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Dicionarios Uma Pequena Introducao Lexicografia
Dicionarios Uma Pequena Introducao Lexicografia
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Semântica
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Objeto da Semântica
Descrever as línguas naturais na qualidade de conjunto
significantes.
Problema: as línguas naturais só se deixam traduzir em si
mesmas ou por outra língua natural. O universo semântico
se fecha sobre si mesmo.
É necessário estabelecer a hierarquia da linguagem, isto é, a
relação de pressuposição lógica entre dois conteúdos ou
sentidos: a percepção de um sentido pressupõe a
percepção de outros sentidos que o definam.
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Semântica estrutural
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A parole se desenvolve sintagmaticamente, ao longo de um eixo virtual de
sucessões, onde cada elemento (palavra) ocupa uma posição significativa.
O significado provém:
da posição que o elemento ocupa em relação aos outros elementos co-
ocorrentes em seu contexto (eixo sintagmático);
A velha bibliotecária se aposentou.
A bibliotecária velha se aposentou.
dos elementos ausentes desse mesmo contexto, mas por ele evocados, na
memória implícita da langue (eixo paradigmático).
A velha professora se aposentou.
bibliotecária
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Saussure
O significado de um elemento linguístico fica
determinado num duplo enquadramento:
o sintagmático
o paradigmático (associativo)
Todo e qualquer elemento da langue se deixa colocar no
interior de uma classe onde se associa a outros membros
formando sistema: “escola”; “aprendizagem” ; “ ensino”
são memorizáveis como elementos da mesma classe de
sentidos (“Educação”) porque possuem a mesma marca
semântica na sua base ( o sema “Educação”).
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Saussure
Relações paradigmáticas: são relações entre
elementos comutáveis no mesmo contexto. Exemplo:
marido e mulher; bom e mau
Relações sintagmáticas: são as que unem por
exemplo: cabelos e loiros, latir e cão, bater e pés.
uma palavra deve ser descrita a partir do
conjunto de relações que a situam, como palavra-
tipo, nas classes da língua (paradigmática) situando-a,
ao mesmo tempo como palavra-evento, nos
enunciados da parole (sintagmática).
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Hjelmslev
S1 S2 S3
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Hjelmslev
Análise componencial de sentido
Homem Mulher Criança
Touro Vaca Bezerro
Galo Galinha Pintinho
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Semântica (Saussure + Hjelmslev)
Isolar os semas.
Descrever o mecanismo de sua combinatória
semêmica.
Descrever coerentemente a organização interna dos
diferentes campos semânticos das línguas naturais.
Descrever o mecanismo através dos quais esses
diferentes campos semânticos se integram formando
sistema na unidade maior que forma a estrutura
semântica própria a cada língua natural.
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Semântica Lógica
Hipótese de base da semântica estrutural: os significados
constituem estruturas dentro das línguas naturais e a
introdução de uma nova palavra no léxico da língua não
altera a estrutura semântica da língua, pois cada nova
unidade léxica é absorvida no interior de um campo
semântico afim.
As palavras se agrupam em campos semânticos.
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Campos semânticos
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Embarcação veleiro proa
canoa casco
iate vela
jangada
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Greimas – Estrutura mínima da significação
A língua é feita de oposições
Percebemos o significado do real através das diferenças
-É através de diferenças que o mundo organiza-se em formas, à nossa
frente.
Assim, perceber diferenças quer dizer:
Apreender pelo menos dois termos-objetos, como sendo
simultaneamente dados sob o aspecto de seus parciais iguais
(operação de conjunção), e
Apreendê-los, ao mesmo tempo, sob o aspecto de seus parciais
diferentes (operação de disjunção)
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O vínculo entre esses dois termos-objetos que se
requerem mutuamente constitui uma relação.
1ª. definição de estrutura de Greimas:
“ presença de dois termos vinculados por uma
relação”
a) Um único termo-objeto não comporta nenhum
tipo de significação.
b) A significação pressupõe a existência da
relação.
