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PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
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Os Magos e Jesús
Um Bispo Transferido:
O Caso 'Jacques Gaillot' 327
NO PRÓXIMO NÚMERO:
"O Evangelho da Vida" (Joáo Paulo II). - ■Quem matou Jesús?" (VEJA). -O Domingo
Cristáo. - 'Os Ladróes de Jesús" (bis) por María Winowska. - Os Institutos Secula
res. - "Mensagens de María para o Mundo" (Annie Kirkwood).
2. Depósito no BANCO DO BRASIL, Ag. 0435-9 Rio C/C 0031-304-1 do Mosteiro de S. Bento do
Rio de Janeiro, enviando, a seguir, xerox da guia de depósito para no3so controle.
(1Tm6'20)
Sao Paulo exorta seu discípulo Timoteo a guardar intato o depóstio
da fé; cf. 1 Tm 6,20; 2Tm 1,14.- Nesta exortagáo há nítida referencia ás
leis greco-romanas concernentes aos depósitos. Com efeito; o depósi
to (parathéke) era um valor que alguém entregava a outrem para que o
guardasse e oportunamente o devolvesse. Selava-se entre o depositante
e o depositario um contrato baseado na confianga e na certeza da fide-
iidade. O depositario se obrigava a nao fazer uso da coisa depositada;
seria processado, se o fizesse. O depositario infiel incorria na ira dos
deuses. Os moralistas gregos eram muito severos, equiparando a nao
restituigáo do depósito ao adulterio ou á infidelidade conjugal; era mais
grave do que nao pagar urna divida, porque traía a confianga de um
amigo. Alguns depósitos se faziam nos templos, pois os guardas dos
templos inspiravam mais confianca do que os banqueiros.
Sao estas concepcóes que a palavra "depósito (parathéke)1 su-
póe nos textos paulinos. Com efeito; o Apostólo diz ter recebido de
Cristo o depósito da fé: "Nao recebi o Evangelho nem o aprendí de
algum homem, mas por revelacáo de Jesús Cristo"(GI. 1,12). A lei nao
permitía que o retocasse; cf. 1Tm 1,11; 2Tm 2,8.10; Cl 1, 25-29. Sao
Paulóse considera mero ministro ou servidor do Evangelho (1 Cor 4,1);
era apenas um delegado do Senhor Jesús, e nao um dono do depósito;
ele nao hayia criado a mensagem que apregoava e, por isto, nao havia
de a modificar; ao contrario, ele a quería transmitir intata: "Nao falsifica
mos a Palavra de Deus; muito pelo contrario, manifestando a verdade,
procuramos ganhar a confianga de todos os homens" (2Cor 4,2). Daí
poder o Apostólo dizer no fim da vida: "Combatí o bom combate, termi-
nei a minha carreira, guardei a fé" (2Tm 4, 7). Por isto também espera-
va ouvír a sentenga dirigida ao servo bom e fiel: "Desde já me está
reservada a coroa da justiga, que me dará o Senhor, Justo Juíz, naque-
le Dia"(2Tm 4, 8; cf. Mt 25, 23).
O depósito recebido de Jesús Cristo, o Apostólo o havia passado a
Timoteo (2Tm 1, 6.14), para que Timoteo o transmitisse a outros ho
mens fiéis, e estes a mais outros: "O que aprendeste de mím na pre-
senga de numerosas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que, por
sua vez, seráo capazes de ensiná-lo a outros mais1 (2Tm 2,2).
Pois bem; a designagáo da mensagem do Evangelho como depó
sito enfatiza a intocabilidade das verdades da fé tais como nos foram
transmitidas pelos Apostólos (que as receberam de Jesús Cristo) atra-
vés de geragoes até hoje. A heresia ou deterioracáo do depósito da fé
é assemelhada á gangrena (2Tm 2, 7).
As advertencias do Apostólo conservan) seu pleno sentido em nos-
sos dias. A fé exige coeréncia; é sempre a adesáo a Deus, que nos fala
na penumbra da vida presente. O cristáo ou aceita este santo depósito
com toda a sua grandeza ou - o que Deus nao permita - o rejeita; nao
ouse, porém, retocá-lo ou deteriorá-lo!'
E.B.
