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Linguagem,

Pensamento e
Representações
Sociais
Silvia Lane
Linguagem e Pensamento
• Skinner: “os homens agem sobre o mundo e o transformam, e são, por sua
vez, transformados pelas consequências de suas ações”;

• A linguagem é, portanto, uma manifestação da totalidade histórico-social: a


linguagem é um produto e uma produtora de história (de sujeitos históricos);

• Produto de uma coletividade: reproduz através de significados os valores e


pensamentos associados a práticas sociais, ou seja, reproduz uma visão de
mundo.
Linguagem e Pensamento
• Qualquer análise da linguagem deve levar em conta seu caráter histórico da coletividade;

• A aprendizagem da língua materna insere a criança na história da coletividade: reproduz o


processo de hominização: a criança começa a se tornar um produto de sua sociedade e
produtora da mesma a partir da inserção na significação da coletividade;

• Vygotski: “uma palavra é um microcosmo da consciência humana”;

• A função da linguagem é representar o mundo: influencia o pensamento e as ações.


Processo de Aprendizagem da
Linguagem
• Leontiev:

• Os significados atribuídos às palavras são produzidos pela coletividade no seu processo histórico
e no desenvolvimento da consciência social: forma os pensamentos e ações;

• Os significados se processam e se transformam através da atividade e pensamentos de


indivíduos concretos e se subjetivam na medida em que retornam para a objetividade material;

• Os significados produzidos historicamente pelo grupo social adquirem no sujeito um


“sentido pessoal”: a palavra se relaciona com a realidade, com a vida subjetiva e com
os motivos individuais.
Linguagem, Pensamento e
Representações Sociais
• Ao falar, a criança constrói suas representações sociais a partir do processo de
reprodução da realidade social;

• Representações sociais: rede de relações estabelecidas, a partir da situação social,


entre significados e situações que interessem ao sujeito e ao grupo social:
objetivação, seleção e coordenação das posições dos outros e de si mesmo.

• A representação social se estrutura pelos objetivos da ação do sujeito social (quem eu


sou, o que eu faço) e pelos dados que concordam ou se opõem a esses objetivos. (ex.:
a representação sobre o papel do “menino”: os objetivos que devem ser alcançados
por ser menino e os dados que devem ser percebidos por ser menino);
• “Usando uma situação simples para ilustrar, imaginemos uma criança entre
um ano e um ano e meio de idade brincando com uma bola — um objeto
redondo que corre, rola, pula se atirada com força — há toda uma série de
ações para experienciar e investigar este objeto denominado “bola”. Na
presença de um adulto, este objeto será designado por “bola”; é possível que
a criança repita apenas “bo” e seja reforçada pelo adulto. Enquanto ela faz a
bola correr pelo chão, repetindo “bo”, “bo”, provavelmente o adulto estará
sorrindo e repetindo com ela: “a bola”, ou “bola bonita”, “bola redonda”.
Num dado momento a bola é jogada para o alto, pondo em perigo um vaso
precioso: “Cuidado! Não jogue a bola assim!” E agora “bó” é perigosa, é
ruim, mamãe não gosta...”. E assim a criança cria a sua representação de
bola”.
Linguagem e Poder
• A palavra é uma arma de poder: a imposição de um significado único e absoluto à palavra é uma
forma de dominação do indivíduo;

• Essa arma de poder só é dominada pelo confronto que o sujeito faz entre diferentes significados
possíveis e a realidade que o cerca: condição para um pensamento crítico, para a consciência
social e para a transformação das relações humanas;

• Função da linguagem como mediação ideológica: produzida por uma classe dominante que detém
o poder de pensar e conhecer a realidade através de explicações e verdades inquestionáveis;

• Contradições cotidianas camufladas por explicações universais: imperativos categóricos: “é assim


que se deve ser”.
O Lugar da Fala
• A ação de falar implica relações de posições!

• “A relação da linguagem com o Real necessariamente sofre a mediação das posições sociais de
grupo e/ou classe social e portanto um discurso está sempre em confronto com um mundo já
repleto de significações sempre já ordenado, sempre já socialmente arrumado; um mundo que é o
efeito de "uma produção social dos sentidos, que reproduz inevitavelmente a produção material, e
pela inserção de cada indivíduo, corpo e alma, neste universo semiológico”;

• “Neste sentido, este universo traz em si toda a ideologia de uma sociedade que se reproduzirá na
linguagem e nos discursos situados”;

• Linguagem enquanto Outro.

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