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"Negar a realidade das coisas

É perder a realidade.
Afirmar o vazio das coisas
É perder o vazio."
Dedicado a Eric Dennis, Vitória
Kanchi Sosan - Hsin Hsin Ming -
Helen e Amaro Luiz de carvalho –Prof : Luiz de
Carvalho
Não Há alma eterna tampouco
aniquilação.
Porta sem Porta
Por que A mente nova do Rei?

Georges Dumézil, em análises decisivas da mitologia indo-


européia,
mostrou que a soberania política, ou dominação, possuía duas
cabeças: a do rei-mago, a do sacerdote-jurista. Rex e flamen,
raj e Brahma, Rômulo e Numa, Varuna e Mitra, o déspota e o
legislador, o ceifeiro e o organizador. E, sem dúvida, esses dois
pólos opõem-se termo a termo, como o escuro e o claro, o
violento e o calmo, o rápido e o grave, o terrível e o regrado,
o"liame" e o "pacto", etc.¹ Mas sua oposição é apenas relativa;
funcionam em dupla, em alternância, como se exprimissem
uma divisão do Uno ou
compusessem, eles mesmos, uma unidade soberana. "Ao
mesmo tempo antitéticos e complementares, necessários um ao
outro e, por conseguinte, sem hostilidade, sem mitologia de
conflito: cada especificação num dos planos convoca
automaticamente uma especificação homóloga no outro, e
ambos, por si sós, esgotam o campo da função." São os
elementos principais de um aparelho de Estado que procede
por Um-Dois, distribui as distinções
Introdução:Jamgön Mipham Rinpoche (1846-
1912)
 [...] Mesmo que samsara e nirvana, aceitação e rejeição, adoção e repúdio
tenham aparência de fenômenos distintos, sua realidade última não-
referencial -- que não pertence a nenhum extremo do samsara ou nirvana --
jamais sai do estado de perfeita igualdade.
Se alguém compreende essa realidade última, automaticamente experimenta
-- como os Budas e Bodisatvas -- uma grande compaixão por todos que não
tenham essa realização.
Embora essa pessoa corretamente discrime entre a prática da virtude e a
distância do mal, não há necessidade de considerar aquilo que se aceita ou
repudia (ou qualquer outro ponto de referência) como tendo uma realidade
absoluta.
Por outro lado, o fato de que nada disto existe no nível absoluto não significa
que não exista no nível convencional. Esses dois níveis não são antagônicos. O
que não existe no nível absoluto são, justamente, os fenômenos
convencionais. Sem tais convencionalidades, não haveria algo como uma
realidade última.
Assim, para aqueles que compreendem que um fenômeno e sua natureza
última não estão em contradição, se manifesta um amor e compaixão de
natureza não-referencial.
Esse é o caminho verdadeiro do Mahayana.
Aproximações

 A Física Quântica tem aparecido na atualidade quase


banalizada ,não fosse sua complexa apresentação
matemática. Muitos físicos corroboram essa idéia
saborosa de espiritualidade perdida pela ciência
clássica, calculista, “materialista”, fria, e etc... Mas
será mesmo que a ciência clássica era materialista?
As idéias da ciência moderna como: objetividade,
determinismo, calculabilidade, decidibilidade,
previsibilidade e etc, derivam de um atributo divino, a
Oniciência, caro à espiritualidade judaico-cristã.
Ciência Moderna: Materialismo
Espiritual
Seguindo Nietzsche/Jacobi, podemos formar a equação:
Niilismo=idealismo=filosofia pura=auto-pertencimento=negação do
diverso=materialismo sem matéria. É daí que deriva a Mathesis
Pura ou consciência pura que representa o espaço matemático.
Existem duas características típicas do Niilismo: recorrência e
negatividade. Podemos dizer que todo o esforço em constituir uma
ciência cujos métodos tem a função de dar provas de verdade sobre
seus objetos, sempre foram feitos sob as características desse
Niilismo. A exigência de consistência para qualquer teoria
científica é uma crença absoluta na negatividade e esta, para se dar
força e poder de certeza se associa à recorrência como continuidade
e permanência. O resultado desse espiritualismo centrado tem sido
a destruição da natureza e muitas outras negatividades...
O que Mudou?
A Física Quântica introduziu algumas mudanças não
clássicas :
Incerteza ( Indeterminação)
Amplitudes de Probabilidade
Indistinguibilidade (Inseparabilidade, Não localidade)
Subjetividade.
Passamos então de uma espiritualidade racional e certa
de si para uma mais próxima da sensibilidade e
portanto da incerteza. Mas será isso mesmo a prática
científica em Física Quântica?
Continua...
 É necessário não irmos com muita sede ao pote. Procurar
fundamentar nossa espiritualidade em observações de cientistas
de renome não é o caminho como o texto a seguir quer crer:
 Já a citação a seguir é quase como um síntese do budismo:
“Um ser humano é parte de um todo chamado por nós de “Universo”,
é uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experiência a si
mesmo, seus pensamentos e sentimentos, como alguma coisa
separada do resto ─ uma espécie de ilusão de ótica de sua
consciência. Essa ilusão é uma forma de prisão para nós, restringindo-
nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas
próximas. Nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos dessa prisão
alargando nossos círculos de compaixão para envolver todas as
criaturas vivas e o todo da natureza em sua beleza.”
 Do Site Samsara.
Continua...

 A interdependência de que fala Einstein de


maneira muito bela se mostra limitativa para
a interdependência Búdica:
 "De mãos vazias, eu seguro uma enxada.
Andando a pé, eu monto um búfalo.
Passando uma ponte, eu vejo -
A ponte flui, mas a água não."
Shan-hui (Fu Ta-shih). Como veremos, essa
está mais próxima da não Separabilidade
Quântica.
Sem sede em achar uma base...

