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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Revisão Técnico:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
O Direito na Antiguidade Oriental
• Introdução;
• Direito dos Povos Escrita;
• O Direito na Antiguidade Oriental.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Desenvolver estudos acerca do Direito dos povos sem escrita para compreender as raízes
históricas do Direito;
• Fornecer ao estudante uma visão panorâmica do fenômeno jurídico na Antiguidade Oriental.
UNIDADE O Direito na Antiguidade Oriental
Introdução
A Unidade I, intitulada O direito da Antiguidade Oriental, apresenta o estudo
dos direitos dos povos sem escrita, o direito dos egípcios, o da Mesopotâmia e o
dos Hebreus.
O estudo dos direitos dos povos sem escrita tem por objetivo desvendar as raízes
históricas do direito de povos e das civilizações, a partir dos seus primeiros docu-
mentos escritos.
Estamos falando da pré-história do Direito, todavia, de forma particularizada a
determinado povo ou civilização. Nesse sentido, pode-se falar de diferentes pré-
-histórias do Direito, vez que cada povo e cada civilização tiveram acesso à escrita
em épocas diferentes.
As regras não são frutos de pura especulação, nem o resultado das forças da Natureza.
O Período Histórico ou História tem a seguinte divisão: Idade Antiga [4.000 anos a.C. (in-
venção da escrita) até 476 d.C. (queda do Império Romano)], Idade Média [476 d.C. (queda
do Império Romano) até 1453 (tomada de Constantinopla)], Idade Moderna [1453 (tomada
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de Constantinopla) até 1789 (Revolução Francesa)], Idade Contemporânea [1789 (Revolu-
ção Francesa) até os dias atuais, portanto, ainda em curso)]. O período que vai do apareci-
mento dos seres humanos na Terra até o desenvolvimento da escrita, cerca de 4.000 anos
a.C., é chamado por muitos historiadores de pré-história ou período pré-histórico. Leia
mais sobre a divisão dos períodos históricos, disponível em: https://bit.ly/3j2s3fH
Importante!
A “pré-história do Direito” do período pré-histórico não pode ser alcançada pelo conhe-
cimento científico.
Em Síntese
O termo proto-história se refere a um tempo histórico que se situa numa época “um
pouco antes do descobrimento da escrita” por determinado povo ou civilização”.
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O tempo histórico difere para cada povo, para cada civilização, frisa-se, o que
equivale dizer que diferentes povos e civilizações têm diferentes “pré-histórias do
Direito”, que somente podem ser conhecidas a partir de seus primeiros textos escri-
tos, jogando-se luz para o conhecimento de suas “proto-histórias jurídicas”.
Segundo John Gilissen:
Numerosos trabalhos foram consagrados aos aspectos mais arcaicos do
sistema jurídico que podem ser estudados com base em documentos es-
critos. Foi assim que se tentou reconstituir o antigo direito germânico
com auxílio em escritos posteriores às migrações dos Germanos para a
Europa no século V, ou o mais antigo direito romano com auxílio dos ves-
tígios por ele deixados nos escritos da época clássica da história jurídica
de Roma. Essas reconstituições são muito hipotéticas; é como se tentás-
semos reconstruir o direito dos séculos XVI e XVII, ou seja, da época de
Carlos V ou de Luís XIV, com auxílio dos vestígios que dele encontramos
hoje no nosso direito. (GILISSEN, 2013, p. 32)
O Método Comparativo
Os pesquisadores utilizam, também, o método comparativo para estudar as institui-
ções dos povos que vivem atualmente num estado arcaico de organização social e po-
lítica, e que não conheceram, ainda, a escrita ou que, pelo menos, não a conheciam,
na época relativamente recente em que se começou a estudar a sua estrutura social.
Os pesquisadores fazem estudos comparativos, a partir de tribos encontradas em
situação homóloga àquelas que, por hipótese, existiram na pré-história, ou seja, es-
tudos realizados nos séculos XIX e XX puderam confrontar teses, apontar deferentes
ideias e apresentar novas compreensões sobre o desenvolvimento das Sociedades
primitivas, sob os prismas normativo e histórico, temas afetos, portanto, ao objeto
de estudo da História do Direito.
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A pesquisa em História, que visa ao conhecimento dos Sistemas Legais dos povos
sem escrita, não se reduz, portanto, às explicações teóricas sobre a forma de controle
social por meio de normas, sobre a forma de se tipificar crimes e aplicar punições
legitimamente autorizadas.
