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Neoplas

ia
Profa Carolina Viana
Introdução
• Neoplasia – (neo + plásis) de origem
grega e significa “nova formação”
• Várias doenças que podem gerar o
acúmulo anormal de células – leva ao
desenvolvimento de lesões que
aumentam progressivamente em
tamanho
• Tumor x Neoplasia
• Edemas, coristomas e hamartomas
• Leucemia – neoplasia “líquida” não
forma tumor
Neoplasia x
Hiperplasia
• Hiperplasia
• Resposta adaptativa de um tecido submetido a
determinado estímulo
• Crescimento é interrompido após interrupção de
estímulo
• Origem policlonal – células que proliferam se
originam de várias células ancestrais
• Neoplasia
• Resposta a um estímulo químico, biológico ou físico
• Crescimento persiste após interrupção de estímulo
• Origem monoclonal – células que proliferam se
originam de apenas uma célula ancestral
Neoplasia -
Conceito geral

• Nova formação tecidual monoclonal,


cujas células adquiriram alterações
genéticas que conferem vantagem
competitiva para sua proliferação e
sobrevida.
• O surgimento e manutenção destas
células são dependentes do
microambiente
No organismo a taxa de multiplicação celular é
controlada dentro de certos limites

Uma das principais características das neoplasias é a


proliferação celular descontrolada

Caracterís Em geral há uma correlação inversa entre reprodução e


diferenciação. Células neoplásicas sofrem perda de
ticas diferenciação

Vários receptores celulares controlam a resposta a


estímulos de crescimento

Células neoplásicas sofrem alterações e conseguem


evitar a apoptose, tornando a proliferação constitutiva
Células cancerígenas retomam a fase de indiferenciação celular - ANAPLASIA

DIFERENCIAÇÃO
CELULAR
Graus de Malignidade de Neuplasias
Malignidade

Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4


Moderadamente Pouco
Bem diferenciado Não diferenciado
diferenciado diferenciado
Benignas Malignas (Câncer)
• Tumores de crescimento lento • Crescimento muito acelerado
e localizado • Bordas não delimitadas,
• Bordas definidas imprecisas
• Envoltos por cápsula. • Causa necrose e hemorragia
Neoplasia • Não causam necrose ou • Infiltram tecidos vizinhos e
benigna x hemorragia – não é sofrem metástase,
degenerativa provocando perturbações
maligna • Não são letais nem causam homeostáticas graves que
transtornos ao hospedeiro, podem levar a morte
podem evoluir despercebidas
por muito tempo
(dependendo de onde se
desenvolvem)
• Neoplasia benigna pode evoluir negativamente
para o êxito letal (ainda que não se malignize)
devido aos seguintes fatores:
• Localização em órgãos vitais
• Disendocrinias - uma neoplasia de glândulas
Complicaç endócrinas, mesmo de comportamento
ões benigno - hipersecreção.
• Complicações acidentais
Neoplasia • Ruptura de tumores (hemangiomas,
Benigna cistadenomas papilíferos de ovário);
• Obstrução do lume de órgãos tubulares;
• Ulcerações, hemorragias, infecções secundárias;
• Neoplasias pedunculadas (lipoma de
mesentério, p.ex.) podem estrangular alças
intestinais.
• Características bioquímicas
• Células neoplásicas simplificada com enzimas mais
pobres
Proprieda • Precisam de mais água e possuem glicólise elevada (pH
ácido)
des das • Altas taxas de síntese proteica (divisão celular)
• Sintetizam Fatores de crescimento.
células • Adesividade

neoplásic • Perda devido a modificações na membrana plasmática


• Diminuição de moléculas de adesão e estruturas

as juncionais.
• Motilidade
malignas • Considerável devido a < adesividade e perda de inibição
por contato - Metástase
• Funções celulares
• Perda da diferenciação (irreversibilidade) leva a perda
das funções específicas
• Imortais - Telomerase
Pleomorfismo
Propagação e disseminação de
neoplasias
Metástase = mudança de lugar

Propagaç Formação de nova lesão tumoral a partir de uma


ão e primeira sem continuidade entra as duas

dissemin Processos:
ação de
neoplasia •

Destacamento das células da massa tumoral
Deslocamento pela matriz extracelular
s • Invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos
• Adesão ao endotélio do vaso no órgão alvo
• Saída do vaso
• Proliferação no tecido alvo
Metástases

• Conceito
• Implantes
tumorais
separados do
tumor primário.
• Tumores Malignos
• Tamanho do Tumor
Propagação e disseminação de
neoplasias
Destacamento de células tumorais do tumor primitivo

