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EPIGENÉTICA ASSISTÊNCIA NO PRÉ-NATAL,

ASPECTOS SOBRE MODIFICAÇÕES ALIMENTARES


DEFININDO EXPRESSÃO GENICA NA PREVENÇÂO DE
DOENÇAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado a banca á faculdade


Municipal franco Montoro como requisito parcial a obtenção do
graude bacharel em Nutrição com habilitação em Nutrição e sobre
orientação da Prof. .Dr.Jane

Mogi Guaçu SP
2019
Resumo

Introdução: A nutrição na gestação é de extrema importância e está


relacionada adiversas doenças genéticas que possuem influências
nutricionais, meio ambiente e hábitos alimentares, principalmentedurante
esse período gestacional promoveassistência no pré-natal através dadieta
personalizada na modificação e expressão do gene no DNA na prevenção
de doenças.

Objetivo: Estabelecer a dieta personalizada durante a gestação no pré


natal para prevenção de doenças devido ao déficite nutricional da gestante
e evitando o desenvolvimento de complicações futura nesse
feto. Método: Revisão sistemática realizada em base de dados científicos
revisões bibiograficos nos portais de busca Google acadêmico e Scholar
Google. Foram considerados os estudos envolvendo humanosanimais.

Palavra chave: Epigenética; Nutrigenômica; Gestante; Pré-Natal


Introdução

O termo epigenética origina-se do prefixo grego epi, que significa “acima


ou sobre algo” (Muller, 2008) e estuda as mudanças herdadas nas funções
dos genes, observadas na genética, mas que não alteram as sequências de
bases nucleotídicas da molécula de DNA (Muller, 2008). Os
padrões epigenéticos são sensíveis a modificações ambientais que podem
causar mudanças fenotípicas que serão transmitidas aos
descendentes (Muller,2008). Segundo Tang e Ho (2008), a epigenética é
definida como as mudanças herdáveis na expressão do gene que não
alteram a sequência do DNA, mas que são herdáveis pela mitose e ao longo
das gerações. Feinberg (2008) define a epigenética como modificações no
genoma que são herdadas durante a divisão celular e que não estão
relacionadas com a mudança na sequência do DNA.

Existem algumas características que distinguem a epigenética dos


mecanismos da genética convencional: a reversibilidade, os efeitos de
posicionamento (Muller, 2008), existindo dois mecanismos principais
envolvidos na epigenética: alterações nas histonas e padrão demetilação do
DNA, que envolve modificações na estrutura das ligações covalentes do
DNA (Muller,2008). Esses mecanismos atuam modificando a
acessibilidade da cromatina para a regulação da transcrição localmente
ou globalmente, pelas modificações no DNA e pelas modificações ou
rearranjos dos nucleossomos, presença de RNAs não codificadores, que
podem atuar interferindo na transcrição de genes (Muller,2008).

Regulam funções celulares cruciais como a estabilidade do genoma, a


inativação do cromossomo X, o imprinting gênico, a reprogramação de
genes não imprintados, e atuam no desenvolvimento da plasticidade como
as exposições a fatores endógenos ou exógenos durante os períodos
críticos, que alteram permanentemente a estrutura e a função específica de
sistemas de órgãos. Os nucleossomos e as histonas são estruturas
associadas ao DNA com a função de organização da cromatina. Tal
organização está intimamente associada à expressão gênica (Muller, 2008).
Materiais e métodos

Realizou-se estudos de revisão bibliográfica com base em artigos


científicos, livros , revistas, Google acadêmico e Scholar Google.
Objetivo

Compreendera importância nesse periodo gestacional, auxiliando no pré


natal e promovendo métodos saudável,através da dieta personalizada a essa
gestante estabelecendo hábitos alimentares, para modificão e expressão do
gene noDNA,o cuidado nutricional á prevenção a varias doenças no
sistema imune, baixo peso e desnutrição deste rescen-nascido.
Epigenética Nutricional

A épigenetica é defenida como modificações do genoma, herdadas durante


a divisão celular e que não envolve nenhuma mudança na sequencia do
DNA. Está compreende um conjunto de mecanismo que promovem a
regulação da expressão génica.Envolvem modificações moleculares do
DNA ,como a metilação do DNA e acetilação das histonas, então os
nutrientes têm a capacidade de provocar alterações epigenéticas e alterar
suscetibilidade a doença (Figueira, 2016).

Desde os anos de 1865, quando Gregor Mendel anunciou as leis da


hereditariedade, deduzidas a partir de seus experimentos com ervilhas, os
genes têm sido considerados como a única forma pela qual as
características biológicas podem ser transmitidas através de sucessivas
gerações. Entretanto, hoje existem várias evidências moleculares da
existência de uma herança não genética. Esses estudos mostram que
variações não-genéticas adquiridas durante a vida de um organismo que
podem frequentemente ser transmitidas para os descendentes; um
fenômeno conhecido como herança epigenética (FANTAPPIÉ, 2013).

Tem seu efeito biológico a partir de mudanças químicas que podem ocorrer
namolécula de DNA e em proteínas chamadas de histonas. Antes de
abordarmos efetivamente o papel da epigenética na memória da célula,
precisamos entender como a célula funciona (FANTAPPIÉ, 2013).

Para que os genes possam ser expressos, mediante a chegada dos sinais
(mencionados acima), a molécula de DNA precisa ser parcialmente
desempacotada, para que os genes fiquem acessíveis à ação de proteínas
(os fatores de transcrição, que efetivamente disparam a ativação dos genes).
Entretanto, diferentes genes são expressos em diferentes momentos e,
naturalmente, estão localizados em diferentes regiões da molécula de DNA
(ou nos cromossomos). Nesse sentido, partes da molécula de DNA são
constantemente desenroladas e enroladas (o que se conhece por
“remodelamento dos cromossomos”, ou “da cromatina”(FANTAPPIÉ,
2013).
Epigenética e Memória Celular

No DNA, ocorre a metilação, que é a adição de um grupo metila (-CH3, ou


seja, um átomo de carbono ligado a três átomos de hidrogênio) ao
nucleotídeo citosina; nas histonas, pode ocorrer tanto a metilação como a
acetilação (-COCH3) nos aminoácidos lisina e/ou arginina. As
modificações no DNA ou nas histonas são realizadas por enzimas do tipo
DNA metilases/ desmetilases, histona metilases/desmetilases e histona
acetilases/desacetilases. A metilação do DNA, que geralmente ocorre em
regiões que controlam a expressão gênica (denominadas de promotores),
está relacionada à repressão gênica, ou seja, genes que estão marcados
(metilados) para não codificarem (ou produzirem) proteínas. Já a acetilação
das histonas está geralmente relacionada à ativação gênica(FANTAPPIÉ,
2013).

