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ORÍGEM E CARACTERÍSTICA DAS

NORMAS JURÍDICAS
• Na sua finalidade de ordenar a conduta humana,
obrigatoriamente, o direito valora os fatos e,
através das normas jurídicas, erige a categoria de
fato jurídico aquele que tem relevância para o
relacionamento inter-humano. Vê-se, portanto,
que os fatos sociais relevantes para o
relacionamento inter-humano são normatizados,
ou seja, os fatos jurídicos são um campo do
universo dos fatos sociais, fazendo surgir direitos,
deveres, pretensões, obrigações.
• A eficácia do fato jurídico é a concretização
das suas consequências jurídicas,
representadas estas pelo surgimento de
direitos e deveres entre as partes envolvidas
no relacionamento. Mas é importante que se
compreenda: Todo fato jurídico é antes
demais nada um fato social.
• Um exemplo para ficar mais bem compreendido:
As meras relações de cortesia não criam direito,
como a de “A” poder exigir que seu vizinho “B” o
cumprimente toda manhã, sob pena de ser
constrangido a fazê-lo ou punido por não o fazer.
Este mesmo fato do cumprimento, em outras
situações, pode acarretar resultados jurídicos – é
o acontece entre os militares (nossa realidade!!),
em que pode ser punido o subordinado que não
prestar continência ao seu superior – porque há
uma norma jurídica que assim o estabelece.
• Assim, as normas jurídicas são as regras
imperativas pelas quais o direito se manifesta, e
que estabelecem as maneiras de agir ou de
organizar, impostas coercitivamente aos
indivíduos, destinando-se ao estabelecimento da
harmonia, da ordem e da segurança da sociedade
humana.
• Mas não há que confundir norma jurídica com lei.
A primeira tem o caráter de conteúdo, já a
segunda é de natureza formal.
Agora já podemos entender que as normas jurídicas, como
estabelece Antonio Nunes (2000), elas reúnem as seguintes
características:
• Bilateral – envolve duas partes
• Generalidade - é geral; atinge a todos sem distinção
• Imperatividade – poder de mando da norma; impõe
conduta individual e coletiva e também a organização
social.
• Abstrata – não personaliza.
• Coercitiva – impõe-se à vontade do indivíduo e é imposta
pelo Estado
• Sanção – estabelece uma punição.
FONTES DO DIREITO
Devemos de início buscar entender o sentido
da expressão “fonte do direito”.
Não precisamos sair do senso comum para
entender o seu significado. Fonte é a nascente
da água, e especialmente é a bica donde verte
água potável para o uso humano. De forma
figurativa, então o termo ‘fonte’ designa a
origem, a procedência de alguma coisa.
Vai-se dizer, então, que fonte do direito é o local
de origem do Direito; é, na verdade, já o próprio
Direito, mas saído do oculto e revelado ao
mundo. A fim de evitar uma polêmica ou um
debate acirrado sobre o tema, já que, conceitos e
classificações podem vir a variar de autor para
autor. Vamos utilizar a previsão prescrita na Lei
de Introdução do Código Civil (BRASIL, 1942) que
considera fontes formais do direito, a lei, a
analogia, o costume e os princípios gerais de
direito e não formais a doutrina e a
jurisprudência.
• Lei – regra de direito, abstrata e permanente,
dotada de sanção, expressa pela vontade de uma
autoridade competente, de cunho obrigatório e
de forma escrita;
• Analogia – Processo de raciocínio lógico pelo qual
o juiz estende um preceito legal a casos não
diretamente compreendidos na descrição legal. O
juiz pesquisa a vontade da lei, para transportá-la
aos casos que a letra do texto não havia
compreendido;
• Costume – uso reiterado de uma conduta
pelos membros ou uma parcela do corpo
social, formando-se paulatinamente, quase
imperceptivelmente, chegando a determinado
momento, em que aquela prática reiterada é
tida como obrigatória. É necessário que o
costume tenha certo lapso de tempo, pois se
deve constituir em um hábito arraigado, bem
estabelecido.
• Princípios gerais do direito – Existem muitas
teorias de ordem filosófica o que procuram
explicar os Princípios gerais de Direito.