Células normais estão aderidas umas as outras


Principal molécula – β-catenina

Inibição das moléculas que fazem a adesão celular e


expressão daquelas que aumentam adesão a MEC e emissão de
Propagação e disseminação de neoplasias

Invasão de vasos sanguíneos e linfáticos

Migração para os vasos se dá por atração em quimiocinas


produzidas em células endoteliais – CCL 19 e 21
Principalmente em capilares e vênulas de parede fina
Receptores CCR7 nas células tumorais

Macrofagos associados as células tumorais auxiliam a penetração das


células nos vasos – secretam MMPs e fatores de crescimento
Propagação e disseminação de neoplasias

Sobrevivência de células tumorais na circulação

Na circulação células tumorais são destruídas


Sistema complemento, anticorpos, células citotóxicas

Células tumorais estimulam coagulação


Formação de capa de fibrina e
plaquetas Protege as células do ataque

99% das células tumorais na circulação


morrem
Trombocitopenia ou tratamento com heparina reduz o número
de metastáses
Propagação e disseminação de neoplasias

Saída de células tumorais para os órgãos

Tem que ter moléculas de adesão que permitam se ligar ao endotélio


no local de extravasamento
Depende de fatores quimiotáticos secretados no órgão de destino
Ex.: carcinoma colorretal → tecido hepático (MET e selectina E)

Células tumorais pouco diferenciadas migram para nichos


(medula óssea) de onde se alojam e depois migram para os tecidos
definitivos
Propagação e disseminação de neoplasias

Nicho pré-metastático

Célula tumoral induz modificações a distância no órgão alvo

Esta mudança antecede a saida das células na circulação

A formação deste nicho indica local de instalação da metástase

Fatores sinalizadores envolvidos: VEGF, PIGF, TNF-α e TNF-β


Vias de disseminação das neoplasias

Via linfática
Principal via de disseminação
Tumores epiteliais
1o sítio – linfonodo sentinela
Linfonodos acometidos aumentados de volume
Nem todo aumento de volume significa metástase

Via sanguínea
Tumores mesenquimais
As que penetram podem ir a qualquer parte do corpo
99% das células tumorais na circulação morrem
Células tumorais podem ser detectadas na circulação
Grande número na fase de progressão do tumor
Metástases
Biologia do Crescimento Tumoral

Graduação e Diferenciação: o patologista determina quão


diferentes as células tumorais são das células normais (comparando-as
às células normais a partir das quais o câncer se formou). Esse grau de
transformação (ou de mutação) é a “diferenciação” do tumor. Células que
aparentam estar relativamente normais ou saudáveis são chamadas
“bem-diferenciadas” e as células que são muito diferentes do tumor
original são chamadas “pobremente diferenciadas.”

O nível (ou grau) de diferenciação de um tumor indica o quão agressivo


o tumor deve ser e a probabilidade dele crescer vorazmente,
disseminando-se para outros tecidos e órgãos do corpo do paciente.
O curso clínico do câncer depende de uma série de fatores. O tipo histológico e o
estadiamento são importantes para se estabelecer o tratamento e o prognóstico.

O estadiamento é baseado na sua extensão. Para isso utilizamos o Sistema TNM e


avaliamos:
T: Tumor no que diz respeito ao seu tamanho e extensão local (até 3cm de
diâmetro ou mais)
N: Nódulos (metástase nos linfonodos regionais, que são os linfonodos
mediastinais hilares,paratraqueais, subcarinais)
M: Metástases (metástases em outros órgãos ou linfonodos distantes)
Estadiamento Ca Intestinal (O – IV)
• 0 - carcinoma in situ - tumor limitado à mucosa, sem invasão da lâmina própria
• I - tumor invade a submucosa, não linfonodos
• II - tumor invade a camada muscular, 2 a = T3N0M0, 2b = T4N0M0
Estadiamento Ca Intestinal (O – IV)
• III - tumor invade a muscular até a subserosa ou até os tecidos peri-retais, mas não
cobertos por peritônio, 3 a = T1N1M0 ou T2N1M0, 3b = T3N1M0 ou T4N1M0, 3c =
qualquerTN2M0  (N1=1-3 linfonodos regionais; n2=4+ linfonodos regionais )
• IV - tumor invade diretamente outros órgãos ou estruturas e/ou perfura o peritônio
visceral - qq T qq N, M1
Nomenclatura
• Sarcoma: neoplasia maligna de células de origem
mesenquimal