 "Não se apresse em acreditar em nada, mesmo


se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se
apresse em acreditar em nada só porque um
professor famoso que disse. Não acredite em
nada apenas porque a maioria concordou que é a
verdade. Não acredite em mim. Você deveria
testar qualquer coisa que as pessoas dizem
através de sua própria experiência antes de
aceitar ou rejeitar algo."
(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra
17:49)
Uma analogia enganosa
Pensando a Física Quântica
Princípio de Correspondência
Clássico/Não Clássico
 É o que permite a passagem das leis
quânticas às Clássicas;
 A continuidade, a passagem ao limite do
microcosmos ao macrocosmo;
 Da indeterminação das relações de
Heisenberg aos conceitos clássicos;
 Exprime a condição de reunião dos dois
domínios, Clássico e Quântico: o limite
clássico dos fenômenos quânticos.
Arte Zen: leveza sem bases ou
alturas
O acontecimento é a arte Búdica do viver:
O acontecimento é a identidade da forma e do vazio. Não se designa,
jamais presente, mas sempre já passado e ainda por vir; é fissura do
presente. Nós o vemos muito bem nas artes Zen, não somente na
arte do desenho onde o pincel dirigido por um punho não apoiado
equilibra a forma com o vazio e distribui as singularidades de um
puro acontecimento em séries de toques fortuitos e de linhas
cabeludas, mas também as artes do jardim, do buquê e do chá, do
tiro com arco, da espada, onde o desabrochar do ferro surge de uma
maravilhosa vacuidade. Os célebres problemas/provas, as
perguntas/respostas, os Koan, demonstram o absurdo das
significações, mostram o não-senso das designações
A Lógica do experimento da Dupla
Fenda
 Def: Uma Teoria Consistente :
 Uma Teoria Τ qualquer é consistente se não é
possível ser provado em T uma proposição α
e sua negação ¬α.
Prova (1): Regra de Scotus
 1-α
 2 - ¬α
 3 - α ^ ¬α Conjunção
 4 - α ^ ¬α → β
 5- β do 3 e 4 usa-se Modus Ponens
Símbolos Lógicos Matemáticos

 Símbolos lógicos matemáticos 


¬ negação 
^ e 
v ou 
→ se, então 
↔ se e somente se 
/ tal que 
∃ existe 
 ∀ qualquer que seja 
Explicando a Demonstração
Na Prova (1) usamos algumas regras da Lógica
clássica: a conjunção e o Modus Ponens. Modus
Ponens diz que se tenho uma proposição α e
uma outra que diz que α →β então posso
concluir β. E o Scotus diz que de uma
contradição posso concluir qualquer coisa. Esse
é o princípio de explosão. Então, se minha teoria
prova uma contradição, ela se auto-destrói.
A questão se torna: Como uma teoria pode tratar de
duas realidades ao mesmo tempo? Qual a
passagem que não destrói a teoria?
Lógica do teste Quântico

 Um teste quântico é caracterizado por uma


intervenção no sistema.
 Se um mesmo teste quântico for aplicado,
deverá obter a mesma resposta.
 Um teste B é dito Compatível com um A se
a aplicação de B entre duas repetições A ,
não destrói a propriedade de repetição do
resultado.

Teste Completo
 DEF: Um conjunto de teste mutuamente
compatíveis A₁,...,Aⁿ é dito completo quando
nenhum outro teste diferentes dos A’s pode ser
acrescido a estes.
 Dedução lógica do experimento da dupla fenda:
Seja έ um feixe de Elétrons e seja A e B as fendas
por onde passarão os elétrons. Se a fenda estiver
aberta dizemos A ou B. Se estiver fechada ¬A ou
¬B.
 Como vimos em Dr. Quantum, primeiro abrimos A
^ ¬B. Essa é uma proposição lógica ou modelo de
circuito eletrônico .
Primeira dedução: A ^ ¬B/B ^ ¬A

Prova (2)-Fenda A aberta e a B fechada:


 Teste (A₁) - έ[A] ^ έ[¬B ]≈ ¬(έ [A] →έ [B]) ≈
έ[¬¬A] ^ έ[¬B]
 Prova(3)-Fenda B Aberta e A fechada
 Teste ( A₂) - έ[B] ^ έ[¬A] ≈ ¬( έ[B] → έ[A]) ≈
έ[¬¬B]^ έ[¬A]
 Como A = ¬¬A e B = ¬¬B, então o elétron
passa pela fenda como partícula e chega no
anteparo como partícula.
Segunda dedução: A^B

 Se tivéssemos usado partículas como balas e


com as duas fendas abertas, então teríamos
o que segue:
 ¤[A] v ¤[ B] = A soma das probabilidades das
balas que passam por A e das que passam por
B.
 Onde: ¤ = Balas, v = ( ∑ ) Soma
A Soma das probabilidades normais
E se lançarmos fótons de Luz com A^ B

 Prova(4)-Temos a seguinte terceira dedução:


 1) έ[A ] ^ έ[B] - Hipótese
 2) έ[ A] ^ έ[ B ] → έ[ A ] - Ax da Lógica
 3) έ[ A] ^ έ[ B ] → έ[ B ] - Ax da Lógica
 4) έ[ A ] - da 1 e 2 por Modus Ponens
 5) έ[ B ] - da 1 e 3 por Modus Ponens
 6) έ[ A ] v έ[ B ] - Adição. Mas essa dedução é
igual a soma normal das probabilidades que
realizamos com balas.
Espectro de έ[A ] ^ έ[B ]
 Na realidade o passo 6 não é válido, uma vez
que , o que se observa no anteparo é uma
distribuição em formato de ONDA.
 Então temos:
 6’ - |xA> + E +|xB>=Р(x) Onde: x= Onda e/ou
Partícula,que passam por A, que
desaparecem,passam por A e B e que passam
por B. E=ENTANGLEMENT
 Pela definição de completude de teste quântico,
as provas 2,3 e 4 devem valer para ∀p e p+1.
A Interferência Quântica

