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Trabalho com Grupos: Transtornos

Alimentares em Adolescentes.
Brenda Jurelo, Emanuelly Fantinel Ribeiro.
Transtornos Alimentares.
Os Transtornos Alimentares são caracterizados por perturbações no comportamento
alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo, à obesidade, ou outros problemas
físicos. Os principais tipos de Transtorno Alimentar são a Anorexia Nervosa e a Bulimia
Nervosa, e ambos têm como características comuns: uma intensa preocupação como o peso e
o medo excessivo de engordar, uma percepção distorcida da forma corporal, e a
autoavaliação baseada no peso e na forma física.

Os transtornos alimentares constituem patologias graves e complexas, quer pela própria


configuração do quadro clínico e suas consequências, quer pela incidência prevalente na
adolescência, que pode comprometer o desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo.
Transtornos Alimentares e a
Adolescência.
A ”síndrome da adolescência normal” descrita por Knobel e Aberastury (1992), se
caracterizam como a difícil tarefa de superar lutos que se impõem ao jovem, sendo um dos
momentos mais importantes e significativos no processo evolutivo. A maneira como cada
adolescente experimentará esses lutos irá configurar saídas próprias a essa crise evolutiva e
será expressivo na construção de sua identidade.
A Adolescência e as transformações
corporais.
A adolescência marca justamente um período que
tem por tarefa a assimilação das transformações
corporais, sociais, psicológicas, comportamentais, entre
outras, que envolve não só o jovem, mas todo seu
entorno: pais, amigos e escola. A criança que até há
pouco era pequena e dependente vai se apresentando
com mais autonomia, seu corpo se transforma, os
relacionamentos amorosos começam a se insinuar e
tudo isso traz apreensões para o próprio adolescente.
A Adolescência e as transformações
corporais.
De todas as transformações impostas ao adolescente, as corporais são as que
maior implicação e expressão têm no mundo emocional de pacientes com
transtornos alimentares.

O crescimento, a mudança de status, o novo papel que ocupará na sociedade


e na família despertam ansiedades que também se farão presentes nos conflitos
apresentados pelos adolescentes. Toda a construção da identidade se faz presente
como pano de fundo nos transtornos alimentares.
O impacto familiar nos transtornos
alimentares.
Os pais têm papel fundamental no desenvolvimento dos hábitos alimentares de seus
filhos: o tipo de comida que oferecem, os modelos de alimentação que mostram e os conceitos
alimentares que transmitem resultam no que a criança aprende sobre o comer e a alimentação.
Nesse sentido, não constitui surpresa que as condutas familiares possam, muitas vezes, vir a ser
condutas de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Como pode ser o caso de
pais obesos, pais superprotetores, ou pais e/ou outros familiares com transtornos alimentares
como anorexia ou bulimia nervosa.
A forma como a família organiza sua dieta constitua, certamente, é um fator de risco para
o desenvolvimento de transtornos alimentares, a relação que ela estabelece com a alimentação
tem um papel central nesses distúrbios.
O impacto familiar nos transtornos
alimentares.
Assim, por exemplo, quando uma mãe condiciona a alimentação de seu filho
exclusivamente como um agrado a ela, o filho muito provavelmente não aprenderá que se
alimentar é importante para o seu crescimento, sua saúde etc. Assim, se o filho estiver
bravo ou triste com ela, ele não comerá. Ao contrário, quando quiser agradá-la fará todas as
refeições. É sob esse ponto de vista que a maior parte dos investigadores no campo dos
transtornos alimentares concorda que a psicodinâmica familiar é um elemento central na
determinação, desenvolvimento e/ ou manutenção destes transtornos.
O impacto da mídia nos transtornos
alimentares.
A magreza vem sendo vista como um reforçador generalizado de status e ascensão
social, competência e atratividade sexual, perpassando todas as camadas sociais. O
mundo social vem discriminando indivíduos que não seguem os padrões de beleza
vigentes em diversas situações cotidianas importantes, exercendo pressão à população
em geral.
O impacto da mídia nos transtornos
alimentares.
A mídia pode incentivar a fantasia em que basta a mulher querer para adquirir a
imagem corporal idealizada, se vinculando a ideia que, ao ocorrer uma mudança no
corpo, acontecimentos e vivências emocionais aversivas irão modificar-se também. Há
uma validação social diante disso, em que se acredita que o emagrecimento está
diretamente ligado ao bem-estar emocional e social.
Os adolescentes estão sendo influenciados por fortes tendências sociais e
culturais, que promovem a busca pelo corpo ideal. Esse perfil socialmente aceito pode
introduzir no jovem uma alimentação inadequada e, futuramente, propiciar o
desenvolvimento de TAS.
O impacto da mídia nos transtornos
alimentares.
As redes sociais, mesmo que indiretamente, podem influenciar na baixa autoestima e
necessidade de enquadrar-se ao padrão de beleza. Ao serem divulgadas imagens que
refletem corpos que respondem ao desejo do outro e a um padrão esteticamente
hegemônico, os indivíduos parecem estar incessantemente lutando contra o cansaço e o
envelhecimento. Assim, os cuidados físicos ganham destaque e se revelam, como forma de
estar preparado para enfrentar julgamentos e expectativas sociais (Ribeiro, 2016).
O impacto da mídia nos transtornos
alimentares.
Evidencia-se assim a importância de psicólogos realizarem trabalhos com jovens
sobre os seus aspectos emocionais, buscando minimizar a vulnerabilidade frente a esses
contextos adversos, possibilitando condutas construtivas e diminuindo as destrutivas. Onde
possa trabalhar suas emoções, auto confiança, bloqueios e estratégias.

