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TEOLOGIA PAULINA AOS

FILIPENSES
Profª. Eila Gabriela
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
• PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO, R. H.
GUNDRY
• FILIPENSES, RALPH P. MARTIN
• EFÉSIOS E FILIPENSES, WILLIAM HENDRIKSEN
• FILIPENSES, JOÃO CALVINO
• COMENTÁRIO FILIPENSES, MACARTHUR
CRONOGRAMA 1º BIM
10/02 – Aula 1 (Avaliação de conteúdo)
17/02 – Aula 2 (Apres. Met. + Introd. Atos 16)
02/03 – Aula 3 (Autoria)
09/03 – Aula 4 (Anal. Fp Cap. 1)
16/03 – Aula 5 (Anal. Fp Cap. 2)
23/03 – Aula 6 (Anal. Fp Cap. 3)
30/03 – Aula 7 (Anal. Fp Cap. 4)
06/04 – Aula 8 (Entrega de Trabalho/Prova)
CRONOGRAMA 2º BIM
13/04 – Aula 9 (Conteúdo Teológico/Doutrinário)
27/04 – Aula 10 (Conteúdo Teológico/Doutrinário)
04/05 – Aula 11 (Conteúdo Teológico/Doutrinário)
11/05 – Aula 12 (Conteúdo Teológico/Doutrinário)
18/05 – Aula 13 (Conteúdo Teológico/Doutrinário)
25/05 – Aula 14 (Apresentação de Trabalho)
01/06 – Aula 15 (Apresentação de Trabalho)
08/06 – Aula 16 (Apresentação de Trabalho)
15/06 – Aula 17 (Apresentação de Trabalho)
22/06 – Aula 18 (Prova)
29/06 – Aula 19 (Prova Recuperação)
ORIGEM E DATA
ORIGEM E DATA

CESAREIA ÉFESO ROMA


OCASIÃO
• Paulo recebia ajuda dos filipenses:
Fp 2.25; 4.10, 14 e 15; II Co 11.8

• Carta escrita da Prisão:


Fp 1.7, 13; 2.24; Fm 22
TEMA E PROPÓSITO
• AGRADECER O APOIO FINANCEIRO DOS
IRMÃOS FILIPENSES;

• EXORTAR QUANTO A NECESSIDADE DA UNIÃO


DOS IRMÃOS E SOBRE OS JUDAIZANTES;

• INFORMAR UMA POSSÍVEL FUTURA VISITA.


FILIPOS (Atos 16.6-40)
ΠΡΟΣ ΦΙΛΙΠΠΗΣΙΟΥΣ 1.1 Grego NT - Nestle 1904

1Παῦλος καὶ Τιμόθεος δοῦλοι


Χριστοῦ Ἰησοῦ πᾶσιν τοῖς ἁγίοις ἐν
Χριστῷ Ἰησοῦ τοῖς οὖσιν ἐν
Φιλίπποις σὺν ἐπισκόποις καὶ
διακόνοις· 2 χάρις ὑμῖν καὶ εἰρήνη
ἀπὸ Θεοῦ Πατρὸς ἡμῶν καὶ Κυρίου
Ἰησοῦ Χριστοῦ.
ΠΡΟΣ ΦΙΛΙΠΠΗΣΙΟΥΣ 1.1 Grego NT - Nestle 1904
ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.1-2

 EMISSÁRIOS DA CARTA EPISTOLAR;

 NÃO REIVINDICAÇÃO DO APOSTOLADO;

 A GLÓRIA EM SER SERVO;


ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.1-2

 DESTINATÁRIOS DA CARTA:
MEMBROS COM BISPOS E DIÁCONOS
(IGREJA JÁ ORGANIZADA)

 GRAÇA E PAZ
(SAUDAÇÃO PARA JUDEUS E GENTIOS)
ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.3-11

 PERÍCOPE DE ORAÇÃO

 DOXOLOGIA
ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.3-5

 ORAÇÃO, SÚPLICAS

 MOTIVO DE ORAÇÃO

 KOINONIA
ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.6-8

 DESENVOLVIMENTO DA SALVAÇÃO;

 DIA DE CRISTO (1.10, 2.16);

 DEFESA DO EVANGELHO.
ANÁLISE DE FILIPENSES
CAP. 1.9-11
 AMOR;

 APROVAR (TESTE APROVADO);

 SINCERIDADE E INCULPABILIDADE;

 VIDA DE JUSTIÇA;

 PROPÓSITO: A GLÓRIA DE DEUS.


ANÁLISE DE FILIPENSES

PRÓXIMA AULA:
FP 1.12-26
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Fértil
Civilizações que viveram Crescente
nesta região:
- Adão e Eva;
-Civilizações
Antediluviana
s
-Civilizações Pós-Diluvianas
(Sem, Cam e Jafé [Gn 10] Ur
– Torre de Babel [Gn
11]) Éde
n
- Império Sumeriano
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Fértil Crescente

Civilizações que
viveram nesta
região:
- Patriarcas
(Abraão, Isaque,
Jacó e José);
-Império Egípcio;
Egito
- Peregrinação pelo
deserto e conquista de
Canaã;
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Fértil
Crescente

Civilizações que
viveram nesta
região:
- Período dos
Juízes;
- Período da Monarquia
em Israel (reinados
de Saul, Davi e
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Fértil
Crescente
Reino de Saul – 1050 –
1010 a.c.
Reino de Davi – 1010 –
970 a.c.
Reino de Salomão – 970 –
930 a.c.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido
922 a.c. o Reino é
dividido
Reis de Israel – 20
reis

Reis de Judá – 19 reis


e 1 rainha
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino
922 – 722 a.C. – Dividido
este foi o período
que os reis do Reino
do Norte
governaram, até que
Israel fora
conduzido ao
cativeiro Assírio em
722 a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino
Dividido
922 – 586 a.C. – foi
o período que os reis
de Judá
governaram, até que
em 586 a.C. Judá
foi conduzido cativo
para a Babilônia.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido
Profetas do Reino do
Norte (922 – 722
a.C.)
Elias, Elizeu, Jonas,
Amós,
Oséias.

