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Agenda do Desenvolvimento 2030 e

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Prof. Paulo M. Buss


Professor da Escola Nacional de Saúde Pública
Diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
Membro Titular da Academia Nacional de Medicina

Fevereiro de 2018
Porque o debate sobre a
Agenda 2030 e ODS
O debate nas Nações Unidas sobre a Agenda de
Desenvolvimento 2030 “transcende o interesse
exclusivamente global, devido aos impactos que os
acordos internacionais firmados no âmbito das Nações
Unidas têm sobre as políticas nacionais de
desenvolvimento que, por sua vez, terminam por interferir
significativamente na qualidade de vida e na saúde das
populações de cada um e de todos os países do mundo”
(Buss, 2014)
Crise e Agenda 2030 (1/4)

Desde os anos noventa a economia política internacional


se desenvolve nos marcos da hiperglobalização, que
gerou progresso concentrado, mas também imensas
assimetrias
A globalização sem mecanismos de governança
adequados gera desequilíbrios que a tornam insustentável
(CEPAL, 2016)

As polarizações geradas são responsáveis pela crescente


fragmentação e conflitividade do sistema internacional
O desafio, desde então, é recuperar a agenda de
cooperação multilateral que se encontra no limbo entre a
hiperglobalização, o ultra-neoliberalismo e o unilateralismo
emergente
Crise e Agenda 2030 (2/4)
Resposta à fragilidade do sistema internacional multilateral
não pode ser a recondução ao status quo anterior (que gerou os
problemas atuais) mas sim...
Recuperar a cooperação multilateral e a integração
regional como ferramentas do desenvolvimento, tal como
proposto na Agenda 2030
Revigorar a integração regional da ALC, hoje fragmentada
e debilitada, para usa-la como instrumento de
diversificação produtiva e construção de capacidades
A nível nacional, se requer uma nova geração de políticas
sociais, de educação e de desenvolvimento produtivo que
insiram a região na nova revolução tecnológica, na qual
convergem inovação, inclusão social e proteção do meio
ambiente
Crise e Agenda 2030 (3/4)

Um sistema multilateral aberto não é fruto espontâneo


da desregulação e liberalização comercial e financeira,
em um contexto de alta heterogeneidade. Nunca foi...
Para construir e manter este sistema é necessário um
conjunto de regras centrado na redução de assimetrias
e o ataque aos problemas do desenvolvimento e do
atraso tecnológico. A Agenda 2030 proporciona um
possível caminho para a construção deste sistema
Baseado na solidariedade internacional, equidade e
justiça social (Isto é uma ilusão?)
Crise e Agenda 2030 (4/4)

A Agenda 2030 propõe, nas esferas econômica, social e


ambiental:
– Expandir o comércio e corrigir seus desequilíbrios, evitando o
ajuste recessivo nas economias deficitárias
– Implementar uma melhor governança das finanças
internacionais para evitar crises (2008) e bolhas especulativas
nos mercados monetário, imobiliário e de matérias primas
– Expandir as políticas sociais e avançar na direção de um estado
de bem-estar sem corroer as bases tributarias, a
competitividade e os investimentos nos países que adotam
padrões mais elevados de proteção de trabalho e combate a
desigualdade, e
– Controlar e penalizar as externalidades ambientais e o uso
predatório dos recursos naturais
Agenda global para o desenvolvimento
As cúpulas e conferências das Nações
Unidas, celebradas nos últimos 30
anos, geraram relativo consenso
mundial sobre políticas e atividades
para erradicação da pobreza e
fomento ao desenvolvimento
sustentável, proporcionando um
marco básico para alcançá-los.
A Cúpula do Milênio se baseou nas
decisões adotadas nestes eventos e
reforçou algumas de suas mensagens
fundamentais. Tais decisões, junto
com a Declaração do Milênio,
constituem o programa de
desenvolvimento das Nações Unidas

