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MESTRADO EM GESTÃO PÚBLICA

Prof. Dr. Mario Vicente Sitoe


PLANO DE APRESENTAÇÃO

1
• Estado e governação
2
• Gestão pública e programas públicos
3
• Gestão pública e mercado
4
• As organizações públicas
5
• Descentralização e modernização
Código de Ética
da Profisssão
• Gestão pública, democracia e política
• Estado e Governação
1
A metamorfose do Estado e a nova governação

Nos últimos dois séculos, o governo representativo passou por importantes modificações, especialmente
durante a segunda metade do século XIX. A mudança mais evidente, que mais chamou a atenção dos
historiadores do governo representativo, diz respeito ao direito de voto: a propriedade e a cultura
deixaram de ser representadas e o direito ao sufrágio foi ampliado. Essa mudança ocorreu paralelamente a
uma outra: a emergência dos partidos de massa. O governo representativo moderno foi instalado sem a
presença de partidos organizados, seguindo os exemplos das revoluções inglesa, americana e francesa. A
maioria dos fundadores do governo representativo chegava a pensar que a divisão entre partidos ou
"facções" era uma ameaça ao sistema que pretendiam estabelecer.
A partir da segunda metade do século XIX, porém, a presença de partidos políticos na organização da
expressão da vontade do eleitorado passou a ser vista como um componente essencial da democracia
representativa. Além disso, os programas políticos também tinham um papel de reduzida importância no
modelo original dos governos representativos: a própria idéia de plataforma política era praticamente
desconhecida no final do século XVIII e início do século XIX. Mas com o aparecimento dos partidos de
massa, os programas políticos passaram a ser um dos principais instrumentos da competição eleitoral.
A metamorfose do Estado e a nova governação

O aparecimento dos partidos de massa e de seus programas veio transformar a própria relação de
representação. A existência de partidos organizados aproximava os representantes dos representados. Os
candidatos passaram a ser escolhidos pela organização partidária, na qual militantes de base tinham a
oportunidade de se manifestar. A massa do povo podia, assim, ter uma certa participação na seleção de
candidatos e escolher pessoas que compartilhassem de sua situação econômica e de suas preocupações. Uma
vez eleitos, os representantes permaneciam em estreito contato com a organização pela qual se elegeram,
ficando, de fato, na dependência do partido. Isso permitia aos militantes, ou seja, aos cidadãos comuns,
manter um certo controle sobre seus representantes fora dos períodos eleitorais. Apresentando-se diante
dos eleitores com um programa, os partidos pareciam dar aos próprios cidadãos a possibilidade de determinar
a política a ser seguida.

PRINCÍPIOS DOS GOVERNOS REPRESENTATIVOS


Examinando-se as origens do governo representativo à luz de sua história posterior, percebe-se a existência
de um certo número de princípios, formulados no final do século XVIII, que praticamente nunca foram postos
em questão desde essa época.
A metamorfose do Estado e a nova governação

PRINCÍPIOS DOS GOVERNOS REPRESENTATIVOS


Quatro princípios, entendidos dessa maneira, foram formulados nos primeiros tempos do governo representativo moderno:
1. Os representantes são eleitos pelos governados:
Portanto, um sistema eletivo não cria uma identidade entre os que governam e os que são governados. Isso não significa que
os cidadãos comuns têm apenas uma posição subordinada no governo representativo. Embora o povo não governe, ele não
está confinado ao papel de designar e autorizar os que governam. Como o governo representativo se fundamenta em
eleições repetidas, o povo tem condições de exercer uma certa influência sobre as decisões do governo: pode, por exemplo,
destituir os representantes cuja orientação não lhe agrade. Por outro lado, o governo representativo pode ser um governo
de elites, mas cabe aos cidadãos comuns decidir que elite vai exercer o poder.
2. Os representantes conservam uma independência parcial diante das preferências dos eleitores:
Embora sejam escolhidos, e possam ser destituídos, pelos governados, os representantes mantêm um certo grau de
independência em suas decisões. Esse princípio se traduz na rejeição de duas práticas que igualmente privariam os
representantes de qualquer autonomia de ação: os mandatos imperativos e a revogabilidade permanente e discricionária dos
eleitos.(6)Nenhum dos governos representativos instituídos desde o final do século XVIII admitiu mandatos imperativos ou
concedeu o estatuto de obrigação legal às instruções dadas pelos eleitores.
A metamorfose do Estado e a nova governação