Profetas do Reino do
Sul (922 – 586 a.C.)
Joel, Isaías, Miquéias,
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722
a.C. Ninrode fundou a
cidade de Nínive
na região da
No reinado de Assíria (Gn 10:
Davi, os assírios 10-12).
recuam.

No século IX, sob o


comando de
Assurbanipal II, os
assírios fazem
várias incursões no
No século XIII Fértil Crescente.
Tiglate-Pileser I,
a.C.,
foi o primeiro rei
Assírio a subjugar
um povo
(fenícios).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722 a.C.
Neste contexto, surge Assurbanipal II (884 – 859
a. C.), a história registra que este rei realizou 14
grandes expedições no fértil crescente durante seu
reinado.

Assubanipal
II
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722 a.C.
Salmaneser III (859-824 a. C.), foi o sucessor de
Assurbanipal II. Em 853 a. C., travou uma batalha em
Qaqar, contra Bem-Hadade, rei da Síria, Acabe, rei de
Israel e outros reis. Nesta guerra, Salmaneser, perdeu e
voltou a sua terra.

Alguns anos depois, precisamente em 841 a. C., após


ter-se fortalecido, Salmoneser III fez incursões contra a
Síria, Cilícia e Israel, nos dias de Jeú, sujeitando estas
três nações a lhe pagarem tributo.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
Obelisco Negro
de Nimrud.
O rei Jeú de
Israel, pagando
tributos a
Salmaneser III
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722 a.C.

Após divisão de Israel em Reino do Sul e Reino do Norte, os dois


reinos divididos foram fortemente repreendidos por profetas que
Deus levantou ao longo da existência destes reinos.

A mais terrível maldição da aliança viria sobre eles:


seriam expulsos de sua terra e levados para outra terra, como
escravos.

O exílio como maldição da aliança foi predito por Deus ao


povo no deserto nos seguintes termos em: Dt 28: 15, 32, 36, 41,
49-57,
64-65.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722 a.C.
Em meados do século VIII a. C., a Assíria sob o comando de Tiglate-
Pileser III (746-727 a.C.), se consolida internamente e está pronta pra
tornar-se um forte império pelo Fértil Crescente.

Tiglate-Pileser III, destaca-se pois foi um tirano que preparou um forte


exército derrotando vários inimigos no Fértil Crescente, dentre eles:
os arameus e os medos.

Durante o reinado de Menaém em Israel, Pul (Tiglate-Peleser III),


cobrou altos tributos do rei israelita, tornando-o seu servo (2Rs 15:
17-20). Após Menaém governar, Pecaías seu filho reina e na
sequência sob o comando de Peca, Tiglate-Pileser III conquista
algumas cidades de Israel e os conduz a Assíria (2Rs 15: 23-29).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722
Neste contexto das investidas dos Assírios no Reino do Norte,
a.C.Oséias e Amós.
levantaram-se os profetas Isaías,

Em 734 a.C., houve um embate na região da Síria. Rezim, rei de


Damasco e Peca, rei de Israel, tentaram unir forças com Acaz,
rei de Judá, para lutarem contra Pul. (2Rs 15: 37 ; 2Rs 16: 5)

Isaías, o profeta, encorajou Acaz a não temer a arremetida de


Rezim e Peca, mas somente confiar em Deus (Is 7: 1-9). No
entanto, Acaz foi buscar refúgio nos Assírios e não em Deus (2Rs
16: 5-9). Isaías o adverte outra vez (Is 7: 10-17), dizendo que a
Assíria era o inimigo a ser vencido (Is 7: 20-25).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722
a.C.
Reino do Norte
Os profetas A história registra Com a morte de Tiglate-Pilezer
alertaram que o que
III, Peca foi deposto Salmaneser V (727-722 a.C.), assume
Reino do Norte do trono em Israel e o Império Assírio. Ele rompe a
(Israel) seria aliançaisto com Oséias, rei de Israel, prende-o e
levado cativo para
ocorreu mediante um sitia Samaria por três anos (2Rs 17:
outra nação.
acordo entre Tiglate-Pileser 3-5). Salmaneser V morre e Sargão II
Dentre eles, III, rei da Assíria e (722 – 705 a.C.) assume o
Oséias pregou a Oséias (731-722 comando e leva o Reino do Norte
sentença que a.C.), que assumiu o cativo para a Assíria (2Rs 17: 6).A
seria executada trono no Reino do causa do cativeiro é dita (2Rs 17: 7-
em 722 a.C. Norte no lugar de 23). Sargão II impõe sua política
(Os 9-10) Peca. sob os israelitas (2Rs 17: 24-41).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido 800 -722

a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Contexto histórico do Reino Dividido
Reino do Sul (Judá) – 922 – 586 a.C.
Isaías (740 – 680 a. C.)
Reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias,
(Manassés?). Is 1: 1.
Uzias 792 – 740 a. C. Jotão 750 – 735 a. C.

Acaz 735 – 715 a. C. Ezequias 715 – 686 a.