http://www.un.org/esa/devagenda/index.ht
ml
Agenda global para o desenvolvimento
Desenvolvimento: compromisso histórico
das Nações Unidas
Primeiro parágrafo da Carta das Nações
Unidas expressa a determinação dos povos ao
redor do mundo de “promover o progresso
social e melhores condições de vida
dentro de uma liberdade ampla”, e de
“empregar mecanismos internacionais
para promover o progresso econômico
e social de todos os povos”.
A partir de 1960, Assembleia Geral definiu
prioridades e metas através de uma série de
Estratégias Internacionais para o
Desenvolvimento, com um prazo de dez
anos para que cada uma fosse implementada
http://www.un.org/esa/devagenda/index.html
Conferências das Nações Unidas
1990 – Cúpula Mundial das Nações Unidas sobre a Criança
1992 – Conferência da Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento
1993 – Conferência das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos
1994 – Conferência das Nações Unidas sobre Populações e Desenvolvimento
1995 – Conferência das Nações Unidas sobre a Mulher
1995 – Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Social
1996 – Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos
(Habitat II)
1996 – Cúpula Mundial das Nações Unidas sobre Alimentação

2000 – Cúpula do Milênio: Declaração e Objetivos do Milênio

2002 – Conferência Internacional sobre Financiamento do Desenvolvimento


2002 – Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável Rio + 10
2005 – Cúpula do Milênio II
2010 – Cúpula do Milênio III
2012 – Rio + 20
Rio + 20

Conferência das Nações


Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio de
Janeiro, Junho de 2012
Documento final: ‘O futuro que queremos’ (The future we
want), firmado por Chefes de Estado e de Governo
Três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico,
ambiental e social
Ações globais, nacionais e locais
Equidade, erradicação da pobreza e reforma da
governança global do desenvolvimento sustentável e do
ambiente
O futuro que queremos

Documento final de acordo entre Chefes de Estado e de


Governo
53 páginas, 283 parágrafos
9 parágrafos sobre saúde
Acesso: http://dssbr.org (site ENSP/Fiocruz)
Documento orientador do processo de elaboração da
Agenda do Desenvolvimento Sustentável 2030
Agenda inconclusa (ODM) e nova agenda (ODS)
Agenda de Desenvolvimento 2030
Acordos e Governança
Agenda do Desenvolvimento Sustentável 2030 e Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS)
(Assembleia Geral das Nações Unidas, setembro de 2015)
Resolução UNGA A/70/1 ‘Transformando nosso mundo: A
Agenda do Desenvolvimento 2030’
Agregado: Resolução UNGA A/69/82 ‘Agenda de Ação de Adis
Abeba – Financiamento do Desenvolvimento’

State driven process, com planejamento


participativo
Governança do processo global:
– High-Level Political Forum
– ECOSOC
Governança na esfera nacional
Agenda de Desenvolvimento 2030
Acordos e Governança
Contém 17 ODS, entre os quais o ODS Saúde (ODS 3)
Cada um contém metas de resultados e meios de
implementação; total de 169 metas; 232 indicadores
(março de 2017)
Saúde com 9 metas de resultados e 4 meios de
implementação; 27 indicadores
Neste momento:
– Aperfeiçoamento negociado dos indicadores
– Primeiros estágios de avaliação (2 anos): High-Level Political
Forum 2017 no ECOSOC (julho); e UNGA (setembro)
– Países iniciando implementação, segundo suas prioridades
– Compatibilização da Agenda 2030 com planos nacionais de
desenvolvimento (Ex. no Brasil: PPA 2015-2019)
Na camada interna:
metas centradas nas
pessoas que visam
oferecer bem-estar
individual e coletivo

