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Bases Moleculares da Doença

T1 - Basic Concepts of Pathology

Doença - condição patológica, ou anormalidade particular que pode afetar todo o


organismo, ou apenas alguma parte, que interrompe ou modifica determinadas
funções vitais. Sabemos que estamos na presença de uma doença quando
existem sintomas ou sinais associados

Sintoma - é algo que nós sentimos mas não é quantificável, como alguma dor
(Febre é um sintoma pois apesar de sabermos medir a temperatura, não há uma
quantificação viável para associar esta com uma doença), enquanto sinal é um
alteração que conseguimos quantificar, como por exemplo, baixas concentrações
de ferro no sangue em pessoas com anemia

Uma doença pode ser resposta a fatores externos ou internos, ou até mesmo uma
combinação de ambos. Fatores externos são por exemplo fatores ambientais
(malnutrição, perigos industriais, clima, poluição, etc) ou agentes infeciosos
específicos (bactérias, vírus ou parasitas). Fatores internos são normalmente
associados a defeitos herdados pelo organismo (como anormalidades genéticas).

Síndrome - associação de diversos sinais médicos, sintomas e/ou outras


características que frequentemente ocorrem em conjunto; os sintomas estão
relacionados uns com os outros e muitas vezes relacionados com uma doença
específica, mas nem sempre → por exemplo o síndrome pré menstrual (não está
associado a uma doença)

Toxic Shock Syndrome


● Febre alta repentina
● Hipotensão ou baixa pressão arterial
● Diarreia ou vómitos
● Irritação na pele semelhante a um escaldão nas palmas das mãos e solas
dos pés
● Desorientação
● Dores musculares
● Vermelhidão nos olhos, boca e garganta
● Dores de cabeça
● Convulsões

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Causas de doenças

Congénitas - presentes ao nascimento; resultado de anomalias genéticas, do


ambiente intrauterino, de erros de morfogénese, de infeções ou modificações
epigenéticas

Adquiridas - condições médicas que se desenvolve depois do nascimento


- anormalidades genéticas
- agentes infecciosos
- radiação
- químicos
- trauma
- multifatorial

Doença idiopática - doença cuja causa não é conhecida

Etiologia e patogénese

Etiologia - Delimita as causas e fatores responsáveis pela iniciação e progressão


da doença. → infeções, toxinas, anormalidades imunológicas e genéticas, trauma…
Por exemplo, diabetes pode ser resultados de anormalidades genéticas, ou de
fatores ambientais, ou até mesmo resultado de ambos. Sabe-se atualmente que
muitos fatores genéticos aumentam meramente a suscetibilidade de uma pessoa
desenvolver a doença, mas é depois com fatores ambientais, como a alimentação,
que a doença começa e progride.

Patogênese - refere-se aos mecanismos de


desenvolvimento e progressão da doença
após esta ter iniciado. Toma em consideração
os fenómenos celulares e moleculares que
dão resultados das anormalidades estruturais
e funcionais que caracterizam uma doença
específica

Etiologia refere-se ao porquê de uma doença


aparecer, enquanto patogenicidade refere-se
ao como é que doença se desenvolve

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Morbidade e mortalidade
Ambos indicam o estado de saúde de uma população.
Morbidade de uma doença refere-se à percentagem numa população que
apresenta a doença, sendo que pode referir uma forma específica da doença, ou o
nível a que a doença afeta o paciente.
Mortalidade refere-se à quantidade de pessoas que morreram com uma
determinada doença.

Epidemiologia
Estudo dos diversos fatores que podem influenciar o impacto que uma doença tem.
Por exemplo, uma doença pode ter diferentes impactos consoante a região
geográfica, a altura do ano, a idade das pessoas, características socioeconómicas
ou genéticas, etc

Incidência - é a probabilidade de ocorrer uma determinada doença numa população


dentro de um determinado período de tempo. Isto permite determinar a
probabilidade da doença se propagar, bem como determinar qual o grupo de risco, e
até possivelmente qual a causa da doença

Evolução clínica
Fase pré clínica - fase em que ainda não há sintomas, ou só há alguns.
Corresponde por exemplo ao período de incubação de um vírus

Fase clínica - fase quando a pessoa já demonstra mais sintomas e sinais, sendo
que depois poderá ser reabilitada na totalidade, ficando curada, ou haver uma
reabilitação parcial, sendo que a doença se torna crónica. Caso não haja
reabilitação, a pessoa acaba por morrer.

Prognóstico - Característica clínica ou biológica que pode ser objetivamente


avaliada de forma a obter informação sobre o desenvolvimento mais provável da
doença num indivíduo não tratado. Serve para avaliar o quão severa uma doença
pode ser ou não, identificando pessoas que sejam de alto risco

Fator preditivo - Característica clínica ou biológica que permita identificar


benefícios de determinados tratamentos para essa pessoa. Ou seja, avalia qual o
tratamento que poderá ser mais eficaz que outros para essa determinada pessoa.
Permite também identificar populações de pacientes que são mais prováveis de
beneficiar de uma dada terapia.

Saúde - é um estado de completo bem-estar, tanto fisicamente, mentalmente e


socialmente, e não somente a ausência de uma doença ou anormalidade.

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T2 - Genetic Diseases

Genética - estudo de células, indivíduos, hereditariedade e variação entre


cada organismo e entre a população.
O conjunto completo de informação genética e instruções de DNA, incluindo
todos os genes e outros elementos que controlam a atividade desses genes é
referida como genoma.

Human Genome Project

● Este projeto iniciou-se em 1990, sendo que o primeiro esboço do mapa


genômico foi logo realizado em 1995. Contudo, apenas foi finalizado em
2003/2004 devido aos avanços tecnológicos de sequenciação genética. No
entanto, o que demorou mais tempo foi as anotações e a determinação das
regiões codificantes, regulatórias, etc.
● 3 bilhões de dólares investidos
● Hoje em dia, conseguimos fazer o mesmo em apenas uns dias por $1000
● Este projeto demonstrou-nos que não importa o número de genes, mas sim a
sua regulação que por sua vez revela a complexidade do indivíduo. Para
além disso, não é só 1 gene para 1 proteína, visto que temos genes que
conseguem expressar para diversas proteínas.
● O genoma de dois seres humanos têm cerca de 99.5% de semelhança,
sendo que só variamos cerca de 0.5% entre nós. Contudo, esses 0.5%
correspondem a cerca de 15 milhões de pares de bases, pelo que são essas
diferenças nos nucleótidos que criam a diversidade que temos.
● As duas variações mais comuns do DNA são single nucleotide
polymorphisms (SNPs) e copy number variations (CNVs)

Genes são seções do DNA, dentro de um genoma, que codificam para proteínas.
Estes contêm as instruções necessárias para as nossas características individuais,
como a cor dos olhos e cabelo.
Muitas doenças pediátricas têm uma origem genética, mas também há muitas que
não são. Contudo, muitas doenças genéticas não se manifestam na infância.

Mutação
● Podem causar doenças, serem neutras, ou benignas
● O fenótipo resultante pode depender do “expossoma” (Tudo aquilo a que
somos expostos
● Mutações que afetam as células germinais são transmitidas aos
descendentes e podem resultar em doenças hereditárias
● Mutações nas células somáticas não são transmitidas à descendência, mas
são importantes no que toca a cancro e malformações congénitas

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Polimorfismo

● É uma variação da sequência de DNA que é comum na população (Mais de


1% da população tem esta variação)
● Podem ser alterações de um único nucleótido (SNP)
● Podem ser algo mais elaborado, como uma maior extensão do DNA, que
está presente ou ausente, ou até variações no número de cópias

Alterações de pequena escala - Mutações em genes codificantes de proteínas,


afetando um gene em um ou alguns nucleótidos

Alterações estruturais (cromossómicas ou citogenéticas) - podem ser


associadas com a ausência (deleções, monossomias), excesso (inserções,
duplicações, trissomias), ou arranjos anormais (translocações), de cromossomas

Alterações em RNAs não codificantes - Estes RNAs não codificantes apresentam


inúmeras funções importantes, como regulação → microRNAs (miRNAs) e long
non-coding RNAs (lncRNAs)

Mutações somáticas (ou mutações adquiridas) - Alterações no DNA que ocorrem


após a conceção. Mutações somáticas podem ocorrer em qualquer célula do corpo,
exceto as germinais (espermatozóides e óvulos) e devido a isso não são herdadas
pela descendência. Estas alterações podem causar cancro ou outras doenças

Mutações germinais (hereditárias) - resultam da presença de genes alterados no


esperma e/ou no ovócito (células germinais), tais como genes alterados, que podem
ser passados a gerações seguintes.

As mutações em protein-coding genes são qualquer alteração na sequência de


DNA de um gene, na qual nucleótidos são adicionados, deletados ou alterados.
Frameshift mutations é quando ocorre uma alteração na reading frame de um gene.

Mutações pontuais - Uma base é substituída por outra. Existem 4 resultados


possíveis:
● Mutações Nonsense - Um codão codificante é alterado para um codão stop.
A presença de um codão stop prematuro resulta na produção de uma
proteína truncada, e muito provavelmente, não funcional
● Mutações Missense - Quando um codão que codifica para a codificar outro
● Mutações Sense - quando um codão stop é alterado para um codão
codificante, levando a proteínas mais longas e possivelmente não funcionais
● Mutações silenciosas - quando a mutação codifica para o mesmo
aminoácido

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Anemia falciforme

● Resulta de uma mutação missense, na qual o codão que codificar para uma
glutamina passa a codificar uma valina nas cadeias Beta da hemoglobina,
convertendo HbA em HbS
● Esta HbS por sua vez vai causar alterações estruturais nos glóbulos
vermelhos, dando-lhes uma forma de foice → menor capacidade de
oxigenação e estes tendem-se a acumular em determinadas regiões,
levando a bloqueios e oclusões microvasculares do fluxo sanguíneo, e por
sua vez causar necrose de determinados tecidos

Triplet repeat mutations - Amplificação de uma sequência de 3 (ou múltiplos de 3)


nucleótidos. Os nucleótidos mais comuns nestas mutações são o G e o C.
Conhecem-se cerca de 40 doenças nas quais a mutação causadora ocorre numa
longa sequência repetitiva de 3 nucleótidos, e estão normalmente associadas a
doenças neurodegenerativas (doenças de Huntington). → o grau de amplificação vai
aumentando ao longo da gametogênese
Estas mutações de triplet repeat podem ocorrer em qualquer lado do gene, desde o
promotor, UTRs, intrões, e exões, etc. e cada um deles está associado a doenças
diferentes. Neste caso vamos focar-nos na Síndrome do X frágil que é uma
mutação triple repeat do 5´UTR.

Categorias principais de doenças genéticas:

● Doenças mendelianas - Mutações num único gene. Apresentam alta


penetrância
● Doenças complexas - Estão associadas a múltiplos genes e ao ambiente
(multifatoriais), incluindo a maior parte das doenças comuns (Hipertensão,
diabetes, alergias e autoimunidades, etc.)
● Doenças devido a anormalidades cromossómicas - alterações no número
ou estrutura dos cromossomas
● Outras doenças genéticas - mutações em um único gene que não seguem
regras mendelianas da hereditariedade. São por norma mutações triple
repeat, mutações mitocondriais, imprinting etc.

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Doenças Mendelianas

Hereditariedade de características biológicas que seguem as regras propostas por


Gregor Mendel. Podem seguir os seguintes padrões de hereditariedade.

● Autossómica recessiva
● Autossómica dominante
● Recessiva ligada ao X
● Dominante ligada ao X
● Ligada ao Y

Uma mutação num único gene pode ter efeitos fenotípicos variáveis
(pleiotrópicas), por exemplo síndrome de Marfan que afeta o esqueleto, os olhos e
o sistemas cardiovascular. Contudo, mutações em diversos loci genéticos podem
produzir o mesmo fenótipo (Heterogeneidade genética), por exemplo, diversas
mutações causam retinitis pigmentosa, uma pigmentação retinal anormal e
problemas de visão.
As manifestações fenotípicas resultantes de mutações de apenas um gene são
influenciadas por outros loci → genes modificadores que afetam a severidade da
doença.

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Síndrome de Marfan
A síndrome de Marfan é uma doença genética que afeta o tecido conjuntivo, que é
o tecido que dá suporte e estrutura ao corpo. É causada por uma mutação no gene
FBN1, que é responsável pela produção de uma proteína chamada fibrilina-1,
sendo um componente importante dos microfibrils presentes na matriz extracelular
→ desempenha um papel importante na estrutura e elasticidade dos tecidos do
corpo
A perda desses microfibrils resulta numa ativação anormal e excessiva do fator de
crescimento transformante (TGF-beta). Para prevenir problemas cardiovasculares,
são administradas drogas que diminuem a pressão arterial e inibem a sinalização
por TGF-beta.
A síndrome de Marfan pode afetar várias partes do corpo, incluindo os ossos, os
olhos, o coração e os vasos sanguíneos. As pessoas com síndrome de Marfan
podem apresentar sintomas como:
- Altura anormalmente alta
- Dedos longos e finos
- Problemas de visão, como miopia e descolamento da lente ocular
- Problemas cardíacos, como aumento da aorta e válvula mitral insuficiente
- Problemas respiratórios, como colapso pulmonar espontâneo
A síndrome de Marfan é herdada de forma autossómica dominante, o que significa
que uma pessoa afetada tem 50% de chance de transmitir a mutação do gene para
seus filhos. No entanto, muitos casos de síndrome de Marfan ocorrem em pessoas
sem histórico familiar da doença, como resultado de uma mutação genética
espontânea.

Fibrose cística
A fibrose cística (FC) é uma doença genética rara e progressiva que afeta
principalmente o sistema respiratório, o sistema digestivo e o pâncreas. É causada
por uma mutação no gene CFTR, que é responsável pela produção de uma
proteína transmembranar que regula o transporte de iões de cloro, levando à sua
acumulação excessiva deste ião fora das células.