C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Conceito de profeta
Deuteronômio 18: 9-14
“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não
aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas
nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a
seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador,
nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele
que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas
abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.
Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. Porque estas nações,
que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os
adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal
coisa.”
ANÁLISE DE ISAÍAS
Conceito de profeta
Deuteronômio 18: 15-22
“O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus
irmãos, como eu; a ele ouvireis; Conforme a tudo o que pediste ao
Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei
mais a voz do Senhor teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para
que não morra. Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que
disseram. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu,
e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe
ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele
falar em meu nome, eu o requererei dele. Porém o profeta que tiver a
presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha
mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta
morrerá. E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o
Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa
palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor
não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.”
ANÁLISE DE ISAÍAS
Conceito de profeta
Deuteronômio 18: 9-14 Deuteronômio 18: 15-22

Profetas das nações Profetas de Israel


pagãs Um profeta local; um
profeta semelhante a
Advinhador, Moisés; Deus colocará
palavras na boca dele;
Prognosticador,
deverá falar tudo; se falar
Agouceiro, Feiticeiro, algo a mais ou nome de
Encantador, outros deuses, será
Necromante, Mágico. morto.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Conceito de profeta
Características de um verdadeiro profeta

Coração dedicado a Deus, senso


do chamado divino, mensageiro
de Deus, proclamador de
verdades divinas, revelador do
futuro e possui metodologias
diversas.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Quem é o profeta Isaías?
Ele é filho de Amoz (Is 1: 1) que, segundo a tradição,
era irmão do rei Amazias (2Rs 14: 1-2).

Se isto é verdade, explica-se facilmente a influência de


Isaías nas cortes dos reis de Judá: Acaz (Is 7: 3) e
Ezequias (Is 37: 21 ; 39: 3).

Isaías era casado, sendo sua esposa uma profetiza (Is


8: 1), que lhe deu dois filhos (Is 7: 3 ; 8: 3) com nomes
simbólicos.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Quem é o profeta Isaías?
Isaías foi chamado por Deus para ser profeta em
Judá (Is 6: 1-13).
Ele deveria proclamar, que Judá seria destruído, um
remanescente seria exilado (Babilônia), e que a casa real
de Davi e a semente de Abraão não seriam completamente
removidas (Is 6: 9-13).

Devido a acessibilidade de Isaías no palácio real dos reis


de Judá, isso pode ter cooperado para que no reinado de
Manassés, ele tenha sido martirizado, conforme a tradição
aponta. (Hb 11: 37)
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Título do Livro)
Título do Livro
Pensando no O profeta Isaías
O livro de Isaías significado do tem sido chamado
recebe seu título do nome do o profeta
nome de seu profeta, fica em evangélico do
autor. evidência que Antigo Testamento.
Yeshayahu (Isaías) “O Senhor é Isto ocorre, pois o
é o nome do salvação”, é o tema da salvação
profeta que tem tema geral da do Senhor,
por mensagem de predomina em seu
tradução, “O Isaías. escrito.
Senhor é salvação”.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Reino do Norte (Atacado pelos
assírios e conduzido ao cativeiro
em 722 a. C.)
Reino do Sul (Viveu sob as
ameaças da Assíria no
período de 750 – 681 a. C.)

Isaías profetizou no
período de740 – 680 a. C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Judá sofreu nas mãos do assírios, no entanto, não
foi conduzida cativa por eles. Neste período de
incertezas, Isaías é levantado por Deus no Reino do
Sul para profetizar ao povo.
Em muitos momentos, Isaías profetiza para que o
povo não temesse os assírios, e para que os reis de
Judá confiassem em Deus apenas.
Como vimos anteriormente, em uma das investidas
assírias contra Judá, o profeta Isaías alertou Acaz,
rei de Judá, a confiar em Deus e não em outro
povo. (2 Rs 16: 5-9 ; Is 7: 10-25)
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Após esta palavra de Isaías a Acaz, Judá faz uma aliança
com os assírios, para que estes não os destruíssem. Desta
forma, Judá foi poupada do cativeiro, mas o Reino do
Norte (Israel) não o foi.
Anos depois, entre os anos 705 – 686 a.C., Senaqueribe
assume o trono na Assíria e seu império expande ainda
mais.
A história registra que Sabaca, da Etiópia, conquistara o
Egito e estava disposto a fazer uma aliança com Judá
para lutarem contra os assírios. No entanto, Isaías
advertiu para que o povo não confiasse nos egípcios e sim
no Senhor. (Is 31: 1-5)
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)

Enquanto Senaqueribe estava no poder do império assírio,


outras nações tentaram, tal como o Egito, unir forças a
outros povos, dentre eles Judá, para tentarem destruir a
Assíria.

Em outro momento histórico, um representante da Babilônia, que era


um reino em crescimento, visita Ezequias, para que unissem forças e
lutassem contra a Assíria. (2Rs 20: 12-19 ; Is 39)
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)

