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Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Curso de Psicologia
Disciplina de Teoria e técnica em Psicologia Cognitivo
Comportamental

HABILIDADES
SOCIAIS
Caroline Costa – 45908
Andrea Lourenço - 45917
O QUE SÃO HABILIDADES
SOCIAIS?
 Definir o que é um comportamento socialmente
hábil apresenta grandes problemas; foram dadas
inúmeras definições, sem que se tenha chegado a
um acordo explícito sobre o que o constitui.

 Deve ser considerada dentro de um contexto


cultural determinado e os padrões de comunicação
variam de forma ampla entre culturas e dentro de
uma mesma cultura dependendo de fatores como
idade, sexo, classe social e educação.

(Caballo, 2006)
O QUE SÃO HABILIDADES
SOCIAIS?
 Definições são inúmeras, mas todas giram em torno de
um mesmo eixo: habilidade de expressar-se
honestamente causando o mínimo de incômodo
possível aos outros e a si mesmo. 

 Caballo (2006) considera que o comportamento


socialmente hábil é aquele conjunto de
comportamentos emitidos por um indivíduo em um
contexto interpessoal específico, expressando
sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos,
de modo adequado à aquela situação; respeitando os
demais e, geralmente, resolvendo os problemas
imediatos da situação ao mesmo tempo em que
minimiza a probabilidade de problemas futuros.
O QUE SÃO HABILIDADES
SOCIAIS?
 Duas pessoas podem comportar-se de maneiras totalmente
diferentes numa mesma situação e tais respostas podem
representar o mesmo grau de habilidade social.

 Em termos clínicos é importante avaliar tanto o que as pessoas


fazem quanto as reações que seu comportamento provoca nos
demais.

 As habilidades sociais são uma característica do


comportamento e não das pessoas. É uma característica
específica à pessoa e à situação, não universal.

(Caballo, 2006)
 A infância tem sido apontada como um período crítico para a
aprendizagem de habilidades interpessoais.

 Há evidências de que se a criança desenvolver um amplo


repertório de comportamentos sociais terá mais
probabilidade de estabelecer, futuramente, relações sociais
mais saudáveis e com menor risco de rejeição por seus pares.

 Além desse fato, estudos sugerem que o desenvolvimento de


habilidades sociais na infância pode se constituir em um fator
de proteção contra a ocorrência de dificuldades de
aprendizagem e de comportamentos anti-sociais.

(Del Prette & Del Prette, 2006)


 Segundo Caballo (2006), as dimensões
comportamentais mais trabalhadas em THS são:

 Fazer elogios e aceitar elogios;


 Fazer pedidos e recusar pedidos;
 Expressar amor, agrado e afeto;
 Inicial e manter conversações;
 Defender os próprios direitos;
 Expressar opiniões pessoais, inclusive desacordo;
 Expressar incômodo, desagrado ou enfado justificados;
 Pedir a mudança de conduta do outro;
 Desculpar-se ou admitir ignorância;
 Enfrentar as críticas;
 Falar em público.
DIFERENÇAS COMPORTAMENTAIS ENTRE
INDIVÍDUOS SOCIALMENTE HÁBEIS E NÃO- HÁBEIS

 Grupos de sujeitos de alta habilidade social auto-


informada costumam diferir de grupos de sujeitos
pouco hábeis em uma série de avaliações tais
como: assertividade, ansiedade, etc.

(Caballo, 2006)
Elementos diferenciadores entre indivíduos de alta e baixa
habilidade social segundo freqüência, quantidade ou duração:

Alta Habilidade Baixa Habilidade


Maior conteúdo assertivo Menos olhar / contato visual
Mais gestos com as mãos Mais índices de ansiedade
Maior variação na postura Pouca variação na expressão facial
Mais olhar/ contato visual Pouca variação na postura
Mais sotaque e variação de tom Muito silêncio
Mais sorrisos Silêncio prolongado
Menos perturbações da fala Poucos sorrisos
Maior duração da resposta Poucos gestos
Maior tempo de fala
Maior afetação
Mais verbalizações positivas
Maior auto-revelação
Mais perguntas
Mais perguntas com final aberto
Maior número total de interações
Maior número de amigos

(Caballo, 2006)
 Elementos diferenciadores entre indivíduos
de alta e baixa habilidade social segundo sua
adequação:
Alta Habilidade Baixa Habilidade
Expressão facial Carência de continuidade de conversação
Silêncios Falta de controle na interação
Postura Temas de conversação estereotipados
Volume Pouco interesse pela outra pessoa
Tom
Clareza
Velocidade
Duração
Inflexação
Espontaneidade
Forma de conversação
Iniciativa de conversações
 
 

(Caballo, 2006)
 Diferenças cognitivas encontradas entre
sujeitos de alta e baixa habilidade social:
Alta Habilidade Baixa Habilidade
Expectativas mais precisas sobre o Mais autoverbalizações negativas
comportamento das outras pessoas Mais idéias irracionais
Expectativa de conseqüências mais positivas Menos confiança em si mesmo
Consideração de uma maior probabilidade Consideração de uma maior probabilidade
de conseqüências favoráveis de que ocorram conseqüências
Mais autoverbalizações positivas desfavoráveis
Visão de situações a partir de múltiplas Avaliação das situações pouco razoáveis
perspectivas como mais legítimas
Mais tolerantes com relação aos conflitos Maior consciência de si mesmos
Maior conhecimento de conteúdo assertivo Maior lembrança de retroalimentação
Confiam mais em padrões internos do que negativa do que positiva
externos para resolução de problemas Padrões de atuação excessivos
  Deficiência na decodificação das mensagens
a partir da comunicação não verbal
 

(Caballo, 2006)
 A partir das tabelas podemos constatar que os
sujeitos de alta habilidade social se diferenciam
principalmente, em sua auto-eficácia geral e
social, no temor à avaliação negativa, em
pensamentos negativos e/ou obsessivos, na
percepção do grau de felicidade que
experimentam, em pensamentos negativos
relacionados com diferentes dimensões das
habilidades sociais e nas autoverbalizações
durante a interação com outra pessoa em uma
situação social.
 
