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NORMAS JURÍDICAS
• Na sua finalidade de ordenar a conduta humana,
obrigatoriamente, o direito valora os fatos e,
através das normas jurídicas, erige a categoria de
fato jurídico aquele que tem relevância para o
relacionamento inter-humano. Vê-se, portanto,
que os fatos sociais relevantes para o
relacionamento inter-humano são normatizados,
ou seja, os fatos jurídicos são um campo do
universo dos fatos sociais, fazendo surgir direitos,
deveres, pretensões, obrigações.
• A eficácia do fato jurídico é a concretização
das suas consequências jurídicas,
representadas estas pelo surgimento de
direitos e deveres entre as partes envolvidas
no relacionamento. Mas é importante que se
compreenda: Todo fato jurídico é antes
demais nada um fato social.
• Um exemplo para ficar mais bem compreendido:
As meras relações de cortesia não criam direito,
como a de “A” poder exigir que seu vizinho “B” o
cumprimente toda manhã, sob pena de ser
constrangido a fazê-lo ou punido por não o fazer.
Este mesmo fato do cumprimento, em outras
situações, pode acarretar resultados jurídicos – é
o acontece entre os militares (nossa realidade!!),
em que pode ser punido o subordinado que não
prestar continência ao seu superior – porque há
uma norma jurídica que assim o estabelece.
• Assim, as normas jurídicas são as regras
imperativas pelas quais o direito se manifesta, e
que estabelecem as maneiras de agir ou de
organizar, impostas coercitivamente aos
indivíduos, destinando-se ao estabelecimento da
harmonia, da ordem e da segurança da sociedade
humana.
• Mas não há que confundir norma jurídica com lei.
A primeira tem o caráter de conteúdo, já a
segunda é de natureza formal.
Agora já podemos entender que as normas jurídicas, como
estabelece Antonio Nunes (2000), elas reúnem as seguintes
características:
• Bilateral – envolve duas partes
• Generalidade - é geral; atinge a todos sem distinção
• Imperatividade – poder de mando da norma; impõe
conduta individual e coletiva e também a organização
social.
• Abstrata – não personaliza.
• Coercitiva – impõe-se à vontade do indivíduo e é imposta
pelo Estado
• Sanção – estabelece uma punição.
FONTES DO DIREITO
Devemos de início buscar entender o sentido
da expressão “fonte do direito”.
Não precisamos sair do senso comum para
entender o seu significado. Fonte é a nascente
da água, e especialmente é a bica donde verte
água potável para o uso humano. De forma
figurativa, então o termo ‘fonte’ designa a
origem, a procedência de alguma coisa.
Vai-se dizer, então, que fonte do direito é o local
de origem do Direito; é, na verdade, já o próprio
Direito, mas saído do oculto e revelado ao
mundo. A fim de evitar uma polêmica ou um
debate acirrado sobre o tema, já que, conceitos e
classificações podem vir a variar de autor para
autor. Vamos utilizar a previsão prescrita na Lei
de Introdução do Código Civil (BRASIL, 1942) que
considera fontes formais do direito, a lei, a
analogia, o costume e os princípios gerais de
direito e não formais a doutrina e a
jurisprudência.
• Lei – regra de direito, abstrata e permanente,
dotada de sanção, expressa pela vontade de uma
autoridade competente, de cunho obrigatório e
de forma escrita;
• Analogia – Processo de raciocínio lógico pelo qual
o juiz estende um preceito legal a casos não
diretamente compreendidos na descrição legal. O
juiz pesquisa a vontade da lei, para transportá-la
aos casos que a letra do texto não havia
compreendido;
• Costume – uso reiterado de uma conduta
pelos membros ou uma parcela do corpo
social, formando-se paulatinamente, quase
imperceptivelmente, chegando a determinado
momento, em que aquela prática reiterada é
tida como obrigatória. É necessário que o
costume tenha certo lapso de tempo, pois se
deve constituir em um hábito arraigado, bem
estabelecido.
• Princípios gerais do direito – Existem muitas
teorias de ordem filosófica o que procuram
explicar os Princípios gerais de Direito.