289
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXXVI - N9 398 — Julho 1995
1. A DESCOBERTA
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QUANDO FOI ESCRITO O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS? 3
' É de notar que existem cerca de 5.400 manuscritos antigos do Novo Tes
tamento - fato único no setor da paleografía. As outras obras da antiguida-
de tém base em poucos e tardíos manuscritos.
291
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 398/1995
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QUANDO FOI ESCRITO O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS? 5^
293
■PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 398/1995
O texto de Mateus tinha muita autoridade. Foi levado para fora da Pales
tina. Terá servido de modelo ao Evangelho de Marcos escrito em Roma na
década de 60, e Marcos, por sua vez, terá servido de referencial a Lucas, que
escreveu em Antioquia (?) na década de 70 (?).
O texto aramaico de Mateus teve de ser traduzido para o grego, pois esta
era a língua usual do Imperio greco-romano. É Papias quem, por volta de 130,
escreve:
294
O Livro de Q:
1. O CONTEÚDO DO LIVRO
29H
•PER6UNTE E RESPONDEREMOS" 398/1995
críticos, entre os quais Burton L. Mack, afirmam ter restaurado o seu conteúdo:
conteria apenas sentencas de Jesús, e nao dados biográficos. As conclusóes
de Burton L. Mack sao assim expressas na quarta capa do livro:
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"O EVANGELHO PERDIDO"
Nao levem dinheiro, nem bolsa, nem sandalias. Enáo falem com ninguém
pelo caminho'(p. 75).
"Em suas oracoes rezem: Santificado se/a seu nome, pal Que se cumpra
o seu dominio. Dé-nos o pao de cada dia. Perdoe nossas dividas assim como
perdoamos nossos devedores. Enáo nosponha á prova (= em situagáo difícil)"
(P- 76).
Ele disse aínda: 'O reino de Deus é como o fermento que urna mulher
pegou e misturou a tres medidas de farinha de modo que toda a massa fícasse
fermentada"' (p. 78).
297
'PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 398/1995
de pregacáo que os cristáos exerciam. "Q fo¡ relegado por mitologías posterio
res, que nao tinham espaco para seu enfoque particular sobre a autoridade de
Jesús" (p. 223).
Pergunta-se agora:
2. QUE DIZER?
2.1. Ahipótese Q
298
•O EVANGELHO PERDIDO"
299
]2 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
Alias, também em 1 Cor 11,23 afirma o Apostólo ter transmitido aos corintios
o que Ihe fora transmitido, a saber: a mensagem referente á Ceia do Senhor.
Observe-se agora o estilo do texto de 1Cor 15, 3-8: as frases sao curtas,
incisivas, dispostas segundo um paralelismo que Ihes comunica um ritmo notá-
vel. Abstracto feita dos w. 6 e 8, dir-se-ia que se trata de fórmulas esterotipicas,
300
•O EVANGELHO PERDIDO" 13
Estas indicacóes dáo a ver que Sao Paulo em 1Cor 15, 3-8 reproduz urna
fórmula de fé que ele mesmo recebeu já definitivamente redigida poucos anos
(dois, cinco, oito anos?) após a Ascensáo do Senhor Jesús. O v. 6, quebrando
o ritmo do conjunto, talvez tenha sido introduzido posteriormente; quanto ao v.
8, é por certo urna noticia pessoal que Sao Paulo acrescenta ao bloco.
Assim vemos como é erróneo admitir um hiato entre Jesús (tido como
mero "Sócrates judeu") e o Cristianismo; este, com toda a riqueza de seu pen-
samento e sua Mística, já se acha contido no ámago da consciéncia dos pri
meiros discípulos, convictos da grandeza de Jesús após a ressurreicáo do Mestre
e Pentecostés.
301
H 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
mesmo, em 1 Cor 1-2, faz a antítese entre a sabedoria deste mundo e a sabe-
doria do Evangelho, que é a da Cruz; em 2Cor 6,15s diz ainda o apostólo: "Que
acordó há entre Cristo e Beliar? Que relagáo entre o templo de Deus e os
ídolos?". Isto bem mostra que o Apostólo, escrevendo em 57, tinha nítida cons-
ciéncia de que o Cristianismo nada tem que ver com o paganismo.