As explicações também podem ser de natureza prática, ou seja, por meio de pes-
quisas de campo (in loco), observando-se o cotidiano das pessoas, tendo em vista
que, segundo John Gilissen:
Milhares de homens [viviam] [...], na segunda metade do século XX, de
acordo com direitos a que chamamos ‘arcaicos’ ou ‘primitivos. As civiliza-
ções mais arcaicas continuam a ser as dos aborígenes da Austrália ou da
Nova Guiné, dos povos da Papuásia ou de Bornéu, de certos povos índios
da Amazônia no Brasil. (GILISSEN, 1988, p. 33)
Importante observar que os Direitos arcaicos que são estudados hoje são fruto
de numerosas transformações pelo contato com os Direitos dos povos civilizados
(colonizadores), tornando-se, destarte, quase impossível encontrar ainda um direito
“primitivo”, no estado “puro”.
Os estudos dos direitos dos povos sem escrita constituem ainda o melhor meio
para se dar conta do que pode ter sido o direito dos povos dos tempos pré-históricos.
Todavia, afirma:
Esta expressão não é de modo algum adequada, pois numerosos povos
conheceram uma longa evolução da sua vida social e jurídica sem terem
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atingido o estado cultural da escrita; tal foi o caso dos Maias e dos Incas na
América. A maior parte dos povos cuja vida social se pode hoje observar
ou se pôde observar no decurso do século XIX já não são primitivos.
(GILISSEN, 2013, 33)
Também, por certo, não se pode afirmar se eventual contraposição de que “[...]
povos que se servem da escrita serem menos desenvolvidos do que o de certos
povos sem escrita”8 atenda ao critério de pureza absoluta, de nunca terem tido influ-
ências de outros povos durante o tempo histórico e, se tiveram, ainda resta analisar
se as influências foram positivas e em quais aspectos contribuíram ou não para
avanços civilizatórios.
Mesmo que determinado povo tenha tido contato com a escrita por meio de outra
civilização, talvez tenha se apropriado de forma incipiente a não fazer o uso adequa-
do para que a comunidade evoluísse nas questões que envolvem o Direito.
Os Direitos dos povos sem escrita são, por definição, Direitos não escritos, casuís-
ticos, dotados de concretude, vez que a formulação de regras jurídicas abstratas ainda
é bastante incipiente.
As normas gerais são criadas pelo Poder Legislativo, ligando a um fato abs-
tratamente determinado uma consequência igualmente abstrata que pre-
cisa de individualização, para poder ser aplicada. (DINIZ, 1998. p. 368-9)
As comunidades vivem isoladas umas da outras, têm seus próprios costumes que,
por sua vez, expressam, entre outras práticas, também a jurídica.
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Os Direitos são relativamente diversificados, portanto, pode-se afirmar sobre a
existência de uma pluralidade de direitos.
Cada uma das comunidades é autônoma, têm seus próprios recursos, e vive do
que produzem seus próprios membros, pela caça, pesca ou coleta de frutos selva-
gens ou naturais.
O Sistema é de Economia fechada, autárquica, quer dizer, sem trocas com ou-
tros grupos. A extensão territorial das comunidades que tinha o seu direito próprio
é muito variável. Às vezes, o limite territorial se restringe a uma tribo, ou mesmo a
uma etnia.
• Tribo: Grupo das pessoas que descendem do mesmo povo, partilham a mesma língua, têm
os mesmos costumes, tradições etc.;
• Etnia: Coletividade que se diferencia por suas especificidades (cultura, religião, língua, modos
de agir etc.), e que possui a mesma origem e história.
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dizer ao “julgamento de Deus” pela água a ferver, o fogo, o veneno, ou pelo duelo,
para fazer dizer aos poderes sobrenaturais quem tem razão (GILISSEN, 2013, p. 36).
Ordálio: hist.dir. prova judiciária feita com a concorrência de elementos da natureza e cujo re-
sultado era interpretado como um julgamento divino; juízo de Deus. Dicionário de Português
da Oxford University Press (licenciado).
Os juristas, em grande parte, não estão de acordo acerca do fato de que esses
povos tiveram um Sistema Jurídico, vez que não encontram instituições tais como
são definidas nos Sistema Romanista ou de Common Law, a exemplo da noção
de Justiça, de regra de Direito (Rule of Law), de Lei imperativa de responsabili-
dade individual.