(Caballo, 2006)
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DAS
HABILIDADES SOCIAIS

 As técnicas de medição foram aplicadas,


geralmente, ao longo de 4 fases:
 
 1: Antes do tratamento
 2: Durante o tratamento
 3: Depois do tratamento
 4: No período de acompanhamento
 
(Caballo, 2006)
NECESSIDADE DE ANÁLISE
FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO
 O comportamento
 As emoções
 As sensações
 A presença de pensamentos negativos
 A imaginação
 As relações interpessoais
 Uso de drogas e estado fisiológico
 O ambiente

(Caballo, 2006)
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DAS
HABILIDADES SOCIAIS
 A utilização de mais de um método é
recomendada porque se houver discrepâncias
entre eles, podem servir para indicar a
necessidade de mais pesquisas. Por exemplo, se
o paciente informa uma atuação pobre, mas as
entrevistas com a família e a avaliação de um
colaborador indicam uma atuação adequada,
poderíamos considerar, então, que o problema
do paciente seria uma avaliação cognitiva
errônea, em vez de um déficit na sua atuação.

(Curran e Wessberg, 1981)


MEDIDAS DE AUTO-INFORME :
1. INVENTÁRIO DE ASSERTIVIDADE DE RATHUS
(RAS, “ RATHUS ASSERTIVENESS SCHEDULE”,
RATHUS, 1973).
 
 Foi a primeira escala para medir habilidade social (assertividade)
desenvolvida de maneira sistemática.
 
 Consta de 30 itens
 
 Podendo pontuar +3 (Muito característico em mim) e -3 (muito pouco
característico), sem incluir o zero.

 Essa escala foi criticada por alguns autores por tender a confundir
asserção com agressão.
 
 Provavelmente a escala mais utilizada e a partir dela surgiram outras.
2. ESCALA DE AUTO- EXPRESSÃO
UNIVERSITÁRIA (GALASSI, DELO,
GALASSI E BASTIEN, 1974)
  Foi desenvolvida com o fim de obter uma medida de
“auto- asserção” em uma população universitária.

 A escala consta de 50 itens que pontuam de 0 (quase


sempre ou sempre) a 4 (nunca ou muito raramente).

  A escala também mostra respostas dos sujeitos a


uma série de pessoas – estímulos: estranhos, figuras
com autoridade, relações de negócios, familiares e
pares de ambos os sexos.
3. INVENTÁRIO DE HABILIDADES
SOCIAIS (DEL PRETTE; DEL PRETTE;
BARRETO, 2001)
 É composto de 31 itens distribuídos em 5 fatores:

 Fator 1 (enfrentamento com risco): Contém itens


que avaliam a afirmação e a defesa dos direitos e
de autoestima, com risco de reações indesejáveis
por parte do interlocutor.

 Fator 2 (autoafirmação na expressão do afeto


positivo): Composto de situações de expressão de
afetos positivo e autoestima, com risco mínimo de
reações indesejáveis.
3. INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS
(DEL PRETTE; DEL PRETTE; BARRETO,
2001)
 Fator 3 (conversação e desenvoltura social): Considera
situações de aproximação com risco mínimo de reações
indesejáveis, mas demanda habilidades de conversação
cotidianas.

 Fator 4 (autoexposição a desconhecidos ou situações


novas): Incluem situações em que se abordam pessoas
desconhecidas

 Fator 5 (autocontrole da agressividade em situações


aversivas): Contém itens que demandam controle da
raiva e da agressividade.
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO HABILIDADES
SOCIAIS: A ENTREVISTA

 A entrevista comportamental é diretiva e


está centrada na pesquisa de informações
concretas, específicas e pertinentes. O
paciente é a melhor, e às vezes a única,
fonte de informação sobre sua experiência
interpessoal e sobre pensamentos e emoções
associados com essa experiência.
 
(Caballo, 2006)
 
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO HABILIDADES
SOCIAIS: A ENTREVISTA
 Durante a entrevista, podem ser identificadas as situações sociais
específicas problemáticas para o paciente, as habilidades
necessárias para a atuação apropriada em cada situação, os fatores
antecedentes e conseqüentes que controlam o comportamento
pouco hábil assim como, especificar se o indivíduo possui os
comportamentos sociais adequados.

 Determinar que outros instrumentos de avaliação serão necessários


para completar a avaliação comportamental e conhecer a avaliação
subjetiva do paciente sobre a sua atuação social, o que pode ser
considerado uma variável de controle interno.
 
(Caballo, 2006)
 
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO HABILIDADES
SOCIAIS: A ENTREVISTA
 O propósito da história interpessoal não é procurar uma
introspecção de seus problemas interpessoais, mas
determinar mais especificamente a natureza e o grau de
suas habilidades e responsabilidades interpessoais.

 Também pode proporcionar dados ao terapeuta do tipo de


modelos de comportamento interpessoal a que o paciente se
expôs e a natureza dos reforços interpessoais que recebeu
para manter vários aspectos de seu comportamento social
tanto adaptativos quanto não-adaptativos.