 As duas fendas abertas produz o fenômeno de


interferência causados quando estamos diante de
ONDAS e não de partículas separadas como balas.
A experiência vale com um feixe ou um elétron.
 Problema: Se esse fenômeno é consistente com as
experiências anteriores, então há conservação das
propriedades de partículas e é causado pelas
partículas separadamente. Será isso mesmo? Se
seguirmos essa perspectiva, temos mais três
hipóteses:
Hipótese de Separabilidade de partículas

 H₁ - Os elétrons devem irradiar ondas


eletromagnéticas de maneira contínua.
 H₂ - Precisa de uma fonte inesgotável de
energia para não degenera em seu núcleo.
 H₃ - Sua velocidade deve ser maior que a
velocidade da luz.
O absurdo das Hipóteses

 A H ₁→ H₂ que é intuitivamente absurdo.


 A H₃ está em contradição com o postulado da teoria
da relatividade de Einstein.
 6’ - |xA>+ E +|xB>=Р(χ) = ao composto
experimento/resultado como distribuição de
probabilidade que apresenta superposição,
indistinguibilidade e ENTANGLEMENt ou
emaranhamento.
 Mas ainda temos um outro experimento: Vamos colocar um
observador para ver por onde passa o elétron.
Em amor é um erro falar-se de uma má escolha, uma
vez que, havendo escolha, ela tem de ser sempre má.
Marcel Proust.
 Colapso ou NORMALIZAÇÃO da Função de
ONDA.
 6’’Р(χ,Ö)=|xA>+ E + |xB> ⁿ ⊸ έ[ A ] v έ[ B ]
 n = 2. O operador ( |Ψ|ⁿ ⊸β ) é, para nós, um
operador Unitário de transformação não linear
de Ψ em β. Se nosso observador projeta luz
sobre as fendas, o ato de observar normaliza
os fenômenos quânticos de interferência. Se
desligamos a luz, a interferência volta.
Algumas conclusões...

 Amplitudes de probabilidades: A probabilidade é


dada pelo módulo quadrado da função de onda.
Р= |Ψ|ⁿ , n=2.
 O evento pode ocorrer de duas formas diferentes:
Рⁿ=|Ψ₁⁺Ψ₂|ⁿ, n=2 e há interferência.
 Quando fazemos uma medida para saber a
maneira que o evento ocorreu, perdemos a
interferência.
Amplitude de Probabilidade... A verdadeira origem da
descoberta consiste não em procurar novas paisagens, mas em ter novos
olhos. Marcel Proust.
 Todos conhecemos ou vimos falar dos números
complexos. EX: xⁿ + 9 = 0 → xⁿ = - 9 → X = ⁺₋√ ₋9 , para
n = 2. Mas √ ₋ 9 não existe. Então surgiu os números
complexos para solucionar esses problemas com o
número imaginário , i = √ ₋ 1 , cuja forma fica assim:
 a + bi. Quando multiplicamos um número complexo z = a + bi pelo seu
conjugado  z*= a - bi, o resultado que se obtém é um número real não negativo:
 z . z* = (a + bi) . (a – bi)
          = a2 – abi + abi – b2i2
          = a2 – b2 . (-1)
          = a2 + b2
 Usamos essa propriedade para expressar o quociente de dois números complexos na
forma a + bi.
Densidade de probabilidade

 A soma dos quadrados


de dois números reais
nunca é negativa como vimos acima nos complexos
conjugados.
 Então, Р= |Ψ|ⁿ = <ΨΨ*> = 1, para n = 2.
 Toda função da forma z₁Ψ + z₂Ψ₂, onde z₁ e z₂ são
números complexos, é também um estado do sistema.
Neste estado, uma medida χ dará ou o resultado χ₁ ou o
resultado χ₂ Este postulado é denominado princípio de
superposição.
Como representamos os complexos e suas funções...
 Existem várias formas de representar números e funções
complexas, mas vamos usar o domínio das cores. “Dada
uma distribuição de cores para o plano complexo,
obtemos o gráfico da função de uma variável complexa a
partir da correspondência da própria função pela
distribuição de cores dada. Detalharemos com mais
precisão.
 Chamamos de Mapa do Plano Complexo uma distribuição
de cores em que cada ponto do plano (cada número
complexo) pode ser identificado por sua respectiva cor.
Ilustraremos com a figura seguinte”:
Mapa dos Complexos

Assim, ao referirmos
ao número 1 + 0i (ou a
posição (1,0)), por
exemplo, estaremos
utilizando a cor
vermelha na tonalidade
em que distribuímos no
mapa. Para falar do
número 0 + 0i (ou a
posição (0,0)),
utilizaremos a cor
preta, etc.
Mapa dos Complexos

 Esse tipo de associação será útil para a representação gráfica da


função devido, principalmente, ao aspecto dimensional que a
variável ocupa na representação. Isto é, ao representarmos números
reais, recorremos à reta geométrica, que ocupa 1 (uma) dimensão.
Para números complexos, o plano euclidiano é a recorrência,
ocupando 2 (duas) dimensões. No entanto, ao utilizarmos
cores para representar pontos do plano, não
precisamos de dimensão. Cor não ocupa lugar no
espaço.
 Vejamos a representação gráfica de funções.
Mapa dos Complexos

 Seja f  C → C uma função complexa dada por


f(z) = w. As variáveis z e w são complexas e
necessitariam de duas dimensões cada uma
para serem representadas na forma
cartesiana. A variável z será representada por
posições e a w, por cores através do Mapa do
Plano Complexo.
Mapa dos Complexos

Exemplificaremos com a função f(z) =


-z. A função f(z) recebe o valor z e
retorna o valor -z. Alguns pontos da
função podem ser vistos na Tabela 1.

