Você está na página 1de 42

INTRODUÇÃO

“O que a natureza tem de mais incompreensível


é o fato de ser compreensível”
Albert Einstein

 Objetivos da Física
 Definição de grandeza
 Grandezas Fundamentais da Mecânica
 Grandezas Derivadas
 Padrões de comprimento, massa e tempo
 Sistema Internacional de Unidades (SI)
 Ordem de grandeza
 Grandezas derivadas do SI
 Múltiplos e submúltiplos do SI
 Regras de notação
 Conversão de unidades
 Análise dimensional
 Algarismos significativos
 Sistemas de coordenadas
 Grandezas escalares e vetoriais
 Vetores

1
A palavra física tem origem grega (physike) e
significa ciência da natureza

A Física é uma

das ciências que estuda a natureza

e suas propriedades

2
O objectivo da Física é fornecer uma compreensão
quantitativa de certos fenómenos básicos que ocorrem
no nosso Universo

3
Os fenômenos físicos são descritos
matematicamente

As leis físicas são formuladas como equações


matemáticas

Exemplo:
 
F  ma

4
A Física é a ciência mais fundamental e por isso os
fenómenos químicos, biológicos… em princípio,
podem ser explicados pelas leis da física

 mas na prática isso é difícil de acontecer uma vez


que envolve equações muito complexas

Aplicações de avanços básicos da física têm grande


impacto em outras atividades como:

TECNOLOGIA
COMPUTAÇÃO
ENGENHARIA
MEDICINA
MATEMÁTICA
5
DEFINIÇÃO DE GRANDEZA:

Propriedade de um corpo que é suscetível de ser


caracterizado qualitativamente e determinado
quantitativamente

Tudo aquilo que pode ser medido chama-se


"grandeza", assim, o peso, o comprimento, o
tempo, o volume, a área, a temperatura, são
"grandezas".

6
Exemplo:

Esta esfera tem várias propriedades

VELOCIDADE MASSA VOLUME

7
A observação de um fenómeno físico não é
completa se não pudermos quantificá-lo

para é isso é necessário medir uma propriedade física


O processo de medida:

 consiste em atribuir um número a uma propriedade


física

 este número é o resultado da comparação entre


quantidades semelhantes, sendo que uma delas é
padronizada e considerada unidade.

Exemplos:
Comprimento: 5 m (metro)
Massa: 5 kg (quilograma) 8
GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA

São admitidas como independentes entre si

COMPRIMENTO

MASSA

TEMPO

9
GRANDEZAS DERIVADAS

As unidades derivadas são obtidas por


multiplicação e divisão das unidades
fundamentais

Exemplos de grandezas derivadas:


x
Aceleração  a 2 m/s 2
t
 
Força  F  ma 1 N  1 kg m/s 2

10
EXPRESSÃO DE UMA GRANDEZA
UNIDADE - grandeza da mesma espécie que a grandeza que se pretende exprimir,
tomada como padrão de referência

Exemplo: o metro para o comprimento

VALOR NUMÉRICO - número de vezes que o padrão está contido na


grandeza considerada

L 6m

Assim, para expressar uma grandeza é necessário

• Definir um sistema de unidades

• Usar um método de medição (para obter o valor numérico)


11
PADRÕES DE COMPRIMENTO, MASSA E TEMPO
COMPRIMENTO

Em 1983, chegou-se a actual


definição do metro, baseada no
comprimento de onda da luz gerada
por um laser de Hélio-Neon no vácuo.
A barra de platina-irídio
utilizada como protótipo do
metro de 1889 a 1960.

Hoje, define-se o metro como a distância linear percorrida pela luz no


vácuo, durante um intervalo de

1/299 792 458 de segundo

Velocidade da luz no vácuo:

c  299 792 458 m/s  300 000 km/s


12
MASSA

Em 1889, na Primeira Conferência


Geral sobre Pesos e Medidas o
quilograma (kg) foi definido como
a massa equivalente

a massa de um cilindro de liga


de platina-irídio

A massa padrão está guardada no


Bureau Internacional de Pesos e
Medidas em Sèvres, França

13
TEMPO RELÓGIO ATÔMICO
NBS-4
Átomos de Césio 133 têm uma transição
entre níveis energéticos hiperfinos numa
frequência (f ) de 9 192 631 770 ciclos/s ( Hz)

Os átomos de Césio absorvem energia na


cavidade de microondas e ficam em
ressonância.