PRINCÍPIOS DOS GOVERNOS REPRESENTATIVOS


3. A opinião pública sobre assuntos políticos pode se manifestar independentemente do controle do governo
Desde o final do século XVIII, prevalece a idéia de que um governo representativo supõe que os governados possam
formular e expressar livremente suas opiniões políticas. A ligação entre governo representativo e liberdade de opinião foi
definida rapidamente nos Estados Unidos, de maneira mais progressiva na Inglaterra, e seguiu um roteiro mais lento e mais
complexo na França.
A liberdade de opinião política requer dois elementos. Para que os governados possam formar opinião sobre assuntos
políticos, é necessário que tenham acesso à informação política, o que supõe tornar públicas as decisões governamentais.
Quando os políticos tomam suas decisões em segredo, os governados dispõem de meios muito frágeis para elaborar opiniões
em matéria política.
O segundo requisito da liberdade da opinião pública é a liberdade para expressar opiniões políticas. A relação entre a
liberdade de opinião e o caráter representativo do governo não é, porém, tão óbvia assim. De qualquer modo, não seria de
estranhar que os governos.
A metamorfose do Estado e a nova governação

PRINCÍPIOS DOS GOVERNOS REPRESENTATIVOS


4. As decisões políticas são tomadas após debate
No pensamento dos fundadores do governo representativo, o debate parlamentar realiza, portanto, a tarefa específica de
produzir acordo e consentimento; não constitui, em si mesmo, um princípio de tomada de decisões. O que faz de uma
proposta uma decisão pública não é a discussão, mas o consentimento. Entretanto, é preciso acrescentar que esse
consentimento deve ser de uma maioria, e não uma concordância universal, menos ainda uma expressão da verdade.

Os quatro princípios tiveram conseqüências e implicações diferentes de acordo com as circunstâncias dentro das quais
oram postos em prática. Essas diferenças deram origem a três formas de governo representativo:
1. O modelo parlamentar;
2. A democracia de partido;
3. A democracia do público.
A metamorfose do Estado e a nova governação
A metamorfose do Estado e a nova governação

CONCEITO DE ESTADO:
Há vários conceitos de Estado conforme o ângulo considerado. Prisma constitucional: Pessoa
jurídica territorial e soberana.
Pessoa jurídica: é a unidade de pessoas naturais ou de patrimónios, que visa a consecução de
certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.
Território: é o espaço físico em que o Estado exerce sua soberania.
Soberania: No âmbito interno: é o poder consistente da autodeterminação, no âmbito externo,
prerrogativa de receber tratamento igualitário da comunidade internacional (ex. Imunidade
diplomática)
A metamorfose do Estado e a nova governação

Estrutura política e organizacional formada pelos seguintes elementos:


1. Poder político soberano – interno e externo – ordenamento jurídico impositivo – conjunto
de normas e leis que se exercem imperativamente e extroversamente
2. Um povo, que se organiza de modo a formar uma sociedade. Conjunto de cidadãos que se
subordinam ao mesmo poder soberano e possuem direitos iguais perante a lei.
3. Um território, ou seja uma base física sobre a qual se estende a jurisdição do poder
soberano, inclusive em locais desabitados.
4. Um governo, através do qual se manifesta o poder soberano do Estado. É o núcleo decisório
do Estado encarregado da gestão da coisa pública. Estado é permanente e o Governo é
provisório.
A metamorfose do Estado e a nova governação

O Estado é parte da sociedade. É uma estrutura política e organizacional que se sobrepõe à


sociedade, ao mesmo tempo que dela faz parte. A sociedade , por sua, vez, é a fonte real de
poder do Estado, na medida em que estabelece os limites e as condições para o exercício desse
poder pelos governantes.

- ORIGENS

Conceito sociológico e jurídico com advento Idade Moderna, após a queda do Império Romano
do Ocidente (século V ano 476) e com a tomada de Constantinopla (Idade Média – séc. XV- ano
1453) Estados Absolutistas: concentração de poderes: vontade soberana do rei.
Questionamentos aos poderes absolutistas: Nicolau Maquiavel - “O Príncipe”, Thomas Hobbes -
“Leviatã” Iluminismo Revolução Francesa – 1789
A metamorfose do Estado e a nova governação

O Estado é parte da sociedade. É uma estrutura política e organizacional que se sobrepõe à


sociedade, ao mesmo tempo que dela faz parte. A sociedade , por sua, vez, é a fonte real de
poder do Estado, na medida em que estabelece os limites e as condições para o exercício desse
poder pelos governantes.

