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Fratura Supracondiliana na infância

Denise Schnidger
Praia, Setembro de 2021
Epidemiologia

 Incidência típica entre os 3 e os 10 anos de idade, com pico aos 6 anos;


 Predomínio no sexo masculino;
 Representa 3 a 15% de todas as fraturas em crianças;
 Representa 70% das fraturas do cotovelo;
 Principal causa traumática de cirurgia ortopédica na infância.

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Particularidades do cotovelo na criança

 A face anterior (fossa coronóidea) e a posterior (fossa do olecrânio) encontram-


se muito próximas, constituindo um local de pouca resistência mecânica;
 Crianças apresentam maior flexibilidade ligamentar, o que permite a
hiperextensão do cotovelo, fator contribuinte no mecanismo de lesão durante a
queda;
 A intensa remodelação óssea do úmero distal proporciona um osso recém-
formado com corticais finas e pouco resistentes.

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Mecanismo da Lesão

 Extensão (97%)
Fraturas em extensão resultam de uma queda com o cotovelo em extensão, com
uma força de angulação concentrada que age diretamente na região supracondiliar,
concentrada no olecraneo, provocando fratura.

 Flexão (3%)
Na fratura em flexão o mecanismo da lesão clássico é a trauma direto sobre a
região posterior do cotovelo durante a queda.

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Mecanismo da Lesão

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Desvio posteromedial do fragmento Desvio posterolateral do fragmento
proximal proximal
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Clínica

 Dor
 Edema
 Impotência funcional
 Equimose
 Dependendo da energia da trauma, poderá ocorrer deformidade e lesões de
tecidos moles circundantes.

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Exame objetivo

 Neurológico: testar a sensibilidade nas áreas do nervo radial (face dorsal do


primeiro espaço interdigital), mediano (face palmar do dedo indicador) e ulnar (face
palmar do dedo mínimo)
 Função motora: deve incluir a extensão e a flexão dos dedos, do polegar e do
punho para avaliar os nervos radial e mediano respetivamente.
 Integridade vascular: inclui deteção de pulso, calor, enchimento capilar e
coloração da mão. É preciso avaliar o nível de tensão compartimental e a extensão
da tumefação na região do cotovelo.

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Exames Complementares

AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA

Deverão ser solicitadas radiografias do cotovelo nas incidências AP e P

A incidência oblíqua poderá ser útil quando houver suspeita de fraturas não
identificadas nas incidências convencionais

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Classificação
Classificação de Gartland modificada

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Classificação Gartland I
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Classificação Gartland IIB – com desvio posterior e
varo do fragmento distal do úmero.

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Fratura: Gartland III com desvio posterolateral.

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Tratamento
TIPO I

- Tratamento conservador

Imobilização do cotovelo com tala axilopalmar posterior em flexão de 60 a 80° por 3


semanas.

Reavaliação em 5 a 7 dias: Rx de controlo e trocar da tala

Após 3 a 4 semanas: Consolidação da fratura e raramente é necessário fisioterapia.

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Tratamento
TIPO II
1) Imobilização simples sem redução

Indicação: Crianças até 3 anos, pela grande capacidade de regeneração óssea;


fratura com desvio apenas em extensão.

2) Redução incruenta com imobilização gessada ou fixação percutânea

Deve ser feita no bloco operatório (sob anestesia) com tala gessada posterior, em
hiperflexão de 100 a 120 graus.

Essa imobilização pode comprometer a função vascular e há risco de síndrome


compartimental.
Controlo de RX: 7 dias, com troca da tala gessada.
Consolidação da fratura: aproximadamente 4 semanas.

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Redução da fratura supracondiliana

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Tratamento
 Fraturas supracondilianas Gartland III e IV

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Fixação com dois fios Fixação com três fios Fixação com dois fios
laterais e um medial divergentes cruzados

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FRATURAS SUPRACONDILARES EM FLEXÃO
As fraturas supracondilares do tipo em flexão representam 2% das fraturas do
úmero. O fragmento distal é deslocado anteriormente.

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Complicações

 Síndrome Compartimenal
 Défice Neurológico
 Rigidez do cotovelo
 Miosite ossificante
 Pseudoartrose
 Necrose avascular
 Deformidade angular

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Referências bibliográficas

 Poggiali, P., Nogueira, F. C. S., & Nogueira, M. P. de M. (2020). Manejo da


fratura supracondiliana do úmero na criança. Revista Brasileira de Ortopedia.
https://doi.org/10.1055/s-0040-1709734
 Revista Brasileira de Ortopedia - Fratura supracondiliana do úmero em
crianças: estudo de 90 casos operados*. (n.d.). Retrieved September 13, 2021,
from https://rbo.org.br/detalhes/557/pt-BR/fratura-supracondiliana-do-umero-
em-criancas--estudo-de-90-casos-operados-

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