Adição de um grupo metila a molécula de DNA leva ao silenciamento de


diversos genes, tendo um profundo impacto sobre a forma e a função das
células e organismos, sem alterar o DNA correspondente. A metilação, e
consequentemente o silenciamento de genes num determinado período do
ciclo ou do desenvolvimento celular ou em determinados tipos celulares faz
parte da estratégia evolutiva que culminou com o bom funcionamento
celular (conhecido por homeostase) e de um organismo sadio. Caso esse
padrão de metilação do DNA seja alterado, por exemplo, por agentes
químicos afetando a atividade das metilases, um novo padrão de metilação
no DNA será instalado, ativando genes que deveriam permanecer
silenciados, podendo ter efeitos significativos na vida (e na saúde) de um
organismo. Esse novo padrão epigenético será passado para as gerações
futuras, o que caracteriza uma “memória epigenética”, (FANTAPPIÉ,
2013).

Mudanças no genoma são vagarosas, através de mutações randômicas (ao


acaso) e para que um traço genético (ou fenótipo) se instale numa
população, isso pode levar muito tempo. O epigenoma por outro lado, pode
mudar rapidamente em resposta aos diversos sinais que a célula pode
receber. Nesse sentido, através da herança epigenética um organismo pode
ajustar a expressão gênica de acordo com o ambiente onde vive, sem
mudanças no seu genoma. Por exemplo, experiências vividas pelos pais
(dieta, maustratos, tratamento hormonal) podem ser transmitidas para as
gerações futuras. (FANTAPPIÉ, 2013).
Isso tem sido bem demonstrado em uma série de estudos onde famílias
com grave escassez de alimentos na geração dos avós, filhos e netos têm
maior risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Outros estudos
sugerem que as mães passem aos filhos os efeitos cognitivos durante a
gestação, provavelmente liberando hormônios que fazem com que
marcadores químicos epigenéticos (não dependentes dos genes) apareçam
nos genes de seus filhos, regulando sua expressão depois do nascimento.
Outro exemplo claro do papel da herança epigenética pode ser encontrado
nos gêmeos idênticos; estudos mostram que durante a transição da infância
para a vida adulta, os gêmeos passam a divergir significativamente em seus
níveis de sintomas relacionados à ansiedade e à depressão. Como
compartilham do mesmo background genético (exatamente a mesma
sequência de bases em ambos os genomas) essa divergência só pode ser
fruto das experiências individuais durante a vida (e das mudanças
epigenéticas). Passado a era do sequenciamento do genoma humano
(publicado em 2004), o esforço atual tem sido depositado em cima do
sequenciamento do epigenoma, ou seja, na identificação de todas as
citosinas metiladas ao longo do genoma. O epigenoma na sua totalidade irá
levar a um melhor entendimento de como a função do genoma é regulada
na saúde e na doença, e também como a expressão genética é influenciada
pela alimentação e pelo ambiente. (FANTAPPIÉ, 2013).
NUTRIGENÔMICA ENUTRIGENÉTICA

A preocupação com a qualidade de vida e consequentemente com a


qualidade da alimentação. A nossa nutrição deve ser baseada na prevenção
de doenças e na manutenção da saúde, principalmente em uma população
que tem cada vez maior longevidade. Além disso, com o advento da
Medicina personalizada, os estudos focam as diferenças individuais e que
levam muitas vezes a respostas diferenciadas a variadas anomalias.

O estudo de genoma humano avançou muito e atualmente é possível


através de técnicas de biologia molecular detectar a expressão de diferentes
genes na presença de determinadas substâncias. Com isso, o estudo da
relação da atividade gênica e dos nutrientes consumidos torna-se viável.
Portanto a nutrigenômica e a nutrigenética são as ciências que possibilitam
o conhecimento da ação de substâncias presentes nos alimentos ou
suplementos e seus efeitos na qualidade de vida, prevenindo o tratamento e
o desenvolvimento de doenças por meio de alimentação. Trabalho de
pesquisa em bancos de dados e literatura disponível aos avanços nas áreas
de Nutrigenômica e Nutrigenética, realização de pesquisas descritivas e
bibliográficas pelo método da Revisão Integrativa, com coleta das
informações nos períodos de 2000 a 2015 envolvendo o tema no Brasil.
Nesta pesquisa descritiva e bibliográfica, foi possível verificar o baixo
número de publicações com os descritores no Brasil. E mostrando que a
maior relação das buscas pela nutrigenômica estão associadas a dietas
(Cauê Coelho de Araujo 2015)
Roupagem dos genes

O gene em estado puro é constituído pelo DNA na forma da dupla-helice.


Em nossas células, porem, são raros os genes em estado puro. Na verdade
eles se representam envolvidos por diversas outras moléculas orgânicas,
com as quais estão ligadas quimicamente. A importância desses
revestimentos químicos esta na capacidade de alterar o comportamento dos
genes aos quais são ligados, tornando mais ou menos ativos. O que os torna
ainda maisimportante é a capacidade que têm de durar longos períodos de
tempo, as vezes por toda vida. Sendo assim a épigenetica é o estudo de
como são feitas e desfeitas essas ligações químicas de longa duração nesses
genes.Em alguns casos, tais conexões se fazem e desfazem mais ou menos
ao acaso, como as mutações , com frequência, porém, as mudanças
épigenéticas acontece em respostas ao ambiente, á alimentação, aos
poluentes a que somos expostos e até interações sociais, os processos
epigenéticos acorrem na interação entre ambiente e genes.

As multações e alterações desses genes são reversíveis, boa parte dos


estudos enxergam o potencial de épigenetica médica de revolucionar a
medicina e visa a descobrir maneiras de reverter eventos epigenéticos
patológicos, quando se trata das condições experimentadas no útero
materno, por hábitos alimentares da mãe durante a gravidez, o mesmo vale
para qualquer estresse que a gestante possa haver sofrido na maioria das
vezes, são marcantes as diferenças ambientais ou nutricional no
desenvolvimento do feto e fazem com que seja mais sucetível a obesidade ,
diabetes, doenças cardíacas e arteriosclerose, ou depressão, ansiedade
esquizofrenia.