- ORIGENS

Conceito sociológico e jurídico com advento Idade Moderna, após a queda do Império Romano
do Ocidente (século V ano 476) e com a tomada de Constantinopla (Idade Média – séc. XV- ano
1453) Estados Absolutistas: concentração de poderes: vontade soberana do rei.
Questionamentos aos poderes absolutistas: Nicolau Maquiavel - “O Príncipe”, Thomas Hobbes -
“Leviatã” Iluminismo Revolução Francesa – 1789
A metamorfose do Estado e a nova governação

O Estado é parte da sociedade. É uma estrutura política e organizacional que se sobrepõe à


sociedade, ao mesmo tempo que dela faz parte. A sociedade , por sua, vez, é a fonte real de
poder do Estado, na medida em que estabelece os limites e as condições para o exercício desse
poder pelos governantes.

- ORIGENS

Conceito sociológico e jurídico com advento Idade Moderna, após a queda do Império Romano
do Ocidente (século V ano 476) e com a tomada de Constantinopla (Idade Média – séc. XV- ano
1453) Estados Absolutistas: concentração de poderes: vontade soberana do rei.
Questionamentos aos poderes absolutistas: Nicolau Maquiavel - “O Príncipe”, Thomas Hobbes -
“Leviatã” Iluminismo Revolução Francesa – 1789
Funções do Estado e a Gestão Pública

- Primeira função do Estado:


Manutenção da ordem e da segurança interna e garantia da defesa externa. Monopólio legítimo do
uso da força ou coerção organizada. Resolução de conflitos, aplicação de justiça, imposição de
sanções – exige regras estabelecidas: Regulamentação jurídica.

- Segunda Função do Estado:


Estabelecer e cobrar tributos dos que vivem sob seus domínios e administrar esses recursos e
gerir o quadro administrativo ou administração pública.
- Essas são as funções clássicas do Estado. Estado Mínimo – Liberal. Forte presença na economia
interna e externa e intervenção mínima nas questões sociais.
Funções do Estado e a Gestão Pública

- Surgimento, na Europa, Séc. XVIII, preocupação do Estado em proteger o proletariado


industrial (trabalho, invalidez, velhice, saúde, emprego, educação dos cidadãos)
- 1940 define-se a função social do Estado: “independentemente da sua renda, todos os cidadãos,
como tais, têm direito a ser protegidos contra situações de dependência de longa duração
(velhice, invalidez) ou de curta duração (doença, maternidade, desemprego)”
Os Poderes do Estado

Se o Estado é uma estrutura política e organizacional dotada de poder extroverso, que exerce
imperativa e soberanamente, como se exerce esse poder e como ele pode ser controlado?
- Diferença entre Governo x Estado – Governo pode ser dissolvido sem que a sociedade política –
Estado entre em desintegração: forma de controle do poder dos Governantes (Jonh Locke -
Segundo Tratado sobre o Governo)
- Concentração de poder gera abuso. Freio ao poder, por meio da divisão do poder em partes
dotadas de atribuições distintas e limites precisos.
- Teoria clássica de Montesquieu
Executivo (aplicar as Leis, assegurar a ordem interna e a defesa externa, conduzir as relações
internacionais).
Os Poderes do Estado

Legislativo (fazer as leis, aperfeiçoá-las e revogá-las)


Judiciário (julgar e punir as transgressões às Leis e arbitrar as disputas à luz da legislação
estatuída)
O papel social do Estado

a) Intervir activamente na economia, regulamentando, estimulando e produzindo bens e serviços a fim de


gerar empregos e desenvolver áreas estratégicas;

b) Oferecer políticas sociais de natureza universalista, especialmente políticas compensatórias;

As atividades de Estado não foram destinadas ou são capazes de gerar riquezas. Financiar o Estado se dá
com recursos gerados pela iniciativa privada. Com a crise econômica, o investimento retrai e a capacidade do
Estado de cobrar tributos diminui.