O tempo passa, Senaqueribe derrota o Egito e


conquista 46 cidades de Judá. Ezequias vendo
o poder assírio, concordou em pagar ao rei
assírio tributos (2Rs 18: 13-16 ; 2Cr 32: 1-8 ; Is
36: 1-3). Senaqueribe recebe o tributo, mas
exigiu que Ezequias e Jerusalém se rendessem a
ele, Ezequias recusou-se. (2Rs 18: 17-37 ; 2Cr
32: 9-20 ; Is 36: 4-22)
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Senaqueribe e Ezequias
Ezequias Isaías profetiza
Jerusalém é sitiada.
Ezequias consulta após a leitura novamente dando
da carta, conforto a Ezequias
profeta
o Isaías (2Rs
(2Rs 19: 20-34 ; Is
19:
1-7 ; Is 37: 1-7). O rei busca a Deus 37: 21-35). Os
da Assíria envia uma em oração assírios são
carta a Ezequias (2Rs 19: truídos (2Rs
des
ameaçando-o (2Rs
19: 8-13 ; Is 37: 8-13). 14- 35- 37 ; 2Cr
19: 32: 21-
19 ; Is 37: 22 ; Is 37: 36-
14- 38).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Isaías
Isaías profetiza durantes os reinados de Uzias, Jotão,
Acaz, Ezequias e por fim, Manassés. O contexto de
decadência espiritual de Judá, de crise política e social,
marcou o ministério de Isaías. Sob as ameaças de
invasão dos assírios, Isaías profetizou, no entanto, Deus
guardou a nação de ser conduzida cativa para a
Assíria. No entanto, Isaías profetiza que Judá seria
conduzida em tempo oportuno ao cativeiro babilônico e
que sob o comando de Ciro, o persa, voltariam do
cativeiro para sua terra de origem.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Contexto que os fatos ocorreram)
Isaías
É importante pontuar que embora Isaías profetize o
cativeiro babilônico e que o povo, depois de um
período preso em terra alheia seria conduzido de
volta a Judá, o profeta não vive quando estes fatos
ocorrem. Isaías é um profeta pré-exílio babilônico.
Isaías profetiza a invasão babilônica que ocorreria
em 587 a.C. e a soltura dos judeus sob o comando
de Ciro setenta anos depois do cativeiro babilônico,
mas Isaías, não vive estes fatos, ele morreu no ano
680 a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
No final do século XVIII surgiu o movimento
racionalista que influenciou diretamente na
fundamentação que a Bíblia possuía como
palavra inspirada, inerrante e infalível.
Os livros bíblicos foram atacados, dentre eles o
livro do profeta Isaías.
Levantaram-se objeções contra as passagens de
Isaías que demonstram um conhecimento dos
eventos futuros. Dentre os que pensam assim,
está Skinner, que afirma que a profecia preditiva
não é uma opção aceitável.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
O primeiro ataque contra a unidade de Isaías foi publicada
em 1789, pelo estudioso alemão Johann C. Doederlein. Na
opinião dele, a profecia preditiva era impossível.

Para ele, Isaías do século VIII a. C. não poderia ter escrito


a porção compreendida entre os capítulos 40 – 66, visto
que os eventos preditos nesta porção, apontam datas bem
posteriores ao que o profeta Isaías viveu. Por isso,
segundo este teólogo alemão, o autor de Isaías 40 – 66,
não viveu no século VIII a. C., mas no século VI a. C.,
quando alguns destes eventos ocorreram.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)

Para Johann, Isaías do século VIII a. C. não poderia ter


previsto a queda de Jerusalém (587 a.C.) com o cativeiro
babilônico de 70 anos, e muito menos ter escrito as
palavras de consolação dirigidas a Judá no exílio, que
aparecem nos capítulos 40 em diante. Além disso, era
impossível para uma pessoa no século VIII a. C. prever o
surgimento de Ciro, o Grande, que tomou Babilônia em
539 a. C. e deu licença aos exilados judeus para voltarem
à sua pátria. Mas, em dois textos, Isaías 44: 28 e 45: 1,
não somente foi profetizada a obra de Ciro, mas seu nome
foi literalmente citado.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Portanto, o autor destas profecias, segundo o estudioso
alemão, deve ter sido algum judeu desconhecido que vivia
na Babilônia, depois de Ciro ter surgido pela primeira vez
como figura de destaque internacional. Este suposto
autor, vivendo na Babilônia cerca de 540 a. C., veio a ser
chamado de “Deutero-Isaías”.
Muitos estudiosos seguiram a linha deste professor e
concordaram com ele que o livro de Isaías possuía dois
autores. Um autor que viveu no século VIII que escreveu os
capítulos 1-39, e o outro “autor”, chamado “Deutero-
Isaías”, que viveu no século VI e escreveu os capítulos 40-
66.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
No entanto, a autoria dada a este “Deutero-Isaías”
que supostamente escreveu os capítulos 40-66
estando na Babilônia no século VI, não se encaixa
considerando a menção que o texto bíblico que
compreende esta grande porção, faz à geografia, à
fauna e a flora.
As descrições feitas nos capítulos 40-60 em relação a
estes aspectos acimas mencionados, fazem referência não
a geografia babilônica, mas a geografia de alguém que
viveu na Síria ou na Palestina.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
A partir desta evidência, Bernard Duhm (1847-1928),
afirmou uma teoria de que o livro de Isaías ao invés de ter
dois autores diferentes, possui na realidade três autores.

Segundo ele, os capítulos 1 – 39, foram escritos em


Jerusalém no século VIII pelo Isaías histórico, já os
capítulos 40 – 55 (Deutero-Isaías) foram escritos
no ano 540 a.C., nalguma parte da região do
Líbano. Os capítulos 56 – 66 (Trito-Isaías) foram
compostos em Jerusalém no período de Esdras, no
ano 450 a.C.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Considerando o que estes teólogos pontuaram
sobre a possível autoria de Isaías, temos: o
“Deutero-Isaías” e o “Trito-Isaías”.

