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Introdução
Um corpo não se define pela forma que o determina, nem como uma
substância ou sujeito determinados, nem pelos órgãos que possui ou
pelas funções que exerce. No plano de consistência, um corpo se
define somente por uma longitude e uma latitude: isto é, pelo conjunto
dos elementos materiais que lhe pertencem sob tais relações de
movimento e de repouso, de velocidade e de lentidão (longitude); pelo
conjunto de afetos intensivos de que ele é capaz sob tal poder ou grau
de potência (latitude). Somente afetos e movimentos locais,
velocidades diferenciais. (...) Latitude e longitude são os dois
elementos de uma cartografia. (Deleuze e Guattari, 1997, p.47)
Intercessor
Se, ainda no dizer dos autores anteriormente citados, intercessor “é uma noção
funcionalista cujo sentido não pode ser apreendido senão no interior de uma certa
operação – operação de encontro, contágio, cruzamento que desestabiliza e faz
diferir” (Passos e Benevides, 2000, p. XX) sua função acompanha cada cartografia, na
medida em que cada uma é diferente da outra.
[devir-animal, devir-mulher]
O ato de filmar é um ato político, pois ele de distancia do ser passivo e neutro,
centrado na personalidade e na intimidade; sua expressão no mundo passa a ser então
uma ação coletiva, com implicações coletivas. O ato de se filmar implica toda uma
responsabilidade dos seus gestos e sua vida. É colocar uma ordem no mundo, como a
escrita é para Anzaldúa.
Notas
*Para um maior aprofundamento veja Os Intercessores
Referências
Esse território não vinga sem revide aos regimes hegemônicos, sem a
falsificação destes. Grosso modo, intercessor é (1) uma série de criações e (2) não
posso me exprimir sem ele e nem ele sem mim e (3) é devir-algo, remete ao devir (e
aqui tem mais coisa mas que não sei dizer ao certo) e (4) é potência do falso que vai
produzir o verdadeiro e (5) é o “instrumento” pelo qual a minoria se opõe às ficções
hegemônicas e [6] é instrumento do movimento sem-lei, da diferença, contra as
opressões.
[para a conclusão, mostrar como a valorização do singular pela imanência, do corpo e afetos
na cartografia se relaciona com os feminismos][concluir com “dupla captura”]
Clínica Política-Feminista
Neste trabalho objetivamos discutir uma experiência de pesquisa que consiste em utilizar
ferramentas de áudio-visual como dispositivo de intervenção, a fim de acompanhar seus efeitos
na vida de mulheres que passaram por uma experiência de violência doméstica-familiar e por
uma oficina experimental no Fórum da cidade de Sobradinho, no Distrito Federal. A fim de
decodificar a experiência, buscamos autores que funcionariam nesta passagem: Deleuze, Gloria
Anzaldúa, Jacques Rancière, Luce Irigaray e Spinoza. Este cruzamento teórico ganha corpo e dá
corpo a experiência singular da oficina experimental e a produção de documentário, cujos
efeitos discutiremos mais afrente. [falar da pesquisa] [prática e teoria] [introdução, violência]
[conclusão que a gente tira do trabalho] explicar o “experimental” do processo, não o
experimental do cinema, mas experimental da intervenção]
Refletir sobre esses pontos permitiu pensar e discutir sobre o ciclo da violência –
agressão-desculpas-reconciliação -, em que as mulheres tendem a renunciar do próprio desejo
para satisfazer o companheiro e a naturalização desse processo na cultura. Nesse
compartilhamento houve uma criação de vínculo entre as mulheres, de confiança e mesmo
cumplicidade, permitindo elas saírem do universo privado para o universo público. O que criou
condições para a proposta de um trabalho coletivo entre elas, a oficina de áudio-visual.
Duas maneiras distintas e coexistíveis de contar o que se passou é pela identidade das
experiências - sua estrutura comum - e pelos devires que se passam. Uma razoabilidade e uma
afetação. Uma história estruturada, histrutura, e um devir-mulher.
Teoria >> nossa proposta é ir de encontro >> o que a gente atingiu >> a falha, onde quer
chegar
Unimultiplicidade
O ato de filmar é um ato político, pois ele de distancia do ser passivo e neutro,
centrado na personalidade e na intimidade; sua expressão no mundo passa a ser então
uma ação coletiva, com implicações coletivas. O ato de se filmar implica toda uma
responsabilidade dos seus gestos e sua vida. É colocar uma ordem no mundo, como a
escrita é para Anzaldúa.
O grande medo é o medo de ficar sozinha, de não dar conta, de achar que precisa da
tutela de um homem, de alguém que cuide. Elas não se percebem como cuidadoras. Daí a
emancipação.