Graças as pesquisas épigeneticas há grandes progressos na solução desses


subproblemas, o da diferenciação celular, e que todos nós passamos por um
estágio no qual fomos uma bola oca formada por células genéricas
chamadas por células tronco, (Francis 2015).
EPIGENÉTICA NUTRICIONAL: ALIMENTAÇÃO QUE
NOS MOLDA

A epigenética descreve os processos celulares que determinam se um certo


gene é transcrito e traduzido na proteína correspondente. A mensagem pode
ser transmitida por pequenas modificações químicas, reversíveis, na
cromatina. A dieta é um dos principais influenciadores de alterações
epigenéticas, nutrientes e componentes orgânicos ou inorgânicos presentes
em alguns alimentos podem moldar o genoma humano. As alterações
epigenéticas nutricionais podem começar durante o desenvolvimento
embrionário e podem persistir na idade adulta, algumas destas
modificações podem até persistir por gerações, afetando por exemplo os
netos das mulheres expostas. Os resultados Em humanos foi observado
que embriões e fetos expostos a fome e/ou baixa ingestão calórica da mãe
têm um menor grau de metilação do gene responsável pelo metabolismo da
insulina do que os seus irmãos não expostos e também quando adultos ou
idosos os mesmos possuem uma taxa mais elevada de doenças crônicas,
como diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade quando comparados a
irmãos que não foram expostos a essa condição. Os primeiros meses de
gravidez parecem ter tido o efeito mais importante no risco de doença
sendo assim torna-se necessário o consumo de nutrientes como por
exemplo os ômegas 3, 6 e folato, todos se mostraram influenciadores em
alterações pós-traducionais em histonas de células neurais da prole. Já em
animais também foram observadas alterações genéticas ligadas a
alimentação dos mesmos, como por exemplo as abelhas, o que diferencia
abelhas operárias e estéreis, da rainha, fértil, não é a genética, mas sim a
dieta no estado larvar. As larvas destinadas a rainha são alimentadas
exclusivamente de geleia real, uma substância que ativa o programa
genético responsável pela fertilidade da rainha. Já em ratos Winstar foi
observado que ratas que foram mantidas em dietas com deficiência
multifatorial tanto antes do acasalamento, quanto durante a gestação,
geraram proles com uma redução da acetilação nos astrócitos quando
comparados com ratas da mesma espécie que foram bem nutridas antes e
durante a gestação( Igor Gabriel 2018)
Macroeconomia, pesquisa e nutrição personaliza

A revista Nestlé.Bio é um produto informativo da Nestlé Brasil destinado a


promover pesquisas e práticas no campo da ciência da nutrição realizadas
no país e no exterior, sob os cuidados de um criterioso processo editorial.
Alinhada ao histórico papel da Nestlé no apoio à difusão da informação
científica, a revista abre espaço para a diversidade de opiniões, que
consideramos ser essencial para o intercâmbio de ideias e conceitos
inovadores. As declarações expressas na revista não refletem
necessariamente o posicionamento institucional da companhia com relação
aos temas tratados. A crise econômica que vivemos atualmente expõe, cada
vez mais, as fraturas do enorme e crescente endividamento público de
governos em todo o mundo. Ao mesmo tempo, desloca parcialmente do
centro das atenções um problema de proporções ainda maiores relacionado
com o envelhecimento da população e os custos decorrentes de pensões e
do sistema de saúde. Atualmente, doenças crônicas como diabetes,
obesidade, Alzheimer e cardiovasculares são responsáveis por 60% de
todos os óbitos no mundo, com uma projeção de aumento de 17% nos
próximos anos. E, segundo dados recentes da consultoria
PricewaterhouseCoopers, 3% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do
mundo já é perdido em consequência delas. Levando tudo isso em
consideração, nos parece evidente que a estratégia atual de cuidado à saude,
concentrada em tratar indivíduos doentes, não é sustentável e terá de ser
redesenhada drasticamente. É nossa convicção, na Nestlé, que a prevenção
deverá desempenhar um papel muito maior e, nesse sentido, investimento
em nutrição personalizada será o primeiro e mais eficiente passo para uma
política de prevenção ativa que contribua para a saúde e o bem-estar.
Respondendo a este cenário, a Nestlé inaugurou, no dia primeiro de janeiro
de 2011, na Suíça, o Nestlé Instituteof Health Sciences e a Nestlé Health
Science Company — com o objetivo de melhor investigar mecanismos
envolvidos com doenças crônicas em nível molecular e, a partir desse
conhecimento, conceber estratégias e produtos nutricionais para a
prevenção dessas doenças. Nesta edição da Nestlé.Bio, a nossa matéria de
Capa sobre o excitante novo ramo da epigenética traz pistas concretas sobre
como a nutrição pode contribuir para a prevenção de doenças crônicas que
hoje representam um fardo insustentável para os sistemas da saúde de todo
o mundo e de que forma a Nestlé pode contribuir para isso, (Ivan F Zurita
revista 2011)
Associação entre consumo e reserva de ferro com dano ao
DNA

