PROFESSORA: Camila Lopes de Oliveira Brasil Colônia (1500 - 1889) A “priori”o Brasil dava ilusão de paraíso terreno. A beleza e a grandiosidade das paisagens, a riqueza da alimentação, a pureza das águas e o clima ameno combinavam, aos olhos do europeu, com a saúde dos habitantes do Novo Mundo.
Essa visão durou pouco, no séc. XVII a colônia
portuguesa era identificada com o “inferno”, onde os colonizadores brancos e os escravos tinham poucas chances de sobrevivência. Continuaçã o: Principais doenças: Varíola, Febre amarela e cólera.
Condições precárias: poucos médicos (europeus),
tratamento feito pelos curandeiros e/ou padres. Não existia saneamento básico
Principal justificativa das epidemias: “Miasmas.”
Brasil República 1889
Principal idéia: Modernizar o Brasil: “Ordem e
Progresso” sob o lema do positivismo (sistema filosófico que afirma que o conhecimento científico se limita à descrição dos fatos observados e experimentados. Pretendia reformar o Estado e a sociedade sob o domínio da Ciência). A Medicina Moderna Louis Pasteur (1882 - 1878): Bacteriologia
Claude Bernard (1813 – 1878): Fisiologia
Surgimento das primeiras Faculdades de
Medicina no Brasil (Rio e Bahia).
No Brasil cria-se um novo campo do
conhecimento, voltado para o estudo e a prevenção das doenças e para o desenvolvimento de formas de atuação nos surtos epidêmicos: A Saúde Pública. Saúde Pública Entre 1800 e 1900, o Rio de Janeiro e as principais cidades brasileiras continuaram a ser assaltadas por varíola e febre amarela e ainda por peste bubônica, Febre tifóide e cólera, que mataram milhares de pessoas;
Onda Higienista: financiada pelo Estado, esse
movimento é conhecido como o nascimento da Política de Saúde Brasileira que foi descrita com as Políticas Sociais. Processo Civilatório:
Os lucros produzidos pelo café foram
parcialmente aplicados nas cidades. Isso favoreceu a industrialização, a expansão das atividades comerciais e o aumento acelerado da população urbana, engrossada pela chegada dos imigrantes desde o final do século XIX.
Característica das idéias da medicina européia
imposta ao Brasil (oligarquia). Continuaç ão:
Interesses e financiamento pelos grandes
latifundiários, com o foco nas capitais.
Fiscalização mais efetiva para evitar doenças
infecto contagiosas.
Construção do processo de hegemonização ao
tratamento das doenças e cura das mesmas (médicos institucionalizados). A Era dos Institutos 1892 – Criação de laboratórios: Bacteriológico Vacinogênico e de Análises Clínicas e Farmacêuticas. Ampliados logo depois, transformaram-se, respectivamente, nos institutos Butantã, biológico e bacteriológico (Adolfo Lutz).
1899 – Instituto Soroterápico de Manguinnhos
1903 – Contratação de pesquisadores
estrangeiros.
1908 – Instituo Oswaldo Cruz.
As Doenças
1909 Descoberta do agente causador da
doença de chagas (Tripanosoma Cruzi);
“Jeca Tatu” representava o cabloco brasileiro.
Era um homem fraco e desanimado, cujas as enfermidades o impediam de participar no esforço de fazer o Brasil progredir;
Situação muito grave no Brasil em
conseqüência da grande migração e pobreza no país. Princípios da Eugenia
Ciência que estuda as características raciais
dos grupos humanos. No início do século, afirmava que os brancos eram os mais perfeitos representantes da espécie humana; as demais raças teriam alguma dose de inferioridade biológica;
1904 – revolta da Vacina (contra o modelo
social preconceituoso);
Gripe espanhola (1918) - Ricos e pobres foram
envolvidos na mesma calamidade. A Era Vargas (1930 – 1945) Ministério da educação e saúde
Compromisso de zelar pelo bem-estar sanitário
da população.
Centralização da Saúde.