(Caballo, 2006)
 
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
HABILIDADES SOCIAIS: A
AVALIAÇÃO PELOS OUTROS
 Consiste basicamente, na avaliação das
habilidades do sujeito por parte de seus
amigos e conhecidos. Porém, essas avaliações
estão limitadas pelo fato de que os pares
observam somente uma parte pequena e
limitada de comportamento social do sujeito,
e estão abertas à possibilidade de desvio se
tratam de apresentar uma boa imagem dele.

(Arkowitz, 1977)
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
HABILIDADES SOCIAIS: O AUTO
REGISTRO
 O observador escreve em um diário, faz anotações,
gravações etc. ao mesmo tempo em que ocorre o
comportamento. Esse método serve para observar e
registrar o comportamento tanto manifesto quanto
encoberto.
 
 Os sujeitos costumam registrar informações sobre os
encontros, as pessoas com as quais interagem, quem
começou o contato social, a quantidade de tempo
que estiveram juntos, tarefas realizadas em comum
e etc.
(Caballo, 2006)
O TREINAMENTO EM
HABILIDADES SOCIAIS
 Encontra-se entre as técnicas mais potentes e
mais frequentemente utilizadas para o
tratamento dos problemas psicológicos, para a
melhoria da efetividade interpessoal e para a
melhoria geral da qualidade de vida.

 Consiste em tentar aumentar o comportamento


adaptativo e pró-social, ensinando as
habilidades necessárias para uma interação
satisfatória, com a finalidade de conseguir a
satisfação interpessoal.
(Caballo, 2006)
FATORES QUE IMPEDIRIAM UM INDIVÍDUO
DE MANIFESTAR UM COMPORTAMENTO
SOCIALMENTE HÁBIL:
 1 – As respostas hábeis necessárias não estão presentes no
repertório de respostas de um indivíduo. Este pode nunca ter
aprendido o comportamento apropriado ou pode ter aprendido
um comportamento inapropriado.

 2 – O indivíduo sente ansiedade condicionada, o que o impede


de responder de maneira socialmente adequada.

 3 – O indivíduo contempla de maneira incorreta sua atuação


social auto-avaliando-se negativamente, com acompanhamento
de pensamentos “autoderrotistas” ou está temeroso pelas
possíveis consequências do comportamento hábil.

 4 – Falta de motivação para atuar apropriadamente em


determinada situação, podendo dar-se uma carência de valor
reforçador por parte das interações interpessoais.
FATORES QUE IMPEDIRIAM UM INDIVÍDUO DE MANIFESTAR
UM COMPORTAMENTO SOCIALMENTE HÁBIL:
 5 – O indivíduo não sabe discriminar adequadamente as
situações nas quais determinada resposta provavelmente seja
efetiva.

 6 – O indivíduo não está seguro de seus direitos ou não crê que


tenha o direito de responder apropriadamente.

 7 – No caso de pacientes psiquiátricos, os efeitos da internação


podem fazer com que o mesmo se desabitue com as respostas
sociais, resultando numa incapacidade de reproduzir o que
poderia ter sido antes, parte de seu repertório.

 8 – Obstáculos ambientais restritivos que impedem o indivíduo


de se expressar apropriadamente ou que, até mesmo, punem a
manifestação desse comportamento socialmente adequado.
ELEMENTOS DO THS:
 Treinamento em habilidades: no qual serão ensinados comportamento
específicos, praticados e integrados ao repertório comportamental do
indivíduo. Empregam-se procedimentos como as instruções, a modelação, o
ensaio de comportamento, a retroalimentação e o reforço.

 Redução da ansiedade: Normalmente é conseguida de forma indireta, isto


é, apresentando o novo comportamento mais adaptativo que,
supostamente, é incompatível com a resposta de ansiedade.

 Reestruturação cognitiva, na qual se tentam modificar valores, crenças,


cognições e/ou atitudes do indivíduo. Frequentemente ocorre de forma
indireta, como resultado das mudanças comportamentais.

 Treinamento em solução de problemas: ensina o indivíduo a perceber e


processar corretamente “valores” de parâmetros situacionais relevantes
gerando respostas, selecionar uma delas e enviá-la de maneira que
maximize a probabilidade de atingir o objetivo que impulsionou a
comunicação interpessoal.

(Caballo, 2006)
O FORMATO DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS:
 Primeira etapa: identificar com o paciente as áreas
específicas nas quais tem mais dificuldade. Obter
exemplos.

 Analisar porque o indivíduo não se comporta de forma


socialmente adequada.

 Informar o paciente sobre a natureza do treinamento,


os objetivos a atingir na terapia e sobre o que se
espera que faça. É importante fomentar sua
motivação para com o tratamento.

(Caballo, 2006)
O FORMATO DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS:
 Em alguns casos pode ser necessário ensinar o indivíduo a
determinar seu nível de ansiedade e a relaxar, antes de
abordar determinadas situações problemáticas.

 Construir um sistema de crenças que mantenha o respeito pelos


próprios direitos pessoais e pelos direitos dos demais.

 Segunda etapa: Fazer com que o paciente entenda e diferencie


entre respostas assertivas, não-assertivas e agressivas.

 Terceira etapa: Reestruturação cognitiva dos modelos de


pensar incorretos do indivíduo socialmente inadequado.

(Caballo, 2006)
O FORMATO DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS:
 A quarta e mais importante etapa é o ensaio
comportamental das respostas socialmente
adequadas em situações determinadas.

 Os procedimentos empregados nessa etapa


são a modelação, as instruções, a
retroalimentação/reforço e as tarefas para
casa.

(Caballo, 2006)
THS EM GRUPO
 O perfil de grupo mais empregado e recomendado para
THS :

 8 a 12 membros;
 Uma vez por semana;
 8 a 12 semanas;
 2 horas por sessão.