A anemia ferropriva, situação de carência grave de ferro, está associada a


cansaço, redução da imunidade e atraso no desenvolvimento neurológico,
no último caso para crianças. As recomendações nutricionais de ferro para
prevenir a anemia, conforme as DietaryReferenceIntakes (DRI) do Instituto
de Medicina (EUA), variam de 8 mg/dia (homens e mulheres pós-
menopausa) a 27 mg/dia (gestantes), tendo níveis intermediários para
adolescentes, dependendo do sexo. O excesso de ferro tem sido associado
ao risco de doenças cardiovasculares e de câncer, como no caso da
hemocromatose (desequilíbrio hereditário no metabolismo de ferro). E as
DRI recomendam que pessoas saudáveis não devem ingerir mais do que 45
mg/dia de ferro (UpperLevel), para evitar distúrbios gastrintestinais. A era
pós-genômica está trazendo alguns avanços do entendimento da inter-
relação das vitaminas e minerais com genoma humano. Tem-se
reconhecido que perturbações na estabilidade do genoma estão associadas
ao envelhecimento e ao risco de doenças degenerativas, como o câncer.
Reconhece-se, também, que o balanço nutricional possa aumentar a
estabilidade do genoma, reduzindo o risco dessas doenças. Não obstante, as
recomendações nutricionais para a maioria dos nutrientes ainda não
incorporaram este aspecto [1]. Com efeito, desenvolveu-se um estudo de
revisão bibliográfica para levantar possíveis associações entre o risco de
câncer no trato gastrintestinal e a ingestão de ferro [2]. Os resultados deste
estudo, obtidos a despeito do reduzidíssimo número de trabalhos sobre o
assunto, apontaram indícios de que tanto baixas quanto elevadas ingestões
de ferro possam aumentar o risco de câncer no intestino, e uma ingestão de
cerca de 20 mg/dia de ferro poderia estar associada a um menor risco em
idosos. No mesmo trabalho, levantaram-se evidências de que tanto a
carência como o excesso de ferro podem estar associados ao aumento do
estresse oxidativo, isto é, ao desequilíbrio entre a produção e a eliminação
de espécies reativas de oxigênio. O estresse oxidativo, em associação a
outros mecanismos, também desregulados pela carência de ferro (p.ex.,
resposta imunológica contra células malignas, metabolização de compostos
tóxicos e síntese e reparo do DNA), é fator etiológico para o câncer e o
envelhecimento. Em outro estudo, no qual foram avaliadas crianças e
adolescentes com um padrão geral de má alimentação e alta incidência de
verminoses, observou-se baixa prevalência de anemia, possivelmente pela
ingestão considerável de vísceras [3]. Ademais, uma ingestão de
aproximadamente 15 mg ferro/dia associou-se a um nível
significativamente menor de danos no DNA no grupo.
Diante da natureza preliminar dos dados e da raridade de estudos sobre o
tema, há necessidade de desenvolver estudos adicionais. As informações
geradas poderiam ser incorporadas às recomendações nutricionais, pois
estas não são focadas em deficiências nutricionais sutis e crônicas e
tampouco levam em conta a estabilidade do genoma. É importante ressaltar
que a melhor maneira de manter a estabilidade genômica é uma
alimentação equilibrada, e que os presentes dados não devem ser utilizados
como indicativo para suplementações com o nutriente. Cabe lembrar que as
necessidades nutricionais de indivíduos podem variar bastante de acordo
com a própria reserva fisiológica e que muitos são portadores de variantes
genéticas associadas a uma sobrecarga de ferro (hemocromatose), para os
quais a suplementação pode trazer riscos(Daniel revista 2011).
Desafiando a noção de que nosso destino é governado pelos
nossos genes

Uma maior vulnerabilidade a influências ambientais faria do epigenoma o


responsável por um contingente muito maior de doenças do que aquele
provocado por alterações do DNA em si. Esta tese está dirigida àquela que,
possivelmente, seja a mais relevante questão em ciências biológicas no
presente: por que exibimos tamanha diferença em termos de
susceptibilidade às doenças? Irmanada a ela há, ainda, uma segunda
pergunta, transformada em argumento por epigeneticistas: como gêmeos
idênticos podem exibir diferente susceptibilidade a doenças se a única
variável é o código genético? Para esses profissionais, a resposta apoia-se
na inferência de que, ao contrário do genoma, o epigenoma desses gêmeos
não é idêntico. Argumentam que, mesmo dentro do útero, o epigenoma de
um e de outro poderia sofrer influências ambientais distintas como, por
exemplo, fluxo sanguineo placentário desigual. O que, em última análise,
poderia levar a um diferente aporte de nutrientes.

A origem fetal da susceptibilidade às doenças

Muitos estudos realizados em modelos animais apoiam o conceito de que a


susceptibilidade a inúmeras doenças não começa na vida adulta, mas cedo
no desenvolvimento. A história contemporânea da humanidade é pródiga
em exemplos sobre isso também. No inverno de 1944-1945, ao final da
Segunda Guerra Mundial, a combinação do embargo imposto pelas tropas
alemãs com a severidade do inverno provocou a morte de cerca de 20.000
pessoas no evento conhecido como a “Fome Holandesa”.

O acompanhamento de um grupo de sobreviventes nascidos naquele


período revelou uma incidência muitas vezes maior do que a esperada de
doença cardiovascular, diabetes, obesidade e, sobretudo, de esquizofrenia,
na vida adulta. Anos mais tarde, entre 1959 e 1961, a “Fome Chinesa”,
causada por mudanças climáticas adversas e, principalmente, equivocadas
políticas econômicas, deixou um saldo trágico de 20 milhões a 40 milhões
de pessoas mortas. Neste exemplo, também, o desenvolvimento de
esquizofrenia entre os adultos nascidos naquela época variou entre duas e
três vezes o esperado. A ideia, incipiente à época, de que a saúde de cada
indivíduo, na idade adulta, poderia ser influenciada pela dieta da mãe
durante a gestação provocou reflexões no campo da biologia, da nutrição,
da ética e da saúde pública. A revelação de maior impacto, contudo, de que
gerações para além dos filhos também poderiam ser influenciadas (Claudio
Galperin revista 2011)
No início do século 21, aprendemos que o processo de
hereditariedade envolve bem mais do que a estrutura do DNA

Síntese Moderna Evolutiva que combina a teoria Darwinista da evolução


das espécies por meio de seleção natural, a genética Mendeliana como base
para a herança biológica e a genética populacional. Segundo o paradigma
construído entre os anos 1930 e 1940, e dominante nas últimas seis
décadas, os efeitos da exposição ao meio ambiente.Seria esta, com atraso
de mais de um século, a “carta na manga” de um desacreditado Jean-
Baptiste Lamarck — defensor de que a evolução ocorreria no espaço de
uma geração ou duas — contra Charles Darwin? Ou, em outras palavras,
experiências vividas pelos pais em sua juventude, como situações limite de
fome, deixarem marcas no material genético do óvulo ou do
espermatozoide e serem transmitidas de alguma forma para suas próximas
gerações. Até o fim do século 20, a chamada Síntese Moderna ditava, de
maneira hegemônica, que este atalho evolucionário não poderia ocorrer. E
que a hereditariedade só se manifesta por meio da transmissão de genes de
células de linhagem germinativa. No início do século 21, porém, um
conjunto consistente de dados ajudou a construir o argumento de que a
hereditariedade envolve mais do que a sequência de pares de base que
compõem o DNA.Estamos falando, uma vez mais, de RandyJirtle e da
mudança radical em seu laboratório, originalmente voltado para as áreas de
radiologia e oncologia. Jirtle e Robert Waterland, seu estudante de pós-
doutorado à época, elegeram como modelo experimental camundongos
regulados pelo gene Agouti, que não apenas confere uma pelagem amarela
a eles como, também, os torna mais propensos ao desenvolvimento de
obesidade, diabetes e câncer [3] O experimento consistia em alimentar dois
grupos de fêmeas idênticas e grávidas com rações distintas: uma normal e
outra suplementada por “doadores” de grupos metil, como ácido fólico e
vitamina B12.

