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EDUCAÇÃO ESPECIAL

DIÁLOGO COM AS DIFERENÇAS


Histórico sobre Deficiência
DIÁLOGO COM A HISTÓRIA

 Ao longo da história, o conceito de


deficiência foi sendo construído na
perspectiva de atender aos interesses
daqueles que se apresentavam como
eficientes.
O CORPO DEFICIENTE NA
PERSPECTIVA
DA HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA

 A sociedade formada por


nômades não havia “espaço” para os
corpos deficientes.

 Existiam dois tipos de atitudes:


• Uma atitude de aceitação, tolerância, apoio
e assimilação;
• Uma eliminação, menosprezo ou distinção.
PRÉ-HISTÓRIA

 Trepanação
• Concepção demoniolôgica da natureza e
origem dos desvios mentais, realizada
para permitir que os espíritos malignos
escapassem dio corpo.

 Estavam
ligados do modelo primitivo de
sociedade (caça, pesca, guerra, enfim,
tarefas de sobrevivência), na qual as relações
de produção eram baseadas na coletividade
trabalho com a terra contando somente com a
força humana.
SOCIEDADE GREGA

 Mitos para segregar os opositores


políticos e manipular o povo, segundo
os “obscuros e caprichosos desígnios
dos deuses,(Platt,1999);

 Base nos mitos pode-se descrever o


perfil do cidadão perfeito, saudável,
que dominaria os demais por seus
dotes físicos e mentais, com sagacidade
e que não toleraria a fraqueza e a
repugnância daquele que se
apresentasse “feio”;

 Termo ESTIGMA = sinais corporais.


• Evidenciar alguma coisa extraordinária;
• Sinais feitos com cortes ou fogo
(escravo, um criminoso ou traidor)
ESPARTA
 A sociedade espartana se estabelecia
pela desigualdade entre as pessoas;

 Idolatravam o corpo e suas formas


perfeitas, geradas pela prática de
atividades físicas e pela educação
severa, para servir a Pátria;

 As crianças que apresentavam


alguma deficiência eram eliminadas;

 O ser humano não possuía direitos e


sim deveres – os corpos mutilados,
lesados, incompletos não poderiam
viver.
ATENAS

 A sociedade ateniense se dividia


em:
* Cidadão
* Estrangeiro
* Escravos

 A proposta de educação era


voltada para o intelectual, além
da preocupação com o corpo;

 Os corpos deficientes eram


marginalizados.
SOCIEDADE ROMANA

 Matam os fetos e os recém-nascidos


Monstruosos (afogados);

 Os corpos deficientes serviam para:

 Atividade de circo;
 Atividade de prostituição;
 Atividade de remadores;
 Estimulados a esmolar na rua.
 Mercado de compra e venda de
homens sem pernas ou braços,
anões, gigantes, de três olhos,
etc.
PASSAGEM DA ANTIGÜIDADE
AO FEUDALISMO

 Feudalismo: Sistema econômico


que predominou na Idade
Média;

 Não havia obrigação moral nem


social com as crianças;

 Eram tratadas com indiferença;


PASSAGEM DA ANTIGÜIDADE
AO FEUDALISMO

 A infância era uma fase sem


importância;

 A morte de um grande
número de crianças, inclusive
as ditas normais, era algo
previsível;

 A morte das crianças


“deficientes” era a resolução
de um problema.
O MORALISMO CRISTÃO OCIDENTAL
(DA ANTIGUIDADE A IDADE MÉDIA)

 Associa a deficiência ao
pecado;

 Em vez da morte – a
segregação / passaram
a ser confinados em
casas, porões ou valas;
O MORALISMO CRISTÃO OCIDENTAL
(DA ANTIGUIDADE A IDADE MÉDIA)

 A Igreja era a maior


proprietária de terras
devido às doações para
alcançarem o céu após a
morte;

 Surge uma “indústria”


de acompanhamento
pelos religiosos de
doentes ricos solitários.
CRISTIANISMO
Y A vida é um direito adquirido
de todo ser humano, seja ele
normal ou anormal;

Y Fim do infanticídio e
extermínio de deficientes;

Y Apatia pelas questões


corporais;

Y Luta contra as paixões de


carne;
CRISTIANISMO
Y Deficientes relacionados a castigos e penitência
para pagar pecados novos ou antigos;

Y A alma mais importante que o corpo: os


indivíduos bem nascidos mais importantes ou
incompletos;

Y Corpo – dualidade:
Y 1- Templo de Deus;
Y 2- Oficina do demônio.

Y Fogueira da Inquisição (purificação das chamas).