Didaticamente podemos dizer que são regras
oriundas da abstração lógica do que constitui o
substrato comum do direito. Por ser um
instrumento tão amplo e de tamanha
profundidade, sua utilização é difícil por parte do
julgador, pois requer traquejo com conceitos
abstratos e concretos do Direito e alto nível
cultural.
• Doutrina – é o trabalho dos juristas, dos
estudiosos do direito dentro dos campos
técnico, científico e filosófico.
• Jurisprudência – Conjunto de decisões dos
tribunais, ou uma série de decisões similares
sobre uma mesma matéria.
CESSAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA
LEI
Revogação – consiste na cessação da
obrigatoriedade da lei. A lei só perde sua
obrigatoriedade quando outra lei de mesma ou
superior hierarquia a revoga.
Formas de revogação:
– Quanto ao conteúdo
Ab-rogação – consiste na revogação de todo o texto
da lei.
Derrogação – é a revogação parcial do texto legal,
permanecendo em vigor alguma parte da norma.
Quanto à forma
Auto-revogação – a própria lei fixa o prazo de sua
vigência, ou seja, determina a data em que
deixará de ser obrigatória.
Expressa – quando a lei revogadora diz quais os
textos da lei anterior são revogados.
Tácita - a lei revogadora nada diz a respeito dos
textos revogados, seu conteúdo e que é
incompatível com o texto da lei anterior, seja
total ou parcialmente.
RELAÇÃO JURÍDICA
• O estudo deste tema necessita a compreensão
sobre desdobramentos da palavra direito, ou
seja, diversas denotações da mesma palavra
que são, para o nosso interesse, traduzidas
pelas expressões direito objetivo e direito
subjetivo.
• Direito Objetivo é a regra de direito, a regra imposta
ao proceder humano, a norma de comportamento a
que o indivíduo deve se submeter, o preceito que deve
inspirar sua atuação. A não observância pode ser
compelido mediante coação. O direito objetivo designa
o direito enquanto regra.
• Direito Subjetivo é o poder. São as prerrogativas de que
uma pessoa é titular, no sentido de obter certo efeito
jurídico, em virtude da regra de direito. A expressão
designa apenas uma faculdade reconhecida à pessoa
pela lei e que lhe permite realizar determinados atos. É
a faculdade que para o particular deriva da norma.
Por outras palavras, direito objetivo é o conjunto das regras
jurídicas (norma agendi), direito subjetivo é o meio de
satisfazer interesses humanos (facultas agendi).
Como exemplo, respeitar as normas de trânsito é um
direito objetivo imposto ao indivíduo. Ao abrir o Código
Penal (BRASIL, 1940) e ler o art. 138 que tipifica o crime de
Calúnia está ali exposto o direito objetivo que é a proibição
de A caluniar B. Como exemplo de direito subjetivo,
exemplificamos o direito a propriedade que gera as
prerrogativas de usar, gozar e dispor do bem. Outro
exemplo é a faculdade de B que foi caluniado exigir do
sistema jurídico a aplicação de uma sanção
institucionalizada.
A partir deste entendimento torna-se fácil à
compreensão deste tópico.
A relação jurídica é antes de tudo uma relação
social. Não é uma relação social comum. É na
verdade uma relação social especial,
estabelecendo uma correlatividade entre os
direitos e poderes e as obrigações e deveres.
Uma vez produzido o fato jurídico, surge um
vínculo entre dois ou mais sujeitos de direito, em
virtude do qual um deles tem a faculdade de
exigir algo que o outro deve cumprir.
• Basicamente, constitui-se a relação jurídica de
quatro elementos essenciais, que são: a)
SUJEITO ATIVO b) SUJEITO PASSIVO c)
VÍNCULO JURÍDICO ou VÍNCULO DE
ATRIBUTIVIDADE d) OBJETO. (MONTORO,
2006).
• Sujeito Ativo é, propriamente o titular do direito
subjetivo, é aquele que, tem as vantagens dele e
dele pode tirar os benefícios e proventos
exercitando-o nos termos da lei. (PLÁCIDO E
SILVA, 2003).
• Sujeito Passivo é aquele que se pode exigir o
cumprimento de uma obrigação, estando assim
submetido a um dever jurídico de satisfazer o
objeto da obrigação, de que é o devedor.
(PLÁCIDO E SILVA, 2003).
Os sujeitos ativos e passivos são extremamente dinâmicos.