 Não há uma clara vantagem em ensinar HS a um indivíduo


por meio de um grupo ou de instrução e práticas
individuais: é somente uma questão de economia de tempo
e esforço.

(Caballo, 2006)
THS EM GRUPO DE CRIANÇAS
 Exibição de cenas de filmes infantis e discussão.

 Questionar se tal comportamento é socialmente habilidoso, se os


participantes já haviam emitido ou observado alguém emitir o
comportamento socialmente não habilidoso e os sentimentos envolvidos
quando se emite ou é vítima desse tipo de conduta.

 Quando algum participante emitia algum comportamento socialmente não


habilidoso durante as atividades (ex: interromper a fala de um colega) era
questionado ao emissor do comportamento se tal ação foi correta.

 O objetivo dessa medida foi contingenciar imediatamente


comportamentos socialmente não habilidosos de maneira a suprimir tais
condutas, além de oferecer modelo a como reagir frente a
comportamentos não habilidosos de modo não agressivo.

(Naves, Rotundo, Carvalho, & Baia, 2011)


O ENSAIO DE COMPORTAMENTO
 Tem como objetivo modificar modos de respostas não-adaptativos,
substituindo-os por novas respostas.

 O paciente representa cenas que simulam situações da vida real.


Pede-se ao “ator” principal que descreva brevemente a situação-
problema real.

 O representante do outro papel é chamado pelo nome das pessoas


significativas para o indivíduo na vida real.

 É responsabilidade dos treinadores assegurar-se de que o ator


principal representa o papel e tenta seguir os passos
comportamentais enquanto atua. Se ele sai do papel e começa a
fazer comentários, explicando acontecimentos passados o treinador
fará, com firmeza com que ele entre no papel outra vez.
(Caballo, 2006)
O ENSAIO DE COMPORTAMENTO
 Se o paciente se mostrar muito ansioso ou incomodado, recomenda-se que
se interrompa o ensaio, porém se ele apresenta uma leve vacilação deve
ser apoiado e incentivado pelo treinador.

 Um número apropriado de ensaios para uma situação varia de 3 a 10 vezes.

 É preciso limitar-se a um problema em cada situação e não tentar resolver


tudo de uma vez.

 É preciso limitar-se ao problema exposto no princípio.

 Deve-se escolher uma situação recente ou que provavelmente se repita


num futuro próximo.

 Não se deve prolongar a interpretação por mais de três minutos.

(Caballo, 2006)
A MODELAÇÃO
 A exposição do paciente a um modelo que mostre corretamente o
comportamento objetivo do treinamento permitirá a aprendizagem
observacional desse modo de atuação.

 Costuma ser representada pelo terapeuta ou por algum membro do


grupo.

 Tem como vantagem poder ilustrar os componentes não-verbais e


paralinguisticos de determinado comportamento interpessoal.

 Exposições mais longas parecem produzir resultados mais positivos.

 O comportamento modelado não deve ser interpretado como a única


forma correta de se comportar, mas como uma maneira de enfocar uma
situação particular.

(Caballo, 2006)
A MODELAÇÃO
 É mais indicada quando:

 A pessoa mostra um comportamento inadequado,


mas é mais fácil mostrá-lo do que explicá-lo.

 Paciente não responde ou parece não saber por


onde começar.

 Paciente pacientes psiquiátricos.

(Caballo, 2006)
INSTRUÇÕES/ ENSINO
 Dar informações gerais e específicas sobre o programa
e sobre os componentes que serão trabalhados em cada
sessão.

 Proporcionar informações explícitas sobre a natureza e


o grau de discrepância entre sua atuação e o critério.
Ex: Seu contato visual foi demasiado breve, aumente-o.

 Informação específica sobre o que constitui resposta


apropriada. Ex: Quero que pratique olhar diretamente
o rosto da outra pessoa quando estiver falando com
ela.
(Caballo, 2006)
RETROALIMENTAÇÃO E REFORÇO
 O reforço mais empregado nos THS é o verbal através
do elogio e do ânimo.

 Também se pode instruir os pacientes para que se


“auto-recompensem”, dizendo e fazendo algo agradável
para si mesmos.

 Deve concentrar-se no comportamento e não na pessoa.

 Deve-se proporcionar a retroalimentação diretamente


no sujeito. Ex: “Foi boa a maneira como você olhou pra
ela” e não “Foi boa a maneira como ela o olhou”.
(Caballo, 2006)
TAREFAS PARA CASA
 Entre as tarefas pra casa determinadas aos pacientes
encontram-se: registro de nível de ansiedade em
situações determinadas, registro de situações nas
quais tenha atuado de maneira hábil, situações nas
quais gostaria de ter atuado assim, etc.

 Cada sessão começa e termina com uma discussão


sobre as tarefas para casa.

 A dificuldade da tarefa aumenta gradualmente


conforme progride o tratamento.
(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Estratégias iniciais de aquecimento:
 Os participantes juntam-se em pares e
conversam duram 10 minutos onde cada um
deve utilizar 5 minutos para fazer uma breve
auto-biografia, descrever a si próprio
expressando 5 adjetivos que imagina que
melhor o descreveriam e assinalar seus 3
pontos fortes. Posteriormente, as pessoas
voltam ao grupo e cada membro oferece uma
sinopse de seu companheiro.
(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Estratégias iniciais de aquecimento:

 Cada dupla recebe um papel e uma caneta e, sem


falar, deve desenhar conjuntamente (cada membro
pegando simultaneamente a mesma caneta). Ex:
casa, arvore, pessoa.
 Após todos terminarem, o grupo se reúne
novamente e discute que membro da dupla foi mais
ativo na realização do desenho, se sua atuação ativa
ou passiva foi reflexo de seu comportamento na
vida real e que sinais verbais e não-verbais
empregou.
(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Exercício para determinação de ansiedade.

