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Introdução à Psicologia

Disciplina: Psicologia da Comunicação


Prof.: Ms. Laércio Torres de Góes
Conceito de psicologia
 Formada por duas palavras gregas:
1.Psique – alma, mente.
2.Logos – estudo, ciência.

 Etimologicamente, psicologia
significa: estudo da alma/mente.
Conceito de psicologia
 A psicologia é a ciência que estuda
o homem em relação ao ambiente
em que vive.

 Estuda o comportamento humano


com base na natureza biológica
(herança) e nos estímulos
ambientais e sociais.
Conceito de psicologia
 Ciência do Comportamento
 Comportamento: emoções, condutas,
formas de comunicação, processos
de desenvolvimento e os processos
mentais.
 Processos mentais: perceber,
lembrar, raciocinar, sonhar, desejar,
fantasiar, etc.
Campos de aplicação
 Psicologia clínica

 Psicologia da educação

 Psicologia do trabalho

 Psicologia jurídica
Psicologia como ciência
 Método científico

 Objeto: fenômenos naturais e não transcendentais


(ficam de fora: espíritos, aura, encostos, etc);

 Método: observação controlada (sistematizada) de


dados sobre o tema investigado;

 Critério de verdade: teste empírico baseado em


evidências;

 Produto: tese, teoria.


Psicologia como ciência
 Teoria Científica:

 É baseada num Quadro Teórico de


Referência (idéias articuladas
coerentemente);

 Exemplos de teorias científicas: Teoria


da Evolução (Darwin), Teoria da
Gravidade (Newton), da Relatividade
(Einstein), do Inconsciente
(Freud)...
Pressupostos da Psicologia
 A Psicologia desenvolveu-se num contexto histórico-
social (onde e quando o conhecimento foi produzido?);

 A Psicologia é empírica (baseada em evidências


observadas e não em achismo);

 A Psicologia é teoricamente diversa. Há diferentes


teorias psicológicas: Comportamental, Psicanalítica,
Humanista, Cognitivista...;

 O comportamento é determinado por causas


múltiplas;
Pressupostos da Psicologia
 Nosso comportamento é moldado por nossa
herança cultural (crenças, valores, tradições e
costumes dos nossos grupos sociais);

 Hereditariedade e Meio Ambiente influenciam


mutuamente o comportamento (tendências
genéticas + condições do ambiente);

 Nossa experiência do mundo é extremamente


subjetiva (cada um constrói uma visão do
mundo a partir do seu ponto de vista).
Behaviorismo
 Método que utiliza a observação do
comportamento, na relação com o
ambiente em que ele ocorre.

 O comportamento como objeto observável,


mensurável, que podia ser reproduzido
em diferentes condições e ambientes.

 A psicologia devia restringir-se aos dados


das ciências naturais, ao que podia
ser observado – em outras palavras, ao
comportamento externo. (John Watson)
Behaviorismo
Criada nos EUA por Watson e
Pavlov e depois por Skinner
por
volta dos anos 30.
Behaviorismo
Tem como método a observação
do indivíduo na situação real
(Observação in locu).

A observação é feita tendo como


pressuposto o
comportamento
verbal e não verbal.
Behaviorismo

S€ R€ A
Legenda:
S: Estímulos externos (mundo social, físico,
econômico etc.)
R: Resposta do indivíduo (comportamento)
A: Consequências do comportamento

Estímulo e resposta são as unidades básicas da


descrição e o ponto de partida para uma ciência do
comportamento.
Behaviorismo

Caixa
de
Skinner
Behaviorismo
 O processo de aprendizagem se dá por
reforço que tende a fortalecer ou
enfraquecer a resposta do indivíduo
frente aos estímulos externos.

Tipos de reforço:
 Positivo (incentiva o comportamento
desejado / recompensa).
 Negativo (reduz ou elimina a
probabilidade da resposta / punição).
 Extinção
Behaviorismo
 Feedbacks (reforços):

 O relacionamento social funciona


através de feedbacks, ou seja, é o
retorno ou a percepção que o outro
tem de mim. E esse feedback
pode fortalecer ou enfraquecer o
meu vínculo com as pessoas.
Behaviorismo
O comportamento satisfatório é
buscado através do processo
de condicionamento, que pode
ser
dividido em:
Respondente Operante
Behaviorismo
Respondente: comportamento reflexo,
automático e controlado por antecedentes.
Exemplo: salivação causada pelo limão,
lágrimas de cebola, dirigir.

Operante: comportamento voluntário, mais


difícil de ser aprendido e controlado pelas
conseqüências. Exemplo: Ser ou não
engraçado.
Behaviorismo
 Extinção: Como podemos instalar comportamentos,
podemos descondicionar uma resposta.

