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História de Israel: Passado,

Presente e Futuro

Rossi Aguiar
O CRESCENTE FÉRTIL:
Berço das primeiras civilizações
O PENTATEUCO COMO FONTE HISTÓRICA DA
FORMAÇÃO DA NAÇÃO DE ISRAEL.
O propósito do Gênesis é documentar o fato de que o Deus de
Israel é o Criador de todas as coisas e, inclusive, traçar a
história da raça humana desde a criação até o tempo em que
Israel se desenvolveu como uma nação especial. O livro
descreve as intenções cósmicas de Deus, a recusa da
humanidade em se conformar com os propósitos divinos, e
mostra os mecanismos e as promessas contidas na aliança,
por meio dos quais Deus iria por fim alcançar todos os seus
objetivos, apesar da desobediência dos homens. Isso envolve
a chamada e a separação de Abraão que, através de sua
inumerável descendência, se tornaria o canal de bênçãos para
todo o Mundo.
Fonte das primeiras promessas e Alianças que se cumprirão
escatolgicamente no Milênio.
As origens de Abrão
A história de Israel tem início com a chamada de Abrão para ser o pai
da nação escolhida. No final da lista genealógica que começa com
Sem, filho de Noé (Gn 11.10-26), aparece o nome de Terá, pai de
Abrão, Naor e Arã. Terá viveu em Ur dos Caldeus (v. 28), a famosa
cidade sumeriana localizada às margens do Rio Eufrates, cerca de 241
quilômetros a nordeste da costa atual do Golfo Pérsico. A mais
satisfatória reconstrução da cronologia bíblica localiza o nascimento
de Abrão em 2166 a.C., uma época em que a cidade de Ur caiu nas
mãos de um povo bárbaro e montanhês conhecido por Guti.
“Siquém foi a primeira parada de Abrão em Canaã. Aqui recebeu uma
mensagem especial de certeza e promessa do Senhor. Deus lhe deu a
terra como possessão e prometeu que seus descendentes a possuiriam
depois dele. Com tribos guerreiras por todos os lados, Abrão
encontraria dificuldades em estabelecer seus direitos na nova terra.”
(Comentário bíblico Moody)
ERA DOS PATRIARCAS
ISRAEL NO EGITO.
Na opinião de muitos, os Patriarcas entraram no Egito na época em que este era
dominado pelos hicsos. Isto explicaria, em parte, a benevolência demonstrada para
com Jacó e seus filhos, pois existe a possibilidade destes conquistadores, semelhante
aos antepassados do povo de Israel, serem de origem semítica, entre a morte de José
e o nascimento de Moisés, um período em que o Antigo Testamento se mostra
parcialmente silencioso. ICr. 7.20 – 22.
Possivelmente Deus levou Israel para o Egito afim de estancar um início da
conquista iniciada por Jacó Gn 48.22.
O primeiro nome estrangeiro que aparece dentro das narrativas da vida
de José é o de Potifar, supervisor da guarda de elite de Faraó e senhor
de José. Além de ser descrito especificamente em Gn 39.1 como um
egípcio, seu nome também é totalmente egípcio (P'-dy-p'R', "aquele a
quem Rá deu"). O próprio José casou-se com Asenate, filha de
Potífera, o sacerdote do deus On (ou Heliópolis). O nome dela
significa "que pertence a Neith“ (uma deusa egípcia), enquanto o
nome de seu pai era apenas uma variante de Potifar. O nome de José
foi mudado logo após seu casamento para Zafenate-Panéia, o que
possivelmente significava "o que fornece o alimento da vida". Ora,
podemos até admitir que José tenha servido a um nobre egípcio
mesmo durante os anos de dominação dos hicsos, mas é simplesmente
inadmissível que seu nome semítico tenha sido alterado para um outro
de origem semítica, ainda que debaixo da dominação estrangeira dos
hicsos. Não obstante, é difícil entender como ele teria se casado com a
filha de um sacerdote egípcio que servia num centro religioso em
Heliópolis, bem ao sul do centro de controle político dos hicsos no
Egito.
O Êxodo relata a história dos descendentes de Abraão desde a
sua libertação da escravidão e opressão egípcia até a sua
constituição como povo de Deus no deserto do Sinai. Mostra
que Israel não era digno dessa graça, mas que, por razões
conhecidas apenas por Deus, foi separado para entrar num
concerto com Ele a fim de servir tanto como um repositório das
verdades salvíficas quanto como um veículo através do qual
essas verdades seriam comunicadas e, por fim, culminariam na
encarnação de Jesus Cristo.
Os principais temas do livro giram em torno dessa aliança. O
ponto mais alto do êxodo histórico foi a dádiva da aliança, o
texto inteiro que consta em Êxodo 20-23. Lá encontram-se
descritas as prescrições de culto com respeito ao modo pelo
qual os servos deveriam se aproximar da majestosa pessoa do
Deus Soberano (sacrifício e ritual), e o local onde tal
aproximação teria lugar (o tabernáculo).o).
AS PRAGA DO EGITO
Veja o que aconteceu: 1) as águas foram transformadas em sangue; 2) rãs se
reproduziram em abundância; 3) os homens e o gado foram infestados por
piolhos; 4) enxames de moscas invadiram o Egito; 5) os animais foram
atingidos por uma peste; 6) os homens e animais foram atingidos por úlceras
e tumores; 7) uma grande chuva de pedras atingiu as plantações; 8)
gafanhotos invadiram o Egito; 9) o Egito foi envolto em trevas; e 10) foram
mortos todos os primogênitos dos egípcios e de seus animais. Para que tudo
isto tenha acontecido deve ter se passado um tempo relativamente longo.
O Salmo 105:23-43; Salmo 106:1-33; Salmo 136.
Dt 4.7,8.
Levltico
A terceira seção da Torá providencia os padrões de santidade que
deveriam fazer parte da vida daqueles que estariam incumbidos de
estabelecer e manter o acesso ao santo e infinito Senhor da aliança.
Esses padrões não eram apenas para o povo de modo geral, mas caíam
particularmente sobre os sacerdotes, que deveriam servir como
intercessores na estrutura do culto público.