Objetivos de infra
estrutura - segundo
nível de objetivos
relacionados à
produção, entrega e
distribuição
A de bens
camada externa
e serviços
contém três objetivos
ambientais ‘naturais’,
que se relacionam
com a governança de
recursos naturais e
bens públicos quanto
a terra, oceano e ar,
incluindo
biodiversidade e
mudanças climáticas
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Objetivo 1. Erradicar a pobreza em todas as suas formas em
todas partes
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar
e melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável
Objetivo 3. Assegurar vida saudável e promover o bem-estar de
todos em todas as idades
Objetivo 4. Garantir uma educação de qualidade e equitativa e
promover oportunidades de aprendizagem permanente para
todos
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e a autonomia de
todas as mulheres e meninas
Objetivo 6. Garantir a todos a disponibilidade e a gestão
sustentável da água e do ar
Objetivo 7. Garantir a todos o aceso a uma energia adequada,
confiável, sustentável e moderna
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Objetivo 8. Promover crescimento econômico, sustentado,
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho
decente para todos
Objetivo 9. Construir infraestruturas flexíveis, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro e entre países
Objetivo 11. Converter as cidades e assentamentos humanos
inclusivos, seguras, resilientes e sustentáveis
Objetivo 12. Assegurar padrões de consumo e produção
sustentáveis
Objetivo 13. Adotar medidas urgentes para combater as
mudanças climática e seus impactos
Objetivo 14. Conservar e utilizar de maneira sustentável
oceanos, mares e recursos marinhos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Objetivo 15. Proteger, restaurar e promover o uso


sustentável dos eco-sistemas terrestres, o manejo
sustentável das florestas, combater a desertificação, e
deter e reverter a degradação da terra e deter a perda
da biodiversidade
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e
inclusivas para o desenvolvimento sustentável, facilitar o
acesso à justiça para todos e construir instituições
eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e
revitalizar a aliança mundial para o desenvolvimento
sustentável
Objetivo 3. Garantir vidas saudáveis e bem-estar
para todos em todas as idades - Metas

3.1 Até 2030, reduzir a taxa mundial de mortalidade materna a


menos de 70 por 100.000 nascidos vivos
3.2 Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém
nascidos e de crianças menores de 5 anos
3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose,
malária e de doenças tropicais negligenciadas; e combater as
hepatites, as enfermidades transmitidas pela água e outras
enfermidades transmissíveis
3.4 Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por
doenças não transmissíveis mediante prevenção e tratamento, e
promover a saúde mental e o bem-estar
3.5 Fortalecer a prevenção e o tratamento do abuso de
substâncias aditivas, incluindo o uso indevido de estupefacientes e
o consumo nocivo de álcool
Objetivo 3. Garantir vidas saudáveis e bem-estar
para todos em todas as idades - Metas

3.6 Até 2020, reduzir a metade o número de mortes e


lesões causadas por acidentes de tráfego
3.7 Até 2030, garantir acesso universal a serviços de saúde
sexual e reprodutiva, incluídos o planejamento familiar,
informação e educação
3.8 Alcançar a cobertura universal de saúde, por meio de
sistemas de saúde equitativos, integrais e de qualidade,
incluindo em particular a proteção contra riscos financeiros,
acesso a serviços de saúde essenciais necessários de
qualidade, e o acesso a medicamentos e vacinas seguros,
eficazes, alcançáveis e de qualidade para todos
3.9 Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes
e enfermidades produzidas por produtos químicos perigosos e
a contaminação do ar, água e solo
Objetivo 3. Garantir vidas saudáveis e bem-estar
para todos em todas as idades – Metas

3a. Aplicação do Convenio Marco da OMS para o Controle do


Tabaco em todos os países
3b. Apoiar a pesquisa e desenvolvimento de vacinas,
medicamentos e tecnologias para as enfermidades que afetam os
PeD e facilitar acesso a medicamentos e vacinas
essenciais,necessários de acordo com a Declaração de Doha
sobre ADPIC e a Saúde Pública, incluindo a flexibilidade no
acesso aos medicamentos
3c. Aumentar o financiamento da saúde e a contratação,
desenvolvimento, capacitação e retenção de pessoal nos PeD
3d. Reforçar a capacidade de todos os países em matéria de
alerta precoce, gestão e redução de riscos para a saúde nacional
e mundial, assim como para a regulação e a vigilância sanitária
Questões sobre saúde na Agenda 2030