Common Law
Lei comum ou costume geral e imemorial que designa a Lei não escrita
ou não estatuída (the unwritten or non statute law), criada por decisões
judiciais, contrapondo-se à escrita (sistemas romanistas), emanadas do
Poder Legislativo (the written or statute law). É, portanto, o conjunto de
normas consuetudinárias, baseado nos precedentes judiciários, que impe-
ra na Inglaterra e nas nações que o adotaram, por recepção, por terem
sido colonizadas pelo povo inglês, como os Estados Unidos da América
do Norte. Caracteriza-se por ser um direito consuetudinário jurispruden-
cial não escrito, que tem por base a case-law (precedente judicial), ou seja,
os casos resolvidos pelas Cortes de Justiça. (DINIZ, 1998. p. 368-9)
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todo o conflito no seio do grupo; a função de julgar não consiste em re-
solver um litígio segundo regras pré-estabelecidas, mas em tentar obter o
acordo das partes por concessões recíprocas; donde, a importância das
negociações que podem durar dias, e também a ausência de qualquer
noção de autoridade do caso julgado. (GILISSEN, 2013, p. 36)
Nessa fase:
O direito não aparecia senão como a organização de um poder político
diferenciado do das hierarquias ligadas ao parentesco e capaz de asse-
gurar a regulação social por um aparelho jurídico de normalização, de
prevenção e de repressão. (GILISSEN, 2013, p. 36)
Além do costume, a imposição de regras por aqueles que detêm o poder, sobre-
tudo nos grupos sociais relativamente evoluídos, dando ordens de caráter geral e
permanente, também pode ser considerada fonte do direito dos povos sem escrita.
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A repetição de casos homólogos faz com que se decida tendo-se por base a pri-
meira decisão de uma série.
Por fim, os provérbios ou adágios também podem ser considerados fontes do direito
dos povos sem escrita. Eles são um modo frequente de expressão do costume, frutos
da sabedoria popular, têm sempre uma lição a ser apreendida, por meio do registro
de uma sentença moral.
“Não é, todavia, possível ignorá-los nos sistemas orais em que a memória coletiva,
sob esta forma ou outras (poemas, lendas etc.) desempenha um papel primordial
(GILISSEN, 2013, p. 37).
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Direito no Egito
As descobertas arqueológicas, as publicações e as traduções de documentos his-
tóricos do Antigo Egito não evidenciaram, até nossos dias, a presença de Códigos
ou Livros jurídicos.
O Direito egípcio antigo que se conhece tem por base, quase exclusivamente,
documentos jurídicos de aspectos eminentemente práticos, ou seja, Contratos, Deci-
sões Judiciais, Atos Administrativos etc.
Os egípcios não privilegiaram a produção de livros de Direito, nem organizaram
compilações de Leis ou mesmo dos costumes. Embora se conclua pela não existên-
cia de Leis, observa-se que há referências à Lei em documentos jurídicos.
Todavia, encontram-se fragmentos acerca de “Instruções” e “Sabedorias”, nas
quais se observam elementos de Teoria Jurídica, que visavam a assegurar o respeito
das pessoas de bem.
Os egípcios tiveram uma noção bastante desenvolvida acerca da Justiça, da ver-
dade e da ordem.
A referência ao Maât é uma constante, “[...] que aparece como uma noção supras-
sensível, o modelo do direito não escrito, que não se pode consultar, e que também
não é produto de uma revelação divina (GILISSEN, 2013, p. 37).
É o objetivo a ser buscado pelos egípcios, tem por essência o equilíbrio, por ideal
que as partes encontrem o justo no Tribunal, no Maât reside a verdadeira Justiça,
podendo-se traduzir também por Verdade e Ordem:
A função do rei é a de realizar na terra este ideal complexo; ele (o rei) levará
a cabo este objetivo ‘vivendo o Maât1 nas suas leis’, o que significa dizer
que se deve inspirar na visão que ele tem deste princípio, pois se entende
que disto resultará o benefício dos homens. (GILISSEN, 2013, p. 56)
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Os estudos de Cristiano Paixão de Araújo Pinto, a partir de José das Candeias Sales, apontam que o princípio da
justiça dos egípcios é simbolizado pela figura de uma deusa, de nome maat. PINTO, C. P. A. Direito e sociedade
no oriente antigo: Mesopotâmia e Egito. In: WOLKMER, Antônio Carlos. Fundamento de história do direito. Belo
Horizonte: Del Rey, 2014. p. 29
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A partir da leitura de fragmentos de documentos jurídicos do Antigo Império,
deduz-se que a Lei teria sido a principal fonte do Direito, suplantando, portanto,
os costumes.
Contudo, frise-se, não foram encontrados textos de Lei, Códigos ou Livros Jurí-
dicos, todavia, sabe-se que a Lei era promulgada pelo rei, depois do parecer de um
“Conselho de Legislação”.
Não havia privilégios da nobreza, nem de servos ou mesmo de escravos pri-
vados. Todos os indivíduos eram iguais perante a lei. Todavia, os prisioneiros de
guerra eram utilizados pelo Estado nas obras públicas e nas minas, em situação
análoga à escravidão.
A família (pai, mãe e filhos menores) é a célula social por excelência. Nela, não há
qualquer autoridade marital, nem tutela da mulher. Ambos têm os mesmos direitos e
as mesmas obrigações. As mulheres casadas podem dispor do seu patrimônio pró-
prio, por meio dos institutos jurídicos da doação ou do testamento. O casamento é
monogâmico, à exceção do casamento real.