O Estado não consegue arrecadar o suficiente para manter seus gastos e tem dificuldade para gastar dentro
dos limites que arrecada. Ocorre a chamada Crise Fiscal. Sociedade: continua pagando impostos mas sofre as
consequências – falta de escola ou má qualidade do ensino público, saúde, segurança.

Novos cenários, novos actores, novos papéis: ONG'S, corporações transnacionais, blocos econômicos (UE,
Nafta, Mercosul). Queda do poder do Estado. Política de privatizações eliminando/diminuindo a participação
direta na economia.
O papel social do Estado Moderno

a) Assegurar os direitos dos cidadãos e do consumidor;


b) Estimular o desenvolvimento autossustentado;
c) Incentivar a competitividade do setor privado;
d) Induzir a busca por padrões mais elevados de qualidade dos bens e serviços oferecidos pelo mercado;
e) Coibir as práticas predatórias e ilegais na busca do lucro econômico.
A relação Estado/cidadão e cidadão /Estado

- Conceito: origem na cidade-Estado grega. Efetiva possibilidade do indivíduo tomar parte, por vias diretas ou
indiretas, nas decisões coletivas que afetam a sua vida e o seu destino. Capacidade dos membros de uma
sociedade de interferirem na formulação e execução das leis.
- Relação de direitos e deveres: cidadão x cidadãos e cidadãos x Estado.
- A presença do Estado é essencial para a cidadania, sem Estado não existe possibilidade de cidadania. Por
outro lado, pode existir Estado sem cidadania, ex. Estados Absolutistas do início da Idade Moderna ou
Estados Autoritários a contemporâneos (cidadania não em sua plenitude)
- Direitos civis: antes Estado opressor, despótico. Garantia da segurança (vida e integridade física), liberdade
(ir e vir, crença, opinião) e de propriedade (trabalhar, comprar e vender bens e serviços, desfrutar e acumular
os bens adquiridos)
A relação Estado/cidadão e cidadão /Estado

- Direitos políticos: século XIX, democratas conquistam os direitos políticos. Estado antes era oligárquico e
excludente. Direito de associar-se e divulgar opinião, votar e ser votado, participar e influir na decisões.

- Direitos sociais: segunda metade do século XIX, definem-se direitos sociais que passariam a fazer parte
da Constituição de vários países no século XX: direito à instrução e educação, proteção as situações
vulnerabilidade ou dependência de longa duração (velhice, invalidez) ou de curta duração (doença,
maternidade, desemprego), renda mínima, alimentação, saúde, habitação, assegurados aos cidadão como
direitos e não como caridade.

- Novos direitos”: evolução, transformações sociais, deram origem a novas demandas. Direito à privacidade,
direito da família, direitos sexuais, combate exploração infanto-juvenil, preocupações natureza/ecologia,
patrimônio histórico/cultural, etc
A relação Estado/cidadão e cidadão /Estado

A grande transformação na percepção do papel do estado e das relações entre os interesses privados e o
interesse público deram origem à demanda pelo direito ao patrimônio econômico público, ou coisa pública.

- Coisa Pública: é o conjunto de bens patrimoniais e recursos financeiros originados dos impostos pagos pelos
cidadãos, por isso, propriedade da coletividade. A coisa pública dever ser gerida tendo em vista o interesse da
sociedade e não o interesse de grupos privados ou do Governo.
Deveres do cidadão

a) Obediência à lei: se participa da formulação e execução das Leis, por lógica, também deve obediência as
elas. Sem obediência às Leis não há vida em sociedade. Estabelece limites entre o interesse particular e os
interesses coletivos.
b) defesa pública: sempre que se fizer necessário reagir a efetiva ameaça à integridade da coletividade.
Interna: actividades de defesa civil, nos casos de calamidade ou emergência pública ou Externa: guerras e
ameaça contra a soberania.
c) contribuição – impostos: financiamento das actividades de interesse comum da coletividade. Torna
exequível todos os direitos de cidadania e promove o desenvolvimento social. Viabiliza saúde, educação,
segurança, reforma agrária, cultura, proteção ambiental, etc. A não contribuição deste dever de cidadania
gera: bens e serviços públicos oferecidos são prejudicados em qualidade ou quantidade e outros cidadãos são
onerados para suprir os déficits gerados.
d) controle social: a cidadania só atingirá sua plenitude quando os cidadãos se tornarem conscientes dos
interesse público. É o compromisso para com o bem público. Consiste numa mistura de dever e direito como a
rejeição, denúncia e combate à corrupção e ao nepotismo, aos privilégios, à exclusão social, violação dos
direitos humanos, à baixa qualidade dos bens e serviços oferecidos à população
Deveres do cidadão