1Tm 1,3s:"... foi para admoestares alguns a nao ensinarem outra doutri-
na, nem se ocuparem com fábulas (mythois) e genealogías sem fim";
Ver também 2Pd 1,16: "Nao foi seguindo fábulas (mythous) sutis que vos
demos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesús Cristo".
-a Palavra (sem mais) em 1Ts 1.6; 1Pd 3,1; At 4,4; 11,19; Le 1.2;
302
•O EVANGELHO PERDIDO"
1 Cor 11,23: "Eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmití: na noite em
quefoi entregue..."
Passemos a breve
3. CONCLUSÁO
O livro pode causar ¡mpressáo, com suas 265 páginas e seu esforco de
construir hipóteses, mas nao merece o assentímento de quem estuda seria
mente o Novo Testamento.
* * *
303
Celeuma sensacionalista:
"O artigo publicado por esse jornal no último dia 03, as páginas 1 e 2 do
Segundo Caderno, sobre o livro de Jacques Duquesne causou surpresa nao
pela importancia das novidades que trazia, mas pela leviandade com que tra-
tou o assunto 'Jesús Cristo'.
Antes do mais, chamam a atencáo dois erros grossos: Jesús teria nascido
no século V ou VI a. C, quando na verdade se deveria dizer: no ano 6a ou 5*
304
A ENTREVISTA DE JACQUES OUQUESNE 17
antes do inicio da era crista; além disto, á página 2 está dito que Jesús poderia
ser o filho de Cristo, em vez de "Filho de Deus".
O fato de Sao Paulo dizer que Jesús nasceu de urna mulher nao contradiz
á noticia da virgindade de Maria: parthénos (virgem) e gyné (mulher) em grego
nao se excluem mutuamente.
2. ULTERIORES COMENTARIOS
Abordaremos dois dos pontos discutidos por Duquesne, visto que varios
deles já tém sido repetidamente esclarecidos em números anteriores de PR.
308
18 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
pío, só urna vez no Novo Testamento aparece o termo anépsios, e isto numa
carta de Sao Paulo, nao nos Evangelhos, onde só se lé adelphoí: com efeito,
Marcos é dito anépsios (primo) de Barnabé em Cl 4,10. O uso quase nulo de
anépsios e syngem's, no texto grego da Escritura, explica-se pelo fato de que
nenhum deste termos tem seu correspondente em hebraico ou em aramaico:
estas duas linguas semitas empregam "irmáo" e "irmá" para exprimir qualquer
tipo de parentesco próximo. Veja-se, por exemplo, o livro de Tobias: o original
aramaico perdeu-se, mas temos dele duas traducóes gregas feitas dois sécu-
los talvez antes da era crista. Verifica-se que
É preciso levar em conta este costume lingüístico, que estava vivo nos
tempos de Jesús e na época em que a Boa-Nova comecou a ser anunciada em
aramaico. Caso nao considere este dado filológico, o intérprete há de supor no
texto sagrado categorías de expressáo ocidentaís e anacrónicas, o que leva a
conclusóes exegéticas erróneas.
Duquesne alega que Jesús nao falou de pecado original. Por isto nao se
deve dar crédito á doutriña do pecado original como é ensinada pela Igreja.
306
A ENTREVISTA DE JACQUES DUQUESNE 19
Hándel (1685-1759) aos de Gluck (t 1787) e Mozart (t 1791). Foi notável a sua
influencia na historia da ópera, para cuja decadencia concorreram, pois a cola-
boracáo de cantores castrados nao podia deixar de imprimir, cedo ou tarde, um
caráter de "virtuosismo" ou "preciosismo" as representacóes artísticas (a técni
ca e os meios passaram a ter maior importancia do que os fins da arte).
307
Que houve?
OS MAGOS E JESÚS
308
OS MAGOS E JESÚS 21
309
22 'PERPUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
"O Senhor disse a Moisés em Madiá: 'Vai, volta ao Egito, porque todos
aqueles que atentavam contra a tua vida estáo morios'. Moisés tomou consigo
sua mulher e seus filhos, fé-los montar em jumentos e voltou para o Egito".