Z f(Z) = -Z

Trabalho de: Edvaldo Lima da Silva,


Licenciado em Matemática pela
Universidade Estadual Paulista 1+i -1-i
Mestrando em Educação para a
2+i -2-i
Ciência pela
Faculdade de Ciências 0 0
da Universidade Estadual Paulista
-1-2i 1+2i
-3+5i 3-5i
Mapa de f(z)=-Z
Para gerar o gráfico da função,
tomamos os valores de z como
posições no gráfico e w, como as
cores dessas posições. Para saber
as tonalidades de cada valor de w,
recorremos ao Mapa do Plano
Complexo. Para a posição (1,1), ou
o número 1 + i, tomamos a cor que
no Mapa do Plano Complexo tem
referência ao ponto (-1,-1), ou o
número -1 - i, e assim por diante.
Um Bom Exemplo: f(Z)=|Z| Valor
absoluto
função Módulo de z, ou seja, a distância do
ponto z até a origem do sistema (0,0). Pode
ser interpretado também como o módulo do
vetor definido pelo número complexo z. As
tonalidades em vermelho dizem respeito a
natureza do módulo (valor absoluto, somente
positivo).
As cores não ocupam lugar no espaço!!!!

Mapa do Absoluto: “A prisão do


eu?”Todas as representações
ontológicas de interdependência de
modelo análogo ao de Platão,
redundam numa prisão do EU da forma
ao lado.
Vendo Melhor os complexos...
Milagres complexos...
Os Complexos e as interferências
Quânticas
 Como vimos acima, que cor não ocupa lugar no espaço, sabemos
que a Terceira experiência ao quebrar a seqüência de completude
dos experimentos com partículas, coloca a necessidade de uma
outra probabilidade não clássica.
 Como as três hipóteses acima mostram, as experiências
com modelo de partículas não vale.
 Que o Fenômeno de difração exibe ligações em que não
haveria separação entre partículas.
 Que existem ligações não-locais. ( Por isso usamos a
representação de cores)
Paradoxo EPR e Teorema de J. Bell

 O Paradoxo de Einstein-Podolski-Rosen é um experimento


mental que demonstra que o resultado de alguma experiência ou
medida realizada em uma parte do sistema quântica pode ter um
efeito instantâneo no resultado de uma medida em outra parte a
qualquer distância.
 Pela terceira hipótese, isso não é possível devido à
Relatividade especial; mas John Bell com seu
teorema estabeleceu uma distinção absoluta entre
Física clássica e Quântica: H₄ - Se se conservar a
separabilidade juntamente com as outras hipóteses
H₁, H₂ H₃ seriam necessárias variáveis escondidas
que determinassem a experiência de difração.
Teorema de John Bell

 John Bell Mostrou que: H₅ - a separabilidade local, ou


seja, que não dependem de uma contextualização;
 H₆ - Que a velocidade de propagação dos efeitos físicos é
finita. Não está de acordo com a Física quântica, ou
melhor:
 Que havia uma desigualdade para os coeficientes de
correlação θ(χ) < £ Para variáveis escondidas locais
(TVOs) e para a Mecânica quântica θ(χ) > £.
 Então,existe causalidade não – local.
Superposição/Incerteza e o Gato de
Schrödinger - Momento
O gato está preso numa caixa
que tem uma substância
radioativa que pode liberar a
radiação num tempo t. O gato
pode estar vivo, morto ou
vivo/morto. Todas essas
probabilidades são iguais. Só
podemos resolver a mistura de
estado se uma observação for
feita diretamente. A intuição
clássica diz que nenhum
observador pode estar em
estado misturado. É necessário
um observador esterno ou que o
gato seja um observador? P(χ)
= |χa> +|χb>ⁿ Estado
emaranhado.
O nosso eu é edificado pela superposição de estados
sucessivos. Mas essa superposição não é imutável, como
a estratificação de uma montanha. Levantamentos
contínuos fazem aflorar à superfície camadas antigas.
Marcel Proust. Superposição - Posição

O Buddha disse:
Elementos se unem e formam esse corpo. No
momento de aparecer, os elementos aparecem. No
momento de desaparecer, os elementos desaparecem.
Quando os elementos aparecem, eu não digo "Eu"
apareci. Quando os elementos desaparecem, eu não
digo "Eu" desapareci. Momentos passados e
momentos futuros não surgem em seqüência.
Momentos passados e momentos futuros não estão
alinhados. Esse é o significado do samadhi do mudra
oceano. Investiguem cuidadosamente essas palavras
do Buddha.

-- Dogen Zenji (Samadhi do Mudra Oceano - 1242)


Superposição - Posição
Indistinguibilidade e Ontologia clássica

 Podem ser objeto de predicação: têm propriedades


 • São continuants (têm genidentity)
 • Podem ser distinguidos uns dos outros (ao menos
 espacialmente: Princípio de Impenetrabilidade)
 • São indivíduos
 • Podem ser ordenados, nomeados, contados
 ∆ - Têm identidade (dada por alguma forma de substrato
 –obedecem a ‘estatística’ M-B)
 • Coleções de tais objetos podem ser vistas como conjuntos das
 teorias usuais de conjuntos.
  