As metas propostas não dão conta do ambicioso ODS Saúde


Assegurar vidas saudáveis e bem-estar ou cobertura universal
‘Cobertura’ universal X ‘Sistemas’ universais
Atenção: assistência aos enfermos X atenção integral
Direito à saúde X seguro saúde
Ausência da saúde pública e saúde ambiental
Sistemas universais, integrais, equitativos e de qualidade
Medicamentos e vacinas ‘essenciais’ ou ‘necessárias’?
Não menciona tecnologias médicas
Não propõe ou constrói metodologias de integração da saúde
com os temas ‘extra-setoriais’ da Agenda
Não considera saúde e desenvolvimento, tampouco os
determinantes sociais da saúde
Proposta adicional

10. Enfrentar os determinantes sociais da saúde,


por meio de formas inovadoras de governança
que incluem formulação e intervenção política
coerente, inter-setorial, dos diversos setores
governamentais e a sociedade civil
Custos dos ODS

Intergovernmental Committee of Experts on Financing


for Sustainable Development
Estimated cost of just eradicating extreme poverty in all
the countries would amount to the equivalent of around
US$ 66 billion annually over the next 10 years
U$ 50.2 billion annually to eliminate hunger by 2025
U$ 37 billion to achieve health care
U$ 42 billion to achieve universal primary education and
expand access to lower secondary education
Para cada área um custo, uma fonte, um mecanismo
WHO estimates cost of
reaching
global health targets by 2030
O SDG Health Price Tag, publicado na
The Lancet Global Health, estima os
custos e os benefícios da expansão
progressiva dos serviços de saúde para
atingir objetivos de saúde presentes em
16 ODS, em 67 países de baixa e média
renda, que representam 75% da
população mundial.
Financiamento do desenvolvimento
Financiamento do Desenvolvimento: processo de Conferências da
ONU visando ampliar capacidade financiadora, bem como mobilizar
recursos necessários para cumprimento da Agenda 2030
México (2002) – I Conferência Internacional sobre Financiamento
do Desenvolvimento, com recomendações sobre comércio
internacional, AOD, investimento estrangeiro direto, redução da
dívida, mobilização interna de recursos e estruturação financeira
global eficaz. Consenso de Monterrey.
ONU (2003) – Escritório de Financiamento ao Desenvolvimento
(FfDO), visando promover e apoiar acordos e compromissos
firmados nas Conferências
Doha (2008) – II Conferência e a Declaração de Doha
Addis Abeba (2015) – III Conferência e a Agenda de Ação de Addis
Abeba (AAAA)
Financiamento dos ODS (1/3)
(Agenda de Ação de Adis Abeba - AAAA)
Recursos públicos domésticos
Recursos de finanças e negócios privados domésticos e
internacionais
Cooperação internacional para o desenvolvimento (AOD)
Comércio internacional como uma ‘engenharia’ para o
desenvolvimento
Débito dos PeD e sustentabilidade do débito
Reformas do FMI e do WB, com participação dos PeD
Proteção contra os capitais voláteis e especulativos
Combate à corrupção