E F4

F3
E  hf

Átomos de Césio sempre emitem nesta mesma frequência: bom padrão de medida de
tempo

Em 1967 o segundo foi redefinido como o tempo necessário para completar 9


192 631 770 vibrações de um átomo de césio
14
Padrão mundial de tempo (1999) NIST-F1

1967: NBS- 4  precisão de 1 segundo em 30 000 anos

2011: NPL- CsF2  precisão de 1 segundo a cada 138 milhões de anos

 do relógio atómico do Laboratório de Física Nacional da Grã-Bretanha que é o


mais preciso do mundo.

15
SISTEMA INTERNACIONAL (SI) DE UNIDADES

Um comité internacional estabeleceu um sistema de definições e padrões


para descrever grandezas físicas fundamentais chamado sistema SI
(sistema internacional)

As unidades METRO, QUILOGRAMA e SEGUNDO para o

COMPRIMENTO, MASSA e TEMPO, respetivamente, são unidades do SI

SÃO AS GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA

16
ORDEM DE GRANDEZA
A ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima desse número

Exemplo
A ordem de grandeza de 82 é 102, pois 8.2 x 10 está próximo de 100

A ordem de grandeza de 0.00022 = 2.2 x 10-4 é 10-4

ALGUMAS ORDENS DE GRANDEZA DE DISTÂNCIA, TEMPO E MASSA

Distância (em metros) Tempo (em segundos) Massa (em quilogramas)


Raio do próton: 10-15 Tempo para a luz percorrer 1 m: 10-9 Elétron: 10-30
Raio de um átomo: 10-10 Batida do coração humano: 100 Próton: 10-27
Raio de um vírus: 10-7 Hora: 103 Hemoglobina: 10-22
Altura de um homem: 100 Dia: 104 Gota de chuva: 10-6
Montanha mais alta: 104 Ano: 107 Formiga: 10-2
Raio da Terra: 107 Vida humana: 109 Ser humano: 102
Distância da Terra ao Sol: 1011 Idade da Terra: 1016 Terra: 1024
Distância à estrela mais próxima: 1016 Idade do Universo: 1016 Sol: 1030
17
EXEMPLOS DE GRANDEZAS DERIVADAS NO SI

UNIDADES DERIVADAS COM NOMES ESPECIAIS NO SI

18
UNIDADES FORA DO SI

COMPARAÇÃO DO SI COM OUTROS SISTEMAS

19
NOMES DOS MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO SI

20
REGRAS DE NOTAÇÃO

• Nomes dos prefixos para submúltiplos com minúsculas e para múltiplos com
maiúsculas
Com exceção de k, h e da
• Símbolos dos prefixos em caracteres romanos direitos sem espaço que os
separe da unidade
Exemplos: mm, MJ, kg, kPa

• Símbolos não têm plural


• As unidades com nomes próprios
Exemplo: Pa – pascal
• Expoentes de símbolo de unidade com prefixo afectam o múltiplo ou submúltiplo
dessa unidade

Exemplo: 1 km2= 106m2

• A barra lê-se: por e não se utiliza mais do que uma na mesma sequência
Exemplo: m/s

• Usar ponto ou espaço entre unidades, sobretudo se houver ambiguidade

Exemplo: m s-1 ou m  s-1 e não ms-1 que é o milissegundo 21


REGRAS DE NOTAÇÃO (cont.)

• Recomenda-se o uso de espaço entre grupos de três algarismos

• Deixar um espaço entre o valor numérico e o símbolo da unidade

• Escrever símbolos das grandezas em caracteres itálicos

Exemplos: m, T, t, V, v

• Escrever as grandezas vectoriais em itálico negrito ou itálico normal com seta


por cima (sobretudo quando manuscrito)

Exemplos: v ou v
• Note que min, h e d são símbolos e não abreviaturas (não usar ponto)

• Usar notação científica para ajustar o valor em função do nº de algarismos


significativos

Exemplo: 3.2 x 106 e não 3 200 000, para dois algarismos


significativos 22
CONVERSÃO DE UNIDADES

Multiplicação da unidade original por fatores de conversão

Exemplo de fator de conversão: 1 min = 60 s

A razão entre 1 min e 60 s será

1 min 60 s 1 min
 1  1
60 s 60 s 60 s

Converter 145 s em minutos

1 min
145 s  145 s   2.4166.. min  2.42 min
60 s
23
ANÁLISE DIMENSIONAL

A palavra DIMENSÃO tem um significado especial em física


denota a natureza física de uma grandeza
Não importa se uma distância é medida em metros ou em pés, ela é uma
distância e dizemos que a sua dimensão é o COMPRIMENTO

Dimensão de uma grandeza V no SI

L, M, T dimensões das grandezas de base da Mecânica

As dimensões escrevem-se em caracteres direito !