310
OS MAGOS E JESÚS 23
c) A ordem de Faraó para que fossem mortos todos os meninos dos ju-
deus aparece como algo de necessário ñas narrativas judaicas, já que o mo
narca nao teve ulteriores noticias a respeito do Salvador dos judeus (apenas
Ihe disseram que nascera ou estava para nascer). - Ao contrario, no Evange
lho Heredes só manda matar os pequeninos de Belém e arredores depois de
ter tramado um plano de morticinio direto: este plano fora frustrado por nao
terem os magos voitado a Jerusalém.
311
24 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
312
OS MAGOS E JESÚS 25
Oriente pelos judeus por ocasiáo do exilio (séc. VI a. C.) e após este (tenha-se
em vista que as historias bíblicas de Tobías e Ester se deram na Pérsia). Em
Alexandria (cidade fundada no séc. IV a. C.) estabeleceu-se próspera colonia
judaica que, por meio de escritos diversos, difundía a sua espiritualidade e as
suas crer^as religiosas.
b) Tácito (t 120 d. C), por muito ufano que fosse de sua linhagem roma
na, escreveu:
Estes testemunhos da historia dáo a ver que no Oriente antigo havia sabi
os ou pensadores preparados para receber e compreender o aviso que, confor
me Mt 2, o Senhor Ihes quis dirigir por ocasiáo do nascimento de Jesús. - De
resto, para um historiador crístáo nao é absurdo admitir que a Providencia te-
nha, por um sinal celeste congruente, comunicado aos pagaos que se cumprira
a expectativa de um Salvador acalentada pelos judeus.
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26 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
3. CONCLUSÁO
314
OS MAGOS E JESÚS 27
315
Tema candente:
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TRADIQÁO. FAMILIA E PñOPRIEDADE (TFP)
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30 -PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
Eis outras penitencias: andar de quatro, andar com o travesseiro ñas cos
tas, andar com roupas pelo avesso, colocar creme de barbear no rosto até
secar, ficar com o rosto voltado para a parede durante certo tempo.
318
TRAD1CÁO, FAMÍUAE PROPRIEDADE (TFP)
Por isto também PCO condena o Papa, que procura aproximar-se do povo,
viajando pelo mundo inteiro e fomentando o igualitarismo. A mesma reprova-
cáo merece a Liturgia renovada, pois ela "empobrece" a grandiosidade da Igre-
ja. Nem Mons. Lefébvre nem Gustavo Corcáo suscitan) a simpatía de PCO,
que os tem na qualidade de falsos dirertistas. Somente a TFP está a salvo de
desvíos. Pois a ela toca urna missio superior á dos Apostólos; estes tiveram
que cristianizar o mundo, ao passo que a TFP o deve recristianizar - o que é
muito mais difícil, por causa das mazelas acumuladas e do igualitarismo. Aos
jovens membros da Sociedade é prometida a elevacáo á condicáo de anjo, tal
a grandeza da missáo que Ihes é confiada; quem acredita nisto, nao mede
sacrificios, chegando a aceitar a plena submissáo ao profeta. Quanto a este, é
tido como o maior de todos os doutores da Igreja; donde a "honra" de Ihe ser
subserviente. A "Oracáo do Resto", composta pelo Prof. Plínio em 1975 dizia:
"Eu sou a grandeza! Eu tenho a forca dos confessores, a coragem dos márti
res, a obediencia de S. Inácio, a grandeza de S. Gregorio Magno, a pobreza de
S. Francisco de Assis!".
3. O PROFETA
319
32 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
DECLARACÁO
Nesse ambiente de nossos dias em que tudo fala de naturalismo, sei que
minha vida é toda sobrenatural. Nao sou eu quem vive, mas é Meu Senhor (Dr.
Plínio) que vive em mim. Dele me vém todas as grasas, o espirito dele me
habita e posso fazer, nessa uniáo de escravo, tudo quanto ele mesmo pode.
Olhando para dentro de mim mesmo e vendo tanta microlice, sei que a fé
em tudo quanto acabo de dizer me dará participacáo na própria grandeza de
Meu Senhor (Dr. Plínio) e fará de mim um perfeito Apostólo dos Últimos Tem-
pos, segundo a oracáo profética de S. Luiz Maria Grignon de Montfort.
Em tudo isto eu creio, mas óh Meu Senhor (Dr. Plínio) ajudai a minha
incredulidade".