•Osso, cartilagem, gordura, musculo, vascular …


•Mais raro … em torno de 1% dos casos

•Carcinoma: neoplasia maligna de tecido de epitélio de


revestimento

• Linfoma – células sanguineas que maturam na


medula - linfóide

• Leucemia – células sanguineas que maturam na


circulação - mielóide
Formação e Desenvolvimento
• Originam-se de células normais que sofreram mutação gênica ou alterações epigenéticas

• Genes alvo de mutações no câncer:


1.Estimulam multiplicação celular Quando mutados:
2.Inibem proliferação celular Maior sobrevivência celular
Redução apoptose
3.Regulam apoptose
Crescimento autonomo
4.Regulam reparo do DNA
5.Regulam metilação e acetilação de DNA

Genes supressores de tumor:


p53 – inibe divisão celular e ativa apoptose
BRCA-1,-2 – atuam no reparo do DNA
Replicação do DNA
A replicação do DNA é semi-conservativa

Realizada pela
DNA Polimerase
Ciclo Celular - Checkpoints
Checkpoints

• célula só prossegue para o


próximo estágio do ciclo celular
quando a fase anterior estiver
concluída com sucesso.
• Quando algo dá errado  ativação
de proteínas que inibem a
atividade das CDK-ciclinas.
Formação e Desenvolvimento
Originam-se de células normais que sofreram mutação gênica ou
alterações epigenéticas

Cada ciclo de divisão celular DNA é replicado


Replicação envolve uma porcentagem baixa de erros
Bases Moleculares do Câncer
• Quatro classes de genes normais são os
principais alvos de lesão genética:

– Os protooncogenes promotores do
crescimento
– Os genes inibidores do crescimento
– Os genes que regulam a apoptose
– Os genes de reparo do DNA
– Ex: TP53, BCRA-1 e BCRA-2, Bcl-2, c-myc,
ras, entre outros.
Bases Moleculares do Câncer
• Ciclo celular Normal
• Protooncogenes = são genes que regulam a
proliferação e diferenciação celular fisiológica.
• Oncogenes = são genes que promovem o
crescimento celular autônomo.
• Oncoproteínas = são proteínas oriundas da
transcrição e tradução dos oncogenes.
• A transformação de uma cél. normal em uma cél.
maligna envolve uma série de mutações nos
oncogenes, o que ocorre quando as funções dos
oncogenes são alteradas.
Bases Moleculares do Câncer
• Os oncogenes normalmente funcionam em processos celulares como
divisão celular, apoptose, e diferenciação. Exemplos de oncogenes
incluem:
1)Fatores de crescimento (p.ex., TGF-α)
2)Receptores de fatores de crescimento (p.ex., epidermal growth factor
receptor [EGFR])
3)Tirosinoquinases transmissoras de sinalização mitogênica (p.ex., K-
ras, GTPase, hidrolase, que se liga ao GTP, guanosinatrifosfato)
4)Genes reguladores do ciclo de divisão celular (p.ex., gene CCND1
que codifica a proteína ciclina D1)
5)Genes reguladores da apoptose (p.ex., os genes BCL-2 - B-cell
lymphoma, BAX (Bcl-2-associated protein X) e caspase-3)
6)Genes de reparo de DNA
•GENES SUPRESSORES
•Proto-oncogenes => genes que codificam as proteínas que
promovem o crescimento celular.
•Anti-oncogenes ou gens supressores de tumor => genes que
fream o processo de proliferaçãio celular. A perda destes gens
está relacionada ao aparecimento de tumores, mas na verdade
sua função é regular o crescimento celular e não prevenir
tumores.

•P53
•Proteína do gene p53: é uma proteína que regula a replicação
do DNA, proliferação celular e morte celular. A proteína p53
tem uma vida média curta, sendo logo inativada.
CÉLULA COM DANO GENÉTICO => proteína p53 acumula-se no núcleo, liga-se ao DNA,
impedindo a replicação => isto permite tempo à celula para que haja reparo do DNA =>
se não acontecer reparo a célula entra em APOPTOSE.
A proteína anormal do p53 não se liga ao núcleo.
Formação e Desenvolvimento

Alterações culminam com surgimento de células imortalizadas que


adquirem capacidade de se multiplicar autonomamente

Surgimento de uma mutação favoravel permite proliferação e invasão


de tecidos vizinhos, com possível metastização

Formados a partir de um clone que tornou-se imortal, origina


subclones com capacidade variada de invadir outros tecidos
Condições pré-cancerosas
Lesões associadas ao aparecimento de um câncer
• Displasias: do colo uterino, dos brônquios, do
estômago
• Carcinoma in situ: no epitélio e ainda não invadiu
• Hiperplasias: do endométrio, pólipos adenomatosos
do intestino grosso

