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DIREITO ADMINISTRATIVO

Intervenção do Estado na
Propriedade Privada
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DESAPROPRIAÇÃO RURAL PARA FINS DE REFORMA


AGRÁRIA– ART. 184, LC 76/93 e lei 8629/93-

A função social da propriedade rural só se considera


cumprida nos casos do art. 186 da CF

Competência EXCLUSIVA da União- inf. 241 do STJ.


Nos casos do art. 185 não pode ocorrer a Desapropriação
rural (terra produtiva) arts. 4º e 6º da lei 8629/93.

Indenização : por título da dívida agrária, resgatáveis até


20 anos.
Art. 184 § 1 da CF – As benfeitorias úteis e necessárias
serão indenizáveis em dinheiro – art 5º da lei 8629/93.
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DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA – art. 243 da CF – lei


8257/91

Tem por objetivo a expropriação, sem qualquer


indenização ao proprietário, quando há cultivo de plantas
psicotrópicas.

Não há expedição de decreto declaratório prévio, somente


a prática de atos administrativos e de polícia. Identificação
da área – Polícia Federal e INCRA
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PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO

1)Fase declaratória – art. 2 do Dl 3365/41

Formalização da declaração
DECRETO: art. 6 do DL 3365/41 – Decreto expropriatório –
POR LEI - art. 8 do DL
POR ENTIDADE ADMINISTRATIVA –DNIT – art. 82 IX da lei
10233/01 e ANEEL – art. 10 da lei 9074/95
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Alguns efeitos da fase declaratória:


a) Permissão de acesso das autoridades – art. 7 DL
3365/41
b)Fixa o estado do bem - art. 26 § 1 do DL 3365/41 e
Súmula 23 do STF
c) início da contagem do prazo de caducidade do ato –
DL 3365/41- 5 anos ( art. 10 )
lei 4132/62 – 2 anos ( art. 3)
Prazo de vacância ou carência – só depois de 1 ano
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FASE EXECUTÓRIA
Art. 3 do DL 3365/41 –
Formalização da fase executória:
a) por acordo –
b) Por sentença judicial-
No pólo ativo da Ação de desapropriação sempre as pessoas
do art. 2 – entes federados e também os do art. 3 do DL
3365/41, que possuem legitimidade condicionada – lei ou
contrato autorizando.
Art. 20 – Contestação – deve versar apenas sobre vícios
do processo judicial e no mérito – impugnação do preço
da indenização.
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IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE – art. 15 do DL 3365/ 41 –


Requisitos exigidos pelo STF :
a)Declaração de urgência - 120 dias para requerer a
imissão na posse, após a declaração de urgência
Depósito prévio do valor de acordo com a lei - Art. 15 § 1
–STF - Súmula 652 – o artigo é constitucional – afastou o
depósito prévio integral.
Levantamento do depósito prévio - poderá o proprietário
levantar 80 % do valor depositado. Art. 33§ 2 do DL , sem
precatório
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JUROS MORATÓRIOS – 6 % ao ano - INF. 240 STF


Base de cálculo é o valor da indenização fixado na
sentença e devidamente corrigido.
Contagem: Art. 100 § 5 ºda CF – não incidem juros de mora
sobre os precatórios pagos dentro do período descrito.
Súmula vinculante 17
Para as pessoas privadas prestadoras de serviço público a
contagem inicia-se com o trânsito em julgado da sentença –
súmula 70 do STJ
Para as pessoas de direito público – regra do art. 100 § 5ºda
CF
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JUROS COMPENSATÓRIOS
Incidem, conforme art. 100 § 12, a partir da imissão até a
data da expedição do precatório. (EC 62/09)
Usar a regra da Súmula 408 do STJ – juros de 6% para as
desapropriações em que a imissão ocorreu entre 11/06/97
até 13/09/01.
Nos demais casos usar o percentual de 12%, uma vez que o
STF restabeleceu o percentual previsto na súmula 618.
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DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
Quando ocorre um verdadeiro esbulho possessório
praticado pelo Poder Público. Quando não há um processo
regular de desapropriação.