● Grupo com 10 adolescentes, de 13 à 18 anos.


Objetivo Atividade Material Tarefa Duração

Informações sobre
o transtorno e
Apresentação do
Encontro esclarecimentos Listar expectativas
terapeuta e do Data show. 1 hora
1 de dúvidas para o para o tratamento.
trabalho.´
adolescente e para
os pais.

Conhecer os Reflexão sobre os


participantes e Folha
Quebra Gelo; momentos do
Encontro 2 suas expectativas; sulfite, 2 horas
Universalidade transtorno
caneta.
Aceitação. (motivos).

Autorretrato;
Auto-percepção e Pontuar as coisas
Desenhar como se Folha
Encontro 3 auto- que mais gosta em 2 horas.
vê e como gostaria sulfite, lápis.
conhecimento. si.
de ser.
Objetivo Atividade Material Tarefa Duração

Sair para
Encontro Autoestima; Dinâmica do Cortina,
jantar/almoçar fora 2 horas
4 Aceitação espelho. espelho.
com a família

Vídeos/histórias
de pessoas que
Motivação,
Encontro 5 enfrentaram os Data show. Reflexão 2 horas
paciência.
mesmos
problemas.

Folders , Propor a prática de


Informações sobre
revistas e exercícios físicos
Qualidade de atividade física e
Encontro 6 sugestões de durante a semana e 2 horas.
vida. alimentação
receitas auxílio do
saudável.
saudáveis. nutricionista.
Objetivo Atividade Material Tarefa Duração

Conhecer a
Pontuar quem mais
Fortalecimento de família, amigos, Trazer fotos
Encontro 7 apoia e incentiva no 2 horas.
vínculos. redes sociais e e vídeos.
tratamento.
influências.

Caixa de
som.
Praticar em casa em
Trabalhar Dinâmicas de Atividades
Encontro 8 momentos de 2 horas.
ansiedade e stress. relaxamento. de
ansiedade
relaxamento
.

Pontuar coisas que


Dinâmica do
Autoestima e Cortina, gosta em si e os
Encontro 9 espelho; 2 horas.
Feedback espelho. objetivos que
Aprendizagens
alcançou
Referências Bibliográficas.
COPETTI, Aline Vieira Sá; QUIROGA, Carolina Villanova. A influência da mídia nos transtornos alimentares e na autoimagem em
adolescentes. Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, v. 10, n. 2, p. 161-177, dez. 2018. ISSN 2175-5027. Disponível em:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/2664/2004. Acesso em: 14 jun. 2021. doi:https://doi.org/10.18256/2175-
5027.2018.v10i2.2664.

Ribeiro, V.M.M. (2016). A Psicologia Clínica e a Prevenção das Doenças da Beleza na Sociedade Brasileira Contemporânea
(Monografia). Recuperado de: http://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/10354/1/21458612.pdf

Souza, L. V., & Santos, M. A. (2009). A construção social


de um grupo multifamiliar no tratamento dos transtornos alimentares. Psicologia: Reflexão e Crítica.

Souza, L. V., & Santos, M. A. (2010). A participação da família no tratamento dos transtornos alimentares.
Psicologia em Estudo.

VALDANHA, Élide Dezoti et al . A arte de nutrir vínculos: psicoterapia de grupo nos transtornos alimentares. Rev. SPAGESP,
Ribeirão Preto , v. 15, n. 2, p. 94-108, dez. 2014 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1677-29702014000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 jun. 2021.

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