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AULA:26/07

Componente curricular: Tradições Culturais


Objetos de conhecimento: Investigação sobre as tradições culturais
presentes na realidade cotidiana; / participação em processos de produção
individuais e colaborativos na criação e de caracterização de personagens, na
elaboração de uma apresentação cênica; / investigação, análise e criação, por
meio de práticas de linguagem, de possibilidades de intervenção social,
política, artística e cultural com o objetivo de enfrentar desafios
contemporâneos por meio da encenação; / reconhecimento, identificação,
experimentação e fruição de manifestações artísticas e culturais presentes na
cultura brasileira.

PERGUNTAS INICIAIS
O que você entende por tradições culturais?
Na região em que você mora, há alguma manifestação artística e/ou cultural
em maior evidência?
A partir do que você já estudou em anos anteriores, o que é necessário para
que uma manifestação artística e/ou cultural, como por exemplo a dança, seja
reconhecida como um patrimônio cultural da humanidade?

OBJETIVO DOS VÍDEOS: solicite que, durante a apreciação, produzam


registros individuais quanto às suas impressões e reflexões sobre as
semelhanças entre seu contexto e os movimentos das danças, as vestimentas,
a sonoridade ou as expressões corporais; o papel dos personagens nessas
manifestações; as tradições das quais essas manifestações fazem parte e os
motivos pelos quais essas manifestações foram incorporadas ao patrimônio
cultural brasileiro.

CONHECIMENTO A MAIS

SAMBA DE RODA
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
Nome Atribuído: Samba de Roda do Recôncavo Baiano
Inscrito na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade em
2008.
Descrição: O Samba de Roda é um acontecimento popular festivo que combina
música, dança e poesia. Surgiu no século XVII, na região do Recôncavo no
Estado da Bahia, e vem das danças e tradições culturais dos escravos
africanos da região. Além disso, contém elementos da cultura portuguesa,
como a língua, a poesia e alguns instrumentos musicais.
No princípio, era o principal componente da cultura regional popular entre os
brasileiros de origem africana, mas logo o Samba de Roda foi adotado pelos
migrantes procedentes do Rio de Janeiro e influenciou a evolução do samba
urbano, que se converteu em símbolo da identidade nacional brasileira no
século XX.
A dança congrega pessoas em ocasiões específicas, como as festas católicas
populares e os cultos afro-brasileiros, mas às vezes também surge de forma
espontânea. Todos os presentes, incluindo os principiantes, são convidados a
participar da dança e a aprender por observação e imitação.
Uma das características desse samba é que os participantes se reúnem em um
círculo chamado roda. Geralmente, apenas as mulheres dançam. Uma por
uma, elas vão se colocando no centro do círculo formado pelos outros
dançarinos, que cantam e batem palmas ao seu redor. Essa coreografia
frequentemente improvisada se baseia nos movimentos dos pés, das pernas e
dos quadris.
Um dos movimentos mais característicos é a famosa umbigada (movimento de
umbigo), de origem banto, pelo qual a dançarina convida quem vai sucedê-la
no centro do círculo. Existem outros detalhes específicos, como canções
típicas, o passo de dança chamado miudinho, a utilização de instrumentos
raspados e a viola machete, um tipo de viola pequena, originária de Portugal, e
canções.
A influência dos meios de comunicação de massa e a competição com a
música popular contemporânea contribuíram para que este Samba fosse
desvalorizado aos olhos dos jovens. A idade dos praticantes e a redução do
número de artesãos capazes de confeccionar alguns dos instrumentos
impuseram mais uma ameaça à transmissão dessa tradição.
Fonte: Unesco.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome Atribuído: Samba de Roda do Recôncavo Baiano
Localização: Estado da Bahia
Abrangência: Estadual
Livro de Registro de Forma de Expressão: Inscr. nº 3, de 10/05/2004
Descrição: É uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais
importantes e significativas da cultura brasileira. Exerceu influência no samba
carioca e até hoje é uma das referências do samba nacional. O Samba de
Roda no Recôncavo Baiano foi inscrito do Livro de Registro das Formas de
Expressão, em 2004.
Fonte: Iphan.

BUMBA MEU BOI

Proibição
Os primeiros registros oficiais do bumba meu boi, no Maranhão, mostram que a
festividade era predominante entre os negros, o que gerou um
descontentamento na sociedade elitista da época. Em 1861, a manifestação
cultural foi proibida, sofrendo uma paralisação de sete anos.
Durante o período em que o boi esteve parado, entrou em vigor o Código de
Posturas de São Luís, pela Lei Provincial, em 4 de julho de 1866. Seu artigo 4º
“proibia a realização de batuques fora dos lugares permitidos pelas autoridades
competentes”.
Mesmo com a volta dos folguedos, os responsáveis pelo bumba meu boi
tinham que pedir, por requerimento, a autorização da polícia para que
pudessem ensaiar e sair para se apresentar nos dias das Festas Juninas. A
burocracia durou de 1876 a 1913."

Nomes do bumba meu boi em diferentes estados


Bumba meu boi é o nome adotado no Maranhão, estado em que a festa é parte
fundamental da cultura de seu povo. No entanto, a manifestação cultural muda
de nome em diferentes partes do país, veja:

Boi-bumbá: Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. Festa em junho,


assim como o bumba meu boi.

Boi de reis: Ceará, no Natal.

Boi de São João: Ceará, na Festa Junina.

Boi-calemba: Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Boizinho: Rio de Janeiro e São Paulo, no Carnaval.

Boi de jacá: São Paulo.

Boi-pintadinho: Rio de Janeiro.

Boi de mamão: Santa Catarina e Paraná, no Natal."

"Quando acontece o bumba meu boi?


