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OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES

O HERCÚLEO TRABALHO COLETIVO NO (E DO) SUS


Essa apresentação foi motivada por um “trabalho” – nem tão
“hercúleo” assim – que solicitei aos alunos da disciplina
Administração em Fisioterapia, no 2º semestre de 2013,
2014 e 2015:
Produzir um texto jornalístico de opinião, a partir do mote “O
SUS não é um problema sem solução, mas uma solução com
problemas”.
Eles usaram como referências de base as seguintes
entrevistas :

1. EUGÊNIO VILAÇA MENDES “O SUS não é um problema sem


solução, mas uma solução com problemas”.
2. GASTÃO WAGNER “O desenvolvimentismo não nos protegeu”.
[e outras referências que podiam (deviam) ser acrescentadas]

Carlos Castro, novembro de 2015


O TRABALHO DE HÉRCULES NO E DO...

...UM HÉRCULES COLETIVO


“O SUS não é um problema sem solução,
mas uma solução com problemas”
SUS
É um sistema que tem como finalidade cuidar e promover a saúde de
toda a população, melhorando a qualidade de vida dos brasileiros

É resultado de um processo de…

Esforços

Lutas
Mobilizações

Participação
…de um grande
número de pessoas
SUS: UM “TRABALHO HERCÚLEO”
• De acordo com os mitólogos Carl A. P. Ruck e Blaise Daniel Staples,2 não
há uma maneira específica de interpretar os trabalhos de Hércules.
Pode-se inferir apenas que:
• Seis deles se passam no Peloponeso, e culminaram com a reedificação
de Olímpia.
• Os outros seis levaram o herói até terras mais distantes, quase sempre
lugares relacionados à deusa Hera, além de entradas para o Hades, o
mundo inferior, habitado pelos mortos.
• Todos os trabalhos seguem o mesmo modelo: Hércules é enviado para
matar, subjugar ou buscar uma planta ou animal mágico para Euristeu,
representante de Hera.

• TRABALHOS ÁRDUOS, DAÍ A EXPRESSÃO “TRABALHO HERCÚLEO”, de


grandes proporções, colossal, valoroso...
A REEDIFICAÇÃO DO OLÍMPO.

Resgatando o direito à saúde a todos os brasileiros


Políticas de Saúde no Brasil

http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8

O documentário "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século


de luta pelo direito à saúde" conta a história das políticas de saúde
em nosso país, mostrando como ela se articulou com a história política
brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua
implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a
implantação do SUS.

Veja também:
Jairnilson Paim, Claudia Travassos, Celia Almeida, Ligia Bahia, James
Macinko. Saúde no Brasil 1: O sistema de saúde brasileiro:
história, avanços e desafios. www.thelancet.com.
Publicado Online em 9/05/2011. DOI:10.1016/S0140-6736(11)60054-8
Os “pais” do SUS

8ª Conferência Nacional CONSTITUIÇÃO FEDERAL


de Saúde (1986) DE 1988

Sistema Único de Saúde - SUS


Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990
Nasce o SUS
Constituição Federal de 1988:
 Determina ser a saúde um direito de todos e
dever do Estado.
 Cria o SUS: estabelece que o SUS tem
caráter público, formado por uma rede de
serviços regionalizada, hierarquizada e
descentralizada, com direção única em cada
esfera de governo, e sob controle dos seus
usuários.
 1990 - Congresso Nacional
aprova a Lei Orgânica da Saúde
 Detalha o funcionamento do SUS
 Lei n. 8.080, 19/09/1990
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS

 INTEGRALIDADE - “O homem é um ser integral, bio-psico-social, e


deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde
também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.”

 UNIVERSALIDADE – a garantia de atenção à saúde a todo e qualquer


cidadão. O direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde,
assim como àqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de
cidadania e dever do Governo (municipal, estadual e federal).

 EQUIDADE – todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido


conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder
oferecer para todos.;
Existe vacina para
as iniquidades sociais? EQUIDADE
http://dssbr.org/site/2011/09/existe-
vacina-para-as-iniquidades-sociais/

 Visa diminuir as
desigualdades.

