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Fui ao Tororó

Fui no Tororó beber água

Não achei

Achei linda Morena

que no Tororó deixei

Aproveita minha gente

Que uma noite não é nada

Se não dormir agora

Dormirá de madrugada

Oh, Mariazinha

Oh, Mariazinha

Entra nesta roda

Ou ficarás sozinha!

Sozinha eu não fico

Nem hei de ficar!

Por que eu tenho [nome da pessoa]

Para ser o meu par!

Tira, tira o seu pezinho

Bota aqui ao pé do meu

E depois não vá dizer

Que você se arrependeu

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena quatro - De vidro e se quebrou (p. 43).
IAGO (de saco cheio) - Eu fui até a fonte que fica no tororó buscar água. Só isso, pai.

Origem:
“Duas cidades brigam pelo posto de dona da fonte mais cantada entre os brasileiros.

Há quem acredite que a cantiga nasceu em Salvador, Bahia, capital do império na época
Brasil Colônia e o Tororó não é uma simples fonte de água limpa. É sim um Dique, chamado
de Dique do Tororó, o único manancial natural de Salvador tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1959. (…) Tororó vem do Tupi,
significa jorro (de água) e conta a história de que o povo soteropolitano tinha o hábito de se
abastecer nas águas do dique e dela surgiu a popular cantiga.

[Já] o historiador Olavo Rodrigues no seu livro “Cartilha da História de Santos”, lançado em
1980, atribui a inspiração da popular da cantiga à Fonte do Itororó localizada no pé do
Monte Serrat na cidade de Santos, São Paulo. E está ligada diretamente a fundação da
cidade de Santos.

A fonte pertencia ao explorador e fidalgo português Brás Cubas, fundador da vila de Santos
(hoje cidade) e era responsável pelo abastecimento do seu curtume. Dizia a lenda popular
que quem bebesse da água não sairia mais da cidade. A fonte serviu como abastecimento
em 1920 da Empresa Águas do Itororó, uma fábrica de refrigerantes.” (Histórias Contadas
por Aí)

Notas
“O Tororó, mencionado na música, pode ser interpretado como um lugar fictício ou como
uma referência a algum local específico, mas em um contexto mais amplo, simboliza um
destino ou um objetivo que se busca alcançar.

A busca pela água no Tororó e o encontro com a 'linda Morena' podem ser vistos como
metáforas para a busca por amor e companheirismo. A água, essencial para a vida, é
comparada ao amor, que é vital para a existência humana. A música também destaca a
importância da socialização e da participação em comunidade, como visto no convite para
Mariazinha entrar na roda e não ficar sozinha, reforçando a ideia de que a vida é melhor
compartilhada.

Além disso, a cantiga aborda a noção de aproveitar o momento presente ('que uma noite
não é nada'), sugerindo que a vida é efêmera e que devemos desfrutar de nossas relações
e alegrias enquanto podemos. A referência ao dormir 'de madrugada' pode ser uma alusão
ao ciclo da vida, onde cada fase deve ser vivida em seu tempo. Em suma, "Fui no Tororó" é
uma celebração da vida, do amor e da comunidade, elementos essenciais da cultura
popular brasileira.” (Letras.mus)

Ciranda Cirandinha
Ciranda, cirandinha

Vamos todos cirandar!

Vamos dar a meia volta

Volta e meia vamos dar

O anel que tu me destes

Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou

Por isso, dona Rosa / Chica / São Francisco

Entre dentro desta roda

Diga um verso bem bonito

Diga adeus e vá se embora

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Com os próprios cirandeiros, mas a referência mais forte a “o anel que tu me destes”
começa logo antes da entrada de Belisa, quando os pais de Iago mostram o anel de vidro.

Origem:
A ciranda é uma dança popular que surgiu no Nordeste brasileiro e tem como principal
característica a formação de uma roda, onde os participantes cantam e dançam juntos.