 Exercício de relaxamento:
- Requer uma prática regular em casa, se quiser que
seja útil para ajudar a aliviar posteriormente a
ansiedade.
- Cada grupo muscular é tensionado por 10 segundos e
logo relaxado. Tensiona-se outra vez e torna a relaxar
tornando as sensações de relaxamento mais profundas.

(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Exercícios para os direitos humanos básicos:

 Cada membro do grupo recebe uma folha


com os direitos humanos básicos e devem
escolher um que não lhes seja cômodo
aceitar, devendo dizer esse direito em voz
alta. Os membros do grupo devem responder
a cada vez: “Sim, você tem esse direito”.

(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Exercícios para os direitos humanos básicos:

 Em outro exercício os participantes devem escolher um direito da


lista que considerem importante, mas que normalmente não se
aplica às suas vidas, ou que lhes seja difícil aceitar. A seguir eles
devem imaginar que têm o direito escolhido, como mudaria sua
vida, como se comportariam, como se sentiriam consigo mesmo e
com outras pessoas. Essa fantasia deve durar 2 minutos.

 A seguir o terapeuta pede que imaginem que já não tem esse direito
e como sua vida mudaria comparada ao que era minutos atrás, como
se comportariam, sentiriam... Essa fantasia também dura 2 minutos.

 Então, discutem que direito selecionaram, como atuaram e como se


sentiram quando tinham e quando não tinham o direito e o que
aprenderam com o exercício.
(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA O THS
 Exercícios para a distinção entre comportamento
assertivo, não-assertivo e agressivo:
 Assertivo: Comportamento expresso de forma
manifesta e sem exercer coação sobre a outra
pessoa.
 Agressivo: Comportamento expresso de maneira
manifesta de modo coercitivo sobre a outra
pessoa.
 Não- assertivo: Ou há falta de expressão de
comportamento ou faz-se de maneira indireta,
sem intimidar o outro.
(Caballo, 2006)
 Depois dos participantes terem entendido as diferenças
entre os tipos de comportamentos, são distribuídos três
cartões de cores diferentes a cada membro, cada uma
das quais representa um tipo de comportamento (ex:
branca- assertiva, azul-não-assertiva, vermelha-
agressiva).

 São apresentadas cenas de diferentes comportamentos


e o grupo tem que qualificar o tipo de comportamento
levantando o cartão correspondente. Discute-se porque
o comportamento apresentado é considerado assertivo,
não-assertivo ou agressivo e também porque as pessoas
classificaram de forma diferente.
(Caballo, 2006)
 Situação A.
 Você combinou com um amigo para jantar em sua
casa, Ele acaba de chegar, mas com uma hora de
atraso, e não telefonou pra avisar. Você está
incomodado pelo atraso. Você diz:

 1. Entre. O jantar está servido.

 2. Você é um cara-de-pau! Como se atreve a chegar


tão tarde? É a última vez que o convido.

 3. Estou esperando há uma hora. Gostaria que


tivesse telefonado para dizer que chegaria tarde.
(Caballo, 2006)
INICIATIVA, MANUTENÇÃO E
ENCERRAMENTO DE CONVERSAÇÕES
 Gambrill e Richey (1985) assinalam que há pelo menos oito
maneiras de iniciar conversações:

1) Fazer uma pergunta ou um comentário sobre a situação ou


atividade em que está implicado.
2)Fazer elogios aos demais sobre comportamento ou aparência.
3)Fazer pergunta ou comentário sobre o que alguém está fazendo.
4) Perguntar se pode se juntar à outra pessoa ou pedir que se
junte a ele.
5) Pedir ajuda, conselho, opinião ou informação à outra pessoa.
6) Oferecer algo a alguém.
7) Compartilhar experiências, sentimentos e opiniões pessoais.
8) Cumprimentar outra pessoa e apresentar-se.
ALGUMAS FORMAS DE MANTER
A CONVERSAÇÃO:
 Compartilhar sentimentos, suposições ou
impressões pessoais.
 Discutir sentimentos, suposições ou impressões
mútuas.
 Compartilhar informações objetivas sobre um tema.
 Compartilhar fantasias, sonhos, imagens, metas ou
desejos.
 Compartilhar atividades recentes e/ou passadas.
 Compartilhar fatos engraçados, contar histórias
divertidas, rir de si mesmo.
(Caballo, 2006)
ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO
DE CONVERSAÇÃO:
 Perguntas com final aberto: Que, como e por quê.

 Livre informação: informação que não foi requerida pela pergunta.

 Auto-revelação: compartilhar aspectos de você como pessoa que o


outro indivíduo não conheceria ou compreenderia sem a sua ajuda;
primordial para obtenção de envolvimento.

 Escuta ativa: “Aham”, “Uhum”, “Ah, é?” Fazer referência a


afirmações anteriores.

 Silêncios: São normais. Cuidado para não confundir o incomodo


causado por ele com o incomodo causado por autoverbalizações
negativas.
(Caballo, 2006)
COMO ENTRAR NUMA
CONVERSAÇÃO EM CURSO
 É possível que se tenha que esperar para fazer comentários quando
ocorrer uma breve pausa ou vacilação. Se esperar uma longa pausa,
é possível que não consiga dizem nem uma palavra e o tema mudar
antes que se tenha a oportunidade de expressar suas ideias.

 Não significa que deva interromper os demais enquanto falam, mas


intervir rapidamente depois de uma das pessoas terminar sua frase.