No Direito do Antigo Império, todos os bens móveis e imóveis podem ser aliena-
dos. Nessa época, a pequena propriedade é predominante em relação aos grandes
domínios de terras. Os contratos não são perpétuos, sua duração no tempo e no
espaço faz que a mobilidade de bens seja uma marca do direito do Antigo Império.
Por outro lado, o direito penal não se mostra severo, comparativamente a ou-
tros períodos da Antiguidade, sobretudo, por não serem encontradas evidências da
pena de morte.
O Direito privado reforça o poder paternal e marital, desiguala o domínio das suces-
sões pela introdução do Direito de primogenitura e do privilégio de masculinidade. E, no
Direito de propriedade, muitas terras se tornam inalienáveis, fazendo-se que os contratos
se tornem algo raro nos negócios privados.
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Por sua vez, o Sistema Jurídico individualista tem o seu fim no século XII, sobre-
tudo por influência do clero, face às novas invasões por povos vizinhos. O poder
clerical faz nascer um segundo período senhorial de natureza teocrática que durará,
aproximadamente, até o ano 700 a. C.
O terceiro período ou terceiro ciclo, tem por marco inicial as Leis de Bócoris,
rei da cidade marítima de Sais, em data aproximada de 720 a.C. Embora limitado
a algumas cidades do Delta do Nilo, o “Código” de Bócoris suprimiu a prisão por
dívidas, deu à mulher a capacidade jurídica completa, assegurou aos filhos e filhas a
igualdade de Direitos em matéria de sucessão.
A partir de 663 a.C., Psamético, o rei de Sais, impõe derrota ao poder dos
“senhores feudais” e do clero.
A partir da XXVI Dinastia, tem início no Egito um novo tipo de Direito privado
individualista e de poder real centralizador. A ocupação persa, e mais tarde a romana,
deixará subsistir parcialmente esse Sistema Jurídico, que exercerá relativa influência
sobre os futuros Direitos helenísticos e romanos.
O Sistema Jurídico desse período, segundo John Gilissen, “É cada vez mais
conhecido, graças à descoberta e à análise de numerosos papiros, que tornam
possível o conhecimento da organização administrativa e judiciária e, sobretudo, do
direito privado da época (GILISSEN, 2013, p. 56).
Direitos na Mesopotâmia
Os direitos da Mesopotâmia é, na verdade, o conjunto de direitos de diferentes
povos e civilizações, que viveram na região da Mesopotâmia, situada entre os rios
Tigre e Eufrates, onde hoje é o atual Iraque.
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Na região da Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, pode-se
distinguir na história política da Antiguidade os seguintes períodos históri-
cos: período sumério (fim do 4º milênio – 2350 a.C.); período acádio-su-
mério (séculos XXIV-XX); dinastia de Akkad (nomeadamente Sargon); 3ª
dinastia de Ur (nomeadamente Ur-Nammu); período paleobabilônico (1900-
1530 a.C., aproximadamente); dinastia de Esnunna, de Isin, de Larsa; rei-
no de Mari; dinastia babilônica (nomeadamente Hammurabi, 1728-1686
a.C.); período Kassite (séculos XVI a XII a.C.); império assírio (séculos XI a
VII a.C.); dinastia neobabilônica (626-539 a.C). (GILISSEN, 2013. p. 50)
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Todavia, a expressão “códigos” “não deve ser compreendida em seu sentido mo-
derno”, ou seja, “[...] como um documento sistematizado, dotado de princípios gerais,
categorias, conceitos e institutos, pensado para vigorar como um conjunto de precei-
tos e princípios (PINTO, 2014, p. 29).
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Apesar das eventuais inconsistências dos “códigos” mesopotâmicos, seja pela forma
jurídica de suas normas, seja pela falta de sistematização do Direito, seja pela falta de
conhecimento doutrinário, sabe-se e se reconhece hoje que eles têm o mérito de ser
os primeiros esforços da Humanidade para formular regras de Direito.
John Gilissen fez uma síntese desses esforços civilizatórios, que se deve tributar à
Mesopotâmia, em síntese2:
• O mais antigo “código” atualmente conhecido é o de Ur-Nammu, fundador
da 3ª dinastia de Ur (cerca de 2040 a.C.). Há, todavia, o conhecimento de
fragmentos de textos mais antigos, como o “código” de Urakagina de Lagas,
dos meados do 3º milênio, ou o de Sulgi, em Ur. Ainda do mesmo período,
conservam-se milhares de atos da prática e atas de julgamento;
• Após o desmembramento do reino de Ur, vários principados fizeram esforços no
sentido da redação de recolhas jurídicas, nomeadamente os de Esnunna (perto
do Tigre, na Acádia) e de Isin (perto do Eufrates, na Suméria). O Código de
Esnunna, escrito cerca de 1930 a.C., contém cerca de 60 artigos. Do Código
de Çipit-Istar, rei de Isin, escrito cerca de 1880 a.C., encontrou-se o prólogo,
o epílogo e 37 Artigos. Era destinado a “estabelecer o direito nas regiões da
Suméria e da Acádia” (GILISSEN, 2013, p. 61-62);
• O monumento jurídico mais importante da Antiguidade antes de Roma é o
Código de Hammurabi, promulgado por Hammurabi, rei da Babilônia (prova-
velmente 1726-1686 a.C.). O texto provavelmente redigido por volta de 1694 a.C.