Nas sociedades democráticas contemporâneas evolui-se a ideia de que Estado e as organizações que o
compõem – ao invés de servirem ao próprio Estado – existem para servir à sociedade, para atender os
cidadãos. Em consequência, as relações do Estado com os cidadãos passaram por um significativo processo
de transformação cujo foco é o exercício da cidadania activa. Nessa óptica, os cidadão não são apenas
portadores de direitos, mas também deveres, e vistos como corresponsáveis pela efetividade dos bens
públicos. Essa corresponsabilidade resulta, de um lado, na inclusão dos cidadãos nos processos de controle
social, e, de outro, na sua participação ativa na escolha dos dirigentes, na formulação das políticas e no
acompanhamento e avaliação dos resultados. Implica, portanto em uma nova relação cidadão-Estado e
Estado-cidadão, na qual a ênfase recai sobre a participação política, a transparência e a as boas práticas de
governança.
• Gestão pública e
2 programas públicos
Gestão Pública

Consiste em um conjunto de servidores profissionais, mantidos com recursos públicos e encarregados da


decisão e implementação das normas necessárias ao bem estar social e das ações necessárias à gestão da
coisa pública.

1. Gestão Direta:
É o conjunto de órgãos que integram os três poderes ( Executivo, Legislativo e Judiciário) e que executam
directamente actividades e funções do Estado. Ex. Ministérios e Secretarias do Estado.

2. Gestão Indireta:
É o conjunto de pessoas administrativas, cuja a criação ou autorização para instituição está sujeita à lei, com
personalidade jurídica própria (pública ou privada) que, vinculadas à respectiva administração direta, têm o
objetivo de desempenhar atividades administrativas de forma descentralizada.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Gestão Pública

Compõem a administração indireta: Autarquias, Empresa Públicas e Fundações (instituídas pelo Poder Público).

3. Serviços públicos:
São aqueles que correspondem a actividades exclusivas do Estado, envolvendo o “poder de Estado”, ou seja,
legislar, tributar, fiscalizar, julgar, reprimir, punir e de administrar a coisa pública. Correspondem a todos os
serviços de segurança pública (polícia, bombeiros, defesa civil, forças armadas), de regulamentação e
fiscalização, de fomento e de segurança social (previdência, sistema de saúde, auxílio-desemprego, etc).

4. Serviços de utilidade pública:


São todos aqueles que, embora não envolvendo o poder de Estado, são realizados ou subsidiados pelo Estado
porque são relevantes para a sociedade ou são condição para o exercício da cidadania.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Gestão Pública

São serviços que não são exclusividade do Estado, podendo ser oferecidos pelo setor privado: ONG'S,
entidades filantrópicas, instituições de trabalho voluntário, etc. São as universidades, escolas técnicas,
centros de pesquisa, hospitais, museus. Nada impede que tais serviços possam ser oferecidos pela iniciativa
privada com finalidade lucrativa, no entanto, deixam de ter característica de utilidade pública e não podem
ser subsidiados pelo Estado.

5. Entes de cooperação:
São as organizações sem fins lucrativos que se caracterizam como instituições públicas não estatais,
formalmente denominadas como “Organizações Sociais”.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Princípios da Gestão Pública

- Legalidade:
Toda e qualquer actividade administrativa deve ser autorizada por lei.
- Impessoalidade:
Alude ao princípio da finalidade, o qual impõe que o administrador tenha seus atos voltados exclusivamente
para o interesse público, caso contrário incorrerá em desvio de finalidade, modalidade do abuso de poder.
- Moralidade:
Ligado aos princípios éticos na conduta administrativa. Honestidade, probidade.
- Publicidade:
Exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração, de forma a dar transparência, ressalvadas
as hipóteses nas quais a lei admite sigilo.
- Eficiência: Custo x benefício.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Princípios da Gestão Pública

- Supremacia do interesse público ou da busca pelo interesse público:


As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado em benefício da coletividade. Ex: despropriação.

- Indisponibilidade:
Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes, cabendo apenas
administrá-los em prol da coletividade.

- Presunção de legitimidade:
Os atos da Administração se presumem legítimos até prova em contrário.