O nome “ciranda” vem do termo “cirandar”, que significa girar em círculos. Acredita-se que
essa dança tenha sido trazida pelos escravos africanos durante o período colonial, e aos
poucos foi se adaptando à cultura brasileira. (Listologia)
O primeiro registro da ciranda data da década de 1870, em Recife, Pernambuco, mas a
tradição tem origem nas culturas africanas e indígenas. Ela foi trazida ao Brasil pelos
africanos escravizados durante o período colonial - como uma forma de manter suas
tradições vivas - e se espalhou por diversas regiões do país. Geralmente, uma pessoa fica
no centro do círculo e realiza movimentos específicos enquanto os outros participantes
cantam e dançam ao redor dela.

A ciranda é acompanhada por instrumentos como o pandeiro, a zabumba, o triângulo, a


sanfona e a flauta. Ela também tem relação com outras danças populares brasileiras, como
o coco, o maracatu e o frevo. Por ter uma rica tradição musical, a ciranda influenciou a
música brasileira como um todo. Muitos músicos brasileiros incorporaram elementos da
ciranda em suas composições, criando novos estilos musicais que são populares até hoje.

Notas
“A letra da música sugere um convite para entrar na roda e participar da dança,
simbolizando a inclusão e a comunidade. A expressão "Vamos todos cirandar" reforça a
ideia de coletividade e celebração. No entanto, a segunda estrofe traz uma mudança de
tom, mencionando um anel de vidro que se quebrou e um amor que acabou, o que pode ser
interpretado como uma metáfora para as desilusões e perdas que enfrentamos na vida.
A fragilidade do vidro e a efemeridade do amor são temas universais que ressoam com
a experiência humana.

A última parte da canção convida Dona Rosa (Belisa) a entrar na roda e a se despedir,
o que pode ser visto como um ciclo de chegadas e partidas, típico das relações
humanas. A roda da ciranda, assim, pode ser entendida como um símbolo da vida, onde as
pessoas entram, compartilham momentos e depois seguem seus caminhos. A simplicidade
da letra permite múltiplas interpretações, mas a mensagem de união e continuidade da
vida permanece como um tema central.”

A Barata diz que Tem


A Barata diz que tem
Sete saias de filó
É mentira da barata
Ela tem é uma só
Há, há, há, hó, hó, hó
Ela tem é uma só

Há, há, há, hó, hó, hó


Ela tem é uma só

A Barata diz que tem


Um anel de formatura
É mentira da barata
Ela tem é casca dura
Há, há, há, hó, hó, hó
Ela tem é casca dura

Há, há, há, hó, hó, hó


Ela tem é casca dura

A barata diz que tem


Um sapato de fivela
É mentira da barata
O sapato é da mãe dela
Há, há, há, hó, hó, hó
O sapato é da mãe dela

Há, há, há, hó, hó, hó


O sapato é da mãe dela

A Barata diz que tem


Uma cama de marfim
É mentira da barata
Ela tem é de capim
Há, há, há, hó, hó, hó
Ela tem é de capim

Há, há, há, hó, hó, hó


Ela tem é de capim.

A Barata diz que tem


Um sapato de veludo
É mentira da barata
O pé dela é peludo
Há, há, há, hó, hó, hó
O pé dela é peludo

Há, há, há, hó, hó, hó


O pé dela é peludo.

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena dois - Bambalalão
Música: As Aparências Enganam
CIRANDEIRO: Eles dizem ter muitas coisas, mas a mentira é grande e barata. Eles têm é
uma só: vergonha de ser quem são.

Origem:
Sua origem específica é incerta, mas sabe-se que é europeia, mais precisamente de
Portugal e da Espanha (“La cucaracha dice que tiene”).

Bambalalão
Bambalalão,
Senhor capitão
Espada na cinta,
Ginete na mão

Lua, luar
toma teu andar,
pega esta criança
e me ajuda a criar,

depois de criada
torna a me dar,
lua, lua, luar
toma teu andar.

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena dois - Bambalalão
Os cirandeiros abrem a cena cantando a música, assim que o sr. Batesquião é mencionado.

Origem:
A origem é desconhecida, mas sabe-se que foi uma das músicas compiladas por Heitor
Villa Lobos, que viajou o Brasil em busca de conhecer as cantigas folclóricas de cada região
do país. Na partitura de Villa Lobos, também consta um nome alternativo à canção: “Oferta
da Criança à Lua.”