Vínculo Jurídico é a concreção da norma jurídica no âmbito


do relacionamento estabelecido na relação jurídica. É o que
garante a pretensão do titular do direito.
Objeto é a figura central em torno do qual se constitui a
própria relação jurídica.

Observemos o exemplo ilustrativo: Xisto furta Tácio.


Vejamos. Sujeito Ativo. Xisto. Sujeito Passivo. Tácio. Vinculo
Jurídico. Art. 155 do Código Penal (BRASIL, 1940). Objeto. O
bem juridicamente tutelado, neste caso, a propriedade,
posse e detenção da coisa.
ORDENAMENTO JURÍDICO
• A abordagem sobre este tema, em posição abaixo dos
tópicos acima elencados, difere da disposição
normalmente encontrada nas obras jurídicas. Agimos
assim, por vislumbrar tornar, desta maneira, mais fácil
sua assimilação.
• Recorrendo ao dicionário jurídico (PLÁCIDO E SILVA,
2003), vem à baila a seguinte conceituação para
Ordenamento Jurídico: “complexo de regras e
princípios ditados pelo poder público, como normas
obrigatórias, para que se regulem e se protejam todas
as relações e interesses dos cidadãos entre si, e entre
eles e o próprio Estado, no intuito de manter a própria
ordem social e política do estado”.
Desta forma, podemos afirmar que existe o
Ordenamento Jurídico Brasileiro, sendo,
justamente, o conjunto de normas vigentes no
nosso país regulando nossa sociedade. Como
também existe o Argentino, Colombiano, etc.
DIREITO POSITIVO E DIREITO
NATURAL
• DIREITO NATURAL é a idéia abstrata do
direito, o ordenamento ideal, correspondente
a uma justiça superior. O jusnaturalismo foi
defendido por Santo Agostinho e São Tomás
de Aquino, bem como pelos doutores da igreja
e pensadores dos séculos XVII e XVIII ( NUNES,
2003).
• DIREITO POSITIVO o conjunto das normas jurídicas escritas e não
escritas (o costume jurídico), vigentes em determinado território e,
também, na órbita internacional na relação entre os Estados, sendo
o direito positivo aí aquele estabelecido nos tratados e costumes
internacionais. Ou ainda, é o conjunto de normas jurídicas
reconhecidas e aplicadas pela autoridade pública, ou o sistema de
normas coercitivas, que regularam ou regulam a convivência social
pacífica. É o Direito que se revela nas leis, nos costumes jurídicos,
na jurisprudência, nos princípios gerais de Direito e cuja
observância pode ser exigida por quem quer que tenha um
interesse legítimo a proteger. É principalmente Direito formulado
pelos homens, de modo racional, e que rege a vida de uma
determinada comunidade. (NUNES, 2003)
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
• Nunca existiu um critério de rigor lógico e
satisfatório capaz de designar claramente a
distinção, pretendida pela dogmática jurídica,
entre Direito Publico e Direito Privado.
• A separação, de cunho eminentemente
prático, está estabelecida desde o Direito
Romano e tem por função estabelecer
dogmaticamente segurança e certeza para a
tomada de decisão (NUNES, 2003).
• Mas qualquer critério que se buscasse para divisão não
conseguia apresentar de forma definitiva uma eventual
linha divisória que existiria entre os dois ramos
disputados.
• Desde que se começou a tomar consciência de novos
direitos sociais que se firmaram com o
desenvolvimento da sociedade de massa
(especialmente o Direito do Consumidor e o Direito
Ambiental) surgiu um conceito diferente que acabou
possibilitando a elaboração de nova classificação, agora
capaz de dar conta dos problemas que os limites entre
Direito Privado e Publico punham.
Direito Público (NUNES, 2003).
Aquele que reúne as normas jurídicas que tem
por matéria o Estado, suas funções e
organização, a ordem e segurança interna com
a tutela do interesse público, tendo em vista a
paz social.
Divide-se em Interno e Externo:
Direito Público Interno (NUNES, 2003).