• metaplasia intestinal da mucosa gástrica, leucoplasia


• Neoplasias benignas
• nevos pigmentados salientes
• doenças: polipose familial, xeroderma pigmentoso, gastrite
crônica, cirrose hepática, tireoidite auto imune =  a
vigilância imunológica
EPITÉLIO ECTOCERVICAL NORMAL CARCINOMA IN SITU
Aparência histológica de um epitelio esofágico

Taylor P R et al. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev


2013;22:540-552
Como é o precesso de carcinogênise?

Estágio de iniciação

As células sofrem o efeito dos


agentes cancerígenos ou carcinógenos.
Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas,
porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente.
Como é o precesso de carcinogênise?

Estágio de promoção
Sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como
oncopromotores.
A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma
lenta e gradual.
A suspensão do contato com agentes promotores muitas
vezes interrompe o processo nesse estágio.
Necessário tempo prolongado (ação repetitiva) de exposição
ao carcinógeno
Reação inflamatória e repetitiva
Como é o precesso de carcinogênise?

Estágio de progressão
Caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível
das células alteradas.
Nesse estágio o câncer já está instalado.
Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da
carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou
carcinógenos.
O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui
componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
Seis Marcos do Câncer
Auto suficiência em
fatores de crescimento

Insensíveis aos sinais de Insensíveis aos sinais de


apoptose anti-crescimento

Angiogênese Invasão de tecidos e


sustentada metástase

Potencial replicativo
ilimitado
Do 1º-4º Marcos do Câncer

Mutações nos genes


Causa os 3 1 - Auto suficiência em
responsáveis pelas fatores de crescimento
vias de sinalização primeiros marcos
2 - Insensibilidade aos
mitogênicas, sinais de apoptose
maquinaria do ciclo 3 – Insensibilidade aos
celular e vias de sinais de anti-
morte celular crescimento

Causa o 4o marco
Imortalidade celular –
devido a habilidade de do câncer
manter o
4 - Potencial replicativo
comprimento do
ilimitado
telômero do DNA
5º. Marco do Câncer:
Angiogênese Sustentada
Nos tecidos normais, a neovascularização é altamente
regulada por sinais tanto positivos quanto negativos.

Tumores geralmente esgotam seu suprimento sanguíneo e


precisam recrutar ávidamente mais vasculatura p/ continuar
crescendo. Sem vascularização, as massas tumourais não
passam de 1-2 mm.

As céls. neoplásicas promovem angiogênese pela indução


das vias de neovascularização (formação de brotos
vasculares), tais como a expressão aumentada de fatores de
crescimento do endotélio vascular (VEGF) e de fibroblastos
(FGF) e pela reducão da atividade de vias inibitórias.
6º. Marco do Câncer:
Metástases & Invasividade
A invasão de um tecido é a extensão a partir de um
órgão primário além do tecido adjacente indo até um
próximo órgão ou tecido; p.ex.,, do pulmão, através da
pleura, chegando ao osso ou nervo.
 
A capacidade de metastatizar é altamente letal – a maioria
das fatalidades no câncer se deve à metástase. 

Mecanismos da metástase:
1- Disseminação por vasos linfáticos (via linfógena)
2- Disseminação por vasos sanguíneos (via hematógena)
3- Disseminação por fluidos presentes nas cavidades
(abdominal, torácica, pélvica)
Formação e Desenvolvimento
Certos agentes químicos e fisicos podem facilitar o surgimentos de
tumores. Individuo deve ser geneticamente suscetivel.

Cada fator ambiental tem uma chance determinada de causar o


desenvolvimento de um tumor em um determinada condição
genética.

Gene Cancer Ambiente


Fatores Ambientais

Fatores Comportamentais
Causas do
Câncer Fatores Genéticos Replicação celular (Eventos
Predisponentes)
(Predisposição)

Displasia, Hiperplasia, Metaplasia


Fatores ambientais
1. Vírus
1. HPV (genital e boca), hepatite B (risco aumentado em 200 vezes)

2. Químicos
1. Amianto
2. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (G → T, A → G) - cigarro
3. Nitrosaminas – presente em alimentos
4. Metabólitos da aflatoxina (G → T) - fungos

3. Radiação ultravioleta (dímeros de T)


4. Radiação ionizante
O que causa o câncer?

•Causas Externas – meio ambiente, hábitos ou costumes.