está gravado num monolito descoberto em Susa, em 1901. Numerosas disposições
foram igualmente encontradas em tabuinhas de argila, de um manejo mais prático.
São aparentemente os “códigos” portáteis de que se serviam os práticos;
• Em Mari (no Eufrates, ao norte da Babilônia) descobriram-se desde 1935 cerca
de 20.000 tabuinhas, datando da primeira metade do século XVIII, ou seja,
em data mais ou menos próxima da época do Código de Hammurabi. Trata-
-se, em geral, de documentos da prática administrativa, jurídica ou econômica.
A sua decifração e tradução ainda não estão terminadas;
• Na Assíria, a montante da Babilônia, recolhas jurídicas chamadas “códigos as-
sírios” foram redigidas em diversas épocas: as mais antigas datam de antes de
Hammurabi, cerca de 1950-1870 a.C. Um segundo grupo data de cerca de
1450-1250 a.C. O terceiro, cerca de 750-700 a.C. Eles revelam, todavia, um di-
reito muito menos desenvolvido que o da região da Suméria e da Babilônia;
• Os Hititas estavam instalados no segundo milênio na região de Hatti, ao cen-
tro da atual Turquia asiática (região Ankara). Cerca de 1800 a.C., formou-se
aí um reino hitita, pela reunião de vários pequenos principados, reino de tipo
feudal, que vai no decurso dos séculos seguintes aumentar o seu poderio, para
se tornar, cerca de 1400 a 1300 a.C., um vasto império, pouco mais ou menos
parecido com o Novo Império egípcio. Desaparece cerca de 1200 a.C. após as
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A síntese tem por base a classificação proposta por John Gilissen. Conf. GILISSEN, J. Introdução histórica ao
direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013. p. 61-62.
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grandes invasões dos “povos do mar”. Ao que parece, no entanto, foi um elo
entre os direitos mesopotâmicos e os direitos gregos.
O Código foi encontrado, em 1902, na cidade persa de Susa, para onde teria sido
levado, por volta de 1175 a.C., como despojo de guerra.
No final do texto, há uma frase que exalta a figura do Rei, a fim de lhe dar legiti-
midade para promulgar as normas ditadas por Samas: “Hammurabi, rei do Direito,
sou eu a quem Samas oferece as leis” (GUSMÃO, 2011, p. 295-296).
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As leis são, portanto de origem divina; o baixo-relevo faz pensar em
Jeová entregando o Decálogo a Moisés. Mas, enquanto, que, o direito
de Israel, como os da Índia e do Islão, são direitos religiosos, dados por
Deus, o Código de Hammurabi não é senão inspirado por Deus. O direito
babilônico é sobretudo, como também afirma o prólogo do Código de
Ur-Nammu, um “regulamento de paz”; o rei aparece como um justiceiro
e um protetor dos fracos: órfãos, viúvas, pobres; ele deve garantir a liber-
dade de cada um. (GILISSEN, 2013, p. 62)
A maior parte dos enunciados do Código babilônico começa por uma expressão
equivalente à expressão latina si quis (se alguém...), a exemplo de “Se alguém pene-
trar por arrombamento numa casa, terá de morrer, o seu corpo deverá ser enterrado
no próprio lugar do arrombamento” (PINTO, 2014, p. 30).
Albrecht Alt classifica esse tipo de norma na categoria de Leis casuísticas, uma
forma mais completa de Leis, em face de uma outra categoria, a que denominou
Leis apodíticas.
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As Leis apodíticas referem-se “às leis que possuem a forma de uma asserção cate-
górica e incondicional de certo e errado (...) e, o exemplo mais comum, é encontrado
nos Dez Mandamentos: “Não furtarás” (Êxodo 20:15); “Honra teu pai e mãe” (Êxodo
20:12); “Não matarás” (Êxodo 20:13)”. (SOUZA. In: WOLKMER, 2014. p. 61).
As leis casuísticas têm forma mais complexa e também são encontradas em ou-
tros Sistemas Jurídicos (grego e hebraico). A sua forma geral é a de uma prótase
iniciada pela conjunção condicional se ou então pela palavra caso, seguida de uma
apódose que estabelece as consequências legais do caso descrito na prótase.