No fim do estudo, verificaram que estes grupos metil se ligavam a


marcadores epigenéticos sobre o gene Agouti, no útero, silenciando sua
expressão. Ou, como preferem alguns, desligando este gene. Dessa
maneira, sem causar alteração alguma na estrutura do DNA, por meio
apenas da suplementação de vitaminas do complexo B, Jirtle e seus
colaboradores conseguiram que fêmeas Agouti produzissem gerações de
fillhotes de pelagem castanha, sem propensão a obesidade, diabetes ou
câncer.
Pela primeira vez, defrontávamo-nos com algo, até então, impensável: um
modelo experimental no qual doenças crônicas podiam ser prevenidas por
várias gerações por meio de uma modulação epigenética mediada pela
nutrição. Para se compreender com maior detalhe como se dá esta herança
transgeracional, é preciso rever mais alguns conceitos em genética (Claudio
Galperin 2011)

Desafiando nossa herança genética

Diante do fato de que é possível manipular marcadores epigenéticos em


laboratório, novos programas passaram a ser financiados por institutos
governamentais, principalmente nos EUA e na Europa. Com volume de
investimento ainda tímido, quando comparado ao que já foi gasto com o
Projeto Genoma, estas iniciativas começam a gerar seus primeiros frutos.
Como o mapeamento de parte do epigenoma de células-tronco
embrionárias e de fibroblastos, realizado pelo San Diego Epigenome
Center em conjunto com o Salk Institute, ambos nos Estado Unidos, com
verbas do NationalInstitutesof Health (NIH). Sim, há pelo menos mais 208
linhagens de células do corpo humano esperando na fila, mas é um início.
Da mesma forma, começam a surgir as primeiras drogas que parecem
silenciar genes associados a doenças, como é o caso da azacitidina, usada
no tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicas. Finalmente, o
desenvolvimento de estratégias nutricionais para modular a expressão
desses genes começa a ocupar papel de destaque na agenda das pesquisas
em epigenética também,a crise econômica que atravessamos revela, como
uma fratura exposta, o enorme grau de endividamento público acumulado,
sobretudo pelos países industrializados do mundo, (Claudio Galperin 2011)
Um sistema de saúde focado no tratamento de pessoas doentes
precisa ser repensado em favor da prevenção

Neste cenário, doenças crônicas, incluindo as que afetam o sistema


cardiovascular, obesidade e diabetes, ocupam um perverso papel de
destaque. São responsáveis por 60% de todos os óbitos, no Brasil e no
mundo, com uma aceleração prevista para adicionais 17% nos próximos
anos. De acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers, os gastos com
o Sistema de Saúde nos Estados Unidos, em 2015, se elevarão de 15% para
astronômicos 29% do Produto Interno Bruto (PIB). O cenário para países
ditos emergentes não é diverso. Estima-se que nos próximos cinco anos os
custos com o Sistema de Saúde atingirão a cifra de 500 bilhões de dólares
na China, 300 bilhões de dólares na Rússia e 200 bilhões de dólares na
Índia. Em 2007, segundo dados do IBGE, este custo no Brasil já era de 221
bilhões de reais. Em seu conjunto, estes dados nos confrontam com uma
realidade tão incômoda quanto premente: um Sistema de Saúde focado no
tratamento de pessoas doentes não é sustentável e precisa ser repensado
drasticamente em favor de ações preventivas. Diante disso, não apenas as
políticas de saúde pública devem passar por mudanças. Alguns conceitos
que regem a indústria também, (Claudio Galperin 2011)

Necessidades específicas

O cuidado personalizado de nutrição deve ser o primeiro passo para o


desenvolvimento de uma efetiva política de prevenção. As palavras são de
Peter Brabeck-Letmathe, Chairman da Nestlé, sublinhando aquela que é
hoje uma das maiores prioridades da companhia: desenvolver produtos
nutricionais que, de maneira customizada, impactem positivamente a
história natural das doenças.Segundo Peter Brabeck, o pioneirismo da
Nestlé nesta área se dá pela posição singular que a companhia ocupa no
cenário mundial: “Temos expertise, ciência, recursos e organização para
encontrar soluções alternativas e eficientes, de bom custo-benefício, para
contribuir para a prevenção e o tratamento de doenças agudas e crônicas no
século 21.” (Claudio Galperin 2011)
Nutrição materna e programação fetal: o papel dos hábitos
alimentares no desenvolvimento embrionário e pós-natal

Dietas hipercalóricas aliadas ao sedentarismo alteram a dinâmica


energética do organismo,consumo de bebidas açucaradas, alimentos
calóricos e sódio em grande quantidade, a dieta materna pode exercer
influência direta nos filhos, a restrição do crescimento intrauterino e o
baixo peso ao nascer, acompanhados de ganho de peso excessivo na
infância e na adolescência, estão associados à obesidade, resistência
insulínica, cardiopatias, hipertensão arterial, hiperfagia entre outras,
caracterizando um quadro de Síndrome Metabólica.1,3,4,5,6 O termo
“Programação Fetal” foi utilizado por Hales e Barker4 para demonstrar que
doenças metabólicas têm origem na gravidez. Qualquer estímulo
nutricional ou estresse durante o desenvolvimento intrauterino resultam em
respostas adaptativas do feto, que são vantajosas para a sua sobrevivência
em um ambiente com condições abaixo do ideal. Entretanto, essas
adaptações tornam-se desfavoráveis em aspectos anatômicos, metabólicos e
fisiológicos, predispondo o feto à Síndrome Metabólica nas fases pós-
nascimentoinformações científicas a partir de livros, artigos, teses e
periódicos da área com as bases de acesso Medline, Scielo, PubMed e
Google Acadêmico. Sendo a pesquisa realizada em português e inglês,
principalmente, no período compreendido entre os últimos dez anos, exceto
alguns artigos pioneiros sobre o tema, e utilizando os seguintes descritores:
dieta materna, lactação, programação fetal, desnutrição, obesidade.
( Carolina Bellato2017).