 Tratar desigualmente os
desiguais, investindo mais
aonde a carência é maior.

 Princípio de justiça social:


eu ofereço mais a quem
mais precisa, diminuindo
assim as desigualdades e
iniquidades existentes.
http://www.thelancet.com/series/health-in-brazil
Aos trabalhos!
1. No Peloponeso, estrangulou o Leão da Nemeia - filho dos
monstros Ortros e Equidna - que devastava a região e que os
habitantes do local não conseguiam matar.
Um leão por dia...
• Aqueles que não conhecem a história do SUS nos obrigam a
matar um leão por dia para mostrar-lhes que o Sistema é uma
solução com problemas e não um problema sem solução.

• O SUS se apresenta a 75% dos brasileiros como a única forma


de acesso e assistência à saúde;

• Cobre indistintamente todos os brasileiros com serviços de


vigilância sanitária de alimentos e de medicamentos, de
vigilância epidemiológica, vacinação, urgência e emergência,
transplantes de órgãos e outros serviços de alta complexidade;

É A MAIOR POLÍTICA DE INCLUSÃO SOCIAL


DA HISTÓRIA DE NOSSO PAÍS.
Em geral, os medicamentos podem ser adquiridos por até 1/10 do preço de
mercado. É necessária apresentação do CPF e receita médica ou odontológica, que
pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que
atende em hospitais ou clínicas privadas.
2. Matou a Hidra de Lerna, filha monstruosa de duas criaturas
grotescas, a Equidna e Tifão. Era uma serpente com corpo de dragão,
que possuía nove cabeças (uma delas parcialmente de ouro e
imortal) que se regeneravam mal eram cortadas, e exalavam um
vapor que matava quem estivesse por perto.
A Hidra...
O SUS enfrenta uma complexa situação de saúde,
que parece uma verdadeira Hidra de 9 cabeças:

• Uma transição epidemiológica e nutricional aceleradas;


• Uma tripla carga de doença, com forte predomínio de
condições crônicas;
• Uma atenção à saúde fragmentada, que opera de forma
episódica e reativa e que se volta quase sempre para a
atenção às condições agudas e às agudizações das
condições crônicas (talvez, a Hidra de Ouro).
• O sistema de saúde fragmentado que praticamos não é
capaz de responder socialmente, com efetividade,
eficiência e qualidade, à situação de saúde vigente. (Ainda
falta muita integralidade nas ações de saúde).
Cortem-lhe as cabeças...
A resposta a esse desafio:
• Restabelecer a coerência entre a situação de saúde
e a forma de organização do sistema de saúde no
plano microeconômico, acelerando as mudanças
necessárias que levem à conformação de um
sistema integrado que opere de forma contínua e
proativa e que seja capaz de responder, com
eficiência, efetividade, qualidade e de modo
equilibrado às condições agudas e crônicas.
• O SUS deverá ser estruturado em redes de
atenção à saúde, coordenadas pela atenção
primária à saúde.
• Esse é um grande desafio que se coloca para os
anos futuros, mas que não será fácil de ser
superado porque a fragmentação presente tem
profundas raízes econômicas, políticas e culturais
que a sustenta.
• Mas alguns passos têm sido dados, nos últimos
anos, no caminho da construção de redes de
atenção à saúde no SUS.
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS

 DESCENTRALIZAÇÃO político-administrativa. O SUS existe em três


níveis (nacional, estadual e municipal), cada um com comando único e
atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais
importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde
(municipalização da saúde).

 HIERARQUIZAÇÃO e REGIONALIZAÇÃO. Os serviços de saúde são


divididos em níveis de complexidade. Quanto mais bem estruturado
for o fluxo de referência e contra referência entre os serviços de
saúde, melhor a sua eficiência e eficácia. Cada serviço de saúde tem
uma área de abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma
parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos
numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla,
abrangendo a área de vários serviços de menor complexidade.
AQUILES???
Você por aqui?