Prótase: (do grego, propor) é o nome dado à oração que contém o caso, a suposição ou a
condição, pois é a que propõe a condição para que se realize a ação principal estabelecida
na apódose. A oração principal, denominada de apódose (do grego, expor, declarar) define a
sanção ou correspondência do caso descrito na oração subordinada e denominada de prótase.
A partir da norma, por exemplo, “Se alguém levar à força a filha de outrem, con-
tra a vontade do pai e da mãe, mantendo com ela relações sexuais, é ladrão, devendo
ser condenado à morte” (SOUZA, 2014, p. 61), é possível identificar a prótase na
oração “Se alguém levar à força a filha de outrem, contra a vontade do pai e da mãe,
mantendo com ela relações sexuais” (SOUZA, 2014, p. 61), e a apódose na oração
“É ladrão, devendo ser condenado à morte” (SOUZA, 2014, p. 61).
É o que se pode verificar, como exemplo, pelo teor das seguintes normas (GILISSEN,
2013, p. 65-66):
45. Se alguém entregou o seu terreno contra o produto a um trabalhador
e se ele recebeu o produto desses terrenos, se em seguida o deus Abad
inundou o terreno ou se uma inundação o destruiu, os danos ficam a
cargo do trabalhador.
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64. Se alguém entregou o seu pomar a um arboricultor para o fazer fruti-
ficar, o arboricultor, enquanto tiver o pomar, entregará ao proprietário do
pomar dois terços da produção do pomar; ele mesmo tomará um terço.
195. Se um filho agrediu o seu pai, ser-lhe-á cortada a mão por altura
do pulso.
No que se refere à aplicação das sanções, observa-se não somente o rigor das
penas, mas, sobretudo, o fato de que, na maioria dos casos, aplica-se uma pena, que
é idêntica ao dano sofrido.
A expressão “Lei de Talião” tem a sua origem no latim: Lex Talionis: lex = “Lei”
e talis = “tal, idêntico”, e é representada em texto bíblico pela expressão “Olho por
olho, dente por dente” (DIGITAL, 2019).
Em seus aspectos gerais, entre outros, o Código contém normas que versam
sobre a organização da Sociedade, Direito de Família, Domínio Econômico, Direito
Penal e Direito Privado (DIGITAL, 2019).
A organização social tem por base um estrato de homens livres, outro de homens
também dotados de personalidade jurídica, a quem se pode chamar de “subalter-
nos”, sobretudo pela liberdade limitada face aos homens livres e, também, uma
parcela de escravos.
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A experiência civilizatória da Mesopotâmia não foi em vão, ou seja, ao perceber
de forma clara a importância de se formular regras de direito e empreender es-
forços para tanto, intuitivamente deu os primeiros passos em direção ao futuro
jurídico da Humanidade.
Os hebreus são semitas que viviam em tribos nômades no Oriente próximo, con-
duzidas por chefes. Eles vagavam pela Palestina na época de Hammurabi, foram até
o Egito, depois retornaram (o Êxodo) à Palestina, provavelmente no início do século
XII a.C; talvez mais cedo (GILISSEN, 2013, p. 66).
Semitas: são um grupo étnico e linguístico que compreende os hebreus (hoje, judeus), os
assírios, os aramaicos, os árabes e os fenícios, que se acreditam descendentes de Sem (um
dos filhos de Noé).
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A sua mudança não está nas mãos do homem comum. A adaptação à evolução
social somente se torna possível com a interpretação feita por pessoas autorizadas
pela Religião, os rabinos que, no entanto, nunca podem modificá-lo.
No Direito hebraico, não existe, portanto, Literatura jurídica específica escrita por
juristas e estudiosos da Lei. O que existe são as interpretações das escrituras por reli-
giosos. A origem divina da Lei é a garantia de uma nação justa: “E que nação há tão
grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta Lei que hoje ponho
perante vós?” (Deuteronômio 4:8) (SOUZA, 2014, p. 50).
De forma específica, acerca das fontes, vale ressaltar que, além da Bíblia (particu-
larmente, a Torah ou Torá), fonte primária de todo o Direito hebraico, a “Lei oral” e
a Mishna, a Guemara e o Talmude são fontes secundárias da “lei” hebraica, derivam,
portanto, da Bíblia.
Na verdade, o Talmude é a síntese de toda a “Lei oral” que veio sendo interpre-
tada e registrada na Michna e na Guemara: “O Talmude é tido como o registro da
forma oral transmitida por Moisés aos sábios de sua geração e que, por sua vez, a
transmitiram de geração em geração sem um registro escrito” (SOUZA, 2014, p. 50).