No entanto, os teólogos ortodoxos defendem que


a autoria do livro todo é do Isaías que viveu no
século VIII.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
Os liberais dizem que o Os males denunciados nos
escrito
Livro dopor de umfoi similares
maisIsaías
profeta capítulosaos problemas
finais são de Israel
autor, visto que a
notavelmente nos séculos 8 e 7 a.C.
mensagem contida entre Problemas de violência (Is 59: 3-
os capítulos 40-66 7 ; 1: 15),
apontam alguém que 1,2), parcialidade no juízo (Is
hipocrisia religiosa (Is 59:
58: 42-4
;
10:
tenha vivido anos depois ; 29: 13) e imoralidade religiosa (Is
do século VIII. 57: 5 ; 1: 1: 29).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
Os liberais dizem Os capítulos 40 – 55
que o profeta que refletem muito pouco sobre
predisse os o ambiente social,
capítulos 40 – 55 histórico e geográfico da
deveria morar na babilônia.
Babilônia, pois ele Os capítulos não possuem
pressupõe o cenário babilônico, embora
cativeiro babilônico. Is 43: 14 – 48: 22
tenha orientação
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
A Babilônia é mencionada quatro vezes - como o
lugar do cativeiro (43: 14), como uma cidade
condenada a cair (47: 1), como local da ação divina
punitiva (48: 14) e como ponto de partida dos que
voltarão para Jerusalém (48: 20). É importante
esclarecer que quando os capítulos falam sobre as
circunstâncias dos exilados, eles não sustentam
nenhuma relação com o que sabemos da
verdadeira experiência dos que foram levados a
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
Os teólogos liberais Algo a se destacar na
afirmam que a
teologia
los dos capítu
literatura de Isaías é que o
1 – 39, diferem profeta desenvolve a teologia
teologia
da dos capítulos da santidade exatamente
40 – 66, apontando como se ela toda dependesse
assim, mais de um
da verdade anunciada no
autor para o livro de
Isaías. capítulo 6.
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Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
O adjetivo “santo” na literatura de Isaías (33 vezes) é usado
para Deus com mais frequência que em todo o resto do
Antigo Testamento (26 vezes) juntos.
A ênfase mais impressionante é o uso do título “o Santo de
Israel”, no qual ocorre 25 vezes em Isaías comparadas com
as sete ocorrências no resto do Antigo Testamento. Entre
os capítulos 1 – 39, o título ocorre doze vezes, sendo que
treze vezes entre os capítulos 40 – 66. Vale ressaltar
que a ausência deste título nos escritos de Miquéias,
contemporâneo de Isaías, sugere que o título, de alguma
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
J. Alec Motyer, falando sobre o título “o Santo de Israel”,
afirma: “O todo da literatura de Isaías é uma explicação
desta situação básica: a impressionante ameaça que a
santidade constitui para um povo indigno, negligente,
indiferente, e que rejeita o Senhor (caps. 1-37); a extensão
que o Santo percorre para lidar com o pecado, recuperar o
pecador e criar um povo justo para si mesmo (caps. 40 –
55); e a condição eterna de santidade que o Senhor
prepara para eles e na qual eles desfrutarão de sua
companhia para sempre (caps. 56 – 66)”.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
O N.T. cita passagens de Isaías que os críticos
negam que o sejam. (Mt 3: 3 [Is 40: 3]; At 8:
28
[Is 53: 7, 8]; Rm 10 : 16 [Is 53: 1]; Rm 10: 20
[Is
65: 1]).

Os autores judeus da Septuaginta


não identificam a consciência de
dois ou mais autores.