Didaticamente podemos dizer que são regras
oriundas da abstração lógica do que constitui o
substrato comum do direito. Por ser um
instrumento tão amplo e de tamanha
profundidade, sua utilização é difícil por parte do
julgador, pois requer traquejo com conceitos
abstratos e concretos do Direito e alto nível
cultural.
• Doutrina – é o trabalho dos juristas, dos
estudiosos do direito dentro dos campos
técnico, científico e filosófico.
• Jurisprudência – Conjunto de decisões dos
tribunais, ou uma série de decisões similares
sobre uma mesma matéria.
CESSAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA
LEI
Revogação – consiste na cessação da
obrigatoriedade da lei. A lei só perde sua
obrigatoriedade quando outra lei de mesma ou
superior hierarquia a revoga.
Formas de revogação:
– Quanto ao conteúdo
Ab-rogação – consiste na revogação de todo o texto
da lei.
Derrogação – é a revogação parcial do texto legal,
permanecendo em vigor alguma parte da norma.
Quanto à forma
Auto-revogação – a própria lei fixa o prazo de sua
vigência, ou seja, determina a data em que
deixará de ser obrigatória.
Expressa – quando a lei revogadora diz quais os
textos da lei anterior são revogados.
Tácita - a lei revogadora nada diz a respeito dos
textos revogados, seu conteúdo e que é
incompatível com o texto da lei anterior, seja
total ou parcialmente.
RELAÇÃO JURÍDICA
• O estudo deste tema necessita a compreensão
sobre desdobramentos da palavra direito, ou
seja, diversas denotações da mesma palavra
que são, para o nosso interesse, traduzidas
pelas expressões direito objetivo e direito
subjetivo.
• Direito Objetivo é a regra de direito, a regra imposta
ao proceder humano, a norma de comportamento a
que o indivíduo deve se submeter, o preceito que deve
inspirar sua atuação. A não observância pode ser
compelido mediante coação. O direito objetivo designa
o direito enquanto regra.
• Direito Subjetivo é o poder. São as prerrogativas de que
uma pessoa é titular, no sentido de obter certo efeito
jurídico, em virtude da regra de direito. A expressão
designa apenas uma faculdade reconhecida à pessoa
pela lei e que lhe permite realizar determinados atos. É
a faculdade que para o particular deriva da norma.
Por outras palavras, direito objetivo é o conjunto das regras
jurídicas (norma agendi), direito subjetivo é o meio de
satisfazer interesses humanos (facultas agendi).
Como exemplo, respeitar as normas de trânsito é um
direito objetivo imposto ao indivíduo. Ao abrir o Código
Penal (BRASIL, 1940) e ler o art. 138 que tipifica o crime de
Calúnia está ali exposto o direito objetivo que é a proibição
de A caluniar B. Como exemplo de direito subjetivo,
exemplificamos o direito a propriedade que gera as
prerrogativas de usar, gozar e dispor do bem. Outro
exemplo é a faculdade de B que foi caluniado exigir do
sistema jurídico a aplicação de uma sanção
institucionalizada.
A partir deste entendimento torna-se fácil à
compreensão deste tópico.
A relação jurídica é antes de tudo uma relação
social. Não é uma relação social comum. É na
verdade uma relação social especial,
estabelecendo uma correlatividade entre os
direitos e poderes e as obrigações e deveres.
Uma vez produzido o fato jurídico, surge um
vínculo entre dois ou mais sujeitos de direito, em
virtude do qual um deles tem a faculdade de
exigir algo que o outro deve cumprir.
• Basicamente, constitui-se a relação jurídica de
quatro elementos essenciais, que são: a)
SUJEITO ATIVO b) SUJEITO PASSIVO c)
VÍNCULO JURÍDICO ou VÍNCULO DE
ATRIBUTIVIDADE d) OBJETO. (MONTORO,
2006).
• Sujeito Ativo é, propriamente o titular do direito
subjetivo, é aquele que, tem as vantagens dele e
dele pode tirar os benefícios e proventos
exercitando-o nos termos da lei. (PLÁCIDO E
SILVA, 2003).
• Sujeito Passivo é aquele que se pode exigir o
cumprimento de uma obrigação, estando assim
submetido a um dever jurídico de satisfazer o
objeto da obrigação, de que é o devedor.
(PLÁCIDO E SILVA, 2003).
Os sujeitos ativos e passivos são extremamente dinâmicos.