•Causas Internas – geneticamente pré-determinadas, ligadas à
capacidade do organismo se defender das agressões externas.

Obs.: 80 a 90% dos casos de câncer estão associados a fatores


ambientais.
*Ambiente: ambiente ocupacional; ambiente de consumo; ambiente
social e cultural.
Fatores de Risco de Natureza Ambiental

Hábitos Alimentares

Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante


longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que
uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se
disseminar. Exemplos:
Alimentos ricos em gorduras (carnes vermelhas, frituras,
leite integral e derivados, etc.).
Nitritos – conservante – transformam-se em nitrosaminas no
estômago. (picles, salsichas e alguns tipos de enlatados)
Defumados e churrascos – alcatrão, proveniente da fumaça do
carvão.
Alimentos preservados em sal – carne-de-sol, charque e peixes
salgados;
Tipo de preparo do alimento – temperaturas muito elevadas
favorecem a formação de compostos que aumentam o risco de câncer.
Dieta pobre em fibras com altos teores de gorduras e calóricas.
Como prevenir-se através da alimentação

Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem


nos ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A
adoção de simples regras para uma alimentação saudável
contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de
doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas
como diabetes.
Fibras – redução da formação de substâncias cancerígenas no
intestino grosso e diminuição da absorção de gorduras;
Verduras, frutas, legumes e cereais ricos em vitaminas C,
A, E e fibras – menor incidência de cânceres originários em
epitélios de revestimento. A vitamina E diminui o risco de câncer.

Obs.: Somente funciona como fator protetor.


Alcoolismo: Relação com o Câncer

A relação entre álcool e câncer tem sido avaliada, no Brasil,


por meio de estudos de caso-controle, que estabeleceram a
associação epidemiológica entre o consumo de álcool e cânceres
da cavidade bucal e de esôfago.

Combinado com o tabaco – faringe e laringe supraglótica.

Está relacionado a 2 – 4% das mortes por câncer.

Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que o tipo de


bebida (cerveja, vinho, cachaça etc.) é indiferente, pois parece
ser o etanol, propriamente, o agente agressor.
Hábitos Sexuais

Certas características de comportamento sexual aumentam a


chance de exposição a vírus carcinogênicos sexualmente
transmissíveis.
Eis alguns tipos de vírus com potencial carcingênico que
podem ser transmitidos sexualmente:
• o herpesvírus tipo II e o papilomavírus (HPV) estão
relacionados ao câncer do colo uterino;
• o vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), associado a
outros tipos de vírus, como o citomegalovírus e os
herpesvírus I e II, pode desencadear o aparecimento de
sacoma de Kaposi, câncer de língua e de reto, respectivamente,
em pacientes portadores de AIDS;
• o vírus HTLV-I associa-se a leucemias e ao linfoma de
linfócitos T;
• o vírus da hepatite B relaciona-se ao câncer de fígado.
Medicamentos

Apesar da valiosa contribuição para o controle de muitas doenças, a


incorporação de medicamentos à pratica médica produz também efeitos
indesejáveis, entre os quais a carcinogênese.

Dentre alguns estudos, podem ser citados:


O efeito carcinogênico indubitável da clornafazina e do melfalan.
Supressores imunológicos, como a azatio-prina e prednisona, já
foram relacionados com linfomas malignos e com o câncer de pele.
Quando administrados a transplantados, aumentam, agudamente, em
meses, o risco de desenvolver o linfoma linfocítico e outros tumores
malignos nesses pacientes.
A fenacetina tem sido responsabilizada por tumores da pelve renal.
O uso de estrogênios conjugados, para o tratamento dos sintomas
da menopausa, correlaciona-se com uma maior ocorrência do câncer de
endométrio, e alguns estudos relacionaram o câncer de mama com o
uso prolongado de contraceptivos, antes da primeira gravidez.
Fatores Ocupacionais

O câncer provocado por exposições ocupacionais geralmente


atinge regiões do corpo que estão em contato direto com as
substâncias cancerígenas, seja durante a fase de absorção (pele,
aparelho respiratório) ou de excreção (aparelho urinário), o que
explica a maior freqüência de câncer de pulmão, de pele e de
bexiga nesse tipo de exposição.