Números
O livro de Números descreve a migração de Israel do Egito até as
planícies de Moabe, uma viagem repleta de uma sucessão de rebeliões
contra o Senhor e contra os administradores de sua teocracia, que
culminou na morte de todos os adultos da geração do êxodo. Houve,
por conseguinte, a necessidade de se fazer pelo menos uma legislação
adicional para os que faziam parte da nova geração, enfatizando
novamente as bases que regem a aliança antes que eles se
estabelecessem em Canaã. Logo, muita coisa que temos em Números,
da mesma forma que em Êxodo e Levítico, é prescritiva em sua
natureza, e não narrativa técnica da história. Mas de forma geral, o
livro de Números cita os eventos históricos significantes do período
que vai da aliança do Sinai até a chegada de Israel às planícies de
Moabe, um período de aproximadamente trinta e oito anos. O livro é
assim qualificado como histórico e é de contribuição fundamental
para a compreensão do Israel antes da conquista.
Deuteronômio
Dentre os livros do Pentateuco, Deuteronômio é sem dúvida o menos
histórico, uma vez que em sua inteireza apresenta um longo discurso de
Moisés para a comunidade da aliança que estava às vésperas da
conquista.
JOSUÉ E A CONQUISTA.
Há um intenso debate entre os pesquisadores bíblicos concernente à tomada da terra da
Palestina pelos hebreus. Para alguns pesquisadores o livro de Josué transmite um quadro
simplificado e idealizado. Os caps 1-12 narram a tomada de Canaã sob a liderança de Josué.
Muitos eruditos do Antigo Testamento alegam que Js 1-12 foi editado por homens piedosos, e
o que predomina nesses capítulos é a teologia deuteronomista (teologia oriunda de
Deuteronômio).
O livro de Juízes nos traz um quadro diferente que fora descrito por Josué. Nada se alude a
uma conquista liderada por um homem, como se faz em Josué.1 Antes, Juízes 1.19,21,27-35
descreve como as vária tribos isoladamente tomaram a Palestina. Uma leitura de tais textos
revela que as tribos não expulsaram os habitantes da planície. Isso é dito claramente sobre
Judá (Jz 1.19). As regiões montanhosas foram os lugares onde inicialmente os hebreus
instalaram-se, pois as montanhas não tinham uma ocupação tão intensa pelos cananeus como
tinham as planícies Isso explica porque, num período posterior, todos os centros
proeminentes de Israel situam-se nas montanhas.
Há, pois, diferentes maneiras de se lê a conquista da terra, dentro do próprio texto bíblico.
Há, também, diversas opiniões entre os eruditos sobre esse assunto. Passemos agora a
descrever alguns modelos argumentativos sobre a tomada da terra, que são fundamentados
principalmente em Nm 13; Josué 1-12 e Juízes 1.
A tomada da terra como resultado da migração: Este modelo foi
desenvolvido desde a segunda metade do século 19. Segundo ele, a
Palestina não foi conquistada por um Israel uniforme, mas por várias
ondas de nômades migrantes, provindos do deserto, de diversos lugares
e em momentos diferentes. Alguns grupos vieram do sul, outros, do
leste. Dentre esses grupos estava o de Moisés, que trouxe à Palestina as
tradições do Êxodo e a fé em Javé. Algumas vezes o processo de
sedentarização desses grupos se dava de forma pacífica. Isso acontecia
quando os nômades migravam para as regiões montanhosas. Mas na
maioria das ocasiões os nômades encontravam resistência da população
cananita, resultando em confrontos bélicos. Neste sentido, houve uma
“conquista” da terra. A arqueologia tem descoberto que muitas cidades
cananéias foram destruídas no fim da Idade do Bronze e na incipiente
Idade do Ferro I. No entanto, segundo informa Donner, não há indícios
de que haja grupos de nômades guerreiros com capacidade de realizar
tais ações na Palestina no fim do 2º milênio a.C. Herbert Donner, História de Israel e dos povos
vizinhos, tradução de Cláudio Molz e Hans Trein, São Leopoldo, Sinodal, vol.1, 1997
A tomada da terra como resultado da infiltração
Este modelo foi proposto por Albrecht Alt. Ele advogou que a ocupação da terra é
resultado da infiltração de nômades criadores de gados miúdos, provindos das
margens do deserto e da estepe. Num primeiro estágio (estágio da transumância),
os nômades trabalhavam com pastagens nas régias montanhosos cobertas de
mato, até que gradualmente passaram para sedentariedade. A este estágio não
podemos chamar de conquista da terra. Somente num segundo estágio é que
ocorreu confrontação bélica dos nômades contra os cananeus. Albrecht Alt, Terra Prometida –
Ensaios sobre a História de Israel, tradução de Haroldo Reimer, São Leopoldo, Sinodal, 1986. ;

A tomada da terra como resultado de uma revolta


Segundo este terceiro modelo, vários grupos explorados pela sociedade cananita,
juntamente com o grupo de Moises que saiu do Egito e trouxe a fé em Javé,
uniram-se contra o domínio cananita. Essas pessoas marginalizadas e exploradas
eram chamadas de ‘apiru (termo relacionado com “hebreu”). Assim, a tomada da
terra não é resultado de migração de israelitas que vieram de fora da Palestina,
nem de nômades provindos do deserto. Antes, a tomada da terra é fruto de uma
revolução sociológica ocorrida por volta de 1250 a.C. na Palestina, que resultou
no “Israel Liberto”. Normam K. Gottwald, As tribos de Jaweh – Uma Sociologia da Religião de Israel Liberto – 1250 – 1050 a.C.,
tradução de Anacleto Alvarez, São Paulo, Paulinas, 1986.
A tomada da terra aconteceu por uma conquista bélica.
Historizando o livro de Josué, alguns pesquisadores afirmaram que a Palestina foi
tomada pela liderança de um homem, Josué. O livro de Josué foi escrito muito
antes do Deuteronômio, talvez, logo depois dos acontecimentos narrados no livro.
Alguns dos expoentes dessa percepção são: W. F. Albright; G. E. Wright; J. Bright
e Y. Kaufmann. W. F. Albright, The Archaeology of Palestine, Penguin, Baltimore, 1960. G. E. Wright, Epic of conquest”, em Biblical
Archaeology, Philadelphia, Westminster Press, 1962.. John Bright, História de Israel, tradução de Alexandre Solano Rossi e Eliane Cavalhere Solano
Rossi, São Paulo, Paulus, 7ª edição, 2003. PANORAMA HISTÓRICO DE ISRAEL. Antônio Renato ANORAMA HISTÓRICO DE ISRAEL, Ed.
A.D. Santos.. MERRILL, Eugene H. História de Israel (CPAD); Samuel Shultz História de Israel no Antigo Testamento..