 Quando não se apresenta a oportunidade por si mesma, pode-se


elevar ligeiramente a voz.

 Comentários como “Não entendo o que quer dizer com...”, opiniões


e o uso do nome da outra pessoa.
(Caballo, 2006)
ENCERRAMENTO DE
CONVERSAÇÃO
 A maneira apropriada depende de as pessoas
permanecerem em um mesmo local (ex:
festa) ou não (ex: conversação na rua).

 No primeiro caso, podemos ver alguma


pessoa com quem gostaríamos de falar e
dizer: “Perdão, mas estou vendo alguém que
gostaria de cumprimentar” e no segundo
caso: “Perdão, mas tenho de ir. Foi bom vê-
lo”.
(Caballo, 2006)
TAREFAS PARA CASA:
 Convide alguém que segue o mesmo caminho para
acompanhá-lo.
 Apresente-se para uma pessoa desconhecida numa
loja, na vizinhança ou na sala de aula.
 Assista uma palestra e inicie conversação com uma
pessoa.
 Enquanto toma café em um bar, faça uma
pergunta ao atendente e mantenha com ele uma
pequena conversação.
 Converse com alguém que está sentado ao seu lado
no ônibus.
(Caballo, 2006)
FAZER E RECEBER ELOGIOS
 Os elogios são reforçadores sociais e, portanto, aumentam aqueles
comportamentos que os precedem.

 Para muitas pessoas é difícil aceitar elogios diretamente; costumam


negar a validade do elogio e acabam diminuindo a probabilidade de
que o outro torne a fazê-los. Para que os elogios sejam mais fáceis
de fazer e aceitar, podem ser seguidos por uma pergunta. Ex: “Você
fez uma palestra muito boa. Como você fez os slides?”

 Deve-se começar com um elogio de vez e ir aumentando


progressivamente, começar expressando os elogios de maneira
conservadora.
 Utilizar os elogios quando não for pedir nada da outra pessoa.
 Não é conveniente responder o elogio recebido com outro igual
dirigido à outra pessoa, pois pode soar falso e artificial.

(Caballo, 2006)
TAREFAS PRA CASA
 Faça um elogio ao seu pai ou sua mãe.

 Faça um elogio a um colega de trabalho.

 Busque a oportunidade de fazer um elogio a


um garçom ou ao vendedor de uma loja.

(Caballo, 2006)
FAZER E RECUSAR PEDIDOS
 O paciente precisa dar-se conta de que um pedido não é um
sinônimo de exigência e reconhecer o direito da outra pessoa a
recusar seu pedido.

 Há pessoas que acreditam que os demais deveriam saber o que


elas querem sem que o peçam.

 As vezes, quando fazemos um pedido a outra pessoa, esta ou não


entende totalmente a natureza de nosso pedido ou não decidiu se
quer ou não satisfazê-lo. Como resultado, as respostas podem não
ser claras. Nesses casos, deve-se tornar a expressar ou esclarecer o
pedido mais uma ou duas vezes.

 Se a resposta for não, é adequado que seja feito apenas mais um


pedido para que a outra pessoa reconsidere sua posição, não mais.
(Caballo, 2006)
RECOMENDAÇÕES PARA FAZER
PEDIDOS:
 Ser direto;

 Não é necessária nenhuma justificativa, embora as explicações


normalmente ajudem;

 Não é necessário nenhum pretexto;

 Não é preciso tomar uma resposta negativa de modo pessoal;

 É preciso estar preparado para ouvir tanto um “não” quanto


um “sim”, e respeitar o direito da outra pessoa de dizê-lo.

(Caballo, 2006)
 Antes de recusar um pedido, precisamos estar certo
de que entendemos perfeitamente o que nos pedem.
 Caso contrário, pedir que o outro esclareça.
 As recusas devem ser acompanhadas por razões e
nunca por pretextos.
 Razão: Um fato que, se mudasse, mudaria a
resposta. Ex: Não posso ir, atendo um paciente nesse
horário.
 Pretexto: Um fato que, se mudasse, não mudaria a
resposta. Ex: Não posso ir, o paciente cancelou, mas
ainda tenho que estudar.
(Caballo, 2006)
RECOMENDAÇÕES PRA RECUSAR PEDIDOS:
 Dizer simplesmente não. Pode-se dar uma razão,
mas não há obrigação.
 Pedir tempo para pensar sobre o pedido.
 Pedir mais informações/esclarecimentos.
 Arcar com a responsabilidade das próprias
decisões.
 Ao se sentir pressionado, usar frases como “Não
quero fazê-lo, por isso agradeceria se não
tornasse a pedir. Minha resposta continua sendo
a mesma”.Se a pessoa ainda insistir, pode ser
ignorada.
(Caballo, 2006)
TAREFAS PRA CASA
 Perguntar as horas a uma pessoa que passa na
rua.
 Pedir a um amigo que lhe empreste algum
dinheiro e devolver, sem pretextos, em dois ou
três dias.
 Convidar um amigo para ir ao cinema ou tomar
um café, sem se importar se ele responder “não”.
 Ir a um supermercado, selecionar um produto e
pedir a uma pessoa com o carrinho cheio que o
deixe passar na sua frente.