Indistinguibilidade: Essas evocações turbilhonantes e
confusas nunca duravam mais que uns poucos segundos; muitas vezes, a
breve incerteza quanto ao local em que me achava também não deixava
distinguir, umas das outras, as diversas suposições de que era feita, como
não podemos isolar, vendo um cavalo na corrida, as posições sucessivas
que nos mostra o cinescópio. Marcel Proust

∆ - Têm identidade (dada por ab


alguma forma de substrato
ab
–obedecem a ‘estatística’ M-B)
a b
Objetos clássicos são
b a
distinguíveis.
Ontologia Quântica

Não teriam individualidade?

Schrödinger,
(

Cassirer, Born,
Heisenberg, Weyl…)
Zona de superposição.
Este fenômeno se dá
mesmo com zoom ao
infinito.
Semântica da Teoria Quântica Décio Krause

Considera-se , ainda que implicitamente, a existência


de objetos de algum tipo, ou de coleções de tais
objetos.
 • Além disso, esses objetos são tratados como não indivíduos
 em algum sentido.
 • Porém, a idéia de não-individualidade está em
 desacordo com a noção de separabilidade, a qual
 parece implicar individualidade.
 • Mediante uma adequada mudança da lógica e da
 matemática subjacentes, podemos assumir uma
 ontologia de não-individíduos compatível com tais
 semânticas intuitivas e que não afetam a noção de
 que há vários quanta, ainda que destituídos de
 individualidade. 
Emaranhamento, inseparabilidade e
indistinguibilidade...

Ainda parece permanecer uma espécie de


separabilidade (metafísica?), quando
consideramos a propriedade (ou relação)
“x está superposto com y”
• Podemos indagar:
• O que está superposto com o quê?
• O discurso é ainda sobre objetos, apesar
de poderem ser supostos não-indivíduos.
Condensado Bose-Einstein

A temperatura muito baixa boa parte dos Átomos


estão no mesmo estado e são absolutamente
idênticos. Não há como se possa individualizá-lo

Bose - Einstein

1/3
• •

1/3
••

1/3
• •
Qual linguagem usar: Não individualidade ou separabilidade?
A Lógica da Complementariedade de N. Bohr

 Noção comum de complementariedade:


 São parciais, mas não se opõem entre si.
 São como desenhos feitos de ângulos
diferentes.
 ... Em conjunto forma uma visão mais
completa do objeto.
 ( Esta não é a idéia de Bohr)
Lógica da Complementariedade de N.
Bohr

 Mas as descrições anteriores é incompatível ou


incoerente com a idéia de
não podemos tirar o mesmo objeto através de condições
experimentais diferentes, ou
• É impossível combinar os dois quadros em uma
descrição para
obter mais detalhadas do que as obtidas em cada uma
separadamente.
 Uma teoria exibe dualidade quando consideramos
superposição e conservação de energia e momento,
aspectos complementares que não podem ser unificados
num quadro espaço-temporal clássicos.
Lógica da Complementariedade

 Seja uma teoria τ cuja lógica subjacente L


aceita o operador de negação ¬ e um de
dedução |- , admite complementariedade.
 Σe σ são proposições complementares se
existe uma proposição с tal que:
 Σ |-- с e σ |- ¬с, se L é uma lógica clássica,
temo: Se Σ |- с ^ σ |- ¬с,
 então Σ ^ σ |- с ^ ¬с. conforme vimos sobre teoria
consistente acima, então temos uma autodestruição.
A Lógica de N. Bohr para a relação
clássico/não-clássico
 Devemos evitar que se forme a proposição:
 Σ ^ σ porque não faz sentido para os
propósitos da Física. Chamaremos a lógica
de N. Bohr de LB. LB tem a mesma
linguagem que a lógica clássica, mas com
um conceito Para-clássico de para-dedução
|- .
Definição de P-dedução de Newton
C. A. de Costa
 Dizemos que ψ é P dedutível de um conjunto
П de proposições e escrevemos П |– ψ se ψ
pertence a П ou ψ é uma Tautologia clássica
ou existe um subconjunto Γ, consistente tal
que Γ |’– ψ e em caso contrário П ¬ |– ψ
 Ainda que ψ e ¬ψ sejam teoremas de LB
separadamente, não ocorre que ψ^¬ψ o
sejam. Então LB podem ter ψ, ¬ψ mas não
caracteriza autodestruição.
Exemplo Onda/Partícula

 Ψ: algo é uma onda


 Σ: algo é uma partícula ( ¬ψ)
 Seja: C= ψ
 Então: ψ |– ψ e Σ |– ¬ψ, mas ...
 Ψ, Σ ¬ |– ψ ^ ¬ψ.
 Estes argumentos valem para
superposição/individualidade; Local/não-
local; momento/posição e etc.
A Arte cavalheiresca do arqueiro
Zen
 Tal como prometido, hoje trago novamente o tema da
"Porta que não tem Porta". Mumon Ekai (1183-1260),
compilou os mais famosos koan ( problemas que o
discípulo do zen deverá resolver, mas cuja solução não se
atinge pelo pensamento intelectual) e no seu livro
Mumonkan - a Porta sem porta, podemos encontrar este
excerto:
Milhares de estradas lá vão dar.
 Aquele que atravessa essa porta sem porta
 Caminha livremente entre o céu e a terra.
A porta sem porta...O Koan

