Um sistema é um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado. Dessa forma, podemos dizer que o sistema imunológico é uma organização de células e moléculas com funções especializadas na defesa do corpo. Na figura abaixo, representamos alguns destes componentes, onde cada um deles possui células do sistema imunológico. As amígdalas: As amígdalas são estruturas localizadas entre o final da boca e o início do nariz e garganta, cuja função é combater as bactérias e agentes infecciosos em geral que tentam entrar no organismo. Atuam, portanto, como importantes aliadas do sistema imunológico. Devido à sua localização estratégica – na encruzilhada entre a boca, o nariz e a garganta -, as amígdalas acabam percebendo e processando todas as bactérias que invadem o organismo, pelo ar ou pelos alimentos. “Sua principal função é desenvolver anticorpos para combater bactérias específicas, para que o corpo consiga se defender rapidamente e crie imunidade caso seja atacado pela mesma bactéria numa próxima. Até o final da década de 70, quando ainda se desconhecia a utilidade das amígdalas, era comum a cirurgia para retirá-las. O objetivo era livrar-se das amigdalites: inflamações corriqueiras, causadas pelas próprias bactérias com que as amígdalas entravam em contato para defender o organismo. Em certas pessoas, isso pode se tornar constante, o que os médicos chamam de amigdalite recorrente. Outra enfermidade comum é a hiperplasia, quando as amígdalas crescem demais, dificultando a respiração e a ingestão dos alimentos. Hoje em dia, os antibióticos dão conta de grande parte das amigdalites. Por isso, a remoção só ocorre quando há realmente necessidade. Quais seriam esses casos? ①Na hiperplasia , resultar em dificuldade em respirar, falar e engolir alimentos e no desenvolvimento da apneia do sono . ② Na amigdalite crônica caseosa, essa situação faz com que o paciente tenha mau hálito ocasionado pelo acúmulo de alimentos decompostos nas amígdalas. Esses casos, entretanto, são considerados indicações relativas, pois, não implicam na saúdo do paciente, mas sim em um desconforto. ③ No abscesso periamigdaliano. A condição se origina quando um quadro de amigdalite evolui para a formação de secreção purulenta (pus) na região próxima às amígdalas. Os linfonodos: Linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos, são órgãos formados por tecido linfoide e estão distribuídos por todo nosso corpo. Eles estão localizados, por exemplo, nas axilas, na virilha e no pescoço e estão ligados a vasos linfáticos. → Características dos linfonodos Os linfonodos possuem ta manhos variados, alguns têm cerca de 1mm de comprimento e outros têm até 2 cm. Apresentam, de maneira geral, um formato que se assemelha ao de um feijão. Nos linfonodos, encontramos diferentes células, tais como linfócitos B, plasmócitos, macrófagos, células reticulares e células foliculares dendríticas. Os plasmócitos, normalmente, encontram-se em maior número na medula, se comparados com a quantidade em que se apresentam na região cortical. Podemos concluir, então, que os linfonodos estão relacionados com nosso sistema imune. Função dos linfonodos A função dos linfonodos é filtrar a linfa (líquido incolor com composição semelhante à do plasma sanguíneo), garantindo, assim, a remoção de partículas estranhas e evitando que estas entrem no sistema circulatório quando a linfa retornar. A remoção de partículas estranhas acontece graças às células do sistema imunológico que estão presentes no órgão. Aumento dos linfonodos O aumento dos linfonodos indica que algo não está bem no nosso corpo. Esse inchaço indica que o linfonodo está filtrando a linfa e retirando dela partículas estranhas. Vale salientar que, quando os linfonodos estão combatendo infecções, tornam-se doloridos. Pelo fato de os linfonodos aumentarem de tamanho durante infecções, é comum que os médicos procurem por esse sinal quando um paciente está doente. O Timo: O timo é uma glândula que participa da regulação da defesa imunológica do organismo. É considerado um órgão linfoide . Onde se localiza: O timo localiza-se no tórax, entre os pulmões e a frente do coração. Ele muda de tamanho conforme as fases da vida. Do nascimento até a adolescência, o timo atinge até 40 gramas. A partir daí, começa a diminuir de tamanho até a fase idosa. Porém, mesmo com a sua diminuição, as funções não são perdidas. Função A principal função do timo é a maturação dos linfócitos T.
