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REPÚBLICA DE ANGOLA

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

FILOSOFIA JURÍDICA
Prof. Timóteo Francisco André
A FILOSOFIA DO DIREITO
ENVOLVE PELO MENOS TRÊS
CAMPOS:

O Cientifico O Ético Metafisico


SUMARIO DO – 25/10/2021
 A Ciência Jurídica em sentido
estrito.
 A Problemática da Filosofia
Jurídica
 Distinção entre Filosofia do
Direito e Teoria Geral do
Direito: Uma proposta.
ESTRITO
 A ciência do direito, também chamada dogmática jurídica, é a
principal dentre as ciências jurídicas. Em um sentido amplo, o termo
refere-se ao estudo do direito visando a sua aplicação, e, em um sentido
mais estrito, à operação do direito com sentido tecnológico, tendo em
vista o chamado "problema da decidibilidade".
 A ideia de uma ciência do direito em seu sentido estrito normalmente é
associada ao positivismo jurídico, que, a partir de uma distinção
entre fato e valor, teria buscado excluir ou pelo menos diminuir a
influência da moral e dos valores no direito. Nesse sentido, a ciência do
direito estaria fundada num fenômeno objetivo e observável e não em
valores relativos e subjetivos. A ciência do direito é distinta da filosofia
do direito, da teoria geral do direito e da doutrina jurídica, disciplinas
que, apesar de rigor metodológico, não dependem
de observação, verificação e falseabilidade com explanações
fundamentadas em uma teoria científica, como é caso da ciência do
direito.
 O tratamento científico do Direito desenvolve-se em três etapas:
1. a interpretação, 2. a construção e 3. a sistematização.
 A interpretação jurídica busca o significado objetivo do
Direito Positivo, quer dizer, o significado incorporado à
norma jurídica em si mesma, não no sentido subjetivo, ou
seja, relativo ao pensamento das pessoas que participaram
de sua criação.
 A construção jurídica segue a mesma metodologia da
construção matemática, técnica, gramatical ou histórica: a
reestruturação de cada instituto jurídico a partir de suas
partes, previamente separadas pelo pensamento, ou seja, a
síntese dos resultados da análise realizada. (Radbruch,
1974).
 A sistemática jurídica examina a ordem jurídica sob seu
aspecto geral ou universal: a evolução de cada norma
concreta que a integra ou alguma de suas partes, enquanto
ideia específica.
Existem duas espécies de conceitos jurídicos:
1. conceitos juridicamente relevantes, ou seja, aqueles
dos quais se parte para construir as circunstâncias
integrantes da base de fato das leis;
2. conceitos jurídicos genuínos, conceitos realmente
jurídicos, ou seja, aqueles cujo conteúdo é utilizado
para a construção do objeto das proposições
jurídicas: a eles pertencem os conceitos dos
diversos direitos subjetivos, dos deveres jurídicos,
das relações jurídicas e dos institutos jurídicos.
JURÍDICA
A História da Filosofia é a história de seus problemas, os
quais estão sempre relacionados com aquilo que os homens,
dentro do espírito da época, consideram suas preocupações
mais sérias, mais profundas e fundamentais. Na época de
predomínio das ciências da natureza, época do positivismo,
cumpria à Filosofia integrar os recentes conhecimentos
empíricos em um sistema sem contradições. (Radbruch, 1974).