Na FC, a mutação no gene CFTR causa um espessamento anormal do muco nas


vias respiratórias, o que dificulta a respiração e torna as pessoas com FC mais
suscetíveis a infecções pulmonares crônicas. Além disso, a FC também pode afetar
o sistema digestivo, prejudicando a absorção de nutrientes e levando a problemas
como má digestão, desnutrição e diabetes.
A FC é herdada de forma autossômica recessiva, o que significa que uma pessoa
deve herdar uma cópia do gene mutado de cada pai para desenvolver a doença. As
pessoas que herdam apenas uma cópia do gene mutado são portadoras e
geralmente não apresentam sintomas.

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Fenilcetonúria
A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética rara que afeta o metabolismo dos
aminoácidos. É causada por uma mutação no gene que produz uma enzima
chamada fenilalanina hidroxilase, que é responsável por converter o
aminoácido fenilalanina em outro aminoácido chamado tirosina. É
autossómica recessiva. Na PKU, a mutação genética impede que o corpo
produza quantidade suficiente de fenilalanina hidroxilase, o que leva à acumulação
de fenilalanina no sangue e no cérebro. Isso pode causar danos cerebrais
irreversíveis, afetar o desenvolvimento cognitivo e físico da criança, convulsões e
diminuição da pigmentação da pele.O tratamento envolve uma dieta restrita em
fenilalanina e suplementos alimentares de tirosina para garantir que a pessoa
receba nutrientes suficientes para o crescimento e desenvolvimento adequados → é
feito o teste do pezinho para detetar doenças metabólica como esta

Tay-Sachs
A doença de Tay-Sachs é uma doença genética rara e fatal que afeta principalmente
as crianças. É causada por uma mutação no gene HEXA que codifica a produção
de uma enzima chamada hexosaminidase A, que é necessária para decompor
certos lipídios no cérebro e nos nervos. Nas crianças com a doença de
Tay-Sachs, a falta de hexosaminidase A causa a acumulação de lipídios no
cérebro, resultando em danos progressivos ao sistema nervoso e uma série de
sintomas neurológicos. Os sintomas podem incluir atraso no desenvolvimento,
perda de habilidades motoras, convulsões, cegueira e eventualmente a morte na
primeira infância. A doença de Tay-Sachs é herdada de forma autossômica
recessiva, o que significa que uma criança deve herdar uma cópia do gene mutado
de cada pai para desenvolver a doença. As pessoas que herdam apenas uma cópia
do gene mutado são portadoras e geralmente não apresentam sintomas.

Síndrome do X frágil
É causada por mutações de triplet repeat → o gene normal FMR1 contém
repetições CGG no 5´UTR, que se forem maiores que 230, o gene torna-se
anormalmente metilado, resultado numa supressão da transcrição do gene
FMR1. A proteína codificada pelo gene FMR1 é chamada de proteína de ligação ao
RNA mensageiro frágil X (FMRP) e é necessária para o desenvolvimento cerebral
normal. A FMRP regula a expressão de outros genes, ajudando a regular a
produção de proteínas em todo o cérebro. A FMRP é particularmente importante
para a formação e funcionamento de sinapses, que são as conexões entre os
neurônios no cérebro que permitem a comunicação entre eles. Na síndrome do X
frágil, a mutação no gene FMR1 leva a uma produção insuficiente de FMRP, o que
pode causar problemas no desenvolvimento cerebral, incluindo deficiência
intelectual e atraso no desenvolvimento da linguagem.
Este tipo de doenças são dinâmicas (por exemplo, o grau de amplificação
aumenta durante a gametogênese), o que influencia o padrão de

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hereditariedade. Ou seja, pode ir aumentando o número de repetições de
geração a geração, pelo que podem passar gerações sem haver a doença
(pré-mutações) até que alguém nasce com repetições suficientes para causar a
doença → Devido a isto é considerando um padrão atípico de hereditariedade

Neuropatia ótica hereditária de Leber


Doença resultante de mutações em genes mitocondriais (doenças muito raras).
Esta mutação envolve enzimas responsáveis pela fosforilação oxidativa. É uma
doença neurodegenerativa ótica, que resulta na perda progressiva da visão central,
levando à cegueira.
Uma vez que está ligado às mitocôndrias, nem todas estas vão ter a doença, pelo
que vai depender da percentagem de mitocôndrias mutadas que a mãe passa
ao filho. Quanto maior for a percentagem de mitocôndrias herdadas da mãe, maior
será a severidade da doença.

Doenças citogenéticas

● Resultam de mutações em grande escala


● Alterações no número ou estrutura dos cromossomas, e pode afetar
autossomas ou cromossomas sexuais
● 1 em 200 bebés têm alguma forma de anormalidade cromossómica
● A euploidia refere-se a um número normal de cromossomas em uma célula
ou organismo. Por exemplo, os seres humanos são normalmente diplóides, o
que significa que possuem duas cópias de cada cromossomo em cada célula
(um cromossomo paterno e um materno). Isso resulta em um total de 46
cromossomos em células somáticas humanas (23 pares de cromossomos).
● A poliploidia refere-se a um número de conjunto extra de cromossomas em
células ou organismos. Isso ocorre quando um indivíduo tem três ou mais

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cópias do genoma completo. Na poliploidia, as células podem ser triploides
(três cópias de cada cromossoma), tetraploides (quatro cópias de cada
cromossoma), pentaploides (cinco cópias de cada cromossoma), ou ainda
mais poliploides. A poliploidia é comum em muitas espécies de plantas, mas
é rara em animais.
● A aneuploidia refere-se a um número anormal de cromossomas em células
ou organismos. Isso ocorre quando há uma perda ou ganho de um ou mais
cromossomas em relação ao número normal para a espécie. Por exemplo, a
síndrome de Down é causada por uma aneuploidia, na qual há uma cópia
extra do cromossomo 21. Outros exemplos incluem a síndrome de Turner
(apenas um cromossomo X em mulheres) e a síndrome de Klinefelter (dois
cromossomos X e um Y em homens). As aneuploidias são mais comuns em
seres humanos do que a poliploidia e podem resultar em problemas de
desenvolvimento e saúde.

Não disjunção
● Os cromossomas não
conseguem separar-se durante a
meiose, resultando em
aneuploidias. Pode ocorrer
durante a meiose I ou meiose II
● A fertilização pode resultar em
dois tipos de zigotos dependendo
do gâmeta fecundado:
○ Trissomia (2n + 1)
○ Monossomia (2n - 1)
● As monossomias envolvendo
autossomas são sempre
incompatíveis com a vida
● Trissomias de alguns autossomas e cromossomas sexuais, bem como
monossomias dos cromossomas sexuais são compatíveis com a vida
● As 3 trissomias autossômicas viáveis são a trissomia 21 (Down), 18
(Edwards) e 13 (Patau), sendo que podem ocorrer por translocações (exceto
a trissomia 18), ou por mosaicismo

Down Syndrome

● Resulta de uma não-disjunção do cromossoma 21


● 4% dos pacientes → translocação do long arm do cromossoma 21 para o
cromossoma 22 ou 14 → normalmente herdada de um dos progenitores
● 1% são mosaicos → possuem células normais e trissômicas → as
manifestações clínicas são mild

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Linfoma Burkitt

● Translocação do gene Myc do cromossoma 8 para o 14 (Translocação


cromossómica)
● Os genes Myc normais controlam a divisão e crescimento celular, enquanto
genes myc translocados não funcionam corretamente, levando a cancro dos
gânglios linfáticos

Síndrome Cri du chat (Choro do gato)

● Deleção cromossômica - resulta da deleção de parte do cromossoma 5p,


pelo que vários genes são deletados
○ p - braço pequeno; q - braço longo
● Este síndrome leva a que a criança faça sons semelhantes ao miar de gatos
e seja mentalmente retardada

Doença de Charcot-Marie-Tooth

● Um segmento de genes é duplicado e adicionado ao cromossoma


(Duplicações cromossómicas)
● A doença leva a que as crianças tenham um pé arqueado, com danos nos
nervos dos braços e pernas
● A causa mais comum para esta doença é a duplicação de uma região
grande do cromossoma 17p, que inclui o gene PMP22

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● Esta duplicação leva a que os nódulos de mielina sejam perdidos, sendo
substituídos por nódulos de tamanho menor, e há regiões não mielinizadas,
pelo que os neurofilamentos estão mais empacotados e menos fosforilados.
● Isto leva a uma perda progressiva dos axónios sensoriais e motores, contudo
não costuma ser life-threatening.

Inversões cromossómicas

● Uma grande porção do cromossoma fica invertido.


● A forma mais comum de inversão em humanos é a inv(9)(p12q13).
● Geralmente considerada como não tendo efeito prejudicial, mas pode levar a
um aumento no risco de abortos e infertilidade em pessoas com estas
inversões.

Doenças citogenéticas envolvendo cromossomas sexuais

● Cariótipo anormal envolvendo os cromossomas sexuais, indo desde 45,X, a


49,XXXXY, são compatíveis com a vida.
● Homens fenotipicamente normais com dois ou até 3 cromossomas Y já foram
identificados.
● Incluem monossomias parciais ou completas do braço pequeno do
cromossoma X.
● Mais comumente ocorrem devido à ausência de um cromossoma (45,X).
● Menos comum: Anel cromossómico, deleções, monossomias, …

Síndrome de Prader-Willi e Síndrome de Angelman

● 2 casos clínicos associados a múltiplas anomalias e atrasos mentais. Ambos


envolvem genes localizados na mesma região cromossómica e são
caracterizados por imprinting genético, ou seja, a expressão do material
genético depende de se foi herdado pela mãe ou pelo pai. O mecanismo de
imprinting é muito desconhecido, mas envolve metilação de DNA.
● Síndrome de Prader-Willi resulta em deleções da região 15q12 do
cromossoma paternal.
● Síndrome de Angelman resulta da deleção da região 15q12 do cromossoma
maternal.

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Causas de mutações:
• Espontâneas;
• Replicação de DNA;
• Mutagénios Físicos como radiação ou calor excessivo ou químicos (moléculas que
afetam o emparelhamento dos pares de base ou a estrutura em hélice do DNA).

Hipercolesterolemia familiar:
A hipercolesterolemia familiar é uma doença autossómica dominante que afeta o
metabolismo do colesterol no organismo, levando a altos níveis de colesterol LDL
(lipoproteína de baixa densidade) no sangue desde a infância. A condição ocorre
devido a mutações em genes que codificam proteínas envolvidas no
metabolismo do colesterol, como o gene LDLR, o gene APOB e o gene PCSK9.
O colesterol LDL é frequentemente referido como o "mau colesterol" porque está
associado a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, como doença
arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica.
Na hipercolesterolemia familiar, altos níveis de LDL podem levar a depósitos
de gordura nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Os sintomas da hipercolesterolemia familiar podem incluir o desenvolvimento


precoce de doenças cardiovasculares, como angina ou ataque cardíaco, bem como
xantomas, que são depósitos de colesterol na pele, especialmente ao redor dos
olhos.

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T3 - Cell death and Apoptosis

Homeostase - Qualquer processo auto-regulador pela qual sistemas biológicos


tendem a manter a estabilidade enquanto ajustam condições que sejam ótimas para
sobrevivência
Se a homeostase for bem-sucedida, a vida continua. Se a homeostase for
mal-sucedida, levará à morte de tecidos, órgãos ou até mesmo do organismo.

A estabilidade obtida é na verdade um equilíbrio dinâmico em que ocorrem


mudanças continuamente, contudo as condições relativamente uniformes
prevalecem. Quando tal sistema é pertubado, determinados mecanismos
compensatórios são ativados numa tentativa de estabelecer um novo equilíbrio.

A manutenção de um estado intracelular estável é fundamental para a capacidade


das células se adaptarem. O primeiro compartimento celular que sente mudanças
ambientais é a membrana plasmática (transportadores in/out, ativação de
receptores, fatores solúveis, etc.). Contudo, todos os organelos vão direta ou
indiretamente participar na regulação da homeostase celular (mitocôndria, ER,
Golgi, Lisossomas, peroxissomas, núcleo). Dentro das células, existem inúmeros
sensores para eventos micro-homeostáticos (recetores, fatores solúveis,
proteínas).

As células são capazes de ajustar a sua


estrutura e funções em resposta a diversas
condições fisiológicas e patológicas. Se a
adaptação não for possível, ocorre morte celular,
que passiva, quer programada. Dependendo do
nível de dano nas células, este pode ser
reversível ou irreversível como a morte
celular que, por sua vez, é um dos eventos
mais cruciais na evolução de doenças em
qualquer tecido ou órgão. Por outro lado,
muitas vezes é preciso as células induzirem a
sua própria morte a fim de assegurar a
sobrevivência do resto do tecido.

Existem inúmeras causas para lesão e até morte celular, como hipóxia, agentes
físicos, químicos ou infeciosos, reações imunológicas, danos genéticos,
desregulações nutricionais, senescência celular, traumas mecânicos, alterações no
metabolismo, etc.

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Todos os organelos e restantes constituintes das células podem ser alvo de stress e
ficar danificados, sendo que muitos desses danos, se permanecerem, levarão à
morte celular. Um exemplo disto são os danos na mitocôndria. Quando as
mitocôndrias são afetadas, há redução de ATP, o que por sua vez leva a
aumentos de entrada de cálcio para as células → ATP powers the calcium
pumps on the cell membrane and ER membrane, which actively transport calcium
ions out of the cytoplasm and into the extracellular space and ER → when ATP
levels decrease, these calcium pumps become less efficient, and calcium ions
accumulate in the cytoplasm → calcium activates signalling pathways,
modulates enzyme activity, and triggers apoptosis
Certas proteínas nos lisossomas só costumam estar ativas em pH baixo, contudo
podem ser ativadas por exemplo pelo aumento do cálcio na célula, levando a danos
por toda a célula.