"Ave Luiz Plínio Elias (nome oficial do Dr. Plínio na Sagrada Escravidáo),
cheio de amor e de odio, a Ssma. Virgem é convosco, bendito sois vos entre os
fiéis, e bendito é o fruto do vosso amor e odio -, a Contra-Revolucáo.
320
TñADIgÁO. FAMILIA E PROPRIEDADE (TFP) 33
Havia também urna ladaínha para ele que se dizia ter sido composta por
Marcos Ribeiro Dantas (escravo Plínio Paulo). Urna das jaculatorias era
"Precusor de Elias, rogai por nos".
Dr. Plínio dava a béncáo aos seus escravos. As vezes eles a recebiam
deitados no chao, com o rosto voltado para cima, e entáo Dr. Plínio punha o
seu pé direito sobre o rosto deles e dava a béncáo dizendo: "Benedictio Matris
et Mediatricis descendat super te et maneat semper".
A cerimónia prosseguia pelo ósculo dos pés e das máos do profeta por
parte do escravo. A seguir, o Dr. Plínio deixava o trono e nele entronizava seu
novo escravo. pois este era entáo um novo Plínio. Dr. Plínio beijava entáo os
pés e as máos do seu novo escravo. Gracas á uniáo transformante que se
dava entre eles, um vivía no outro. O escravo era um novo Plínio. Por isto
321
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
Falando de seu poder e de seus escravos, Dr. Plínio perguntava: 'O que é
ser papa em comparacáo com isto?"
Dr. Plínio passou a ser designado pelo codinome de 'María'. Por isto es-
cravo de María era escravo de Plínio.
1.433.401 2.481.149"
Este documento parece auténtico, pois a TFP Ihe respondeu sem contes
tar as denuncias contidas no mesmo, mas tentando apenas dar-lhes urna justi
ficativa baseada na doutrina da escravídáo marial de S. Luís María Grignion de
Montfort.
322
TRADIgÁO, FAMILIA E PROPRIEDADE (TFP)
4. A FIGURA DE Da LUCÍLIA
Lucília Ribeiro dos Santos Correa de Oliveira era urna senhora da socie-
dade paulisla bem educada e sorridente, mas um tanto arredia ao fervor religi
oso. Fez sua primeira confissáo sacramental aos trinta anos de idade. quando
se preparava para o casamento. Sua vida era correta, mas nao se caracteriza-
va por especial cultivo da santidade. Todavía entre Lucília e seu filho Plinto
sempre houve profundo relacionamento afetivo. Ele a chamava "Lu" e ela o
tratava como "Manguinha".
Após a morte de Dfl Lucilia (1969), o Dr. Plinio houve por bem devotar-lhe
um culto de veneracáo que só cabe aos Santos ou que excede mesmo a cos-
tumeira veneracáo dos Santos. O túmulo passou a ser guardado pelos militan
tes; em cada sede da TFP comecou a haver escalacáo para visita, a ponto que
esta se tornou obrigatória para alguns teefepistas. Por ocasiáo da exumacáo
dos restos moríais, acreditava o Dr. Plinio que se encontrassem ainda incólu
mes - o que nao se deu, para decepcáo do mestre e de seus discípulos. Em
alguns núcleos da TFP sao distribuidos bombons "mandados pelo além"; junto
aos bombons vem sempre um bilhetinho carinhoso assinado por a tua Lu com
letra semelhante á da falecida; as mensagens dizem geralmente: "Vocé preci
sa de ser mais obediente", "Vocé precisa de se aplicar mais", "Vocé precisa de
rezar mais o terco, mais jaculatorias...".
5. O VOCABULARIO DA TFP
A TFP possui seu jargáo específico, sendo que alguns termos do mesmo
só podem ser entendidos pelos iniciados. Eis alguns exemplos:
323
36 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
"Fassur(a)" designa a pessoa que leva urna vida considerada imoral pelos
seguidores do profeta.
Além destes vocábulos, existem na TFP letras de cancóes que tém senti
do duplo e tendem discretamente a exaltar as pessoas de PCO e de sua máe;
a maior parte desses textos foi redigida originariamente em francés.