A revolução de nosso sistema de valores faz com que hoje nos


inclinemos fortemente a aceitar a Filosofia como conhecimento
dos valores, como ciência do dever ser, que nos ensina, na
Lógica, a pensar corretamente na Ética, a proceder
corretamente e na Estética, a sentir corretamente.
Em sintonia com esta concepção, a Filosofia Jurídica é a teoria do
Direito justo (Lehre vom Recht – Rudolf Stammler, 1860). Ela trata,
pois, do valor e do fim do Direito, da idéia e do ideal do Direito, e
tem seu complemento na Política Jurídica, que busca transformar
esse Direito ideal em realidade.
A Filosofia Jurídica estuda o conteúdo valorativo das normas, o
que deve ser, embora infelizmente nem sempre aconteça. Kant
ensinou ser impossível deduzir os valores a partir da realidade,
fundamentar o dever ser no ser, transformar leis naturais em
normas. A retidão de uma conduta não pode, estar embasada
indutivamente em factos empíricos, mas deve derivar,
dedutivamente, de valores superiores, remontando, finalmente, aos
valores supremos. (Kant, 2005).
O mundo dos valores e o mundo dos factos coexistem em órbitas
paralelas que não se interpenetram, esta forma de relacionamento
entre valor e realidade, entre ser e o dever é denominada dualismo
metodológico.
 A Filosofia Jurídica fundamenta-se, em parte, na natureza
humana e, em parte, na natureza das coisas; em parte, sobre a
ideia de Direito e, em parte, sobre seu conteúdo. A natureza
humana é o factor constante, a natureza das coisas é o factor
variável da Filosofia do Direito.
1. Sobre a natureza humana repousa a ideia de Direito. Como a
essência do homem é a razão, a ideia de Direito apoiada na
razão tem, como esta, validez universal, mas (segundo Kant)
puramente formal, incapaz, portanto, de extrair de si própria
uma ordem jurídica, como pretendeu fazer o Direito Natural.
2. A natureza das coisas, conceito surgido já na antiguidade, foi
transformada em centro de interesse por Montesquieu, no
livro “O Espírito das Leis”, significa a matéria prima, o
material do Direito, os “dados reais da legislação.
Distinção Entre Filosofia do Direito e Teoria Geral
do Direito: Uma proposta.
Para enfrentar essa questão, previamente, faz-se necessário
aceitar como premissa que ciência e filosofia são manifestações ou
categorias diversas do conhecimento humano. Isso porque,
negando-se essa diferenciação, como ocorreu em doutrinas
positivistas mais radicais, o problema da delimitação dos campos
da Filosofia do Direito e da Teoria Geral do Direito perderia
completamente sua razão de ser, na medida em que as disciplinas
coincidiriam. De fato, sob um enfoque estritamente positivista, não
existiria outra Filosofia do Direito que a denominada Filosofia do
Direito Positivo, e a Filosofia do Direito Positivo não é nada mais
do que a própria Teoria Geral do Direito. Isso posto, pode-se
afirmar que o problema acerca dos limites entre Filosofia do
Direito e Teoria Geral do Direito tem sido encarado a partir de
duas perspectivas distintas, amplamente sustentadas, baseadas,
como se pode notar, na premissa acima estabelecida:
a) Teoria Geral do Direito é uma matéria filosófica,
relacionada com o estudo das formas da experiência
jurídica, e, portanto, se distingue das ciências jurídicas
particulares;
b) a Teoria Geral do Direito é uma matéria científica,
relacionada com o estudo dos conteúdos empíricos da
experiência jurídica, e como tal, distingue-se da Filosofia
do Direito. A argumentação que se apresentará, baseada
na proposta desenvolvida por Norberto Bobbio, This
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 Munido da clareza argumentativa e do rigor analítico que
caracterizam suas reflexões, o pensador italiano superou
essa encruzilhada, na medida em que aponta um novo
caminho para o trato da questão relativa a distinção entre
Teoria Geral e Filosofia do Direito
 Sua tese desenvolve-se em dois momentos,
reconstruídos nos dois itens finais desse
artigo. Para Bobbio, a Teoria Geral do
Direito não é um estudo de conteúdos,
mas uma investigação formal, que
pertence ao mundo das ciências, e não da
filosofia. Resumidamente, tem-se:
1. a Teoria Geral do Direito é uma
disciplina formal; e
2. a Teoria Geral do Direito é uma
disciplina científica, e, portanto, não faz
parte da Filosofia do Direito.
FILOSOFIA JURÍDICA

Da
Essência do direito Da existência Do problema da justiça
justificação

Para que serve o


O que é o direito O direito existe O que é justiça
direito
BIBLIOGRAFIA
Radbruch, Gustav. Filosógia de Direito. Coimbra 1974.

Rawls, John. Uma teoria da Justiça. São Paulo 1997.

Hart, Herbert. L. O Conceito de Direito. Lisboa 1994.

Dworkin, Ronald. Uma questão de Principio. São Paulo 2000.

Castanheira Neves. Metodologia Jurídica- Problemas Fundamentais 1993.

Paulo Gusmão. Curso de Filosofia do Direito. Rio de Janeiro. 1950.

Habermas, Jorge. Direito e Democracia. Rio de Janeiro 1997.

Galvão Teles. Introduação ao Direito. 10ª ed. Lisboa. 1998.

Kant, Emanuel. Critica da Razão Pura. Rio de Janeiro. 2005.


PENSAR:

O pessimista vê dificuldade em toda oportunidade.


O optimista vê oportunidade em toda dificuldade.”

Winston Churchill

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