O SUS tem sido uma fortaleza formal, mas dotado de


muita fragilidade real pelo fato de a Lei não ter sido
cumprida na sua integralidade, principalmente por
nunca ter sido a lei regulamentada com explicitação
de seus conceitos, diretrizes e princípios para que o
agir administrativo pudesse se guiar e assim manter
a unicidade conceitual do SUS. (Lenir Santos)
Decreto presidencial 7.508,
de 28 de junho de 2011
A proposta de organização em redes de
atenção à saúde está aqui e deve ser
prioridade para os diversos governos nos
âmbitos nacional, estadual e municipal.

Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro


de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento
da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências
O Decreto 7.508/2011
e a Regionalização

 O contrato impõe a qualidade


dos serviços como uma de
suas metas permanentes e

 Reconhece que o centro do


SUS é o cidadão, o qual tem o
direito de participar da
definição de suas políticas e
exercer o controle social na
sua execução.
Atendimento Integral

Promoção
Proteção
Recuperação

Ação conjunta nos três


níveis de atenção à saúde
visando a prevenção, sem
prejuízo dos serviços
assistenciais.
3. Alcançou, correndo, a Corça de Cerineia, um animal lendário, com
chifres de ouro e pés de bronze. A corça, que corria com assombrosa
rapidez e nunca se cansava, era Taígete, ninfa que, para fugir a
perseguição de Zeus, foi transformada por Ártemis no animal.
Não corra atrás das borboletas-corças; plante
um jardim de Atenção Primária em Saúde...

• As redes, para cumprirem com seus objetivos, devem ser


coordenadas por uma APS forte.
• Para isso, será necessário aprofundar o movimento de
implantação da ESF e inaugurar um oitavo ciclo no SUS, o
ciclo da atenção primária à saúde.
• Isso implicará uma radicalização da ESF:
– Aumento da cobertura com foco especial em grandes e médios
municípios, até atingir uma cobertura de 75% da população
brasileira;
– Superação dos problemas de sua gestão;
– Expansão do trabalho interdisciplinar (NASFs);
– Implantação de modelos de atenção baseados em evidências; e
– Incrementar os recursos financeiros detinados às ESFs.
POLIARQUIA

HOSPITAL

CENTRO DE
ENFERMAGEM HOSPITAL/DIA

APS
ATENÇÃO
’PHGanso’
DOMICILIAR AMBULATÓRIO
ESPECIALIZADO

SADT SAF

FONTE: MENDES (2007)


“Esse novo ciclo significará o encontro da ESF
brasileira com as novas diretrizes da APS,
enunciadas pela Organização Mundial da
Saúde no Relatório Mundial de Saúde de
2008. Agora mais do que nunca é preciso
fortalecer a ESF no SUS.”

E. Vilaça
4. Capturou vivo o Javali de Erimanto, que devastava os arredores, ao
fatigá-lo após persegui-lo durante horas. Euristeu, ao ver o animal no
ombro do herói, teve tamanho medo que foi se esconder dentro de
um caldeirão de bronze.
Trabalhadores da Saúde:
os javalis do SUS
“que medo você tem de nós, olha ai”...
Gastão Wagner: balanço de 25 anos de um SUS universal
Há aspectos positivos e negativos:
Positivos:
• A expansão do sistema público, do acesso à saúde em
várias áreas, desde a atenção básica até o atendimento ao
câncer, à diabetes, programas de vacinação, atenção à
AIDS...
Negativos:
• O SUS não avançou no sentido de se completar. Os entraves
permanecem: subfinanciamento; falta de uma política de
pessoal adequada; modelo de gestão ainda com desafios
que não foram enfrentados:
– Fragmentação e
– Falta de diretrizes para pensar um SUS público.
Gestão em Saúde
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1013

Usuário do SUS Trabalhador do SUS

SAÚDE DO TRABALHADOR
As Cargas do Trabalho
Físicas, mentais (cognitivas) e psíquicas

• Sofrimento no trabalho = “o espaço de luta que ocorre


no campo situado entre o bem-estar e a loucura”
(Dejours , 1993)
• “Loucura”: percepção de subjugação pelo trabalho,
que imprime raiva ao produto.

