Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Epigenética
Os fatores externos influenciam a atividade de muitos genes. Uma célula pode
estabilizar as condições regulatórias decorrentes desse processo, sendo isso
identificado como uma memória. E o modo como funciona essa “memorização” é o
objeto da epigenética, o mais empolgante campo de pesquisa na biologia
molecular da atualidade. A epigenética (do grego “epi”, que significa “ao redor de”,
“adjunto”) trata de marcadores de importância genética que não estão contidos na
sequência do DNA em si, mas em suas adjacências.
No atual estágio do conhecimento proporcionado pela epigenética, não há dúvida
de que o conceito de “predisposição genética” para essa ou aquela doença já não
mais se sustenta. Apesar de termos marcadores biológicos e genéticos que nos dão
mais chances de desenvolver certas doenças na vida adulta, podemos desligar ou
desativar esses genes determinantes mudando hábitos alimentares e de vida,
eliminando agentes nocivos à saúde. Mais do que isso, o que hoje chamamos de
doença de incidência familiar pode ser redefinido como doença ligada ao
metagenoma familiar, ou seja, doença determinada pelo genoma humano em
confronto com o genoma das bactérias comensais, as bactérias que uma
determinada família cultiva desde o nascimento do bebê, do ambiente vaginal da
mãe, da pele, do meio ambiente, do modus vivendi, dos alimentos, dos móveis e da
atmosfera familiar. Se um indivíduo conseguir mudar seus hábitos de vida, sua
alimentação e suas práticas esportivas, pode com isso quebrar uma “maldição de
família”.
HÁBITOS
De forma inversa, a doença que temos hoje pode tornar-se saúde amanhã. O
epigenoma pode ser modificado, mesmo na vida adulta. Ao incorporar em nosso
cotidiano uma mudança completa nos hábitos de vida e de alimentação, estaremos
planejando e determinando o fim de uma doença ou a sua mitigação a tal ponto
que o seu tratamento seja modificado e a medicação, mesmo que alopática, fique
reduzida a uma fração mínima das necessidades atuais.