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Em Êxodo 25:13-27, Moisés nomeia auxiliares para julgar o povo (Êxodo 18:25),
depois de ter sido advertido por seu sogro, alertando-o que não julgasse sozinho:
“Não é bom o que fazes” (Êxodo 18:17); “Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu quanto
este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes
fazer” (Êxodo 18:18).
Escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os constituiu por
cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta
e chefes de dez” (Êxodo 18:25).
Fonte: A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
O Sistema Judicial de Moisés atribuiu competência aos chefes tribais para julgar
as causas simples, e reservou para ele, Moisés, o julgamento das causas graves.
Segundo a Bíblia (1999) “Estes julgaram o povo em todo o tempo; as causas graves
trouxeram a Moisés e toda causa simples julgaram eles. (Êxodo 18:26)”.
No entanto, Deuteronômio 16:18; 25:2 leva a concluir sobre o fato de que juízes
eram nomeados para julgar o povo, sem levar em conta a experiência natural de
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O mesmo avanço não pode ser tributado às penas, ou seja, a aplicação da “Lei
de Talião” parecer ter sido uma constante durante os diferentes tipos de organização
política (patriarcal, confederação, monarquia) do povo Hebreu.
A “Lei de Talião” expressa nas passagens de Êxodo 21: 12, 23 a 25, Levítico
24:19 a 21, Deuteronômio 19:21. É a forma típica de punição que caracteriza o lon-
go período histórico do Direito hebraico antigo.
A expressão “Olho por olho, dente por dente”, entre outras variações, “Mão por
mão”, “Pé por pé” e “Quebradura por quebradura” aparecem somente na Bíblia, no
Antigo Testamento. À exceção de uma única vez, no Novo Testamento, em Mateus
5:38 a 44, a fim de expressar uma nova visão acerca da prática antiga de retribuir o
mal com o mal, segundo o Cristianismo.
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O estudo acerca dos conteúdos jurídicos específicos do “Pentatêuco” tem por base o estudo das fontes formais do
direito hebraico feitos por John Gilissen. Conf. GILISSEN, John. Introdução histórica ao direito. Lisboa: Funda-
ção Calouste Gulbenkian, 2013. p. 68-9.
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• O Código da Aliança, conservado no Êxodo (XX, 22, a XXIII, 33), pela sua
forma e pelo seu fundo, o texto assemelha-se às codificações mesopotâmicas e
hititas, nomeadamente ao Código de Hammurabi, o que permite supor que uma
primeira formulação (talvez oral) poderia remontar à época anterior à estadia
no Egito. Na sua forma final, o texto dataria da época dita “dos Juízes”, isto é,
do início da fixação em Canaã, nos séculos XII ou XI a.C. O Código da Aliança
contém prescrições religiosas, regras relativas ao Direito Penal, à reparação dos
danos etc. Reflete costumes da época da sedentarização;
• O Deuteronômio (do grego, a Segunda Lei, a Repetição ou a Cópia da Lei)
constitui uma nova versão do Código da Aliança. Na verdade, é uma codificação
de antigos costumes, tendendo, sobretudo, à manutenção da pureza do mono-
teísmo, mas compreendendo, também, disposições que interessam ao Direito
Público e ao Direito de Família. O Deuteronômio dataria do século VII. É atri-
buído pela tradição ao rei Josias (621), mas teria sido remodelado no século V;
• O Código Sacerdotal (ou Lei da Santidade), contido no Levítico (cap. XVII a
XXVI), datando provavelmente do século V (cerca de 445 a.C.), contém um
ritual dos sacrifícios e da sagração de religiosos, mas aí encontram-se, também,
disposições importantes sobre o casamento e o Direito Penal. Do mesmo perío-
do, datariam os livros dos Profetas e os “livros sapienciais” (Salmos, Provérbios
etc.) que completaram as grandes partes do Antigo Testamento.
A “Lei oral” e a Mishna são fontes secundárias do Direito hebraico, atenderam à
necessidade de adaptação do Direito à evolução da Sociedade hebraica.
Não houve, durante o processo de adaptação, quaisquer mudanças que, eventu-
almente, indicassem a negação do princípio da imutabilidade da Lei divina. A Torá
conservou sua autoridade. As interpretações feitas por rabinos apoiavam-se nos ver-
sículos da Bíblia: “As suas interpretações e adaptações formaram a Lei oral; as ori-
gens desta são, segundo a tradição judia, quase tão antigas como as da “Lei escrita”
de que ela descenderia” (GILISSEN, 2013, p. 69).
