COMPARTILHAMENTO DESTE MATERIAL, NOS TERMOS DA LEI Nº.9610/1998, ESTANDO AUTORIZADO EXCLUSIVAMENTE SEU USO INDIVIDUAL, POR ALUNO REGULARMENTE MATRICULADO NO UNIPÊ, SOB PENA DE RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL E PENAL.
Prof. Dr. Mazukyevicz Ramon Santos do
Nascimento Silva Curso de Ciência Política e Teoria Geral do Estado (30h) Prof. Dr. Mazukyevicz Ramon Santos do Nascimento Silva 4. Elementos do Estado Nação
•Dimensão sociológica do conceito de povo: toda a
continuidade do elemento humano, projetado historicamente no decurso de várias gerações e dotado de valores e aspirações comuns
•Compreende vivos e mortos, gerações presentes, passadas
e futuras. É o povo político colocado numa dimensão histórica e cultural. O povo nesse sentido é a nação, a consciência nacional. 4. Elementos do Estado
•“É um grupo humano no qual os indivíduos se sentem
mutuamente unidos, por laços tanto materiais como espirituais, bem como conscientes daquilo que os distingue dos indivíduos componentes de outros grupos nacionais” (Hauriou)
•“È o povo derivado da comunhão de tradição, de história, de
língua, de religião, de literatura e de arte, que são todos fatores agregativos prejurídicos” (Aldo Bozzi ) 4. Elementos do Estado
•“É uma sociedade natural de homens, com unidade de
território, costumes e língua, estruturados numa comunhão de vida e consciência social” (Mancini)
•Fatores naturais (território, raça e língua), históricos
(tradição, costumes, leis e religião) e psicológico (consciência nacional) servem de fundamento à nação 4. Elementos do Estado Conceito Voluntarista de Nação
•Ato de vontade coletiva, inspirado em sentimentos
históricos, que trazem a lembrança tanto das épocas felizes como das provações nas guerras, em revoluções e calamidades. Suscita também a comunicação de interesses econômicos e aviva os laços de parentesco espiritual, formando aquela plataforma de união e solidariedade onde a consciência do povo toma um traço irrevogável de permanência e destinação comum. 4. Elementos do Estado Conceito Naturalista de Nação
•Em verdade consistiu numa deformação patológica da
concepção de nação como “grupo fechado”, produzindo a modalidade mais insana de nacionalismo — o da raça, em moldes políticos.
•Diretamente influenciado pelas concepções racistas,
formou-se na Alemanha um conceito de nação que teve para aquele país as mais funestas conseqüências. 4. Elementos do Estado
•Esta noção está ligada a uma suposta hierarquia das raças
humanas, em cuja extremidade mais alta colocaram os povos germânicos, portadores de traços étnicos privilegiados em pureza de sangue e superioridade biológica, que lhes assegurava a supremacia na classificação das raças. A politização da teoria racista em bases ideológicas, servindo de esteio de toda uma concepção de vida e núcleo de um novo conceito de nação, resultou fácil ao nacional- socialismo, que provocou a Segunda Grande Guerra Mundial. 4. Elementos do Estado Território
•É a parte do globo terrestre na qual se acha efetivamente
fixado o elemento populacional, com exclusão da soberania de qualquer outro Estado
•São partes do território a terra firme, com as águas aí
compreendidas, o mar territorial, o subsolo e a plataforma continental, bem como o espaço aéreo. 4. Elementos do Estado Exceções ao poder de império do Estado sobre o Território
•Extraterritorialidade: É o poder do Estado no território de
outro Estado. Por exemplo: em alto-mar ou no espaço aéreo livre os navios e aviões de um país são tidos como partes de seus territórios e sujeitos por conseguinte às leis desse país
•Imunidade diplomática: os agentes diplomáticos, em termos
de reciprocidade, se acham isentos do poder de império do Estado onde quer que venham ser acreditados 4. Elementos do Estado Poder
•O poder representa aquela energia básica que anima a
existência de uma comunidade humana num determinado território, conservando-a unida, coesa e solidária
• “É a faculdade de tomar decisões em nome da
coletividade” (Afonso Arinos) 4. Elementos do Estado
•Com o poder se entrelaçam a força e a competência,
compreendida esta última como a legitimidade oriunda do consentimento.