- Especialidade:
Está ligado a descentralização administrativa, aponta a necessidade de ser expressa em lei a atividade a ser
exercida pela entidades da administração indireta.
Apresentação Prof. Mário Sitoe
Princípios da Gestão Pública

- Tutela ou controle:
Para assegurar que as entidades da administração indireta cumpram com a finalidade para a qual foram
criadas o Estado fiscaliza as referidas entidades.

- Autotutela:
A Administração exerce o controle sobre seus próprios atos, com a possibilidade de, independentemente do
Judiciário, anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos.

- Continuidade dos serviços públicos:


Os serviços públicos são a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à
coletividade, portanto, não podem os serviços públicos serem interrompidos.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Princípios da Gestão Pública

- Razoabilidade:
Exige a proporcionalidade dos meios de que se utilize a Administração e o fins que ela tem que alcançar.

O processo de formulação de Políticas Públicas, também chamado de Ciclo das Políticas Públicas, apresenta
diversas fases:

1. Formação da Agenda:
O processo de definição da lista de principais problemas da sociedade é chamado de Formação da Agenda.
Tal processo envolve a emergência, o reconhecimento e a definição das questões que serão tratadas e, como
conseqüência, quais serão deixadas de lado.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Programas Públicos

2. Formulação de Políticas :
A partir do momento em que uma situação é vista como problema e, por isso, se insere na Agenda
Governamental, é necessário definir as linhas de ação que serão adotadas para solucioná-los.
Este processo, no entanto, não ocorre de maneira pacífica, uma vez que geralmente alguns grupos
considerarão determinadas formas de ação favorável a eles, enquanto outros a considerarão prejudicial,
iniciando-se assim um embate político.

Este processo, no entanto, não ocorre de maneira pacífica, uma vez que geralmente alguns grupos
considerarão determinadas formas de ação favorável a eles, enquanto outros a considerarão prejudicial,
iniciando-se assim um embate político.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Programas Públicos

3. Processo de Tomada de Decisões


Durante todo o ciclo de Políticas Públicas é necessário se tomar decisões. Entretanto, a fase de tomada de
decisões pode ser definida como o momento onde se escolhe alternativas de ação/ intervenção em resposta
aos problemas definidos na Agenda. É o momento onde se define, por exemplo, os recursos e o prazo temporal
de ação da política. As escolhas feitas nesse momento são expressas em leis, decretos, normas, resoluções,
dentre outros atos da administração pública.

Outro passo importante, nessa fase, é se definir como se dará o processo de tomada de decisões, ou seja, qual
o procedimento que se deve seguir antes de se decidir algo. Primeiramente deverá se decidir quem participará
do processo, se este será aberto ou fechado.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Programas Públicos

4. Implementação:
É o momento onde o planejamento e a escolha são transformados em atos.
Estudiosos apresentam dois modelos de implementação das Políticas Públicas; o de Cima para Baixo (que é a
aplicação descendente ou, em outras palavras, do governo para a população) e o de Baixo para Cima (que é a
aplicação ascendente ou da população para o governo).

5. Avaliação
A avaliação é um elemento crucial para as Políticas Públicas. O fato de ser apresentada como última etapa não
significa que ela seja uma ferramenta para ser utilizada apenas quando o tempo de atuação da Política Pública
acaba. Muito pelo contrário, a avaliação pode ser feita em todos os momentos do ciclo de Políticas Públicas,
contribuindo para o sucesso da ação governamental e a maximização dos resultados obtidos com os recursos
destinados.
Apresentação Prof. Mário Sitoe
Programas Públicos

Além disso, a avaliação também é uma fonte de aprendizado que permite ao gestor perceber quais ações
tendem a produzir melhores resultados
A avaliação permite à administração:
• Gerar informações úteis para futuras Políticas Públicas;
• Prestar contas de seus atos;
• Justificar as ações e explicar as decisões;
• Corrigir e prevenir falhas;
• Responder se os recursos, que são escassos, estão produzindo os resultados esperados e da forma mais
eficiente possível;
• Identificar as barreiras que impedem o sucesso de um programa;
• Promover o diálogo entre os vários atores individuais e coletivos envolvidos;
• Fomentar a coordenação e a cooperação entre esses atores.
Apresentação Prof. Mário Sitoe
Programas Públicos

Quanto às funções cumpridas pela política, a avaliação deve comparar em que medida a Política Pública, nos
termos em que foi formulada e implementada, cumpre os requisitos de uma boa política. Idealmente, uma boa
política deve cumprir as seguintes funções:
• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores envolvidos;
• Constituir-se num programa factível, isto é, implementável;
• Reduzir a incerteza sobre as conseqüências das escolhas feitas;
• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio da transferência ou adiamento para
outra arena, momento ou grupo;
• Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores dominantes e interesses futuros nem predizer a
evolução dos conhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis alternativas de ação.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Política Pública

David Easton (1953) descreveu as políticas públicas como a manifestação do processo político, logo
transformando inputs em outputs .

