte pertinentes, não
demorou para que os culpados fossem apontados: os deputados que votaram a favor e
o agronegócio brasileiro. Lindo, já temos os nossos vilões! Será mesmo?
Todo mundo sabe que a aprovação do novo Código Florestal,
com todas as suas permissividades, teve como objetivo
legalizar a expansão das fronteiras agrícolas que já
vem ocorrendo no Brasil. O que nem sempre se fala é que, na
verdade, o grande motivador é uma expansão em específico:
A expansão da pecuária. Estudo divulgado pelo governo
ano passado demonstra que a pecuária respondeu por 62%
dos 719,2 mil quilômetros quadrados desflorestados na
Amazônia.
Segundo o relatório do Greenpeace, publicado em 2008, o desmatamento da Amazônia
é responsável por 14% do desmatamento global anual. Isso sem incluir o
desmatamento da soja, uma vez que, segundo a FAO, os pastos e as terras
usadas para produção de ração compreendem quase 80% de toda a terra agrícola.
Com toda essa devastação, não é de se espantar que a pecuária seja, hoje, o maior
vetor do aquecimento global, emitindo 18% dos gases de efeito estufa (GEEs) no
mundo e sendo responsável por cerca de 50% das emissões brasileiras.
Essa conjuntura se torna mais preocupante quando somos 7 bilhões de pessoas no
mundo, com a perspectiva de atingirmos 9 bilhões em 2050, e o consumo de carne/per
capita continua aumentando. Aumento esse que leva ao revoltante dado de hoje termos
mais pessoas obesas no mundo do que pessoas que passam fome… O agronegócio
não está aumentando sua produção por acaso, mas sim por haver aumento da
demanda. Por isso, hoje, quando você for fazer suas refeições, reflita: Será que eu
também não sou responsável pela aprovação do novo Código Florestal?
Principais mudanças do código florestal de 1965

Infográfico: veja as mudanças no Código


Florestal aprovadas na Câmara

Clique na Vaquinha acima para infográfico


“Vai na contramão do mundo. Esse Código Florestal é um retrocesso
inimaginável”, afirma Márcio Astrini, coordenador de Campanha do Greenpeace.

OS INSENSATOS

Com um arrogante sinal


de positivo, bancada
ruralista festeja
o atentado contra a
floresta
Novo Código Florestal Brasileiro

Áreas de Preservação Permanente


APP’s
Evolução das Áreas de
Preservação Permanente – APP’s
DISPOSITIVO LEGAL APP
Decreto 23.793/34 Previa apenas a proteção, mas não as distancias mínimas.
florestas e demais formas de vegetação natural
Lei 4.771/65 1) A partir de 5 m para Mata Ciliar; 2) Lagos, Nascentes,
3) Topo de morro; 4) declividade > 25 e 45º; 5) restinga
duna e mangue; 6) Borda de chapadas; 7) altidude >
1.800m.
Lei 7.511/86 A partir de 30 m para mata Ciliar, e será da largura do
rio, quando esta for superior a 200m, áreas inclinadas,
etc.
Lei 7803/89 Altera novamente as distâncias mínimas, nos corpos
d’água e retorna dispositivos (1800m altitude)
MP 2080-58/00 Mudou o conceito de APP – antes tratava-se das “florestas
e demais formas de vegetação” para “área coberta ou
não”
MP 2166-67/01
Mantidas as previsões legais anteriores
Atividades em APP’s

Uva em APPs – Vale dos Vinhedos


Bento Gonçalves - RS 9
Atividades em APP’s

Ilhas ocupadas por agricultura e áreas de irrigação


10
Bahia
Atividades em APP’s

Ribeirinhos Acre
11
Atividades em APP’s

Orla do Lago Paranoá – Brasília DF


12
Atividades em APP’s

O “Cristo Redentor” é ilegal ?

13
A Definição das APP’s
APP Fluvial
< DECLIVIDADE > DECLIVIDADE

maior
largura

sistemas
de
produção

lâmina lâmina
d´água d´água

CÔNCAVA-RETILÍNEA CÔNCAVA-RETILÍNEA

A largura da margem do rio não é determinante para definir


14 a
largura da APP.
Em 1952, há 56
anos atrás, o
Estado de São
Paulo possuía
apenas 18,2%
de cobertura
florestal.
(Mauro Vitor,
IFSP, 1979)

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O MAPA DA DISCÓRDIA
28/05/2012 07h38
'Diário Oficial' publica justificativas de Dilma aos vetos do Código Florestal
Texto da lei ambiental com mudanças saiu nesta segunda-feira.
Segundo a presidente, vetos parciais atendem 'interesse público'.

A presidente Dilma Rousseff justificou no "Diário Oficial da União" desta


segunda-feira (28) os vetos parciais e modificações feitas no Código Florestal
alegando “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade” no
projeto aprovado na Câmara.
Com o texto da lei ambiental, foi publicada ainda a Medida Provisória (MP) que
torna mais rígidas as regras do novo Código Florestal. A medida visa suprir os
vácuos deixados com os 12 vetos da presidente ao novo código.

Texto na integra – clique na seta ao lado.


Muito Obrigado
Profº. Emerson Evaristo

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