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INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CAMPUS URUTAÍ

BACHARELADO EM AGRONOMIA

EPIGENÉTICA EM PLANTAS

Discente: João Victor da Silva


Oliveira

Breve revisão sobre Epigenética


entregue como requisito parcial para as
atividades avaliativas da disciplina de
Biologia Molecular.

Abril de 2021
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Introdução

A epigenética consiste em estudar qualquer transformação na expressão dos genes


que ocorre sem haver mudanças na sequência do DNA. Essas alterações acontecem na
molécula de DNA e em proteínas, que é conhecida como histonas, sendo geradas na
divisão celular. O fenômeno tem alto impacto na biologia do organismo e na definição de
diferentes fenótipos, que trata de sua morfologia, desenvolvimento e aspectos
comportamentais (Freire, 2015).
“No que tange à epigenética e afeto à biologia reprodutiva de plantas de
importância agronômica, ainda nos resta muito a saber como se dá esse controle.” É o que
afirma o pesquisador Carlos Arnaldo Krug, do instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Neste caso, o trabalho tem como pilar central abordar temas relacionados à epigenética
em plantas. O pesquisador nos deixou essas escrituras em 1930, o que nos leva a concluir
que nos dias de hoje, é possível encontrar diversos estudos sobre a epigenética em plantas.

Desenvolvimento

A matéria-prima da epigenética são sequências não codificadas. Em 1975 foi


publicado o primeiro estudo com evidências de que a adição de produtos químicos do
grupo metila ao DNA poderia inativar genes na célula, enquanto que por outro lado, ao
adicionar produtos que destruíssem esses grupos de metila, estes genes eram novamente
adicionados. Atualmente, são três os mecanismos epigenéticos que são descritos:
Metilação do DNA, modificação das histonas e interferência por RNA (RNAi). Estes
mecanismos afetam a atividade transcricional da cromatina (complexo do DNA e
proteínas no núcleo celular). Uma vez que a cromatina pode ser propagada através de
divisões meióticas, eles são considerados os provedores da memória celular.
A herança mitótica da informação epigenética corresponde à memória da condição
da expressão gênica imposta durante o desenvolvimento da planta. Por exemplo,
alterações que ocorrem em genes que apresentam padrões de metilação distintos no
endospoerma e nos gametas, essas alterações resulta em uma expressão alélica
diferencial, dependendo se este gene foi herdado de um gameta feminino ou masculino.
Enquanto que, a herança meiótica está ligada a memória “transgeracional”, onde
alguns locos são convertidos a condições epigenéticas estáveis, as quais são transmitidas

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de geração para geração na forma de epialelos herdáveis. Variantes epigenéticos podem


exibir comportamento estável por centenas de anos, embora, ainda possam ser revertidos
à condição original. Há evidências de que a variação epigenética hereditária exerce forte
influência sobre a variação de características quantitativas. O objetivo dos pesquisadores,
é incluir a epigenética para contribuir com estudos no melhoramento de plantas.
Na prática, podemos ver a epigenética atuando com o arroz. Ele é plantado em
diversos ambientes, no entanto, estresses abióticos que inclui a salinidade, ameaçam
criticamente sua produção, causando perdas significativas de rendimento. E então, com o
intuito de “consertar” a durabilidade do arroz perante o estresse abiótico, foi o estudo com
a epigenética, que explorou mecanismos na planta que herdou do processo de memória
fisiológica, adquirido com o passar do tempo pelas plantas. O estudo teve o objetivo de
explorar os mecanismos fisiológicos, moleculares, bioquímicos e epigenéticos associados
à memória somática de longo prazo em plantas de arroz submetidas a diferentes condições
de estresse salino.

Considerações finais

Portanto, devemos considerar que, em teoria, a epigenética pode resultar em um


mecanismo de rápida adaptação ao ambiente. Essas alterações epigenéticas induzidas pela
condição ambiental podem revelar uma variabilidade genética que até então era oculta.
A epigenética é uma grande aliada do melhoramento de planta, visto que, ela
explora pontos que até então não eram visíveis, através da explicação do comportamento
de determinado genótipo. Neste caso, ela auxilia a compreensão da memória
“transgencional”, podendo contribuir para a produção e sobrevivência de determinada
planta.

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Referências

Amaral, M. N. do. (2019). Memória epigenética, transcricional e fisiológica em


plantas de arroz submetidas ao estresse salino. Retrieved from
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/handle/prefix/4297

Epigenética na agricultura é tema de livro | AGÊNCIA FAPESP. (n.d.).


Retrieved April 16, 2021, from https://agencia.fapesp.br/epigenetica-na-
agricultura-e-tema-de-livro/20662/

Marques Castro, C., & da Silva Pereira, A. (2016). Epigenética: a variabilidade


escondida. Embrapa Clima Temperado, 1–2. Retrieved from
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Revista RG News: Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos. (n.d.). Retrieved


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