A morte celular é um processo natural que pode ocorrer em células em resposta a diversos

estímulos, e pode ser dividida em dois tipos principais: morte celular programada (também

conhecida como apoptose) e morte celular passiva (também conhecida como necrose). A

morte celular programada é um processo ativo e regulado pela célula, que leva a uma morte

ordenada e sem inflamação. Esse processo é importante para o desenvolvimento normal do

organismo, a manutenção da homeostase e a eliminação de células danificadas, antigas ou

anormais. A apoptose é caracterizada pela contração da célula, os cromossomas condensam e

formação de corpos apoptóticos que são posteriormente eliminados por células fagocitárias. Já

a morte celular passiva é um processo não regulado, que ocorre em resposta a lesões ou

agressões externas que causam danos irreversíveis às células, levando a uma morte

desordenada e com inflamação. A necrose é caracterizada pelo aumento do volume celular,

ruptura da membrana celular e liberação de conteúdo celular no ambiente circundante, o que

pode causar inflamação e lesões adicionais no tecido. Em resumo, a principal diferença entre a

morte celular programada (apoptose) e a morte celular passiva (necrose) é que a apoptose é um

processo ativo, regulado e sem inflamação, enquanto a necrose é um processo não regulado,

desordenado e com inflamação.

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Existem determinadas guidelines de forma a definir e interpretar morte celular, tendo
em consideração aspetos morfológicos, bioquímicos e funcionais destes
eventos. No corpo humano cerca de 100.000 células são produzidas a cada
segundo por mitose, e um número semelhante de células morre por apoptose, de
forma a manter a homeostase. Exemplos disso são:
● Sistema imunitário, no qual mais de 95% das células T e B morrem durante a
maturação (seleção negativa).
● Durante o desenvolvimento, para remover excesso de células durante
embriogénese.
● Regeneração tecidular, para manter a quantidade de tecidos com elevada
proliferação, como células da pele e intestinos.
● Para eliminar células imunitárias após estas serem ativas em resposta à infeção.
● Para remover células danificadas por vírus ou outros patogénios.
● Para eliminar células perigosas, como células com mutações, que podem
induzir cancro.

Classificação das vias de morte celular baseadas em alterações macroscópicas


ao nível da morfologia:

1. Type I cell death (Apoptosis) - O citoplasma encolhe, a cromatina condensa


(pyknosis), fragmentação nuclear (karyorrhexis), a membrana plasmática sofre
alterações morfológicas fazendo “bolhas”, formação dos corpos apoptóticos que
são eficientemente fagocitados pelas células em redor e degradados nos
respectivos lisossomas
2. Type II cell death (Autophagy) - a célula cria uma estrutura com membrana
dupla chamada autofagosoma em torno do componente celular visado. O

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autofagosoma funde-se então com um lisossoma, que é um organelo que contém
enzimas capazes de decompor o conteúdo do autofagosoma.
3. Type III cell death (Necrosis) - caracterizado por arredondamento e inchaço
celular, aumento da granularidade citoplasmática, núcleos intactos, e finalmente,
ruptura da membrana e expulsão do conteúdo celular num ballon-like morphology

Apoptose

As células em apoptose apresentam inúmeras


alterações morfológicas, como encolhimento das
células, condensação de cromatina nuclear na
periferia da membrana nuclear, formação de
corpos apoptóticos por fragmentação das
células e núcleo (Os fragmentos permanecem em
membranas e contém organelos membranares
com ou sem fragmentos nucleares). Ocorre
fagocitose desses corpos apoptóticos pelas células
vizinhas ou células fagocíticas, pelo que,
contrariamente à necrose, a apoptose não é
acompanhada por reação inflamatória.
A apoptose é induzida tanto por condições
patológicas quanto fisiológicas. A apoptose é
uma cascata de eventos moleculares, dependentes
de energia, que incluem proteínas clivadas por um
grupo de enzimas (caspases), cross-link de
proteínas e degradação de DNA. A apoptose é
regulada por uma grande família de genes, a família de genes de Bcl-2, alguns dos
quais são inibitórios (Anti-apoptóticos, como Bcl-2) enquanto outros são
promotores (pró-apoptóticos, como Bax).

18
Bax forma poros nas mitocôndrias, contudo Bcl-2 consegue impedir que Bax
se ligue às mitocôndrias. Porém, se houver algum estímulo externo ou interno,
como danos no DNA, Bcl-2 pode ser inibido, pelo que Bax liga-se e faz poros. Estes
poros vão libertar para o exterior inúmeros componentes, como o citocromo c. O
citocromo c é um fator de sinalização que se irá ligar ao Apaf-1 e pro-caspase-9
e formar o apoptosoma. O apoptossoma por sua vez vai clivar diversas proteínas,
como as pro-caspase-3, que se tornam caspase-3 e que são os efetores de
apoptose. Caspase-3 cliva inúmeras proteínas para permitir a formação de
corpos apoptóticos. Existem ainda vias extrínsecas para a apoptose, quando um
fator externo ativa fatores de morte que ativam caspase-8 e por sua vez cliva e
ativa caspase-3, ou clivar Bid e outros fatores celulares. Tudo isto demonstra como
as vias celulares de morte são altamente reguladas, necessitando de diversos
fatores para ocorrer apoptose.

Notes: AIF (Apoptosis Induce Factor); o Smac/DIABLO inibe os inibidores da apoptose

Sinais “Eat me” são por exemplo alguns lípidos como os fosfatidilserina que
recrutam proteínas que promovem fagocitose para conseguir fagocitar os
corpos apoptóticos.

Notes: Caspase 3 also rearranges of actin (cytoskeleton), pushing the membrane


out → membrane blebbing

19
A via intrínseca da apoptose, também conhecida como via mitocondrial, é uma das
principais vias de sinalização celular que leva à morte programada da célula. É
ativada por estímulos internos, como danos ao DNA ou stresse celular, e envolve a
libertação de proteínas pró-apoptóticas da mitocôndria. O processo começa quando
proteínas pró-apoptóticas, como a proteína Bax, são ativadas por sinais celulares e

20
se ligam à membrana externa da mitocôndria. Isso causa uma mudança na
permeabilidade da membrana mitocondrial, permitindo a libertação de proteínas
pró-apoptóticas do espaço intermembranar para o citosol. Entre as proteínas
pró-apoptóticas libertadas estão a citocromo c e a Smac/DIABLO, que ativam
caspases - enzimas responsáveis pela degradação de proteínas celulares e
fragmentação do núcleo. A ativação das caspases leva a uma cascata de eventos
que culmina na apoptose celular, incluindo a quebra do citoesqueleto, a exposição
de marcadores de morte celular na superfície da célula e a fagocitose dos restos
celulares por células vizinhas.

O Bid é uma proteína pró-apoptótica da família BH3-only que desempenha um


papel importante na via intrínseca da apoptose, também conhecida como via
mitocondrial. O Bid é ativado por clivagem proteolítica pela caspase-8, que é
ativado na via extrínseca da apoptose. A forma clivada do Bid, chamada de tBid
(Bid truncado), transloca-se para as mitocôndrias e interage com a proteína
Bax, induzindo uma mudança conformacional que leva à liberação de
citocromo c e outras proteínas pró-apoptóticas do espaço intermembranar
para o citosol. A libertação de citocromo c ativa a caspase-9, que por sua vez ativa
as caspases efetoras, como a caspase-3, levando à apoptose celular. Portanto, o
papel do Bid na via apoptótica é desempenhar uma função de "ponte" entre as
vias extrínseca e intrínseca, transmitindo o sinal apoptótico da membrana
celular para as mitocôndrias e ativando a cascata de sinalização intracelular
que leva à morte celular programada. Além disso, a regulação do Bid é um
processo crucial na prevenção de doenças, já que a inibição da clivagem proteolítica
do Bid ou a presença de formas anormais do Bid podem desregular a via apoptótica
e contribuir para a patogênese de doenças, como o cancro e doenças
neurodegenerativas.

A via extrínseca da apoptose é uma das principais vias de sinalização celular que
leva à morte programada da célula e é ativada por estímulos externos, como
sinalização de citocinas pró-inflamatórias, stresse oxidativo ou radiação. O processo
começa quando um ligando específico se liga a um receptor de morte na superfície
da célula, como o receptor de morte Fas (FasR), que pertence à família de
receptores TNF (fator de necrose tumoral). Essa ligação desencadeia a formação
de um complexo de sinalização chamado DISC (complexo de sinalização do
receptor de morte), que recruta a enzima caspase-8. A ativação da caspase-8
inicia uma cascata de ativação de outras caspases, que levam à fragmentação do
núcleo, quebra do citoesqueleto e exposição de marcadores de morte celular na
superfície da célula, culminando na apoptose. A C-FLIP (proteína inibitória
homóloga caspase-8) é uma proteína reguladora que desempenha um papel
crucial na modulação da apoptose, particularmente na via extrínseca. É
estruturalmente semelhante à caspase-8, uma caspase iniciadora chave na via
apoptótica extrínseca, mas carece de atividade proteolítica. A C-FLIP pode
funcionar tanto como uma proteína anti-apoptótica como pro-apoptótica,

21
dependendo do contexto celular e do grau de estimulação. Interage com a
caspase-8 e FADD (Fas-associated protein with death domain) para formar um
complexo que inibe a ativação da caspase-8 e a sinalização apoptótica a jusante.
Esta função anti-apoptótica da c-FLIP pode prevenir a morte desnecessária de
células e manter a homeostase dos tecidos.

Por outro lado, em certas condições, tais como níveis elevados de stress celular ou
ativação prolongada da via extrínseca, o c-FLIP pode ser clivado pela caspase-8,
gerando uma forma truncada que atua como inibidor dominante-negativo da
activação da caspase-8. Esta função pró-apoptótica da c-FLIP pode promover a
eliminação de células danificadas ou indesejadas.

Apesar da apoptose ser um processo fisiológico, se este não for muito regulado
poderá levar a graves problemas, estando nesses casos muitas vezes associados a
doenças. Exemplos de apoptose excessiva são: Neurodegeneração;
Ischemia-reperfusion injury; ataques cardíacos; traumas; infeções virais e
bacterianas; rejeição de transplantes. Exemplos de apoptose insuficiente são:
Tumores; doenças autoimunes; infeções persistentes.

22
Notes: redundancy of mechanisms → if we block a certain player it may die through
a different mechanism
where do we block it ?? if we block caspase 3, we already have damaged
mitochondria → zombie cells → its better for them to die than to have zombie cells
since they could compromise other cells
also caspases also have other roles in the cell that are unknown

Necroptosis

23
A necrose e a necroptose são duas formas de morte celular que ocorrem em
diferentes condições e apresentam mecanismos moleculares distintos.
A necrose é uma forma de morte celular desordenada e não programada que ocorre
em resposta a condições de estresse extremo, como hipóxia, isquemia, traumatismo
físico ou exposição a agentes tóxicos. A necrose é caracterizada por inflamação,
ruptura da membrana celular, libertação de conteúdo celular e inflamação local. Na
necrose, a célula morre de forma rápida e descontrolada, sem seguir um programa
de morte celular específico.
Já a necroptose é uma forma de morte celular programada e regulada
geneticamente que compartilha características tanto da necrose quanto da
apoptose. A necroptose é ativada quando a via apoptótica está bloqueada e a
célula precisa de um mecanismo alternativo para se eliminar. Ela é regulada por
vários genes, incluindo a proteína de sinalização RIPK1 (receptor-interacting protein
kinase 1), a proteína de sinalização RIPK3 (receptor-interacting protein kinase 3) e a
proteína MLKL (mixed lineage kinase domain-like).
Na necroptose, ocorre uma série de eventos moleculares controlados que levam à
ruptura da membrana celular, libertação de conteúdo celular e inflamação, sem que
haja a liberação de enzimas lisossomais e sem danificar tecidos adjacentes,
diferentemente da necrose. A necroptose é considerada uma forma de morte celular
programada que está envolvida na defesa imunológica, regulação do
desenvolvimento embrionário e homeostase tecidual.

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TNFR podem ativar diversas vias quando ativado por TNF. No A, é ativada a via
canónica do NF-kβ, que é um fator de transcrição que ativa genes relacionados com
a resposta inflamatória e imunológica, bem como a sobrevivência celular. FLIP
consegue ligar-se à caspase-8, que a ativa e induz à apoptose. Quando temos
tanto RIPK1 e FLIP também levará à promoção de apoptose. Sendo que as vias
dependentes da caspase-8 estão associadas à apoptose.

RIPK1, na presença de RIPK3


conseguem autofosforila-se, e
formar o necrossoma que por sua
vez vai recrutar o MLKL que por sua
vez form.a agregados que se vão
ligar às membranas plasmáticas e
formar poros que permitem a
entrada de água → necroptose
(regulated necrosis). Nesta via a
caspase 8 não está ativa.