Estado novo 1937 – Caixa de aposentadoria e
pensões e os institutos de previdência. (questão da tuberculose). Continuaç ão:
Atuação do governo na questão da saúde era
considerada avançada se comparada com a anterior;
1943, criada a CLT Consolidação das leis do
trabalho. Assistência médica, licença remunerada, gestante trabalhadora e a jornada de trabalho de oito horas;
Educação em saúde (higienização).
Influências na Administração de Vargas
Mudanças de abordagem a partir de 1942. Base
Norte-americana, processo de americanização.
Controle das doenças epidêmicas nos grandes
centros urbanos do sudeste e do Sul do país. Por outro lado, cresceram as chamadas doenças de massa.
Fundação Rockefeller. (hospitalocêntrico)
Democratização e Saúde (1945 – 1964)
Período conhecido como o da
redemocratização: marcado pelas eleições diretas para os principais cargos políticos, pelo pluripartidarismo e pela liberdade de atuação da imprensa, das agremiações políticas e sindicatos.
Criação do Ministério da saúde, porém com
problemas estruturais e de receita Saúde na Ditadura Militar Receita diminuída para o ministério da Saúde;
A individualização da saúde pública;
Epidemias silenciosas (meningite e Dengue);
Saúde um Bom Negócio para o Estrangeiro Entrada do capital estrangeiro;
As classes médias privilegiadas com o “milagre
econômico”, encontraram nas companhias de seguro-saúde o caminho de acesso ao atendimento rápido e eficiente;
Caso Golden Cross;
Indústria Farmacêutica. A saúde nos anos 80 e 90
Falência do regime militar (inflação);
Crise econômica;
Surtos de cólera e Dengue e altos índices de
pessoas atingidas por tuberculose, doença de Chagas e doenças mentais, confirmando a permanência história do trágico estado da saúde popular. SUDS/SU S Movimento sanitarista;
Direito Universal à Saúde;
Acesso à assistência médico-sanitária é direito do
cidadão e dever do Estado;
SUDS (Sistema unificado e descentralizado de
saúde) – Integração de todos os serviços de saúde, públicos particulares, deveria constituir uma rede hierarquizada e regionalizada, com a participação da comunidade na administração das unidades locais. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
De concreto houve apenas a integração, mesmo
que imperfeita, dos serviços mantidos pelo Estado, sem a participação das empresas particulares. Surgiu assim o Sistema Unificado de Saúde (SUS), encarregado de organizar, no plano regional, as ações do Ministério da Saúde e dos serviços de saúde estaduais e municipais. 11ª Conferência Nacional de Saúde, cujo tema foi “Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção a saúde, com controle social”.
12ª Conferência Nacional de Saúde:
“Saúde: um direito de todos e dever do Estado – A Saúde que temos, o SUS que queremos”, trouxe a abordagem do processo de intersetorialidade na gestão política. É instituído, pela portaria 399, de 22 de fevereiro, o Pacto pela Saúde que, assim como as Normas Operacionais anteriores, vem orientando a implantação do SUS, dando ênfase às necessidades de saúde da população e à busca pela equidade social.
Pactuado entre as três esferas de governo (Federal,
Estadual e Municipal), o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada uma dessas esferas, articulando estratégias dos três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão. Estabelecidos na Lei Orgânica da Saúde em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Foram divididos em princípios ideológicos ou doutrinários e princípios organizacionais. Um desses princípios, o de PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE, não tem classificação clara. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE: ou também controle social, foi melhor regulado pela Lei nº. 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. UNIVERSALIDADE: “A saúde é um direito de todos” – o Estado tem obrigação de prover atenção a saúde.
INTEGRALIDADE: A atenção à saúde inclui tanto
os meios curativos quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. EQUIDADE: Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Como princípios organizacionais: DESCENTRALIZAÇÃO: dividimos a organização da gestão em três esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; HIERARQUIZAÇÃO e REGIONALIZAÇÃO: o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos. Mas os Problemas Permanecem...
Desigualdade social;
Desigualdade regional;
Subnutrição e falta de saneamento;
Ainda assistimos a um processo que se
perpetua pela falta de efetividade e não de idéias. No Brasil o acesso pleno à saúde ainda é uma utopia. FIM