• Um poder que se baseia exclusivamente na força e em
meios violentos para manter a obediência é apenas um poder de fato
•Um poder que se baseia menos na força e mais no
consentimento é um poder de direito 4. Elementos do Estado
•O Estado moderno resume basicamente o processo de
despersonalização do poder, a saber, a passagem de um poder de pessoa a um poder de instituições, de poder imposto pela força a um poder fundado na aprovação do grupo, de um poder de fato a um poder de direito. 4. Elementos do Estado Força, Poder e Autoridade
•Força exprime a capacidade material de comandar interna e
externamente
• Poder significa a organização ou disciplina jurídica da força
• Autoridade é o poder explicado pelo consentimento
(quanto mais consentimento mais legitimidade e quanto mais legitimidade mais autoridade) 4. Elementos do Estado
•“O poder com autoridade é o poder em toda sua plenitude,
apto a dar soluções aos problemas sociais. Quanto menor a contestação e quanto maior a base de consentimento e adesão do grupo, mais estável se apresentará o ordenamento estatal, unindo a força ao poder e o poder à autoridade. Onde porém o consentimento social for fraco, a autoridade refletirá essa fraqueza; onde for forte, a autoridade se achará robustecida” (Paulo Bonavides) 4. Elementos do Estado Características do Poder do Estado
•Imperatividade: o poder do Estado é inabdicável, obrigatório, não
se concebe viver fora dele. Enquanto as outras formas de associações humanas são voluntárias, o Estado possui o monopólio da coação organizada e incondicionada
•Natureza integrativa: o Estado emite regras e dispõe dos meios
materiais imprescindíveis com que impor a observância dos princípios por ele criados. Assim integra a todas as pessoas físicas numa mesma personificação jurídica. 4. Elementos do Estado
•“Todo Estado implica uma diferenciação entre homens que
mandam e homens que obedecem, entre os que detêm o poder e os que a ele se sujeitam. A minoria dos que impõem à maioria a sua vontade forma o governo que, tendo a prerrogativa exclusiva do emprego da força, exerce o poder estatal através de leis que obrigam pautas de convivência, imperativos de conduta. Dispõe a autoridade governativa da capacidade unilateral de ditar à massa dos governados, se necessário pela compulsão, o cumprimento irresistível de suas ordens, preceitos e determinações de comportamento social.” (Paulo Bonavides) 4. Elementos do Estado
•Auto-organização: o caráter estatal de uma organização social
decorre precisamente da circunstância de proceder de um direito próprio, de uma faculdade autodeterminativa, de uma autonomia constitucional o poder que essa organização exerce sobre os seus componentes.
•Unidade do poder: somente pode haver um único titular desse
poder, que será sempre o Estado como pessoa jurídica. O poder do Estado na pessoa de seu titular é indivisível: a divisão só se faz quanto ao exercício (funções) do poder, quanto às formas básicas de atividade estatal. 4. Elementos do Estado Soberania
•Exprime o mais alto poder do Estado, a qualidade de poder
supremo (suprema potestas), e apresenta duas faces distintas: a interna e a externa
•A soberania interna significa o imperium que o Estado tem sobre
o território e a população, bem como a superioridade do poder político frente aos demais poderes sociais, que lhe ficam sujeitos, de forma mediata ou imediata. A soberania externa é a manifestação independente do poder do Estado perante outros Estados. 5. Legalidade e Legitimidade Legalidade
•A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a
observância das leis, isto é, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido. Ou em outras palavras traduz a noção de que todo poder estatal deverá atuar sempre de conformidade com as regras jurídicas vigentes. Em suma, a acomodação do poder que se exerce ao direito que o regula. 5. Legalidade e Legitimidade Legitimidade
•Tem a ver com a justificação e os valores do poder legal. A legitimidade é
a legalidade acrescida de sua valoração. No conceito de legitimidade entram as crenças de determinada época, que presidem à manifestação do consentimento e da obediência.
