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Filosofia Contemporânea I

Regras e Seguir uma regra I


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com
Critica a visão imagista


qualquer imagem pode ser interpretada de
numerosos modos diferentes

assim, o que uma imagem representa é uma
questão não dos seus traços intrínsecos, mas
de como ela é aplicada ou entendida

o mesmo vale para imagens mentais.
Semelhança de Família


a nossa apreensão do conceito de jogo
depende do fato contingente de que, tendo
sido introduzidos à palavra em conexão com
uma gama de exemplos, nós todos achamos
natural seguir aplicando-a do mesmo modo em
novos casos.
Seguir uma regra


Suponha que estamos ensinando alguém a
contar.

Começamos lhe ensinando a série “0, 1, 2, 3,
4,...”, e atingimos o ponto onde, julgado pelos
critérios usuais, o aluno dominou essa série (IF
§§143ss.).

Nós lhe ensinamos, então, outras séries de
números: a série “2, 4, 6, 8...”, a série “3, 5, 7,
9...”, e assim por diante. “Fizemos exercícios e
testamos o seu entendimento até 1000”(IF 185)

IF 185
Pergunta


o que é preciso para apreender a regra de
adicionar 2?

o que faz com que seja o caso de que eu
apreendi aquela regra?

O que é preciso para dizer que “x tá seguindo
uma regra?” e “y não tá seguindo uma regra”?
Respostas clássicas I Platonismo


é um fato absolutamente objetivo que a
continuação correta da série “2, 4, 6,... 996,
998, 1000” é “1002, 1004, 1006...”. Essa
continuação é absolutamente a mais simples
ou a mais natural.

Qualquer outra maneira de continuar a série –
seria menos simples, menos natural; não
apenas pra nos mas no geral

é simplesmente um fato – um fato
absolutamente objetivo – que alguém que
continua a série pondo “1002, 1004, 1006...”
está continuando da mesma maneira que
anteriormente, e que alguém que põe “1004,
1008, 1012...” não está seguindo da mesma
maneira que anteriormente.

O mesmo é válido para os padrões de
aplicação de uma palavra descritiva.
Objeção


Wittgenstein

é evidente que existem indefinidamente
muitos modos possíveis de continuar uma
série, tal que nenhum deles tem uma alegação
melhor do que qualquer outro de ser a
continuação absolutamente correta, ou a mais
simples, ou a mais natural

O mesmo vale para o uso de uma palavra
descritiva.

Exemplo : “bravo” “carro “ “gente “”negro”,
“primo”, “galera”, “torta” em Português vs
Italiano

Não tem nada “no mundo” que rende um uso
de uma palavra mais “objetivo e natural” do que
o outro
Objeção I


Não podemos justificar a alegação de que o
nosso modo de continuar a série “2, 4, 6, 8...” é
o correto dizendo que a pessoa que põe “1000,
1004, 1008, 1012...” não está continuando da
mesma maneira. é verdadeiro que, pelos
nossos padrões, ele não está continuando da
mesma maneira que anteriormente.

Mas, julgado pelos seus padrões, ele está.

Não há nada que possamos fazer para mostrar
que os nossos padrões de correção são os
padrões objetivamente corretos

Logo, é impossível justificar a alegação de que
a nossa maneira de continuar uma série é
absolutamente a correta, e que outros modos
de continuá-la são absolutamente incorretos.

não há nenhuma coisa tal como uma
continuação ser absolutamente correta, ou
absolutamente mais simples ou mais natural do
que outra.

Não tem fatos objetivos, além dos nossos
padrões, que rendem uma aplicação da regra
“mais simples ou mais natural”

O mesmo vale para o caso de palavras
descritivas.
Objeção I


o fato de que existem muitos modos possíveis
de continuar não mostra que eles estão todos
no mesmo nível.

Alguns deles são absolutamente mais simples
ou mais naturais do que outros

haverá com frequência uma continuação que é
absolutamente a mais simples.
Objeção II


os nossos padrões de simplicidade e
naturalidade são integrais a um sistema de
pensamento que evoluiu passando pela longa
história de interação humana bem-sucedida
com o mundo

Isso nos dá uma razão para pensar que o que
nos parece ser o mais simples e o mais natural
é, absolutamente, o mais simples e o mais
natural.
Objeção III


Os nossos padrões de correção, simplicidade e
naturalidade podem preencher, ou falhar em
preencher, os padrões que estão integrados na
realidade.

Exemplo: como e´que a nossa matemática
consegue descrever (e prever ) tão bem os
fenômenos físicos, muito mais do que outros
sistemas alternativos?

Um critico do argumento : David Lewis

Child, Wittgenstein, 133-156

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