Os Rolos do Mar Morto não dividem o


texto de Isaías nos capítulos 1 – 39 e
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
Algumas frases aparecem em ambas divisões de
Isaías, desta forma, a mensagem de Isaías revela-se
como sendo una.
“Porque a boca do Senhor o disse”, ocorre em 1:
20; 40: 5; 58: 14.
“Os resgatados do Senhor voltarão, e virão a Sião
com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará as
suas cabeças”, ocorre tanto em 35: 10 como em 51:
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
A segunda parte de Isaías que é apontada pelos teólogos
liberais como sendo escrita não no século VIII, mas no
século VI, possuem muita similaridade literária com
Miquéias, profeta do século VIII. Isto indica que de fato, a
segunda parte de Isaías também fora escrita pelo Isaías do
século VIII.
Comparar: Isaías 52: 12 e Miquéias 2: 13.
Isaías 58: 1 e Miquéias 3: 8.
Isaías 49: 23 e Miquéias 7: 17.
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Livro de Isaías (Data e Autoria)
Evidências de que Isaías é o
autor
As evidências internas e externas
favorecem uma data de composição
no século 7, sendo o autor de todo o
livro o profeta Isaías que profetizou
entre os anos 740 – 680 a.C., e uma
origem na palestina para o livro de
Isaías.
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Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Estrutura do Livro
Carlos Cardoso Pinto, sugere que o livro pode ser
dividido
em três partes:
A primeira parte lida com a remoção da ordem rebelde,
antropocêntrica, que mantém a nação sob seu poder (caps.
1-35). A segunda parte serve como dobradiça histórica,
em torno do qual giram os temas de juízo, libertação, que
aparecem ilustrados na experiência ambígua do rei
Ezequias (caps. 36-39). A terceira parte (40-66), lida
com o estabelecimento de uma nova ordem divina, em que
a rebelião idólatra será finalmente punida e o reino de
bênção e salvação universais, centrado em Sião,
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Livro de Isaías (Estrutura e
Propósito)
Estrutura do Livro
Martin Wyngaarden, sugere:
1 – Os pecados e o castigo de Judá, promessas de redenção e um
cântico de louvor (caps. 1-12).
2– Profecias de Julgamento e salvação (caps. 13-23).
3 – Julgamento de Deus sobre o mundo (caps.
24-27).
4– Profecia contra o Egito, contra Edom e uma promessa
de redenção de Israel (caps. 28-35).
5 – Transição história para o próximo assunto (caps. 36-39).
6–Profecias de salvação, conforto e glória futura para o povo
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Estrutura do Livro
J. Alec Motyer sugere o seguinte: a literatura
de Isaías, é constituída em torno de três
retratos
messiânicos: o Rei (caps. 1-37), o Servo (caps.
38-
55) e o Conquistador Ungido (caps. 56-
66).
Passagens bíblicas referentes a esta possível
divisão: sobre o Rei (Is 7: 10-15; 9: 1-7; 8: 23 –9: 6;
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e
Propósito)
Estrutura do Livro
J. Alec Motyer ajuda-nos a entender que cada um destes retratos
do Messias, possuem características comuns entre si, logo, não há
na
literatura de Isaías, uma hierarquia entre o Rei, o Servo e o
Conquistador Ungido. Assim:
1– O Messias, em cada retrato, é revelado como provido do Espírito e
da palavra. (Is 11: 1, 2 e 4; 42: 1 ; 49: 1-3; 59: 21; 61: 1-3)
2– O conceito de justiça é característico do trono e do Rei (Is 9: 7), a
justiça é o cerne da obra do Servo (Is 53: 11) e do caráter do
Conquistador Ungido (Is 61: 10; 63: 1).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Estrutura do Livro
J. Alec Motyer concluindo seu
pensamento sobre o livro de Isaías ser
divido a partir
destas três perspectivas messiânicas,
afirma:
“O ‘enigma messiânico’ evidenciado no Antigo
Testamento é especialmente proeminente
nesses três retratos com sua sugestão de um
Messias que é plenamente homem e
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Estrutura do Livro
J. Alec Motyer finaliza exclamando: “O Rei, o Servo e o
Conquistador Ungido, contudo, formam uma única pintura
na qual cada um deles precisa dos outros. Tanto o Rei (9: 1-
5) quanto o Servo (53: 12) são vencedores, mas sem o
Conquistador, a vitória não é explicada nem consumada. O
Rei governa em justiça sobre uma comunidade justa (32: 1-
8), mas como ele pode fazer isso se o Servo não fornecer
justiça aos servos do Senhor (53: 11 ; 54: 17) e o
Conquistador não efetuar justiça e não derrotar os inimigos
deles (63: 1-6)?”
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Estrutura do Livro
J. Alec Motyer finaliza exclamando: “O Rei
governa sobre o mundo todo, mas como ele
pode governar se o Servo não abrir o caminho
para todos que vão para a festa e desfrutam a
‘fidelidade prometida de Davi’ (55: 1-5) e se o
Conquistador não criar um mundo livre de
oposição?”
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Estrutura e Propósito)
Propósito do Livro

Percebemos ao menos dois grandes


propósitos de Deus revelados na
mensagem de Isaías:
1º - Condenação judicial de Judá e das
nações circunvizinhas.
2º - Mensagem de conforto.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías
Na primeira (Desenvolvimento)
parte do Livro (caps. 1-35), Isaías
enfatiza a remoção da presente ordem de coisas,
pecaminosa e antropocêntrica, tanto em Judá quanto
nas nações circunvizinhas.
A segunda parte (caps. 36-39) é como uma dobradiça
histórico-literária para toda a obra. Ao mesmo tempo
separa e conecta as profecias relacionadas ao período
assírio (caps. 1-35) e aquelas relacionadas ao período
babilônico (caps. 40-66).
A terceira parte (caps. 40-66) contém profecias relacionadas
à consolação pela intervenção de Javé em favor de Israel
depois de seu sofrimento disciplinador em Babilônia, que
Isaías havia anunciado quando Babilônia ainda estava
subjugada à Assíria como vassala.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Conceito
Messiânico)Sistema
Pactual
A vinda do Messias
é o cumprimento
A História da da promessa feita
Redenção é ao longo da
contínua. revelação bíblica
no Antigo
Testamento.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Conceito
Messiânico)
O conceito de Messiânico possui bases que se entrelaçam ao longo
da teologia do Antigo e do Novo Testamentos:

Reino

Pacto

Mediado
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Conceito
Isaías é um Tipo de
Messiânico)
Cristo
Tipo é uma Isaías serviu Isaías, foi um servo
verdade como porta enviado
ainda que voz de Deus e por Deus (Is 6: 1-13).
Nesse sentido, ele é um
obscura, também “preparador de caminho”
apontando como um tipo para o grande “servo
enviado”revelando
profeta, que servea
algo mais do Messias vontade docomoPai (Mt 10:
claro e (Is 1: Lc 4: 18; Jo 1: 6; 1Jo 4:
40;
1; 2: 1 e 6: 5- 10).
verdadeiro.
9).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Conceito
O Renovo - Isaías 4: 2-
Messiânico)
6 A despeito das terríveis
Pelo uso que faz do ameaças que Isaías teria de
termo, Isaías tem em proclamar, ele é chamado a
mente uma árvore ou relembrar ao povo do pacto
que as promessas de Deus a
uma videira da qual Davi não serão esquecidas. A
cresce um ramo. Em árvore da família davídica irá
Is 11: 1, aponta a continuar a crescer até tornar-
se o meio frutífero que Deus
fonte do renovo.
pretendia que fosse.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Conceito
Messiânico)
A santa semente- Isaías 6: 13
Uma enorme catástrofe
Deus, entretanto, assegura a Isaías
esta para engolir que há ainda vida nesse toco – a
Jerusalém e Judá por santa semente. O termo semente
causa de sua rebelião nos remete a semente da mulher (Gn
contra Deus e pela rejeição 3: 15) e das promessas de Deus a
de sua palavra falada por Abraão a respeita da semente que
seu servo Isaías. A ele podia esperar (Gn 15: 5). A
semente prometida apontava seu
aniquilação total do povo cumprimento total em Cristo.
do pacto é iminente.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica) Isaías 6: 1-13