•A legalidade de um regime democrático é o seu enquadramento nos
moldes de uma constituição observada e praticada; sua legitimidade será sempre o poder contido naquela constituição, exercendo-se de conformidade com as crenças, os valores e os princípios da ideologia dominante, no caso a ideologia democrática. 6. Soberania
•É a superioridade e supremacia que faz com que o poder do
Estado se sobreponha aos demais poderes sociais. A soberania fixa a noção de predomínio que o ordenamento estatal exerce num certo território e numa determinada população sobre os demais ordenamentos sociais. O Estado como portador de uma vontade suprema e soberana — a suprema potestas — que deflui de seu papel privilegiado de ordenamento político monopolizador da coação incondicionada na sociedade. 6. Soberania Breve História
•Antiguidade: a noção de cidade-estado desconhecia o
conflito interno entre poderes sociais, a rivalidade intestina de instituições, grupos, facções ou partidos políticos. A sociedade política que ignorava conflitos desta ordem compunha na polis um todo de tamanha homogeneidade que a nenhum pensador ou jurista romano ocorreu a distinção entre Estado e mais comunidades políticas. 6. Soberania
•Idade Média: a ideia de Estado se apresenta amortecida em
face da multiplicidade e competição de poderes rivais. A frouxa unidade do poder político centralizado simbolicamente na pessoa do Imperador padece em sua órbita mais larga o desafio da Igreja. A cúria romana e o Império lutam entre si, pela supremacia do poder político. Dois gládios se defrontam, duas ordens se hostilizam: a ordem temporal e a ordem espiritual, a coroa e o sacerdócio, Cristo e César. 6. Soberania
•Idade Moderna: O conceito de "soberania" foi teorizado
por Jean Bodin no primeiro livro de sua obra Os seis livros da República (1576), no qual sustentava a seguinte tese: a monarquia francesa é de origem hereditária; o rei não está sujeito a condições postas pelo povo; todo o poder do Estado pertence ao Rei e não pode ser partilhado com mais ninguém (clero, nobreza ou povo). 6. Soberania Características da Soberania
•A soberania é una e indivisível, não se delega a soberania, a
soberania é irrevogável, a soberania é perpétua, a soberania é um poder supremo, eis os principais pontos de caracterização com que Bodin fez da soberania no século XVII um elemento essencial do Estado.
•A teoria da soberania como poder supremo, com sede na
monarquia, surge então como a mais fascinante das teorias, a que vence, a que mais proselitismo faz na sua época. 6. Soberania O titular da soberania
•Soberania do Estado: diz respeito à questão dos elementos e
características do poder estatal que o distinguem, consoante assinalamos, dos demais poderes e instituições sociais.
•Soberania no Estado: é a determinação da autoridade suprema no
interior do Estado, na verificação hierárquica dos órgãos da comunidade política e sobretudo na justificação da autoridade conferida ao sujeito ou titular do poder supremo. 6. Soberania
•O problema de legitimar a soberania na pessoa de seu titular e do
mesmo passo explicar a origem do poder soberano tem suscitado historicamente várias doutrinas, começando com as que sustentam o direito divino dos reis até as que assentam no povo a sede da soberania. Dividem-se portanto em dois grupos: doutrinas teocráticas e doutrinas democráticas. 6. Soberania Doutrinas Teocráticas
•A doutrina da natureza divina dos governantes: Os monarcas
como titulares do poder soberano são seres divinos, objeto de culto e veneração. Faraós do Egito, os imperadores romanos, os príncipes orientais e até mesmo o Imperador do Japão até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Na França do ancien régime, anterior portanto à Revolução Francesa, havia quem abraçasse com ardor essa mesma crença no teor divino dos reis. 6. Soberania
• A doutrina da investidura divina: os reis, os quais, conservando
embora o grau mais alto de eminência e majestade, não se supõem fora da condição humana, como partícipes na divindade. Reputam-se todavia delegados diretos e imediatos de Deus, recebendo deste a investidura para o exercício de um poder que por sua natureza se concebe como divino. A doutrina do direito divino sobrenatural esteve grandemente em voga no século de Luís XIV 6. Soberania • A doutrina da investidura providencial: representativa do espírito da igreja cristã, toma seus contornos no pensamento de Santo Tomás de Aquino, quando este distingue o princípio do poder, de direito divino, do modo consoante o qual se adquire esse poder e o uso que dele faz o príncipe, os quais são de direito humano.
• Fazendo da designação dos governantes obra dos homens e
não da divindade, a teoria da investidura providencial alcança de imediato um resultado cabal e visível que a separa das duas posições antecedentes do pensamento teocrático: o da eventual participação dos governados na escolha dos governantes. 6. Soberania Doutrinas Democráticas
•A doutrina da soberania popular: Essa doutrina funda o processo
democrático sobre a igualdade política dos cidadãos e o sufrágio universal, conseqüência necessária a que chega o contratualista Rousseau, quando afirma que se o Estado for composto de dez mil cidadãos, cada um deles terá a décima milésima parte da autoridade soberana. 6. Soberania
•A doutrina da soberania nacional: A Nação surge nessa concepção
como depositária única e exclusiva da autoridade soberana. Aquela imagem do indivíduo titular de uma fração da soberania, com milhões de soberanos em cada coletividade, cede lugar à concepção de uma pessoa privilegiadamente soberana: a Nação. Povo e Nação formam uma só entidade, compreendida organicamente como ser novo, distinto e abstratamente personificado, dotado de vontade própria, superior às vontades individuais que o compõem.