O desenvolvimento da “Lei oral” deu-se, sobretudo, durante a época do Segundo
Templo, ou seja, entre a volta do cativeiro na Babilônia (515 a.C.) e a diáspora (70
a.C.). Os hebreus tiveram de se adaptar a novos modos de vida. O velho Direito
bíblico não era suficiente para dar suporte às mudanças da vida social. A atividade
exegética dos rabinos alargou e desenvolveu a Torá, incorporando também as tradi-
ções e os costumes novos (GILISSEN, 2013, p. 69).
Na sua obra Mishna, o rabino Yehudah HaNasi, chefe da comunidade judaica na
Palestina, deu nova redação à “Lei oral”. Editada no início do século III d.C., a Mishna
(tem o significado de ensino) suplantou os outros trabalhos similares.
O rabino Yehudah HaNasi (135-219 d.C.) era filho do rabino Shimon bem Ga e nasceu oitenta
anos após a destruição do Segundo Templo. Foi o editor da Mishna em sua forma final. Ele
é chamado “Rabi”, professor por excelência e “Rabbeinu HaKadosh”, nosso Santo Rabino.
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A obra reúne opiniões de rabinos sobre matéria religiosa, sem, contudo, tocar nas
matérias jurídicas. À exceção de uma das partes, intitulada “Das Mulheres”, que trata
do casamento, do divórcio e de outros problemas das relações entre os esposos.
O Talmude (expressão de toda a “Lei oral”), foi, ao longo dos anos, objeto de
novas e inúmeras interpretações a fim de atender à necessidade de adaptação do
Direito aos costumes.
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A primeira importante codificação foi realizada na Espanha, por Maîmonide, no
período medieval, na segunda metade do século XII d.C. A Codificação de Maîmonide
teve o seu foco em matérias relativas à Teologia, à Ética, ao Direito e à Ciência Política.
Moses Maimonides, nome original Moses Ben Maimon, também chamado Rambam,
nome árabe Abū ʿImran Mūsā ibn Maymūn ibn ʿUbayd Allāh (nascido em 30 de março
de 1135, Córdoba [Espanha] - falecido em 13 de dezembro de 1204, Egito), judeu, filósofo ,
jurista e médico, a principal figura intelectual do judaísmo medieval . (...) Suas contribuições
em religião, filosofia e medicina influenciaram estudiosos judeus e não judeus.
Joseph bem Ephraim Karo (Caro, ou Qaro), também chamado Maran (aramaico: “Nosso
Mestre”), nascido em 1488, Espanha – falecido em 24 de março de 1575, Safed, Palestina
(agora Zefat, Israel), autor judeu nascido da última grande codificação Lei judaica o Bet Yosef
(“Casa de José”). Sua condensação, o Shulḥan ʿarukh (“A Mesa Preparada” ou “A Mesa Bem-
-Colocada”) ainda é referência para os judeus ortodoxos.
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UNIDADE O Direito na Antiguidade Oriental
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Introdução à história do direito
Leitura do texto da “Apresentação” do livro. A relevância do estudo da História
do Direito na formação e consolidação acadêmica e profissional dos bacharéis em
Direito, p. XIII-XVI. BAGNOLI, V. Introdução à história do direito. São Paulo:
Atlas, 2014. (e-book)
Introdução à história do direito
Leitura da “Parte I – Introdução Conceitual”. No Cap. 1, da Parte I, o estudo versa
sobre o Conceito e Objetivo da História do Direito; no Cap. 2, o estudo é dedicado
às Fontes da História do Direito; no Cap. 3, estudam-se as Correntes Metodológicas
da História do Direito e, finalmente, no Cap. 4, o Estudo Contemporâneo da
História do Direito: Possibilidades e Perspectivas. p. 3-27. BAGNOLI, V. Introdução
à história do direito. São Paulo: Atlas, 2014. (e-book)
História do direito no Brasil
Leitura da Introdução. Apresenta a proposta de nova leitura histórica do fenômeno
jurídico enquanto expressão cultural de ideias, práticas normativas e instituições
jurídico-políticas. p. 1-11. WOLKMER, A. C. História do direito no Brasil. 7.ed.
Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2014. (e-book)
Egito Antigo
Leitura do texto “Egito Antigo”. Apresenta as linhas gerais da história do Egito
Antigo. DESPALANCHES, Sophie. Egito Antigo. Porto Alegre: L&PM. p. 7-23.
https://bit.ly/33W5McY
Hebreus
A leitura do texto Hebreus visa a aprofundar conhecimentos sobre o povo que tem
a sua trajetória narrada no Antigo Testamento. Os hebreus são conhecidos como
israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma história
marcada por migrações e pelo monoteísmo. Conf. HEBREUS em Só História.
Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019.
https://bit.ly/30936rA
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Referências
BÍBLIA Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida.
2.ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Sites Visitados
DICIO. Dicionário on-line de português. Disponível em: <https://www.dicio.com.
br/taliao/>. Acesso em: 16/11/2019.
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