OS DEUSES CANANEUS:
O deus El CANANEU
Ainda que a palavra El possa se referir tanto ao Deus verdadeiro quanto para
ídolos, na forma de título, ele surge nos tabletes de Ras Shanra como um nome
próprio empregado para um dos deuses adorados em Canaã. Este é o nome do
deus-pai que, mesmo inativo e desempenhando papel secundário no culto,
nominativamente ocupava a primeira posição no panteão. Ele era esposo da deusa
Asera, com a qual, se cria, gerou mais setenta deuses e deusas. Também era
considerado o criador, conhecido como pai-touro e representado à semelhança de
um touro entre um rebanho de vacas.
O deus Baal
A palavra Baal significa senhor, possuidor ou marido. Ela era empregada como
título de diversas divindades locais espalhadas por Canaã. Em cada localidade
havia um Baal, um “senhor”, por isso aparece muitas vezes, na Bíblia, em sua
forma plural, baalins, além de aparecer precedendo um nome próprio como: Baal-
Peor, Baal-Zefon e outros, descrevendo uma certa divindade relacionada com um
local. Com o passar do tempo, porém, a palavra foi se tomando o nome próprio
utilizado para o grande deus da fertilidade dos cananeus.
Este Baal principal, que acabou assumindo o título geral como seu nome próprio, era o deus
Hadade, considerado o filho mais velho de El e Asera. Era ele quem, na mitologia canaanita,
governava os deuses e controlava os céus e a terra, sendo o responsável pelas chuvas,
tempestades e, consequentemente, pela fertilidade e vegetação.
A morte e a ressurreição de Baal eram aspectos importantes da religião de Canaã. Isto
correspondia à morte e ressurreição da natureza. Pensava-se que as forças da natureza seriam
reativadas por meio dos rituais praticados pelos adoradores. Rituais estes que envolviam
relações homossexuais, prostituição sagrada e outras práticas orgíacas.
As deusas Asera, Astarte e Anate.
Estas três deusas, consideradas por alguns como se fosse apenas uma que se confunde por
causa dos nomes eram bastante semelhantes a Baal e surgiam como divindades de várias
localidades. Eram deusas do sexo e da guerra, representadas, por seus devotos, com
características sexuais exageradas e como praticantes de um sadismo depravado.
Como se pode ver, quando os israelitas passavam a adorar algum dos deuses cananeus, a sua
falta era muito grave, pois as práticas realizadas nestes cultos: prostituição masculina e
feminina, homossexualismo e sacrifícios humanos, entre outras brutalidades, se opunham
claramente à sua própria religião. Quando agiam assim, se colocavam como traidores de seu
Deus e iam contra a base de sustentação da nação.
Os principais juízes foram quinze:
Otniel (Jz 3.9) – De Judá, livrou a Israel do rei da mesopotâmia;
Eúde (Jz 3.15) – Expulsou os amonitas e os moabitas;
Sangar (Jz 3.31) – Matou 600 filisteus e salvou a Israel;
Débora (Jz 4.5) – Associada a Baraque, guiando a Naftali e Zebulom à vitória
contra os cananeus;
Gideão (Jz 6.36) – Expulsou os midianitas do território de Israel;
Abimeleque (Jz 9.1) – Pseudo libertador sem autoridade divina;
Tola (Jz 10.1) – Subjugou os amonitas;
Jair (Jz 10.3) – Subjugou os amonitas;
Jefté (Jz 11.11) – Subjugou os amonitas;
Ibsã (Jz 12.8) – Perseguiu os filisteus;
Elom (Jz 12.11) – Perseguiu os filisteus;
Abdom (Jz 12.13) – Perseguiu os filisteus;
Sansão (jz 16.30) – Perseguiu os filisteus;
Eli (1Sm 4.18) – Julgou a Israel como sumo sacerdote;
Samuel (1Sm 7.15) – Agiu principalmente como profeta.
– PRIMÓRDIOS DO REINO UNIDO
Saul era segundo o coração do povo. Saul foi ungido e até recebeu o Espírito sobre
ele, profetizando com os profetas, mudando em um novo homem. Saul tinha tudo
para ser um bom rei e o povo se agradou de Saul.
Primeira Guerra = Os israelitas eram vassalos dos amonitas. Assim, Saul entrou em
guerra contra eles, proclamando a Independência de Israel. Essa guerra fez com
que o povo consagrasse Saul como rei e ficaram alegres.
Segunda Guerra = Os filisteus, ao Sul, se levantaram contra Israel. Foi nessa
batalha que Jônatas se destacou como grande guerreiro. Com a vitória o Sul e o
Oeste ficaram livres para Israel.
Terceira Guerra = Os povos do leste, moabitas, edomitas e os reis de Zoba, se
levantaram contra Israel. Com a vitória de Saul, Israel conquistou o leste além do
Jordão.
Quarta Guerra = Deus ordenou a Saul que destruísse os amalequitas, ao Sul de
Israel. Saul, entretanto, escolheu os melhores bois para ficar para ele e ainda por
cima ofereceu sacrifício a Deus, achando que o Senhor ia aceitar suborno. (1
Samuel 15:6-22) Com isso o Senhor mandou Samuel escolher outro rei, só que
agora o rei seria segundo o coração de Deus.
Quinta Guerra = Nova guerra contra os filisteus. Foi aí que Davi se destacou
matando o Gigante Golias, sem espada e sem escudo, somente com uma
pedra e uma funda. Assim Davi se tornou o ídolo do povo.
Sexta Guerra = O ciúme de Saul iniciou a sexta guerra, de Saul contra Davi.
Saul planejou tirar a vida de Davi mas sempre sem sucesso. Saul pediu,
como dote de casamento para sua filha Mical, 100 prepúcios de filisteus,
achando que Davi iria morrer, mas Davi lhe trouxe 200 prepúcios. (1 Samuel
18:25-27) Com isso, Saul planejou tirar a sua vida, mas Davi fugiu para a
região Sul de Israel, na fortaleza de Adulão. Foi aí que Davi recrutou o seu
exército.
Sétima Guerra = Os filisteus se levantaram contra Saul mais uma vez.
Samuel já era morto e Saul não tinha mais a quem consultar. Daí Saul
procurou uma pitonisa para ter comunicação com Samuel. O diabo subiu e
enganou Saul, se fazendo de Samuel, que lhe disse que em breve este estaria
com ele lá embaixo. A pitonisa deu um bocado para Saul comer e daí Saul
foi marcado para a morte e, na batalha de Gilboa Saul fora ferido e num ato
de tamanha covardia, se matou. (1 Samuel 31:3-5).