Quando o trabalho se associa mais


à ideia de sofrimento, o trabalho
é feito sem afeto e, consequentemente,
fica insuportável (CODO et al., 1993).

CHRISTOPHE DEJOURS, C.
A loucura do trabalho. França. 1998.
Desafio

Apesar dos avanços do SUS, O SUS precisa construir


o modelo de gestão
uma gestão compartilhada,
continua vertical e
desapropria o trabalhador investindo em mudanças
de seu próprio trabalho. que superem a alienação
do trabalhador.

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=382

BERNARDI, S. Entrelaçando o SUS, a PNH e a saúde do trabalhador.


Caderno HumanizaSUS. Brasília,DF. 2012
COMO?
• Reconhecer o “saber fazer”
• Valorizar a equipe e a contribuição individual dos
trabalhadores
• Gerar bem-estar: ideia de ambiente gratificante que
leva os trabalhadores a gostarem do que fazem.

“Todo trabalhador carrega sua caixa de


ferramentas: seus saberes, o saber fazer.”

MERHY, EE. FRANCO, TB. Trabalho em saúde. Fiocruz, Rio de Janeiro. 2005
5. Limpou em um dia os currais do rei Aúgias, que continham três mil
bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos
que exalavam um gás mortal. Para isso, Hércules desviou dois rios.
A dimensão do problema:
é muito estrume para limpar

O atual perfil epidemiológico brasileiro:


uma carga quádrupla de doença

 Persistência de doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição,


características de países subdesenvolvidos,
 Problemas de saúde reprodutiva com mortes maternas e óbitos
infantis por causas consideradas evitáveis,
 O desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco, como
sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, obesidade e
 O crescimento das causas externas em decorrência do aumento da
violência e dos acidentes de trânsito, trazendo a necessidade de
ampliação do foco da atenção para o manejo das condições crônicas,
mas atendendo, concomitantemente, as condições de urgência e
emergência.
6. Matou no lago Estínfalo, com suas flechas envenenadas, monstros
cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, e que, pelo seu gigantesco
tamanho, interceptavam, no voo, os raios do Sol. Com seu arco,
conseguiu matar alguns e os outros, expulsou a outros países.
Pássaros Feridos...
Pássaros Feridos...
Relevância do SUS
• 28,6 % da população são usuários exclusivos
do SUS (assistência)
• 61,5 % da população usam o SUS e algum
outro sistema de atenção (assistência)
• 90,1 % da população brasileira são, de algum
modo, usuários do SUS (assistência)
• 8,9 % da população não usam o SUS
(assistência)
• 100 % da população brasileira são, de algum
modo, usuários do SUS (atenção à saúde)

Dados de 2005 49
ÓRTESES, PRÓTESES e
MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO
Para conhecer mais indicadores, atualizados até 2012-13, veja essa
apresentação do então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
As terras mais distantes...
7. Hércules levou o Touro de Creta vivo até Euristeu, que por sua vez
entregaria-o a Hera. O touro era enraivecido e aterrorizava o povo
da ilha grega de Creta, pois Poseidon, o deus dos mares, o havia
oferecido a Minos, rei local, para sacrifício, mas o rei não teve
coragem de sacrificar um animal tão bonito e tão forte. Hércules
não só capturou-o como, montado no animal, levou-o até Euristeu.
O Touro de Creta...