(Caballo, 2006)
EXPRESSÃO DE INCÔMODO,
DESAGRADO, DESGOSTO
 Determinar se vale a pena criticar determinado comportamento;
 Ser breve. Uma vez exposto o que se quer dizer, não é preciso
fazer rodeios;
 Evitar acusações, dirigindo a crítica ao comportamento, e não à
pessoa.
 Pedir uma mudança de um comportamento específico;
 Expressar os sentimentos negativos em termos de nossos próprios
sentimentos, em primeira pessoa, e não em termos absolutos;
 Quando seja possível, começar e terminar a conversa em tom
positivo;
 Estar disposto a escutar o ponto de vista da outra pessoa.
Terminar a conversação quando esta pode terminar em atrito.
(Caballo, 2006)
ENFRENTAR CRÍTICAS
 Como abordar a crítica de forma construtiva:
 Pedir detalhes com objetivo de se inteirar exatamente
de quais são as objeções da outra pessoa.
 Se vamos mudar em resposta à crítica, temos de estar
de acordo com a verdade e expressar logo o que
pensamos fazer de maneira diferente, algo que
normalmente restaurará a harmonia.
 Quando estamos totalmente em desacordo com a
crítica podemos expressá-lo.
 As vezes pode ser necessário utilizar “procedimentos
defensivos” ou de proteção.

(Caballo, 2006)
PROCEDIMENTOS DEFENSIVOS
 Costumam ser empregados quando procuramos
recusar algo, defendermo-nos de outro indivíduo
(defender nosso espaço, tempo, etc.) ou
interromper um padrão de interação destrutivo
e injusto, substituindo-o por uma comunicação
justa e mutuamente respeitosa.
 Devem ser temporários.
 Caso a outra pessoa não queira se adaptar a uma
relação mais equitativa, o relacionamento
provavelmente acabará.

(Caballo, 2006)
PROCEDIMENTOS DEFENSIVOS
 O disco riscado
Utilizado para fazer pedidos e/ou recusar um
pedido não queremos atender. Consiste na
repetição contínua de um ponto principal que
queremos expressar. O indivíduo escuta, mas não
responde a algo que saia fora da questão que
deseja tratar. Não deve dar explicações ou
desculpas acerca do seu comportamento.
Frase-chave: “Sim, mas...” ou “mas o fato é
que...”

(Caballo, 2006)
 Ignorar seletivamente
Consiste em não atender, seletivamente, a aspectos
específicos do conteúdo da fala da outra pessoa. Por
exemplo, não se responde às manifestações injustas ou
ofensivas, mas se responde somente às expressões que não
sejam destrutivas, produtoras de culpa ou injustas.

 Separar os temas
Ex: A outra pessoa pode associar “me empresta o carro”
com “sermos amigos”.
Ao separar os diferentes temas, somos mais capazes de
discriminar o que a outra pessoa nos pede ou as
implicações do que está fazendo, de modo que possamos
formular uma resposta apropriada, sem necessidade de
deixar as coisas sem resolver.

(Caballo, 2006)
 Desarmar a ira
Ignorar o conteúdo da mensagem irada e
concentrar nossa atenção e conversação no
fato de que a outra pessoa está aborrecida.
Manter contato visual e empregar tom de voz
moderado.
Ex: “Vejo que você está aborrecido e gostaria
de falar sobre isso. Vamos nos sentar, tomar
um café e conversaremos.”

(Caballo, 2006)
EXPRESSÃO DE AMOR, AGRADO
E AFETO
 Frequentemente nas relações íntimas algum
membro do casal supõe que o outro “já sabe que o
ama” e não manifesta o carinho de forma verbal.
Também costuma-se apresentar a objeção de que
não deve ser necessário expressar com palavras o
que as próprias ações transmitem.

 A falta de expressão de sentimentos de amor e


carinho pode fazer com que a pessoa se sinta
esquecida ou não apreciada, e isso pode debilitar
a relação.
(Caballo, 2006)
O AMOR POR UM COMPANHEIRO É EXPRESSO
GERALMENTE DAS SEGUINTES FORMAS:
 Expressão verbal de afeto;
 Auto-revelação: expressam-se fatos íntimos;
 Evidência não-material do amor: dar apoio emocional e
moral, mostrar interesse pelas atividades do outro, respeitar
suas opiniões;
 Sentimentos não expressos verbalmente: sentir-se mais feliz,
mais seguro, mais relaxado quando o outro está presente;
 Evidência material do amor: dar presentes, realizar tarefas;
 Expressão física do amor: abraçar e beijar;
 Propensão a tolerar aspectos menos agradáveis do outro:
tolerar exigências para manter a relação.

(Caballo, 2006)
 Um estudo realizado com cinquenta casais, com
idades entre 29 a 69 anos e tempo de união
entre sete e 38 anos apontou forte relação entre
a empatia do cônjuge e a satisfação conjugal,
seguida pela expressão de sentimentos e defesa
dos próprios direitos.

 As habilidades sociais, especialmente a empatia,


parecem ser facilitadores da satisfação conjugal.

 Recomenda-se o desenvolvimento dessas


habilidades no tratamento de casais em crise.

(Sardinha, Falcone e Ferreira, 2009)


HABILIDADES HETEROSSOCIAIS
 São habilidades relevantes para iniciar, manter e
terminar uma relação social com alguém do sexo
oposto.

 Ao iniciar uma conversação com o sexo oposto,


aconselha-se que os homens se aproximem de
maneira discreta, evitem serem bruscos e não utilizar
frases de iniciação irônicas ou sarcásticas.

 As mulheres que desejarem iniciar a conversação


devem ser claras em suas mensagens e não usar
frases de iniciação sarcásticas.
(Caballo, 2006)
HABILIDADES HETEROSSOCIAIS
 No tratamento de sujeitos com problemas
heterossociais foram empregados diferentes
procedimentos para trabalhar as seguintes
habilidades: fazer e receber elogios, habilidades de
escuta, conversação emocional, defesa dos próprios
direitos, métodos não-verbais de comunicação,
treinamento na planificação dos encontros e
métodos para melhorar o atrativo físico.