25
Programmed cell death, including apoptosis, necrosis, and necroptosis, can all result
in different bystander responses depending on the context in which they occur.
Bystander responses refer to the effects of dying or dead cells on surrounding cells
and tissues, which can lead to a range of outcomes such as inflammation, tissue
damage, or immune responses.
Apoptosis is typically a non-inflammatory process that occurs in response to normal
physiological cues, such as during development or tissue homeostasis. During
apoptosis, dying cells are rapidly phagocytosed by surrounding cells and immune
cells, minimizing their impact on neighboring tissues.
In contrast, necrosis is typically associated with cell damage or injury, and can
lead to the release of intracellular contents into the extracellular space, triggering an
inflammatory response. Necrosis can also lead to the activation of the complement
system and other immune responses, which can amplify the inflammatory response.
Necroptosis is a regulated form of necrosis that shares features with both necrosis
and apoptosis. During necroptosis, dying cells release pro-inflammatory
cytokines and other danger signals that can activate immune cells and trigger
an inflammatory response. Additionally, the formation of necroptotic pores in
the plasma membrane can allow the influx of calcium ions and other
molecules that can further amplify the inflammatory response.
Thus, the different forms of programmed cell death can lead to different bystander
responses, with apoptosis typically resulting in minimal inflammation and necrosis
and necroptosis leading to a more robust inflammatory response. However, the
actual outcomes of programmed cell death in vivo depend on the context and can be
influenced by a range of factors, including the type of cell, the presence of
surrounding cells and tissues, and the underlying disease or injury.
Notes: não é possível distinguir a apoptose da necrose ao microscópio
Tanto na necroptose como na necrose, irá haver resposta imunitária. Na apoptose,
alguns dos corpos apoptóticos podem não ser fagocitados a tempo e rebentarem,
levando à libertação dos seus conteúdos para o exterior, mas este fenómeno é
muito mais reduzido, pelo que a resposta inflamatória será menor/inexistente.
A apoptose por si só não era suficiente para explicar diversas doenças, pelo que
veio-se a descobrir que a necroptose era responsável por muitas destas doenças.
Dessa forma já estão a ser desenvolvidos diversos fármacos que inibem a
necroptose, como inibidores das RIPK1 e RIPK3. Contudo, ao inibirmos uma
das vias de morte celular, as células arranjam outra forma de morrer, uma vez
que existem inúmeras vias de morte celular.

26
NRF2 - ARE System

As células são capazes de ajustar a sua estrutura e funções em resposta a diversas


condições patológicas ou fisiológicas, tendo mecanismos endógenos de
proteção.
NRF2-ARE é um desses mecanismos, sendo que NRF2 é mantido normalmente
inativo no citosol, ou degradado por KEAP1. Contudo, quando há algum stress,
como aumento de ROS, KEAP1 liberta NRF2 que ativará genes ARE
relacionados com detoxificação de ROS → ativa a transcrição de genes
antioxidantes e outras proteínas com funções protetoras, ajudando assim a prevenir
danos excessivos

27
● A via
da
ubiquitina-proteassoma (UPS) é uma via que ocorre de forma basal, sendo
que todas as proteínas apresentam um tempo de semi-vida e precisam de
ser degradadas após esse tempo, sendo degradadas por esta via
○ A ubiquitinação é um processo em cascata que envolve a ação
coordenada de várias enzimas. A primeira etapa envolve a ativação da
ubiquitina por uma enzima chamada E1 (ubiquitina ativadora). A
ubiquitina ativada é então transferida para uma enzima E2 (ubiquitina
conjugadora), que coopera com uma enzima E3 (ubiquitina ligase)
para ligar a ubiquitina à proteína alvo. A ligação da ubiquitina ocorre
através da formação de uma ligação covalente entre a carboxila da
ubiquitina e um resíduo de lisina na proteína alvo. → degradação de
proteínas poliubiquitinadas pelo proteossoma 26S
○ A ubiquitinação pode ser usada para alterar a função de uma
proteína, sem implicar a sua degradação pelo proteossoma 26S

28
Autofagia

Autophagy is an intracellular process of degradation of non-functional or


damaged cellular components. There are different types of autophagy, including
macroautophagy, CMA (chaperone-mediated autophagy), and microautophagy.

● Macroautophagy involves the formation of an isolating membrane, called an


autophagosome, around the organelles or proteins to be degraded. The
autolysosome then fuses with a lysosome, forming an autolysosome, where
the material is digested by lysosomal enzymes.
● CMA is a more selective degradation process, in which proteins marked by a
chaperone protein molecule, HSC70, are recognized by a specific receptor
and transported to the lysosome through a channel. LAMP2A serves as the
receptor that recognizes and binds to the chaperone-bound proteins, targeting
them for translocation across the lysosomal membrane for degradation.
● Microautophagy is a process in which the lysosome directly invaginates into
the cytosol and engulfs cellular components that need to be degraded. In this
process, the proteins to be degraded are recognized by lysosomal surface
proteins, such as LAMP2A protein, which helps capture and bring them
inside the lysosome.

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In summary, macroautophagy involves the formation of an autophagosome
around the material to be degraded, CMA is a more selective process that
depends on chaperone proteins and a specific receptor, and microautophagy
is a process in which the lysosome directly invaginates into the cytosol to
degrade cellular components. All of these types of autophagy are important for
maintaining cellular homeostasis and for the cellular response to stress and
other adverse conditions.

Autofagia é um mecanismo de defesa, sendo que não causa por si só morte celular.
Contudo, podem haver eventos de desregulação da autofagia, nos quais este
processo não funciona corretamente e levará à morte celular. Desta forma,
desregulações de autofagia também estão associadas a doenças.

ER Stress

The unfolded protein response (UPR) is a cellular stress response pathway


that is activated in response to an accumulation of unfolded or misfolded
proteins in the endoplasmic reticulum (ER). The ER is an organelle responsible
for the synthesis and folding of many proteins.
When the ER senses an accumulation of unfolded or misfolded proteins, it initiates
the UPR pathway to restore ER homeostasis and ensure proper protein folding. The
UPR involves three major signaling pathways mediated by three ER
membrane-associated proteins: IRE1, PERK, and ATF6.
- The IRE1 pathway initiates the
splicing of the mRNA of the
transcription factor XBP1, which
activates genes involved in
protein folding and degradation.
- The PERK pathway involves the
phosphorylation of eIF2α, which
leads to a general attenuation of
protein synthesis and enhances
the expression of ATF4, which
activates genes involved in
protein folding and antioxidant
defenses.

- The ATF6 pathway leads to the translocation of the transcription factor ATF6
from the ER to the Golgi, where it is cleaved to produce a transcriptionally
active fragment that activates genes involved in protein folding and
ER-associated degradation.

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Together, these pathways work to increase the capacity of the ER to fold and
degrade proteins, and to reduce the load of misfolded proteins. If the stress is
too severe, and the UPR is unable to restore ER homeostasis, the UPR can
trigger cell death. UPR dysfunction has been implicated in various diseases,
including cancer, neurodegenerative diseases, and diabetes.

Cell death from a therapeutic perspective

Quando começa a depletar-se o ATP, as células começam a ativar a morte celular.


O point-of-no-return é quando não existe mais salvamento das células, sendo que
elas irão morrer.
Normalmente tenta-se tratar as pessoas antes que as células cheguem ao
point-of-no-return. O melhor seria efetuar as terapias no período da resposta
adaptativa, contudo nesta altura não costuma haver sintomas, pelo que muitas das
terapias apontam para atuar na altura da iniciação da morte celular regulada
(RCD). Isto faz com que em certas doenças, a janela de ação seja muito reduzida.
Por exemplo, em Parkinson 's Disease, quando se apresentam sintomas já uma
grande parte dos neurónios se encontram mortos.

31
T4 - Infectious Diseases

Já existiam bactérias muito antes do ser


humano ter aparecido. Contudo, estas
infetam-nos de forma a obter acesso
mais fácil a determinados nutrientes,
como açúcares, carbono, minerais,
vitaminas e sulphurs, sendo que muitas
delas necessitam também de
determinadas temperaturas e
humidades só encontradas dentro dos
organismos que elas infetam.
A sua necessidade de oxigénio é muito
variável, desde serem anaeróbicas e
aeróbicas, e mesmo dentro dos nossos
intestinos temos bactérias que não
toleram a presença de oxigénio.
Em termos de temperatura, elas também
variam muito, sendo que até podem ser
hipertermófilas, sobrevivendo
temperaturas extremamente elevadas.
Útil para obtenção de proteínas
resistentes ao calor.

A pele é a maior superfície de contacto com


microrganismos externos. Invasão é o passo
antes da infeção, sendo que pode haver
colonização sem haver infeção, uma vez
que nem todos os microrganismos são
patogénicos. Existem ainda microrganismos
oportunistas que podem manter-se numa
destas fases antes da infecção, não nos
causando quaisquer problemas, e com
qualquer alteração, como fraqueza do sistema
imunitário, elas rapidamente avançam com a infeção e tornam-se patogénicas.

A maior parte das nossas superfícies em contacto com o exterior apresentam


microrganismos, contudo, tudo o que seja interno (internal organs, tissues, and
fluids) deve estar sempre livre de microrganismos.

Os microrganismos no nosso corpo podem ser transientes, quando apenas


ocupam o corpo durante um curto período de tempo, ou residentes, quando ficam
estabelecidos e permanecem durante um longo espaço de tempo.

32
MIcrobiota - é um agregado de microrganismos, incluindo bactérias, archaea,
protistas, fungos e vírus → a microbiota humana reside da pele, orofaringe, pequeno
intestino, cólon e trato vaginal

Microbioma - a composição de todos os genes microbiais numa comunidade de


microbiotas

Disbiose - Uma comunidade microbial que é alterada ou condicionada,


comparativamente com o normal

O nosso cólon é o local onde existe a maior quantidade de bactérias


anaeróbicas. E as bactérias que colonizam o estômago precisam de ser capazes
de neutralizar a acidez do mesmo.
O microbioma na pele apresenta populações transientes, que são facilmente
eliminadas com boa higienização, e populações residentes, que por norma são
bactérias aderentes, não tão facilmente removidas com higienização (A não ser com
sabão), sendo por isso mais estáveis e com comportamentos mais previsíveis.

Flora do trato gastrointestinal → Variações na distribuição da flora devido a


condições que variam → pH, oxigênio, anatomia…
- As bactérias que residem no intestino grande tem interações complexas com
o hospedeiro (10^8 - 10^11 micróbios por grama nas fezes), e o ambiente
intestinal favorece bactérias anaeróbias
- As bactérias intestinais contribuem para o odor

Antagonismo microbial - O nosso microbioma ajuda ainda a impedir que outros


microrganismos nocivos colonizem essa região

Infeções endógenas - Ocorrem quando um determinado microrganismo do nosso


microbioma normal é introduzido a um local que era estéril (para esse
microrganismo). Isto por norma acontece devido a falta de higiene.

O líquido amniótico de uma gravidez é por norma estéril, sendo que o primeiro
contacto com microrganismos que o bebé tem é quando este nasce. Se o parto for
normal, os primeiros microrganismos que o bebé entrará em contacto são os da
mãe, contudo se for de cesariana, os primeiros serão os do médico. Após o
nascimento, o bebé vai adquirindo o seu microbioma através da alimentação e do
contacto com o ambiente externo.

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● O microbioma é essencial para a nossa saúde, uma vez que constitui
um mecanismo de defesa protetor do hospedeiro. Cria um ambiente
capaz de prevenir infecções e melhorar as defesas do hospedeiro.
● Brônquios e os alvéolos são essencialmente sterile
● Com exceção do intestino grosso e do reto , o trato gastrointestinal é sterile
● No trato genital da mulher, biota ocupa essencialmente a parte externa,
sendo que a vagina, a parte cervical e estruturas internas são sterile. A biota
responde a alterações hormonais durante a vida
● Nas mulheres, a biota apenas existe na primeira porção da uretra mucosa; o
resto do trato urinário é sterile. Nos homens todo o trato reprodutivo e urinário
é estéril com exceção de uma pequena porção da uretra anterior
● Os antibióticos, apesar de conseguirem eliminar microrganismos
patogénicos, também eliminam microrganismos comensais e
importantes para a nossa saúde, razão pela qual o consumo excessivo de
antibióticos leva a diarreias. Probióticos restabelecem o equilíbrio ao
introduzir microrganismos conhecidos benéficos para o microbioma. O
microbioma também influencia o sistema imunitário, por exemplo, após uma
infeção viral, costuma haver sempre uma infeção bacteriana.

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Existem diferentes classes de patogénios:
- Patogénios primários: causam doenças de todas as vezes que consigam
entrar dentro de indivíduos, quer estes estejam saudáveis ou não → Yersinia
pestis
- Patogénios oportunistas: por norma não causam infeção, a não ser que
haja uma oportunidade, que pode ser baixas defesas imunitárias,
disponibilidade de nutrientes, localização, etc → Staphylococcus aureus

Virulência - capacidade que um patogéneo tem de causar doença. A severidade da


doença muitas vezes depende da virulência do patogéneo. Uma característica ou
estrutura que contribui para a capacidade de um microrganismo causar doença é
denominado de fator de virulência.

Os lugares normais de entrada de microrganismos são: Locais onde a pele contacta


com membranas mucosas; locais respiratórios; gastrointestinais (principalmente
boca); tratos genitais e urinários
Portal de entrada (Portal of Entry) – Caminho característico que um
microrganismo segue para entrar nos tecidos do organismo.