Avaliação e recomendações nutricionais na gestação


Um dos principais fatores de prevenção da morbidade e da mortalidade
perinatal, da promoção da saúde da mulher e de um prognóstico preciso da
situação de saúde da criança, está relacionado ao acompanhamento
nutricional durante a gestação. Na rede básica de saúde (SUS), a avaliação
nutricional é realizada por antropometria (peso, altura e idade gestacional)
no pré-natal por uma equipe multidisciplinar, segundo recomendações do
Ministério da Saúde. A avaliação do consumo alimentar envolve fatores
biológicos, socioeconômicos, culturais e ambientais, sendo mais complexa
em gestantes, por apresentarem alterações fisiológicas e psicológicas.
Durante a avaliação são identificados grupos propensos a distúrbios
nutricionais que interferem na gestação e saúde do concepto.
Como os relacionados ao consumo de ferro e à ocorrência de anemia que
aumentam o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer, pré- -
eclâmpsia e aborto espontâneo. O excesso de ganho de peso materno e fetal
pode estar associado a diabetes gestacional, levando à dificuldades no
parto, enquanto que um baixo ganho de peso gestacional está relacionado a
um aumento no risco de retardo de crescimento intrauterino e mortalidade
perinatal.( Carolina Bellato 2017)

Hábitos alimentares da gestante

Durante a gestação,o organismo necessita de um aporte diferenciado de


nutrientes, para um adequado crescimento e desenvolvimento fetal, pois a
nutrição do concepto vem das reservas nutricionais da mãe,informações
nutricionais da gestação estão resumidamente indicadas na Tabela 1.
Dependendo da idade materna, a necessidade nutricional pode ser
diferenciada. Gestantes muito jovens não estão preparadas fisiologicamente
para suportar o estresse da gravidez, e o seu ganho de peso durante a
gestação é menor, podendo haver competição por nutrientes entre ela e o
feto. As adolescentes também estão em risco nutricional devido aos hábitos
alimentares e excesso de atividade física.

Tabela 1. Recomendação nutricional paragestantes

Elemento Função Recomendação Fonte nutricional


nutricional
Proteína Fonte de 1,1g /kg/dia14 0,75 Carnes, derivados de leite,
aminoácidos – a 1,0g/Kg/dia mais ovos, leguminosas,
síntese proteica. 6 g/dia15 oleaginosas.

Carboidrato Fonte de 175g/dia 55 a 75% Cereais, frutas, hortaliças,


energia. do VET diário açúcar.
Lipídio Fonte de 15 a 30% total do Óleos vegetais e de origem
energia, VET, até 10% de animal.
metabolismo e gordura saturada n-
síntese de 6 - 13 g/dia e de n-3
hormônios. 1,4 g/dia1

Vit. A Proteção da córnea. 770mg/dia Leite, carnes, óleos


Indicada para de peixe, gema de
crianças e ovo, folhosos
gestantes, defesa do verde-escuro,
organismo.1 amarelos, frutas não
cítricas,
oleaginosas.
Vit. C Diminui risco de 85mg/dia Frutas cítricas,
parto prematuro, pimentão, agrião
pré-eclâmpsia,
infecções e
descolamento da
placenta
Vit. D Ganho menor de 15 mg/dia Óleo de fígado de
peso do concepto – bacalhau, peixes,
redução da gema de ovo e leite
mineralização
óssea.22
Vit. E Ação anti-inflamatória 15 mg/dia13 Gérmen de trigo;
e antioxidante. óleos vegetais;
castanhas, gema,
folhosos
verdesescuros,
legumes.
Vit. K Evita hemorragia Neonato de 1,0 a Folhosos verde
no lactente. 2,0 mg escuro, óleo,
imediatamente após oleaginosas, frutas.
o parto

Riboflavina B2 ND 1,4mg/dia Carnes,ovos


cereais
Folato Previne anemias, 600 mg/dia Folhosos verdes,
doenças levedo de cerveja,
cardiovasculares e cenoura, gema de
neurais. ovo, fígado, feijão,
laranja, banana,
beterraba
Vit. B12 ND 2,6 mg/dia Alimentos de
origem animal.
Tiamina ND1 1,4mg/dia Cereais integrais,
nozes,
leguminosas, carne
de porco magra.
Niacina B3 ND 18 mg/dia13 Carnes, ovos,
farelos, amendoim,
legumes, abacates
e cereais
Ácido Pa n t o t ê ND Carne, leite, peixe,
n i c o (B5 leguminosas,
cereais integrais,
vegetais de folhas
verdes, farelo de
trigo, queijo.
Piridoxina Vit. B6 ND1 1,9 mg/dia Carnes, grãos
integrais, vegetais,
gema de ovo e
sementes
Cálcio Formação óssea. 1000 mg/dia Carnes, leite e
derivados e
vegetais folhosos
verdesescuros
Ferro Reduz onascimento 27 mg/dia Carnes de boi
de bebês (fígado e vísceras),
prematuros e baixo carnes de aves e
peso e o risco de peixes, mariscos
morte materna no crus, feijões, grãos
parto e no pós- integrais, nozes e
parto imediato; castanhas, melado
previne infecções. de cana-de-açúcar,
rapadura e açúcar
mascavo
Zinco Deficiência leva ao 11 mg/dia Oleaginosas, carne,
aborto, retardo do cereais integrais,
crescimento semente de
intrauterino, abóbora, feijão e
prematuridade e
leite.
préeclâmpsia1
ND – não interfere na gestação
Para gestantes entre 19 anos e 50 anos de idade, ou seja, mulheres adultas,
temos o seguinte cálculo do EER (Necessidade Estimada de Energia)
apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Cálculo do EER.

