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Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Campus de Aquidauana
Curso de Licenciatura em Letras
AS TIPOLOGIAS DAS SITUAÇÕES PLURILÍNGUES
AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
LOUIS-JEAN CALVET

DISCIPLINA: SOCIOLINGUÍSTICA
SEMESTRE: 6° ACADÊMICOS: CAROLAINE CRISTINA,
PROF.DRA: CLAUDIA CAMILA LARA FERNANDA OLIVEIRA, JULIANA ALVES,
PAULO LOPES, SANDRA E THAÍS SANTANA.
 No capítulo II, “As tipologias das situações plurilíngues”,
Calvet trata dos meios científicos requeridos pela política
linguística desde a década de 1960, os quais foram
fornecidos especialmente por Ferguson, Fishman e
Stewart, que se voltaram para as relações entre língua e
INTRODUÇÃO sociedade.
Capítulo 2
As tipologias das  Para Calvet, a complexidade das situações de contato
linguístico exige um modelo tipológico que leve em conta
situações vários fatores.
plurilíngues
 Paralelamente às primeiras preocupações de política
linguística, desenvolveu-se o que atualmente se chama
sociolinguística, que dará à política linguística os meios
científicos de que ela necessitava.

 São esses instrumentos que apresentaremos neste capítulo.


Equacionar as
1960  situações
plurilíngues
I. Ferguson e
Stewart
Diglossia:
Variedades altas e
Variedades baixa
I. Ferguson e Stewart
QUE LÍNGUA CONSIDERAR?

Comparar diferentes situações

Major languages

Minor languages

Languages of special status

3 L = 2 Lmaj (So, Vg) + 0 L min + 1 Lspec (Cr)


I. Ferguson e Stewart

Em 1968, Stewart retomou o problema, que já abordara em 1962, de


uma maneira ligeiramente diferente;

Levou em conta 4 atributos (padronização, autonomia, historicidade e


vitalidade);

Ausência – e presença +;

Permitia definir sete tipos de línguas.


I. Ferguson e Stewart

Exemplo: Ilhas Curação


Acrescenta mais três
( Antilhas Holandesas) da
funções as sete propostas Divide as línguas de um
seguinte da seguinte
por Ferguson (provincial, país em 6 classes
maneira: Classe 1,2,3,4,5 e
capital e literária)
6.

Certas classificações
envelhecem rapidamente
A escolha dos atributos (crioulo haitiano, por
nem sempre são evidentes; exemplo) considerado
atualmente como
padronizado;
I. Ferguson e Stewart

Certas funções não são avaliadas de


maneira precisa;
Existem línguas “oficialmente oficiais”
como o gaélico na Irlanda, cujo status é
nulo.
Por fim, línguas sem funções oficiais
podem desempenhar um papel importante.
Ralph Fasold, resumiu os textos de Ferguson
e Sterwart e em seguida, retomou o
problema de um ponto de vista ligeiramente
diferente:
II. As propostas 1. Previsibilidade das funções assumidas
de Fasold pelas línguas, não é qualquer língua que
pode assumir qualquer função;

2. Uma língua deve possuir certos atributos


para preencher determinada função;
II. As propostas de Fasold

• Ponto de vista resumido no quadro:


1. padronização 1. utilizada por todos na
2. utilizada corretamente por conversação cotidiana
oficial
certo número de cidadãos
escolarizados. de grupo 2. considerada pelos falantes
como unificando-os e
1. símbolo de identidade nacional
distinguindo-os dos demais
para uma parte importante da
população.
2. amplamente utilizada na 1. considerada como " adquirível"
comunicação cotidiana. veicular por, pelo menos, uma minoria do
3. ampla e frequentemente falada país
nacionalista no país
4. sem alternativa maior no país 1. presente na lista das " línguas
internacional
para a mesma função. internacionais potenciais"
5. aceitável como símbolo de 1. padronização igual ou maior
autenticidade. escolar do que a língua dos alunos

6. ligada a um passado glorioso


religiosa 1. clássica
II. As propostas de Fasold

Porém esses atributos, cuja presença garante que


determinada língua possa preencher determinada
função, criam, no entanto, alguns problemas:
O atributo necessário para que uma Tem-se a impressão de que Fasold
considere como internacionais apenas
língua possa preencher a função
as línguas admitidas como línguas
religiosa provém de uma certa admitidas como línguas de trabalho
concepção religião; na ONU ou na UNESCO.
O QUE É?

