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1.

”A conexão regular entre o sinal, seu sentido e sua referência é de tal


modo que ao sinal corresponde um sentido determinado e ao sentido,
por sua vez, corresponde uma referência determinada, enquanto que a
uma referência (a um objeto) não deve pertencer apenas um único sinal."
(Sobre o sentido e a Referência. Frege, 1892 (1978). p. 63.) Sobre essa
afirmação de Frege, pode-se dizer corretamente o seguinte:

(dois itens corretos)

(1 Ponto)
a um sinal de objeto tem de corresponder um sentido que, por sua vez, é um modo de
apresentação do objeto a que corresponde; 
a nomeação de objetos não é arbitrária, isto é, dependente da comunidade de falantes;
os sentidos dos objetos são seus modos de apresentação;
a relação entre o sentido de um sinal de objeto e um objeto corresponde à
representação subjetiva do objeto referido;
qualquer sinal de objeto pode, antes de que comece a ser usado, designar qualquer
objeto. O batismo exemplifica isso.

2.Para Frege, a relação de identidade (por exemplo: A=A) é uma relação


entre sinais de objetos. Não obstante isso, um enunciado que a contenha
(por exemplo: Brasília é a capital do Brasil) pode ter valor cognitivo. Isso
se explica, segundo Frege, pelo seguinte:

(um item correto)

(1 Ponto)
a referência dos termos singulares do enunciado é a mesma;
a referência dos termos singulares que ladeiam o sinal de identidade se distingue do
modo de apresentação dessa referência;
o objeto referido pelos sinais que ladeiam a identidade é idêntico a si mesmo;
os sentidos dos termos singulares concernidos são compatíveis com os objetos
referidos;
o sentido e a referência dos termos singulares nas relações de identidade são
idênticos.
3.”Até aqui só consideramos o sentido e a referência daquelas expressões,
palavras ou sinais a que chamamos nomes próprios. Agora, passemos a
investigar qual seja o sentido e a referência de uma sentença assertiva
completa.” (Sobre o sentido e a Referência. Frege, 1892 (1978). p. 67.)
Sobre o sentido e a referência de sentenças assertivas, pode-se, segundo
Frege, dizer corretamente o seguinte:

(dois itens corretos)

(1 Ponto)
a referência de uma sentença assertiva é um objeto; (certeza)
sentenças assertivas falsas não têm sentido;
sentenças assertivas falsas sobre objetos ficcionais não têm sentido;
sentenças assertivas expressam um pensamento ou não têm sentido; 
a referência de uma sentença assertiva não é seu valor de verdade.

4.”Minha teoria, exposta brevemente, é a que se segue. Tomo a noção de


variável como fundamental; uso "C(x)" para significar uma proposição
(mais exatamente uma função proposicional) na qual x é um constituinte,
onde x, a variável, é essencial e totalmente indeterminada" (Da
denotação. Russell, 1905 (1972) p.2.) Conforme essa teoria de Russell e
sobre a proposição “O atual rei do Brasil é mineiro” pode-se dizer o
seguinte:

(dois itens corretos)

(1 Ponto)
é uma proposição em que o objeto referido pela expressão denotativa que ela contém
é referido de modo indeterminado;
não é possível ter conhecimento de familiaridade do objeto referido pela expressão
denotativa que a proposição contém e sabemos disso a priori;
a proposição, graças à expressão denotativa que contém, pressupõe a existência do
objeto referido por essa expressão e isso deve ser claramente explicitado, mediante a
afirmação dessa existência, de modo que o princípio lógico da bivalência possa ser mantido
sem compromissos ontológicos extravagantes;
é uma proposição falsa;
a proposição pode ser bem traduzida por: ∃(x) (Rx . Mx)

5.“Uma vez que a teoria do significado esteja nitidamente separada da


teoria da referência, é necessário apenas um pequeno passo para
reconhecer como primeira ocupação da teoria do significado tão somente
a sinonimia de formas linguísticas e a analiticidade dos enunciados; os
próprios significados, como entidades intermediárias obscuras, podem
muito bem ser abandonados” (Dois Dogmas do Empirismo. Quine, 1951.
p. 3.) O que Quine quer dizer com isso pode ser expresso pelas seguintes
afirmações:

