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DESENVOLVIMENTO

Epigenética na Síndrome de Down

A epigenética é uma chave importante para minimizar déficits de aprendizagem,


memória e desenvolvimento na síndrome de Down.

O termo epigenética refere-se a como e quando os genes são ativados e desativados.


Quando há desregulação epigenética, a chance de alterações no desenvolvimento e o
risco de doença aumentam. Estas alterações podem ser geradas por uma dieta pouco
saudável, pelas carências nutricionais e pelo contato com toxinas e poluentes ambientais
(fumaça de cigarro, poluição, agrotóxicos, níquel, cádmio, chumbo, mercúrio, plásticos)
e drogas.

A metilação do DNA é a influência epigenética mais conhecida, mas existem também as


modificações de histonas e o papel dos microRNAs. A formação da memória depende
da diminuição da metilação do DNA dos genes promotores da memória e do aumento
da metilação do DNA dos genes supressores de memória. A “Epigenética cognitiva” é
um campo emergente de pesquisa que examina o efeito da epigenética na plasticidade
sináptica. O importante é que estes estudos permitirão cada vez maior individualização
das condutas.

A Influência Da Nutrigenômica Na Prevenção E No Tratamento Do Câncer De Mama

Uma estimativa global aponta que, em 2008, em torno de 1.38 milhões de novos casos
de câncer de mama foi diagnosticado, o que representou 23% de todos os casos de
câncer. Além disso, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o número de novos casos
esperados para o território brasileiro entre 2016/2017 foi de 57.960, representando
28,1% de todos os novos casos de câncer no país. A Agência Internacional para
Pesquisa do Câncer (WHO-International Agency for Research on Cancer) listou uma
série de fatores de risco que podem ajudar a explicar a incidência dessa patologia no
mundo. Interessantemente, a maioria desses fatores está associada à nutrição, como
obesidade, consumo de álcool, etc.

Estudos mostraram que o tipo ou a forma do câncer de mama é determinado no


momento do seu início, sugerindo que fatores genéticos e ambientais exercem um papel
importante no desenvolvimento do tumor e no progresso da doença. Com isso, o
crescente campo de pesquisa, referido como nutrigenômica, afirma que a nutrição tem
um impacto no genoma de tal forma que é primordial compreender essa interação, em
detalhes, a fim de evitar problemas de saúde e auxiliar no tratamento de doenças.
As expressões de perfis genéticos são controladas por alterações epigenéticas, que
podem ser definidas como variações no ambiente da cromatina de um gene. Entre as
alterações epigenéticas relacionadas ao câncer de mama mais estudadas estão a
acetilação/desacetilação de histonas e, mais recentemente, a metilação/desmetilação.
Nesse tipo de câncer, modificações nas histonas, combinadas com hipermetilação do
DNA, são associadas ao silenciamento epigenético de genes responsáveis pela
supressão tumoral e instabilidade genômica.

O BRCA1 é um gene que se encontra hipermetilado em casos de câncer de mama e, se


mutado, aumenta as chances de aparecimento da patologia em 45-85%. As vias de
sinalização Wingless e WnT, que controlam a diferenciação, proliferação e polarização
celular, também estão associadas com a maior incidência da doença quando
hipermetiladas. Outro ponto de interesse é o micro RNA (miRNA), que controla a
tradução do RNA mensageiro em proteínas e que, se hipermetilado, silencia os genes
promotores da supressão tumoral.

Estudos relatam importantes relações entre consumo calórico, ingestão de determinados


alimentos, nutrientes e fitoquímicos com alterações epigenéticas interessantes ao
tratamento e/ou à prevenção do câncer. É importante, ainda, lembrar o papel da dieta da
gestante na programação metabólica do feto, pois a alimentação adequada pode reduzir
as chances de a criança desenvolver câncer no futuro.

Pesquisas recentes associam o consumo excessivo de colina na gestação a uma menor


expressão de genes de supressão do crescimento tumoral. Por sua vez, este mesmo
estudo revela que, em caso de baixos níveis de folato na dieta materna, é necessária uma
suplementação para que se atinjam as recomendações, uma vez que essa estratégia
resulta em maior expressão de genes associados a um prognóstico favorável em relação
ao câncer de mama. Outra substância que merece atenção das gestantes é o álcool, que,
quando metabolizado, produz acetaldeído, substância considerada genotóxica, por inibir
o reparo do DNA e modular as enzimas envolvidas no metabolismo do carcinoma.