Os linfócitos imaturos são produzidos na
médula óssea e migram até o timo, onde amadurecem e transformam-se em linfócitos T. Do timo, eles entram na corrente sanguínea e chegam aos tecidos linfoides. O timo só libera os linfócitos T após reconhecer que estes não irão reagir contra proteínas ou antígenos naturais do organismo. Assim, ele realiza uma seleção dos linfócitos T a serem liberados na corrente sanguínea. Essa função do timo garante o correto funcionamento do sistema imunológico. Quando existem poucos linfócitos T no organismo aumentam as chances de se adquirir doenças. O timo também é responsável pela produção do hormônio timosina, que estimula a maturação dos linfócitos T. O timo é dividido em dois lobos unidos e numerosos lóbulos de formas e tamanhos diferentes. Os dois lobos costumam variar em tamanho e forma. É comum o lobo direito ser menor do que o lobo esquerdo. O timo é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo. Cada lóbulo do timo possui duas partes: Córtex: Região periférica e com grande número de linfócitos. É a área de intensa produção dos linfócitos; Medula: Região central com poucos linfócitos maduros. As células que compõem o timo são em grande parte linfócitos, mas existem também células reticulares e macrófagos. Os linfócitos que não são selecionados pelo timo morrem e são destruídos pelos macrófagos. Baço: O baço é um pequeno órgão que está localizado na parte superior esquerda do abdômen, atrás do estômago e debaixo do diafragma. Ele possui aproximadamente 13 cm de comprimento e até 200 g de peso. Apresenta coloração vermelha-escura e consistência mole e esponjosa. É muito importante para filtrar o sangue e remover os glóbulos vermelhos lesionados, assim como produzir e armazenar células brancas para o sistema imune. Funções do baço As principais funções do baço são: Filtrar microrganismos e partículas estranhas do sangue, como vírus e bactérias. Ele atua como uma "esponja" na filtragem do sangue. Produzir linfócitos e plasmócitos que sintetizam anticorpos. Realizar reserva de sangue, para o caso de hemorragia intensa. O órgão pode armazenar até 250 ml de sangue. Remover as hemácias danificadas ou envelhecidas. O baço é revestido por uma cápsula fibrosa e formado pela polpa esplênica, onde encontram-se a polpa branca e a polpa vermelha. Polpa branca: Formada por tecidos linfoides, produz os glóbulos brancos (linfócitos T e B) que participam do sistema imunológico do organismo. Polpa vermelha: Formada por tecido sanguíneo que filtra o sangue e remove partículas estranhas e microrganismos. O que causa dor no baço? Em alguns quadros infecciosos o baço pode inchar e causar dores. Um exemplo é da doença mononucleose, quando na tentativa de expulsar os vírus do organismo, o baço aumenta a produção de linfócitos, tornando-se maior e causando o inchaço. Outras doenças também podem afetar o baço e comprometer o seu funcionamento e integridade. Exemplos: Doenças do sangue Cirrose Distúrbios nos órgãos linfáticos Linfoma Câncer Anemia Hepatite Leucemia Curiosidade sobre o baço O baço não é um órgão vital ao organismo. Em casos de doenças, ele pode ser retirado por uma cirurgia denominada esplenectomia. Quando isto acontece, outros órgãos passam a desempenhar algumas das funções do baço. Entretanto, a função de eliminar microrganismos e impurezas do sangue pode ficar seriamente comprometida. Placa de peyer: Placas de Peyer ou Conglomerados Linfonodulares Ileais são agregados de nódulos linfáticos que constituem um componente principal do tecido linfático associado ao intestino e são particularmente grandes no Íleo, onde se encontram principalmente na parte do intestino oposta ao mesentério. O mesentério é uma dobra dupla do peritônio - como se chama o revestimento da cavidade abdominal - que une o intestino com a parede do abdômen e permite que ele se mantenha no lugar. Como parte do sistema imunológico, temos a parte intestinal que constitui a parte mais extensa e complexa de todo o aparato defensivo do corpo. O intestino coleta diariamente a maior entrada de patógenos invasivos e, portanto, deve ser capaz de reconhecer os patógenos dos inócuos que vêm de fora através da comida. Para isso, possui mecanismos e barreiras de defesa e essas barreiras são formadas por enzimas digestivas pancreáticas, pela flora intestinal e pelo epitélio intestina Elas são sensibilizadas e especializadas na identificação de antígenos associados à passagem de alimentos através do trato digestivo e são responsáveis por decidir se as bactérias inofensivas ou nocivos ou a tentativa de colonizar no corpo são células ativas. Função Uma vez que o trato gastrointestinal é constantemente exposto a agentes externos, e com agentes patogênicos potencialmente perigosos que devem ser reduzidas. Por isso, essas placas destacam-se por sua vigilância imunológica do que entra de fora para o intestino e também facilita a geração da resposta do sistema imunológico dentro da mucosa. Além disso, as placas de Peyer podem aprender a identificar novos antígenos para o armazenamento dessas informações para o futuro, para que o sistema imunológico seja mais eficaz. Doenças associadas Às vezes sabemos que o sistema imunológico está errado e pode erroneamente identificar uma proteína presente em um alimento, como um antígeno nocivo desencadeando respostas de alarme, produzindo inflamação antes do invasor. O sistema imunológico fica confuso e age. Estas são alergias alimentares cujas reações podem ser leves e até fatais. As placas de Peyer possuem alguns centímetros, logo podem ser identificados mesmo sem ajuda de instrumentos. São tecidos ovalados e densos localizados na membrana mucosa do intestino, formando áreas alongadas e a sua superfície está livre das vilosidades e que caracterizam a parede intestinal. Normalmente, há apenas 30 a 40 manchas em cada indivíduo (Compartimentos Foliculares). Em adultos jovens costumam ser mais numerosos, mas conforme a pessoa envelhece eles tendem a desaparecer aos poucos deixando o intestino cada vez mais vulnerável a infecções. Na febre tifoide, essas manchas podem tornar-se locais de inflamação, no caso em que podem evoluir para ulcerações, hemorragias ou perfurações. Apêndice:
O apêndice é uma bolsa com formato de
tubo que fica localizado na região inferior direita da barriga. Ele recebe também outras denominações como: apêndice cecal, apêndice vermiforme e apêndice vermicular. Não é considerado essencial para o organismo, porém sua inflamação pode causar problemas à saúde. O apêndice é uma pequena extensão tubular que termina em fundo cego. Com formato de uma pequena bolsa, ele possui cerca de 10 cm e apresenta ligação com a primeira parte do intestino grosso. Ele está localizado na região inferior direita do abdômen, no ceco, que por sua vez está ligado à primeira porção do intestino grosso. Para que serve o apêndice? Por muito tempo buscou-se entender a função do apêndice no organismo, no qual chegou-se a acreditar que o apêndice seria um órgão vestigial, ou seja, que com a evolução ficaram fora de uso devido à adaptação aos novos estilos de vida, diferentes dos antepassados mais primitivos. Hoje, sabe-se que o apêndice serve de abrigo para bactérias intestinais que auxiliam na digestão e evitam infecções. Essa conclusão surgiu depois de estudos e pesquisas que consideraram a hipótese de que o apêndice era utilizado na digestão de vegetais. Hoje, sabe-se que o apêndice serve de abrigo para bactérias intestinais que auxiliam na digestão e evitam infecções. Essa conclusão surgiu depois de estudos e pesquisas consideraram a hipótese de que o apêndice era utilizado na digestão de vegetais. Pesquisadores apontam ainda que no interior do apêndice existe uma grande concentração de linfócitos, que são as células de defesa, indicando sua relação com o sistema imunológico. Entretanto, se o apêndice for retirado, a sua ausência não causa nenhum prejuízo, anomalia ou deficiência ao organismo, sendo este um dos órgãos do corpo humano sem os quais v ocê pode sobreviver . A apendicite é a inflamação do apêndice e acontece com frequência em crianças, adolescentes e adultos jovens. As suas causas ainda não são bem esclarecidas. Porém, acredita-se que a obstrução do intestino com fezes ou gordura resulte no desenvolvimento da inflamação e inchaço do apêndice. Com a inflamação do apêndice sem tratamento é possível que ele sofra uma ruptura, que pode provocar uma infecção grave e causar risco à vida. O local de origem das células do sistema imune A origem das células do sistema imune As células do sistema imune nascem de um único tipo de células, as chamadas células tronco hematopoiéticas. Hemato vem de sangue e poiética ou poiese significa repor, ou seja, células tronco hematopoiéticas são células que se multiplicam e se transformam em qualquer célula do sangue. Os eritrócitos são as únicas células que não participam da nossa imunidade. Elas são também denominadas glóbulos vermelhos do sangue, e tem como principal função o transporte de gases no sangue. Os leucócitos ou glóbulos brancos participam do nosso sistema imunológico e as plaquetas, que são fragmentos de células, participam da coagulação sanguínea. Vasos linfáticos: Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo organismo, os quais possuem válvulas que transportam a linfa na corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o refluxo. Eles atuam no sistema de defesa do organismo, visto que retiram células mortas e transportam os linfócitos (glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo. Funcionamento: Cerca de 10% do plasma, a fração transparente do sangue, escapa dos vasos sanguíneos. Ele vai parar em meio às células, mas é captado depois pelos capilares, vasos fininhos que ficam em contato direto com o meio celular. Aí, os capilares se ligam a vasos linfáticos cada vez maiores e mais complexos, que percorrem o corpo carregando a linfa – nome que o plasma recebe depois de absorvido – juntamente com as partículas coletadas. É difícil identificá-los a olho nu porque, diferentemente do sangue, o líquido ali dentro é transparente. No percurso dessa rede, os vasos linfáticos encontram linfonodos, ou gânglios. Eles filtram a linfa, retirando componentes nocivos, e acionam células de defesa para combater vírus e bactérias. Doenças associadas: Elefantíase A filaríase ou filariose é conhecida como “doença tropical infecciosa” e corresponde à inflamação dos vasos linfáticos transmitida por inseto Linfedema Caracterizada pela inflamação e obstrução dos vasos linfáticos, a linfedema leva ao inchaço excessivo dos membros. Curiosidades sobre o sistema linfático Outras doenças associadas ao sistema linfático são a celulite (acúmulo de gordura), amenizada com o tratamento da drenagem linfática; a íngua (inchaço dos gânglios linfáticos) e alguns tipos de câncer (linfoma), por exemplo o câncer de mama. No corpo humano, a linfa é mais abundante do que o sangue Os órgãos do sistema imune se classificam em primários em secundários. Órgãos imunitários primários – são assim denominados por serem os principais locais de formação e amadurecimento dos linfócitos. São constituídos pela medula óssea e pelo timo. Órgãos imunitários secundários – são representados pelos linfonodos, placa de peyer, baço, apêndice e vasos linfáticos.