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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO

ENVELHECIMENTO
P R O F.ª EL I A N E M A C H A D O
A B R I L/ 2 0 2 1
• A senescência resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e
psicológicas do envelhecimento humano normal.

• O envelhecimento da população revela-se como uma tendência positiva,


que está intimamente ligada à maior eficácia das medidas preventivas
em saúde e ao progresso da ciência no combate à doença.
As pessoas não envelhecem todas da mesma maneira. Os
fatores genéticos são determinantes desse processo. Mas há de
se ressaltar que envelhecer não é igual para o homem e a
mulher, sozinho ou no seio da família, casado, solteiro, viúvo ou
divorciado, com filhos ou sem filhos, no meio urbano ou no meio
rural, enfim, são muitos fatores que vão influenciar direta ou
indiretamente no envelhecimento humano.
MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO

As modificações fisiológicas que se produzem no


decurso do envelhecimento resultam de interações
complexas entre os vários fatores intrínsecos e
extrínsecos e manifestam-se através de mudanças
estruturais e funcionais.
MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS

Células e tecidos Sistema Cardiovascular

Composição global do corpo e peso corporal Sistema Respiratório

Músculos, ossos e articulações Sistema Renal e Urinário

Pele e tecidos subcutâneos Sistema Gastrointestinal

Sistema Nervoso e Sensorial

Sistema Endócrino e Metabólico

Sistema Imunológico

Fonte: Pessoas Idosas: uma abordagem global (Berger e Poirier, 1995)


As alterações de estrutura e as perdas funcionais ocorrem
em todos os órgãos e sistemas do corpo humano. No
entanto, os principais problemas de saúde dão-se a nível de
sistema nervoso central, aparelho locomotor, sistema
cardiovascular e sistema respiratório.
(Berger,1995)
Alguns dos principais problemas de saúde em idosos:

Demência

Sistema Nervoso Central


Doenças
Neurológicas

Padrões do sono

Delírio

Depressão
Alguns dos principais problemas de saúde em idosos:

Artropatias
Aparelho Locomotor
Imobilidade

Instabilidade
postural

Quedas

Reumatismo
Alguns dos principais problemas de saúde em idosos:

Sistema Cardiovascular

Hipertensão

Cardiopatias

Arterioscleros
e
Alguns dos principais problemas de saúde em idosos:

Sistema Afecções
Respiratório Pulmonares
Alguns dos principais problemas de saúde em idosos:

Sistema
Urinário Incontinência
ADAPTAÇÕES
CARDIOVASCULARES
E RESPIRATÓRIAS
Envelhecimento Cardiovascular
O envelhecimento está associado a alterações estruturais cardíacas. Dentre as modificações
mais importantes na estrutura e funcionamento cardiovascular, pode-se destacar:
Aumento de gordura,
Espessamento fibroso,
Substituição do tecido muscular por tecido conjuntivo,
Calcificação do anel valvar

As paredes do ventrículo esquerdo aumentam de espessura, ocorre depósito de colágeno,


a aorta se torna mais rígida,
Nas artérias, ocorre acúmulo de gordura (aterosclerose),
Perda de fibra elástica e aumento de colágeno.
(PASI, 2006; Souza et al.,2007)
 Função cardiovascular fica prejudicada, diminuindo a resposta de
elevação de frequência cardíaca ao esforço ou estímulo,
aumentando a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo e
dificultando a ejeção ventricular.

Ocorre maior prevalência de Hipertensão arterial sistólica isolada


com maior risco de eventos cardiovasculares (PASI, 2006).
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
É uma síndrome clínica, caracterizada pela incapacidade do coração de
suprir adequadamente as demandas metabólicas;

Clinicamente, se expressa por intolerância ao esforço, retenção líquida,


edema e congestão visceral, comprometendo tanto a qualidade como a
expectativa de vida;

Nas últimas décadas, a IC tem se tornado cada vez mais prevalente,


fenômeno intimamente ligado ao envelhecimento populacional, com
crescente interesse em geriatria clínica.
Prevalência de doença cardiovascular por idade e sexo (NHANES 2003-2006. Fonte: NCHS e NHLBI – DAC, IC, AVC e HA).
Sintomas:
A IC pode manifestar-se de diferentes maneiras, dependendo do tempo de evolução
da síndrome e da possibilidade de acionamento dos mecanismos compensatório.
Dispneia de esforço;
Ortopnéia;
Edema de membros inferiores;
Redução da tolerância ao exercício;
 Tosse seca acompanhada por taquipneia, sem causa aparente;
Confusão, déficit de memória, sonolência, episódios de delirium, irritabilidade;
Estados sincopais, fadiga, e redução do nível de atividade.
Envelhecimento do Aparelho Respiratório