EER= EER + (8Kcal x IG em semanas) + 180 Kcal, onde: Pré-gestacional = 354 –


(6,91 x idade) + PA x (10 x Peso Kg) + (934
Pré-gestacional = l = 354 – (6,91 x idade) + PA x (10 x Peso Kg) + (934 x altura metros)
+ 25 Kcal
Dados adaptados de Dal Bosco, SM; 2010.15 PA = 1, 0 (sedentária), PA = 1,16 (pouco ativa), PA =
1,31(ativa), PA = 1,56 (muito ativa)

O ganho de peso da gestante esperado no primeiro trimestre não se altera


em relação ao seu peso corporal inicial, podendo apresentar variações
aceitáveis de aumento de até 2 Kg ou diminuição de até 3 Kg. No período
entre o segundo e terceiro trimestre o ganho de peso recomendado
fundamenta-se no IMC (Índice de Massa Corporal) pré-gestacional. Para o
IMC gestacional, deve-se considerar os pontos de corte de forma diferente
daqueles adotados para a população adulta padrão (Tabela 3).

Tabela 3. Classificação do IMC Pré-Gestacional com o Ganho de Peso


(g/semana) e o Ganho Total (Kg)

IMC Pré-Gestacional Ganho de Peso Ganho Total (kg)


(g/semana)
Baixo peso (<19,8) 500g * 12,5 a 18
Normalidade (19,8 a 26) 400g * 11,5 a 16
Sobrepeso (>26 a 29) 300g * 7 a 11,5
Obesidade (>29) 200g * 7 a 9,1
Adaptado de IOM (1992)19 *a partir do 2º. trimestre
Classificação do estado nutricional para cada semana gestacional de
gestantes gemelares,( Carolina Bellato 2017) apresentado na Tabela 4

Tabela 4. Classificação por ganho de peso para a gestação gemelar

Idade Gestacional Baixo Peso Eutrofia Sobrepeso


(semanas)
0 a 20 0,57 a 0,79 0,45 a 0,68 0,34 a 0,45
20 a 28 0,68 a 0,79 0,57 a 0,79 0,34 a 0,57
>28 0,57 0,45 0,34
Adaptado do artigo Luke et al., 2003

Hábitos Alimentares da Nutriz

Para calcular a necessidade energética da nutriz, deve ser considerada a


duração e a intensidade da amamentação, e não somente o estado
nutricional. O adicional de energia estimado para a lactação no primeiro
semestre é de 675 kcal/dia, e no segundo é de 460 kcal/dia (Tabela 5).

Tabela 5. Cálculo do valor energético total da dieta materna

VET = GE (TMB x NAF) + adicional energético para a lactação –


energia para a perda de peso
Informações adaptadas de Accioly et al., 2009.21 VET = Valor Energético Total, GE =
Gasto Energético, TMB = Taxa Metabólica Basal e NAF = Nível de Atividade Física.

As recomendações nutricionais para a amamentação diferem das do


período gestacional quanto ao consumo de proteínas e micronutrientes,
com o aumento na vitamina A e no Folato. O estado nutricional da lactante
também é avaliado por dados antropométricos, dietéticos, bioquímicos,
clínicos e funcionais. Porém, padrões de referência para esse período da
mulher são muito escassos. Nos primeiros três meses de lactação, a perda
de peso é maior nas que amamentam.
Estima- -se que a taxa média de perda de peso durante a lactação seja de
0,5 a 1 Kg/mês, podendo ser de até 2 Kg/mês em nutrizes com sobrepeso,
sem alterar o volume de leite produzido e o crescimento da criança. Não se
recomenda perda de peso superior a esses valores. A redução de 500
Kcal/dia na dieta e os exercícios físicos permitem uma perda de peso e de
massa gorda, sem mudanças no volume, na composição do leite materno e
na velocidade de crescimento do neonato,( Carolina Bellato 2017) Tabela 6

Tabela 6. Classificação do IMC Meta de Perda de Peso Recomendada

IMC Meta Perda de Peso


< 18,5 (baixo peso) IMC saudável (eutrofia)
≥ 18,5 e <25 (eutrofia) Manutenção do peso dentro
da eutrofia
≥ 25 e < 30 (sopreso) Perda de peso até atingir 0,5 a 1Kg/mês
IMC eutrófico
≥30 (obesidade) Perda de peso até atingir 0,5 a 2Kg/mês
IMC eutrófico
Dados adaptados de Dal Bosco, SM; 2010

Consequências de hábitos alimentares não adequados na


gestação
O desenvolvimento ou programação fetal está relacionado a adversidades
intrauterinas que levam a alterações metabólicas, endócrinas e
imunológicas permanentes, tornando-se mais evidente na fase adulta.
Acredita-se que há um período crítico do desenvolvimento intrauterino
onde o embrião e o feto são mais sensíveis às informações provenientes do
ambiente. Assim, o concepto prepara-se para viver em um ambiente não
favorável após o nascimento, e, em virtude disso, o seu organismo sofre
adaptações utilizando esses parâmetros ambientais.Os períodos mais
prematuros e finais da gestação são caracterizados pelo amadurecimento do
sistema do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e, portanto, estes também são
os momentos de maior susceptibilidade do concepto a alterações
endócrinas. Enquanto que, o amadurecimento do metabolismo glicídico
ocorre nos períodos finais da gestação, sendo este mais susceptível a
alterações na sensibilidade à insulina e tolerância à glicose, como má
nutrição ou excesso nutricional materno, doenças e estresse psicológico,
( Carolina Bellato 2017).
Deficiência nutricional

Tem ligação com a adaptação ao fenótipo econômico desencadeado pela


má nutrição maternadurante a gestação leva o feto a desencadear alterações
no metabolismo energético pressupondo o ambiente malnutrido que ele
encontrará após o nascimento. Isso corrobora com epidemias de adultos
com diabetes tipo II e doenças coronarianas (Carolina Bellato 2017).

Excesso nutricional
No último trimestre da gravidez, os hábitos nutricionais maternos estão
relacionados à composição corporal do feto em desenvolvimento; no
primeiro ano de vida, que recebe influência direta do aleitamento materno e
no crescimento na adolescência, cuja fase de estiramento está ligado aos
hábitos alimentares e de atividade física do adolescente, representam os três
períodos críticos relacionados à hiperplasia do tecido adiposo, o que
dificulta a perda de peso aumentando a tendência à obesidade em adultos.
De forma oposta, a obesidade hipertrófica se manifesta ao longo de
qualquer fase da vida adulta e está relacionada ao aumento do volume das
células adiposas( Carolina Bellato 2017).