O STJ caracteriza a desapropriação indireta com a


presença de três requisitos:
a) Apossamento do bem sem a observância do
procedimento regular da desapropriação;
b) Afetação do bem à utilização pública;
c) Irreversibilidade da situação fática
O que pode fazer o proprietário?
Antes -utilizar das medidas possessórias. Após o esbulho –
art. 35 do DL 3365/41,
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TREDESTINAÇÃO – quando não for dada a destinação


prevista no ato declaratório, que poderá ser lícita, se a
finalidade apesar de diversa do decreto expropriatório
estiver dentro do interesse público. Contudo, caso haja
desvio de finalidade, ocorrerá a chamada tredestinação
ilícita, cabendo retrocessão, disciplinada no art. 519 do
CC.
Natureza jurídica da retrocessão: Direito real - Prazo 10
anos –art. 205 do CC - STF
Direito pessoal – O proprietário teve seu direito de
preferência inobservado. Art. 35 do DL 3365/41. Prazo 5
anos – DL 20910/32
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Atenção quanto ao art. 5º§3º do DL 3365/41 – não pode o


Poder Público dar outra destinação ao bem, mesmo se for
pública. Caso ocorra a tredestinação, mesmo que lícita
deve a desapropriação ser anulada. Não cabe retrocessão
porque a lei veda.

DIREITO DE EXTENSÃO –Quando há uma desapropriação


parcial e a parte não expropriada não é indenizada.Caso
haja perda do seu poder econômico, o proprietário poderá
exigir a indenização da parte remanescente. Art. 12 do DL
4956/1903
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Desapropriação por zona – Quando há desapropriação de


uma área maior que a necessária para a realização de uma
obra ou serviço. Reservada para ulterior desenvolvimento
da obra ou para revendê-la a fim de absorver a valorização
extraordinária.

Em qualquer caso pelo art. 4 do DL 3365/41 a declaração


de utilidade deverá especificar a área que será utilizada
para a obra ou serviço e qual será destinada a revenda
para ulterior desenvolvimento da obra. Quanto a revenda
seria inconstitucional porque a CF prevê em seu art. 145 III
a contribuição de melhoria, para captar a valorização do
bem pela realização da obra pública. Poderia no caso do
at. 5, I §§ 1º e 2º do DL – para operação urbanística.
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EXERCÍCIOS
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01-O Município de Barra Alta realizou a desapropriação de


grande parcela do imóvel de Manoel Silva e deixou uma
parcela inaproveitável para o proprietário. No caso
descrito, o proprietário obterá êxito se pleitear
A) a reintegração de posse de todo o imóvel em função da
má-fé do Município.
B) o direito de extensão da desapropriação em relação à
área inaproveitável.
C) a anulação da desapropriação em relação à parcela do
imóvel suficiente para tornar a área restante
economicamente aproveitável.
D) a anulação integral da desapropriação, pois a mesma foi
ilegal.
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02-Após regular procedimento de desapropriação, fundado


no Decreto Lei n. 3.365/41, um Estado da Federação
assume o domínio do imóvel anteriormente titularizado por
Gilberto. A desapropriação foi realizada com a finalidade
de construir uma escola pública no local (Art. 5º, ‘m’, do
Decreto Lei n. 3.365 / 41). No entanto, após algum tempo,
Gilberto descobre que a utilização do imóvel foi
transferida, sem qualquer formalidade, ao diretório
regional do partido do governador do Estado. Indignado
com a situação, Gilberto procura um advogado para
orientá-lo. Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o
correto esclarecimento a ser dado pelo advogado.
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A) A conduta do Estado não é vedada pelo ordenamento


jurídico, não obstante a destinação diversa dada ao
imóvel.
B) A conduta do Estado não é passível de controle judicial,
porque diz respeito ao mérito administrativo, o que é
vedado segundo nosso ordenamento jurídico.
C) Uma demanda judicial deve ser ajuizada, visando
declarar a nulidade do ato de desapropriação ao
argumento de ocorrência de tredestinação ilícita.
D) O ato não pode ser invalidado judicialmente, somente
restando a Gilberto ajuizar uma demanda, postulando
reparação pelos danos materiais e morais sofridos.
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03-A desapropriação é um procedimento administrativo


que possui duas fases: a primeira, denominada declaratória
e a segunda, denominada executória. Quanto à fase
declaratória, assinale a afirmativa correta.

A) Acarreta a aquisição da propriedade pela


Administração, gerando o dever de justa indenização ao
expropriado.

B) Importa no início do prazo para a ocorrência da


caducidade do ato declaratório e gera, para a
Administração, o direito de penetrar no bem objeto da
desapropriação.
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C) Implica a geração de efeitos, com o titular mantendo o


direito de propriedade plena, não tendo a Administração
direitos ou deveres.

D) Gera o direito à imissão provisória na posse e o


impedimento à desistência da desapropriação.

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