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II.

A ação humana e os valores

2. Os valores – Analise e compreensão da experiência


valorativa

2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios


valorativos

ana monteiro
Axiologia – disciplina filosófica que é também chamada filosofia dos
valores.
- analisa a natureza dos valores.

Coisas a que atribuímos valor

água

actos pão

Coisas a que
atribuímos
valor

opiniões saúde

livros

ana monteiro
O que são os valores?
Natureza e características

Não somos indiferentes à realidade que nos circunda – somos afectados por ela.

Exprimem o
que julgamos
importante e
Valores significativo na
nossa vida

Padrões de Preferências que


atribuímos a
referência em determinadas
função dos coisas, pessoas,
quais julgamos situações , actos…
a realidade. que detrimento
de outras.

são qualidades
que se São os
atribuem aos critérios das
objectos. Estes nossas
orientam a preferências
nossa acção,

ana monteiro
A atitude valorativa

 Em nome da amizade - abstemo-nos de dizer coisas que magoam os


nossos amigos
 Em nome do amor – desafiamos convenções sociais.
 Em nome da saúde – deixamos de fumar e praticamos exercício.
 Em nome da liberdade – lutamos e corremos riscos.
 Em nome da solidariedade – ajudamos os mais carenciados.
 Em nome dos nossos sonhos – deixamos um curso de direito para
seguir uma carreira musical.
 Em nome de Deus - renunciamos aos prazeres mais terrenos.

Os valores condicionam a nossa acção.

Os valores influenciam as nossas decisões.

Justificam as nossas escolhas.


ana monteiro
Características dos valores

Os valores não
são qualidades Os valores são
sensíveis das hierarquizáveis Historicidade Perenidade
Os valores coisas.
não são Os valores são
coisas caracterizados
pela sua
polaridade
• Os valores
•Os valores não • Os valores não apresentam •Os valores têm •Caráter
são. Valem. são sempre dois uma organização • Carácter intemporal de
•Os valores não características polos – o hierárquica. Há temporal e alguns valores;
têm uma que podemos negativo/con- valores que têm relativo de
existência física valores que não
observar nas travalor( pelo mais valor que alguns valores;
como as coisas. coisas, como a sofrem
qual temos outros. Podemos padrões
• os valores cor, a forma ou alterações nem
repulsa) e o dispor os nossos valorativos
atribuem-se às o tamanho. acompanham a
coisas. polo positivo valores numa próprios de
(pelo qual tabela de valores. uma época. história dos
•Não existem homens.
valores em si, temos estima
mas objectos ou e nos atraí.
bens que
possuem valor.

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Hierarquia de coisas que valorizamos

amor

amizade

Riqueza

Saúde

Beleza

Sabedoria

Família

Verão

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Tabela de valores de Max Scheler
Valores úteis
• Caro/barato; capaz/incapaz; abundante/escasso; adequado/inadequado;
conveniente/inconveniente

Valores vitais
•Forte/fraco; enérgico/inerte; são/enfermo

Valores lógicos
•Verdade/falsidade; conhecimento/erro; exacto/aproximado; evidente/provável

Valores estéticos
•Belo/feio; gracioso/tosco; elegante/deselegante; harmonioso/desarmonioso;
sublime/ridículo

Valores ético-morais
• Bom/mau; justo/injusto; leal/desleal; misericordioso/desapiedado;

Valores religiosos
• Santo/profano; divino/demoníaco; milagroso/mecânico; supremo/derivado

ana monteiro
A DIFERENÇA ENTRE MORAL E ÉTICA
Moral e Ética, embora sejam diferentes, são com frequência usados como
sinónimos.

- Origem etimológica
Moral vem do latim mos ou moris, que significa “maneira de se comportar
regulada pelo uso”; ´´“moral” com “costume”,

Ética vem do grego ethos, que tem o mesmo significado de “carácter”,


“costume”. ( sentido que os antigos gregos atribuíam ao homem de bons
costumes era o mesmo do homem de boa índole, de bom carácter.