III. A grade de  Instrumento de medida e


Chaudenson comparação do status e corpus
da língua francesa nos países
que falam o francês.
 STATUS

 Oficialidade;
III. A grade de
 Usos “institucionalizados”; Chaudenson
 Educação;
 Meios de comunicação de massa;
 Setor secundário e terciário privado.
III. A grade de Chaudenson

 CORPUS

 Apropriação linguística;
 Vernacularidade/vernacularização versus veicularidade/
veicularização;
 Os tipos de competência;
 Produção e exposição linguísticas.
III. A grade de
Chaudenson

 Resultadoda
avaliação em relação
ao Francês
III. A grade de Chaudenson

AS LÍNGUAS EM RELAÇÃO A UM PAÍS

01 02 03
Seu grau de uso, isto é, Seu grau de Seu grau de
a porcentagem de reconhecimento, isto é, funcionalidade, isto é, as
falantes no país o grau de oficialidade possibilidades que a
considerado (o corpus da língua ( o status de língua tem de preencher
as funções destinadas a
de chaudenson); Chaudenson); elas (atributos/funções de
Fasold).
III. A grade de
Chaudenson

 Aslínguas do
Marrocos: Francês,
Bebere e Árabe.
III. A grade de
Chaudenson

 Aslínguas do Mali:
Francês, Songhai,
Peul, Tamasheq e
Bambara.
POSSÍVEIS UTILIZAÇÕES
PARA ESTES GRÁFICOS:

III. A grade de
Chaudenson
Leitura imediata entre a relação
status e corpus para cada uma das
línguas e assim avaliar a situação
linguística do país.
III. A grade de Chaudenson

RELAÇÃO STATUS/CORPUS: TRÊS SITUAÇÕES


TEÓRICAS

• A das línguas em diagonal: status = corpus (Árabe no Marrocos e Peul e


Songhai no Mali);
• A das línguas que se encontram acima da diagonal (Francês no Mali e
Marrocos);
• A das línguas que se encontram abaixo da diagonal (Berbere no Marrocos).
III. A grade de Chaudenson

SENDO ASSIM, ESTA VISUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO


LINGUÍSTICA DE UM PAÍS PODE SERVIR PARA:

Servir de base para o planejamento


Permitir, representar no plano
linguístico: percebem-se de imediato
diacrônico, a evolução esperada de
as contradições ou coerências entre os
uma situação após a intervenção
graus de uso e de reconhecimento das
planejadora.
línguas em contato;
III. A grade de
Chaudenson

 Exemplo da
República
Centro-africana
III. A grade de Chaudenson

QUESTIONAMENTOS
Como delimitar a noção de grau de funcionalidade?
Para a língua preencher determinada função, o que fazer para equipá-la?

Relação qualidade/preço desse equipamento ou sobre a relação ou


qualidade/preço .
Como medir, de maneira unívoca, o grau de uso e o grau de reconhecimento
de uma língua?
Como determinar de maneira precisa, o que constitui a funcionalidade de
uma língua?
CONCLUSÃO
 Os modelos apresentados;
 Complexidades das situações;
 Diferentes fatores: dados quantitativos, dados jurídicos, dados funcionais,
dados diacrônicos, dados simbólicos, dados conflituais;
 Propostas de Ferguson e Stewart, a grade de Chaudenson, as propostas de
Fasold;
 Deve necessariamente levar em consideração as evoluções em curso;
 Nos remete à língua de maneira muito mais rica;
 Surjam novos modelos completos.
PLANO DE AULA - PROPOSTA

1. IDENTIFICAÇÃO
• Escola: Escola Estadual Professor Luiz Mongelli
• Endereço: Rod. Aquidauana/CERA – 3 km, Bairro Vila
Popular
• Professor(a): Carolaine Cristina, Fernanda Oliveira,
Juliana Alves, Paulo Lopes, Sandra Ventura, Thaís
Santana.
• Componente Curricular: Língua Portuguesa
• Curso: Ensino Médio Ano: 3°
• Data: 25/10/19 Horário: 7h às 8:40
PLANO DE AULA - PROPOSTA

2. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 3. CONTEÚDO


• Geral: • Diversidade Linguística no Brasil
• Reconhecer a diversidade linguística no Brasil.
• Específico:
• Conhecer a pluralidade linguística presente no país;
• Respeitar e superar a discriminação relacionada as 4. PROCEDIMENTOS
diferentes línguas do povo brasileiro; METODOLÓGICOS
• Despertar no educando a consciência crítica a respeito da • Apresentação e explicação do conteúdo;
necessidade de se criar políticas linguísticas para a sua
• Atividade em grupos de até 4 pessoas
região;
• Desenvolver o diálogo e compreensão entre as diferentes para elaboração de um projeto de lei de
línguas e culturas. Política Linguística.
PLANO DE AULA - PROPOSTA
PLANO DE
AULA -
PROPOSTA
PLANO DE AULA - PROPOSTA
PLANO DE AULA - PROPOSTA

LEI N° 848/2010 DE 24 DE MAIO DE 2010 Dispõe sobre a co-oficilizaçao da língua guarani no município de
Tacuru/MS.
O Prefeito Municipal de Tacuru -  MS, Claudio Rocha Barcelos, no uso das atribuições legais, faço saber que a Câmara
Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte lei:
Artigo 1°- A língua portuguesa é o idioma oficial da Republica Federativa do Brasil.
Parágrafo Único -  Fica estabelecido que o município de Tacuru - MS passa a ter como língua co-oficial a guarani.
Artigo 2°  –  O status de língua co-oficial concedido por este objeto autoriza o município:
§1º  –  A prestar serviços públicos básicos de atendimento na área de saúde na língua oficial e na língua co-oficial.
§2°  –  Em caso de campanha de prevenção de doenças, bem como de tratamento, fica autorizado o município a utilizar
além da língua oficial, a língua co-oficial.
§ 3°  –  Incentivar e apoiar o aprendizado e o uso da língua co-oficial nas escolas municipais e nos meios de comunicação.
Artigo 3°  –  As variedades da língua guarani  –  Kaiowá, mbyam ñandeva - serão respeitadas e valorizadas.
Artigo 4 ° –  Em nenhum caso alguém pode ser discriminado por razão da língua co-oficial em que se manifeste.
PLANO DE AULA - PROPOSTA

5. ATIVIDADE DE
VERIFICAÇÃO/AVALIAÇÃO DE
APRENDIZAGEM:
• Participação e interação em sala de
aula; 5. RECURSOS DIDÁTICOS:
• Atividade de elaboração de uma
Política Linguística para os municípios • Lousa
de Aquidauana e Anastácio para Co- • Giz
oficialização da língua terena. • Datashow
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA BRASIL. Línguas indígenas ganham reconhecimento oficial de municípios. Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2014-12/linguas-indigenas-ganham-reconhecimento-oficial-de-municípios. Acesso em
19/10/2019 às 23:00.
CALVET, L. J. As tipologias das situações plurilíngues. In:
As políticas linguísticas. Prefácio de Gilvan Müller de Oliveira. Tradução de Isabel de Oliveira Duarte, Jonas Tenfen e Marcos Bagno. São
Paulo: Parábola; Florianópolis: IPOL, 2007. 168 p. (Na ponta da língua, 17).
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EM POLÍTICA LINGUÍSTICA. Línguas do Brasil. Disponível em:
http://ipol.org.br/tag/linguas-do-brasil/. Acesso em 20/10/19 às 00:01.
MARTINES, Lillan Cristina do Amaral. FRAGA, Letícia. Co-oficializaçao do guarani em Tacuru/MS, um passo importante no
cenário de políticas linguísticas brasileira?. Anais do X Encontro do CELSUL. Círculo de Estudos Linguísticos do Sul UNIOESTE -
Universidade Estadual do Oeste do Paraná Cascavel-PR | 24 a 26 de outubro de 2012 | ISSN 2178-7751
ORELHA DE LIVRO. As Políticas Linguísticas. Disponível em: https://www.orelhadelivro.com.br/livros/122087/as-politicas-
linguisticas/. Acesso em 16/10/2019.
PEREIRA, Cristina Telma. Entrevista com Louis-Jean Calvet. Caderno de Letras da UFF. Dossiê: O lugar da teoria nos estudos
linguísticos e literários no 46, 2012. p. 13-19.
TV BRASIL GOV. A diversidade linguística brasileira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=boDOmMX1v-0&t=25s.
Acesso em 20/10/19 às 00:26.
FIM

MUITO OBRIGADA!!!

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