 As sessões eram basicamente compostas por ensaio


de comportamento.
(Caballo, 2006)
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO EM
HABILIDADES SOCIAIS

 A psicopatologia provém da incapacidade de um


organismo para resolver problemas ou conflitos e
atingir objetivos. A carência no organismo das
habilidades sociais necessárias tem como resultado
estratégias pouco adaptativos, como estados
emocionais negativos e cognições desadaptativas no
lugar de soluções sociais para o problema.

 O funcionamento social pobre poderia conduzir à


psicopatologia, em vez de vir dela.
 
(Phillips, 1978)
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS

 Provavelmente, os déficits em habilidade


social estão não somente associados às
formas principais de psicopatologia, mas
também com outros comportamentos
disfuncionais como: problemas sexuais,
abuso de álcool, consumo de drogas e mau
funcionamento de um casal.

(Gil e cols.,1992)
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS

 Nas habilidades sociais, os déficits estão


geralmente associados a dificuldades nas
relações interpessoais, o que pode levar ao
isolamento social, ao suicídio e a diversos
tipos de transtornos psicológicos como, por
exemplo, a depressão.

(Landazabal, 2006; Segrin et al., 2007)


APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS
 Depressão: Foram desenvolvidos programas de THS
baseando-se na premissa de que o comportamento
depressivo está relacionado com o funcionamento
interpessoal inadequado. Algumas das suposições
intrínsecas a essa premissa são:

 A depressão é o resultado de um programa inadequado


de reforço positivo contingente ao comportamento não
deprimido do individuo

 Grande parte dos reforços positivos mais importantes


para os adultos é de natureza interpessoal
 
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS
 Uma grande quantidade de reforços não-
sociais depende do comportamento
interpessoal do indivíduo

 Qualquer conjunto de técnicas que ajude o


paciente deprimido a aumentar a qualidade
de seu comportamento interpessoal deveria
incrementar o reforço positivo contingente à
resposta, diminuir o afeto depressivo e
aumentar os comportamentos não depressivos.
 O programa de treinamento centra-se,
principalmente, em três repertórios
comportamentais específicos que parecem
ser especialmente relevantes para os
indivíduos deprimidos:

 A asserção negativa
 A asserção positiva
 Habilidades de conversação
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS

 Esquizofrenia: Têm-se concluído constantemente que os


pacientes com esquizofrenia têm escassa competência
interpessoal.

 Uma série de áreas como objetivo do THS para os


pacientes com esquizofrenia como: Assertividade,
habilidades de conversação, controle da medicação,
procura de trabalho, habilidades recreativas e de lazer,
habilidades para fazer amigos e relacionar-se com alguém,
comunicação com a família e solução de conflitos.

(Mueser 1997)
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS

 Embora a principal estratégia inclua elementos típicos de


modelação, ensaio de comportamento, retroalimentação
e representação de papéis adicional, podem ser utilizados
outros procedimentos.
 
 O objetivo é treinar o individuo a atender e interpretar os
sinais interpessoais que revelam os sentimentos e os
motivos das outras pessoas assim como, as variáveis
ambientais que determinam a adequação de diferentes
respostas.

(Caballo, 2006)
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO
EM HABILIDADES SOCIAIS
 Transtorno por consumo de substâncias psicoativas: Vários
estudos mostram que os déficits em habilidades sociais
podem ser situacionalmente específicos. Os indivíduos com
pequenos ou moderados problemas de abuso de drogas podem
ser muito hábeis em outras situações. Simplesmente pode ser
que não sejam capazes de resistir a pressão dos colegas para
ingestão de drogas e, assim, seu déficit de habilidades pode
limitar-se a uma falta de assertividade frente a essa coerção.

 Indivíduos com problemas de vícios mais graves é necessário


um programa de THS mais amplo que ajudasse o indivíduo a
estabelecer contatos sociais novos e saudáveis.
 
(Caballo, 2006)
REFERÊNCIAS
 CABALLO, V.E. (2006) Manual de Avaliação e Treinamento das Habilidades Sociais. 1ª reimpressão. São
Paulo: Santos.

 DEL PRETTE Z. A. P. & DEL PRETTE, A. (2006). Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e
prática.Petrópolis: Vozes.

 DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. (2001) Inventário de habilidades sociais: manual de aplicação,
apuração e interpretação. São Paulo: Casa do Psicólogo.

 LANDAZABAL, M. G. (2006) Psychopathological symptoms, social skills, and personality traits: a study
with adolescents. Span. J. Psychol., v. 9, n. 2, p. 182‑192.

 Mueser, K.T. (1997). Tratamiento cognitivo-conductual de la esquizofrenia. In V.E. Caballo (Ed.),


Manual Para el Tratamiento Cognitivo-Conductual de los Trastornos Psicológicos, Vol. 1. Madrid: Siglo
XXI de España Editores (pp. 611-633).

 NAVES, R. M.; ROTUNDO, R. C. B; CARVALHO, K. D. R & BAIA, F. H. (2011). Treinamento de habilidades


sociais em Grupo: Uma intervenção com tarefas lúdicas. Psicologia em Pesquisa. Vol 5, n.1, pp. 39-50.

 SARDINHA, A.; FALCONE, E. M. O. &  FERREIRA, M. C. (2009) As relações entre a satisfação conjugal e as
habilidades sociais percebidas no cônjuge. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. vol.25, n.3, pp. 395-402. ISSN
0102-3772.

 SEGRIN, C. et al. (2007) Social skills, psychological well‑being, and the mediating role of perceived
stress. Anxiety Stress Coping, v. 20, n. 3, p. 321‑329.

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