Como Davi Chegou ao Poder
Davi era por assim dizer o candidato natural à sucessão de Saul. Ele era um herói
nacional, amado por muitos. Já havia demonstrado grande capacidade militar à
frente de parte do exército de Saul (1 Sm 18:12-16) e tinha sido ungido rei de
Israel pelo profeta Samuel, quando Saul ainda vivia. Mesmo assim, não passou a
dominar sobre todas as tribos imediatamente, precisou aguardar o momento
certo e fazer uso de suas habilidades políticas.
Primeiro passo: Vencer os filisteus.
Segundo passo: Morte de Isbosete.
Terceiro passo: Conquistar Jerusalém. Historiador Johnson observa que toda a
operação levada a efeito por Davi para transferir sua capital para Jerusalém foi
uma ação política. Segundo ele, interpretando o texto de 2 Samuel 5:6, Davi
utilizou, apenas, as tropas profissionais para esta conquista, a parte do exército
formada pelas tribos ficou de fora. Assim, foi Davi e seus homens quem
conseguiram a vitória, nenhuma tribo poderia alegar que teve participação na
conquista da cidade que viria a ser a capital. Este ato, inclusive, deve ter influído
na maneira como ela passou a ser chamada: “Cidade de Davi”.
O Reinado de Salomão
Salomão deve ter iniciado o seu reinado por volta do ano 970 a.C. e
pode ter seguido no poder até, aproximadamente, 930 a.C.,117
quando faleceu.118 Foi uma trajetória de glória, paz e muito
progresso material para o estado, porém com um alto preço social a
ser pago por grande parte da população.
A vida de Salomão, depois de tudo o que ele fez para o estado e
religião de Israel, termina de uma maneira impressionante e, de
certa forma, inexplicável. Tanto que alguns pensam que o relato
bíblico a respeito de seus últimos dias (1 Rs 11) não é digno de
confiança, ou que é contraditório.
Salomão dá início ao proselitismo judaico, que nunca conseguiu
extinguir até a deportação babilônica. Ne 13.26.
A Ruptura do Reino
Quando Salomão morreu, Jeroboão se aproveitou do momento e conhecedor que
a vontade de Deus era que ele reinasse no norte, veio ter com Roboão, filho
de Salomão, para questioná-lo acerca dos impostos, pedindo-lhe que os
reduzisse. Com isso Jeroboão declarou que o povo do norte não tinha mais
nada haver com a casa de Davi. Assim, a tribo de Judá ficou responsável pelo
Reino de Judá, ou Reino do Sul (Judá e Benjamim).
No norte ficou responsável a tribo de Efraim pelo Bloco das dez tribos de Israel,
chamado de Reino de Israel ou Reino do Norte. Para consolidar o Reino do
Norte, Jeroboão, com medo do povo voltar o seu coração para Judá, por causa
do Templo e que todo ano todas as tribos deveriam vir à Jerusalém, colocou
dois bezerros de ouro para o povo adorar, um no extremo Sul, em Betel e
outro no extremo norte, em Dã. A idéia dele era a que o povo não fosse mais a
Jerusalém sacrificar. Com isso, Jeroboão desrespeitou totalmente ao Senhor e
por isso foi decretado que a casa dele seria aniquilada. Jeroboão era
extremamente político e nada religioso.
• Conquistados pelos Assírios (Reino
de Israel) e Babilônios (Reino de
Judá);
–Cativeiro da Babilônia;
• 539 a.C. – Retorno à Palestina
(libertados por Ciro – persa);
–Fim do cativeiro da Babilônia;
• 70 d.C. – expulsos da Palestina
pelos Romanos (Diáspora);
930 ac
Judá
587ac
Domínio Babilônico
539ac
Libertação Persa (Volta a Judá)
Domínio Macedônico
338ac
Domínio Romano (Diáspora)
70dc

Retorno a Palestina
1948 dc (Estado de Israel)
1800ac 1.Ur
Resumo da Trajetória do
2.Palestina
Povo Hebreu
3.Egito
1300ac 4.Palestina
5.Juízes
1000 ac 6.Monarquia
930ac 7.Divisão das Tribos
587ac 8.Domínio Babilônico (1ª Diáspora)
539ac 9.Libertação Persa (Volta a Judá)
338ac 10.Domínio Macedônico
70dc 11.Domínio Romano (2ª Diáspora)
OS PERSAS:
• Atual IRÃ;
• Medos + Persas;
• Maior império da Antigüidade Oriental;
CIRO
• Ciro e Cambises: conquistas territoriais;
• Dario I – auge;
– Divisão em províncias chamadas SATRÁPIAS;
– 1ª moeda internacional – DÁRICO;
– Rede de estradas e comunicações
desenvolvidas;
• Xerxes – decadência (Guerras Médicas);
• Não influíam nos costumes dos dominados
(cobravam tributos e exigiam integração no
exército);
• Economia basicamente agrícola;
• Servidão coletiva;
• Religião: ZOROASTRISMO ou
MASDEÍSMO
– Dualidade entre ORMUZ-MAZDA
(bem) X ARIMÃ (mal);
– Avesta = livro sagrado.
Eventos relacionados com Alexandre e com Antíoco :
1- Após a morte de Alexandre , começou a luta para o controle do império.
2- Em 301 a.. C. na batalha de Ipso a divisão efetuou-se em quatro partes .
3- Egito e Palestina ficaram com Ptolomeu Soter ( lagos ) e a Síria do Norte e
Ásia Menor com Seleuco.
4- Os Ptolomeus dominaram a Palestina até 198 quando os sírios com Seleuco
anexaram a Terra Santa ao seu domínio.
5- Antíoco , o Grande ( III ) que conquistou a Palestina morreu , foi seguido pelo
seu filho Seleuco Filopater ( 187 – 175 ) que foi envenenado abrindo caminho
para a sucessão de seu irmão Antíoco Epifânio ( IV ).
A REVOLTA DOS MACABEUS ( 167 – 63 a.C )
1- A revolta começou com Matatias, sacerdote em Modim ( 167 ) .
Período de Independência, também chamado de Hasmoneano. Matatias, era
sacerdote patriota e de imensa coragem, furioso com a tentativa de Antioco
Epifânio de destruir os judeus e sua religião, reuniu um bando de leais compatriotas
e defraudou a bandeira da revolta. Essa revolta teve inicio quando Matatias , sendo
obrigado por um agente de Antioco para oferecer um sacrifício pagão, este recusou
matando-o, e fugiu na companhia dos cinco filhos, para uma Região Montanhosa.