Nenhuma palavra sobre mitigação dos processos de ajuste
ou de justiça fiscal nacional e internacional (taxação de fluxo
de capitais; grandes fortunas, grandes heranças). Tobin Tax.
Financiamento dos ODS (2/3)
(Agenda de Ação de Adis Abeba - AAAA)
Críticas das ONGs à AAAA na Terceira Conferência das
Nações Unidas sobre Financiamento ao Desenvolvimento (Addis
Abeba, 2015), cujo resultado (Resol. A69) se incorpora à A70/1
Países desenvolvidos como os da União Europeia, Estados Unidos,
Japão e Austrália rejeitaram o estabelecimento de um Conselho
Tributário Intergovernamental no âmbito das Nações
Unidas, proposto pelos países pobre e em desenvolvimento
membros do G77+China com o apoio da sociedade civil global
Doadores tradicionais se esquivam de responsabilidades na
cooperação (AOD), colocando ênfase na cooperação Sul-Sul,
mobilização de recursos domésticos e no setor privado
AOD - Desenvolver a capacidade da economia do país
beneficiário e de mobilizar seus próprios recursos, enquanto reduz
desigualdades estruturais. Priorizar setores sociais e agricultura em
relação à infraestrutura e outros setores não-sociais
Financiamento dos ODS (3/3)
(Agenda de Ação de Adis Abeba - AAAA)
Discussões no HLPF 2017
• Apesar de mecanismos inovadores de financiamento, como taxas
sobre transações financeiras, ser um assunto ainda restrito à
narrativa de representantes da sociedade civil, fluxos ilícitos de
capital e a necessidade de um mecanismo global de regulação
tributária passou a ser defendido com mais abertura pelo G77 mais
China, incluindo a grande ênfase coordenada de países do grupo
africano
• Economia política do desenvolvimento sustentável. No momento,
pouco mais de USD 100 bilhões anuais; necessidades estimadas:
USD 6 trilhões anuais
• Enorme liquidez mundial. FMI e Banco Mundial reportaram cálculos
de USD 600 trilhões. PIB mundial em torno de USD 80 trilhões
anuais. Mais de USD 11 trilhões em aplicações sem retorno ou com
retorno negativo por falta de melhores opções
Monitoramento e avaliação da Agenda e ODS
Fórum Político de Alto Nível (HLPF): monitoramento,
avaliação, orientação do processo global. Chefes de Estado ou
Ministros.
Composição: Chefes de Estado e de Governo e altos representantes
Âmbito: Comissão Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC)
(Ministros) ou Assembleia Geral das Nações Unidas (Chefes de
Estado)
‘Major groups’: autoridades locais, setor privado, trabalhadores e
sindicatos, ONGs, academia, comunidade científica e outros
(mulheres, descapacitados, jovens, indígenas etc.)
Pauta 2017: ODS 1 (pobreza), 2 (fome, segurança alimentar,
nutrição e agricultura sustentável), 3 (vida saudável e bem-estar), 5
(gênero), 9 (infraestrutura, industrialização e inovação) e 14
(oceanos, mares e recursos marinhos). ODS 17 (governança)
Pauta 2018: ODS 6, 7, 11 e 15
Pauta 2019: ODS 4, 8, 10, 13 e 16
Monitoramento e avaliação da Agenda e ODS