Sapo Cururu
Sapo cururu
Na beira do rio
Quando o sapo canta, maninha
É que tá com frio
A mulher do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha, maninha
Pro seu casamento

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Seis - A Flor do Campo (p. 67)
LEILA - Vem. Vamos por trás do sapo de pedra!
IAGO - Um sapo?
LEILA - Não é um sapo de verdade, são só pedras que parecem formar um sapo de longe.
Dizem que no frio, à noite, o vento canta ao passar por entre elas.

Origem:
Dentro da cultura musical e folclórica brasileira, a palavra cururu assume três
significados: é uma dança típica da região do Pantanal, no Mato Grosso do Sul; é
ainda um ritmo típico da música caipira brasileira, (...); e finalmente, é um
canto de improviso característico da região do Médio Tietê, interior do estado
de São Paulo, semelhante ao repente no nordeste e à trova no Rio Grande do
Sul. Sua origem é creditada a uma mistura de tradições indígenas,
europeias e africanas.

A origem do termo cururu é envolta em controvérsia, sendo que alguns


especialistas atribuem o nome a uma referência ao sapo cururu, do qual a antiga
dança associada ao canto seria uma imitação de seus saltos. Outros associam o
nome aos costumes indígenas derivados da catequização jesuíta, do qual teria
surgido o termo como uma vertente local da dança de São Gonçalo. Além do
termo, paira uma dúvida sobre a origem deste canto improvisado, que muitas
vezes é até relacionado aos bandeirantes paulistas, mas também ao caboclo do
interior paulista, que com o tempo foi misturando tradições de várias origens.
(Fonte: Info Escola)

Rosa Amarela
Olha a rosa amarela, Rosa
Tão formosa e tão bela, Rosa
Olha a rosa amarela, Rosa
Tão formosa e tão bela, Rosa

Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá


Para me enxugar, ô Iá-iá
Que esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá
Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
Para me enxugar, ô Iá-iá
Que esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Oito - Na Janela pra Namorar (p. 80)
Sra. Batesquião menciona que Iago irá casar-se vestindo um terno branco, chapéu de lado
e um cravo no bolso esquerdo do paletó. Belisa, animadamente, responde que seu buquê
será de rosas amarelas. Uma nota do autor confirma que esta é uma referência, não
apenas ao cravo e a rosa, mas também à cantiga “Rosa Amarela”

Origem:
[Nada encontrado]

Pobre de Marré
Pobre:
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marré, marré, marré
Eu sou pobre, porbre, pobre
De marré desci

Rica:
Eu sou rica, rica, rica
De marré, marré, marré
Eu sou rica, rica, rica
De marré desci

Rica:
Quero uma de suas vossas filhas
De marré, marré, marré
Quero uma de vossas filhas, de marré desci

Pobre:
Escolhei a que quiser
De marré, marré, marré
Escolhei a que quiser, de marré desci

Rica:
Eu sou quero a "Maria"
De marré, marré, marré
Eu sou quero a "Maria", de marré desci
Pobre:
Eu de pobre fiquei rica
De marré, marré, marré
Eu de pobre fiquei rica, de marré desci

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena dois - Bambalalão
Música: As Aparências Enganam
CIRANDEIROS:
Mais pobre que os marrét, ela é pobre de si (deci)

Origem:
Existem algumas teorias que explicam sua origem. Uma delas está ligada às cantigas
Nórdicas, numa brincadeira conhecida como “Jogo de Rico e Pobre”: “Nele, originalmente,
duas linhas de meninas são postas frente a frente. As que estão na dianteira
representam a “mãe pobre” e a "mãe rica”. Esta canta e movimenta-se para frente e
para trás. Após, alterna a função com a primeira. Ao fim, trocam de posição e o jogo
recomeça”. (Fonte: História Viva -
https://historianovest.blogspot.com/2009/02/de-marre-o-que.html?m=1).