Qualidade do leite materno


No Brasil, o aleitamento materno é incentivado pelos órgãos federais,
estaduais e municipais por estar relacionado também ao aspecto
econômicoo volume de leite produzido. O consumo diferenciado de
macronutrientes não interfere na constituição do leite materno, com
exceção dos lipídios, pois a quantidade e a qualidade da gordura da dieta
materna afetam o teor de lipídeos totais do leite, assim como o de ácidos
graxos importantes como o ácido docosahexanóico e ácido araquidônico. Já
o consumo adequado de micronutrientes é essencial para o
desenvolvimento do neonato e o conteúdo destes no leite está diretamente
relacionado à dieta materna. Os elementos imunológicos presentes no leite
materno são, principalmente, os da família IgA, que são preservados no
trato digestório e absorvidos integralmente pelo intestino delgado do
neonato. Citocinas e fatores inflamatórios também são compartilhados do
organismo materno para o filho por meio da lactação. As principais
citocinas presentes no leite materno de mães com quadro de
hipersensibilidade são Interleucinas -4, -5, -13 e TGF (Fator de
Crescimento Tumoral). Porém, estas estão diminuídas em mães saudáveis.
Além desses fatores imunológicos, a presença de diferentes ácidos graxos
pode conferir maior imunoproteção do que outros. O ácido araquidônico,
por exemplo, está mais relacionado ao desenvolvimento de resposta de
hipersensibilidade do que o ácido eicospentanóico. A dieta recomendada
para a lactante deve conter quantidades suficientes de ácidos graxos poli-
insaturados de cadeia longa (AGPI-CL), que atendem às necessidades
maternas e do bebê, agindo como um elemento protetor contra alergia e
infecções.Foi sugerido que crianças amamentadas exclusivamente até os
seis meses possuíam uma menor tendência à ocorrência de sobrepeso e
obesidade, como também, uma correlação inversa significativa entre
perímetro da cintura e tempo de amamentação( Carolina Bellato 2017).
Programação fetal: doenças crônicas programadas pela nutrição
materna

O termo “Programação Fetal” foi utilizado por Hales e Barker6 para


demonstrar que doenças metabólicas têm sua origem já nas primeiras
experiências nutricionais durante a gestação e a lactação. Um estresse ou
um estímulo nutricional durante o período de desenvolvimento fetal
resultam em respostas adaptativas do feto (programação metabólica) que
verificou-se que a dieta hiperlipídica materna está associada nos filhotes a
um fenótipo semelhante à Síndrome Metabólica humana. Estudos mostram
que, pelo menos em parte, a Síndrome Metabólica em adultos pode ter suas
origens no período fetal ou na infância. A partir da terceira semana do
desenvolvimento fetal, a sensibilidade embrionária é maior aos efeitos
ambientais, por causa dos hormônios embrionários. Sendo um período
crítico para teratogênicos. O consumo prolongado de dieta hiperlipídica por
ratas fêmeas acarreta nos filhotes machos maior peso corporal, aumento
nos níveis plasmáticos de insulina, glicose, ácidos graxos livres,
triglicérides e intolerância à glicose. Estudos em humanos e animais
sugerem que a nutrição materna pode induzir o desenvolvimento
programado de hipertensão na prole adulta. E a administração de dieta
hiperlipídica, às mães, causa na prole adulta: aumento da pressão
sanguínea, resistência à insulina, dislipidemia e obesidade ( Carolina
Bellato 2017).

Resultados e Discussão
Pôde-se observar que que a dieta personalizada na gestante no seu
primeiro trimestre gestacional no tratamento desse pré natalos
padrões epigenéticos são sensíveis a modificações ambientais e nutricional
que podem causar mudanças fenotípicas que serão transmitidas aos
descendentes definida como as mudanças herdáveis na expressão do gene
que não alteram a sequência do DNA, mas que são herdáveis pela mitose e
ao longo das gerações que define a epigenética como alterações nas
histonas e padrão de metilação do DNA, que envolve modificações na
estrutura das ligações covalentes do DNA, então os nutrientes têm a
capacidade de provocar alterações epigenéticas e alterar suscetibilidade a
prevenção de doenças, o DNA precisa ser parcialmente desempacotada,
para que os genes fiquem acessíveis à ação de proteínas aos fatores de
transcrição, que efetivamente disparam a ativação dos gene, na modificação
da estrutura molecular desse DNA ativando através da herança epigenética
um organismo podendo ajustar a expressão gênica de acordo com o
ambiente onde vive, sem mudanças no seu genoma,em uma nutrição
baseada na prevenção de doenças e na manutenção da saúde, por realização
de pesquisas descritivas e bibliográficas pelo método da Revisão
Integrativa.

Conclusão
Considerando esses aspectos mencionados nesse trabalho, conclui-se que a
epigenética tem a funçãona modificações desses genes transcrito a uma
proteína, na prevenção a doenças, que por aspectos nutricionais, ambientais
e hereditários apresentametilação no gene do DNA no desenvolvimentode
doenças futuras. A assistência nutricionalatravés da dieta personalizada,
promovedurante o pré-natal dessa gestante, atranscrição dos genes saudável
nesse DNA, para o não desenvolvimento de doenças naestrutura dessa
proteína. Sendo assim é observado que a dieta é capaz de promover
alterações diretas na transcrição gênica, tornando assim a epigenética
nutricional um campo de extrema importância para a humanidade já que o
desenvolvimento de muitas doenças, por exemplo os cancros está
diretamente ligado a alterações epigenéticas, já que fatores nutricionais
podem ser responsáveis por desativar genes supressores de tumores ou seja,
genes que evitam proliferação celular excessiva, havendo assim grande
interesse em encontrar fontes dietéticas que possam reverter ou evitar estas
alterações prejudiciais. Se tornando assim cada vez mais evidente a ligação
de uma boa alimentação com uma maior qualidade e longevidade da vida
humana.A subnutrição e o excesso nutricional materno aumentam a
susceptibilidade dos filhos a alterações metabólicas, neuronais e no
crescimento.

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