Seus filhos eram: Judas, Jônatas, Simão , João e Eleazar. Essa familia era chamada
De Hasmoneanos, por causa de Hasmom , bisavô de Matatias, ou de Macabeus,
devido ao apelido Macabeu ( Martelo ) conferido a Judas, um dos filhos de
Matatias.
2- Judas Macabeu encabeçou uma campanha de guerrilhas de extraordinário
sucesso, até que os judeus se viram capazes de derrotar os sírios em campo de
batalha regular. A revolta dos Macabeus, entretanto , foi também uma guerra civil
deflagrada entre os judeus pró-helenistas e anti – helenistas .
3- Judas entrou em Jerusalém e reedificou o templo , os judeus recuperaram a
liberdade religiosa, foi esta a origem da Festa da Dedicação ( João 10:22) , entre
165 e 164 a. C.
4- Significância da opressão síria e revolta dos macabeus: a-
Restaurou a nação da decadência política e religiosa. b- Criou um
espiríto nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade. c- Deu um
novo impulso ao judaismo, novo zelo pela lei e esperança
messiânica.
5- Intensificou o desenvolvimentos dos dois movimentos que se
tornaram
Os Fariseus e os Saduceus.
a- Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista.
b- Os Saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas.
Foi durante o governo deste Gessio Floro que começou a revolta que culminaria, no
ano 70 DC, na destruição do Templo.
A revolta começou com uma banalidade, em Cesareia, onde um grego possuía um
terreno perto de uma sinagoga, terreno este que os judeus desejam comprar e se
dispunham a pagar por ele bom preço. Josefo conta que o grego não somente não se
contentou em não vendê-lo, “mas também resolveu, para aborrecê-los ainda mais,
mandar construir neste ter­reno uns armazéns e deixar assim uma passagem muito
estreita para se ir à sina­goga”.
Os judeus tentaram impedir a construção e levaram o caso a Floro, o governador
recém empossado, que recebeu destes uma certa soma de dinheiro ,prometendo,
desta forma, parar a obra. Não fez nada e deixou a coisa toda ao acaso.
Para piorar a situação, conta Josefo, que o grego, num dia de sábado, enquanto os
judeus estavam na sinagoga, começou a sacrificar aves com o claro propósito de
irritá-los, e foi assim que tudo começou, com enfrentamento de ambas partes,
gregos e judeus, de maneira que em pouco tempo a escalada de violência tomou
toda a cidade, e como um rastilho de pólvora, uma simples ocorrência local, se
espalhou por todo o país
Floro, governador da Judeia, ao invés de apaziguar a situação, viu ali a
oportunidade de fustigar os judeus, mandando atirar muitos à prisão como também
executar outros. Os judeus procuraram então, por todas as maneiras resolver a
questão de maneira legal e pacífica.
Após a devastação e destruição do Segundo Templo, pelos Romanos, em 70
E.C., e o esmagamento das revoltas judaicas anteriores, a vida judaica em
Israel foi dizimada e a soberania judaica esmagada.
O Imperador Adriano (76 - 138 E.C.) visitou Jerusalém, e comprometeu-se a
reconstruir a cidade e o Templo. No entanto, a sua motivação era fazer uma
nova cidade romana e um templo dedicado aos deuses pagãos. Quando os
Romanos começaram a lançar as fundações do templo, as tensões cresceram, e
quando os ocupantes Romanos proibiram as práticas religiosas fundamentais
para a fé judaica, como a circuncisão (que os Helenistas viam como
mutilação), os judeus rebelaram-se, e deu-se a terceira rebelião (ou Guerra
Judaico-Romana) desde a destruição do Templo. Durou de 132 a 135 E.C., e
foi a última.
A revolução, inspirada em parte pela dinastia dos Hasmoneus, foi inicialmente
bem sucedida. Praticando uma guerra de guerrilha, as forças judaicas
recapturaram muitas cidades e vilas, incluindo Jerusalém. Os romanos foram
apanhados de surpresa, e as tentativas de reprimir a rebelião falharam. Moedas
foram cunhadas com a frase "A Liberdade de Israel."
Os sacrifícios rituais de animais foram retomados, embora não no Templo; o
Rabino Akiva liderou o Sinédrio (Supremo Tribunal judeu), e Bar Kokhba
estabeleceu-se como Nasi (príncipe). No entanto, no ano 135 E.C., os
Romanos conseguiram finalmente reprimir a rebelião, e fizeram-no de forma
brutal. Cercaram as cidades até que as forças judaicas ficaram enfraquecidas
pela falta de alimentos, e, em seguida, começaram o ataque final. Os judeus
fugiram para o seu reduto, em Betar, mas foram atacados lá também, tendo o
golpe final ocorrido em Tisha B'Av, o dia nacional de luto judaico. Centenas
de milhar de judeus foram mortos, e Adriano tentou acabar com qualquer
indicação de que uma presença judaica existira na Terra de Israel.
Académicos, incluindo o Rabino Akiva, foram perseguidos e mortos; textos
foram queimados. Adriano ergueu estátuas no Templo, e substituiu o nome de
"Judeia" nos mapas pelo nome "Síria-Palaestina", a partir do qual deriva o nome
moderno "Palestina", que foi um dos nomes da Terra de Israel durante dois mil
anos subsequentes.
O Imperador Romano também reinstituiu o nome "Aelia Capitolina" para
designar Jerusalém, transformada em cidade romana. Os judeus foram proibidos
de entrar na sua cidade santa.
Mais tarde, Constantino I permitiu que os judeus entrassem em Jerusalém uma
vez por ano, em Tisha B'Av, a fim de chorarem. A revolta teve impacto
significativo sobre o Judaísmo. O centro de aprendizado judaico mudou-se para
a Diáspora. No entanto, a presença judaica permaneceu na Terra Santa. Os
judeus, na sua maioria, migraram para o norte de Safed e para Tiberíades.
Safed ficou conhecida como um importante centro de estudo da Torá,
especialmente do estudo da Cabala. Textos judaicos importantes foram
concluídos em Israel, incluindo o Mishná e o Talmud Jerusalém. Na História de
Israel moderna, a revolta de Bar Kokhba tornou-se um símbolo da resistência
nacional. O grupo de jovens judeus "Betar" tomou o seu nome do último reduto
de Bar Kokhba, e o primeiro Primeiro-Ministro de Israel, David Ben-Gurion,
adoptou o nome de um dos generais de Bar Kokhba.
