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LITERATURA

EVANGÉLICA
2. O CRISTIANISMO “SIRO-
PALESTINENSE”

Cartas

Evangelhos
2. O CRISTIANISMO “SIRO-PALESTINENSE”

Cristianismo Judaico
 O cristianismo como renovação do judaísmo

Galiléia
Q
 Marcos
 Mateus
Jerusalém
 Memória posterior – Colégio - Atos
Transjordânia
 Evangelho de João
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
 Quando os livros bíblicos foram escritos, os meios
conhecidos para a produção de textos eram bem diferentes.
Não existiam livros propriamente ditos, e uma parte muito
pequena da população era capaz de ler e escrever.
Naturalmente, os “textos” mais comuns eram pequenas
inscrições em cacos de cerâmica, contratos e cartas em
folhas de papiro, e outras formas de textos que tinham a
brevidade em comum.
 Os primeiros livros eram na verdade rolos, feitos quando se
costuravam folhas de papiro ou de couro, e essa forma
propiciou a produção de textos maiores, que na verdade
não eram produzidos de maneira contínua, mas que eram
grandes ajuntamentos de diferentes fragmentos de
pequenos textos.
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
 Esses fragmentos são o que hoje chamamos de perícopes,
pequenas unidades textuais completas em si mesmas, que
quando reunidas, formam livros como os que temos na Bíblia.
 Cada livro bíblico é na verdade um trabalho de colagem de
pequenas perícopes que podem ter nascido de forma
independente, e por hábito e tradição, mesmo quando um
escriba tinha rolos extensos para escrever, o modo de
escrever permanecia sendo “pericopal”.
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 Nos Evangelhos podemos encontrar esta maneira de produção
literária.
 Os Evangelhos são frutos de um processo redacional dessas
peques perícopes.
 O Evangelista não deve ser considerado como autor, mas,
como um redator.
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, são considerados
como Evangelhos sinóticos.
 a origem do termo “sinótico” é grega oriunda de duas
palavras: sin (“junto”) e opsiV (“ver”).
 Apresentam material paralelo.
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 O Evangelho de João assemelha-se apenas na narrativa da
paixão, nas demais sequências de narrativas se distancia de
forma contundente.
 Para tentar resolver essa questão surgiram diversas hipóteses
acadêmicas:
 A primeira hipótese sustentava a prioridade de Mateus (Johan
Jacob Griesbach). Mateus foi utilizado por Lucas e Marcos é
uma versão resumida de Mateus.
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 Hipótese do “Evangelho Primitivo”
 Hipótese do Fragmento (Friedrich Scheleirmacher).
Fragmentos sobre ditos de Jesus, histórias de Milagres.
 Em 1838, Christian Gottob e Christian Hermann Weisse,
demonstraram que o Evangelho de Marcos deve ter sido o
Evangelho mais antigo e que foi utilizado tanto por Mateus
quanto por Lucas.
 Pouco depois, Heinrich Julius Holtzmann aprofundou essa
proposta, ou seja, que Mateus e Lucas devem ter usado, além
do Evangelho de Marcos, outra fonte desconhecida deste
Evangelista, a fonte dos “Ditos Sinóticos”, que ficou
conhecida como fonte “Q” (Em alemão fonte é Quelle)
 A fonte “Q” se constitui de Ditos de Sabedoria de Jesus,
surgida aproximadamente no ano 50 d.C
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 Essa hipótese ficou conhecida como “Hipótese das duas
fontes, ou Teoria das duas Fontes”

Mc Q

Mt Lc
PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS
ESCRITOS DOS EVANGELHOS
 O Evangelho não representa a sequência cronológica dos
eventos históricos acerca do ministério de Jesus, ele é um
construto teológico do autor do Evangelho.
 Os Evangelistas Mateus e Lucas utilizaram a fonte “Q” com
bastante liberdade.
 Ao lado das duas fontes, os Evangelistas incluem material
diferentes, considerados como “fontes próprias” ou
“particulares”.
 O Evangelho de João dá mais ênfase nos milagres de Jesus.
Seu Evangelho, juntamente com o Evangelho de Marcos,
forneceu mais relatos de milagres que os demais evangelhos.
A PREGAÇÃO DE JESUS
 O conceito predominante da pregação de Jesus é o do reinado
de Deus ( basilei,a tou/ qeou /)

 Jesus anuncia sua irrupção imediatamente iminente, que se


manifesta já agora. Todavia, ele é um conceito escatológico.
Ele se refere ao governo de Deus que põe termo ao atual
curso do mundo, que destrói tudo:

 “que é contrário a Deus, tudo que é satânico, tudo o que agora


faz o mundo gemer, e, pondo desse modo um fim a todo
sofrimento e dor, estabelece a salvação para o povo de Deus
que espera pelo cumprimento das promessas proféticas”
(Bultmann, 2004, p.41)
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Essa ideia de Reino de Deus vem do AT. Todavia, o significado
de “reino” para eles (Israel) é diferente ao que nós,
Ocidentais, pensamos. A palavra malkuta, significa “o poder
de reinar, a autoridade, o poder dum rei”.