O rei não teve coragem de sacrificar um animal


tão bonito e tão forte que era
8. Castigou Diómedes (rei da Trácia), filho de Ares, possuidor de
cavalos que vomitavam fumo e fogo, e a que ele dava a comer os
estrangeiros que as tempestades arrolavam à sua costa. O herói
entregou-o à voracidade de seus próprios animais.
... entregou-o à voracidade de seus próprios animais.
... “a hegemonia cultural, midiática, da perspectiva do seguro
privado e da saúde suplementar, e a hegemonia concreta, no
sentido de que hoje se gasta mais com saúde suplementar do
que com o SUS. Ela atende 25% da população e o SUS 75%.
Estamos vendo agora, com essa história da demografia
médica (...) que mais de 50% da capacidade dos médicos está
concentrada na saúde suplementar. Não é a maioria dos
médicos, mas da capacidade de trabalho, porque a maioria
dos médicos tem duplo vínculo. (...) na prática, se a gente
pegar a carga horária de 40 horas, o SUS tem menos de um
médico para cada mil habitantes, para atender os 75% da
população. Isso vale também para outros profissionais.

Os impasses no SUS (...) deixam um espaço imenso para a


medicina privada, de mercado”.

Gastão Wagner
9. Venceu as amazonas, tirou-lhes a rainha Hipólita, apossando-se do
cinturão mágico que ela vestia.
Educação em Saúde:
o cinturão mágico
&
Há toda
uma
história...
Ações Educativas
• Residência Médica
• Qualificação de Pessoal Hiper
• Residência Multiprofissional
Administrativo Nível Link
Médio e Superior
• Telessaúde
• Acolhendo os novos
Servidores da Saúde • Humanização

CIES
• Estágio Curricular, • Política de Educação
Extracurricular e
Permanente em Saúde
Serviço Voluntário

• Qualificação de
• Projeto de Expansão
Conselheiros
e Fortalecimento da APS
• Pró-Saúde

• Pet-Saúde
• Curso Nacional de Qualificação
de Gestores (PROGESUS) • Educação Profissional
de Nível Médio
A Educação Permanente em Saúde
e o Quadrilátero da Formação
Analisadores para pensar/providenciar a EPS
• EDUCAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: mudar a concepção hegemônica
tradicional (biologicista, mecanicista, centrada no professor e na transmissão)
para uma concepção construtivista (interacionista, de problematização das
práticas e dos saberes); mudar a concepção lógico-racionalista, elitista e
concentradora da produção de conhecimento (por centros de excelência e
segundo uma produção tecnicista) para o incentivo à produção de
conhecimento dos serviços e à produção de conhecimento por argumentos de
sensibilidade;
• PRÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE: construir novas práticas de saúde, tendo em
vista os desafios da integralidade e da humanização e da inclusão da
participação dos usuários no planejamento terapêutico;
• GESTÃO SETORIAL: configurar de modo criativo e original a rede de serviços,
assegurar redes de atenção às necessidades em saúde e considerar, na
avaliação, a satisfação dos usuários;
• ORGANIZAÇÃO SOCIAL: verificar a presença dos movimentos sociais, dar
guarida à visão ampliada das lutas por saúde e à construção do atendimento às
necessidades sociais por saúde.
Ceccim & Feuerwerker 2004.
Quatro Passos para a EPS.

1º. Aceitar que as realidades não são dadas.

2º . Organizar espaços de problematização


das realidades.

3º . Organizar redes de intercâmbio (rodas,


teias).

4º . Produzir as informações de valor local


com interação afetiva máxima com os
usuários de ações de saúde.
Ceccim e Ferla, Fiocruz.dic
www.pensesus.fiocruz.br
Hercules parou para descansar e refletir...
10. Matou o gigante Gerião, monstro de três corpos, seis braços e
seis asas, e tomou-lhe os bois que se achavam guardados por um
cão de duas cabeças, e um dragão de sete
O “monstro de três corpos, seis braços e seis asas”
afinal, não é tão feio assim???
Mas, Gedião tem
um cão de duas cabeças, e um dragão de sete...
Matar o Gigante: Participação Popular
Participação da Comunidade
(Lei Orgânica da Saúde)

 Garantir que a população por


intermédio de suas entidades
representativas poderá participar
dos processos de formulação e
controle das políticas de saúde em
todos os níveis desde o Federal até
o local.
Participação da Comunidade
(Lei orgânica da Saúde – Lei 8142/90)

 Conselhos de Saúde
 Nacional
 Estadual – Cons. De Secretários Estad. de Saúde - CONASS
 Municipal – Cons. De Secretários Munic. de Saúde - CONASEMS
 Distrito Federal - CONASS
 Função Deliberativa

 Composição do conselho: usuários, governo, prof. da saúde,


prestadores de serviços.