O ciclo festivo do bumba meu boi tem seu auge em junho, durante as Festas
Juninas do Nordeste. Inclusive, o folguedo tem um dia só seu: 30 de junho. No
entanto, é possível encontrar festas de boi em outros períodos do ano, em
outras partes do Brasil.
O ciclo festivo do boi é composto pelo ensaio, batismo do boi, apresentações e
morte.

Ensaio: é a preparação dos foliões para o folguedo do ano.

Batismo do boi: é quando o padroeiro da festa abençoa o boi.

Apresentações: é o auge da festa do boi. As apresentações, ou brincadeiras,


costumam ser realizadas em junho. É comum que as encenações sejam nas
Festas Juninas, mas também podem ser feitas em outros ambientes.

Morte: é a finalização do ciclo festivo, sendo mais comum no fim de julho.

Boi-bumbá de Parintins"

MARACATU NAÇÃO

Sua origem remonta a época do Brasil Colonial e consiste em uma mistura das
culturas africana, portuguesa e indígena.
É portanto uma expressão genuinamente brasileira e foi criada no estado de
Pernambuco, sendo presente, sobretudo, nas cidades de Olinda, Recife e
Nazaré da Mata.

Características do Maracatu
 presença da religiosidade: características de religiões africanas;
 danças elaboradas;
 junção de dança e música;
 figurinos coloridos e extravagantes;
 mistura das culturas africana, portuguesa e indígena.

A espiritualidade é um traço característico nas manifestações do maracatu,


sendo presente a sua relação com as religiões de matriz africana.
As danças, que apresentam semelhanças com o candomblé, são bem
elaboradas, especialmente as das baianas e das damas do paço.
Na maior parte das vezes são as baianas que cantam, no entanto, todos
podem participar do coro.
Origem: como surgiu o Maracatu?
O maracatu tem origem afro-brasileira e surgiu no estado de Pernambuco no
século XVIII. Tem a sua expressão mais antiga datada de 1711.
Suas origens são incertas, mas relacionam-se com o candomblé e com a
coroação dos reis do Congo.
O rei do Congo foi uma figura que surgiu para administrar os povos negros
trazidos para o Brasil a fim de serem escravizados. Dessa forma, os
colonizadores portugueses incentivavam as homenagens prestadas e
utilizavam a coroação como técnica de dominação.
Com o seu fim, surge o cortejo, que representa uma corte simbólica e que
passa a fazer parte do carnaval de Recife; o mesmo aconteceu com o frevo.
Tipos de Maracatu
Há dois tipos de maracatu: o maracatu nação e o maracatu rural. Conheça
sobre essas vertentes e o que as diferencia.

Maracatu Nação ou Baque Virado

A expressão mais antiga de maracatu é o Maracatu Nação, também chamado


de Baque Virado. Ele é feito em cortejo, onde são conduzidas bonecas negras
feitas de madeira e ricamente vestidas, as chamadas calungas.
Essas bonecas místicas são carregadas pelas damas do paço e, apesar da sua
importância, o rei e a rainha é que são os seus personagens principais da
festa. Isso porque a festa está relacionada à coroação dos reis do Congo.
Personagens do Maracatu Nação

Os dançarinos do maracatu nação representam personagens históricos.


A composição do cortejo, que é formado entre 30 e 50 componentes, segue
sempre uma ordem:
 Porta-bandeira ou porta-estandarte, que se veste à moda de Luís XV. No
estandarte, além do nome da agremiação, também consta o ano da sua criação.
 Dama do paço, que são 1 ou 2, e que carregam a calunga.
 Calunga, a boneca negra que representa uma rainha morta.
 Corte, formada pelo casal de duques, o casal de príncipes e o embaixador. A figura do
embaixador não é obrigatória.
 Realeza, o rei e a rainha.
 Escravo, o qual carrega um pálio ou um guarda-sol que protegem a realeza.
 Yabás, conhecidas como baianas.
 Caboclo de pena, representa os índios, e também é uma figura facultativa.
 Batuqueiros, os que utilizam os instrumentos, sendo assim responsáveis pelo ritmo
da dança.
 Catirinas ou escravas, dançarinas que puxam a dança.
O rei e a rainha do maracatu são títulos conquistados de forma hereditária.
Maracatu Rural ou Baque Solto

Também conhecido como Baque Solto, esse tipo de maracatu é típico de


Nazaré da Mata, município localizado na Zona da Mata de Pernambuco.
Sua origem apareceu posteriormente ao Maracatu Nação, despontando por
volta do século XIX.
Seus participantes são basicamente trabalhadores rurais. Há uma figura
bastante importante nesse tipo de vertente, que é o caboclo de lança, sendo o
personagem de destaque.
Ele se veste de forma bastante característica, com um grande volume de fitas
coloridas na cabeça, uma gola coberta de lantejoulas e uma flor branca
pendurada na boca.
Maracatu Nação x Maracatu Rural
O maracatu nação é típico da zona metropolitana de Recife e é o ritmo afro-
brasileiro que existe há mais anos. O batuqueiro e os instrumentos usados por
ele são muito importantes nesse tipo de maracatu.
Enquanto isso, o caboclo de lança é a figura mais importante do maracatu
rural.
Enquanto o maracatu nação surge como o cortejo de uma corte imperial; no
maracatu rural o cortejo representa as brincadeiras dos trabalhadores rurais.
Além disso, há distinção nas composições dos cortejos e de seus personagens,
o que diferencia ambas manifestações.

PERGUNTAS PÓS VÍDEOS


heranças transmitidas por gerações, que vão se apropriando de outros hábitos,
costumes, valores e comportamentos, e que, por isso, vão se transformando ao
longo do tempo. A partir daí, incite também uma reflexão acerca da
necessidade da preservação do patrimônio cultural, considerando que essas
transformações podem extinguir determinadas manifestações.

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