 Se é o reforço ou o efeito que mantém um


comportamento operante, com certeza a ausência
desse reforço fará desaparecer a resposta.

 Punição: Eliminação de um comportamento


inadequado através de estímulos indesejáveis para
desestimular emitir uma determinada resposta.
Behaviorismo
 Aplicação:

 Área de treinamento de empresas;

 Clínica psicológica;

 Trabalho educativo de crianças


excepcionais;

 Publicidade, etc.
Gestalt
 Surge na Alemanha por entre 1910-
1920

KURT KOFFKA
MAX (1886 – 1941) WOLFGANG
WERTHEIMER KÖHLER (1887 –
(1880 – 1943) 1967)
Gestalt
 Psicologia da Gestalt: Escola de psicologia experimental,
criada no início do século XX, na Alemanha. Estudo sobre
a interação e o efeito da percepção humana sobre o
significado visual.

 Gestalt (palavra alemã sem tradução para o português)


é uma teoria que estuda como os seres humanos
percebem as coisas: objetos, imagens, sensações – pode
ser entendida como uma teoria da percepção.

 Estruturas mentais: a apreensão da imagem pelo


espectador ocorre através de estruturas
mentais.
Gestalt
 Percepção da forma: Para a Gestalt, são de dois tipos as
forças que agem sobre a percepção:

 Externas: que são constituídas pela estimulação da


retina através da luz proveniente do objeto exterior e
têm origem no objeto que olhamos.

 Internas: que organizam as formas em uma ordem


determinada e têm origem na própria estrutura do
cérebro.
Gestalt
 Afirma que nossa percepção não se dá por “pontos
isolados”, mas, sim, por uma visão de “todo”. Não
vemos partes isoladas, mas relações. Isto é, uma parte
na dependência de outra parte.

 Ao contrário do Behaviorismo, leva em conta não apenas


o estímulo e a resposta, mas o processo de percepção.

 Deve-se levar em conta as condições que alteram a


percepção do estímulo.
Principais leis da psicologia da
Gestalt
 A maneira como percebemos um determinado estímulo irá
desencadear o nosso comportamento.

Leia da segregação

Podemos ver na imagem ao lado um


exemplo de segregação, em que uma única
uva torna- se "segregada", em relação às
outras, pela sua cor, como se estivesse
"separada" do grupo, "isolada" do todo,
destacada, etc.

A segregação é a capacidade perceptiva de


separar, identificar, evidenciar ou destacar
unidades formais em um todo compositivo.
Principais leis da psicologia da
Gestalt
Lei da proximidade

Os elementos são agrupados de


acordo com a distância a que se
encontram uns dos outros.
Logicamente, elementos que
estão mais perto de outros numa
região tendem a ser percebidos
como um grupo, mais do que se
estiverem distante de seus
similares.
Principais leis da psicologia da
Gestalt

Lei do fechamento

Há uma tendência de a nossa


percepção seguir uma direção
para conectar os elementos de
modo que pareçam
contínuos eles em
ou
direção fluir uma
específica.
Principais leis da psicologia da
Gestalt

Lei da semelhança

Os objetos similares tendem


a se agrupar. A similaridade
pode acontecer na cor dos
objetos, na textura e na
sensação de massa dos
elementos.
Principais leis da psicologia da
Gestalt
Lei da pregnância

Diz que todas as formas tendem a


ser percebidas em seu caráter mais
simples. É o princípio da
simplificação natural da percepção.
Quanto mais simples, mais
facilmente é assimilada: desta
forma, a parte mais facilmente
compreendida em um desenho é a
mais regular, que requer menos
simplificação.
Conceito de insight
 Insight: compreensão imediata. Os elementos
da situação são percebidos em um padrão certo.
A solução surge de repente. Sujeito reage à
situação total.

 Para que ocorra o insight devem ser levados em conta


os fatores subjetivos e objetivos:

 Os dados devem estar presentes e apresentados de


forma a proporcionar o entendimento. O sujeito
deve estar predisposto a resolver o problema ou
entender a questão.
Ilusão de ótica

QUE ARCO FORMA O CÍRCULO? O VERMELHO OU O AZUL?


Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Gestalt na publicidade

Segregação
Gestalt na publicidade

Proximidade
Gestalt na publicidade

Fechamento
Gestalt na publicidade

Semelhança
Gestalt na publicidade

Pregnância
Psicanálise
 Sigmund Freud

 Nasceu na Freiberg, Morávia, em 1856.