V.S. 1 - Especificamente no ano 792 a. C., começa a reinar em Judá, o


rei Uzias. Este rei subiu ao trono com 16 anos de idade e reinou por
52 anos. Durante seu reinado, Uzias foi conhecido como um rei “que
fez o que era reto perante o Senhor” (2 Rs 15: 3). Uzias foi um
rei que buscou o Senhor (2 Cr 26:5), foi um rei que derrotou inimigos
de Judá, trazendo paz e prosperidade ao seu povo (2Cr 26: 6-8), foi
um rei que fortificou a cidade de Jerusalém, protegendo-a de ataques
inimigos (2Cr 26: 9), foi um rei que construiu cisternas para facilitar o
tratamento dos animais e a irrigação das plantas (2Cr 26: 10) e por
fim, foi um rei que preparou um exército para a batalha (2Cr 26: 11).
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica) Isaías 6: 1-13

V.S. 1 - No entanto, o coração do rei Uzias se exaltou para sua


própria ruína, quando este olhou para toda a obra que realizara e
pensando que poderia fazer o que bem entendesse, entrou no templo
para queimar incenso ao Senhor, quando na realidade, esta tarefa
deveria ser realizada apenas pelos sacerdotes. (2 Cr 26: 16-21).
V.S. 1 - Isaías tinha um relacionamento especial com o rei: era seu
cronista e biógrafo: “Quanto aos mais atos de Uzias, tanto os
primeiros como os últimos, o profeta Isaías, filho de
Amoz, os escreveu”. (2 Crônicas 26.22). Portanto Isaías também
sofreu de modo especial com aquela situação.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica) Isaías 6: 1-13
V.S. 1 - “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o
Senhor...” – No ano da morte do rei Uzias, o povo viveu
um luto nacional, muito embora Uzias tenha pecado contra
a santidade de Deus, o povo o admirava como rei. Há uma
crise política em Judá, o governante do povo, morreu.
Diz o texto, “no ano da morte do rei Uzias, eu vi o
Senhor...”, o rei da terra estava morto, mas o Rei
Soberano estava vivo, pois Isaías o vê. O governante da
terra já não podia mais reinar, mas o Governante do céu e
da terra, estava se revelando a Isaías.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica) Isaías 6: 1-13
V.S. 1 - “... assentado num alto e sublime trono, e as abas de suas vestes
enchiam o templo”.
O profeta vê o Senhor não de qualquer maneira e nem em qualquer
lugar. Ele comtempla Deus “assentado”, não como alguém que esteja
descansando, ou inerte, mas como alguém que está pronto para
executar qualquer ação. Ele está assentado não em qualquer lugar, mas
“num alto e sublime trono”, isto implica que àquele que está pronto para
agir, realiza suas ações no lugar mais respeitado e temido pelos homens,
o trono de Deus. Este trono, fala-nos de sua majestade, autoridade e
poder. Este grande Rei se revela a Isaías. Em outro texto em Isaías 57: 15,
o Senhor diz de si mesmo: “Porque assim diz o Alto e o Sublime,
que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e
santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de
espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica) Isaías 6: 1-13
V.S. 1 - “... e as abas de suas vestes
enchiam o templo”.
No mundo antigo a autoridade, grandeza e
majestade de um rei, era medida pelo tamanho das
suas vestes, quanto maior a veste do rei, mais
autoridade ele possuía. O texto aponta-nos que
este Rei Santo, é àquele que possui toda a
autoridade, pois as suas vestes enchiam o templo.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13

