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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC

PSICOLOGIA

EMANUELLY FANTINEL RIBEIRO

RESENHA DO ARTIGO: A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO CONTEXTO DA


EDUCAÇÃO E DO TRABALHO.

MAFRA
2021
O texto aborda a construção histórica da Orientação Profissional no Brasil e
os desafios vivenciados, a demanda e público atendido, além de ressaltar melhorias
necessárias na formação do profissional orientador e implementação de políticas
públicas necessárias para facilitar o acesso da orientação profissional para toda a
população. Inicialmente, é importante separar os seguintes termos: orientação
vocacional relaciona-se com pré-determinismo, o que já é nato do sujeito, como
seus talentos e habilidades, enquanto a orientação profissional refere-se a toda
construção de uma identidade profissional do sujeito.
Num contexto histórico, a Orientação Profissional e Vocacional esteve
vinculada inicialmente à área da educação, destinadas às classes menos
favorecidas em escolas profissionais. Desenvolveu-se na Psicologia nos âmbitos da
Psicologia do Trabalho, com as principais atividades de recrutamento e seleção de
pessoal, na Psicologia Educacional focando no ciclo educativo e do
Aconselhamento. Com a regulamentação da Psicologia como profissão em 1964, a
Orientação Profissional e Vocacional passou a ser trabalhada num contexto clínico e
baseada em teorias psicológicas. Apesar do reconhecimento da Orientação ser
realizada pelo profissional Psicólogo, as autoras destacam que comparadas a outras
áreas da Psicologia no Brasil, a Orientação Profissional baseou-se em paradigmas
empíricos, isto é, no pensamento filosófico que tem como princípio o conhecimento
obtido através de observações e experiências vivenciadas, a sabedoria é adquirida
através de percepções sensoriais, sendo inutilizados técnicas e conhecimentos de
base científica. Os principais problemas mencionados são a falta de clareza na
definição de competências do orientador profissional e educacional no âmbito das
carreiras de Pedagogia e Psicologia; a ausência de políticas públicas eficazes que
levassem à efetiva implementação de serviços destinados à maioria da população;
ausência de programas de formação profissionalizante em Orientação Profissional e
insuficiência de pesquisas de natureza avaliativa sobre os procedimentos de
intervenção e seus resultados. (SILVA, LASSANE, SOARES 2004).
Devido às mudanças nos cenários mundiais e nacionais do trabalho, e do
aumento no nível de desemprego, em 1993 foi criada a Associação Brasileira de
Orientadores Profissionais com o objetivo de congregar profissionais interessados a
partir do ideal de construir de maneira compartilhada algo que significasse o
desenvolvimento da Orientação Profissional no Brasil.
Quanto à população atendida, é perceptível uma demanda maior de jovens e
adolescentes para a Orientação Profissional no que se refere ao âmbito acadêmico.
A adolescência além de ser uma fase estressante por conta de todas as mudanças
físicas e sociais típicas, é também um momento conflitante na realização das
primeiras escolhas profissionais e qual profissão o sujeito almeja desempenhar no
futuro. Com a chegada do final do ensino médio, surge a pressão para a prova do
vestibular, bem como a necessidade imposta sobre os jovens para decidir o que
realmente querem para o futuro. E muitas vezes esta escolha não ocorre de forma
democrática. A Orientação Profissional com jovens tem o principal foco em auxiliar o
orientando na identificação das suas características a fim de minimizar a sua
indecisão, bem como trabalhar questões emocionais com a finalidade de minimizar o
estresse e ansiedade para a realização da prova.
No contexto clínico, é possível realizar o trabalho de orientação de uma forma
ainda mais aprofundada, dividindo em sessões e podendo trabalhar também com a
família. Ademais, outras questões que também podem ser trabalhadas com jovens
na OP é o autoconhecimento, informações sobre cursos, aplicação de testes
psicológicos.
A procura por Orientação Profissional de adultos vem crescendo
significativamente no país. Motivos como instabilidade no trabalho, insatisfação
salarial, bem como a função na qual desempenha, emprego precário e desemprego
vem sendo abordados nessa questão. Também, pessoas em processo de
reorientação e redefinição de projeto de vida costumam recorrer a esse atendimento.
A demanda por orientação profissional é crescente e, portanto, necessita de
capacitação e especialização dos profissionais nesta área. Há necessidade de
formação do orientador a nível de graduação e pós-graduação, onde possa adquirir
todas as competências fundamentais para realizar a orientação de forma correta e
eficaz.
As autoras finalizam o artigo abordando que infelizmente ainda existe poucos
serviços de orientação para atender à demanda e até a inexistência de serviços em
diversos municípios e regiões. É necessário estar antenado às mudanças nos
cenários profissionais, bem como cabe ao profissional estar capacitado de técnicas
e tecnologias que possam atender à crescente demanda, bem como enfrentar os
atuais desafios e futuros no cenário do mercado de trabalho. Por fim, ressaltam a
necessidade de implementação de políticas públicas que tornem este serviço mais
acessível à população, além de a universalização da Orientação Profissional nas
escolas, visando além dos estudantes de ensino médio os demais níveis da
educação, os trabalhadores e os desempregados.

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