 Ele está sempre em processo de realizar-se. Ele significa a


soberania real de Deus em ação, primeiramente como
oposição à soberania real humana, mas também a seguir
como oposta a toda soberania no céu e na terra.

 Virá a hora que Israel será liberto da escravidão dos


estrangeiros e o reino de Deus se revelará em toda a sua
glória, e todos reconhecerão Deus como rei.
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Em resumo: O judaísmo reconheceu Deus como rei. Na era
presente, seu reinado se restringe ao povo de Israel, todavia
no fim dos tempos será reconhecido por todos os povos.

 Jesus comunga da mesma ideia a respeito da Malkuta (Mt


6,10; Lc 11,2; Mc 9,43-48; Mc 14,25; Lc 13,28-29), ou seja,
no seu sentido escatológico.

 Temos a afirmação da proximidade do reino de Deus e o envio


dos discípulos com a mesma mensagem: Mt 10,7; Lc 10,9.11;
Lc 17,20ss)
A PREGAÇÃO DE JESUS
 “A basileia sempre e em todo lugar, nas palavras de Jesus, se
entende escatológicamente; designa o tempo da salvação; a
consumação do mundo, a reconstituição da comunhão com
Deus e o homem.

 Não está vinculada com a principal visão nacionalista de


restauração do reinado davidida.

 Está perto a hora escatológica de Deus, a vitória de Deus, a


consumação do mundo.
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Não está vinculada com a principal visão nacionalista de
restauração do reinado davidida.

 Dois éones

 O presente éon chegou ao fim (Mc 1 ,15).

 “Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes! Pois eu


vos digo: Muitos profetas e reis queriam ver o que vós vedes e
não viram; queriam ouvir o que ouvis e não ouviram! (Lc
10,23s)”
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Quais são os sinais dos tempos?? Ele mesmo! Seu
aparecimento e sua atuação, sua pregação!

 Ou seja, Jesus diz que as profecias de salvação (Is 35,5;


29,18; 61 ,1) se cumprem já, agora, em seus próprios feitos
milagrosos. (Lc 7,22ss); é tempo de Festa Mc 2,18ss

 “Se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, o reinado de


Deus chegou até vós!” (Lc 11,20).
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Tudo isso não significa que o reinado de Deus já é presente,
significa, porém que ele está chegando!

 O ser humano não pode acelera o curso dos acontecimentos


estabelecidos por Deus , que seja por meio de rigorosos
cumprimentos dos mandamentos e por meio de exercícios de
penitência, como presumem os fariseus;

 Ou, por meio de uma expulsão dos romanos pela força das
armas, como presumem os Zelotes.
A PREGAÇÃO DE JESUS
 Pois “a situação do reinado de Deus se assemelha ao caso de
alguém que lança a semente no campo. Ele dorme e acorda no
ritmo de noite e dia, e a semente brota e cresce, sem que ele
saiba como. A terra produz fruto por si mesma, primeiro o
cálamo, depois a espiga, depois o trigo maduro na espiga.
Quando, porém, o fruto está maduro, envia os segadores, pois
chegou a colheita” (Mc 4,26-29); é tempo de salvação!!!

 O vinho e a vinha são símbolos da nova era no Oriente (Mc 2,22);


A veste festiva é dada ao filho perdido (Lc 15); veste-se traje de
núpcias (Mt 22,11); Os velhos tempos já se foram (Mc 2,21)

 Insignificância do início e a grandiosidade do fim; grandes


coisas podem resultar de começos insignificantes! (Mc 4,30-32)
A PREGAÇÃO DE JESUS
 O que é preciso fazer o ser humano frente ao reino de Deus??
Estar de prontidão ou preparar-se!

 É tempo de decisão! “O machado esta posto à raiz!”

 Como saber se já é o momento?? Jesus é o sinal do tempo.


Ele representa a exigência da decisão. A pergunta é: se
alguém de fato que o reinado de Deus ou o mundo e seus
bens; a decisão deve ser radical.

 “Ninguém que que põe a mão no arado e olha para trás é


digno do reinado de Deus (Lc 9,62)”
A PREGAÇÃO DE JESUS
 “Segue-me e deixa que os mortos sepultem seus mortos!” (Mt
8,22)

 Para o reinado de Deus o que conta é estar disposto a


qualquer sacrifício (Lc 14,26; Mc 8,34; Mc 3,35; Mt 13,44-46)

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