V.S. - 2 – Os serafins estão na presença de Deus. Serafins


significam “aqueles que queimam” – eles estão fervorosos,
entusiasmados na presença de Deus, não há mornidão e nem
apatia, há uma chama que flameja entre os serafins. Os verbos
que caracterizam a ação dos serafins “cobriam”, “cobriam” e
“voavam”, descrevem uma ação contínua. Os serafins cobrem os
olhos e não os ouvidos, pois sua obrigação era ouvir o que o
Senhor dissesse, e não bisbilhotar como ele é, pois assim como
nós, eles não podem ver toda a glória de Deus. As asas que
voam, demonstram prontidão dos serafins para que ao mandado
de Deus, realizarem sua obra.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. - 3 – O cântico proclamado pelos serafins expressa tudo que Deus
é. Ele é santo. A canção é contínua; o tema é a santidade de Deus e
sua presença em toda sua glória em todos os lugares. A santidade
proclamada pelos serafins é colocada num grau superlativo,
expressando assim sua totalidade. Eles cantam: “Santo, Santo,
Santo...”. Deus não é meramente “Santo”, ou mesmo “Santo, Santo”.
Ele é “Santo, Santo, Santo”. A santidade é um atributo de Deus que
expressa quem Ele é. Apenas uma vez na Sagrada Escritura que um
atributo de Deus é elevado ao terceiro grau, os serafins cantam:
“Santo, Santo, Santo”. Desta forma, todos os atributos de Deus são
santos, seu amor é santo, sua justiça é santa, sua ira é santa, sua
bondade é santa. Seu nome é santo, seu Filho é santo, seu Espírito é
santo.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. – 3 - A santidade de Deus está tão além, que nenhuma criatura
pode de fato explicá-la, mas, ao mesmo tempo que ela está tão
além, ela se faz tão próxima de nós, afinal, a canção dos serafins
continua assim: “toda a terra está cheia da sua glória”. Toda a terra
testemunha de sua santidade ao ver sua glória. A santidade de
Deus se manifesta em todos os relacionamentos que Ele mantém
com o seu povo. Ele é santo em toda a Sua revelação e em tudo o
que procede dEle: Seu nome é santo (Lv 20: 3); Seu braço é santo
(Sl 98: 1); Sua aliança é santa (Sl 105: 42); Seu Espírito é Santo (Sl
51: 11). Portanto, seu povo também deve ser santo.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. –4 – Tremer é a reação costumeira da terra diante da presença
divina. As portas do templo tremeram, o material inerte se moveu ao
som dos serafins proclamarem a santidade de Deus.
V.S. – 5 - O verso 4 nos mostra a matéria se movendo diante da
santidade de Deus, já no versículo 5, vemos Isaías trêmulo diante do
Senhor, pois ele diz: “ai de mim! Estou perdido”. Isaías exclama que é
digno de ser condenado. Ele está devastado e destruído. No instante
que ele se mediu diante do padrão divino, ele foi destruído.
Moralmente e espiritualmente Isaías estava perecendo. Ele não tem
em seus lábios o coro cantado pelos serafins, mas diante do que os
serafins cantam, Isaías tem um “ai”. A luz da santidade de Deus expôs
quem Isaías era. A santidade de Deus balança o profeta.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 5 - Isaías continua e diz: “Porque sou homem de lábios
impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus
olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”! Isaías imediatamente
confessa: “... sou um homem de lábios impuros...”, ele confessa:
“tenho a boca imunda”. Essa palavra faz todo o sentido quando
olhamos este texto à luz do que Jesus disse em Mateus 15: 11, “não
é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai
da boca, isto, sim, contamina o homem”. Já em Mateus 12: 34,
Jesus afirma: “Porque a boca fala do que o coração está cheio”.
Isaías possuía os lábios impuros, o coração impuro, os olhos
impuros e os ouvidos impuros.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 6 - 7 - Ao mandado de Deus, a criatura angelical se
moveu e tomou do fogo ardente do altar, uma brava viva, e
com ela purificou, queimou os lábios de Isaías. A brasa viva
queimou seus lábios, a sujeira na boca do profeta foi
queimada. Ele fora refinado pelo fogo sagrado do Senhor.
Isaías foi perdoado, totalmente purificado pelo Senhor, mas
não sem a terrível dor do arrependimento. O profeta que
estava acabado pela sua iniquidade, agora está perdoado
pelo Santo Deus.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise
Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 8 - 13 - A visão do profeta agora toma uma nova
dimensão. Até aqui, ele havia visto a glória de Deus, ouvido
a canção dos serafins, sentido a brava viva e ouvido a voz
do serafim ao ser perdoado. Mas agora, Isaías ouve a voz
de Deus. Os anjos ficaram em silêncio, pois agora quem
está falando é o Santo Senhor dos Exércitos.
Há um padrão neste texto que pode ser observado em toda
a Escritura, Deus aparece, as pessoas estremecem, Deus
perdoa e Deus envia.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 8 - 13 - A resposta do profeta é interessante e
devemos observá-la. Isaías responde, “eis-me aqui”.
Ele poderia apenas ter dito: “aqui estou eu”, no
entanto, há uma diferença em dizer “aqui estou eu”
e dizer “eis-me aqui”. A resposta “aqui estou eu”
expressa apena localidade, algo do tipo, “aqui estou
diante do Senhor”. Já a resposta “eis-me aqui”,
indica sua disposição para dar de si mesmo, sem
reservas. Isaías estava dizendo: “Eu irei. Não procure
mais. Envia-me”.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 8 - 13 - Ao ser comissionado pelo Senhor, Isaías recebe
de Deus o conteúdo de sua mensagem e a tarefa imposta a
ele. (C.f. 9-10)
Deus dá a Isaías uma tarefa no mínimo esquisita: fale as
pessoas a verdade, mas elas não entenderão. O coração
estará insensível, os ouvidos endurecidos, os olhos
fechados, mas continue pregando. A tarefa de Isaías é a
tarefa costumeira de um líder, se os ouvintes resistem à
verdade, o único recurso é lhes dizer a verdade quantas
vezes forem necessárias, até que eles creiam e obedeçam a
palavra de Deus.
ANÁLISE DE ISAÍAS
Livro de Isaías (Análise Bíblica)
Isaías 6: 1-13
V.S. 8 - 13 - Isaías pergunta: “até quando, Senhor”. E Deus diz que tudo
isto duraria até que Ele cumprisse seu propósito de juízo sobre seu
povo. Mas ainda havia esperança, pois havia uma santa semente que
brotaria e seria um toco de esperança para o seu povo. Mais adiante,
no capítulo 10, nos versículos 33 e 34, Deus aplica seu juízo dizendo,
e nos parece que a santa semente pereceu, Deus diz: “Mas eis que
o Senhor, o Senhor dos Exércitos, cortará os ramos com
violência, e os de alta estatura serão cortados, e os altivos
serão abatidos. E cortará com ferro a espessura da
floresta, e o Líbano cairá à mão de um poderoso”. No
entanto, no início do capítulo onze, a santa semente dita por Deus a
Isaías, aponta-nos para o Senhor Jesus, o texto em Isaías 11:1, diz
assim: “Do tronco de Jessé sairá o rebento, e das suas
raízes, um renovo. ”

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