Uma outra possibilidade é a de que a cantiga veio da França. Ainda assim, há duas
versões. A primeira diz que, durante a revolução francesa as crianças cantavam:
“Je suis pauvre, pauvre, pauvre, je m’en marre, m’en marre, m’en marre,
Je suis pauvre, pauvre, pauvre, je m’en marre d’ici”
Em tradução literal, significa:
“Eu sou pobre, pobre, pobre, estou farto, farto, farto,
Eu sou pobre, pobre, pobre, eu estou farto daqui”.

Em contrapartida, há uma segunda versão da música, também francesa, que apresenta


algumas alterações. Sua letra é:
“Je suis pauvre, pauvre, pauvre, Du Marais, Marais, Marais
Je suis riche, riche, riche, de Mairie d’Issy”
Em tradução literal:
“Eu sou pobre, pobre, pobre, de Marais, Marais, Marais
Eu sou rico, rico, rico, da Prefeitura de Issy”.

Nesse sentido, a segunda versão apresenta o nome de dois lugares: Marais e Mairie d'Issy.
Le Marais, ainda que hoje seja um lugar chique, era um lugar de pântanos, ou seja, de
pouco prestígio econômico, enquanto as regiões mais próximas da Prefeitura de Issy eram
habitadas apenas por pessoas da mais alta sociedade.
Borboletinha na Cozinha
Borboletinha
Tá na cozinha
Fazendo chocolate
Para a madrinha

Poti-poti
Perna de pau
Olho de vidro
E nariz de pica-pau
Pau-pau

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


A primeira referência é no momento em que Pirulito atribui a Leila o apelido de “Borboleta”,
mas a referência fica mais evidente durante a música “Tudo Piora Antes de Melhorar”, onde
a borboletinha realmente faz um bolo de chocolate para a madrinha.

Origem:
De acordo com a crença popular, a visita de uma borboleta na cozinha significa boa sorte e
a chegada de boas notícias. Acredita-se que o inseto traz sorte e fortuna para a casa, pois
as borboletas são frequentemente associadas a transformação e renovação.
Poti, por sua vez, é uma palavra de origem tupi, que significa camarão. Se observarmos o
camarão e pensarmos metaforicamente, veremos que ele tem pernas articuladas finas
como graveto, olhos que lembram bolas de vidro e o rostro semelhante ao bico de um
pica-pau. Em algumas versões da música, Poti é também o nome da madrinha.

Corre Cotia/Lencinho Branco


(Também conhecida como “Lenço Atrás” ou “Pega Lenço”)
1. Corre cutia de noite e de dia
Debaixo da cama da sua tia
Comendo um pedaço de melancia
Pintinho piou: piu, piu
O galo cantou: corococó
Lencinho branco caiu no chão
Quem roubou foi o ladrão
Menina bonita do meu coração
Titica de galinha, cocô de leitão
Tam, tam.

2. Corre cutia de noite e de dia


Debaixo da cama da dona Maria
Corre cipó na casa da avó
Eu tenho um cachorrinho chamado Totó
Ele é bonitinho de um lado só
É um, é dois, é três, acabou sua vez.

3. Corre cutia na casa da tia


Corre cipó, na casa da vó
Lencinho na mão caiu no chão
Moça bonita do meu coração
Quem olhar é um bobão
E vai levar um beliscão
Bem na ponta do dedão.”
“Corre cutia de noite e de dia
Corre cipó na casa da avó
Lencinho na mão
Caiu no chão
Moça (o) bonita (o) do meu coração
Pode jogar?
Pode!
Ninguém vai olhar?
Não!

4. Corre cutia
De noite e de dia
Passa na porta
Da velha Maria
Tenho um cachorrinho
Chamado Totó
Ele é amarelinho
De uma perna só
Só, 1, 2, 3
Acabou sua vez.

5. Corre cutia, na casa da tia


Corre cipó, na casa da vó
Lencinho branco caiu no chão
Moça bonita do meu coração
Posso olhar? Não!
Ninguém vai olhar? Não!
Quem olhar vai levar um beliscão
Bem na ponta do dedão
Do seu irmão
Que se chama João Pé de Feijão.

