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Região Norte

Região Norte
• A Região Norte do Brasil é a maior região em extensão territorial, com uma área
de 3 853 676,948 km², equivalente a 42,27% do território nacional.

• Essa região conta com uma população de cerca de 17 231 027 de habitantes,
segundo o censo de 2014. Ela é formada por sete estados: Amazonas, Pará, Acre,
Rondônia, Roraima, Amapá e Tocantins.

• Na Região Norte, localiza-se a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do


mundo; o rio Amazonas, o maior rio do mundo em extensão; a Bacia Amazônica,
a maior bacia hidrográfica do mundo; e Pico da Neblina, o ponto mais alto do
Brasil, com 2.993,78 metros de altitude.

• O Pico da Neblina está situado no Parque Nacional do Pico da Neblina, na serra


Imeri, no município de Santa Isabel do Rio Negro, no estado do Amazonas.
Clima
• O clima predominante na maior parte da Região norte do Brasil é o
equatorial úmido, apresentando elevadas temperaturas, com médias
acima de 25°C, chuvas abundantes durante todo o ano, superiores a
2.000 a 3.000 mm anuais, variando conforme os movimentos das
massas de ar.

• Em todo estado do Tocantins e no sudeste do Pará predomina o clima


tropical, com duas estações bem definidas, uma chuvosa e uma seca.

• No noroeste do Pará e leste de Roraima predomina o clima equatorial


semiúmido, com curtos períodos de seca e temperaturas elevadas
durante todo o ano.
Relevo
• Na Região Norte predominam três áreas de relevo:

• A planície amazônica que acompanha a grande bacia fluvial, com altitudes que
variam de 100 a 200 metros acima do nível do mar.

• A região de planaltos, entre 200 a 800 metros de altitude, em áreas de


chapadas e serras: a serra dos Carajás, serra Pelada, serra de Tumucumaque, a
serra do Acarai e a serra do Cachimbo no estado do Pará; a serra Dourada, a
chapada das Mangabeiras, no Tocantins; e a chapada dos Parecis em Rondônia.

• As regiões de maiores altitudes, acima de 800 metros, entre elas, a serra do


Parima e do Pacaraima, no estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela e
a serra do Imeri, no estado do Amazonas, onde se localiza o Pico da Neblina e o
Pico 31 de Março.
Vegetação
• A vegetação da Região Norte está intimamente ligada ao clima, ao solo e ao relevo. Além da floresta,
que ocupa a maior parte da região, aparecem campos úteis para a criação de gado.

• A Floresta Amazônica, que ocupa 40% do território brasileiro, apresenta três degraus de vegetação,
tendo como base os níveis de altitude:

• A mata de terra firme, parte da floresta que se localiza em terrenos mais elevados, que não são
atingidos pelas inundações dos rios.

• Nessa região se encontra o mogno, o cedro, o angelim, a andiroba, o guaraná, o caucho (planta que
fornece o látex) e a castanheira, árvore nativa que pode atingir 30 metros de altura.

• A mata de várzea, parte da floresta sujeita a inundações periódicas. Situa-se entre a mata de terra firme
e a do igapó, apresentando grande diversidade de espécies, predominando árvores que fornecem o
látex, a maniçoba, a maçaranduba etc.

• A mata de igapó é a parte da floresta que se localiza em terrenos baixos, próximo dos rios, ocupando o
solo permanentemente alagado, onde predomina a vitória régia, a piaçava etc.
Hidrografia
• A Região Norte do Brasil possui duas grandes bacias, a Bacia Amazônica e a Bacia do
Tocantins. A Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, é formada pelo
rio Amazonas e seus mais de mil afluentes.

• Com 3.869,953 km de extensão, em território brasileiro, possui 22.000 km de rios


navegáveis.

• A Bacia do Tocantins, a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira, é formada pelo


rio Tocantins e seus afluentes. O rio Tocantins nasce no estado de Goiás, atravessa os
estados de Tocantins, do Maranhão e do Pará, até desaguar no Golfo Amazônico,
próximo à cidade de Belém.