Agentes exógenos - originam de uma fonte fora do corpo


Agentes endógenos - já existem no corpo, provém do microbioma na maior parte
dos casos

Existem 4 barreiras para a infeção:

● Barreiras mecânicas - impedem fisicamente a passagem de


microrganismos, como a nossa pele, a filtração do ar pelos pêlos das narinas,
muco, etc
● Barreiras funcionais - “lavam” a superfície, removendo os microrganismos,
como é o caso de lágrimas, urina, suor, etc.
● Barreiras químicas - impedem quimicamente a colonização → ácido do
estômago
● Barreiras microbial - flora intestinal

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Ao quebrarmos as barreiras, estamos a abrir uma via de entrada para
microrganismos, como é o caso de lesões, mas também de procedimentos médicos,
como administração de cateteres. Estes metem o exterior em contacto com o
interior, levando muitas vezes à formação de biofilmes patogénicos que facilitam a
infeção.
Um dos principais problemas para uma bactéria que está a infetar um organismo, é
a obtenção de nutrientes, isto pois a maior parte dos nutrientes está armazenada e
indisponível para as bactérias. Por exemplo, o ferro no nosso organismo está
maioritariamente armazenado em proteínas como Hemoglobina e Ferritina, pelo que
as bactérias precisam de arranjar formas de o obter (por norma degradando essas
proteínas).
Desse modo as bactérias precisam de se adaptar à starvation, quer ao inibir os
competidores (outras bactérias ou compostos do organismo que
indisponibilizam os nutrientes), ou ao colonizar novos locais com mais
nutrientes. Esta capacidade de adaptação é adquirida devido a fatores de
virulência. Exemplo: Muitos dos antibióticos atualmente utilizados são produzidos
pelos próprios microrganismos, demonstrando esta competição por nutrientes.
Da perspetiva do microrganismo, a infeção é dependente do número de
microrganismos e da virulência que esses microrganismos apresentam. Enquanto
da perspetiva do hospedeiro, a infeção é dependente da capacidade de defesa
do hospedeiro, quer pela imunidade inata, quer pela adquirida (mediada por
anticorpos ou por células)

36
What is the difference between bacteriocins and defensines?
Bacteriocins and defensins are both antimicrobial peptides that are produced by
organisms as a defense mechanism against bacterial infections, but they differ in
several ways.
Bacteriocins are small proteins produced by bacteria that can kill or inhibit the
growth of other bacteria. They are usually specific to closely related bacterial
strains or species and are used by the producing bacteria to outcompete other
microorganisms in their ecological niche. Bacteriocins can be classified into
different types based on their structure and mode of action, but they all share the
characteristic of being lethal or inhibitory to other bacteria.
On the other hand, defensins are small cationic peptides that are found in the cells
of animals, including humans. They are part of the innate immune system and are
produced by a variety of cells, such as neutrophils, macrophages, and
epithelial cells. Defensins are broad-spectrum antimicrobial peptides that can kill or
inhibit the growth of a wide range of microorganisms, including bacteria, fungi, and
viruses. They do not discriminate between different strains or species of
bacteria.
Another key difference between bacteriocins and defensins is their origin.
Bacteriocins are produced by bacteria, while defensins are produced by
animal cells. Additionally, bacteriocins are usually used as a competitive
advantage to gain access to resources, while defensins are part of the immune
response to protect the host from infections.

Vancomicina

A vancomicina é um antibiótico produzido pela bactéria Streptomyces orientalis. A


produção de vancomicina envolve uma via biossintética complexa que requer a
ação coordenada de múltiplas enzimas.
A Horizontal Gene transfer (HGT) é um processo em que o material genético é
transferido entre diferentes organismos. Isto pode ocorrer através de mecanismos
como a conjugação, transformação, e transdução. O HGT é um mecanismo
importante através do qual as bactérias adquirem novos genes que podem conferir
traços vantajosos, tais como a resistência aos antibióticos.
No caso da vancomicina, a transferência lateral de genes tem sido implicada
na propagação da resistência à vancomicina entre as bactérias. Os genes que
conferem resistência à vancomicina são frequentemente transportados em
plasmídeos, que podem ser facilmente transferidos entre bactérias. Estes
plasmídeos podem ser transmitidos através de mecanismos horizontais de
transferência de genes, permitindo a propagação da resistência à vancomicina
a diferentes espécies bacterianas.

37
Para um microrganismo ser patogénico precisa de ter um conjunto dos
seguintes atributos:
● Capazes de passar barreiras celulares
● Capazes de adaptar a starvation de nutrientes
● Capazes de ativar mecanismos de virulência
● Capazes de produzir biofilmes
● Capazes de resistir, escapar e manipular as defesas do hospedeiro

NOTA: Não precisa de ter todos, por exemplo, nem todos os microrganismos
produzem biofilmes e são patogénicos na mesma. Contudo precisam de ter uma
grande maioria destas características.

A patogenicidade (capacidade de um organismo causar doença) de um


microrganismo depende:

● Dos fatores de virulência que tem, sendo que por norma quantos mais tiver
maior será a patogenicidade
● Do número de microrganismos que estão a infetar, sendo que por norma é
preciso uma quantidade elevada de microrganismos para conseguir
efetivamente colonizar e causar doença
● Do local de entrada para o corpo, sendo que certas bactérias só conseguem
ser infecciosas quando entram no corpo por determinada via
● LD50 (median lethal dose) ou ID50 (median infectious dose): refere-se ao
número de bactérias ou quantidade de produtos bacterianos, tais como
toxinas, que causar a morte ou doença bacteriana em 50% dos animais num
período definido depois de as bactérias serem administradas por uma via
designada. Quanto menores forem estes valores, mais virulento será o
microrganismo, enquanto quanto maior forem estes valores, menor será
a virulência.

Infectious dose ID

Número mínimo de microrganismos


necessários para que haja infeção.
Microrganismos com baixa ID apresentam
maior virulência.
Quando não há ID quer dizer que o
microrganismo não causa infeção.

38
A infeção acaba quando o hospedeiro se consegue livrar do patogénio, ou quando o
hospedeiro morre. Os microrganismos conseguem, contudo, também sair do
organismo sem que isto aconteça, sendo disseminados para outros organismos.

Uma vez que o microbioma é influenciado por stresses físicos e mentais, este é um
fator que influencia a suscetibilidade. Adicionalmente, ao haver muitas infeções
ao mesmo tempo, há uma maior competição por nutrientes que pode em
muitos casos levar à morte de células comensais do microbioma pelos
patogénios, o que por sua vez aumenta também a suscetibilidade à infeção.
Algumas bactérias conseguem multiplicar-se tanto intracelularmente como
extracelularmente, contudo muitas são
exclusivamente um ou outro. Por norma
são as extracelulares que conseguem
entrar nas células e multiplicam-se, mas as
intracelulares por norma só conseguem
replicar-se dentro das células. Isto
acontece devido a fatores de virulência que
permitem a entrada das bactérias nas
células.

Os efetores bacterianos são utilizados


para:
● penetrar e aderir a células hospedeiras
● Invadir compartimentos intracelulares
● Adquirir ferro
● Escapar defesas do hospedeiro

39
Alguns microrganismos patogénicos têm ainda a capacidade de secretar
fatores de virulência para dentro das células.

A primeira defesa por parte do hospedeiro são as células fagocitárias. Sendo que
muitos microrganismos produzem fatores antifagocíticos de forma a escapar à
fagocitose. Por exemplo, Staphylococcus e Streptococcus produzem Leucocidinas,
que são tóxicas para os leucócitos. A cápsula que alguns microrganismos
apresentam e os biofilmes dificultam a fagocitose. → ability to survive intracellular
phagocytosis

Fatores de virulência - características


usada para invasão e estabelecimento
dos microrganismos no hospedeiro,
também determina o grau de dano nos
tecidos que irá ocorrer (severidade da
doença)

40
Exoenzimas - Dissolvem as barreiras extracelulares e penetram pelas células ou
entre estas.

Toxigenicidade - Capacidade de produzir toxinas no local de multiplicação

Existem doenças que aumentam as chances de um indivíduo ser infetado. Por


exemplo, Chronic Granulomatous Disease, é uma doença na qual os fagócitos
são incapazes de produzir peróxido de hidrogénio e outros compostos responsáveis
por eliminar microrganismos, aumentando a taxa de infeção de algumas bactérias e
fungos → Staphylococcus aureus, Burkholderia cepacia complex, Serratia
marcescens, Nocardia and Aspergillus

Neutropenias é uma condição na qual o indivíduo apresenta menor número de


neutrófilos, levando a uma eliminação menos eficiente de certos microrganismos.
Pode ser congênita, adquirida ou associada a infeção. Mecanismo incluem o
consumo de neutrófilos, produção de anticorpos, infiltração direta de células
hematopoiéticas, supressão da medula óssea

Fibrose cística é uma doença autossómica recessiva que resulta de mutações no


transportador de iões transmembranar (CFTR), no qual o sódio não é transportado,
resultando na acumulação de secreções de muco nos pulmões, tornando este
ambiente favorável para infeções sucessivas de patogénios oportunistas como
Pseudomonas aeruginosa e S.aureus que muitas vezes levam à morte do indivíduo
devido à resistência adquirida a antibióticos → most common lethal
autosomal-recessive disease in individuals of European descent with a prevalence of
1:2500 to 1:3300 live births

Process of infection and Disease

41
1. Período de incubação - tempo desde o primeiro contacto com o agente
infecioso até ao aparecimento dos primeiros sintomas. Neste estadio o
agente infecioso está a multiplicar-se, mas não causa dano suficiente para
haver sintomas. Pode durar entre várias horas e vários anos (como é o caso
do Herpes)
2. Estadio Prodromal – O patogénio começa a causar alguns danos, pelo que
começa a haver alguns sintomas ligeiros e gerais.
3. Período de invasão – A multiplicação do patogénio aumenta drasticamente,
tornando-se bem estabelecido dentro do organismo, e levando ao
aparecimento de sintomas mais graves e específicos.
4. Período de Convalescença – À medida que o organismo responde à
infeção, este começa a recuperar e os sintomas decrescem.

Response to an initial infection: 3 phases

O sistema imunitário inato responde a qualquer patogénio que entre no corpo,


contudo, caso este não consiga-se livrar deste, ou este consiga escapar às
defesas, existe a Early Induced Response, como resposta a compostos
gerais de patogénios, os MAMPs e PAMPs. Após isto, se nada conseguir
eliminar o patogénio, é preciso que haja uma resposta imune adaptativa, com
ativação de células T e B.

Estes tempos de resposta podem ser encurtados através da vacinação.

42
Pode haver 3 diferentes padrões de infeção

● Infeção localizada: os microrganismos entram no corpo e permanecem num


tecido específico
● Infeção sistémica: quando a infeção se propaga para diversos tecidos, por
norma devido a circulação pela corrente sanguínea
● Infeção focal: quando um microrganismo vai de uma infeção local para outro
tecido

Estas infeções podem ainda ocorrer ao mesmo tempo com diversos


microrganismos, dando origem a mixed infections, na qual diversos
microrganismos crescem simultaneamente no mesmo local de infeção
(polymicrobial).
Podem ainda ocorrer infeções secundárias, nas quais uma infeção primária por um
microrganismo possibilita outra infeção com outro microrganismo (infeção
secundária) → por exemplo uma infeção urinária possibilita uma infeção secundária
vaginal

As infeções podem ainda ser:


● Agudas - aparecem rapidamente com efeitos severos, mas curtos
● Crónicas - progridem e persistem ao longo de um grande período de tempo

Sinais de infeção no sangue:


● Leucocitose - increase in white blood cells
● Leukopenia - decrease in white blood cells
● Septicemia - microorganisms are multiplying in the blood and present in large
numbers → causes systemic inflammation
● Bacteremia - small numbers of bacteria present in blood not necessarily
multiplying → doesn't cause symptoms
● Viremia - small number of viruses present not necessarily multiplying →
doesn't cause symptoms

43
● Infeções assintomáticas são poucas vezes descobertas, sendo que o caso
mais comum é a Bacteriuria assintomática, na qual um grande número de
bactérias está presente na urina, mas a pessoa não apresenta sintomas.
Estas doenças são muitas vezes só descobertas através de análises à urina
ou sangue, contudo só porque a doença é assintomática não quer dizer que
não seja uma infecção, uma vez que há muitas vezes sinais, mesmo que não
haja sintomas. → mais comum em mulheres idosas, pessoas com
diabetes ou cateteres na bexiga

Os portais de saída são, não só, importantes para livrar o corpo do patogénio, mas
também, são importantes para a disseminação do mesmo. Os mais comuns são:
● Respiratório (mucus, sputum, nasal drainage, saliva)
● Pele a escamar
● Fezes
● Trato urogenital
● Recolha de sangue

Transmissão de agentes infeciosos


Os reservatórios são o habitat primário do patogénio na natureza, sendo que pode
ser orgânico ou inorgânico → Human/animal carrier, soil, water, plants
As sources (Fontes) são o indivíduo ou objeto através do qual a infeção foi
adquirida.
Vetores biológicos participam ativamente no ciclo de vida do patogénio (podem ser
somente carriers ou não causar infeção nessa espécie, mas sim noutras e
possibilitar que o microrganismo sobreviva e replique-se).
Vetores mecânicos não participam necessariamente no ciclo de vida do patogénio,
sendo que meramente o transportam, estes podem ser orgânicos (Como os vetores
biológicos, contudo somente transportam o patogénio) ou inorgânicos (por exemplo,
superfícies, tipo do telemóvel, moedas, etc.).

Doenças comunicáveis – Quando um hospedeiro infetado é capaz de transmitir o


agente infecioso a outro indivíduo e este fica infetado. Quando as doenças são
demasiado infeciosas, a doença é considerada contagiosa.

Carriers – Indivíduos que transportam o patogénio e podem ou não ter tido


doença devido ao microrganismo.

Carriers assintomáticos – Indivíduos que têm o patogénio, mas não apresentam


sintomas.
● Incubation carriers: passam o agente infecioso durante o período de
incubação
● Convalescent carriers: estão a recuperar pelo que já não tem sintomas,
mas ainda transmitem o patogénio

44
● Carrier crónico: indivíduo que apresenta o agente infecioso durante muito
tempo

Carriers passivos - por exemplo, quando um enfermeiro transporta patogénios de


um indivíduo para outro, sem necessariamente ser infetado

A transmissão de doenças comunicáveis pode ocorrer de forma:

● Direta
○ Contacto (beijos, sexo, etc.)
○ Droplets (Tosses e espirros)
○ Vertical (Mãe para o filho)
○ Vetores biológicos (mosquitos, ratos, etc)

● Indireta (veículos)
○ Fomites (Superfícies contaminadas)
○ Comida, água e produtos biológicos
○ Ar

45
Infeções nosocomiais – Adquiridas ou desenvolvidas durante uma estadia no
hospital. Antigamente estas infeções ocorriam apenas durante a estadia no
hospital, contudo atualmente ocorre muito destas infeções irem parar às
populações. Por exemplo, um homem ir ao hospital, apanhar autocarro sem
desinfetar-se e vai passar essa infeção a todos os outros. Isto é especialmente
preocupante no caso de bactérias resistentes a antibióticos (comuns em
hospitais) a aparecerem em lugares residenciais longe de hospitais.