324
TRADICÁO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE (TFP)
6. CONCLUSÁO
Nao é necessário descer a outros pormenores para dar urna idéia do que
seja a TFP. Aínda que alguns tópicos do livro de G. Folena estejam ultrapassa-
dos ou se ressintam de exageras, pode-se afirmar que tal obra e o resumo da
mesma aqui apresentados reproduzem fielmente o "espirito" ou a mente da
TFP. Giulio Folena adverte com certa razáo: "Se os responsáveis por este país
nao se derem conta das monstruosidades do Ermo Sao Bento, teremos logo a
repeticáo do episodio da Guiana. O Jim Jones está mais do que desenliado".
BISPOS DO BRASIL
reunidos na 23a Assembléia Nacional da CNBB".
APÉNDICE
32S
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
carta que apoia e abencoa a Campanha, "cujos objetivos sao altamente provei-
tosos para as almas católicas" (carta datada de 17/03/94).
Para lera Historia da Igreja. Vol. II: Do sáculo XVao secuto XX, porJena
Comby. Traducáo de María Stela Gongalves e Adail V. Sobral. - Ed. Loyola,
Sao Paulo 1994, 210x210mm, 242pp.
Jean Comby é professor da Faculdade Católica de ¿yon (Franca). Escre-
veu urna historia da Igreja em dois volumes, dos quais o primeiro vai até o
secuto XIV. O trabalho tem suas características origináis, que o tornam valioso.
Com efeito, além de colocar a historia da Igreja em estreita relacáo com a
historia geral da humanidade, o autor póe o leitor em contato com as fontes
escritas. Aprésenla, sim, demaneira sucinta a trama dos acontecimentosprin
cipáis, que constituem a espinha dorsal da historia da Igreja, e dedica grande
parte do seu trabalho á transcrigáo de textos dos personagens e das institui-
cóesque desempeharam papel importante em cada época dopassado. Assim
o leitorpoderá tomarconhecimento de trechos de E/asmo de Rotterdam, Lutero,
Caivino, Thomas More, Sao Francisco Xavier, Jean-Jacques Rousseau, Pió
VI... Paulo VI... Tratase de escritos inacessiveis a muitos estudiosos, que as
sim se tornam presentes ao leitor.
A obra se volta, com especialinteresse, para os acontecimentos da Igreja
na Franga, sem perder a sua visáo panorámica ou universal, apresentada de
maneira imparcial e objetiva.
Pode-se crer que os dois volumes de Jean Comby sao aptos a prestar
bons servicos. Vieram preencher urna ¡acuna importante. Apenas seria para
desejar um complemento de bibliografía brasileira.
326
Um Bispo transferido:
1.FALAASANTASÉ
Algumas dessas missivas exprimem urna inquietacáo real, seja por causa
do próprio Bispo em questáo, seja por causa do ministerio que ele tencionava
327
40 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
e) Nao é exato afirmar que nao tenha havido diálogo com o interessado
antes que a medida fosse tomada. Ao contrario, o diálogo se proiongou durante
dez anos, no espirito que recomendam o Evangelho e Sao paulo (cf. Mt 18.15-
17 e 1Cor 1,10-13). Ele se realizou tanto com aSanta Séquantocom numero
sos Bispos e com o Presidente da Conferencia dos Bispos da Franca, como
atesta a Declaracáo comum do Cardeal Decourtray e de Mons. Gaiilot publicada
a 15 de fevereiro de 1989. Desta Declaracáo está anexada urna copia ao pre
sente documento. Além disto, como precisou o comunicado á imprensa de 13
de Janeiro último, o próprío Santo Padre se entreteve a respeito com Mons.
Gaillot, quando de sua visita ad limina. Está, pois, claro que foram empregados
os recursos para se chegar a um acordó harmonioso. Infelizmente esses esfor-
cos nao obtiveram resultado.
328
O CASO "JACQUES GAILLOT'
Um Bispo é Bispo para sempre, mesmo sem diocese. Mons. Gaillot con
tinua sendo Bispo com todos os direitos, mas também com os deveres de um
sucessor dos Apostólos, dos quais o primeiro é o seryico da comunháo na
unidade da verdade".
"A decisáo, tomada pelo Santo Padre, de dispensar Mons. Gaillot da res
ponsabilidade da diocese de Evreux suscitou em toda parte vivas reacoes.