6. Corre, cutia na casa da tia


Corre, cipó na casa da vó
Lencinho na mão caiu no chão
Moça bonita do meu coração.

7. Corre, cutia na casa da tia


Corre, cipó na casa da vó
Lencinho na mão caiu no chão
Moça bonita do meu coração
É 1, é 2, é 3
Quem olhar é japonês
Que tem cara de chinês.

8. Corre cutia
De noite e de dia
Debaixo da cama
Da sua tia
Corre cipó
Na casa da vó
Lencinho na mão, caiu no chão
Moça bonita do meu coração
Me dá um beijinho na minha mão”

Variante: Saci Pererê


Todos: Corre, saci. Não pode cair / Corre veloz, com uma perna só / Carapuça na mão /
Caiu no chão / Menino esperto / Do meu coração.
Saci: Pode jogar?
Todos: Pode!

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Após a morte de Florípio, Iago e Leila correm de volta para suas casas e o coro canta a
música, em sussurros.

Origem:
A brincadeira “Corre Cotia”, também chamada de “Pega-pega com ciranda” ou “Lenço
atrás”, é típica do Centro-Oeste do Brasil. Não se sabe sua origem exata, apenas que é
considerada uma parlenda típica do folclore brasileira muito antiga. Sua cantiga varia de
acordo com a cultura local.

Alecrim Dourado
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Foi meu amor


Que me disse assim:
Que a flor do campo é o alecrim

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Seis - A Flor do Campo (p. 69)
Leila conta a Iago a história de Delfim e Levi, da qual teria se originado o alecrim.

Origem:
O nosso ‘Alecrim Dourado’ é uma versão da folclórica ‘Alecrim aos Molhos’
de origem portuguesa. Sendo assim, o mais provável alecrim da música
portuguesa é mesmo o ‘Rosmarinus officinalis’, muito comum em quase
toda a região do Mar Mediterrâneo e que nasce nos montes ‘sem ser
semeado’. Já o alecrim dourado brasileiro seria o Baccharis dracunculifolia,
uma plantinha medicinal que dá flores amarelas de funções
antiinflamatórias, que também combate o cansaço físico e fraqueza em
geral, problemas do estômago e falta de apetite.

A flor do alecrim está associada à coragem e fidelidade. De igual forma,


significa bom ânimo, confiança e espiritualidade. As suas flores transmitem
um sentido de bem-estar e por esse motivo estão muitas vezes presentes
em reuniões familiares.

Escravos de Jó
Escravos de Jó, jogavam caxangá,
Tira, bota,
deixa (o Zé Pereira/Zé Guerreiro/cão guerreiro/Zambelê) ficar.. / vamos a Belém, que vai que
vem...
Guerreiros com guerreiros, fazem zigue zigue zá,
Guerreiros com guerreiros, fazem zigue zigue zá.

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na música “Zigue, Zigue, Zá”.

Origem:
Caxangá tem vários significados, mas nada de jogo. Pode ser um crustáceo (parecido com
um siri), um chapéu usado por marinheiros, ou até uma “mata extensa” ou “reunião de
rezadores", segundo o significado em tupi-guarani (caá-çangá).
Segundo especialistas (antropólogos, etnólogos e historiadores), o que pode ter ocorrido é
uma espécie de “telefone sem fio”: se originalmente o verso fosse “juntavam caxangá” ao
invés de “jogavam”, poderíamos pensar em escravos pegando siris em vez de em um jogo.
Outra hipótese é que caxangá seja uma expressão sem sentido, como “a tonga da mironga
do kabuletê”, da canção de Toquinho e Vinícius – as palavras separadas até têm sentido
(são vocábulos africanos), mas não com o significado que elas têm na música. (Fonte:
Superinteressante)

Pirulito que Bate-Bate


Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela e
Quem gosta dela sou eu

Pirulito que bate bate


Pirulito que já bateu
A menina que eu gostava
Não gostava como eu

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


A primeira referência é no apelido de Pirulito, atribuído por Leila, mas a referência mais
nítida está na música “Segredo”.

