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Graus: 1, 2 e 3 a depender da gravidade. Pode ser Síndrome nefrótica, Insuficiência renal crônica
ainda classificada como: não complicada, complicada dialítica.
ou refratária, quando se leva em conta complicações e
resposta terapêutica. Infecciosa
A linfa hepática é rica em proteínas e pobre em A pressão (DP) no sistema portal como em qualquer
triglicerídeos, o que explica a presença de proteína no outro sistema vascular, é o resultado da interação entre
líquido ascítico. Vasodilatação esplâncnica e o fluxo sangüíneo (Q) e a resistência vascular (R) que
circulação hiperdinâmica. Essas condições foram se opõe a esse fluxo; é representada matematicamente
descritas anteriormente, com relação à patogenia da de acordo com a lei de Ohm como DP= Q x R. Assim,
hipertensão portal. A vasodilatação arterial na a pressão portal pode aumentar, se houver aumento do
circulação esplâncnica tende a reduzir a pressão fluxo sangüíneo portal ou aumento da resistência
arterial. Com o agravamento da vasodilatação, a vascular ou de ambos.
frequência cardíaca e o débito cardíaco não conseguem
Na cirrose, é bem estabelecido que o fator primário,
manter a pressão arterial. Isso desencadeia a ativação
que leva à hipertensão portal, é o aumento da
de vasoconstritores, incluindo o sistema renina-
resistência vascular ao fluxo portal e que o aumento do
angiotensina, e também aumenta a secreção do
fluxo se torna especialmente importante em fases mais
hormônio antidiurético. A combinação de hipertensão
avançadas da doença e contribui para a manutenção da
portal, vasodilatação e retenção de sódio e água
hipertensão portal.
aumenta a pressão de perfusão dos capilares
intersticiais, causando o extravasamento de líquido O aumento da resistência pode ocorrer em qualquer
para a cavidade abdominal. ponto ao longo do sistema venoso, na veia porta, nos
espaços vasculares dentro do fígado e nas veias e
Shunts Portossistêmicos.
compartimentos vasculares que recebem o fluxo portal
Com a elevação da pressão no sistema portal, o fluxo é após sair do fígado. Em fases posteriores as colaterais
invertido da circulação portal para a sistêmica pela portossistêmicas passam a contribuir para o aumento
dilatação de vasos colaterais e pelo desenvolvimento da resistência. O principal fator na determinação da
de novos vasos. Circuitos venosos secundários se resistência vascular é o raio do vaso.
desenvolvem em qualquer local onde as circulações
A resistência aumentada do fluxo pode ser préhepática,
sistêmica e portal compartilhem de leitos capilares
pós-hepática e intra-hepáticas. Na pré-hepática, o
comuns. Os principais pontos consistem nas veias ao
aumento da resistência ocorre na veia porta ou
redor e no interior do reto (manifestado como
tributárias antes de alcançar o fígado. Na pós-hepática,
hemorroidas), na junção gastroesofágica (produzindo
o aumento da resistência ocorre em veias ou
varizes), no retroperitônio e no ligamento falciforme
Carolina Martins – TURMA XXVII
compartimentos vasculares que recebem o fluxo hepática desencadeia vasoconstrição e resistência
sangüíneo portal ao sair do fígado. Na intra-hepática, o aumentada, enquanto a superprodução de NO na
aumento da resistência, tendo os sinusóides como circulação extra-hepática leva à vasodilatação e ao
referência, pode ser sinusoidal, pré-sinusoidal e fluxo portal aumentado.
póssinunoidal. Além da vasodilatação esplâncnica, existe a
O exemplo típico é a hipertensão portal que ocorre na vasodilatação sistêmica, que, por causar decréscimo no
hepatopatia crônica pelo álcool, onde o aumento da volume arterial efetivo, desencadeia a ativação do
resistência é intra-hepático, principalmente sinusoidal sistema neuro-humoral (sistema renina-angiotensina-
(aumento do volume dos hepatócitos, deposição de aldosterona), retenção de sódio, expansão do volume
colágeno nos espaços de Disse) e pós-sinusoidal de plasma e o desenvolvimento de um estado
(esclerose das veias centrolobulares) e, além disso, a circulatório hiperdinâmico. Esse estado circulatório
presença dos nódulos de regeneração comprometem a hiperdinâmico mantém a hipertensão portal, levando à
drenagem sangüínea. formação e ao crescimento de varizes e desempenha
um papel importante no desenvolvimento de todas as
Na cirrose, a hipertensão portal resulta tanto do complicações da cirrose.
