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ESTABILIDADES NO EMPREGO

CONCEITO: É o direito que o empregado tem, em casos especificados, de somente


ter o seu contrato de trabalho extinto em hipóteses restritas previstas na lei.
Normalmente impedem que o contrato seja extinto sem justo motivo, por
iniciativa do empregador. Assim, as demissões somente poderiam ocorrer por justa
causa ou por motivos que a lei considere relevante, em cada caso especificado.

Podem ser classificadas:


Quanto à forma Quanto à duração Quanto ao tipo
Absolutas: quando o Definitivas: quando a Personalíssimas: quando
empregado só poderá ser estabilidade vigora até a decorrem de uma condição
dispensado por justa causa. aposentadoria ou a morte do específica da pessoa do
Relativas: quando a dispensa empregado empregado.
pode acontecer também por Provisória: quando a Altruístas: quando
motivos técnicos, financeiros, estabilidade tem duração concedidas para o
disciplinares, econômicos e determinada pela lei. empregado representar o seu
outros descritos na lei. grupo sem pressões.
ESTABILIDADES DEFINITIVAS
Estabilidade Decenal: O empregado que contava mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa
não poderia ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior,
devidamente comprovadas. Este regime competia com o do FGTS. Mas a CRFB/1988 tornou obrigatório
o regime do FGTS (art. 7°, III), não recepcionando, portanto, a estabilidade decenal. Somente
empregados que tinham esse direito ao tempo da promulgação da Constituição Federal é que ainda o
detêm, em respeito ao direito adquirido

Estabilidade do art. 41 da CRFB/1988: O servidores públicos tornam-se estáveis após três anos de
efetivo exercício de cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. Adquirida a
estabilidade, o servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III -
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa. Se o cargo que ocupar for extinto, ficará em disponibilidade.  

Estabilidade do art. 19 do ADCT: Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos
na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
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Estabilidade do Dirigente Sindical
O empregado eleito para cargo de direção sindical, titular ou suplente, tem estabilidade no emprego desde o
registro de sua candidatura e, se eleito, até um ano após o término do mandato, salvo se cometer falta grave
devidamente apurada e comprovada em prévio inquérito judicial – art. 543, § 3º, da CLT c/c o art. 8º, VIII, da CRFB
c/c a Súmula 379 do TST.

Somente os representantes eleitos que possuem estabilidade no emprego. O art. 522 da CLT determina que a
administração do sindicato seja composta por no mínimo 3 e no máximo 7 membros. Somente eles detêm
estabilidade. Empregados nomeados ou designados, não.

De acordo com o art. 543, § 5º, da CLT, a entidade sindical deve comunicar o registro da candidatura do empregado
ao cargo de dirigente sindical em 24 horas. Se eleito, em igual prazo deve comunicar o dia da eleição e da posse,
conforme Súmula 369, I, do TST.

Exceções: a estabilidade não prevalece em caso de contratos de trabalho por prazo determinado ou de já estar em
curso aviso prévio (Súmula 369, V, do TST). Em caso de extinção da empresa ou de o empregado aceitar ser
transferido para outra localidade, também haverá a perda da estabilidade no emprego. E, por fim, se ele deixar de
exercer a atividade ou profissão correspondente à categoria que representava sindicalmente, também perderá a
estabilidade, conforme art. 540, § 1°, da CLT.
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
Estabilidade no Ciclo Gravídico-puerperal
A empregada que se encontrar no ciclo gravídico-puerperal tem estabilidade no emprego desde o momento da
confirmação da gravidez (concepção), até 5 meses após o parto, nos termo do art. 10,II, b, do ADCT.

Súmula nº 244 do TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.


I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo
determinado.

Em caso de aborto não Em caso de aborto não Há estabilidade mesmo Essa estabilidade vigora
criminoso, a empregada criminoso, a empregada que a gravidez ocorra para as adoções, mesmo
terá duas semanas de terá duas semanas de durante o prazo do aviso na guarda provisória (CLT.
repouso, cf. art. 395/CLT. repouso, cf. art. 395/CLT. prévio trabalhado ou art. 391-A, § 1°). E também
Aborto e nascimento sem Aborto e nascimento sem indenizado (CLT, art. 391- para as domésticas (LC
vida? Diferenças. vida? Diferenças. A). 150/15, art. 25).
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
Estabilidade do Membro da CIPA
CLT, Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária,
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de
sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

Súmula nº 339 do TST. CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988.


I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da
Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos
membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não
se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.

O mandato do membro da CIPA é de um ano, permitida uma reeleição, conforme art. 164, § 3°, da CLT
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
Estabilidade por Acidente de Trabalho ou Doença Ocupacional
Lei 8.213/91, Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Lei 8.213/91, Art. 19.  Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.  

Lei 8.213/91, Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II
- doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

Tem que haver afastamento superior a 15 dias e O empregado submetido a contrato de trabalho por
percepção do auxílio-doença acidentário, salvo em caso tempo determinado goza da garantia provisória de
de doença profissional constatada após a extinção do emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no
contrato. (Súmula 278, II, TST) art. 118 da Lei nº 8.213/91. (Súmula 278, III, TST)
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS

Representante de Empregados – Empresa com mais de 200 empregados


CLT, Art. 510-A.  Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para
representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

3 MEMBROS 5 MEMBROS 7 MEMBROS


Nas empresas com mais de 200 Nas empresas com mais de Nas empresas com mais de
e até 3.000 empregados. 3.000 e até 5.000 empregados. 5.000 empregados.

CLT, Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de representantes dos empregados será de um ano.
§ 1° O membro que houver exercido a função de representante dos empregados na comissão não poderá ser candidato
nos dois períodos subsequentes.
§ 2° O mandato de membro de comissão de representantes dos empregados não implica suspensão ou interrupção do
contrato de trabalho, devendo o empregado permanecer no exercício de suas funções.
§ 3° Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos
empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro.  
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
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Empregados Diretores de Sociedades Cooperativas in q u
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Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas,
gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-
Lei n. 5.452, de 1° de maio de 1943).
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
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Representantes no Conselho Curador do FGTS in q u
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Lei 8.036/90, Art. 3º - O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador, composto por
representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder
Executivo. 
...
§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus suplentes serão indicados pelas respectivas
centrais sindicais e confederações nacionais, serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e
poderão ser reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro titular, como
suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no
Conselho.  
...
§ 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada
a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo sindical.    
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Representantes no Conselho Nacional da Previdência in q u
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Social - INSS

Lei 8.213/91, Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior de deliberação
colegiada, que terá como membros:

§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os
representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única
vez.
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos
suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais.
...
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é
assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial.
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS

Membros de Comissão de Conciliação Prévia eleitos


pelos empregados

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com
representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do
trabalho. 
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros,
e observará as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio
secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional.
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares.
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e
suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades
apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o
despendido nessa atividade.
ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
Dispensa discriminatória – Lei 9.029/95
Art. 1o  É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho,
ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação
profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas
no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. 

Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação
pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:

I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações
devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;

II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros
legais.

Súmula nº 443 do TST - DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE.
ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO.Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador
do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à
reintegração no emprego.

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