Fórum Político de Alto Nível (HLPF): monitoramento,


avaliação, orientação do processo global. Chefes de Estado ou
Ministros.
Informes voluntários de país sobre implementação da Agenda
2030 e ODS desde 2015 – Brasil apresentou em 2017
Informes da sociedade civil dos países: Relatório LUZ (vs.
‘Shadow Report’) da sociedade civil brasileira (2017)
Agendas complementares: mudanças climáticas, Habitat III,
UNGA 2017 (diversos temas globais relacionados)
Dificuldades: Crises econômica e de financiamento da
implementação dos ODS; Posições do governo conservador dos
Estados Unidos da América e de outros governos de países da
OCDE
Monitoramento e avaliação da Agenda e ODS
72ª. Assembleia Geral das Nações Unidas, setembro de
2017, em Nova York. Documento do HLPF apreciado pela UNGA,
que assume diversos informes e resoluções, entre os quais:
– Globalización e interdependencia: papel de las Naciones Unidas
en la promoción del desarrollo en el contexto de la globalización y
la interdependencia.
– Cumplir la promesa de la globalización: promover el desarrollo
sostenible en un mundo interconectado
– Integración de las tres dimensiones del desarrollo sostenible en
el sistema de las Naciones Unidas
– Nuevo posicionamiento del sistema de las Naciones Unidas para
el desarrollo a fin de cumplir la Agenda 2030: garantizar un futuro
mejor para todos
Preocupação geral pelas questões de governança e financiamento
do desenvolvimento; postura unilateral do atual governo norte-
americano; reduzida disposição à cooperação para o
desenvolvimento (financeira, transferências tecnológicas etc.)
Saúde global (OMS) na Agenda 2030 e ODS
Eleições DG na OMS em 2017: Tedros Ghebreyesus
(primeiro africano [etíope] e não médico na função)
OMS, Plano Geral de Trabalho 2019-2023: Promover la
salud, preservar la seguridad mundial y servir a las poblaciones
vulnerables
Tres prioridades estratégicas interconectadas: impulsar la
cobertura sanitaria universal, abordar las emergencias sanitarias y
promover poblaciones más sanas.
Tres cambios estratégicos: aumentar el liderazgo, lograr el
mayor impacto en cada país y orientar los bienes públicos
mundiales hacia el impacto
Cinco cambios organizativos (figura)
Baseado na Agenda 2030 e ODS
Ações regionais na ALC
Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre
Desenvolvimento Sustentável – PPT 2016-2017: México
Mecanismo regional para acompanhamento da Agenda 2030, os ODS,
suas metas e meios de implementação, e da Agenda para Ação de
Adis Abeba sobre o Financiamento do Desenvolvimento
Composição: CEPAL e Estados-membros
Bases doutrinárias: Documento CEPAL. Horizontes 2030
CEPAL (2016). Informe de progresso e desafios regionais da
Agenda 2030 na ALC
Estruturas de integração regional da ALC, como UNASUL,
Comunidade Andina, Mercosul, Comisca (América Central) e a
própria CELAC, ainda em ritmo de preparação e posicionamento
para, em conjunto, abordar a implementação da Agenda e dos ODS
nas respectivas sub-regiões
Ações regionais em saúde na ALC
OPAS. Agenda de Saúde Sustentável para as Américas
2018-2030. Aprovada na Conferência Sanitária Pan-americana
(setembro de 2017). Compromissos e responsabilidades dos
Estados-membro e do secretariado da Organização
Estratégia ‘Saúde em Todas as Políticas (STP)’
“Orientação das políticas públicas em todos os setores para que
considerem implicações positivas e negativas de suas decisões
sobre a saúde, além de buscar sinergias intersetoriais, visando
melhorar a saúde da população e a equidade em saúde".
Estruturas de integração regional da ALC, como UNASUL,
Comunidade Andina, Mercosul, Comisca (América Central) e a
própria CELAC, ainda em ritmo de preparação e posicionamento
para, em conjunto, abordar a implementação da saúde na Agenda e
dos ODS nas respectivas sub-regiões
Agenda de Salud Sostenible para las Américas (1/2)
• Ampliar el acceso equitativo a servicios de salud integrales, integrados
y de calidad, centrados en las personas, la familia y la comunidad, con
énfasis en la promoción de la salud y la prevención de enfermedades
• Fortalecer la rectoría y gobernanza de la autoridad nacional de salud
(ministerios de salud), a la vez que se promueve la participación social
• Fortalecer la gestión y el desarrollo de los recursos humanos para la
salud con competencias que apoye el abordaje integral de la salud
• Alcanzar el financiamiento adecuado y sostenible de la salud, con
equidad y eficiencia, y avanzar hacia la protección contra los riesgos
financieros para todas las personas y sus familias
• Asegurar el acceso a medicamentos esenciales y vacunas, al igual que