O Direito Constitucional – Engloba as normas jurídicas


constitucionais em toda sua amplitude, dentre as quais se destacam
as atinentes à forma e à organização do Estado, ao regime político,
à competência e função dos órgãos estatais estabelecidos, etc.
O Direito Administrativo – Conjunto de normas jurídicas que
organizam administrativamente o Estado, fixando os modos, os
meios e a forma de ação para a consecução de seus objetivos.
O Direito Tributário - Normas jurídicas voltadas para arrecadação de
tributos, bem como as que cuidam das atividades financeiras do
estado, regulando sua receita e despesa.
O Direito Processual – Regula o processo judicial, bem como a
organização judiciária.
O Direito Penal – Conjunto de normas jurídicas que regulam os
crimes e as contravenções penais, com as correspondentes penas
aplicáveis.
O Direito Eleitoral – Conjunto de normas jurídicas que disciplinam a
escolha dos membros do Poder Executivo e do Poder legislativo.
O Direito Militar – Regula as normas que afetam os militares.

Direito Público Externo (NUNES, 2003).

Direito Internacional Publico – Normas convencionais e costumes


jurídicos internacionais.
Direito Privado (NUNES, 2003).
Reúne as normas que tem por matéria os particulares e
as relações entre eles estabelecidas, cujos interesses
são privados, tendo por fim a perspectiva individual.
O Direito Civil – Englobam as normas jurídicas que
regem, entre outros, a capacidade e o estado das
pessoas, o nascimento, o fim, o nome, etc., as relações
familiares, etc.
O Direito Comercial – Engloba as normas jurídicas que
regulam a atividade comercial, assim como, relações
entre empresários, que exercem as atividades com
vistas ao lucro.
Direito Difuso (NUNES; 2003).
São aqueles cujos titulares não podem ser especificados.
São os fatos que determinam a ligação entre essas pessoas,
cujos direitos não podem ser partidos: são indivisíveis.
O Direito do Trabalho – normas jurídicas que regulam as
relações entre o empregador e o empregado,
compreendendo o contrato de trabalho, o registro do
empregado, a rescisão, a despedida, os salários e seus
reajustes, etc.
O Direito Previdenciário – Normas jurídicas que cuidam da
Previdência Social, através de seus órgãos, estabelecendo
os benefícios e a forma de sua obtenção, etc.
O Direito Econômico – Normas jurídicas que
regulam a produção e a circulação de produtos e
serviços, com vistas ao desenvolvimento
econômico do País, especialmente no que diz
respeito ao controle do mercado interno, na luta
e disputas entre empresas, etc.
O Direito do Consumidor – Normas instituídas
para proteção e defesa do consumidor.
O Direito Ambiental – Normas jurídicas que
cuidam do meio ambiente em geral.
Direito Difuso Externo (NUNES, 2003).