Sem relação não há significação.
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A relação é um mecanismo perceptual conjuntivo e
disjuntivo
1 Para que possamos apreender conjuntamente
dois termos-objeto, é necessário que eles
tenham alguma coisa em comum (problema
da redundância, da semelhança e da
identidade).
2 Para que dois termos-objetos possam ser
distinguidos é necessário que eles sejam de
algum modo diferentes (problema das
variantes, da diferença e da não-identidade)
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A relação tem, pois, uma dupla natureza: ela é
simultaneamente conjunção (de invariantes) e
disjunção (de variáveis).
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disjunção
conjunção
Cada termo da relação possui dois termos sendo
um deles conjuntivo e o outro disjuntivo.
É aqui que devem ser procuradas as unidades
significativas elementares.
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Eixos semânticos
No plano semântico as oposições branco/preto,
grande/pequeno discrimina-se dentro de um eixo
comum a cada par de termos opostos.
Coloração no primeiro e Medida de grandeza no
segundo são os eixos semânticos dessas relações.
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Descrição estrutural da relação
A / está em relação (S) com / B
ou
A / r (S) com B
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Exemplo
/p/ : /b/
o eixo da sonoridade (S) pode ser interpretado como a
relação (r) entre o elemento sonoro (s1) e o elemento
não-sonoro (s2).
Assim, o termo-objeto B (/b/) possuirá a propriedade s1
(sonoro) e o termo-objeto A (/p/) terá a propriedade s2
(não-sonoro).
/p/ (não-sonoro) vs /b/ (sonoro)
A (s2) r B (s1)
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Portanto,
s1 e s2 são elementos mínimos de significação
denominados semas;
uma estrutura elementar de significação pode ser
concebida quer sob a forma de um eixo semântico, quer
sob a forma de uma descrição sêmica, isto é, de traços
distintivos, semas.
no eixo semântico privilegia-se o que os termos-objetos A
e B possuem em comum: ela é conjuntiva;
na descrição sêmica privilegia-se as qualidades polares
que, situadas no mesmo eixo semântico, distinguem A e B:
ela é disjuntiva.
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Termos sêmicos Representação Conteúdo sêmico
correspondente
Positivo s presença do sema s
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Sema
Na relação:
moça r (sexo) moço
A r (S) B
moça (feminilidade) r moço (masculinidade)
A (s1) r B (s2)
No mesmo eixo semântico a primeira descrição
privilegia o que A e B tem em comum: é conjuntiva,
na segunda privilegia a diferença: é disjuntiva.
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Quadrado semiótico (Greimas e Rastier)
O eixo semântico S, que representa a substância do
conteúdo, articula-se, ao nível da forma do conteúdo,
em dois semas contrários, s1 e s2:
S
s1 s2
relação hirárquica hiponímica: s1 e s2 são partes de S.
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“paixão”
S
“amor” “ódio”
s1 s2
“simpatia” “antipatia”
s2 s1
“ausência de ódio” “ausência de amor”
S
“ausência de paixão” (= “indiferença”) 26
Semântica das Línguas Naturais
Greimas utiliza a estrutura elementar s1 s2 para
descrever os modos pelos quais o sentido emerge, nos
usos metalinguisticos das línguas naturais. Do ponto de
vista da lógica temos as seguintes relações lógicas:
(a) partindo dos semas, s1, s2, para o todo, S = relação
hiponímica;
(b) partido do todo, S, para os semas, s1, ou s2, =
relação hiperonímica;
(c) partindo de um sema (s1, ou s2) para o sema
contrário (s2, ou s1 ), pertencentes ambos, à categoria S
= relação antonímica.