Origem:
O estado brasileiro em que foi criado a cantiga "Pirulito que bate-bate" foi no Centro-Oeste,
mais especificamente em Goiás. Há quem diga que o autor desta cantiga tenha sido o
escritor Luciano Hortêncio.

Terezinha de Jesus
Terezinha de Jesus
De uma queda, foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos os três, chapéu na mão

O primeiro foi seu pai


O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão

Terezinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração

Da laranja, quero um gomo


Do limão, quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na cena da morte de Florípio, onde um dos cirandeiros narra: “de uma queda, ele vai ao
chão.”

Origem:
Algumas fontes relacionam Terezinha de Jesus à Santa Teresa, canonizada pela Igreja
Católica em 1925 e cujo principal tempo é a Basílica de Santa Teresa de Lisieux, França. A
cantiga pode ter nascido do canto cortês, uma criação literária oriunda da França do Século
XII.

O Cravo e a Rosa
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa, despedaçada

O cravo ficou doente


A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
E a rosa pôs-se a chorar

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Oito - Na Janela pra Namorar (p. 80)
Sra. Batesquião menciona que Iago irá casar-se vestindo um terno branco, chapéu de lado
e um cravo no bolso esquerdo do paletó. Belisa, animadamente, responde que seu buquê
será de rosas amarelas.

Origem:
A história por trás da música “Cravo Brigou com a Rosa” é baseada em uma antiga
lenda brasileira. A lenda conta a história de uma mulher que adorava flores e tinha
um jardim cheio delas. Ela tinha um cravo vermelho que era o seu favorito, mas
também tinha muitas rosas bonitas.

Um dia, o cravo começou a se gabar para as outras flores no jardim que a mulher o
amava mais do que qualquer outra flor. As rosas ficaram com ciúmes do cravo e
começaram a provocá-lo. O cravo, irritado, desafiou a rosa mais bonita para uma
luta.

As duas flores lutaram ferozmente, mas no final o cravo saiu ferido e a rosa
despedaçada. A mulher ficou muito triste com a briga e jurou que nunca mais teria
um jardim com cravos e rosas juntos.

Peixe vivo
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?

Como poderei viver


Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na cena 15, após Iago se afogar no mar, Leila canta em “Lá vai você”: “Como poderei viver
sem a tua companhia”

Origem:
A cantiga "Como pode um peixe vivo" tem origem incerta, mas acredita-se que tenha sido
criada no século XIX.

Apesar de parecer apenas uma música infantil divertida, "Como pode um peixe vivo"
também pode ser interpretada de forma mais profunda. A letra pode ser vista como uma
metáfora para a necessidade de estarmos próximos daquilo que nos faz bem e nos
completa.

Assim como um peixe não pode viver fora d'água fria, nós também precisamos encontrar o
nosso lugar no mundo e rodear-nos de pessoas e situações que nos tragam felicidade e
plenitude.

Marcha Soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel

O quartel pegou fogo


A polícia deu sinal
Acode, acode, acode
A bandeira nacional

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na primeira aparição de Pirulito, na cena 3, já vemos que ele é um soldado que não cumpre
com suas obrigações, ou seja, não “marcha direito”. A referência aparece novamente na
cena 5, cujo título é “Se Não Marchar Direito”. Por fim, na cena 14, na música “Desastre”,
Belisa canta: “A casa PEGA FOGO, não deixa nem SINAL/ E ninguém ACODE a pobre
Leila (...)”

Origem:
“Marcha Soldado” é uma canção popular portuguesa que remonta ao século XIX e
tornou-se um hino icônico na cultura infantil de Portugal. Ela é frequentemente cantada por
crianças durante brincadeiras e eventos escolares. A canção é tradicionalmente associada
a jogos infantis de roda ou marcha.