O Direito Internacional Privado – Normas jurídicas que


regulam as relações privadas no âmbito internacional.
Conforme se verificou veio à baila uma classificação
diversa da apresentada por alguns autores que já se
tenha estudado como Maria Helena Diniz, Rubem
Nogueira e outros, vez que, trouxe Rizzato Nunes um
novo elemento do Direito Positivo – O Direito Difuso,
provocando com isto uma nova classificação nos
diversos ramos do direito positivo. Alguns
doutrinadores questionam esta divisão.
HIERARQUIA DAS LEIS
• A estrutura do ordenamento jurídico organizado é
hierárquica. Por hierarquia legal, entende-se que umas
normas são superiores a outras, isto é, algumas
normas para serem válidas têm de respeitar o
conteúdo, formal e material, da norma jurídica
superior.
• Assim, por exemplo, se diz que uma lei ordinária é
inconstitucional, quando contraria a Constituição; que
um decreto regulamentar é ilegal, quando contraria a
lei que lhe é superior (nesse caso o decreto
regulamentar é, também, simultaneamente,
inconstitucional, porque contrariou – pelo menos – a
hierarquia).
• Essa estrutura hierárquica, através da qual as
normas jurídicas legisladas se inter-
relacionam, umas das outras, faz nascer aquilo
que se chama “ estrutura piramidal”
• (que comporta o “sistema jurídico, conforme
veremos”).
• No ápice do sistema “piramidal” está a Constituição Federal. Note-
se que as normas constitucionais estão no topo do sistema, porém
dentro dele e não fora. Dessa maneira, elas constituem o ponto de
partida do ordenamento jurídico inteiro, mas são já o primeiro
momento efetivo, isto é, as normas constitucionais formam um
conjunto de regras que estão em plena vigência “dentro” do
sistema desde a sua edição, e que no caso da Constituição Federal
(BRASIL, 1988) atual estão em vigor desde 05.10.1988.
• A Constituição espalha no sistema toda sua influência. É o chamado
princípio da constitucionalidade, que obriga a que todas as outras
normas de hierarquia inferior estejam conforme seus fundamentos,
sob pena de se tornarem inconstitucionais e deixarem de pertencer
ao ordenamento jurídico.
• A seguir, na hierarquia do sistema jurídico estão as leis
complementares, as leis ordinárias, as leis delegadas,
os decretos legislativos, resoluções e as medidas
provisórias, todos no mesmo patamar hierárquico.
• As leis complementares têm como função tratar de
certas matérias que a Constituição entende devam ser
reguladas por normas mais rígidas que aquelas
disciplinadas por leis ordinárias e demais de mesma
hierarquia. Por isso, o quorum legislativo exigido para
sua aprovação é especial, isto é, o de maioria absoluta,
tal como preceitua a Constituição Federal (BRASIL,
1988): “As leis complementares serão aprovadas por
maioria absoluta” (art. 69).
• No passado a doutrina situava a lei
complementar como intermediária entre as
normas constitucionais e as leis ordinárias e as
outras da mesma hierarquia destas, ou seja, a
lei complementar era inferior à Constituição
Federal (BRASIL, 1988) e superior à lei
ordinária e demais normas. É que existiam leis
ordinárias que deviam sua validade às leis
complementares; logo, estas eram superiores.
• Atualmente não há hierarquia entre lei complementar
e lei ordinária. A diferença entre ambas diz respeito à
matéria a ser legislada e ao quorum previsto para sua
aprovação.
• As leis complementares estão elencadas taxativamente
na Carta Magna (BRASIL, 1988), que determina, como
dissemos, que elas tratem de certas matérias
importantes, tais como: o Estatuto da Magistratura:
“Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
observados os seguintes princípios:”
• (art. 93); a organização e o funcionamento da
Advocacia-Geral da União: “A Advocacia-Geral
da União é a instituição que, diretamente ou
através de órgão vinculado, representa a
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-
lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do Poder Executivo” ;
• art. 131); a regulamentação da dispensa do trabalhador
contra despedida arbitrária ou sem justa causa: “São
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social: I – relação de
emprego protegida contra despedida”. arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos “(art.7º,
I); o estabelecimento de condições para a integração de
regiões em desenvolvimento:” Para efeitos administrativos,
a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
redução de desigualdades regionais. §1º Lei complementar
disporá sobre: I – as condições para integração de regiões
em desenvolvimento (art. 43, § 1º, I) etc.
• A seguir vêm as leis ordinárias. São elas fruto da
atividade típica e regulamentar do Poder Legislativo.
Como exemplos de lei ordinária temos: o Código Civil,
o Código de Processo Civil (BRASIL; 1973), o Código
Penal (BRASIL; 1945), o Código de Defesa do
Consumidor (BRASIL; 1990), a Lei de Falências (BRASIL,
1945) etc.
• Conforme já dissemos, lembre-se que, da mesma
forma que se pode falar em inconstitucionalidade de
uma lei e demais normas de hierarquia inferior à
Constituição, pode-se falar em ilegalidade das normas
de hierarquia inferior às leis ordinárias e às outras do
mesmo plano.
• Ao lado das leis ordinárias, no mesmo patamar
hierárquico e na esfera federal, estão as leis delegadas:
“O processo legislativo compreende a elaboração de
(...) IV – leis delegadas” e “As leis delegadas serão
elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional” arts. 59,
IV, e 68 (BRASIL; 1988), respectivamente; os decretos
legislativos: “O processo legislativo compreende a
elaboração de (...) VI – decretos legislativos” art. 59, VI
(BRASIL,1988); e as resoluções: “ O processo legislativo
compreende a elaboração de: (...) VII – resoluções” art.
59, VII; da (BRASIL; 1988).
• E, ainda, no mesmo patamar estão as medidas
provisórias, previstas no ar. 62 da Carta Magna
(BRASIL, 1988); que dispõe: “Em caso de
relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional, que, estando
em recesso, será convocado
extraordinariamente para se reunir no prazo
de cinco dias”.
PRÍCIPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS
TÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II -
a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o
pluralismo político.Parágrafo único. Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição. (BRASIL, 1988, P.76).
REPÚBLICA