a otras tecnologías sanitarias prioritarias, según la evidencia científica
disponible y el contexto nacional
• Fortalecer los sistemas de información para la salud a fin de apoyar el
desarrollo de políticas y la toma de decisiones basadas en la evidencia
Agenda de Salud Sostenible para las Américas (2/2)
• Desarrollar capacidades para la generación, la transferencia y el uso de
la evidencia y el conocimiento en materia de salud, promoviendo la
investigación, la innovación y el uso de la tecnología
• Fortalecer la capacidad nacional y regional de preparación, prevención,
detección, vigilancia y respuesta a los brotes de enfermedades y a las
emergencias y los desastres que afectan la salud.
• Reducir la morbilidad, la discapacidad y la mortalidad por
enfermedades no transmisibles, traumatismos, violencia y trastornos de
salud mental
• Reducir la carga de las enfermedades transmisibles y eliminar las
enfermedades desatendidas
• Reducir la desigualdad e inequidades en torno a la salud por medio de
enfoques intersectoriales, multisectoriales, regionales y subregionales
de los determinantes sociales y ambientales de la salud
Agenda 2030 e ODS no Brasil (1/3)
Comissão Nacional sobre Desenvolvimento Sustentável
(Decreto 8892, de 27/10/2016). Instrumento de governança.
Composição: Secretaria de Governo, Portaria 38 (24/05/2017).
Instância consultiva e paritária que reúne representantes dos governos
federal, estadual e municipal e da sociedade civil.
Governo Federal: SEGOV-PR (Coordenação), Casa Civil, ministérios de
Relações Exteriores (MRE), do Meio Ambiente (MMA), do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (MPDG) e do Desenvolvimento Social e Agrário
(MDSA).
Sociedade civil: Associação Nacional de Dirigentes das Instituições
Federais do Ensino Superior (ANDIFES), Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
(ETHOS), Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Fundação
Abrinq pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (ABRINQ),
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), União Geral dos
Trabalhadores (UGT) e Visão Mundial.
Entidades estaduais: Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio
Ambiente (ABEMA)
Entidades municipais: Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Agenda 2030 e ODS no Brasil (2/3)
Comissão Nacional sobre Desenvolvimento Sustentável
(Decreto 8892, de 27/10/2016)
Funções: Internalizar, difundir e dar transparência ao processo de
implementação da Agenda 2030 no Brasil e propor estratégias,
instrumentos, políticas públicas (ações e programas) e monitorar seu
desenvolvimento.
Elaborar plano de ação para implementação da Agenda 2030
Propor estratégias, instrumentos, ações e programas para a implementação
dos ODS
Acompanhar, monitorar o desenvolvimento dos ODS e elaborar relatórios
periódicos
Elaborar subsídios para discussões sobre o desenvolvimento sustentável
em fóruns nacionais e internacionais
Identificar, sistematizar e divulgar boas práticas e inciativas que colaborem
para o alcance dos ODS, e
Promover a articulação com o órgãos e entidades públicas das Unidades
da Federação, para disseminar e implementar a Agenda 2030 nos níveis
estadual e municipal
Agenda 2030 e ODS no Brasil (3/3)
Relatório Nacional Voluntário sobre os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável 2017
Documento nacional oficial sobre a implementação dos ODS no
país. Oficialmente apresentado ao HLPF/ECOSOC, em julho de
2017, em Nova York. Constam iniciativas dos ministérios e
contribuições de órgãos públicos, do setor privado e de entidades
da sociedade civil, relativas aos ODS. Acesso:
https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/15771Br
azil_Portuguese.pdf
Relatório Luz do GTSC A2030
Relatório de Grupo de Trabalho da Sociedade Civil
composto de mais de 20 entidades, demonstrando
preocupações pelo atingimento dos ODS face ao
quadro político de perdas de direitos fundamentais
Brasil: Agenda 2030 e PPA 2016-2019
Brasil: Agenda 2030 e PPA 2016-2019
ODS nos municípios e territórios locais (1/6)
Governos locais: papel fundamental na transformação
da agenda global em uma realidade local, em
coordenação com outros níveis de governo e atores da
sociedade civil, da academia, do setor privado e, em
geral, dos territórios.
‘Localizar’ os ODS não implica em simples tradução das
políticas globais para contextos locais e, sim, em
processo baseado na capacitação dos atores locais, e
um DS com características específicas que responde
melhor às necessidades e aspirações da vida local, por
meio de intercâmbios sustentáveis entre as esferas
globais, nacionais e locais.
ODS nos municípios e territórios locais (2/6)