Política Regulatória
Este tipo de política atua de forma a estabelecer padrões para atores privados e públicos. Ela é desenvolvida
em grande parte em um ambiente pluralista predominante e para sua aprovação é necessária uma
demonstração de força entre os atores. Este tipo de política envolve burocratas, políticos e grupos de
interesses. A regulamentação de serviços de utilidade pública como energia e telecomunicações são exemplos
de uma política pública regulatória.

Apresentação Prof. Mário Sitoe


Política Pública

Política Distributiva
Uma de suas características pode ser a concentração de benefícios por algum grupo em detrimento de
outros. Este tipo de política se enquadra em um ambiente logrolling , termo que denota a troca de apoio
entre os políticos.
Dificilmente podemos identificar os custos deste tipo de política, pois seus efeitos benéficos, embora
destinados a grupos específicos, são diluídos na sociedade, os benefícios são claros, mas os custos não.

Política Redistributiva
É antes de tudo um jogo de soma zero. O benefício para uma categoria resulta em custos sobre as
outras. Esta política chama atenção por expor as posições antagônicas de uma maneira mais clara. Na
forma elitista de governo encontramos a arena para este tipo de debate, uma vez que há a formação de
duas elites que demandam que as políticas se efetivem.
Política Pública

Políticas Constitutivas
Como não se trata necessariamente sobre a prestação concreta de serviços demandados pela sociedade em
geral, este tipo de política pública fica na arena dos atores governamentais. Ela pode ser tida como uma
metapolicies , onde se encontra acima das demais políticas públicas, já que ela tem o papel de estabelecer
regras não somente sobre os poderes, mas sobretudo sobre princípios existentes para estabelecimento das
demais políticas públicas.

Ciclo das Políticas Públicas


A proposta de entendimento da Política Pública organizada como um ciclo, chamada por Lindblon de Ciclo da
Política Pública ( Policy Cycle ), se traduz na dinâmica do processo feita de maneira temporal. É uma forma de
visualizar e interpretar a política pública em fases e sequências organizadas de maneira interdependente.
POLICYMAKER
Segundo Paul Sabatier (1986), tem em suas mãos dois modelos para implementar suas políticas públicas,
sendo elas o modelo top – down (de cima para baixo) e o modelo bottom - up (debaixo para cima):
- Top - down : neste modelo os tomadores de decisão são separados dos implementadores; há uma distinção
entre esses dois atores, neste caso política e administração. De forma específica, as decisões ocorrem de
cima para baixo, dos políticos para a administração.

- Bottom - up : a implementação da política parte de pactuações entre burocratas e outros atores no intuito
de uma organização compartilhada. Os implementadores participam das etapas de constituição da política.
Contrariamente, ao observado no modelo top-down, não há uma regra rígida e prescrições a serem seguidas,
engessadas como no outro modelo. Os problemas e soluções são permeáveis pela participação dos vários
atores envolvidos.
Actores no Processo de Política Pública
No decorrer do desenvolvimento e implementação da política pública um conjunto de atores está presente em
seu estabelecimento e desenvolvimento. Os mais fortes são os que influenciam no conteúdo e rumo da política
estabelecida.
• Atores Públicos são os políticos Eleitos, Burocratas, Tecnocratas (juizes), deputados e outros.
• Atores Privados são os empresários, trabalhadores, partidos políticos, beneficiários.
Podemos notar outros actores como os grupos de interesse, os meios de comunicação, os destinatários da
política e outros stakeholders que influenciam a esfera política e a atuação da administração pública. A
representatividade difusa dos ocupantes do legislativo dificulta a identificação de seu interesse, mesmo se
tratando de actores privilegiados.
• Gestão pública e
mercado
3
Muito Obrigado

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