α, β, γ Expoentes dimensionais

Se os expoentes forem nulos a grandeza é adimensional

V   L0 M 0 T 0  1 Grandeza adimensional 24
DETERMINAÇÃO DA DIMENSÃO DE UMA GRANDEZA DERIVADA
As dimensões de uma grandeza derivada determinam-se a partir da sua equação de
definição através das substituições :

m  L
kg  M
s  T

Exemplos

grandeza símbolo Equação de dimensão


definição
Área A A = l 1 x l2 L x L = L2

Velocidade v v=l/t L / T = L T-1

Aceleração a a=v/t L T-1 / T = L T-2

Força F F=ma M L T -2
25
HOMOGENEIDADE DIMENSIONAL DAS EQUAÇÕES FÍSICAS

Os dois membros de uma equação física devem ter as mesmas unidades

Exemplo x  x0  vt
 x  L
 x    v  t   L  L T
0
1 1 1
T1  L

GRANDEZAS DE MESMA DIMENSÃO

Momento de uma força  



M  L2 M T -2

Trabalho W   L2 M T -2

O método de análise dimensional é útil para verificar as equações


e para auxiliar na derivação de expressões ! 26
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS (AI)

Os algarismos significativos de um número são os dígitos diferentes de zero, 


contados a partir da esquerda até o último dígito diferente de zero à direita,  caso não
haja ponto decimal, ou até o último dígito (zero ou não) caso haja ponto decimal

Exemplos

3200 ou 3.2 x 103 2 AI

3200. ou 3.200 x 103 4 AI

3200.0 ou 3.2000 x 103 5 AI

32.050 ou 3.205 x 104 4 AI

0.032 ou 3.2 x 10-2 2 AI

0.03200 ou 3.200 x 10-2 4 AI


27
Os instrumentos que utilizamos na medida de grandezas físicas nunca nos
permitem obter o valor exato dessas mesmas grandezas

No processo de medida existe sempre uma margem de erro

Portanto as medidas sempre têm uma certa dose de imprecisão

Embora o valor exato não seja conhecido, podemos estimar os limites do


intervalo em que ele se encontra

O cálculo da incerteza associada a uma medição permite avaliar o grau de


confiança nos resultados obtidos

O número de algarismos significativos de uma grandeza medida ou de


um valor calculado, é uma indicação da incerteza

28
OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS (AI)

Regras de adição e subtração:

5.21-5.1=0.1

Regras de multiplicação e divisão:

1.23 x 4.321 = 5.31483 => 5.31 tem 3 AS

1.2 x 10-3 x 0.1234 x 107 / 5.31 = 278.870056497 =>


280 tem 2 AS

29
SISTEMAS DE COORDENADAS

Sistema cartesiano de coordenadas ou sistema de coordenadas retangulares

O plano cartesiano contém dois eixos perpendiculares entre si:

A localização de um ponto no plano cartesiano é feita pelas coordenadas do plano:


abcissa (x) e ordenada (y)

30
SISTEMAS DE COORDENADAS

Exemplo: Coordenadas cartesianas de alguns pontos no plano.

A
A(2 ; 3) → x = 2 e y = 3

B(-3 ; 1) → x = -3 e y = 1 B

D
C( –1.5 ; -2.5) → x = –1.5 e y =-2.5

D(0 ; 0) → x = 0 e y =0

31
GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS
As grandezas físicas podem ser escalares ou vetoriais

GRANDEZAS ESCALARES

Ficam completamente definidas pelo seu valor numérico e por uma unidade

Exemplos MASSA COMPRIMENTO TEMPO

GRANDEZAS VETORIAIS

Ficam completamente definidas pelo seu valor numérico, por uma unidade e pela sua
direção