PERÍODO ATUAL DIÁSPORA JUDAICA.
Primeira Diáspora: iniciada em 586 a.C., quando o imperador babilônico
Nabucodonosor II conseguiu invadir o reino de Judá, destruindo Jerusalém e
deportando os judeus para a Mesopotâmia (alguns migraram para vários países do
Oriente). Esses judeus deportados continuaram com suas práticas e seus costumes
religiosos, misturados com outros costumes herdados dos babilônicos. Todo esse
processo de adaptação dos judeus no território babilônico fez com que o hebraico
começasse a perder sua importância, dando lugar ao aramaico, que tornou-se a
língua comum.
Segunda Diáspora: a segunda diáspora aconteceu bem depois da primeira, no ano 70
d.C. Ocorreu porque os romanos destruíram Jerusalém, “obrigando” os judeus a
irem para outros países da Ásia Menor, África ou sul da Europa. As comunidades
judaicas estabelecidas no Leste Europeu ficaram conhecidas como “Asquenazi” e as
que se estabeleceram ao Norte da África (“Sefardins”), migraram para a Península
Ibérica. Com o século XV, veio o grande crescimento do cristianismo – que tomava
proporções inesperadas –, fazendo com que migrassem para os Países baixos,
Bálcãs, Turquia, Palestina e, influenciados pela colonização europeia, chegaram ao
continente americano.
Nos demais países muçulmanos, os judeus viviam como cidadãos de segunda
classe. Podiam seguir suas crenças nos dhimmis (comunidades protegidas)
desde que pagassem impostos. Seu status era superior ao de pagãos e escravos.
"No mundo islâmico, os judeus desfrutaram de prosperidade nos séculos 10, 11
e 12. Houve explosões de violência contra eles, mas esporádicas e locais", diz o
historiador britânico Nicholas de Lange em Povo Judeu. Alguns chegavam a ser
ministros dos califas. O rabino Maomônides (1135-1204), um grande filósofo da
Idade Média, foi médico dos sultões do Egito. "No século 13, quando o mundo
muçulmano passou a sofrer pressões dos cristãos no oeste e dos mongóis no
leste, a condição dos judeus piorou de forma dramática", diz Lange. "Os líderes
islâmicos deram carta branca à intolerância religiosa.
Os convertidos, os "cristãos-novos", continuaram sendo alvo de suspeita dos
inquisidores. Tanto que ficaram conhecidos como marranos ("porcos", em
espanhol) ou anussim ("forçados", em hebraico). "Para muitos, a saída foi
praticar o judaísmo secretamente, correndo risco de vida", diz o escritor
americano-português Richard Zimler, autor de vários livros sobre o tema.
Outros botaram o pé no mundo e se fixaram em todo o arco mediterrâneo, sul da
França, Holanda, Inglaterra e norte da Alemanha.
Segundo Johnson, a diáspora sefaradim mobilizou judeus do mundo inteiro. A
chegada de refugiados a uma cidade provocava a expulsão dos que lá viviam.
"Muitos judeus converteram-se em vendedores ambulantes", diz. Vem dessa época a
lenda antissemita do Judeu Errante, o sujeito que teria negado água a Jesus no trajeto
até a crucificação e por isso havia sido condenado a uma vida sem rumo. O primeiro
gueto da história, em Veneza, data de 1516. Outros "cristãos-novos" vieram para o
Brasil, trabalhar em Minas Gerais ou nos engenhos de Pernambuco. Em 1636,
fundaram no Recife a primeira sinagoga das Américas sob a bênção dos holandeses.
Os ashkenazim
A saga dos sefaradim foi simultânea à de outro importante grupo: os ashkenazim (do
hebraico medieval Ashkenaz, "Alemanha"). Eles se assentaram entre a Alemanha e a
França, ao longo do Vale do Reno, a partir do século 8, incentivados pelo imperador
Carlos Magno. A maioria se dedicava ao artesanato, à fabricação de vinhos e ao
comércio - conheciam como poucos as rotas para o Mediterrâneo e o Oriente Médio.
"No século 13, muitos ashkenazim foram para a Polônia atraídos pelas
oportunidades econômicas", diz Lange. "Tinham em suas mãos a maior parte do
comércio." A idade dourada dos ashkenazim acabou em 1648, ao serem alvo de uma
rebelião dos cossacos, vindos da Rússia e da Ucrânia, que investiram contra os
judeus, matando perto de 100 mil e dizimando 300 comunidades. O antissemitismo
tornou a Europa um lugar perigoso. Judeus já haviam sido expulsos da Inglaterra em
1290 e da França em 1306.
"A ausência de um Estado fez com que construíssem sua identidade com base em
parâmetros mais religiosos e étnicos do que nacionais ou territoriais", diz Krausz.
Em geral, viviam como estrangeiros, apenas tolerados. Não podiam reivindicar
os direitos dos outros cidadãos e pagavam impostos abusivos. Não tinham terras
nem participavam de corporações de ofícios, que só aceitavam cristãos.
"Restava-lhes o pequeno comércio e a lida com o dinheiro", diz Krausz. Os
ashkenazim chegaram à Lituânia, Ucrânia, Moldávia e Rússia. Viviam num
vilarejo semi-isolado, o shtetl. Assim como os sefaradim, criaram seu dialeto: o
ídiche, que mescla alemão medieval com termos hebraicos e eslavos.
Os sefaradim
No século 9, a comunidade judaica da Babilônia começou a declinar e muitos
rumaram para outros cantos do globo. Parte foi para o norte da África, à região
que hoje corresponde a Argélia, Marrocos, Sahara Ocidental e Mauritânia. Lá se
assentaram nos domínios de duas tribos muçulmanas: os berberes, que eram
exímios guerreiros; e os mouros, mais tolerantes, que se dedicavam ao
comércio, ao artesanato e à ciência.
Como os exércitos mouros estavam em franca expansão pela Espanha, os judeus
pegaram carona com eles - e ficaram conhecidos como sefaradim (de Sefarad,
"Espanha" em hebraico). Produziram uma língua própria, o ladino, impregnando
de vocábulos hebraicos o espanhol medieval. A união entre mouros, judeus e
ciganos daria origem ao flamenco, que até hoje é tocado e bailado como um
hino à liberdade.
.
Apesar da Diáspora, os judeus sempre buscaram manter os seus costumes
religiosos e culturais, independente do território onde se encontravam. Ainda
foram bastante perseguidos.