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“quantidade relativa”
S
s1 s2
/grande quantidade/ vs /pequena quantidade/
alto baixo (dimensão vertical)
longo curto (dimensão horizontal)
largo estreito(dimensão lateral)
grosso fino (ao volume)
======> Eixo semântico da Espacialidade
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Espacialidade
Dimensionalidade Não-dimensionalidade
Perspectividade Lateralidade
(longo/curto) (largo/estreito)
São semas (unidades metalinguisticas) de cuja combinatória resulta um conjunto
sêmico provisório capaz de descrever o plano do conteúdo (semema) que pode
assumir diversas coberturas lexemáticas na instancia de manifestação das LN.
Sememas lexicalizados = Lexemas
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Semas
Lexemas Espacialidade Dimensionalidade Verticalidade Horizontalidade Perspectividade Lateralidade
alto + + + - - -
baixo + + + - - -
longo + + - + + -
curto + + - + + -
cada lexema (cjto de semas ligados entre si por relações hierárquicas)
caracteriza-se pela presença de alguns semas e pela ausência de outros
da esquerda para à direita => relações hiperonímicas
da direita para à esquerda => relações hiponímicas
Importante: o lexema pertence à parole e por isso está subordinado à 30
história e à cultura
Semema
É o lugar (virtual) de encontro de semas hierarquizados,
provenientes de diferentes sistemas sêmicos. Pode ser definido:
a partir do sema (ex. no sistema sêmico da espacialidade)
a partir do lexema (unidade linguistica pela qual se manifesta na
instância da parole)
Exemplo:
lexema “cabeça” = parte (do corpo) unida ao corpo pelo pescoço;
recoberta pela pele e cabelos, unicamente a parte óssea.
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Núcleo sêmico
Conteúdo positivo invariável de um lexema (semema).
Exemplos:
quebrar a cabeça (meditar sobre um problema)
ser um cabeça dura (teimoso)
não caber na cabeça (ser inadmissível)
bater a cabeça (cometer tolices)
todas tem um único “efeito de sentido” capaz de ser
traduzido por “parte óssea da cabeça”, pois óssea contém os
traços semânticos /objeto/+/material/+/rígido/ e pode
combinar-se na mesma frase com quebrar, caber, bater.
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Semema
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Classemas (semas contextuais)
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Sema contextual
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Exemplos de eixos semânticos de articulações sêmicas
diferentes, em que essas articulações sêmicas diferentes
traduzem caracterizações diferentes de ver o mundo
(substância do conteúdo), através de recortes diferentes
(formas de conteúdo) que definem formas diferentes e
específicas de cultura e de civilização:
sagui
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Valência semântica
Dado um termo, é possível estabelecer novos tipos
de associação.
Ensino – Aprendizagem, Pesquisa, Escolas, Alunos,
Professores
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Estrutura dos tesauros
A estrutura dos tesauros e de grande parte dos
vocabulários controlados segue a mesma lógica:
conjunções, disjunções e associações não
hierárquicas.
TERMO GENÉRICO (gênero, todo)
Termos específicos (espécies, partes)
TERMOS RELACIONADOS
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Estrutura
RECURSO MINERAL
dos tesauros
TE CARVÃO
TE LIGNITE
TE PETRÓLEO
PETRÓLEO
TG RECURSO MINERAL
TE GASOLINA
TE ÓLEO DIESEL
TE ÓLEO MINERAL
TR BETUME
TR DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO
TR PARAFINA
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Referências
GREIMAS, A.J. (1973). Estrutura elementar da significação._________. Semântica
estrutural. São Paulo; Cultrix, 1973. p.27-41.
LOPES, E. (1987). A semântica estrutural de Greimas. In: ____. Fundamentos da
lingüística contemporânea. São Paulo : Cultrix. cap.6.4, p.310-335.
FIORIN, J. L. (1995?). As abordagens estruturais em semântica. In: MARI, H.;
DOMINGUES, I.; PINTO, J., org. Estruturalismo: memória e repercussões. Rio de
Janeiro : Diadorim ; UFMG. p. 79-84. (Textos apresentados no Simpósio Nacional
Estruturalismo: memória e repercussões, 1995
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