• As alterações determinadas pelo envelhecimento afetam desde os mecanismos de


controle até as estruturas pulmonares e extrapulmonares que participam do
processo de respiração.
• A musculatura da respiração enfraquece com o progredir da idade. Isso ocorre
devido ao enfraquecimento dos músculos esqueléticos somado ao enrijecimento da
parede torácica, resultando na redução das pressões máximas inspiratórias e
expiratórias com um grau de dificuldade maior para executar a dinâmica
respiratória (CARVALHO; LEME, 2002).
• O único músculo que não costuma ser afetado pelo envelhecimento é o diafragma
que, no idoso, apresenta a mesma massa muscular que indivíduos mais jovens
(GORZONI; RUSSO, 2006).
Mudanças anatômicas e fisiológicas do sistema
respiratório com o envelhecimento

 Anatômico - Espaço morto Aumentado


 Complacência - Diminuída
 Força muscular - Diminuída
 Função pulmonar
• Capacidade pulmonar total - Inalterada
• Capacidade vital - Diminuída
• Capacidade residual funcional - Aumentada
• Volume residual - Aumentado
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

 A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida,


fisiologicamente, como obstrução crônica ao fluxo aéreo devido à
associação de enfisema e obstrução das vias respiratórias periféricas na
bronquite crônica.

 A DPOC é a quarta causa de morte nos EUA e a única entre as 10 mais


frequentes que está aumentando. Espera-se que atinja o terceiro lugar
até 2020.
Fatores de risco para DPOC

Tabagismo
Poeira ocupacional
Irritantes químicos
Fumaça de lenha
 Hiper-responsividade brônquica
Infecções respiratórias graves na infância
Desnutrição
Prematuridade
ADAPTAÇÕES
UROGINECOLÓGICA
S
ENVELHECIMENTO DO SISTEMA URINÁRIO
• Diminuição de função renal em cerca de 50% aos 80 anos.

• Atrofia da uretra, com enfraquecimento da musculatura pélvica associado à perda


de elasticidade uretral e de colo vesical, favorecendo o aumento de frequência e
urgência urinária e incontinência urinária de esforço (SOUZA, 2002).

• A incontinência urinária é definida como eliminação involuntária de urina, em


local e momento inadequado. Não se trata de uma doença, mas sim de um
sintoma. Este problema aumenta com a idade, apesar do envelhecimento em si
não ser causa de incontinência urinária.

• A incontinência urinária é mais frequente nas mulheres que nos homens e afeta
cerca de 30% dos idosos que vivem em comunidade e 50% dos idosos
institucionalizados (TERRA, 2003).
ADAPTAÇÕES NO
SISTEMA
TEGUMENTAR
ENVELHECIMENTO DO SISTEMA TEGUMENTAR

 A pele senil apresenta declínio na produção das células epiteliais,

causando afinamento de 20 a 30% na espessura da epiderme,


redução de número, tamanho e secreção da glândula sudorípara,
escasso tecido de sustentação e diminuição da vascularização.

 A derme desidrata, perdendo seu vigor e elasticidade.

 Esses fatores combinados tornam a pele inelástica e mais frágil,


facilitando as lesões dermatológicas do idoso.
Possíveis alterações do Sistema Tegumentar:

• Atrofia da pele
• Úlcera de pressão
• Escoriações
• Equimose
• Dermatite
• Micoses
Úlcera de Pressão
• Trata-se de lesão frequente e grave, com alguns pontos a ser considerados.
• Estudos mostram incidência de 10 a 20% em idoso acamado, com taxa de
mortalidade de 70% ao ano. Cerca de 3% desses idosos têm úlceras de grau
III e IV.
• O fator desencadeante da UD é, em última instância, a compressão por
mais de duas horas de uma área tecidual restrita, que, por sua vez, produz
pressão e colabamento (isquemia) dos vasos sanguíneos.
• Uma úlcera surge em poucas horas, mas necessita de meses para cicatrizar,
sendo que o paciente tem 50% de chances de morrer em 4 meses.
Bibliografia:

• Freitas, Elizabete Viana de et al. Tratado de geriatria e gerontologia.


3.ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2013.

• Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. Úlceras de Pressão -


Atuação na Prevenção e Tratamento. 2017

• Martins, Rosa Maria Lopes. Envelhecimento e saúde: um problema


social emergente. Millenium, 2003.

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