A Agenda 2030 dispõe que “governos e instituições


públicas também trabalharão em estreita colaboração na
implementação com autoridades regionais e locais,
instituições sub-regionais, instituições internacionais,
academia, organizações filantrópicas, grupos de
voluntários e outros”
A governança em âmbito municipal precisa ser
extremamente eficaz e versátil, representando, em
muitos casos, o ator mais adequado para resolver
problemas sociais que têm, inclusive, impactos globais
mais amplos
ODS nos municípios e territórios locais (3/6)

A governança nas cidades afeta direta e diariamente a


vida de todos os seus residentes
A cidade é motor de mudança real e de desenvolvimento
no que diz respeito a saúde, educação, mobilidade,
qualidade de vida, saneamento, gestão dos resíduos,
segurança pública, habitação, acesso a água potável e
outros
Tanto o conjunto dos ODS, pilar da Agenda 2030, como
os Planos Plurianuais são poderosas ferramentas de
planejamento para os municípios. O alinhamento entre
eles é, portanto, fundamental
ODS nos municípios e territórios locais (4/6)

Este material tem o


propósito de auxiliar os
gestores municipais a
integrar os ODS aos Planos
Municipais Brasileiros no
período 2018-2021
Os ODS não devem ser
pensados de forma isolada,
mas interligada ao
planejamento da gestão
municipal

http://www.cnm.org.br/biblioteca/exibe/2855
ODS nos municípios e territórios locais (5/6)

A publicação aborda a
relação de cada um dos 17
ODS com o trabalho dos
governos locais e regionais.
Também indica as metas
mais relevantes de cada
Objetivo aos governos locais
e sublinha a relação entre os
ODS e outros problemas e
programas internacionais,
como as mudanças
climáticas e o Habitat III

http://www.localizingthesdgs.org/library/view/40
ODS nos municípios e territórios locais (6/6)

Alcançar os ODS depende, mais do que nunca,


da habilidade dos governos locais e regionais de
promover um desenvolvimento territorial integrado,
inclusivo e sustentável
‘Localizando’ os ODS:
http://www.localizingthesdgs.org/
Papel da Fiocruz

Pesquisa e inovação
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Cooperação técnica
Ação comunitária direta
Grupo de Trabalho sobre implementação da Agenda
2030 e ODS
Http http://dssbr.org
Agenda 2030 e ODS: Principais Documentos
Nações Unidas (2012). O futuro que queremos. Acesso:
http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/61AA3835/O-Futuro-qu
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para o Desenvolvimento Sustentável. Res. A/70/1. Acesso:
http://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/agenda2030/undp-br-A
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http://www.un.org/esa/ffd/wp-content/uploads/2015/08/AAAA_Outcome.
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Inter-Agency and Expert Group on SDG Indicators (IAEG-SDGs)
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Bibliografia recente
Buss PM. Agenda 2030: onde estamos hoje? Radis [periódico na internet].
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Buss PM. Série: ONU realiza grande evento anual de 2017 sobre a Agenda
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Buss PM. Série: Avanços e retrocessos na implementação da Agenda 2030
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http://www.cee.fiocruz.br
SAÚDE E SUSTENTABILIDADE
Paulo Buss: ONU realiza grande evento
anual de 2017 sobre a Agenda 2030 e
os ODS

SAÚDE E SUSTENTABILIDADE
Paulo Buss: Implementação da Agenda 2030
e dos ODS – Perspectivas no Brasil
http://www.cee.fiocruz.br/?q=node/601

http://www.cee.fiocruz.br/?q=node/598
BIBLIOGRAFIA
Buss, PM; Galvão, LA e Buss,
DB. Saúde na Agenda 2030
para o Desenvolvimento
Sustentável:
política central para a
governança global – Cap. 11,
pp. 349-384

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