Ingressou na Universidade de Viena
em 1873, tornando-se médico em
1881.

 Freud vai para Paris estudar com Charcot.


O trabalho consiste em tratar pacientes
histéricos através de hipnose.

 Freud e Charcot percebem que podem criar


ou eliminar sintomas histéricos através da
hipnose. Estes estudos iriam formar,
posteriormente, a teoria do inconsciente.
Psicanálise
 Freud realiza trabalhos de hipnose,
juntamente com Breuer, com uma
paciente considerada histérica, Ana O.

 Notam que a paciente relembra fatos


traumáticos que, em estado de
consciência, não conseguia lembrar.

 Com isso Freud pode começar a


perceber a existência do
INCONSCIENTE.
Teoria da Psicanálise
Consciente
 Pequena parte da mente que inclui tudo o que estamos cientes num
dado momento.

Pré-consciente
 É uma parte do inconsciente que pode se tornar consciente
com facilidade.
 Vasta área de lembranças que o consciente precisa para
desempenhar suas funções.

Inconsciente
 Não acessível ao consciente.
 Instintos ou pulsões.
 Material excluído do consciente.
 Parte mais profunda da memória.
 Origem de pensamentos e sentimentos.
 Atemporal.
 Simbólico.
Teoria da Psicanálise
objeto

libido
pulsão de vida

INCONSCIENTE CONSCIENTE

pulsão de morte

PRÉ- objeto
CONSCIENTE
Teoria da Psicanálise
 As manifestações inconscientes

 Sonhos
Para Freud, os sonhos serviam para a realização de desejos reprimidos
ou atos socialmente reprováveis.

 Lapsos
De memória ou linguagem que têm representação inconsciente.

 Atos falhos
Ato em que o resultado explicitamente visado não é atingido. Fracassos
que o indivíduo atribui ao acaso ou distração.

 Chistes
Piadas ou brincadeiras que tornam possível a satisfação de uma pulsão
libidinal ou hostil.
Teoria da Psicanálise

 Resistência e repressão
RESISTÊNCI
INCONSCIENTE A
 O evento traumático pode
ser tão intenso que torna-
se insuportável vivenciar
sua dor. Então ele é levado
ao inconsciente por uma
força chamada
RESISTÊNCIA. Para que
CONSCIENTE
fique lá, uma outra força REPRESSÃO
PRÉ-CONSCIENTE
entra em atividade, a
REPRESSÃO.
Teoria da Psicanálise
Aparelho psíquico

ID
 90% inconsciente.
 Processos primários.
 Princípio de prazer.
 É simbólico e atemporal.

EGO (EU)
 Consciente e inconsciente.
 Princípio de realidade.
 Processo secundário (linguagem).
 Mecanismos de defesa (inconscientes).

SUPEREGO
 Na sua maior parte consciente.
 Responsável por normas e valores.
Teoria da Psicanálise
 Mecanismo de defesa:

 Processos inconscientes que permitem a mente encontrar


uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da
consciência. A psicanálise supõe a existência de forças
mentais que se opõem umas às outras e que batalham
entre si.

 Repressão,
 Defesa de reação
 Projeção,
 Regressão
 Substituição.
Carl G. Jung
 Nasceu na Suíça em 26 de julho 1875 e faleceu
em 6 de junho 1961. Filho de um pastor da Igreja
Reformada Suíça;

 Relacionamento com Freud:


 1902 a 1904 - contato com a obra e
correspondência;
 27 de fevereiro de 1907 – primeiro encontro, com 13 horas
de conversa;
 1913 – rompimento com Freud.

 Causas:
 Natureza sexual como causa única dos conflitos psíquicos;
 Freud não aceitava que Jung considerasse os fenômenos
espirituais.
Carl G. Jung
Níveis da psique (alma)
Consciente
Ego
(e suas funções)

Inconsciente pessoal
Complexos

Inconsciente coletivo
Arquétipos
Carl G. Jung
 Inconsciente pessoal é representado pelos sentimentos e
ideias reprimidas, desenvolvidas durante a vida de um
indivíduo.

 Inconsciente coletivo:

 Não se refere apenas à vida pessoal do indivíduo, mas


também à dos homens de todos os tempos e de todos os
povos.

 Conteúdos inconscientes chamados de arquétipos,


modalidades comuns a toda a humanidade de representar o
mundo e a realidade (mitologia).
Referências

 BOCK, Ana M. B. Psicologias:


Introdução ao estudo da
Psicologia. 13. ed. São Paulo:
Vozes, 1999.

 STROCCHI, Maria Cristina.


Psicologia da Comunicação. São
Paulo: Paulus, 2007.

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