 E claro tal como vem referido no poema muitos são os caminhos. Uns
escolhem o caminho oferecido pelas artes marciais, outros o oferecido
pela maçonaria e certamente outros escolherão outros caminhos que
irão convergir no mesmo ponto do que os anteriores. O Koan é um jogo
de cartas que surgiu das escrituras sagradas de monges zen budistas e pode
ser traduzido como mudança de atitude.
Cada Koan ou pensamento representa uma janela para entender a vida sob
um novo olhar, uma nova perspectiva.
Ao contrário do Tarô e do I-Ching, as respostas contidas neste jogo envolvem
sempre uma ruptura de conduta.
Usar o Koan é reformular conceitos e julgamentos que não trazem felicidade.
Pouco difundido no Brasil, o Koan é praticado por mestres e alunos zen
budistas e utilizado como método terapêutico.
Algumas respostas podem parecer estranhas e mesmo que não respondam
sua pergunta imediatamente, é importante guardar o pensamento e esperar,
pois sua intuição lhe mostrará o caminho.
Convergência/ruptura de conduta: qual
caminho é a porta sem porta?
Buddhanandi era um especialista em filosofia
e dialética. Ao encontrar o mestre Vasumitra,
decidiu desafiá-lo.
Buddhanandi: Vim debater com você sobre
a natureza da verdade.
Vasumitra: Meu caro amigo, a verdade não
tem dois lados; logo, nunca foi e nunca poderá
ser debatida. Qualquer coisa que seja debatida,
por mais profunda que seja, simplesmente não
é a verdade. Tudo o que é declarado sobre a
verdade, por mais coerente e correto,
permanece apenas no nível da discussão.
Sempre há alguma perspectiva, em que
qualquer afirmação pode e deve ser debatida.
A delicadeza

Até mesmo a menor intenção de afirmar


ou discutir já encobre o que é real.
Nenhuma afirmação verbal, como dizer
que "a mente e seus objetos não estão
fundamentalmente separados", pode ser
a verdade. A afirmação verbal de que "a
verdade está além das palavras e dos
pensamentos" também não é a verdade.
Afirmar que "sujeito e objeto são
esquecidos na iluminação", ou expressar
que "sujeito e objeto não são esquecidos
na iluminação", também não são a
verdade.
Espaço semântico/espaço neutro

Que engraçado! Mesmo a diferenciação


entre "falso" e "verdadeiro" permanece no
nível da discussão perene e portanto não é
a verdade. Simplesmente seja a verdade!
Mas não ache você irá se tornar uma lagoa
tranqüila ou um céu imaculado!

Num dos quadros de Lygia Clark, a moldura


larga estava no mesmo nível da tela, a
composição geométrica a invadia,
desfazendo assim o limite entre o espaço
semântico do quadro e o espaço neutro da
moldura. Ferreira Gullar.
Bichos, de Lygia Clark
Espaço semântico

Se a moldura é a zona de passagem entre o


espaço semântico (imaginário) do quadro e o
espaço real, ao invadi-lo Lygia está questionando
o espaço semântico e igualando-o ao espaço não
semântico da moldura, ou seja, abrindo-o à
penetração do espaço real. Kasemir Malévitch
também focou na questão de uma linguagem
efetivamente não figurativa, que expressasse a
sensibilidade da ausência do objeto. Mas como criar
uma linguagem não figurativa se qualquer forma sobre
a tela é figurativa? Ele tentou superar a contradição
figura –fundo. Em vão. Pois tudo o que se percebe
está sobre um fundo. Sem esta contradição, não há
percepção. Ferreira Gullar.

Cubos virtuais de Josef


Albers.
Espaço semântico e Linguagens

Podemos fazer algumas observações sobre o sentido


do que Ferreira Gullar chama de espaço semântico.
Uma é sobre a moldura/espaço semântico e outra é
sobre percepção/figura-fundo. Podemos dizer que o
espaço semântico está no limite salientado pela
moldura e que ao quebrar esse limite quebra-se
também a possibilidade da percepção que está
necessariamente prisioneira da relação figura-fundo.
Então a relação figura-fundo é atributo de um espaço
semântico imaginário ou não. É assim que o estudioso
de lingüística Louis Hjelmslev define um campo
semiótico formado com a função expressão e conteúdo
e suas formas de expressão e forma de conteúdo. Não
consideramos a substância de expressão e de
conteúdo. A ver. Lygia Clark
Espaço semântico e ciclo limite

Esses espaços tem várias propriedades. Algumas delas


são: estabilidade( imagine uma figura com fundo borrado.
O que diríamos? Talvez o mesmo que Ferreira Gullar
quer dizer. Que ao quebrar o fundo desestabilizamos o
sentido das figuras pictóricas.) Tem limites de
expressabilidade, que significa que são espaços
convergentes, ou seja, se ultrapassarmos esses limites
não estamos mais lidando com o que entendemos ser
uma obra plástica, musical e etc. Se considerarmos esse
espaço semântico como um topos característico,
podemos intercambiar espaço topológico e espaço
semântico no sentido de Ferreira Gullar e então
podemos passar para uma caracterização dinâmica
desse espaço.
Espaço semântico do lingüística Louis
Hjelmslev

 A relação Figura/Fundo e sua percepção como sentido,


formam – se no quadro forma de expressão e conteúdo.
Quanto ao tipo, se música, plásticas ou dança e etc,
encontram-se na substância de expressão e substância de
conteúdo. Tal estratégia de análise, tem sido a marca na
história das idéias. Também é assim que Chomsky analisa
o Gramatical e o agramatical.
Sistemas dinâmicos
gramatical/agramatical como semiótica
formada.
 Gramática gerativa Transformacional
Chomskyana: Uma primeira aproximação a ser feita quanto à
questão do dentro/fora da língua na ótica chomskiana tem a ver
com o que ele chama de gramatical/agramatical. Assim como
Saussure fala de filtros internos e externos operando na língua,
Chomsky vai mencionar formações de língua bem estruturadas
(gramaticais) e formações de língua mal formadas que rompem
com a estrutura (agramaticais). Estariam, assim, dentro da língua,
aquelas sentenças formadas (ou geradas) pelas regras da
gramática da língua. , ou a estrutura é gramatical (e está
dentro,conseqüentemente) ou não é (e fica de fora).
O dentro e fora Gramatical e ou Dinâmico