Mons. Gaillot nao está sob suspeita quanto á sua fidelidade a Cristo, nem
quanto aos seus esforcos de presenca ativa junto aos excluidos. Ele continua
Bispo da Igreja Católica. É o que manifesta o fato de Ihe ter sido dado o título
de Bispo de Parténia. Na Igreja Católica, todo Bispo é Bispo de um lugar. Aos
que nao estáo encarregados de urna diocese, como é, por exemplo, o caso dos
Bispos Auxiliares, dá-se o título de Bispo de urna cidade antiga que tenha sido
outrora o centro de urna diocese.
329
£2 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
Muitas vezes os Bispos se lamentaram por ver Mons. Gaillot táo alheio á
Conferencia Episcopal e aos trabalhos desta. O convite para aderir á prática da
colegialidade Ihe foi dirigido muitas vezes, sempre de maneira fraternal, embo-
ra com insistencia. Cabe aqui lembrar a Declaracáo comum do Presidente da
Conferencia dos Bispos da Franca, que era outrora o Cardeal Decourtray, e de
Mons. Gaillot, publicada a 15 de fevereiro de 1989. Apesar dessa Declaracáo,
Mons. Gaillot evidenciou estar distante de varios pontos de disciplina e de Mo
ral que nao deixam de ter implicacóes teológicas.
Por certo, nem todos os textos publicados pelo Papa gozam da mesma
autoridade. Mas o Concilio pede aos fiéis 'o reconhecimento respeitoso do su
premo magisterio do Papa e a adesáo sincera as suas sentencas, sempre de
acordó com a mente e a vontade do Sumo Pontífice. Esta mente e vontade
constam principalmente ou da índole dos documentos ou da freqüente proposi-
cao de urna mesma doutrina ou de sua maneira de falar" (Constituicáo Lumen
Gentium n° 25). Como um Bispo, cuja missáo é a de ajudar o Povo de Deus a
vrver na comunháo da fé católica, se poderá subtrair a esta regra de conduta?
330
O CASO -JACQUSS GAILLOT' 43
3) A atencáo aos mais pobres faz parte de nossa vida eclesial. Ela é urna
parte essencial e primordial da mesma. O fato de que Mons. Gaillot se tenha
tornado urna figura emblemática nos diz quanto a sociedade conta com a Igreja
para participar desse esforco em favor dos pobres. Seria urna injuria as múlti
plas associacóes católicas e á multidáo que trabalham pela soiidariedade nao
mencionar a labuta discreta e eficaz desses grupos. Todas as dioceses tém
desenvolvido e aínda desenvolvem um imenso esforco no tocante á questáo
social. Disto fizemos um bataneo numa Assembléia plenáría extraordinaria dos
Bispos da Franca em abril de 1994 em París.
331
44 TERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
miliar, filhos privados de ambiente afetivo normal. E, mais que tudo. verifica
mos a falta de um parámetro espiritual para responder á questio: 'Por que é
que eu vivo?'
3. PRONUNCIAMENTOS PESSOAIS
Sim; quero.
Sim; quero.
332
O CASO MACQUES GAILLOf
Sim; quero.
Sim; quero'.
"Isso foi urna licáo para nos. Nenhum de nos é dono da Igreja, nem os
Bispos nem algum outro cristáo.
A nenhum de nos é lícito exercer sua missáo a seu bel-prazer. Cada qual
deverá dar contas a Deus. Um Bispo nao pode ser um servidor da Igreja de
Cristo em detrimento desta. Sei que Mons. Gaillot é um homem de oraclo.
Peco a Deus que essa provacáo se torne, para ele, um renovado apelo a seguir
o Cristo, como alias ele mesmo decidiu livremente ñas anteriores etapas de
sua vida".
4. CONCLUSÁO
333
46 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 396/1995
334
Na historia e no cinema:
335
48 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 398/1995
2. OS MOTIVOS MUSICAIS
336
r
€M COMUNHñO
Revista bimestral (5 números: margo a dezembro)
Editada pelo Mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro, desde
1976 (já publicados 107 números), destina-se a Oblatos
beneditinos e pessoas interessadas em assuntos de
espiritualidade bíblica e monástica. - Além de artigos, contém
traducoes e comentarios bíblicos e monásticos, e, ainda a
crónica do Mosteiro.
C - Apresentagáo á Comunidade.
0 - Rito de delegacáo.