Ocupação Locais Primários dos Tumores

Marceneiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais

Sapateiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais

Limpador de chaminé Carcinoma de pele, pulmão e bexiga

Relacionada à sí Carcinoma de pulmão


Substâncias Tóxicas Locais Primários dos Tumores
Nitrito de acrílico Pulmão, cólon e próstata
Alumínio e seus compostos Pulmão
Arsênico Pulmão, pele e fígado
Asbesto Pulmão, serosas, trato gastrointestinal e rim
Aminas aromáticas Bexiga
Benzeno Medula óssea (leucemia mielóide)
Benzidina Bexiga
Berílio e seus compostos Pulmão
Cádmio Próstata
Cromo e seus compostos Pulmão
Álcool isopropílico Seios para-nasais
Borracha Medula óssea e bexiga
Compostos de níquel Pulmão e seios para-nasais
Pó de madeiras Seios para-nasais
Radônio Pulmão
Tinturas de cabelo Bexiga
Material de pintura Pulmão
Radiação Solar

Exposição Excessiva
No Brasil, o câncer mais freqüente é o de pele,
correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores
diagnosticados em todas as regiões geográficas. A radiação ultra-
violeta natural, proveniente do sol, é o seu maior agente
etiológico.
Raios UV-C
Raios UV-A (320-400nm)
Raios UV-B (280-320nm)
Para a prevenção não só do câncer de pele como também das
outras lesões provocadas pelos raios UV é necessário evitar a
exposição ao sol sem proteção. É preciso incentivar o uso de
chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares
durante qualquer atividade ao ar livre e evitar a exposição em
horários em que os raios ultravioleta são mais intensos, ou seja,
das 10 às 16 horas.
Radiação UV causa dano ao DNA

Dímero de pirimidina
Outras radiações

Estima-se que menos de 3% dos cânceres resultem da


exposição às radiações ionizantes.

Estudos feitos entre os sobreviventes da explosão das


bombas atômicas e entre pacientes que se submeteram à
radioterapia, mostraram que o risco de câncer aumenta em
proporção direta à dose de radiação recebida, e que os
tecidos mais sensíveis às radiações ionizantes são o
hematopoético, o tiroidiano, o mamário e o ósseo.

As leucemias ocorrem entre 2 e 5 anos após a exposição, e


os tumores sólidos surgem entre 5 e 10 anos.
Tabaco
•90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes,
1/3 é de fumantes passivos);
• 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de
boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de
útero);

As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais


causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de
pulmão é a primeira causa de morte por câncer.
Hereditariedade

•retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história


familiar deste tumor.
•Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino
parecem ter um forte componente familiar.

São raros os casos de cânceres que se devem


exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos,
apesar de o fator genético exercer um importante papel na
oncogênese.

retinoblastoma
Ranking Mundial de casos de
morte
A integridade do sistema imunológico, a capacidade de
reparo do DNA danificado por agentes cancerígenos e a
ação de enzimas responsáveis pela transformação e
eliminação de substâncias cancerígenas introduzidas no
corpo são exemplos de mecanismos de defesa.

Defesas
Contra o
Câncer
Esses processos são, na maioria das vezes, geneticamente
pré-determinados e variam de um indivíduo para outro
também por questões ambientais. Esse fato explica a
existência de vários casos de câncer numa mesma família,
bem como o porquê de nem todo fumante desenvolver
câncer de pulmão.
O sistema imunológico, os órgãos linfoides e
principalmente os linfócitos desempenham um papel de
destaque nessa defesa.

Defesas Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do


corpo infectadas por vírus oncogênicos ou as células em
Contra o transformação maligna, bem como de secretar linfocinas,
que regulam o crescimento e o amadurecimento de outras
Câncer células e do próprio sistema imune.

Acredita-se que distúrbios na produção de linfocinas ou


em suas estruturas sejam causas de doenças,
principalmente do câncer.
Indução de apoptose é uma das
defesas normais contra a perda de
controle de crescimento que se
Defesas segue às mutações de DNA.
Contra o A apoptose geralmente está
Câncer desregulada nos cânceres
humanos, sendo um alvo
potencial para as terapias anti-
neoplásicas.
Uma nova droga de alvo molecular, o
regorafenib, mostrou-se capaz de controlar
a metástase em pacientes com tumores do
estroma gastrointestinal (GIST) resistentes
às duas únicas drogas disponíveis
Novas aprovadas pelo FDA, o Gleevec e o Sutent.
Drogas
Contra o O tratamento com regorafenib induziu
controle prolongado da doença (sobrevida
Câncer livre de progressão por 4.8 meses) em
contraste com a piora do quadro (em
menos de um mês) nos pacientes que
receberam placebo.
Fim

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