Gadet & Pêcheux (1981), em “La Langue Introuvable”, reconhecem


o mérito histórico da Gramática Gerativa Transformacional em ter
designado o lugar onde, na língua, o gramatical não cessa de negociar
com o não-gramatical. A diferença fundamental para esses autores é
que a existência do impossível, do proibido, do não-gramatical está
inscrita na ordem própria da língua. , Sempre faltarão palavras para
expressar algo, já que existe o impossível a dizer.
Tais estruturas gramaticais, têm as mesmas propriedades estruturais dos
sistemas dinâmicos como estudados em matemática ou física que
vimos mais acima. A estrutura gramatical é estável, tem limites, se
define por constantes estruturais e etc.
Homologia de formas de expressão e Conteúdo: o caso dos
sistemas dinâmicos

Noções preliminares: Limites de Cauchy.


Dizemos que, se uma função f(x)=b , com
ponto de acumulação a, ou seja, que quando
x tende para a e f(x) tende para b, então f(x)
tem limite. Lim f(x)=b com x tendendo p/ a

 ∀ε > 0 ∃δ > 0 : ∀x de Df 0 < l x-a l < δ → l f(x) -
b l < ε, ou seja, F(x) se aproxima de b quando
x se aproxima de a.
Sistemas dinâmicos e caos

Sistemas dinâmicos são descritos por equações diferenciais. Existem


dois métodos para solucionar equações diferenciais: analítico que
tenta dar uma solução exata do problema e o método numérico que
trabalha por aproximação. Com o método analítico, tentamos
resolver uma equação da forma: y’ = ƒ (x,y) = ƒ (x,y +h) – ƒ (x,y)/
h , para encontrar y = F (x) que satisfaça y’. Exemplo: seja y’=
2x+3. Então sua solução é y= ∫ (2x+3)dx = x +3x+c, onde:
x = x elevado ao quadrado. Para se determinar uma solução
específica, torna-se necessário atribuir valores a x e y tal que: se
x=a e y = b determinamos por onde deve passar a solução. Este
processo de achar y(a)=b chama-se problema da condição inicial.
Particularizando temos: dx/dy = 2x+3 & y(0)= 0 Então, y(0)= 0 .
Equações que não dependem do tempo são autônomas; dependente
são não autônomas.
Estabilidade e condições
iniciais.
Seja um sistema de equações n-dimencionais tal que: x’ =
F(x◦) onde x◦= (x₁...xⁿ). Sua solução unívoca determinada
pelas condições inicias, dadas por: x□= x(x₀,t) com estado
de equilíbrio F(x₀□)= 0 e portanto x□=x(x₀,t₀). Então
temos as seguintes definições de Liapunov:
Uma determinada solução x(x„,t) é estável se para qualquer
ε> 0, existe um δ=δ(ε)> 0 tal que: lx₀-x„ l < δ(ε) →l x(x₀,t)-
x(x„,t) l < ε para t₀ ≤ t < ∞. Tal solução é instável se existe
um ε>0 e algum x₀ próximo de x„ tal que x(x₀,t) sai do
limite. A solução x„ pode ser um Repulsor ou uma
fonte. Se Lim l x(x₀,t) – x(x„,t) l = 0, o ponto fixo é um
atrator
Ciclos limite e estabilidade

Ciclos Limites são movimentos de equilíbrio no


qual o sistema possui movimento periódico. Tal
definição, é oposta ao conceito de pontos de
equilíbrio já que estes estão em repouso. No
caso de ciclos limites devemos falar em
estabilidade orbital.
Para se obter um ciclo limite estável é
necessário que a origem seja instável. Como
consequência, trajetórias de pequena amplitude
movem-se para
fora a medida que o tempo passa. Por outro
lado, trajetórias de grande
amplitude devem se mover para dentro. Fig1.6.
Ciclo limite estável de um oscilador
Atractor Estranho

Existem vários atractores, ou pontos


de convergência para onde tendem os
sistemas dinâmico. São eles: Atractor
Fixo - quando uma bola gira em torno de uma
cova e é atraído pela gravidade para um
ponto; Atractor Periódico - No caso o padrão
cíclico de um pêndulo que, quando gira num
certo número de estados fixos forma um ciclo
limite; Atractor estranho - o sistema flutua
entre vários estados como flutuação contínua.

Atractor
Estranho
Outra forma de expressão: Estabilidade e
Ciclo

Limite
Luiz - Quero dizer com tudo isso,que a quebra dos limites, a saída
dos ciclos limites é sinal de sistemas instáveis que induz o caos. E
Também que as séries que passam o ciclo são divergentes. Isso tudo
é matemática. Também que a obra de Lygia é uma obra divergente
tal como a porta sem porta do Zen budismo e seu símbolo
característico)
 O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu
lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua
recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir
um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em
tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está
trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas
coisas simultaneamente.
Suas mãos e seus pés são os pincéis...

,trata-se de uma questão de vida e morte, na


medida em que é uma luta do arqueiro consigo
mesmo. Se se perguntar, desse ponto de vista,
aos mestres arqueiros japoneses sobre esse
enfrentamento do arqueiro consigo mesmo, sua
resposta soará mais do que misteriosa. Porque
para eles o combate consiste no fato de que o
arqueiro se mira e no entanto não se atinge, e
que por vezes ele pode se atingir sem ser
atingido, de maneira que será simultaneamente o
que mira e o que é mirado, o que acerta e o que é
acertado. Ou, para nos utilizarmos de uma
expressão cara aos mestres, é preciso que o
arqueiro, apesar de toda a ação, se converta num
ser imóvel para, então, se dar o último e excelso
fato: a arte deixa de ser arte, o tiro deixa de ser
tiro, pois será um tiro sem arco e sem flecha; o
mestre
O universo é a tela sobre a qual ele pinta sua vida...