A origem precisa da música “Marcha Soldado” é difícil de rastrear, já que canções folclóricas
e tradicionais muitas vezes evoluem ao longo do tempo por meio da transmissão oral e das
adaptações locais. No entanto, acredita-se que a melodia e a letra da canção tenham sido
inspiradas em contextos militares e patrióticos.
Se Essa Rua Fosse Minha
Se Essa Rua Fosse Minha
Cantigas Populares

Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Para o meu
Para o meu amor passar

Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
É porque
É porque te quero bem

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Desde o título da peça. Porém, em texto, na cena 7, durante a música “Segredo”:
“Ó Leila, se eu pudesse, mandaria juntar todas as pedras de todas as jóias e ladrilhar uma
rua todinha só pra te ver passar…”

Origem:
Fontes consideram esta cantiga como uma canção criada por um autor desconhecido em
homenagem à Princesa Isabel no século XIX. Outras fontes dedicam a autoria a Mário Lago
e Roberto Martins, este último para meados dos anos 1930, ainda que isto tenha sido
impossível, uma vez que Villa-Lobos utilizou a melodia nas Cirandinhas (n. 11) e nas
Cirandas (também número 11) para piano, publicadas em 1926 e 1927 respectivamente.
Pombinha Branca
Pombinha branca, que está fazendo?
Lavando roupa pro casamento
Vou me lavar, vou me trocar
Vou na janela pra namorar
Passou um moço, de terno branco
Chapéu de lado, meu namorado
Mandei entrar
Mandei sentar
Cuspiu no chão
Limpa aí seu porcalhão!

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na cena 8:
CAPITÃO - O que a pombinha está fazendo?
BELISA - Escolhendo as roupas pro casamento. Eu preciso mandar lavar, passar…
(...)
SRA. BATESQUIÃO - (...) Ele vai vestir um terno branco, chapéu de lado e um cravo no
bolso esquerdo do paletó.
(...)
BELISA - Fica à vontade. Entra, senta…
(...)
Iago cospe no chão perto do pé do pai.

Origem:
A música pombinha branca foi criada em 1964, sendo composta por C. Cocina e Miltinho
Rodrigues. A dupla de cantores sertanejos Tibagi e Miltinho gravaram a música e
popularizaram a canção que, posteriormente, foi regravada por diversos cantores e duplas
sertanejas brasileiras.

Samba Lelê
Samba Lelê tá doente,
tá com a cabeça quebrada,
Samba Lelê precisava
é de uma boa palmada/lambada

Samba, samba, Samba ô Lelê


Samba, samba, samba ô Lalá
Samba, samba, Samba ô Lelê
Pisa na barra da saia ô Lalá
Onde aparece pela 1ª vez na peça?
Cena dez - Borboletinha na Cozinha
Música: Tudo piora antes de melhorar
MADRINHA:
Ora, Lelê tá doente
Ou tá com a cabeça quebrada
Minha Lelê precisava
É de uma boa palmada

Origem:
A cantiga Samba Lelê tem origem desconhecida e é muito comum no Sudeste.

Peixinho do Mar/ Quem Te Ensinou a Nadar? /


Marinheiro Só
Versão 1:
Quem te ensinou a nadar?
Quem te ensinou a nadar?
Foi, foi marinheiro
Foi o peixinho do mar
Foi, foi marinheiro
Foi o peixinho do mar

Versão 2:
Eu não sou daqui
Marinheiro só
Eu não tenho amor
Marinheiro só

Eu sou da Bahia
Marinheiro só
De São Salvador
Marinheiro só

Ô, marinheiro, marinheiro
Marinheiro só
Ô, quem te ensinou a nadar
Marinheiro só

Ou foi o tombo do navio


Marinheiro só
Ou foi o balanço do mar
Marinheiro só
Lá vem, lá vem
Marinheiro só
Como ele vem faceiro
Marinheiro só

Todo de branco
Marinheiro só
Com seu bonezinho
Marinheiro só

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Na cena 18, na música “Lá vai você”, ouvimos o coro cantar “Quem te ensinou a nadar?”,
no final, a Anciã responde: “Foi o balanço do mar”

Origem:
A cantiga tem origem na Marujada. A marujada é um ritual de celebração pelo retorno
daqueles que enfrentaram tormentas no mar bravio para conquistar o mundo. Metáfora que
nos serve para a luta da vida cotidiana, a travessia das dificuldades, as tempestades que
atormentam dentro e fora da gente.