A república significa destarte uma forma não-


hereditária, isto é, uma forma eletiva de
governo, e é princípio básico do sistema
político brasileiro.
Segundo Bittencourtt (2003), os sistemas políticos devem distinguir-
se segundo quatro perspectivas escalonadas: a) Formas de Estado,
que dividem no Estado centralizado (Estado unitário ou simples); b)
formas de governo, diferenciando o caráter hereditário (monarquia)
ou representativo-popular de governo (república); c) regimes de
governo, tendo em vista as influências recíprocas e políticas
institucionais entre os Poderes Legislativo e Executivo
(parlamentarismo, presidencialismo, regime colegiado como na
Suíça); afinal, d) regime político, considerando o poder de decisão e
a acessibilidade do povo ou a sua real participação no setor dos
negócios públicos. Neste último caso, os regimes políticos se
discriminam em: I – regime democrático (democracia direta;
democracia semidireta ou mista com o plebiscito referendo,
iniciativa popular e real; democracia indireta ou representativa); II –
regime político não-democrático, chamado por Thomas e Hermens
de Estado de privilégios, com caráter totalitário, ditatorial e
autoritário.
FEDERAÇÃO

A República federativa foi instituída no Brasil


pelo Decreto n. º 1, de 15 de novembro de
1889, quando o Governo Provisório, munido
de poder constituinte, aboliu a monarquia,
após uma revolução vitoriosa, tal como
ocorreu no século XVIII na França e depois na
Rússia, com a Revolução de 1917.
• Pelo art. 1º da Constituição vigente o Brasil é um
Estado federal. Há muito desacordo na doutrina sobre
o conceito de Estado federal. O Brasil foi um Estado
unitário durante o Império (1882-1889),
transformando-se em Estado federal a partir de então.
• O Estado federal distingue-se por uma forma especial
de descentralização, compondo-se de Estados-
Membros que possuem autonomia constitucional com
o poder de eleição ou designação dos agentes do
poder, participando da formação da vontade coletiva
do Estado federal.(BITENCOUT, 2003).
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A expressão Estado Democrático de
Direito significa a subordinação do Estado à lei
e à Constituição votada livremente pelo povo.
Os termos Estado de Direito provêm da
literatura jurídica alemã: Rechtsstaat. O que
significa Estado de Direito?
Significa o Estado subordinado ou submetido à legalidade
constitucional, ao regime constitucional.
O Estado Democrático de Direito significa
essencialmente que o Estado de Direito deve ter um
conteúdo democrático, basear-se em eleições livres e
periódicas feitas pelo povo.
Legalidade não significa a mesma coisa que
legitimidade. A legalidade repousa na força e no poder. A
legitimidade tem o seu fundamento no consenso e na
aceitação das regras de conduta pelo povo. Em grau mais
elevado a legitimidade deve fundamentar-se ainda no
sentimento da justiça, no ideário da justiça social e de bem-
estar da comunidade.
DEMOCRACIA.(NUNES, 2003).
A democracia repousa no pensamento
de que poder é emana do povo, que o exerce
por meio de delegados ou representantes,
como também diretamente.
É o governo do povo pelo povo, com o
povo, para o povo.
O poder estatal defende de tal modo organizado que
os titulares que o exercem o façam como servidores, e não
como senhores do povo e como quem exerce uma função
sem lhe ter a propriedade permanente. É o que assinala
Guenther Kuechenhoff em frase lacônica e lapidar. Tal é
sentido profundo de que o poder estatal emana do povo.
A democracia exige na sua realidade prática a
existência de eleições periódicas, que são o instrumento
hábil e necessário para que se efetive a representação
popular. A eleição é o método normal de escolha, mas não
é absoluto, visto que os juízes podem ser designados
diferentemente, como por concursos de títulos e provas,
isto é, por merecimento.

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