Zoonoses – Uma infeção indígena de animais, mas que pode ser transmitida a
humanos. Mais do que 150 zoonoses existem no mundo, representando cerca de
70% das infeções emergentes. Contudo a erradicação destas doenças requer
eliminar o reservatório animal, ou seja, extinção das espécies.

Vetores – Um animal vivo que transmite o agente infecioso. A maior parte dos
vetores são artrópodes, mas também há mamíferos, pássaros e outros vertebrados.

Emerging and Reemerging Infectious Diseases


● Outbreaks of bood-borne and water-borne infections
● Hospital-acquired (nosocomial) infections including outbreaks
● Bioterrorism
● Antibiotic resistance
● Microbiota shift diseases
● Pathogen´s evolution
● Disease transmission
● Modern medicine - postsurgical and other wound infections

46
Cholera
● infeção aguda nos intestinos pela bactéria vibrio cholerae
● disseminada principalmente através de água contaminada e condições
insanitária
● endémico em certas regiões
● principal sintoma é diarreia
● Entre 5-10% dos infectados desenvolvem sintomas severos, incluindo
vómitos e cãibras. Na sua forma severa pode levar a morte por desidratação
● estimados 200.000 casos por ano

Shigella
● Causa disenteria bacilar ou shigelose
● sintomas incluem diarreia, sangue nas fezes, vómitos e cãibras abdominais

Strep throat
● Causada por Streptococcus
● vários milhões de casos ocorrem todos os anos
● Sintomas incluem garganta dorida, febre, dores de cabeça, fadiga e náuseas

Meningitis
● Infeção da medula espinal por Neisseria Meningitidis
● Meningite bacteriana é mais severa do que a viral, podendo causar danos
cerebrais, perda de audição e capacidades cognitivas
● estimados 1.2 milhões de casos por ano, em que 10% são fatais
● sintomas incluem dores de cabeça severas, febre, náusea, vómitos, letargia,
delírios, fotofobia e pescoço rígido

Pneumonia
● Infeção por streptococcus pneumoniae oportunista, mais severa do que
mycoplasma pneumoniae.

47
● S.pneumoniae é responsável por mais do que 100.000 hospitalizações de
pneumonia anualmente, bem como 6 milhões de casos de otites e mais de
60.000 casos de doenças invasivas como meningite.

Tuberculose
● Infeção por mycobacterium tuberculosis
● Cerca de 2 milhões de mortes todos os anos
● Muitas vezes encontradas nos pulmões, onde podem causar dores peitorais,
tosses com sangue, etc.
● Outros sintomas incluem fadiga, perda de peso, perda de apetite, arrepios,
febre e suores noturnos.

Existem vários fatores que tornam o estudo de bactérias de extrema


importância, desde doenças infeciosas, epidemias, outbreaks, bioterrorismo,
etc. Para além disso, doenças infeciosas e transmissão de doenças têm aumentado
ao longo do tempo, não só devido às pessoas viajarem muito mais, como também
ao facto de a comida ser transportada de todos os cantos do mundo, e também
devido ao aumento de práticas clínicas e hospitalares. Bactérias gram-negativas
são mais resistentes a antibióticos do que as gram-positivas e estão cada vez
mais presentes em hospitais. Adicionalmente, cada vez mais aparecem estirpes
mais e mais resistentes a antibióticos nos hospitais, mostrando o quão importante é
estudar estes fenómenos. Apesar de por todo o mundo haver vários diferentes tipos
de agentes infeciosos cada um com as suas características, em todo o mundo
existem crianças a morrer de doenças infeciosas, demonstrando a importância de
estudar essas doenças.

Hospital infections caused by gram-negative bacteria are raising in


importance

● E.coli, which causes the majority of urinary tract infections


● Acinetobacter baumannii, which causes disease mainly in healthcare settings.
In addition, wound infections caused by Acinetobacter have been found in
U.S. military personnel who were deployed to Iraq and Afghanistan.
● Pseudomonas aeruginosa, which causes bloodstream infections and
pneumonia in hospitalized patients. It is a common cause of pneumonia in
patients with cystic fibrosis.
● Klebsiella pneumoniae, which causes many types of healthcare associated
infections, including pneumonia, urinary tract infections, and bloodstream
infections
● Neisseria gonorrhoeae, which causes the sexually transmitted disease
gonorrhea, is the second most commonly reported infectious disease in the
United States.

48
T5 - How microbes cause disease

Host - An entity in which microorganisms reside and/or replicate; an entity in which


microbial pathogenesis occurs
Host Damage - Disruptions in the normal homeostatic mechanisms of a host that
alter the functioning of cells, tissues or organs
Microbial Infection - the acquisition of a microorganism by a host
Pathogenic microorganism - a microorganism that has the capacity to cause
damage in the host
Virulence - the relative capacity of a microorganism to cause damage in the host
Disease - a clinical outcome of host damage that occurs after a threshold amount of
damage has occurred
Virulence factor - a microbial component that can damage the host

Microbial pathogenesis is an outcome of an interaction between a host and a


microorganism in which the microorganism benefits but the host doesn´t. Host
damage can result from microbial factors and/or the host response.

In this curve we can see that the damage is really high when the host response is
weak or very strong.

Classes of pathogens

Classe I - Pathogens that only cause damage in the


setting of weak immune responses → Staphylococcus
epidermidis

49
Class II - Pathogens that cause damage either in hosts with
weak immune responses or in the setting of normal host
responses → Streptococcus penumoniae, Candida albicans

Class III - Pathogens that cause damage in the setting of


appropriate immune responses and produce damage at both
ends of the continuum of immune responses → Staphylococcus
aureus, HIV, HSV, mycobacterium tuberculosis

Class IV - Pathogens that cause damage primarily at the


extremes of both weak and strong immune responses →
Aspergillus, vaccinia virus

Class V - Pathogens that cause damage across the spectrum of


immune responses, but damage can be enhanced by strong
immune responses → Shigella, chlamydia trachomatis, mumps
virus, mycoplasma pneumoniae, trypanosoma

50
Class VI - Pathogens that only cause damage in the setting of strong immune
responses → not sure

How do infectious agents establish infections and damage tissues?


● Infectious agents can contact or enter host cells directly causing death of
infected cells
● Release toxins and enzymes that degrade host cells and tissue components,
or damage blood vessels and cause ischemic necrosis
○ Alteration of the cytoskeleton
○ Inhibition of membrane fusion
○ Membrane permeabilization
○ Interfering with cell signaling
● Induced host immune responses that may cause additional damage of the
host tissues → may cause responses so strong that a "cytokine storm" is
formed - very severe inflammatory response

Viruses

Viral tropism - specificity of a given virus for a cell type, tissue or species

51
Influenza virus

● Hemagglutinin binds to the sialic acid residues of respiratory and


intestinal cells
● The role of neuraminidase is to cleave sialic acid residues from
glycoproteins and glycolipids on the surface of infected cells and newly
synthesized viral particles. This allows the newly produced virus particles to
detach from the infected host cell and prevents them from clumping together,
which would inhibit their spread to other cells.
● In addition to its role in viral replication, neuraminidase is also the target of
antiviral medications, such as oseltamivir and zanamivir, which are used to
treat and prevent influenza infections. These drugs work by blocking the
activity of neuraminidase, which prevents the release of newly produced virus
particles from infected cells and reduces the spread of the virus in the body.

Herpes simplex virus I or II

● Attachment: HSV-1 first attaches to the heparan sulfate on mucosal


surfaces of the mouth and genitals through its viral glycoproteins,
specifically glycoprotein B (gB) and glycoprotein C (gC).
● Fusion: The virus envelope fuses with the host cell membrane, allowing the
virus to enter the cell

Human immunodeficiency virus

● Glycoprotein gp120 binds to CD4 and CCR5 or CXCR4 of immune


system cells

52
Determinants of viral tropism. Antiviral signaling by cytokines

Tumor necrosis factor (TNF) and interferons (IFNs) can inhibit the replication
cycle of the virus by inducing the expression of proteins with antiviral
properties → MXA (myxovirus resistance protein A), BST2 (bone marrow
stromal cell antigen)

Determinants of viral tropism. Availability of host factors

NTCP (sodium/bile acid cotransporter, also


known as SLC10A1), the receptor
responsible for the entry of HBV is highly
expressed in human hepatocytes.
The nuclear hormone receptors hepatocyte
nuclear factor 4 and retinoid X receptor-alpha
as well as peroxisome proliferator-activated
receptor-alpha, which positively regulate viral
RNA synthesis, are enriched in the liver →
hence the tissue tropism

53
Mechanisms by which viruses kill host cells:
- Viral genome replication, mRNA synthesis
- Viral proteins block host protein synthesis (Direct cytopathic effect)
- Apoptosis signaling in virus infection (Direct cytopathic effect)
- Neoplastic transformation

54
Viral genome replication, mRNA synthesis

Viral proteins block host protein synthesis

55
Apoptosis signaling in virus infection

Neoplastic transformation
Neoplastic transformation refers to the process by which a normal cell is transformed
into a cancerous or neoplastic cell. This transformation can occur due to various
genetic and environmental factors, such as viruses, that cause alterations in the
cellular machinery and regulatory mechanisms, leading to uncontrolled growth
and division of the cells.
Burkitt lymphoma (BL) is a type of non-Hodgkin lymphoma that is associated
with infection by the Epstein-Barr virus (EBV), particularly in sub-Saharan Africa
where it is endemic. The development of BL is thought to involve a multistep process
that can be influenced by a number of factors, including genetic predisposition,
immune dysfunction, and environmental factors.
The chromosomal translocation that is characteristic of Burkitt lymphoma (BL)
involves a break in the c-Myc oncogene on chromosome 8 and a break in one
of the immunoglobulin genes on chromosome 14 (usually the IgH gene). This
translocation leads to the deregulation of c-Myc expression, which drives
uncontrolled cell proliferation and contributes to the development of BL.
EBV can promote the development of chromosomal translocations in several ways.
For example:

● Activation of B cells: EBV can activate B cells and promote their proliferation,
which increases the likelihood of chromosomal translocations occurring.
● Inhibition of apoptosis: EBV can inhibit apoptosis (programmed cell death) in
infected B cells, which can increase the likelihood of chromosomal translocations
by allowing the survival of cells with genetic abnormalities.

56
● Interaction with cellular proteins: EBV encodes several proteins that can
interact with cellular proteins involved in DNA repair and cell cycle control, which
can lead to genetic instability and the development of chromosomal abnormalities.

Damage caused by the host immune response. Antiviral immune


response

57
While a cytokine storm is typically associated with a harmful or pathological immune
response, there are situations where cytokine storms can be a healthy and
necessary mechanism.
For example, cytokine storms are a normal part of the immune response to some
types of infections, such as certain viral infections. In these cases, the cytokine storm
plays a crucial role in clearing the infection by activating immune cells and recruiting
them to the site of infection. However, this response needs to be tightly regulated to
prevent excessive inflammation and tissue damage.

T-cell-mediated inflammation - Damage from HBV and HCV infection of


hepatocytes is due mainly to the immune response to the infected liver cells and not
to cytopathic effects of the virus

HBV infection can trigger T-cell mediated inflammation in the liver, which is a
major characteristic of chronic hepatitis B. The immune response to HBV
infection involves the activation of both innate and adaptive immune cells, including
T cells.

In the acute phase of HBV infection, CD8+ T cells are activated and play a critical
role in controlling the virus by eliminating infected hepatocytes. However, in chronic
HBV infection, T-cell responses can become dysregulated and contribute to
liver inflammation and damage. Chronic inflammation can ultimately lead to liver
fibrosis, cirrhosis, and hepatocellular carcinoma.

The exact mechanisms by which T cells contribute to HBV-induced liver inflammation


are complex and not fully understood. However, it is thought that T-cell responses to
HBV antigens can result in the release of pro-inflammatory cytokines, such as
IFN-γ and TNF-α, which can promote inflammation and hepatocyte damage.
Additionally, the accumulation of activated T cells in the liver can lead to the
formation of lymphoid aggregates, or "inflammatory foci," which are a hallmark of
chronic hepatitis B.

Bacteria

Bacterial factors that can damage the host:


- Cell wall, extracellular polymers and bacterial adhesins
- Bacterial toxins (endotoxins and exotoxins)

Adesinas são glicoproteínas/lipoproteínas localizadas nos pili e flagelo que


permitem que as bactérias adiram às células do hospedeiro. Existem dois tipos de
adesinas, as fimbriais e as não-fimbriais.

58
- Fimbriae ou pili são adesinas fimbriais que são proteínas rígidas, longas,
filamentosas e poliméricas localizadas na superfície de células bacterianas,
muitas vezes são glicoproteínas que ligam-se aos recetores à superfície de
células hospedeiras. São mais comuns em bactérias Gram-negativas.
- Adesinas não-fimbriais (afimbriais) são adesinas presentes na membrana
externa de bactérias como monómeros ou oligômeros de uma única
subunidade protéica, que pode estar associada à célula ou ser secretada.
- Nas gram positivas → Adherence protein (protein F) e immune-evasion
protein (M protein)

As cápsulas podem mediar adesão e impedir a opsonização, pelo que não são
marcadas pelo sistema imunitário para serem fagocitadas. Contudo, as
cápsulas são muito imunogénicas, pelo que são facilmente reconhecidas pelo
sistema imunitário.
Streptococcus pneumoniae é um exemplo de uma bactéria da qual as diferentes
estirpes podem ser virulentas ou não dependendo da existência ou não de cápsula.
Estirpes virulentas têm cápsula, enquanto as não virulentas não são
encapsuladas.