aumento da resistência do fluxo portal quanto da Em cirróticos, o aumento da pressão hidrostática nos
elevação do influxo venoso portal. O mecanismo vasos esplâncnicos associado à diminuição da pressão
inicial é o aumento da resistência vascular oncótica, secundária à hipoalbuminemia, resulta em
sinusoidal secundária para (1) deposição de tecido extravasamento do fluido para a cavidade peritoneal.
fibroso e subsequente compressão pelos nódulos Uma vez ultrapassada a capacidade de reabsorção do
regenerativos (componente fixo) que poderia, fluido pelos vasos linfáticos forma-se a ascite. A
teoricamente, ser elegível para tratamento com agentes vasodilatação esplâncnica e a periférica atuam como
antifibróticos e, eventualmente, ser melhorada com a ativador de sistemas neurohumorais provocando
resolução do processo etiológico subjacente; e (2) retenção de sódio e ascite.
vasoconstrição ativa (componente funcional), que
responde à ação de drogas vasodilatadoras como o
nitroprussiato, e é causada pela deficiência de óxido
nítrico (NO), bem como pela atividade aumentada dos
vasoconstritores.
Encefalopatia
A encefalopatia hepática é uma disfunção cerebral
causada por insuficiência
hepática, shunt portossistêmico ou ambos. A amônia,
uma toxina normalmente removida pelo fígado,
desempenha um papel essencial na patogenia. Na
cirrose, a amônia acumula-se na circulação sistêmica
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS por causa do desvio de sangue realizado pelos
colaterais portossistêmicos e do metabolismo hepático
diminuído (p. ex., insuficiência hepática). A presença
de grandes quantidades de amônia no cérebro danifica
as células cerebrais de suporte ou astrócitos e
desencadeia alterações estruturais características da
encefalopatia hepática (astrocitose tipo II de
Alzheimer). A amônia resulta na suprarregulação de
receptores benzodiazepínicos do tipo astrocíticos
periféricos, os estimulantes mais potentes da produção
de neuroesteroides. Os neuroesteroides são os
principais moduladores do ácido γ-aminobutírico, o
que resulta na depressão cortical e encefalopatia
hepática. Outras toxinas, como o manganês, também se
Varizes e Hemorragia Varicosa
acumulam no cérebro, particularmente no globo
A complicação da cirrose que resulta mais diretamente pálido, onde podem levar à perda da função motora.
da hipertensão portal é o desenvolvimento dos Outras toxinas ainda a serem elucidadas também
colaterais portossistêmicos, dos quais os mais podem estar envolvidas na patogenia da encefalopatia.
relevantes são aqueles que se formam a partir da
dilatação das veias coronárias e gástricas e constituem Icterícia
varizes gastroesofágicas. A formação inicial dos
colaterais esofagianos depende da pressão portal,
Carolina Martins – TURMA XXVII
A icterícia na cirrose é um reflexo da incapacidade do com velocidade 1ml/minuto. Lembrando que cada
fígado de excretar a bilirrubina e é, portanto, o frasco de albumina humana a 20% possui 10g.
resultado da insuficiência hepática. No entanto, nas
doenças colestáticas que levam à cirrose (p. ex., cirrose 5.3 – Outros tratamentos
biliar primária, colangite esclerosante primária,
síndrome do desaparecimento do ducto biliar), a 5.3.1 – TIPS (Derivação porto-sistêmico intra-hepático
icterícia deve-se mais provavelmente à lesão biliar do transjugular)
que à insuficiência hepática. 5.3.2 – Transplante hepático. É opção definitiva da
5. DESCREVER O PROTOCOLO DE ascite de origem hepática
MANEJO DAS ASCITES. 5.4 – Tratamento da Peritonite bacteriana
Medidas Conservadoras espontânea
TRATAMENTO ESPECÍFICO