(dois itens certos)

(1 Ponto)
Quine discorda de Frege no tocante à separação entre sentido e referência;
Quine não sabe, ou se interessa em saber, que entidade poderia ser o significado de
um termo, uma vez que se tenha separado esse significado de sua referência;
ao lidar com os significados como entidades, Quine evita compromissos ontológicos
extravagantes;
se os significados puderem ser investigados mediante a sinonimia, então não
precisamos nos ocupar em saber que coisas eles são;
Quine dispensa a noção de significado e, com isso, pode se ocupar apenas com a
noção de referência, mediante a qual tenta esclarecer a noção de analiticidade.

6. “O lexicógrafo é um cientista empírico, cuja ocupação é registrar fatos


passados; e se ele registra “solteiro” como “homem não casado”, é graças
à sua crença de que há uma relação de sinonimia entre essas formas,
implícita no uso geral ou preponderante, anterior a seu próprio trabalho.”
(Dois Dogmas do Empirismo. Quine, 1951. p. 6.) Considerando essa
afirmação de Quine e suas reflexões sobre a linguagem no texto em que
ela é feita, podemos dizer o seguinte:

(um item certo)


(1 Ponto)
o significado de um termo é definido pelas autoridades linguísticas competentes;
“solteiro” é sinônimo de “homem não casado” em virtude de haver uma regra
semântica que assim o determina;
um termo não pode ser sinônimo de outro a não ser que possa ser substituído por ele
em toda e qualquer ocorrência linguística;
o que fixa o significado de um termo é o seu uso, mas uma vez fixado, o significado do
termo não muda mais;
na linguagem ordinária, sinonímias são fixadas pelo uso.(dúvida)
Usando e teoria de Russell, reinterprete a sentença abaixo e explique a
sua resposta.

1. Todos os homens são mortais. 

Formalizamos a sentença com C(x), onde C está para homens e (x) está
para Todos.

C(x) = todos os homens.

Todos os (x): ‘C(x)’ é sempre verdadeiro.

‘Se x é homem, então x é mortal’ é sempre verdadeiro.

É sempre verdadeiro de x que se x é homem e, se x é homem, então x é


mortal.

8.“É óbvio que a verdade em geral depende tanto da linguagem como de


fatos extralinguísticos.” (Dois Dogmas do Empirismo. Quine, 1951. p.
18.) Explique esta afirmação de Quine apresentando pelo menos um
argumento dele que a corrobore.
Quine questiona os dois dogmas do empirismo. O primeiro consiste na crença
em divisão entre duas verdades que são analíticas, ou seja, que as verdades
são fundamentadas em significados independentes de questões de fato, e
verdades sintéticas, que é fundamentada em fatos. Quine busca discutir esses
enunciados analíticos que são colocados como verdadeiros logicamente, pois
dependem somente da linguagem. O que ele propõe é discutir entre essa
linguagem analítica e as questões do mundo, os fatos. Pretende apresentar
uma discussão que afirma que existem linguagens que são verdadeiras sem o
mundo. Essa ideia para ele é um dogma, pois não há como separar a
linguagem do mundo. Ele busca ver esses pontos e afirma que não podemos
ficar somente no mundo dos sentidos, mas sem se prender somente as
questões da linguagem:
“[...] a doutrina permanece ambígua no que concerne à consideração
dos dados dos sentidos como eventos e à consideração dos dados
dos sentidos como qualidades sensoriais, e permanece vaga quanto
às formas admissíveis de composição. Além disso, e sem ainda
exceder os limites do que chamei de reducionismo radical, podemos
tomar enunciados completos como nossas unidades significantes —
exigindo, desse modo, que nossos enunciados, tomados como
totalidades, sejam traduzíveis em uma linguagem dos dados dos
sentidos, mas não que sejam traduzíveis termo por termo” (Dois
Dogmas do Empirismo. Quine, 1951. p. 21).

Para Quine, as verdades de fato dependem tanto da linguagem, como dos


fatos. Todas as verdades, em alguma medida, dependem dessa relação dos
fatos com a linguagem.

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