● LPS is a common endotoxin that is present in gram-negative

59
Endotoxins
● Endotoxins are lipopolysaccharide (LPS), especially the lipid A
component, that are part of the outer membrane of Gram-negative
bacteria. They are heat-stable and cannot be destroyed by heat or chemical
treatments.
● They cause general systemic symptoms of inflammation and fever →
Endotoxins are released when bacteria die or are lysed, and they can cause a
strong immune response in the host. The effects of endotoxins include fever,
inflammation, and activation of the coagulation system. Examples of
diseases caused by endotoxins include sepsis and endotoxic shock.
● The lethal dose 50 (amount required to kill 50% of a group of test
animals) is high

LPS and Lipid A


● LPS corresponds to the O antigen, core and lipid A
● LPS can be beneficial
○ LPS activates protective immunity through induction of important
proinflammatory cytokines (MYD88-dependent pathway) and
chemoattractants (chemokines), as well as increased expression of
costimulatory molecules, which enhance T-lymphocyte activation.
INF-inducible genes are an adjuvant pathway , but less inflammatory.
Therefore, the binding of lipid A with lipid A-binding protein (LBP)
and CD14 leads to the production and clearance of the pathogen

60
● LPS can be harmful - septic shock
○ High levels of LPS play an important role in septic shock,
disseminated intravascular coagulation and acute respiratory distress
syndrome, mainly through the induction of excessive levels of
cytokines such as tumor necrosis factor

Exotoxins
● produced by gram positive bacteria (primarily) and gram negative bacteria
● protein toxins
● Specific damage to cells dependent upon receptor-mediated targeting of
cells and specific mechanisms of action
● Most are heat-liable and can be destroyed by heat or chemical treatments
● LD50 is low

There are several categories of exotoxins based on their mechanism of action and
the type of cell they target. These categories include:

1. Superantigens: These toxins activate large numbers of T-cells, leading to a


massive release of cytokines and a systemic inflammatory response.
2. A-B toxins: These toxins consist of two components, an "A" subunit that has
the toxic activity, and a "B" subunit that binds to a specific cell receptor to
facilitate entry of the toxin into the cell.

61
3. Membrane-damaging toxins: These toxins disrupt the integrity of cell
membranes, causing cell lysis and damage to surrounding tissues.
4. Proteases: These toxins degrade or modify host proteins, leading to tissue
damage and dysfunction.
5. Neurotoxins: These toxins target nerve cells and disrupt their normal
function, leading to paralysis or other neurological symptoms.
6. Enterotoxins: These toxins target the gastrointestinal tract, causing
symptoms such as diarrhea, nausea, and vomiting.
7. Cytolytic toxins: These toxins cause direct damage to host cells by forming
pores in their membranes and allowing the uncontrolled flow of ions and
molecules across the membrane.

Exotoxins A-B

● A-B toxins are toxins that modify the intracellular signaling or regulatory
pathways. The two component toxins have an active (A) component with
enzymatic activity and a binding (B) component that binds cell surface
receptors and delivers the A protein into the cell cytoplasm.
● Ex: anthrax (Bacillus anthracis) AB exotoxins

62
● In the case of Anthrax:
○ EF (edema factor) causes efflux of water and interstitial edema
○ LF (lethal factor) is a protease that cleaves mitogen-activated protein
kinase kinases (MAPKKs). MAPKKs regulate important cell functions
such as gene expression, differentiation, mitosis, cell survival,
apoptosis

Neurotoxins

Superantigens

- Toxic shock syndrome (TSS) caused by Staphylococcus aureus involves the


production of a toxin called toxic shock syndrome toxin-1 (TSST-1). TSST-1 is
a type of superantigen, which means that it activates large numbers of
T-cells, leading to a massive release of cytokines and a systemic
inflammatory response. This response can result in the symptoms of TSS,
such as fever, rash, and low blood pressure.

63
TSST-1 acts by binding to major histocompatibility complex (MHC) class II
molecules on antigen-presenting cells (APCs) and T-cell receptors (TCRs) on
T-cells outside the normal antigen recognition site. This causes cross-linking
and activation of T-cells in an antigen-independent manner. Activated T-cells
release large amounts of cytokines, such as interleukin-1 (IL-1),
interleukin-2 (IL-2), and tumor necrosis factor-alpha (TNF-alpha), which
can lead to fever, shock, and multi-organ failure.
Notes: S.aureus colonizes well tampons

- Enterotoxins are superantigens since they stimulate the proliferation of T


cells and release of cytokines. They stimulate the release of inflammatory
mediators in mast cells, increasing intestinal peristalsis and fluid loss
(diarrhoea), as well as nausea and vomiting

Exoenzymes

● Collagenase – Degrada colagénio, a proteína que mantém as células todas


juntas, pelo que leva a que estas se afastem entre si. Clostidia que invadem
os tecidos podem produzir estas protéases para digerir os elementos do
tecido conectivo (C.perfringens). → present in several microorganisms
● Coagulase – Afeta a fibrina no sangue, levando a que este coagule.
Strepto (S.pneumoniae)/StaphyloKinases (S.aureus) são fibrinolisinas que
dissolvem clots de fibrina. A coagulase converte o fibrinogênio em fibrina no
plasma.

64
● Exfoliative toxins (Epidermolytic ETA, ETB) - Exfoliative toxins are a type
of exotoxin produced by Staphylococcus aureus that belong to the category of
protease toxins. These toxins are enzymes that can cleave desmoglein 1, a
protein that plays a critical role in maintaining the integrity of the skin. By
cleaving this protein, exfoliative toxins cause a separation of the epidermis
from the dermis, resulting in skin peeling and blistering.

Damaged caused by the host immune response.

Granulomatous inflammation

Caseous necrosis is surrounded by a collection of activated macrophages and other


inflammatory cells (e.g. T cells); this appearance is characteristic of a nodular
inflammatory lesion called a granuloma; Granulomas sequester the bacilli and avoid
their spread, however they also produce the caseous necrosis tissue damage and
fibrosis

65
Innate immune inflammation
Pattern recognition receptors (PRR) bind to
pathogen-associated molecular patterns
(PAMPS) and to damage-associated molecular
patterns (DAMPS) released from damaged host
cells, activating the immune system and leading
to inflammation

Humoral Immunity
Humoral immunity, which involves the
production of antibodies by B-cells, can cause
damage in the context of bacterial infection
through a process called antibody-mediated
immunity. Antibody-mediated immunity occurs
when antibodies produced in response to
bacterial infection bind to bacterial antigens,
forming immune complexes that can activate
complement and recruit inflammatory cells.
Poststreptococcal glomerulonephritis can
develop after infection with S. pyogenes. It is caused by antibodies that bind to
streptococcal antigens and form immune complexes, which deposit in renal glomeruli
and produce nephritis.
If the immune response is not controlled, excessive activation of complement and
recruitment of inflammatory cells can lead to tissue damage and inflammation. For
example, in bacterial infections like meningococcal meningitis or pneumococcal
pneumonia, immune complexes can activate complement and cause inflammation in
the brain or lungs, respectively. This can result in tissue damage and impairment of
organ function.

Chronic inflammatory disease


An early event compromising the intestinal epithelial barrier enables the entry of both
pathogenic and commensal microbes and their interactions with local immune cells,
resulting in inflammation and more epithelial injury (cycle of injury and inflammation)

Cancer - H.pylori
They can live in the stomach because they have urease - converts urea into
ammonia increasing the pH.
H. pylori is a type of bacteria that infects the stomach and the upper part of the small
intestine. While most people who are infected with H. pylori do not develop any
symptoms or complications, some people can develop long-term inflammation of the
stomach lining (gastritis), ulcers, and in rare cases, stomach cancer.

66
The exact mechanisms by which H. pylori causes cancer are not fully understood,
but it is believed that the bacteria can cause chronic inflammation of the
stomach lining, which over time can lead to changes in the DNA of the cells in
the stomach lining, promoting the development of cancer.
Specifically, H. pylori infection can lead to the activation of inflammatory cells,
such as neutrophils, macrophages, and lymphocytes, which release reactive
oxygen and nitrogen species and cytokines that can damage DNA and
promote the growth of abnormal cells. In addition, H. pylori can produce
enzymes, such as CagA, that can interfere with cellular signaling pathways
and contribute to the development of cancer.

Questions - Kahoot

1. Which of the following is a competitive advantage of virulence


mechanisms:
R: Perpetuation, dispersal and survival in the body.
2. What is a virulence factor?
R: A component of the microbe that causes damage in the host
3. In the context of microbial pathogenesis, host damage can result
from:
R: Microbial factors and/or the host response
4. Commensalism is a state of host-microorganism interaction that does
not result in host damage.
R: True
5. Disease is a clinical outcome of host damage that occurs after a
threshold amount of damage has occurred.
R: True
6. Class 2 pathogen.
R: causes damage in hosts with normal immune responses and causes
damage in hosts with weak immune responses.
7. The virus…
R: enter cells, proliferates, induces a strong immune response, causes death.
8. Which types of viral tropism exist?
R: Cellular, tissue and host tropisms
9. Which are the determinants of viral tropism?
R: Route of entrance, availability of host factors and entry receptors
10. Which of the following is a viral adhesion of influenza virus?
R: Hemagglutinin
11. Which can be an attachment site for the glycoprotein adhesin of HIV?
R: CD4
12. NTCP receptors responsible for HBV entry are highly abundant in

67
R: Hepatocytes.
13. Antigenic drift and shift are mechanisms of antigenic variation used
to attract the host immune system.
R: False (not attract)
14. Mechanisms by which viruses kill host cells:
R: Antiviral immune responses, blocking host protein synthesis and apoptosis
signaling virus infection.
15. T-cell mediated inflammation is a direct cytopathic effect of the virus
R: False (not direct)
16. Neoplastic transformation…
R: is a consequence of transformation of infected cells
17. Protein F is a secreted factor of S.pyogenes that damages the host
R: False
18. Lipid A is the hydrophobic anchor of lipopolysaccharides.
R: True
19. Lipid A is an exotoxin because it is not cytoplasmic.
R: False
20. High levels of LPS induce cytokine storms in the host.
R: True
21. Examples of exotoxins of Clostridium tetani, Streptococcus
pyogenes and Streptococcus pneumoniae are:
R: Tetanus toxin, streptolysin and pneumolysin, respectively.
22. Streptokinase and staphylokinase are host enzymes that dissolve
fibrin clots.
R: False → não são do host
23. Poststreptococcal glomerulonephritis is caused by ____ of_______
that bind streptococcal_____.
R: antibodies, humoral immunity, antigens
24. Caseous necrosis contains T-cells.
R: False → However, as the necrosis progresses and the tissue becomes
more liquefied, the T-cells and other inflammatory cells are often unable to
maintain their presence in the area. The resulting caseous material is typically
composed of dead tissue, debris, and a small number of residual inflammatory
cells. Therefore, while T-cells may be present in the early stages of caseous
necrosis, they are not typically present in the later stages of the process.
25. H.pylori is a known factor for
R: duodenal disease, gastric ulcer disease and gastric disease.

68
T6 - Inflammation

O sistema imune divide-se em imunidade inata e adaptativa, sendo que se


encontram ativas em diferentes alturas. Todos estes mecanismos são altamente
diferentes e especializados, contudo, todos agem em concordância para conseguir
proteger o organismo.
Muitas infeções são eliminadas rapidamente pelos mecanismos de imunidade inata.
Dessa forma não nos acostumamos a perceber que fomos infetados, pois os
sintomas ou efeitos patológicos são reduzidos ou nulos. Quando há sintomas,
costuma ser porque o sistema imune adaptativo já se encontra ativo.

Apesar da inflamação ser um processo do sistema imune, leva a diversos sintomas,


desde calor, vermelhidão, inchaço, dor e perda de função (esta última só foi
reconhecida à pouco tempo.
A inflamação é induzida por mediadores químicos que são produzidos pelas
células hospedeiras em resposta a um estímulo nocivo.
Os mediadores de defesa incluem os leucócitos fagocitários, anticorpos e
proteínas do complemento.

A série típica de passos sequenciais:

1. O agente ofensor, localizado em tecidos extravasculares, é reconhecido pelas


células hospedeiras e moléculas.
2. Leucócitos e proteínas plasmáticas são recrutados a partir da circulação para
o local.
3. Os leucócitos e as proteínas são activados e juntos destroem e eliminam o
substância ofensiva.
4. A reação é controlada e terminada.
5. O tecido danificado é reparado.

69
A inflamação ocorre em resposta a estímulos,
levando a uma sequência de eventos. Existem
leucócitos em circulação que são recrutados para
os tecidos como uma primeira defesa. Também
ocorre saída de plasma e proteínas do sangue
que levam à formação de edemas e inchaço e
vermelhidão que observamos numa inflamação.
A inflamação é induzida por mediadores químicos
que são produzidos por células do hospedeiro em
resposta a estímulos de dano. Adicionalmente os
macrófagos e outras células imunes nos tecidos
reconhecem micróbios e células danificadas,
libertando mediadores que ativam reações
inflamatórias.

Notes: the vascular system has to allow the cells to


slow down, transendothelial migration and go into the
tissues. Transendothelial migration →
vasodilation and increased permeability

Contudo, é importante perceber que a inflamação


não ocorre só no caso de infeções, sendo que pode
resultar de outros tipos de danos aos tecidos. Este processo é normalmente
altamente regulado e limitado, contudo, diversos eventos podem levar a que a
inflamação passe de ser aguda para crónica. Se o dano for muito intenso,
prolongado, ou resultar de uma resposta inapropriada, poderá muitas vezes
levar a inflamações excessivas ou crónicas. Muitas vezes quando ocorre
inflamações inapropriadas, há um risco de exposição de auto-antigénios, que
poderá levar a auto-imunidades.
Por norma quando nos referimos a inflamações em diferentes tecidos, utilizamos o
nome do tecido e adicionamos “ite” ou “itis” em inglês. Exemplos disto são:
pancreatite ou pancreatitis, meningite ou meningitis, pericardite ou pericaditis, artrite
ou arthritis.