A música também era entoada pelos pescadores e marinheiros, antes de deixarem suas
casas e famílias para trás para embarcarem em seus ofícios pelos mares.

A tradição tem tanta força que se espalhou em brincadeiras de roda para vivificar a infância,
mesmo que muita gente nem saiba de onde isso vem.

Notas:
A canção Marinheiro Só ganhou uma adaptação de Caetano Veloso em 1969, para o disco
que levou o seu nome, lançado pouco antes do baiano partir para o exílio por conta da
perseguição e forte repressão sofrida pela ditadura militar e logo depois de ter sido preso
pelo regime, junto com Gilberto Gil, ambos líderes do Movimento Tropicalista.

Constância/Constanza/Constança
Constância, bela Constância.
Constância bela será.
Será o cravo da fartura/fortuna
A volta que o mundo dá?

Entrei no jardim das flores


Não sei qual escolherei.
Escolherei a que for mais bela, / Escolho a mais formosa
Com ela eu dançarei. / Aquela que abraçarei
Dim, dim lê, lê, / Do lim lim do lê lê
Dim, dim lá, lá.
Toda viola
Pra nós dois “dançar” / para se dançar

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Oito - Na Janela pra Namorar (p. 79)
Um trecho da música é cantado pelos cirandeiros no início da cena.

Origem:
Encontrada em um LP de 1979, “Madrigal Infantil de Montes Claros” com os seguintes
versos:

Constância, meu bem, Constância


Constância até morrer
Um jardim com tantas flores
Não sei qual escolherei
Aquela que for mais bela
Com ela me abraçarei

As canções, as danças e os personagens revelam o modo de ser das comunidades aldeãs


portuguesas. Tal modo de ser atravessa os séculos e, ainda hoje, contribui para a
construção da cultura tradicional brasileira.

O Trem de Ferro / Trem Maluco / Ai, Eu Entrei


na Roda / Babalu (Sete Namorados)
Versão 1:
O trem de ferro
Quando sai de Pernambuco
Vai fazendo tchuco tchuco
Até chegar no Ceará

Rebola pai, rebola mãe


Rebola filha
Eu também sou da família
Também quero rebolar

Um pouquinho de coca-cola
Um pouquinho de guaraná
Pra refrescar
Minha mãe me pôs na escola
Pra aprender o bê-a-bá
A danada professora
Me ensinou a namorar

Sete e sete, são quatorze


Com mais sete vinte e um
Tenho sete namorados
Mas não gosto de nenhum
Cada vez que vejo um
Dou um tapa no bumbum

Versão 2:
Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na "rodadança"
Ai, eu não sei dançar

Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um


Tenho sete namorados só posso casar com um

Namorei um garotinho do colégio militar


O diabo do garoto, só queria me beijar

Todo mundo se admira da macaca fazer renda


Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda

Lá vai uma, lá vão duas, lá vão três pela terceira


Lá se vai o meu benzinho, no vapor da cachoeira

Essa noite tive um sonho que chupava picolé


Acordei de madrugada, chupando dedo do pé

Versão 3: Babalu
Babalu
Babalu foi à escola aprender o bê-á-bá
A danada da professora me ensinou a namorar
Sete e sete são 14
Com mais sete, 21
Tenho sete namorados
Mas não gosto de nenhum
Cada vez que vejo um
Dou um tapa no bumbum
Cada vez que vejo dois
Dou um tapa no arroz.

Versão 4: Lá vai uma, lá vão duas


lá vai uma, lá vão duas,
três pombinhas a voar,
uma é minha, outra é tua,
outra é de quem a apanhar.

sete e sete, são catorze,


com mais sete são vinte e um,
tenho sete namorados,
e não gosto de nenhum.

Onde aparece pela 1ª vez na peça?


Cena Oito - Na Janela pra Namorar (p. 83)
Belisa explica para Florípio que já teve sete pretendentes e que todos desistiram dela.

Origem:
Segundo o Mapa do Brincar, a versão “Babalu” da brincadeira vem de São Paulo, mas
existem as mais variadas versões em todo o Brasil. A versão “Lá vai uma, lá vão duas” é
mais antiga e é uma tradição portuguesa.

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