Erich Fromm (Frankfurt am Main, 23 de março de 1900
— Muralto, 18 de março de 1980) foi um psicanalista alemão, filósofo e sociólogo. Família judia extremamente religiosa. No fim dos anos 20, Fromm começou sua formação psicanalítica no Instituto de Psicanálise de Berlim junto a um aluno de Freud que não era médico, o jurista Hanns Sachs. Neste período, ele e sua esposa desistiram de seu estilo de vida judeu ortodoxo. Depois da tomada do poder por Hitler, Fromm mudou-se para Genebra, emigrando em maio de 1934 para os Estados Unidos.
A partir de 1957, ele filia-se ao movimento pacifista americano.
Pessoalmente, sempre representara um socialismo humanista e democrático. Obra
Ainda nos anos 1950, a maioria dos sociológos seguia
o chamado relativismo sociológico: Estavam convencidos de que o ser humano era totalmente maleável e que poderia viver em quase todas condições. Disto, concluíam duas coisas: Uma sociedade que em princípio funcionasse, seria saudável; As doenças psíquicas eram uma conseqüência de erros no indivíduo; os doentes psíquicos não teriam sido suficientemente capazes de se adaptar. Fromm defendia frente a essa tese um humanismo normativo: O ser humano tem, segundo Fromm, não apenas necessidades básicas físicas, mas também necessidades básicas psíquicas, enraizados em sua existência. Disto é possível concluir que para a saúde psíquica do ser humano existem critérios que podem ser ou promovidos ou oprimidos por um dado sistema social. O estado de saúde de uma sociedade pode, portanto, ser examinado. Realmente, o ser humano pode viver sob diversas condições, mas se estas forem contrárias a sua natureza humana, ele reage a elas, ou mudando as relações existentes, ou abdicando de suas faculdades humanas condicionadas à razão, por assim dizer, distanciando-se, tornando-se apático. Fromm desenvolve uma modificação crítica ao trabalho de Freud, a teoria do caráter autoritário: "O poder externo da sociedade confronta-se com a criança crescida numa família através dos pais e (...) especialmente através do pai. O pai é, em relação ao filho o primeiro veiculador da autoridade social, não sendo, em relação ao conteúdo, seu modelo, mas sim sua cópia. " Fromm prescinde da visão freudiana da formação da psique e especialmente do superego do pequeno círculo da família e deduz tal formação do superego do poder externo da sociedade, que autoriza o pai a erigir o superego do filho. Para Fromm as autoridades sociais possuem da mesma maneira sempre qualidades de superego, vide por exemplo o discurso dos soberanos ou de políticos que tomam crianças em seus braços. O sentimento de pertinência impede em nível decisivo o desenvolvimento da imperfeição em uma neurose realmente percebida. Além deste fato, a sociedade oferece diversos “antídotos” que impedem o irromper de uma doença. Fromm cita neste contexto os “opiáceos culturais”, como televisão, rádio, smartphones ou eventos esportivos. A situação humana
Os animais vivem em harmonia total com a natureza.
Eles vivem em condições que aceitam como dadas e com as quais eles podem lidar. Em contraposição com os animais, desenvolveu-se no homem a capacidade de transcender seu ambiente, através da razão que lhe foi dada e com isso extrapolar a realidade que o cerca. Ele se elevou sobre a natureza e pode em certa medida recriá-la e dominá-la. Este seu dom dos mais elevados é ao mesmo tempo sua danação. ”Todas as paixões e buscas humanas são tentativas de encontrar uma resposta à sua existência ou, igualmente, poderia-se dizer que são tentativas de escapar ao adoecimento da alma.” Estando as necessidades animais satisfeitas (fome, sono, sexo, etc), emergem as necessidades humanas no primeiro plano. As necessidades básicas da alma humana Pelo papel especial do homem em relação à natureza, que o condena a uma certa falta de pátria, é especialmente importante para o homem encontrar um caminho, orientar-se no mundo e assim entrar em uma nova relação com ele. Sentimentos antagônicos como amor e ódio não são grandezas que existem independentemente, mas sim têm de ser vistas como respostas à mesma pergunta. A diferença está apenas em que apenas o primeiro leva à felicidade. Experimentação da identidade por individualidade ou conformidade
Sentir-se como um “eu”, portanto como ser separado de seu
ambiente, não é apenas um problema filosófico, mas uma importante premissa de saúde da alma. Como o homem deve viver independentemente e sem raízes naturais, ele tem de ser capaz de formar uma imagem de si. No amor, o ser se une a outro ser, mantendo apesar disto, concomitantemente, a integridade de seu self, portanto sua separação. O amor entre dois seres em parceria acontece em uma renovação constante entre separação e união. Adicionalmente, o egoísmo do indivíduo existe em tão pequeno grau que as necessidades do outro são sentidas como tão importantes quanto as necessidades do próprio ser. Raízes por irmandade ou incesto A relação entre mãe e filho oferece o mais alto grau de enraizamento. A profundidade do sentimento de segurança, calor e proteção é aqui tão forte que mesmo na idade adulta existe ainda uma ânsia por ele. O corte do cordão umbilical é um processo assustador, mas certamente necessário para a humanização individual. O humano como grandeza abstrata O ser é visto na sociedade atual e mundo econômico principalmente como partícula impessoal ao invés de personalidade individual. Indiferentemente se na empresa ou no mundo do consumo, ele se tornou uma grandeza abstrata que pode ser expressa em números e, por conseguinte, calculada. Um bom exemplo é o burocrata típico. Para ele, as pessoas, sobre cujo destino ele provavelmente decide, existem somente como objetos e números sobre um papel. Isto lhe possibilita tomar decisões sobre elas, sem empatia ou sentimentos interpessoais como simpatia ou antipatia. Algo similar ocorre com o grande empresário, que com uma assinatura pode despedir 100 pessoas, sem nunca tê-las conhecido e sem saber sobre suas condições de vida. PUBLICAÇÕES
A ARTE DE AMAR TER OU SER MEDO A LIBERDADE ANATOMIA DA DESTRUTIVIDADE HUMANA