Por isso, os termos Moral e Ética se confundem, mas guardam entre si


certas diferenças.

ana monteiro
Os costumes, porque são anteriores ao nosso
nascimento e formam o tecido da sociedade em que
vivemos, são considerados inquestionáveis e quase
sagrados (as religiões tendem a mostrá-los como
tendo sido ordenados pelos deuses, na origem dos
tempos). Ora, a palavra costume se diz, em grego,
ethos – donde, ética – e, em latim, moris – donde,
moral. Em outras palavras, ética e moral referem-se
ao conjunto de costumes tradicionais de uma
sociedade e que, como tais, são considerados valores
e obrigações para a conduta de seus membros.

ana monteiro
Moral é o conjunto das regras ou normas de Ética ou filosofia moral, é a disciplina filosófica que
conduta admitidas por uma sociedade ou por um se ocupa com a reflexão a respeito das noções e
grupo de homens em determinada época. princípios que fundamentam a vida moral. Essa
Assim, o homem moral é aquele que age bem ou reflexão pode seguir as mais diversas
mal na medida em que acata ou transgride as direcções, dependendo da concepção de homem
regras do grupo. que se toma como ponto de partida.
A Moral, ao mesmo tempo que é o conjunto de
Assim, à pergunta “o que é o bem e o mal”,
regras que determina como deve ser o
respondemos diferentemente, caso o fundamento
comportamento dos indivíduos do grupo, é
também a livre e consciente aceitação das da moral esteja na ordem cósmica, na vontade de
normas. Deus ou em nenhuma ordem exterior à própria
Isso significa que o ato só é propriamente moral consciência humana. Podemos perguntar ainda: Há
se passar pelo crivo da aceitação pessoal da uma hierarquia de valores ? Se houver, o bem
norma. A exterioridade da moral contrapõe-se à supremo é a felicidade? É o prazer ? É a atividade ? É
necessidade da interioridade, da adesão mais o dever ?
íntima. Por outro lado, é possível questionar: Os valores são
MORAL: conjunto dos costumes e juízos essências ? Têm conteúdo determinado, universal,
morais de um indivíduo ou de uma sociedade que válido em todos os tempos e lugares ? Ou, ao
possui carácter normativo (regras do contrário, são relativos?
comportamento das pessoas no grupo). Conjunto Ou, ainda, haveria possibilidade de superação das
de regras que visa orientar a acção humana, duas posições contraditórias do universalismo e
submetendo-a ao dever, tendo em vista o bem e do relativismo ? As respostas a essas e outras
o mal. Conjunto de normas livre e
questões nos darão as diversas concepções de vida
conscientemente aceites que visam organizar as
moral elaboradas pelos filósofos através dos
relações dos indivíduos na sociedade.
tempos.

ana monteiro
ATO MORAL E ATO IMORAL: o ato moral é
constituído de dois aspectos: o normativo e o
factual. O normativo são as normas ou regras de
acção e os imperativos que enunciam o dever ser.
ÉTICA: parte da filosofia que se ocupa
O factual são os actos humanos enquanto se
com a reflexão a respeito das noções e
realizam efectivamente. Pertencem ao âmbito do
dos princípios que fundamentam a vida
normativo regras como: “Cumpra a sua obrigação de
moral. A ética é uma disciplina teórica
estudar”; “Não minta”; “Não roube”; “Não mate”. O
sobre a prática humana, que é o costume
campo do factual é a efectivação ou não da norma
ou o comportamento humano. No
na experiência vivida. Os dois pólos são distintos,
entanto, as reflexões éticas não se
mas inseparáveis. A norma só tem sentido se
restringem apenas à busca de
orientada para a prática, e o factual só adquire
conhecimento teórico sobre valores
contorno moral quando se refere à norma.
humanos, cuja origem e desenvolvimento
O ato efectivo será moral ou imoral, conforme esteja
levantam questões de carácter
de acordo ou não com a norma estabelecida. Por
sociológico, antropológico, biológico,
exemplo, diante da norma “Não minta”, o ato de
religioso etc. A ética é uma filosofia
mentir será considerado imoral.
prática, ou seja, uma reflexão sobre
ATO AMORAL: considera-se amoral o ato se
a práxis (acção prática) em todos os
realizado à margem de qualquer consideração a
sectores da vida humana.
respeito das normas. Trata-se da redução ao factual,
negando o normativo. O homem “sem princípios”
quer pautar sua conduta a partir de situações do
presente e ao sabor das decisões momentâneas,
sem nenhuma referência a valores.
É a negação da moral.
ana monteiro
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