Além da dieta materna, a opção pelo aleitamento materno (AM) reduz a incidência de
câncer de mama mediante diversos mecanismos biológicos, como a inibição da
ovulação, o que reduz a exposição do tecido ao efeito mitogênico do estrógeno. A
excreção de carcinógenos pelo leite humano e/ou a exfoliação do tecido mamário são
fatores que auxiliam a eliminar células com DNA danificado, dessa forma, reduzindo as
chances de mutação. O aleitamento materno reduz as concentrações plasmáticas de
insulina, o que diminui as chances de desenvolver câncer de mama, visto que evidências
indicam que altos níveis de insulina crônicos aumentam as concentrações plasmáticas
de IGF-1 (Insulin-like-growth fator), que está associado à proliferação e aos efeitos
antiapoptóticos no tecido mamário.

Os poucos estudos que se concentram no impacto dos alimentos no epigenôma humano


apontam fatos interessantes sobre o consumo das isoflavonas de soja. Um estudo
mostrou a relação entre o consumo de soja e modificações na metilação de genes
reguladores da proliferação (RARβ2 e CCND2) associada ao desenvolvimento do
câncer de mama. Além disso, a isoflavona da soja tem sido associada ao aumento da
metilação de genes que codificam o IGF-2 e a ciclina G2 nas células epiteliais
mamárias. Portanto, os compostos relacionados à soja poderiam regular diversos genes
associados à proliferação.

Além das isoflavonas, evidências sugerem que dietas que forneçam uma boa variedade
de polifenóis são úteis para a prevenção e o controle do câncer de mama. Embora o
efeito mais conhecido dos polifenóis seja relacionado ao seu poder antioxidante, estudos
indicam que esses fitoquímicos também interagem com outras vias, principalmente
ligados à sinalização dos receptores. Esses estudos afirmam que os polifenóis podem
regular os receptores de estrógeno e tirosina quinase, induzindo apoptose e/ou autofagia
celular, mecanismo relacionado ao desenvolvimento do câncer de mama primário e
secundário. Ademais, esses compostos foram relacionados ao aumento de genes
antioxidantes, à diminuição da proliferação de células de câncer, ao bloqueio de
citocinas pró-inflamatórias ou endotoxinas mediadas por quinases e fatores de
transcrição associados à progressão do câncer e redução da atividade da histona
desacetilase.
CONCLUSÃO

Este objetivo da medicina personalizada será alcançado por nós através da descoberta de
novos biomarcadores que transformarão o futuro da saúde. Concentrando esforços na
descoberta de genes que afetam a qualidade de vida e o bem-estar de indivíduos e suas
famílias. Focados em realizar pesquisas inovadoras que solucione os problemas mais
difíceis. Objetivo é encontrar soluções que possam melhorar significativamente os
resultados de saúde em doenças e enfermidades onde há uma necessidade clinicamente
não atendida, focados em antecedência genética.

Podemos descobrir e potencialmente desenvolver diferentes terapias que atendem ao


amplo espectro de pessoas que representam um perfil comum dentro de uma
comunidade.

Focada também para pessoas que devem ser conscientizadas sobre a revolução
genômica que está acontecendo ao nosso redor e quais são as implicações disso para
elas e para a sociedade como um todo.

Dentre as principais áreas abordadas, destacam-se alguns dos desafios atuais


relacionados ao combate ao câncer de mama, diabetes, ataque cardíaco, acidente
vascular cerebral, demência e doença de Alzheimer.
REFERÊNCIAS

FUTURE GENETICS: Pioneering Genomics Research. Disponível em: <


https://futuregenetics.co.uk/>. Acesso em 30 abr 2022.

Nutrigenomics. The basics. Disponível em: <


https://www.nutritionsociety.org/blog/nutrigenomics-basics >. Acesso em 30 abr 2022.

Nutriepigenomics. Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Nutriepigenomics>.


Acesso em 30 abr 2022.

Nutrigenetics and Nutrigenomics: Viewpoints on the Current Status and Applications in


Nutrition Research and Practice. Disponível em: <
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3121546/>. Acesso em 30 abr 2022.

Epigenética na Síndrome de Down. Disponível em: <


https://andreiatorres.com/blog/2020/4/29/epigenetica-na-sindrome-de-down-grupo-de-
estudos#:~:text=A%20epigen%C3%A9tica%20%C3%A9%20uma%20chave,o
%20risco%20de%20doen%C3%A7a%20aumentam/>. Acesso em 30 abr 2022.

Nutrigenetics and Nutrigenomics: Viewpoints on the Current Status and Applications in


Nutrition Research and Practice. Disponível em: <
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3121546/>. Acesso em 30 abr 2022.

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