Após 2000 anos vivendo em domínio estrangeiro e sofrendo com as perseguições,
em 1948 a diáspora teve seu fim: com a tomada da Palestina, foi criado o Moderno
Estado de Israel. Hoje em dia, estima-se que existam quase 20 milhões de judeus
espalhados pelo mundo.
O SURGIMENTO DO ANTISSEMITISMO:
Nos livros de Zacarias e Ageu, encontramos um pequeno remanescente judaico
que havia retornado a Jerusalém para reconstruir o altar, o Templo e a cidade. No
livro de Ester, vemos uma onda mundial de antissemitismo vindo da Pérsia
(antigo Irã). Há uma ligação entre as duas coisas.
ANTISSEMETISMO GREGO: Alguns estudiosos mantém o ponto de vista de
que o anti-semitismo teria sido difundido pela primeira vez pelos gregos, o
filósofo judeo-helênico Fílon descreveu em sua obra Flaco um ataque aos judeus
de sua cidade, Alexandria, em 38, no qual milhares de judeus foram mortos,
possivelmente instigado pelas descrições dos judeus como misantropos. Esta
animosidade específica contra os judeus, no entanto, deve ser diferenciada do
preconceito que os gregos já mantinham contra os grupos e povos que eles
consideravam 'bárbaros' - entre os quais os judeus.
Libelo de Sangue: O primeiro caso conhecido de Libelo de Sangue contra os
judeus está nos escritos de Apião, que afirmava que os judeus sacrificavam
vítimas gregas em seus templos. Justificando a destruição de Jerusalém e
profanação do Templo por Antioco.
A Grécia hoje é o pais mais antissemita do mundo, com 68% da população, Irã
56%. O antissemetismo grego influenciou profundamente os teólogos gregos do
segundo e terceiro século.
Antisemetismo romano: Foi provocado pelas revoltas judaicas nos anos 70 e 135.
Quando o reino judaico foi absorvido pelo Império Romano, as relações entre o
povo judeu e os soberanos romanos passaram a ser cada vez mais problemáticas, e
eventos como as guerras travadas na Judeia ajudaram a gerar uma visão cada vez
mais negativa dos judeus, tanto entre os imperadores como entre o próprio público
romano.
Em 19 o imperador Tibério (r. 14–37) expulsou de Roma os judeus estabelecidos na
cidade. Suetônio conta que Tibério "suprimiu todas as religiões estrangeiras…
Distribuiu os jovens judeus, sob o pretexto de servirem ao exército, por todas as
províncias notórias pelo seus climas pouco saudáveis; e expulsou da cidade o resto
dos integrantes daquela nação, bem como aqueles que eram prosélitos, sob pena de
escravidão vitalícia, se se recusassem a obedecer as ordens.“
Gibbon divide a atitude dos romanos em relação aos judeus em dois períodos; o
primeiro, do reinado de Nero (r. 37–68) ao de Antonino Pio (r. 86–161), ele chama
de "Espírito rebelde dos judeus":
[…] os judeus descobriram a feroz impaciência do domínio de Roma, que
repetidamente eclodiu nos mais furiosos massacres e insurreições. (Gibbon, Edward
''Declínio e Queda do Império Romano'‘)
.
ANTISSEMETISMO CRISTÃO: Foi provocado por duas situações, primeiro
a perseguição dos judeus aos cristão conforme relatado no livro de Atos, e a
Epístola de Hebreus, que escreve a cristão que abandonam a fé por perseguição
judaica, como também através do martírio de inúmeros cristão como Estevão e
Tiago irmão de Jesus. guiados por vários fatores incluindo diferenças
teológicas, a evangelização cristã. E por fim por estes resistirem ao evangelho
e a revelação dos apóstolos e a messianidade e divindade de Jesus.
“... o propósito disso (circuncisão) foi para que vocês e apenas vocês pudessem
sofrer as aflições que agora são suas; para que apenas a vossa terra (Israel)
fosse desolada, e suas cidades arruinadas pelo fogo, para que os frutos da vossa
terra sejam comidos por estrangeiros perante os seus olhos; para que nenhum
de vocês possam entrar na cidade de Jerusalém.”
Justino Mártir – Diálogo com Trifão, o judeu (entre 138 e 161 d.C)
“Os Judeus não adoram a Deus, mas a demônios. Portanto, todas as suas festas são
impuras (...) A sinagoga é pior do que um bordel (...) templo de demônios devotos
a cultos idólatras (...) assembléia criminal de Judeus(...) um local onde os
assassinos de Cristo se reúnem (...) um lugar de encontro para os assassinos de
Cristo, uma casa pior do que uma loja de beberrões, um covil de ladrões, uma casa
de má fama, uma habitação da iniqüidade, o refúgio de demônios, um abismo da
perdição. Quanto a mim, eu odeio a sinagoga ... Eu odeio os judeus, pelo mesmo
motivo.”

João Crisóstomo (344 – 407 d.C.)


“Quão odiosos são para mim os inimigos da vossa Escritura! Como eu queria que
Tu os degolasse (os Judeus) com tua espada de dois gumes, para que não existisse
mais ninguém para se opor a vossa palavra! Com alegria eu prefiro a morte deles
para viver para ti!”
Agostinho (354 – 430 d.C.) – Confissões
“Em primeiro lugar, suas sinagogas devem ser incendiadas, e tudo o que não
queima deve ser coberto ou com sujeira espalhada de forma que ninguém nunca
mais seja capaz de ver uma cinza ou pedra dela. E isso deve ser feito para a glória
de Deus e do cristianismo para que Deus possa ver que nós somos cristãos, e que
não temos tolerado ou aprovado publicamente em suas mentiras, praguejando e
blasfemando do Filho e dos cristãos de Deus.
Em segundo lugar, suas casas devem igualmente ser quebradas e destruídas. Para
que eles não cometam lá as mesmas coisas que fazem nas suas sinagogas. Por esta
razão, eles devem ser colocados sob um mesmo teto ou num estábulo, como
ciganos, para que possam perceber que não são mestres em nossa terra, mas
prisioneiros miseráveis, se queixando diante de Deus com amargo pranto.”
Martinho Lutero – Os Judeus e suas Mentiras – 1543
“A teimosia podre e inflexível dos judeus faz com que os judeus mereçam ser
oprimidos infinitamente, sem medida e sem fim, e que eles morram na própria
miséria sem piedade de ninguém”.