Com o objetivo de vivenciar essas experiências, o


budismo Zen segue por caminhos que, através de
um recolhimento metódico e sistemático, conduzem
o homem a perceber, no mais profundo da sua alma,
o inefável que carece de fundo e de forma/ Quando
estiramos a corda ao máximo”, disse-nos o mestre,
“o arco abarca o universo, e por isso é importante
saber curvá-lo adequadamente”/lembrem-se de que
o tiro com arco não é destinado a fortalecer os
músculos/ Não estirem a corda aplicando todas as
suas forças, mas procurando dar trabalho
unicamente às mãos, enquanto os músculos dos
braços e dos ombros ficam relaxados, como se
estivessem contemplando a ação, sem nela intervir.
Qual a relação do Budismo entre convergência e
ruptura de conduta?

 Enquanto a lucidez quântica normaliza as


superposições, a Búdica potencializa.
 O Observador Quântico oscila entre o escuro
da incerteza e o claro da normalização; O
Búdico salta da normalização confusa para a
lucidez do não clássico.
 Enquanto o sujeito Búdico torn-se plural, o
quântico se condensa.
A Potência Búdica não é a Luz do Platonismo
Graças a ele,a alma entra espontaneamente numa espécie de
vibração susceti'vel de se intensificar, até chegar à sensação de
incrível leveza, que só experimentamos poucas vezes no
sonho,...,Quem se libertou de todas as ligações tem que exercer
qualquer arte que seja,...,e não saberia jamais com que força
embriagadora o vibrante impulso de um acontecimento é capaz
de transmitir-se a quem é, em si mesmo, mera vibração,..., E
compreende por que o meramente técnico, enquanto é aprendido,
tem que ser praticado até a exaustão. Isso tudo depende de que,
esquecidos por completo de nós
mesmos e livres de toda intenção, nos adaptemos ao acontecer:
a execução de algo exterior desenvolve-se com toda a
espontaneidade, prescindindo da reflexão controladora.
Algumas observações...

 A metáfora Platônica da Caverna não pode ser usada


para uma analogia com a iluminação Búdica por
vários motivos: as motivações de Platão são
ressentimento , negação da vida,Ironia, má vontade e
desejo de fundar o ESTADO. Nada disso faz parte
do Budismo, embora exista uma forte penetração das
relações de poder da antiguidade nas estruturas
monásticas búdicas. O que o Poder não é capaz de
fazer? É necessário um estudo das formas políticas
do poder para dar mais consistência prática aos
preceitos Búdicos!
Budismo e Potencia de vida
Espinosa e o Budismo uma relação
promissora.
O Budismo Não é Niilista
Interdependência Búdica e
Afirmação da Vida
Não há alma eterna tampouco existe aniquilação
Niilismo na Caverna de Platão

O Niilismo só consegue pensar a diferença como identidade em


si. Para tento, necessita de um fora contrário a si para se
afirmar como negação de algum outro. Nessa Lógica do
escravo como diz Nietzsche ou de Samsara como diz Buda,
gira a negação como sofrimento potencializado. Daí as
dicotomias: Dentro/fora, matéria/espírito,
origem/descendência, ordem/desordem/ e etc. A diferença
nessa perspectiva, é motivo de negação para se gerar
segurança, a identidade e um “eu”como unidade finita
sintética. Essa unidade sintética é o tempo como presente
como constância, estabilização. O aqui e agora búdico é já
passado e ainda por passar = acontecimento, porque não existe
unidade sintética do “eu”.
A diferença em si
 Na perspectiva do Budismo, como não existe um eu fundamental ao qual se
segurar, a diferença é já si. Mas a diferença em si é instável e flutuante.
Nesse sentido, a Estabilidade não é um dos objetivos do budismo. Tem sido
este os equívocos das analogias do Budismo com a Caverna de Platão. O
não apego Búdico chega a esse nível; Trata-se de um estado de vida como
arte e flutuação sem negação, como alegria . Um Pássaro quando está
suficientemente firme em seu vôo, ao parar de usar suas asas não entra em
ponto morto como quando usamos automóveis, ele desliza nas correntes de
ar bailando arte sem chão ou fundamento e sem céu ou limites; ele curte as
dobras dos movimentos do vento, caótico por natureza, sem fixação, como
liberdade criativa e efetuação de suas potencias de agir. Assim são as artes
Zen Koan!
Budismo como Potencia...
Espinosa e o Budismo...
A vida como obra de arte...
Potencia criativa...Koan

 Esse estado, em que não se pensa nada de definido, em que nada se


projeta, aspira, deseja ou espera e que não aponta em nenhuma direção
determinada (e não obstante, pela plenitude da sua energia, se sabe que é
capaz do possível e do impossível), esse estado, fundamentalmente livre
de intenção e do eu, é o que o mestre chama de espiritual. Com efeito,
ele está carregado de vigília espiritual, e recebe também a denominação
de verdadeira presença de espírito. Isso significa que o espírito está
onipresente, porque não está preso em nenhum lugar. E assim pode
permanecer, pois embora se relacione com isto ou aquilo, não se liga a
nada reflexivamente e, portanto, não perderá a sua mobilidade original.
Podemos compará-lo à água que enche um tanque, mas que em qualquer
momento está em condições de extravasá-lo. Pode usar sua inesgotável
energia porque está livre, e abrir-se para todas as coisas porque está
vazio. Um círculo vazio, símbolo desse estado primordial, fala com muita
força para quem nele se encontra.

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