Features of Acute and Chronic Inflammation


Existem diversas doenças associadas à inflamação, podendo ser inflamações mais
curtas e agudas, ou serem mais longas e crónicas. Asma é um exemplo de doença
que pode ter os dois diferentes tipos de inflamação.
Estas duas formas de inflamação podem coexistir, e muitas variáveis podem
influenciar o seu percurso ou aparecimento nos tecidos.

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Notes: neutrophils are the most predominant immune cells in the blood ; they are
the first to go into the site of inflammation
fibrosis → does not replace exactly the same cells → adds fibroblasts; hepatitis →
the liver regenerates really easy , but if the insult is prolonged can cause fibrosis

Fibrose é a formação excessiva de tecido conetivo num órgão ou tecido num


processo reparador e reativo. Por norma é um processo natural e não costuma levar
a grandes danos, exceto quando este ocorre em órgãos vitais, podendo levar a
perdas de função.

Reações inflamatórias estão por detrás de


muitas doenças crónicas comuns →
rheumatoid arthritis, atherosclerosis, and
lung fibrosis, as well as life-threatening
hypersensitivity reactions to insect bites,
drugs, and toxins

Resumo: A inflamação é uma resposta de defesa do organismo contra invasores ou


tecido necrótico, mas é capaz por si próprio de causar danos tecidulares. Os
principais componentes são a reação vascular e a resposta celular, ativados
por mediadores derivados de proteínas do plasma e diversas células.
Inicialmente tem de haver Reconhecimento do agente causador de dano, seguido
de Recrutamento dos leucócitos para levar à Remoção do agente, e após isso, tem
de haver uma Regulação da resposta inflamatória e Resolução (reparo dos danos).
O resultado da inflamação será a eliminação do estímulo de dano, seguido de
declínio da reação, e reparo do tecido danificado em condições normais. Em
condições patológicas, irá haver persistência do dano, resultando numa inflamação
crónica.

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What stimulates inflammation?
● Infecções (bacterianas, virais, fúngicas, parasitárias)
● Necrose de tecidos (de qualquer causa), incluindo isquemia (fluxo sanguíneo
reduzido, como num enfarte do miocárdio) e lesão física e química (p. ex., lesão
térmicas, como queimaduras ou queimaduras por congelação).
● Trauma e agentes físicos e químicos (por exemplo, lesões térmicas, tais como
queimaduras ou queimaduras por congelação; irradiação; toxicidade de certos
produtos químicos ambientais) ferir as células hospedeiras e provocar reacções
inflamatórias.
● Corpos estranhos (lascas, sujidade, suturas, depósitos de cristais)
● Reacções imunitárias (reacções de hipersensibilidade: auto-imunes ou alergias)

Recognition of microbes and damaged cells

Durante o passo de reconhecimento é preciso haver recetores celulares e proteínas


em circulação que consigam sentir o estímulo. As nossas células apresentam
“Pattern recognition receptors” (PRRs) que reconhecem padrões moleculares
comuns em microrganismos, os “pathogen-associated molecular patterns”
(PAMPs) , como Toll like receptors e lectinas, e induzem libertação de citocinas
inflamatórias e antivirais (interferons) e proteínas que promovem a ativação
linfocitária.
Adicionalmente, temos sensores de dano celular, que são recetores citosólicos
normalmente, capazes de reconhecer moléculas libertadas ou alteradas devido a
dano celular, os “damage-associated molecular patterns” (DAMPs), como o
DNA no citosol, ATP, ácido úrico, K+ citosólico reduzido, tudo componentes
nossos, mas em locais ou conformações que não deveriam estar em condições
normais. Estes recetores vão ativar o inflamassoma.
Finalmente existem proteínas em circulação, que são proteínas do plasma que
reconhecem micróbios, destroem-nos ou opsonizam-os e estimulam a
inflamação, por exemplo, o sistema de complemento ou a lectina que liga à manose.

72
Durante a inflamação aguda, ocorrem 3 eventos principais:
- O primeiro é a dilatação dos pequenos vasos, que levam ao aumento do fluxo
sanguíneo.
- O segundo é o aumento da permeabilidade da microvasculatura, permitindo
que as proteínas do plasma e leucócitos sejam capazes de sair da circulação,
para os tecidos afetados.
- Finalmente, o terceiro é a emigração de leucócitos da microcirculação,
acumulando-se no local de dano e ativação para eliminarem os agentes
causadores de dano.
É a maior permeabilidade da microvasculatura que permite a saída de plasma e
proteínas do plasma que ao acumularem-se nos tecidos formam edemas.
A pressão osmótica normalmente é bastante equilibrada, sendo que não costuma
haver perdas de fluídos, nem de proteínas. No caso de inflamação, há um
aumento da vasodilatação, levando a saída de fluídos, proteínas e células
(Exsudado).
O pus, é um exsudado purulento, rico em leucócitos (maioritariamente
neutrófilos), restos de células mortas e em alguns casos micróbios.
O sangue viaja a uma velocidade muito grande, pelo que é preciso os leucócitos
conseguirem aproximar-se do endotélio, onde estarão proteínas ativadas durante a
inflamação, que conseguem ligar-se aos leucócitos para que estes parem na
circulação (processo denominado por tethering). Após o tethering, os leucócitos
vão rolando pelo endotélio até que as integrinas consigam ligar com elevada
afinidade e promover a transmigração das células para os tecidos. É para isso
que precisamos de proteínas quimioatratores para recrutar as células para os
locais certos onde os leucócitos precisam de migrar.

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The attachment of leukocytes to endothelial cells is mediated by complementary
adhesion molecules on the two cell types whose expression is enhanced by
cytokines.
O recrutamento dos leucócitos é possível através da quimiotaxia de leucócitos que
leva a uma locomoção ao longo de um gradiente químico dos leucócitos. Existem
diversas substâncias que podem atuar como quimioatratores, desde produtos
bacterianos (particularmente os N-formilmetionina terminais), citocinas
(especialmente as da família das quimiocinas), componentes do sistema de
complemento, e até mesmo produtos da lipoxigenase de ácidos
araquidónicos, em particular a leukotriene B4 (LTB4).
Não há saída dos leucócitos nas artérias, só nas veias e capilares.

Ativação dos leucócitos

A ativação dos leucócitos é feita por recetores nas membranas plasmáticas que
ativam uma cascata de sinalização que ativa leucócitos e induz diversos fenómenos,
ou ativam outros mediadores.

Os principais mediadores da inflamação são:


● Aminas vasoativas - histamina, serotonina → vasodilatação e
permeabilidade vascular
● Metabolitos de ácidos araquidônicos - prostaglandinas e leukotrienes →
reações vasculares, quimiotaxia leucocitária
● Citocinas - produzidas por muitos tipos de células, agindo em short range;
medeiam múltiplos efeitos; principais em inflamação aguda → TNF, IL-1, IL-6
e chemokines

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● ROS → microbial killing and tissue injury
● Óxidos nítricos → vasodilatação e mata micróbios
● Enzimas lisossomais → microbial killing and tissue injury

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Arachidonic acid metabolites
Arachidonic acid is a fatty acid that plays a crucial role in acute inflammation.
During acute inflammation, arachidonic acid is released from cell membranes
and converted by enzymes such as cyclooxygenase and lipoxygenase into
various bioactive molecules, including prostaglandins, thromboxanes, and
leukotrienes.
Mechanical, chemical, and physical stimuli or other mediators (C5a) trigger the
release of AA by activating phospholipases
These bioactive molecules act as signaling molecules and play a role in regulating
inflammation by causing vasodilation (widening of blood vessels), increasing
vascular permeability, and promoting the migration of immune cells to the site
of injury or infection.
Specifically, prostaglandins and thromboxanes promote the formation of blood clots
and contribute to pain and fever, while leukotrienes contribute to bronchoconstriction
and airway inflammation.
Therefore, arachidonic acid and its metabolites play a critical role in the initiation and
regulation of acute inflammation. Drugs that inhibit the enzymes involved in the
metabolism of arachidonic acid, such as nonsteroidal anti-inflammatory drugs
(NSAIDs), are commonly used to treat inflammatory conditions.

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Os leucócitos apesar de contribuírem para a função defensiva da inflamação
podem contribuir para danos. Um exemplo disto é a destruição de micróbios e
resíduos celulares, que muitas vezes libertam ROS, NO, e enzimas que podem
danificar as outras células. As Neutrophil Extracellular Traps (NETs) podem
aparecer no caso de infeções excessivas, contudo levam à exposição de
auto-antigénios. Os mecanismos de eliminação de micróbios e células mortas
por si só conseguem danificar tecidos normais. Devido a tudo isto, temos
mediadores anti-inflamatórios que terminam as reações inflamatórias quando estas
já não são precisas.
Os mediadores de inflamação são
produzidos rapidamente, mas
somente enquanto há estímulos,
pelo que, ao terem semi-vidas muito
curtas, são rapidamente degradados
após serem libertados. Dessa forma,
quando deixa de haver estímulo eles
são rapidamente degradados. Os
neutrófilos também apresentam
tempos de semi-vida muito curtos, e
morrem por apoptose dentro de
horas ou um dia ou dois após
saírem do sangue, pelo que deixa
de haver neutrófilos nos tecidos
quando a infeção para.

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Acute Respiratory Distress Syndrome – É uma resposta muito rápida que leva a
produção de IL-8 que estimula uma grande produção acumulação de neutrófilos nos
capilares pulmonares. Quando se vai ver os alvéolos, estes estão completamente
danificados por causa da resposta dos neutrófilos. Isto pode ocorrer devido a
diversas doenças, como a infeção com SARS-CoV.

Morphological patterns of acute inflammation

Serous inflammation - Serous inflammation is a type of acute inflammation


characterized by the accumulation of a thin, watery fluid called serous fluid in the
affected tissues or body cavities. Serous fluid is a clear, colorless fluid that is similar
to plasma and is produced by blood vessels in response to inflammation.

Purulent inflammation - characterized by the production of pus, consisting of


necrotic neutrophils, and edema fluid

Fibrinous exudates - A fibrinous exudate is a type of inflammatory exudate that


contains a large amount of fibrin, a protein that is involved in blood clotting. Fibrinous
exudate is characterized by the presence of a thick, yellowish-white, sticky fluid that
can accumulate in body cavities or between tissues. Fibrinous exudate typically
occurs in response to severe inflammation or tissue damage, and it is often
associated with a bacterial infection. During inflammation, blood vessels become
more permeable, allowing plasma proteins, including fibrinogen, to leak into the
surrounding tissues. Once in the tissue, fibrinogen is converted into fibrin by the
enzyme thrombin, forming a mesh-like network that traps cells and fluid. This results
in the formation of a fibrinous exudate. Fibrinous exudate can cause tissue
adhesions, leading to organ dysfunction and impaired organ function. In severe
cases, the accumulation of fibrinous exudate can also lead to the formation of fibrin
deposits, which can block blood vessels and cause tissue ischemia.

Ulcer - defect, or excavation, of the surface of an organ or tissue that is produced by


the detachment of inflamed necrotic tissue

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A inflamação crónica é uma resposta de duração prolongada (semanas ou meses)
nos quais a inflamação, tecido danificado, e mecanismos de reparo de dano
coexistem em combinações variáveis. Em contraste à inflamação aguda, que é
distinguida por mudanças vasculares, edemas, e infiltrados de neutrófilos, a
inflamação crónica é caracterizada por
- Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos, células
do plasma, eosinófilos e mastócitos
- Dde tecidos, maioritariamente devido a produtos resultantes da inflamação.
- Os reparos destes danos envolvem proliferação de novos vasos
(angiogênese) e fibrose.
- Esta inflamação pode resultar de infecções persistentes, doenças
inflamatórias mediadas pelo sistema imune e exposição prolongada a
agentes tóxicos.

Pode ocorrer formação de granulomas, que são uma tentativa pelas células de
conter um agente que causa danos que são difíceis de eliminar. Estes
granulomas são uma forma de inflamação crónica, sendo que existem macrófagos
ativos, linfócitos T, e regiões de necrose central. Os macrófagos desenvolvem
citoplasma abundante e podem fundir-se para formar células gigantes.

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Tissue repair

Nem todos os danos levam à formação de


cicatriz, depende do quão severo for o dano
nos tecidos. Isto porque se o dano for
demasiado severo ou crónico, a
regeneração não consegue reparar o dano
completamente, sendo preciso substituição
de células não regeneradas por células do
tecido conetivo, o que leva à formação de
cicatriz. Tudo isto depende da capacidade
proliferativa da população de células,
presença de células estaminais, fatores de
crescimento e matriz extracelular.
A matriz extracelular serve de suporte
mecânico aos tecidos, atuando como substrato
para o crescimento celular e formação de
tecidos, o que regula a proliferação celular e a
sua diferenciação.

Durante o processo de fibrose a principal citocina é o TGF-beta , e é composto


por fibroblastos, colagénio e outros componentes da matriz extracelular

Fatores que influenciam a regeneração do tecido:

● Infection - prolongs inflammation and may increase local tissue injury.


● Nutrition - protein deficiency, and especially vitamin C deficiency inhibit
collagen synthesis and retard healing.
● Glucocorticoids (steroids) –may result in weakness of the scar because of
inhibition of TGF-β
● Mechanical variables such as increased local pressure or torsion may cause
wounds to pull apart, or dehisce.
● Poor perfusion -arteriosclerosis or diabetes or obstructed venous drainage
● Foreign bodies such as fragments of steel, glass, or even bone.
● The type and extent of tissue injury affects the subsequent repair.
● The location of the injury and the character of the tissue
● Aberrations of cell growth and ECM production.

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