João Calvino – Resposta a questões e objeções de um certo Judeu
KABALA A HERMENEUTICA JUDAICA
No hebraico, kabcl, «receber», isto é, tradições transmitidas e aceitas. A Cabala
é o conhecimento místico esotérico do judaísmo, baseado na interpretação
oculta da Bíblia, à qual foram adicionados elementos de outras religiões e
sistemas.
Origem. As origens desse sistema são obscuras, mas o tipo de atividade por ele
representado (a teosofia especulativa e a taumaturgia prática) encontra-se na
literatura apócrifa e na Midrash. Durante o seu desenvolvimento, muitas
correntes de pensamento fluíram para a corrente principal, como as ideias do
gnosticismo do neoplatonismo, do neopitagoreanismo, do zoroastrismo e do
sufismo.
A Cabala teve começo na Palestina; mas foi na Babilônia, durante o período de
550 a 1000 D.C., que experimentou seu primeiro sistemático e substancial
desenvolvimento. Duas importantes obras cabalísticas surgiram ali, a saber: 1.
O Sefer Yetzirah (o Livro da Formação), um estudo sobre os poderes criativos
das letras e dos números, uma obra estudada largamente;
2. o Shiur Komah (a Medida de Altura), uma obra antropomórfica sobre as
dimensões da deidade.
Movimentos. Começando pela Babilônia, centro da atividade cabalística, o
movimento passou para a Itália, Espanha, Provença, Alemanha, nos séculos IX e X
D.C. Aaron ben Samuel trouxe seus discípulos da Babilônia para a Itália. Isaque, o
Cego, e Azriel desenvolveram a Cabala na Provença. A família Kalonymous
transportou a Cabala da Itália para a Alemanha. Judá, o Piedoso, e Eleazar de Worms
trabalharam na Alemanha, e Moisés ben Nachman (que vide) desenvolveu o sistema
na Espanha. Vários novos livros foram publicados nessa época. Apareceram o
Masechet Atzilut (Tratado sobre a Emanação), por Jacó Nazir (século XII DC.); o
Sefer Ha-Bahir (o Livro Luminoso), do século XIII; o Sefer Ha-Temu- nah (o Livro
da Imagem), do século XIII; e o Zxthar, que se tornou conhecido por Moisés de Leon,
em 1300. Esse foi o mais significativo livro cabalístico do período, que veio a ser
considerado como o mais sagrado de todos os escritos similares.
O próximo período significativo de atividades cabalísticas deu-se no século XVI. Seu
principal centro foi em Safede, na Palestina. A Polônia também tornou-se um
importante centro cabalístico. Bem conhecidos personagens dessa época foram Moisés
Cordovero (1522-1570), Isaque Luria (1533-1572), o qual é chamado de pai da
moderna e prática Cabala. Seu discípulo, Chayim Vital (1543-1620), registrou em
forma escrita os ensinamentos de Luria. Luria foi o fundador de uma escola na qual a
redenção e o messianismo figuravam proeminentemente, conceitos esses que
influenciaram muito as escolas subsequentes.
Esse movimento tornou-se um movimento místico popular da
Europa Oriental, nos séculos XVIII e XIX, conhecido como
chasidismo
Cada palavra da Bíblia, escrita em hebraico, que eles pensavam
ser a língua do próprio Deus, bem como cada letra, e mesmo cada
sinal vocálico, e todas as suas possíveis permutas e combinações,
eram consideradas questões que encerravam profundos
mistérios. A Bíblia era interpretada não apenas literalmente, mas
também alegórica, homilética e anagogicamente, com a
esperança de desvendar sentidos ocultos. As palavras eram
interpretadas de acordo com seus valores numéricos, numa
pseudociência chamada gematria. Além disso, cada letra de uma
palavra sugeria outras palavras que eram iniciadas pela mesma,
e disso os cabalistas extraíam certos sentidos, chamados
notarikon. Havia ainda a substituição de algumas letras por
outras, e disso emergiam supostos significados, chamados
temurah.
Idéias da Cabala: a. Emanações de um Deus transcendental, b. A
doutrina das esferas, o sefiroth, que seriam mediadores entre a
Luz Infinita e a criação física, c. Muitas ordens de anjos e
demiurgos, que facilitariam a comunhão entre Deus e o homem,
d. A reencarnação(que vide), e. O pecado consiste na separação
entre o homem e o Ser Divino, passo que a perfeição consiste na
eliminação desse estado de separação, f. A crença no Adão
Kadmon, um homem primordial, do qual se derivaria o homem
terreno, g. O Adão Kadmon seria uma união dos sexos, da qual o
homem e a mulher terrenos são meros reflexos, h. O homem é um
microcosmos do universo, i. Um assinalado dualismo (que vide),
expresso em termos de luz e trevas, de esquerda e direita, de
pureza e impureza, de macho e fêmea, além de inúmeros outros
pares. j. Amuletos, números e letras teriam significação própria, e
o lançamento de sortes e outras formas de adivinhação eram
empregados. Além disso, por ocasião das enfermidades ou em
períodos de penitência, a pessoa podia mudar seu nome, a fim de
procurar beneficiar-se da mudança de letras e de seus valores
A história de Israel no Antigo Testamento se encerra com as derradeiras
palavras do profeta que escreveu este último livro canônico. Mas a história de
Israel como um reino de sacerdotes não finda aqui. Neste sentido, o Antigo
Testamento acha sua expressão maior nas páginas do Novo Testamento, com
grandes propósitos de Deus para a Igreja e para o Israel escatológico.
A história de Israel não foi apenas um fenômeno sóciopolítico, mas como o
cumprimento do plano redentor de Deus, ou seja, como uma mensagem
teológica. A humanidade, alienada de Deus pela queda, é ainda o objeto de seu
amor e sua graça. O Antigo Testamento conta a história da implementação da
graça mediante o veículo de um elemento humano (Abraão) que deu origem a
uma nação eleita (Israel), um reino de sacerdotes cuja tarefa era demonstrar o
que significa ser o povo redimido de Deus e o mediador da revelação salvadora
para o mundo.
A nação falhou miseravelmente nos tempos do Antigo Testamento, mas o
remanescente continuou e ainda continua a ser testemunha da aliança
inabalável que o Senhor faz com o seu povo. O reino de sacerdotes, então, não
é uma relíquia dos tempos e lugares antigos, mas uma manifestação na terra
dos graciosos propósitos do Rei dos reis e Senhor dos senhores.

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