 Conferência de Saúde
 Encontros de 4 em 4 anos
11. Colheu os pomos de ouro do Jardim das Hespérides, após matar
o dragão de cem cabeças que os guardava. O dragão foi morto
por Atlas, a seu pedido, e durante o trabalho, ele sustentou o mundo
nos ombros no lugar do gigante.
Sim! Que venham
os cubanos e quem
mais quiser ajudar!
Criado em 2013, o Programa Mais Médicos completou 2 anos em 2015. Neste período, o
programa ampliou a assistência fixando médicos nas regiões com carência de profissionais.
http://www.maismedicos.gov.br/
12. O último trabalho consistiu
em trazer do mundo dos
mortos o seu guardião, o cão
Cérbero. Hades autorizou-o a
levar Cérbero para o cimo da
Terra sob a condição de
conseguir dominá-lo sem usar
as suas armas. Hércules lutou
com ele só com a força dos seus
braços, quase o sufocou,
dominando-o. Depois levou-o a
Euristeu, que, com medo,
ordenou-lhe que o devolvesse.
O Cérbero do SUS

Os três grandes desafios atuais para o SUS:

• A organização macroeconômica do sistema de


saúde no Brasil,
• A organização microeconômica expressa no
modelo de atenção à saúde que pratica e
• O financiamento.
Pela aprovação do PL de iniciativa popular 321/13, que exige a aplicação de 10% das
receitas correntes brutas da União na saúde pública, é a condição primeira para o SUS
Publico de Qualidade e para Todos.
Uma solução com problemas...
http://dssbr.org/site/2011/09/existe-
vacina-para-as-iniquidades-sociais/

Existe vacina para


EQUIDADE
as iniquidades sociais?

• Disponibilizar recursos e serviços com


justiça, de acordo com as necessidades de
cada um, canalizando maior atenção aos
que mais necessitam

• Visa diminuir as desigualdades.

• Tratar desigualmente os desiguais,


investindo mais aonde a carência é maior.

• Princípio de justiça social: eu ofereço mais


a quem mais precisa, diminuindo assim as
desigualdades e iniquidades existentes.
“Continuamos num dilema:
a administração direta
emperrada, antiga,
ultrapassada, inadequada
para a saúde, e as
alternativas a isso são
formas de privatização,
como OS [Organização
Social] e fundações
privadas, que aumentam a
Gastão Wagner de Souza Campos fragmentação.”
“A generosidade do mandamento jurídico da saúde
como direito de todos e dever do Estado não foi
sustentada, na Constituição Federal, por uma base
material que garantisse um financiamento público
compatível com a universalidade.”

Eugênio Vilaça Mendes

E isso nos vai ser dado pelo governo?


Não! Nada em saúde nos foi dado e sim conquistado!
O desafio pessoal...
... para que o trabalhador possa ocupar lugar
ativo na saúde, é preciso abandonar, ou
desaprender, o sujeito que é submisso e
reprodutor de modelos hegemônicos, e ser um
sujeito produtor de subjetividade, permitindo-
se “aprender a aprender” permanentemente.

O desafio institucional
Pensar uma nova pedagogia na saúde que possa
implicar a construção de sujeitos comprometidos
sócio-historicamente com a construção da vida e
sua defesa, social e coletiva.
(Sarreta 2009)
A necessidade de desacomodação

A CRIAÇÃO
DO
SABER

O estranhamento Ceccim e Ferla 2009


Convite ético-político

O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o
inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem
duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas:
aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A
segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber
reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e
abrir espaço.

(CALVINO, Ítalo. Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 150)
Antônio Sérgio da Silva Arouca
(Ribeirão Preto, 20 de agosto de 1941 — Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2003)

Obrigado por serem!

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