• Na época das cheias apresenta grande parte de seus rios navegáveis. A hidrelétrica
de Tucuruí, localizada no estado do Pará, é a maior usina hidrelétrica totalmente
brasileira.
Aspectos Humanos
• Até o século XVI, grande parte da região Norte só era conhecida pelas expedições formadas pelos bandeirantes. Estes
tinham como objetivo aprisionar indígenas para vendê-los como escravos nas zonas canavieiras, sobretudo na região
Nordeste. Nessa época, a região recebia expedições da Coroa portuguesa, conhecidas como entradas, que pretendia
reconhecer o território e explorar as drogas do sertão.

• A partir do século XVII, os jesuítas seguiram para essa região, interessados em catequizar os índios. Houve também,
nesse período, ações portuguesas para defender o território de ameaças estrangeiras. Para isso, Portugal expulsou os
estrangeiros e fundou vários fortes na região, o que incentivou seu povoamento. Um exemplo é o forte Presépio de
Santa Maria de Belém, instalado em 1616, que deu origem à cidade de Belém, capital do Pará.

• No fim do século XIX, a ocupação do interior da Amazônia foi incentivada pela exploração do látex, matéria-prima da
borracha natural, impulsionada pela grande procura desse produto no mercado internacional (pneus). A região atraiu
grande contingente de migrantes nordestinos para o trabalho de extração dessa importante matéria-prima. Veja Ciclo
da Borracha.

• No século XX, centenas de imigrantes japoneses instalaram-se, principalmente, no Pará, entre as cidades de Belém e
Bragança, na chamada região bragantina. Ali fundaram uma colônia agrícola (Tomé-Açu) e iniciaram o cultivo de
pimenta-do-reino (agricultura comercial).

• Outros grupos de japoneses fixaram-se no Amapá e às margens do rio Amazonas, onde se dedicaram à plantação de
juta (fibra cultivada na várzea).
Economia
• Agricultura:Na atividade agrícola, destacam-se o cultivo da soja nos estados do Tocantins, Rondônia e Pará
e o de mandioca, arroz, banana, café, juta e pimenta-do-reino nos demais estados.
• Pecuária: Na região, desenvolve-se a criação de gados bovino, suíno e bufalino. Destaca-se a criação
extensiva do gado bovino, praticada em pastagens originadas de áreas desmatadas.
• Indústria: De modo geral, o setor industrial dessa região é pouco expressivo, pois há poucas indústrias e
ainda são isoladas. Geralmente, elas realizam o beneficiamento de produtos agrícolas ou do extrativismo.
• Merece destaque a Zona Franca de Manaus, com a presença de diversas empresas, principalmente do
setor de eletroeletrônicos, entre outros, como, por exemplo, a produção de veículos (destacando-se as
motocicletas).
• Foram criados distritos industriais, principalmente em Manaus e Belém, onde se concentram as indústrias
de alimentos, bebidas, têxtil, madeireira e de artigos eletrônicos.
• Comércio: As principais zonas de comércio da região estão localizadas em Belém (PA) e em Manaus (AM).
• Manaus se sobressai pelo comércio da Zona Franca (uma área de livre-comércio de importação e
exportação, dotada de incentivos fiscais especiais).
• Belém é uma importante cidade portuária, centro comercial e industrial da região Norte. No interior, parte
significativa do comércio é realizada em áreas distribuídas ao longo dos cursos dos rios ou em barcos, que
são verdadeiros mercados ambulantes.
Economia
• Turismo: Atualmente, a região norte tem atraído investidores brasileiros e estrangeiros, que constroem
luxuosos complexos hoteleiros e exploram o ecoturismo, favorecido pelas paisagens naturais e por sua
rica fauna.

• Entre as atrações turísticas da região, destacam-se o passeio de catamarã (embarcação típica da região)
pelo rio Amazonas e por igarapés; a ilha de Marajó; o Teatro Amazonas (em Manaus); o mercado Ver-o-
Peso e o Museu Paraense Emílio Goeldi (ambos em Belém).
• Extrativismo: Todo seu rico patrimônio natural estimula o desenvolvimento de atividades relacionadas
aos extrativismos vegetal, mineral e animal.
• No extrativismo vegetal, destacam-se a exploração das seguintes plantas:
• castanheira, da qual se extrai a castanha-do-brasil, destinada à comercialização in natura e à indústria
alimentícia;
• guaraná, da qual se extrai a semente que, depois de torrada e moída, é transformada em bebida. É
também uma planta medicinal;
• seringueira, da qual se extrai o látex, matéria-prima da borracha;
• juta, fibra vegetal utilizada na fabricação de cordas e sacos; com tipos mais finos se fazem tecidos do
tipo linho;
• piaçava, da qual se fazem vassouras e escovas.
Economia
• Quanto ao extrativismo mineral, muitos minérios são explorados nessa região. Alguns deles são:

• ferro: em Carajás, no Pará;


• ouro: extração mecanizada em Serra Pelada, estado do Pará;
• estanho: extraído da cassiterita, encontrada no estado de Rondônia.
• Em relação ao extrativismo animal, como existem muitos rios nessa região, a pesca é uma atividade
econômica bastante praticada.

• Encontram-se, nas águas da região, grandes peixes de água doce, como o pirarucu (também
conhecido como “bacalhau brasileiro”) e o tambaqui.

• Durante muito tempo, a tartaruga fez parte do cardápio das populações nortistas. Contudo,
atualmente, em razão do risco de extinção, a captura de tartarugas e de seus ovos é considerada
crime.

• A caça a onças, lontras, jacarés e aves também é muito praticada, no entanto é proibida por lei, pois
algumas espécies estão em risco de extinção.
Projetos
• Para acelerar a ocupação e a exploração econômica da Amazônia, as instituições regionais criadas a partir do governo Getúlio
Vargas foram modernizadas a partir de 1966, sob a chancela da “Operação Amazônia”. Empreendida pelo governo Castelo
Branco, reorganizou a legislação básica e as normas institucionais para atrair os grandes capitais corporativos, colocando a
região na mira dos investidores.

• Para ocupar a Amazônia, era necessário conhecer essa imensa região. Para isso, foi criado o Projeto Radam (Radar da
Amazônia) que “tinha como objetivo proceder ao levantamento dos elementos básicos necessários a um planejamento
racional do aproveitamento integrado dos recursos naturais da região Amazônica”.

• Calcado no Projeto Radam durante a Presidência do general Ernesto Geisel, foi criado o Polamazônia, que tinha por finalidade
o estabelecimento de quinze áreas prioritárias para a ocupação, visando à exploração dos recursos agrominerais e
agropecuários na Amazônia Legal.

• A criação da Sudam, a reestruturação da Amazônia Legal e o Projeto Radam não seriam suficientes para promover a ocupação
da imensa região. Por essa razão, o presidente Emílio Garrastazu Médici assinou o Decreto-Lei número 1 106, que criou o Plano
de Integração Nacional (PIN).

• O PIN tinha como principais finalidades a abertura das rodovias de integração Transamazônica, Porto Velho-Manaus,
Perimetral Norte, Cuiabá-Santarém (BR-163) e Cuiabá-Porto Velho (BR-364). Outro decreto de abril de 1971 declarou as terras
devolutas em uma faixa de 100 km, ao lado das rodovias na Amazônia Legal, como áreas de segurança nacional, nas quais o
Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) iria implantar os planos oficiais de colonização por meio da entrega dos lotes aos
colonos.
Projetos
• A estratégia do governo, a partir dos anos 1960, de integração da região aos processos de
desenvolvimento econômico do Centro-Sul do país, estimulou consideravelmente a destruição da
floresta, vista como uma grande reserva de riquezas, pronta para ser explorada e gerar grandes
lucros.

• Porém, além de estimular o desmatamento, muitos conflitos entre garimpeiro, grileiros, posseiros e
índios começaram a intensificar-se na região, pois, à medida que a expansão das atividades
exploratórias aumentava, os limites entre as áreas de interesses desses grupos diminuíam.

• A disseminação de conflitos na região fez com que o governo federal, em meados da década de
1980, interviesse no sentido de minimizá-los. Uma dessas intervenções constituiu-se no Projeto
Calha Norte, que previa a instalação de diversas bases militares nos limites setentrionais da Região
Norte.
• O objetivo, além da fiscalização de fronteira, era intimidar a ação de madeireiras, de garimpeiros e
do narcotráfico. Pouco depois, já nos anos 1990 foi a vez da implantação do Projeto SIVAM (Sistema
de Vigilância da Amazônia), que introduziu radares para rastrear o espaço aéreo amazônico.

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