Y Queima de um deficiente de uma pessoa


supostamente possuída pelo demônio, não
ocorria por maldade, mas como forma de
“purificar a alma”.(CARMO apud PLATT,1999).
IDADE MODERNA
INDUSTRIA

 Surgia a classe média;

 A indústria deixou de ser


doméstica para ser de massa
– Revolução Industrial;

 A produção do capital
mudou e com ele a relação
entre as pessoas.
RENASCIMENTO

 Alguns médicos levantaram


objeções aos maus tratos de
que eram vítimas os
“possessos”. Paracelso, 1493-
1541) tornou-se famoso
porque o uso da medicina no
tratamento das aberrações
mentais, em vez de
exorcismos;

*
SÉCULO XVI E XVII

 Os filósofos e os médicos têm sido os mais


influentes na promoção da transição da
concepção sobre deficiência. Gradativamente,
a partir do século XVI, a questão da deficiência
passa da órbita da igreja para tornar-se objeto
da medicina. A visão teológica da deficiência
perde força, mas coloca bases para uma
interpretação organicista (TELFORD, 1984).

 Em termos de forma de produção, a


humanidade passou do artesanato para a
manufatura no séc. XVI e desta para a
maquinofatura, a partir do séc. XVIII.
SÉCULO XX

 No séc. XX, com o extraordinário avanço


tecnológico, liberta-se o homem de todo o
trabalho repetitivo, desumano, e isso vai
repercutir na questão da deficiência;
 A definição de deficiência perde o caráter
oficial e universal, passando a ser
contingencial, colocando que alguém é
deficiente somente em um contexto
temporal, espacial e socialmente
determinado, começando a compreender a
necessidade de se especificar critérios
segundo os quais o indivíduo é deficiente
(OMOTE, 1994; AMARAL, 1994).
 Os estudos começam a dar importância para noções
como auto-conceito, auto-imagem e auto-estima do
deficiente, como sendo importantes elementos com os
quais se deve trabalhar no atendimento destinado a ele;

 Omote, 1994 ao rever os vários conceitos de


deficiência, percebe-se a existência de duas
tendências:
• A conceituação da deficiência como um atributo
inerente à pessoa deficiente, como algo que
caracteriza o seu organismo ou o seu comportamento;
• A delimitação do objeto de conceituação tem sido
baseada em áreas supostamente específicas de
comprometimento.
 As abordagens centradas na pessoa deficiente
impedem de se analisar o aspecto da construção
social da deficiência;

 As reações apresentadas por pessoas comuns face


às deficientes ou às deficiências não são
determinadas necessariamente por características
presentes num dado quadro de deficiência, mas
dependem da interpretação, fundamentada em
crenças, científicas ou não, que se faz desse
quadro.
MODERNA E CONTEMPORÂNEA
SOCIEDADE CAPITALISTA

 Instrumentos que levam


o ser humano a falar com
os olhos, a escrever com
os pés, a andar sem as
pernas, etc;

 Discussões sobre o
conceito de normalidade
a anormalidade;

 Significado da vida.
SOCIEDADE CAPITALISTA
 CORPO = Máquina.

 DEFICIÊNCIA – associada a
disfunção da realidade.

 CORAÇÃO = bomba.

 RIM = Filtro.

 PULMÃO = Fala

 CÉREBRO = Computador
IDADE CONTEMPORÂNEA
SECULO XXI

 Nova epistemologia;

 Corpos deficientes = conquista


“um viver mais digno e
qualitativo”;

 Libertam o ser humano das


amarras da repressão corporal –
provocada pela idéia do corpo
perfeito (exclusão social).
NOMENCLATURAS
 Portador de deficiência, portador de necessidades especiais
Termo correto: PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Não se utiliza o termo portador de
deficiência, visto que a pessoa não porta uma deficiência, ela TEM uma deficiência.
Jamais utilizar: incapacitado, aleijado, defeituoso, inválido. O termo portador de
necessidades especiais é utilizado tanto para pessoas que tem eficiência como para pessoas
sem deficiência, assim não é correto utilizá-lo quando se refere à pessoa com deficiência.
 Deficiente mental, retardado mental
Termo correto: PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
 Pessoa normal
Termo correto: PESSOA SEM DEFICIÊNCIA OU PESSOA NÃO-DEFICIENTE
Ex: A inscrição nas atividades será para pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência.
 Defeituoso físico
Termo correto: PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA.
 Classe normal / Escola normal
Termo correto: CLASSE COMUM, CLASSE REGULAR / ESCOLA COMUM, ESCOLA
REGULAR.
NOMENCLATURAS
 Crianças excepcionais
Termo correto: CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
 LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais
TERMO CORRETO: LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA. Trata-se de uma língua e não de
uma linguagem.
 Necessidades educativas especiais
TERMO CORRETO: NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.
 Pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas
TERMOS CORRETOS: PESSOA EM CADEIRA DE RODAS; PESSOA QUE ANDA EM
CADEIRA DE RODAS; PESSOA QUE USA CADEIRA DE RODAS. Os termos presa,
confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o
uso do termo cadeirante.
 Sigla correta: PcD – Pessoa com Deficiência
Porém deve-se evitar a utilização de siglas para seres humanos, utilizá-la apenas quando for
necessária a abreviação.

http://www.cnbb.org.br/documento_geral/RomeuSassaki_Terminologiadeficiencia
Ser humano = é um corpo
que oferece todas as
possibilidades, mesmo
que ele se apresente
fragilizado.
(Mirian Xavier)

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