Exemplos FORÇA VELOCIDADE

32
OPERAÇÕES COM VETORES

SOMA DE VETORES
   
RA B B

A

 
R A
 
B B 

A R

 
B R Regra do paralelogramo

 33
A
Soma de três ou mais vetores

34
SUBTRAÇÃO DE VETORES


A 
 
     
A B  A  B = C B B


A
 
C B

MULTIPLICAÇÃO DE UM VETOR POR UM ESCALAR


 2B 
B  0,5 B
35
COMPONENTES DE UM VETOR

y 
Decomposição de um vetor A
  
A  Ax ex  Ay e y

Ay e y 
A Ax e Ay são as componentes escalares do vetor


ey
  x
ex Ax ex

 
ey e ey são os vetores unitários das direções x e y, respectivamente

     
A  Ax  Ay onde Ax e Ay são as componentes vetoriais de A
36
REPRESENTAÇÃO POLAR DE UM VETOR

As componentes Ax e Ay são as chamadas componentes cartesianas do vetor A
Pode-se definir um outro conjunto de coordenadas para descrever um vetor no plano

São as coordenadas polares, dadas pela norma do vetor: A  Ax2  Ay2


 Ay  y
e pelo seu ângulo polar:   tg 
1

 Ax  
Ay A

 
ey
 x
ex Ax
Ax  A cos 
Ay  A sin  37
SOMA DE VETORES USANDO SUAS COMPONENTES CARTESIANAS

  
A  Ax e x  Ay e y y
Se   
B  Bx e x  B y e y
 
   By C B
o vetor C  A B será dado em

componentes cartesianas por:



A
     Ay
C  ( Ax e x  Ay e y )  ( Bx e x  B y e y ) 
 
 ( Ax  Bx ) e x  ( Ay  B y ) e y 
 
 Cx ex  C y e y Ax Bx x

onde:
C x  Ax  B x
C y  Ay  B y
38
PRODUTO ESCALAR DE DOIS VETORES (PRODUTO INTERNO)

  
A  B  A B cos  B
  
 é o ângulo formado entre as direcções de A e B 
B cos  A
 
Geometricamente, projeta-se B na direção de A e multiplica-se por A

   
A  B  ( B cos  ) A ou vice-versa A  B  ( A cos  ) B

   
A B  B A

O resultado do produto escalar de dois vetores é um ESCALAR

39
PRODUTO ESCALAR UTILIZANDO AS COMPONENTES CARTESIANAS

Podemos escrever o produto escalar de dois vetores em termos das


suas componentes cartesianas:
       
A  B  ( Ax e x  Ay e y  Az e z )  ( Bx e x  B y e y  Bz e z ) 
     
Ax Bx e x  e x  Ax B y e x  e y  Ax Bz e x  e z 
     
Ay Bx e y  e x  Ay B y e y  e y  Ay Bz e y  e z 
     
Az Bx e z  e x  Az B y e z  e y  Az Bz e z  e z
     
mas como ex  ex  e y  e y  ez  ez  1
     
e ex  e y  ex  ez  ez  e y  0
teremos:

AB Ax Bx  Ay B y  Az BZ
40
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES (PRODUTO EXTERNO)
    
O produto vetorial dos vetores A e B A B é o vetor C
  
A B  C
 
C o sentido de C obedece à
 regra da mão direita
B


A C  A B sen 

  
B  A  C

B

   
 A B   B  A
A

C 41
PRODUTO VETORIAL USANDO AS COMPONENTES CARTESIANAS

Podemos escrever o produto vetorial de dois vetores em termos das


suas componentes cartesianas:
       
A  B  ( Ax e x  Ay e y  Az e z )  ( Bx e x  B y e y  Bz e z ) 
     
 Ax Bx e x  e x  Ax B y e x  e y  Ax Bz e x  e z 
     
 Ay Bx e y  e x  Ay B y e y  e y  Ay Bz e y  e z 
     
 Az Bx e z  e x  Az B y e z  e y  Az Bz e z  e z
     
mas como ex  ex  e y  e y  ez  ez  0 e
        
ez  ex  e y , ex  e y  ez e e y  ez  ex
     
e x  e z   e y , e y  e x   ez e ez  ey   ex

teremos:
    
A  B  ( Ay Bz  Az By ) e x  ( Az Bx  Ax Bz ) e y  ( Ax By  Ay Bx ) e z 42

Você também pode gostar